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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ VINÍCIUS JOSÉ LINDOLPHO ANTUNES DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE DIDÁTICO PARA ANÁLISE DO CÁLCULO DO FLUXO DE POTÊNCIA – PF ANALYST CURITIBA 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

VINÍCIUS JOSÉ LINDOLPHO ANTUNES

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE DIDÁTICO PARA ANÁLISE DO CÁLCULO DO FLUXO DE POTÊNCIA – PF ANALYST

CURITIBA

2007

VINÍCIUS JOSÉ LINDOLPHO ANTUNES

DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE DIDÁTICO PARA ANÁLISE DO CÁLCULO DO FLUXO DE POTÊNCIA – PF ANALYST

Trabalho de graduação apresentado à disciplina

TE-105 – Projeto de Graduação, do Curso de

Engenharia Elétrica da Universidade Federal do

Paraná

Orientador: Prof. Odilon Luiz Tortelli, MSc.

Co-orientador: Fábio Alessandro Guerra, MSc.

CURITIBA

2007

TERMO DE APROVAÇÃO

VINÍCIUS JOSÉ LINDOLPHO ANTUNES

DESENVOLVIMENTO DE UMA FERRAMENTA DIDÁTICA PARA ANÁLISE DO

CÁLCULO DO FLUXO DE POTÊNCIA – PF ANALYST

Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de

engenheiro eletricista no curso de Engenharia Elétrica, Setor de Tecnologia, Departamento de

Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná, pela seguinte banca examinadora:

Orientador: Prof. Odilon Luiz Tortelli, MSc.

Departamento de Engenharia Elétrica, UFPR

Co-orientador: Fábio Alessandro Guerra, MSc.

Departamento de Eletricidade, LACTEC

Profa. Dra. Thelma Solange Piazza Fernandes

Departamento de Engenharia Elétrica, UFPR

Prof. Dr. Alexandre Rasi Aoki

Departamento de Eletricidade, LACTEC

Curitiba, 07 de dezembro de 2007.

Dedico este trabalho aos meus familiares mais próximos, os quais indireta e

por vezes até inconscientemente prestaram apoio incondicional a consecução de um

dos mais caros desejos de minha vida: tornar-se engenheiro. Queridos Venilton,

Sueli, Venilton Jr., Victor, Anna Paula , João Lucas e Isane, contem sempre comigo.

Também não poderia deixar de nominar os colegas de faculdade que dividiram

comigo todos os momentos de dificuldades e diversão que vivenciamos ao longo

destes 5 anos: Juliano, Ricardo, Vinícius, Jaime, Danielle, Sinvaldo e tantos outros,

um grande abraço. Por fim, a minha namorada Adriane, por representar a motivação

constante dos meus esforços. A você com todo meu amor.

Agradeço aos meus orientadores, prof. Odilon e Fábio, por toda a dedicação

e tempo emprestados a este projeto. Meus sinceros desejos que deste trabalho

conjunto resultem frutos que engrandeçam e auxiliem a formação de novos e

melhores engenheiros eletricistas, que contribuam com o crescimento deste país

carente de gente que acredite nele e tenha qualificação para torná-lo um lugar mais

digno de se viver. Ainda, ao Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento –

LACTEC, pelo apoio financeiro concedido.

Renda-se como eu me rendi.

Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei.

Pergunte, sem querer, a resposta, como estou perguntando.

Não se preocupe em “entender”.

Viver ultrapassa todo o entendimento.

Clarice Lispector

RESUMO

Uma das ferramentas fundamentais da engenharia de sistemas elétricos de potência é o cálculo do fluxo de potência. Tal ferramenta é utilizada como base para o estudo de tópicos mais avançados tais como estabilidade de sistemas, otimização e planejamento de sistemas elétricos. Tendo em mente a importância deste conhecimento, fica clara a necessidade de se prover uma educação consistente e de qualidade aos estudantes. O cálculo do fluxo de potência é essencialmente um problema numérico e, como tal, resolvido através da utilização de computadores. Visando a habituação dos alunos também a esta característica é que se propôs a criação do PF Analyst – um programa didático para análise do cálculo do fluxo de potência. O desenvolvimento do PF Analyst focou-se na adaptação das três funcionalidades básicas na realização de uma simulação a propósitos didáticos: entrada de dados (voltada a sistemas de pequeno porte), execução da simulação (escolha simplificada dos parâmetros) e exibição dos resultados (ênfase na representação gráfica dos resultados). Um pacote de simulação para Matlab já existente, chamado MATPOWER, foi utilizado como base de cálculo, e todo o restante foi desenvolvido em linguagem C++. As simulações com sistemas de teste de 6 e 118 barras apresentadas neste documento demonstraram o atendimento às expectativas expressas no escopo da versão inicial do programa e adequação aos fins didáticos motivadores do trabalho.

ABSTRACT

One of the fundamental tools for Power systems engineering is the power flow analysis. This tool is used as the base for other more advanced areas such as system stability, optimization and planning. Having in mind how important a good understanding about this subject is for an engineer, it’s clear that providing a high quality education for students is needed. The power flow calculation is essentially a numerical iterative problem, suitable to be handled only by computers. In aiming to make students familiar with this characteristic, it was proposed the creation of PF Analyst – an educational program for power flow analysis. Its development was focused on adapting the three basic functionalities of running a power flow simulation for educational purposes: data entry (made easier for small systems), simulation execution (simplified parameters choice) and results visualization (emphasis on charts). An already existing simulation package for Matlab called MATPOWER was used as the calculation engine and the remainder was developed in C++ language. Test simulations with 6 and 118 bus systems were run and have shown that the program fulfills the scope for the first version, as well as fits to the educational purposes that the program is intended to meet.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: UM ARQUIVO DE ENTRADA DE DADOS DO MATPOWER................18FIGURA 2: RESULTADOS NO MATPOWER: (A) RELATÓRIO E (B) MATRIZ......19FIGURA 3: COMPARAÇÃO DOS CENÁRIOS “ANTES E DEPOIS” DO PROJETO......................................................................................................................................20FIGURA 4: BARRA GENÉRICA DE UM SISTEMA..................................................24FIGURA 5: MODELAGEM DE UM RAMO DO SISTEMA.........................................24FIGURA 6: VISUALIZAÇÃO DE FLUXO DE POTÊNCIA.........................................28FIGURA 7: VISUALIZAÇÃODOS NÍVEIS DE TENSÃO EM UM SISTEMA.............29FIGURA 8: AMBIENTE DO MATLAB R2006B..........................................................37FIGURA 9: AMBIENTE DO BORLAND C++ BUILDER 6.........................................37FIGURA 10: INTERLIGAÇÃO ENTRE MATPOWER E PF ANALYST.....................38FIGURA 11: DIAGRAMA DE FLUXO DE DADOS DO PF ANALYST......................39FIGURA 12: FORMATO DO ARQUIVO “BARRAS.TMP”........................................41FIGURA 13: FORMATO PADRÃO DO ARQUIVO “LINHAS.TMP”.........................41FIGURA 14: FORMATO PADRÃO DO ARQUIVO “GERACAO.TMP”....................42FIGURA 15: FORMATO PADRÃO DO ARQUIVO “PARAMETROS.TMP”.............43FIGURA 16: FORMATO PADRÃO DO ARQUIVO “PERFIS.PER”..........................44FIGURA 17: EXEMPLO DE ARQUIVO "PFA" PARCIAL.........................................45FIGURA 18: EXEMPLO DE ARQUIVO “PFA” COMPLETO....................................46FIGURA 19: CABEÇALHO DOS ARQUIVOS “PFA”...............................................47FIGURA 20: ALGORITMO E PROCESSO DE EXECUÇÃO DO MÓDULO MATPOWER...............................................................................................................49FIGURA 21: TELA INICIAL DO PF ANALYST..........................................................50FIGURA 22: TELA DE BOAS-VINDAS DO PF ANALYST.......................................50FIGURA 23: TELA DE ENTRADA DE DADOS DE BARRA.....................................51FIGURA 24: MENU ARQUIVO...................................................................................51FIGURA 25: DIÁLOGO DE CONFIRMAÇÃO DE TÉRMINO DA EXECUÇÃO........51FIGURA 26: DIÁLOGO DE SALVAMENTO DO ARQUIVO......................................52FIGURA 27: SÍMBOLOS DA VERIFICAÇÃO DE DADOS........................................52FIGURA 28: JANELA DE VERIFICAÇÃO DE DADOS.............................................53FIGURA 29: MENU DADOS.......................................................................................54

FIGURA 30: DIÁLOGOS DE CONFIRMAÇÃO DE LIMPEZA DE DADOS..............54FIGURA 31: BARRA DE FERRAMENTAS................................................................54FIGURA 32: TELA DE ENTRADA DE DADOS DE LINHA.......................................55FIGURA 33: TELA DE ENTRADA DE DADOS DE GERAÇÃO...............................55FIGURA 34: TELA DO GERENCIADOR DE PERFIS DE SIMULAÇÃO..................56FIGURA 35: VERIFICAÇÃO DOS DADOS DE PERFIS DE SIMULAÇÃO..............56FIGURA 36: DIÁLOGO DE CONFIRMAÇÃO DE SELEÇÃO DE PERFIL DE SIMULAÇÃO...............................................................................................................57FIGURA 37: DIÁLOGO DE CONFIRMAÇÃO DO FECHAMENTO DO GERENCIADOR DE PERFIS.....................................................................................57FIGURA 38: DIÁLOGO DE CONFIRMAÇÃO DE EXCLUSÃO DE PERFIL DE SIMULAÇÃO...............................................................................................................57FIGURA 39: MENU SIMULAÇÃO..............................................................................58FIGURA 40: TELA DE EXECUÇÃO DA SIMULAÇÃO.............................................58FIGURA 41: DIÁLOGO DE AUSÊNCIA DE PERFIL DE SIMULAÇÃO....................58FIGURA 42: TELA DE EXECUÇÃO DA SIMULAÇÃO COM TODOS OS PASSOS CONCLUÍDOS............................................................................................................59FIGURA 43: TELA DE RESULTADOS......................................................................60FIGURA 44: MENU GRÁFICOS.................................................................................60FIGURA 45: TELA DE GRÁFICOS............................................................................61FIGURA 46: DIÁLOGO PARA SALVAR GRÁFICO COMO FIGURA......................61FIGURA 47: DIÁLOGO PARA SALVAR TODOS OS GRÁFICOS COMO FIGURAS......................................................................................................................................62FIGURA 48: SISTEMA DE 6 BARRAS......................................................................63FIGURA 49: SIMULAÇÃO 1: TENSÃO (MAGNITUDE E ÂNGULO)........................65FIGURA 50: SIMULAÇÃO 1: RELAÇÃO GER. REATIVA / LIMITES......................66FIGURA 51: SIMULAÇÃO 1: GERAÇÃO DE POTÊNCIA REATIVA.......................66FIGURA 52: SIMULAÇÃO 1: FLUXOS DE POTÊNCIA ATIVA................................67FIGURA 53: SIMULAÇÃO 1: PERDAS DE POTÊNCIA ATIVA...............................67FIGURA 54: SIMULAÇÃO 1: GERAÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA............................68FIGURA 55: SIMULAÇÃO 2: GERAÇÃO DE POTÊNCIA REATIVA.......................69FIGURA 56: SIMULAÇÃO 2: RELAÇÃO GER. REATIVA / LIMITES......................69FIGURA 57: SISTEMA DE 118 BARRAS..................................................................70FIGURA 58: SIMULAÇÃO 3: RELAÇÃO PERDAS / GERAÇÃO (POT. ATIVA).....71

FIGURA 59: SIMULAÇÃO 3: RELAÇÃO PERDAS / FLUXO ATIVO NAS LINHAS......................................................................................................................................72FIGURA 60: PÔSTER APRESENTADO NO XXXV COBENGE...............................73

LISTA DE EQUAÇÕES

EQUAÇÃO 1: BALANÇO DE POTÊNCIA EM UMA BARRA...................................24EQUAÇÃO 2: INJEÇÃO DE POTÊNCIA EM UMA BARRA “K”..............................25

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: DADOS DO ARQUIVO “BARRAS.TMP”..............................................40TABELA 2: DADOS DO ARQUIVO “LINHAS.TMP”................................................41TABELA 3: DADOS DE GERAÇÃO..........................................................................42TABELA 4: PARÂMETROS DE SIMULAÇÃO..........................................................43TABELA 5: DADOS DO ARQUIVO “PFA” – BARRAS............................................47TABELA 6: DADOS DO ARQUIVO “PFA” – LINHAS..............................................47TABELA 7: DADOS DO ARQUIVO “PFA” – GERAÇÃO.........................................48TABELA 8: DADOS DO ARQUIVO “PFA” – RESULTADOS DE LINHA................48TABELA 9: SISTEMA DE 6 BARRAS – DADOS DE BARRA..................................63TABELA 10: SISTEMA DE 6 BARRAS – DADOS DE LINHA..................................63TABELA 11: SISTEMA DE 6 BARRAS – DADOS DE GERAÇÃO..........................64TABELA 12: SIMULAÇÃO 1: RESULTADOS DE BARRA......................................65TABELA 13: SIMULAÇÃO 1: RESULTADOS DE LINHA........................................66TABELA 14: SIMULAÇÃO 1: RESULTADOS DE GERAÇÃO.................................67TABELA 15: COMPARATIVO DA MAGNITUDE DAS TENSÕES NAS BARRAS..69

LISTA DE SIGLAS

AC – Alternate Current (Corrente alternada)CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia ElétricaDC – Direct Current (Corrente contínua)IEEE – Institute of Electrical and Electronics EngineersPSERC – Power Systems Engineering Research CenterSEP – Sistema Elétrico de PotênciaUFPR – Universidade Federal do Paraná

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 15 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO ............................................................... 15

1.2 COMO É HOJE ..................................................................................................... 16

1.3 OBJETIVO DO PROJETO .................................................................................... 19

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ......................................................................... 21

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 22 2.1 HISTÓRICO ........................................................................................................... 22

