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1 Avaliação de Impacto de um Programa de Pós-Graduação na Atuação Profissional de Egressos Autoria: Jairo Eduardo Borges Andrade, João Luis X. M. de Negreiros, Rodrigo R. Ferreira RESUMO O objetivo deste estudo foi avaliar o que aconteceu, em termos de atuação profissional, com os egressos de um programa de pós-graduação (PPG-PSTO) da Universidade de Brasília. Dados primários foram coletados por meio de um questionário e outros, secundários, foram obtidos de um banco de dados sobre o psicólogo brasileiro e também dos currículos Lattes dos participantes. Os egressos do Programa parecem ter conseguido condições de trabalho e renda mais adequadas e vislumbram um melhor futuro profissional Os resultados sugerem diferenças marcantes entre a atuação profissional dos egressos do PPG-PSTO e a de uma amostra equivalente de psicólogos brasileiros. Palavras-Chave: avaliação programas educacionais; psicologia social, do trabalho e das organizações (PSTO); psicólogo brasileiro.

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Avaliação de Impacto de um Programa de Pós-Graduação na Atuação Profissional de Egressos

Autoria: Jairo Eduardo Borges Andrade, João Luis X. M. de Negreiros, Rodrigo R. Ferreira

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar o que aconteceu, em termos de atuação profissional, com os egressos de um programa de pós-graduação (PPG-PSTO) da Universidade de Brasília. Dados primários foram coletados por meio de um questionário e outros, secundários, foram obtidos de um banco de dados sobre o psicólogo brasileiro e também dos currículos Lattes dos participantes. Os egressos do Programa parecem ter conseguido condições de trabalho e renda mais adequadas e vislumbram um melhor futuro profissional Os resultados sugerem diferenças marcantes entre a atuação profissional dos egressos do PPG-PSTO e a de uma amostra equivalente de psicólogos brasileiros. Palavras-Chave: avaliação programas educacionais; psicologia social, do trabalho e das organizações (PSTO); psicólogo brasileiro.

 

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INTRODUÇÃO Segundo dados do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o número de doutores brasileiros titulados no exterior entre 1986 e 1995 era de 30% do total presente no país, tendo esse número caído para menos de 20% na segunda metade da década de 90. Um dos motivos para tal diminuição, foi o aperfeiçoamento dos programas de pós-graduação (PPGs) brasileiros, acompanhado não só por importantes mudanças em suas políticas educacionais, mas também por mudanças no mercado de trabalho (Velloso, 2003). O crescimento dos PPGs na última década do século passado foi, de acordo com o autor, o mais notório. Essa evolução contou em parte com o acompanhamento e a orientação dadas pelas avaliações coordenadas pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), a fim de que os programas atingissem um padrão internacional de qualidade. Na década de 1990, pesquisas, com apoio da CAPES e da UNESCO (Organização das Nações Unidades para Educação, Ciência e Cultura), foram realizadas a fim de investigar as características dos mestres e doutores titulados no Brasil naquela década (Velloso, 2003). O autor identificou o perfil acadêmico e profissional de egressos de quinze áreas do conhecimento. Para isso, analisou dentre outros, a trajetória da formação, situação de trabalho, percepção quanto à contribuição do curso, motivação e impacto da pós-graduação no trabalho dos mesmos. A pesquisa resultou na publicação de três obras, cujo trabalho visou, sobretudo, contribuir para o aperfeiçoamento dos programas de mestrado e doutorado no Brasil. Assim, com o trabalho de Velloso (2003), as adequações que se seguiram no sistema de pós-graduação de universidades brasileiras visavam, além de elevar a qualidade de seus cursos, responder a problemas estruturais do Brasil e, considerando a crise econômica e social, contribuir para a solução de relevantes problemas sociais. Tendo em vista o interesse no aperfeiçoamento dos programas de pós-graduação, outros estudos, ainda que de forma espaçada no tempo, foram realizados com o objetivo de investigar a relação entre a formação acadêmica na pós-graduação e o trabalho de seus egressos. Um dos primeiros levantamentos realizados foi o trabalho de Gunther e Spagnolo (1986), que investigaram o destino profissional de mestres e doutores no Brasil. Esse estudo indicou que o principal destino desses profissionais eram as universidades. Estudos posteriores mostraram que a academia ainda absorvia uma parte expressiva dos egressos da pós-graduação. Entretanto, mudanças no cenário nacional ocorreram suscitando a demanda por esses profissionais em outros setores, como em empresas e serviços públicos e privados. Este novo cenário da pós-graduação que tem se configurado no Brasil ao longo das últimas décadas, brevemente descrito anteriormente, apresentou-se como um desafio ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações (PPG-PSTO) da Universidade de Brasília (UnB), foco deste estudo. Esse Programa elaborou sua proposta política-educacional visando atender as estas novas demandas da sociedade, de modo a formar profissionais altamente qualificados e com perfil diferenciado. O PPG-PSTO da UnB, aprovado em seu formato atual em 2006, oferece cursos de Mestrado e Doutorado Acadêmico e tem como objetivos principais: produzir conhecimento inédito; desenvolver, aplicar e avaliar instrumentos, procedimentos e estratégias de diagnóstico e intervenção; fornecer fundamentação teórica e metodológica para a docência; contribuir para o aprimoramento de valores éticos que devem orientar a pesquisa científica, a docência e a prática profissional. O

