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Avaliação Preliminar de Áreas de Alto Valor de Conservação – versão 1 Princípio 9 – Certificação FSC 2012

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Avaliação Preliminar de Áreas de Alto Valor de Conservação – versão 1

Princípio 9 – Certificação FSC 2012

Lista de siglas • AER Avaliação Ecológica Rápida • ANA Agência Nacional de Águas • APP Área de Preservação Permanente • AVC Alto Valor de Conservação • AAVC Atributo de Alto Valor de Conservação • CI Conservation International • CUCO SEMA-MT Coordenadoria de Unidades de Conservação Secretaria do Meio Ambiente do Mato

Grosso • FSC Forest Stewardship Council • FSM Florestal Santa Maria S/A • FUNAI Fundação Nacional do Índio • ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade • ICV Instituto Centro de Vida • INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais • IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional • IUCN International Union for Conservation of Nature • MMA Ministério do Meio Ambiente • PEIJU Parque Estadual Igarapés do Juruena • PNJu Parque Nacional Juruena • PMFS Plano de Manejo Florestal Sustentável • PFNM Produtos Florestais Não Madeireiros • TI Terra Indígena • SFB Serviço Florestal Brasileiro • UC Unidade de Conservação • UMF Unidade de Manejo Florestal • WWF World Wildlife Fund • ZA Zona de Amortecimento

Introdução A Florestal Santa Maria S/A é uma empresa dedicada ao manejo florestal sustentável, e tem sua área localizada em Colniza, Mato Grosso. Esta área, denominada Fazenda Florestal Santa Maria, é uma propriedade particular de 71.713,9590 hectares cuja missão prioritária é preservar 100% da sua mata nativa, sendo socialmente responsável e adotando práticas que possibilitem a perpetuidade da floresta. Neste contexto, a FSM reconhece a importância das certificações florestais e busca atender aos princípios e critérios da certificação FSC em sua totalidade. Este relatório contém uma avaliação preliminar dos AVCs presentes na Fazenda Florestal Santa Maria e foi elaborado para atender ao Princípio 9: Manutenção de Florestas de Alto Valor de Conservação. É denominado um AVC qualquer valor biológico, ecológico, social ou cultural considerado notavelmente significativo ou de extrema importância em nível nacional, regional ou global. Tais valores precisam ser identificados, protegidos, mantidos e/ou melhorados e monitorados. O Brasil ainda não possui uma interpretação nacional para definições de AVCs. Portanto tal avaliação baseou-se nos documentos da Proforest: Guia para Florestas de Alto Valor de Conservação (Jennings et al., 2003) e Guia de Boas Praticas para Avaliações de Altos Valores de Conservação: Orientações Práticas para profissionais e Auditores (Sterwart et al., 2008). É importante ressaltar que todos os AVCs envolvem criticidade e excepcionalidade em sua interpretação, seguindo os critérios estipulados na bibliografia citada acima.

Objetivos

• Levantar dados preliminares para avaliação de áreas de alto valor de conservação dentro da UMF.

• Fornecer dados secundários robustos para futura avaliação em campo.

Os Atributos de Alto Valor de Conservação

• AVC1: Concentrações significativas de valores referentes à biodiversidade (endemismo, espécies ameaçadas, refúgios de biodiversidade)

• AVC2: Áreas extensas de florestas onde populações viáveis da maioria ou de todas as espécies naturais ocorram em padrões naturais de distribuição e abundância

• AVC3: Áreas inseridas ou que contenham ecossistemas raros, ameaçados ou em perigo de extinção

• AVC4: Áreas que prestem serviços ambientais básicos em situações de extrema importância (proteção de bacias hidrográficas, controle de erosão).

• AVC5: Áreas essenciais para suprir as necessidades básicas de comunidades locais (subsistência, saúde).

• AVC6: Áreas de extrema importância para a identidade cultural tradicional de comunidades locais (áreas de importância cultural, ecológica, econômica ou religiosa, identificadas em conjunto com essas comunidades).

