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ANAIS I Colóquio de Psicologia da Saúde da FCL/UNESP Assis: O Psicólogo no Hospital Geral (13 e 14 de Setembro de 2011)- Assis/SP Índice Geral AÇÕES COLETIVAS EM SAÚDE PARA GESTANTES: PARALELO ENTRE BRASIL E PORTUGAL (Mônica Martins de Oliveira, Danielle Abdel Massih Pio) _____________________ p. 5 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA (Ellen Francine Amadio; Nelson Silva Filho) _________________________________________________ p. 6 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA GESTAÇÃO DE ALTO RISCO (Hélimi Iwata, Talita do Vale Roriz Silva, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Maria Luisa Louro de Castro Valente, Mary Yoko Okamoto) ________________________________________________________________________________ _ p. 7 A CLÍNICA DA URGÊNCIA NO PRONTO SOCORRO (Nathália dos Santos Lima; Bárbara Caires de Souza; Abílio da Costa Rosa) ______________________________________________________ p. 8 A EQUIPE DE ENFERMAGEM: A ATENÇÃO E O CUIDADO COM ESTES PROFISSIONAIS (Luana Valera Bombarda, Nathália dos Santos Lima, Diana Pancini de Sá Antunes Ribeiro) _____ p. 9 AS DIFICULDADES EM ABORDAR A SEXUALIDADE EM UM CENÁRIO ESTIGMATIZADO PELA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL (Cleyton Monteiro Nascimento, Jorge Luiz Ferreira Abrão, Juliane Aparecida da Costa Ng) ______________________________________________________ p. 10 BRINQUEDOTECA: INTERVENÇÃO POR MEIO DO BRINCAR (Ana Flávia Aragoni da Rocha; Doane Sábio Servidone; Eloisa Pelizzon Dib; Heloisa Martinez Furniel; Lívia Di Ruzzi Converso; Natália Tombolato Montagner; Dr. Jorge Luís Ferreira Abrão; Dr. Danilo Saretta Veríssimo) ___ p. 11 CARACTERIZANDO O MEDO DO PARTO (Eloísa Pelizzon Dib; Dra. Maria Luísa Louro de Castro Valente) __________________________________________________________________ p. 12 1

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ANAIS

I Colóquio de Psicologia da Saúde da FCL/UNESP Assis: O Psicólogo no

Hospital Geral

(13 e 14 de Setembro de 2011)- Assis/SP

Índice Geral

AÇÕES COLETIVAS EM SAÚDE PARA GESTANTES: PARALELO ENTRE BRASIL E

PORTUGAL (Mônica Martins de Oliveira, Danielle Abdel Massih Pio) _____________________ p. 5

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA (Ellen

Francine Amadio; Nelson Silva Filho) _________________________________________________ p. 6

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA GESTAÇÃO DE ALTO RISCO (Hélimi Iwata, Talita do Vale

Roriz Silva, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Maria Luisa Louro de Castro Valente, Mary Yoko

Okamoto)

________________________________________________________________________________

_ p. 7

A CLÍNICA DA URGÊNCIA NO PRONTO SOCORRO (Nathália dos Santos Lima; Bárbara Caires

de Souza; Abílio da Costa Rosa) ______________________________________________________ p. 8

A EQUIPE DE ENFERMAGEM: A ATENÇÃO E O CUIDADO COM ESTES PROFISSIONAIS

(Luana Valera Bombarda, Nathália dos Santos Lima, Diana Pancini de Sá Antunes Ribeiro) _____ p. 9

AS DIFICULDADES EM ABORDAR A SEXUALIDADE EM UM CENÁRIO ESTIGMATIZADO

PELA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL (Cleyton Monteiro Nascimento, Jorge Luiz Ferreira Abrão,

Juliane Aparecida da Costa Ng) ______________________________________________________ p. 10

BRINQUEDOTECA: INTERVENÇÃO POR MEIO DO BRINCAR (Ana Flávia Aragoni da Rocha;

Doane Sábio Servidone; Eloisa Pelizzon Dib; Heloisa Martinez Furniel; Lívia Di Ruzzi Converso;

Natália Tombolato Montagner; Dr. Jorge Luís Ferreira Abrão; Dr. Danilo Saretta Veríssimo) ___ p. 11