2.2 O PROBLEMA DO CÁLCULO DO FLUXO DE POTÊNCIA ................................. 23

2.2.1 Fluxo de potência linearizado ............................................................................ 25

2.2.2 Fluxo de potência não-linear .............................................................................. 26

2.3 ESTADO DA ARTE NO CÁLCULO DO FLUXO DE POTÊNCIA ......................... 27

3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO .................................................................... 30 3.1 A PROPOSTA ....................................................................................................... 30

3.1.1 Visão ................................................................................................................... 30

3.1.2 O PF Analyst ...................................................................................................... 31

3.1.2.1 Entrada de dados ............................................................................................ 32

3.1.2.2 Parâmetros da simulação ............................................................................... 32

3.1.2.3 Exibição dos resultados .................................................................................. 32

3.2 DEFINIÇÃO DO ESCOPO .................................................................................... 33

3.2.1 Entrada de dados ............................................................................................... 33

3.2.2 Execução da simulação ..................................................................................... 34

3.2.3 Exibição dos resultados ..................................................................................... 34

3.3 IMPLEMENTAÇÃO ............................................................................................... 36

3.3.1 Ferramentas Utilizadas ...................................................................................... 36

3.3.1.1 Matlab R2006b ................................................................................................ 36

3.3.1.2 Borland C++ Builder 6 ..................................................................................... 37

3.3.2 Arquitetura do Programa .................................................................................... 38

3.3.3 Definição do Formato dos Arquivos ................................................................... 39

3.3.3.1 Arquivo “barras.tmp” ....................................................................................... 40

3.3.3.2 Arquivo “linhas.tmp” ........................................................................................ 41

3.3.3.3 Arquivo “geracao.tmp” ..................................................................................... 42

3.3.3.4 Arquivo “parametros.tmp” ............................................................................... 42

3.3.3.5 Arquivo “Perfis.per” ......................................................................................... 43

3.3.3.6 Arquivos “.pfa” ................................................................................................. 44

3.3.4 Implementação do programa ............................................................................. 48

3.3.4.1 Módulo MATPOWER ...................................................................................... 48

3.3.4.2 Inicialização ..................................................................................................... 49

3.3.4.3 Entrada de dados ............................................................................................ 50

3.3.4.4 Execução da simulação .................................................................................. 57

3.3.4.5 Exibição dos resultados .................................................................................. 59

4 RESULTADOS ......................................................................................................... 63 4.1 CASO 6 BARRAS .................................................................................................. 63

4.1.1 Dados ................................................................................................................. 63

4.1.2 Simulação 1: Limites de potência reativa atendidos .......................................... 64

4.1.3 Simulação 2: Limites de potência reativa não observados ................................ 68

4.2 CASO 118 BARRAS ............................................................................................. 70

4.2.1 Dados ................................................................................................................. 70

4.2.2 Simulação 3: Algoritmo desacoplado rápido BX ................................................ 70

4.3 PUBLICAÇÕES ..................................................................................................... 72

5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 74 6 SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS ............................................................. 76

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO

Uma das disciplinas básicas na formação de um engenheiro eletricista,

especialmente aqueles que optam pela ênfase em eletrotécnica, é a análise de

sistemas elétricos de potência (SEP). A partir dos conceitos fundamentais

abordados em sua ementa, se viabiliza o estudo de tópicos mais elaborados tais

como estabilidade de sistemas elétricos, planejamento e controle, otimização, etc. 6.

Por sua vez, uma das ferramentas mais importantes dentre as estudadas em

disciplinas de análise de sistemas elétricos de potência é o cálculo do fluxo de potência. Através deste, é possível basicamente determinar o estado operacional

de um sistema elétrico de potência, descrito em termos da tensão complexa nas

barras, para uma dada condição de geração e carregamento, e com isso, determinar

os fluxos de potência em todos os elementos que constituem a rede elétrica, tais

como linhas de transmissão e transformadores 6, 6.

O cálculo do fluxo de potência envolve a solução de um sistema de

equações não-lineares. Esta solução é obtida através do emprego de métodos

iterativos, em geral baseados no método de Newton 6. Outra característica notável

deste tipo de cálculo diz respeito ao tamanho dos sistemas. É comum se lidar com

sistemas com dezenas, centenas ou mesmo milhares de componentes. Estes

elementos, quando combinados na constituição do modelo global da rede, acabam

levando à necessidade de se efetuar milhares de operações algébricas elementares,

tarefa inviável de ser executada por um ser humano em termos de tempo e precisão.

Em vista do exposto, o emprego de computadores no cálculo do fluxo de potência

acaba sendo a única opção viável 6.

Levando em conta o que foi dito nos parágrafos anteriores, fica claro que em

disciplinas que abordam o cálculo do fluxo de potência é fundamental que o aluno

seja estimulado a realizar simulações computacionais com diversas redes elétricas,

a fim de observar os resultados e poder analisá-los em face de várias condições de

operação e com isso relacioná-los aos fundamentos teóricos vistos em aula.

15

1.2 COMO É HOJE

Existem diversas ferramentas computacionais para cálculo do fluxo de

potência, desenvolvidas nas mais diversas plataformas e focadas nos mais diversos

objetivos. Também é comum no meio acadêmico que, motivados pela relativa

simplicidade de algoritmo e abundância de bibliografia, engenheiros implementem

suas próprias rotinas, geralmente inseridas num trabalho mais abrangente, dessa

forma também focando o cálculo para a finalidade desejada.

A ferramenta de análise de SEP mais utilizada por empresas do setor

elétrico brasileiro é o ANAREDE 6, um programa formado por um conjunto de

aplicações, dentre as quais uma destinada ao cálculo do fluxo de potência. O

ANAREDE foi desenvolvido pelo CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica

– um centro de pesquisa de grande renome fundado em 1974 6.

Outra ferramenta bastante interessante é o MATPOWER. Este é na verdade

um pacote para simulação de SEP na plataforma do Matlab, um importante e

largamente utilizado programa de cálculo e desenvolvimento de aplicações

científicas (para mais detalhes, cf. 3.3.1.1). O MATPOWER incorpora os principais

algoritmos para cálculo de fluxo de potência e cálculo de fluxo de potência ótimo. É

desenvolvido pelo Power Systems Engineering Research Center (PSERC),

vinculado à Universidade de Cornell nos Estados Unidos 6.

Várias outras ferramentas computacionais poderiam ser mencionadas, tais

como PowerWorld 6, PSAT 6, etc. A página do Power Engineering Education

Committee, vinculado a Power Engineering Society do IEEE contém uma lista com

vários programas educacionais voltados ao estudo de SEP 6. A seguir, o ANAREDE

e o MATPOWER são analisados em maiores detalhes.

O ANAREDE é utilizado por grande parte das concessionárias de energia

elétrica brasileiras, bem como por instituições de ensino e de pesquisa. Sua última

versão conta com uma interface gráfica bastante atraente. Pelo seu vasto uso, é

possível encontrar arquivos de dados no formato do ANAREDE disponíveis nas

páginas eletrônicas de algumas empresas e instituições. Ainda, do ponto de vista

didático, sua utilização é vantajosa por aproximar o aluno da realidade de boa parte

do mercado brasileiro, mais provável campo de atuação do futuro engenheiro.

No entanto, alguns aspectos pesam contra sua adoção nas instituições de

ensino. Uma delas é o fato de ser uma ferramenta proprietária, requerendo licença

16

para utilização. Embora uma licença para a versão acadêmica do programa possa

ser obtida pela instituição de ensino, à custa de alguma burocracia e condicionada à

aprovação pela diretoria do CEPEL, esta apresenta importantes limitações de uso,

por exemplo, no que diz respeito a dimensão máxima do sistema6. Também merece

menção o fato de que a licença é restrita à instituição detentora da mesma. Em

outras palavras, os alunos não podem ter o programa instalado em seus

computadores pessoais, sendo obrigados a utilizarem os laboratórios de informática

da instituição de ensino, nem sempre em condições de atender a demanda. Por fim,

vale lembrar que o ANAREDE é um programa de uso profissional. Aspectos e

funcionalidades importantes do ponto de vista didático não estão presentes, tais

como facilidade para entrada de dados e simulação de sistemas pequenos,

apresentação de resultados em forma de gráficos (voltados aos interesses

educacionais) e restrição de parâmetros de simulação irrelevantes.

O MATPOWER, embora sendo de uma ferramenta bem mais limitada que o

ANAREDE, do ponto de vista educacional é equivalente. Permite a simulação de

sistemas de pequeno, médio e até mesmo grande porte por meio dos mais comuns

algoritmos de cálculo de fluxo de potência, suprindo assim a necessidade básica

anteriormente apresentada de fornecer aos alunos um meio de realizar simulações.

É gratuito e não requer licença de utilização. Para obtê-lo, basta preencher um breve

formulário diretamente na página do PSERC 6. O MATPOWER conta com uma série

de casos de teste já prontos para simulação em sua biblioteca, fornecida juntamente

com o pacote de simulação. Também é possível associar-se a uma lista de

distribuição de e-mails, canal para obtenção de suporte e intercâmbio de

experiências com usuários do programa ao redor do mundo. No âmbito do

Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná, o

MATPOWER já é utilizado com sucesso como ferramenta de simulação.

Algumas limitações também se aplicam ao MATPOWER. Embora seja de

distribuição gratuita, permitindo ao aluno possuir uma cópia em seu computador

pessoal, o MATPOWER roda em uma plataforma proprietária, o Matlab. Este, por

sua vez, por vezes não está disponível nem mesmo nos laboratórios das instituições

devido ao seu custo bastante elevado. Mesmo a versão acadêmica do programa,

suficiente para execução do Matlab, custa atualmente US$ 99,00 para compra

através da página da empresa na internet 6, valor expressivo para uma parcela

significativa dos estudantes. Portanto, embora seja possível ao aluno possuir uma

17

cópia do MATPOWER em seu computador, seu efetivo uso implica em um custo,

recaindo no mesmo problema da dependência do aluno pelas instalações nem

sempre suficientes das instituições de ensino. Em relação aos aspectos didáticos e

de utilização, o MATPOWER também deixa um pouco a desejar devido a sua

interface pouco amigável. A entrada de dados é feita através da edição de arquivos

de texto como o mostrado na Figura 1. Não há nenhuma ferramenta que facilite esta

tarefa e a edição direta dos arquivos facilmente leva a erros durante a digitação, por

vezes difíceis de se detectar em meio a uma massa um pouco maior de dados.

FIGURA 1: UM ARQUIVO DE ENTRADA DE DADOS DO MATPOWER.

A execução da simulação em si é bastante simples, mas a exibição dos

resultados é feita apenas através de um relatório gerado ao término da execução.

Tais resultados também são disponibilizados em matrizes. Ambas as formas são

ilustradas na Figura 2.

Através das matrizes de resultados o usuário pode gerar gráficos utilizando-

se dos recursos do Matlab. No entanto, estes gráficos dependem de trabalho

adicional e de conhecimento sobre Matlab, dado a ausência de qualquer ferramenta

que auxilie o aluno nesta tarefa. Isto geralmente consome um tempo razoável e

desvia o foco do aluno do estudo e sedimentação dos conhecimentos para um

trabalho “braçal” de manipulação dos dados.

18

(a) (b)FIGURA 2: RESULTADOS NO MATPOWER: (A) RELATÓRIO E (B) MATRIZ.

Esta situação é resumida nos tópicos a seguir:

• A ferramenta de cálculo de fluxo de potência MATPOWER fornece resultados

confiáveis e de forma eficaz. Contudo, o formato não é adequado a aplicações

didáticas;

• Embora o Matlab seja uma ótima ferramenta para geração de gráficos, a

manipulação dos resultados em forma de matrizes consome muito tempo;

• Os alunos que se usam do MATPOWER acabam desviando o foco do estudo e

gastam muito tempo na manipulação dos resultados, ao invés de usá-lo na

análise dos mesmos.

1.3 OBJETIVO DO PROJETO

O objetivo do projeto é prover uma ferramenta de simulação de sistemas

elétricos de potência mais adequada aos propósitos de ensino, preenchendo as

lacunas existentes no uso do MATPOWER, conforme detalhado anteriormente. À

eficácia do MATPOWER na execução do cálculo numérico de fluxo de potência é

somada uma interface amigável para entrada de dados, execução da simulação e

exibição dos resultados, resultando numa ferramenta didática, o PF Analyst, que

busca tornar o aprendizado mais simples e rápido, focado no tópico central do

estudo.

A criação de uma interface de entrada de dados elimina a necessidade de

edição de arquivos de texto. Esta tarefa passa a ser realizada através do

cadastramento dos dados em tabelas de fácil compreensão e com funcionalidades

adicionais tais como seleção de valores em listas drop-down, etc.

19

A execução da simulação torna-se mais fácil ao passo que parâmetros

desnecessários que podem confundir ou gerar resultados adversos se mal

configurados são deixados de lado. Apenas os parâmetros principais são

configurados de forma simples e menos vulnerável a erros.

A análise dos resultados é a alteração mais notável: a manipulação das

matrizes de resultados (extração dos dados desejados, colagem com resultados

armazenados em outras matrizes, etc.) torna-se desnecessária. Opções pré-

definidas de gráficos e tabelas podem ser selecionadas pelo usuário de forma a

obter as informações desejadas. A exportação dos resultados para programas como

Microsoft Word ou Microsoft Excel também busca facilitar o processo de análise,

permitindo ao usuário utilizar os mesmos para fundamentar suas conclusões num

relatório, por exemplo, ou gerar gráficos diferentes dos disponibilizados no PF

Analyst.

A Figura 3 procura ilustrar através de uma comparação dos cenários “antes

e depois” da implementação do projeto, como esta ferramenta didática se encaixa no

processo normal de simulação.

FIGURA 3: COMPARAÇÃO DOS CENÁRIOS “ANTES E DEPOIS” DO PROJETO.