 

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curso de mestrado do PPG-PSTO tem por objetivo formar profissionais capazes de realizar pesquisa e docência em organizações públicas e privadas, com base em princípios éticos e nos fundamentos teóricos e metodológicos da Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações (PSTO). O doutorado, por sua vez, visa à formação de profissionais capazes de, autonomamente, realizar pesquisas originais e docência em organizações públicas e privadas, com base em princípios éticos e nos fundamentos teóricos e metodológicos da Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações. Atualmente, o PPG-PSTO está dividido em seis linhas de pesquisa, por meio das quais é esperado que os estudantes egressos desenvolvam um perfil de competências no campo da pesquisa, do ensino e da extensão em PSTO. Essas linhas são: Aprendizagem, Processos Psicossociais e Mudança nas Organizações; Avaliação e Instrumentação Psicológica; Conteúdos e Processos Psicossociais do Comportamento Humano; Cultura, Organizações e Bem-Estar; Processos de Trabalho, Ergonomia da Atividade, Saúde; Psicologia Ambiental. A criação do PPG-PSTO, ainda que num cenário de incertezas e dificuldades marcadas pela escassez de investimentos, tem se mostrado uma decisão acertada, haja vista o diferencial dos aspectos privilegiados pelo Programa, entre os mais de 60 PPGs com foco em psicologia espalhados no Brasil, e sua avaliação pela CAPES no nível 5, no primeiro triênio de sua existência e também em 2010. Seus docentes formam mestres e doutores desde a década de 1970, quando foi criado o PPG-PSI (Programa de Pós-Graduação em Psicologia) pelo IP (Instituto de Psicologia) da UnB. O que atualmente existe no PPG-PSTO é produto de um desenvolvimento que ocorreu durante mais de 30 anos e, portanto, precisa ter seus efeitos avaliados, o que até então não foi feito. Dotado de propósitos similares aos das avaliações das agências de fomento supracitadas, um estudo foi iniciado em agosto de 2009, apoiado pelo ProIC (Programa de Iniciação Científica)/DPP (Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação)/CNPq, com os objetivos de: 1) investigar a condição profissional de egressos da pós-graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, do antigo e do atual programa; 2) levantar competências desenvolvidas por estes sujeitos ao longo do curso de mestrado ou doutorado e 3) comparar dados de egressos do antigo programa (PPG-PSI) com o vigente (PPG-PSTO). Foram validados os instrumentos da pesquisa com egressos dos dois programas de pós-graduação (PPG-PSI e PPG-PSTO) e construídos e testados os instrumentos em formato eletrônico para coleta dos dados. Paralelamente, foi realizado um levantamento dos e-mails atualizados de todos os egressos, por meio de busca em cadastros da secretaria dos mencionados programas e contatos pessoais com ex-orientadores e ex-colegas. Os links para resposta eletrônica do questionário foram então enviados aos participantes da pesquisa. Obtiveram-se os endereços eletrônicos de 206 dos 270 egressos identificados nos dois programas, para os quais a pesquisa foi encaminhada via e-mail. A taxa de resposta obtida naquela pesquisa foi de 44,6%, totalizando 88 questionários respondidos, o que evidenciou a necessidade de complementar a coleta de dados para um retorno apropriado às análises do estudo. O presente estudo, por sua vez, deu continuidade ao anterior com os objetivos de: 1) complementar a coleta de dados com egressos dos dois programas de pós-graduação e realizar as análises necessárias para atingir os objetivos do anterior; 2) comparar os dados de atuação profissional dos egressos dos programas PPG-PSI e PPG-PSTO com dados de atuação dos psicólogos brasileiros com pós-graduação, que foram objeto de pesquisa nacional que utilizou o mesmo questionário do presente projeto, há quatro anos; e 3) investigar relações existentes

 

