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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br 1 Brasília Universidade de Brasília 2017 ANA CRISTINA DE JESUS ALVES AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA PREDISPOSIÇÃO AO USO -ATD PA Br Versão brasileira AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA PREDISPOSIÇÃO AO USO -ATD PA Br Versão brasileira

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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br

1

BrasíliaUniversidade de Brasília

2017

ANA CRISTINA DE JESUS ALVES

AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA

PREDISPOSIÇÃO AO USO -ATD PA Br Versão brasileira

AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA

PREDISPOSIÇÃO AO USO -ATD PA Br Versão brasileira

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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br

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A474a Alves, Ana Cristina de Jesus. Avaliação de tecnologia assistiva predisposição ao uso: ATD

PA Br: versão brasileira / Ana Cristina de Jesus Alves. – Brasília : Editora Universidade de Brasília, 2017. 34 p.

Inclui bibliografia.

ISBN 978-85-62810-05- 3 1.Tecnologia assistiva - manual. 2. Deficientes físicos – qualidade de vida. 3. Serviços ao cliente – manual. I. Título.

CDU 362.4

RealizaçãoANA CRISTINA DE JESUS ALVESTerapeuta Ocupacional, Docente do Curso de Graduação de Terapia Ocupacional e do Programa de Pós Graduação em Ciências da Reabilitação da Universidade de Brasília.

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB, FACULDADE DE CEILÂNDIA – FCE- Centro Metropolitano, conjunto A, lote 01, Brasília - DF. CEP: 72220-275

PRODUÇÃO TÉCNICACoordenação GeralAna Cristina de Jesus Alves

Autorização para tradução e uso da versão brasileiraInstituto Matching Person and TechnologyMarcia J. Scherer

ColaboradoraThelma Simões Matsukura

TraduçãoPaola Barbiere HannaAna Cristina de Jesus Alves

Revisão de textoFlávia Flores

Projeto GráficoRogério Maroja

Foto da CapaGabi Shull

Apoio

Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal – FAP DF

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES

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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br

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Sumário

Prefácio ......................................................................................................................................4

Apresentação ............................................................................................................................6

O Modelo Conceitual de Tecnologia Assistiva

– Matching Person and Technology (MPT) ........................................................................8

A Avaliação de Tecnologia Assistiva - Predisposição ao Uso (ATD PA Br) ................. 13

Estudos sobre MPT e ATD PA ..................................................................................... 13

Estudos sobre ATD PA Br no Brasil ........................................................................... 13

Características da ATD PA Br ..................................................................................... 14

População-alvo ....................................................................................................................... 16

Aplicação .................................................................................................................................. 17

Formulário do Cliente .................................................................................................. 17

Formulário do Dispositivo .......................................................................................... 18

Formulário do Profissional ......................................................................................... 18

Pontuação ................................................................................................................................ 19

Formulário do Cliente .................................................................................................. 19

Formulário do Dispositivo .......................................................................................... 19

Formulário do Profissional ......................................................................................... 19

Análise dos Dados .................................................................................................................. 21

Análise Quantitativa ..................................................................................................... 21

Formulário do Cliente ......................................................................................... 21

Formulário do Dispositivo ................................................................................. 21

Formulário do Profissional ................................................................................22

Análise Qualitativa: Indicativos e Interpretações .................................................22

Formulário do Cliente .........................................................................................22

Formulário do Profissional ................................................................................22

FORMULÁRIOS ATD PA Br ..................................................................................................23

Referências ..............................................................................................................................33

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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br

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Prefácio

No matter where we live and work in the world, we in the broad field of rehabilitation have always prided ourselves on person-centered and

individualized care and treatment. We have also placed emphasis on the in-terdisciplinary team and we value the broad spectrum of perspectives such a team allows. This is especially needed when we are working to select an appropriate assistive support for a person that has the potential to change that person’s life quality. That is the purpose of the Matching Person and Technology Model and accompanying assessments: to help the interdisci-plinary team understand the unique characteristics and preferences of the person they are working with so that the benefits realized from use of the selected support are maximized for any given individual and any negative impacts are minimized or eliminated. Dr. Ana Cristina de Jesus Alves has taken this perspective and made it available in a fresh format and to a Brazi-lian audience. Her dedication to person-centered rehabilitation is not only to be commended, but emulated.

