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PRISCILA LAIZ ZIMATH
AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO
EXTRATO HIDROALCÓOLICO DAS CASCAS DE
Rapanea ferruginea E COMPOSTOS ISOLADOS EM
ANIMAIS NORMO E HIPERGLICEMICOS
Itajaí
2017
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
FARMACÊUTICAS
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E
SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS BIOATIVAS
PRISCILA LAIZ ZIMATH
AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO
EXTRATO HIDROALCÓOLICO DAS CASCAS DE
Rapanea ferruginea E COMPOSTOS ISOLADOS EM
ANIMAIS NORMO E HIPERGLICEMICOS
Dissertação submetida à Universidade do
Vale do Itajaí como parte dos requisitos
para a obtenção do grau de Mestre em
Ciências Farmacêuticas.
Orientadora: Profa. Dra. Márcia Maria de
Souza
Co-orientadora: Profa. Dra. Angela
Malheiros
Itajaí (SC)
Agosto de 2017
Ficha Catalográfica
Bibliotecária Eugenia Berlim Buzzi – CRB- 14/963
Z65a
Zimath, Priscila Laiz, 1993-
Avaliação do efeito antidepressivo do extrato hidroalcóolico
das cascas de Rapanea ferruginea e compostos isolados em
animais normo e hiperglicemicos [manuscrito] / Priscila Laiz
Zimath. -
Itajaí, SC. 2017.
172 f. ; il. ; tab. ; graf. ; fig.
Bibliografias f. 121-166
Cópia de computador (Printout(s)).
Dissertação submetida à Universidade do Vale do Itajaí como
parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Ciências
Farmacêuticas.
“ Orientador: Prof. Dra. Márcia Maria de Souza. ”
“ Coorientador: Prof. Dra. Angela Malheiros. ”
1. Transtorno depressivo. 2.Teoria monoaminérgica. 3. Diabetes
mellitus. I. Universidade do Vale do Itajaí. II. Título
.
CDU: 616.89-008.454
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Deise e Junior, pelo carinho, apoio, compreensão, paciência
e confiança depositados em mim. Obrigada por sempre apoiarem minhas
escolhas!
À minha orientadora Márcia Maria de Souza e coorientadora Angela
Malheiros, que contribuiram imensamente para meu crescimento
profissional e pessoal. Muito obrigada pelos ensinamentos e pela confiança
depositada em mim;
Aos professores Ruth Meri Lucinda da Silva, Luísa Mota da Silva e José
Roberto Santin pela colaboração, correções e ajuda na realização de alguns
experimentos;
Às minhas amigas Ariela, Caroline, Elaine, Letícia, Pamella e Maria
Augusta pela paciência, companheirismo e amizade;
À minha amiga Adrielli, por toda a paciência e ajuda durante os últimos 4
anos, obrigada!
Às minhas parceiras de laboratório, Ana Elisa e Ana Paula, que se tornaram
minhas amigas e confidentes. Muito obrigada por toda a ajuda!
Às alunas de iniciação científica Thaís e Camila C., pela ajuda em
experimentos;
Às técnicas dos laboratórios Samantha Santos e Viviane Steimbach;
Aos membros da banca, pelas correções e orientações para conclusão deste
trabalho;
À todos os professores e funcionários do PPGCF;
À UNIVALI, em especial ao Programa de Pós-Graduação em Ciências
Farmacêuticas, pelo apoio financeiro para a realização da pesquisa e à
CAPES pela bolsa de mestrado.
“Alguns homens vêem as coisas como são, e dizem ‘Por quê?’
Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo ‘Por que não?'”
Geroge Bernard Shaw
AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO
EXTRATO HIDROALCÓOLICO DAS CASCAS DE
Rapanea ferruginea E COMPOSTOS ISOLADOS EM
ANIMAIS NORMO E HIPERGLICEMICOS
Priscila Laiz Zimath
Agosto/2017
Orientadora: Márcia Maria de Souza, Doutora.
Coorientadora: Angela Malheiros, Doutora.
Área de Concentração: Produtos naturais e substâncias sintéticas bioativas.
Número de Páginas: 164.
O transtorno depressivo maior (TDM) é um dos distúrbios mentais mais prevalentes
nos dias atuais e acomete aproximadamente 322 milhões de indivíduos no mundo. Os
mecanismos fisiopatológicos do TDM ainda não estão totalmente estabelecidos, mas
a hipótese mais aceita para justificar a neuropatologia da doença é a do desequilíbrio
das monoaminas. O TDM é uma comorbidade bastante comum em pacientes com
diabetes mellitus (DM) e um possível mecanismo fisiopatológico que correlacionam
as duas doenças é o aumento do estresse oxidativo devido a hiperglicemia. O objetivo
deste trabalho foi avaliar o efeito tipo-antidepressiva do extrato hidroalcóolico das
cascas de Rapanea ferruginea (EHCRF) e compostos isolados ácido mirsinóico A
(AMA) e B (AMB), em camundongos e o envolvimento do sistema monoaminérgico
no mecanismo de ação desta atividade, bem como investigar o efeito do tratamento
prolongado dos mesmos sobre respostas comportamentais relacionadas com a
depressão e sobre parâmetros do dano oxidativo avaliados no córtex e hipocampo de
animais hiperglicêmicos. Para tanto, EHCRF (50, 100, 150 e 300 mg/kg, v.o.), AMA
(5, 15 e 30 mg/kg, v.o.) ou AMB (3, 15, 30 e 60 mg/kg, v.o.) foram administrados em
camundongos submetidos a testes preditivos de depressão, como o teste do nado
forçado (TNF) e teste da suspensão pela cauda (TSC), splash test (ST) e teste do
campo aberto (TCA). Para o estudo do mecanismo de ação da atividade tipo-
antidepressiva de EHCRF (150 mg/kg), foi utilizado TSC para investigação dos
sistemas monoaminérgicos, dente eles o serotonérgico, noradrenérgico e
dopaminérgico. Também foi avaliado o tempo de ação da propriedade tipo-
antidepressiva do EHCRF, AMA e AMB. Para avaliação da ação de EHCRF (150
mg/kg), AMA (5mg/kg) ou AMB (3 mg/kg) sobre o comportamento depressivo de
ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina (STZ, 75 mg/kg, i.p.), os animais
foram tratados durante 28 dias após a injeção de STZ, e submetidos ao TNF e TCA.
Para análise da ação sobre parâmetros de estresse oxidativo, foram mensurados os
níveis de produto de peroxidação lipídica (LOOH), a redução dos níveis de glutationa
reduzida (GSH) e atividades das enzimas catalase (CAT) e superóxido dismutase
(SOD) no hipocampo e córtex dos animais normo e hiperglicêmicos tratados ou não
com EHCRF, AMA ou AMB. O efeito tipo-antidepressivo de EHCRF foi observado
no tratamento agudo no TSC e TNF tendo essa atividade duração de até 3 horas. AMA
e AMB também apresentaram atividade tipo-antidepressiva em TSC, com duração de
ação de 4 e 6 horas, respectivamente. Quando investigado os sistemas
neurotransmissores e/ou receptores farmacológicos envolvidos no efeito tipo-
antidepressivo do EHCRF, verificou-se que seu efeito foi revertido com o pré-
tratamento com reserpina (4 mg/kg, um inibidor do transportador vesicular das
monoaminas), NAN-190 (0,5 mg/kg, antagonista dos receptores serotonérgicos 5-
HT1A), quetanserina (5 mg/kg, antagonista dos receptores serotonérgicos 5-HT2A),
ondansetrona (0,5 mg/kg, antagonista dos receptores serotonérgicos 5-HT3), prazosin
(1 mg/kg, antagonista α1-adrenérgico), haloperidol (0,2 mg/kg, antagonista
dopaminérgico não seletivo), pimozide (0,2 mg/kg, antagonista dopaminérgico D2),
SCH23390 (0,05 mg/kg, antagonista dopaminérgico D1). Com relação ao
comportamento depressivo de ratos diabéticos induzido por STZ e submetidos ao
TNF, EHCRF (150 mg/kg) e AMA (5 mg/kg) não apresentaram alteraçoes no
comportamento, mas AMB reduziu o tempo de imobilidade quando comparado aos
diabéticos tratados com veículo, apesar de todos os três tratamentos não prevenirem
o aumento os níveis plasmáticos de glicose nem a perda de peso causada pela DM. O
tratamento com EHCRF, AMA e AMB foram capazes de reduzir a atividade
aumentada de CAT e SOD devido a hiperglicemia, assim como foram capazes de
diminuir os níveis de LOOH no hipocampo e córtex. AMB também foi capaz de
impedir a redução dos níveis de GSH no hipocampo. Os resultados apontam que AMB
é um composto com potencial atividade antidepressiva que também age combatendo
danos oxidativos.
Palavras-chave: Transtorno depressivo maior. Teoria monoaminérgica. Diabetes
mellitus. Estresse oxidativo. Rapanea ferruginea.
EVALUATION OF THE ANTIDEPRESSANT EFFECT
OF THE HYDROALCOLIC EXTRACT OF Rapanea
ferrugnea BARKS AND ISOLATED COMPOUNDS IN
NORMOGLICEMIC AND HYPERGLICEMIC
ANIMALS
Priscila Laiz Zimath
August/2017
Advisor: Márcia Maria de Souza, PhD.
Co-advisor: Angela Malheiros, PhD.
Area of Concentration: Natural products and synthetic bioactive substances.
Number of Pages: 164.
Major depressive disorder (MDD) is one of the most prevalent mental disorders today
and affects approximately 322 million people worldwide. The pathophysiological
mechanisms of MDD have not yet been fully established, but the first and most widely
accepted hypothesis to explain the neuropathology of the disease is that of monoamine
imbalance. MDD a fairly common comorbidity in patients with diabetes mellitus
(DM), and a possible pathophysiological mechanism that correlates the two diseases
is the increase of oxidative stress due to hyperglycemia. The objectives of this study
were to evaluate the antidepressive properties of the hydroalcoholic extract of the bark
of Rapanea ferruginea (EHCRF) and the isolated compounds mirsinoic acid A
(AMA) and B (AMB) in mice, and the involvement of the monoaminergic system in
the mechanism of action of this Activity, and to investigate the effect of their
prolonged treatment on behavioral responses related to depression and on oxidative
damage parameters evaluated in the cortex and hippocampus of normoglycemic and
diabetic animals. To that end, EHCRF (50, 100, 150 and 300 mg / kg, p.o.), AMA (5,
15 and 30 mg/kg, p.o.) or AMB (3, 15, 30 and 60 mg/kg, in mice submitted to
predictive tests of depression, such as forced swimming test (FST) and tail suspension
test (TST), the splash test (ST) and the open field test (OFT). For the study of the
mechanism of action of the antidepressive activity of EHCRF (150 mg/kg), TSC was
used to investigate monoaminergic systems, such as the serotonergic, noradrenergic
and dopaminergic systems. The time of action of the antidepressant-type property of
EHCRF, AMA and AMB was also evaluated. To evaluate the action of EHCRF (150
mg/kg), AMA (5 mg/kg) or AMB (3 mg/kg) on the depressive behavior of
streptozotocin-induced diabetic rats (STZ, 75 mg/kg, i.p.), animals treated for 28 days
after STZ injection, and were submitted to TNF and TCA. The levels of lipid
peroxidation (LOOH), reduced levels of reduced glutathione (GSH) and activities of
the catalase (CAT) and superoxide dismutase (SOD) enzymes in the hippocampus
were measured for analysis of the action on oxidative stress parameters. The cortex of
normal and hyperglycemic animals treated, or not treated, with EHCRF, AMA or
AMB. The antidepressant-type effect of EHCRF was observed in the acute treatment
in the TST and FST, with this activity lasting for up to 4 hours. AMA and AMB also
presented antidepressant activity in SSC, with duration of action of 4 and 6 hours,
respectively. Investigating the neurotransmitter systems and/or pharmacological
receptors involved in the antidepressant-type effect of EHCRF, their effect was found
to be reversed with pretreatment with reserpine (4 mg/kg, an inhibitor of the vesicular
monoamine transporter), NAN (0.5 mg/kg, 5-HT1A serotonergic receptor antagonist),
quetanserin (5 mg/kg, 5-HT2A serotonergic receptor antagonist), ondansetron (0,5
mg/kg, 5-HT3 serotonergic receptor antagonist), prazosin (1 mg/kg, α1-adrenergic
antagonist), haloperidol (0,2 mg/kg, non-selective dopaminergic antagonist),
pimozide (0,2 mg/kg, D2 dopaminergic antagonist), and SCH23390 (0,05 mg/kg,
dopaminergic D1 antagonist). In relation to the depressive behavior of STZ-induced
diabetic rats submitted to TNF, EHCRF (150 mg/kg) and AMA (5 mg/kg) showed no
changes in behavior, but AMB reduced immobility time when compared to vehicle-
treated diabetic rats, although none of the three treatments prevented the increase in
plasma glucose levels or weight loss caused by DM. Treatment with EHCRF, AMA
and AMB were able to reduce the increased activity of CAT and SOD due to
hyperglycemia, and were also able to decrease the levels of LOOH in the hippocampus
and cortex. AMB was also able to prevent the reduction of GSH levels in the
hippocampus. The results indicate that AMB is a compound with potential
antidepressant activity that also acts to combat oxidative damage.
Keywords: Major depressive disorder. Monoaminergic theory. Diabetes mellitus.
Oxidative stress. Rapanea ferruginea.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Alvos de ação dos antidepressivos .......................................... 36
Figura 2 - Diagrama simplificado mostrando mecanismos que se acredita
estarem envolvidos na fisiopatologia da depressão. .................................. 40
Figura 3 - Esquema correlacionando hiperglicemia e depressão maior, .. 44
Figura 4 - Mecanismo diabetogênico de STZ. ......................................... 47
Figura 5 - Antioxidantes no combate do ânion superóxido ...................... 48
Figura 6 - Foto da espécie R. ferruginea: a) planta inteira, b) frutos verdes
e folhas, c) cascas do caule. ...................................................................... 53
Figura 7 - Estrutura química do ácido mirsinóico A (1) e B (2). ............. 54
Figura 8 - Estrutura química do ácido mirsinóico A (1) e B (2). ............. 58
Figura 9 - Protocolo experimental............................................................ 62
Figura 10 - Efeito tipo-antidepressivo da administração do EHCRF em
camundongos, no TSC, TNF e ST. ........................................................... 75
Figura 11 - Influência da reserpina no efeito tipo-antidepressivo de EHCRF
.................................................................................................................. 76
Figura 12 - Influência de PCPA no efeito tipo-antidepressivo da
administração de EHCRF .......................................................................... 78
Figura 13 - Influência do NAN-190 no efeito tipo-antidepressivo da
administração de EHCRF. ......................................................................... 79
Figura 14 - Influência da quetanserina no efeito tipo-antidepressivo da
administração EHCRF .............................................................................. 79
Figura 15 - Influência da ondansetrona no efeito tipo-antidepressivo da
administração EHCRF .............................................................................. 80
Figura 16 - Influência de prazosin no efeito tipo-antidepressivo da
administração EHCRF .............................................................................. 81
Figura 17 - Influência de ioimbina no efeito tipo-antidepressivo da
administração EHCRF .............................................................................. 82
Figura 18 - Influência de haloperidol no efeito tipo-antidepressivo da
administração EHCRF .............................................................................. 83
Figura 19 - Influência de SCH23390 no efeito tipo-antidepressivo da
administração EHCRF .............................................................................. 84
Figura 20 - Influência de pimozide no efeito tipo-antidepressivo da
administração EHCRF .............................................................................. 84
Figura 21 - Efeito tipo-antidepressivo da administração de AMA em
camundongos ............................................................................................ 86
Figura 22 - Efeito tipo-antidepressivo da administração de AMB em
camundongos ............................................................................................ 87
Figura 23 - Tempo de duração da atividade tipo-antidepressiva do EHCRF
(150 mg/kg) em animais submetidos ao TSC ........................................... 88
Figura 24 - Tempo de duração da atividade tipo-antidepressiva do AMA (5
mg/kg) em animais submetidos ao TSC .................................................... 89
Figura 25 - Tempo de duração da atividade tipo-antidepressiva do AMB (3
mg/kg) em animais submetidos ao TSC .................................................... 89
Figura 26 - Efeito da administração de INS, IMI, EHCRF, AMA e AMB
na latência e tempo de imobilidade no TNF e número de cruzamentos e
levantadas no TCA em animais normo e hiperglicêmicos ........................ 92
Figura 27 - Efeito da administração prolongada de INS, IMI, EHCRF,
AMA e AMB nos níveis de GSH no hipocampo e córtex de ratos diabéticos
induzido por estreptozotocina ................................................................... 93
Figura 28 - Efeito da administração de INS, IMI, EHCRF, AMA e AMB
no teor de LOOH no hipocampo e córtex de ratos diabéticos induzido por
estreptozotocina ....................................................................................... 94
Figura 29 - Efeito da administração de INS, IMI, EHCRF, AMA e AMB
na atividade de SOD no hipocampo e córtex de ratos diabéticos induzido
por estreptozotocina...................................................................................95
Figura 30 - Efeito da administração de INS, IMI, EHCRF, AMA e AMB
na atividade de CAT no hipocampo e córtex de ratos diabéticos induzido
por estreptozotocina...................................................................................96
Figura 31 - Esquema representativo dos materiais e métodos
utilizados..................................................................................................115
6
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
5-HT - serotonina
ADT - antidepressivos tricíclicos
AGE - produtos finais de glicação glicação avançadas
AMA - ácido mirsinóico A
AMB - ácido mirsinóico B
AMPA - ácido α-amino-3-hidroxi-metil-5-4-isoxazolpropiônico
ANOVA - análise de variância
ATC - ácido tricloroacético
BDNF - fator neurotrófico derivado do cérebro
BHT - butil hidróxi tolueno
CAT - catalase
CDNB - 1-cloro-2,4 dinitrobenzeno
CoQH2 - citocromo C redutase
CPF - córtex pré-frontal
DA - dopamina
DM - diabetes mellitus
DM1 - diabetes mellitus tipo 1
DM2 - diabetes mellitus tipo 2
DSM-V - Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais
DTNB - 5,5’-ditiobis 2-ácido nitrobenzóico
EHCRF-1 - extrato hidroalcóolico das cascas de Rapanea ferruginea 1
EHCRF-2 - extrato hidroalcóolico das cascas de Rapanea ferruginea 2
EPM - erro padrão médio
EROs - espécies reativas de oxigênio
FNT-β - fator de necrose tumoral β
GLU - glutamato
GPx - glutationa peroxidase
GSH - glutationa reduzida
GSSG - glutationa oxidada
HbA1 - hemoglobina glicada
HPA - eixo hipotálamo-hipofise-adrenal
IFN-g interferon g
IL-1β - interleucina 1β
i.p. - intraperitoneal
IMAO - antidepressivos inibidores da monoaminooxidase
IMI - imipramina
INS - insulina NPH
ISRN - antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da noradrenalina
ISRS - antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina
LPO - peroxidação lipídica
mGluR5 - receptor metabotrópico de GLU tipo 5
NA - noradrenalina
NMDA - N-metil-d-aspartato
NOR - grupo normoglicêmico
PCPA - paraclorofenilalanina
SNC - sistema nervoso central
SOD - enzimas superóxido dismutase
ST - splash test
STZ - estreptozotocina
TCA - teste do campo aberto
TDM - transtorno depressivo maior
TNF - teste do nado forçado
TRIS - hidroximetilaminometano
TSC - teste de suspensão pela cauda
v.o. - via oral
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 25
2 OBJETIVOS ........................................................................................... 29
2.1 Objetivo Geral: .................................................................................... 29
2.2 Objetivos Específicos: ......................................................................... 29
3 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................. 31
3.1 Transtorno depressivo maior: aspectos gerais ................................. 31
3.1.1 Neurobiologia da depressão ............................................................ 33
3.2 Depressão e diabetes ........................................................................... 41
3.2.1 Estresse oxidativo ............................................................................. 47
3.3 Considerações sobre a família Primulaceae e o gênero Myrsine ..... 51
3.4 Rapanea ferruginea Mez ..................................................................... 52
3.4.1 Aspectos Químico-farmacológicos .................................................. 54
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................... 57
4.1 Material Vegetal: ................................................................................. 57
4.1.1 Preparação do extrato hidroalcóolico de Rapanea ferruginea ...... 57
4.1.2 Isolamento e identificação dos compostos AMA e AMB............... 57
4.2 Substâncias utilizadas e vias de administração ................................ 59
4.3 Métodos ................................................................................................ 59
4.3.1 Avaliação farmacológica in vivo ...................................................... 59
4.3.1.1 Animais ........................................................................................... 59
4.3.2 Grupos experimentais ...................................................................... 60
4.3.2.1 Grupos experimentais utilizando camundongos ........................... 60
4.3.2.2 Grupos experimentais utilizando ratos .......................................... 61
4.4 Avaliação da atividade tipo-antidepressiva de EHCRF em
camundongos ............................................................................................. 63
4.4.1 Avaliação do efeito do EHCRF sobre o sistema motor e depressor
através do teste do campo aberto (TCA) ................................................. 63
4.4.2 Avaliação do efeito EHCRF sobre a depressão através do teste de
suspensão pela cauda (TSC) ..................................................................... 63
4.4.3 Avaliação do efeito EHCRF sobre a depressão através do teste do
nado forçado (TNF) .................................................................................. 64
4.4.4 Avaliação do efeito EHCRF sobre a anedonia dos animais através
do Splash test (ST) ..................................................................................... 64
4.5 Análise do mecanismo de ação da atividade tipo-antidepressiva .... 65
4.5.1 Avaliação da influência do sistema monoaminérgico sobre a
atividade tipo-antidepressiva do EHCRF ............................................... 65
4.5.2 Avaliação da influência do sistema serotonérgico sobre a atividade
tipo-antidepressiva do EHCRF ................................................................ 65
4.5.3 Avaliação da influência do sistema noradrenérgico sobre a
atividade tipo-antidepressiva do EHCRF ............................................... 66
4.5.4 Avaliação da influência do sistema dopaminérgico sobre a atividade
tipo-antidepressiva do EHCRF ................................................................ 66
4.6 Avaliação da atividade tipo-antidepressiva dos compostos isolados de
Rapanea ferruginea, AMA e AMB ........................................................... 67
4.6.1 Avaliação do tempo de duração da atividade tipo-antidepressiva do
EHCRF, AMA e AMB .............................................................................. 67
4.7 Avaliação do comportamento tipo-depressivo e dos parâmetros de
estresse oxidativo em ratos diabéticos induzido pro estreptozotocina .. 67
4.7.1 Indução de Diabetes ......................................................................... 67
4.7.1.1 Hemoglobina glicada ..................................................................... 68
4.7.2 Teste do campo aberto (TCA) ......................................................... 68
4.7.3 Teste do nado forçado (TNF) .......................................................... 69
4.7.4 Avaliação de parâmetros oxidativos ............................................... 69
4.7.4.1 Preparação das amostras ............................................................... 69
4.7.4.2 Mensuração da concentração de proteínas ................................... 70
4.7.4.3 Quantificação dos níveis de GSH .................................................. 70
4.7.4.4 Determinação da atividade enzimática da superóxido dismutase
(SOD) .......................................................................................................... 70
4.7.4.5 Quantificação da atividade da enzima catalase (CAT) ................. 71
4.7.4.6 Determinação do teor de hidroperóxidos lipídicos (LOOH) ......... 71
4.8 Análise estatística ................................................................................ 71
5 RESULTADOS ...................................................................................... 73
5.1 Análise por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) ......... 73
5.2 Efeito tipo-antidepressivo do EHCRF em camundongos ................ 73
5.3 Determinação do mecanismo de ação monoaminérgico da atividade
tipo-antidepressiva do EHCRF ................................................................ 76
5.3.1 Avaliação do sistema monoaminérgico sobre a atividade tipo-
antidepressiva do EHCRF ........................................................................ 76
5.3.2 Avaliação do sistema serotonérgico ................................................ 77
5.3.3 Avaliação do sistema noradrenérgico ............................................. 80
5.3.4 Avaliação do sistema dopaminérgico .............................................. 82
5.4 Efeito tipo-antidepressivo dos compostos isolados ácido mirsinóico A
e B em camundongos ................................................................................. 85
5.5 Avaliação do tempo de duração da atividade tipo-antidepressiva do
EHCRF, AMA e AMB .............................................................................. 87
5.6 Avaliação do comportamento tipo-depressivo e medidas dos
parâmetros de estresse oxidativo em ratos diabéticos induzido pro
estreptozotocina ......................................................................................... 89
5.6.1 Quantificação dos níveis de GSH .................................................... 92
5.6.2 Quantificação nos níveis de LOOH ................................................ 93
5.6.3 Quantificação da atividade da enzima SOD .................................. 94
5.6.4 Quantificação da atividade da enzima CAT .................................. 95
6 DISCUSSÃO ........................................................................................... 97
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 116
REFERÊNCIAS ...................................................................................... 117
ANEXO A ................................................................................................ 162
ANEXO B ................................................................................................ 163
25
1 INTRODUÇÃO
O transtorno de depressão maior (TDM) é uma doença mental
debilitante com significativa morbidade e mortalidade, a qual envolve a
presença de sintomas cognitivos, afetivos e físicos incluindo fadiga,
anedonia, alterações do apetite e do peso e distúrbios do sono (BECK;
BREDEMEIER, 2016). A depressão quando moderada e grave está associada
a efeitos significativos na qualidade de vida, com impacto em vários
domínios, particularmente social e no trabalho.
