avaliação individual - estudos do texto

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8/17/2019 Avaliação Individual - Estudos Do Texto http://slidepdf.com/reader/full/avaliacao-individual-estudos-do-texto 1/5 Universidade Estadual do Ceará – Centro de Humanidades - PosLA Disciplina: Estudos do Texto – Profa.: Maria Helenice Araújo Costa Aluno(a: Maria Vanessa Batista Lima !ra"al#o $ndividual para avalia%&o  – 20152 Pre'ado(a aluno(a ). Ao atentar para o panorama #ist*rico-conceitual da L! voc+ deve ter notado ,ue o teto acompan#ando o desenvolvimento dos estudos da linuaem passou por um forte processo de mudan%as sucessivas atinindo n/veis cada ve' mais altos de compleidade. Por meio das ,uest0es ,ue seuem convido-o(a a refletir so"re aluns dos t*picos ,ue refletem essa compleidade. De forma sucinta mostre como as ideias de 1eaurande ()223 ,ue eplicam a no%&o de teto como evento e as de Han4s (5667 ,ue tratam das rela%0es fluidas entre teto e conteto contri"uem para a compreens&o dessa compleidade.  A !ist"ria da no#$o de texto na ci%ncia da lin&ua&em ' (astante recente) data so(retudo da sedimenta#$o) na Euro*a) durante os anos +0) da corrente ,ue -icaria con!ecida como Lin&u.stica Textual /o(re esta corrente de estudos *odemos destacar tr%s momentos im*ortantes na constitui#$o da no#$o de texto) s$o eles as anlises trans-rsticas) as &ramticas de texto e o *rinc.*io da textualidade a *rimeira delas) anlises trans-rsticas) os autores *reocu*a3am4se exclusi3amente com os elementos coesi3os ,ue se da3am *ara al'm do n.3el da -rase este momento de-endeu4se ,ue o texto era uma se,u%ncia *ronominal ininterru*ta) ou seja) uma se,u%ncia de elementos de su(stitui#$o e corre-er%ncia Em uma eta*a *osterior) o interesse 3oltou4se *ara a com*et%ncia textual do -alante) de3ido in-lu%ncia das anlises lin&u.sticas na,uele momento em alta ad3indas da &ramtica &erati3a) cujos estudos le3aram *ro*osi#$o de uma &ramtica textual o ,ue -icou con!ecido como terceira eta*a) so( in-lu%ncias de correntes como Teoria dos Atos de 6ala) Lin&u.stica /ist%mico46uncional)Teoria da Ati3idade Ver(al) Lin&u.stica Co&niti3a entre outras) o texto *assa a ser encarado como um *rocesso e n$o somente como um *roduto *ronto e aca(ado

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8/17/2019 Avaliação Individual - Estudos Do Texto

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Universidade Estadual do Ceará – Centro de Humanidades - PosLA

Disciplina: Estudos do Texto – Profa.: Maria Helenice Araújo Costa

Aluno(a: Maria Vanessa Batista Lima

!ra"al#o $ndividual para avalia%&o – 20152

Pre'ado(a aluno(a

). Ao atentar para o panorama #ist*rico-conceitual da L! voc+ deve ter 

notado ,ue o teto acompan#ando o desenvolvimento dos estudos da

linuaem passou por um forte processo de mudan%as sucessivas

atinindo n/veis cada ve' mais altos de compleidade. Por meio das

,uest0es ,ue seuem convido-o(a a refletir so"re aluns dos t*picos

,ue refletem essa compleidade.

De forma sucinta mostre como as ideias de 1eaurande ()223 ,ue

eplicam a no%&o de teto como evento e as de Han4s (5667 ,ue tratam

das rela%0es fluidas entre teto e conteto contri"uem para a

compreens&o dessa compleidade.