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entre dados de produtividade intelectual (coletados nos currículo Lattes) domínio de competências e atuação profissional dos egressos respondentes. É neste cenário teórico, empírico e metodológico, brevemente apresentado, que o presente estudo se insere. MÉTODO Participantes O universo desta pesquisa é constituído de estudantes orientados por professores do atual PPG-PSTO, que tenham concluído o curso de mestrado ou doutorado a partir de 1975, quando ainda estava vigente o PPG-PSI. Os participantes foram identificados, inicialmente, por meio de arquivos das secretarias de pós-graduação do IP e do PST (Departamento de Psicologia Social e do Trabalho). Em seguida, foi realizada uma busca no curriculum vitae (Plataforma Lattes) de orientadores, de ambos os Programas, por teses e dissertações concluídas a partir de 1975. Foram identificados 268 egressos dos dois programas de pós-graduação (PPG-PSI e PPG-PSTO), orientados por professores e colaboradores do PST, e obtidos os endereços eletrônicos de 206 destes. Para complementar a coleta de dados, novos endereços eletrônicos foram obtidos e, àqueles retornados como “endereços inválidos”, realizou se uma busca com ex-orientadores e ex-colegas a fim de atualizar seus e-mails. À relação de egressos, somaram-se os estudantes concluintes do PPG-PSTO no segundo semestre de 2010 e dos dois primeiros meses de 2011, resultando na obtenção de 246 e-mails de um total de 294 possíveis. A taxa de respostas foi de 63%, contando com 154 questionários preenchidos, dos quais 136 foram válidos para fins de análise, o que representou uma ampliação de 15% em relação ao estudo anterior. Tratou-se de uma amostra de conveniência por acessibilidade. A amostra é constituída por 103 pessoas do sexo feminino (67%) e a idade variou de 24 a 70 anos (M = 39 anos, DP = 9,34). No que se refere à formação acadêmica, 76% dos egressos participantes são graduados em Psicologia, tendo a maior parte deles (39%) se formado em outras instituições de ensino, percentual bem próximo do número de egressos formados em psicologia na própria UnB (37%). Entre as titulações, 80% dos participantes, 122 egressos, possuem mestrado em Psicologia pela UnB, tendo 61% obtido o título no programa antigo (PPG-PSI) e 19% no atual programa (PPG-PSTO). Responderam à pesquisa 75 doutores (55% da amostra), sendo 67 em Psicologia pela UnB, 42 (27%) no PPG-PSI e 25 (16%) no atual PPG-PSTO. Dada a existência de egressos que cursaram mestrado e doutorado, ou no mesmo programa ou em programas diferentes, para fins de análise, foi considerado o ultimo curso realizado, tenha sido ele de mestrado ou doutorado, e no respectivo programa, PPG-PSI ou PPG-PSTO. Sob esse critério, a pesquisa contou com 91 mestres (59%), 63 doutores (41%), 92 egressos do antigo programa (60%) e 62 do programa atual (40%). Instrumentos Para coleta dos dados foram utilizados dois instrumentos. O primeiro, uma adaptação do questionário de Bastos e Gondim (2010), anteriormente utilizado por Bastos e Gomide (1988), para investigar a formação acadêmica e atual condição profissional dos participantes. O segundo, o "Questionário de Mensuração de Competências Acadêmicas", contém descrições das competências esperadas dos estudantes do PPG-PSTO. Foi desenvolvido para

 

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estudantes da UnB e apresentado no III Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho, em 2008, também adaptado para esta pesquisa (Ferreira & Abbad, 2008). O instrumento adaptado de Bastos e Gondim (2010) é composto por questões que buscam identificar o curso de graduação (se em Psicologia ou outra área); a origem das titulações (quais instituições e se públicas ou privadas); a condição profissional do participante, conforme o nível de atuação do profissional (se nunca atuou, se já o fez no passado, se exerce atividades em outras áreas além de PSTO ou se trabalha somente neste campo), dentre outros aspectos. A seqüência das questões apresentadas aos participantes variava conforme a resposta aos itens anteriores. Assim, puderam ser coletados desde dados referentes ao motivo da não inserção profissional ou interesse em atuar na área, até características específicas do local de atuação como: tipo de organização onde trabalha (pública, privada, consultoria), faixa salarial e benefícios. Foram investigados também os níveis de satisfação do egresso com a organização em que trabalha e a percepção de oportunidades de crescimento profissional na área de atuação. O “Questionário de Competências Acadêmicas” (Ferreira & Abbad, 2008), foi desenvolvido com base nas competências esperadas dos estudantes do PPG-PSTO no campo da pesquisa, do ensino e da extensão, formuladas, na ocasião em que foi proposto, com base no plano político pedagógico do Programa. Os itens apresentam descrições de competências que foram julgadas em duas escalas do tipo likert de 11 pontos (0 a 10), quanto à importância (0 = sem importância para minha atuação profissional e 10 = muito importante para minha atuação profissional) e à aquisição (0 = não adquiri essa competência no curso e 10 = adquiri completamente essa competência no curso). O instrumento apresenta, ainda, questões abertas sobre os pontos fortes e fracos do Programa, a descrição de competências adquiridas e não apresentadas nos itens, e as competências que os participantes gostariam de ter adquirido, além das apresentadas no instrumento. Procedimentos de Coleta dos Dados No primeiro estudo, ambos os instrumentos passaram por validação semântica com egressos do antigo e do atual Programa. Em seguida, foram configurados em formato eletrônico utilizando software para organização e aplicação de questionários on-line, o EFS Survey, da Globalpark, e encaminhados aos egressos por e-mail. Os egressos recebiam, na mensagem enviada, o convite para participar da pesquisa e um link, com o endereço eletrônico do questionário para resposta. Todos respondiam ao “Questionário de Competências Acadêmicas” e às questões referentes à formação (títulos, instituição e ano). Para as questões sobre a atuação profissional, foram criados filtros, através dos quais os egressos eram encaminhados à questões específicas, conforme sua atual condição profissional. No atual estudo, os convites para participar da pesquisa foram reencaminhados aos egressos não respondentes, após atualização ou correção dos respectivos endereços eletrônicos. Convites foram enviados aos egressos concluintes do Programa durante o segundo semestre de 2010 e os dois primeiro meses de 2011. O período de coleta, no qual os questionários on-line ficaram disponíveis para preenchimento, foi de Janeiro a Maio de 2011. Ao final desse período, outra coleta foi iniciada, essa, na Plataforma Lattes, do CNPQ, para investigação da produtividade intelectual e acadêmica daqueles que haviam respondido o questionário on-line. Foram coletados os seguintes dados: nº de revistas ou periódicos como revisor, de projetos financiados, de artigos publicados em periódicos, de publicações de livros

