avaliação de impacto da formação do instituto superior de administração pública
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Avaliação de Impacto da Formação do Instituto Superior de Administração Pública
Instituto Superior de Administração PúblicaInstituto Superior de Administração PúblicaInstituto Superior de Administração Pública
ISAP 2015
2
Coordenador:
Carlos Shenga, Ph.D. Formador e Director Académico, ISAP
Investigadores:
Abdul Givá, Lic. Formador, ISAP
Dias Magul, Lic. Formador, ISAP
Fenando Nipuite, MA. Formador, ISAP
Gil Tomás Chiboleca, Lic. Formador, ISAP
Henrique França, Lic. Formador, ISAP
Luciano Simões Chico, Lic. Formador, ISAP
Projecto gráfico e editoração:
Orlindo Saraiva, Eng.
Instituto Superior de Administração Pública
Av. Karl Marx, 647 | Maputo , Moçambique
Tel. +258 21301621 | +258 21301626 | Fax +258 21301609 | +258 21301616
Email: [email protected] | Webpage: www.isap.ac.mz
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Índice
Resumo 4
1. Introdução 5
1.1. Objectivo e Delimitação do Estudo 7
1.2. Metodologia 7
1.3. Estrutura do Estudo 9
2. A Perspectiva dos Funcionários Formados pelo Instituto Superior de Adminis-
tração Pública 9
2.1. Atitudes 9
2.2. Comportamentos 12
2.3. Desenvolvimento Curricular 14
3. A Perspectiva dos Colegas dos Funcionários Formados pelo Instituto Superior de
Administração Pública 15
3.1. Atitudes 15
3.2. Comportamentos 16
3.3 Desenvolvimento Curricular 19
4. A Perspectiva dos Superiores Hierárquicos dos Funcionários Formados pelo Insti-
tuto Superior de Administração Pública 19
4.1. Atitudes 19
4.2. Comportamentos 21
4.3. Desenvolvimento curricular 23
Conclusões 24
Referências 25
4
RESUMO
Este estudo avaliou o impacto da formação do Instituto Superior de Adminis-
tração Pública analisando as atitudes sobre a maneira de reflectir e exprimir
ideias do funcionário formado pelo ISAP nos encontros e reuniões; e o seu
comportamento no que diz respeito à forma de agir no trabalho. O estudo
também explorou aspectos para o desenvolvimento curricular de uma for-
mação profissionalizante. As informações trianguladas dos funcionários for-
mados pelo Instituto Superior de Administração Pública, seus colegas e su-
periores hierárquicos imediatos mostram que a formação do ISAP através
dos cursos de certificação, graduação e pós graduação contribuiu significa-
tivamente para melhorar a forma de reflectir e exprimir ideias dos formados
bem como a sua maneira de agir, embora alguns dos formados já tivessem
adquiridos essas habilidades e capacidades antes de estarem inscritos no
ISAP. Relativamente aos aspectos para uma formação profissionalizante nos
curricula do ISAP, alguns aspectos relevantes apontam para a incorporação
de módulos de procurement, contabilidade pública bem como enriquecimen-
to de alguns módulos em termos de conteúdos, actualização da literatura
legal e prática.
5
O Instituto Superior de Administração Pública (ISAP) é uma escola de governo de nível superior
“vocacionada para a capacitação em administração pública de dirigentes e quadros em funções
de direcção e chefia e a elevação da capacidade de liderança, qualificação académica e técnico
profissional dos funcionários em exercício na administração pública, com vista à boa gover-
nação”.1
O ISAP contribui para a modernização, fortalecimento e reforma do sector público através da
formação dos funcionários e agentes do Estado; capacitação dos dirigentes e quadros em
funções de direcção e chefia, e funcionários e agentes do Estado; realização de conferências,
seminários, palestras e workshops; e estudos e consultorias.
Relativamente à formação, o ISAP oferece aos funcionários e agentes do Estado cursos de cer-
tificação (Certificado Profissional Superior em Administração Pública do Tipo 1 – CPSAP1; e Cer-
tificado Profissional Superior em Administração Pública do tipo 2 – CPSAP2) e cursos de grad-
uação (Licenciatura Profissional em Administração Pública - LPAP; Pós-Graduação Profissional
em Administração Pública - PGPAP; e Mestrado Profissional em Administração Pública - MPAP).
Os CPSAPs (CPSAP 1 e CPSAP 2) têm duração de nove meses / um ano. O LPAP tem duração de
três anos.2 O PGPAP tem duração de cinco meses; e o MPAP um ano (seis meses de seminários
de investigação e seis meses para defesa da dissertação).3 Todos os cursos de formação do ISAP
são intensivos e modulares; e não se caracterizam pela presença de um calendário fixo.
Desde a sua criação, o ISAP formou 2633 funcionários e agentes do Estado, dos quais 43 por-
cento (correspondente a 1123) formados no curso de CPSAP 2; 25 porcento (correspondente
a 667) no curso de CPSAP 1; 14 porcento (372) no curso de pós-graduação, 12 porcento (314)
licenciatura, 5 porcento (123) bacharelato4 e 1 porcento (34 porcento) mestrado. De todos os
funcionários formados, 55 porcento são homens e 45 porcento mulheres (veja-se a Tabela 1).
Fonte: ISAP, Direcção Académica, 20 de Maio de 2015
1 Decreto 61/2004, de 29 de Dezembro.
2 Note que a Licenciatura do ISAP enquadra-se na Lei do Ensino Superior que prescreve 4 anos para a obtenção do grau de licenciatura em Moçambique. A Li
cenciatura do ISAP é o somatório do CPSAP 2 e 3 anos do LPAP (LPAP 1, LPAP 2 e LPAP 3).
3 Note que o mestrado do ISAP enquadra-se na Lei do Ensino Superior que prescreve pelo menos 2 anos para a obtenção do grau de mestre no país. O me-
strado do ISAP é o somatório do CPSAP 1, PGPAP e MPAP.
4 Note que o bacharelato foi extinto como resultado da Lei do Ensino Superior.
1. INTRODUÇÃO
Curso Número de Funcionários públicos certificados/graduados
Género
Masculino Feminino
CPSAP1 667 383 284
CPSAP2 1123 554 569
BPAP 123 69 54
LPAP 314 172 142
PGPAP 372 230 142
MPAP 34 30 4
TOTAL 2633 1438 1195
Tabela 1: Funcionários Públicos Certificados e Graduados pelo ISAP, 2007 –2015
6
Quanto à capacitação, o ISAP oferece às lideranças e aos funcionários e agentes do Estado
cursos executivos com uma duração que varia entre 3 a 5 dias intensivos. A capacitação às lid-
eranças (ministros, vice-ministros, governadores, administradores distritais, chefes de postos ad-
ministrativos, e de localidade, secretários permanentes ministeriais, provinciais e distritais) visa
essencialmente enquadrá-los nas suas novas tarefas de governar ou administrar no início das
suas funções, enquanto a capacitação aos funcionários públicos visa capacitá-los sobre vários
assuntos da administração pública ao longo do seu exercício como servidores públicos.
Desde a sua existência, o ISAP capacitou 6413 funcionários públicos e dirigentes. Excluindo os
dados não desdobrados por género (2003 a 2006), os resultados na Tabela 2 mostram que 58
porcento, correspondente a 3285, dos funcionários e dirigentes capacitados foram homens; e 42
porcento (2299) mulheres.
