avaliaÇÃo da produÇÃo e dos efeitos das radiaÇÕes...

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INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES Autarquia Associada à Universidade de São Paulo AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS EFEITOS DAS RADIAÇÕES GAMA EM MACARRÃO ENRIQUECIDO COM BAGAÇO DE LINHAÇA (Linum usitatissimum L.) Márcia Lage de Oliveira Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Doutor em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear Aplicações. Orientador: Prof. Dr. Valter Arthur São Paulo 2014

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Page 1: AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS EFEITOS DAS RADIAÇÕES …pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Marcia Lage de Oliveira_D.pdf · Lúcia Cristina Aparecida Santos Silva do Laboratório

INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGEacuteTICAS E NUCLEARES

Autarquia Associada agrave Universidade de Satildeo Paulo

AVALIACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO E DOS EFEITOS DAS

RADIACcedilOtildeES GAMA EM MACARRAtildeO ENRIQUECIDO

COM BAGACcedilO DE LINHACcedilA

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

Tese apresentada como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do Grau de Doutor em Ciecircncias na Aacuterea de Tecnologia Nuclear ndash Aplicaccedilotildees

Orientador Prof Dr Valter Arthur

Satildeo Paulo

2014

ii

A meu amado marido Elias de Oliveira e aos meus filhos Ana

Paula Andreacutea e Elias por todo apoio que sempre recebi

iii

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado a oportunidade de estudar e crescer como profissional e

ser humano por me abenccediloar dando forccedila e coragem me ensinar atraveacutes de meus erros e

possibilitar a conquista de vitoacuterias seja no acircmbito profissional ou no pessoal

A meu amado esposo Elias de Oliveira que a todo tempo me incentivou e

encorajou a perseguir meu sonho Muito obrigada pelo exemplo de vida que vocecirc eacute suas

palavras de carinho me fizeram continuar ultrapassar os obstaacuteculos e aguentar firme o

tempo de dificuldades

Aos meus filhos Ana Paula Lage de Oliveira Andreacutea Lage de Oliveira e Elias

Lage de Oliveira que foram pacientes e animadores nos momentos difiacuteceis

Ao meu orientador Prof Dr Valter Arthur que pacientemente me ouviu e indicou

os melhores caminhos desta jornada e pela confianccedila em mim depositada

A Profa Dra Solange Guidolin Canniatti-Brazaca pelo apoio cientiacutefico e

disponibilizaccedilatildeo do laboratoacuterio e equipamentos

Ao Prof Dr Benedito Correa sempre soliacutecito a todos nossos pedidos

A Ana Claacuteudia Sampaio Oliveira amiga em todos os momentos e que ainda me

faz acreditar na verdadeira amizade

Luiacutes Fernando Polesi pela contribuiccedilatildeo nos testes de cozimento

Luacutecia Cristina Aparecida Santos Silva do Laboratoacuterio de Radiobiologia e

Ambiente do Cena e Joseacute Paulo de Jesus que me ajudaram nas anaacutelises

Ao CENA pela disponibilizaccedilatildeo do laboratoacuterios onde algumas anaacutelises foram

realizadas

Ao IPEN pela oportunidade de desenvolver meu projeto

E a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a conclusatildeo deste

trabalho

Muito Obrigada

iv

v

Soacute haacute duas maneiras de viver a vida a primeira eacute vivecirc-la como se os milagres

natildeo existissem A segunda eacute vivecirc-la como se tudo fosse milagre (Albert Einstein)

vi

AVALIACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO E DOS EFEITOS DAS RADIACcedilOtildeES GAMA

EM MACARRAtildeO ENRIQUECIDO COM BAGACcedilO DE LINHACcedilA

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

RESUMO

O Brasil eacute o terceiro maior produtor de massas com um volume de negoacutecios anual

de mais de um milhatildeo de toneladas Macarratildeo eacute uma fonte de energia baixo custo faacutecil

de fazer pode ser consumido em todas as estaccedilotildees agrada a todos apresenta variaccedilotildees

de forma e cor que torna este produto tatildeo popular O objetivo do estudo foi o de avaliar a

viabilidade de produccedilatildeo de um macarratildeo enriquecido a partir do bagaccedilo obtido da

extraccedilatildeo de oacuteleo de linhaccedila e estudar os efeitos da radiaccedilatildeo gama no mesmo Foram

produzidas sete formulaccedilotildees de macarratildeo sendo que duas foram irradiadas com 20kGy

(20 e 40 de adiccedilatildeo de farinha de bagaccedilo de linhaccedila) duas foram produzidas com farinha

do bagaccedilo de linhaccedila irradiada a 10kGy nas proporccedilotildees de 20 e 40 duas natildeo receberam

nenhuma dose (nas proporccedilotildees de 20 e 40) e uma formulaccedilatildeo de controle As

irradiaccedilotildees foram realizadas no irradiador multipropoacutesito de Co60 do Instituto de

Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares - IPENSP As seguintes anaacutelises foram realizadas

determinaccedilatildeo da umidade acidez pH extrato eteacutereo cinzas proteiacutena fibra textura

aderecircncia e testes de cozimento no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Centro de

Energia Nuclear na Agricultura ndash CENAUSP e na ESALQ em Piracicaba e as anaacutelises

microbioloacutegicas foram realizadas no Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas

da USPSP Os valores da umidade e da acidez obtidos para os diferentes tipos de

macarratildeo mostraram alta eficiecircncia na secagem As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e

M6040 apresentaram tambeacutem uma alta qualidade em relaccedilatildeo ao aumento de massa e

perda de soacutelidos soluacuteveis segundo os paracircmetros de Hummel Houve tambeacutem um

aumento na quantidade de fibras ficando valor caloacuterico reduzido

Palavras-chave Irradiaccedilatildeo de alimentos Linum usitatissimum L Massas Alimentiacutecias

Co60

vii

EVALUATION OF PRODUCTION AND THE EFFECTS OF GAMMA

RADIATION ON ENRICHED MACARONI WITH FLAXSEED BAGASSE

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

ABSTRACT

Brazil is the third largest producer of pasta with an annual turnover of more than

one million tons Pasta is a power source low cost convenient to make can be eaten in

all seasons appeals to everyone presents variations of shape and color which makes this

product so popular The aim of the study was to evaluate the feasibility of producing an

enriched pasta using bagasse obtained from flaxseed oil extraction and study the effects

of gamma radiation on the same Seven preparations of noodles were produced two of

which were irradiated with 20kGy (20 and 40 of crushed flaxseed meal) two were

produced with flour from crushed flaxseed irradiated to 10 kGy at the proportions of 20

and 40 two did not receive a dose (proportions of 20 and 40) and a control

formulation The irradiations were performed in the multipurpose irradiator of the

Institute of Energy and Nuclear Research ndash IPEN The following analyzes were

performed determination of moisture acidity pH ether extract ash protein fiber

texture and cooking test at the Laboratory of Radiobiology and Environmental Center

for Nuclear Energy in Agriculture - CENA USP The values of moisture and acidity

obtained for the different types of noodles showed high efficiency in drying The

formulations M8020 M8020FT e M6040 also showed high quality in relation to the

increase in the amount in mass and loss of soluble solids according to Hummel

parameters There was also an increase in the amount of fibers being reduced caloric

values

Keywords Pasta Food irradiation Linun usitatissimum L Co60

viii

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados 13

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba 28

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila 29

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP 29

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos 31

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura 31

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo 32

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo 32

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor 33

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas 34

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro 36

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia 37

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040 41

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros Lab42

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees 44

FIGURA 16 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo 45

FIGURA 17 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo 46

FIGURA 18 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo 48

FIGURA 19 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo 49

FIGURA 20 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia 50

FIGURA 21 - Valores meacutedios de cinzas ()para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 52

FIGURA 22 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia 53

FIGURA 23 - Valores meacutedios de proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia 54

FIGURA 24 - Valores meacutedios da fibra total para cada formulaccedilatildeo 55

FIGURA 25 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 57

ix

x

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila 30

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw) 38

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo 39

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo 40

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo 41

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo 43

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees 43

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees 45

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees 46

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs 47

TABELA 11 ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees 48

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo 50

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH 51

TABELA 14 - Valores meacutedios de cinzas () 51

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees 52

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees 54

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees 55

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees 56

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias 58

xi

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO vi

ABSTRACT vii

LISTA DE FIGURAS viii

LISTA DE TABELAS x

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 3

21 Alimentos funcionais 3

22 Linhaccedila 4

23 Massas Alimentiacutecias 6

231 Histoacuterico 6

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias 6

233 Mercado Atual 7

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais 7

235 Noccedilotildees Gerais 8

236 Processamento das massas alimentiacutecias 8

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo 9

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias 10

239 Farinhas Mistas 10

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos 11

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos 14

251 Carboidratos 14

A Fibras16

B Amido16

253 Proteiacutenas 18

254 Lipiacutedios 19

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica 20

261 Carboidratos 20

262 Proteiacutenas 21

263 Lipiacutedios 23

xii

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados 24

28 Atividade de aacutegua 25

3 OBJETIVO 27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila 28

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees 30

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees 34

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw) 34

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da Microbiota das

Amostras de Macarratildeo 34

433 Cor 35

434 Testes de Cozimento 35

435 Composiccedilatildeo Centesimal 37

44 Anaacutelises estatiacutesticas 38

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 38

51 Atividade de Aacutegua (Aw) 38

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de Crescimento

Bacteriano 39

53 Cor 40

54 Testes de cozimento 43

541 Tempo ideal de cozimento 43

542 Aumento de Massa e Volume 43

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis 46

544 Aderecircncia e Textura 47

55 Composiccedilatildeo Centesimal 49

551 Acidez 49

552 pH 51

553 Cinzas 51

554 Umidade 52

555 Proteiacutenas 53

556 Fibras 55

557 Lipiacutedeos 56

558 Carboidratos e Energia 57

xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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Wheat Biosystems Engineering v 95 n 2 p 219ndash225 2006

Page 2: AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS EFEITOS DAS RADIAÇÕES …pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Marcia Lage de Oliveira_D.pdf · Lúcia Cristina Aparecida Santos Silva do Laboratório

ii

A meu amado marido Elias de Oliveira e aos meus filhos Ana

Paula Andreacutea e Elias por todo apoio que sempre recebi

iii

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado a oportunidade de estudar e crescer como profissional e

ser humano por me abenccediloar dando forccedila e coragem me ensinar atraveacutes de meus erros e

possibilitar a conquista de vitoacuterias seja no acircmbito profissional ou no pessoal

A meu amado esposo Elias de Oliveira que a todo tempo me incentivou e

encorajou a perseguir meu sonho Muito obrigada pelo exemplo de vida que vocecirc eacute suas

palavras de carinho me fizeram continuar ultrapassar os obstaacuteculos e aguentar firme o

tempo de dificuldades

Aos meus filhos Ana Paula Lage de Oliveira Andreacutea Lage de Oliveira e Elias

Lage de Oliveira que foram pacientes e animadores nos momentos difiacuteceis

Ao meu orientador Prof Dr Valter Arthur que pacientemente me ouviu e indicou

os melhores caminhos desta jornada e pela confianccedila em mim depositada

A Profa Dra Solange Guidolin Canniatti-Brazaca pelo apoio cientiacutefico e

disponibilizaccedilatildeo do laboratoacuterio e equipamentos

Ao Prof Dr Benedito Correa sempre soliacutecito a todos nossos pedidos

A Ana Claacuteudia Sampaio Oliveira amiga em todos os momentos e que ainda me

faz acreditar na verdadeira amizade

Luiacutes Fernando Polesi pela contribuiccedilatildeo nos testes de cozimento

Luacutecia Cristina Aparecida Santos Silva do Laboratoacuterio de Radiobiologia e

Ambiente do Cena e Joseacute Paulo de Jesus que me ajudaram nas anaacutelises

Ao CENA pela disponibilizaccedilatildeo do laboratoacuterios onde algumas anaacutelises foram

realizadas

Ao IPEN pela oportunidade de desenvolver meu projeto

E a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a conclusatildeo deste

trabalho

Muito Obrigada

iv

v

Soacute haacute duas maneiras de viver a vida a primeira eacute vivecirc-la como se os milagres

natildeo existissem A segunda eacute vivecirc-la como se tudo fosse milagre (Albert Einstein)

vi

AVALIACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO E DOS EFEITOS DAS RADIACcedilOtildeES GAMA

EM MACARRAtildeO ENRIQUECIDO COM BAGACcedilO DE LINHACcedilA

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

RESUMO

O Brasil eacute o terceiro maior produtor de massas com um volume de negoacutecios anual

de mais de um milhatildeo de toneladas Macarratildeo eacute uma fonte de energia baixo custo faacutecil

de fazer pode ser consumido em todas as estaccedilotildees agrada a todos apresenta variaccedilotildees

de forma e cor que torna este produto tatildeo popular O objetivo do estudo foi o de avaliar a

viabilidade de produccedilatildeo de um macarratildeo enriquecido a partir do bagaccedilo obtido da

extraccedilatildeo de oacuteleo de linhaccedila e estudar os efeitos da radiaccedilatildeo gama no mesmo Foram

produzidas sete formulaccedilotildees de macarratildeo sendo que duas foram irradiadas com 20kGy

(20 e 40 de adiccedilatildeo de farinha de bagaccedilo de linhaccedila) duas foram produzidas com farinha

do bagaccedilo de linhaccedila irradiada a 10kGy nas proporccedilotildees de 20 e 40 duas natildeo receberam

nenhuma dose (nas proporccedilotildees de 20 e 40) e uma formulaccedilatildeo de controle As

irradiaccedilotildees foram realizadas no irradiador multipropoacutesito de Co60 do Instituto de

Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares - IPENSP As seguintes anaacutelises foram realizadas

determinaccedilatildeo da umidade acidez pH extrato eteacutereo cinzas proteiacutena fibra textura

aderecircncia e testes de cozimento no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Centro de

Energia Nuclear na Agricultura ndash CENAUSP e na ESALQ em Piracicaba e as anaacutelises

microbioloacutegicas foram realizadas no Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas

da USPSP Os valores da umidade e da acidez obtidos para os diferentes tipos de

macarratildeo mostraram alta eficiecircncia na secagem As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e

M6040 apresentaram tambeacutem uma alta qualidade em relaccedilatildeo ao aumento de massa e

perda de soacutelidos soluacuteveis segundo os paracircmetros de Hummel Houve tambeacutem um

aumento na quantidade de fibras ficando valor caloacuterico reduzido

Palavras-chave Irradiaccedilatildeo de alimentos Linum usitatissimum L Massas Alimentiacutecias

Co60

vii

EVALUATION OF PRODUCTION AND THE EFFECTS OF GAMMA

RADIATION ON ENRICHED MACARONI WITH FLAXSEED BAGASSE

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

ABSTRACT

Brazil is the third largest producer of pasta with an annual turnover of more than

one million tons Pasta is a power source low cost convenient to make can be eaten in

all seasons appeals to everyone presents variations of shape and color which makes this

product so popular The aim of the study was to evaluate the feasibility of producing an

enriched pasta using bagasse obtained from flaxseed oil extraction and study the effects

of gamma radiation on the same Seven preparations of noodles were produced two of

which were irradiated with 20kGy (20 and 40 of crushed flaxseed meal) two were

produced with flour from crushed flaxseed irradiated to 10 kGy at the proportions of 20

and 40 two did not receive a dose (proportions of 20 and 40) and a control

formulation The irradiations were performed in the multipurpose irradiator of the

Institute of Energy and Nuclear Research ndash IPEN The following analyzes were

performed determination of moisture acidity pH ether extract ash protein fiber

texture and cooking test at the Laboratory of Radiobiology and Environmental Center

for Nuclear Energy in Agriculture - CENA USP The values of moisture and acidity

obtained for the different types of noodles showed high efficiency in drying The

formulations M8020 M8020FT e M6040 also showed high quality in relation to the

increase in the amount in mass and loss of soluble solids according to Hummel

parameters There was also an increase in the amount of fibers being reduced caloric

values

Keywords Pasta Food irradiation Linun usitatissimum L Co60

viii

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados 13

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba 28

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila 29

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP 29

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos 31

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura 31

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo 32

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo 32

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor 33

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas 34

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro 36

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia 37

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040 41

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros Lab42

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees 44

FIGURA 16 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo 45

FIGURA 17 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo 46

FIGURA 18 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo 48

FIGURA 19 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo 49

FIGURA 20 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia 50

FIGURA 21 - Valores meacutedios de cinzas ()para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 52

FIGURA 22 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia 53

FIGURA 23 - Valores meacutedios de proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia 54

FIGURA 24 - Valores meacutedios da fibra total para cada formulaccedilatildeo 55

FIGURA 25 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 57

ix

x

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila 30

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw) 38

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo 39

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo 40

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo 41

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo 43

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees 43

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees 45

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees 46

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs 47

TABELA 11 ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees 48

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo 50

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH 51

TABELA 14 - Valores meacutedios de cinzas () 51

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees 52

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees 54

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees 55

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees 56

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias 58

xi

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO vi

ABSTRACT vii

LISTA DE FIGURAS viii

LISTA DE TABELAS x

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 3

21 Alimentos funcionais 3

22 Linhaccedila 4

23 Massas Alimentiacutecias 6

231 Histoacuterico 6

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias 6

233 Mercado Atual 7

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais 7

235 Noccedilotildees Gerais 8

236 Processamento das massas alimentiacutecias 8

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo 9

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias 10

239 Farinhas Mistas 10

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos 11

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos 14

251 Carboidratos 14

A Fibras16

B Amido16

253 Proteiacutenas 18

254 Lipiacutedios 19

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica 20

261 Carboidratos 20

262 Proteiacutenas 21

263 Lipiacutedios 23

xii

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados 24

28 Atividade de aacutegua 25

3 OBJETIVO 27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila 28

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees 30

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees 34

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw) 34

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da Microbiota das

Amostras de Macarratildeo 34

433 Cor 35

434 Testes de Cozimento 35

435 Composiccedilatildeo Centesimal 37

44 Anaacutelises estatiacutesticas 38

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 38

51 Atividade de Aacutegua (Aw) 38

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de Crescimento

Bacteriano 39

53 Cor 40

54 Testes de cozimento 43

541 Tempo ideal de cozimento 43

542 Aumento de Massa e Volume 43

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis 46

544 Aderecircncia e Textura 47

55 Composiccedilatildeo Centesimal 49

551 Acidez 49

552 pH 51

553 Cinzas 51

554 Umidade 52

555 Proteiacutenas 53

556 Fibras 55

557 Lipiacutedeos 56

558 Carboidratos e Energia 57

xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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iii

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado a oportunidade de estudar e crescer como profissional e

ser humano por me abenccediloar dando forccedila e coragem me ensinar atraveacutes de meus erros e

possibilitar a conquista de vitoacuterias seja no acircmbito profissional ou no pessoal

A meu amado esposo Elias de Oliveira que a todo tempo me incentivou e

encorajou a perseguir meu sonho Muito obrigada pelo exemplo de vida que vocecirc eacute suas

palavras de carinho me fizeram continuar ultrapassar os obstaacuteculos e aguentar firme o

tempo de dificuldades

Aos meus filhos Ana Paula Lage de Oliveira Andreacutea Lage de Oliveira e Elias

Lage de Oliveira que foram pacientes e animadores nos momentos difiacuteceis

Ao meu orientador Prof Dr Valter Arthur que pacientemente me ouviu e indicou

os melhores caminhos desta jornada e pela confianccedila em mim depositada

A Profa Dra Solange Guidolin Canniatti-Brazaca pelo apoio cientiacutefico e

disponibilizaccedilatildeo do laboratoacuterio e equipamentos

Ao Prof Dr Benedito Correa sempre soliacutecito a todos nossos pedidos

A Ana Claacuteudia Sampaio Oliveira amiga em todos os momentos e que ainda me

faz acreditar na verdadeira amizade

Luiacutes Fernando Polesi pela contribuiccedilatildeo nos testes de cozimento

Luacutecia Cristina Aparecida Santos Silva do Laboratoacuterio de Radiobiologia e

Ambiente do Cena e Joseacute Paulo de Jesus que me ajudaram nas anaacutelises

Ao CENA pela disponibilizaccedilatildeo do laboratoacuterios onde algumas anaacutelises foram

realizadas

Ao IPEN pela oportunidade de desenvolver meu projeto

E a todos que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a conclusatildeo deste

trabalho

Muito Obrigada

iv

v

Soacute haacute duas maneiras de viver a vida a primeira eacute vivecirc-la como se os milagres

natildeo existissem A segunda eacute vivecirc-la como se tudo fosse milagre (Albert Einstein)

vi

AVALIACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO E DOS EFEITOS DAS RADIACcedilOtildeES GAMA