Método de Avaliação A metodologia de avaliação foi baseada em levantamentos de dados secundários de fontes confiáveis atualizadas como ANA, INPE, MMA, IUCN, CI, PEIJU, PNJu, entrevistas locais, mapas e documentos internos. Todo o tratamento desses dados foi conduzido com base nos manuais do Proforest: Guia para Florestas de Alto Valor de Conservação (Jennings et al., 2003) e Guia de Boas Praticas para Avaliações de Altos Valores de Conservação: Orientações Práticas para Profissionais e Auditores (Sterwart et al., 2008). Por meio dessa combinação de dados, as diretrizes da Proforest e o conhecimento da região chegou-se às interpretações presentes neste documento com as identificações dos AVCs e a determinação de sua localização.

Equipe avaliadora

Equipe FSM:

• Marta Lisli Giannichi – Bióloga Mestre em Biodiversidade e Conservação e Gestora de Projetos.

• Antonio Martins Lima Filho – Mestre em Engenharia.

Revisão:

• Marcelo Martins Lunardelli – Diretor de Planejamento

Consulta às partes interessadas

Para esta avaliação consultamos as comunidades adjacentes com relação a alguns valores de conservação que poderiam afetá-las como consumo de água e coleta de PFNM.

Consultamos também a CUCO SEMA-MT, a qual é responsável pelo manejo e tomadas de decisão relativos ao PEIJU.

Justificativa para a avaliação com equipe interna

A UMF não está inserida em nenhum contexto fundiário complexo abrangendo a presença de comunidades exclusivamente dependentes dos recursos da floresta, presença de terras indígenas, extrativistas, ribeirinhos e populações tradicionais. Tampouco trata-se de uma floresta pública ou uma área onde existe uma UC inserida e não se observa nenhum tipo de conflito fundiário envolvendo a Fazenda. Portanto, considerando o conhecimento que a equipe avaliadora tem sobre a região e a não-complexidade socioambiental da FSM, no presente momento, optou-se por fazer uma avaliação interna de AVCs.

Escala e Impacto da Atividade da FSM

• Segundo a classificação presente no Guia de Boas Práticas para Avaliações de Altos Valores para Conservação (Sterwart et al., 2008, p.21) A FSM executa uma atividade de Impacto Médio.

• Possui manejo florestal sustentável de ciclo longo (25 - 35 anos)

• Abriu-se mão do direito de corte raso dos 20% permito por legislação, portanto 100% da área é para uso exclusivo do Plano de Manejo Florestal Sustentável. Assim sendo, não se trabalha com conversão de área.

Interpretação AVC1 - Biodiversidade A interpretação do AVC relativo a biodiversidade procurou avaliar fontes confiáveis como os Planos de Manejo dos parques adjacentes a área da FSM (PEIJU e PNJu), bem como bases de dados nacionais (MMA, ICMBio) e internacionais (IUCN, CITES) e ONGs conservacionistas com informações robustas sobre este tema (WWF, CI). A FSM é inteiramente comprometida com a preservação da biodiversidade e ressalta que a presente interpretação não é perene, podendo ser revista e reavaliada. Adiante segue interpretação detalhada dos atributos Áreas Protegidas e Espécies endêmicas, ameaçadas e em perigo de extinção.

ÁREAS PROTEGIDAS • A FSM está inserida no contexto de áreas classificadas como ‘hotspots’ para conservação da biodiversidade desenvolvida pela Conservation International? Não. • A área da FSM inclui áreas protegidas legalmente equivalentes às categorias I-V da

IUCN? Não. A FSM é uma propriedade particular e não é legalmente inserida neste contexto de áreas protegidas. • A FSM está inserida em alguma UC? Não. A FSM não está inserida em nenhuma UC.

CONCLUSÃO: Concluímos que este AAVC não está presente.

ESPÉCIES ENDÊMICAS, AMEAÇADAS E EM PERIGO DE EXTINÇÃO

• A FSM está inserida no contexto de áreas classificadas como ‘hotspots’ para conservação da biodiversidade desenvolvida pela Conservation International? Não. • A área em que a FSM está inserida se encontra listada nas Ecorregiões Prioritárias pelo

WWF? Não. • A FSM está inserida no contexto de Áreas Prioritárias para a Conservação desenvolvido

pelo MMA? Sim. Veja ilustração 1. • A FSM possui espécies endêmicas? Provavelmente sim. De acordo com a AER executada no PEIJU, foram listadas espécies endêmicas como o tatu-quinze-quilos (Dasypus kappleri), bugio-vermelho (Allouata seniculus) e choca-de-garganta-preta (Clytoctantes atrogularis). Devido à proximidade com o parque, é muito provável que estas espécies estejam presentes também na FSM.