Ano
Género
TotalMasculino Feminino
2003 70
2004 178
2005 341
2006 240
2007 318 211 529
2008 438 390 828
2009 393 245 638
2010 351 209 560
2011 268 107 375
2012 433 301 734
2013 569 429 998
2014 439 368 887
2015 76 39 115
Totais 3285 2299 6413
Dados actualizados a 17 de Julho de 2015.
Enquanto o ISAP tem feito um grande esforço na formação e capacitação dos funcionários e
agentes do Estado bem como das lideranças, existe uma limitação de estudos que avaliam o
impacto dessa formação e capacitação na profissionalização dos funcionários públicos e lider-
anças.
Nhampule (2013) avaliou o impacto dos cursos de certificação (CPSAP 1 e 2) do ISAP tendo
constatado que a formação proporcionou ganhos, promovendo a acção crítico-reflexiva dos fun-
cionários. ISAP e UTRESP (2011) também avaliaram o impacto dos cursos de certificação tendo
concluído que a formação profissional do ISAP contribuiu para a melhoria do desempenho dos
funcionários públicos.
Contudo, não existe um estudo que inclua uma avaliação de impacto dos cursos de graduação
do ISAP. A pouca literatura sobre os estudos de avaliação do impacto dos cursos do ISAP limi-
ta-se aos cursos de certificação.
Tabela 2: Cursos Executivos realizados pelo ISAP, 2003-2015
7
1.1. OBJECTIVO E DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
a) OBJECTIVO
O objectivo deste estudo é avaliar o impacto dos cursos de certificação e graduação imple-
mentados pelo ISAP.
b) DELIMITAÇÃO DA AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Enquanto o ISAP realiza várias actividades relevantes para a modernização, fortalecimento e
reforma do sector público (i.e. formação, capacitação, conferências, seminários, workshops, pal-
estras, entre outros), este estudo de avaliação do impacto incide sobre o impacto da formação
dos funcionários públicos pelo ISAP.
Portanto, a avaliação do impacto das capacitações não é incluída neste estudo de avaliação do
impacto. As razões do enfoque na avaliação do impacto da formação em detrimento da capac-
itação são expostas da seguinte maneira:
• Devido a sua duração e abrangência de quase todos os assuntos da administração pública,
a formação tem um enfoque maior; e, assim, espera-se que os seus resultados tenham maior
magnitude.
• Por outro lado, a curta duração e limitada abrangência da capacitação tem um enfoque
menor sobre a administração pública; e os seus resultados circunscrevem-se apenas à sua
limitada abrangência.
1.2. METODOLOGIA
Este estudo avalia o impacto da formação do ISAP ao nível individual – o funcionário público. O
estudo assume que uma efectiva avaliação do impacto da formação do ISAP depende não só da
indagação ao indivíduo formado, como também da inquirição ao seu superior hierárquico e aos
colegas mais próximos. Isto porque a melhor forma de avaliar o impacto da formação é, primeiro,
perguntando ao respectivo indivíduo formado sobre o efeito da formação no desenvolvimento
das suas habilidades e capacidades. Segundo, verificar a partir do indivíduo que aloca tarefas,
monitora e avalia a execução das mesmas tarefas ao formado (superior hierárquico imediato).
Terceiro, observar a partir dos indivíduos com quem o formado executa as suas tarefas (colegas
de trabalho). Isso permite uma maior triangulação dos dados.
O estudo avalia a formação do ISAP levantando várias questões sobre as atitudes e comporta-
mentos sobre os funcionários públicos formados pelo ISAP, a partir dos próprios formados, os
seus superiores hierárquicos, e os seus colegas mais próximos.
O estudo também avalia o impacto da formação do ISAP ao nível institucional, procurando ob-
servar o ambiente organizacional e institucional que envolve o funcionário formado pelo ISAP. O
estudo procura apurar a partir da observação participante como é que o arquivo do beneficiário
encontra-se organizado.
8
O estudo empregou a metodologia qualitativa através de um guião de entrevista. Entre junho e
julho de 2015 foram entrevistados 20 funcionários públicos formados pelo ISAP; e consequente-
mente, 20 respectivos superiores hierárquicos e 20 respectivos colegas dos funcionários forma-
dos. No total foram entrevistados 60 funcionários públicos.
Os formandos foram seleccionados considerando a representatividade dos funcionários públicos
no ISAP. Portanto, 35 por cento (7) dos formandos entrevistados são provenientes do Ministério
do Interior; 35 porcento (7) do Ministério da Mulher, Criança e Acção Social; 20 porcento (4)
Ministério da Defesa Nacional; e 10 porcento (2) Ministério da Economia e Finanças (veja-se a
Tabela 3).
Relativamente ao género, 55 porcento (11) são homens e 45 porcento (9) mulheres. No que diz
respeito aos cursos, 45 porcento (9) são do CPSAP2, 25 porcento (5) CPSAP1, 15 porcento (3)
LPAP, 10 porcento (2) PGPAP e 5 porcento (1) MPAP (Tabela 3).
Entrevistas Género Curso Sector
1 Masculino CPSAP1 Ministério do Interior
2 Masculino CPSAP1 Ministério do Interior
3 Masculino CPSAP2 Ministério do Interior
4 Feminino CPSAP2 Ministério do Interior
5 Feminino CPSAP2 Ministério do Interior
6 Masculino LPAP Ministério do Interior
7 Feminino LPAP Ministério do Interior
8 Feminino CPSAP2 Ministério da Mulher, Criança e Acção Social
9 Feminino CPSAP2 Ministério da Mulher, Criança e Acção Social
10 Masculino LPAP Ministério da Mulher, Criança e Acção Social
11 Masculino CPSAP1 Ministério da Mulher, Criança e Acção Social
12 Feminino CPSAP1 Ministério da Mulher, Criança e Acção Social
13 Feminino CPSAP1 Ministério da Mulher, Criança e Acção Social
14 Feminino CPSAP2 Ministério da Mulher, Criança e Acção Social
15 Masculino CPSAP2 Ministério da Defesa Nacional
16 Masculino CPSAP2 Ministério da Defesa Nacional
17 Masculino CPSAP2 Ministério da Defesa Nacional
18 Feminino PGPAP Ministério da Defesa Nacional
19 Masculino PGPAP Ministério de Economia e Finanças
20 Masculino MPAP Ministério da Economia e Finanças
Tabela 3: Entrevistas Feitas por Género, Curso e Sector de Actividade do Formado
9
1.3. ESTRUTURA DO ESTUDO
Este relatório do estudo de avaliação do impacto da formação do ISAP está estruturado como
segue:
1. Primeiro, analisa o impacto da formação dos funcionários públicos formados pelo ISAP na
perspectiva dos mesmos (auto-avaliação). O que é que os funcionários formados pelo ISAP
expressam sobre o impacto da sua própria formação apôs o término do curso?
2. Segundo, examina o impacto da formação dos funcionários públicos formados pelo ISAP
na perspectiva dos respectivos colegas. Como é que o colega do formado do ISAP vê o
respectivo colega após o término do curso?
3. Terceiro, investiga o impacto da formação dos funcionários formados pelo ISAP na perspec-
tiva dos respectivos superiores hierárquicos. Como é que o superior hierárquico do formado
do ISAP vê o seu colaborador após o término do curso?