EM MACARRAtildeO ENRIQUECIDO COM BAGACcedilO DE LINHACcedilA

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

RESUMO

O Brasil eacute o terceiro maior produtor de massas com um volume de negoacutecios anual

de mais de um milhatildeo de toneladas Macarratildeo eacute uma fonte de energia baixo custo faacutecil

de fazer pode ser consumido em todas as estaccedilotildees agrada a todos apresenta variaccedilotildees

de forma e cor que torna este produto tatildeo popular O objetivo do estudo foi o de avaliar a

viabilidade de produccedilatildeo de um macarratildeo enriquecido a partir do bagaccedilo obtido da

extraccedilatildeo de oacuteleo de linhaccedila e estudar os efeitos da radiaccedilatildeo gama no mesmo Foram

produzidas sete formulaccedilotildees de macarratildeo sendo que duas foram irradiadas com 20kGy

(20 e 40 de adiccedilatildeo de farinha de bagaccedilo de linhaccedila) duas foram produzidas com farinha

do bagaccedilo de linhaccedila irradiada a 10kGy nas proporccedilotildees de 20 e 40 duas natildeo receberam

nenhuma dose (nas proporccedilotildees de 20 e 40) e uma formulaccedilatildeo de controle As

irradiaccedilotildees foram realizadas no irradiador multipropoacutesito de Co60 do Instituto de

Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares - IPENSP As seguintes anaacutelises foram realizadas

determinaccedilatildeo da umidade acidez pH extrato eteacutereo cinzas proteiacutena fibra textura

aderecircncia e testes de cozimento no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Centro de

Energia Nuclear na Agricultura ndash CENAUSP e na ESALQ em Piracicaba e as anaacutelises

microbioloacutegicas foram realizadas no Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas

da USPSP Os valores da umidade e da acidez obtidos para os diferentes tipos de

macarratildeo mostraram alta eficiecircncia na secagem As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e

M6040 apresentaram tambeacutem uma alta qualidade em relaccedilatildeo ao aumento de massa e

perda de soacutelidos soluacuteveis segundo os paracircmetros de Hummel Houve tambeacutem um

aumento na quantidade de fibras ficando valor caloacuterico reduzido

Palavras-chave Irradiaccedilatildeo de alimentos Linum usitatissimum L Massas Alimentiacutecias

Co60

vii

EVALUATION OF PRODUCTION AND THE EFFECTS OF GAMMA

RADIATION ON ENRICHED MACARONI WITH FLAXSEED BAGASSE

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

ABSTRACT

Brazil is the third largest producer of pasta with an annual turnover of more than

one million tons Pasta is a power source low cost convenient to make can be eaten in

all seasons appeals to everyone presents variations of shape and color which makes this

product so popular The aim of the study was to evaluate the feasibility of producing an

enriched pasta using bagasse obtained from flaxseed oil extraction and study the effects

of gamma radiation on the same Seven preparations of noodles were produced two of

which were irradiated with 20kGy (20 and 40 of crushed flaxseed meal) two were

produced with flour from crushed flaxseed irradiated to 10 kGy at the proportions of 20

and 40 two did not receive a dose (proportions of 20 and 40) and a control

formulation The irradiations were performed in the multipurpose irradiator of the

Institute of Energy and Nuclear Research ndash IPEN The following analyzes were

performed determination of moisture acidity pH ether extract ash protein fiber

texture and cooking test at the Laboratory of Radiobiology and Environmental Center

for Nuclear Energy in Agriculture - CENA USP The values of moisture and acidity

obtained for the different types of noodles showed high efficiency in drying The

formulations M8020 M8020FT e M6040 also showed high quality in relation to the

increase in the amount in mass and loss of soluble solids according to Hummel

parameters There was also an increase in the amount of fibers being reduced caloric

values

Keywords Pasta Food irradiation Linun usitatissimum L Co60

viii

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados 13

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba 28

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila 29

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP 29

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos 31

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura 31

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo 32

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo 32

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor 33

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas 34

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro 36

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia 37

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040 41

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros Lab42

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees 44

FIGURA 16 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo 45

FIGURA 17 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo 46

FIGURA 18 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo 48

FIGURA 19 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo 49

FIGURA 20 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia 50

FIGURA 21 - Valores meacutedios de cinzas ()para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 52

FIGURA 22 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia 53

FIGURA 23 - Valores meacutedios de proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia 54

FIGURA 24 - Valores meacutedios da fibra total para cada formulaccedilatildeo 55

FIGURA 25 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 57

ix

x

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila 30

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw) 38

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo 39

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo 40

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo 41

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo 43

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees 43

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees 45

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees 46

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs 47

TABELA 11 ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees 48

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo 50

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH 51

TABELA 14 - Valores meacutedios de cinzas () 51

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees 52

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees 54

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees 55

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees 56

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias 58

xi

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO vi

ABSTRACT vii

LISTA DE FIGURAS viii

LISTA DE TABELAS x

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 3

21 Alimentos funcionais 3

22 Linhaccedila 4

23 Massas Alimentiacutecias 6

231 Histoacuterico 6

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias 6

233 Mercado Atual 7

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais 7

235 Noccedilotildees Gerais 8

236 Processamento das massas alimentiacutecias 8

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo 9

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias 10

239 Farinhas Mistas 10

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos 11

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos 14

251 Carboidratos 14

A Fibras16

B Amido16

253 Proteiacutenas 18

254 Lipiacutedios 19

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica 20

261 Carboidratos 20

262 Proteiacutenas 21

263 Lipiacutedios 23

xii

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados 24

28 Atividade de aacutegua 25

3 OBJETIVO 27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila 28

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees 30

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees 34

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw) 34

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da Microbiota das

Amostras de Macarratildeo 34

433 Cor 35

434 Testes de Cozimento 35

435 Composiccedilatildeo Centesimal 37

44 Anaacutelises estatiacutesticas 38

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 38

51 Atividade de Aacutegua (Aw) 38

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de Crescimento

Bacteriano 39

53 Cor 40

54 Testes de cozimento 43

541 Tempo ideal de cozimento 43

542 Aumento de Massa e Volume 43

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis 46

544 Aderecircncia e Textura 47

55 Composiccedilatildeo Centesimal 49

551 Acidez 49

552 pH 51

553 Cinzas 51

554 Umidade 52

555 Proteiacutenas 53

556 Fibras 55

557 Lipiacutedeos 56

558 Carboidratos e Energia 57

xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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iv

v

Soacute haacute duas maneiras de viver a vida a primeira eacute vivecirc-la como se os milagres

natildeo existissem A segunda eacute vivecirc-la como se tudo fosse milagre (Albert Einstein)

vi

AVALIACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO E DOS EFEITOS DAS RADIACcedilOtildeES GAMA

EM MACARRAtildeO ENRIQUECIDO COM BAGACcedilO DE LINHACcedilA

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

RESUMO

O Brasil eacute o terceiro maior produtor de massas com um volume de negoacutecios anual

de mais de um milhatildeo de toneladas Macarratildeo eacute uma fonte de energia baixo custo faacutecil

de fazer pode ser consumido em todas as estaccedilotildees agrada a todos apresenta variaccedilotildees

de forma e cor que torna este produto tatildeo popular O objetivo do estudo foi o de avaliar a

viabilidade de produccedilatildeo de um macarratildeo enriquecido a partir do bagaccedilo obtido da

extraccedilatildeo de oacuteleo de linhaccedila e estudar os efeitos da radiaccedilatildeo gama no mesmo Foram

produzidas sete formulaccedilotildees de macarratildeo sendo que duas foram irradiadas com 20kGy

(20 e 40 de adiccedilatildeo de farinha de bagaccedilo de linhaccedila) duas foram produzidas com farinha

do bagaccedilo de linhaccedila irradiada a 10kGy nas proporccedilotildees de 20 e 40 duas natildeo receberam

nenhuma dose (nas proporccedilotildees de 20 e 40) e uma formulaccedilatildeo de controle As

irradiaccedilotildees foram realizadas no irradiador multipropoacutesito de Co60 do Instituto de

Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares - IPENSP As seguintes anaacutelises foram realizadas

determinaccedilatildeo da umidade acidez pH extrato eteacutereo cinzas proteiacutena fibra textura

aderecircncia e testes de cozimento no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Centro de

Energia Nuclear na Agricultura ndash CENAUSP e na ESALQ em Piracicaba e as anaacutelises

microbioloacutegicas foram realizadas no Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas

da USPSP Os valores da umidade e da acidez obtidos para os diferentes tipos de

macarratildeo mostraram alta eficiecircncia na secagem As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e

M6040 apresentaram tambeacutem uma alta qualidade em relaccedilatildeo ao aumento de massa e

perda de soacutelidos soluacuteveis segundo os paracircmetros de Hummel Houve tambeacutem um

aumento na quantidade de fibras ficando valor caloacuterico reduzido

Palavras-chave Irradiaccedilatildeo de alimentos Linum usitatissimum L Massas Alimentiacutecias

Co60

vii

EVALUATION OF PRODUCTION AND THE EFFECTS OF GAMMA

RADIATION ON ENRICHED MACARONI WITH FLAXSEED BAGASSE

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

ABSTRACT

Brazil is the third largest producer of pasta with an annual turnover of more than

one million tons Pasta is a power source low cost convenient to make can be eaten in

all seasons appeals to everyone presents variations of shape and color which makes this

product so popular The aim of the study was to evaluate the feasibility of producing an

enriched pasta using bagasse obtained from flaxseed oil extraction and study the effects

of gamma radiation on the same Seven preparations of noodles were produced two of

which were irradiated with 20kGy (20 and 40 of crushed flaxseed meal) two were

produced with flour from crushed flaxseed irradiated to 10 kGy at the proportions of 20

and 40 two did not receive a dose (proportions of 20 and 40) and a control

formulation The irradiations were performed in the multipurpose irradiator of the

Institute of Energy and Nuclear Research ndash IPEN The following analyzes were

performed determination of moisture acidity pH ether extract ash protein fiber

texture and cooking test at the Laboratory of Radiobiology and Environmental Center

for Nuclear Energy in Agriculture - CENA USP The values of moisture and acidity

obtained for the different types of noodles showed high efficiency in drying The

formulations M8020 M8020FT e M6040 also showed high quality in relation to the

increase in the amount in mass and loss of soluble solids according to Hummel

parameters There was also an increase in the amount of fibers being reduced caloric

values

Keywords Pasta Food irradiation Linun usitatissimum L Co60

viii

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados 13

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba 28

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila 29

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP 29

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos 31

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura 31

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo 32

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo 32

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor 33

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas 34

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro 36

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia 37

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040 41

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros Lab42

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees 44

FIGURA 16 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo 45

FIGURA 17 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo 46

FIGURA 18 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo 48

FIGURA 19 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo 49

FIGURA 20 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia 50

FIGURA 21 - Valores meacutedios de cinzas ()para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 52

FIGURA 22 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia 53

FIGURA 23 - Valores meacutedios de proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia 54

FIGURA 24 - Valores meacutedios da fibra total para cada formulaccedilatildeo 55

FIGURA 25 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 57

ix

x

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila 30

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw) 38

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo 39

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo 40

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo 41

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo 43

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees 43

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees 45

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees 46

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs 47

TABELA 11 ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees 48

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo 50

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH 51

TABELA 14 - Valores meacutedios de cinzas () 51

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees 52

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees 54

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees 55

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees 56

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias 58

xi

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO vi

ABSTRACT vii

LISTA DE FIGURAS viii

LISTA DE TABELAS x

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 3

21 Alimentos funcionais 3

22 Linhaccedila 4

23 Massas Alimentiacutecias 6

231 Histoacuterico 6

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias 6

233 Mercado Atual 7

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais 7

235 Noccedilotildees Gerais 8

236 Processamento das massas alimentiacutecias 8

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo 9

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias 10

239 Farinhas Mistas 10

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos 11

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos 14

251 Carboidratos 14

A Fibras16

B Amido16

253 Proteiacutenas 18

254 Lipiacutedios 19

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica 20

261 Carboidratos 20

262 Proteiacutenas 21

263 Lipiacutedios 23

xii

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados 24

28 Atividade de aacutegua 25

3 OBJETIVO 27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila 28

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees 30

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees 34

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw) 34

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da Microbiota das

Amostras de Macarratildeo 34

433 Cor 35

434 Testes de Cozimento 35

435 Composiccedilatildeo Centesimal 37

44 Anaacutelises estatiacutesticas 38

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 38

51 Atividade de Aacutegua (Aw) 38

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de Crescimento

Bacteriano 39

53 Cor 40

54 Testes de cozimento 43

541 Tempo ideal de cozimento 43

542 Aumento de Massa e Volume 43

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis 46

544 Aderecircncia e Textura 47

55 Composiccedilatildeo Centesimal 49

551 Acidez 49

552 pH 51

553 Cinzas 51

554 Umidade 52

555 Proteiacutenas 53

556 Fibras 55

557 Lipiacutedeos 56

558 Carboidratos e Energia 57

xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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v

Soacute haacute duas maneiras de viver a vida a primeira eacute vivecirc-la como se os milagres

natildeo existissem A segunda eacute vivecirc-la como se tudo fosse milagre (Albert Einstein)

vi

AVALIACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO E DOS EFEITOS DAS RADIACcedilOtildeES GAMA

EM MACARRAtildeO ENRIQUECIDO COM BAGACcedilO DE LINHACcedilA

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

RESUMO

O Brasil eacute o terceiro maior produtor de massas com um volume de negoacutecios anual

de mais de um milhatildeo de toneladas Macarratildeo eacute uma fonte de energia baixo custo faacutecil

de fazer pode ser consumido em todas as estaccedilotildees agrada a todos apresenta variaccedilotildees

de forma e cor que torna este produto tatildeo popular O objetivo do estudo foi o de avaliar a

viabilidade de produccedilatildeo de um macarratildeo enriquecido a partir do bagaccedilo obtido da

extraccedilatildeo de oacuteleo de linhaccedila e estudar os efeitos da radiaccedilatildeo gama no mesmo Foram

produzidas sete formulaccedilotildees de macarratildeo sendo que duas foram irradiadas com 20kGy

(20 e 40 de adiccedilatildeo de farinha de bagaccedilo de linhaccedila) duas foram produzidas com farinha

do bagaccedilo de linhaccedila irradiada a 10kGy nas proporccedilotildees de 20 e 40 duas natildeo receberam

nenhuma dose (nas proporccedilotildees de 20 e 40) e uma formulaccedilatildeo de controle As

irradiaccedilotildees foram realizadas no irradiador multipropoacutesito de Co60 do Instituto de

Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares - IPENSP As seguintes anaacutelises foram realizadas

determinaccedilatildeo da umidade acidez pH extrato eteacutereo cinzas proteiacutena fibra textura

aderecircncia e testes de cozimento no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Centro de

Energia Nuclear na Agricultura ndash CENAUSP e na ESALQ em Piracicaba e as anaacutelises

microbioloacutegicas foram realizadas no Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas

da USPSP Os valores da umidade e da acidez obtidos para os diferentes tipos de

macarratildeo mostraram alta eficiecircncia na secagem As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e

M6040 apresentaram tambeacutem uma alta qualidade em relaccedilatildeo ao aumento de massa e

perda de soacutelidos soluacuteveis segundo os paracircmetros de Hummel Houve tambeacutem um

aumento na quantidade de fibras ficando valor caloacuterico reduzido

Palavras-chave Irradiaccedilatildeo de alimentos Linum usitatissimum L Massas Alimentiacutecias

Co60

vii

EVALUATION OF PRODUCTION AND THE EFFECTS OF GAMMA

RADIATION ON ENRICHED MACARONI WITH FLAXSEED BAGASSE

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

ABSTRACT

Brazil is the third largest producer of pasta with an annual turnover of more than

one million tons Pasta is a power source low cost convenient to make can be eaten in

all seasons appeals to everyone presents variations of shape and color which makes this

product so popular The aim of the study was to evaluate the feasibility of producing an

enriched pasta using bagasse obtained from flaxseed oil extraction and study the effects

of gamma radiation on the same Seven preparations of noodles were produced two of

which were irradiated with 20kGy (20 and 40 of crushed flaxseed meal) two were

produced with flour from crushed flaxseed irradiated to 10 kGy at the proportions of 20

and 40 two did not receive a dose (proportions of 20 and 40) and a control

formulation The irradiations were performed in the multipurpose irradiator of the

Institute of Energy and Nuclear Research ndash IPEN The following analyzes were

performed determination of moisture acidity pH ether extract ash protein fiber

texture and cooking test at the Laboratory of Radiobiology and Environmental Center

for Nuclear Energy in Agriculture - CENA USP The values of moisture and acidity

obtained for the different types of noodles showed high efficiency in drying The

formulations M8020 M8020FT e M6040 also showed high quality in relation to the

increase in the amount in mass and loss of soluble solids according to Hummel

parameters There was also an increase in the amount of fibers being reduced caloric

values

Keywords Pasta Food irradiation Linun usitatissimum L Co60

viii

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados 13

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba 28

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila 29

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP 29

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos 31

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura 31

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo 32

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo 32

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor 33

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas 34

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro 36

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia 37

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040 41

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros Lab42

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees 44

FIGURA 16 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo 45

FIGURA 17 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo 46

FIGURA 18 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo 48

FIGURA 19 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo 49

FIGURA 20 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia 50

FIGURA 21 - Valores meacutedios de cinzas ()para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 52

FIGURA 22 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia 53

FIGURA 23 - Valores meacutedios de proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia 54

FIGURA 24 - Valores meacutedios da fibra total para cada formulaccedilatildeo 55

FIGURA 25 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 57

ix

x

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila 30

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw) 38

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo 39

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo 40

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo 41

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo 43

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees 43

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees 45

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees 46

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs 47

TABELA 11 ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees 48

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo 50

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH 51

TABELA 14 - Valores meacutedios de cinzas () 51

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees 52

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees 54

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees 55

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees 56

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias 58

xi

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO vi

ABSTRACT vii

LISTA DE FIGURAS viii

LISTA DE TABELAS x

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 3

21 Alimentos funcionais 3

22 Linhaccedila 4

23 Massas Alimentiacutecias 6

231 Histoacuterico 6

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias 6

233 Mercado Atual 7

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais 7

235 Noccedilotildees Gerais 8

236 Processamento das massas alimentiacutecias 8

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo 9

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias 10

239 Farinhas Mistas 10

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos 11

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos 14

251 Carboidratos 14

A Fibras16

B Amido16

253 Proteiacutenas 18

254 Lipiacutedios 19

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica 20

261 Carboidratos 20

262 Proteiacutenas 21

263 Lipiacutedios 23

xii

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados 24

28 Atividade de aacutegua 25

3 OBJETIVO 27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila 28

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees 30

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees 34

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw) 34

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da Microbiota das

Amostras de Macarratildeo 34

433 Cor 35

434 Testes de Cozimento 35

435 Composiccedilatildeo Centesimal 37

44 Anaacutelises estatiacutesticas 38

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 38

51 Atividade de Aacutegua (Aw) 38

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de Crescimento

Bacteriano 39

53 Cor 40

54 Testes de cozimento 43

541 Tempo ideal de cozimento 43

542 Aumento de Massa e Volume 43

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis 46

544 Aderecircncia e Textura 47

55 Composiccedilatildeo Centesimal 49

551 Acidez 49

552 pH 51

553 Cinzas 51

554 Umidade 52

555 Proteiacutenas 53

556 Fibras 55

557 Lipiacutedeos 56

558 Carboidratos e Energia 57

xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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Page 6: AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS EFEITOS DAS RADIAÇÕES …pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Marcia Lage de Oliveira_D.pdf · Lúcia Cristina Aparecida Santos Silva do Laboratório

vi

AVALIACcedilAtildeO DA PRODUCcedilAtildeO E DOS EFEITOS DAS RADIACcedilOtildeES GAMA

EM MACARRAtildeO ENRIQUECIDO COM BAGACcedilO DE LINHACcedilA

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

RESUMO

O Brasil eacute o terceiro maior produtor de massas com um volume de negoacutecios anual

de mais de um milhatildeo de toneladas Macarratildeo eacute uma fonte de energia baixo custo faacutecil

de fazer pode ser consumido em todas as estaccedilotildees agrada a todos apresenta variaccedilotildees

de forma e cor que torna este produto tatildeo popular O objetivo do estudo foi o de avaliar a

viabilidade de produccedilatildeo de um macarratildeo enriquecido a partir do bagaccedilo obtido da

extraccedilatildeo de oacuteleo de linhaccedila e estudar os efeitos da radiaccedilatildeo gama no mesmo Foram

produzidas sete formulaccedilotildees de macarratildeo sendo que duas foram irradiadas com 20kGy

(20 e 40 de adiccedilatildeo de farinha de bagaccedilo de linhaccedila) duas foram produzidas com farinha

do bagaccedilo de linhaccedila irradiada a 10kGy nas proporccedilotildees de 20 e 40 duas natildeo receberam

nenhuma dose (nas proporccedilotildees de 20 e 40) e uma formulaccedilatildeo de controle As

irradiaccedilotildees foram realizadas no irradiador multipropoacutesito de Co60 do Instituto de

Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares - IPENSP As seguintes anaacutelises foram realizadas

determinaccedilatildeo da umidade acidez pH extrato eteacutereo cinzas proteiacutena fibra textura

aderecircncia e testes de cozimento no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Centro de

Energia Nuclear na Agricultura ndash CENAUSP e na ESALQ em Piracicaba e as anaacutelises

microbioloacutegicas foram realizadas no Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas

da USPSP Os valores da umidade e da acidez obtidos para os diferentes tipos de

macarratildeo mostraram alta eficiecircncia na secagem As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e

M6040 apresentaram tambeacutem uma alta qualidade em relaccedilatildeo ao aumento de massa e

perda de soacutelidos soluacuteveis segundo os paracircmetros de Hummel Houve tambeacutem um

aumento na quantidade de fibras ficando valor caloacuterico reduzido

Palavras-chave Irradiaccedilatildeo de alimentos Linum usitatissimum L Massas Alimentiacutecias

Co60

vii

EVALUATION OF PRODUCTION AND THE EFFECTS OF GAMMA

RADIATION ON ENRICHED MACARONI WITH FLAXSEED BAGASSE

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

ABSTRACT

Brazil is the third largest producer of pasta with an annual turnover of more than

one million tons Pasta is a power source low cost convenient to make can be eaten in

all seasons appeals to everyone presents variations of shape and color which makes this

product so popular The aim of the study was to evaluate the feasibility of producing an

enriched pasta using bagasse obtained from flaxseed oil extraction and study the effects

of gamma radiation on the same Seven preparations of noodles were produced two of

which were irradiated with 20kGy (20 and 40 of crushed flaxseed meal) two were

produced with flour from crushed flaxseed irradiated to 10 kGy at the proportions of 20

and 40 two did not receive a dose (proportions of 20 and 40) and a control

formulation The irradiations were performed in the multipurpose irradiator of the

Institute of Energy and Nuclear Research ndash IPEN The following analyzes were

performed determination of moisture acidity pH ether extract ash protein fiber

texture and cooking test at the Laboratory of Radiobiology and Environmental Center

for Nuclear Energy in Agriculture - CENA USP The values of moisture and acidity

obtained for the different types of noodles showed high efficiency in drying The

formulations M8020 M8020FT e M6040 also showed high quality in relation to the

increase in the amount in mass and loss of soluble solids according to Hummel

parameters There was also an increase in the amount of fibers being reduced caloric

values

Keywords Pasta Food irradiation Linun usitatissimum L Co60

viii

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados 13

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba 28

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila 29

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP 29

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos 31

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura 31

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo 32

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo 32

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor 33

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas 34

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro 36

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia 37

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040 41

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros Lab42

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees 44

FIGURA 16 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo 45

FIGURA 17 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo 46

FIGURA 18 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo 48

FIGURA 19 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo 49

FIGURA 20 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia 50

FIGURA 21 - Valores meacutedios de cinzas ()para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 52

FIGURA 22 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia 53

FIGURA 23 - Valores meacutedios de proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia 54

FIGURA 24 - Valores meacutedios da fibra total para cada formulaccedilatildeo 55

FIGURA 25 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 57

ix

x

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila 30

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw) 38

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo 39

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo 40

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo 41

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo 43

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees 43

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees 45

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees 46

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs 47

TABELA 11 ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees 48

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo 50

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH 51

TABELA 14 - Valores meacutedios de cinzas () 51

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees 52

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees 54

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees 55

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees 56

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias 58

xi

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO vi

ABSTRACT vii

LISTA DE FIGURAS viii

LISTA DE TABELAS x

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 3

21 Alimentos funcionais 3

22 Linhaccedila 4

23 Massas Alimentiacutecias 6

231 Histoacuterico 6

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias 6

233 Mercado Atual 7

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais 7

235 Noccedilotildees Gerais 8

236 Processamento das massas alimentiacutecias 8

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo 9

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias 10

239 Farinhas Mistas 10

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos 11

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos 14

251 Carboidratos 14

A Fibras16

B Amido16

253 Proteiacutenas 18

254 Lipiacutedios 19

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica 20

261 Carboidratos 20

262 Proteiacutenas 21

263 Lipiacutedios 23

xii

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados 24

28 Atividade de aacutegua 25

3 OBJETIVO 27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila 28

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees 30

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees 34

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw) 34

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da Microbiota das

Amostras de Macarratildeo 34

433 Cor 35

434 Testes de Cozimento 35

435 Composiccedilatildeo Centesimal 37

44 Anaacutelises estatiacutesticas 38

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 38

51 Atividade de Aacutegua (Aw) 38

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de Crescimento

Bacteriano 39

53 Cor 40

54 Testes de cozimento 43

541 Tempo ideal de cozimento 43

542 Aumento de Massa e Volume 43

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis 46

544 Aderecircncia e Textura 47

55 Composiccedilatildeo Centesimal 49

551 Acidez 49

552 pH 51

553 Cinzas 51

554 Umidade 52

555 Proteiacutenas 53

556 Fibras 55

557 Lipiacutedeos 56

558 Carboidratos e Energia 57

xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

7 BIBLIOGRAFIA

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Page 7: AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS EFEITOS DAS RADIAÇÕES …pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Marcia Lage de Oliveira_D.pdf · Lúcia Cristina Aparecida Santos Silva do Laboratório

vii

EVALUATION OF PRODUCTION AND THE EFFECTS OF GAMMA

RADIATION ON ENRICHED MACARONI WITH FLAXSEED BAGASSE

(Linum usitatissimum L)

Maacutercia Lage de Oliveira

ABSTRACT

Brazil is the third largest producer of pasta with an annual turnover of more than

one million tons Pasta is a power source low cost convenient to make can be eaten in

all seasons appeals to everyone presents variations of shape and color which makes this

product so popular The aim of the study was to evaluate the feasibility of producing an

enriched pasta using bagasse obtained from flaxseed oil extraction and study the effects

of gamma radiation on the same Seven preparations of noodles were produced two of

which were irradiated with 20kGy (20 and 40 of crushed flaxseed meal) two were

produced with flour from crushed flaxseed irradiated to 10 kGy at the proportions of 20

and 40 two did not receive a dose (proportions of 20 and 40) and a control

formulation The irradiations were performed in the multipurpose irradiator of the

Institute of Energy and Nuclear Research ndash IPEN The following analyzes were

performed determination of moisture acidity pH ether extract ash protein fiber

texture and cooking test at the Laboratory of Radiobiology and Environmental Center

for Nuclear Energy in Agriculture - CENA USP The values of moisture and acidity

obtained for the different types of noodles showed high efficiency in drying The

formulations M8020 M8020FT e M6040 also showed high quality in relation to the

increase in the amount in mass and loss of soluble solids according to Hummel

parameters There was also an increase in the amount of fibers being reduced caloric

values

Keywords Pasta Food irradiation Linun usitatissimum L Co60

viii

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados 13

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba 28

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila 29

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP 29

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos 31

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura 31

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo 32

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo 32

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor 33

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas 34

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro 36

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia 37

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040 41

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros Lab42

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees 44

FIGURA 16 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo 45

FIGURA 17 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo 46

FIGURA 18 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo 48

FIGURA 19 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo 49

FIGURA 20 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia 50

FIGURA 21 - Valores meacutedios de cinzas ()para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 52

FIGURA 22 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia 53

FIGURA 23 - Valores meacutedios de proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia 54

FIGURA 24 - Valores meacutedios da fibra total para cada formulaccedilatildeo 55

FIGURA 25 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 57

ix

x

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila 30

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw) 38

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo 39

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo 40

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo 41

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo 43

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees 43

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees 45

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees 46

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs 47

TABELA 11 ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees 48

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo 50

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH 51

TABELA 14 - Valores meacutedios de cinzas () 51

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees 52

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees 54

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees 55

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees 56

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias 58

xi

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO vi

ABSTRACT vii

LISTA DE FIGURAS viii

LISTA DE TABELAS x

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 3

21 Alimentos funcionais 3

22 Linhaccedila 4

23 Massas Alimentiacutecias 6

231 Histoacuterico 6

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias 6

233 Mercado Atual 7

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais 7

235 Noccedilotildees Gerais 8

236 Processamento das massas alimentiacutecias 8

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo 9

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias 10

239 Farinhas Mistas 10

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos 11

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos 14

251 Carboidratos 14

A Fibras16

B Amido16

253 Proteiacutenas 18

254 Lipiacutedios 19

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica 20

261 Carboidratos 20

262 Proteiacutenas 21

263 Lipiacutedios 23

xii

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados 24

28 Atividade de aacutegua 25

3 OBJETIVO 27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila 28

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees 30

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees 34

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw) 34

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da Microbiota das

Amostras de Macarratildeo 34

433 Cor 35

434 Testes de Cozimento 35

435 Composiccedilatildeo Centesimal 37

44 Anaacutelises estatiacutesticas 38

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 38

51 Atividade de Aacutegua (Aw) 38

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de Crescimento

Bacteriano 39

53 Cor 40

54 Testes de cozimento 43

541 Tempo ideal de cozimento 43

542 Aumento de Massa e Volume 43

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis 46

544 Aderecircncia e Textura 47

55 Composiccedilatildeo Centesimal 49

551 Acidez 49

552 pH 51

553 Cinzas 51

554 Umidade 52

555 Proteiacutenas 53

556 Fibras 55

557 Lipiacutedeos 56

558 Carboidratos e Energia 57

xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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Page 8: AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS EFEITOS DAS RADIAÇÕES …pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Marcia Lage de Oliveira_D.pdf · Lúcia Cristina Aparecida Santos Silva do Laboratório

viii

LISTA DE FIGURAS

Paacutegina

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados 13

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba 28

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila 29

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP 29

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos 31

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura 31

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo 32

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo 32

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor 33

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas 34

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro 36

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia 37

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040 41

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros Lab42

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees 44

FIGURA 16 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo 45

FIGURA 17 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo 46

FIGURA 18 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo 48

FIGURA 19 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo 49

FIGURA 20 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia 50

FIGURA 21 - Valores meacutedios de cinzas ()para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 52

FIGURA 22 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia 53

FIGURA 23 - Valores meacutedios de proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia 54

FIGURA 24 - Valores meacutedios da fibra total para cada formulaccedilatildeo 55

FIGURA 25 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia 57

ix

x

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila 30

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw) 38

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo 39

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo 40

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo 41

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo 43

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees 43

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees 45

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees 46

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs 47

TABELA 11 ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees 48

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo 50

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH 51

TABELA 14 - Valores meacutedios de cinzas () 51

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees 52

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees 54

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees 55

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees 56

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias 58

xi

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO vi

ABSTRACT vii

LISTA DE FIGURAS viii

LISTA DE TABELAS x

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 3

21 Alimentos funcionais 3

22 Linhaccedila 4

23 Massas Alimentiacutecias 6

231 Histoacuterico 6

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias 6

233 Mercado Atual 7

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais 7

235 Noccedilotildees Gerais 8

236 Processamento das massas alimentiacutecias 8

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo 9

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias 10

239 Farinhas Mistas 10

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos 11

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos 14

251 Carboidratos 14

A Fibras16

B Amido16

253 Proteiacutenas 18

254 Lipiacutedios 19

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica 20

261 Carboidratos 20

262 Proteiacutenas 21

263 Lipiacutedios 23

xii

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados 24

28 Atividade de aacutegua 25

3 OBJETIVO 27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila 28

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees 30

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees 34

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw) 34

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da Microbiota das

Amostras de Macarratildeo 34

433 Cor 35

434 Testes de Cozimento 35

435 Composiccedilatildeo Centesimal 37

44 Anaacutelises estatiacutesticas 38

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 38

51 Atividade de Aacutegua (Aw) 38

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de Crescimento

Bacteriano 39

53 Cor 40

54 Testes de cozimento 43

541 Tempo ideal de cozimento 43

542 Aumento de Massa e Volume 43

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis 46

544 Aderecircncia e Textura 47

55 Composiccedilatildeo Centesimal 49

551 Acidez 49

552 pH 51

553 Cinzas 51

554 Umidade 52

555 Proteiacutenas 53

556 Fibras 55

557 Lipiacutedeos 56

558 Carboidratos e Energia 57

xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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Page 9: AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS EFEITOS DAS RADIAÇÕES …pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Marcia Lage de Oliveira_D.pdf · Lúcia Cristina Aparecida Santos Silva do Laboratório

ix

x

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila 30

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw) 38

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo 39

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo 40

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo 41

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo 43

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees 43

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees 45

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees 46

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs 47

TABELA 11 ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees 48

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo 50

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH 51

TABELA 14 - Valores meacutedios de cinzas () 51

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees 52

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees 54

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees 55

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees 56

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias 58

xi

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO vi

ABSTRACT vii

LISTA DE FIGURAS viii

LISTA DE TABELAS x

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 3

21 Alimentos funcionais 3

22 Linhaccedila 4

23 Massas Alimentiacutecias 6

231 Histoacuterico 6

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias 6

233 Mercado Atual 7

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais 7

235 Noccedilotildees Gerais 8

236 Processamento das massas alimentiacutecias 8

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo 9

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias 10

239 Farinhas Mistas 10

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos 11

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos 14

251 Carboidratos 14

A Fibras16

B Amido16

253 Proteiacutenas 18

254 Lipiacutedios 19

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica 20

261 Carboidratos 20

262 Proteiacutenas 21

263 Lipiacutedios 23

xii

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados 24

28 Atividade de aacutegua 25

3 OBJETIVO 27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila 28

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees 30

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees 34

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw) 34

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da Microbiota das

Amostras de Macarratildeo 34

433 Cor 35

434 Testes de Cozimento 35

435 Composiccedilatildeo Centesimal 37

44 Anaacutelises estatiacutesticas 38

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 38

51 Atividade de Aacutegua (Aw) 38

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de Crescimento

Bacteriano 39

53 Cor 40

54 Testes de cozimento 43

541 Tempo ideal de cozimento 43

542 Aumento de Massa e Volume 43

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis 46

544 Aderecircncia e Textura 47

55 Composiccedilatildeo Centesimal 49

551 Acidez 49

552 pH 51

553 Cinzas 51

554 Umidade 52

555 Proteiacutenas 53

556 Fibras 55

557 Lipiacutedeos 56

558 Carboidratos e Energia 57

xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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x

LISTA DE TABELAS

Paacutegina

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila 30

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw) 38

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo 39

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo 40

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo 41

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo 43

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees 43

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees 45

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees 46

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs 47

TABELA 11 ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees 48

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo 50

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH 51

TABELA 14 - Valores meacutedios de cinzas () 51

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees 52

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees 54

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees 55

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees 56

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias 58

xi

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO vi

ABSTRACT vii

LISTA DE FIGURAS viii

LISTA DE TABELAS x

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 3

21 Alimentos funcionais 3

22 Linhaccedila 4

23 Massas Alimentiacutecias 6

231 Histoacuterico 6

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias 6

233 Mercado Atual 7

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais 7

235 Noccedilotildees Gerais 8

236 Processamento das massas alimentiacutecias 8

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo 9

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias 10

239 Farinhas Mistas 10

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos 11

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos 14

251 Carboidratos 14

A Fibras16

B Amido16

253 Proteiacutenas 18

254 Lipiacutedios 19

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica 20

261 Carboidratos 20

262 Proteiacutenas 21

263 Lipiacutedios 23

xii

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados 24

28 Atividade de aacutegua 25

3 OBJETIVO 27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila 28

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees 30

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees 34

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw) 34

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da Microbiota das

Amostras de Macarratildeo 34

433 Cor 35

434 Testes de Cozimento 35

435 Composiccedilatildeo Centesimal 37

44 Anaacutelises estatiacutesticas 38

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 38

51 Atividade de Aacutegua (Aw) 38

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de Crescimento

Bacteriano 39

53 Cor 40

54 Testes de cozimento 43

541 Tempo ideal de cozimento 43

542 Aumento de Massa e Volume 43

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis 46

544 Aderecircncia e Textura 47

55 Composiccedilatildeo Centesimal 49

551 Acidez 49

552 pH 51

553 Cinzas 51

554 Umidade 52

555 Proteiacutenas 53

556 Fibras 55

557 Lipiacutedeos 56

558 Carboidratos e Energia 57

xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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Page 11: AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS EFEITOS DAS RADIAÇÕES …pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Marcia Lage de Oliveira_D.pdf · Lúcia Cristina Aparecida Santos Silva do Laboratório

xi

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO vi

ABSTRACT vii

LISTA DE FIGURAS viii

LISTA DE TABELAS x

1 INTRODUCcedilAtildeO 1

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 3

21 Alimentos funcionais 3

22 Linhaccedila 4

23 Massas Alimentiacutecias 6

231 Histoacuterico 6

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias 6

233 Mercado Atual 7

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais 7

235 Noccedilotildees Gerais 8

236 Processamento das massas alimentiacutecias 8

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo 9

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias 10

239 Farinhas Mistas 10

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos 11

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos 14

251 Carboidratos 14

A Fibras16

B Amido16

253 Proteiacutenas 18

254 Lipiacutedios 19

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica 20

261 Carboidratos 20

262 Proteiacutenas 21

263 Lipiacutedios 23

xii

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados 24

28 Atividade de aacutegua 25

3 OBJETIVO 27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila 28

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees 30

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees 34

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw) 34

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da Microbiota das

Amostras de Macarratildeo 34

433 Cor 35

434 Testes de Cozimento 35

435 Composiccedilatildeo Centesimal 37

44 Anaacutelises estatiacutesticas 38

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 38

51 Atividade de Aacutegua (Aw) 38

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de Crescimento

Bacteriano 39

53 Cor 40

54 Testes de cozimento 43

541 Tempo ideal de cozimento 43

542 Aumento de Massa e Volume 43

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis 46

544 Aderecircncia e Textura 47

55 Composiccedilatildeo Centesimal 49

551 Acidez 49

552 pH 51

553 Cinzas 51

554 Umidade 52

555 Proteiacutenas 53

556 Fibras 55

557 Lipiacutedeos 56

558 Carboidratos e Energia 57

xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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Page 12: AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS EFEITOS DAS RADIAÇÕES …pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Marcia Lage de Oliveira_D.pdf · Lúcia Cristina Aparecida Santos Silva do Laboratório

xii

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados 24

28 Atividade de aacutegua 25

3 OBJETIVO 27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS 28

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila 28

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees 30

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees 34

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw) 34

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da Microbiota das

Amostras de Macarratildeo 34

433 Cor 35

434 Testes de Cozimento 35

435 Composiccedilatildeo Centesimal 37

44 Anaacutelises estatiacutesticas 38

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 38

51 Atividade de Aacutegua (Aw) 38

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de Crescimento

Bacteriano 39

53 Cor 40

54 Testes de cozimento 43

541 Tempo ideal de cozimento 43

542 Aumento de Massa e Volume 43

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis 46

544 Aderecircncia e Textura 47

55 Composiccedilatildeo Centesimal 49

551 Acidez 49

552 pH 51

553 Cinzas 51

554 Umidade 52

555 Proteiacutenas 53

556 Fibras 55

557 Lipiacutedeos 56

558 Carboidratos e Energia 57

xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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xiii

6 CONCLUSAtildeO E CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS60

7 BIBLIOGRAFIA 60

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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Page 14: AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO E DOS EFEITOS DAS RADIAÇÕES …pelicano.ipen.br/PosG30/TextoCompleto/Marcia Lage de Oliveira_D.pdf · Lúcia Cristina Aparecida Santos Silva do Laboratório

1

1 INTRODUCcedilAtildeO

O crescente mercado dos produtos naturais aliado ao interesse dos consumidores

na prevenccedilatildeo de doenccedilas tem pressionado a induacutestria alimentiacutecia na busca de produtos

saudaacuteveis e direcionado pesquisas nesse sentido Neste contexto os alimentos funcionais

ganharam destaque pelos efeitos beneacuteficos que promovem agrave sauacutede (ANJO 2004)

Linhaccedila eacute uma cultura valorizada e importante produto agriacutecola tanto na induacutestria

alimentiacutecia como um ingrediente alimentar como tambeacutem na induacutestria tecircxtil e na

produccedilatildeo de tintas e vernizes na nutriccedilatildeo e sauacutede por causa de suas propriedades

medicinais (CUI 1998)

A linhaccedila estaacute emergindo como um alimento funcional em funccedilatildeo de seu rico

aacutecido alfa linolecircnico (57) ligninas e fibras (CARTER 1993) Seus componentes ativos

satildeo as lignanas que podem prevenir e controlar cacircncer como o de mama e pulmatildeo Ela eacute

considerada a fonte rica de precursores de lignana de mamiacuteferos (THOMPSON et al