 

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ou capítulos de livros, nº de trabalhos completos, resumos expandidos ou resumos publicados em anais de congressos, nº de artigos aceitos para publicação, nº de participações em bancas de dissertação, de teses, de especialização e ou de comissão julgadora, nº de eventos organizados, de orientações de graduação, especialização, mestrado, doutorado, pós-doutorado e iniciação científica em andamento ou concluídas. O nº de eventos foi contabilizado a partir do ano seguinte ao de conclusão do ultimo curso no programa (PPG-PSI ou PPG-PSTO) e tabulados no mesmo banco com os demais dados dos egressos. As informações referentes à atuação do psicólogo brasileiro foram obtidas do próprio banco da pesquisa coordenada por Bastos e Gondim (2010), após autorização dos autores. Procedimentos de Análise dos Dados Os dados do questionário on-line foram exportados, em formato eletrônico, para uma planilha compatível com programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 16.0. O banco com dados de atuação do psicólogo brasileiro também foi tratado a fim de selecionar profissionais com pós-graduação (mestrado e/ou doutorado) e variáveis passíveis de comparação, para então ser analisado utilizando o mesmo programa. Foram empregadas técnicas estatísticas descritivas (média, frequência, desvio-padrão, mínimos e máximos) e inferenciais (análise fatorial exploratória, análise de variância e correlação bivariada de Pearson). RESULTADOS Os resultados serão apresentados em 5 blocos, em consonância com o objetivo geral da pesquisa: (1) atual condição profissional dos egressos, (2) competências adquiridas no curso, (3) comparação de dados dos egressos do PPG-PSI com egressos do PPG-PSTO, (4) comparação da atuação profissional de egressos do PPG-PSI e PPG-PSTO com  a  de 

psicólogos brasileiros com pós-graduação em Psicologia e (5) relação entre dados de produtividade acadêmica, domínio de competências e atuação profissional dos egressos. 1) Atual Condição Profissional dos Egressos. Quanto à atual condição profissional, 63 (45%) atuam em PSTO e outro campo profissional, enquanto 56 (40%) somente no campo da PSTO. Destes 119, as organizações públicas absorvem a maior parte (42,5%), seguidas pelo trabalho como autônomo ou de consultoria (28,2%) e, por fim, as organizações privadas (22,1%). Nas organizações públicas, 47% atuam em Instituições de Ensino Superior (IES), enquanto 43% em outras instituições públicas, entre órgãos da administração pública, empresas, fundações, unidades do poder judiciário e legislativo ou ainda escolas (até o segundo grau. Uma pequena minoria, neste caso). Daqueles que trabalham como autônomos ou em consultorias, mais de 60% informam utilizar a própria residência como local de trabalho. Dentre as organizações privadas, as IES concentram parte significativa dos egressos (68%), contra 26% que atuam em empresas do setor primário, industrial, comércio, serviço e instituições educacionais (até o segundo grau. Uma pequena minoria, outra vez). Em complemento ao local de inserção profissional, solicitou-se aos participantes marcar até três atividades desenvolvidas com maior frequência, que estão apresentadas na Tabela 1.