Marcia J. Scherer

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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br

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Prefácio

Não importa onde vivamos e trabalhemos no mundo; no amplo cam-po de reabilitação, sempre nos orgulhamos de cuidados e tratamen-

tos individualizados. Também colocamos ênfase na equipe interdisciplinar e valorizamos a ampla gama de perspectivas que uma equipe permite. Isto é particularmente necessário quando trabalhamos para selecionar um su-porte assistivo apropriado para uma pessoa que tem potencial para mudar sua qualidade de vida. Esse é o propósito do Modelo Combinando Pessoa e Tecnologia e suas avaliações: ajudar a equipe interdisciplinar a entender as características e preferências individuais da pessoa com quem estão traba-lhando, para que os benefícios obtidos pela assistência selecionada sejam maximizados para qualquer indivíduo e para que os impactos negativos se-jam minimizados ou eliminados. A Dra. Ana Cristina de Jesus Alves assumiu essa perspectiva e disponibilizou isto em um novo formato e para o públi-co brasileiro. Sua dedicação à reabilitação centrada na pessoa não é apenas para ser elogiada, mas sim ser seguida.

Marcia J. Scherer

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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br

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Apresentação

Diante da experiência prática e de estudos realizados na área de tecno-logia assistiva (TA), pude observar que a aplicação e as pesquisas, neste

campo, no Brasil, são caracterizadas pelo desenvolvimento e descrição do uso de dispositivos. São escassas as informações sobre critérios de indicação e investigação sobre o uso bem-sucedido dos equipamentos.

Este fato fez com que eu buscasse entendimento, junto aos usuários de TA, sobre suas reais demandas, dificuldades e fatores que poderiam deter-minar o uso eficiente dos dispositivos. Essa busca originou meu estudo de mestrado intitulado “A tecnologia assistiva como recurso a inclusão escolar de crianças com paralisia cerebral”, finalizado em 2009.

Ao longo da trajetória de pesquisa, esperava sanar dúvidas e encontrar respostas mas, felizmente, outros questionamentos foram incorporados. Fui buscar fundamentos teóricos que embasassem a prática dos profissio-nais que indicam TA e que contemplassem os interesses dos indivíduos que utilizam o dispositivo.

Na tese de doutorado “Tecnologia Assistiva: identificação de modelos e pro-posição de um método de implementação de recursos”, identifiquei e analisei os principais modelos conceituais e abordagens práticas relacionadas à im-plementação de dispositivos de TA. A partir da revisão sistemática da literatu-ra, selecionei o modelo conceitual mais referenciado, o qual também propõe avaliações que auxiliam profissionais e usuários a identificarem potenciais e barreiras para a indicação e o uso de dispositivos de tecnologia assistiva.

Assim, o modelo Matching Person & Technology (MPT) foi escolhido para o estudo mais aprofundado e a Assistive Technology Device Predisposition Assessment (ATD PA) foi selecionada para a adaptação transcultural e vali-dação para o uso no Brasil, originando a Avaliação de Tecnologia Assistiva – Predisposição ao Uso (ATD PA Br).

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É neste contexto que, com grande prazer, disponibilizo aos colegas da área o fruto de um trabalho minucioso e de grande dedicação: a versão tra-duzida do Modelo Conceitual Matching Person & Technology (MPT) e a ava-liação ATD PA Br validada para uso na língua portuguesa do Brasil.

Desta forma, espero contribuir com os profissionais que indicam dispo-sitivos de TA ao apresentar um norte conceitual específico da área, centrado no indivíduo com deficiência que usa TA, para auxiliar na identificação de fatores que possam influenciar o uso bem-sucedido do dispositivo.

Anseio, principalmente, que o MPT e a ATD PA Br possam propiciar ao indivíduo que usa TA o protagonismo em suas escolhas e no caminho a ser seguido com o uso de seu dispositivo.

Agradeço a parceria das pessoas com deficiência que buscam soluções tecnológicas para terem autonomia em seu dia a dia, motivação deste pro-jeto. Aos professores, tutores e colegas Marcia J. Scherer, Thelma Simões Matsukura e Emerson Fachin Martins, por acreditarem e lapidarem minhas ideias; aos terapeutas ocupacionais que participaram das coletas e análises dos roteiros; além do apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF).

Ana Cristina de Jesus Alves

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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br

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O Modelo Conceitual de Tecnologia Assistiva – Matching Person and Technology (MPT)

O modelo teórico Matching Person and Technology - o MPT - surgiu a partir de pesquisas rea-lizadas por Scherer (1986) sobre a investigação do uso e não uso de dispositivos de tecnologia

assistiva por clientes que apresentavam uma variedade de deficiências1. O processo MPT consiste em uma série de medidas desenvolvidas para dirigir e organizar as

várias influências que impactam o uso da tecnologia na assistência, educação, trabalho e cuida-dos na saúde, incluindo fatores pessoais e sociais.