20

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho está divido em seções, conforme descrito nos itens da lista

abaixo:

• A seção dois apresenta uma revisão bibliográfica da literatura sobre os

fundamentos do estudo de SEP e cálculo de fluxo de potência. Também são

apresentados fundamentos e aspectos que baseiam o desenvolvimento de

ferramentas didáticas para ensino de engenharia, encontrados na literatura

específica sobre o tema;

• A seção três descreve em detalhes o desenvolvimento do projeto, em termos

da proposta (cronograma, escopo, visão, etc.) e desenrolar das fases do

trabalho;

• A quarta seção deste documento apresenta os resultados obtidos. São

apresentados três casos simulados através do PF Analyst e considerações a

respeito do que fora obtido, tendo em vista os aspectos didáticos do

programa. Também são listadas as publicações decorrentes do

desenvolvimento deste trabalho;

• As conclusões obtidas e considerações acerca do cumprimento das

expectativas estabelecidas no escopo do projeto são apresentadas na seção

cinco;

• Por fim, a seção de número seis traz sugestões de trabalhos futuros.

21

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HISTÓRICO

O objetivo básico do estudo dos SEP é compreender e dominar a tecnologia

de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, que tem a missão de

suprir a demanda crescente por energia da sociedade atual. Um SEP tem por

finalidade primordial garantir que energia elétrica é gerada em quantidade suficiente,

transmitida aos locais onde há demanda e distribuída com qualidade aos

consumidores, observando os menores custos e impactos ambientais 6.

O mercado de energia elétrica atual difere imensamente do encontrado em

seus primórdios. Assim como em praticamente todas as áreas, a competição tornou

este ambiente bastante hostil e exigente em termos de tecnologia e excelência

operacional. A natureza de longo prazo dos investimentos deste setor exige ainda

mais da capacidade dos técnicos e gestores em otimizar recursos, reduzir custos e

explorar oportunidades do mercado de forma a obter o retorno desejado sobre os

ativos de grande monta que representam usinas, linhas de transmissão e sistemas

de distribuição de energia elétrica. Soma-se a isso ainda a dependência da

sociedade por energia elétrica como alavanca do crescimento econômico e até

mesmo ferramenta de inclusão social.

Buscando atender as exigências deste cenário, cada vez mais as

tecnologias e sistemas de informação têm sido usados no auxílio à operação

eficiente do sistema e como fonte de dados que sirvam de substrato ao

planejamento acurado de novos investimentos, manutenção e aumento da

rentabilidade dos existentes 6. Neste quesito, programas computacionais de

monitoramento, simulação e auxílio à tomada de decisão são destaques.

A evolução dos programas para cálculo do fluxo de potência é notável. No

início dos estudos e da operação dos primeiros SEP, simulações eram realizadas

através de modelos físicos reduzidos, em corrente contínua, dos sistemas reais.

Fontes de corrente contínua eram usadas para representar geradores, resistores

faziam o papel das cargas e fios especialmente dimensionados faziam às vezes de

linhas de transmissão. Tensões e correntes eram então encontradas através da

medição direta, empiricamente. Estes modelos, embora funcionando com corrente

contínua, forneciam uma aproximação razoável do comportamento do sistema real

22

em corrente alternada 6. Nas décadas seguintes, com o advento da computação, os

engenheiros puderam contar com formas mais eficazes de cálculo através da

modelagem matemática dos sistemas e simulação em computadores. Os modelos

não mais precisaram ser construídos fisicamente, passaram a ser construídos

“virtualmente”, e não mais precisavam ser modelos DC, puderam ser representações

mais fiéis dos sistemas AC reais, com suas peculiaridades.

2.2 O PROBLEMA DO CÁLCULO DO FLUXO DE POTÊNCIA

Diversas definições sobre o cálculo do fluxo de potência são encontradas na

literatura, bastante semelhantes entre si. Uma das definições diz que:

“O cálculo de fluxo de carga (ou fluxo de potência) em uma rede de energia elétrica consiste essencialmente na determinação do estado (tensões complexas nas barras), da distribuição dos fluxos (potências ativas e reativas que fluem pelas linhas e transformadores) e de algumas outras grandezas de interesse.”6

Em outras palavras, é possível conceituar o cálculo do fluxo de potência

como a seguir:

“A análise do fluxo de potência se ocupa de descrever o estado operacional de um sistema, sendo este compreendido como uma rede de geradores, linhas de transmissão e cargas […].Dadas certas grandezas conhecidas – tipicamente, a quantidade de potência gerada e consumida em diferentes pontos – a análise do fluxo de potência permite a determinação de outras grandezas. A mais importante destas é a tensão [complexa] através do sistema de transmissão […]. Com as tensões conhecidas, a corrente fluindo em cada linha é facilmente calculada […].”6

Em qualquer uma das definições, no entanto, fica claro que com base nos

dados sobre configuração do sistema, características dos equipamentos e potência

gerada e consumida, é realizado o cálculo da tensão complexa nas barras e das

demais variáveis. A forma como estas tensões são calculadas é o ponto chave.

A formulação básica do problema consiste na aplicação de duas leis

fundamentais da análise de circuitos elétricos: a primeira lei de Kirchhoff e a lei de

Ohm.

23

Considere uma barra qualquer “k” do sistema conforme ilustrado na Figura

4. Através da primeira Lei de Kirchhoff é possível estabelecer as equações do

balanço de potência para a barra em questão.

FIGURA 4: BARRA GENÉRICA DE UM SISTEMA.

Para a barra da figura, o balanço de potência é formulado como apresentado

na equação abaixo, onde Ωk é o conjunto de barras ligadas à barra “k. O símbolo Vm

corresponde a tensão em uma barra “m” qualquer e o símbolo θm corresponde ao

ângulo em relação a referência de uma barra “m”.

( )

( )∑

Ω∈

Ω∈

=+−

=−

k

k

mmkmkkm

shkLkGk

mmkmkkmDkGk

VVQQQQ

VVPPP

θθ

θθ

,,,

,,, EQUAÇÃO 1:

BALANÇO DE

POTÊNCIA EM

UMA BARRA

(1)

A Figura 5 contém a representação do modelo atribuído a uma linha de

transmissão.

FIGURA 5: MODELAGEM DE UM RAMO DO SISTEMA.

24

O valor das injeções de potência ativa e reativa na barra “k” pode ser

calculado pelas expressões que se seguem.

( ) ( )( )

( ) ( )( )∑

Ω∈

Ω∈

−==−

+==−

k

k

mkmkmkmkmmkkLkGk

mkmkmkmkmmkkDkGk

bgVVQQQ

bgVVPPP

θθ

θθ

cossen

sencos EQUAÇÃO 2: INJEÇÃO DE

POTÊNCIA EM UMA

BARRA “K”

(2)

O cálculo do fluxo de potência consiste na solução de um sistema de

equações envolvendo estas apresentadas acima, de natureza não-linear. Para tal,

lança-se mão de dois artifícios: i) linearização das equações ou ii) emprego de um

método de solução iterativo. Nas seções a seguir ambas as possibilidades serão

abordadas muito brevemente. Para maiores detalhes, sugere-se consultar a

literatura específica.

2.2.1 Fluxo de potência linearizado

O fluxo de potência linearizado tira proveito do acoplamento P-θ

característico dos SEP para eliminar as parcelas não-lineares das expressões

apresentadas na Equação 2 e torná-las lineares. Assim, a solução do problema

passa a ser uma simples inversão de matriz (solução do sistema de equações) que

permite encontrar o valor da abertura angular (θ) entre as barras, e substituição

algébrica de variáveis para cálculo do fluxo de potência.

Algumas simplificações são feitas neste caso:

• Resistência e elementos em derivação (shunt) das linhas são desprezados;

• Tap de transformadores considerados unitários.

Finalmente, adotando-se as seguintes aproximações, obtêm-se versões

lineares das expressões da Equação 2.

• Magnitude das tensões nas barras aproximadamente iguais a 1 pu;

• Abertura angular entre as barras pequena, logo sen(θkm) ≈ θkm e cos(θkm) ≈ 1;

25

Todas estas aproximações são tanto mais verdadeiras quanto maior o nível

de tensão, fazendo com que este tipo de abordagem seja bastante interessante para

sistemas de transmissão em tensões elevadas.

Cabe ressaltar que este método resulta em uma solução aproximada. O

valor da potência reativa neste caso é zero, bem como das perdas ativas (uma vez

que a resistência das linhas é desprezada).

2.2.2 Fluxo de potência não-linear

Como já citado anteriormente, o objetivo do cálculo do fluxo de potência é a

determinação dos valores de V e θ que satisfazem a igualdade das expressões da

Equação 2. Este cálculo, dada a natureza não-linear destas equações, dá-se por um

processo iterativo.

Para cada barra do sistema existem quatro variáveis a serem determinadas:

Pk, Qk, Vk e θk. Portanto, considerando-se que um sistema tenha “N” barras, o

número de variáveis a serem encontradas corresponde a quatro vezes o valor de

“N”. Como temos duas equações para cada barra, temos apenas metade do número

de equações necessárias para solução do problema (4N variáveis e 2N equações).

Para resolver este problema, para cada barra, duas grandezas são

estipuladas ou conhecidas, e isto faz com que as barras possam ser classificadas

como listado abaixo:

• Barra Vθ: valores Vk e θk conhecidos;

• Barra PQ: valores Pk e Qk conhecidos;

• Barra PV: valores de Pk e Vk conhecidos.

Uma vez que as equações são não-lineares a solução do sistema, agora

com 2N incógnitas e 2N equações, não se dá por simples substituição de valores.

Um processo iterativo é utilizado para encontrar a solução.

Vários algoritmos podem ser empregados na solução deste problema. Os

mais eficientes, e portanto os mais comumente utilizados são o método de Newton e

uma variação deste, o desacoplado rápido 6.

O método de Newton é uma forma clássica do cálculo numérico para

solução de sistemas de equações. Especialmente no caso do cálculo do fluxo de

26

potência em sistemas elétricos, mostra-se bastante robusto e confiável. No entanto,

envolve o cálculo de derivadas parciais a cada iteração (a chamada matriz

Jacobiana), o que o torna computacionalmente exigente guardadas as devidas

proporções. Nos computadores poderosos de que se dispõe atualmente esta

“ineficiência” pode passar despercebida, especialmente quando se estuda casos de

pequeno porte.

Baseados no método de Newton foram desenvolvidos os métodos

desacoplado e desacoplado rápido. Ambos tiram proveito do desacoplamento Pθ-

QV característico do cálculo do fluxo de potência. Dois fatos são observados em

grande parte dos sistemas de potência: i) a componente reativa das linhas de

transmissão é mais representativa do que a componente resistiva; e ii) a diferença

ou abertura angular entre duas barras do sistema é pequena. Estes dois fatos fazem

com que se observe uma dependência dominante da abertura angular entre duas

barras no cálculo do fluxo de potência ativa entre elas, e da diferença da magnitude

das tensões no cálculo do fluxo de potência reativa.

Em termos matemáticos, a maior sensibilidade da potência ativa em relação

à abertura angular e da potência reativa em relação à diferença da magnitude das

tensões se reflete no cálculo da matriz Jacobiana. Regiões definidas desta matriz

podem ser desprezadas ou feitas constantes, simplificando consideravelmente a

complexidade de cada iteração. Cabe ressaltar que tais simplificações não alteram o

resultado final obtido pelo método desacoplado em relação ao método de Newton.

Os métodos desacoplados são especialmente recomendáveis para sistemas de

tensão elevada (>230 kV).

2.3 ESTADO DA ARTE NO CÁLCULO DO FLUXO DE POTÊNCIA

Os sistemas elétricos reais, além de possuírem um número elevado de

barras, são cada vez mais interligados, buscando-se maior confiabilidade. Controles

sofisticados também são empregados por diversas razões técnicas e econômicas

tais como melhora da qualidade da energia e redução de perdas. Todos estes

fatores fazem com que haja uma constante necessidade de desenvolvimento e

aprimoramento das ferramentas de gerenciamento e operação destes sistemas.

Muito da pesquisa nos dias de hoje concentra-se no desenvolvimento de

ferramentas de visualização para sistemas elétricos. Novamente dando destaque a

27

dimensão elevada destes sistemas, observa-se dificuldade dos técnicos e

engenheiros em intervir com a rapidez necessária em caso de problemas se o que

respaldar estas ações for grandes conjuntos de resultados numéricos que

demandam tempo para serem analisados. Na prática, isso dificulta a operação eficaz

do sistema. O estudo das ferramentas de visualização busca basicamente prover

formas de traduzir os milhares de resultados numéricos associados a um sistema

elétrico em imagens que sintetizem a condição operacional do sistema e permita

rápida identificação de problemas ou situações que exijam intervenção dos técnicos

de operação 6.

A Figura 6 6, por exemplo, ilustra um dos artifícios utilizados que visam

representar a ocupação das linhas de transmissão através de setas animadas cujo

tamanho é proporcional a ocupação. Este tipo de representação permite uma rápida

identificação de linhas sobrecarregadas. Além disso, gráficos “pizza” são mostrados

com o mesmo objetivo porém acompanhados de um valor numérico percentual.

FIGURA 6: VISUALIZAÇÃO DE FLUXO DE POTÊNCIA.

Recursos de visualização que se relacionam com a posição geográfica do

sistema também são empregados. Um deles é a representação dos níveis de tensão

na forma de um código de cores sobreposto a uma imagem de satélite ou mapa do

sistema, como mostra a Figura 7 6.

28

FIGURA 7: VISUALIZAÇÃODOS NÍVEIS DE TENSÃO EM UM SISTEMA.

Vários outros recursos são encontrados principalmente em programas

comerciais como o PowerWorld e o ANAREDE. Isto demonstra a tendência dos

programas à adoção destas ferramentas.

29

3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

3.1 A PROPOSTA

3.1.1 Visão

O programa a ser desenvolvido visa preencher parte da lacuna existente no

tocante a ferramentas didáticas para ensino de engenharia. É notável, em âmbito

nacional, a falta de ferramentas de cunho didático voltadas ao ensino de engenharia.