O modo de ação de antidepressivos já existentes, num geral, são
principalmente baseados na hipótese monoaminérgica, a qual sugere que a
depressão é causada por uma diminuição da disponibilidade de
neurotransmissores monoaminérgicos, como a serotonina (5-HT),
noradrenalina (NA) e dopamina (DA) no sistema nervoso central (SNC)
(TRAN et al., 2003, ROSENBLAT et al., 2015). Esses medicamentos
incluem inibidores seletivos da recaptação de 5-HT (ISRSs), Inibidores da
receptação de 5-HT e NA (IRSNs), antidepressivos tricíclicos (ADTS) e
inibidores da degradação desses neurotransmissores, como inibidores de
monoamina oxidase (IMAOs) (BRUNELLO et al., 2002; HILLHOUSE,
PORTER, 2015). No entanto, uma parte da população de pacientes
deprimidos (20% a 30%) não responde a esses medicamentos, além dos
diversos efeitos adversos apresentados, havendo a necessidade da busca de
novos alvos com potencial terapêutico.
O Diabetes Mellitus (DM) é uma sindrome metabólica crônica que
compartilha o fenótipo de hiperglicemia. É um problema de saúde pública em
ascendência, a qual promove complicações de curto e longo prazo como
neuropatia, nefropatia, retinopatia, doença arterial coronariana, dentre outras.
Também foi estabelecido que o DM em longo prazo pode estar associado a
desordens psiquiátricas, como depressão, distimia e transtorno de ansiedade.
Quando se trata de associação entre diabetes e depressão, uma relação
bidirecional é observada. Está bem documentado na literatura que a
prevalência de depressão é maior em pacientes com DM em comparação com
aqueles sem diabetes (NOUWEN et al., 2010; BUCHBERGER et al., 2016).
Pesquisas tem evidenciado o envolvimento do estresse oxidativo com
quadros depressivos, podendo o mesmo ser desencadeado por diversas
patologias, dentre elas, o diabetes (TRENTO et al., 2012; MAURYA et al.,
26
2016). Estes danos devido ao estresse oxidativo podem estar relacionados a
um desiquilibrio homeostático, por meio de formação de espécies reativas de
oxigênio (EROs) ou de nitrogênio (ERNs) e também pela formação de
produtos avançados de glicação (AGEs), causados pela hiperglicemia. Dentre
os danos oxidativos apresentados por pacientes depressivos e diabéticos,
destacam-se: deficiência dos níveis sanguíneos de enzimas antioxidantes,
como a superoxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase
(GPx), e altos níveis de produtos de peroxidação lipídica, quando comparados
com controles saudáveis (OZCAN et al., 2004), sugerindo que ambas as
doenças causam alterações no equilibro pró- e antioxidante do organismo
(MORETTI et al., 2012).
Desde a introdução do Hipericum perforatum na terapêutica da
depressão, as plantas medicinais tem sido consideradas como alvos potenciais
das quais pode-se obter substanciâs com propriedades antidepressivas. Desse
modo, é importante ressaltar que compostos provenientes de plantas e
produtos naturais têm contribuído substancialmente para a descoberta de
novos fármacos.
A espécie escolhida para estudo, Rapanea ferruginea (Sin. Myrsine
coriacea, Myrsine floculosa Mar. e Gaballeria ferruginea Ruiz & Pav),
pertence a família Primulaceae e é popularmente conhecida como
‘Capororoca’ (LORENZI, 2008). O chá das folhas ou decocção de cascas da
planta é usado popularmente como diurético, utilizado no combate às
afecções urinárias e também constitui um bom depurativo. Também é dito
que a planta diminui coceiras, erupções, urticárias, eczemas, reumatismo e
afecções do fígado (BOTREL, 2006). A espécie R. ferruginea e seus
compostos isolados ácido mirsinóico A (AMA) e B (AMB) tem sido
estudados pelo Núcleo de Investigações Químico-farmacêuticas (NIQFAR,
UNIVALI). O AMA e AMB apresentam importante atividade anti-
inflamatória (DONG et al., 1999), antinociceptiva (HESS et al., 2010;
ANTONIALLI et al., 2012), anticolinesterásica (COSTA et al., 2011),
nootrópica (COSTA et al., 2011), antibacteriana com ação especifica contra
Staphylococcus aureus e Bacillus subtilis (BELLA-CRUZ et al., 2013) e
leishmanicida (CECHINEL-FILHO, et al., 2013) já descritas. O extrato bruto
das folhas da planta também apresentou efeito hipoglicêmico em animais
com diabetes induzida por haloxano (GALVAN , 2007).
27
Considerando que espécie R. ferruginea já mostrou apresentar
atividade no Sistema Nervoso Central (SNC) e atividade tipo-antidepressiva
em testes preliminares, o presente estudo teve como principal objetivo avaliar
o efeito tipo-antidepressivo do extrato hidroalcóolico das cascas de Rapanea
ferruginea (EHCRF) e dos compostos ácido mirsinóico A (AMA) e B
(AMB), em camundongos e verificar o envolvimento do sistema
monoaminérgico no mecanismo de ação desta atividade, bem como
investigar o efeito do tratamento prolongado dos mesmos sobre respostas
comportamentais relacionadas com a depressão e sobre parâmetros do
estresse oxidativo avaliados no córtex e hipocampo de animais normo
hiperglicêmicos.
28
29
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral:
Avaliar o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF e dos compostos
AMA e AMB em camundongos e verificar o envolvimento do sistema
monoaminérgico no mecanismo de ação desta atividade, bem como
investigar o efeito do tratamento prolongado dos mesmos sobre respostas
comportamentais relacionadas com a depressão e sobre parâmetros do
estresse oxidativo avaliados no córtex e hipocampo de animais diabéticos.
2.2 Objetivos Específicos:
✓ Verificar o efeito tipo-antidepressivo da administração aguda por via oral
(v.o.) do EHCRF no teste do nado forçado (TNF) e no teste de suspensão
pela cauda (TSC) em camundongos, assim como o efeito do tratamento
sob a atividade locomotora e exploratória no teste do campo aberto
(TCA) e efeito sobre a anedonia através do Splash test (ST);
✓ Investigar se o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF está relacionado aos
dois compostos isolados majoritários do extrato da planta, a ácido
mirsinóico A (AMA) e B (AMB), através do TSC, TCA e ST;
✓ Determinar o tempo de ação do efeito tipo-antidepressivo do EHCRF,
AMA e AMB;
✓ Investigar o envolvimento do sistema monoaminérgico no modo de ação
do efeito tipo-antidepressivo do EHCRF por meio do TSC;
✓ Avaliar o comportamento depressivo de ratos diabéticos submetidos ao
TNF, tratados ou não com o EHCRF, AMA ou AMB.
✓ Avaliar parâmetros de estresse oxidativo em ratos diabéticos tratados ou
não com o EHCRF, AMA ou AMB, através de parâmetros de estresse
oxidaitovo no córtex e hipocampo.
30
31
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Transtorno depressivo maior: aspectos gerais
O TDM, também denominado depressão crônica ou depressão
unipolar, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais, na sua quinta edição (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders V – DSM-V), é uma desordem mental complexa, multifatorial,
heterogênea e frequentemente crônica. Esta doença é caracterizada por
sintomas como: humor deprimido, acentuada diminuição do interesse ou
prazer, perda ou ganho de peso corporal, insônia ou hipersonia, agitação ou
retardo psicomotor, fadiga ou perda de energia, sentimento de inutilidade ou
culpa excessiva, redução da capacidade de pensar ou concentrar,
pensamentos recorrentes de morte, ideia suicida ou tentativa de suicídio. Para
o diagnóstico é necessária a presença de no mínimo cinco destes sintomas,
sendo pelo menos um deles o humor deprimido ou a perda do interesse ou
prazer (DSM-V, 2013). De acordo com os sintomas descritos pelo DSM-V
(2013), a TDM pode ser especificada de acordo com sua gravidade:
- Leve: presença de dois sintomas. A intensidade dos sintomas causa
sofrimento, mas é manejável, e os sintomas resultam em pouco prejuízo no
funcionamento social ou profissional;
- Moderado: presença de três sintomas. A rotina diária começa a ser
afetada, torna-se uma pessoa emocionalmente instável;
- Moderado a grave: presença de quatro ou cinco sintomas. Nesta
classificação é comum o paciente apresentar comportamento suicida;
- Grave: presença de quatro ou cinco sintomas com agitação motora.
Sua intensidade causa grave sofrimento e não é manejável, e os sintomas
interferem acentuadamente no funcionamento social e profissional;
- Com características psicóticas: além dos sintomas necessáriso para
do diagnóstico de TDM, estão presentes delírios e/ou alucinações.
Além disso, de acordo com o curso da doença, o TDM também pode
ser classificado como:
- Em remissão parcial: presença de sintomas do episódio de TDM,
mas não são satisfeitos todos os critérios ou existe um período de menos de
32
dois meses sem sintomas significativos de um episódio depressivo maior após
o término desse episódio;
- Em remissão completa: durante os últimos dois meses, nenhum
sinal ou sintoma significativo da perturbação esteve presente;
- Não especificado.
Dados recentes reportados na literatura estimam que cerca de 4,4%
da população mundial, aproximadamente 322 milhões de pessoas, vivem com
TDM; sendo mais prevalente em mulheres (5,1%) do que em homens (3,6%)
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2017). Mundialmente, o Brasil está
na 5ª posição no ranking de países com maiores taxas de prevalência de
transtornos depressivos, totalizando 5,7% da população. Além disso, a taxa
de prevalência também varia segundo a idade, ocorrendo principalmente na
idade adulta, sendo aproximadamente 7,5% entre as mulheres entre 55-74
anos, e 5,5% entre os homens também com esta idade (ROEPKE;
SELIGMAN, 2016).
Os transtornos depressivos em adultos começam a aumentar em
prevalência nas idades de 20 a 30, mas ocorre em crianças e adolescentes com
idade inferior a 15 anos, porém com taxa de prevalência muito menor quando
comparado à adultos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2017). A
prevalência de sintomas depressivos não varia significativamente em
diferentes raças ou grupos étnicos. Estima-se também que 8-20% da
população irá apresentar a doença ao longo da vida (KESSLER; BROMET,
2013; ROEPKE, SELIGMAN, 2016).
A etiologia do TDM não é bem estabelecida, mas acredita-se que é
causada principalmente por fatores ambientais, entre eles o estresse durante
a vida, estresse emocional, danos teciduais (por exemplo, acidente vascular
cerebral). Porém, possui uma importante carga hereditária, cerca de 40-50%
dos casos são causados por um componente genético (BERTON; NESTLER,
2006; WILLNER; SCHEEL-KRUGUER; BELZUNG, 2013).
Além disso, não há um consenso que determina a neuropatologia da
doença, mas esse distúrbio tem sido associado a uma série de anormalidades
no SNC (DURISKO; MULDSNT; ANDREWS, 2015). Caracteriza-se, em
geral, como um mau funcionamento ou ruptura das neurotransmissões
cerebrais responsáveis pela regulação do humor, prazer e recompensa
(KRISHNAN; NESTLER, 2008, 2010; PALAZIDOU, 2012; DEAN;
KESHAVAN, 2017).
33
Existem inúmeras razões que tentam explicar as limitações na
pesquisa da fisiopatologia da depressão, as quais também dificultam a busca
de novos tratamentos. Dentre estas, a relativa inacessibilidade ao cérebro, o
qual permite estudos apenas pós-morte ou por meio de técnicas de
neuroimagens; o fato de que a maioria dos casos de depressão ser por causa
idiopática; a limitação do diagnóstico da doença, e, a sobreposição de
sintomas com outros diagnósticos psiquiátricos e até neurodegenerativos
(KRISHNAN; NESTLER, 2008).
Evidencias comprovam que apenas 30% dos pacientes com TDM
responde ao tratamento de forma efetiva com antidepressivos, além de
necessitar de uma terapia contínua (semanas até meses) para início da
melhora dos sintomas (LITTLE, 2009), o que muitas vezes leva ao abandono
do tratamento (WILLNER et al., 2013). Supõem-se que essa demora na
melhoria do quadro de humor dos pacientes, ocorre devido ao tempo
necessário para que fatores tróficos como o fator neurotrófico derivado do
cérebro (BDNF) e a proteína anti-apoptótica (Bcl-2) sejam expressos
(WILLNER et al., 2013). Também são necessárias adaptações de sinalização
e regulação de genes-alvo, que por sua vez, regulam diversos processos
fisiológicos, os quais incluem neuroplasticidade, neuroproteção e
neurogênese, justificando a demora das ações terapêuticas dos
antidepressivos (KRISHNAN; NESTLER, 2008).
Os fármacos antidepressivos representam o tratamento padrão para
a depressão (BRANCHI et al., 2013), tem seus efeitos baseados em
mecanismos monoaminérgicos e, possuem várias limitações (WHISKEY;
TAYLOR, 2013; CRAWFORD et al., 2014), dentre elas, os efeitos adversos.
A insônia, cefaleia, ansiedade e disfunção sexual, e o aumento de peso são os
que possuem maior destaque. Por isso, estudos nessa área estão crescendo
cada vez mais, em busca de novas opções terapêuticas para os sintomas e
danos causados por essa doença.
3.1.1 Neurobiologia da depressão
Apesar da alta prevalência e do grande impacto da TDM, os
mecanismos fisiopatológicos da depressão ainda não estão totalmente
estabelecidos. A primeira hipótese e a mais aceita para justificar a
34
neuropatologia da doença é a do desequilíbrio das monoaminas, 5-HT, NA e
DA proposta por Schildkraut (1965). Esta hipótese enfatiza o distúrbio de
neurotransmissores disponíveis na fenda sináptica, havendo uma diminuição
das monoaminas nas fendas sinápticas, ou ainda, ocorre uma ineficiência e/ou
disfunção dos receptores específicos de 5-HT, NA e/ou DA (DEAN;
KESHAVAN , 2017).
Esta hipótese é reforçada pelo conhecimento do mecanismo de ação
dos fármacos antidepressivos, que de forma aguda se baseia no aumento da
disponibilidade desses neurotransmissores na fenda sináptica (ELHWUEGI,
2004; PRINS; OLIVER; KORTE, 2011), por meio da inibição da recaptação
de 5-HT, NA ou DA e/ou ainda age inibindo a enzima monoamina oxidase,
enzima que biotransforma as monoaminas (NEMEROFF, 2007).
Os ISRSs constituem a classe de antidepressivos mais amplamente
prescrita para a depressão maior e distúrbios relacionados. O primeiro ISRS
introduzido foi a fluoxetina, que continua sendo um dos antidepressivos mais
largamente prescrito. Outros ISRSs incluem o citalopram, a fluvoxamina, a
paroxetina e a sertralina (HILLHOUSE; PORTER, 2015). Há várias classes
de antidepressivos disponíveis além dos ISRSs, dentre eles os ADTs (como
a imipramina, desipramina, amitriptilina), IMAOs (moclobemida), inibidores
seletivos da recaptação da NA conhecidos como ISRNs (duloxetina), os de
dupla recaptação de 5-HT/NA, ditos IRSNs (venlafaxina). Ainda há os
antidepressivos atípicos, sem mecanismo farmacológico totalmente
conhecido (minaprina, bupropiona) (SHIROMA et al., 2010; HILLHOUSE;
PORTER, 2015). A figura 1 ilustra os principais mecanismos desses
medicamentos antidepressivos.
Segundo a teoria monoaminérgica no cérebro normal, os
neurotransmissores 5-HT, NA ou DA são liberados e ativam receptores pós-
sinápticos. A neurotransmissão é terminada pela recaptação do
neurotransmissor no neurônio pré-sináptico. Na depressão, a concentração de
monoaminas na fenda sináptica está diminuída, acarretando o transtorno de
humor. O bloqueio dos sítios de recaptação, poderia representar o efeito do
uso de antidepressivos aumentando a disponibilidade dos neurotransmissores
monoaminérgicos para ativarem seus receptores pós-sinápticos, com
reestabelecimento do humor (CASTRÉN, 2010; DONATO, 2013).
Estudos neurobiológicos e neuroanatômicos também confirmam a
hipótese monoaminérgica e indicam que importantes alterações nos sistemas
35
serotoninérgico e noradrenérgico estão relacionadas com o sucesso do
tratamento antidepressivo (ELHUEGI, 2004).
O sistema serotoninérgico participa na maturação dos sistemas
cerebrais envolvidos na regulação emocional no adulto, sendo que alterações
serotoninérgicas numa fase precoce do desenvolvimento predispõem para o
desenvolvimento de depressão. Além disso, também é responsável pelas
alterações comportamentais, dentre elas a ansiedade, impulsividade e
agressividade (KIM et al, 2010). Os receptores serotonérgicos envolvidos na
fisiopatologia da depressão são o 5-HT1A, 5-HT2A/2C e 5-HT3 (CRYAN et al.,
2005), e antidepressivos que atuam nessa via causam alterações de densidade
e sensibilidade em receptores 5-HT1 e 5-HT2, por meio do tratamento
crônico (PANDEY et al., 2008).
O sistema noradrenérgico envolve a NA e seus receptores, uma
família composta por duas subfamílias: os receptores α – adrenérgicos (α1A,
α1B, α1D, α2A, α2b, α2C) e β- adrenérgicos (β1, β2 e β3). Há estudos que
postulam que os receptores do sistema noradrenérgico estão envolvidos em
alguns sintomas da depressão, como no caso da excitação e medo (TAYLOR
et al., 2005; PYTKA et al., 2016). Além disso, há uma diferença na densidade
de alguns receptores noradrenérgicos entre pacientes depressivos e não
depressivos (PYTKA et al., 2016). Evidências demonstram a participação de
receptores α-adrenérgicos e β-adrenérgicos na ação de fármacos
antidepressivos, ressaltando a importância do sistema noradrenérgico na
depressão (TAYLOR et al., 2005). Enquanto o bloqueio de receptores α1-
adrenérgicos está associado a estados depressivos, o tratamento crônico com
antidepressivos aumenta a atividade destes, e causa também aumento na
densidade destes receptores no córtex frontal (CF) e no hipocampo (HIP)
(PYTKA et al., 2016).
36
Figura 1 – Alvos de ação dos antidepressivos
Fonte: Rang & Dale (2016).
NE = noradrenalina; NET = transportador de noradrenalina; Li+ = lítio; ADTs =
antidepressivos tricíclicos; IRSNs = inibidores da recaptação de serotonina e
noradrenalina; ISRS = inibidores seletivos da recaptação de serotonina; IMAO =
inibidores da monoaminoxidase; MAO = monoaminoxidase; 5-HT = serotonina;
37
O sistema dopaminérgico também é um importante alvo envolvido
nos transtornos de humor, e a função dopaminérgica reduzida também está
implicada na fisiopatologia da depressão (DAILLY et al., 2004).
No estriado de pacientes depressivos foi observada uma diminuição
na expressão dos transportadores dopaminérgicos (LAASONEN-BALK et
al., 1999), o que pode ser o fator primário que determina uma menor
disponibilidade de DA na fenda sináptica (DAILLY et al., 2004). Além disso,
Pytka (2016) sugere diferenças nas densidades de receptores dopaminérgicos
em cérebros de pacientes depressivos, quando comparados a pacientes não
depressivos, ressaltando o importante envolvimento da via na patogênese da
doença e no tratamento (PYTKA et al., 2016). Também é considerado que a
hipofunção da via dopaminérgica mesolímbica, relacionada com o controle
das emoções e recompensa (EGERTON et al., 2009), pode estar envolvida
com a anedonia, considerado um dos principais sintomas da depressão, e que
o efeito de antidepressivos sobre a transmissão dopaminérgica parece ser um
importante fator que contribui para a eficácia da terapia antidepressiva
(SHANKMAN et al., 2010; SHIMAMOTO et al., 2015). O antidepressivo
bupropiona, inibidor da recaptação da DA/NA, atua na área mesolímbica e é
opção de tratamento para a depressão com características anedônicas
elevadas (PATEL et al., 2016).
Apesar de bem estabelecida, a hipótese monoaminérgica possui
falhas, entre elas:
1) Não explica o fato de que os efeitos clínicos dos antidepressivos,
principalmente a melhora do humor, são observados apenas após 3 a 4
semanas do início da terapia, sendo que estes medicamentos aumentam os
níveis sinápticos de monoaminas de forma aguda (ELHWUEGI, 2004);
2) O fato de que a depressão está fortemente associada à fatores genéticos
(HYDE et al., 2008) e à exposição a agentes estressores (TOUMA, 2011), e
que apesar das inúmeras tentativas de associação entre variabilidade em
genes relacionados a funções monoaminérgicas e situações de estresse em
transtornos afetivos, uma relação consistente ainda não está bem estabelecida
(HARRO; ORELAND, 2001);
3) Compostos que aumentam níveis sinápticos de monoaminas, como por
exemplo a anfetamina, não tem ação antidepressiva (BALDESSARINI,
1996).
38
Neste sentido, acredita-se que outros sistemas neurais e mecanismos
bioquímicos estejam envolvidos na etiologia e tratamento da depressão
(MORETTI, 2013). Além disso, sabe-se também que o aumento agudo da
disponibilidade sináptica de monoaminas produz uma rede de alterações
neuroplásticas secundárias que ocorre a longo prazo e envolve alterações
transcricionais e traducionais que regulam a plasticidade molecular e celular
(hipótese neurotrófica da depressão) (PITTENGER; DUMAN, 2008;
CASTRÉN; RANTAMÄKI, 2010; DUMAN, 2014).
Apenas a teoria monoaminérgica não explica o espectro de
alterações estruturais macroscópicas e microscópicas documentados em
pacientes depressivos, as alterações em numerosos outros sistemas
neurotransmissores, como visualizado na Figura 2, a desregulação do eixo
hipotálamo-hipofise-adrenal (HPA), e potenciais mecanismos inflamatórios
que contribuem para a fisiopatologia (ROSENBLAT et al., 2014). Outra
teoria bastante estudada recentemente enfatiza a importância da
neuroplasticidade, crucial para neurogênese do hipocampo e também dos
fatores neurotróficos, tais como o BDNF, na fisiopatologia da doença
(NUMAKAWA et al., 2014; MILLER; HEN, 2015).
A teoria neurotrófica da depressão (DUMAN et al., 1997), de forma
resumida, postula que o estresse leva à redução da expressão de BDNF, que
por sua vez leva à atrofia do hipocampo e córtex pré-frontal. Confirmando
esta teoria, sabe-se que os níveis diminuídos de BDNF sérico em pacientes
com depressão é normalizado, após remissão da doença induzida por
antidepressivos (MOLENDJIK et al., 2014).
O sistema glutamatérgico emergiu como um potencial alvo para
melhorar a eficácia clínica do tratamento de depressão maior e também
diminuir os riscos de remissão (HOLLY; LACROSSE; HILLHOUSE, 2014).
Pesquisas pós-morte fornecem evidências de que há relevante disfunção
glutamatérgica em pacientes diagnosticados com TDM (FRYE et al., 2007;
HASHIMOTO; SAWA; IYO, 2007; BLOCK et al., 2009;
KUÇUKIBRAHIMOGLU et al., 2009; GARAKANI et al., 2013). Além
disso, agentes farmacológicos que atuam antagonizando os receptores
NMDA (N-metil D-Aspartato) demonstram atividade tipo-antidepressiva
tanto em estudos pré-clínicos (WOLAK et al., 2015) como em estudos
clínicos (OHGI; FUTAMURA; HASHIMOTO, 2015). O sistema
GABAérgico atua na modulação de neurônios dopaminérgicos,
39
noradrenérgicos e serotonérgicos (PEHRSON et al., 2015), sendo
responsável pelo controle de humor e das funções cognitivas (MCDONALD
et al., 2004), por tanto, também está diretamente ligado ao desenvolvimento
da depressão maior. Estudos demonstraram que os receptores GABAérgicos
apresentam níveis diminuídos em regiões cerebrais (BHAGWAGAR et al.,
2008; PRICE et al., 2009; LUSCHER et al., 2011; PEHRSON et al., 2015)
de pacientes depressivos, comparados a pacientes saudáveis. Corrobrando
com estes resultados, sabe-se que fármacos moduladores dos receptores
GABA-A, quando utilizados concomitantemente com ISRS, causam
potencialização nos efeitos antidepressivos dos mesmos (MOHLER, 2012),
e antagonistas de receptores GABA-B já apresentaram atividade
antidepressiva em modelos animais (PYTKA et al., 2016).
O aumento da co-prevalência de comorbidades inflamatórias,
incluindo doenças auto-imunes, cardiovasculares, diabetes, obesidade e
síndrome metabólica, asma e alergias com TDM levou a uma investigação
mais profunda sobre o possível envolvimento do sistema inflamatório na
fisiopatologia da depressão (WALKER et al., 2011). Os níveis elevados de
citocinas inflamatórias, incluindo fator de necrose tumoral α (TNF-α),
interleucina 1β (IL-1β) e interferon-gama (IFN-g),diminuem a produção de
5-HT e aumento da produção de catabólitos de triptofano, mostrando induzir
sintomas de humor deprimido (CAPURON et al., 2003). Portanto, a
inflamação tem um efeito direto sobre os níveis centrais de 5-HT, fornecendo
ligação direta aos sintomas de humor e produção aumentada de citocinas.
Também está bem estabelecida a associação entre TDM e a
disfunção/hiperativação do eixo HPA (KELLER et al., 2016), através da
desregulação de receptores mineralocorticoides e/ou receptores
glicocorticóides dentro do sistema HPA (CARPENTER et al., 2009;
STETLER; MILLER, 2011). Aproximadamente 50% dos pacientes com
TDM apresentam hipercortisolemia ou outros distúrbios do sistema HPA
(HENNINGS et al., 2009; KELLER et al., 2016) e que estas disfunções
aumentam o risco de depressão em indivíduos saudáveis (LLOYD;
NEMEROFF, 2011).