CARACTERIZANDO O MEDO DO PARTO (Eloísa Pelizzon Dib; Dra. Maria Luísa Louro de

Castro Valente) __________________________________________________________________

p. 12

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DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL DE UMA UINIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA: SAÚDE

MENTAL DO TRABALHADOR DE SAÚDE, COM ÊNFASE NA SAÚDE DO AGENTE

COMUNITÁRIO (Barbara Eduarda de Melo Nunes, Fernanda Martins Baeza Pinhal, Thyfani

Domingues, Sandra Fogaça Rosa Ribeiro) _____________________________________________ p. 13

ESCUTA ACOLHEDORA ÀS MÃES ACOMPANHANTES PEDIATRICO (Doane Sábio

Servidone, Eloisa Pelizzon Dib, Dr. Danilo Saretta Veríssimo, Dr. Jorge Luís Ferreira Abrão)____ p. 14

ESTILOS PARENTAIS E DOENÇAS DE REPETIÇÃO EM CRIANÇAS: UM ESTUDO

DESCRITIVO (Fabiano Boghossian Esperança (Faculdade de Odontologia, UNESP, Araçatuba- SP);

Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues) _______________________________________________ p. 15

FOBIAS: UMA QUESTÃO DE HOSPITAL? (Nayara Cristina Cavalheiro, Dra. Helena Rinaldi

Rosa) __________________________________________________________________________

p. 16

GRUPO DE PAIS DA UNIDADE NEONATAL DO HOSPITAL MATERNO-INFANTIL DA

FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA (Danielle Abdel Massih Pio, Mariana Girotto

Carvalho da Silva, Natalia Caroline Dias, Sonia Maria Martins

Guirado)_____________________________ p. 17

IMPORTÂNCIA DO ESTAGIÁRIO DE PSICOLOGIA NO HOSPITAL (Eloisa Pelizzon Dib,

Érica Ferrari do Nascimento e Luana Valera Bombarda. Orientadoras: Helena Rinaldi Rosa, Maria

Luísa Louro de Castro Valente Dra. Mary Yoko Okamoto)

______________________________________ p. 18

OBSERVAÇÕES PSICANALÍTICAS NA MATERNIDADE DE UM HOSPITAL PUBLICO

(Maria Clara Estevam Vilas Boas, Flávia Moraes, Karina Rocha Bueno, Karina Guimarães, Kátia

Oliveira de Mendonça, Mariana Pereira Dermindo, Mayara Aparecida Bonora Freire, Mateus de

Andrade Huber, Melissa Yumi Suzuki, Melina Barros, Dra. Diana Pancini de Sá Ribeiro, Dr. Jorge Luís

Ferreira Abrão)___________________________________________________________________ p. 19

O ACOLHIMENTO A MÃES EM CLÍNICA PEDIÁTRICA COMO DISPOSITIVO NO

AMBIENTE HOSPITALAR (Andreia Sanches Garcia Docente-Supervisora; Danieli F. Cabral;

Gustavo H. S. Tozoni; Renata T. Domingues; Vagner C. Amaral) ___________________________ p. 20

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O ADOLESCENTE HOSPITALIZADO: RELATO DE EXPERIÊNCIA (Carolina Beatriz

Savegnago Martins, Bruna Gomes Garcia, Jéssica Satie Nukui Abe, Helena Rinaldi Rosa, Maria

Luísa Louro de Castro Valente, Mary Yoko Okamoto)

_________________________________________ p. 21

O ATENDIMENTO PSICOLÓGICO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE E O AUMENTO

DA QUEIXA DO TDAH (Fernanda Consoni Mossini; Diana Pancini de Sá A. Ribeiro)_________ p. 22

O IDOSO E A HOSPITALIZAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA (Érica Ferrari do

Nascimento, Luana Valera Bombarda, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Maria Luísa Louro de

Castro Valente,Dra. Mary Yoko Okamoto)

___________________________________________________ p. 23

O USO DE TÉCNICAS PROJETIVAS EM UMA BRIQUEDOTECA HOSPITALAR (Doane Sábio Servidone, Eloisa Pelizzon Dib, Dr. Danilo Saretta Veríssimo, Dr. Jorge Luís Ferreira Abrão)____ p. 24