A utilização deste processo identifica não apenas pontos fortes do indivíduo, necessidades e preferências, mas também a motivação do usuário e seu estilo de vida. Além disso, possibi-lita a investigação de fatores associados ao dispositivo, disponibilidade do usuário para o uso da tecnologia e expectativas em relação ao uso. Estes itens são considerados necessários para uma boa combinação entre a pessoa e a tecnologia. Estas informações são acrescentadas pelas características do meio e ambientes em que a tecnologia será utilizada, juntamente com as ca-racterísticas desejáveis e as funções da tecnologia em si2,3.

Assim, o MPT dispõe de nortes para selecionar a tecnologia assistiva mais apropriada à pes-soa. Deve-se considerar:

• as necessidades do cliente, seus objetivos e preferências;• as barreiras pessoais, sociais e ambientais que podem afetar o uso da tecnologia ideal;• a perspectiva de treinamento para atingir a utilização ideal, e;• a possibilidade de suportes adicionais que possam aumentar a usabilidade do dispositivo3.

O modelo conceitual propõe que alguns fatores devem ser considerados na indicação e na im-plementação de dispositivos de TA, baseando-se em três áreas cruciais que funcionam como com-ponentes primários e influenciam no processo, a saber:

a) o meio social e ambiental: refere-se aos espaços nos quais o usuário irá interagir com a

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tecnologia (cultural, político, econômico, atitudinal e físico), incluindo componentes como o apoio da família, dos pares, do empregador, possibilidades de ajustes que recompensem o uso do dispositivo e a exigência externa;

b) as necessidades, preferências e predisposições individuais do usuário: inclui os fatores psi-cossociais, como idade, gênero, necessidades funcionais, estilo de vida, motivação, coopera-ção, otimismo, paciência, autodisciplina, experiências positivas de vida, habilidades para o uso, percepção entre a situação desejada e a atual;

c) as funções, características desejáveis e próprias da tecnologia: diz respeito aos fatores es-pecíficos do dispositivo, como a disponibilidade, a habilidade de ser usada sem desconforto ou estresse, a compatibilidade com outras tecnologias, o custo, a credibilidade do dispositi-vo, a facilidade de uso no período presente e futuro e a transportabilidade1,2,3,4,5.

Segundo a figura apresentada a seguir, o processo de avaliação para a indicação de TA não envolve apenas a seleção do dispositivo, mas também a adaptação do cliente a ele e o uso efi-caz. Ela também resume os principais fundamentos do modelo conceitual Matching Person and Technology 3.

Figura 1- Princípios do Modelo Matching Person & Technology (MPT)3

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Este modelo destaca que a personalidade do indivíduo e os fatores sociais influenciam o de-sejo ou a habilidade de uma pessoa para utilizar dispositivos de tecnologia assistiva. Portanto, estes componentes contribuem para uma influência positiva ou negativa no uso da TA e no grau de satisfação com o uso.

Segundo Scherer e Sax1, a satisfação em relação ao uso da TA é consideravelmente reduzi-da quanto mais influências negativas existirem. A tecnologia, que pode parecer perfeita para uma necessidade, pode ser usada inapropriadamente ou até mesmo não ser utilizada quando critérios pessoais, características sociais ou necessidades ambientais não forem consideradas, conduzindo, assim, à frustração pessoal e ao desperdício de recursos. O modelo sugere que a incompatibilidade entre a tecnologia proposta e o usuário potencial seja identificada precoce-mente, visando reduzir o uso inadequado ou o não uso e eliminar uma decepção e frustração considerando que, em média, um terço dos dispositivos de TA é abandonado por seus usuários no primeiro ano1.

Desta forma, o modelo MPT foi construído a partir de um processo de avaliação que consiste em uma série de medidas que promovem a prática individualizada e centrada na pessoa, visando combinar os indivíduos com a tecnologia mais apropriada. Isto inclui um processo de avaliação baseado na colaboração entre o usuário e o profissional, engajados em uma série de avaliações. Estas podem incluir desde uma rápida aplicação de teste especializado até uma avaliação mais compreensiva e ministrada por um profissional treinado e experiente em seu uso. O MPT pode ser disponibilizado a grande variedade de usuários e settings, e as mudanças podem ser observa-das ao longo do tempo, mediante nova aplicação das medidas de avaliação.

Scherer et al.6 sugerem que o foco da avaliação de um dispositivo assistivo deve passar de um modelo clínico mais tradicional para modelos que enfoquem os resultados do desempenho, tais como: a) o que acontece ao indivíduo em consequência da tecnologia, b) a qualidade de vida re-latada pelos consumidores e c) avaliações que forneçam resultados sobre os benefícios recebidos pelo usuário, o progresso de implementação e a eficiência do dispositivo.