 

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Tabela 1 – Frequência e percentual de atividades desenvolvidas com maior frequência por local de inserção profissional

Organizações Públicas

Organizações

Privadas Trabalho

Autônomo TOTAL

Principais atividades

f %r f %r f %r f %

Pesquisa 45 21,7% 12 13,3% 21 18,3% 84 18,9%

Ensino de Graduação 30 14,5% 22 24,4% 7 6,1% 60 13,5%

Ensino de pós-graduação em nível de especialização

5 2,4% 10 11,1% 9 7,8% 26 5,8%

Ensino de pós-graduação em níveis de mestrado ou doutorado

20 9,7% 8 8,9% 1 0,9% 30 6,7%

Ensino em eventos de treinamento e desenvolvimento

11 5,3% 3 3,3% 9 7,8% 25 5,6%

Avaliação 18 8,7% 10 11,1% 26 22,6% 58 13,0%

Intervenção 20 9,7% 6 6,7% 19 16,5% 49 11,0%

Elaboração de pareceres técnicos 25 12,1% 8 8,9% 13 11,3% 52 11,7%

Gestão 26 12,6% 5 5,6% 7 6,1% 43 9,7%

Outra 7 3,4% 6 6,7% 3 2,6% 18 4,0%

De maneira geral, as atividades de pesquisa (19%), ensino de graduação (13,5%) e avaliação (13%) aparecem como as desenvolvidas com maior frequência pelos egressos do Programa que atuam somente em PSTO ou em combinação com outras áreas. Destaca-se a diferença de atividades entre os locais de inserção profissional, de forma que, para aqueles que atuam em organizações públicas, a atividade de pesquisa aparece com maior frequência (21,7%). Por outro lado, em organizações privadas, é a atividade de ensino de graduação que prevalece (24%) e, para os trabalhadores autônomos, é a atividade de avaliação (22,6%). O sentimento de 82% dos respondentes em relação à sua organização, seja ela pública, privada, sem fins lucrativos ou dos trabalhadores autônomos, é de satisfação. Constatou-se uma predominância na resposta “satisfeito”, sendo as organizações sem fins lucrativos o local com maior percentual de egressos satisfeitos (92%), seguidas pelo trabalho autônomo (84%) e as organizações públicas (81%). Resultado semelhante foi observado na percepção de oportunidades de crescimento profissional na organização, tendo 52% dos egressos indicado perceber muitas “oportunidades”. Novamente, o local com maior percentual de respostas “muitas oportunidades” foram as organizações sem fins lucrativos (69%), seguidas pelas organizações públicas (47%) e pelos trabalhadores autônomos. No caso das organizações privadas, a resposta predominante foi “poucas oportunidades” (44%). A renda mensal de 56% dos egressos está acima de 7 mil reais, enquanto 37% ganham entre 3 e 5 mil reais. Mais da metade dos participantes (55%) relatam que esta renda é 100% proveniente da sua atuação em PSTO e 61% afirmam que esta renda contribui com no mínimo metade da renda familiar. Por fim, quanto às perspectivas de atuação profissional em um ano,

 

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61% dos egressos declararam que gostariam de manter o que fazem no mesmo emprego e 25% gostariam de mudar de emprego, mantendo o que fazem em PSTO, o que converge com a satisfação com a organização apresentada anteriormente. 2) Competências Adquiridas pelos Egressos. O “Questionário de Competências Acadêmicas” foi submetido a análise fatorial, considerando 136 questionários válidos, resultando na relação de 5,23 respostas por item. A partir do resultado dos testes de normalidade multivariada, linearidade e singularidade, outliers multivariados e multicolinearidade, optou-se por não tomar qualquer ação corretiva na escala (Menard, 1995; Myers, 1990; Hair, Black, Babin, Anderson, Tatham, 2009). Com KMO de 0,84, a análise inicial da matriz apontou a existência de até sete fatores e possibilidade para três ou quatro, conforme análise do screeplot. O modelo teórico do instrumento prescrevia a existência de três fatores (competências de (a) ensino, (b) de pesquisa e de (c) extensão). Utilizando método PAF e a rotação Promax para dedução destes fatores, obteve-se uma solução insatisfatória se considerados 3 fatores. Assim, a melhor solução empírica encontrada foi constituída por dois fatores (Tabela 2). Tabela 2 – Solução empírica encontrada como resultado da análise PAF, rotação promax, dos dados relativos a aquisição de competências no PPG-PSI e no PPG-PSTO.

Pattern Matrix

Fator Item

1 2

16. Utilizar diferentes técnicas de ensino (exposição oral, estudo de caso, debates, dramatização) para enriquecer a explicação de conteúdos em PSTO

0,922

18. Utilizar diversos meios instrucionais (retroprojetor, quadro, flip-chart, filme, etc) para expor conteúdos em PSTO

0,873

22. Executar projetos de intervenção profissional com base nos fundamentos da PSTO

0,864

17. Preparar material didático para exposição de conteúdo 0,842

21. Formular projetos de intervenção profissional com base nos fundamentos da Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações

0,807

23. Avaliar projetos de intervenção profissional com base nos fundamentos da PSTO 0,793

15. Elaborar programas e planos de cursos, disciplinas e treinamentos no ensino superior com base nos fundamentos da PSTO