O TRABALHO DA PSICOLOGIA HOSPITALAR NO ATENDIMENTO ÀS GESTANTES DE

RISCO: DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA EM MARÍLIA-SP (Danielle Abdel Massih Pio, Mariana

Girotto Carvalho da Silva, Natalia Caroline Dias) _______________________________________ p. 25

PROPOSTA DE ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA NO CONTEXTO HOSPITALAR SOB A ÓTICA

DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO E DO APOIO MATRICIAL (Mariana Girotto Carvalho da

Silva; Danielle Abdel Massih Pio) ____________________________________________________ p. 26

PSICOLOGIA HOSPITALAR: HUMANIZAÇÃO E O IMPACTO DO CÂNCER DE MAMA,

AÇÕES POSSÍVEIS EM UMA ENTIDADE DE APOIO AS PORTADORAS DE CÂNCER (Ana

Beatriz Dorigo, Anderson Rodolfo de Lima, Damarys Lopes Venâncio, Daniela Maia Veríssimo, Elen

Taise Domingos, Fernando Zanetti, Gislaine Cristina Mendonça Oreliana, Mayara da Silva ,Mayara

Marques Ferrara) _______________________________________________________________ p. 27

QUANDO A FIGURA DO FEMININO PRECISA SER CUIDADA (Carolina Beatriz Savegnago

Martins, Luana Valera Bombarda, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Maria Luísa Louro de Castro

Valente, Dra. Mary Yoko Okamoto)__________________________________________________ p. 28

REFLEXÕES ACERCA DO SENTIMENTO DE FRAGILIDADE NAS PESSOAS INTERNADAS

NO HOSPITAL E NA EQUIPE (Rafaela Fernanda Geremias, Dra. Maria Luísa Louro de Castro

Valente, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Mary Yoko Okamoto) _____________________________ p. 29

RELATO DE EXPERIÊNCIA: A CONSTRUÇÃO DO PROJETO VISITA ABERTA E DIREITO

AO ACOMPANHANTE POR UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR (Adriana M. Motta Tussi, Ana

Carolina Godi, Clayton M. L. Alves, Débora C. da R. Bonfim, Glória Apª da S. Marzola, Karla Honda,

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Márcia P. Lamante, Mariana Girotto C. da Silva, Maurício Lourenço, Nataly de Lucas Bueno, Priscila

L. Marvulo, Rosangela F. de Lima, Roseane de A. M. Guilheme, Sabrina S. V. da Costa, Sonia B. S.

Mozini, Vera Lúcia S. Busto, Vivian C. da Penha)

______________________________________________ p. 30

SEGUIMENTO PSICOLÓGICO PRÉ-OPERATÓRIO NA CIRURGIA DE OBESIDADE:

INTERVENÇÃO EM GRUPO (Danielle Abdel Massih Pio, Mariana Girotto Carvalho da Silva,

Manoela Liós da Silva) _____________________________________________________________ p. 31

SENTIMENTO DE CULPA EM MÃES DE BEBÊS PRÉ-TERMOS: OBSERVAÇÕES ACERCA

DO PROJETO DE ACOLHIMENTO PSICOLÓGICO ÀS MESMAS NO HOSPITAL

REGIONAL DE ASSIS (Eloísa Pelizzon Dib; Paula Mayra Napolitano Ramos, Dra. Helena Rinaldi

Rosa, Dra. Maria Luísa Louro de Castro Valente, Dra Mary Yoko Okamoto) _________________ p. 32

SER-IDOSO-COM-CÂNCER E O FENÔMENO DA RESILIÊNCIA (Andréa Carolina Benites,

Profa. Adjunta Carmen Maria Bueno Neme) ___________________________________________ p. 33

SUPORTE PSICOLOGICO ÀS MÃES DE BEBÊS PREMATUROS OU DOENTES (Eloisa

Pelizzon Dib, Paula Mayra Napolitano Ramos, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Maria Luísa Louro de

Castro Valente, Dra Mary Yoko Okamoto) ________________________________________ p. 34

VIVÊNCIAS DO ESTAGIÁRIO EM PSICOLOGIA: A PSIQUIATRIA HOSPITALAR (Kelly

Cristina Cesco Marcon, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Maria Luisa Louro Castro Valente, Dra. Mary

Yoko Okamoto) ________________________________________________________________ p. 35

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AÇÕES COLETIVAS EM SAÚDE PARA GESTANTES: PARALELO ENTRE

BRASIL E PORTUGAL

Mônica Martins de Oliveira, Danielle Abdel Massih Pio (Faculdade de Medicina de Marília, Marília, SP).