 A !ist"ria da no#$o de texto na ci%ncia da lin&ua&em ' (astante recente)

data so(retudo da sedimenta#$o) na Euro*a) durante os anos +0) da corrente

,ue -icaria con!ecida como Lin&u.stica Textual /o(re esta corrente de estudos*odemos destacar tr%s momentos im*ortantes na constitui#$o da no#$o de

texto) s$o eles as anlises trans-rsticas) as &ramticas de texto e o *rinc.*io

da textualidade

a *rimeira delas) anlises trans-rsticas) os autores *reocu*a3am4se

exclusi3amente com os elementos coesi3os ,ue se da3am *ara al'm do n.3el

da -rase este momento de-endeu4se ,ue o texto era uma se,u%ncia

*ronominal ininterru*ta) ou seja) uma se,u%ncia de elementos de su(stitui#$o ecorre-er%ncia Em uma eta*a *osterior) o interesse 3oltou4se *ara a

com*et%ncia textual do -alante) de3ido in-lu%ncia das anlises lin&u.sticas

na,uele momento em alta ad3indas da &ramtica &erati3a) cujos estudos

le3aram *ro*osi#$o de uma &ramtica textual o ,ue -icou con!ecido como

terceira eta*a) so( in-lu%ncias de correntes como Teoria dos Atos de 6ala)

Lin&u.stica /ist%mico46uncional)Teoria da Ati3idade Ver(al) Lin&u.stica

Co&niti3a entre outras) o texto *assa a ser encarado como um *rocesso e n$o

somente como um *roduto *ronto e aca(ado

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esta -ase destaca4se o tra(al!o do lin&uista Beau&rande) so(retudo

suas re-lex7es so(re o ,ue -a8 com ,ue um texto seja um texto) ou seja) o ,ue

-a8 com ,ue um amontoado de *ala3ras e -rases sejam consideradas um texto

9ara Beau&rande :1;;<=) o status de texto s" ' alcan#ado ,uanto dados

elementos s$o cum*ridos) tais como coes$o) coer%ncia) intertextualidade)

intencionalidade) in-ormati3idade) situacionalidade e aceita(ilidade /$o estes

os sete *adr7es de textualidade) o ,ue distin&ue textos de n$o4textos

 A no#$o de texto como e3ento comunicati3o em ,ue con3er&em a#7es

lin&u.sticas) co&niti3as e sociais desen3ol3ida *or Beau&rande :1;;<= *assa a

ser um tru.smo na Lin&u.stica Textual) ser3indo *ara am*liar cada 3e8 mais as

rela#7es com*lexas en3ol3idas entre texto e contexto este momento) !ou3e

a inclus$o nas anlises da,uilo ,ue est *ara al'm do *r"*rio texto) so(retudo

con!ecimentos com*artil!ados entre os locutores e interlocutores > texto)

ent$o) *assou a ser analisado sem*re dentro de contextos socioco&niti3os

Em uma *ers*ecti3a semel!ante Han?s :200@= (usca inte&rar uma

a(orda&em micro) situacional ou interacional como uma a(orda&em macro em

,ue ressoam elementos culturais) !ist"ricos e institucionais /e&undo este

autor) nos últimos anos conce*#7es e re-lex7es so(re texto t%m *er*assado

*or 3ariadas reas das ci%ncias !umanas e sociais A no#$o de texto tem sido

*ensado *ela Antro*olo&ia Lin&u.stica tanto en,uanto arte-ato lin&u.stico como

en,uanto *roduto*rocesso sociocultural) ou seja) a l.n&ua ' 3ista como *rtica

social e acordo com Bentes :200@=) as ideias de Han?s tem ajudado a

re3itali8ar conceitos e cate&orias uteis ao cam*o de estudos da Lin&u.stica

Textual) so(retudo *or suas ino3a#7es metodol"&icos e e*istemol"&icos *ara

tratar a no#$o de texto

5. Uma das ,uest0es importantes dos estudos atuais do teto 8 a

suest&o de 9ondada e Du"ois (566 para ,ue deslo,uemos o ol#ar da

refer+ncia para a referencia%&o o ,ue sinifica a"andonar a ideia de uma

correspond+ncia direta entre as palavras e as coisas do mundo e atentar 

para os processos de neocia%&o de sentidos ,ue permeiam o uso da

linuaem.