ESPÉCIES ENDÊMICAS, AMEAÇADAS E EM PERIGO DE EXTINÇÃO

• A FSM possui espécies ameaçadas? Sim. Alguns exemplares já registrados na FSM: onça pintada (Panthera onca) e gavião-real (Harpia harpyja). Ambas espécies se encontram quase ameaçadas (IUCN, 2012). No entanto, nenhuma espécie que tenha a probabilidade de ocorrência na UMF está criticamente ameaçada. Com relação à flora, as espécies vulneráveis são a castanheira (Bertholletia excelsa) e o mogno (Swietenia macrophylla), as quais o corte não é permitido.

• Existem áreas adjacentes destinadas à preservação da biodiversidade? Sim. A FSM é limítrofe ao Corredor Ecológico da Amazônia Meridional. Este corredor é composto pelo Parque Nacional do Juruena, Parque Estadual Igarapés do Juruena e o Mosaico de UC de Apuí (AM). Contabilizando as áreas do PNJu e do PEIJU, tem-se uma área de 2.186.020 ha. A área da FSM equivale a somente 3% de todo o território das UCs mencionadas acima. Veja ilustração 2.

ESPÉCIES ENDÊMICAS, AMEAÇAS E EM PERIGO DE EXTINÇÃO

• As áreas adjacentes possuem o mesmo padrão de flora e fauna da FSM? Sim. De acordo com os PMFS do PEIJU e PNJu, ambos possuem os mesmos padrões de vegetação, hidrologia, solo e acervo faunístico. • A área da FSM é excepcionalmente importante para a manutenção da biodiversidade? Não. • O PMFS compromete a manutenção natural da biodiversidade ou inviabiliza as

dinâmicas de populações de flora e fauna? Não.

CONCLUSÃO: Concluímos que este AAVC não está presente.

Fazenda Florestal Santa Maria Ilustração 1. Mapa contendo as áreas prioritárias para a conservação de acordo com o MMA. Mapa adaptado. Fonte: ICV, 2012.

Ilustração 2. Mapa contendo a distribuição das UCs do Corredor Ecológico da Amazônia Meridional e a área da Fazenda FSM logo abaixo. Fonte: Plano de Manejo PEIJU, 2008.

Fazenda Florestal Santa Maria

INTERPRETAÇÃO AVC2: PAISAGEM • A área onde a FSM está inserida se encontra listada no relatório da WRI/Last Frontier

Forests? Não. • A área da FSM está inserida no World Intact Forest Landscapes, do Greenpeace? Não. • A FSM está inserida em alguma UC? Não. • A FSM tem alguma UC em seu entorno? Sim – PEIJu. O norte da fazenda está inserido dentro da zona de amortecimento do PEIJU. O Parque é parte integrante do Corredor Ecológico da Amazônia Meridional. Sendo assim, esta área da FSM é importante para a manutenção de populações da flora e fauna do parque e da própria FSM. O PEIJU possui uma área de 227.817 ha.

CONCLUSÃO: Concluímos que este AVC está presente na faixa de 10km da ZA do PEIJU.

Ilustração 3. Croqui adaptado que mostra a UMF (contorno azul) em relação ao PEIJU com sua zona de amortecimento dentro da área da UMF em amarelo. Fonte: Plano de Manejo do PEIJU, 2008.

Florestal Santa Maria

Monitoramento AVC2 AVC

ZA de 10km do PEIJU. Importante para a movimentação da fauna e dispersão da flora. Porção importante para a preservação da UC.

Ameaças Incêndios florestais. Atividades ilegais e Invasões.

Medidas de Manutenção

Vigilância patrimonial e comunicação entre as bases para eventuais medidas de combate a incêndio. Garantia de que a floresta está se regenerando após operação de manejo e a fauna se movimentando. Caça e pesca proibidas.

Monitoramento

Visitas à área limítrofe ao parque. Coleta de dados de fauna, observação de espécies comuns ao parque e à Fazenda e de fácil visualização e identificação. Coleta de dados de flora por meio de medição das taxas de regeneração da vegetação com metodologia já utilizada para relatório pós-exploratório.