O instituto Matching Person and Technology3 orienta que, para melhor utilização das medi-das do MPT, alguns passos devem ser seguidos:

Passo 1. Raramente são utilizadas todas as avaliações com um cliente. Orienta-se utilizar o fluxograma intitulado Collaborative Model for Matching Person & Technology para organizar o processo de avaliação e para selecionar a medida apropriada para cada indivíduo em particular.

Passo 2. É necessário traçar os objetivos iniciais. Profissional e usuário da TA devem es-tabelecê-los em conjunto, incluindo possíveis metas alternativas. Além disso, é preciso determinar intervenções de apoio para as metas e identificar todas as tecnologias necessárias para que os objetivos sejam alcançados. Por fim, o formulário intitulado Inicial Worksheet for the Matching Person & Technology Process auxilia na identificação de quais tecnologias podem ser potencialmente úteis para o indivíduo. Trata-se de um formulário inicial que deve ser aplicado junto a cada consumidor.

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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br

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Passo 3. Aplicar o formulário intitulado History of Support Use para identificar tecnolo-gias já utilizadas, as desejadas e as necessárias. Este também é um formulário inicial que pode ser feito com cada usuário de TA.

Passo 4-5. Escolher a tecnologia específica relacionada com o estilo de vida do cliente e com o conforto para seu uso. O cliente e o profissional irão completar o for-mulário de acordo com o tipo de tecnologia escolhida.

Os formulários específicos que compõem o MPT são:

• Inicial Worksheet for the Matching Person & Technology Process; • History of Support Use; • Survey of Technology Use (SOTU);• Assistive Technology Device Predisposition Assessment (ATD PA); • Educational Technology Device Predisposition Assessment (ET PA); • Workplace Technology Device Predisposition Assessment (WT PA); • Health Care Technology Device Predisposition Assessment (HCT PA).

A seguir, apresentamos o fluxograma do processo de avaliação MPT:

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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br

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RELEVÂNCIA DA TECNOLOGIA

MODELO COLABORATIVO PARA COMBINAR PESSOA E TECNOLOGIA

TECNOLOGIA ESPECÍFICACOMBINADA AOS

FATORES PESSOAIS

Não

Sim

Início

Não

A tecnologia pode ajudar?

Profissional e cliente

determinam necessidadese preferências

específica?

APLICAR PLANILHA MPT

Sim

Não

Sim

Profissional está ciente de 

todos os suportes já

utilizados e os atuais?

Não

Sim

Precisa avaliar

predisposiçõespessoais para usar

as tecnologias gerais?

SAIRDetermine

outras opções

APLICARHistórico de Uso

de Suporte

APLICARSOTU

Sim

Não

Não

Tecnologias Assistivas

Gerais

Combinando Pessoa com Tecnologiaespecífica?

Determinar a resposta a

qualquer ajuste individual

Sim

Sim

Não

Tecnologia para

Educação

Sim

Não

Tecnologia para

Trabalho

APLICARATD PA

APLICAR ET PA

Retorno ao Início

APLICAR WT PA

Sim

Não

Tecnologia para

cuidado de saúde?

APLICAR HCT PA

QUALIDADE FOLLOW UP

Facilitar uma boa combinação entre pessoa e

tecnologia

ALCANCEMETA

Monitoramento

Mudança no ambiente?

Tecnologia? Solicitado pelo

indivíduo?

Sim

Não

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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br

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A Avaliação de Tecnologia Assistiva – Predisposição ao Uso (ATD PA Br)

A ATD PA Br é uma avaliação proposta para profissionais que auxiliam os indivíduos na se-leção de novos dispositivos e/ou TA adicionais e que queiram garantir a combinação ideal

entre o cliente e a tecnologia3.

Estudos sobre MPT e ATD PA

Tanto o modelo MPT quanto a ATD PA seguem com estudos psicométricos desde a sua versão original, na década de 1980, quando foram desenvolvidos2,3.

O estudo de psicometria de um instrumento envolve três grandes técnicas: a validade de construto, a validade de conteúdo e a validade de critério7.

A validade de construto ou de conceito constitui a forma direta de verificar a amplitude em que a medida corresponde à construção teórica do fenômeno a ser mensurado. Diz respeito ao processo de associação entre conceitos abstratos com os indicadores mensuráveis, como cada item da medida comprova o fenômeno de interesse e a dimensão que se propõe investigar. É composto por duas etapas: a primeira constitui o desenvolvimento do instrumento e a segunda envolve a análise e o julgamento dos especialistas8,9,10.