40
Figura 2 - Diagrama simplificado mostrando mecanismos que se acredita estarem envolvidos na fisiopatologia da depressão.
Fonte: Rang; Dale, 2016.
As principais vias envolvidas no desenvolvimento de transtornos depressivos envolvem 1) o eixo HPA, que é ativado através de
situações de estresse emocional, que por sua vez, potencializa a ação excitatória de glutamato, e altera a expressão genica que promove
apoptose; 2) Envolvimento nas monoaminas (NE = noradrenalina; 5-HT = serotonina) e do BDNF. ACHT = hormônio
adrenocorticotrófico; CRF = fator liberador de corticotrofina.
41
3.2 Depressão e diabetes
Diabetes mellitus (DM) é uma doença complexa e crônica, a qual
compreende uma junção de distúrbios metabólicos de etiologia múltipla. É
caracterizada principalmente pela hiperglicemia crônica resultante de
defeitos na ação e/ou secreção de insulina, um hormônio secretado pelas
células β pancreáticas, com distúrbios no metabolismo de carboidratos,
gorduras e proteínas (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2010;
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2017). A doença causa vários
danos e falhas em sistemas do organismo, especialmente olhos, rins, sistema
nervoso, coração e vasos sanguíneos (AMERICAN DIABETES
ASSOCIATION, 2009).
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) (2015), são 415
milhões de pessoas com diabetes no mundo e a estimativa para 2040 é de 642
milhões de pessoas. A doença acomete com maior frequência os homens
(cerca de 215,2 milhões), enquanto 199,5 milhões são mulheres. Mais de 16
milhões de brasileiros adultos (8,1%) sofrem de diabetes e a doença mata 72
mil pessoas por ano no Brasil, revela um relatório OMS. O número de
brasileiros diagnosticados com diabetes cresceu 61,8% nos últimos 10 anos,
passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016 (SBD, 2015).
A DM é classificada de acordo com sua etiologia, em quatro tipos: tipo 1
(DM1; doença auto-imune que causa destruição progressiva das células β
pancreáticas, geralmente levando a deficiência absoluta de insulina); tipo 2
(DM2; devido a deficiência progressiva de secreção de insulina ou devido a
resistência a insulina); DM gestacional (diagnosticado no segundo ou terceiro
trimestre gestacional); e tipos específicos de DM por outras causas, dentre
elas: síndrome de diabetes monogênicas, como diabetes neonatal e diabetes
de início de maturidade dos jovens, doenças do pâncreas exócrino (fibrose
cística) ou então induzida por fármacos ou por substâncias químicas
(AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2017).
Para diagnostico da doença, são necessários a presença dos três
principais sintomas característicos de pacientes com diabetes: poliúria
(aumento do volume urinário), polidipsia (aumento de sede) e perda ponderal
de peso (Tabela 1). Além da sintomatologia clínica, também são considerados
critérios de valores de glicemia (superior ou igual a 200 mg/dL a qualquer
horário do dia), em jejum de 8 horas (superior ou igual a 126 mg/dL) ou após
42
duas horas da administração oral de 75 g de glicose (teste de tolerância à
glicose oral, níveis glicêmicos superior ou igual a 200 mg/dL) (AMERICAN
DIABETES ASSOCIATION, 2017). Também é diagnosticada por meio da
dosagem dos níveis de hemoglobina glicada (a cima de 6,5% estão associados
a um risco maior de complicações crônicas), o qual avalia o grau de
hiperglicemia crônica entre os pacientes diabéticos (CAVAGNOLLI, 2011).
A evolução clínica de portadores de diabetes inclui uma série de
complicações secundárias a hiperglicemia. A exposição crônica do SNC a
elevadas taxas de glicose é responsável pelo desenvolvimento da
encefalopatia diabética, que incluem isquemia, alterações cognitivas e
depressão (BIESSELS et al., 2002; DHALIWAL; WEINSTOCK, 2014;
D'AMATO et al., 2016), sendo este transtorno de humor o principal foco de
interesse do presente trabalho.
O diagnóstico de depressão em pacientes diabéticos mostra
relevante interatividade, podendo tanto o diabetes agravar os sintomas de
depressão como a depressão aumentar risco de complicações relacionadas ao
diabetes (MOUSSAVI et al., 2007). Pacientes diabéticos são duas vezes mais
propensos a ter depressão, sendo esta a desordem psiquiátrica mais comum
encontrada nesse grupo (TRENTO et al., 2012; de MORAIS et al., 2014),
com incidência de cerca de 39% quando comparado com a população não
diabética (LUSTMAN al., 2005; MORISHITA, 2009). Porém, estas
estatísticas possivelmente são maiores, uma vez que a depressão muitas vezes
não é diagnosticada nem tratada em pacientes diabéticos (LUSTMAN et al.,
2005), agravando ainda mais o estado diabético.
As consequências da hiperglicemia causam lesões celulares, os
quais são responsáveis pelas principais complicações do DM. Por exemplo,
uma forma de hiperglicemia causar lesão celular é promovendo produtos
finais avançados de glicação (AGEs). Estes são conhecidos por contribuir
para o complicações do diabetes ao aumentar o estresse oxidativo intracelular
(BROWNLEE, 2001). Estudos epidemiológicos sugerem que a elevação de
AGEs podem ser um fator de risco significativo para DM1 (BEYAN et al.,
2012), lesão de células β (SANDU et al., 2005; ZHAO et al., 2009),para
resistência a insulina periférica (CAI et al., 2007) e depressão maior (CHEN
et al., 2012).
43
Quadro 1 – Elementos clínicos que levantam a suspeita de DM
Sinais e sintomas clássicos
Poliúria
Polidipsia
Perda inexplicada de peso (principalmente DM1)
Polifagia
Sintomas menos específicos
Fadiga, fraqueza e letargia
Visão turva (ou melhora temporária da visão para perto)
Prurido vulvar ou cutâneo, balanopostite
Complicações crônicas/doenças intercorrentes
Neuropatia diabética: câimbras, parestesias e/ou dor nos membros inferiores,
mononeuropatia de nervo craniano
Retinopatia diabética
Catarata
Doença arteriosclerótica: infarto agudo do miocárdio, acidente vascular
encefálico, doença vascular periférica
Infecções de repetição
Encefalopatia diabética: isquemia, alterações cognitivas, depressão
Adaptado de: Duncan et al., 2013.
Além disso, DM e depressão são classificados como principais
causas de incapacidade no mundo moderno, sendo que no Brasil, são
respectivamente a 6ª e 7ª doenças que causam redução de anos na vida,
refletindo alta prevalência e incapacitação de ambas as doenças
(ANDERSON et al., 2001; TRENTO et al., 2012).
Em modelos animais de DM, assim como em humanos, há diversas
alterações cerebrais, dentre elas, distúrbios de neurotransmissão, plasticidade
44
sináptica prejudicada, redução da neurogênese no giro denteado e aumento
do estresse oxidativo em áreas do cérebro relacionadas com a depressão
(hipocampo e córtex pré-frontal) (de MORAIS et al., 2014; GUPTA;
RADHAKRISHNAN; KURHE, 2014; PRABHKAR et al., 2015).
Figura 3 - Esquema correlacionando hiperglicemia e depressão maior,
Fonte: Adaptado de Kaur; Pandhi; Dutta, 2011.
EROS = espécies reativas de oxigênio.
Desde sua descoberta em 1959, a estreptozotocina (STZ) vem sendo
amplamente utilizada para a indução de diabetes em animais experimentais.
Contém uma molécula de glicose (na forma desoxi) que está ligada a uma
porção de metilnitrosourea altamente reativa, que possivelmente exerce
efeito citotóxico, enquanto que a fração de glicose dirige o produto químico
45
às células β pancreáticas (JOHANSSON; TJALVE, 1978; WU; YAN, 2015).
Por ser análogo de glicose, a STZ reconhece o transportador GLUT2 que é
abundante em membranas plasmáticas de células β pancreáticas (LENZEN,
2008), tornando estas células alvo específico da STZ. Dentro das células β
pancreáticas, o STZ forma o diazometano (DAM), agente de alquilação, o
qual causa metilação do DNA e provoca ação diabetogênica (LENZEN,
2008). Além da metilação do DNA, STZ também induz diabetes por
múltiplos mecanismos, como o aumento dos níveis de NADPH por auto-
oxidação de glicose ou diacilglicerol (DAG) e aumento de O2, gerando
radicais livres, ativação da cascata de proteína quinase C, acúmulo de
produtos finais de glicação avançada e aumento da secreção de citocinas
(GONZALES et al., 2000; GIACCO; BROWNLEE, 2010) (Figura 4). Outro
aspecto relevante para a toxicidade de STZ é o envolvimento do estresse
nitrosativo e oxidativo, entre vários mecanismos propostos que delineam a
atividade diabética da STZ (GOYAL et al., 2016).
Por tanto, a STZ é uma substância que induz diabetes em animais,
devido a inibição da secreção de insulina por meio de necrose das células β
pancreáticas, resultando em animais com DM1 (LENZEN, 2008; GUPTA et
al., 2014). Como a GLUT2 também é expressa no fígado e rim em menos
extensão, doses elevadas de STZ também podem prejudicar as funções
hepáticas e renais (BOUWENS; ROOMAN, 2005). Além disso, a
hiperglicemia diabética causada pela STZ causa complicações em outros
orgãos como cérebro, coração e músculos (WEI et al., 2003).
A STZ é amplamente utilizada para a indução de diabetes
experimental em roedores (LENZEN, 2008) e sua propriedade diabetogênica
é estudada desde 1963 (RAKIETEN; RAKIETEN; NADKARNI, 1963).
Pode ser utilizada sozinha ou em combinação com outros produtos químicos
ou com manipulações dietéticas para indução de DM1 e DM2, dependendo a
posologia e forma de administração (GHASEMI; KHALIFI; JEDI, 2014),
sendo a DM1 induzida com uma única injeção (YIN et al., 2006).
Estudos reportam que diabetes em ratos induzido por STZ resultam
em severo comportamento tipo-depressivo (GOMEZ; BARROS, 2000;
WAYHS et al., 2010; CALETTI et al., 2012; HO et al., 2012), aumentando
principalmente o tempo de duração da imobilidade dos animais em testes
comportamentais utilizados para depressão, como o teste do nado forçado
46
(TNF) e teste de suspensão pela cauda (TSC) (HIRANO; MIYATA; KAMEI,
2003; MIYATA et al., 2004; HO et al., 2012).
Quando relacionada a diabetes, a administração de STZ mimetiza
quadros patológicos observados em pacientes diabéticos como poliúria,
polifagia e hiperglicemia (GOYARY; SHARMA, 2010). Porém, os
mecanismos da relação DM/depressão ainda não foram completamente
elucidados (de MORAIS, 2013).
47
Figura 4 - Mecanismo diabetogênico de STZ.
Fonte: Adaptado de Goyal et al. (2016).
Alquilação de DNA, geração de espécies reativas de oxigênio (EROs) e espécies de
nitrogênio reativo (ERNs), estresse oxidativo, dano do DNA e sobrecarca de glicose
levam à morte de células β pancreáticas, causando hiperglicemia juntamente com a
diminuição da biossíntese e liberação de insulina (GOYAL et al., 2016).
3.2.1 Estresse oxidativo
O estresse oxidativo é uma condição biológica que ocorre quando há
um desequilíbrio entre compostos oxidantes espécies reativas de oxigênio
(EROs) e de nitrogênio (ERNs) e antioxidantes, gerando excesso de radicais
livres ou diminuição da velocidade de remoção desses. EROs e ERNs
desempenham um papel importante em muitos processos biológicos, como a
apoptose vias de sinalização celular (HALLIWELL, 2011), porém, quando
presentes em quantidades excessivas, conduzem à oxidação de biomoléculas
(principalmente lipídios, proteínas e o DNA), com consequente dano às suas
48
funções biológicas e/ou desequilíbrio homeostático (DALLE-DONNE et al.,
2006; MILLER; SADEH, 2014).
Existem antioxidantes endógenos ou absorvidos através da dieta que
combatem ou limitam os níveis intracelulares das EROs/ERNs e controlam a
ocorrência de danos ocasionados por elas. Para isso, o organismo dispõe de
um elaborado sistema de defesa antioxidante não enzimático e enzimático.
Dentre os não enzimáticos, estão a glutationa (GSH), peptídeos de histidina,
proteínas ligadas ao ferro (transferrina e ferritina), ácido diidrolipóico e o
citocromo C redutase (CoQH2). Já os enzimáticos são representados pelas
enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa
peroxidase (GPx) (MAYNE, 2003; URSO; CLARKSON, 2003) (figura 5).
Dentre os antioxidantes adquiridos na dieta, pode-se destacar o ácido
ascórbico, a-tocoferol (vitamina-E) e β-caroteno (pró-vitamina-A) (SMAGA
et al., 2015).
Figura 5 - Antioxidantes no combate do ânion superóxido
Fonte: Adaptado de Delbrin; Antunes; Zanesco, 2009.
O2- = ânion superóxido; H2O2 = peróxido de hidrogênio; SOD = enzima antioxidante
superóxido dismutase; CAT = enzima antioxidante catalase; GPx = glutationa
peroxidase; GSH = glutationa reduzida; GSSG = glutationa oxidada; Grd = glutationa
redutase.
Responsável pela defesa antioxidante enzimática do organismo, a
SOD catalisa a dismutação do ânion superóxido em oxigênio e peróxido de
49
hidrogênio por processo sucessivo de oxidação e redução, tornando o produto
menos reativo que o anterior, sendo fundamental para a prevenção da
toxicidade induzida pelas EROs/ERNs (STOCKER; KEANEY, 2004). Como
consequência, causa a proteção das células expostas as reações do superóxido
e evita o envelhecimento precoce causado pelas EROs/ERNs. Estudos
clínicos apontam que há diminuição da atividade da SOD em pacientes
deprimidos, causando aumento dos níveis do ânion superóxido (RYBKA et
al., 2013; LOPRESTI et al., 2014).
A enzima CAT tem como função a decomposição dos produtos da
SOD, ou seja, inibe a formação das EROs ou promove a remoção dessas
espécies, por meio da decomposição do peróxido de hidrogênio em água e
oxigênio, tornando-o inofensivo ao organismo (GALECKI et al., 2009). Em
pacientes com depressão a atividade da CAT foi encontrada em níveis mais
elevados (SZEBENI et al., 2014).
A GPx também é uma enzima antioxidante endógena com função de
proteção, responsável pela remoção de pró-oxidantes hidroperóxidos,
hidroxila e lipídeos peroxidados. Estudos in vivo e pós-morte relataram a
diminuição da atividade e dos níveis de GPx no plasma e no córtex pré-frontal
de pacientes com depressão, sugerindo que a diminuição da GPx aumenta os
níveis de EROs no interior da célula, ocasionando a morte celular (MAES et
al., 2011; STEFANESCU; CIOBICA, 2012).
A glutationa (L-γ-glutamil-L-cistenilglicina) participa defesa
antioxidante não enzimática e é sintetizada principalmente pelo fígado e está
presente no organismo em duas formas: reduzida (GSH) ou oxidada (GSSG),
sendo a GSH o antioxidante hidrossolúvel não proteico mais importante nos
seres vivos. A GSH possui diversas funções e participa de diversos processos
celulares, tais como a síntese de DNA, proteínas e também da modulação da
função proteica (STOCKER; KEANEY, 2004; DRINGEN; PAWLOWSKI;
HIRRLINGER, 2005), pode servir de substrato para a ação da GPx agindo
na detoxificação de peróxidos orgânicos e de hidrogênio, auxiliando no
combate das EROs/ERNs (FRIDOVICH, 1997; STOCKER; KEANEY,
2004; MAHER, 2005). A diminuição da atividade da GSH e consequente
aumento de EROs/ERNs disponíveis parece estar relacionada com a
fisiopatologia de doenças psiquiátricas, dentre elas se destacam a ansiedade,
esquizofrenia e depressão (MORRIS et al., 2014; SMAGA et al, 2015).
50
A ação central dos radicais livres leva à destruição oxidativa dos
neurônios e à neurodegeneração que, por sua vez, está associada a transtornos
psiquiátricos (VALKO et al., 2007), dentre elas o TDM (BLACK et al., 2015;
ZHANG et al., 2016), ansiedade (CHANANA; KUMAR, 2016),
esquizofrenia (RUIZ-LITAGO et al., 2012), autismo (KHAN et al., 2016) e
epilepsia (RAHMAN, 2015). Aumentos na balanço de pró-oxidantes e
antioxidantes, e aumento de EROs e ERNs podem estar associados também
ao TDM recorrente (TALAROWSKA et al., 2015). Além dessas, a ação dos
EROs e ERNs parece estar envolvido em processos neurodegenerativos de
doenças como Parkinson e Alzheimer (LI; REICHMANN, 2016).
Estudos relacionando o balanço oxidativo em pacientes deprimidos
e saudáveis descrevem alterações nas enzimas antioxidantes SOD, CAT e
GPx, maior peroxidação lipídica em pacientes com depressão (OZCAN et al.,
2004; TALAROWSKA et al., 2012; ANDERSON; MAES, 2014), além de
elevados níveis de EROs no plasma e no soro (YUMRU et al., 2009). O
tratamento com ISRSs, em estudos pré-clínicos e clínicos, demonstraram que
os mesmos possuem efeito antioxidante, revertendo o desequilíbrio oxidativo
encontrado no estado depressivo (BILICI et al., 2001; EREN; NAZIROGLU;
DEMIRDAS, 2007; HERKEN et al., 2007). Tal fato indica que os efeitos dos
medicamentos ultrapassam os mecanismos bioquímicos relacionados ao
aumento de monoaminas no SNC.
Estudos in vivo demonstram que modelos animais de depressão
baseados na indução de estresse crônico aumentam as EROs e modificam as
defesas antioxidantes no encéfalo de ratos (MADRIGAL et al., 2001;
FONTELLA et al., 2005; LUCCA et al., 2009), e o estresse oxidativo
ocasionado nesses modelos é diminuído com administração de
antidepressivos (ABDEL-WAHAB; SALAMA, 2011; LEE et al., 2011).
O aumento do estresse oxidativo com quadros depressivos, pode ser
desencadeado por diversas patologias, dentre elas, o diabetes. Tanto em
pacientes depressivos quanto diabéticos, são encontrados perfis de estresse
oxidativo com deficiência dos níveis sanguíneos de enzimas antioxidantes,
entre elas a superoxido SOD, CAT e GPx, e altos níveis de produtos de
peroxidação lipídica, quando comparados com controles saudáveis (OZCAN
et al., 2004), sugerindo que a depressão e a DM são acompanhadas por
distúrbios no balanço entre processos pró e antioxidante (MORETTI et al.,
2012).
51
De forma geral, o estresse oxidativo é caracterizado pelo
desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade antioxidante
do organismo, e estudos clínicos indicam que esse desequilíbrio pode
contribuir para o agravamento de ambas as doenças (BABURAO; ANAND,
2012).
Segundo a OMS, estima-se que cerca de 80% das pessoas em todo
o mundo confiam e utilizam medicamentos à base de plantas nos cuidados de
saúde primário. E plantas medicinais e fitoterápicos são usados comumente
em muitas partes do mundo para tratar DM, bem como complicações
neurológicas associadas a esta doença, como a depressão maior (CRAGG;
NEWMAN, 2013; WANG et al., 2014).
3.3 Considerações sobre a família Primulaceae e o gênero Myrsine
A família Primulacea apresenta 9 gêneros, com cerca de 900
espécies, dentre eles, espécies do gênero Myrsine. O gênero Myrsine,
anteriormente pertencente a família Mysinaceae, destaca-se pelo elevado
número de espécies, aproximadamente 305, e cerca de 34 ocorrem no Brasil
(FREITAS; KINOSHITA, 2015). O gênero Também está distribuído na
Bolívia, México, Argentina, Paraguai e Uruguai (LORENZI, 2002). São
árvores de porte pequeno a médio, que possuem folhas simples com margens
inteiras em disposição alternas no caule. As plantas do gênero são conhecidas
popularmente como Canela-azeitona, Capororoca, Copororoca, Azeitonado-
mato, Camará, Capororocaçu, Capororoca vermelha, Pororoca, e ainda,
Capororoca-mirim (LORENZI, 2008), devido o formato dos frutos que são
consumidos por várias espécies de pássaros, tornando seu plantio útil em
áreas degradadas de preservação permanente.
As espécies de Myrsine são plantas geralmente encontradas na
Amazônia, Caatinga, Cerrado e na Mata Atlântica, habitando encostas
rochosas e bordas de mata, e muito utilizadas na recuperação de encostas,
porém exige solos profundos (LOPES; GONÇALVES, 2006). Existem
poucos estudos na literatura sobre composição fitoquímica de espéciês do
gêreno Myrsine, seus principais metabólitos secundários são: alquil- e
alquenil-resorcinóis, 2,5- dihidroxi-3-alquil-benzoquinonas, triterpenos
pentacíclicos dos esqueletos oleanano e ursano, triterpenos tetracíclicos dos
52
esqueletos damarano e cicloartano, saponinas triterpênicas, flavonóides
glicosilados e derivados de ácido benzóico (FOUBERT et al., 2008).
Com relação a estudos farmacológicos com representantes da
família primulaceae, destaca-se a atividade hipoglicemiante de Embelia ribes
(DURG et al., 2017) e seu componente majoritário a embelina bem como da
Primula denticulata (SINGH et al., 2014).
Dentre os estudos farmacológicos reportados com espécies do
genero, se destacam as espécies M. africana, que possui atividade citotóxica
(LI; MCLAUGHLIN, 1989); M. africana com atividade anti-helmíntica
(GITHIORI et al., 2002); M. australis com atividade de inibição da enzima
fosfolipase D (HEGDE et al., 1995); M. melanophloes com atividade
antifúngica e moluscicida (OHTANI; MAW; HOSTETTMANN, 1993); M.
seguinii com atividade anti-inflamatória, inibitória da enzima metioninase e
inibitória da enzima DNA polimerase (MIZUSHINA et al., 2000; MAKABE
et al., 2003; ITO; NARISE; SHIMURA, 2008).
3.4 Rapanea ferruginea Mez
A espécie estudada possui três sinonímias na literatura botânica:
Myrsine coriacea, Myrsine floculosa Mar. e Gaballeria ferruginea Ruiz &
Pav. Porém, o nome latino válido é Rapanea ferruginea Mez. (LORENZI,
2008). A planta destaca-se das demais espécies de Myrsine, pois ocorre em
todo o país, em quase todas as formações vegetais, sendo particularmente
frequente na floresta pluvial da encosta atlântica, em estados como: Bahia,
Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande
do Sul e Santa Catarina (FREITAS; KINOSHITA, 2015; LORENZI, 2002).
É uma arvoreta com altura que varia de 6-12 m, com tronco de 30-40 cm de
diâmetro. Floresce duas vezes ao ano, podendo a mesma espécie estar com
flores e frutos maduros na mesma árvore. Os frutos são pequenos (3-5 mm
diâmetro), globosos e de coloração negro-arroxeada quando maduros
(LORENZI, 1992; PASCOTTO, 2007).
A R. ferruginea é utilizada como tintoriais, e os frutos são alimentos
para várias espécies de pássaros (PINESCHI, 1990) e também de humanos
(os frutos são usados como condimentos em vinagre). Além disso, também é
utilizada para produção de carvão, na construção civil, como lenha,
53
paisagismo e reflorestamento para recuperação ambiental (LORENZI, 2002;
PASCOTTO, 2007).
O chá das folhas ou decocção de cascas da planta é indicado
popularmente por ter efeito diurético, utilizado no combate às afecções
urinárias e também constitui um bom depurativo. Diminui coceiras, erupções,
urticárias, eczemas, reumatismo e afecções do fígado (BOTREL, 2006;
LORENZI, 1992).
Figura 6 - Foto da espécie R. ferruginea: a) planta inteira, b) frutos verdes e folhas,
c) cascas do caule.
Fonte: Zermiani, 2015.
54
3.4.1 Aspectos Químico-farmacológicos
Como reportado anteriormente, do ponto de vista químico, várias
substâncias já foram isoladas de espécies de Myrsine, algumas com atividade
biológica já conhecida, enquanto outras estão sendo estudadas. Os principais
representantes do metabolismo neste gênero são os derivados de ácidos
benzóicos prenilados, os quais possuem estrutura química e atividade
biológica diferentes. Também são encontrados benzoquinonas e
triterpenóides em espécies como: R. myricoides, R. umbellata, R. lancifolia,
R. guyanensis e Myrsine seguinii (BLUNT; CHEN; WIEMER, 1998;
MAKABE et al., 2003). Além disso, são encontrados triterpenos
pentacíclicos dos esqueletos leanano e ursano, triterpenos tetracíclicos dos
esqueletos damarano e cicloartano, saponinas triterpênicas e flavonoides
glicosilados (JANUÁRIO et al., 1991; FOUBERT, 2008).
Já foram isolados e identificados os compostos ácido mirsinóico A,
B, C, D, E e F em espécies de Rapanea sp., dentre elas R. ferruginea
(ZERMIANI et al., 2016), e demonstraram importante atividade anti-
inflamatória (DONG et al., 1999; HIROTA et al., 2002; MAKABE et al.,
2003; ITO; NARISE; SHIMURA, 2008). Das espécies brasileiras R.
umbellata, R. lancifolia, R. guyanensis, R. ferruginea foram isolados os
compostos ácido mirsinóico A (1) e B (2) (BACCARIN et al., 2011;
JANUÁRIO, et al., 1991; HIROTA et al, 2002).
Figura 7 - Estrutura química do ácido mirsinóico A (1) e B (2).