A PERSPECTIVA DOS FUNCIONÁRIOS FORMADOS PELO INSTITUTO SUPERIOR DE
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O que é que os funcionários formados pelo ISAP expressam sobre o impacto da sua própria
formação apôs o término do curso?
Esta secção avalia primeiro o impacto da formação do ISAP analisando as atitudes dos fun-
cionários públicos formados, considerando três aspectos fundamentais: a forma de pensar, re-
flectir e exprimir ideias.
Segundo, avalia o impacto examinando os comportamentos dos funcionários públicos, tendo
em conta a maneira de agir. Terceiro, analisa as atitudes relativas ao desenvolvimento curricular.
2.1. ATITUDES
Forma de Pensar, Reflectir e Exprimir Ideias
O estudo de avaliação de impacto da formação do Instituto Superior de Administração Pública
indagou, primeiro: se existia alguma diferença entre o antes e o depois da formação no que diz
respeito a forma de pensar, reflectir e exprimir ideias do funcionário público nos encontros ou
reuniões.
Os resultados da auto-avaliação do formado no Quadro 2.1 e Quadro 2.2 mostram que a for-
mação do Instituto Superior de Administração Público contribuiu muito para a forma de pensar,
reflectir e exprimir ideais dos funcionários públicos. Dos 20 funcionários públicos entrevistados,
quase todos expressaram que antes da formação do ISAP pensavam, reflectiam e exprimiam
ideais de uma forma diferente daquelas após a formação. Alguns revelaram que antes eram
tímidos ou tinham poucas bases para poderem expressar as suas ideias. Mas a interacção com
colegas e os desafios de outros sectores associado aos vários conteúdos sobre o funcionamen-
to e dinâmica da administração pública permitiu-lhes melhorar a maneira de pensar, reflectir e
exprimir ideais no trabalho.
2.
10
1. Antes da minha formação tinha receios de falar em reuniões e não sabia enquadrar as
minhas ideias na respectiva legislação.
2. Antes tinha alguns receios para apresentar as minhas opiniões porque não tinha domínio
das coisas. Eu era muito dependente dos meus chefes. Não conseguia ser autónoma nos
meus pensamentos.
3. Antes da formação trabalhava de qualquer maneira, sem conhecimento de causa e sem
uma análise profunda das questões profissionais.
4. Antes de me ingressar no ISAP fazia as coisas mecanicamente, exprimia as ideias sem
nenhum suporte legal porque desconhecia as normas e procedimentos do funcionalismo
público.
5. Antes de entrar para o ISAP, eu tinha outra maneira de pensar considerando que somos
uma força paramilitar. Mas tive a sorte de entrar no ISAP e 90 porcento dos colegas,
particularmente os chefes, também estão a fazer o ensino superior e alguns estão no
ISAP. Temos uma outra maneira de ver as coisas; e usamos mais o Estatuto Geral dos
Funcionários do Estado. Antes usávamos a voz do comando.
6. Antes quando os funcionários atrasassem ou faltassem aplicávamos algumas sanções
não previstas no EGFAE, havia casos de colegas que chegavam a ter duas a três sanções
sobre a mesma infracção. O ISAP deu-nos uma outra visão principalmente na área de
recursos humanos. Vimos que estávamos errados em algumas coisas. Mas não porque
nós é que fazíamos, partia do topo (...).
7. A partir do momento que comecei a frequentar o ISAP, tive uma outra perspectiva até de
dizer ao chefe que não, essa parte está errada, isso não está legislado assim.
8. Via a Instituição num outro ângulo, numa outra perspectiva.
9. Antes pensava numa perspectiva puramente economicista. Estava habituado a relacio-
nar me com economistas. No ISAP encontrei colegas que vinham de diferentes institu-
ições e com experiencias diferentes. Foi a primeira vez que comecei a relacionar me com
pessoas de vários ministérios no mesmo local.
10. A formação do ISAP contribuiu muito na minha maneira de estar e ser. Comecei a perce-
ber quais são os problemas enfrentados nos outros sectores onde vinham os meus cole-
gas. Depois de estar num grupo heterogéneo mudou a minha maneira de pensar. Antes
pensava apenas sobre o meu sector. Tinha dificuldades em organizar as ideias e apre-
sentar (numa perspectiva holística) e sabia apenas a minha área de formação que é
economia.
11. Antes tinha algumas limitações em discutir assuntos da administração pública. Isto talvez
pela forma como nós transitamos nessa questão da evolução da administração pública
(em Moçambique). Isso pode ter contribuído. A seguir, é fazer parte de uma instituição
em que o rigor é outro (duro). Mas quando fui para o ISAP, acabei ganhando coragem
que era preciso discutir alguns assuntos.
12. Antes tinha conhecimentos que não estavam muito relacionados com a administração
pública.
13. Antes via a avaliação de desempenho como uma chatice mas agora já sei da importância
do SIGEDAP.
Quadro 2.1: Auto-Avaliação do Funcionário Público sobre o Antes da Formação do ISAP no que diz
respeito à Forma de Pensar, Reflectir e Exprimir Ideais
11
1. Após a minha formação (no ISAP) passei a apresentar as minhas ideias em reuniões sem
nenhum receio procurando sempre um suporte legal dos assuntos para me defender.
Passei ainda a me comunicar bem com os colegas.
2. Aprendi muito com a formação no ISAP, aprendi a maneira de ser e fazer as coisas. Antes
fazia mecanicamente mas agora executo e implemento as minhas actividades recor-
rendo, em parte, aos conhecimentos adquiridos no ISAP. Portanto, mudei muito a nível
profissional
3. Sei-me comunicar perfeitamente. Sei como me dirigir aos colaboradores. Já sei que para
criticar primeiro tenho de elogiar. Sei como funciona a comunicação de acordo com os
seus tipos.
4. Consigo me expressar livremente sem nenhum receio.
5. Evolui muito, houve uma grande transformação depois de ter feito o CPSAP1 tendo con-
solidado o que havia apreendido na licenciatura o que me permitiu ter várias formas de
abordagem. Melhorei a minha estrutura de apresentação de ideias e de questões nas
reuniões assim como no relacionamento com os colegas.
6. A formação do ISAP gerou mudanças na minha maneira de pensar e de conceber as coi-
sas relacionadas com o meu trabalho.
7. Depois de concluir o CPSAP2 sinto que houve uma evolução na minha maneira de ac-
tuação, no relacionamento com os meus colegas assim como nas minhas intervenções
ligadas ao trabalho. Também houve melhorias na minha actuação dentro dos processos
administrativos. É verdade que a mudança é um processo mas sinto melhor agora do que
antes da formação.
8. Depois da formação mudei muito a minha maneira de perceber o funcionamento da
administração pública. Passei a perceber melhor as normas e procedimentos adminis-
trativos. Antes da formação do ISAP era formada como polícia, mas há nove anos passei
para a área civil do Ministério.
9. Agora já intervenho com conhecimento de causa. Quando quero defender uma certa
coisa, não defendo só filosoficamente, sempre baseio-me em alguma legislação. Então
posso dizer que melhorei nesses aspectos. É verdade que também as vezes quando você
intervém muito e põe o estatuto, há quem diz que oh você está ser muito estatutário
(leglista), está ser muito burocrata.