RESUMO

As ações coletivas em saúde são reconhecidas como ferramenta útil para a promoção da saúde pautada na integralidade, desde que prezem pelo empoderamento social. No cuidado às gestantes, a troca de experiências pode ser utilizada para disparar processos de produção de subjetivação condizentes com seu novo papel e propiciar a aquisição de conhecimentos que auxiliem no parto e amenizem as ansiedades características deste período. Os grupos permanecem como espaços oficialmente reconhecidos e de interesse dos profissionais, especialmente na atenção primária. Por observar realidade análoga em Portugal, durante estágio extracurricular desenvolvido em um centro de saúde no interior, pude compartilhar a experiência do “Grupo de Preparação para o Parto” vivenciado lá e estabelecer assim a comparação com o grupo desenvolvido em uma Unidade de Saúde da Família (USF) de Marília-SP, pertencente ao projeto “Maternidade Segura: um direito de toda mulher”. São essas experiências e comparações que pretendo relatar. O grupo lusitano era do tipo fechado, com um número fixo de participantes e de encontros, com palestras sobre temas pré-definidos. Um dos encontros era destinado para uma visita a uma maternidade de referência da cidade e o último acontecia algumas semanas após o parto. As palestras eram proferidas pela enfermeira ou pela psicóloga e contavam com auxílio de recursos áudio-visuais. A adesão ao grupo era considerada satisfatória. O grupo desenvolvido na USF também era do tipo fechado, porém, contemplava todas as gestantes cadastradas no pré-natal da Unidade. Consistia em encontros com número definido e também se baseava na proposta de temas pré-definidos, mas apresentava um caráter mais multiprofissional, com participação de dentista, assistente social, fisioterapeuta, além de enfermeiro e psicólogo na realização dos encontros. Também foi promovida uma visita à maternidade de referência, mas não houve a proposta de uma reunião após o parto. O convite era reforçado todas as semanas. Sorteios de brindes e ofertas de lanches eram freqüentes. A

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adesão foi considerada satisfatória pela equipe de saúde. A análise das experiências indica que os dois grupos podem ser considerados informativos ou educativos, com metodologia passiva (transmissão-recepção de informação). O número limitado de encontros e a estruturação no formato de palestras com temas pré-definidos reduziram a possibilidade de reflexão e empoderamento dos sujeitos. Embora tenham procurado inserir temas de diversas áreas, não contemplou o princípio da integralidade, devido à forma fragmentada de apresentação. A necessidade de inserir recompensas como maneira de estimular a participação no grupo brasileiro parece indicar fragilidade no vínculo constituído e pode representar uma diferença cultural entre os dois países. A adesão satisfatória precisaria ser analisada mais detalhadamente, a fim de verificar se decorre do interesse da população por atividades informativas de caráter educacional ou se é fruto de algum outro fator. As experiências aqui relatadas contribuem para reavivar importantes reflexões, como a predileção das equipes por grupo como principal forma de empreender as ações coletivas e a capacidade destes grupos em oferecer continência às ansiedades das gestantes. Palavras-chave: saúde coletiva; grupos; gestantes AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES COM CÂNCER DE

MAMA

Ellen Francine Amadio; Nelson Silva Filho (Faculdade de Ciências e Letras- UNESP, Assis, SP)