Fonte: Adaptado de Gazoni (2009).
55
Quanto aos aspectos farmacológicos do gênero, os extratos são
utilizados como anti-inflamatório, analgésico, antioxidante, antiparasitário,
no tratamento da tuberculose, de infecções ginecológicas, hiperplasia lobular,
histeromiomas, cistos de ovário, reumatismo e artrite reumática
(MANGURO; MIDIWO; KRAUS, 1996; LALL; MEYER, 1999;
MIZUSHIMA et al., 1999; MAKABE, 2003; CORDERO et al., 2004;
GATHUMAA et al., 2004; MOMTAZ; LALL; BASSON, 2008).
Com relação aos seus componentes majoritários o AMB demostrou
ter efeito inibitório sobre a enzima metioninase a partir de bactérias
periodontais, como Fusobacterium nucleantum, Porphyromonas gingivalis e
Treponema denticola, apresentando efeito inibidor superior ao do cloreto de
zinco, que é tido como um inibidor da metioninase (ITO; NARISE;
SHIMURA, 2008).
Em estudo preliminar, foi verificado o potencial efeito
hipoglicêmico de extrato bruto de Rapanea sp. sobre a liberação de insulina
de animais normoglicêmicos e observou que nas doses de 200 e 350 mg/kg
de extratos houve um perfil glicêmico semelhante a glibenclamida
(STIEVEN, 2005). Monteiro (2009) verificou os efeitos do tratamento
crônico com o AMB em animais diabéticos induzido por estreptozotocina.
Após 15 dias de tratamento com AMB na concentração de 10 mg/kg os
animais apresentaram uma redução de 38-23% na glicemia quando
comparado ao grupo hiperglicêmico, e após 30 dias de tratamento a redução
foi de 49,01%.
Antonialli (2012) evidenciou que o AMB, além da propriedade
antinociceptiva evidenciada em estudos anteriores utilizando testes de
nocicepção aguda, apresenta também efeito anti-hipernociceptivo marcante
quando avaliado em modelos animais de dor persistente de origem
inflamatória e neuropática em camundongos. O estudo demonstrou ainda que
AMB, quando administrado principalmente por via sistêmica (oral e
endovenosa) é capaz de reduzir de modo significativo a resposta
hipernociceptiva induzida pela carragenina em camundongos, apresentando
um excelente potencial para tratar a dor persistente em seres humanos, sem
quaisquer efeitos secundários significativos.
O AMB também produz antinocicepção sistêmica, quando avaliada
em modelos químicos de nocicepção em ratos, em doses que revelam
nenhuma interferência na atividade locomotora. Os resultados sugerem que o
56
AMB pode ter potencial valor terapêutico para o desenvolvimento de novos
fármacos analgésicos (HESS et al., 2010). Além disso, o AMB também
apresentou atividade antinociceptiva no modelo das contorções abdominais
induzidas por ácido acético, demonstrando inibição máxima de 44%, sendo
mais ativo que o medicamento referência (aspirina) (TESTONI, 2004).
Em estudo realizado por Galvan (2007) foi testado o efeito do
extrato bruto clorofórmico das cascas de R. ferruginea e do AMB isolado,
comparados com a morfina, utilizando modelo de dor neuropática diabética.
Os tratamentos com extrato bruto e AMB impedir am completamente o efeito
hiperalgésico nos dois modelos testados, produzindo efeitos antinociceptivo
semelhantes ao da morfina.
Quanto à atividade antitumoral, o AMB testado por via oral e
intraperitoneal, apresentou uma redução satisfatória no número de células
tumorais e no volume do Tumor Ascítico de Ehrlich (TESTONI, 2004).
AMB apresentou atividade leishmanicida contra os protozoários
Leishmania amazonensis e Leishmania brasiliensis, sugerindo sua
importância como uma possível fonte de agentes antiparasitários
(CECHINEL-FILHO et al., 2013).
Também foi avaliada a atividade anticolinesterásica do AMA e
AMB in vitro. AMA apresentou atividade superior ao AMB em todos os
tecidos cerebrais testados (GAZONI, 2009; FILLIPIN, 2010). Além disso,
AMA facilitou a ação sobre as fases de memória (aquisição, consolidação e
evocação) em camundongos normais e também com doença de Alzheimer
induzida por estreptozotocina (COSTA, 2011). AMA e AMB apresentaram
atividade antibacteriana significativa contra Staphylococcus aureus e
Bacillus subtilis. Além disso, também apresentaram potencial tóxico
moderado no bioensaio com ovos de Artemia salina e não apresentaram
efeitos mutagênicos contra Saccharomyces cerevisiae (BELLA-CRUZ et al.,
2013).
57
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Material Vegetal:
4.1.1 Preparação do extrato hidroalcóolico de Rapanea ferruginea
As cascas do caule de Rapanea ferruginea foram coletadas na rua
Belo Horizonte, município de Blumenau, estado de Santa Catarina, Brasil,
em outubro de 2015.
O material vegetal já foi anteriormente identificado pelo Prof. Oscar
Benigno Iza (UNIVALI) e uma amostra foi depositada no Herbário Barbosa
Rodrigues (Itajaí/SC), sendo catalogada pelo código HBR52715.
As cascas do caule foram processadas em um moinho de facas,
sendo triturados para preparo da solução extrativa. Conforme padronizado
por Baccarin (2011), o extrato foi preparado usando maceração dinâmica,
etanol 90 % v/v, proporção 1:10, velocidade de 400 rpm por 2 horas. A
solução foi filtrada e concentrada até a obtenção do extrato mole. O extrato
mole foi diluído em propilenoglicol na concentração de 10%, denominado
extrato hidroalcóolico das cascas de Rapanea ferruginea, EHCRF-1 (figura
8).
O mesmo procedimento foi repetido mais uma vez, a fim de se obter
maior quantidade de extrato, sendo denominado EHCRF-2.
Ambos os extratos foram utilizados para avaliação biológica, sendo
o EHCRF-1 utilizado para os ensaios com camundongos (ítem 4.4 - 4.6) e o
EHCRF-2 com ratos (ítem 4.7).
4.1.2 Isolamento e identificação dos compostos AMA e AMB
O isolamento dos compostos foi realizado sob orientação da
professora Dra. Angela Malheiros no laboratório de Fitoquímica da Univali.
O EHCRF-2 foi submetido a coluna cromatográfica (CC) utilizando
como fase estacionária sílica gel 60 e como fase móvel mistura de solventes
orgânicos com gradiente de polaridade utilizando hexano, acetato de etila e
etanol. O gradiente de eluição foi definido baseado na observação do
comportamento das frações por cromatografia de camada delgada (CCD).
58
Por meio de coluna cromatográfica foram obtidos os compostos
AMA e AMB. Ambos os compostos foram analisados através de
Cromatografia Líquida de Alta Eficiencia (CLAE), a fim de comprovar sua
identificação e também avaliar a pureza dos mesmos (figura 8).
Para análise por CLAE dos compostos (AMA e AMB) e extratos de
R. ferruginea EHCRF-1. E EHCRF-2), as amostras foram diluídas em
metanol na concentração de 2 mg/mL para o extrato e 100 μL/mL para os
compostos. Foram filtradas com membrana de PTFE modificada de 0,45 µm.
Foi utilizada como fase fixa, coluna Kinetex C18 2,6 µm 150 x4.60 mm.
Como fase móvel foram eluídas misturas com gradiente de polaridade de
acetonitrila, metanol e água acidificada com tampão fosfórico de pH 2,6, com
fluxo de 0.9 mL/min a 40°C.
A detecção foi realizada por espectro de varredura na faixa de
cumprimento de onda em 190 nm até 400 nm. O software LC Solution® foi
utilizado para registar os cromatogramas e medias as áreas dos picos.
Figura 8 - Estrutura química do ácido mirsinóico A (1) e B (2).
EHCRF = extrato hidroalcóolico das cascas de Rapanea ferruginea; AMA = ácido
mirsinóico A; AMB = ácido mirsinóico B; CC = colula cromatográfica; RT = tempo
de retenção.
59
4.2 Substâncias utilizadas e vias de administração
Para os ensaios farmacológicos in vivo foram utilizadas as seguintes
substâncias: imipramina, reserpina, paraclorofenilalanina (PCPA), 1-(2-
Methoxyphenyl)-4-[4-(2-phthalimido)butyl]piperazine hydrobromide)
(NAN-190), ketanserina, ondansetrona, prazosin, ioimbina, haloperidol, 7-
chloro-3-methyl-1-phenyl-1,2,4,5-tetrahydro-3-benzazepin-8-ol
(SCH23390) e estreptozotocina (obtidos de Sigma-Aldrich, Missouri, EUA).
Para a realização dos testes in vitro foram utilizados os seguintes
reagentes: reagente de Bradford, ácido tricloroacético (ATC),
hidroximetilaminometano (TRIS), 5,5’-ditiobis 2-ácido nitrobenzóico
(DTNB), metanol, água destilada, butil hidróxi tolueno (BHT), ácido
sulfúrico, xilenol, ferro, tampão Tris/EDTA, peróxido de hidrogênio, água
milli-q, pirogallol, ácido clorídrico, 1-cloro-2,4 dinitrobenzeno (CDNB),
glutationa reduzida (GSH), azida sódica, β-NADPH, glutationa redutase de
levedura, tampão fosfato de sódio, 5-HT, butil acetato, vanádio,
sulfonilamida, etilenodiamina, nitrato de sódio, sulfato de zinco e ácido
ascórbico.
4.3 Métodos
4.3.1 Avaliação farmacológica in vivo
4.3.1.1 Animais
Para a primeira parte experimental (4.4 a 4.6) foram utilizados
camundongos Swiss fêmeas (25 a 30 g), oriundos do Biotério Central da
Univali. As metodologias propostas no presente estudo são consagradas na
literatura científica e para alguns testes ou modelos farmacológicos,
principalmente no que tange a parâmetros comportamentais utilizados em
modelos animais de patologias, atualmente não existem métodos alternativos
para a avaliação das atividades aqui propostas que não utilizem animais.
Além disso, foram utilizadas fêmeas devido a depressão maior ser mais
prevalente em mulheres (WHO, 2017).
Os animais foram mantidos no biotério setorial em caixas com
maravalha, com no máximo 20 animais/caixa com ciclo claro/escuro de 12
60
horas, aclimatados a temperatura de 22 2 C e tratados com água e ração ad
libitum, exceto durante os experimentos. As caixas foram trocadas em dias
alternados por técnico responsável conforme rotina interna do biotério. Os
animais permaneceram no biotério por no máximo 3 dias, exceto nos casos
de tratamento crônico. Durante os experimentos, os mesmos foram
conduzidos para a sala experimental e permaneceram em ambientação por
um período mínimo de uma hora. Após os experimentos os animais foram
eutanaziados por equipe responsável, com CO2/O2 (conforme Conselho
Nacional de Controle de Experimentação Animal, CONCEA) prática local
da instituição) e as carcaças foram descartadas em sacos de lixo hospitalar,
para processo de incineração, também conforme pratica local.
Já para os procedimentos experimentais (4.7. Avaliação do
comportamento tipo-depressivo e dos parâmetros de estresse oxidativo em
ratos diabéticos induzido pro estreptozotocina) foram utilizados ratas da
linhagem Wistar, com 2 a 3 meses de idade, pesando entre 150 e 200 g,
provenientes da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Optou-se por
estes modelos animais devido ao fato de que os mesmos possuem sua
fisiologia semelhante à do homem, tendo seus aspectos intrínsecos
praticamente descritos em sua totalidade pela literatura.
Os procedimentos experimentais apresentados nesta dissertação
foram aprovados pelo Comissão de Ética no Uso de Animais –
CEUA/UNIVALI, sob pareceres números: 039/15 e 002/17 (ANEXO A e B).
4.3.2 Grupos experimentais
4.3.2.1 Grupos experimentais utilizando camundongos
Para a investigação farmacológica da atividade tipo-antidepressiva
em camundongos, os animais foram divididos em treze grupos experimentais
(n = 10), sendo eles:
61
Quadro 2 - Grupos de tratamento em camundongos
Grupo Tratamento, via de administração
Controle negativo Salina (NaCl 0,9%), v.o.*
Controle positivo Imipramina 20 mg/kg, v.o.
EHCRF 50 EHCRF 50 mg/kg, v.o.
EHCRF 100 EHCRF 100 mg/kg, v.o.
EHCRF 150 EHCRF 150 mg/kg, v.o.
EHCRF 300 EHCRF 300 mg/kg, v.o.
AMA 5 AMA 5 mg/kg, v.o.
AMA 15 AMA 15 mg/kg, v.o.
AMA 30 AMA 30 mg/kg, v.o.
AMB 3 AMB 3 mg/kg, v.o.
AMB 10 AMB 10 mg/kg, v.o.
AMB 30 AMB 30 mg/kg, v.o.
AMB 60 AMB 60 mg/kg, v.o.
*Administrações v.o. foram realizadas 60 min antes do experimento.
As doses foram definidas conforme trabalhos anteriores realizados
pelo Núcleo de Investigações Químico-Farmacêuticas (NIQFAR) da
Universidade do Vale do Itajaí, UNIVALI (GAZONI, 2009; FILLIPIN,
2010; COSTA, 2011).
As soluções foram administradas obedecendo um volume de 0.10
mL/peso corporal foi administrado nos animais.
4.3.2.2 Grupos experimentais utilizando ratos
Para a investigação farmacológica no comportamento tipo-
antidepressiva em ratos, os animais foram divididos em sete grupos
experimentais (n = 6-9), todos tratados durante 28 dias, sendo eles:
62
Quadro 3 - Grupos de tratamanto em ratas
Grupo Glicemia Tratamento, via de
administração
NOR Normoglicêmico Salina (NaCl 0,9%), i.p.
VEI Hiperglicêmico Imipramina 20 mg/kg, v.o.
INS Hiperglicêmico Insulina NPH 6UI, s.c.
IMI Hiperglicêmico Imipramina 20 mg/kg, i.p.
EHCRF Hiperglicêmico EHCRF 150 mg/kg, i.p.
AMA Hiperglicêmico AMA 5 mg/kg, i.p.
AMB Hiperglicêmico AMB 3 mg/kg, i.p.
O protocolo adotado foi baseado nos trabalhos de de Morais (2013),
com algumas modificações. O protocolo experimental está representado na
figura a seguir, e mais detalhes serão descritos ao longo da metodologia deste
estudo:
Figura 9 - Protocolo experimental
PE: pesagem; GLI: aferição da glicose; TCA: teste do campo aberto; TNF: teste do
nado forçado.
63
4.4 Avaliação da atividade tipo-antidepressiva de EHCRF em
camundongos
Avaliou-se a atividade tipo-antidepressiva de EHCRF (50, 100, 150
e 300 mg/kg, v.o.) utilizando os testes de nado forçado (TNF) e suspensão
pela cauda (TST), a ação sobre o sistema motor e depressor por meio do teste
do campo aberto (TCA) e sobre a anedonia de camundongos utilizando o
Splash test (ST).
4.4.1 Avaliação do efeito do EHCRF sobre o sistema motor e depressor
através do teste do campo aberto (TCA)
O TCA foi realizado com o intuito de verificar se o tratamento
utilizado não interferiria na mobilização do animal e, consequentemente, nos
resultados referentes a atividade tipo-antidepressiva, uma vez que os testes
da suspensão pela cauda e nado forçado exigem o processo de movimentação
do animal, tendo o sistema motor influência na resposta emitida.
O aparato utilizado para os experimentos com camundongos é
confeccionado em madeira (30 x 30 x 15 cm) com a frente de vidro para
melhor visualizar os animais. O interior do aparato é subdividido em nove
quadrantes. As dimensões podem variar conforme o tamanho do animal
estudado. O teste avalia efeitos inespecíficos de substâncias sobre o SNC bem
como o efeito de substâncias sobre o sistema motor dos animais. 60 minutos
após os tratamentos com EHCRF (50, 100, 150 e 300 mg/kg, v.o.), foram
observados os seguintes parâmetros: número de cruzamentos dos quadrantes
(Crossing) e número de tentativas de levantar o corpo sobre as patas traseiras
(Rearing), durante 6 minutos (OLIVEIRA et al., 2006).
4.4.2 Avaliação do efeito EHCRF sobre a depressão através do teste de
suspensão pela cauda (TSC)
A metodologia do TSC foi descrita por Steru et al (1985), com
modificações (Holzmann et al., 2014), para avaliar os possíveis efeitos
antidepressivos de substâncias. Nesse teste a parte terminal da cauda dos
camundongos foi fixada com fita adesiva, a uma altura de 50 cm do chão, em
64
um aparato de madeira com capacidade para 4 animais, os quais ficaram
isolados visível e acusticamente. O EHCRF (50, 100, 150 e 300 mg/kg, v.o.)
foi administrado 60 minutos antes do experimento. O tempo de observação
dos animais suspensos foi de 6 minutos, e foi analisado o tempo de
imobilidade dos animais. Substâncias com atividade tipo-antidepressiva
tendem a diminuir o tempo de imobilidade, aumentando o período de agitação
dos animais.
4.4.3 Avaliação do efeito EHCRF sobre a depressão através do teste do
nado forçado (TNF)
O TNF foi realizado conforme descrito por Rodrigues et al. (2002)
e padronizado por Holzmann (2014) em nossos laboratórios. Como controle
positivo foi utilizado imipramina (20 mg/kg, i.p.). O EHCRF (50, 100, 150 e
300 mg/kg, v.o.) foi administrado 60 minutos antes do experimento. Após o
tempo de administração dos tratamentos os animais foram colocados
individualmente num tanque de vidro (25 cm de altura e 10 cm de diâmetro),
cheio com água a uma temperatura de 24 a 25°C, durante 6 minutos. O tempo
de imobilidade dos animais foi utilizado como parâmetro, comportamento
este, que indica o estado de desesperança do animal após perceber que a fuga
do recipiente não será possível. Os animais foram considerados imóveis
quando realizaram movimentos necessários apenas para manter a cabeça em
cima da água (PORSOLT; BERTIN; JALFRE, 1977).
4.4.4 Avaliação do efeito EHCRF sobre a anedonia dos animais através
do Splash test (ST)
O ST, descrito anteriormente por Isingrini e colaboradores (2010),
consiste na vaporização de uma solução de sacarose a 10% sobre os animais
colocados de forma individual em um aparato de acrílico (9 x 7 x 11 cm). O
EHCRF (50, 100, 150 e 300 mg/kg, v.o.) foi administrado 60 minutos antes
do experimento. É um teste comportamental que avalia a anedonia dos
animais, desta forma, após a vaporização da solução de sacarose, são
cronometrados o tempo de latência e o tempo total de autolimpeza
(grooming) por um período de 5 minutos. Este teste é utilizado para avaliar o
65
comportamento motivacional e o autocuidado dos animais (WILLNER;
HALE; ARGYROPOULOS, 2005; YALCIN; AKSU; BELZUNG., 2005).
4.5 Análise do mecanismo de ação da atividade tipo-antidepressiva
Após constatar que o EHCRF (150 mg/kg, v.o.) apresentou efeito
tipo-antidepressivo no TSC, em um novo ciclo de experimentos, foi
investigado o mecanismo de ação da propriedade antidepressiva deste
extrato, por meio do mesmo teste. Após o TSC, foi realizado o TCA com os
mesmos animais, para investigar possível atuação no sistema motor dos
animais. Na avaliação do mecanismo de ação, foi investigado o sistema
monoaminérgico, serotonérgico, noradrenérgico e dopaminérgico. Os
camundongos foram divididos em quatro grupos distintos (n=10): controle
negativo (veículo), grupo tratado com EHCRF, antagonistas dos sistemas
avaliados e antagonista/EHCRF.
4.5.1 Avaliação da influência do sistema monoaminérgico sobre a
atividade tipo-antidepressiva do EHCRF
A fim de verificar o possível envolvimento do sistema
monoaminérgico no mecanismo de ação do EHCRF, os animais foram pré-
tratados com reserpina (2 mg/kg, i.p.), agente que causa depleção de
catecolaminas das vesículas sinápticas. Decorrido 18 horas após o tratamento
com reserpina, os animais receberam o EHCRF (150 mg/kg, v.o.) e/ou
veículo e foram submetidos ao TSC 60 minutos após o tratamento e logo
após, ao TCA (RABIEI; GHOLAMIN; RAFIEIAN-KOPAEI, 2016).
4.5.2 Avaliação da influência do sistema serotonérgico sobre a atividade
tipo-antidepressiva do EHCRF
A fim de verificar o possível envolvimento do sistema serotonérgico
no mecanismo de ação tipo-antidepressivo do EHCRF, os animais foram pré-
tratados durante 4 dias consecutivos com para-cloro-fenilalanina (PCPA -
100 mg/kg, i.p.), que inibe a enzima triptofano-hidroxilase, responsável pela
síntese de 5-HT, com isso, dos estoques de 5-HT no SNC são depletados.
66
Decorridas 24 horas após a última injeção de PCPA e/ou veículo, os animais
receberam EHCRF (150 mg/kg, v.o.) e foram submetidos ao TSC 60 minutos
após os tratamentos, seguido do TCA. A participação dos subtipos de
receptores serotonérgicos (5-HT1A e 5-HT2A) também foi investigada no
efeito tipo-antidepressivo do EHCRF. Para tanto, os animais foram pré-
tratados com NAN-190 (0,5 mg/kg, i.p., antagonista 5-HT1A), quetanserina
(5 mg/kg, i.p., antagonista 5-HT2A) e/ou veículo. Passados 30 minutos do
tratamento com os antagonistas, os animais receberam EHCRF (150 mg/kg,
v.o.) e decorridos 60 min foram avaliados no TSC, seguido do TCA. Para
verificar a influência do receptor serotonérgico subtipo 5-HT3, os
camundongos foram pré-tratados com ondasentrona (0,5 mg/kg, i.p.,
antagonista seletivo 5-HT3). Decorridos 30 min da administração, os animais
receberam EHCRF (150 mg/kg, v.o.) e, 60 min depois foram submetidos ao
TSC e TCA.
4.5.3 Avaliação da influência do sistema noradrenérgico sobre a
atividade tipo-antidepressiva do EHCRF
A fim de investigar o possível envolvimento do sistema
noradrenérgico no mecanismo de ação da propriedade tipo-antidepressiva do
EHCRF, os camundongos foram pré-tratados com prazosin (1 mg/kg, i.p.,
antagonista α1), ioimbina (1 mg/kg, i.p., antagonista α2), e/ou veículo, e após
30 minutos, receberam EHCRF (150 mg/kg, v.o.) 60 minutos após a
administração, os animais foram avaliados no TSC e TCA.
4.5.4 Avaliação da influência do sistema dopaminérgico sobre a atividade
tipo-antidepressiva do EHCRF
A fim de investigar o possível envolvimento do sistema
dopaminérgico no mecanismo de ação da propriedade tipo-antidepressiva, os
animais foram pré-tratados com haloperidol (0,2 mg/kg, i.p.), antagonista não
seletivo dos receptores de dopamina, e/ou veículo. Decorridos 30 minutos do
tratamento, o animais receberam EHCRF (150 mg/kg, v.o.) e após mais 60
minutos, foram analisados no TSC e TCA. Na investigação da via
dopaminérgica, também foi avaliada a participação dos receptores seletivos
67
de dopamina, utilizando os antagonistas SCH23390 (0,05 mg/Kg, i.p.,
antagonista D1) e o pimozide (0,2 mg/kg, i.p., antagonista D2) e/ou veículo,
30 minutos antes do tratamento com EHCRF (150 mg/kg, v.o.). Decorridos
60 minutos da administração dos antagonistas, os animais foram avaliados no
TSC e TCA.
4.6 Avaliação da atividade tipo-antidepressiva dos compostos isolados de
Rapanea ferruginea, AMA e AMB
Foi relevante avaliar se os dois compostos majoritários da planta, o
AMA e AMB, seriam os responsáveis pelo efeito tipo-antidepressivo do
EHCRF. Para a realização dos testes, os animais foram pré-tratados com
AMA (5, 15 e 30 mg/kg, v.o.) e AMB (3, 10, 30 e 60 mg/kg, v.o.), imipramina
e veículo. Após 60 minutos das administrações, os animais foram submetidos
ao TSC (item 4.3.2) seguido do TCA (item 4.3.1) e ST (item 4.3.4).
4.6.1 Avaliação do tempo de duração da atividade tipo-antidepressiva do
EHCRF, AMA e AMB
Com o intuito de avaliar o tempo de duração do efeito tipo-
antidepressivo do EHCRF, AMA e AMB, foi realizada uma análise temporal.
Nesse experimento, sete grupos diferentes de animais receberam o EHCRF
(150 mg/kg, v.o), AMA (5 mg/kg, v.o.) ou AMB (3 mg/kg, v.o.), e um grupo
o veículo. Passados 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 8 horas da administração do EHCRF,
AMA, AMB e/ou veículo, os animais foram submetidos ao TSC seguido do
TCA.
4.7 Avaliação do comportamento tipo-depressivo e dos parâmetros de
estresse oxidativo em ratos diabéticos induzido pro estreptozotocina
4.7.1 Indução de Diabetes
A indução de diabetes foi realizada conforme descrito por de Morais
(2013) e da Silva (2014). Após jejum por 8 horas (apenas de comida), o
diabetes foi induzido com uma única injeção STZ na dose de 75 mg/kg i.p.,
68
dissolvida em tampão citrato (10 mM, pH 4,5). A hiperglicemia em jejum nos
animais foi confirmada 72 horas após a administração de STZ, através de tiras
de refletância com amostra de uma gota de sangue retirada da cauda. A
glicemia dos animais foi aferida novamente ao final dos testes
comportamentais. Animais com a glicemia em jejum ≥250 mg/dL foram
considerados hiperglicêmicos e mantidos no estudo. Todos os animais foram
observados diariamente e pesados a cada 7 dias ( totalizando 4 pesagens)
durante o período de experimento.