0,777

24. Assessorar organizações públicas e privadas com base nos fundamentos da PSTO 0,688

19. Descrever claramente as relações entre teoria e prática, integrando-as 0,557

25. Assessorar a realização de concursos públicos de provas e títulos 0,517

26. Emitir pareceres técnicos, laudos e avaliações no campo temático da PSTO. 0,51

6. Avaliar as implicações éticas na condução de projetos de pesquisa 0,437

12. Elaborar relatos resumidos de textos e pesquisas científicas 0,392

13. Elaborar pareceres científicos para organizações públicas, privadas e periódicos especializados

0,375

 

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1. Relacionar os pressupostos filosóficos das teorias e abordagens em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações

0,331

11. Ler e interpretar textos em língua estrangeira

3. Avaliar a pertinência do método de pesquisa para o estudo proposto 0,745

10. Interpretar dados resultantes de pesquisas científicas 0,71

14. Avaliar a validade científica de conclusões de pesquisa 0,704

4. Distinguir questões conceituais-teóricas de questões empíricas em pesquisas científicas

0,676

2. Analisar criticamente a literatura cientifica de PSTO 0,675

8. Avaliar a qualidade de instrumentos de medida de acordo com parâmetros psicométricos

0,667

5. Delinear projetos de pesquisa e diagnóstico em ambientes sociais, organizacionais, do trabalho e/ou educacionais

0,566

7. Elaborar instrumentos de medida de acordo com parâmetros psicométricos 0,548

9. Executar as análises de dados adequadas aos projetos de pesquisa 0,538

20. Explicar conteúdos teóricos e metodológicos em PSTO 0,383 0,455

Alpha de Cronbach 0,92 0,832

Média 8,37 6,94

Desvio Padrão 1,076 1,834

Nesta solução, um item ficou carregado em dois fatores (item 20) e outro que não carregou em qualquer fator (item 11). A semântica dos itens que compõem os dois fatores possibilita a nomeação dos mesmos como sendo “competências de pesquisa” e “competências de ensino e extensão”. A análise de consistência interna (se considerada uma solução unifatorial) é satisfatória, não apresentando melhoria substancial com a remoção de algum item. O fator 1 (competências de pesquisa) apresentou alpha de 0,92 e o fator 2(competências de ensino e extensão) de 0,83. A análise da média dos fatores, considerando uma escala de aquisição de 11 pontos (0 a 10), aponta para um desempenho efetivo dos programas PPG-PSI e PPG-PSTO, no desenvolvimento de competência dos egressos, especialmente no que tange ao primeiro fator. 3) Comparação de Dados dos Egressos do PPG-PSI com Egressos do PPG-PSTO. Foram comparados dados de aquisição de competências, atuação profissional, local de inserção profissional, atividades desenvolvidas com maior frequência, satisfação com a organização, oportunidades de crescimento profissional na organização, renda e perspectivas de atuação profissional em um ano. No que diz respeito à aquisição de competências não foi constatada diferença significativa (p < 0,05) entre egressos do PPG-PSI e do PPG-PSTO. Da mesma forma, não foi verificada diferença entre mestres e doutores formados, embora as médias dos primeiros tenham sido maiores que as médias dos segundos, no fator relativo à aquisição de competências de ensino e extensão.

 

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A Tabela 3, que apresenta dados da atuação profissional em PSTO dos egressos, indica que, percentualmente, os egressos do PPG-PSTO tem tido maior atuação somente neste campo em comparação aos do antigo programa. Tabela 3 – Distribuição percentual de egressos do PPG-PSI e PPG-PSTO por atuação profissional em PSTO.

PPG-PSI PPG-PSTO Atuação em PSTO

Freq. % Freq. %

A. Nunca atuou profissionalmente em PSTO. 1 1,2% 1 1,8%

B. Não exerce atividade profissional atualmente em PSTO, mas já atuou no passado. 7 8,5% 3 5,3%

C. Atualmente exerce atividades profissionais apenas fora do campo da PSTO. 4 4,9% 4 7,0%

D. Atualmente exerce atividades profissionais no campo da PSTO e em outro campo 39 47,6% 24 42,1%

E. Atualmente exerce atividades profissionais somente no campo da PSTO 31 37,8% 25 43,9%

Total 82 100% 57 100%

Não foi constatada diferença de locais de inserção profissional para aqueles que atuam em PSTO, de forma que, para ambos os programas (PPG-PSI e PSTO), há uma predominância de inserção nas organizações públicas (42% para ambos). Das principais atividades desenvolvidas no trabalho em PSTO, os egressos do antigo programa apresentam maior participação no ensino de pós-graduação em níveis de mestrado ou doutorado (8% do PPG-PSI vs. 5% do PPG-PSTO) enquanto que os egressos do atual programa sinalizam maior envolvimento com atividades de avaliação (15% PPG-PSTO vs. 11,5% do PPG-PSI). Egressos de ambos os programas apontam as atividades de pesquisa e de ensino de graduação entre as principais atividades desenvolvidas no trabalho (Tabela 4). Quanto aos sentimentos em relação à organização e quanto à percepção de oportunidades de crescimento profissional na mesma, egressos de ambos os programas convergiram em suas opiniões. Todavia, cabe chamar atenção para um maior número de egressos com percepção de “muitas oportunidades” do PPG-PSI (59% dos egressos do antigo programa vs. 44% dos egressos do atual). A Figura 1 apresenta a distribuição de egressos do antigo programa e do atual por faixa salarial

Figura 1 – Frequência da renda mensal de egressos dos programas PPG-PSI e PPG-PSTO por faixa salarial.