As utilizadas nos cursos são em sua maioria estrangeiras, normalmente nem mesmo

contando com uma versão em português. Exemplo disso são programas de

simulação de circuitos, tais como PSpice, Electronics Workbench, ou programas

para instrumentação, tais como LabView. Cabe ainda observar que estes citados

não são voltados a fins didáticos, embora se prestem parcialmente também a esse

propósito.

No tocante ao estudo de SEP, o que se oferta ao aluno e aos professores

são as ferramentas desenvolvidas para uso profissional, algumas de

desenvolvimento nacional, tais como o ANAREDE. O uso desse tipo de ferramenta,

embora aproxime o corpo discente da realidade das concessionárias e empresas de

energia, não é de grande valia no auxílio à sedimentação dos conhecimentos acerca

do assunto e aumento da capacidade de análise e compreensão do problema de

fluxo de potência, principal ferramenta para estudo de sistemas de potência. Além

disso, por serem voltadas a sistemas reais, de grande porte, não são adaptadas a

simulação de pequenos sistemas de teste: a entrada de dados é trabalhosa, se feita

manualmente, a definição dos parâmetros de simulação pode ser difícil e a tradução

dos resultados numéricos da simulação em gráficos e outras formas de visualização

úteis ao aprendizado demandam trabalho extra.

Uma prática usual em alguns cursos é a proposição de trabalhos em que o

aluno deve programar alguma das rotinas de cálculo de fluxo de potência. Esta

tarefa envolve além dos conceitos do problema elétrico, conceitos de programação.

Embora seja matéria conhecida dos engenheiros, nem todos tem facilidade para

programação. Isso desvia o foco dos alunos que precisam se preocupar mais com

questões de implementação do que com o problema elétrico por trás do programa.

Considerando que a engenharia elétrica engloba cada vez mais áreas do

30

conhecimento e que a cada dia surgem novas áreas de aplicação, é interessante

que os cursos de engenharia contemplem essa diversidade oferecendo ao aluno

uma visão o mais ampla possível das áreas de atuação.

Assim, para que as disciplinas se adaptem a essa nova realidade, sugere-se

o uso de ferramentas que acelerem o aprendizado do aluno, tendo em vista que a

duração do curso é restrita, e facilitem a exposição dos assuntos feita pelos

professores.

Isto posto, voltando-se ao estudo de SEP e mais precisamente ao cálculo do

fluxo de potência, convém delimitar os principais pontos que devem ser trabalhados

em busca da obtenção de uma ferramenta didática de boa qualidade:

• Entrada de dados;

• Execução da simulação;

• Exibição de resultados.

Estas são as três principais tarefas do processo de simulação de sistemas

elétricos de potência no contexto apresentado. Numa ferramenta voltada ao ensino,

todo o processo precisa ser adaptado.

3.1.2 O PF Analyst

Levando em consideração o que foi dito na seção anterior, propôs-se a

criação do PF Analyst, um programa de simulação de SEP de cunho didático, cujas

funcionalidades suprem a necessidade de uma entrada de dados facilitada, bem

como a execução da simulação e uma forma de visualização dos resultados que

fosse atraente e eficiente para propósitos de aprendizado.

O desenvolvimento do PF Analyst não abrangeu a implementação das

rotinas de cálculo do fluxo de potência. Ao invés disso, o MATPOWER foi usado

numa arquitetura de software melhor descrita na Seção 3.3.2.

As considerações levadas em conta no desenvolvimento do programa são

apresentadas de forma mais elaborada a seguir, classificadas de acordo com as

funcionalidades previstas.

31

3.1.2.1 Entrada de dados

Em termos didáticos, normalmente adotam-se sistemas de pequeno porte no

estudo do problema de fluxo de potência. Pode-se dizer que durante a exposição,

professores costumam utilizar sistemas de no máximo 5 barras, enquanto em

trabalhos ou estudos mais elaborados, utilizam sistemas cuja dimensão não

ultrapassa 200 barras. Também é comum, durante o estudo de um determinado

sistema, que se queira efetuar alterações nos dados visando demonstrar ou verificar

algum efeito no sistema.

Sendo assim, o ideal é a utilização de uma ferramenta de entrada de dados

adaptada a essas características.

3.1.2.2 Parâmetros da simulação

Em simulações convencionais, a adoção dos parâmetros de simulação recai

normalmente em valores “tradicionais” (default), de forma que o procedimento de

cálculo (execução do algoritmo) pode ser transparente ao usuário.

Assim, é interessante que os valores mais comuns dos parâmetros para

execução das simulações estejam disponíveis ao usuário, para que em caso de

dúvida, o mesmo possa aplicá-los a fim de evitar efeitos adversos em seu estudo.

3.1.2.3 Exibição dos resultados

Esta é a principal funcionalidade a ser trabalhada. A exibição dos resultados

de uma forma clara e de fácil compreensão representa o principal diferencial para a

compreensão do aluno e auxílio aos docentes na exposição do tema.

A principal ferramenta na apresentação dos resultados é o uso de gráficos.

Gráficos são uma forma familiar de representação para engenheiros e que tem

grande poder de síntese de grandes quantidades de dados e de representação de

conjuntos de dados complexos. Tabelas também são uma forma de representação

interessante em alguns casos.

32

3.2 DEFINIÇÃO DO ESCOPO

Com base na proposta detalhada na seção anterior, foi definido no início do

projeto um escopo para a primeira versão do programa. Este escopo define

objetivamente o desenvolvimento das funcionalidades do programa. Exclusões, ou

seja, itens que não serão parte do programa desenvolvido, também são claramente

definidos.

3.2.1 Entrada de dados

A entrada de dados deve atender aos seguintes requisitos:

• O sistema deve prover uma interface de entrada de dados no estilo tabela

para entrada de dados. Esses dados devem poder ser salvos em arquivos

específicos do PF Analyst;

• Através desta interface deve ser possível abrir e editar arquivos previamente

salvos;

• O sistema deve possuir filtros para verificação dos dados de entrada para as

variáveis que tiverem restrições (e.g. potência ativa deve ser um valor

positivo);

• Os dados serão divididos em: i) dados de barra, ii) dados de geração e iii)

dados de linha (ramos). Essas são as variáveis básicas para execução das

simulações;

• Todos os sistemas de teste já existentes no MATPOWER deverão ser

incluídos em uma biblioteca de casos, desde que atendam limitações

impostas (número de barras, etc.).

Não são parte do escopo, no tocante a interface de entrada de dados, as

seguintes características:

• Ferramenta para desenho do sistema;

• Leitura de arquivos de dados e formato texto diferentes dos descritos

em documento específico.

33

3.2.2 Execução da simulação

O MATPOWER possui 73 parâmetros de simulação passíveis de alteração 6.

Nesta versão inicial do programa, apenas os seguintes parâmetros serão ajustáveis

pelo usuário:

• Algoritmo de cálculo: algoritmo de fluxo de potência a ser utilizado:

o Método de Newton;

o Desacoplado rápido – versão XB;

o Desacoplado rápido – versão BX;

o Gauss-Seidel;

o Formulação DC (linearizado).

• Tolerância para o valor do erro em P e Q: valor admitido para o erro durante o

processo iterativo;

• Número máximo de iterações (quando selecionado um algoritmo iterativo);

• Opção de forçar o atendimento dos limites de potência reativa dos geradores.

O ajuste dos demais parâmetros fica excluído do escopo da primeira versão.

Outras definições de escopo encontram-se na listagem abaixo:

• Deve ser possível salvar em arquivos as configurações de simulação que o

usuário defina, criando-se uma espécie de “perfil de simulação”. Estes perfis

de simulação podem ser usados posteriormente em outras simulações;

• Para evitar dificuldade de compreensão por parte do usuário, opções que não

digam respeito ao algoritmo de cálculo utilizado devem ser desabilitadas;

• O usuário deve poder optar pela exibição ou não de um sumário dos

resultados após a execução da simulação.

3.2.3 Exibição dos resultados

A exibição dos resultados deve ser feita através de gráficos e tabelas. Os

gráficos a serem gerados pelo PF Analyst são divididos em 5 categorias: i) Perfil de

tensão; ii) Geração; iii) Perdas; iv) Fluxos; e v) Cargas. Esta divisão em categorias

visa facilitar a localização dos gráficos e deve ser refletida no programa. A seguir a

listagem completa de gráficos a serem gerados:

34

• Perfil de tensão:

o Magnitude da tensão nas barras;

o Ângulo da tensão nas barras;

• Geração:

o Potência ativa gerada pelas máquinas;

o Potência reativa gerada ou consumida pelas máquinas;

o Distribuição percentual da geração total entre as máquinas;

o Relação percentual entre geração / consumo de reativos das máquinas

e seus limites;

• Perdas:

o Relação percentual entre total de perdas ativas e total de geração

ativa;

o Perdas ativas por linha;

o “Perdas” reativas por linha;

o Relação percentual entre perdas ativas e fluxo de potência ativa nas

linhas;

o Distribuição percentual das perdas ativas pelas linhas;

• Fluxos:

o Fluxo de potência ativa nas linhas;

o Taxa de ocupação das linhas em relação aos seus limites;

• Cargas:

o Distribuição percentual do total de cargas pelas barras.

As tabelas de resultados devem compreender os fluxos de potência ativa e

reativa nas barras de origem e destino e tensões complexas nas barras (magnitude

e ângulo).

Outras funcionalidades que devem ser implementadas no programa são

listadas abaixo:

• Deve ser possível salvar os gráficos em figuras nos formatos “bmp” (Bitmap),

“wmf” (Metafile) e “emf” (Enhanced metafile);

• Exportação dos resultados para uma planilha em formato CSV (para edição

no programa Microsoft Excel).

35

3.3 IMPLEMENTAÇÃO

3.3.1 Ferramentas Utilizadas

Duas ferramentas de desenvolvimento foram utilizadas: o Matlab R2006b e

o Borland C++ Builder 6. A seguir um breve descritivo de cada uma dessas

ferramentas

3.3.1.1 Matlab R2006b

O Matlab é uma linguagem de alto nível e um ambiente interativo de

programação, que permite o desenvolvimento de aplicações complexas e

computacionalmente exigentes de forma mais rápida do que utilizando as linguagens

tradicionais, tais como C, C++ 6. Além desta característica, outros aspectos tornam a

utilização do Matlab massiva no meio acadêmico e industrial, tais como eficiência no

trato de matrizes e variedade de tool boxes disponíveis. As tool boxes são conjuntos

de funções específicas sobre uma determinada área, tais como redes neurais,

estatística, processamento de imagens, etc., que eliminam a necessidade de se

desenvolver o ferramental básico para estas áreas e aceleram o tempo de

desenvolvimento. O Matlab é a plataforma usada pelo MATPOWER e para o

desenvolvimento do módulo “MATPOWER” do PF Analyst. A Figura 8 ilustra o

ambiente de trabalho do Matlab.

36

FIGURA 8: AMBIENTE DO MATLAB R2006B.

3.3.1.2 Borland C++ Builder 6

O Borland C++ Builder 6 é um ambiente de programação visual para

linguagem C++, voltado ao desenvolvimento de aplicações para Windows. A

empresa Borland, desenvolvedora do programa, é uma das líderes neste segmento

e desenvolve várias outras suítes de aplicativos para programação.

O Borland C++ Builder 6 foi utilizado para o desenvolvimento do PF Analyst

como um todo. A Figura 9 ilustra o programa em execução.

FIGURA 9: AMBIENTE DO BORLAND C++ BUILDER 6.

37

3.3.2 Arquitetura do Programa

Conforme já fora mencionado, o PF Analyst utiliza para efetiva realização

dos cálculos do fluxo de potência o MATPOWER. No entanto, deve ficar claro que

não há dependência do programa em relação ao Matlab. A arquitetura utilizada

permite total dissociação entre PF Analyst e Matlab, tornando a utilização do

MATPOWER totalmente transparente ao usuário. Para o usuário, só existe um

programa, o PF Analyst. A Figura 10 ilustra este conceito e a forma de interação

entre MATPOWER (Matlab) e PF Analyst (aplicação em C++).

Esta arquitetura é viabilizada com o uso do Matlab Compiler, que permite

transformar uma rotina do Matlab em um programa executável em linguagem C 6.

Algumas modificações foram incorporadas ao código do MATPOWER de forma que

este seja capaz de ler arquivos no formato texto contendo dados para simulação e

escrever arquivos de texto contendo os resultados desta simulação, e por fim a

rotina foi convertida em um programa em linguagem C. O PF Analyst cria os

arquivos de texto com os dados que o MATPOWER precisa para fazer a simulação

e comanda sua execução em background 6. Durante a execução o PF Analyst entra

em modo de espera, até que os arquivos com resultados sejam gerados pelo

MATPOWER. Estes arquivos são lidos pelo PF Analyst e a partir dele todos os

gráficos, tabelas e relatórios são criados.

FIGURA 10: INTERLIGAÇÃO ENTRE MATPOWER E PF ANALYST.

A forma como os dados são organizados e tratados pelo PF Analyst é

ilustrada no diagrama de fluxo de dados da Figura 11, bem como a divisão do

programa em módulos.

38

FIGURA 11: DIAGRAMA DE FLUXO DE DADOS DO PF ANALYST.

Os dados do sistema elétrico, que podem ser digitados pelo usuário ou

obtidos de um arquivo previamente criado, são exportados para arquivos

temporários em formato texto. A este grupo de arquivos se junta outro, nos mesmos

moldes, contendo os parâmetros de simulação, e com isso, o MATPOWER têm

condições de executar todos os cálculos necessários e retornar, também na forma

de arquivos em formato texto temporários, todos os resultados numéricos da

simulação. O PF Analyst interpreta estes dados e permite ao usuário a sua

visualização na forma de gráficos e tabelas, bem como a exportação para relatório

em formato separado por vírgulas (csv) que pode ser lido pelo Microsoft Excel, além

de salvá-los em um arquivo, possibilitando que sejam recuperados posteriormente,

sem necessidade de executar a simulação novamente.

3.3.3 Definição do Formato dos Arquivos

O formato dos arquivos contidos no diagrama da Figura 11 é descrito nas

seções que se seguem em termos da interpretação e eventuais restrições a serem

usadas na validação dos dados informados pelo usuário.