1991)

Entre os principais oacuteleos extraiacutedos de sementes o oacuteleo de linhaccedila conteacutem o maior

teor (57) do aacutecido graxo ocircmega-3 um aacutecido alfa-linolecircnico As pesquisas atuais tecircm se

concentrado mais especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como

lignanas As duas lignanas primaacuterias de mamiacuteferos enterodiol e seu produto oxidado

enterolactona satildeo formadas no trato intestinal pela accedilatildeo bacteriana sobre precursores da

lignana vegetal (SETCHELL 1981)

Vaacuterios estudos vecircm sendo realizados com base nesta propriedade da linhaccedila aleacutem

disso tambeacutem tem se demonstrado que o consumo de linhaccedila pode reduzir o colesterol

total e o LDL (BIERENBAUM 1993 CUNNANE 1993) bem como agregaccedilatildeo

plaquetaacuteria (ALLMAN et al 1995)

Atualmente o bagaccedilo de linhaccedila eacute empregado para enriquecer a raccedilatildeo animal e

sua segunda extraccedilatildeo de oacuteleo eacute usada na induacutestria de tintas e vernizes

O consumo de massa alimentiacutecia vem se expandindo no Brasil e estaacute

definitivamente incorporado agrave culinaacuteria brasileira servindo como prato principal ou

complemento em vaacuterias combinaccedilotildees com alto iacutendice de aceitabilidade Presente em

praticamente 100 dos lares dos brasileiros o consumo de macarratildeo per capta em 2011

foi de 62kgano (ABIMA 2011) A produccedilatildeo brasileira neste mesmo ano foi de 1195

mil toneladas

2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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2

O macarratildeo eacute fonte de energia tem baixo custo eacute praacutetico de fazer pode ser

consumido em todas as estaccedilotildees do ano agrada a todos apresenta variaccedilotildees de formato

e cores

No Brasil devemos aos imigrantes italianos a introduccedilatildeo do macarratildeo em nossos

haacutebitos alimentares principalmente na regiatildeo Sul O surgimento de faacutebricas de massas

alimentiacutecias foi devido ao crescente interesse no consumo deixando para traz a

rudimentar fabricaccedilatildeo caseira onde a matildeo de obra era a proacutepria famiacutelia italiana (ABIMA

2011)

A irradiaccedilatildeo eacute um processo fiacutesico eficiente de conservaccedilatildeo dos alimentos pois

reduz as perdas naturais causadas por processos fisioloacutegicos (brotamento maturaccedilatildeo e

envelhecimento) aleacutem de eliminar ou reduzir microrganismos parasitas e pragas sem

causar qualquer prejuiacutezo ao alimento tornando-os mais seguros ao consumidor O

processo de irradiaccedilatildeo de alimentos consiste em submetecirc-los jaacute embalados ou a granel

a uma quantidade especificamente controlada dessa radiaccedilatildeo por um tempo prefixado e

com objetivos bem determinados A irradiaccedilatildeo pode impedir a multiplicaccedilatildeo de

microrganismos que causam a deterioraccedilatildeo do alimento tais como bacteacuterias e fungos

pela alteraccedilatildeo de sua estrutura molecular como tambeacutem inibir a maturaccedilatildeo de algumas

frutas e legumes (CENA 2014) No Brasil o primeiro trabalho com irradiaccedilatildeo de

macarratildeo foi o de ARTHUR et al 1973 quando irradiaram macarratildeo com doses altas de

radiaccedilatildeo gama do Cobalto-60 e insetos da espeacutecie Sitophilus zeamais sp foram

alimentados com esse macarratildeo irradiados e observou-se a esperanccedila de vida e a geraccedilatildeo

filial desses insetos que se alimentaram desse macarratildeo Pelos resultados concluiacuteram que

natildeo houve diferenccedila significativa entre os paracircmetros avaliados e que uma dose de 1 kGy

poderia ser utilizada para se fazer a desinfestaccedilatildeo de macarratildeo atacado por esse inseto

sem alterar as suas propriedades fiacutesico-quiacutemicas

3

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

21 Alimentos funcionais

Tradicionalmente falando a finalidade de um alimento eacute servir de fonte de energia

e de nutrientes para a formaccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de ceacutelulas e tecidos As necessidades de

um indiviacuteduo advindas de uma alimentaccedilatildeo saudaacutevel em termos de macro e

micronutrientes seratildeo utilizadas como fonte de energia para seu organismo (VILARTA

2007)

Entretendo a finalidade do alimento excedeu o conceito nutricional e passou a ser

visto como mensageiro de componentes especiais que oferecem proteccedilatildeo agrave sauacutede (ITAL

2010)

Esses componentes podem incrementar de maneira positiva alguns sistemas

bioloacutegicos imprimindo um funcionamento mais saudaacutevel

Com este conceito temos que alimentos funcionais satildeo aqueles que em sua

composiccedilatildeo contecircm substacircncias capazes de estimular respostas do metabolismo do

indiviacuteduo que resultaram em estimulo e proteccedilatildeo agrave sauacutede Sua atuaccedilatildeo estaacute em melhorar

as condiccedilotildees de sauacutede e promover o bem estar dos indiviacuteduos prevenindo o surgimento

de doenccedilas degenerativas precocemente e aumentando a longevidade com qualidade de

vida (WRICK 1993)

Qualquer alimento natural ou formulado que possua uma ou mais substancias que

atuem no metabolismo ou na fisiologia humana promovendo benefiacutecios agrave sauacutede pode ser

classificado como funcional (MAZZA 1998)

Linhaccedila cenoura tomates broacutecolis por exemplo podem ser considerados

alimentos funcionais pois satildeo ricos em componentes ativos como licopeno beta

caroteno aacutecido alfa linolecircnico entre outros Alimentos formulados e com aditivos tais

como patildees com incrementos vitamiacutenicos tambeacutem satildeo considerados alimentos funcionais

(BIANCO 2008)

Na deacutecada de 80 o termo alimento funcional foi proposto no Japatildeo devido ao

aumento da populaccedilatildeo de idosos e da preocupaccedilatildeo do governo com a prevenccedilatildeo de

doenccedilas degenerativas Vaacuterias opccedilotildees foram cogitadas tais como alimentos protetores

nutracecircuticos planejados ou ateacute mesmo farmacecircuticos (HUNT 1994)

4

Natildeo haacute um consenso mundial para os alimentos funcionais pois este conceito varia

de acordo com a cultura legislaccedilatildeo e haacutebitos alimentares de cada paiacutes (BIANCO 2008)

Estudos epidemioloacutegicos foram os primeiros a contribuir para as evidecircncias dos

benefiacutecios de alguns alimentos Estes relacionavam a incidecircncia de algumas doenccedilas com

os haacutebitos alimentares de diferentes povos Estes estudos apontaram correlaccedilotildees tais

como

a Elevada ingestatildeo de chaacute verde ou preto com a baixa incidecircncia de cacircncer no

aparelho digestoacuterio (BLOT 1996)

b Frequente ingestatildeo de aacutecidos graxos ocircmega 3 por populaccedilotildees de esquimoacutes da

Groelacircndia com reduzidos iacutendices de doenccedilas cardiovasculares (SIMOPOULOS 1991)

c Consumo diaacuterio de produtos agrave base de tomate ricos em licopeno com a pequena

incidecircncia de cacircncer de proacutestata (GIOVANUCCI 1999)

d Vinho ingerido diariamente em doses moderadas em dezoito paiacuteses com a

reduzida incidecircncia de oacutebitos por doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo Em particular a Franccedila

mesmo tendo o consumo elevado de produtos laacutecteos ricos em gordura (BELURI 1995)

Eacute muito importante a comprovaccedilatildeo cientiacutefica dos benefiacutecios agrave sauacutede advindas das

substancias fisiologicamente ativas presente nos alimentos antes da comercializaccedilatildeo do

produto No Brasil as autoridades governamentais ligadas a Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) criaram criteacuterios e normas para regulamentaccedilatildeo desta

categoria de alimentos e publicaram em marccedilo de 1999 as portarias ANVSMS n 16 17

18 e 19 que normatizam a avaliaccedilatildeo de procedimentos para registro de novos produtos ou

novos ingredientes seguranccedila e risco comprovaccedilatildeo das propriedades e alegaccedilotildees de

funcionalidade na rotulagem dos alimentos

22 Linhaccedila

A linhaccedila eacute uma oleaginosa com mais de 200 espeacutecies conhecidas Seu nome

botacircnico Linum usitatissimum L significa ldquoa maior parte utilizaacutevelrdquo Seu gratildeo pequeno

pontiagudo e ovalado apresenta em meacutedia 5mm de comprimento 25mm de largura e

15mm de espessura A cor do gratildeo varia de amarelo claro agrave marrom (OOMAH 2001)

Existem relatos do consumo de linhaccedila na Europa e Aacutesia desde 5000 a 8000 anos

aC (OOMAH 2001) Este consumo diminuiu com o tempo mas nos uacuteltimos anos a

linhaccedila vem se tornando popular devido a seu papel funcional agrave sauacutede o que tem

5

estimulado a produccedilatildeo nacional desta mateacuteria prima A linhaccedila eacute a semente do linho cujas

fibras satildeo tradicionalmente usadas na confecccedilatildeo de tecidos Eacute comumente encontrada

como gratildeo integral moiacutedo ou na forma de oacuteleo

Quanto agrave composiccedilatildeo de nutrientes a linhaccedila apresenta 28 de fibra alimentar

41 de lipiacutedeos e 21 de proteiacutena 3 de cinzas e o oacuteleo conteacutem vitaminas A B D e

E minerais e aminoaacutecidos Sua composiccedilatildeo lipiacutedica apresenta baixa concentraccedilatildeo de

aacutecidos graxos saturados (9) moderada quantidade de monoinsaturados (18) e grande

teor de aacutecidos graxos poli-insaturados (73) com destaque para o aacutecido alfa linolecircnico

Isto faz da linhaccedila a principal fonte deste aacutecido graxo cinco vezes mais abundante que

em nozes e oacuteleo de canola O perfil de aminoaacutecidos de sua fraccedilatildeo proteica se assemelha

ao da soja (MORRIS 2001) Linhaccedila tem vida de prateleira superior a 12 meses estando

com 9 -10 de aacutegua (COSKUNER e KARABABA 2007) A linhaccedila eacute uma das seis

plantas estudadas pelo US National Cancer Institute como alimento preventivo do cacircncer

(OOMAH 2001)

Os compostos fenoacutelicos satildeo comumente encontrados em plantas comestiacuteveis e natildeo

comestiacuteveis e tecircm muacuteltiplos efeitos bioloacutegicos incluindo atividade antioxidante Em

sementes oleaginosas os compostos fenoacutelicos ocorrem como derivados hidroxilados dos

aacutecidos benzoacuteico e cinacircmico cumarinas flavonoacuteides e lignanas (OOMAH 1995) Nas

plantas estes compostos satildeo importantes para o desenvolvimento normal defesa contra

infecccedilatildeo e injuacuterias (KAumlHKOumlNEN et al 1999)

Segundo CUNNANE (1995) o aquecimento da linhaccedila para cocccedilatildeo natildeo afeta a

biodisponibilidade dos aacutecidos graxos

Os resultados (MANTHEY 2007) indicam que a farinha de linhaccedila tem atividade

fungicida e bactericida que pode ser uacutetil no prolongamento da vida de prateleira do

macarratildeo

Massa seca contendo farinha de linhaccedila apresenta baixa resistecircncia mecacircnica

(MANTHEY 2000) A perda de resistecircncia mecacircnica eacute atribuiacuteda agrave ruptura da rede de

gluacuteten por partiacuteculas de linhaccedila Resistecircncia mecacircnica eacute necessaacuteria para evitar quebra de

massas secas durante o transporte e manuseio Em massas frescas contendo farinha de

linhaccedila natildeo haveria a preocupaccedilatildeo com a resistecircncia mecacircnica

Massas frescas normalmente tem uma atividade de aacutegua entre 092 a 095 a

umidade de 26 a 34 e um pH de 56 a 62 Para estender a vida de prateleira de massas

frescas utiliza-se atmosfera modificada ou vaacutecuo (MANTHEY 2007)

6

23 Massas Alimentiacutecias

231 Histoacuterico

Haacute mais de 2500 anos atraacutes jaacute se ouvia a palavra ldquoMacarratildeordquo ela vem do grego

ldquoMakaacuteriardquo que significa caldo de carne enriquecido por pequenos pedaccedilos de farinha de

trigo e por cereais amassados com aacutegua ldquoPastardquo vem do grego ldquoPastillosrdquo e foi citado

por Horaacutecio em versos culinaacuterio Por volta de 2500 aC os babilocircnios e os assiacuterios jaacute

conheciam um prato agrave base de cereais e aacutegua Na eacutepoca de Cristo jaacute se comia um prato

com o nome de ldquomaccordquo um caldo de favas com massas de trigo e aacutegua (ABIMA 2011)

No Talmude de Jerusaleacutem que eacute um livro das leis judaicas do Seacuteculo V aC haacute

uma referecircncia do macarratildeo cozido

Marco Polo trouxe da China para Veneza em 1295 um prato com farinhas

extraiacutedas de sagu que era cozida cortada e secada

Os historiadores tecircm uma outra versatildeo onde os aacuterabes satildeo tidos como os pais do

macarratildeo que o levaram para a Siciacutelia no seacuteculo IX quando foram os conquistadores desta

ilha italiana (ABIMA 2011)

232 Definiccedilatildeo de Massas Alimentiacutecias

A Anvisa em setembro de 2005 revisou a legislaccedilatildeo brasileira vigente atualmente

regulamentando algumas caracteriacutesticas de qualidade que devem ser obedecidas pelos

produtos de cereis amidos farinhas e farelos Entatildeo define-se massas alimentiacutecias como

ldquoProdutos obtidos da farinha de trigo (Triticum aestivum L) e de outras espeacutecies

do gecircnero (Triticum sp) e ou derivados de trigo durum (Triticum durum L) e ou derivados

de outros cereais leguminosas raiacutezes e ou tubeacuterculos resultantes do processo de empasto

e amassamento mecacircnico sem fermentaccedilatildeordquo As massas alimentiacutecias podem ter outros

ingredientes agregados agrave massa desde que natildeo descaracterizem o produto Eles podem

ser apresentados secos frescos preacute-cozidos prontos para o consumo e instantacircneos em

7

variados formatos e recheios Quando obtidos apenas de farinha de trigo (Triticum) pode

ser designado de ldquoMacarratildeordquo Quando obtida com o acreacutescimo parcial de outro tipo de

farinha deve ser designada por ldquoMistardquo (ANVISA 2005)

233 Mercado Atual

A Itaacutelia eacute o maior produtor de massas no mundo seguidos pelos Estados Unidos

e pelo Brasil A Ruacutessia ocupa o quarto lugar e a Turquia o quinto Na questatildeo de consumo

a Itaacutelia ocupa o primeiro lugar com 26 kgper capta seguido pela Venezuela Tuniacutesia

Greacutecia e Suiacuteccedila O Brasil ocupa o deacutecimo sexto lugar no consumo mundial de macarratildeo

com apenas 62 kgper capta (ABIMA 2011)

O Brasil eacute o terceiro maior produtor mundial de massas alimentiacutecias com um

volume anual de mais de um milhatildeo de toneladas Hoje o Brasil conta com um parque

industrial que estaacute entre os mais modernos do mundo Essas faacutebricas estatildeo em todas as

regiotildees do paiacutes possibilitando a distribuiccedilatildeo para todo o territoacuterio nacional (ABIMA

2011)

As massas alimentiacutecias secas satildeo produzidas a partir do trigo soft e satildeo

conhecidas como massa de secircmola com ovos massa de secircmola massa comum e massa

tipo caseira ldquoMacarratildeordquo eacute o nome popular que consta nas embalagens em lugar de ldquomassa

alimentiacuteciardquo Com mateacuteria prima importada as massas de grano duro jaacute representam 3

do volume comercializado e este segmento estaacute em pleno crescimento O macarratildeo

instantacircneo eacute bem versaacutetil pois apresenta a possibilidade de muacuteltiplos sabores (ABIMA

2011)

234 Macarratildeo feito com gratildeos integrais

O macarratildeo eacute tido como um alimento energeacutetico ou seja grande parte do seu valor

nutricional eacute proveniente de carboidratos O carboidrato proveniente do macarratildeo eacute

chamado de complexo entretanto devido a ser produzido com farinhas refinadas faz com

que ele seja uma fonte de energia disponiacutevel facilmente (EL-DASH 1994)

8

Quanto mais farinhas integrais agregarmos ao macarratildeo maior seraacute o tamanho da

moleacutecula ocasionando uma digestatildeo mais lenta e proporcionando uma saciedade

prolongada (CHO 1999)

As fibras atuam tambeacutem no trato gastrintestinal pois elas servem como substrato

para a microflora presente naturalmente no intestino grosso Aleacutem disso as fibras regulam

a velocidade da digestatildeo e da absorccedilatildeo dos nutrientes (FIGUEIREDO 2009)

Foi comprovado que espaguete fortificado com linhaccedila permanece com seus

niacuteveis de lipiacutedeos e dienos conjugados estaacuteveis mesmo apoacutes a cocccedilatildeo e estocagem

(MANTHEY 2002) Natildeo foram encontradas mudanccedilas nos aacutecidos graxos nem nos

valores de peroacutexido em linhaccedila triturada e inteira quando aquecidas por 60 minutos de

100deg a 350degC (RATNAYAKE 1992)

235 Noccedilotildees Gerais

Originalmente massas alimentiacutecias satildeo feitas com farinha de trigo e aacutegua

Podemos adicionar outros ingredientes como ovos para melhorar o aspecto a cor e a

textura e ainda melhorar o valor nutricional Essa mistura natildeo sofre fermentaccedilatildeo ou

aeraccedilatildeo durante o processamento e pode assumir variadas formas tendo cada qual seu

nome (EL-DASH 1994)

As massas alimentiacutecias satildeo classificadas de acordo com El-Dash segundo seu teor

de umidade

a Massas fresca teor de umidade em torno de 30

b Massa Seca quando submetida a um processo de secagem conferindo um teor de

umidade abaixo de 13

236 Processamento das massas alimentiacutecias

Mistura amassamento moldagem e secagem satildeo as etapas de processamento das

massas alimentiacutecias A etapa da moldagem pode ser feita atraveacutes de trefilaccedilatildeo ou

laminaccedilatildeo dependendo dos equipamentos disponiacuteveis e do produto desejado Para as

9

massas secas o mais utilizado eacute o processo de trefilaccedilatildeo e para as massas frescas utiliza-

se o processo de laminaccedilatildeo

237 Processos de fabricaccedilatildeo por laminaccedilatildeo

Segundo EL-DASH 1994 as etapas de fabricaccedilatildeo de massas alimentiacutecias por

laminaccedilatildeo seguem a sequecircncia

A Mistura

Esta operaccedilatildeo consiste em homogeneizar os ingredientes secos com os

ingredientes liacutequidos A proporccedilatildeo liacutequida deve ser ajustada cuidadosa e periodicamente

porque esta proporccedilatildeo depende da qualidade das farinhas envolvidas do teor de proteiacutena

das mesmas da umidade e da granulometria

B Amassamento

Esta etapa pode ser feita em batelada ou continuamente Em equipamentos

modernos o amassamento eacute feito sob vaacutecuo pois a ausecircncia de bolhas de ar daacute ao produto

uma aparecircncia transluacutecida e homogecircnea Caso o ar natildeo seja removido pequenas bolhas

se formaratildeo e daratildeo origem a pontos esbranquiccedilados no produto final aleacutem de tornaacute-los

menos resistentes agraves quebras

C Laminaccedilatildeo e Corte

A massa obtida eacute laminada sucessivamente ateacute se obter uma espessura adequada

Apoacutes a laminaccedilatildeo a massa eacute cortada A espessura da laminaccedilatildeo e o formato do corte iratildeo

caracterizar o produto final

D Secagem

As massas frescas tem pouca necessidade de secagem caso ocorra deve ser feita

em aberto agrave temperatura ambiente

10

238 Qualidade das Massas Alimentiacutecias

Para avaliaccedilatildeo da qualidade das massas alimentiacutecias satildeo utilizados paracircmetros

como a aparecircncia do produto a cor textura e comportamento das mesmas quando

cozidas A cor amarela homogecircnea sem pontos esbranquiccedilados indica que a massa eacute de

boa qualidade Aspecto transluacutecido deve ser encontrado nas massas secas (EL-DASH

1994)

Os testes para avaliaccedilatildeo das modificaccedilotildees apresentadas pelo cozimento satildeo tempo

de cozimento quantidade de aacutegua absorvida aumento de volume perda de soacutelidos

soluacuteveis e textura do produto cozido (CIACCO 1986)