 

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De maneira geral, nota-se que os egressos do antigo programa se destacam dos egressos do atual, no que diz respeito à renda mais elevada, que mais contribui para o orçamento familiar e que é advinda do trabalho no próprio campo em que obtiveram formação pós-graduada. 4) Comparação da Atuação profissional de Egressos do PPG-PSI e PPG-PSTO com  a  de 

Psicólogos Brasileiros com Pós-Graduação em Psicologia. Por motivos de adaptação do instrumento, dado que a pesquisa realizada com os psicólogos brasileiros tratava-se de um estudo mais abrangente, as variáveis passíveis de comparação, com alguns limites, foram: locais de inserção profissional, natureza das organizações, satisfação com a organização, percepção de oportunidades de crescimento na organização, renda e atuação profissional futura. Do banco de dados dos participantes da pesquisa nacional sobre os psicólogos brasileiros, relatada por Bastos e Gondim (2010), fez-se um recorte para selecionar aqueles que relataram titulação nos níveis de mestrado e doutorado, na área de Psicologia. Esta amostra de conveniência ficou constituída por 551 participantes, sendo 79% do sexo feminino, com idade entre 22 e 76 anos (M = 37; DP = 10,8). Estes dados são bastante similares aos obtidos na amostra de egressos dos programas PPG-PSI e PSTO descritos anteriormente. Quando comparado o número de locais com maior inserção, a predominância de psicólogos da pesquisa nacional é de trabalhadores autônomos (35%), seguida pela inserção em organizações privadas (28%). Conforme apresentado na Tabela 5 e descrito anteriormente, os egressos do PPG-PSI e PPG-PSTO atuam, em sua maioria, nas organizações públicas. Tabela 5 - Distribuição de egressos do PPG-Psi e do PSTO e psicólogos do Brasil com pós-graduação, por local de inserção profissional.

Locais de inserção profissional

Organizações públicas

Organizações Privadas

Organizações s/ fins

lucrativos

Trabalhadores Autônomos

Público

n % n % n % n %

Egressos do PPG-PSI + PPG-PSTO 77 42,5% 40 22,1% 13 7,2% 51 28,2%

Psicólogos Brasileiros com pós-graduação (mestrado e/ou doutorado)

226 25,1% 254 28,3% 105 11,7% 314 34,9%

Daqueles que atuam em organizações públicas, unidades do poder legislativo, judiciário, serviços públicos de saúde, fundações e secretarias de educação, ocupam a maior parte (52%) dos participantes da pesquisa nacional, enquanto os egressos dos programas PPG-PSI e PPG-PSTO atuam predominantemente (47%) nas IES. Entre os que trabalham nas organizações privadas, as IES são o principal local de inserção, tanto para egressos do PPG-PSI e PSTO (63%) quanto para os participantes da pesquisa com psicólogos brasileiros (73%). Para os trabalhadores autônomos da pesquisa nacional, a locação de um consultório particular é o local de trabalho de 51% dos respondentes. Dado diferente foi apresentado pelos egressos dos programas de pós-graduação aqui estudados, cujo principal local de trabalho é a própria residência (57%). Diferentemente dos egressos do PPG-PSI e PSTO, que trabalham

 

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predominantemente (50%) em grupos multidisciplinares, 47% dos psicólogos brasileiros trabalham de forma individual. Ambas as amostras apresentaram um percentual de 82% de satisfação, demonstrando um elevado nível de indivíduos satisfeitos com a organização em que atuam. No que diz respeito à percepção de oportunidades de crescimento profissional, 62% dos psicólogos brasileiros relataram poucas ou algumas oportunidades, enquanto 52% dos egressos dos programas de pós-graduação aqui analisados indicaram muitas oportunidades.

 Figura 2 – Renda mensal dos egressos do PPG-PSI + PPG-PSTO  

A comparação da renda mensal entre as duas amostras indica uma concentração de quase 60% dos egressos da pós-graduação da UnB na faixa entre R$ 5.000 e R$ 10.000. Na amostra do psicólogo brasileiro essa concentração se dá no intervalo entre R$ 1.635 e R$ 8.175 (Figuras 2 e 3).  