Os arquivos com extensão “tmp” são temporários. São criados quando

necessário e apagados tão logo deixem de sê-lo.

39

3.3.3.1 Arquivo “barras.tmp”

O arquivo “barras.tmp” é usado pelo módulo “MATPOWER” como dado de

entrada. É gerado pelo módulo “Entrada de dados” e possui os dados de barra do

sistema elétrico a ser simulado. As 13 variáveis envolvidas são listadas na Tabela 1.

As restrições impostas às variáveis são também descritas e são necessárias para

garantir que não haja erros na execução do cálculo do fluxo de potência devido a

inconsistência nos dados.

Os dados no arquivo são delimitados por tabulação (colunas). Um exemplo é

mostrado na Figura 12.

TABELA 1: DADOS DO ARQUIVO “BARRAS.TMP”.

Variável Tipo Interpretação Restriçõesbus_number Inteiro Número da barra 1 ≤ bus_number ≤ 29997

bus_type Texto Tipo da barra

bus_type = “PQ” OU

bus_type = “PV” OU

bus_type = “reference” OU

bus_type = “isolated”Pd Real Demanda de potência ativa (MW) Pd ≥ 0Qd Real Demanda de potência ativa (MVAR) -Gs Real Condutância shunt (MW a V = 1 pu) Gs ≥ 0, default = 0

Bs RealSusceptância shunt (MVAR a V = 1

pu)default = 0

area_number Inteiro Área da barra1 ≤ area_number ≤ 100,

default = 1Vm Real Magnitude da tensão (pu) Vm ≥ 0Va Real Ângulo da tensão (graus) 0 ≤ Va ≤ 360

base_kV Real Tensão de base da barra (kV) base_kV > 0zone Inteiro Zona de perdas 1 ≤ zone ≤ 999Vmax Real Tensão máxima admitida (pu) Vmax ≥ VmVmin Real Tensão mínima admitida (pu) 0 ≤ Vmin ≤ Vm

40

FIGURA 12: FORMATO DO ARQUIVO “BARRAS.TMP”.

3.3.3.2 Arquivo “linhas.tmp”

O arquivo “linhas.tmp” também é usado pelo módulo “MATPOWER” como

dado de entrada e contém as informações pertinentes as linhas de transmissão do

sistema ou transformadores. Como indica o diagrama da Figura 11, é gerado pelo

módulo “Entrada de dados”. Suas 11 variáveis são descritas na Tabela 2.

TABELA 2: DADOS DO ARQUIVO “LINHAS.TMP”.

Variável Tipo Interpretação Restriçõesfrom Inteiro Barra de partida da linha from ⊂ [1 : bus_number]

to Inteiro Barra de chegada da linha to ≠ from, ⊂ [1 : bus_number]r Real Resistência (pu) r ≥ 0x Real Reatância (pu) x ≥ 0b Real Susceptância shunt total (pu) b ≥ 0

rateA RealCapacidade da linha em regime

permanente (MVA)rateA > 0

rateB RealCapacidade da linha em regime

transitório (MVA)rateB > rateA, default = 0

rateC RealCapacidade da linha em

emergência (MVA)rateC > rateB, default = 0

ratio RealRelação de transformação

(quando de transformadores)

ratio = 0 (linhas) OU

ratio > 0

angle RealÂngulo de defasagem (quando de

transformadores defasadores)0 ≤ angle ≤ 360

status Texto Condição inicial da linha / ramostatus = “in service” OU

status = “out of service”

A Figura 13 ilustra o padrão de formatação destes arquivos. Os dados são

separados em colunas, delimitadas por tabulações.

FIGURA 13: FORMATO PADRÃO DO ARQUIVO “LINHAS.TMP”.

41

3.3.3.3 Arquivo “geracao.tmp”

Este arquivo também gerado pelo modulo “Entrada de dados” é mais um do

conjunto de dados de entrada do módulo “MATPOWER, carregando por sua vez os

dados dos geradores do sistema. Compreende 10 variáveis caracterizadas na

Tabela 3.

Na Figura 14 se observa o padrão utilizado neste arquivos, com dados

dispostos em colunas delimitadas por tabulações, de forma bastante similar aos

anteriores. Este formato á bastante adequado para leitura pelo módulo

“MATPOWER”.

TABELA 3: DADOS DE GERAÇÃO.

Variável Tipo Interpretação Restriçõesgen_bus Inteiro Barra do gerador gen_bus ⊂ [1 : bus_number]

Pg Real Potência ativa (MW) Pg ≥ 0Qg Real Potência reativa (MVAR) -

Qmax RealPotência reativa máxima

admitida (MVAR)Qmax > Qg

Qmin RealPotência reativa mínima admitida

(MVAR)Qmin < Qg

Vg Real Tensão (pu) Vg ≥ 0mBase Real Potência de base mBase > 0

gen_status TextoCondição de operação da

máquina

gen_status = “in service” OU

gen_status = “out of service”

Pmax RealPotência ativa máxima admitida

(MVAR)Pmax > Pg > 0

Pmin RealPotência ativa mínima admitida

(MVAR)0 ≤ Pmin < Pg

FIGURA 14: FORMATO PADRÃO DO ARQUIVO “GERACAO.TMP”.

3.3.3.4 Arquivo “parametros.tmp”

Este arquivo contém os parâmetros de simulação definidos pelo usuário no

módulo “Parametrização”. Reúne apenas 5 variáveis, conforme exposto na Tabela 4.

O arquivo de texto é formatado de forma a ter apenas uma linha, e os valores dos

42

parâmetros são separados em colunas por tabulações, conforme ilustrado na Figura

15.

TABELA 4: PARÂMETROS DE SIMULAÇÃO.

Variável Tipo Interpretação Restrições

algoritmo TextoAlgoritmo de fluxo de potência a

ser usado

algoritmo = “Newton” OU

algoritmo = “des_XB” OU

algoritmo = “des_BX” OU

algoritmo = “Gauss-Siedel” OU

algoritmo = “DC”

tol RealErro tolerado no processo

iterativo para P e Qtol > 0, default = 10 -8

num_it Inteiro Número máximo de iterações num_it > 0

force_Q Texto

Opção de forçar o atendimento

dos limites de reativos das

máquinas

force_Q = “sim” OU

force_Q = “nao” = “DC”

baseMVA RealPotência de base global do

sistemabaseMVA > 0

FIGURA 15: FORMATO PADRÃO DO ARQUIVO “PARAMETROS.TMP”.

3.3.3.5 Arquivo “Perfis.per”

Este arquivo armazena os perfis de simulação criados pelo usuário ou já

incorporados na instalação do programa. Contém basicamente as informações do

arquivo “parametros.tmp”, apenas com a adição da opção sobre exibição ou não do

resumo dos resultados ao término da simulação. O padrão de formatação do arquivo

é descrito na Figura 16.

Como se pode observar existe uma série de hífens (20) delimitando cada um

dos perfis, e o número de perfis é explicitado no início do arquivo para facilitar a

leitura e alocação de memória pelo PF Analyst. Cada perfil é identificado pelo seu

nome, entre chaves assim como os outros dados em forma de texto contidos no

arquivo. Em seguida ao nome, alinhados por uma tabulação, estão os demais dados

43

pertinentes. Há sempre um identificador, tal como “Formulação:” seguido de um

espaço, e o valor de fato atribuído ao parâmetro.

FIGURA 16: FORMATO PADRÃO DO ARQUIVO “PERFIS.PER”

3.3.3.6 Arquivos “.pfa”

A extensão “pfa” é reservada aos arquivos salvos pelo PF Analyst para

armazenar os dados de sistema e resultados de simulação, no formato próprio do

programa. Refletem basicamente a disposição dos dados nas tabelas de entrada de

dados do programa, visando facilitar a criação e leitura do arquivo.

Os arquivos “pfa” admitem vários níveis de informação, a listar:

• Nível 1: Dados do sistema:

o Dados de barra;

o Dados de linha;

o Dados de geração

• Nível 2: Perfil de simulação;

• Nível 3: Resultados.

O usuário pode salvar os dados do sistema estejam estes completos ou não.

Se houver um perfil de simulação já selecionado, este dado também pode ser salvo

a qualquer momento. Já os resultados, no entanto, só estarão disponíveis após a

simulação ter sido executada, implicando que os demais dados também estejam

44

completos. Para possibilitar a leitura correta do arquivo, um cabeçalho no início do

mesmo indica quais dados estão presentes.

As seções de dados do sistema são separadas entre si por uma frase

identificadora no início e uma série de hífens (20) ao final. Já os dados em si são

separados em colunas delimitadas por tabulações.

O perfil de simulação atribuído ao sistema é listado já no cabeçalho do

arquivo. Tal cabeçalho poderá conter como valores: i) a frase “[NÃO ATRIBUÍDO]”;

ou ii) o nome do perfil de simulação escolhido, e.g. “[Perfil XY]”.

Por fim, os dados de resultados de simulação são também identificados por

frases no início e uma seqüência de hífens no final, e divididos também em dados de

barra, linha e geração. Na verdade, são basicamente as mesmas matrizes de

entrada de dados, mas agora atualizadas com os resultados da simulação.

Na Figura 17 consta um exemplo de arquivo incompleto, contendo dados de

barra e linha salvos, nenhum perfil de simulação atribuído e nenhum resultado de

simulação.

FIGURA 17: EXEMPLO DE ARQUIVO "PFA" PARCIAL.

Neste exemplo, o início de cada seção é facilmente identificado como sendo

as frases no início de cada conjunto de dados, tal como “Dados de BARRA: 9

barras”. Também se nota que o número de dados a ser lido pelo PF Analyst é

45

explicitamente informado (neste caso, nove), visando facilitar a implementação das

rotinas de leitura destes arquivos, do ponto de vista de alocação de memória.

A Figura 18 ilustra um exemplo de documento completo, contendo todos os

dados de entrada, o perfil de simulação “Perfil XY” atribuído e resultados de

simulação. Devido ao espaço, não foi possível visualizar na mesma figura todo o

arquivo sem comprometimento da legibilidade. Mais detalhes sobre a disposição dos

dados serão abordados na seqüência.

Nas linhas dos identificadores, a única informação que muda é o número de

dados a ser lido. Por exemplo, caso haja apenas um gerador, a frase será “Dados de

GERAÇÃO: 1 geradores”. Não é feita flexão do substantivo em função da

quantidade (plural ou singular).

Como última observação cabe ressaltar uma peculiaridade na formatação do

cabeçalho dos arquivos: o alinhamento dos valores atribuídos a cada um dos

parâmetros é feito como descrito na Figura 19 quanto às tabulações.

FIGURA 18: EXEMPLO DE ARQUIVO “PFA” COMPLETO.

46

FIGURA 19: CABEÇALHO DOS ARQUIVOS “PFA”.

A Tabela 5 contém a descrição de como estão dispostos os dados da seção

“Dados de barra”. Como já fora dito, a configuração dos dados nas seções de dados

do sistema basicamente refletem a disposição destes nas janelas de entrada de

dados do PF Analyst, visando facilitar o carregamento e escrita dos arquivos.

Por sua vez, a Tabela 6 contém os dados da seção “Dados de linha”, e a

Tabela 7, “Dados de geração”.

TABELA 5: DADOS DO ARQUIVO “PFA” – BARRAS.

Coluna Tipo Descrição Restrições / valores permitidos1 Inteiro Número da barra > 1

2 Texto Tipo da barra“Escolha…”, “Referência”, “Barra PQ”,

“Barra PV”, “Isolada”3 Real Demanda ativa (MW) ≥ 04 Real Demanda reativa (MVAR) -5 Real Condutância (MW a V = 1 p.u.) ≥ 06 Real Susceptância (MVAR a V = 1 p.u.) -7 Real Tensão nominal (p.u.) > 08 Real Ângulo (°) 0 ≤ Ângulo ≤ 3609 Real Base de tensão > 010 Real Tensão máxima > Tensão nominal11 Real Tensão mínima 0 < Tensão mínima < Tensão nominal

TABELA 6: DADOS DO ARQUIVO “PFA” – LINHAS.

Coluna Tipo Descrição Restrições / valores permitidos1 Inteiro Número da linha > 12 Texto Barra de origem “Barra n”, n inteiro3 Texto Barra de destino “Barra m”, m inteiro ≠ n4 Texto Status “Em serviço”, “Fora de serviço”5 Real Resistência (p.u.) ≥ 0

Continua

ContinuaçãoColuna Tipo Descrição Restrições / valores permitidos

6 Real Reatância (p.u.) ≥ 07 Real Susceptância (p.u.) ≥ 0

8 Texto Tipo“Linha”, “Transformador”, “Transformador

defasador”9 Real Relação de transformação 0 para Linhas, > 0 para transformadores10 Real Defasagem 0 ≤ Defasagem ≤ 360 para transf. defasador

47

11 Real Capacidade normal (MVA) > 012 Real Capacidade de curto período (MVA) > Capacidade normal13 Real Capacidade emergencial (MVA) > Capacidade de curto período

TABELA 7: DADOS DO ARQUIVO “PFA” – GERAÇÃO.

Coluna Tipo Descrição Restrições / valores permitidos1 Inteiro Número do gerador > 12 Texto Barra do gerador “Barra n”, n inteiro3 Texto Status “Em serviço”, “Fora de serviço”4 Real Potência ativa ≥ 05 Real Potência ativa máxima > Potência ativa > 06 Real Potência ativa mínima 0 < Potência ativa mínima < Potência ativa7 Real Potência reativa -8 Real Potência reativa máxima > Potência reativa9 Real Potência reativa mínima Potência reativa mínima < Potência reativa10 Real Tensão > 011 Real Base de potência > 0

A disposição dos dados nas seções de resultados segue o mesmo

estabelecido para os dados de entrada, com exceção dos “Resultados de linha”. Nas

seções “Resultados de barra” e “Resultados de geração” apenas os valores de

algumas colunas são alterados com os resultados obtidos na simulação. Já na

seção “Resultados de linha”, existem quatro colunas a mais em relação aos dados

de entrada, destinadas a conter os valores dos fluxos de potência ativa e reativa nas

barras de origem e destino. A Tabela 8 contém mais informações sobre essas

colunas adicionais.