239 Farinhas Mistas

Segundo El ndashDash 1994 a produccedilatildeo de massas alimentiacutecias com ateacute 20 de

farinhas mistas eacute tecnologicamente viaacutevel natildeo apresentando modificaccedilotildees draacutesticas na

aparecircncia As massas alimentiacutecias que satildeo preparadas com farinha de trigo adicionada de

outras farinhas de variados cereais satildeo consideradas massas alimentiacutecias mistas e

designadas pelas espeacutecies das farinhas constituintes Outros fatores relativos a qualidade

das massas alimentiacutecias podem ser considerados que satildeo

a Umidade ndash O teor de umidade da farinha de trigo deve ser controlado natildeo somente por

motivos econocircmicos mas tambeacutem por sua importacircncia no processamento A umidade da

farinha deve estar em torno dos 13 Acima dessa porcentagem haacute uma tendecircncia de

formar grumos

b Cinzas ndash Quanto maior o teor de cinzas pior seraacute a qualidade do produto final Altas

porcentagens de cinzas indicam presenccedila de farelo na farinha A presenccedila de farelo na

farinha daacute cor mais escura ao produto final aleacutem de diminuir a qualidade de cocccedilatildeo e

apresentar mais quebras na secagem Eacute importante tambeacutem principalmente em produtos

com partiacuteculas maiores que cascas natildeo contaminem a farinha pois essas partiacuteculas

principalmente as fibras quebram a rede de gluacuteten enfraquecendo o produto final

11

24 Irradiaccedilatildeo de Alimentos

O iniacutecio da histoacuteria da irradiaccedilatildeo de alimentos surgiu com a proacutepria histoacuteria da

radiaccedilatildeo Com o descobrimento dos raios X por Roeumlntgen em 1895 e a identificaccedilatildeo da

radioatividade por Becquerel em 1896 e uma ldquoexplosatildeordquo de pesquisas surgiram sobre os

efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo em organismos vivos Rapidamente inventores

descobriram aplicaccedilotildees praacuteticas para a radiaccedilatildeo A principal vantagem na aplicaccedilatildeo da

radiaccedilatildeo ionizante em alimentos observada era a total ausecircncia do emprego de compostos

quiacutemicos na preservaccedilatildeo dos mesmos (MORRIESSEY amp HERRING 2002)

Com o desenvolvimento tecnoloacutegico durante a segunda guerra mundial foram

produzidos equipamentos que poderiam ser adaptados a fim de aumentar a aplicaccedilatildeo do

processamento pela radiaccedilatildeo Estudos realizados pelos Estados Unidos estimularam a

realizaccedilatildeo de experimentos por outros paiacuteses O primeiro uso comercial da irradiaccedilatildeo de

alimentos ocorreu na Alemanha em 1957 quando produtores de condimentos comeccedilaram

a melhorar a qualidade higiecircnica de seus produtos (DIEHL 2002)

No Brasil a irradiaccedilatildeo dos alimentos se intensificou no final da deacutecada de 60 Um

acelerador de eleacutetrons de 15 MeV foi instalado no Instituto de Pesquisas Energeacuteticas e

Nucleares em 1974 para ser utilizado em aplicaccedilotildees industriais e no ano seguinte um

convecircnio com a Universidade de Satildeo Paulo foi criado para a implantaccedilatildeo de cursos de

poacutes graduaccedilatildeo (IPEN 2004)

O termo radiaccedilatildeo se refere aos processos fiacutesicos de emissatildeo e propagaccedilatildeo de

energia (CNEN 2009a) enquanto o termo irradiaccedilatildeo eacute utilizado para a aplicaccedilatildeo desta

energia a um determinado material atingindo objetivos preacute-estabelecidos (CNEN

2009b) A principal aplicaccedilatildeo da radiaccedilatildeo de alta energia eacute que ela causa ionizaccedilatildeo no

meio que eacute absorvida isto eacute capaz de remover eleacutetrons de suas oacuterbitas em aacutetomos ou

moleacuteculas Por essa razatildeo eacute que eacute denominada radiaccedilatildeo ionizante (MOLINS 2001)

Eacute chamada de dose de radiaccedilatildeo absorvida agrave quantidade de radiaccedilatildeo ionizante

absorvida pelo meio e a unidade utilizada eacute o Gray (Gy) e temos que 1 Gy eacute igual agrave

energia de 1 Joule absorvido por 1kg de material (OLSON 1998)

De acordo com o Codex General Standard for Irradiated Foods (2003) para

irradiaccedilatildeo de alimentos soacute satildeo permitidos raios gama provenientes de radionucliacutedeos do

Co60 com energia maacutexima de 5 MeV e feixes de eleacutetrons que satildeo gerados por maacutequinas

que podem atingir energia de ateacute 10 MeV Esses tipos de radiaccedilatildeo satildeo permitidos porque

aleacutem de produzirem os efeitos desejados nos alimentos natildeo induzem a radioatividade

12

nestes ou em materiais que os acompanham como por exemplo as embalagens

(FARKAS 2006)

A escolha da fonte para a irradiaccedilatildeo vai depender do objetivo a ser atingido e do

material a ser irradiado O uso da radiaccedilatildeo proveniente do Co60 possui grande

penetrabilidade e satildeo utilizadas na irradiaccedilatildeo de produtos de grande espessura Os

aceleradores de eleacutetrons possuem pequena penetraccedilatildeo (apenas alguns miliacutemetros) e satildeo

usados para a irradiaccedilatildeo superficial de alimentos ou para produtos a granel de fina

espessura (IAEA 2001)

No Brasil a Anvisa aprova o uso da radiaccedilatildeo ionizante e a regula atraveacutes da RDC

ndeg 212001 com finalidade fitossanitaacuteria sanitaacuteria ou tecnoloacutegica onde a dose miacutenima

absorvida seja suficiente para alcanccedilar a finalidade pretendida e a dose maacutexima seja

inferior a dose que comprometa as propriedades funcionais ou quaisquer atributos do

alimento (BRASIL 2001a)

A RDC ndeg 212001 ainda regula sobre a embalagem e a rotulagem A embalagem

deve ter condiccedilotildees higiecircnicas aceitaacuteveis ser apropriada para o procedimento de

irradiaccedilatildeo estar de acordo com a legislaccedilatildeo vigente e ter sido aprovada pela autoridade

sanitaacuteria competente No roacutetulo dos alimentos irradiados deve constar aleacutem dos dizeres

exigidos para os alimentos em geral deveraacute estar presente no painel principal o dizer

ldquoALIMENTO TRATADO POR PROCESSO DE IRRADIACcedilAtildeOrdquo Com as letras de

tamanho natildeo inferior a um terccedilo do da letra de maior tamanho dos dizeres do roacutetulo Se

um produto irradiado eacute utilizado como ingrediente em um alimento deve ser declarada

essa circunstacircncia na lista dos ingredientes entre parecircnteses apoacutes o nome do mesmo

Haacute um siacutembolo internacional que identifica os alimentos irradiados (FIGURA 1)

e seu nome eacute RADURA

13

FIGURA 1 - Logotipo que identifica alimentos irradiados

A radiaccedilatildeo pode causar uma variedade de efeitos fiacutesicos e bioquiacutemicos nos

microrganismos Uma vez absorvida por um material bioloacutegico a radiaccedilatildeo ionizante pode

ter accedilatildeo direta ou indireta sobre o material que recebeu este processamento (HANSEN E

SHAFFER 2001)

Quando a radiaccedilatildeo age de forma direta no material bioloacutegico ocorre a excitaccedilatildeo

ou ionizaccedilatildeo de moleacuteculas de aacutecido nucleacuteico e a partir daiacute seratildeo conduzidas mudanccedilas

bioloacutegicas que podem levar a morte celular O efeito indireto eacute ocasionado pela interaccedilatildeo

da radiaccedilatildeo com a moleacutecula de aacutegua (radioacutelise) gerando alguns tipos de radicais livres

Quanto maior a presenccedila de aacutegua no alimento maior seraacute a produccedilatildeo e

consequentemente a interaccedilatildeo desses radicais com outros constituintes do material

bioloacutegico podendo trazer seacuterias consequecircncias para o mesmo como a diminuiccedilatildeo de

nutrientes (TRITSCH 2000)

Os produtos da radioacutelise da aacutegua satildeo (WHO 1994)

OH ndash Radical hidroxila

e-aq ndash Eleacutetron aquoso ou hidratado

H ndash Aacutetomo de hidrogecircnio

H2 ndash Hidrogecircnio

H2O2 ndash Peroacutexido de hidrogecircnio

H+aq ndash Proacuteton hidratado

14

Enquanto OH e-aq e H satildeo espeacutecies reativas transitoacuterias H2 e H2O2 satildeo os uacutenicos

produtos da radioacutelise da aacutegua estaacuteveis Por causa das reaccedilotildees que sofrem eles satildeo

largamente consumidos Essas reaccedilotildees estatildeo demonstradas a seguir

H2O2 + e-aq rarr OH + OH-

H2 + OH rarr H2O + H

Eles satildeo consequentemente produzidos em baixas quantidades mesmo quando as

doses de radiaccedilatildeo satildeo altas A saturaccedilatildeo da aacutegua com o oxigecircnio pode aumentar

intensamente a produccedilatildeo de H2O2 A formaccedilatildeo de peroacutexido de hidrogecircnio conhecido por

ser um agente oxidante tem grande significado na irradiaccedilatildeo de alimentos O radical

hidroxila eacute um poderoso agente oxidante e o eleacutetron aquoso eacute um forte agente redutor

enquanto o aacutetomo de hidrogecircnio eacute um agente redutor menos efetivo (DIEHL 1995) Sabe-

se que a maioria dos danos causados a uma ceacutelula pela radiaccedilatildeo ionizante ocorre pela

accedilatildeo indireta da radiaccedilatildeo Isto se deve ao fato de que a maioria das ceacutelulas vivas apresenta

em meacutedia 80 de aacutegua em sua composiccedilatildeo Mesmo produtos aparentemente secos

conteacutem aacutegua como a farinha de trigo (13) vegetais desidratados (10) nozes (5)

(WHO1994)

25 Composiccedilatildeo quiacutemica dos Alimentos

251 Carboidratos

O envelhecimento saudaacutevel requer em primeiro lugar uma alimentaccedilatildeo

balanceada e para isso a Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (WHO 2007) indica que mais

de 55 da energia ingerida seja advinda de carboidratos Entatildeo haacute necessidade de nos

preocupar com o tipo de carboidrato a ser ingerido pois eacute adequada a ingestatildeo de 25 a

39gdia de fibras que entram na classificaccedilatildeo dos carboidratos o que nem sempre ocorre

Os carboidratos se classificam em duas formas estrutura quiacutemica e nutricional A

estrutura quiacutemica estaacute relacionada com o tamanho da cadeia e a nutricional com a digestatildeo

(PEREIRA 2007)

15

Na classificaccedilatildeo nutricional ainda dividimos os carboidratos de acordo com a

digestibilidade Existem os que satildeo rapidamente digeriacuteveis os lentamente digeriacuteveis e os

resistente agrave accedilatildeo enzimaacutetica Os rapidamente digeriacuteveis a accedilatildeo das enzimas resulta em

glicose comeccedilando na boca e estendendo-se ateacute o iniacutecio do intestino delgado Os

lentamente digeriacuteveis satildeo aqueles que a accedilatildeo das enzimas ocorre em todo intestino

delgado Os resistentes agrave accedilatildeo enzimaacutetica satildeo resistentes agrave digestatildeo que satildeo as fibras

soluacuteveis e insoluacuteveis e os celuloacutesicos que satildeo fermentados no intestino grosso atraveacutes

das bacteacuterias que compotildeem a flora intestinal (LUZ 1997)

Existem tambeacutem os carboidratos de fermentaccedilatildeo parcial que contribuem para a

formaccedilatildeo do bolo fecal Do ponto de vista quiacutemico carboidratos satildeo moleacuteculas compostas

por unidades de accediluacutecar que contecircm disposiccedilotildees especiacuteficas de carbono hidrogecircnio e

oxigecircnio Os tipos de carboidratos em alimentos podem ser classificados de acordo com

seu tamanho Os menores satildeo os monossacaacuteridos e dissacariacutedeos (accediluacutecares simples tais

como a glucose e sacarose) e os polissacariacutedeos que satildeo carboidratos mais complexos

(pectina fibra e amido) Os prefixos de mono di e poli referem-se ao nuacutemero de unidades

de accediluacutecar formando uma moleacutecula de carboidrato em particular (PEREIRA 2007)

Monossacariacutedeos (frutose e glucose) satildeo encontrados por exemplo em frutas

dissacariacutedeos como a maltose satildeo encontrados em gratildeos lactose no leite sacarose em

cana de accediluacutecar Polissacariacutedeos como o amido satildeo encontrados na batata e gratildeos fibras

em gratildeos nozes vegetais e feijotildees (MURANO 1995)

Outras fontes de carboidratos da dieta satildeo os subprodutos manufaturados

utilizando tecnologia de alimentos Estes incluem os aacutelcoois de accediluacutecar sorbitol e manitol

que satildeo utilizados como substitutos de accediluacutecar xarope de milho de frutose elevada um

edulcorante alternativo usado especialmente em bebidas e polidextrose um texturizador

natildeo digeriacutevel e de agente de volume usado em alimentos de baixas calorias (MURANO

1995)

16

A Fibras

As fibras dieteacuteticas satildeo carboidratos que estatildeo presentes na maioria dos alimentos

de origem vegetal Existem dois tipos de fibras as soluacuteveis em aacutegua (hidrossoluacuteveis) e

as insoluacuteveis em aacutegua As fibras hidrossoluacuteveis satildeo as pectinas gomas mucilagens e

algumas hemiceluloses Elas retardam o tempo de tracircnsito intestinal e o esvaziamento

gaacutestrico e absorvem a glicose e o colesterol dificultando a sua liberaccedilatildeo na corrente

sanguiacutenea (SPILLER 2001)

As fibras insoluacuteveis em aacutegua satildeo a celulose a lignina as hemiceluloses e os

amidos resistentes (AR) Apresentam um efeito esponja no trato gastrointestinal e satildeo

pouco fermentaacuteveis conferindo fluidez e maior volume ao bolo fecal reduzindo o tempo

do tracircnsito intestinal

Como indicaccedilatildeo nutricional (ADA 2002) eacute de ser consumido ambos os tipos de

fibras soluacuteveis e insoluacuteveis que por mecanismos diferentes e integrados regulam o

tempo de tracircnsito intestinal aumentam o volume das evacuaccedilotildees auxiliam no controle

da glicemia na reduccedilatildeo dos trigliceriacutedeos e colesterol sanguiacuteneo e no tratamento da

obesidade

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia pelos

efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (ADA 2002 NESTLEacute 2013)

As fibras dieteacuteticas contidas na semente de linhaccedila respondem no total por cerca

de 28 do seu peso seco segundo SILVA et al (2009) e OLIVEIRA et al (2007) que

ainda dizem que

a A fraccedilatildeo de fibras insoluacuteveis eacute a mais significativa - 17 a 22 - e consiste de

amidos resistentes (AR) celulose e ligninas

b Jaacute a fraccedilatildeo de fibras soluacuteveis em aacutegua - 6 a 11 - eacute basicamente composta por

gomas mucilagens e pectinas

Principais propriedades das fibras soluacuteveis da Linhaccedila PECTINAS GOMAS E

MUCILAGENS

bull Retardam o tempo de esvaziamento gaacutestrico dificultando picos

glicecircmicos

bull Proporcionam substrato fermentaacutevel para bacteacuterias do coacutelon

bull Reduzem a concentraccedilatildeo plasmaacutetica de colesterol

bull Melhoram a toleracircncia agrave glicose e

bull Fixam os aacutecidos biliares

17

Principais propriedades das fibras insoluacuteveis da Linhaccedila CELULOSE

LIGNINAS E AMIDO RESISTENTE

bull Reteacutem aacutegua nas fezes portanto aumentando a fluidez fecal

bull Aumentam o volume e peso das fezes

bull Favorecem a peristalse dos intestinos

bull Reduzem o tempo de tracircnsito das fezes

bull Aumentam o nuacutemero de evacuaccedilotildees

bull Reduzem a pressatildeo intraluminal e

bull Em excesso pode aumentar a excreccedilatildeo de zinco caacutelcio magneacutesio foacutesforo

e ferro

B Amido resistente

A Anvisa (RDC 402001) define fibra como ldquoqualquer material comestiacutevel que

natildeo seja hidrolisado pelas enzimas endoacutegenas do trato digestivo humano determinado

segundos os meacutetodos publicados pela AOAC em sua ediccedilatildeo mais atualrdquo E define amido

resistente como ldquoa total quantidade de amido e produtos derivados da degradaccedilatildeo de

amidos resistentes agrave digestatildeo no intestino delgado de pessoas saudaacuteveisrdquo Tendo em vista

essas duas definiccedilotildees temos que amido resistente segundo a ANVISA eacute a fibra dieteacutetica

total

O consumo do amido resistente indicado pela OMS eacute de 3gdia e ele eacute encontrado

nos alimentos natildeo processados como gratildeos banana verde batata crua entre outros (WHO

2007)

O amido eacute considerado um alimento prebioacutetico pois eacute fermentado no intestino

grosso principalmente pelas bifidobacteacuterias A produccedilatildeo de aacutecidos graxos de cadeia curta

ocorre durante a fermentaccedilatildeo com ecircnfase no butirato que ajuda no bom funcionamento

do coacutelon pelo fato de inibir o crescimento de ceacutelulas canceriacutegenas pois reduz o pH no

intestino grosso (PEREIRA 2007)

GIBSON (1995) relata que outra caracteriacutestica do amido resistente eacute a maior

produccedilatildeo de butirato pela fermentaccedilatildeo do que outras fibras O butirato estaacute entre os trecircs

principais aacutecidos graxos de cadeia curta (AGCC) formados no interior do coacutelon O

primeiro eacute o acetato (50-60) o segundo eacute o propionato (20-25) e em terceiro o

butirato (15-20) Embora todos os AGCC tenham importacircncia para o trofismo dos

18

colonoacutecitos (ceacutelulas do coacutelon) o butirato eacute o principal pois eacute o maior produtor de energia

para estas ceacutelulas do coacutelon (HAMER et al 2008)

Tanto as fibras como o amido resistente contribuem para a queda do iacutendice

glicecircmico dos alimentos proporcionando menor resposta glicecircmica e insuliacutenica podendo

ateacute auxiliar no tratamento da diabetes (PEREIRA 2007)

252 Proteiacutenas

A classe de nutrientes chamada de proteiacutenas conteacutem os mesmos aacutetomos de

carbono hidrogecircnio e oxigecircnio como dos carboidratos mas em adiccedilatildeo eles tambeacutem

conteacutem nitrogecircnio Alguns podem tambeacutem conter o elemento enxofre Proteiacutenas satildeo

compostas de subunidades chamadas aminoaacutecidos Haacute 20 deles todos consistindo da

mesma estrutura baacutesica As diferenccedilas existentes satildeo devidas agrave composiccedilatildeo das porccedilotildees

de cadeia lateral dos aminoaacutecidos Os aminoaacutecidos satildeo ligados entre si por laccedilos de

dipeptiacutedeos (dois aminoaacutecidos de mesmo tamanho) tripeacuteptideos (trecircs aminoaacutecidos de

mesmo tamanho) polipeptiacutedios (quatro ou mais aminoaacutecidos de mesmo tamanho)

Moleacuteculas de proteiacutena satildeo polipeptiacutedios que satildeo constituiacutedos por muitas cadeias de

aminoaacutecidos e as ligaccedilotildees peptiacutedicas que os unem Suas formas tridimensionais podem

assemelhar-se cordotildees paralelos de aminoaacutecidos ligados por vaacuterias cadeias laterais (as

proteiacutenas fibrosas como colaacutegeno elastina e as proteiacutenas musculares) ou torcidos

estruturas irregulares (as proteiacutenas globulares tais como enzimas e albumina)

(MURANO 1995)

Fontes de proteiacutena dos alimentos podem ser de origem animal por exemplo

carnes aves peixes ovos e produtos laacutecteos vegetais ou derivados especialmente nozes

legumes cereais e gratildeos Frutas e vegetais satildeo fontes pobres de proteiacutena sendo a maior

parte de aacutegua e carboidrato A proteiacutena animal eacute cerca de dez vezes mais concentrada por

unidade de peso do que as proteiacutenas de plantas e tambeacutem satildeo de melhor qualidade em

que todos os aminoaacutecidos essenciais estatildeo presentes Nas plantas a presenccedila das proteiacutenas

satildeo muito baixas ou ausentes em um ou mais dos seguintes aminoaacutecidos essenciais

lisina metionina e triptofano (MURANO 1995)

19

253 Lipiacutedios

Lipiacutedios (oacuteleos e gorduras) satildeo tambeacutem compostos pelos mesmos trecircs elementos