10. (Com o ISAP) noto que houve uma grande evolução. Todo o indivíduo que faz universi-
dade tem bases para expor (logicamente) o seu pensamento, mas se calhar era um pen-
samento sem pressupostos da administração pública. Eu passei a ter uma visão (sobre a
administração pública).
11. Passei a ter alguma confiança nas tarefas que faço. Houve um salto qualitativo e noto que
há uma grande diferença. Se naquela altura, eu levava duas ou três horas para resolver
um assunto do serviço, agora levo menos tempo. Agora uso o caminho mais fácil para
chegar aos resultados pretendidos.
12. Digo com franqueza que sinto mudanças significativas em termos de conhecimentos e
atitudes. Consigo entender as pessoas o que antes não conseguia.
Quadro 2.2: Auto-Avaliação do Funcionário Público sobre o Depois da Formação do ISAP no que diz
respeito à Forma de Pensar, Reflectir e Exprimir Ideais
12
2.2. COMPORTAMENTOS
Maneira de agir no trabalho
Este estudo de avaliação de impacto da formação do ISAP perguntou ainda: se havia alguma
mudança na maneira de agir do funcionário público após a formação. Os resultados no Quad-
ro 2.3 mostram que quase todos afirmam mudanças significativas dos funcionários após a sua
formação no ISAP. Muitos referiram que passaram não só a elaborar relatórios como também
passaram a fazê-lo bem; e a monitorar as actividades que implementam.
Um outro aspecto importante, mas que o estudo obteve a partir da observação participante,
foi a organização do ambiente circundante. Em todos os escritórios onde as entrevistas tiveram
lugar com os funcionários formados pelo ISAP observou-se que os documentos e/ou arquivos
estavam bem organizados.
13. Depois de frequentar o curso do ISAP melhorei muito em termos de compulsar legis-
lação e documentos. Os trabalhos em grupo no ISAP permitiram-me melhorar na celer-
idade da consulta de documentação e efectuar pesquisa. Antes muitas vezes solicitava
juristas para encontrar legislação, hoje muito pouco solicito um jurista.
14. Hoje penso sobre outros sectores e não apenas no meu sector. Melhorei na fundamen-
tação dos relatórios e celeridade na elaboração das actas das reuniões e na tomada de
decisões. Melhorei na produção de informação e dar consistência aos documentos. O
ISAP abriu o meu horizonte de conhecimentos em várias perspectivas. Mudei na forma
de pensar e isso é devido (em parte) a interacção com funcionários de outros ministéri-
os (no ISAP).
15. Aprendi a rebuscar a ideia do outro e experiencia de trabalhar em equipe.
16. Quando ingresso no ISAP as coisas mudaram sob ponto de vista de conhecimento dos
procedimentos no que fazíamos e como devemos fazer. Sinto-me bem depois da for-
mação do ISAP. Já tenho as bases (sobre como proceder). Agora lido muito bem com
as pessoas e antes lidava apenas com salários.
17. Aprendi muito em termos de ética, como se deve expressar perante o seu superior hi-
erárquico e os demais colegas.
18. Apesar das aprendizagem no ISAP ter contribuído para melhor colocar as questões e
exprimir ideias no local de trabalho, esses ganhos não se operacionalizaram imediata-
mente em todos os sectores. A minha instituição tem uma natureza de ordem no co-
mando e ordens são ordens.
13
1. Embora tivesse sido sempre assídua e pontual e respeitasse os colegas e os superiores
hierárquicos, antes da formação do ISAP eu não elabora planos de actividade muito
menos fazia a monitoria. Arrumava os documentos à minha maneira porque desconhecia
os procedimentos.
2. Agora sei elaborar bem os relatórios e actas de reuniões porque conheço as técnicas de
sua elaboração. Pelo menos nunca me devolveram nada por ter sido mal elaborado.
3. Agora sei arrumar muito bem os meus documentos
4. Agora sei classificar documentos e fazer planos de actividade.
5. Já sei planificar e elaborar relatórios de qualidade. Hoje já sei que quando chega um
utente não deve esperar por muito tempo. Quando são submetidos pedidos sei que em
dois dias deve ter o despacho. E eu própria quando faço pedido já seu exigir a resposta
porque já sei em quanto tempo devo ter a resposta.
6. Antes da formação do ISAP elaborava relatórios sem obedecer rigorosamente aos as-
pectos que devem constar dum relatório, ao mesmo tempo que tinha pouco domínio de
monitoria de actividades.
7. Depois da minha formação melhorei muito a forma de redacção dos relatórios de tra-
balho, preparo muito bem todo o expediente dirigido ao meu Director, passei a dar maior
importância a planificação e cumprimento das actividades, não obstante não faça a
prestação de contas todos os dias.
8. Os meus arquivos estão muito bem organizados, embora o gabinete de trabalho seja pe-
queno. Continuo a me apresentar muito bem no serviço, assídua, pontual e a respeitar os
meus colegas e superiores hierárquicos, incluindo maior abertura para debate de ideias
com colegas.
9. Melhorei muito na prestação de contas e cumprimento dos prazos, inclusive na forma
como apresento os relatórios, isto é, estruturação dos objectivos gerais e específicos.
Portanto, antes da formação do ISAP tinha uma dificuldade em apresentar os relatórios,
mas o ISAP forneceu-me ferramentas.
10. A concepção dos documentos mudou e já sou capaz de conceber projectos. Antes da
formação agia de forma mecânica sem ter em conta algumas normas/regras. Portanto, a
maneira de agir, de implementar e executar tarefas mudou muito com a formação
11. O estudo do SNAE no ISAP proporcionou me regras de arrumação de documentos. E
melhorei bastante na elaboração dos relatórios e execução dos planos assim como no
cumprimento dos prazos na implementação das actividades.
12. Melhorei muito a nível profissional principalmente em relação a planificação das activi-
dades assim como no cumprimento das metas.
Quadro 2.3: Auto-Avaliação do Funcionário Público Formado pelo ISAP sobre a sua Maneira de Agir
14
2.3. DESENVOLVIMENTO CURRICULAR
De modo a refinar o currículo profissionalizante do ISAP, o estudo fez questões sobre o currícu-
lo. Da avaliação curricular do ISAP, os formados expressam que, embora o currículo esteja bem
desenhado, há uma necessidade de rever o mesmo de modo a actualizar os documentos legais e
práticos. Ainda, o currículo do ISAP deve enfatizar mais o Saber Fazer de modo a profissionalizar
mais o funcionário público. Ainda mais, os formadores que implementam o currículo do ISAP de-
vem ter altos graus académicos e habilidades e capacidades práticas e metodológicas. Contudo,
existem aqueles que expressam da necessidade de aumentar o tempo da formação do ISAP.
1. O currículo está muito bem desenhado. Mas o mesmo deve desenvolver competências
do uso das Tecnologias de Comunicação e Informação, pois ainda existem funcionários
públicos com dificuldades em manejar um computador na óptica de utilizador.
2. Devem ser melhorados os manuais de formação, pois ainda usam-se as mesmas pastas
dos anos da criação do ISAP. Nós sabemos que a administração pública é dinâmica e em
algumas pastas continuamos a encontrar legislação já revogada.
3. Em termos dos módulos, penso que vai ao encontro do nosso dia-a-dia, mas módulo
Moçambique: História, Política e Cultura é muito complexo para ser leccionado em tão
pouco tempo. Os aspectos metodológicos são bons, mas devíamos ficar com as pastas/
manuais de formação.