4.7.1.1 Hemoglobina glicada
A hemoglobina glicada (HbA1) foi determinada por resina de
permuta-iónica de acordo com as instruções do fabricante (Trinity biotech,
Brasil). As amostras de sangue foram misturadas com reagente de lise para
preparar um hemolizado. A preparação hemolizada é então misturada durante
5 minutos com resina catiônica que se liga a hemoglobina (HbAO). Após
centrifugação, a HbA1 é determinada no sobrenadante. A absorvência foi
determinada a 405 nm e o resultado foi expresso em percentagem de HbA1.
4.7.2 Teste do campo aberto (TCA)
Após o 28º dia do tratamento crônico, foi realizado o TCA, de
acordo com Santiago e colaboradores (2010). Os animais serão colocados
individualmente em um aparato de campo aberto retangular (40 cm x 50 cm
x 63 cm) com o chão dividido em 6 retângulos. A atividade exploratória
(rearings) e o número de cruzamentos de linhas com as quatro patas
(crossings) foram contados durante 5 minutos. Esse teste foi realizado
principalmente para observar se o procedimento de indução de diabetes ou os
tratamentos com INS, IMI, EHCRF, AMA e AMB interferem na atividade
locomotora dos animais, evitando resultados falso-negativos ou falso-
positivos.
69
4.7.3 Teste do nado forçado (TNF)
O TNF foi realizado logo após o TCA, segundo a metodologia de
Porsolt et al. (1978) com algumas modificações. O teste foi conduzido por
duas sessões. A primeira sessão foi o pré-teste, a qual os ratos foram
colocados individualmente para nadar em um tanque com água (30 cm x 40
cm de altura, contendo 25 cm de água a 24 ± 1 °C), durante 5 minutos. 24
horas após, os animais foram submetidos novamente para nadar no tanque de
água (sessão teste). Durante a sessão teste foi cronometrado o tempo total de
imobilidade (exceto leves movimentos leves necessários para flutuar) e o
tempo de latência para o primeiro episódio de imobilidade (WAYHS et al.,
2010). Depois de cada sessão (pré-teste e teste), os animais foram removidos
e colocados em uma caixa separada para secagem, e depois serão colocados
novamente em suas caixas habituais.
4.7.4 Avaliação de parâmetros oxidativos
4.7.4.1 Preparação das amostras
Os animais foram tratados durante 28 dias conforme os tratamentos
já descritos no item 4.3.2.2; sendo que 24 horas após a última administração,
os mesmos foram eutanasiados pelo método da guilhotina, para que não
houvesse interferência nos resultados bioquímicos. Rapidamente, o córtex
pré-frontal (CPF) e o hipocampo (HIP) dos animais de todos grupos
experimentais foram dissecados, sendo homogeneizados separadamente em
200 mM de tampão fosfato de sódio (pH 6,5) a 4°C. O sangue total também
foi coletado em tubo previamente heparinizado e levando à centrifugação a
1000 rpm, durante 5 minutos, com o propósito de separação do plasma.
Os homogenatos foram utilizados para determinação da glutationa
redutase (GSH) e níveis de peroxidação lipídica (LOOH) e depois
centrifugado a 9000 rpm por 20 minutos. O sobrenadante foi utilizado para
determinação da atividade da superoxido dismutase (SOD) e catalase (CAT).
70
4.7.4.2 Mensuração da concentração de proteínas
A concentração de proteínas foi mensurada em espectrofotômetro a
590 nm utilizando o reagente de Bradford (Amresco®) e albumina bovina
(0,012 – 0,100 mg/ml) foi utilizada como curva padrão.
4.7.4.3 Quantificação dos níveis de GSH
Para quantificar os níveis de GSH foi utilizado o método de Sedlak
e Lindsay (1968), com algumas modificações. Nos microtubos de
polipropileno foi adicionado 50 µL dos homogenatos ou plasma, preparados
como descrito anteriormente, e 40 µL de ácido tricloroacético (ATC) 12,5%,
e foi centrifugado por 15 minutos (4000 rpm, 4ºC). Posteriormente foi
adicionado uma alíquota de 20 μL do sobrenadante, seguido de 270 μL de
TRIS 0,4 M (pH 8,9) e 10 μL de 5,5’-ditiobis 2-ácido nitrobenzóico (DTNB)
1 mM em uma placa de 96 poços. Para a realização do branco foi utilizado
300 µL de TRIS 0,4 M (pH 8,9). Em seguida foi realizada a leitura em
espectrofotômetro (415 nm). Os valores individuais foram interpolados em
uma curva padrão de GSH (1,23–9,9 μg/mL), com os valores expressos em
μg de GSH/g de tecido.
4.7.4.4 Determinação da atividade enzimática da superóxido dismutase
(SOD)
A atividade enzimática da SOD foi determinada através da
capacidade desta enzima em inibir a auto-oxidação do pirogallol
(MARKLUND; MARKLUND, 1974). Em um microtubos de polipropileno
foi adicionado 442,5 μL de tampão Tris/EDTA (pH= 8,5) e 40 µL do
sobrenadante da amostra. A mistura reacional acrescida da amostra foi
homogeneizada e acrescentado 25 µL de pirogallol. Posteriormente o meio
reacional foi armazenado em temperatura ambiente por 20 minutos. Ao
término do período de incubação, foi adicionado 12,5 µL de HCl 1M, com o
objetivo de parar a reação. Os microtubos de polipropileno foram
centrifugados por 4 minutos (14000 rpm, 4ºC). Em uma placa de 96 poços
foram adicionados 300 µL do sobrenadante. A absorbância foi quantificada
no espectrofotômetro (405-440 nm). Os resultados foram comparados com o
71
controle (tampão Tris-EDTA com pirogallol sem incubação + média sem
amostra sem incubação), sendo este valor igual a 100%. A quantidade de
proteína que inibe a reação em 50% (IC50) equivale a 1 unidade (U) de SOD.
Os resultados foram expressos em U de SOD/mg de proteína.
4.7.4.5 Quantificação da atividade da enzima catalase (CAT)
A metodologia a ser utilizada foi descrita por Aebi (1984) com
algumas modificações. Para isso, os homogenatos foram centrifugados por
20 minutos a 9000 RPM a uma temperatura de 4ºC. Posteriormente, 20 µL
do sobrenadante foi transferido para uma cubeta de quartzo com 1960 µL de
solução de reação (Tampão Tris/ EDTA 5mM, pH 8,0; peróxido de
hidrogênio 30%; água ultrapura). O decréscimo da absorbância foi medido
em comprimento de onda de 240 nm por 1 minuto. Os resultados foram
expressos em μmol de H2O2 consumidos/min/g de tecido.
4.7.4.6 Determinação do teor de hidroperóxidos lipídicos (LOOH)
Para avaliar o dano no tecido cerebral produzido pelo estresse
oxidativo ocasionado pela peroxidação lipídica, foi utilizado o método de
Jiang; Hunt, Wolff, (1992). Primeiramente, em 100 μL de homogenato foi
adicionado 10 μL de metanol, homogeneizados e levados a centrifuga por 20
minutos (9000 rpm, 4ºC). Posteriormente, em uma placa de 96 poços foi
adicionado 30 μL do sobrenadante e 140 μL do meio reacional (4 mM
hidroxitolueno butilado, 250 mM FeSO4, 25 mM H2SO4 e 100 mM xilenol
laranja). A placa permaneceu por 30 min ao abrigo da luz, e após esse período
foi realizada leitura em espectrofotômetro (560 nm) e a concentração de
LOOH foi ajustada a 1 mg de tecido. Os resultados foram expressos em
mmol/mg de tecido, utilizando o coeficiente de extinção de 43.6/M/cm de
H2O2.
4.8 Análise estatística
Foi utilizado o software GraphPad ® versão 6.0 e Microsoft Excel
® 2013 para tratamento dos dados. Os resultados obtidos foram avaliados
estatisticamente através da análise de variância de uma ou duas vias
72
(ANOVA), quando aplicável, seguido do Teste de Tukey. Os dados foram
apresentados como médias seguido do erro padrão médio (EPM). Foram
considerados significativos os resultados com P<0,05.
73
5 RESULTADOS
5.1 Análise por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)
Os compostos isolados dos extratos de R. ferrugínea foram
submetidos a técnicas de CCD e, posteriormente, foram submetidos da
técnica de CLAE, afim de comprovar sua identificação e também pureza.
As análises foram comparadas com padrão disponível no laboratório
e também com a literatura (ZERMIANI, 2015; 2016). O composto
identificado como AMB apresentou RT de 15,58 min e 98,77% de pureza,
enquanto o AMA apresentou tempo de rentenção (RT) de 16,05 min e
91,85% de pureza, ambos os RTs condizentes com a literatura para a
metodologia utilizada (ZERMIANI, 2015; 2016).
Afim de avaliar a quantidades dos compostos isolados presentes nos
extratos das cascas de R. ferrugínea (EHCRF-1 e EHCRF-2), ambos foram
analisados através de CLAE. Tanto em EHCRF-1 quanto em EHCRF-2), foi
possível identificar a presença dos compostos isolados neste estudo, AMA e
AMB, entretanto, ocorreram diferenças importantes em relação as
concentrações destes componentes.
No EHCRF-1, foi identificado menor concentração de AMA
(245,11 µg/mL), e maior concentração de AMB (360,16 µg/mL), enquanto
que no EHCRF-2 os resultados foram invertidos, foram evidenciados, 239,69
µg/mL de AMA e 650,38 µg/mL de EMB. Essa diferença pode ser observada
devido a diferença na época de maceração do extrato. Sabe-se que o maior
tempo de armazenamento (EHCRF-2), diminui a humidade presente e
também pode favorecer algumas reações bioquímicas como oxidações, oxi-
reduções, entre outras, dependedo da espécie vegetal, temperatura, humidade
e tempo em que ficaram armazenadas (AKINYELE et al., 2017).
É importante ressaltar que a diferença entre as concentrações destes
compostos poderá resultar em diferentes resultados de atividade biológica,
principalmente se um deles for o composto responsável por tal ação.
5.2 Efeito tipo-antidepressivo do EHCRF em camundongos
O efeito do tratamento de EHCRF sobre o parâmetro
comportamental tempo de imobilidade observado no TSC e TNF é mostrado
na Figura 9A e 9B, respectivamente. O EHCRF nas doses de 100, 150 e 300
74
mg/kg diminuiu tempo de imobilidade no TSC [F(5, 44) = 35,22, P<0,0001]
e, nas doses de 150 e 300 no TNF [F(5, 41) = 16,88, p<0,0001].
No comportamento de autolimpeza no ST, todas as doses testadas
aumentaram o tempo de autocuidado de forma significativa, semelhante ao
resultado apresentado pela imipramina [F(5, 42) = 17,12, P<0,0001] (figura
9). No TCA (figura 5E) o EHCRF não promoveu nenhuma alteração na
atividade locomotora dos camundongos, quando comparado ao grupo
controle [F(4, 30) = 0,4441, P= 0,7757].
Considerando que o EHCRF na dose de 150 mg/kg, v.o. foi tão
eficaz quanto a dose de 300 mg/kg na redução do tempo de imobilidade no
TSC, esta dose foi escolhida para todos os experimentos subsequentes na
investigação dos mecanismos envolvidos no efeito tipo-antidepressivo. Além
disso, o TSC apresentou maior sensibilidade frente ao TNF na redução da
imobilidade dos animais, e por isso foi o teste de escolha para a realização
dos demais experimentos.
75
Figura 10 - Efeito tipo-antidepressivo da administração do EHCRF em camundongos,
no TSC, TNF e ST.
V e íc u lo 2 0 5 0 1 0 0 1 5 0 3 0 0
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5 0
1 0 0
1 5 0
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V e íc u lo 2 0 5 0 1 0 0 1 5 0 3 0 0
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V e íc u lo 2 0 5 0 1 0 0 1 5 0 3 0 0
0
5 0
1 0 0
1 5 0
ET C A
Efeito da administração de EGCRF (50, 100, 150 e 300 mg/kg, v.o.) e imipramina (20
mg/kg, v.o.) no tempo de imobilidade no TSC (A), TNF (B), latência para a
autolimpeza (C) e tempo total de autolimpeza (D) no ST, e número de cruzamentos
no TCA (E). EHCRF foi administrado 60 minutos antes dos testes. Os valores foram
expressos como média ± EPM (n=8-10). *P<0,05 e ****P<0,0001 quando comparado
com o grupo controle tratado com salina; +P<0,05, ++P<0,01 e ++++P<0,0001
quando o grupo tratado é comparado com o próximo grupo tratado com dose maior;
#P<0,05, ##P<0,01 e ####P<0,0001 quando comparado com o grupo controle tratado
com imipramina (ANOVA de uma via seguida do teste de Tukey).
76
5.3 Determinação do mecanismo de ação monoaminérgico da atividade
tipo-antidepressiva do EHCRF
Após observar melhor atividade tipo-antidepressiva de EHCRF
sobre TSC, foi avaliado o possível mecanismo de ação do extrato sobre o
sistema monoaminérgico de camundongos, principal sistema responsável
pelo mecanismo de ação de fármacos antidepressivos.
5.3.1 Avaliação do sistema monoaminérgico sobre a atividade tipo-
antidepressiva do EHCRF
O pré-tratamento dos animais com reserpina (2 mg/kg, i.p.), 18 horas
antes da administração do EHCRF, foi capaz de impedir o efeito tipo-
antidepressivo no TSC (figura 10) (Pré-tratamento com reserpina [F(1, 29) =
13,74, P=0,0009], tratamento com EHCRF [F(1, 29) = 193,9, P<0,0001],
interação reserpina × EHCRF [F(1, 29) = 36,81, P<0,0001]. A administração
de reserpina sozinha ou associada com EHCRF (figura 10A) alterou a
atividade locomotora no TCA (figura 10B). Pré-tratamento com reserpina
[F(1, 33) = 3,253, P=0,0804], tratamento com EHCRF [F(1, 33) = 2120,
P<0,0001], interação reserpina × EHCRF [F(1, 33) = 4,444, P=0,0427].
Figura 11 - Influência da reserpina no efeito tipo-antidepressivo de EHCRF
Te
mp
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mo
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ida
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C o n tro le E C
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1 0 0
2 0 0
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C o n tro le E C
0
5 0
1 0 0
1 5 0
# # # #
B
* * * *
Efeito do pré-tratamento dos camundongos com reserpina (2 mg/kg, i.p.), 18 horas
antes da administração do EHCRF no efeito anti-imobilidade no TSC (figura A) e no
número de cruzamentos no TCA (figura B). Os valores foram expressos como média
± EPM (n=8-10). ****P<0,0001 quando comparados com o grupo controle tratado
77
com salina; #### P<0,0001 comparado com o mesmo grupo pré-tratado com salina
(ANOVA de duas vias seguida do teste de Tukey).
5.3.2 Avaliação do sistema serotonérgico
Para a avaliação da influência do sistema serotonérgico na atividade
tipo-antidepressiva do EHCRF, foram utilizados: PCPA (p-clorofenilalanina,
inibidor da enzima triptofano hidroxilase); NAN-190, (antagonista seletivo
de receptores serotonérgicos 5-HT1A); quetanserina (antagonista do receptor
serotonérgico 5-HT2A); e ondansetrona (antagonista do receptor
serotonérgico 5-HT3).
O pré-tratamento dos camundongos com o PCPA (100 mg/kg, i.p.),
foi capaz de impedir o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF (Figura 11).
ANOVA de duas vias revelou diferenças significativas entre o pré-tratamento
com PCPA [F(1, 24) = 3,138, P=0,0892], tratamento com EHCRF [F(1, 24)
= 133,8, P<0,0001], interação PCPA × EHCRF [F(1, 24) = 78,81, P<0,0001].
O tratamento com PCPA isolado não foi capaz de alterar a atividade
locomotora no TCA, porém, quando combinado PCPA com o EHCRF
(Figura 11B), a atividade locomotora no TCA foi diminuída. Pré-tratamento
com PCPA [F(1, 33) = 44,98, P<0,0001], tratamento com EHCRF [F(1, 33)
= 9,551, P=,0040], interação PCPA × EHCRF [F(1, 33) = 4,173, P=0,0491].
Para a continuar a avaliação do sistema serotonérgico, foi
administrado NAN-190. Este foi capaz de impedir o efeito tipo-
antidepressivo do EHCRF (Pré-tratamento com NAN-190 [F(1, 24) = 0,9026,
P=0,3515], tratamento com EHCRF [F(1, 24) = 97,68, P<0,0001], interação
NAN-190 × EHCRF [F(1, 24) = 49,04, P<0,0001] (figura 12A). A
administração de NAN-190 isolado ou em combinação com o EHCRF (figura
12B) não alterou a atividade locomotora dos animais no TCA. Pré-tratamento
com NAN-190 [F(1, 26) = 14,21, P=0,0009], tratamento com EHCRF [F(1,
26) = 12,68, P=0,0015], interação NAN-190 × EHCRF [F(1, 26) = 0,250,
P=0,6206].
78
Figura 12 - Influência de PCPA no efeito tipo-antidepressivo da administração de
EHCRF T
em
po
de
im
ob
ilid
ad
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C o n tro le E C
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1 5 0
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C o n tro le E C
0
5 0
1 0 0
1 5 0 B
# # # #* *
Efeito do pré-tratamento dos camundongos com PCPA (100 mg/kg, i.p.), durante 4
dias consecutivos anteriores à administração do EHCRF no efeito de anti-imobilidade
no TSC (figura 6A) e no número de cruzamentos no TCA (figura 6B). Os valores
foram expressos como média ± EPM (n=8-10). ****P<0,0001 quando comparados
com o grupo controle tratado com salina; ####P<0,0001 comparado com o mesmo
grupo pré-tratado com salina (ANOVA de duas vias seguida do teste de Tukey).
Para a avaliação da influência do subtipo de receptor serotonérgico
5-HT2A, foi utilizada a quetanserina (5 mg/kg, i.p.) como antagonista. Os
resultados demonstram que o bloqueio deste receptor, foi capaz de impedir o
efeito tipo-antidepressivo do EHCRF (figura 13A) (Pré-tratamento com
quetanserina [F(1, 24) = 32,80, P<0,0001], tratamento com EHCRF [F(1, 24)
= 268,1, P<0,0001], interação quetanserina X EHCRF [F(1, 24) = 99,26,
P<0,0001]. O tratamento dos camundongos com quetanserina isolada ou
combinada com o EHCRF (figura 13B) causou uma diminuição da atividade
locomotora no TCA. Pré-tratamento com quetanserina [F(1, 33) = 3,241,
P=0,0810], tratamento com EHCRF [F(1, 33) = 18,01 P=0,0002],
interação quetanserina X EHCRF [F (1, 33) = 0,04596, P=0,8316].
79
Figura 13 - Influência do NAN-190 no efeito tipo-antidepressivo da administração
de EHCRF
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mp
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mo
bil
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C o n tro le E C
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C o n tro le E C
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5 0
1 0 0
1 5 0 B
*
Efeito do pré-tratamento dos camundongos com NAN-190 (0,5 mg/kg, i.p.), 30 min
antes da administração do EHCRF no efeito anti-imobilidade no TSC (figura A) e no
número de cruzamentos no TCA (figura B). Os valores foram expressos como média
± EPM (n=8-10). ****P<0,0001 quando comparados com o grupo controle tratado
com salina; #### P<0,0001 comparado com o mesmo grupo pré-tratado com salina
(ANOVA de duas vias seguida do teste de Tukey).
Figura 14 - Influência da quetanserina no efeito tipo-antidepressivo da administração
EHCRF
Te
mp
o d
e i
mo
bil
ida
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C o n tro le E C
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1 0 0
1 5 0
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C o n tro le E C
0
5 0
1 0 0
1 5 0
* #
B
Efeito do pré-tratamento dos camundongos com quetanserina (5 mg/kg, i.p.), 30 min
antes da administração do EHCRF no efeito anti-imobilidade no TSC (figura A) e no
número de cruzamentos no TCA (figura B). Os valores foram expressos como média
± EPM (n=8-10). *P<0,05 e ****P<0,0001 quando comparados com o grupo controle
tratado com salina; #P<0,05 e ####P<0,0001 quando comparados com o mesmo
grupo pré-tratado com salina (ANOVA de duas vias seguida do teste de Tukey).
Também foi avaliada a influência do subtipo de receptor
serotonérgico 5-HT3, ondasentrona (0,5 mg/kg, i.p.) como antagonista. Os
80
resultados demonstram que o pré-tratamento dos animais com ondasentrona
reverteu o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF (figura 14A): pré-tratamento
com ondasentrona [F(1, 23) = 64,17,P<0,0001], tratamento com EHCRF
[F(1, 23) = 67,79, P<0,0001], interação ondasentrona X EHCRF [F(1, 23) =
255,1, P<0,0001]. O tratamento dos camundongos com ondasentrona isolada
ou combinada com o EHCRF (figura 14B) não alterou a atividade locomotora
no TCA. Pré-tratamento com ondasentrona [F(1, 25) = 16,56, P=0,0004],
tratamento com EHCRF [F(1, 25) = 3,188, P = 0,0863], interação
ondasentrona X EHCRF [F(1, 25) = 0,2100, P=0,6507].
Figura 15 - Influência da ondansetrona no efeito tipo-antidepressivo da administração
EHCRF
Te
mp
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mo
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C o n tro le E C
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1 5 0
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C o n tro le E C
0
5 0
1 0 0
1 5 0B
*
Efeito do pré-tratamento dos camundongos com ondansetrona (0,5 mg/kg, i.p.), 30
min antes da administração do EHCRF no efeito anti-imobilidade no TSC (figura A)
e no número de cruzamentos no TCA (figura B). Os valores foram expressos como
média ± EPM (n=8-10). ****P<0,0001 quando comparado com o grupo controle
tratado com salina; ####P<0,0001 quando comparados com o mesmo grupo pré-
tratado com salina (ANOVA de duas vias seguida do teste de Tukey).
5.3.3 Avaliação do sistema noradrenérgico
Para a avaliação da influência do sistema noradrenérgico na
atividade tipo-antidepressiva do EHCRF, foram utilizados prazosin
(antagonista α1 adrenérgico) e ioimbina (antagonista α2 adrenérgico).
O pré-tratamento dos camundongos com prazosin (1 mg/kg, i.p.) foi
capaz de impedir o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF (figura 15A). Pré-
tratamento com prazosin [F(1, 27) = 95,84, P<0,0001], tratamento com
81
EHCRF [F(1, 27) = 128,8, P<0,0001], interação prazosin X EHCRF [F(1, 27)
= 163,8, P<0,0001]. A administração de prazosin isolado ou combinado com
o EHCRF (figura 15B) alterou a atividade locomotora dos camundongos no
TCA, diminuindo a mesma. Pré-tratamento com prazosin [F(1, 31) = 0,6520,
P=0,4256], tratamento com EHCRF [F(1, 31) = 136,4, P<0,0001], interação
prazosin X EHCRF [F(1, 31) = 0,2857, P=0,5968].
Figura 16 - Influência de prazosin no efeito tipo-antidepressivo da administração
EHCRF
Te
mp
o d
e i
mo
bil
ida
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(s
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C o n tro le E C
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5 0
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C o n tro le E C
0
5 0
1 0 0
1 5 0
# # # #* * * *
Efeito do pré-tratamento dos camundongos com prazosin (1 mg/kg, i.p.), 30 min antes
da administração do EHCRF no efeito anti-imobilidade no TSC (figura A) e no
número de cruzamentos no TCA (figura B). Os valores foram expressos como média
± EPM (n=8-10). ****P<0,0001 quando comparado com o grupo controle tratado
com salina; ####P<0,0001 quando comparados com o mesmo grupo pré-tratado com
salina (ANOVA de duas vias seguida do teste de Tukey).
O pré-tratamento dos camundongos com ioimbina (1 mg/kg, i.p.) foi
capaz de impedir o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF (figura 16A). Pré-
tratamento com ioimbina [F(1, 26) = 296,4, P<0,0001], tratamento com
EHCRF [F(1, 26) = 6,743, P=0,0153], interação ioimbina X EHCRF [F(1,
26) = 296,4, P<0,0001]. A administração de ioimbina isolado ou
combinado com o EHCRF (figura 16B) não causou alteração da atividade
locomotora dos camundongos no TCA. Pré-tratamento com ioimbina [F(1,
30) = 0,5347, P=0,4703], tratamento com EHCRF [F(1, 30) = 1,439,
P=0,2397], interação ioimbina X EHCRF [F(1, 30) = 0,9139, P=0,3467].
82
Figura 17 - Influência de ioimbina no efeito tipo-antidepressivo da administração
EHCRF T
em
po
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ob
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C o n tro le E C
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C o n tro le E H C R F
0
5 0
1 0 0
1 5 0 B
Efeito do pré-tratamento dos camundongos com ioimbina (1 mg/kg, i.p.), 30 min antes
da administração do EHCRF no efeito anti-imobilidade no TSC (figura A) e no
número de cruzamentos no TCA (figura B). Os valores foram expressos como média
± EPM (n=8-10). ****P<0,0001 quando comparado com o grupo controle tratado
com salina; ####P<0,0001 quando comparados com o mesmo grupo pré-tratado com
salina (ANOVA de duas vias seguida do teste de Tukey).