- carbono oxigecircnio e hidrogecircnio como satildeo os carboidratos A forma de base de um

lipiacutedeo eacute chamada trigliceriacutedeo a qual consiste de um composto pequeno chamado

glicerol ligado a trecircs cadeias laterais de aacutecidos graxos Como foi o caso com os amino

aacutecidos da proteiacutena eacute o comprimento e composiccedilatildeo quiacutemica das cadeias laterais dos aacutecidos

graxos que fazem os trigliceriacutedeos diferentes um do outro (AKOH 2002)

Quando a porccedilatildeo de aacutecidos graxos da cadeia lateral estaacute totalmente unida ao longo

do seu comprimento com hidrogecircnios dizemos que refere-se a uma gordura saturada

Se ele natildeo conteacutem um complemento completo de aacutetomos de hidrogeacutenio uma cadeia

lateral iraacute formar o que eacute denominado ldquocarbonetos duplosrdquo dentro de si e isto representa

um aacutecido graxo insaturado Trigliceriacutedeos de cadeias laterais contendo aacutecidos graxos

saturados tendem a ser soacutelido agrave temperatura ambiente e provem geralmente de fontes de

origem animal (carne e gordura da manteiga) Aqueles contendo principalmente cadeias

laterais insaturadas satildeo geralmente liacutequidos agrave temperatura ambiente e satildeo na maioria de

origem vegetal (oacuteleo de milho e azeite) As exceccedilotildees incluem os aacutecidos graxos

insaturados ocircmega-3 encontrados nos peixes Moleacuteculas lipiacutedicas tambeacutem chamados

fosfolipiacutedios ocorrem em alimentos e satildeo semelhantes aos trigliceriacutedeos exceto que uma

das cadeias laterais de aacutecidos graxos estaacute substituiacutedo por uma unidade contendo foacutesforo

Um exemplo de um fosfolipiacutedio eacute a lecitina que eacute a base dos ovos Outra forma de

lipiacutedeos encontrada apenas em alimentos de origem animal eacute o colesterol Como a

lecitina o colesterol eacute tambeacutem encontrado em ovos bem como em carnes de oacutergatildeos tais

como o fiacutegado (MURANO 1995)

20

26 Efeitos da Irradiaccedilatildeo na Composiccedilatildeo Quiacutemica

261 Carboidratos

Os principais efeitos da irradiaccedilatildeo sobre os carboidratos encontrados nos

alimentos satildeo basicamente os mesmas que aqueles causadas pelo cozimento e outros

tipos de tratamentos de processamento Estes incluem o encurtamento das cadeias de

polissacariacutedeos grandes a degradaccedilatildeo do amido e celulose em accediluacutecares simples bem

como a formaccedilatildeo de aacutecidos de accediluacutecares cetonas e os outros accediluacutecares de

monossacariacutedeos O fato de que os aminoaacutecidos e proteiacutenas podem proteger carboidratos

da degradaccedilatildeo por irradiaccedilatildeo devem ser considerados quando se comparam os resultados

de experimentos com sistemas modelo (carboidratos isolados na aacutegua) e alimentos

integrais (contendo uma variedade de nutrientes incluindo carboidratos) (THOMAS

1998) A irradiaccedilatildeo de soluccedilotildees de moleacuteculas de carboidratos em compostos mais

simples como com cozimento resulta numa quebra de moleacuteculas de carboidratos

complexos para os compostos simples Polissacariacutedeos proporcionam unidades menores

tais como a dextrina glicose maltose e outros produtos radioliacuteticos Amidos e celulose

que natildeo satildeo facilmente digeridas pelas enzimas devido agrave forma como as longas cadeias

de glicose satildeo embaladas tornam-se mais suscetiacuteveis agrave accedilatildeo de enzimas (hidroacutelise) pelo

tratamento com irradiaccedilatildeo

A degradaccedilatildeo do amido resulta na diminuiccedilatildeo de uma das suas propriedades

funcionais ou de formaccedilatildeo de uma pasta viscosa quando aquecidos em soluccedilatildeo (CHUNG

2010)

Alta solubilidade do amido em arroz com a incidecircncia de radiaccedilatildeo foi verificada

por BAO et al 2002

Amostras de arroz marrom irradiadas com 1 e 3 kGy a fim de alterar o amido

para melhorar a sua absorccedilatildeo de aacutegua e menor tempo de cozimento mostrou um aumento

de danos sem alteraccedilotildees no teor de amilose com o aumento da dose A viscosidade da

farinha em suspensatildeo na aacutegua de arroz aquecida diminuiu com o aumento da dose de

irradiaccedilatildeo (SABULARSE 1992)

Os efeitos da radiaccedilatildeo gama no trigo durum e semolina foram relatados por alterar

as propriedades e qualidade do espaguete cozido Houve um aumento de soacutelidos soluacuteveis

e diminuiccedilatildeo no aumento de massa com o aumento de dose (KOKSEL 1996)

21

Do ponto de vista da qualidade eacute preciso se preocupar com a digestibilidade e

disponibilidade dos carboidratos em um alimento irradiado por energia (os aspectos

nutricionais) com o papel desses carboidratos desempenham na manutenccedilatildeo da cor tiacutepica

da comida odor sabor e textura (aspectos natildeo nutricionais de qualidade) e com as

propriedades funcionais dos carboidratos (por exemplo inchaccedilo e espessamento da

farinha devido a gelatinizaccedilatildeo do amido estruturaccedilatildeo e secagem das funccedilotildees dos accediluacutecares

utilizados no cozimento poder edulcorante de accediluacutecares cristalizaccedilatildeo de accediluacutecares)

(MURANO 1995)

A irradiaccedilatildeo com doses elevadas causa amolecimento de frutas e vegetais devido

aos seus efeitos sobre as paredes celulares de plantas e sobre a pectinas que proporcionam

a rigidez estrutural para o tecido da planta (DIEHL 1995)

Resumindo os efeitos da irradiaccedilatildeo em carboidratos podem ser expressos da

seguinte forma em carboidratos simples (monossacariacutedeos) os efeitos satildeo de produccedilatildeo

de outros accedilucares ou quebra dos mesmos jaacute em termos de qualidade podemos dizer que

haacute reaccedilotildees de escurecimento reduccedilatildeo de doccedilura e reduccedilatildeo de funcionalidade no

cozimento Em dissacariacutedeos haacute produccedilatildeo de accedilucares simples e de produtos da quebra

dos accedilucares e escurecimento Os polissacariacutedeos ocorrem os efeitos acima e mais a

produccedilatildeo de glucose maltose e dextrinas e na qualidade podemos citar a perda na

gelificaccedilatildeo devido agrave degradaccedilatildeo da pectina aleacutem do escurecimento reduccedilatildeo na

funcionalidade de cozimento e reduccedilatildeo na disponibilidade das fibras (MURANO 1995)

262 Proteiacutenas

A irradiaccedilatildeo de proteiacutenas em altas doses eacute conhecida por produzir a desnaturaccedilatildeo

(desdobramento da estrutura da proteiacutena) a formaccedilatildeo de radicais proteiacutena devido agraves

interaccedilotildees com radicais da moleacutecula de aacutegua e uma seacuterie de reaccedilotildees agraves subunidades de

aminoaacutecidos constituintes Baixas doses de irradiaccedilatildeo podem causar um colapso muito

reduzido nas proteiacutenas alimentares em fragmentos de peso molecular menores e

aminoaacutecidos enquanto que doses muito elevadas (em centenas de kGy) podem causar a

clivagem das cadeias laterais de aminoaacutecidos (TAUB 1976)

Nas aplicaccedilotildees do intervalo de pequena a meacutedia de dose de energia ionizante foi

determinado que tais tratamentos natildeo causam mais degradaccedilatildeo da proteiacutena que a do vapor

22

de esterilizaccedilatildeo de calor convencional Pesquisas mostram que a irradiaccedilatildeo de proteiacutenas

e aminoaacutecidos em alimentos tem pouco ou nenhum efeito sobre o valor bioloacutegico da

proteiacutena Os valores satildeo de fato equivalentes aos obtidos para os controles natildeo irradiados

Valor bioloacutegico eacute a percentagem de nitrogecircnio absorvido que seja realmente utilizada por

um organismo vivo para o crescimento e outras funccedilotildees especiacuteficas das proteiacutenas Dados

experimentais sobre a digestibilidade (disponibilidade real) de uma variedade de fontes

de alimentos proteicos (incluindo carne leite e feijatildeo) irradiados entre 30 e 100 kGy natildeo

mostraram nenhuma mudanccedila significativa em sua digestibilidade As anaacutelises de

aminoaacutecidos de frango irradiadas (3 e 6 kGy) e natildeo irradiado armazenado durante 6 dias

a 5 deg C em seguida preparados natildeo mostraram perdas significativas de aminoaacutecidos

devido ao tratamento de irradiaccedilatildeo Aleacutem disso natildeo houve diminuiccedilatildeo da lisina

disponiacutevel ou queda na taxa de eficiecircncia proteica (evidecircncias da qualidade da proteiacutena

que estaacute sendo mantida) (THOMAS 1988)

Soja irradiada com 1 a 3 kGy mostrou mudanccedilas nos padrotildees de proteiacutenas que

sugere que algumas das maiores subunidades que resultaram da degradaccedilatildeo de proteiacutenas

foram capazes de agregar e combinar no entanto o teor total de proteiacutenas da soja irradiada

natildeo se alterou Solubilidade da proteiacutena foi reduzida na soja irradiada (EL-MONEIM

1988)

De acordo com as pesquisas (HARDER et al 2012) ovos irradiados

apresentaram odor indesejado e significativas mudanccedilas na coloraccedilatildeo em doses de 10 20

e 30kGy

A maioria das proteiacutenas de feijatildeo-frade isolados a partir de farinhas de feijatildeo-frade

irradiadas em Co60 satildeo afetadas por radiaccedilatildeo gama com 2 kGy enquanto que as proteiacutenas

a partir de massas alimentiacutecias com adiccedilatildeo da farinha desse feijatildeo satildeo afetados

principalmente aos 10 e 50 kGy (ABU 2006)

As propriedades fiacutesicas dos gratildeos de trigo durum e as caracteriacutesticas da semolina

natildeo foram profundamente afetados por doses de irradiaccedilatildeo de ateacute 10 kGy (AZZEH 2009)

e o aumento da dose de irradiaccedilatildeo para niacuteveis acima de 10 kGy resultou no aumento da

absorccedilatildeo de aacutegua na massa de semolina de forma significativa

Patildeo com farinha de trigo e farinha de trigo durum foram irradiados com 25 5

10 e 20kGy observou-se um enfraquecimento do gluacuteten com o aumento da dose

(KOKSEL 1998)

YU E WANG em 2006 concluiacuteram que trigo irradiado com doses entre 0 a 3 kGy

apresentaram desintegraccedilatildeo das paredes celulares ou tornaram-se finos e o citoplasma

23

fluiu a partir de uma ceacutelula destruiacuteda ou se misturava com o citoplasma de uma outra

ceacutelula ocasionando tempos de secagem da massa final diferentes

Amendoim irradiado a 25 a 20 kGy e armazenados durante 1 ano a qualquer

temperatura ambiente ou mesmo congelados natildeo exibiram nenhuma diferenccedila nos

padrotildees de proteiacutenas devido a irradiaccedilatildeo (CHIOU 1991)

Destes e de outros estudos concluiu-se que a aplicaccedilatildeo de baixas a meacutedias doses

de irradiaccedilatildeo (1 a 10kGy) provoca alteraccedilotildees em proteiacutenas e aminoaacutecidos semelhantes

aos observados com os meacutetodos tradicionais de conservaccedilatildeo apesar da qualidade

nutricional permanecer muito elevada As enzimas satildeo principalmente afetadas por essas

doses mais baixas A aplicaccedilatildeo das doses baixas eacute recomendada a fim de minimizar o

potencial para a alteraccedilatildeo das propriedades funcionais da proteiacutena (MURANO 1995)

263 Lipiacutedios

A irradiaccedilatildeo provoca a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedeos o que pode provocar a formaccedilatildeo de

hidro peroacutexidos O desenvolvimento de ranccedilo com a produccedilatildeo de odor e sabor

indesejaacutevel entatildeo ocorre mas apenas em doses elevadas Outros efeitos satildeo a

polimerizaccedilatildeo lipiacutedica tipicamente observado apoacutes armazenamento a algum tempo apoacutes

o tratamento com doses elevadas (centenas de kGy) de irradiaccedilatildeo e a decomposiccedilatildeo dos

lipiacutedios em hidrocarbonetos aldeiacutedos eacutesteres e cetonas (MURANO 1995)

Linhaccedila irradiada com doses acima de 10 kGy apresentaram uma diminuiccedilatildeo

significativa dos compostos volaacuteteis Aleacutem disso a tendecircncia para uma diminuiccedilatildeo do

teor de proteiacutena oacuteleo e aumento do teor de cinzas sugeriram que as alteraccedilotildees devem ser

levadas em consideraccedilatildeo (YALCIN et al 2011)

A irradiaccedilatildeo gama de 20 a 100 kGy causou uma diminuiccedilatildeo do teor de

fosfolipiacutedio de soja com o aumento da formaccedilatildeo de fosfatidil-colina aacutecido fosfatiacutedico e

foacutesforo inorgacircnico como um resultado (HAFEZ 1989)

A formaccedilatildeo de hidro-peroacutexidos em poacute de ovo inteiro e em gema de ovo em poacute

irradiadas ateacute 10kGy aumentou significantemente com doses de 25 kGy e houve maior

aumento ainda se as amostras foram irradiadas em ar (KATUZIN-RAZEN 1989)

Em resumo a irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode dar origem agrave formaccedilatildeo de peroacutexido o

que pode conduzir a ranccedilo (odores e sabores) em alguns produtos juntamente com uma

24

seacuterie de outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo

Lipiacutedios contendo o aacutecido graxo insaturado estatildeo mais propensos a oxidaccedilatildeo e o

armazenamento de lipiacutedios irradiados em um ambiente com oxigecircnio conduz ao ranccedilo

reforccedilado A remoccedilatildeo de oxigecircnio durante a irradiaccedilatildeo iraacute inibir a oxidaccedilatildeo dos lipiacutedios

Isto pode ser conseguido por uma embalagem de alimentos ou de oacuteleo num recipiente

isento de oxigecircnio ou por adiccedilatildeo de produtos quiacutemicos antioxidantes a eles Os

antioxidantes tais como o alfa-tocoferol e hydroxianisole (BHA) tecircm sido utilizados

tradicionalmente no processamento de alimentos Quando satildeo utilizadas doses de

radiaccedilatildeo gama de baixa a meacutedia o nuacutemero de insaturaccedilotildees (ligaccedilotildees duplas) geralmente

manteacutem-se inalterado durante e apoacutes o tratamento As alteraccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

nos lipiacutedios devido a irradiaccedilatildeo tambeacutem pode ser minimizado mediante a aplicaccedilatildeo do

tratamento para as amostras congeladas (MURANO 1995)

27 Qualidade dos Alimentos Irradiados

O conceito de qualidade eacute difiacutecil de definir devido a diferentes perspectivas e

expectativas (por exemplo o consumidor versus produtor ou fabricante) A ideia de

qualidade em alimentos eacute ainda mais complicada quando se admite que haacute uma diferenccedila

baacutesica entre alimentos crus e alimentos processados ou fabricados O que seria aceito

como um produto de qualidade para o consumidor (uma laranja por exemplo talvez com

uma cor de laranja desbotada para a casca que no entanto tem sabor incrivelmente

satisfatoacuterio quando consumida) pode natildeo ser para o produtor ou comerciante (MURANO

1995)

A qualidade alimentar deve demonstrar as propriedades de seguranccedila valores

nutricionais cor sabor e textura de uma maneira favoraacutevel em vez de desfavoraacutevel para

o consumidor

Processos que introduzem alteraccedilotildees indesejaacuteveis para os atributos de qualidade

do alimento resultam na diminuiccedilatildeo da aceitaccedilatildeo do consumidor Mudanccedilas indesejaacuteveis

podem ocorrer nos procedimentos de processamento e preservaccedilatildeo incluindo a

irradiaccedilatildeo Haacute certas reaccedilotildees que ocorrem com os componentes dos alimentos durante e

apoacutes o momento em que satildeo irradiados e podem contribuir para alteraccedilotildees indesejaacuteveis

As reaccedilotildees de degradaccedilatildeo incluem escurecimento a hidroacutelise de sacariacutedeos hidroacutelise e

25

oxidaccedilatildeo de lipiacutedeos a hidroacutelise de proteiacutenas ligaccedilatildeo cruzada e a desnaturaccedilatildeo entre

outros Algumas das alteraccedilotildees indesejaacuteveis podem ser medidas objetivamente e na

maioria das vezes subjetivamente (MELO 2011)

A avaliaccedilatildeo subjetiva dos alimentos eacute conhecida como anaacutelise sensorial ou

avaliaccedilatildeo sensorial Na avaliaccedilatildeo sensorial a soma total das avaliaccedilotildees subjetivas de

todos os atributos dos alimentos se juntam para criar uma impressatildeo geral de qualidade

Devido a isso a avaliaccedilatildeo sensorial eacute uma ferramenta analiacutetica importante na

determinaccedilatildeo da qualidade dos alimentos (OLIVEIRA 2009)

No que diz respeito aos alimentos irradiados eacute importante determinar se os efeitos

da irradiaccedilatildeo podem causar uma deficiecircncia em qualquer atributos dos alimentos uma

vez que isso poderia ser extremamente importante tanto em aspectos de sauacutede (perdas de

nutrientes) quanto na comercializaccedilatildeo (aceite do consumidor devido a alteraccedilotildees no

sabor aparecircncia e textura) Em particular com irradiaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo da mesma pode

resultar em um objetivo beneacutefico desejado (destruiccedilatildeo de organismos de deterioraccedilatildeo)

poreacutem isto por si soacute natildeo eacute suficiente uma vez que o tratamento de irradiaccedilatildeo pode

tambeacutem causar um outro atributo que seja indesejaacutevel (MURANO 1995)

A qualidade dos alimentos irradiados depende tambeacutem da aceitaccedilatildeo do

consumidor

Os benefiacutecios obtidos com a aplicaccedilatildeo inteligente de irradiaccedilatildeo de alimentos

incluem estender a vida de prateleira e prevenir doenccedilas o que na verdade resulta em

um valor de qualidade agregado ao produto para o consumidor (CENA 2013)

A irradiaccedilatildeo de alimentos natildeo precisa apenas substituir atual de processamento de

alimentos e teacutecnicas de preservaccedilatildeo Na verdade a pesquisa atual procura explorar formas

em que o processo de irradiaccedilatildeo de alimentos pode ser combinado com outros

tratamentos cada um com intensidades mais baixas do que seria necessaacuterio em separado

para alcanccedilar os objetivos positivos e desejaacuteveis no reino de processamento de alimentos

e controle da doenccedila Esta eacute uma das aacutereas em que o futuro desta tecnologia pertence

Com o uso da irradiaccedilatildeo de alimentos contaremos com a oferta de alimentos seguros e

saudaacuteveis para as geraccedilotildees futuras (MURANO1995)

28 Atividade de aacutegua

26

Existe uma relaccedilatildeo entre o conteuacutedo de aacutegua de um alimento e sua perecibilidade

(REID E FENNEMA 2010)

Num alimento encontram-se aacutegua sob duas formas aacutegua combinada e aacutegua livre

Aacutegua combinada eacute a moleacutecula de aacutegua que faz parte de ligaccedilotildees quiacutemicas e portanto natildeo

eacute congelaacutevel entatildeo natildeo pode ser utilizada como solvente e possui alta energia de ligaccedilatildeo

Aacutegua livre eacute considerada disponiacutevel e eacute onde ocorrem reaccedilotildees quiacutemicas enzimaacuteticas e

crescimento microbioloacutegico (COULTATE 1996)

A disponibilidade de aacutegua livre em um alimento eacute denominada como atividade de

aacutegua (Aw) Sua definiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo entre a pressatildeo do vapor de aacutegua do alimento sobre

a pressatildeo do vapor de aacutegua pura a mesma temperatura (LEUNG 1981)

O principal fator de estabilidade de um alimento natildeo eacute o teor de umidade do

mesmo mas a disponibilidade da aacutegua para o crescimento de microrganismos e para

reaccedilotildees quiacutemicas de degradaccedilatildeo enzimaacuteticas e fiacutesicas (COULTATE 1996)

Em alimentos compostos com vaacuterios ingredientes a migraccedilatildeo de umidade

obedece a atividade de aacutegua e natildeo agrave quantidade de umidade (REID E FENNEMA 2010)

Os fungos que apresentam ocorrecircncia em alimentos com baixa Aw pertencem ao

grupo dos fungos xerofiacutelicos aqueles que conseguem se desenvolver em Aw inferior a

085 A maioria dos fungos xerotolerantes pertence aos gecircneros Aspergillus sp e

Penicillium sp (HOCKING E PITT 1987) Essas espeacutecies de fungo conseguem se

desenvolver em Aw em torno de 07 (GOCK et al 2003)

27

3 OBJETIVO

Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo e dos efeitos das radiaccedilotildees gama no macarratildeo enriquecido

com bagaccedilo de linhaccedila

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Produccedilatildeo da Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