4. O tempo de duração de cada módulo é muito reduzido. Nós as vezes encaramos proble-
mas relativamente ao tempo e os formadores sempre dizem que não lemos as matérias.
É um pouco difícil para nós. No dia da indução os formadores distribuem temas para tra-
balhos em grupos e temas para fichas de leitura. Assim, o formando fica mais orientado
para ler sobre o trabalho em grupo e ficha de leitura e o resto dos temas fica difícil de ler
em uma semana.
5. O tempo de interacção com os formadores; ou seja, o período lectivo é muito curto.
Talvez se estendessem além dos oito dias.
6. A implementação do currículo do ISAP deve ser acompanhada por formadores com
graus acima de licenciatura e que conhecem a parte metodológica para orientar a dis-
sertação
7. A parte profissionalizante do currículo do ISAP está-se perdendo. O ISAP devia profis-
sionalizar um médico, um biólogo e outros colegas de diferentes áreas de formação so-
bre o Saber Fazer uma síntese, uma nota, um ofício, protocolar um documento, e outros
actos administrativos.
8. Há módulos que não são relevantes. O Módulo de Moçambique, Historia, Cultura e Po-
litica não é relevante. Devia ser substituído por actos administrativos e procedimentos.
9. O tempo do período lectivo é muito curto. Os manuais são fracos. As pastas são limitadas
e os autores repetitivos. Há necessidade de enriquecer os textos e aumentar o tempo.
10. O ISAP fugiu muito da parte profissionalizante. Os formadores devem trazer documentos
operacionais usados na administração pública para aprendizagem dos formandos.
11. Alguns docentes dizem que eles sabem tudo mas berram para os formandos; não aceit-
am interacção; e não respeitam opinião dos formandos.
Quadro 2.4: Avaliação do Funcionário Público Formado pelo ISAP no que diz respeito ao Desenvolvi-
mento Curricular
15
12. Em termos do currículo do ISAP penso que esta tudo bem mas o que me inquieta é o
estado das pastas. O ISAP podia adoptar um modelo de venda das pastas, incluindo o
valor das mesmas nas propinas pagas pelos estudantes. Isto iria resolver o problema
da falta dos documentos nas pastas.
13. Acho que o currículo do ISAP é adequado e enquadra-se na administração e vai ao
encontro das minhas expectativas
14. De uma forma geral o currículo está bom, mas a carga horária dos módulos é muito
apertada, devia ser aumentada.
15. O currículo deve incorporar mais a prática do que teoria.
16. O currículo precisa ser revisto.
A PERSPECTIVA DOS COLEGAS DOS FUNCIONÁRIOS FORMADOS PELO INSTITU-
TO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA3.
O que é que os colegas dos funcionários formados pelo ISAP expressam sobre a formação
dos colegas apôs o término do curso?
Tal como a segunda secção, esta secção avalia primeiro, o impacto da formação do ISAP ana-
lisando as atitudes dos colegas dos funcionários formados, considerando: a forma de pensar,
reflectir e exprimir ideias. Segundo, avalia o impacto da formação examinando os comporta-
mentos dos funcionários públicos, tendo em conta a maneira de agir no trabalho. E terceiro,
avalia aspectos inerentes ao desenvolvimento curricular.
3.1. ATITUDES
Maneira de Pensar, Reflectir e Exprimir Ideais
Até agora analisamos a visão do funcionário formado pelo ISAP relativamente à sua forma de
pensar, reflectir e exprimir ideais, mas talvez não seja menos importante avaliar a visão do seu
colega de trabalho mais próximo. A avaliação externa permite triangular a informação da au-
to-avaliação do funcionário formado pelo ISAP.
Os resultados no Quadro 3.1 mostram que existem diferenças significativas entre o antes e o
depois da formação do ISAP. A visão dos colegas do funcionário formado pelo ISAP é de que
antes os seus colegas (funcionários formados) apresentavam limitações em exprimir as suas
ideias e agora mostram mais confiança. Isso devido as habilidades e capacidades de recorrer
a legislação para fundamentar as suas ideias e outros aspectos como experiência de interagir
com funcionários de outros sectores durante a formação e exigências dos trabalhos em grupo
e individuais.
Contudo, existem casos em que alguns dos colegas sempre foram funcionários exemplares.
Quer dizer que antes da formação do ISAP eles já tinham habilidades e capacidades que apre-
sentam hoje. Mas possivelmente a formação deles no ISAP deve ter contribuído para adquirir
outras habilidades e capacidades.
16
1. Antes (o colega exprimia as suas ideias sem recurso a legislação); não tinha domínio da
legislação e assim não recorria a mesma para fundamentar os processos e actos admin-
istrativos.
2. Agora, o colega sustenta-se na legislação para fundamentar processos e actos adminis-
trativos. Partilha alguns assuntos com os colegas na procura de soluções e discute sem
receio as questões profissionais.
3. Ela sempre foi uma funcionária exemplar. Expressa suas ideias e apresenta os assuntos
profissionais sem ambiguidade e com clareza necessária. Como administradora do In-
fantário sempre apresentou boas ideias e tem sabido conduzir bem as suas actividades.
4. Depois da sua formação no ISAP melhorou significativamente. Agora expressa as suas
ideias e apresenta os assuntos profissionais com muito mais qualidade sobre como
devemos trabalhar e quais as melhores formas de se comportar no serviço. Agora até
sabe propor intervenções de melhoria das condições da nossa infra-estrutura e as suas
propostas são muito bem acolhidas.
5. Ele é muito dedicado ao trabalho e já não é acanhado. Agora ele é mais aberto na in-
teracção com os colegas, acolhe com muita naturalidade as ideias dos outros colegas
na realização do seu trabalho. Ele apresenta as suas ideias com qualidade e apresenta
claramente os assuntos em reuniões, dando explicações necessárias e com propriedade
sobre o decurso das actividades inerentes às suas responsabilidades.
6. A colega tem aprendido muito com a formação do ISAP e tem implementado os conhec-
imentos no trabalho que executa no seu dia-a-dia. A maneira de pensar e de agir mudou
muito desde que ingressou no ISAP e existe uma diferença entre a maneira como ela
fazia as coisas antes e a maneira como faz agora.
Quadro 3.1: Avaliação do Colega do Funcionário Formado pelo ISAP no que diz respeito à Forma de
Pensar, Reflectir e Exprimir Ideais do Formado
3.2. COMPORTAMENTOS
Maneira de Agir
Relativamente à maneira de agir dos funcionários formados pelo ISAP, os seus colegas de tra-
balho revelam que esses apresentam melhorias significativas no seu comportamento depois da
sua formação no ISAP (veja-se o Quadro 3.2). Alguns referem que a formação profissionalizante
em administração pública contribui muito para melhorar o arquivo e organização da documen-
tação bem como celeridade na tramitação do expediente. Outros afirmam que houve evolução
na elaboração de relatórios e prestação de contas.
17
1. Compartilha muita coisa com colegas, incluindo com o próprio superior hierárquico.
Mostra-se humilde e tem dado forças aos outros colegas para também se formarem.
2. A grande inovação do colega foi ter implementado o SNAE dentro do departamento. Os
documentos já estão bem organizados ao nível de todo o departamento. Ele introduziu a
inventariação dos móveis do departamento, arrumação e registo do mobiliário.