Frequência Uma semana na época de seca. Uma semana na época de chuva.

Equipe Equipe de identificação do inventário florestal e caseiros das bases.

INTERPRETAÇÃO AVC3: ECOSSISTEMA • A FSM está inserida no contexto de áreas classificadas como ‘hotspots’ para

conservação da biodiversidade desenvolvida pela Conservation International? Não. • A FSM está inserida em algum bioma raro ou ameaçado ou em perigo de extinção? Não. A FSM encontra-se inserida no bioma Amazônico, o qual não se encontra em nenhum contexto de ameaça ou vulnerabilidade por nenhuma interpretação nacional ou internacional. • A FSM possui algum tipo de floresta ou ecossistema raro levantado e documentado no

seu PMFS? Não. A FSM é predominantemente composta por Floresta Ombrófila Aberta Submontana. Veja ilustração 4.

CONCLUSÃO: Concluímos que este AVC não está presente.

Ilustração 4. Mapa contendo padrões de vegetação e relevo dentro da UMF. Fonte: Savana, 2011. Disponível para consulta.

Interpretação AVC4: Serviços Ambientais

A interpretação deste AVC compreende a análise de três atributos: florestas críticas para o abastecimento de água, controle de erosão e barreira natural contra incêndios florestais. Cada um desses atributos foi analisado separadamente. Para a interpretação sobre o abastecimento de água, a Avaliação de Impacto Social com as comunidades adjacentes serviu de fonte. Além disso, foram utilizadas também fontes como ANA, INPE, o próprio PMFS da FSM e Guias ProForest.

ÁGUA • A FSM encontra-se em qual bacia hidrográfica?

Bacia Amazônica, especificamente na bacia do Rio Aripuanã, no interflúvio Juruena-

Aripuanã.

• A área da FSM é considerada crítica para a proteção da bacia do Aripuanã com

relação a: inundações e secas catastróficas, consumo humano, agricultura,

hidroelétricas e outros usos que não podem ser substituídos?

Não.

• A área da FSM é considerada crítica para a preservação de estoques pesqueiros e

sítios de reprodução protegidos?

Não. Além disso, a pesca na Fazenda é proibida.

• O PMFS prejudica de alguma forma a integridade da malha hidrográfica presente na

área da FSM?

Não. O PMFs é uma atividade de médio impacto e as operações não ocorrem nas

margens dos rio e igarapés, sempre respeitando as APPs conforme determina a

legislação vigente. Dessa forma, a vegetação ripária é preservada naturalmente.

• As práticas do PMFS são suficientes para a manutenção do funcionamento da

bacia?

Sim.

CONCLUSÃO: Concluímos que este AVC não está presente.

Ilustração 5. Mapa da malha hidrográfica dentro da área da FSM. Fonte: Geomapas, 2009. Disponível para consulta.

Ilustração 6. Mapa das bacias hidrográficas do Brasil e sua situação em relação a disponibilidade hídrica. Fonte: ANA, 2012. http://conjuntura.ana.gov.br/conjuntura/srh_bdd.htm

EROSÃO

• Em quais condições geomorfológicas a FSM se encontra?

O relevo da FSM é suave ondulado com declividades de 5 a 15% em direção ao corpos

hídricos com algumas áreas de morros de 100 a 200 metros altura.

• Existe alguma área de declive na FSM que é crítica para a contenção de erosão

próximas a estradas ou habitações?

Não. Todas as áreas de declive não oferecem risco de erosão porque são APPs. Além

disso, nenhum encontra-se próxima a estradas e/ou habitações.

CONCLUSÃO: Concluímos que este AVC não está presente.

PROTEÇÃO CONTRA FOGO • Quais são as características da cobertura vegetal da FSM? Predominantemente florestal ombrófila submontana aberta e com porções de submontana densa com dossel emergente. • A região onde a FSM está inserida costuma ser foco de incêndio destrutivo que

coloca em risco a biodiversidade, comunidades locais e áreas protegidas? Sim. De acordo com relatórios do INPE (Ilustrações 8 e 9), a região onde a FSM se encontra pode ser foco de incêndio embora os riscos não sejam considerados críticos. • A FSM se apresenta uma barreira natural contra incêndio , protegendo a

biodiversidade local e comunidades? Sim. A FSM representa uma barreira natural contra incêndio protegendo a biodiversidade local e a UC vizinha.