A validade de conteúdo fornece informações sobre a representatividade e clareza de cada item com a colaboração de especialistas, porém, existem limitações nos estudos de validade de conteúdo, visto que a análise dos especialistas é subjetiva8.

A validade de critério é a correlação existente entre a medida avaliada em relação à outra medida ou instrumento que serve como critério de avaliação, que possui atributos iguais ou semelhantes. A validade preditiva e a concorrente são dois dos seus critérios7.

Estudos realizados nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Irlanda já apresentaram a vali-dade de constructo e bons índices de confiabilidade da validade de critério (validade preditiva e concorrente) do MPT e da ATD PA3,11,12.

Estudos sobre ATD PA Br no Brasil

A partir do estudo de revisão sistemática, realizado no Brasil em 2010, que buscou identificar os modelos conceituais e avaliações utilizadas para a indicação e a implementação de dispositi-vos de tecnologia assistiva, o modelo Matching Person and Technology (MPT) apareceu como o

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mais citado na literatura científica e, entre as avaliações mais utilizadas, a ATD PA foi única que apresentou fundamentos conceituais da área de TA13, 14.

Com base na consistência dos achados na literatura científica, a avalição ATD PA foi eleita para seguir com os estudos psicométricos no Brasil, para uso no país.

Assim, a ATD PA passou por análises sistemáticas nas etapas de adaptação ou equivalência transcultural15,16, na validação de conteúdo (incluindo a validação aparente)15 e na validação concorrente17.

Também foram feitos estudos de confiabilidade (confiabilidade interexaminador, teste e re-teste). Estes estudos psicométricos foram realizados apenas no Brasil, já que o instrumento, em sua versão de origem, não foi disponibilizado no formato de entrevista18. O instrumento ATD PA Br mostrou-se confiável para a população brasileira, indicando uma pequena fragilidade de confiabilidade entre examinadores para itens relacionados ao formulário do profissional18.

Os resultados de todos os estudos psicométricos originaram a versão brasileira da ATD PA, a ATD PA Br, que está pronta para uso no Brasil.

Características da ATD PA Br

O modelo conceitual para tecnologia assistiva, o Matching Person and Technology, considera que “o uso ou o não uso” dos dispositivos de TA depende de uma complexa relação de fatores. A ATD PA Br propõe oferecer importantes insights sobre esses fatores, visando contribuir com o cliente na escolha, na aquisição e no uso de TA.

Ainda em relação ao processo de avaliação, o instituto MPT destaca alguns pressupostos3:

1. Testes padronizados tradicionais não são adequados para avaliar pessoas com várias defi-ciências, especialmente quando se considera a combinação das tecnologias com as influên-cias individuais. Portanto, as formas de avaliação do MPT foram desenvolvidas para que os resultados sejam aplicados a um indivíduo e não para compará-lo com normas de grupo;

2. Metas a curto e a longo prazo precisam ser definidas antes e depois da avaliação. Estas devem direcionar o uso da tecnologia como forma de mudanças positivas em muitos do-mínios;

3. Os melhores resultados são aqueles que, por meio de intervenções e ações específicas, le-vam à melhor qualidade de vida do usuário, à identificação de pontos fortes e capacidades, à participação em atividades desejadas e ao empoderamento.

A ATD PA Br é composta pelos formulários do Cliente, do Dispositivo e do Profissional tendo, cada um deles, as versões inicial e follow-up.

O Formulário do Cliente é composto por:Investigação sobre a pessoa (Formulário 1 - Cliente): composto pelas seções A, B e C. As seções

contemplam 54 itens que investigam a percepção e a satisfação subjetiva do consumidor em relação às suas realizações atuais em uma variedade de áreas funcionais (Seção A com 9 itens),

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prioridade do consumidor nos aspectos de vida em que deseja mudanças positivas (Seção B com 12 itens) e o perfil do consumidor e características psicossociais (Seção C com 33 itens). As su-bescalas desta incluem: visão de capacidades, qualidade de vida/bem-estar subjetivo, autodeter-minação, humor e autoestima, motivação para o uso de TA e confiança no programa terapêutico.

O Formulário do Dispositivo é composto por:Investigação sobre o dispositivo (Formulário 2 - Dispositivo): os itens pedem informações

sobre as expectativas dos clientes quanto ao uso de um determinado tipo de TA. Até três dispo-sitivos podem ser avaliados neste formulário simultaneamente.