3. Noto a diferença do colega na rigidez da organização dos documentos. É mais célere. É
rigoroso na pontualidade. Quando foi para formação trouxe conhecimentos mais valiosos.
Ensina-nos muito no seguimento rígido das normas da administração e na prestação de
contas. Diz-nos que os documentos devem estar bem assinalados e arquivados. Tudo para
nos deve ser bem relatado e garantir que seja perceptível para qualquer um que queira ler.
4. A formação do ISAP incutiu-os a forma como organizar os documentos que elaboramos
sobre o controlo interno e a responsabilidade sobre os mesmos. Que oque escrevem nos
relatórios deve ser claro e devemos melhorar muito neste aspecto. No que diz respeito à
prestação de conta de bens públicos, devem ser bem justificado. Ele preza muito do tra-
balho em equipa. Participamos em tudo e somos envolvidos e sabemos onde encontrar
tudo o que pretendemos. Ele pode ausentar-se não sentimos esta ausência. Sabemos o
que fazer mesmo na sua ausência.
5. Ele usou o curso para conciliar o útil ao agradável.
6. Verificam-se melhorias no seu desempenho como resultado da formação. Nota-se que ela
evoluiu na forma como elabora os relatórios e executa as actividades que são incumbidas.
No que tange ao respeito, ela já foi chefe de repartição e sabe lidar muito bem com as
pessoas.
7. Consigo ver a evolução na maneira dela de se expressar e de ser. Por outro lado, vejo que
ela agora domina o uso do computador e usa-o para fazer pesquisas.
8. A colega melhorou bastante depois da formação no que respeita à forma como imple-
menta os projectos e programas. Esta mudança também verificou-se na elaboração e
apresentação dos relatórios das actividades assim como no cumprimento dos prazos de
execução das actividades. A colega tem um grande respeito pelos colegas e pelo superior
hierárquico.
9. Agora a colega é capaz de por si só ter iniciativa de desenhar um projecto aplicando os
conhecimentos adquiridos durante a formação. Ela é capaz de ter iniciativa própria e de-
pois apresentar ao superior hierárquico.
10. A formação permitiu ao colega trazer alguns aspectos novos que assimilamos e imple-
mentamos na execução de tarefas relativas a elaboração de planos e relatórios. Isto faz a
diferença e é um indicador de que há melhoria do desempenho resultante da formação do
ISAP. É uma pessoa presente com respeito ao superior hierárquico e aos demais colegas.
11. Tem mostrado algumas habilidades com relação a implementação e execução dos planos
de actividades da instituição.
12. Para nos que somos novos na instituição, ele é como se fosse um pai. É uma pessoa aberta
e atenciosa, gosta de trabalhar e é muito comunicativo. Sentimo-nos a vontade em apre-
sentar as nossas preocupações e deixa-nos trabalhar tranquilamente.
13. Ele sabe usar as receitas decorrentes da cobrança das mensalidades para as finalidades
estabelecidas e nunca ouve problemas nisso. Demonstra uma boa interacção com os pais
Quadro 3.2: Avaliação do Colega do Funcionário Formado pelo ISAP no que diz respeito à Maneira
de Agir
18
e encarregados de educação sobretudo quando estes demoram no pagamento das men-
salidades. Antes de aplicar as multas previstas no regulamento primeiro procura ouvir dos
pais e encarregados de educação das razões da demora no pagamento das mensalidades.
14. Quanto a pontualidade, assiduidade e respeito aos colegas e seus superiores hierárquicos,
a colega sempre foi uma funcionária exemplar mesmo antes de se ingressar no ISAP.
15. Agora ela exige por escrito os planos de actividade dos outros colegas e acompanha o
processo da sua implementação, enquanto dantes só falava da necessidade de cada um
ter um plano sobre as suas actividades.
16. Dantes não fazia acompanhamento das actividades e demonstrava certo receio em se
aproximar aos colegas para chamar atenção sobre incumprimento de determinadas tare-
fas, embora sempre tivesse sido uma funcionária exemplar, pontual e assídua, respeitosa
aos colegas e seus superiores hierárquicos.
17. Melhorou bastante. Consegue chamar atenção aos colegas que demonstram algum des-
vio no exercício das suas actividades. Faz o acompanhamento das actividades.
18. Quanto à pontualidade, assiduidade e respeito aos colegas e superiores hierárquicos nada
alterou, registando-se apenas cada vez maior consciência da forma como realiza as suas
tarefas.
19. Ela melhorou bastante em termos de comunicação com os demais colegas e isso é muito
importante pois ela é secretária de direcção.
20. Quando cheguei na direcção o colega era chefe de estatística e de lá para cá teve uma
evolução positiva no seu desempenho que hoje é chefe de departamento de estudos e
planificação. Foi uma mais-valia ter ingressado no ISAP pois mostra algum desenvolvi-
mento em termos avaliação e colocação das suas ideias nos encontros de trabalho.
21. Acho que desde a formação até ao fim ela teve um bom desempenho profissional. Já é
possível ver a diferença antes e depois da formação. A mudança na maneira de pensar da
colega tem se verificado na forma como implementa os projectos e programas. Foi uma
boa formação e muita coisa mudou nela.
22. Noto uma diferença enorme porque a formação que foi frequentar é mais direccionada
e especifica da administração pública. Diferentemente das licenciaturas feitas em outras
instituições de ensino. Agora ensina-nos como arrumar as pasta, como seguir as leis, a
pontualidade, responsabilidade nas documentações, é um chefe mais participativo junto
dos colegas.
23. Existe muita diferença, nota-se que antes de ela ingressar no ISAP os documentos eram
mal tramitados, e muitas vezes devolvidos - agora todos os documentos que passam
pelas mãos dela parece estarem a passar por um pente fino - na área dela a tramitação
dos documentos devem obedecer um prazo e já não é acumulado o expediente.
24. Continua pessoa simples, sem arrogância, transmite a sua experiência aos colegas e acei-
ta ouvir. Os relatórios já são elaborados dentro dos prazos e são apresentados.
25. Apesar dos arquivos se encontrarem bem arrumados sob ponto de vista de gestão do es-
paço, a colega defende que devemos arquivá-los de acordo com as orientações do SNAE
(através de códigos) não escrever na lombada da pasta o assunto da mesma, pois assim
a informação contida na pasta torna-se vulnerável.
26. Tudo que ele aprendeu executa no serviço. Na área de administração cumpre com o plano
de actividades, faz o respectivo balanço de actividades, e preenche os mapas administra-
tivos, e tudo é feito dentro do prazo.
19
3.3 DESENVOLVIMENTO CURRICULAR
No que diz respeito aos aspectos para a profissionalização dos funcionários que o ISAP poderia
incorporar no seu currículo de formação, maior parte dos colegas dos formados do ISAP refer-
iram que o mesmo tem estado a contribuir grandemente para a profissionalização dos fun-
cionários públicos. Portanto, não tinham algo substancial por acrescentar (Veja-se o Quadro
3.3).
1. Não consigo ver o que é que o ISAP deve incrementar nos seus programas de formação,
pois o que a colega trouxe já é muito para nossa organização e não consigo ver os pontos
negativos da sua formação.