As sementes de linhaccedila marrom foram adquiridas na zona cerealista da cidade de

Satildeo Paulo armazenada em caixas plaacutesticas escuras medindo 60x40x30 cm mantidas agrave

temperatura de aproximadamente 28degC no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura na cidade de Piracicaba Apoacutes 10 dias as

sementes foram prensadas na Faculdade de Tecnologia do Estado de Satildeo Paulo em

Piracicaba (FIGURA 2)

FIGURA 2 ndash Extrator hidraacuteulico da Fatec-Piracicaba

A porcentagem de oacuteleo extraiacutedo atraveacutes desse processo de prensagem foi em torno

de 20 ou seja para cada kg de linhaccedila prensada obtive-se cerca de 200ml de oacuteleo Apoacutes

a extraccedilatildeo do oacuteleo o bagaccedilo restante foi colocado para secagem em papel toalha por trinta

minutos agrave uma temperatura ambiente e posteriormente triturado em um moedor de gratildeos

Hamilton Beach O bagaccedilo e a farinha do bagaccedilo estatildeo na FIGURA 3

29

FIGURA 3 ndash Bagaccedilo resultante da extraccedilatildeo do oacuteleo das sementes de linhaccedila e sua farinha

A farinha resultante desse processo foi armazenada em sacos plaacutesticos

aluminizados medindo 20x30 cm Parte das amostras foi encaminhada para ser irradiada

com Co60 na dose de 10kGy sob uma taxa de dose de 416 kGyh (FIGURA 4) no Instituto

de Pesquisas Energeacuteticas e Nucleares da Universidade de Satildeo Paulo

FIGURA 4 - Irradiador Multipropoacutesito do IPENUSPSP

30

42 Preparaccedilatildeo das Formulaccedilotildees

No preparo das formulaccedilotildees de macarratildeo foram utilizadas farinha de trigo tipo 1

(Coamo) ovos e farinha do bagaccedilo de linhaccedila marrom e todas as formulaccedilotildees satildeo

apresentadas na TABELA 1 Foram produzidos sete lotes de macarratildeo tipo ldquotalharimrdquo

utilizando ovos farinha de trigo e incorporando o bagaccedilo ou seja

M 100 ndash Macarratildeo com 100 de Farinha de Trigo e ovos

M 8020 - Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de Linhaccedila

e ovos

M 8020T ndash Macarratildeo com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 8020Irr ndash Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 80 de Farinha de Trigo 20 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

M 6040 ndash Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha do Bagaccedilo de

Linhaccedila e ovos

M 6040T- Macarratildeo com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha de Bagaccedilo de

Linhaccedila Tratada (irradiada com 10kGy) e ovos

M 6040Irr- Macarratildeo Irradiado (20kGy) com 60 de Farinha de Trigo 40 de Farinha

do Bagaccedilo de Linhaccedila e ovos

TABELA 1 - Formulaccedilotildees utilizadas para preparaccedilatildeo dos macarrotildees tipo talharim com

as diferentes misturas de farinha de trigo e de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

FT ndash Farinha de Trigo

FL ndash Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila

FLT- Farinha do Bagaccedilo de Linhaccedila Tratada com 10kGy

Ingredientes (proporccedilatildeo)

Formulaccedilatildeo FT FL FLT Ovos

M 100 100 0 0 60

M 8020 80 20 0 60

M 8020T 80 0 20 60

M 8020Irr 80 20 0 60

M 6040 60 40 0 60

M 6040T 60 0 40 60

M 6040Irr 60 40 0 60

31

Para a produccedilatildeo artesanal das formulaccedilotildees de macarratildeo misturamos

primeiramente os ingredientes secos farinha de trigo e farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(FIGURA 5)

FIGURA 5 - Processo manual de mistura dos ingredientes secos

Acrescentou-se os ovos e tudo foi amassado A massa resultante eacute apresentada na

FIGURA 6

FIGURA 6 ndash Massa pronta apoacutes processo de mistura

32

A massa foi entatildeo laminada em cilindros de Marca Gastromaq ateacute obter uma

lacircmina de 20 mm de espessura (FIGURA 7)

FIGURA 7 ndash Laminaccedilatildeo das placas de macarratildeo

As tiras foram cortadas das placas de massa com espessura de 20 mm e foram

entatildeo cortadas (FIGURA 8) na largura de aproximadamente 1 cm com 50 cm de

comprimento

FIGURA 8 ndash Corte da massa para secagem em bandejas de papelatildeo

33

A secagem (FIGURA 8) foi feita agrave temperatura de aproximadamente 28degC em

formas de papelatildeo de 30cm de diacircmetro por 24 horas em aberto e os lotes dos diversos

tipos de macarratildeo de linhaccedila triturada e a granel foram colocados em bandejas de isopor

(FIGURA 9) embalados dentro de sacos plaacutesticos e foram selados em temperatura de

aproximadamente 28degC e mantidos no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente do

Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba

FIGURA 9 ndash Tipos de macarratildeo e de linhaccedila que foram armazenados em bandejas de

isopor

Parte (50) das formulaccedilotildees M8020 e M6040 foram irradiadas com 20kGy

passando a receber a denominaccedilatildeo de M8020irr e M6040irr

As amostras do macarratildeo foram embaladas e irradiadas e 24 horas apoacutes a

irradiaccedilatildeo foram realizadas as anaacutelises de pH acidez umidade cinzas extrato eteacutereo

proteiacutenas e fibras no Laboratoacuterio de Radiobiologia e Ambiente Jaacute as anaacutelises de textura

viscosidade e tempo de cozimento foram realizadas no Laboratoacuterio das Ciecircncias dos

Alimentos na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de Satildeo

Paulo em Piracicaba Todos os procedimentos foram realizados em triplicata de acordo

com os meacutetodos AOAC (1995)

34

43 Anaacutelises das Formulaccedilotildees

431 Determinaccedilatildeo da atividade de aacutegua (Aw)

As atividades de aacutegua das amostras de macarratildeo foram determinadas por meio do

aparelho AQUALAB CX-2 (Decagon Devices Inc) (FIGURA 10) do Laboratoacuterio de

Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da USP

FIGURA 10 - Aqualab CX-2 do Laboratoacuterio de Fungos Toxigecircnicos e Micotoxinas da

USP

432 Teacutecnica da Semeadura em Superfiacutecie para o Isolamento da

Microbiota das Amostras de Macarratildeo

Foram retiradas 1g de cada uma das sete amostras de macarratildeo e diluiacutedas em 9mL

de soluccedilatildeo salina 085 esterilizada obtendo-se diluiccedilatildeo de 10-1 A partir desta foram

preparadas diluiccedilotildees decimais e sucessivas ateacute 10-6 De cada diluiccedilatildeo 01 ml foram

retirados e depositados na superfiacutecie de placas de Petri contendo de 10 a 15 ml de Aacutegar

de Batata Dextrose (Oxoid) Em seguida as placas foram incubadas a 25degC por

aproximadamente ateacute 7 dias Todas as amostras foram processadas em duplicatas (PITT

E HOCKING 2009) Apoacutes incubaccedilatildeo foi feita a contagem das colocircnias multiplicando-

se o nuacutemero obtido pelo fator de diluiccedilatildeo a fim de se obter o nuacutemero de unidades

formadoras de colocircnia por grama de substrato (UFCg)

35

As colocircnias de diferentes tipos morfoloacutegicos foram isoladas em Agravegar de Batata

Dextrose (Oxoid) e submetidas agrave identificaccedilatildeo atraveacutes da teacutecnica de micro cultivo

(RIDDELL 1950) Os fungos foram classificados em niacutevel de gecircnero e as bacteacuterias em

unidades formadoras de colocircnias por grama de macarratildeo (UFCg) (PITT E HOCKING

2009)

433 Cor

A cor dos sete tipos de macarratildeo foi determinada utilizando Coloriacutemetro Minolta

modelo CR-300 usando sistema CIE Lab onde os valores de luminosidade (L)

variam entre zero (preto) e 100 (branco) os valores das coordenadas de cromaticidade a

e b variam de -a (verde) ateacute +a (vermelho) e de -b (azul) ateacute +b (amarelo)

434 Testes de Cozimento

O teste de cozimento foi realizado segundo o meacutetodo AOAC 1995 e os

paracircmetros avaliados foram

a Tempo de cozimento

Determinado pela cocccedilatildeo de 5g de amostra em 70mL de aacutegua destilada em

ebuliccedilatildeo ateacute atingir o tempo de cozimento ideal que se daacute pela gelatinizaccedilatildeo do amido

em toda amostra da massa O produto cozido foi comprimido entre duas lacircminas de vidro

ateacute o desaparecimento da linha central fazendo isso a cada minuto a partir do sexto

minuto de cozimento

b Aumento de Massa e de Volume

O ganho de massa foi determinado tomando-se 5g de massa crua e a respectiva

medida depois da cocccedilatildeo sempre usando o tempo de cozimento ideal Apoacutes a cocccedilatildeo a

amostra foi lavada em 50mL de aacutegua destilada e colocada em 70mL de aacutegua destilada por

36

1minuto depois drenada e entatildeo pesada Esse resultado foi expresso em porcentagem de

aumento de massa apoacutes o cozimento

O aumento de volume foi determinado colocando 5g da massa em 70mL de aacutegua

destilada antes e apoacutes o cozimento utilizando o mesmo padratildeo descrito acima Da mesma

forma esse resultado foi expresso em porcentagem do volume aumentado apoacutes a cocccedilatildeo

c Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

Os soacutelidos soluacuteveis foram determinados tomando-se 5g de macarratildeo que foram

cozidos em 70mL de aacutegua destilada A aacutegua resultante do cozimento foi depositada em

placas de Petri e colocada em estufa a 110 C ateacute peso ser mantido constante As placas de

Petri foram pesadas vazias e posteriormente com o resiacuteduo da cocccedilatildeo

d Textura e Aderecircncia

A firmeza das formulaccedilotildees de macarratildeo foram avaliadas utilizando o

Texturocircmentro TATX plus da Stable Micro Systems no Departamento de Ciecircncia dos

Alimentos da ESALQ-USP (FIGURA 11)(AOAC1995) As formulaccedilotildees de macarratildeo

foram cozidas no tempo ideal de cozimento passados por lavagem com 50mL de aacutegua

destilada e colocados em 50mL de aacutegua destilada por 1 minuto drenados e seccionados

com 2 cm de comprimento Utilizamos a Compressatildeo de 75 de penetraccedilatildeo com

velocidade de 2 mms

FIGURA 11 ndash Texturocircmetro

37

Para os testes de aderecircncia utilizamos as mesmas amostras do teste de textura A

FIGURA 12 apresenta o texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

FIGURA 12 ndash Texturocircmetro com ponteira para leitura de aderecircncia

435 Composiccedilatildeo Centesimal

Os teores de pH acidez umidade cinzas proteiacutenas extrato eteacutereo e fibras foram

determinados usando os meacutetodos American Association of Cereal Chemists

(AOAC1995) Todos os tipos de macarratildeo foram triturados no moedor de gratildeos Hamilton

Bleach e armazenados em sacos plaacutesticos fechados

Os carboidratos disponiacuteveis satildeo calculados pelo somatoacuterio das fibras proteiacutenas

lipiacutedeos umidade e cinzas e subtraindo o resultado de 100

A energia (kcal100g) eacute obtida atraveacutes de caacutelculos As parcelas que entram no

caacutelculo da energia satildeo proteiacutenas (P) carboidratos (C) lipiacutedeos (L) segundo a equaccedilatildeo

Energia (kcal100g) = 4P + 4C + 9L

38

44 Anaacutelises estatiacutesticas

Foi utilizado delineamento estatiacutestico inteiramente casualizado com trecircs

repeticcedilotildees por tratamento Foi realizada anaacutelise de variacircncia pelo teste F e quando

significativo foi realizado o teste de Tukey (plt001) com auxiacutelio do programa SAS

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Atividade de Aacutegua (Aw)

Os valores meacutedios da atividade de aacutegua das sete formulaccedilotildees de macarratildeo estatildeo

apresentados na TABELA 2

TABELA 2 ndash Valores meacutedios da Atividade de aacutegua (Aw)

Formulaccedilotildees Atividade de aacutegua (Aw)

M 100 054

M 8020 051

M 8020T 055

M 8020Irr 054

M 6040 052

M 6040T 055

M 6040Irr 054

De acordo com CHOSDU et al 1995 os valores de Aw natildeo apresentam alteraccedilatildeo

significativa apoacutes o processamento por irradiaccedilatildeo

A atividade de aacutegua (Aw) eacute um dos fatores intriacutensecos dos alimentos sendo esta

uma medida qualitativa que possibilita avaliar a disponibilidade de aacutegua livre nos

alimentos que eacute susceptiacutevel a diversas reaccedilotildees ao passo que o teor de umidade eacute uma

39

medida meramente quantitativa medindo o percentual em peso de toda aacutegua presente

nos alimentos tanto livre como isolada (SCOTT 1957) Nesses termos a quantidade de

aacutegua livre que natildeo se encontra comprometida com as moleacuteculas constituintes do produto

estando disponiacutevel para reaccedilotildees fiacutesicas quiacutemicas e bioloacutegicas tornando-se o principal

fator responsaacutevel pela deterioraccedilatildeo dos alimentos Quando um substrato apresenta baixa

atividade de aacutegua haacute uma interrupccedilatildeo no metabolismo dos microrganismos presentes

podendo inibir o seu desenvolvimento ou a sua reproduccedilatildeo (WELTI 1997)

Substratos com teor de atividade de aacutegua inferior a 060 dificilmente estatildeo

propiacutecios ao crescimento microbiano a partir de 065 inicia-se a proliferaccedilatildeo dos

microrganismos especiacuteficos sendo que ateacute 075 somente algumas bacteacuterias haloacutefitas

leveduras e fungos xerofiacutelicos podem se desenvolver (GOCK et al 2003)

Portanto como pudemos observar na TABELA 2 os valores meacutedios da atividade

de aacutegua (Aw) variaram de 051 a 055 estando estes valores de Aw inferiores ao limite

miacutenimo (065) para que ocorra o crescimento de microrganismos

52 Anaacutelise Microbioloacutegica - Microbiota Fuacutengica e Pesquisa de

Crescimento Bacteriano

O resultado das anaacutelises microbioloacutegicas para gecircneros fuacutengicos estatildeo na TABELA

3

TABELA 3 - Gecircneros fuacutengicos para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Gecircneros Fuacutengicos UFCg

M 100 6X10sup3 Rhizopus sp M 8020 9X10sup3 levedura M 8020T 2X10sup2 levedura 6X10sup3 AspergIllus sp M 8020Irr 3X10 levedura M 6040 6X10 levedura M 6040T 1X10sup2 levedura 3X10sup3Aspergillus sp M 6040Irr Ausecircncia de crescimento Fuacutengico UFC Unidades Formadoras de Colocircnia por grama

O resultado das anaacutelises bacterioloacutegicas para as formulaccedilotildees estatildeo na TABELA

4

40

TABELA 4 ndash Crescimento bacteriano para cada tipo de formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Cultura

M 100 34 Bacilos Gram negativos (natildeo fermentados) M 8020 24 Bacilos Gram positivos e 46 Bacilos Gram negativos M 8020T Ausecircncia de cresc Bacteriano M 8020Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040 Ausecircncia de cresc Bacteriano M 6040T 10 Bacilos Gram positivos esporulados aeroacutebios M 6040Irr Ausecircncia de cresc Bacteriano

A regulamentaccedilatildeo da Anvisa de 2011 para massas alimentiacutecias faz menccedilatildeo agrave

Bacilos Cereus (5X10sup3UFC) Coliformes a 45deg (5X10sup2UFC) Estafilococos coag

Positivag (5X10sup3UFC) e deve haver ausecircncia de Salmonella Natildeo foram encontradas

essas espeacutecies de microrganismos citadas pela Anvisa nas formulaccedilotildees analisadas como

podemos constatar pelas TABELA 3 e TABELA 4 Acrescentamos que essas anaacutelises

foram realizadas 6 (seis) meses apoacutes a produccedilatildeo do macarratildeo tempo mais que suficiente

para o crescimento microbioloacutegico A baixa atividade de aacutegua como tambeacutem baixa

umidade auxiliam a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica (COULTATE 1996)

A linhaccedila (XU 2008) apresenta efeito fungistaacutetico o que explicaria as baixas

contagens de fungos

53 Cor

Pela FIGURA 13 podemos observar a diferenccedila de coloraccedilatildeo entre formulaccedilotildees

M100 M8020 e M6040 O aspecto das formulaccedilotildees foi uniforme apesar de se tratar de

uma massa artesanal

41

FIGURA 13 - Macarratildeo nas formulaccedilotildees M100 M8020 e M6040

Os valores meacutedios dos paracircmetros L a b satildeo apresentados na TABELA 5 e a

partir dela construiacutemos a FIGURA 14

TABELA 5 ndash Paracircmetros L a b para os sete tipos de macarratildeo

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

As amostras com adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila satildeo de coloraccedilatildeo mais

escura do que a amostra de controle feita exclusivamente com farinha de trigo e ovos

Quanto maior a adiccedilatildeo mais escura a amostra de macarratildeo

Os paracircmetros analisados de L (100= branco 0 = preto) a (verde ao vermelho)

e b (azul ao amarelo) apresentados na TABELA 5 e seu correspondente FIGURA 14

indicam que a radiaccedilatildeo gama do proveniente do Cobalto-60 natildeo induziu mudanccedilas

significativas na cor das amostras de todos os tratamentos

Formulaccedilatildeo L a b

M 100 824A 132E 253A

M 8020 539B 533C 164B

M 8020T 580B 416D 158B

M 8020Irr 521C 492C 168B

M 6040 501C 632B 162B

M 6040T 459D 771A 158B

M 6040Irr 441B 679B 159B

42

Atraveacutes das linhas de tendecircncia da FIGURA 14 observamos que com o aumento

da adiccedilatildeo da farinha de linhaccedila o paracircmetro L diminui o a tem um discreto aumento

enquanto o b apresenta uma diminuiccedilatildeo

FIGURA 14 - Cor de cada tipo de macarratildeo nos paracircmetros L a b Com curva de

tendecircncia

43

54 Testes de cozimento

541 Tempo ideal de cozimento

Na TABELA 6 constam os valores do cozimento para as sete formulaccedilotildees de

macarratildeo e pelos resultados podemos observar que o tempo ideal de cozimento foi de 12

minutos o qual foi usado em todos os testes seguintes

TABELA 6 ndash Tempo de cozimento ideal para as sete formulaccedilotildees de macarratildeo

Tempo (minutos) Formulaccedilatildeo 10 11 12 13

M 100 Cru Ok Ok Ok M 8020 Cru Ok Ok Ok M 8020T Cru Ok Ok Ok M 8020Irr Cru Ok Ok Ok M 6040 Cru Cru Ok Ok M 6040T Cru Cru Ok Ok M 6040Irr Cru Cru Ok Ok

Quanto ao tempo de cozimento este varia em funccedilatildeo do formato e tamanho dos

macarrotildees No presente estudo os valores apresentados foram normais para o tipo de

macarratildeo produzido

542 Aumento de Massa e Volume

O aumento de massa eacute dado pela diferenccedila entre a massa do macarratildeo cru e sua

respectiva massa depois de cozido Estes dados para as vaacuterias formulaccedilotildees estatildeo na

TABELA 7

TABELA 7 ndash Aumento meacutedio de massa () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de massa ()

M 100 216 M 8020 230 M 8020T 195 M 8020Irr 136 M 6040 217 M 6040T 201 M 6040Irr 124

44

A partir da TABELA 7 construiacutemos a FIGURA 15 dos valores meacutedios em

porcentagem do aumento de massa apoacutes o cozimento por 12 minutos Pelos resultados do

FIGURA 15 fica evidenciado que os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) absorveram menor quantidade de aacutegua As formulaccedilotildees com farinha de

linhaccedila tratada com 10kGy (M8020FT e M6040FT) apresentaram menor aumento que

as suas amostras correspondentes natildeo irradiadas Entretanto a variaccedilatildeo do aumento de

massa das formulaccedilotildees M8020 M8020FT M6040 e M6040FT natildeo excederam a

variaccedilatildeo de 10 em relaccedilatildeo ao controle com um aumento meacutedio aproximado de 200

em massa Estando de acordo com os resultados das pesquisas de (KOKSEL1996) que

relata a diminuiccedilatildeo do aumento de massa com o aumento da dose de radiaccedilatildeo Quanto ao

aumento de peso considera-se como resultado adequado um valor equivalente a

aproximadamente 2 vezes o peso original (+- 200) portanto os dados obtidos indicam

que M8020 e M6040 estatildeo dentro dos padrotildees de macarrotildees com qualidade meacutedia-alta

(HUMMEL 1966)

FIGURA 14 - Valores meacutedios do aumento de massa () para as formulaccedilotildees