TABELA 8: DADOS DO ARQUIVO “PFA” – RESULTADOS DE LINHA.

Coluna Tipo Descrição Restrições / valores permitidos14 Real Fluxo de potência ativa – origem (MW) > 015 Real Fluxo de potência reativa – origem (MVAR) -16 Real Fluxo de potência ativa – destino (MW) > 017 Real Fluxo de potência reativa – destino (MVAR) -

3.3.4 Implementação do programa

3.3.4.1 Módulo MATPOWER

O módulo “MATPOWER” (cf. Figura 11) é responsável pela execução dos

cálculos em si, usando como base os dados de entrada providos pelo módulo

48

“Entrada de dados”. Os resultados são repassados ao módulo “Carregar resultados”.

Este módulo é o único desenvolvido fora do ambiente de programação Borland C++

Builder 6. Neste caso, é utilizado o Matlab para inclusão de código adicional ao

MATPOWER de forma a possibilitar a leitura dos arquivos texto gerados pelo PF

Analyst contendo os dados de entrada do problema, repasse destes às rotinas de

cálculo do MATPOWER no formato adequado e posterior escrita dos resultados em

arquivos texto a serem lidos e interpretados pelo PF Analyst. Este processo é melhor

visualizado no diagrama da Figura 20.

FIGURA 20: ALGORITMO E PROCESSO DE EXECUÇÃO DO MÓDULO MATPOWER.

Na porção da direita do diagrama também se observa alguns detalhes da

estrutura do módulo “MATPOWER”. Os blocos “Carregar dados”, “Gerar log de

erros” e “Escrever resultados” foram desenvolvidos para permitir a comunicação do

bloco “Cálculo F. P.” (que é o próprio MATPOWER) com os demais blocos do PF

Analyst (porção à esquerda do diagrama).

3.3.4.2 Inicialização

Quando o programa é executado, duas telas iniciais são apresentadas ao

usuário. Uma delas é exibida durante a inicialização do programa, e é mostrada na

Figura 21. A segunda é uma tela de boas vindas que permite acesso imediato às

funcionalidades de criar um novo caso para simulação, abrir um caso existente ou

abrir um caso da biblioteca de casos do PF Analyst. Esta tela é exibida na Figura 22.

49

FIGURA 21: TELA INICIAL DO PF ANALYST.

FIGURA 22: TELA DE BOAS-VINDAS DO PF ANALYST.

3.3.4.3 Entrada de dados

A funcionalidade de entrada de dados envolve partes dos módulos “Entrada

de dados”, “Parametrização”, “Carregar” e “Salvar” e está basicamente dividida em

quatro etapas:

• Entrada de dados de barra;

• Entrada de dados de linha;

• Entrada de dados de geração;

• Definição dos parâmetros de simulação (perfil).

As três primeiras etapas são realizadas em telas bastante semelhantes com

a da Figura 23, que corresponde a de entrada de dados de barra.

50

FIGURA 23: TELA DE ENTRADA DE DADOS DE BARRA.

Na figura também são destacadas as principais funções disponíveis, comuns

também às telas de entrada de dados de linha e de geração.

Através do menu Arquivo, mostrado na Figura 24, é possível acessar as

funções para criar um novo caso, abrir um já existente, salvar o atual com um nome

diferente ou em local diferente (“Salvar como...”) e sair do programa. Um diálogo de

confirmação como o da Figura 25 é mostrado quando a opção “Sair” é selecionada.

FIGURA 24: MENU ARQUIVO.

FIGURA 25: DIÁLOGO DE CONFIRMAÇÃO DE TÉRMINO DA EXECUÇÃO.

Ao comandar o término do programa, caso o usuário esteja editando um

caso e ainda não o tenha salvado, um diálogo adicional ao da Figura 25 é mostrado,

51

alertando-o para o fato e provendo a oportunidade de salvá-lo. Este diálogo é

ilustrado na Figura 26.

FIGURA 26: DIÁLOGO DE SALVAMENTO DO ARQUIVO.

Na parte inferior da tela se observa a verificação dos dados. Baseando-se

nas regras de validação dos dados da Tabela 5 para dados de barra, Tabela 6 para

dados de linha e Tabela 7 para dados de geração. O símbolo associado a cada uma

das fases muda conforme a existência ou não de erros, conforme mostrado na

Figura 27.

FIGURA 27: SÍMBOLOS DA VERIFICAÇÃO DE DADOS.

A verificação dos dados é realizada através do botão “Verificar” na parte

inferior direita da janela. Nesta área também estão localizados os botões de

navegação entre as telas (“Avançar” e “Voltar”, dependendo da tela em que o

usuário se encontra) e “Simular”. A realização da simulação só é permitida se

nenhuma das etapas contiver erros em seus dados.

Ao se executar a verificação dos dados a janela da Figura 28 é mostrada,

contendo a barra, linha ou gerador em que se observaram eventuais erros, e uma

mensagem. Nesta tela também se observa um botão para aba de verificação de

alertas. A verificação de alertas visa inspecionar os dados e localizar valores que

embora permitidos, fujam do padrão esperado. Essa verificação ainda não foi

implementada.

52

FIGURA 28: JANELA DE VERIFICAÇÃO DE DADOS.

A inserção, remoção ou alteração dos dados é feita através dos botões na

parte central da janela: “Inserir”, “Remover”, “Alterar” e “Limpar”. Para inserir dados,

basta digitá-los nos campos do formulário “Dados” e clicar no botão “Inserir”. Os

dados são então movidos para a tabela de dados. Ao clicar em uma das linhas da

tabela, os campos do formulário de inserção de dados são preenchidos com os

valores desta linha. O usuário pode alterá-los diretamente nos campos e clicar no

botão “Alterar” para mover confirmar estas alterações e refleti-las na tabela de

dados. A exclusão de linhas da tabela é feita simplesmente selecionando-se a linha

com um clique na tabela e pressionando-se o botão “Excluir”. Já o botão “Limpar” é

limpa todos os dados do formulário, mas não da tabela.

A tabela de dados funciona de forma similar a um banco de dados. Sempre

existe uma linha em branco ao final dos registros, livre para a próxima entrada. Esta

linha em branco não afeta a execução da simulação ou a forma como os dados são

salvos e carregados dos arquivos.

Mais algumas funções são acessadas através do menu “Dados”, mostrado

em mais detalhes na Figura 29. Uma delas permite a limpeza da tabela de dados,

excluindo todas as linhas definitivamente. Por conveniência, uma tela de

confirmação como a da Figura 30 é mostrada nesse caso. O mesmo vale para a

função “Limpar todas as tabelas”. É possível navegar entre as telas através da

opção “Inserir dados (ir para)” em cada sub-menu, bem como executar a verificação

de dados. Ainda através deste menu é possível exibir a tela de resultados, que será

abordada oportunamente.

53

FIGURA 29: MENU DADOS.

FIGURA 30: DIÁLOGOS DE CONFIRMAÇÃO DE LIMPEZA DE DADOS.

A barra de ferramentas contém atalhos para as funções mais comuns do PF

Analyst. A Figura 31 contém a identificação de cada botão e descrição de sua

função.

1) Criar um novo caso 2) Abrir um caso existente 3) Salvar o caso atual 4) Executar a simulação5) Abrir o gerenciador de

perfis de simulação

6) Abrir a tela de gráficos 7) Abrir a tela de resultados 8) Sair do PF Analyst

FIGURA 31: BARRA DE FERRAMENTAS.

As considerações feitas até aqui valem também para as telas de entrada de

dados de linha e geração, mostradas na Figura 32 e Figura 33 respectivamente.

54

FIGURA 32: TELA DE ENTRADA DE DADOS DE LINHA.

FIGURA 33: TELA DE ENTRADA DE DADOS DE GERAÇÃO.

A última etapa da entrada de dados, antes que seja possível realizar a

simulação, é a definição do perfil de simulação. Levando em consideração as

características desejáveis a tal funcionalidade destacadas no escopo (Seção 3.2) foi

desenvolvido o gerenciador de perfis de simulação, mostrado na Figura 34. Através

55

desta tela é possível verificar a lista de perfis de simulação já existentes, adicionar

novos perfis, alterar perfis existentes e ou excluí-los.

FIGURA 34: TELA DO GERENCIADOR DE PERFIS DE SIMULAÇÃO.

Ao clicar em um dos perfis da lista à direita, os parâmetros associados são

automaticamente mostrados na parte esquerda da tela, bloqueados para edição.

Tais campos apenas são habilitados para mudanças ao clique no botão “Editar”.

Uma vez criado um novo perfil, ou editado um já existente, ao clicar no botão

“Salvar”, o arquivo “Perfis.per” é atualizado com os novos dados. O mesmo acontece

quando usuário clica no botão “Excluir” ou “Sair”.

Os dados dos perfis são verificados quando o usuário os salva. Caso haja

algum erro o sistema exibe uma mensagem de alerta e altera momentaneamente a

cor do campo em erro para chamar a atenção do usuário, como mostrado na Figura

35.

FIGURA 35: VERIFICAÇÃO DOS DADOS DE PERFIS DE SIMULAÇÃO.

Ao clicar duas vezes em um dos perfis da lista ou ao selecioná-lo e clicar no

botão “Selecionar”, o usuário atribui o perfil ao caso sendo simulado. Um diálogo de

56

confirmação é mostrado, com a opção de se sair do gerenciador de perfis, como

ilustrado pela Figura 36. Diálogo semelhante é mostrado ao usuário quando tenta-se

fechar o gerenciador (Figura 37).

FIGURA 36: DIÁLOGO DE CONFIRMAÇÃO DE SELEÇÃO DE PERFIL DE SIMULAÇÃO.

FIGURA 37: DIÁLOGO DE CONFIRMAÇÃO DO FECHAMENTO DO GERENCIADOR DE PERFIS.

Para evitar exclusão acidental de dados, um diálogo de confirmação também

é mostrado ao usuário quando se clica no botão “Excluir”, conforme mostra a Figura

38.

FIGURA 38: DIÁLOGO DE CONFIRMAÇÃO DE EXCLUSÃO DE PERFIL DE SIMULAÇÃO.

3.3.4.4 Execução da simulação

Uma vez concluídas todas as etapas de entrada de dados, a execução da

simulação pode ser iniciada pelo usuário. Para tal, basta clicar no botão “Simular” do

canto inferior direito das telas de entrada de dados de barra, linha ou geração, clicar

no botão correspondente da barra de ferramentas (cf. Figura 31) ou ainda através do

menu “Simular” mostrado em mais detalhes na Figura 39. Deste menu também é

possível acessar outras funções pertinentes tais como abrir o gerenciador de perfis

ou verificar o log de erros de uma simulação mal sucedida.

57

FIGURA 39: MENU SIMULAÇÃO.

A execução da simulação só é possível uma vez que os dados de entrada

foram verificados e não há erros. Do contrário, não é possível acessar a janela da

Figura 40, que contém os comandos de simulação.

FIGURA 40: TELA DE EXECUÇÃO DA SIMULAÇÃO.

A execução da simulação é bastante simples. Basta clicar no botão “Iniciar”

para que o PF Analyst realize os passos descritos na própria janela. O algoritmo

verifica se há um perfil de simulação atribuído ao caso sendo estudado. Em caso

negativo, um diálogo (Figura 41) é exibido e o gerenciador de perfis é

automaticamente aberto. Conforme os passos são executados, a aparência da

janela é alterada e símbolos “” aparecem ao lado dos itens conforme o andamento

da simulação. A Figura 42 mostra o aspecto da tela após o término de uma

simulação.

FIGURA 41: DIÁLOGO DE AUSÊNCIA DE PERFIL DE SIMULAÇÃO.

58

FIGURA 42: TELA DE EXECUÇÃO DA SIMULAÇÃO COM TODOS OS PASSOS CONCLUÍDOS.

Os botões “Concluído” e “Ver log de erros” são habilitados dependendo do

resultado da simulação. Caso a mesma termine sem erros, apenas o botão

“Concluído” é habilitado. Do contrário, apelas “Ver log de erros”. Neste caso, ao

clicar-se neste botão um arquivo “txt” se abre contendo as mensagens de erro

geradas pelo módulo MATPOWER. Já quando se clica no botão “Concluído” a tela

com os resultados numéricos obtidos é mostrada, conforme será mostrado na seção

que se segue.

3.3.4.5 Exibição dos resultados

Uma vez concluída a simulação existem basicamente duas formas de

exibição dos resultados: através da tabela de resultados e através dos gráficos. A

tabela de resultados é mostrada logo após o término de uma simulação caso o

usuário clique no botão “Concluído” da janela ilustrada pela Figura 42. Também é

acessível através do Menu “Dados”, como mostrado na Figura 29 ou da barra de

ferramentas mostrada na Figura 31. Esta janela é semelhante ao mostrado na

Figura 43.

Nesta janela existem apenas as tabelas de dados com os resultados obtidos

na simulação e dois botões: “Exportar CSV” e “Gráficos. O primeiro deles permite

exportar os dados para um arquivo do tipo “csv”, reconhecido automaticamente pelo

Excel. Desta forma se fornece ao usuário uma forma rápida de se dispor dos dados

em um formato bastante versátil que o permita criar gráficos ou manipular os dados

de formas não disponíveis no PF Analyst.

O segundo botão abre a janela dos gráficos, a qual também pode ser

acessada pelo botão na barra de ferramentas das janelas de entrada de dados ou

do menu “Gráficos”, mostrado na Figura 44.

59

FIGURA 43: TELA DE RESULTADOS.

FIGURA 44: MENU GRÁFICOS.

Através do menu é possível se acessar diretamente qualquer um dos

gráficos nas 5 categorias definidas na Seção 3.2.3, bastando clicar na entrada

correspondente dos sub-menus.