2. Peço que se abra mais oportunidades para outros funcionários (todos) para se beneficiar-
em da mesma formação
Quadro 3.3: Aspectos necessários para a profissionalização dos funcionários públicos para incorporar
no currículo do ISAP
A PERSPECTIVA DOS SUPERIORES HIERÁRQUICOS DOS FUNCIONÁRIOS
FORMADOS PELO INSTITUTO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA4.
O que é que os superiores hierárquicos dos funcionários formados pelo ISAP expressam so-
bre a formação dos seus colaboradores após o término do curso?
Esta secção avalia primeiro o impacto da formação do ISAP analisando as visões dos superiores
hierárquicos dos funcionários formados, no que diz respeito à: a forma de pensar, reflectir e
exprimir ideias; segundo, avalia a maneira de agir no trabalho. E terceiro, analisa aspectos para
o desenvolvimento curricular profissionalizante em administração pública.
4.1. ATITUDES
Maneira de pensar, reflectir, exprimir ideias
Para além de perguntar sobre a maneira de pensar, reflectir e exprimir ideias ao formado do ISAP
e o seu colega de trabalho mais próximo, este estudo também fez a mesma pergunta ao seu
superior hierárquico imediato para permitir maior triangulação da informação.
Os resultados no Quadro 4.1 mostram mudanças significativas associadas à formação do ISAP.
De facto, os superiores hierárquicos entrevistados afirmaram que os seus colaboradores melhor-
aram muito na maneira como reflectem e expõem as suas ideias. Como se pode ver no quadro
abaixo, entre tantas afirmações similares, um dos superiores hierárquicos afirmou que: Depois
da sua formação ela melhorou bastante na forma como apresenta as suas ideias, os assuntos
profissionais e tem muito mais preocupação em melhorar as condições do Infantário. Agora
ela pensa com muita autonomia e sabe fundamentar a necessidade de tomada de qualquer
decisão relacionada a área que responde.
20
1. A sra ‘x’ sempre foi uma funcionária que se destacou dos outros. Mesmo antes da sua
formação apresentava ideias de melhoria de dalguns aspectos no infantário, apresentava
as suas ideias aos demais colegas na procura de soluções para determinados problemas
e partilhava as preocupações profissionais.
2. Depois da sua formação ela melhorou bastante a forma como apresenta as suas ideias,
os assuntos profissionais e tem muito mais preocupação em melhorar as condições do
Infantário. Agora ela pensa com muita autonomia e sabe fundamentar a necessidade de
tomada de qualquer decisão relacionada a área que responde.
3. Antes da sua formação o sr. ‘x’ esteve afecto no Departamento da Administração e Fi-
nanças como processador de salários. Ele demonstrava algumas reservas na comuni-
cação com os colegas. Usava mais teoria como justificação de determinados proced-
imentos. Ele não era muito aberto na comunicação com os colegas e faltava-lhe, de
alguma forma, a prática profissional porque usava muita teoria.
4. Quando concluiu o curso, o sr. ‘x’ já havia sido transferido como administrativo e também
responsável pela cobrança das mensalidades das crianças. De alguma forma melhorou a
sua comunicação com os colegas e na interacção com os pais e encarregados de edu-
cação. Sabe apresentar claramente e com a devida fundamentação não só teórica, mas
também prática dos assuntos que dizem respeito ao seu trabalho.
5. Há melhorias significativas na forma como ela coloca os assuntos, como prepara infor-
mações sobre determinados processos, sobretudo quanto à fundamentação com base
na legislação específica.
6. É verdade que antes da formação fazia trabalho dele muito bem. A forma de pensar
também era muito boa, mas depois da formação melhorou muito. Antes era um bocad-
inho mais tímido.
7. Depois da formação começou a ser mais esperto. A reflexão também ia ao encontro daq-
uilo que são as regras da Administração Pública… uma maneira diferente de pensar. Nós
sempre quando vamos a formação, vamos para melhorar a nossa maneira de pensar e
na verdade melhorou. A forma de apresentar dúvidas e exprimir as ideias mudou. Eu me
recordo que ele apresentou muito bem no colectivo de direcção e foi elogiado por isso.
8. Dizer taxativamente como é que ela pensava é um pouco complicado, mas a medida que
a pessoa vai apresentando as ideias consegue notar uma certa evolução, uma diferença.
Ela demonstra uma certa ascensão para o positivo.
9. Qualquer formação visa potenciar as pessoas e dotar de várias técnicas. Com relação
a colega houve uma grande evolução, primeiro referente a própria responsabilidade em
relação ao trabalho. A colega melhorou muito na forma como coloca as suas ideias os
seus argumentos. Portanto, a formação do ISAP em administração pública é muito boa
não só para próprio formando mas também para a instituição”.
10. De certa maneira há alguma diferença nas suas intervenções no que toca a colocação
das suas ideias. Na interacção pessoal nota-se que há alguma coisa que ela aprendeu em
relação a administração pública.
Quadro 4.1: Avaliação do Superior Hierárquico do Funcionário Formado pelo ISAP no que diz respeito
à Forma de Pensar, Reflectir e Exprimir Ideais do Formado
21
4.2. COMPORTAMENTOS
Maneira de agir
Ainda, para melhor triangular os dados, este estudo de avaliação de impacto da formação do
ISAP perguntou aos superiores hierárquicos sobre o comportamento dos seus colaboradores
formados pelo ISAP. Os resultados das entrevistas no Quadro 4.2 mostram que, embora alguns
tenham já tido excelentes formas de agir ou comportar-se no trabalho, os formados do ISAP
melhoraram bastante na elaboração de relatórios, monitoria de actividades e prestação de con-
tas. O exemplo disso é a seguinte afirmação de um dos superiores hierárquicos entrevistados,
com a seguinte expressão:
Ela planifica dentro dos prazos estabelecidos, executa e controla essas actividades.
O que vejo é que ela melhorou muito a qualidade do trabalho que fazia antes da sua
formação. Agora elabora relatórios de prestação de contas que não deixam nenhumas
dúvidas.
Um outro superior hierárquico por exemplo afirma que:
[Ela] é uma funcionária muito pontual e não falta, salvo em situações de doença mas
sempre informa sobre a ausência. Sempre foi uma funcionária respeitosa, tanto aos
seus superiores hierárquicos quanto aos seus colegas. Antes de se formar no ISAP,
ela não implementava, se calhar por desconhecimento, o Sistema Nacional de Arquivo
de Estado, e a qualidade dos seus relatórios não era excelente. Agora ela consegue
preparar uma nota em tempo muito curto, com maior celeridade, mesmo em termos
da construção frásica, isto é, a qualidade da nota é outra. Em termos de organização,
ela é uma funcionária organizada e garante o cumprimento da agenda da direcção sem
sobressaltos. Ela é excelente, demonstrando maior comprometimento ao trabalho.
1. Admiro muito pela capacidade que ela desenvolveu em muitos aspectos que eu antes não
sabia que ela sabia. Ajudou-me muito em resolver problemas que haviam sido detectados
pelo Tribunal Administrativo como são os casos de celebração de contratos e anotação
destes, produção de regulamentos internos, o quadro pessoal, organização de protocolo
e muita coisa que tínhamos dificuldades em realiza. Com a vinda dela melhoramos muito.
Perguntei a ela onde havia aprendido disse – me que aprendeu muita coisa no ISAP. Con-
sidero ela mais-valia.
2. Existe uma diferença porque ela já tem uma abordagem diferente em vários aspectos
concernentes a elaboração de planos e relatórios. Verifica-se também uma flexibilidade
da colega relativamente a tramitação de processos. A relação da colega comigo e com os
demais colegas é uma relação de família.