O baixo aumento de massa indica baixa capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua

resultando em macarrotildees mais duros e com qualidade inferior (BHATTACHARYA et

al 1999) O aumento de massa estaacute relacionado agrave capacidade de absorccedilatildeo de aacutegua das

massas e dependem tambeacutem do formato do macarratildeo (CASAGRANDI 1999) Massas agrave

base de trigo devem apresentar aumento de massa de 160 a 180 (HUMMEL 1996)

216230

195

136

217201

124

0

50

100

150

200

250

300

Au

me

nto

de

mas

sa (

)

Formulaccedilotildees

Aumento de Massa ()

M 100 M 8020 M 8020T M 8020Irr M 6040 M 6040T M 6040Irr

45

O aumento de volume eacute dado pela diferenccedila entre o volume ocupado pelo

macarratildeo cru e o mesmo apoacutes o cozimento que constam da TABELA 8

TABELA 8 ndash Aumento meacutedio de volume () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Aumento de volume ()

M 100 263 M 8020 275 M 8020T 225 M 8020Irr 175 M 6040 275 M 6040T 275 M 6040Irr 150

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios de aumento de volume expresso em

porcentagem de aumento de volume adquirido apoacutes cocccedilatildeo referentes a TABELA 8

FIGURA 15 - Valores meacutedios do aumento de volume () para as formulaccedilotildees de

macarratildeo

O aumento de volume para os dois tipos de macarratildeo irradiado (M8020Irr e

M6040Irr) foi menor que os demais tipos Provavelmente esse fator esteja relacionado

com a menor absorccedilatildeo de aacutegua que consequentemente acarreta num menor aumento no

volume As outras formulaccedilotildees de macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila

apresentaram um aumento meacutedio de volume equiparaacutevel ao controle

46

543 Perda de Soacutelidos Soluacuteveis

A quantidade de soacutelidos presente na aacutegua do cozimento das vaacuterias formulaccedilotildees

chamamos de soacutelidos soluacuteveis e satildeo apresentamos na TABELA 9

TABELA 9 ndash Valor meacutedio dos soacutelidos soluacuteveis presente na aacutegua para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Perda de soacutelidos soluacuteveis ()

M 100 43 M 8020 31 M 8020T 38 M 8020Irr 198 M 6040 43 M 6040T 109 M 6040Irr 188

Constam na FIGURA 16 os valores meacutedios em porcentagem de soacutelidos soluacuteveis

determinados a partir da secagem da aacutegua de cozimento das formulaccedilotildees

FIGURA 16 - Valores meacutedios dos soacutelidos soluacuteveis () para cada formulaccedilatildeo de

macarratildeo

Pelos resultados podemos observar que os maiores valores foram obtidos para as

duas formulaccedilotildees irradiadas Esse fato provavelmente esteja relacionado com a maior

47

quantidade de amido danificado pelos efeitos da radiaccedilatildeo gama (BAO 2002) O mesmo

ocorrendo para a formulaccedilatildeo M6040FT onde a farinhado de linhaccedila eacute irradiada

De acordo com (YALLA 2004) as perdas de soacutelidos soluacuteveis em espaguete com

linhaccedila tem sido menores ou iguais que a perda em espaguete tradicional As perdas de

soacutelidos soluacuteveis das formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 quando comparadas com

M100 apresentam valores muito proacuteximos

Teores de soacutelidos soluacuteveis acima de 10 indicam macarratildeo de baixa qualidade

portanto as formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 foram excelentes quanto a esse

aspecto segundo os paracircmetros de HUMMEL 1966

O percentual de perda de soacutelidos em aacutegua e o aumento de massa satildeo dois fatores

importantes que influenciam a qualidade das massas Alto teor de perda de soacutelidos eacute uma

caracteriacutestica indesejaacutevel e representa alta solubilidade do amido resultando em turbidez na

aacutegua de cozimento e baixa toleracircncia ao cozimento (EL-DASH 1994)

544 Aderecircncia e Textura

Aderecircncia eacute a propriedade que um corpo tem de aderir a outro Para esse

experimento utilizamos o conceito inverso que eacute o de antiaderecircncia ou seja a velocidade

de afastamento da ponteira ao macarratildeo Os resultados satildeo negativos pois o movimento eacute

contraacuterio ao da textura e satildeo apresentados na TABELA 10

TABELA 10 ndash Valores meacutedios da aderecircncia gs

Formulaccedilatildeo Aderecircncia (gs)

M 100 -1516 A M8020 -2398 AB M8020FT -2104 A B M8020Irr -4884 D M6040 -2650 B M6040FT -3620 C M6040Irr - 5628 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam na FIGURA 17 os valores meacutedios da aderecircncia relativos agrave TABELA 10

Pelos resultados observamos que a aderecircncia dos dois tipos de macarratildeo irradiado

(M8020Irr e M6040Irr) se mostraram muito baixas muito pegajosas mais uma vez

48

indicando o dano causado pela radiaccedilatildeo gama no amido (BAO 2002) Observamos

tambeacutem que quanto maior a adiccedilatildeo de linhaccedila menor a aderecircncia pois a aderecircncia eacute uma

propriedade do amido

FIGURA 17 - Valores meacutedios da aderecircncia (gs) para cada formulaccedilatildeo

Na sequecircncia observa-se a TABELA 11 e a FIGURA 18 correspondente onde

constam os valores relativos agrave textura Pelos resultados obtidos observamos que a adiccedilatildeo

da farinha do bagaccedilo de linhaccedila faz com que o macarratildeo torne-se mais quebradiccedilo

independentemente da proporccedilatildeo adicionada e do tratamento de irradiaccedilatildeo aplicado agrave

farinha

TABELA 11ndash Textura gmm para as vaacuterias formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Textura (gmm)

M 100 8601 A M8020 5392 D C M8020FT 6581 B M8020Irr 5384 C M6040 6262 B M6040FT 4841 D M6040Irr 6768 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela FIGURA 18 podemos observar que a formulaccedilatildeo controle apresentou maior

firmeza ou seja maior valor de textura A adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila deixa o macarratildeo

-1512

-239-2103

-488

-265

-362

-5628

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

AD

EREcircN

CIA

(gr

ama

segu

nd

o)

Formulaccedilatildeo

ADEREcircNCIA

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

49

pouco mais quebradiccedilo estando de acordo com os resultados de (MANTHEY 2000)

Podemos ressaltar que os valores oscilaram pois por mais que a granulometria da farinha

de linhaccedila fosse baixa e por melhor que fossem feitas as mistura dos ingredientes secos

sempre haveraacute pontos de maior concentraccedilatildeo de farinha de linhaccedila consequentemente

apresentaraacute pontos de ruptura A formulaccedilatildeo M6040FT foi a que apresentou menor

textura

FIGURA 18 - Valores meacutedios da textura (gmm) para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

55 Composiccedilatildeo Centesimal

551 Acidez

Constam na TABELA 12 e FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez titulaacutevel

Pelos resultados observamos que quanto maior a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila maior seraacute

o valor da acidez exceto para as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

8122

5296

6334

5491

6201

4689

6596

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

Text

ura

(gr

ama

miliacute

me

tro

)

Formulaccedilatildeo

Textura gmm

50

TABELA 12 ndash Valores da acidez para cada formulaccedilatildeo

Formulaccedilatildeo Acidez (g100mL)

M 100 379 A M8020 537 A M8020FT 438 C M8020Irr 308 D M6040 661 A M6040FT 661 A M6040Irr 381 D

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Constam da FIGURA 19 os valores meacutedios de acidez e pelos resultados

observamos que a acidez aumentou proporcionalmente agrave adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de

linhaccedila poreacutem com a irradiaccedilatildeo houve uma diminuiccedilatildeo proporcional justamente pela

quebra das membranas celulares devido ao espalhamento do citoplasma e dos aacutecidos

nucleacuteicos (DIEHL 1995)

379

537

438

308

661 661

38087

000

100

200

300

400

500

600

700

800

AC

IDE

Z

FORMULACcedilAtildeO

Acidez (g100mL)

M 100 M8020 M8020FT M8020Irr M6040 M6040FT M6040Irr

FIGURA 19 ndash Valores meacutedios da acidez para cada formulaccedilatildeo com respectiva

variacircncia

O teste de acidez vem complementar o teste de umidade na avaliaccedilatildeo da eficiecircncia

da secagem e consequentemente na qualidade do macarratildeo Eacute interessante frisar que no

caso de macarratildeo constituiacutedo apenas de farinha de trigo (M100) o valor da acidez natildeo

deve ser superior a 5 Assim os valores encontrados na TABELA 12 podem ser

considerados normais e dentro da faixa de aceitaccedilatildeo

51

552 pH

Constam na TABELA 13 os valores meacutedios de pH

TABELA 13 ndash Valores meacutedios de pH

Formulaccedilatildeo pH

M 100 640 A M8020 671 A M8020FT 672 A M8020Irr 636 A M6040 661 A M6040FT 663 A M6040Irr 634 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Pela TABELA 13 podemos observar que os valores de pH estatildeo entre os valores

634 e 672 natildeo apresentando variaccedilotildees numeacutericas significativas nesta anaacutelise A

variaccedilatildeo entre os valores para cada formulaccedilatildeo foi menor que 1 e a variaccedilatildeo entre as

formulaccedilotildees foi menor que 3 natildeo sendo relevante a visualizaccedilatildeo em graacutefico

553 Cinzas

Constam na TABELA 14 e FIGURA 20 os valores de Cinzas

TABELA 14 - Valores meacutedios de Cinzas ()

Formulaccedilatildeo Cinzas

M 100 066 D M8020 106 C M8020FT 112 C M8020Irr 123 B C M6040 140 B A M6040FT 161 A M6040Irr 148 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

52

Pela FIGURA 20 observamos que o teor de cinzas eacute maior quanto maior for a

adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila Jaacute o processo de irradiaccedilatildeo natildeo afetou o teor de

cinzas nas formulaccedilotildees

FIGURA 20 - Valores meacutedios de Cinzas () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

554 Umidade

Constam na TABELA 15 e FIGURA 21 os dados relativos agrave Umidade ()

TABELA 15 ndash Valores meacutedios da Umidade () para as formulaccedilotildees

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

Formulaccedilatildeo Umidade ()

M 100 824 B M8020 888 A M8020FT 760 C M8020Irr 829 B M6040 731 C M6040FT 746 C M6040Irr 741 C

53

FIGURA 21 ndash Valores meacutedios da umidade () para as formulaccedilotildees com variacircncia

A determinaccedilatildeo do teor de umidade nas formulaccedilotildees tem como objetivo controlar

a eficiecircncia do processo de secagem assim espera-se que os produtos obtidos apresentem

umidade abaixo de 13 Nesta faixa os produtos estatildeo isentos de problemas

microbioloacutegicos

Pelos resultados obtidos observamos que os valores da umidade apresentaram

diferenccedila significativa na formulaccedilatildeo M8020 mas os valores de um modo geral

apresentam uma diminuiccedilatildeo a medida em que se aumenta a porcentagem de farinha de

linhaccedila A Anvisa Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA 2011) estabelece

que massa fresca tenha umidade natildeo superior a 35 e massa seca natildeo superior a 13

Isso caracteriza que todos os tipos de talharim produzidos com farinha de linhaccedila satildeo

massas alimentiacutecias com teores de umidade de massas secas Portanto quanto menor a

umidade menor o crescimento de fungos bacteacuterias e leveduras estando esses resultados

de acordo com os resultados de COULTATE 1996

555 Proteiacutenas

Constam na TABELA 16 e na FIGURA 22 os valores meacutedios de proteiacutenas e com

base nos resultados obtidos verificamos que a adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila promoveu um

ligeiro aumento nos valores numeacutericos de proteiacutena nas formulaccedilotildees com 40 desta

54

farinha o que indica que haacute mais proteiacutena no bagaccedilo da linhaccedila do que na farinha de trigo

Por se tratar de uma massa alimentiacutecia com ovos temos que considerar que em todos os

tipos de macarratildeo encontramos a parcela de proteiacutenas relativa aos ovos (130) farinha

de trigo (100) e nas massas com adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila encontramos tambeacutem a

parcela de proteiacutena relativa agrave linhaccedila (141) conforme a tabela TACO 2011 Portanto

seja qual for a formulaccedilatildeo usada o valor de proteiacutena sempre estaraacute no intervalo de 100

a 141

TABELA 16 - Valores meacutedios das proteiacutenas () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Proteiacutenas ()

M 100 1164 B M8020 1181 A B M8020FT 1189 A B M8020Irr 1245 A B M6040 1309 A B M6040FT 1347 A M6040Irr 1243 A B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 22 - Valores meacutedios de Proteiacutenas () para as formulaccedilotildees com variacircncia

55

556 Fibras

Os valores meacutedios das fibras constam da TABELA 17 e FIGURA 23

TABELA 17 - Valores meacutedios das fibras () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Fibras ()

M 100 560 C M8020 136 B M8020FT 1236 B M8020Irr 1292 B M6040 2106 A M6040FT 2163 A M6040Irr 2150 A

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

FIGURA 23 - Valores meacutedios da fibra Total para cada formulaccedilatildeo

Com base nos resultados do FIGURA 23 observamos que o aumento de fibras foi

proporcional a porcentagem de farinha do bagaccedilo de linhaccedila utilizada e as quantidades de

fibras encontradas nas proporccedilotildees de 20 e 40 se mantiveram nos mesmos patamares

independente do tratamento recebido

A ingestatildeo de fibras alimentares recomendada eacute de 25 a 30 gramas por dia para

que ocorra os efeitos beneacuteficos na prevenccedilatildeo de vaacuterias doenccedilas (NESTLEacute 2013 ADA

56

2002) portanto para ingerir o recomendo nutricionalmente bastariam 200g de macarratildeo

com a formulaccedilatildeo M8020 ou 120g de macarratildeo com a formulaccedilatildeo M6040 Portanto a

relevacircncia do aumento de fibras estaacute na simples adiccedilatildeo de linhaccedila e natildeo no tratamento

empregado

557 Lipiacutedeos

Constam na TABELA 18 e FIGURA 24 os valores meacutedios da porcentagem de

lipiacutedeos retirados das amostras A irradiaccedilatildeo de lipiacutedeos pode levar agrave formaccedilatildeo de

peroacutexido que pode induzir a ranccedilidez (odores e sabores) juntamente com uma seacuterie de

outras reaccedilotildees quiacutemicas incluindo a hidroacutelise a polimerizaccedilatildeo e reticulaccedilatildeo em alguns

produtos (MURANO 1995) Provavelmente foi o que ocorreu com as formulaccedilotildees

irradiadas M8020Irr e M6040Irr que apresentaram um odor desagradaacutevel As amostras

de farinha do bagaccedilo de linhaccedila irradiada com 10kGy natildeo apresentaram nenhum odor

desagradaacutevel Provavelmente o odor desagradaacutevel foi devido agrave parcela dos ovos Estando

esses resultados de acordo com HARDER et al (2012) quando irradiou ovos e estes

apresentam odor indesejado

TABELA 18 - Valores meacutedios das lipiacutedeos () para as formulaccedilotildees

Formulaccedilatildeo Lipiacutedeos

M 100 365 E M8020 789 B M8020FT 708 C M8020Irr 545 D M6040 934 A M6040FT 820 B M6040Irr 846 B

Letras maiuacutesculas diferentes na mesma coluna significa diferenccedila estatiacutestica (plt001)

57

FIGURA 24 - Valores meacutedios de lipiacutedeos () para cada formulaccedilatildeo com variacircncia

Com base nos resultados obtidos observamos que a quantidade de lipiacutedeos teve

um aumento que foi proporcional agrave quantidade de farinha do bagaccedilo utilizada A ligeira

diminuiccedilatildeo nos valores numeacutericos dos lipiacutedeos nas formulaccedilotildees M8020FT M8020Irr

pode indicar que houve quebra dos aacutecidos graxos ou peroxidaccedilatildeo pela radiaccedilatildeo

558 Carboidratos e Energia

Constam na TABELA 19 os valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal das

formulaccedilotildees conforme as anaacutelises anteriores Constam da penuacuteltima coluna da TABELA

19 os valores dos carboidratos disponiacuteveis calculados conforme citado anteriormente

Os valores da Energia em kcal para uma porccedilatildeo de 100g se encontram na uacuteltima

coluna da TABELA 19

A oitava linha da TABELA 19 apresenta os caacutelculos da Tabela Taco (TACO

2011) (Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo dos Alimentos) para o macarratildeo com ovos A

nona linha da TABELA 19 apresenta os a composiccedilatildeo centesimal realizada pela USP

(TBCA 2008) para massa fresca talharim da marca Sadia A uacuteltima linha da TABELA

19 apresenta dados da United States Department of Agriculture (USDA 2013) para massa

58

alimentiacutecia seca dos Estados Unidos da Ameacuterica Lembrando que essas tabelas (TBCA e

USDA) satildeo feitas para macarratildeo feito com farinha de trigo e aacutegua seja ele seco (USDA)

ou fresco (TBCA) apenas a Tabela Taco apresenta um macarratildeo feito com ovos e nossas

formulaccedilotildees satildeo feitas com farinha de trigo ovos e a adiccedilatildeo de farinha de linhaccedila A

parcela dos ovos confere agraves massas alimentiacutecias um incremento nos lipiacutedeos que se torna

ainda maior com a adiccedilatildeo da farinha do bagaccedilo de linhaccedila que ainda conteacutem uma parte

lipiacutedica

TABELA 19 - Valores meacutedios da composiccedilatildeo centesimal de massas alimentiacutecias

Formulaccedilatildeo Umidade

()

Cinzas

() Proteiacutenas

Lipiacutedios

()

Fibras

()

Carboidratos

disponiacuteveis

()

Energia

(Kcal100g)

M 100 824 066 1164 365 56 702 360

M8020 888 106 1181 789 136 5676 345

M8020FT 766 112 1185 708 1236 5993 350

M8020Irr 829 122 1245 545 1292 5966 338

M6040 731 14 1309 934 2106 478 328

M6040FT 746 161 1344 82 2163 4766 318

M6040Irr 741 148 1243 846 215 4872 320

T Taco 106 05 103 21 23 742 371

TBCAUSP 3204 314 822 212 40 5028 253

USDAFAO 99 09 1304 151 32 7467 371

Observamos que os resultados da Tabela Taco estatildeo muito proacuteximos aos do

M100 (macarratildeo branco) exceto para as proteiacutenas

Com base nos resultados da TABELA 19 observamos que nas formulaccedilotildees de

macarratildeo com adiccedilatildeo de bagaccedilo de linhaccedila haacute menos calorias que o macarratildeo branco

Quanto mais adiccedilatildeo de linhaccedila menos calorias encontramos no macarratildeo ou seja quanto

maior a parcela de fibras no macarratildeo menos calorias

Quanto maior a adiccedilatildeo de farinha do bagaccedilo de linhaccedila menor seraacute a quantidade

de carboidratos disponiacuteveis Observamos tambeacutem que o maior conteuacutedo de proteiacutena

59

cinzas lipiacutedeos foi apresentada pela adiccedilatildeo de 40 de farinha do bagaccedilo de linhaccedila

(M6040 e M6040FT)

Segundo os padrotildees de qualidade de massas alimentiacutecias cozidas (HUMMEL

1966) e de acordo com os resultados obtidos a formulaccedilatildeo M8020 M8020FT e M6040

recebem o padratildeo de qualidade mais elevado ou seja Muito Bom A formulaccedilatildeo

M6040FT pode ser classificada como boa e as formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr

podem ser classificadas como ruim

De um modo geral pelos resultados obtidos no presente trabalho para as

formulaccedilotildees de massas com exceccedilatildeo das processadas por irradiaccedilatildeo podemos afirmar

que sem sombra de duacutevida que elas podem ser produzidas em escala comercial com a

vantagem de trazer benefiacutecios a sauacutede humana pelo seu alto teor de fibras incorporadas

e pela presenccedila do aacutecido alfa-linolecircnico (w3)

60

6 CONCLUSOtildeES

A produccedilatildeo do macarratildeo com farinha do bagaccedilo de linhaccedila nas formulaccedilotildees

M8020 M8020FT M6040 e M6040FT eacute viaacutevel

Todas as formulaccedilotildees produzidas apresentaram umidade abaixo de 7 estando

dentro dos padrotildees de qualidade das massas secas A baixa umidade foi

fundamental para a natildeo proliferaccedilatildeo microbioloacutegica

A adiccedilatildeo do bagaccedilo de linhaccedila alterou as fibras cinzas carboidratos disponiacuteveis

e lipiacutedeos

As formulaccedilotildees M8020 M8020FT e M6040 apresentaram uma alta

qualidade a formulaccedilatildeo M6040FT apresentou uma qualidade meacutedia

A composiccedilatildeo centesimal da formulaccedilatildeo controle (M100) foi semelhantes aos

valores apresentados pela FAO UNICAMP e USP

A dose de 20 kGy nas formulaccedilotildees M8020Irr e M6040Irr natildeo causou alteraccedilotildees

significativas com exceccedilatildeo dos testes de cozimento na acidez e o odor

indesejado

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