CONCLUSÃO: Concluímos que este AVC está presente em toda a área da UMF.

Ilustração 7. Imagem de satélite LANDSAT 5 de 2009. No mapa, a áreas de encosta são descriminadas com uma textura diferenciada. As áreas em rosa mostram áreas desmatadas, grande parte pastagens, que podem oferecer risco de fogo para a FSM. Fonte: Geomapas, 2009. Disponível para consulta.

Ilustração 8. Imagem do site INPE (2012) evidenciando o risco de fogo no Brasil.

Ilustração 9. Imagem con registros de focos de queima de acordo com vários satélites. Fonte: INPE (2012).

Monitoramento AVC4

AVC Fronteiras da Fazenda que apresentam uma barreira natural contra incêndios florestais, preservando assim a integridade da biodiversidade da Fazenda bem como o PEIJU.

Ameaças Incêndios em áreas vizinhas.

Medidas de Manutenção

Preservação da UMF como um todo contra incêndios, treinamentos de combate a incêndio com equipes das bases. Disponibilização de equipe e equipamento necessário para combate a incêndio. Proibição de caça e pesca.

Monitoramento Rondas percorrendo as fronteiras, comunicação via rádio entre as bases para eventuais medidas de combate a incêndio.

Frequência Semanalmente durante a época crítica para incêndios florestais, segundo SEMA-MT – de 15 de julho a 15 de outubro.

Equipe Equipe das bases 2, 6, 7, 8 e sede.

Interpretação AVC5: Necessidades básicas para comunidades locais

• Existe na FSM ou em suas proximidades a presença de grupos indígenas, tradicionais ou qualquer outro grupo étnico que seja tipicamente dependente da floresta para seus meios de vida?

Não. A FSM é uma propriedade privada que não se sobrepõe a nenhuma área indígena ou qualquer outra comunidade legalmente protegida. Dentro do município de Colniza está presente uma TI denominada Índios Isolados do Rio Pardo. Porém, essa comunidade em nada depende da UMF, conforme comprova carta da FUNAI (disponível para consulta). • As comunidades adjacentes a FSM dependem exclusiva e unicamente dos recursos

florestais da área da FSM? Não. Foi identificado juntamente às comunidades das linhas diretamente afetadas (10, 8, 12, 6 e Moreru) que não existe nenhuma família que faça coleta de PFNM. Tampouco existe associações extrativistas na área de influência da FSM. Em nenhuma das linhas foi mencionado o uso da atividade pesqueira como meio de vida. Todas as famílias das linhas exercem atividades agropecuárias.

CONCLUSÃO: Concluímos que este AVC não está presente.

Interpretação AVC6: Importância Cultural • Na FSM ou em suas adjacências existem comunidades que possuam ligações

culturais fortes com a área da FSM? Não. • As comunidades adjacentes se utilizam da área da FSM por algum razão cultural? Não. Entretanto, durante a Avaliação de Impacto Social, duas famílias relataram ter estado na FSM para usufruir da praia do rio Aripuanã, localizada na Base 3. • Existe alguma área da FSM que se sobrepõe a algum sítio de patrimônio cultural

nacional ou da humanidade? Não. Foram consultadas as bases de dados do IPHAN e Unesco e nenhuma área da FSM faz parte desse levantamento.

CONCLUSÃO: Concluímos que este AVC não está presente.

Conclusão

Os AVCs presentes na área da FSM são:

AVC ÁREA (ha)

AVC2: Paisagem Fronteira com UC

15.000 (aprox.)

AVC4: Proteção contra fogo Áreas de pastagem limítrofes

1.046 (aprox.)

TOTAL 16.046

Ilustração 10. Mapa esquemático da UMF delimitando a porção ao norte dentro da ZA do PEIJU hachurada em cinza como AVC 2 (Paisagem). Perímetro circulado em vermelho com faixa de 100 metros de largura nas divisas da UMF como AVC 4 (Proteção contra fogo). À esquerda, em azul, o Rio Aripuanã. Fonte: FSM, 2012.