3. Outro aspecto diz respeito a melhorias na organização das informações de acordo com o
Sistema Nacional de Arquivos do Estado. Adicionalmente, está apoiar na selecção da in-
formação básica, em termos de legislação, aplicável ao sector no qual se encontra afecta,
por iniciativa dela.
Quadro 4.2: Avaliação do Superior Hierárquico do Funcionário Formado pelo ISAP no que diz respeito
à Maneira de Agir
22
4. Ela demonstra muito o espírito de entre - ajuda. Sempre que tiver problemas aproxima
para pedir apoio na superação. Dinamiza o estudo da legislação o que antes não se fazia.
Trouxe uma dinâmica diferente na instituição. Ajuda aos outros quando tem dificuldade.
5. Ele tem um dom natural, ele não se espalha, não inventa coisas ele está fazer aquilo que
está ao alcance dele.
6. A apresentação de relatórios, prestação de contas, melhorou […] e em relação a prestação
de contas é daqueles que não fica a espera que a tarefa vença; mesmo antes apresenta
os relatórios, e os resultados dos trabalhos. Mesmo em caso de algumas dificuldades ele
vem antes para esclarecimentos
7. É uma funcionária muito pontual e não falta, salvo em situações de doença justificadas
com antecedência. Sempre foi uma funcionária respeitosa, tanto aos seus superiores hi-
erárquicos quanto aos seus colegas. Antes de se formar no ISAP, ela não implementava,
se calhar por desconhecimento, o Sistema Nacional de Arquivo de Estado, e a qualidade
dos seus relatórios não era excelente. Agora ela consegue preparar uma nota em tempo
muito curto, com maior celeridade, mesmo em termos da construção frásica, isto é, a
qualidade da nota é outra. Em termos de organização, ela é uma funcionária organiza-
da e garante o cumprimento da agenda da direcção sem sobressaltos. Ela é excelente,
demonstrando maior comprometimento ao trabalho.
8. Quanto à pontualidade, assiduidade e respeito aos seus colegas e superiores hierárqui-
cos, nada se alterou.
9. A planificação de actividades não diz muito respeito a ela, mas as que estão relacionadas
com o seu sector planifica dentro dos prazos estabelecidos, executa e controla essas
actividades. O que vejo é que ela melhorou muito a qualidade do trabalho que fazia an-
tes da sua formação. Agora elabora relatórios de prestação de contas que não deixam
nenhumas dúvidas.
10. Por vezes recebemos apoios financeiros, usamos para melhorar a nossa casa e junta-
mente com ela elaboramos relatórios que se fez com o dinheiro para a Direcção da Mul-
her.
23
4.3. DESENVOLVIMENTO CURRICULAR
Os superiores hierárquicos sugerem que o currículo profissionalizante do ISAP deve incorporar a
contabilidade pública, gestão patrimonial, administração financeira e procurement, mas também
alguns módulos como recursos humanos e liderança carecem de mais conteúdos. (Quadro 4.3).
1. Os curricula do ISAP devem incluir a componente da contabilidade pública e também as-
pectos da gestão patrimonial directamente relacionada ao sector público.
2. Para mim o currículo está muito bom, apesar de ser intensivo, mas vale a pena. Talvez
um aspecto que podia acrescentar é a questão da prática. O tempo é muito curto para a
prática.
3. Em termos de conteúdo eu diria que o módulo de gestão de recursos humanos devia ser
aprimorado muito. O módulo de liderança também é muito genérico. Quanto a liderança,
há necessidade de preparar o estudante para ter aquele punho de líder
4. Um dos aspectos mais importantes que o ISAP devia potenciar é a questão da Ética e
Deontologia. Ela é importante por causa da natureza e das sensibilidades do público que
atendemos, portanto, a questão da Ética e Deontologia profissional é importante; podia se
potenciar para melhorar o nosso trabalho.
5. Penso que o ISAP podia introduzir matérias ligadas aos próprios funcionários, por exemp-
lo, matérias ligadas a aposentação, direitos dos funcionários, etc.
6. O ISAP deve potenciar estas formações a outros níveis, isto é, a nível da base de modo
que haja um desenvolvimento integrado da compreensão dos assuntos desde a nível baixo
até superior. Se possível, o ISAP também devia fazer formações no trabalho pois propicia
sistema rápidos de aprendizagem e uma linguagem comum em administração publica.
7. O processo de selecção lá no ISAP devia ser mais abrangente, pelo que saiba não sei se já
mudaram, era direccionado mais para as chefias.
8. O ISAP veio mesmo para nos ajudar. Continuem sempre assim, mas talvez falta nas provín-
cias.
9. Os curricula do ISAP devem incluir conteúdos sobre administração financeira do Estado e
procurement. Os chefes de secretaria, por exemplo, deviam ser capacitados de modo que
possam dominar aspetos ligados a organização dos arquivos, a instrução dos processos
administrativos, por exemplo, contagem de tempo para a reforma; as TICs direccionadas
as exigências profissionais de cada sector.
Quadro 4.3: Aspectos a Incorporar no Currículo do ISAP
24
Este estudo avaliou o impacto da formação do Instituto Superior de Administração Pública em
cinco sectores de actividade com maior predominância de funcionários públicos formados pelo
ISAP. A partir de uma metodologia qualitativa e entrevistas inter-pessoais cara-a-cara, o estudo
entrevistou 20 funcionários formados pelo ISAP e os respectivos colegas e superiores hierárqui-
cos imediatos, totalizando 60, relativamente à maneira de reflectir e exprimir ideias; maneira de
agir e aspectos que podem ser acrescidos para o desenvolvimento curricular de uma formação
profissionalizante.
As informações trianguladas dos funcionários formados pelo Instituto Superior de Administração
Pública, seus colegas e superiores hierárquicos imediatos mostram que a formação do ISAP dos
cursos de certificado, graduação e pós graduação contribuiu significativamente para melhorar
a forma de reflectir e exprimir ideias dos formados bem como a sua maneira de agir, embora
alguns dos formados já tivessem adquiridos essas habilidades e capacidades antes de estarem
inscritos no ISAP.
Esses resultados corroboram com os primeiros dois estudos de avaliação de impacto realizados
pelo ISAP e UTRESP (2011) e Nhampule (2013) que incidiram apenas na avaliação dos cursos de
certificado. O ISAP e UTRESP (2011) e Nhampule (2013) concluíram que os cursos de certificado
contribuíram para uma perspectiva crítica e reflexiva dos funcionários.
O estudo conclui também recolhendo informações relevantes para o desenvolvimento curricular
da formação profissionalizante em administração pública do ISAP. Alguns aspectos relevantes
incluem a incorporação de módulos de procurement, contabilidade pública bem como enriquec-
imento de alguns módulos em termos de conteúdos, actualização da literatura legal e prática.
CONCLUSÕES5.
25
REFERÊNCIAS6.
ISAP e UTRESP. (2011). Relatório Final da Avaliação da Formação Profissional Superior em
Administração Pública. BAD. Maputo.
Nhampule, Ana M. (2013). Currículo de Formação Profissional Superior em Administração Pú-
blica. Servidores competentes para a efectivação dos direitos da cidadania em Moçambique.
Tese de Doutoramento. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.