RESUMO

Este estudo buscou avaliar a qualidade de vida de mulheres com câncer de mama, devido à alta incidência do câncer de mama, a possibilidade de uma longa sobrevida e a desestruturação que o diagnóstico, tratamento e todo o processo da doença acarretam na vida da mulher. Com isso a mulher sente que tem uma rede de apoio social, incluindo a atuação do psicólogo que poderá ajudar na manutenção do seu bem-estar psicológico. Através da aplicação individual de questionários, foram utilizados dois instrumentos a Escala de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde, o WHOQOL na sua versão em português e abreviado e um questionário sócio-demográfico, os quais foram aplicados em 40 mulheres diagnosticadas com câncer de mama, sendo 20 provenientes do Hospital Regional de Assis “Dr. Joelson Leal Lisboa” na cidade de Assis e 20 provenientes do Radium Instituto de Oncologia na cidade de São João da Boa Vista. Verificou-se que a média de idade da amostra total foi de 57 anos, houve prevalência de mulheres casadas e com filhos em ambas as cidades e em relação à escolaridade houve em São João da Boa Vista predomínio do ensino fundamental incompleto (55%) e em Assis predomínio do ensino fundamental incompleto (35%) e ensino médio completo (35%). Em relação à escala WHOQOL-bref em São João da Boa Vista o Domínio Físico obteve menor média com 49,11 (±16,42), seguido do domínio Ambiente 61,41 (±12,71), Psicológico 61,46 (±16,15) e por fim Relações Sociais com média 61,67 (±25,70). O Domínio Geral da escala WHOQOL-bref foi de 58,37 (±13,20). Em relação à escala WHOQOL-bref em Assis o Domínio Físico também obteve menor média com 53,04 (±18,42), seguido do domínio Psicológico 60,21 (±17,50), Ambiente 63,28 (±9,47) e por fim Relações Sociais com média 65,42 (±13,24). O Domínio Geral da escala WHOQOL-bref foi de 59,95 (±11,20). Os resultados indicam o grande impacto principalmente físico e também emocional e social causado pelo câncer de mama na vida dessas mulheres. Independente do local onde vivem o câncer de mama altera todo o universo biopsicossocial da mulher, dessa forma se faz imprescindível além do apoio

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familiar, a atuação do psicólogo por meio da psicoterapia, para um melhor enfrentamento da doença e uma melhor adaptação a esta nova condição de vida, principalmente nos primeiros anos da doença, pois correlações feitas com os dados obtidos indicam uma maior adaptação ao longo do tempo e consequentemente uma melhora na qualidade de vida dessas mulheres.Palavras-chave: Qualidade de vida, Câncer de mama, Psicologia

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA GESTAÇÃO DE ALTO RISCO

Hélimi Iwata, Talita do Vale Roriz Silva, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Maria Luisa Louro de Castro Valente, Mary Yoko Okamoto (Departamento de Psicologia Clínica),

Universidade Estadual Paulista (UNESP), Assis, SP.

RESUMO

Segundo o Ministério da Saúde entende-se por gestação de alto risco aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ou do feto têm maiores chances de serem atingidas por complicações do que a média das gestações. Estas gestantes, por apresentarem características específicas ou por sofrerem algum agravo, têm maiores probabilidades de uma evolução desfavorável, tanto para o feto como para a mãe. O setor de obstetrícia do Hospital Regional de Assis (HRA) atende exclusivamente gestantes de alto risco, que são encaminhadas para acompanhamento e realização do parto neste hospital, e caso o bebê nasça prematuro, ele e a mãe terão todo o suporte necessário. Dentre as pacientes atendidas estão as adolescentes, de até 17 anos de idade, no qual o “risco” da gestação é maior, pois fatores fisiológicos e psicológicos característicos da adolescência fazem da gravidez uma situação de risco biopsicossocial; além de mulheres que já ultrapassaram a idade considerada ideal para a concepção e as que apresentam algum problema de saúde, como hipertensão, diabetes, obesidade, problemas cardíacos, entre outras condições de saúde física que podem comprometer o desenvolvimento normal da gestação. Objetivos: Realizar uma avaliação psicológica nas gestantes de alto risco com o intuito profilático, verificar como elas vêem e sentem a gravidez, e caso necessário, encaminhar para acompanhamento psicológico ao longo da gestação. Método: A avaliação psicológica no Setor de Gestação de Alto Risco é feita no primeiro dia de consulta das gestantes, mediante encaminhamento das enfermeiras para o setor de psicologia dos casos que consideram necessários e de todas as adolescentes gestantes. O instrumento utilizado é uma entrevista baseada na Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada – EDAO que permite coletar os dados e assim possibilitar um melhor entendimento de cada caso. Resultados: Percebemos nas entrevistas que as gestantes adolescentes muitas vezes se sentem felizes com a gravidez, apesar de não planejarem nem pensarem no futuro a partir do nascimento do bebê; muitas ainda vivem no mundo da fantasia, sem contato com a realidade nova de criar uma criança, outras vêem a