O Formulário do Profissional é composto por:Quarenta itens divididos em seções, os quais podem ser preenchidos separados ou não, de

acordo com o que se deseja investigar.

(A) Incentivos e impedimentos pessoais e psicossociais para o uso de TA (Formulário 3): exa-mina 22 itens. Nesta seção são selecionados quais itens podem ser considerados como incentivos e quais podem ser impedimentos para o uso de TA pelo cliente. Tratam-se de dados para uma análise qualitativa.

(B) Requisitos da TA relacionados aos recursos da pessoa (Formulário 4): os itens são apresen-tados em pares. A coluna à esquerda lista seis requisitos que são associados aos usuários de tecnologia assistiva e a coluna à direita lista recursos individuais necessários para o uso da TA.

(C) Influência da combinação da pessoa e dispositivos e o uso eficiente de TA (Formulário 4): estes itens são abordados também na avaliação do Cliente (Versão Dispositivo). O profis-sional deve responder as 12 questões circulando o número apropriado na escala.

Os Formulários Follow-up:Diz respeito aos formulários 5, 6, 7, 8 e 9. Devem ser administrados uma ou mais vezes, a par-

tir de três meses após a aquisição da TA, a fim de identificar quaisquer dificuldades que o cliente esteja experimentando com o uso. Para o primeiro follow-up, utilizar os formulários 5, 6, 8 e 9. Para o último follow-up, sugere-se aplicar os formulários 5, 7, 8 e 9.

Para a obtenção de informações mais abrangentes, orienta-se que todas as seções sejam ava-liadas, porém, apenas uma ou mais seções podem ser utilizadas.

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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br

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População-alvo

A ATD PA, em sua versão original norte-americana, destina-se a pessoas com deficiência de todas as idades, tecnologias e ambientes. Pesquisas específicas foram realizadas com gru-

pos de indivíduos com deficiência física (lesão medular, amputação, pós-acidente vascular ce-rebral), sensorial (perda auditiva ou surdez) e de aprendizagem. Os resultados das pesquisas em adultos com uma variedade de deficiências mostram que as escalas da ATD PA foram altamente confiáveis e preditivas quando os resultados iniciais de seleção de dispositivo foram compara-dos com os do acompanhamento3.

Os estudos conduzidos no Brasil também focaram diferentes populações com deficiência fí-sica, a saber: paralisia cerebral, lesão medular, lesões adquiridas, deficiência sensorial e doenças progressivas. Porém, embora haja indicativo do MPT e suas avaliações possam ser aplicadas em uma variedade de clientes, o estudo brasileiro mostrou que, para responder a ATD PA Br, o indi-víduo avaliado necessitará ter preservado o senso de auto percepção e julgamento15,16.

Assim, para a versão brasileira, sugere-se que a aplicação da ATD PA Br, em casos de indiví-duos com importante comprometimento cognitivo e/ou crianças muito pequenas, seja realizada com seu cuidador mais próximo, sendo este considerado o cliente solicitante da TA15,16.

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AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA- PREDISPOSIÇÃO AO USO ATD PA Br

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Aplicação

A ATD PA Br pode ser aplicada em hospitais, centros de reabilitação e na comunidade (em casa, escola e trabalho).

Para a avaliação inicial, o mais indicado é o preenchimento completo dos formulários do Cliente, do Dispositivo e do Profissional. No entanto, as seções podem ser aplicadas separada-mente, a depender do que se deseja investigar.

Os estudos brasileiros de adaptação transcultural e validação apontaram para a necessidade de a ATD PA Br ser aplicada por um profissional experiente na área de TA e em parceria com o cliente15,16,17.

Formulário do Cliente

O profissional deve sempre priorizar ter o cliente como informante e colaborador no pro-cesso de avaliação.

Esta etapa corresponde ao Formulário 1, que investiga fatores ligados ao cliente, podendo ser aplicado de duas formas: auto aplicação ou como entrevista.

Cabeçalho: O profissional inicia a avaliação identificando os objetivos que levaram o cliente a procurá-lo e ambos estabelecem, em conjunto, os objetivos a serem alcançados com a tecnologia assistiva, descrevendo-os no cabeçalho do formulário.

Auto aplicação: o profissional entrega o formulário ao cliente, que preencherá o formulá-rio de acordo com seu julgamento. Posteriormente, o cliente e o profissio-nal, realizam a análise conjunta das respostas preenchidas. Para esse tipo de aplicação, o tempo de administração dos itens de investigação pessoal é de 20 minutos, aproximadamente, na versão brasileira.