a Como voc+ relacionaria a essa proposta o princ/pio da escasse' do

sinificante eplicitado por ;alom&o ()222<

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 As conce*#7es contrastantes entre sentidos literais encontr3eis no

mundo 3ersus as ne&ocia#7es de sentido ,ue ajudam a instituir lin&u.stico4

discursi3amente o *r"*rio mundo t%m em /alom$o :1;;;= um ol!ar (astante

*eculiar Essa autora recorre ao conceito de escasse8 do si&ni-icante *ara

demostrar a dimens$o intersu(jeti3a inerente aos *rocessos semi"ticos

/e&undo /alom$o :1;;;=) os estudos clssicos sem*re trataram a

,uest$o do sentido rele&ando a se&undo *lano ideias como os sentidos Dn$o4

literaisD as inter*reta#7es exc%ntricas sentidos -i&urati3os) im*licaturas) ironias)

!umor) conota#7es – tudo o ,ue o contexto *ossa contri(uir e a&re&ar

Dsi&ni-ica#$o literalDF tudo ,ue *erten#a ordem da *ra&mtica) n$o da

semGntica :dem) * ++= e acordo com essa autora) estas cate&orias ,ue s$o

tidas com *eri-'ricas de3eriam ser 3istas como o cora#$o mesmo dos

*rocessos de inter*reta#$o dos sentidos lin&u.sticos) ou seja) os sentidos *ara

al'm de estarem *resos a dadas ordens de coisas *resentes no mundo) s$o

ati3idades constru.das na dinGmica) ou como ar&umenta Turner :1;;+) * 5<=

citado *or /alom$o :1;;;= o sentido n$o est de*ositado em um arma8'm de

conceitos 9elo contrrio) ' 3i3o e ati3o) dinGmico e distri(u.do construído para

 propósitos locais de conhecimento e de ação. :idem) *++=

6alar em escasse8 do si&ni-icante im*lica com*reender ,ue o

si&ni-icante n$o di8 tudo >u ainda) o si&ni-icante n$o ' literal As si&ni-ica#7es

das ex*ress7es lin&u.sticas n$o est$o na l.n&ua:&em=) antes) resultam de um

tra(al!o ,ue en3ol3e enunciador e enunciatrio) ,uer di8er) as inter*reta#7es

-eitas *artem das instru#7es) das *istas ad3indas dos si&ni-icantes o entanto)

o si&ni-icado ' co4constru.do sem*re

" Considerando ainda a no%&o de referencia%&o como um processo

din=mico como voc+ v+ o pro"lema das análises voltadas para a

classifica%&o dos fen>menos referenciais< 

Como se sa(e) deste a anti&uidade clssica !el%nica) 3ariados

*ensadores dedicaram *arte de suas re-lex7es -ilos"-icas lin&ua&em A tese

de 9lat$o) *or exem*lo) era a de ,ue a única -un#$o da lin&ua&em seria

ex*ressar :-alar so(re= o mundo) ou seja) *ara este -il"so-o) !a3eria uma

realidade autInoma inde*endente da lin&ua&em A*esar de conter 3aria#7es) o

cerne desta conce*#$o *erdurou durante muito tem*o na !ist"ria das ideias

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so(re o *ensamento ocidental a res*eito da lin&ua&em