5.3.4 Avaliação do sistema dopaminérgico
Para a avaliação da influência do sistema dopaminérgico na
atividade tipo-antidepressiva do EHCRF, foram utilizados haloperidol (0,2
mg/kg, i.p., antagonista dopaminérgico não seletivo), SCH23390 (0,05
mg/kg, i.p.; antagonista dopaminérgico D1) e pimozide (0,2 mg/kg, i.p.;
antagonista dopaminérgico D2).
O pré-tratamento dos camundongos com haloperidol (0,2 mg/kg,
i.p.) foi capaz de impedir o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF (figura
17A). Pré-tratamento com haloperidol [F(1, 23) = 395,0, P<0,0001],
tratamento com EHCRF [F(1, 23) = 4,694, P=0,0409], interação haloperidol
X EHCRF [F(1, 23) = 66,84, P<0,0001]. A administração de haloperidol
isolado ou combinado com o EHCRF (figura 17B) não causou alteração da
atividade locomotora dos camundongos no TCA. Pré-tratamento com
haloperidol [F(1, 29) = 12,73, P=0,0013], tratamento com EHCRF [F(1, 29)
= 0,03972, P=0,8434], interação haloperidol X EHCRF [F(1, 29) = 0,03660,
P=0,8496].
83
Figura 18 - Influência de haloperidol no efeito tipo-antidepressivo da administração
EHCRF T
em
po
de
im
ob
ilid
ad
e (
s)
C o n tro le E H C R F
0
1 0 0
2 0 0
3 0 0
4 0 0
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H a lo p e r id o l (0 ,2 m g /k g )
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* * * *# # # #
* * * *
Nú
me
ro d
e C
ruz
am
en
tos
C o n tro le E H C R F
0
5 0
1 0 0
1 5 0 B
Efeito do pré-tratamento dos camundongos com haloperidol (0,2 mg/kg, i.p.), 30 min
antes da administração do EHCRF no efeito anti-imobilidade no TSC (figura A) e no
número de cruzamentos no TCA (figura B). Os valores foram expressos como média
± EPM (n=8-10). ****P<0,0001 quando comparado com o grupo controle tratado
com salina; ####P<0,0001 quando comparados com o mesmo grupo pré-tratado com
salina (ANOVA de duas vias seguida do teste de Tukey).
O pré-tratamento dos camundongos com SCH23390 (0,05 mg/kg,
i.p.) foi capaz de impedir o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF (figura
18A). Pré-tratamento com SCH23390 [F(1, 26) = 117,1, P<0,0001],
tratamento com EHCRF [F(1, 26) = 5,455, P=0,0275], interação SCH23390
X EHCRF [F(1, 26) = 18,33, P=0,0002]. A administração de SCH23390
isolado ou combinado com o EHCRF (figura 18B) não causou alteração da
atividade locomotora dos camundongos no TCA. Pré-tratamento com
SCH23390 [F(1, 28) = 10,36, P=0,0033], tratamento com EHCRF [F(1, 28)
= 17,70, P=0,0002], interação SCH23390 X EHCRF [F(1, 28) = 0,5172,
P=0,4780].
O pré-tratamento dos camundongos com pimozide (0,2 mg/kg, i.p.)
foi capaz de impedir o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF (figura 19A).
Pré-tratamento com pimozide [F(1, 25) = 1,973, P=0,1724], tratamento com
EHCRF [F(1, 25) = 17,20, P=0,0003], interação pimozide X EHCRF [F(1,
25) = 77,37, P<0,0001]. A administração de pimozide isolado ou combinado
com o EHCRF (figura 19B) alterou a atividade locomotora dos camundongos
no TCA, diminuindo a mesma. Pré-tratamento com pimozide [F 1, 28) =
43,36, P<0,0001], tratamento com EHCRF [F(1, 28) = 9,848, P=0,0040],
interação prazosin X EHCRF [F(1, 28) = 4,814,P=0,0367].
84
Figura 19 - Influência de SCH23390 no efeito tipo-antidepressivo da administração
EHCRF T
em
po
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im
ob
ilid
ad
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s)
C o n tro le E H C R F
0
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1 5 0
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A * * * # # # #
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am
en
tos
C o n tro le E H C R F
0
5 0
1 0 0
1 5 0
* * *
Efeito do pré-tratamento dos camundongos com SCH23390 (0,05 mg/kg, i.p.), 30 min
antes da administração do EHCRF no efeito anti-imobilidade no TSC (figura A) e no
número de cruzamentos no TCA (figura B). Os valores foram expressos como média
± EPM (n=8-10). ***P<0,001 quando comparado com o grupo controle tratado com
salina; ####P<0,0001 quando comparados com o mesmo grupo pré-tratado com salina
(ANOVA de duas vias seguida do teste de Tukey).
Figura 20 - Influência de pimozide no efeito tipo-antidepressivo da administração
EHCRF
Te
mp
o d
e i
mo
bil
ida
de
(s
)
C o n tro le E C
0
5 0
1 0 0
1 5 0
2 0 0
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# # # #* * * *
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ro d
e C
ruz
am
en
tos
C o n tro le E C
0
5 0
1 0 0
1 5 0
# # # #*
Efeito do pré-tratamento dos camundongos com pimozide (0,2 mg/kg, i.p.), 30 min
antes da administração do EHCRF no efeito anti-imobilidade no TSC (figura A) e no
número de cruzamentos no TCA (figura B). Os valores foram expressos como média
± EPM (n=8-10). ****P<0,001 quando comparado com o grupo controle tratado com
salina; ####P<0,0001 quando comparados com o mesmo grupo pré-tratado com salina
(ANOVA de duas vias seguida do teste de Tukey).
85
5.4 Efeito tipo-antidepressivo dos compostos isolados ácido mirsinóico A
e B em camundongos
Na figura 16 estão representados resultados da avaliação do efeito
tipo- antidepressivo de dois dos compostos majoritários presentes no
EHCRF, o AMA (5, 15 e 30 mg/kg, v.o.) e AMB (3, 10, 30 e 60 mg/kg, v.o.).
O AMA 5 mg/kg foi a menor dose capaz de promover diminuição no tempo
de imobilidade dos camundongos no TSC [F(4,32) = 72,29, P<0,0001]
(figura 20A), sem alterar a atividade locomotora, quando comparado ao
grupo controle [F(5,30) = 0,41, P=0,74] (figura 20B). No comportamento de
autolimpeza no ST, as doses de 5 e 15 mg/kg aumentaram o tempo de
autocuidado de forma significativa, semelhante ao resultado apresentado pela
imipramina (F (4, 35) = 11,90, P<0,0001) (figura 20C e 20D). A imipramina
(20 mg/kg, v.o.) usada como controle positivo, reduziu o tempo de
imobilidade no TSC e aumentou o tempo de autolimpeza no ST [F(5,35)=
105,1, P<0,0001] (figura 20A e 20D).
A dose de 3 mg/kg foi a menor dose do AMB capaz de promover
diminuição no tempo de imobilidade dos camundongos no TSC [F(5,35) =
77,86, P<0,0001] (figura 21A), sem alterar a atividade locomotora, quando
comparado ao grupo controle [F(5,35) = -1,85, P=0,98] (figura 21B). No
comportamento de autolimpeza no ST, a dose de 3 mg/kg aumentou o tempo
de autocuidado de forma significativa, semelhante ao resultado apresentado
pela imipramina [F(5, 43) = 28,41, P<0,0001) (figura 21D). A imipramina
(20 mg/kg, v.o.) usada como controle positivo, reduziu o tempo de
imobilidade no TSC [F(5,35) = 105,1, P<0,0001] e aumentou o tempo total
de autolimpeza (figura 21A e 21C).
86
Figura 21 - Efeito tipo-antidepressivo da administração de AMA em camundongos
V e íc u lo 2 0 5 1 5 3 0
0
5 0
1 0 0
1 5 0
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0
5 0
1 0 0
1 5 0 D
* * * *
* * ** * *
#
S T
Efeito da administração de AMA (5, 15 e 30 mg/kg, v.o.) e imipramina (20 mg/kg,
i.p.) no tempo de imobilidade no TSC (A), no número de cruzamentos no TCA (B),
no tempo de latência (C) e tempo total de autolimpeza (D) no SP. Os valores foram
expressos como média ± EPM (n=8-10). *0,05, ***P<0,001 e ****P<0,0001 quando
comparado com o grupo controle tratado com salina; ++P<0,01, +++P<0,001 e
++++P<0,0001 quando comparado com o grupo imipramina (ANOVA de uma via
seguida do teste de Tukey).
87
Figura 22 - Efeito tipo-antidepressivo da administração de AMB em camundongos
V e íc u lo 2 0 3 1 0 3 0 6 0
0
5 0
1 0 0
1 5 0
A M B (m g /k g , v .o .)
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en
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V e íc u lo 2 0 3 1 0 3 0 6 0
0
5 0
1 0 0
1 5 0 BT C A
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V e íc u lo 2 0 3 1 0 3 0 6 0
0
1 0
2 0
3 0
4 0
5 0 C
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# # # #
ST
Te
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o d
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uto
lim
pe
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(s
)
V e íc u lo 2 0 3 1 0 3 0 6 0
0
5 0
1 0 0
1 5 0 D
* * * *
* * * *
*
# #
# # # # # # #
ST
Efeito da administração de AMB (3, 10, 30 e 60 mg/kg, v.o.) e imipramina (20 mg/kg,
i.p.) no tempo de imobilidade no TSC (A) , no número de cruzamentos no TCA (B),
no tempo de latência (C) e tempo total de autolimpeza (D) no SP. Os valores foram
expressos como média ± EPM (n=8-10). *0,05, **P<0,01, ***P<0,001 e
****P<0,0001 quando comparado com o grupo controle tratado com salina (ANOVA
de uma via seguida do teste de Tukey).
5.5 Avaliação do tempo de duração da atividade tipo-antidepressiva do
EHCRF, AMA e AMB
Na figura 22 estão representados os resultados sobre o tempo de ação
da atividade tipo-antidepressiva do EHCRF. O tratamento com EHCRF (150
mg/kg, v.o) produziu um efeito significativo ao reduzir o tempo de
imobilidade dos animais, após 1 h [F(7,57) = 64,56, P<0,0001], 2 h [F(7,57)
= 38,84, p<0,0001] e 3 h [F(7,57) = 21,11, P<0,001] da sua administração,
quando comparado com o grupo controle tratado com veiculo (figura 22A).
O tratamento com EHCRF não produziu qualquer alteração no número de
cruzamentos durante as 4 horas após a administração, indicando que não
ocorre perturbação locomotora [F(7,70) = 1,99, P=0,0676] (figura 22B). O
88
efeito tipo-antidepressivo permaneceu significativo até 3 horas, no entanto
este efeito foi abolido em 4 horas. Considerando estes dados, todos os
experimentos foram realizados usando 1 hora como intervalo de tempo para
investigar o efeito do EHCRF e seu mecanismo de ação.
O tratamento com AMA (5 mg/kg, v.o) produziu um efeito
significativo ao reduzir o tempo de imobilidade dos animais, após 1 h
[F(9,70) = 88,21, P<0,0001], 2 h [F(9,70) = 62,40, P<0,0001], 3 h [F(9,70) =
57,15, P<0,001] e 4 h [F(9,70) = 51,77, P<0,001] da sua administração,
quando comparado com o grupo controle tratado com véiculo (figura 23A),
sem causar nenhuma alteração na atividade locomotora dos camundongos
[F(11,106) = 1,496, P=0,1437] (figura 19B). O pico do efeito tipo-
antidepressivo foi observado 1 h após a administração do AMA.
O tratamento com AMB (3 mg/kg, v.o) produziu um efeito
significativo ao reduzir o tempo de imobilidade dos animais, após 1 h
[F(11,93) = 101,9, p<0,0001], 2 h [F(11,93) = 72,90, P<0,0001], 3 h
[F(70,28) = 21,11, P<0,001], 4 h [F(11,93) = 61,65, P<0,001] e 6 h [F(11,93)
= 55,01, P<0,001] da sua administração, quando comparado com o grupo
controle tratado com véiculo (figura 24A), sem causar nenhuma alteração na
atividade locomotora dos camundongos [F(11,106) = 1,496, P=0,1437]
(figura 24B). O pico do efeito tipo-antidepressivo foi observado 1 h após a
administração do AMB.
Figura 23 - Tempo de duração da atividade tipo-antidepressiva do EHCRF (150
mg/kg) em animais submetidos ao TSC
Te
mp
o d
e i
mo
bil
dia
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0
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1 0 0
1 5 0E H C R F (1 5 0 m g /k g )
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0
5 0
1 0 0
1 5 0B
1 h 2 h 3 h 4 h
O EHCRF (150 mg/kg) foi administrado 1, 2, 3 e 4 horas antes do teste. Os resultados
foram expressos como média ± EPM (N=8-10). ***P<0,001 e ***P<0,0001 denotam
significâncias estatísticas quando comparado com o grupo controle tratado com
veículo (ANOVA de uma via seguida do teste de Tukey).
89
Figura 24 - Tempo de duração da atividade tipo-antidepressiva do AMA (5 mg/kg)
em animais submetidos ao TSC T
em
po
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im
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0
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1 5 0A M A (5 m g /k g )
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0
5 0
1 0 0
1 5 0B
1 h 2 h 3 h 4 h
O AMA (5 mg/kg) foi administrado 1, 2, 3 e 4 horas antes do teste. Os resultados
foram expressos como média, seguido dos EPMs (N=8-10). ***P<0,001 e
****P<0,0001 denotam significâncias estatísticas quando comparado com o grupo
controle tratado com veículo (ANOVA de uma via seguida do teste de Tukey).
Figura 25 - Tempo de duração da atividade tipo-antidepressiva do AMB (3 mg/kg)
em animais submetidos ao TSC
Te
mp
o d
e i
mo
bil
dia
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0
5 0
1 0 0
1 5 0A M B (3 m g /k g )
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1 h 2 h
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3 h 4 h
* * * ** * * *
6 h
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8 h
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0
5 0
1 0 0
1 5 0B
1 h 2 h 3 h 4 h 8 h6 h
O AMB (3 mg/kg) foi administrado 1, 2, 3, 4, 6 e 8 horas antes do teste. Os resultados
foram expressos como média ± EPM (N=8-10). ***P<0,001 e ****P<0,0001
denotam significâncias estatísticas quando comparado com o grupo controle tratado
com veículo (ANOVA de uma via seguida do teste de Tukey).
5.6 Avaliação do comportamento tipo-depressivo e medidas dos
parâmetros de estresse oxidativo em ratos diabéticos induzido pro
estreptozotocina
90
Por meio da monitorização clínica dos animais diabéticos, pode-se
observar que eles apresentaram glicosúria, polidipsia e poliúria. O pelo
tornou-se menos brilhoso e mais amarelo. O peso corpóreo de animais
diabéticos tratados por via oral, uma vez ao dia, com veículo, imipramina
(IMI) (20 mg/kg, v.o.), EHCRF (150 mg/kg, v.o.), AMA (5 mg/kg, v.o.) ou
AMB (3 mg/kg, v.o.) foi 27,7%, 29,19%, 28,61%, 28,71% e 25,06% menor,
respectivamente, quando comparado ao peso corpóreo de animais
normoglicêmicos tratados com veículo (202,71 g ± 14,83). Como esperado,
animais diabéticos tratados diariamente com insulina (INS) (6 UI /dia, s.c.)
não apresentaram perda significativa de peso (7,44%) quando comparados
aos animais normoglicêmicos tratados com veículo. Também foi aferida a
glicemia em jejum (6 horas) e hemoglobina glicada. Os valores são
encontrados na tabela 1.
Como pode ser visto na figura 25A, ANOVA de uma via mostrou
diferença significativa [F(6,45) = 11,55; P<0,0001] no tempo de imobilidade
dos animais. O teste de Tukey demonstrou que os animais diabéticos
apresentaram um aumento do tempo de imobilidade quando comparados com
os animais normoglicêmicos (P<0,05). O tratamento com INS, IMI ou
EHCRF diminuiram o tempo de imobilidade em quando comparados ao
grupo de animais hiperglicêmicos tratados com veículo (P<0,01, P<0,01 e
P<0,05, respectivamente). O tratamento com AMB foi capaz de diminuir o
tempo de imobilidade de forma bastante significativa (P<0,0001).
Do mesmo modo, análises pós-hoc demonstraram que os ratos
hiperglicêmicos apresentaram menor latência de primeira imobilidade
quando comparados com NOR (P<0,05) (figura 25B). O tratamento IMI e
INS alteraram o tempo de latência para a primeira imobilidade de animais
hiperglicêmicos [F(6,42) = 4,603, P<0,001]. Os tratamentos com EHCRF,
AMA e AMB também foram capazes de aumentar o tempo de latência para
a primeira imobilidade em animais hiperglicêmicos P<0,01, P<0,05 e P<0,01,
respectivamente.
91
Tabela 1 - Efeito da administração prolongada com INS, IMI, EHCRF, AMA ou
AMB no peso corporal, glicemia em jejum e hemoglobina glicada em ratas diabéticas
Grupo Peso (g) Glicemia
(mg/dL)
Hemoglobina
glicada (%)
Normoglicêmico 202,71 ±
14,83
118 ± 7,91 4,1 ± 0,13
Diabético + VEI 146,54 ±
18,63**
473 ±
39,35****
9,0 ± 0,22****
Diabético + INS 187,61 ±
8,50
92 ± 15,07 5,4 ± 0,30**** ####
Diabético + IMI 143,53 ±
9,44**
519 ±
32,70****
8,4 ± 0,12**** #
Diabético +
EHCRF
144,70 ±
26,40**
544 ±
31,18****
9,0 ± 0,27****
Diabético + AMA 144,51 ±
16,00**
541,5 ±
53,79****
9,2 ± 0,21****
Diabético + AMB 151,90 ±
24,05***
545 ±
59,59****
9,2 ± 0,11****
Efeito do tratamento prolongado (28 dias) com veículo, INS (6 UI/dia, s.c.), IMI (20
mg/kg, v.o.), EHCRF (150 mg/kg, v.o.), AMA (5 mg/kg, v.o.) ou AMB (3 mg/kg,
v.o.) no peso (g), glicemia (mg/dL) e porcentagem de hemoglobina glicada em
animais normoglicêmicos e diabéticos. Os valores foram expressos como média ±
EPM (n=5). ****P<0,0001 quando comparado com o grupo normoglicêmico;
#P<0,05 e ####P<0,0001 quando comparado o grupo hiperglicêmico tratado com
veículo com demais grupos hiperglicêmicos (ANOVA de uma via seguida do teste de
Tukey).
Em relação ao número de cruzamentos (figura 25C) e levantadas
avaliados (figura 25D) no TCA, os animais diabéticos apresentaram uma
diminuição em ambos os parâmetros quando comparados com os animais
normoglicêmicos ([F (6,41) = 6,373, P<0,0001] e [F (6,44) = 6,479,
P<0,0001], respectivamente) assim como animais tratados com IMI (P<0,05
e P<0,001, respectivamente). Os tratamentos com INS e AMB foram capazes
de impedir a diminuição do número de cruzamentos em ratos diabéticos
(P<0,01 e P<0,0001, respectivamente).
92
Figura 26 - Efeito da administração de INS, IMI, EHCRF, AMA e AMB na latência
e tempo de imobilidade no TNF e número de cruzamentos e levantadas no TCA em
animais normo e hiperglicêmicos
N O R V E I IN S IM I E H C R F A M A A M B
0
5 0
1 0 0
1 5 0
2 0 0
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N O R V E I IN S IM I E H C R F A M A A M B
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N O R V E I IN S IM I E H C R F A M A A M B
0
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S T Z (7 5 m g /k g , v .o .)
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N O R V E I IN S IM I E H C R F A M A A M B
0
1 0
2 0
3 0
S T Z (7 5 m g /k g , v .o .)
# #
# # #
*
D
T C A
Efeito do tratamento prolongado (28 dias) com veículo, INS (6 UI/dia, s.c.), IMI (20
mg/kg, v.o.), EHCRF (150 mg/kg, v.o.), AMA (5 mg/kg, v.o.) ou AMB (3 mg/kg,
v.o.) na latência para imobilidade (A), tempo total de imobilidade (s) (B), crossing
(C) e rearing (D) em animais normoglicêmicos e diabéticos. Os valores foram
expressos como média ± EPM (n=6-9). #P<0,05, ##P<0,01 ###P<0,001 quando
comparado o grupo normoglicêmico com demais grupos diabéticos; *P<0,05,
**P<0,01 e ****P<0,0001 quando comparado com o grupo diabético tratado com
veículo; +P<0,05 quando comparado com o grupo diabético tratado com imipramina
(ANOVA de uma via seguida do teste de Tukey).
5.6.1 Quantificação dos níveis de GSH
O efeito da administração prolongada de INS, IMI, EHCRF, AMA
e AMB nos níveis de GSH no hipocampo e córtex é demonstrado na figura
26 (A e B, respectivamente). A ANOVA de uma via revelou um efeito
significativo do fator de tratamento [hipocampo: F(6,40) = 11,17, P<0,0001;
córtex: F(6,40) = 0,2661, P=0,9495]. O teste post-hoc de Tukey mostrou que
93
os animais diabéticos exibiram uma redução dos níveis de GSH no
hipocampo mas não no córtex, quando comparados com animais NOR
(P<0,0001). O tratamento com INS impediu a redução dos níveis de GSH no
hipocampo de animais diabéticos (P<0,0001), assim como o tratamento
prolongado com IMI (P<0,05). Dentre os tratamentos com EHCRF, AMA e
AMB, apenas AMB foi capaz de impedir a redução dos níveis de GSH no
hipocampo (P<0,05), quando comparados à animais diabéticos tratados com
veículo.
Figura 27 - Efeito da administração prolongada de INS, IMI, EHCRF, AMA e AMB
nos níveis de GSH no hipocampo e córtex de ratos diabéticos induzido por
estreptozotocina
H ip o c a m p o
GS
H (
g/m
g d
e t
ec
ido
)
N O R V E I IN IM I E H C R F A M A A M B
0
2 0
4 0
6 0
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# # #
* *
* * * *
A
S T Z (7 5 m g /k g , v .o .)
C ó rte x
GS
H (
g/m
g d
e t
ec
ido
)
N O R V E I IN IM I E H C R F A M A A M B
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
B
S T Z (7 5 m g /k g , v .o .)
Efeito do tratamento prolongado (28 dias) com veículo, INS (6 UI/dia, s.c.), IMI (20
mg/kg, v.o.), EHCRF (150 mg/kg, v.o.), AMA (5 mg/kg, v.o.) ou AMB (3 mg/kg,
v.o.) nos níveis de GSH (μg/mg de tecido) no hipocampo (A) e córtex (B) de animais
normoglicêmicos e diabéticos. Os valores foram expressos como média ± EPM (n=6-
9). ###P<0,001 quando comparado o grupo normoglicêmico com demais grupos
diabéticos; *P<0,05 e ****P<0,0001 quando comparado com o grupo diabético
tratado com veículo (ANOVA de uma via seguida do teste de Tukey).
5.6.2 Quantificação nos níveis de LOOH
O efeito da administração prolongada de INS, IMI, EHCRF, AMA
e AMB no teor de LOOH no hipocampo e córtex é demonstrado na figura 29
(A e B, respectivamente). A ANOVA de uma via revelou um efeito
significativo do fator de tratamento [hipocampo: F(6,37) = 13,0 P<0,0001;
córtex: F(6,36) = 7,915; P<0,0001]. O teste post-hoc de Tukey mostrou que
os animais diabéticos exibiram aumento dos níveis de LOOH tanto no
94
hipocampo quanto no córtex, quando comparados com animais NOR
(P<0,0001 e P<0,05, respectivamente). O tratamento com INS diminuiu os
níveis de LOOH no hipocampo e córtex de animais diabéticos (P<0,001),
assim como o tratamento prolongado com IMI (P<0,01 e P<0,001,
respectivamente). O tratamento com EHCRF, AMA e AMB também foram
capazes de diminuir os níveis de LOOH no hipocampo e córtex de forma
similar (P<0,01, P<0,05 e P<0,0001 respectivamente).
Figura 28 - Efeito da administração de INS, IMI, EHCRF, AMA e AMB no teor de
LOOH no hipocampo e córtex de ratos diabéticos induzido por estreptozotocina
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Efeito do tratamento prolongado (28 dias) com veículo, INS (6 UI/dia, s.c.), IMI (20
mg/kg, v.o.), EHCRF (150 mg/kg, v.o.), AMA (5 mg/kg, v.o.) ou AMB (3 mg/kg,
v.o.) nos níveis de LOOH (mmol/mg de tecido) no hipocampo (A) e córtex (B) de
animais normoglicêmicos e diabéticos. Os valores foram expressos como média ±
EPM (n=6-9). ; #P<0,05, ###P<0,001 quando comparado o grupo normoglicêmico
com demais grupos diabéticos; *P<0,05, **P<0,01, ***P<0,001 e ****P<0,0001
quando comparado com o grupo diabético tratado com veículo (ANOVA de uma via
seguida do teste de Tukey).
5.6.3 Quantificação da atividade da enzima SOD
O efeito da administração prolongada de INS, IMI, EHCRF, AMA
e AMB na quantificação da atividade da enzima SOD no hipocampo e córtex
é demonstrado na figura 27 (A e B, respectivamente). A ANOVA uma via
revelou um efeito significativo do fator de tratamento [hipocampo: F(6,29) =
5,126, P<0,001; córtex: F(6,29) = 6,667, P<0,001]. O teste post-hoc de Tukey
mostrou que os animais diabéticos exibiram um aumento da atividade da
enzima SOD tanto no hipocampo quanto no córtex, quando comparados com
95
animais NOR (P<0,01). O tratamento com INS diminuiu a atividade de SOD
no hipocampo de animais diabéticos (P<0,001), assim como o tratamento
prolongado com IMI (P<0,001). Todos os demais tratamentos (EHCRF,
AMA e AMB) também foram capazes de diminuir a atividade de SOD no
hipocampo de forma similar (P<0,05).