Entrevista: o profissional preenche o formulário juntamente com o cliente, esclarecendo suas dúvidas.

No formato de entrevista, o tempo de aplicação da versão brasileira variou de 40 a 50 minutos. Importante: Os estudos de adaptação transcultural da ATD PA Br para uso no Brasil mostra-

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ram que, exclusivamente para os casos de clientes com habilidades cognitivas muito comprometidas, o cuidador mais próximo poderá responder a ATD PA Br, pois, provavelmente, quem estará solicitando o dispositivo será o próprio cuidador para seu auxílio, e não para auxílio funcional do indivíduo com defi-ciência. Assim, o cuidador terá o papel de cliente, ou seja, será o solicitante de TA para o seu bem-estar15,16,18.

Formulário do Dispositivo

Corresponde ao Formulário 2, o qual deve ser aplicado quando a Versão do Cliente aponta para a necessidade de indicação de dispositivo de TA. Por isso, deve ser ministrado após o preen-chimento da Versão do Cliente.

Cabeçalho: O profissional inicia a avaliação estabelecendo, junto com o cliente, um ou mais dispositivos de TA que serão indicados naquele momento. Os objetivos aqui já podem ser mais pontuais e direcionados à TA escolhida.

Da mesma forma que o formulário do Cliente, pode ser autoaplicável ou ministrado no for-mato de entrevista pelo profissional junto ao cliente.

Formulário do Profissional

Corresponde aos Formulários 3 e 4 e devem ser preenchidos apenas pelo profissional. Cabe a ele alimentar estes formulários após ter informações sobre o cliente e o dispositivo, ou seja, após preencher a Versão do Cliente e do Dispositivo. O objetivo desta a avaliação é registrar a percepção do profissional com relação aos fatores que, possivelmente, contribuem ou dificul-tam a “combinação” do cliente com a tecnologia.

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Pontuação

Com relação à pontuação, cada formulário e seção descreve a pontuação específica, apresen-tada no título. Ao final de cada seção, pode-se ou não realizar a somatória simples dos itens

pontuados, a depender se profissional deseja realizar a análise por item (pontua apenas o item) ou por seção (realiza a somatória de cada seção).

A seguir, serão destacadas apenas as particularidades e informações adicionais considera-das como necessárias, advindas dos estudos de adaptação transcultural e validação da ATD PA Br15,16,18.

Formulário do Cliente

Seção A: as habilidades do cliente são pontuadas, independente de o cliente ter ou não um dispositivo de TA.

Seção C: entre os 33 itens, existem afirmativas que podem caracterizar fatores pessoais fa-voráveis ou desfavoráveis ao uso bem-sucedido da TA. Os itens que podem indicar possíveis barreiras estão organizados nas quatro primeiras linhas lilás. Pode-se ou não realizar a somatória dos itens assinalados, destacando-se a soma dos itens favo-ráveis (identificados com +) e, separadamente, os itens desfavoráveis (-), a depender se o profissional deseja ter também uma perspectiva quantitativa dos dados.

Formulário do Dispositivo

Para cada dispositivo de TA indicado, deverá haver a pontuação correspondente. Ao final da página, a tarja lilás poderá ou não ser preenchida, a depender se o profissional irá vender o dis-positivo e/ou indicar um local para a compra.

Formulário do Profissional

A pontuação é realizada de acordo com o julgamento do profissional.

Seção A: realiza-se a soma simples da quantidade de itens preenchidos em cada coluna.Seção B: o profissional irá pontuar, no quadrado do meio, a correspondência entre os dois

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itens de cada linha destacada em lilás. Deve-se observar o quanto há de equivalência em cada item correspondente ao requisito do dispositivo assistivo e o recurso da pessoa. Pode-se realizar a soma simples dos escores ao final.

Exemplo: Situação problema: As características dos dispositivos foram apresentadas, mas o cliente apresenta expectativas irreais quanto ao uso e benefícios trazidos por estes.

Pontuação: 1, ou seja, incompatibilidade entre o que o dispositivo oferece e as expectativas da pessoa.

A ATD PA Br não oferece parâmetros normativos, pois trata-se de um instrumento de medida ideográfica (personalizada). Assim, os dados obtidos serão analisados e comparados aos valores atribuídos pelo próprio indivíduo ao longo do tempo.

A ATD PA Br não direciona a escolha de um determinado tipo ou serviço de TA. Ela oferece ao profissional e ao cliente subsídios que possibilitam identificar fatores que contribuem ou difi-cultam o uso bem-sucedido da TA.