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gestação com indiferença, em que dizem não se sentirem felizes nem tristes com a gravidez. As gestantes com mais idade, quando há algum risco para o bebê, mostram-se mais preocupadas, pois relatam medo e insegurança quanto ao parto prematuro e as prováveis conseqüências para a saúde do bebê. Há casos em que a gestante por algum motivo não planejou, nem deseja esta criança, porém com o tempo a maioria acaba aceitando a gravidez.Palavras-chave: avaliação psicológica, gestação de alto risco, gravidez na adolescência.

A CLÍNICA DA URGÊNCIA NO PRONTO SOCORRO

Nathália dos Santos Lima; Bárbara Caires de Souza; Abílio da Costa Rosa (Universidade Estadual Paulista - Faculdade de Ciências e Letras, Assis-SP).

RESUMO: A pesquisa surge diante da experiência iniciada no estágio do quarto ano de Graduação em Psicologia, com a proposta de implantação de um trabalho da Psicologia orientado pela abordagem psicanalítica, no Pronto Socorro do Hospital Geral, localizado na cidade de Assis (SP). A “psicanálise em extensão” transpôs as barreiras do setting terapêutico clínico particular, difundindo a prática da psicanálise no âmbito das instituições públicas de assistência, onde, por meio de laços sociais múltiplos, o psicanalista se defronta com outros discursos que sustentam diferentes práticas no campo da saúde mental. A clínica da urgência subjetiva consiste em introduzir a experiência da escuta nas situações da Clínica Geral. O analista trabalha para que, do paciente-objeto, advenha o sujeito. Cria-se assim um espaço diferenciado no qual o paciente, pode recuperar seu desejo articulado no sintoma. A Unidade de Pronto Socorro é uma das portas de entrada do paciente no ambiente hospitalar; inicialmente com o destino de diagnóstico e tratamento de pacientes acidentados ou acometidos de mal súbito, esse espaço, passou a absorver todos os problemas físicos e sociais, tornando-se a principal porta de acesso aos serviços. A maioria da população recorre ao espaço, pois ele se apresenta como a única possibilidade de ser prontamente atendida e obter, em um curto espaço de tempo, alguma resolução para sua enfermidade A maneira pela qual a demanda dos usuários se apresenta pode ser compreendida como a expressão das necessidades destes, ou seja, organiza-se a partir da oferta de serviços. O plantão psicológico orientado pela abordagem psicanalítica tem a proposta de ser uma oferta diferenciada ao individuo com a possibilidade de ser acolhido e ouvido por meio de uma escuta analítica. O estudo analisa elementos que indiquem ou não a pertinência dessa modalidade de psicologia dentro do PS. A metodologia estrutura-se de acordo com a “intercessão-pesquisa”. O intercessor-pesquisador situa-se de modo a ouvir as demandas e os desejos dos sujeitos que recorrem à instituição, deixando-os sempre no lugar de protagonistas e motores das ações, ajudando-os a apreender e clarear suas necessidades e desejos, a partir da instrumentação técnica da psicanálise. Este faz uma reflexão posterior sobre o processo e seus efeitos, tornando-se ele mesmo objeto da pesquisa. Os

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dados utilizados para a reflexão são do diário de campo construído na ação cotidiana, que estão sendo sistematizados e categorizados de acordo com o método dialético de pesquisa. A experiência possibilita olhar para a instituição e suas complexidades. O trabalho foi realizado com pacientes que apresentavam algum tipo de sofrimento psíquico, mas também mostrou a dimensão de outro sofrimento, o psicossomático e o que surge devido à intervenção médica ou pela dor, que ao se apresentar a oferta, respondem de imediato, seja com choros ou falas, pedindo um olhar para suas dimensões de sujeitos Além disso, a equipe interprofissional também nos solicita e interpela a escuta. Na unidade existe a demanda de acolhimento ao sofrimento psíquico, e configura um modo possível de trabalho do psicólogo orientado pela psicanálise no ambiente do Pronto Socorro.