O aspecto da tela de gráficos é mostrado na Figura 45, onde também se

destaca a divisão dos gráficos em categorias através de abas e as opções e

funcionalidades presentes, a listar:

• Exibição 3D: alternar estilo do gráfico entre 2D e 3D;

• Exibir valores: mostrar / ocultar os rótulos dos valores;

• Salvar como figura: permite exportar o gráfico para um bitmap, meta arquivo

ou meta arquivo avançado;

• Ajuda / informações: detalhes sobre a interpretação do gráfico e forma de

manuseá-lo (zoom, rolagem, etc.).

60

Cabe apenas ressaltar que o botão Ajuda / informações, embora presente

na interface do PF Analyst, ainda não contém as informações citadas. Esta

funcionalidade será finalizada em uma versão subseqüente do programa.

FIGURA 45: TELA DE GRÁFICOS.

Ao clicar no botão “Salvar como figura”, um diálogo padrão do Windows é

mostrado ao usuário com as opções disponíveis, como na Figura 46. Ali é possível

selecionar o formato da figura, nomeá-la e escolher o local onde a mesma será

salva.

FIGURA 46: DIÁLOGO PARA SALVAR GRÁFICO COMO FIGURA.

61

O usuário também tem a opção de salvar todos os gráficos para figuras de

uma só vez, visando economia de tempo. Para tal, basta selecionar a opção

“Exportar todos os gráficos” do menu “Gráficos”. O diálogo da Figura 47 será

exibido, permitindo a seleção de um formato para os arquivos e um nome, e em

seguida o diretório onde serão salvas as imagens. O nome dos arquivos segue a

convenção “<Nome dos arquivos> - <Categoria> - <Gráfico>”. Supondo que o

usuário escolha como nome dos arquivos a frase “Meu caso”, o gráfico de

magnitude da categoria perfil de tensão seria salvo com o nome “Meu caso – Perfil

de tensão – Magnitude”.

FIGURA 47: DIÁLOGO PARA SALVAR TODOS OS GRÁFICOS COMO FIGURAS.

62

4 RESULTADOS

Como forma de verificar a adequação do programa aos propósitos

apresentados e ao escopo de sua versão inicial, foram feitas simulações de dois

casos: 6 barras e 118 barras.

4.1 CASO 6 BARRAS

4.1.1 Dados

O sistema de 6 barras utilizado para esta simulação foi obtido da literatura 6

e consta na biblioteca do MATPOWER, e é ilustrado na Figura 48. Os dados do

sistema são apresentados nas tabelas que se seguem à figura.

FIGURA 48: SISTEMA DE 6 BARRAS.

TABELA 9: SISTEMA DE 6 BARRAS – DADOS DE BARRA.

Barra TipoP

(MW)Q

(MVAR)GS

(pu)BS

(pu)VM

(pu)VA

(graus)Base (kV)

Vmax

(pu)Vmin

(pu)1 Ref. 0 0 0 0 1,05 0 230 1,05 1,052 PV 0 0 0 0 1,05 0 230 1,05 1,053 PV 0 0 0 0 1,07 0 230 1,07 1,074 PQ 70 70 0 0 1 0 230 1,05 0,955 PQ 70 70 0 0 1 0 230 1,05 0,956 PQ 70 70 0 0 1 0 230 1,05 0,95

TABELA 10: SISTEMA DE 6 BARRAS – DADOS DE LINHA.

Linha Origem Destino R X B Cap. Normal Cap. Curto Cap. Emerg.

63

(pu) (pu) (pu) (MVA) (MVA) (pu)1 Barra 1 Barra 2 0,10 0,20 0,04 40 40 402 Barra 1 Barra 4 0,05 0,20 0,04 60 60 603 Barra 1 Barra 5 0,08 0,30 0,06 40 40 404 Barra 2 Barra 3 0,05 0,25 0,06 40 40 405 Barra 2 Barra 4 0,05 0,10 0,02 60 60 606 Barra 2 Barra 5 0,10 0,30 0,04 30 30 307 Barra 2 Barra 6 0,07 0,20 0,05 90 90 908 Barra 3 Barra 5 0,12 0,26 0,05 70 70 709 Barra 3 Barra 6 0,02 0,10 0,02 80 80 80

10 Barra 4 Barra 5 0,20 0,40 0,08 20 20 2011 Barra 5 Barra 6 0,10 0,30 0,06 40 40 40

TABELA 11: SISTEMA DE 6 BARRAS – DADOS DE GERAÇÃO.

Gerador BarraPG

(MW)Pmax

(MW)Pmin

(MW)QG

(MVAR)Qmax

(MVAR)Qmin

(MVAR)Vg

(pu)Base (MVA)

1 Barra 1 0 200 50 0 100 -100 1,05 1002 Barra 2 50 150 37,5 0 100 -100 1,05 1003 Barra 3 60 180 45 0 60 -100 1,07 100

4.1.2 Simulação 1: Limites de potência reativa atendidos

Na primeira simulação realizada foi utilizado o seguinte perfil de simulação:

• Formulação: Não-linear;

• Algoritmo: Newton-Raphson;

• Tolerância no cálculo iterativo: 10-5;

• Número máximo de iterações: 4;

• Forçar limites de potência reativa: Sim.

Quando a opção de forçar os limites de potência reativa é “Sim”, caso os

limites de potência reativa de algum gerador forem violados na solução do cálculo do

fluxo de potência, então a barra correspondente é convertida em uma barra do tipo

PQ cujo valor de “Q” é igual ao limite do gerador, e o cálculo é executado

novamente. A magnitude da tensão nesta barra, conseqüentemente, será diferente

do valor especificado visando o atendimento do limite de potência reativa.

As tabelas a seguir apresentam os resultados numéricos obtidos na

simulação. A primeira delas (Tabela 12) contém os resultados de tensão e ângulo

nas barras, representando os resultados para as variáveis dos dados de barra.

Apenas as colunas onde ocorre alteração nos dados são mostradas.

64

TABELA 12: SIMULAÇÃO 1: RESULTADOS DE BARRA.

Barra Tipo VM (pu) VA (graus)1 Ref. 1,0500 02 PQ 1,0499 -3,66933 PQ 1,0429 -3,81314 PQ 0,9877 -4,18525 PQ 0,9744 -5,15556 PQ 0,9867 -5,6788

Percebe-se que duas barras foram convertidas em barras PQ devido a

violação nos limites de potência reativa: 2 e 3. Em decorrência desta alteração, os

valores de magnitude da tensão desviaram-se ligeiramente dos previamente

estabelecidos (1,05 e 1,07, respectivamente). Os valores de tensão (magnitude e

ângulo) são ilustrados graficamente na Figura 49. Tais gráficos foram gerados pelo

PF Analyst.

654321

Tens

ão(p

.u.)

1

0

1,05 1,05 1,0430,988 0,974 0,987

Barra Barra654321

Ângu

lo(g

raus

)

0

-1

-2

-3

-4

-5

-6

-3,669-3,813

-4,185

-5,155

-5,679

FIGURA 49: SIMULAÇÃO 1: TENSÃO (MAGNITUDE E ÂNGULO).

O fato de as barras 2 e 3 terem sido convertidas em barras PQ por violarem

os limites de potência reativa também fica claro no gráfico da Figura 50, que mostra

a relação entre a potência reativa do gerador e os limites. O valor é de 100 % para

ambas as barras, indicando que estes geradores estão no limite de suas

capacidades estabelecidas na Tabela 11. O gráfico da Figura 51 também mostra

que o valor da potência reativa dos geradores corresponde aos limites da tabela.

65

Gerador321

Rel

ação

perc

entu

alpo

tênc

iare

al/l

imite

esta

bele

cido

(%)

11010510095908580757065605550454035302520151050

20,662

100 100

FIGURA 50: SIMULAÇÃO 1: RELAÇÃO GER. REATIVA / LIMITES.

Gerador321

Potê

ncia

gera

da/c

onsu

mid

a(M

VAr)

11010510095908580757065605550454035302520151050

20,662

100

60

FIGURA 51: SIMULAÇÃO 1: GERAÇÃO DE POTÊNCIA REATIVA.

Os resultados relacionados com os dados de linha são mostrados na Tabela

13. Os fluxos de potência ativa nas linhas também são ilustrados no gráfico da

Figura 52. Através da diferença entre os fluxos de potência ativa e reativa nas barras

de origem e destino é possível calcular a perda nas linhas. Apenas para efeito

ilustrativo, as perdas de potência ativa são mostradas também na Figura 53.TABELA 13: SIMULAÇÃO 1: RESULTADOS DE LINHA.

Linha Barra de origem Barra de destinoFluxo ativo (MW) Fluxo reativo (MVAR) Fluxo ativo (MW) Fluxo reativo (MVAR)

1 28,693 -15,371 27,789 12,7692 43,642 20,995 42,534 -20,7203 35,537 15,038 34,376 -16,8414 33,625 -0,684 1,619 -5,8645 1,624 47,475 32,042 -46,387

66

6 15,914 19,011 15,276 -21,2007 26,626 21,428 25,805 -24,2708 18,032 16,516 17,265 -19,9489 43,588 49,348 42,771 -47,323

10 4,576 -2,894 4,531 -4,71611 1,448 -7,293 1,425 1,593

Barra de origemBarra de destino

Linha1110987654321

Flux

ode

potê

ncia

ativ

a(M

W)

484644424038363432302826242220181614121086420

28,693

43,642

35,537

1,624

33,625

15,914

26,626

18,032

43,588

4,576

1,448

27,789

42,534

34,376

1,619

32,042

15,276

25,805

17,265

42,771

4,531

1,425

FIGURA 52: SIMULAÇÃO 1: FLUXOS DE POTÊNCIA ATIVA.

Linha1110987654321

Con

sum

o/g

eraç

ãode

potê

ncia

ativ

ana

slin

has

(MW

)

1

0

0,904

1,1081,161

0,004

1,583

0,638

0,8220,767

0,817

0,045 0,023

FIGURA 53: SIMULAÇÃO 1: PERDAS DE POTÊNCIA ATIVA.

Os resultados ligados aos dados de geração já foram parcialmente

ilustrados pelos gráficos da Figura 50 e Figura 51. A Tabela 14 contém os resultados

numéricos e a Figura 54 ilustra a geração de potência ativa nas barras.

TABELA 14: SIMULAÇÃO 1: RESULTADOS DE GERAÇÃO.

Gerador PG (MW) QG (MVAR)1 107,82 20,6622 50 1003 60 60

67

Gerador321

Potê

ncia

gera

da(M

W)

11511010510095908580757065605550454035302520151050

107,872

50

60

FIGURA 54: SIMULAÇÃO 1: GERAÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA.

4.1.3 Simulação 2: Limites de potência reativa não observados

Esta simulação é praticamente igual à simulação 1, exceto pelo fato que a

opção de forçar os limites de potência reativa é desativada. Por questão de espaço

não são mostrados todos os resultados como feito na simulação 1. Apenas algumas

diferenças em relação aos resultados anteriores são mostradas. A mais visível delas

é certamente a ilustrada no gráfico da Figura 55. Em comparação com o gráfico da

Figura 51, observa-se que a potência reativa da barra 3 não respeita os limites da

Tabela 11, correspondendo ao valor de 89,627 MVAR. A comparação entre o gráfico

da Figura 50 e da Figura 56 também deixa clara esta diferença: a geração de

potência reativa do gerador da barra 3 corresponde a aproximadamente 150% do

limite da Tabela 11.

68

Gerador321

Potê

ncia

gera

da/c

onsu

mid

a(M

VAr)

95

9085

80

7570

6560

55

5045

403530

2520

15

105

0

15,956

74,357

89,627

FIGURA 55: SIMULAÇÃO 2: GERAÇÃO DE POTÊNCIA REATIVA.

Gerador321

Rel

ação

perc

entu

alpo

tênc

iare

al/l

imite

esta

bele

cido

(%)

160

150

140

130

120

110

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

15,956

74,357

149,378

FIGURA 56: SIMULAÇÃO 2: RELAÇÃO GER. REATIVA / LIMITES.

Uma vez que nesta simulação as barras 2 e 3 não foram transformadas em

barras tipo PQ, a tensão se manteve nos patamares estabelecidos na Tabela 11.

Um comparativo da magnitude das tensões nas simulações é mostrado na Tabela

15.

TABELA 15: COMPARATIVO DA MAGNITUDE DAS TENSÕES NAS BARRAS.

Simulação Magnitude da tensão (pu)Barra 1 Barra 2 Barra 3 Barra 4 Barra 5 Barra 6

1 1,0500 1,0499 1,0429 0,9877 0,9744 0,98672 1,0500 1,0500 1,0700 0,9894 0,9854 1,0044

69

4.2 CASO 118 BARRAS

4.2.1 Dados

O sistema de 118 barras utilizado neste estudo é amplamente utilizado pela

comunidade acadêmica para validação e teste de programas. Faz parte do conjunto

de sistemas de testes do IEEE 6.

Por se tratar de um sistema grande, os dados não serão apresentados em

tabelas. Os mesmos podem ser consultados no repositório de arquivos citado como

referência. A Figura 57 ilustra a configuração física do sistema.

FIGURA 57: SISTEMA DE 118 BARRAS.

4.2.2 Simulação 3: Algoritmo desacoplado rápido BX

O objetivo de se realizar simulações com um sistema relativamente grande

usando-se o PF Analyst é testar a robustez do programa. Não será apresentado um

grande volume de resultados por questão de espaço.

70

O perfil de simulação utilizado é descrito abaixo:

• Formulação: Não-linear;

• Algoritmo: Desacoplado rápido versão BX;

• Tolerância no cálculo iterativo: 10-5;

• Número máximo de iterações: 5;

• Forçar limites de potência reativa: Sim.

O fato de ter sido usada a opção de forçar o atendimento dos limites de

potência reativa fez com que as seguintes barras PV fossem convertidas em barras

PQ: 103, 19, 32, 34, 92 e 105. A barra 103 atingiu o limite superior de potência

reativa, e as demais, o limite inferior.

Do total de potência ativa gerada (4374,5 MW), as cargas correspondem a

4242,0 MW e as perdas nas linhas a 132,5 MW. A relação percentual entre os

valores é mostrada no gráfico da Figura 58. Os valores numéricos são obtidos do

resumo da simulação exibido após o término da mesma.