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Análise dos Dados

Sugere-se que análises qualitativa e quantitativa sejam feitas, pois, o propósito desta ava-liação não é apenas fornecer escores, e sim apontar nortes e quesitos que fundamentem o

processo de escolha, implementação e uso eficiente da TA.

Análise Quantitativa

Para a indicação da TA, pode ser feita a análise item a item, de cada seção, a fim de identificar potenciais e barreiras à indicação e ao uso da TA, se a tecnologia assistiva auxiliará o cliente a alcançar os objetivos e/ou quais as melhorias podem ser feitas pelos dispositivos ou serviços já utilizados. É possível, também, realizar a análise por somatória de cada seção.

Para o acompanhamento e registro de mudança em relação ao uso da TA, pode-se realizar a análise comparando os escores da ATD PA Br no momento da indicação (versão inicial) e após três meses de uso da TA (versão follow-up), comparando-se os escores individuais ou por seção.

Sugere-se que os dados obtidos na seção C da versão do Profissional sejam comparados, de forma qualitativa ou quantitativa, com os dados obtidos na Versão do Dispositivo.

Formulário do ClienteSeções A e B: a análise pode ser feita por item ou por seção. Por item ¢o profissional terá a pontuação de cada item, podendo compará-las no follow-up,

obtendo, assim, informações mais sensíveis às mudanças. Por seção ¢ o profissional fará a soma simples de todas as pontuações e terá o escore bruto.

Este escore poderá ser comparado no follow-up.

Seção C: sugere-se que os dados obtidos nesta seção tenham uma análise qualitativa. A aná-lise pode ser feita item a item. Porém, também pode ser feita a análise quantitativa conside-rando-se o total de itens favoráveis ou desfavoráveis ao uso da TA. Neste caso, a soma dos itens favoráveis e desfavoráveis deve ser realizada separadamente.

Formulário do Dispositivo O profissional fará a soma simples de todas as pontuações e terá o escore bruto. Este escore

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poderá ser comparado no follow-up.

Formulário do ProfissionalEste formulário permite a análise por item ou por seção. Por item ¢ o profissional terá a pontuação de cada item, podendo compará-las no follow-up,

obtendo, assim, informações mais sensíveis às mudanças. Por seção ¢ o profissional fará a soma simples de todas as pontuações e terá o escore bruto.

Este escore poderá ser comparado no follow-up.

Análise Qualitativa: Indicativos e Interpretações

Formulário do Cliente Caso o profissional e o cliente identifiquem habilidades (Seção A), áreas de satisfação e in-

teresses (Seção B) e fatores pessoais positivos (Seção C), pode-se interpretar, qualitativamente, que há indício para a indicação de algum dispositivo de TA. Neste caso, as versões do Dispositivo e do Profissional poderão ser utilizadas para auxiliar o profissional e o cliente a selecionarem um ou mais dispositivos de TA.

No caso de o cliente e o profissional identificarem poucas habilidades, escassas áreas de in-teresse, satisfação e/ou poucos fatores psicossociais favoráveis, o profissional deverá inferir um indicativo de futuro abandono do dispositivo. Assim, sugere-se que seja revisto o momento adequado para indicar a TA. É possível que a solução passe pela busca de outras opções e estra-tégias, já que a tecnologia assistiva poderá não contribuir neste momento.

Formulário do ProfissionalPara a análise qualitativa dos itens da Seção A da Versão do Profissional é importante veri-

ficar os tópicos identificados como incentivos e impedimentos. Em Impedimentos, considerar especialmente aqueles pontuados como Maiores Impedimentos a fim de evitar o abandono, o não uso, o uso parcial ou a relutância. Ao final, é possível realizar a soma dos itens selecionados e identificar se houve mais impedimentos ou incentivos.

Na Sessão B, as Incompatibilidades indicam riscos de abandono, uso parcial, relutância ou não uso da TA, e a combinação entre o dispositivo e a pessoa necessita ser promovida. A pon-tuação abaixo de 24 significa combinação entre pessoa e TA ruim. Nestes casos, o equipamento deve ser melhor ajustado às necessidades da pessoa, ser indicado outro dispositivo e/ou a pessoa deverá receber melhor treinamento ou condições para a aquisição deste.

Na Seção C, os escores são somados e o número máximo é de 60 pontos, o que significa uma excelente combinação entre pessoa e o dispositivo de TA. Em geral, maior escore total, significa melhor combinação. Nesta seção, os itens da versão do Profissional são os mesmos da versão do Dispositivo, e as respostas das duas devem ser diretamente comparadas a fim de avaliar como o cliente e o profissional concordam em suas perspectivas3.

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FORMULÁRIOS ATD PA Br

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