Próximos Passos Ressaltamos que esta interpretação foi elaborada pela equipe interna da FSM. Criteriosa e profissional, buscamos nos aprofundar neste Princípio que é de fundamental importância para a empresa e também para o comprometimento que a empresa tem com os princípios e critérios FSC. Sendo assim, o próximo passo é dar continuidade ao nosso trabalho com avaliadores independentes, para que possamos dar ainda mais robustez a esta avaliação. Isso está previsto dentro do nosso cronograma para o próximo ano e estamos em fase de avaliação da proposta que melhor atende nossas necessidades. Será executada também uma AER para que se possa determinar as espécies de fauna e flora presentes na UMF e seus status de conservação para que os monitoramentos possam ser incrementados. Paralelamente, daremos prosseguimento ao nosso monitoramento de AVCs detalhado neste documento. Buscaremos também parcerias com as universidades UNEMAT e UFMT para o desenvolvimento de pesquisas e monitoramentos cujos dados possam ser diretamente utilizados nas decisões da UMF.

Referências • ANA (Agência Nacional de Águas) http://conjuntura.ana.gov.br/conjuntura/srh_bdd.htm

• CI – Áreas “hotsopots” para biodiversidade. Disponível em: http://www.conservation.org/where/priority_areas/hotspots/Pages/hotspots_main.aspx. Acesso em 01/10/2012

• Documentos e mapas internos Fazenda Florestal Santa Maria

• Entrevistas – Avaliação de Impacto Social

• FIBRIA. ÁREAS DE ALTO VALOR DE CONSERVAÇÃO DA FIBRIA l UNIDADE ARACRUZ. RESUMO PÚBLICO PARA CONSULTA PÚBLICA. Disponível em: http://www.fibria.com.br/shared/resumo-executivo-aavc-2012-v01.pdf. Acesso em 10/08/2012.

• HCV Resource Network http://hcvnetwork.org/. Acesso em 23/08/2012

• ICV – Mapas e dados da Amazônia Meridional. Disponível em: http://www.icv.org.br/mapoteca/. Acesso em: 29/09/2012

• INPE – Dados de focos de fogo. Disponível em: http://www.dpi.inpe.br/proarco/bdqueimadas/. Acesso em 04/10/2012.

• IPHAN – Dados de patrimônio material e imaterial . Disponível em: www.iphan.gov.br. Acesso em 04/10/2012.

• IUCN Red List - http://www.iucnredlist.org/

• JENNINGS, S.; NUSSBAUM, R; JUDD, N.; EVANS, T. Guia para Florestas de Alto Valor de Conservação – partes 1 e 3. Oxford: ProForest, 2003.

Referências

• MAZZOLLI, M. Diagnóstico de HCVA – Fazenda Mundo Novo – Relatório Final. Roraima: Projeto Puma, 2009. Disponível em: http://www.hcvnetwork.org/resources/assessments/Relatorio%20HCVA_Fazenda%20Mundo%20Novo_Brasil.pdf. Acesso em 10/10/2012

• MMA – Listas vigentes de espécies de fauna e flora em extinção. • Plano de Manejo Parque Nacional do Juruena. Disponível em:

http://www.sema.mt.gov.br/attachments/article/155/cuco_PM_PEIJ.pdf. Acesso em 10/10/2012. • Plano de Manejo Parque Nacional do Juruena. Disponível em:

http://www.parquenacionaldojuruena.com.br/home/. Acesso em: 05/07/2012. • SFB – Dados de inventários florestais e espécies proibidas de corte. Disponível em

www.florestal.gov.br . Acesso em: 03/10/2012. • STEWART, C.; GEORGE, P.; RAYDEN, T.; NUSSBAUM, R. Guia de Boas Práticas para Avaliações de Altos

Valores para Conservação. Oxford: ProForest, 2008. • UNESCO http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/list-of-world-heritage-in-

brazil/#c154845 • WCPA IUCN

http://www.iucn.org/about/work/programmes/gpap_home/gpap_quality/gpap_pacategories/. • WWF Ecorregiões prioritárias. Disponível em:

http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/areas_prioritarias/amazonia1/arpa_pub/?uNewsID=3200. Acesso em 03/10/2012