96,972 Cargas3,028 Perdas

FIGURA 58: SIMULAÇÃO 3: RELAÇÃO PERDAS / GERAÇÃO (POT. ATIVA).

Um fato curioso observado nesta simulação é a relação entre perdas ativas

e fluxo de potência ativa na linha 115, que interliga as barras 70 e 75. O valor de

aproximadamente 30% é discrepante em relação ao obtido para as demais linhas,

que fica na faixa de 2% a 6%. Analisando os valores numéricos do fluxo de potência

ativa nesta linha observa-se que a potência que sai da barra de 75 é de

aproximadamente 0,2 MW, e o que chega à barra 70 é 0,14 MW. Em termos

absolutos, é uma perda pequena se comparada ao tamanho do sistema. No entanto,

71

a relação entre perdas e fluxo nesta linha indica que a mesma pode ser

desvantajosa. A discrepância é fácil de se perceber no gráfico da Figura 59.

Linha18016014012010080604020

Rel

ação

perc

entu

alpe

rdas

ativ

as/f

luxo

tota

lna

linha

(%)

32

30

28

26

24

22

20

18

16

14

12

10

8

6

4

2

0

0,1941,7861,0520,1691,038

01,0541,3481,565

0,4280,8621,0760,1650,9030,4160,1450,7130,244

1,5010,8211,098

0,3580,4050,3260,5930,9661,9150,399

2,518

0

4,457

0,6710,4500,4761,7781,30,192

2,988

1,1190,3130,3561,5620,1430,4560,9230,3130,2890

1,8082,659

0,4120,5640,2420,781,0121,0550,5280,7831,4741,1570,9180,368

4,6494,6493,373

0,6031,462

3,426

0,6560,5220,412

3,1533,618

0,1460,0590,1240,9621,8510,2890,535

1,6882,4792,527

1,821,4171,7480,3010,1740,2700,3170

1,7390,54

2,2182,2182,0260,8

01,2450,029

4,6744,592

0

3,167

0,0150,231,1690,4920,206

1,21

30,024

4,41

0,7

3,2521,8622,268

0,1730,2081,8031,5121,172

0,1280

4,299

0,7042,2112,049

1,2080,6961,3261,0591,7261,392,9872,61

0,6481,9782,487

0,5611,5552,6941,1850,583

1,5850,1960,6420,9110,711,085

2,451

9,257

5,691

0,7480,3740,4091,3340,5711,037

1,8732,5991,6472,3873,691

0,5140,1771,5190,7821,379

0,297

2,3820,7150,825

2,1

0,204

3,961

0,1490,390,0040,0680,757

FIGURA 59: SIMULAÇÃO 3: RELAÇÃO PERDAS / FLUXO ATIVO NAS LINHAS.

4.3 PUBLICAÇÕES

O desenvolvimento do PF Analyst foi tema de dois artigos submetidos e

aceitos em congressos de engenharia. Um desses congressos foi o XXXV

COBENGE – Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia. O artigo completo

foi publicado nos anais do congresso 6 e apresentado na forma de pôster (Figura 60)

durante o evento.

72

FIGURA 60: PÔSTER APRESENTADO NO XXXV COBENGE.

O segundo congresso no qual se publicou um artigo foi o XXII CRICTE –

Congresso Regional de Iniciação Científica e Tecnológica em Engenharia. O artigo

foi publicado também em sua versão completa nos anais do congresso 6 e aceito

para apresentação oral. Devido a indisponibilidade dos autores na data do evento,

ocorrido em Passo Fundo (RS), infelizmente tal apresentação não se concretizou.

73

5 CONCLUSÃO

Este documento apresentou o propósito de implementação e os resultados

do projeto de criação de uma ferramenta didática para análise do cálculo do fluxo de

potência – o PF Analyst.

Tendo em mente aspectos típicos do cálculo do fluxo de potência aplicado a

fins didáticos, tais como uso de sistemas de pequeno porte, buscou-se desenvolver

uma ferramenta que auxilie o aprendizado por parte dos alunos e a exposição dos

conceitos teóricos por parte dos professores. Neste sentido, o desenho do programa

procurou privilegiar a simplicidade e rapidez na execução das simulações através da

entrada de dados voltada a sistemas menores e seleção de parâmetros de

simulação facilitada. A análise dos resultados, que afinal de contas é o que permite

aos alunos estabelecer a correlação entre os conceitos teóricos vistos em sala de

aula e resultados práticos das simulações, foi enriquecida com uma vasta gama de

gráficos que permitem, por sua natureza, sintetizar o grande conjunto de resultados

numéricos em uma forma de fácil assimilação.

O uso da linguagem C++, aliado a arquitetura que tira proveito do pacote de

cálculo já existente chamado MATPOWER, permitiu relativa rapidez e foco no

desenvolvimento no sentido de tornar o PF Analyst adequado aos propósitos de

ensino, além de assegurar a correção do cálculo pelo uso de um pacote

reconhecidamente preciso e estável.

O programa mostrou-se adequado para execução de simulações de

pequeno porte, especialmente aqueles com menos de 30 barras. Em sistemas

dessa ordem de grandeza os gráficos são mais claros e fáceis de interpretar, e

cumprem mais satisfatoriamente sua missão de sintetizar os dados e auxiliar na

obtenção de constatações acerca do sistema e seu comportamento de forma clara e

precisa. Ainda assim é possível simular sistemas maiores como o de 118 barras

constante na seção de resultados deste documento. No entanto, conforme cresce a

dimensão do conjunto de resultados, menos adequadas são as ferramentas de

visualização com que conta o PF Analyst – basicamente gráficos – para a

interpretação dos mesmos. Recursos de visualização mais sofisticados, a exemplo

dos mostrados na Seção 2.3, cumpririam melhor este papel. Certamente o

desenvolvimento de tais recursos demandaria tempo e recursos além dos

74

disponíveis para este projeto, além de serem de certa forma prescindíveis ao

atendimento dos propósitos didáticos colocados como fundamentos do projeto.

Do ponto de vista funcional o programa comporta-se de forma adequada,

cumprindo os requisitos do escopo estabelecido para sua versão inicial. A entrada

de dados atende satisfatoriamente os requisitos de simplicidade e facilidade na

alteração dos dados, e a interface do programa com o MATPOWER funciona

adequadamente. Os gráficos gerados pelo programa também se mostram úteis para

a análise dos resultados. O programa mostra-se alinhado às tendências dos

programas de análise de fluxo de potência ao fazer uso de recursos de visualização

(neste caso, os gráficos), em detrimento à apresentação dos resultados em tabelas.

75

6 SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS

Certamente a primeira versão consolidada do programa apenas será

alcançada após a realização de testes extensivos por um grupo abrangente de

usuários. Sugere-se como trabalho futuro no desenvolvimento desta ferramenta a

sua utilização por um grupo definido de pessoas (por exemplo, alunos de uma

disciplina de introdução à análise de SEP). Um canal de comunicação estabelecido

entre desenvolvedores e usuários serviria para troca de informações, envio de

sugestões ou reporte de eventuais erros. Do ponto de vista do autor, apenas com

essa fase concluída é que se daria por encerrado o ciclo inicial de desenvolvimento

do PF Analyst.

Mesmo o uso restrito do PF Analyst já permitiu a observação de melhorias

desejáveis no programa. Algumas são listadas abaixo:

• Entrada de dados:

o Implementação de recursos facilitadores simples tais como atalhos de

teclado para ações mais comuns (inserir dados, excluir, etc.);

o Recurso criação de linhas na tabela a partir de outras (cópia dos

dados);

o Aperfeiçoamento do mecanismo de verificação dos dados (inclusão de

um símbolo adicional para indicar a existência de alertas,

implementação de opção para verificar todos os dados das três etapas

de uma só vez, permitir a personalização dos critérios de alerta);

o Redesenho do formato do programa, possivelmente dividindo as fases

de entrada de dados em abas numa mesma janela ao invés de separá-

las em janelas distintas;

o Leitura de arquivos em outros formatos, especialmente o formato “cdf”

padrão do IEEE;

• Execução da simulação:

o Aperfeiçoamento da interface de criação de perfis de simulação;

o Verificar a possibilidade de não mais usar uma janela separada para

controle da execução da simulação e inserir estas informações na

própria janela de entrada de dados. Em outras palavras, diminuir o

76

número de janelas “acessórias” utilizadas pelo programa, buscando

centralizar todas as funções em um só local;

o Aprimoramento da geração do log de erros incorporado ao módulo

“MATPOWER”;

• Exibição dos resultados:

o Permitir ao usuário alterar algumas configurações dos gráficos tais

como cores, escala, etc.;

o Aprimoramento da funcionalidade de exportar gráficos para figuras;

o Efetiva inclusão das informações sobre os gráficos acessíveis através

do botão de ajuda da barra de ferramentas associada à janela de cada

gráfico;

o Revisar a lista de gráficos gerados de forma a incluir novos ou excluir

algum pouco interessante; Eventualmente, implementar uma opção

para o usuário criar um gráfico personalizado, usando para tal sub-

conjuntos pré-definidos de dados retirados dos resultados;

o Inclusão de recurso para comparação de resultados de duas ou mais

simulações distintas num mesmo gráfico.

o Inclusão da possibilidade de maximização da tela.

• Outras melhorias:

o Impressão dos dados ou gráficos;

o Revisão do leiaute do programa (como já mencionado, enredar

esforços na junção de todas as funcionalidades em menos janelas, se

possível em uma ou duas apenas);

o Inclusão de mais casos na biblioteca do programa.

Várias outras pequenas alterações certamente podem ser listadas, todas no

intuito de tornar o programa mais atrativo ao público-alvo.

Passos na direção da inclusão de ferramentas de visualização e entrada de

dados mais poderosas certamente são um bom caminho. No entanto, este tipo de

recurso demanda conhecimentos detalhados de programação e um tempo de

desenvolvimento razoável. Ainda assim é válido registrar que uma interface de

desenho esquemático do sistema em estudo seria bastante interessante, bem como

artifícios para visualização dos resultados sobrepostos a este desenho do sistema,

77

na forma de pizzas indicando a taxa de ocupação das linhas, “termômetros” para

indicar o nível de tensão nas barras e tantos outros nesta linha.

REFERÊNCIAS

1 ANTUNES, V. J. L; TORTELLI, O. L.; GUERRA, F. A. Desenvolvimento de um

software didático para análise do cálculo de fluxo de potência – PF Analyst. In:

CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA, 35, 2007,

Curitiba. Anais... Curitiba, Centro Universitário Positivo, 2007. 1 CD-ROM.

2 ELGERD, O. I. Introdução à teoria de sistemas de energia elétrica. São

Paulo: McGrawHill do Brasil, 1978.

3 MONTICELLI, A. J.; GARCIA, A. Introdução a sistemas de energia elétrica.

Campinas: Editora da Unicamp, 2003.

4 MONTICELLI, A. J. Fluxo de carga em redes de energia elétrica. São Paulo:

Edgard Blücher, 1983.

5 ANAREDE – Conheça o programa. Disponível em: <

http://www.anarede.cepel. br/cprog.html>. Acesso em 12/11/07.

6 CEPEL: História do CEPEL. Disponível em:

<http://www.cepel.br/organizacao /historia.shtm>. Acesso em 12/11/07.

7 ZIMMERMAN, R. D.; MURILLO-SÁNCHEZ, C. E.; GAN, D. MATPOWER 3.1.b2 User’s Manual. New York: Cornell University, 2006.

8 POWERWORLD CORPORATION. Disponível em: <http://www.powerworld.

com>. Acesso em 13/11/2007.

9 FREDERICO MILANO: PSAT webpage. Disponível em: <http://www.power.

uwaterloo.ca/~fmilano/psat.htm> Acesso em 13/11/2007.

10 IEEE Power Engineering Education Committee. Disponível em:

<http://www.ece. mtu.edu/faculty/ljbohman/peec/Dig_Rsor.htm>. Acesso em

13/11/2007.

11 CEPEL DSE – Licenciamento. Disponível em: <http://www.dse.cepel.br/licenca

/lic_acad.php>. Acesso em 13/11/2007.

12 MATPOWER Home Page. Disponível em: <http://www.pserc.cornell.edu/

matpower>. Acesso em 13/11/2007.

13 MATHWORS Store: Disponível em: <http://www.mathworks.com/store/

productIndexLink.do?s_cid=buynow_sv2>. Acesso em 13/11/2007.

78

14 ANEEL. Atlas da Energia Elétrica no Brasil – Segunda Edição. Brasília,

2005.

15 VON MEIER, A. Electric Power Systems – A conceptual introduction. New

Jersey: Editora John Wiley & Sons, 2006.

16 OVERBYE, T. J. et al. Visualization of Power Systems and Components – Final report. Urbana: PSERC, 2005.

17 MATLAB – The Language of Technical Computing. Disponível em:

<http://www. mathworks.com/products/matlab/index.html?ref=pfo>. Acesso em

17/11/07.

18 CHAPMAN, S. J. Programação em Matlab para Engenheiros. São Paulo:

Editora Thomson Learning, 2003.

19 GUNTLE, G.; SCHILDT, H. Borland C++ Builder: Referência Completa. São

Paulo: Editora Campus, 2001.

20 WOOD, A. J.; WOLLENBERG, B. F. Power Generation, Operation and Control. New York: Editora John Wiley & Sons, 1996.

21 POWER SYSTEMS Test Archive – 118 Bus Power Flow Test Case. Disponível

em: < http://www.ee.washington.edu/research/pstca/pf118/pg_tca118bus.htm

>. Acesso em 25/11/07.

22 ANTUNES, V. J. L; TORTELLI, O. L.; GUERRA, F. A. Desenvolvimento de um

software didático para análise do cálculo de fluxo de potência – PF Analyst. In:

CONGRESSO REGIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

EM ENGENHARIA, 22, 2007, Passo Fundo. Anais... Passo Fundo,

Universidade de Passo Fundo, 2007. 1 CD-ROM.

79