Palavras-chave: Psicanálise e Pronto Socorro, Clínica da Urgência, Saúde Mental Coletiva.

Agência de fomento: FAPESP

A EQUIPE DE ENFERMAGEM: A ATENÇÃO E O CUIDADO COM ESTES PROFISSIONAIS

Luana Valera Bombarda, Nathália dos Santos Lima, Diana Pancini de Sá Antunes Ribeiro – (Departamento de Psicologia Clínica) – Unesp – Assis (SP)

RESUMONos últimos anos tem ocorrido um aumento de pesquisas que visam estudar o estresse nos ambientes profissionais. Entre os motivos está o impacto negativo do estresse ocupacional na saúde e no bem-estar dos trabalhadores. As organizações hospitalares são formadas por trabalhadores sujeitos a situações emocionalmente intensas, que podem desencadear sofrimento psíquico. No Brasil, a maioria dos profissionais de enfermagem está concentrada nos hospitais, e nesta prática, vivenciam características específicas que podem influenciar emocionalmente suas vidas, sendo fontes de estresse ocupacional. Uma experiência estressora gera sentimentos de tensão, ansiedade, medo ou ameaça, e quando está relacionado ao trabalho, ultrapassa os níveis adaptativos podendo cronificar-se e comprometer o desempenho do indivíduo em várias dimensões, como a profissão, a família e o social, e assim, gerar sentimentos de frustração e inadequação. Este processo pode levar à Síndrome de Burnout, que é um fenômeno que esgota o indivíduo, ao ponto de não mais conseguir realizar suas funções físicas e mentais adequadamente. Devido a essa dinâmica, surge o interesse de pesquisar a cerca do estresse ocupacional e da Síndrome de Burnout na equipe de enfermagem do Hospital Maternidade Nossa Senhora das Vitórias de Assis (SP). O nascimento de um bebê indica um grande movimento do ambiente hospitalar, da equipe que realiza o parto, do corpo materno, do sentimento dessa mãe, do corpo e do psíquico do bebê. Assim, a possibilidade de oferecer um cuidado adequado e estar sensibilizado sobre a importância do primeiro contato entre a dupla mãe-bebê é essencial às equipes de enfermagem em maternidades, sejam estas públicas ou privadas. Porém, o profissional nem sempre se sente preparado e/ou motivado para realizar este tipo de cuidado, o que pode ser fonte de ansiedade e medo, e se há uma incapacidade, esta pode estar relacionada com estressores ocupacionais e com o burnout. A pesquisa encontra-se em fase de desenvolvimento; estão sendo utilizados dois instrumentos auto-aplicativos, o Inventário de Sintomatologia de Estresse (ISE), e o Maslach Burnout Inventory, versão Human Services Survey (MBI-HSS), utilizado para profissionais que atuam na área da

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saúde. Respectivamente os instrumentos quantificam o estresse da vida cotidiana e as características atribuídas ao burnout. Após a aplicação destes, é realizada a entrevista semidirigida que possibilita ao entrevistador obter maiores informações sobre o tema, permitindo a flexibilidade necessária em cada caso particular, como uma análise psicanalítica da verbalização e dos comportamentos não-verbais. Até o momento, pela literatura pesquisada percebe-se que no contexto hospitalar a insatisfação no trabalho, baixos salários, ambiguidade de papeis, dificuldade de relacionamento com pacientes, familiares, acompanhantes, colegas de trabalho, bem como dificuldades de lidar com pacientes gravemente feridos, sofrimento e morte, podem ser fatores de risco para desencadear o estresse que, se agravado, pode ocasionar a Síndrome de Burnout. Assim, acredita-se que a presente pesquisa trará benefícios para o cuidado desse profissional consigo, para as políticas públicas municipais e na prevenção de saúde mental, bem como no funcionamento e na efetividade das organizações.

Palavras-chave: Síndrome de Burnout, Estresse Ocupacional e Equipe de Enfermagem.