Figura 29 - Efeito da administração de INS, IMI, EHCRF, AMA e AMB na atividade
de SOD no hipocampo e córtex de ratos diabéticos induzido por estreptozotocina
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Efeito do tratamento prolongado (28 dias) com veículo, INS (6 UI/dia, s.c.), IMI (20
mg/kg, v.o.), EHCRF (150 mg/kg, v.o.), AMA (5 mg/kg, v.o.) ou AMB (3 mg/kg,
v.o.) na atividade de SOD (U/mg de proteína) no hipocampo (A) e córtex (B) de
animais normoglicêmicos e diabéticos. Os valores foram expressos como média ±
EPM (n=6-9). ##P<0,01 quando comparado o grupo normoglicêmico com demais
grupos diabéticos; *P<0,05 e **P<0,01 quando comparado com o grupo diabético
tratado com veículo (ANOVA de uma via seguida do teste de Tukey).
5.6.4 Quantificação da atividade da enzima CAT
O efeito da administração prolongada de INS, IMI, EHCRF, AMA
e AMB na quantificação da atividade da enzima SOD no hipocampo e córtex
é demonstrado na figura 28 (A e B, respectivamente). A ANOVA uma via
revelou um efeito significativo do fator de tratamento [hipocampo: F(6,24) =
7,319, P<0,0001; córtex: F(6,26) = 19,13, P<0,0001]. O teste post-hoc de
Tukey mostrou que os animais diabéticos exibiram um aumento da atividade
da enzima CAT tanto no hipocampo quanto no córtex, quando comparados
com animais NOR (P<0,01 e P<0,0001, respectivamente). O tratamento com
INS diminuiu a atividade de CAT no hipocampo e córtex de animais
diabéticos (P<0,01 e P<0,0001, respectivamente), assim como o tratamento
prolongado com IMI (P<0,01 e P<0,0001, respectivamente). EHCRF e AMB
96
foram capazes de diminuir a atividade de CAT no hipocampo e córtex de
forma similar (P<0,001 e P<0,0001, respectivamente). AMA foi capaz de
diminuir a atividade de CAT apenas no córtex (P<0,01).
Figura 30 - Efeito da administração de INS, IMI, EHCRF, AMA e AMB na atividade
de CAT no hipocampo e córtex de ratos diabéticos induzido por estreptozotocina
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Efeito do tratamento prolongado (28 dias) com veículo, INS (6 UI/dia, s.c.), IMI (20
mg/kg, v.o.), EHCRF (150 mg/kg, v.o.), AMA (5 mg/kg, v.o.) ou AMB (3 mg/kg,
v.o.) na atividade de CAT (U/mg de proteína) no hipocampo (A) e córtex (B) de
animais normoglicêmicos e diabéticos. Os valores foram expressos como média ±
EPM (n=6-9). ##P<0,01 e ####P<0,0001 quando comparado o grupo normoglicêmico
com demais grupos diabéticos; **P<0,01, ***P<0,001 e ****P<0,0001 quando
comparado com o grupo diabético tratado com veículo (ANOVA de uma via seguida
do teste de Tukey).
97
6 DISCUSSÃO
A humanidade utiliza as plantas medicinais desde a Antiguidade,
sendo estas empregadas por diversas etnias em todo o mundo. Desta forma,
é de consenso universal que as plantas sempre desempenharam um papel
importante na vida do homem de diversas maneiras: como gênero
alimentício, no fornecimento de matéria prima para fabricação de objetos de
uso doméstico, como remédios na terapêutica de várias patologias e, também
em práticas religiosas durante as quais são utilizados seus efeitos psicodélicos
(GURIB-FAKIM, 2006). No mundo ocidental, principalmente nas últimas
décadas, observa-se o aumento no interesse pelo uso das plantas na
terapêutica de diversas patologias (CUNHA, 2005), inclusive do SNC,
principalmente para a depressão (SULAKHIYA et al., 2015; BHANGALE;
ACHARYA, 2016; PAHWA; GOEL, 2016).
Há uma grande diversidade de tratamentos farmacológicos
disponíveis para a depressão, mas o grau de sucesso de tratamento não é mais
do que 50-60% (KISS, 2008) e a maior parte deles apresentam diversos
efeitos adversos (GUADARRAMA-CRUZ et al., 2008), os quais levam ao
abandono do tratamento. Além disso, grande parte dos pacientes não
conseguem a remissão da depressão crônica (KATO; CHANG, 2013).
Portanto, existe uma necessidade de pesquisa e desenvolvimento de terapias
antidepressivas mais eficazes, principalmente provenientes de produtos
naturais (CHEN et al., 2016; GALDINO, et al., 2015).
A utilização de modelos e testes animais de depressão são
indispensável para a compreensão de mecanismos de ação da doença, assim
como para o desenvolvimento de novas alternativas terapêuticas. Neste
contexto, são utilizados testes com validade preditiva, como o TNF para ratos
e camundongos, e o TSC apenas para camundongos (PORSOLT et al., 1977;
STERU et al., 1985; NESTLER et al., 2002; MCARTHUR; BORSINI,
2006), ambos os testes são sensíveis a administração aguda de fármacos
antidepressivos (CRYAN; VALENTINO; LUCKI, 2005). Estes testes
baseiam-se na observação do animal em estado de desespero
comportamental, o qual se movimenta para tentar fugir desta situação
inescapável. Após os primeiros minutos, desenvolve uma postura imóvel, e a
diminuição deste tempo de imobilidade é indicativo do efeito tipo-
antidepressivo (PORSOLT et al., 1977; STERU et al., 1985; BOURIN et al.,
98
2005; CRYAN; MOMBEREAU; VASSOUT, 2005). Estes dois testes são
amplamente utilizados na busca por compostos com possível ação
antidepressiva por serem de fácil uso e de boa reprodutibilidade (CRYAN et
al., 2002; BOURIN et al., 2005).
No presente estudo, animais tratados com EHCRF foram
submetidos aos dois testes preditivos para substâncias antidepressivas, TSC
e TNF. No TSC, o tratamento com EHCRF (DE50 = 120,96 mg/kg) promoveu
diminuição no tempo de imobilidade dos animais de forma dose dependente,
sugerindo um efeito tipo-antidepressivo no teste já em dose aguda no TSC.
Para confirmação do efeito tipo-antidepressivo do EHCRF, os animais foram
tratados com as mesmas doses e submetidos ao TNF. Nas doses de 150 e 300
mg/kg o EHCRF diminuiu o tempo de imobilidade dos animais no TNF,
confirmando o efeito tipo-antidepressivo nos testes preditivos para depressão.
O efeito tipo-antidepressivo observado no TSC e TNF poderia ser
interpretado de forma errônea caso o EHCRF apresentasse algum efeito sobre
o sistema motor do animal, gerando um resultado falso positivo. Para
descartar essa possibilidade foi realizado o TCA, teste utilizado na
investigação de possíveis efeitos sobre a atividade motora, sendo que e o
parâmetro utilizado foi o número de cruzamentos (crossings) realizado pelos
animais (TATEM et al., 2014). A atividade locomotora avaliada no TCA não
foi alterada nos camundongos, quando comparado ao grupo controle. Assim,
pode-se afirmar que o efeito tipo-antidepressivo apresentado pela
administração de EHCRF no TSC e TNF é válido, e que não é devido a um
efeito motor do mesmo.
Além disso, é notável que o efeito tipo-antidepressivo produzido
pelo EHCRF (150 e 300 mg/kg) foi semelhante ao efeito produzido pelo
antidepressivo clássico imipramina (20 mg/kg, utilizado como controle
positivo), pois também reduziu significativamente o tempo de imobilidade
dos camundongos no TSC e TNF. Este dado reforça a afirmação que ambos
os testes que são amplamente utilizado como teste preditivo da atividade
antidepressiva, são também sensíveis à administração aguda de fármacos
antidepressivos (STERU et al., 1985).
Considerando que o TSC apresentou maior sensibilidade frente ao
TNF na redução da imobilidade dos animais, o TSC foi escolhido para a
investigação do tempo de ação farmacológica e também mecanismo de ação
tipo-antidepressivo do EHCRF.
99
Apesar da dificuldade de analisar em roedores os sintomas como
anedonia, sentimento de culpa, ideação suicida, a confirmação da condição
depressiva pode ser realizada com diferentes testes, os quais verificam
comportamentos associados à depressão (ZUEGER et al., 2005). Anedonia é
definida pela perda de interesse ou prazer em atividades que costumavam ser
prazerosas, este sintoma é passível de ser verificado no ST. Neste estudo, a
anedonia foi analisada pelo aumento da latência do animal em adquirir o
comportamento de auto-limpeza (grooming) e pela redução do tempo total de
permanência neste comportamento, em relação ao grupo controle no Splash
teste (WILLNER, 2005; YALCIN et al., 2005). Todas as doses de EHCRF
testadas (50, 100, 150 e 300 mg/kg) aumentaram o tempo total de grooming
dos camundongos, apresentando resultados similares aos dos animais
tratados com imipramina.
Após verificar o efeito tipo-antidepressivo, foi avaliado o possível
mecanismo farmacodinâmico do EHCRF, com ênfase no sistema
monoaminérgico. A hipótese monoaminérgica (SCHILDKRAUT, 1965), foi
selecionada para o estudo por ainda ser a mais aceita e também por abranger
os principais mecanismos de ação dos fármacos antidepressivos usuais, os
quais aumentam a concentração de neurotransmissões serotonérgicas,
noradrenérgicas e/ou dopaminérgica (MEYER, 2012; ISHOLA et al., 2014;
WILSON et al., 2014). Entretanto, ainda há dúvidas se o déficit de 5-HT, NA
e DA no SNC são consequência ou o próprio fator desencadeante da
depressão (MULINARI, 2012).
Diante disto, para avaliar se o EHCRF possui interferência no
sistema monoaminérgico, foi realizada a administração da reserpina (2
mg/kg) 18 horas antes da administração do EHCRF, com intuito de produzir
a depleção das monoaminas no SNC dos animais. A reserpina é um anti-
hipertensivo que depleta as reservas de monoaminas e está associado a
sintomas depressivos (GARDNER; BOLES, 2011). Ela interfere na ligação
intraneural das monoaminas, com isso as monoaminas ficam suceptíveis à
degradação pela monoaminoxidase mitocondrial (SCHILDKRAUT, 1965).
Verifica-se que com a administração de reserpina, o efeito tipo-
antidepressivo do EHCRF no TSC é revertido, ou seja, o extrato necessita
dessa via para o seu efeito. Porém, como esperado, foi observado que a
administração de reserpina afeta o sistema motor do animal
(NEISEWANDER et al., 1994; BUSANELLO et al., 2011), pois há
100
diminuição do número de cruzadas de linhas no TCA, e esse comportamento
não é revertido com a administração de EHCRF. Por tanto, pode se tratar de
um resultado falso negativo, pela reserpina ser um fármaco psicodepressor.
Desde o surgimento da teoria monoaminérgica, o sistema
serotonérgico é considerado um dos principais alvos para o tratamento da
depressão (DUMAN et al., 2014), sendo este o mecanismo de ação de
aproximadamente 80% dos antidepressivos disponíveis (ELHWUEGI, 2004;
DALE; BANG-ANDERSEN; SÁNCHEZ, 2015). Este sistema inclui a 5-HT
e ácido 5-hidroxiindoleacético (5-HIAA), que influenciam fortemente as
emoções humanas (ANDREWS et al., 2015). O aumento da
neurotransmissão serotonérgica pode neutralizar a alteração cognitiva,
incluindo a memória e o aprendizado, considerados características centrais da
depressão (BAUNE et al., 2010). Desta maneira, hipotetizamos que o efeito
tipo-antidepressivo do EHCRF poderia ser mediado, pelo menos em parte,
por uma ativação do sistema serotoninérgico, sendo essa hipótese investigada
pelo pré-tratamento com PCPA, NAN-190, quetanserina e ondansetrona.
Primeiramente os animais foram tratados durante 4 dias
consecutivos com PCPA (100 mg/kg), um inibidor da enzima triptofano
hidroxilase, responsável pela biossíntese de 5-HT (TAYLOR et al., 2005),
para verificar a possível atuação do EHCRF neste sistema. O tratamento com
PCPA causa diminuição de cerca de 93% dos níveis corticais disponíveis de
5-HT (BINEY et al., 2016), sem produzir alterações nos níveis de DA e NA
(RODRIGUES et al., 2002, GOLÇAVES et al., 2012). Os resultados obtidos
sugerem que o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF é dependente da
neurotransmissão serotonérgica, isto é, a reversão do efeito anti-imobilidade
do EHCRF pelo PCPA pode ser decorrente da indisponibilidade e/ou
insuficiência sináptica de 5-HT. Estes dados estão em concordância com
estudos que relatam que o PCPA tem a capacidade de impedir a ação de
antidepressivos como os ISRS (AN et al., 2008; DUARTE et al., 2008;
MACHADO et al., 2009). PCPA sozinho ou coadministrado com EHCRF
não alterou a atividade exploratória dos animais no TCA, excluindo um
possível resultado falso-positivo.
Possíveis distúrbios nos receptores serotonérgicos também estão
relacionados com os processos depressivos (LIN et al., 2016), por tanto, no
presente estudo, a influência dos receptores 5-HT no mecanismo de ação tipo-
101
antidepressivo do EHCRF foi investigada pela administração de antagonistas
seletivos 5-HT1A (NAN-190), 5-HT2A (quetanserina) e 5-HT3 (ondansetrona).
Observou-se que NAN-190, um antagonista do receptor 5- HT1A
reverteu o efeito anti-imobilidade do EHCRF no TSC. Vários autores
estudam o envolvimento de 5-HT1A no efeito antidepressivo, utilizando o
bloqueio desse receptor por NAN-190 como ferramenta farmacológica
(FAJEMIROYE et al., 2014a; FAJEMIROYE et al., 2014b; CARDOSO et
al., 2015; YINGCONG et al., 2015). Além disso, sabe-se que alterações
anormais do sistema serotonérgico em pacientes depressivos são observadas,
incluindo a diminuição de metabólitos de 5-HT e diminuição dos receptores
5-HT1A (JANS et al., 2007). Os antidepressivos da classe ISRS são
conhecidos não só por inibir a recaptação da 5-HT como também atuam como
agonistas indiretos dos receptores pós-sináptico 5-HT1A (DAVID;
GARDIER, 2016). No TCA esses tratamentos não produziram alterações
comportamentais que os permitissem diferenciar do controle, descartando a
possibilidade da reversão de efeito ser devido a um comprometimento motor.
Para a avaliação da participação de receptores 5-HT2A no
mecanismo de ação do EHCRF, animais foram tratados com quetanserina,
um antagonista deste receptor. Observou-se que a quetanserina foi capaz de
impedir o efeito anti-imobilidade do EHCRF no TSC, sugerindo a
participação desse receptor no mecanismo de ação do extrato. O tratamento
com quetanserina e quetanserina/EHCRF alterou de forma pouco
significativa o sistema motor dos animais, porém não apresentou influência
sobre a mobilidade dos animais no TSC. Receptores 5-HT2A desempenham
um papel importante no sistema límbico, sendo relevantes para o tratamento
da depressão, sendo que alguns antidepressivos, tais como a trazodona,
nefazodona e mirtazapina, são antagonistas do receptor 5-HT2A
(DESMYTER et al., 2011; ARTIGAS, 2013; AZNAR; KLEIN, 2013).
Quetanserina é reportada para a prevenção do efeito tipo-antidepressivo de
compostos antidepressivos no TSC (BINFARÉ et al., 2009). Ela possui maior
afinidade pelo receptor do subtipo 5-HT2A do que 5-HT2C (GLENNON et al.,
2002). Por tanto, sugere-se que o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF no
TSC também é mediado pela interação com o receptor 5-HT2A, embora a
participação do 5-HT2C não seja excluída.
Finalizando o estudo do envolvimento da via serotoninérgica,
animais foram tratados com ondansetrona, um antagonista dos receptores 5-
102
HT3. O pré-tratamento com o ondansetrona foi capaz de impedir o efeito tipo-
antidepressivo do EHCRF, sugerindo a participação desse receptor no
mecanismo de ação, sem provocar alterações na atividade motora dos animais
submetidos ao TCA. Estudos relacionando a depressão com receptores 5-HT3
são escassos, mas sabe-se que o antagonismo destes receptores aumenta a
liberação de monoaminas, o qual é um mecanismo importante para o
tratamento da depressão (KURHE; MAHESH, 2015). Além disso,
antagonistas 5-HT3 (vortioxetina, por exemplo) (KOHLER et al., 2016)
associados com ISRS, melhoram o quadro depressivo de pacientes que
utilizavam ISRS isolados e não apresentavam melhora (SUMAYA;
BAILEY; CATLETT, 2016).
Autores têm revelado a participação dos receptores serotonérgicos
no mecanismo de ação dos fármacos antidepressivos, sobretudo dos
tricíclicos e dos ISRSs (JESSE; WILHELM; NOGUEIRA, 2010;
SUGIMOTO et al., 2010; ULAK et al., 2010). No presente estudo, o efeito
anti-imobilidade do EHCRF foi revertido quando os camundongos foram
pré-tratados com PCPA (p-clorofenilalanina, inibidor da enzima triptofano
hidroxilase), NAN-190, (antagonista seletivo de receptores serotonérgicos 5-
HT1A), quetanserina (antagonista do receptor serotonérgico 5-HT2A) e
ondansetrona (antagonista do receptor serotonérgico 5-HT3), confirmando o
possível envolvimento do sistema serotoninérgico no efeito tipo-
antidepressivo.
Estudos revelam que a estimulação de receptores serotonérgicos
ativa a função do sistema noradrenérgico, e vice-versa, confirmando a relação
entre serotonina e noradrenalina na depressão (KRISHNAN; NESTLER,
2008). Diversos estudos experimentais e clínicos também demonstram o
papel fundamental do sistema noradrenérgico na etiologia da depressão
(ELHWUEGI, 2004; HAMON; BLIER, 2013). Alguns antidepressivos,
dentre eles mazindol, reboxetina e mirtazapina, atuam aumentando da
disponibilidade sináptica de NA (NIKIFORUK; GOLEMBIOWSKA;
POPIK, 2010), reforçando o envolvimento do sistema noradrenérgico na
fisiopatologia da doença.
Por tanto, também foi avaliado o envolvimento do sistema
noradrenérgico no modo de ação de ECHRF. O papel dos receptores α1 e α2-
adrenérgicos na ação de compostos antidepressivos já está estabelecido
(CAPRA et al., 2010). Os receptores cerebrais α1-adrenoceptores vem sendo
103
relacionados a um fator chave que influencia positivamente a atividade
comportamental (STONE et al., 2004). O efeito tipo-antidepressivo do
EHCRF foi revertido pelo pré-tratamento com prazosin no TSC, sem causar
qualquer alteração na locomoção dos animais no TCA.
Os receptores α2-adrenérgico também são de grande importância
para o cérebro. Acredita-se que os heterorreceptores adrenérgicos α2
inibitórios controlam a liberação de 5-HT a partir de terminações nervosas
serotonérgica, enquanto que os autorreceptores adrenérgicos α2 controlam a
liberação de noradrenalina na terminação nervosa (ELHWUEGI, 2004).
Vários estudos fornecem evidências do envolvimento dos receptores α2
adrenérgicos no transtorno depressivo maior e em casos de suicídio. Estes
receptores α2 adrenérgicos se encontram aumentados no cérebro e nas
plaquetas de indivíduos deprimidos ou em condições de estresse crônico
(PANDEY; DWIVEDI, 2007), e constituem um importante alvo para os
efeitos antidepressivos de fármacos (BALDESSARINI, 2012). O efeito tipo-
antidepressivo do EHCRF foi revertido pelo pré-tratamento com ioimbina no
TSC, sugerindo que o receptor α2-adrenérgico pós-sináptico está envolvido
com a ação do EHCRF.
O estudo sugere que o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF
depende, pelo menos parcialmente, da ativação de receptores α1 e α2
adrenérgicos, uma vez que o pré-tratamento dos camundongos com
antagonistas de ambos receptores reverteu de forma significativa o efeito
tipo-antidepressivo promovido pelo EHCRF. Sabe-se que antidepressivos
que alteram a transmissão noradrenérgica, tais como ISRN ou iMAO, são
largamente usados na terapêutica dos distúrbios de humor por aumentarem
os níveis de noradrenalina extracelular (PÁEZ-PEREDA, 2005).
Assim como a 5-HT e a NA, a DA exibe um papel fisiológico muito
importante também na fisiopatologia da depressão. Estudos em pacientes
depressivos, incluindo pós-morte, demonstraram redução da concentração de
metabólitos de DA no fluido cerebroespinal e em regiões cerebrais que
mediam o humor e motivação. Esses estudos sustentam a hipótese que a
depressão está também associada a redução da neurotransmissão de DA,
possivelmente por uma compensação regulatória de receptor D2 (DUNLOP;
NEMEROFF, 2007). Além disso, distúrbios na neurotransmissão da DA
parecem estar relacionados com processos depressivos (GRACE, 2016). Por
tanto, o sistema dopaminérgico também é um alvo importante implicado na
104
regulação da depressão (KLIMEK et al., 2002). Também é notado o
envolvimento do sistema dopaminérgico em pacientes depressivos, incluindo
a tirosina hidroxilase (TH), receptor D2 de dopamina e transportador de
dopamina (DAT) (CHEN et al., 2015; IKEMOTO; YANG; TAN, 2015),
além disso, a neurotransmissão dopaminérgica na região mesolímbica pode
viabilizar o aparecimento dos sintomas da depressão e de outros transtornos,
como aqueles relacionados com o abuso de substâncias ilícitas
(SALAMONE; CORREA, 2012). Os sintomas depressivos mais
relacionados com a DA são a anedonia e a perda de motivação, os quais
envolvem a redução da sinalização dopaminérgica, principalmente na via
dopaminérgica mesolímbica (PANDIT et al., 2016).
Diante da importância do sistema dopaminérgico na depressão, este
também foi investigado no presente estudo. Os resultados obtidos revelaram
que o haloperidol (antagonista dopaminérgico não seletivo) foi capaz de
impedir o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF no TSC. Da mesma forma, o
SCH23390 (antagonista seletivo de receptores dopaminérgicos D1) e também
o pré-tratamento com pimozide (antagonista de receptores dopaminérgicos
D2), não foram capazes de impedir o efeito anti-imobilidade do EHCRF no
TSC. Em todos os animais tratados e submetidos ao TCA não foram
observadas alterações na movimentação espontânea dos animais, descartando
a possibilidade dessas reversões de efeito serem acompanhadas de
comprometimento motor.
O SCH23390 foi capaz de impedir o efeito antidepressivo em
camundongos de diversos compostos, dentre eles antidepressivos como os
iMAO, ADT e ISRS (RENARD et al., 2001; BINFARE et al., 2010; MELO,
2011; CUNHA et al., 2012).
Esses resultados indicam que o sistema dopaminérgico pode
modular o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF no TSC. O antidepressivo da
classe ADT, imipramina, também tem envolvimento de receptores
dopaminérgicos D1 e D2 no mecanismo de ação no TSC (HIRANO et al.,
2007).
Os resultados apresentados no presente estudo sugerem que o efeito
tipo-antidepressivo do EHCRF no TSC envolve a participação dos sistemas
serotonérgico, noradrenérgico e dopaminérgico. Este efeito apresentado pelo
EHCRF é semelhante ao da venlafaxina, a qual é supostamente de ação mais
rápida em comparação aos outros antidepressivos e de melhor eficácia em
105
pacientes resistentes ao tratamento, sendo ainda segura em superdosagem.
Outro exemplo é a mirtazapina, cuja ação antidepressiva se dá pelo bloqueio
de receptores α2-adrenérgicos, aumentando a liberação tanto de NA quanto
de 5-HT (O´DONNELL; SHELTON, 2011).
Os dados apresentados no estudo também são consistentes com a
hipótese de que os sistemas serotonérgico, noradrenérgico e dopaminérgico
contribuem para a eficácia da terapia antidepressiva (HAMON; BLIER,
2013). Uma estratégia bastante promissora no desenvolvimento de novos
fármacos antidepressivos é a utilização de inibidores triplos de recaptação de
monoaminas, ou seja, substancias que inibem a recaptação de 5-HT, NA e
DA. Um estudo sugere que estas terapias são mais eficazes e que necessitam
de menos tempo de tratamento para produzir efeito terapêutico e a melhora
do humor, quando comparados aos antidepressivos inibidores seletivos ou de
recaptação de apenas duas monoaminas (LIANG et al., 2008). Neste sentido,
o EHCRF pode ser considerado como um agente promissor para atividade
antidepressiva, principalmente devido ao grande interesse na busca por uma
resposta mais rápida ao tratamento, remissão dos sintomas e melhora da
qualidade de vida dos pacientes depressivos, uma vez que parece exercer
efeito tipo-antidepressivo dependente da modulação dos sistemas
serotonérgico, noradrenérgico e dopaminérgico.
É importante ressaltar que o efeito apresentado pelo EHCRF pode
estar relacionado com a presença de outros compostos presentes, além de
AMA e AMB. Akinyele e colaboradores (2017) confirmam que o efeito
sinérgico entre os compostos presentes na complexa composição de extratos
pode ser fundamental para a atividade do mesmo, ou ainda, mehorar esta
atividade quando comparada aos compostos isolados.