Jm ol!ar di-erente so(re as rela#7es entre lin&ua&em) *ensamento e

mundo somente se dar com as in3esti&a#7es de Kitt&enstein 9ara este

*ensador) a lin&ua&em n$o ' um *uro instrumento de c"*ia -iel de um mundo

 j dado a  priori ) ') antes) condi#$o de *ossi(ilidade deste mundo Como

*odemos *erce(er) as re-lex7es de itt&enstanianas *odem muito (em ser 

encontradas atualmente no conceito de re-erencia#$o tra8ido *or Mondada e

u(ois *ara o cam*o dos estudos em Lin&u.stica de Texto

e acordo com Mondada e u(ois :200=) se -a8 necessrio

rediscutirmos al&uns *ressu*ostos seculares so(re as rela#7es entre as

*ala3ras e as coisas) 3isto ,ue um ol!ar mais atento so(re essa ,uest$o nos

mostrar ,ue a lin&ua&em n$o se redu8 a uma eti,ueta&em da realidade

concreta) o(jeti3a e est3elF *elo contrrio) s$o os sujeitos encarnados

usando a lin&ua&em em ne&ocia#7es socioco&niti3as e discursi3as ,ue

*artici*am ati3amente da cate&ori8a#$o e recate&ori8a#$o de 3ers7es *ú(licas

do mundo) tais ati3idades s$o res*ons3eis *ela *rodu#$o da ilus$o de um

mundo o(jeti3o :da o(jeti3idade do mundo= D*rontoD *ara ser *erce(ido

co&niti3amente *elos indi3.duos racionais :dem) * 21=

Estes autores esta(elecem a *assa&em dos estudos so(re a re-er%ncia

*ara o en-o,ue da re-erencia#$o Com eles o re-erente ser *ensado *or meio

do conceito de o(jeto de discurso) ou seja) *rticas intersu(jeti3as ,ue

sim(olicamente estruturam) cate&ori8am e d$o sentido ao mundo essa

*ers*ecti3a) a classi-ica#$o dos -enImenos !umanos -a8 *arte muito mais de

uma *ra&mtica da enuncia#$o do ,ue de uma semGntica dos o(jetos

:ontol"&icos= e) *or isso) os sentidos s$o -lex.3eis) 3ari3eis e inst3eis

de*endentes da dinGmica das intera#7es 3er(aisEsta no3a *ers*ecti3a tra8 *ara os Estudos do Texto um maior 3alor 

!eur.stico na com*reens$o de di-erentes maneiras de cate&ori8ar a realidade

social Tais di-eren#as re3elam o*ini7es contradit"rias e *ontos de 3istas

di3er&entes etc Ao cate&ori8armos) classi-icamos) ordenamos e

!ierar,ui8amos os o(jetos de discurso Cate&ori8ar ' -a8er 3aler uma ideolo&ia)

uma dada -orma de com*reender as coisas N inclusi3e tentar im*or 3erdades

so(re como somos e de3emos *erce(er a realidade ,ue nos cerca

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?efer+ncias

BEAJOPAE) P e -oundations -or a science o- text and discourseco&nition) communication) and t!e -reedom o- access to ?noled&e and societQorood A(lex) 1;;<

!tt*(eau&randecomneR-oundationsR-orRaRscience!tm :otas deaula – 9ro-a Maria Helenice Araújo Costa

HAS/) K 6 L.n&ua como *rtica social das rela#7es entre l.n&ua) cultura esociedade a *artir de Bourdieu e Ba?!tin BETE/) A CF PEEE) M A PM :or&= /$o 9aulo Corte8) 200@

M>AA) LF JB>/ Constru#$o dos o(jetos de discurso ecate&ori8a#$o uma a(orda&em dos *rocessos de re-erencia#$o nCAVALCATE) M MF P>POJE/) B BF CJLLA) A :>r&= Pe-erencia#$oClssicos da Lin&u.stica V1 /$o 9aulo Contexto) 200) * 1<452

/AL>MU>) M M M A ,uest$o da constru#$o do sentido e a re3is$o daa&enda dos estudos da lin&ua&em Veredas re3ista de estudos lin&.sticos 3 4 n 1 4 * +14<;) 1;;;