  Figura 3 – Renda mensal do psicólogo brasileiro com pós-graduação

 

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Sobre as perspectivas de atuação profissional em um ano, enquanto 61% dos egressos da pós-graduação da UnB gostariam de manter o que fazem no mesmo emprego, 57% dos psicólogos brasileiros com pós-graduação investigados relataram que gostariam de mudar de emprego, mantendo a mesma área de atuação. 5) Relação entre dados de produtividade acadêmica, domínio de competências e atuação

profissional dos egressos. Os dados de produtividade acadêmica foram agrupados conforme a Tabela 6. De modo geral, observa-se uma elevada dispersão das variáveis, o que indica a alta produtividade acadêmica de alguns egressos e a quase inexistente de outros.

Tabela 6 - Produtividade acadêmica dos egressos da pós-graduação (PPG-PSI e PPG-PSTO).

Dados de produtividade acadêmica f Min Max Média Desvio Padrão

nº de orientações de mestrado e doutorado concluídas 137 0 63 2,34 7,96

nº de orientações de graduação e iniciação científica concluídas 137 0 91 7,00 14,87

nº de artigos publicados e artigos aceitos para publicação 137 0 124 4,78 13,65

nº de participações em bancas de mestrado e ou doutorado 137 0 93 6,36 14,80

A ANOVA realizada com os egressos dos programas indicou a existência de diferenças significativas (p < 0,05) para as quatro variáveis estudadas, sendo em todas elas a média dos egressos do PPG-PSI significativamente maior que a dos egressos do PPG-PSTO. Não foram encontradas correlações bivariadas significativas entre os fatores de aquisição de competências e as variáveis de produtividade acadêmica levantadas. CONCLUSÃO Os resultados referentes à atuação profissional dos egressos dos programas PPG-PSI e PPG-PSTO sustentam o achado nas pesquisas realizadas por Gunther e Spagnolo (1986) e Velloso (2003), segundo os quais as IES constituem o principal destino dos egressos da pós-graduação brasileira. No entanto, os dados da presente pesquisa sinalizam uma maior inserção destes profissionais em outras instituições públicas e privadas além das IES. Estes dados podem sinalizar também possíveis necessidades de formação, considerando os novos locais de inserção profissional dos egressos. A ampliação da amostra possibilitou testar a estrutura teórica da Escala de Competências Acadêmicas, incialmente proposta por Ferreira e Abbad (2008). A solução encontrada para a estrutura do instrumento, suas médias e respectivos desvios padrão contribuem para compreensão dos aspectos priorizados na formação dos estudantes da pós-graduação e também para a investigação de evidências de validade da medida. A comparação de dados de egressos do PPG-PSTO com o PPG-PSI não demonstrou diferença relevante no que diz respeito à aquisição de competências, porém algumas diferenças foram observadas na atuação profissional, possivelmente influenciada pelo tempo de consolidação no mercado de trabalho dos egressos do programa antigo. Considerando o impacto do modo de trabalho (se de forma individual, em grupos mono ou multidisciplinares) sobre a organização do trabalho, a percepção de oportunidades de crescimento e as perspectivas de

 

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atuação, supõe-se que o fato do indivíduo trabalhar sozinho ou em grupos com outros profissionais possa estar influenciando a percepção de oportunidades de crescimento profissional, assim como as perspectivas de atuação profissional no futuro (permanência no emprego e ou na área de atuação). Por fim, cabe destacar as contribuições deste estudo por avaliar o impacto dos cursos de pós-graduação, baseando-se nas competências esperadas e na condição profissional de seus egressos. A pesquisa evidencia o conjunto de competências adquiridas por estes profissionais, o que para as organizações empregadoras pode servir de insumo para realocação e otimização do desempenho destes indivíduos com perfil diferenciado. Observa-se também a relevância destes dados para o PPG-PSTO, que pode utilizá-los para reformulações de conteúdo programático ou ações/políticas voltadas para a formação e o processo seletivo de estudantes e professores, por exemplo, a fim de atingir melhores resultados educacionais e profissionais. REFERÊNCIAS Bastos, A. V. B. & Gondim, S. M. G. (2010). O Trabalho do Psicólogo no Brasil. Porto Alegre: Artmed.

Ferreira, R.R. & Abbad, G. (2008). Mensuração de competências de estudantes na Universidade de Brasília: um estudo piloto. In: Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho, 3, Florianópolis (SC).

Gunther, H. & Spagnolo, F. (1986). Vinte anos de pós-graduação: o que fazem nossos mestres e doutores? Ciencia e Cultura, 38(10), 1643-1662.

Hair, J., Black, W. C., Babin, B. J., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise Multivariada de Dados (6a ed.). Porto Alegre: Bookman.

Menard, S. (1995). Applied Logistic Regression Analysis. Thousand Oaks: Sage.

Myers, R. H. (1990). Classical and Modern Regression with Applications. Pacific Grove: Duxbury Press.

Velloso, J. (2003). A pós-graduação no Brasil: formação e trabalho de mestres e doutores no país. Brasília: Capes.