Com relação a princípios ativos responsáveis pelo efeito tipo-
antidepressivo do EHCRF, foram isolados e identificados os compostos
majoritários AMA e AMB (DONG et al., 1999; HIROTA et al., 2002; ITO;
NARISE; SHIMURA, 2008; MAKABE et al., 2003), ambos foram testados
no TSC, em doses já utilizadas em testes anteriores (COSTA, 2011). Ambos
os compostos foram administrados em camundongos submetidos ao TSC. O
AMA promoveu diminuição no tempo de imobilidade dos animais em todas
as doses testadas (5, 15 e 30 mg/kg), sugerindo apresentar um efeito tipo-
antidepressivo bastante significativo. Destaca-se a dose de 5 mg/kg como a
menor dose efetiva. Com relação a anedonia observada no ST, as doses de 5
106
e 15 mg/kg aumentaram o tempo total de autolimpeza. O AMB também
promoveu diminuição no tempo de imobilidade dos animais em todas as
doses testadas (3, 10, 30 e 60 mg/kg), sendo 3 mg/kg a dose de menor
concentração efetiva. Entre animais tratados e submetidos ao ST, o grupo que
recebeu a dose de 3mg/kg apresentou tempo de autolimpeza superior ao
grupo tratado com imipramina, resultado bastante promissor, pois sabe-se
que a anedonia é o principal sintoma apresentado por pacientes depressivos.
Em todos os animais tratados e submetidos ao TCA não foram observadas
qualquer alterações na movimentação espontânea dos animais, descartando a
possibilidade do efeito anti-imobilidade ser devido comprometimento motor.
Estes resultados obtidos com administração dos compostos AMA e
AMB são bastante promissores, pois são exclusivos na literatura. Não
existem estudos de atividade antidepressiva com a espécie R. ferruginea tão
pouco com seus compostos majoritários. Estudos com AMA e AMB no que
tange patologias do SNC são bastante escassos. Antonialli (2012) evidenciou
que o AMB possui propriedade antinociceptiva em testes de nocicepção
aguda, efeito anti-hipernociceptivo marcante em modelos animais de dor
persistente de origem inflamatória e neuropática em camundongos,
antinociceptivo em modelo de dor neuropática diabética (GALVAN, 2007),
além de resposta hipernociceptiva induzida pela carragenina em
camundongos, apresentando um excelente potencial para tratar a dor
persistente em seres humanos, sem quaisquer efeitos secundários
significativos (TESTONI, 2004; HESS et al., 2010). Ainda no que tange o
SNC, AMA e AMB apresentaram atividade anticolinesterásica in vitro
(FILLIPIN, 2010; GAZONI, 2009). Além disso, AMA facilitou a ação sobre
as fases de memória (aquisição, consolidação e evocação) em camundongos
normais e também com doença de Alzheimer induzida por estreptozotocina
(COSTA, 2011).
Outro parâmetro importante na investigação de uma substância com
atividade farmacológica, é determinar seu tempo de ação. Para tanto, foi
determinado o tempo de duração da ação farmacológica do EHCRF, AMA e
AMB. É amplamente utilizado para determinação do tempo em que a
substância atinge o seu melhor desempenho, além de observar a duração em
horas do seu efeito. Observa-se que o EHCRF atinge seu melhor desempenho
de atividade tipo-antidepressiva após 1 hora da administração, e exerce efeito
por até 3 horas. Já o AMA e AMB, 5 e 3 mg/kg, respectivamente, também
107
apresentaram melhor desempenho da atividade tipo-antidepressiva após 1
hora de administração, e AMA apresentou tempo de duração de 4 horas,
enquanto AMB teve duração de 6 horas. Porém, esses dados apresentados em
camundongos não podem ser estrapolados para humanos por se tratar de
organismos e metabolismos diferentes. A investigação do tempo de duração
de ação de substâncias em animais é essencial para determinar as
administrações diárias do fármaco, mas esses valores devem ser confirmados
através de outras metodologias. Quanto maior o tempo de duração de ação do
fármaco, menor a probabilidade de várias administrações diárias, e maior a
adesão ao tratamento pelo paciente. O fitoterápico com extrato de Hipericum
perforatum, por exemplo, apresenta um tempo de duração de ação
farmacológica de 8 horas, por tanto, tem indicação clínica de 3
administrações diárias (SARRIS et al., 2012).
Após verificar que o EHCRF e seus compostos majoritários AMA e
AMB apresentam atividade tipo-antidepressiva bastante significativa, fez-se
necessário aprofundar a investigação desta atividade utilizando um modelo
que de fato causasse o comportamento depressivo nos animais. Por meio de
modelos animais, e não apenas testes preditivos, é possível verificar se o
EHCRF, AMA e AMB são ativos para a doença.
Já está bem estabelecida a relação entre TDM e DM, uma vez que a
prevalência da depressão em pacientes diabéticos é muito maior que a
população em geral (BOUWMAN et al. 2010), e é evidente que tanto DM1
quanto DM2 causam danos ao SNC (ARTOLA, 2008). Modelos
experimentais de diabetes, assim como o modelo de diabetes induzida por
STZ, seguido do teste comportamental de depressão (TNF/TSC), podem ser
úteis em estudos que corelacionam a fisiopatologia da DM com a TDM e suas
complicações (WAYHS et al., 2013).
O modelo de diabetes induzido por STZ causa toxicidade nas células
β-pancreáticas e o aparecimento dos sinais da doença se dá 2 a 4 dias após a
administração i.p. de STZ (SATHISHSEKAR; SUBRAMANIAN, 2005;
HAIDER et al., 2013). Estes sinais da doença são verificados a partir do
aumento dos níveis de glicose plasmática, redução do ganho de peso corporal
e aumento do percentual de hemoglobina glicada (HbA1). Além disso, os
níveis os insulina diminuem rapidamente após indução de DM com STZ,
favorecendo o acumulo de glicose no espaço extracelular. Essas alterações
tem um impacto direto sobre o SNC, causando alterações
108
neurocomportamentais, disfunções autonômicas, alterações neuroendócrinas
e alterações neurotransmissoras (BARBER et al., 2003).
A dose de STZ utilizada para a indução de DM1 no presente estudo
foi de 75 mg/kg, pois o uso de altas doses de STZ (por exemplo, 100 mg/kg
para ratos) pode promover a uma destruição completa das células β
pancreáticas, o que muitas vezes está associado ao óbito dos animais.
Enquanto doses mais baixas não causam a toxicidade das células β
pancreáticas nos animais (RODRIGUES et al., 1999).
O TNF é baseado na observação dos ratos, quando forçados a nadar
em um espaço restrito por um determinado tempo, os quais eventualmente
deixam de lutar para fugir da situação. Essa condição de desespero
comportamental é considerada um efeito depressivo, e é utilizado como teste
preditivo para descoberta de novos fármacos antidepressivos (PORSOLT et
al., 1978). Ratos e camundongos reagem de forma diferente ao TNF de
Porsolt e por isso seus protocolos também devem ter diferenças (BORSINI,
1995). O teste de Porsolt em camundongos não requer o pré-teste de 15
minutos (DAVID et al, 2003) e o tempo de duração do teste é de 6 minutos,
o que justifica a diferença entre as duas metodologias.
Estudos observaram um efeito significativo no comportamento
relacionado à depressão no 28º dia após a indução do diabetes por STZ
(GOMEZ; BARROS, 2000; CALETTI et al., 2012), por tanto, os
experimentos para avaliação do comportamento depressivo dos animais
foram validados 28 dias após a administração de STZ. No presente estudo,
animais diabéticos tratados com veículo apresentaram comportamento
depressivo evidente quando comparado com os animais normoglicêmicos,
dado que corrobora com os resultados já descritos na literatura (GOMEZ;
BARROS, 2000; WAYHS et al., 2010; CALETTI et al., 2012).
A latência para a início da imobilidade é o tempo decorrido entre a
introdução do animal na água até que fique completamente imóvel pela
primeira vez (CONTRERAS; MARTÍNEZ-MOTA; SAAVEDRA, 1998). Os
resultados mostram que o grupo hiperglicêmico apresenta menor tempo de
latência para imobilidade quando comparado com o grupo normoglicêmico.
Este comportamento, em junção com o tempo total de imobilidade, comprova
o comportamento depressivo dos animais diabéticos.
Estudos reportam alterações comportamentais em pacientes
diabéticos e também em animais submetidos a modelos de diabetes,
109
principalmente relacionado a estado de ansiedade e depressão (BRANDS et
al., 2005), o que pode justificar a diminuição da atividade locomotora no TCA
dos animais hiperglicêmicos quando comparado a ratos normoglicêmicos.
A fim de investigar se o pronunciamento do comportamento
depressivo pode estar relacionado ao estado hiperglicêmico dos animais, foi
investigado o efeito do tratamento prolongado com INS sobre o
comportamento depressivo e oxidativo em ratos hiperglicêmicos. Como
esperado, quando comparado ao grupo VEI, o grupo diabético tratado com
INS apresentou redução dos níveis de glicose no sangue e na percentagem de
HbA1. Além disso, a menor perda de peso, quando comparado ao grupo
NOR, foi o grupo INS, sugerindo uma melhora da saúde geral dos animais.
O tratamento com INS também preveniu o comportamento depressivo
pronunciado dos animais hiperglicêmicos. Estes resultados confirmam que o
tratamento com INS reverte a imobilidade prolongada (HILAKIVI-CLARKE
et al., 1990) e previne o dano neuronal no córtex de ratos diabéticos induzidos
por STZ (GUYOT et al., 2001). Ho e colaboradores (2012) comprovaram que
o tratamento com INS é capaz de induzir um efeito semelhante à
antidepressivos em camundongos diabéticos submetidos ao TSC e a DM1
induzida por STZ pode ser revertida pelo tratamento com INS. Grossman et
al (2010) relataram que o controle glicêmico através da administração de INS
em ratos diabéticos induzido por STZ pode promover a regeneração de
células β no pâncreas diabético. A extensão da restauração da função e da
massa das células β depende do período de tratamento e do controle do nível
glicêmico, (GROSSMAN et al., 2010) uma vez que este estado
hiperglicêmico é revertido pelo tratamento com INS, melhorando os sintomas
depressivos dos animais. Além disso, estudos mostraram que ratos diabéticos
apresentaram maior comportamento depressivo quando submetidos ao TNF
(GOMEZ; BARROS, 2000; da SILVA HAESER et al., 2007; CERETTA et
al., 2012; de MORAIS et al., 2014), e o tratamento com insulina foi capaz de
impedir esta mudança comportamental (HILAKIVI-CLARKE et al., 1990;
de MORAIS et al., 2014; WAYHS et al., 2010).
É importante destacar que os níveis de glicose e HbA1 são
complementares para avaliar o controle de DM. A HbA1 total refere-se a um
conjunto de substâncias formada pelas reações entre a hemoglobina A e
alguns açúcares. A elevação de 1% na hemoglobina glicada total corresponde
a, aproximadamente, um aumento médio de 25 a 35 mg/dL na glicemia. As
110
dosagens de glicose e hemoglobina glicada são distintas e complementares
para avaliação do controle do DM, pois os resultados de hemoglobina glicada
total refletem a glicemia média no intervalo de dois a três meses antecedentes
a coleta; sendo que os valores de HbA1 entre 4% e 6% são considerados
normais e níveis acima de 7% estão associados a um risco maior de
complicações crônicas (CAVAGNOLLI, 2011), já resultados de glicemia
refletem a avaliação da glicose no momento da coleta sanguínea (SAUDEK
et al., 2006).
Testou-se o efeito do tratamento prolongado com o antidepressivo
IMI. Corroborando com resultados de Morais e colaboradores (2013), o
tratamento com IMI induziu um comportamento tipo-antidepressivo, embora
não tenha melhorado os níveis elevados de glicose no sangue, HbA1 ou o
ganho de peso reduzido observado nos ratos diabéticos. O tratamento com
IMI diminuiu o número de cruzamentos no TCA, sugerindo uma diminuição
da atividade locomotora, porém, não afetou o desenvolvimento dos animais
no TNF.
Também foi investigado o efeito do tratamento crônico do EHCRF,
AMA ou AMB sobre o comportamento depressivo, já que ambos
apresentaram atividade tipo-antidepressiva promissora no TSC e TNF em
camundongos. Observou-se que o tratamento com AMB foi capaz de impedir
o comportamento depressivo de ratos diabéticos, tanto quando o tratamento
com IMI. Além disso, AMB não alterou o sistema locomotor dos animais no
TCA. A ausência do efeito tipo-antidepressivo do EHCRF (150 mg/kg, v.o.)
e AMA (5 mg/kg, v.o.) em animais hiperglicêmicos pode ser devido à
duração do tratamento ou a dose utilizada, que foi a menor dose efetiva a qual
apresentou efeito tipo-antidepressivo em camundongos. Os tratamentos com
EHCRF, AMA e AMB não alteraram a condição hiperglicêmica dos animais
diabéticos, o percentual de HbA1 e também não evitaram o ganho de peso
reduzido (tabela 1). Por tanto, observa-se que mesmo não revertendo o quadro
diabético causado pela administração de STZ, AMB foi capaz de impedir o
comportamento depressivo causado pela hiperglicemia em ratos.
A disfunção de células β pancreáticas na DM1 induzida por STZ
pode ser aliviada com a utilização produtos naturais, principalmente obtidos
de plantas. As plantas medicinais são a base para o rastreio de fármacos
antihiperglicemiantes utilizando modelos de animais diabéticos induzido por
STZ (WU; YAN, 2015). Além da toxicidade das células β pancreáticas
111
causada pela administração de STZ, danos oxidativos causado por
EROs/ERNs também estão implicados na destruição destas células
(LENZEN, 2008). Portanto, numerosos estudos demonstraram que os
extratos e compostos de plantas com propriedades antioxidantes podem
melhorar a disfunção da célula β pancreáticas na DM1 induzida por STZ, tais
como, proantocianidinas de semente de uva (DING et al, 2013), curcumina
(CHANPOO et al., 2010), resveratrol (KU et al., 2012) e picnogenol
(PARVEEN et al., 2013). Os mecanismos subjacentes dessas substâncias
fitoquímicas são, além da ação antioxidante, provavelmente devido às suas
habilidades para atenuar a toxicidade hiperglicêmica, diminuindo os níveis
de glicose no sangue e/ou facilitando a combustão da glicose (MARCHAND;
ARANY; HILL, 2010).
Em geral, muitas complicações do DM são causadas por exposição
a elevados níveis de glicose e os mecanismos responsáveis pela lesão tissular
induzida por hiperglicemia tem em comum uma única via, o aumento do
estresse oxidativo (VALKO et al., 2007; GIACCO; BROWNLEE, 2010;
NAUDI et al., 2012), uma vez que a hiperglicemia gera elevação de radicais
livres por auto-oxidação de glicose (BONNEFONT-ROUSSELOT et al.,
2004), além do aumento da atividade da enzima aldose redutase e a formação
dos AGEs.
Os AGEs são moléculas formadas a partir de reações
aminocarbonilo não-enzimáticas que ocorrem de forma mais acelerada no
estado hiperglicêmico do diabetes (DA SILVA, 2014). Uma vez que esses
compostos tem a capacidade de modificar irreversivelmente propriedades
químicas e funcionais de estruturas biológicas, os AGEs influenciam nas
complicações orgânicas desencadeadas pelo diabetes, tais como a retinopatia
(STITT; CURTIS, 2005), a neuropatia (JACK; WRIGHT, 2012),
complicações cardiovasculares (PIARULLI et al., 2013) e depressão maior
(CHEN et al., 2012). Sendo assim, além do estresse oxidativo, os AGEs
também são um fator primordial nos danos teciduais causados pelo diabetes
(SINGH, 2001; DA SILVA, 2014).
Como resultado da hiperglicemia também há diminuição da
eficiência das defesas antioxidantes (SADI et al., 2008), o que, por sua vez,
pode causar outras condições patológicas (YOUNG; WOODSIDE, 2001),
como a TDM. Estudos encontraram evidências de aumento do estresse
oxidativo em pacientes com TDM, sugerindo que este seja um contribuinte
112
importante para fisiopatologia da depressão (MELLON et al., 2016;
LINDQVIST et al., 2017). Tanto em pacientes depressivos quanto diabéticos,
são encontrados perfis de estresse oxidativo, com deficiência dos níveis
sanguíneos de enzimas antioxidantes e altos níveis de produtos de
peroxidação lipídica, quando comparados com controles saudáveis (OZCAN
et al., 2004; SARANDOL et al., 2007). Para tanto, foi investigado o efeito do
tratamento crônico do EHCRF e dos compostos AMA e AMB sobre os danos
oxidativos no hipocampo e córtex, não apenas para confirmar esta hipótese,
mas também para verificar se a atividade apresentada no comportamento
depressivo dos animais diabéticos está relacionada com uma melhora no
sistema antioxidante dos mesmos.
As enzimas antioxidantes CAT e SOD também apresentam suas
atividades de forma anormal em pacientes com TDM (GAŁECKI et al., 2009;
KOTAN et al., 2011; SZEBENI et al., 2014). Estas enzimas fazem parte do
sistema de defesa antioxidante enzimático e possuem papel bastante
importante. SOD é a primeira linha de defesa contra EROs e ERNs e é
responsável pela dismutação do ânion superóxido (O2•-), que é altamente
reativo e tóxico, para H2O2 (peróxido de hidrogênio), que é menos reativo e
tóxico (DELBRIN; ANTUNES; ZANESCO, 2009). A CAT catalisa reações
químicas que convertem H2O2 em água e molécula de oxigênio (figura 5).
Nesse contexto, os dados mostram que animais diabéticos apresentaram um
aumento do estresse oxidativo no hipocampo e córtex, evidenciado pelo
aumento na atividade de SOD (figura 27) e CAT (figura 28), sugerindo que
os mecanismos de defesa do organismo são ativados para minimizar o
aumento do estresse oxidativo, assim como pelo aumento dos níveis de
peroxidação lipídica (figura 29).
Além disso, observou-se uma significativa dimimuição do teor de
GSH (figura 26) no hipocampo. Os neurônios do hipocampo são
particularmente suscetíveis ao dano oxidativo devido ao alto consumo de
oxigênio, grande conteúdo facilmente oxidável de ácidos graxos
poliinsaturados e níveis antioxidantes relativamente baixos (WANG;
MICHAELIS, 2010). O estresse oxidativo no hipocampo provoca redução da
neurogênese e maior morte neuronal (MATTSON, 2000; HUANG; ZOU;
CORNIOLA, 2012). Sabe-se que o hipocampo é uma das estruturas límbicas
implicadas na depressão (WANG; MICHAELIS, 2010). Além disso, o
hipocampo tem conexões com o córtex pré-frontal, região mais diretamente
113
envolvida na emoção e cognição e, assim, contribui para outros principais
sintomas do TDM (DUMAN; MONTEGGIA, 2006; HALL et al., 2010).
O GSSG e GSH estão entre os marcadores de estresse oxidativo mais
estudados no TDM (LAPIDUS et al,. 2014; MORRIS et al., 2014). A
peroxidação lipídica leva a um funcionamento celular prejudicado, perda da
elasticidade e fluidez da membrana e morte celular (MONTUSCHI;
BARNES; ROBERTIS, 2004). O GSH, um antioxidante não-enzimático, é
oxidado por EROs/ERNs e formar GSSG (SCHULZ et al., 2000). Por tanto,
os níveis elevados de GSH são considerados como uma indicação de
capacidade antioxidante, enquanto a elevação de GSSG é um indicador de
estresse oxidativo.
A melhora no comportamento depressivo de ratos diabéticos
tratados com INS foi acompanhado de prevenção de todos os parâmetros de
estresse oxidativo testadosbo hipocampo e córtex. Esses resultados sugerem
que além de seu efeito significativo sobre o controle glicêmico, esse
tratamento também tem um papel importante no combate a atenuação do
estresse oxidativo (MOREIRA et al., 2006). Em nosso estudo, o efeito
neuroprotetor do tratamento com INS foi evidenciado pelo aumento dos
níveis de GSH e redução da atividade de SOD e CAT no hipocampo dos
animais, o que corrobora com estudos que afirmam que a INS pode exercer
papéis importantes no desenvolvimento neural e plasticidade sináptica
(BENARROCH, 2012; HUANG; LEE; HSU, 2010).
Zafir e colaboradores (2009) relatam que a utilização de fármacos
antidepressivos, como imipramina, venlafaxina e fluoxetina, há restauração
simultânea e sincronizada de antioxidantes endógenos, como nas atividades
de SOD, CAT, GST, GR e níveis de GSH, em amostras de cérebro de ratos
Swiss albinos estressados. Além disso, outro estudo mostrou que a
venlafaxina antagonizou o estresse induzido em camundongos,
demonstrando uma diminuição considerável dos níveis de GSH e na atividade
de GST no hipocampo dos animais testados, em doses que apresentaram
atividade tipo antidepressiva no TNF e TSC (ABDEL-WAHAB et al., 2011).
Esses resultados indicam a ligação entre a resposta antioxidante ao efeito
tipo-antidepressivo de fármacos (ABDEL-WAHAB et al., 2011), com isso,
intervenções clínicas com fármacos antidepressivos que possuem efeito
antioxidante podem ser consideradas eficazes, não só por aliviar os sintomas
depressivos, mas também por ser um meio de modulação do estresse
114
oxidativo (DONATO, 2013). Os resultados do presente estudo corroboram
com estas informações, pois o grupo de animais diabéticos tratado com IMI
apresentaram melhora no comportamento depressivo e nos parâmetros de
estresse oxidativo testados. IMI foi capaz de previnir a redução dos níveis de
GHS no hipocampo causados pela hiperglicemia, assim como previnir o
aumento da peroxidação lipídica no hipocampo e córtex. Em relação as
enzimas antioxidantes SOD e CAT, o tratamento prolongado com IMI
também foi capaz de previnir o aumento da atividade das duas enzimas.
O efeito na redução do comportamento depressivo induzido pelo
tratamento prolongado com EHCRF, AMA ou AMB podem ser associado a
uma redução significativa nos parâmetros de estresse oxidativo no
hipocampo e córtex. O tratamento com AMB, assim como IMI, foi capaz de
prevenir a diminuição dos níveis de GSH no hipocampo. Quanto à atividade
de SOD, os tratamentos com EHCRF, AMA e AMB foram capazes de
prevenir o aumento da atividade enzimática no hipocampo de ratos
diabéticos. Em relação à atividade da CAT, somente o tratamento com o
EHCRF e AMB foram capazes de prevenir sua atividade aumentada no
hipocampo, de forma mais significativa que INS e IMI. Já no córtex, todos
os tratamentos foram capazes de prevenir a atividade aumentada de CAT. O
tratamento prolongado com EHCRF, AMA ou AMB também foram capazes
de reduzir a peroxidação lipídica de ratos diabéticos.
Por tanto, EHCRF apresentou atividade tipo-antidepressiva em
camundongos e os sistemas serotonérgico, noradrenérgico e dopaminérgico
estão envolvidos no moco de ação do extrato. AMA e AMB, compostos
isolados de EHCRF também apresentaram atividade tipo-antidepressiva no
TSC e ST. Além disso, quando administrados separadamente em ratas
diabéticas induzido por STZ, AMB destacou-se devido a influência sobre o
comportamento depressivo destes animais. Esta atividade pode estar
relacionada ao potencial de redução de dano oxidativo no hipocampo e córtex
de animais hiperglicêmicos (Figura 31).
115
Figura 31 - Esquema representativo dos materiais e métodos utilizados
EHCRF = extrato hidroalcóolico das cascas de Rapanea ferruginea; AMA = ácido mirsinóico A; AMB = ácido mirsinóico B; CC=
coluna cromatográfica; TSC = teste de suspensão pela cauda; TNF = teste do nado forçado; TCA = teste do campo aberto; ST = splash
test; GSH = glutationa redutaze; LOOH = lipoperoxidação; CAT = catalase; SOD = superórido dismutase.
116
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho demonstrou o efeito tipo-antidepressivo da
administração aguda do EHCRF (50, 100, 150 e 300 mg/kg, v.o.) no TNF e
TSC em camundongos e efeito sobre a anedonia, observado no ST. O EHCRF
não apresentou qualquer efeito sob a atividade locomotora e exploratória no
TCA. Com relação ao tempo de duração da atividade tipo-antidepressiva no
TSC, o EHCRF apresentou-se ativo durante 3 horas. Verificou-se o
envolvimento do sistema monoaminérgico para a ação tipo-antidepressiva do
EHCRF, dentre eles sistemas serotonérgico, noradrenérgico e dopaminérgico
Foi verificado se o efeito tipo-antidepressivo do EHCRF está
relacionado aos dois compostos isolados majoritários do extrato da planta,
AMA (5, 15 e 30 mg/kg, v.o.) e AMB (3, 10, 30 e 60 mg/kg, v.o.) através do
TSC, TCA e ST. Ambos os compostos apresentaram atividade tipo-
antidepressiva nos testes preditivos, destacando a dose de 5 e 3 mg/kg para
AMA e AMB, respectivamente. Também não hove interferência no sistema
motor dos animais no TCA. AMA apresentou tempo de duração de atividade
tipo-antidepressiva no TSC de 4 horas, e o AMB de 6 horas.
Com relação ao comportamento depressivo de ratos diabéticos
induzido por STZ e submetidos ao TNF, AMB apresentou excelente
resultado, revertendo o efeito de imobilidade dos animais hiperglicêmicos,
este efeito pode ser devido à sua capacidade de melhorar os parâmetros de
estresse oxidativo no hipocampo e córtex.
Como o tratamento prolongado com EHCRF e AMA não induziram
reversão completa do estado depressivo de animais diabéticos, conclui-se que
estresse oxidativo pode não ser o único fator envolvido na fisiopatologia que
relaciona TDM com DM.
117
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ANEXO B
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