Agência de fomento: FAPESPAS DIFICULDADES EM ABORDAR A SEXUALIDADE EM UM CENÁRIO

ESTIGMATIZADO PELA DEFICIENCIA INTELECTUAL

Cleyton Monteiro Nascimento, Jorge Luiz Ferreira Abrão, Juliane Aparecida da Costa Ng, (Departamento de Psicologia Clínica da Universidade Estadual Paulista “Júlio de

Mesquita Filho” – UNESP, Faculdade de Ciências e Letras de Assis – SP)

RESUMO

Introdução: A partir de uma vivência de estágio com um grupo terapêutico composto por homens que apresentam Deficiência Intelectual, evidenciou-se a importância de trabalhar temas relativos à sexualidade, uma vez que a temática assumiu grande valor para este grupo sendo abordado de forma recorrente por seus participantes. Fez-se pertinente a discussão da desmistificação de “tabus” e assuntos que permeiam o campo da sexualidade diante das particularidades do grupo citado. Partindo deste contexto destacamos duas importantes dimensões: por um lado há uma necessidade de autopercepção no tangente a uma sexualidade socialmente construída em um grupo que por conta de suas especificidades, é visto como assexuado. Por outro, emerge a dificuldade de como abordar esta temática, uma vez que a idade psíquica dos sujeitos do grupo em questão, não condiz com a idade cronológica implicando diferentes formas de subjetivação dessa sexualidade. Objetivos: Discutir e problematizar a construção da sexualidade em pessoas com Deficiência Intelectual. Metodologia: O grupo terapêutico é desenvolvido em uma Instituição pública, do interior de São Paulo. Acontece semanalmente com duração de cinqüenta minutos, é norteado pela teoria psicanalítica possibilitando assim uma conversa aberta a cerca do assunto discutido. Conclusões: O campo da sexualidade de pessoas com Deficiências Intelectuais é pouco explorado gerando muitos equívocos negando a expressão de seus afetos, desejos em todos os seus aspectos. Percebe-se que as pessoas com deficiência Intelectual na maioria das vezes são privadas de viverem suas sexualidades, decorrentes de estigmas construídos a cerca de sua condição intelectual. Mesmo quando o assunto se torna latente para a pessoa com deficiência intelectual, este, não tem um espaço para um diálogo esclarecedor em um cenário onde as famílias preservam preceitos conservadores e não estão preparadas para oferecer uma orientação e uma escuta sem preconceitos.

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Palavras-chave: Deficiência Intelectual, Sexualidade, Grupo Terapêutico.

BRINQUEDOTECA: INTERVENÇÃO POR MEIO DO BRINCARAna Flávia Aragoni da Rocha; Doane Sábio Servidone; Eloisa Pelizzon Dib; Heloisa Martinez Furniel; Lívia Di Ruzzi Converso; Natália Tombolato Montagner; Dr. Jorge

Luís Ferreira Abrão; Dr. Danilo Saretta Veríssimo (UNESP/Assis-SP)RESUMOO processo de hospitalização pode constituir-se como uma experiência invasiva e geradora de sofrimento emocional para a criança, levando à reações de medo, estresse e ansiedade. O ato de brincar da criança permite que ela demonstre/exponha seus sentimentos, expresse seu mundo interno e ressignifique-o, desse modo, permitindo que o caráter lúdico do brincar assuma uma função terapêutica. Nesse contexto, temos como objetivo expor nossas considerações sobre a função da brincadeira na elaboração e diminuição das ansiedades relativas ao adoecimento e à internação. O projeto de extensão universitário é desenvolvido, desde março de 2000, no setor de pediatria da Santa Casa de Misericórdia de Assis e, desde 2009 no Hospital Regional . A equipe de trabalho é formada por nove estagiários do Curso de Psicologia e dois supervisores/docentes do Departamento de Psicologia Clínica e do Departamento de Psicologia Evolutiva, Social e Escolar da Faculdade de Ciências e Letras/Unesp-Assis. Na Santa Casa, utilizamos a brinquedoteca móvel, que consiste em um carrinho com brinquedos, que são levados pelos estagiários até os leitos, enquanto no Hospital Regional de Assis, há um espaço físico adequado para a proposta lúdica. Somando os atendimentos dos dois hospitais, são atendidas em média 600 pacientes por ano, sendo que em cada atendimento a criança tem a liberdade de escolher com o que brincar e como deseja brincar. Através do brincar, intervenções de apoio psicológico são realizadas junto às crianças e seus acompanhantes. Consideramos que o paciente precisa ser cuidado em suas diversas dimensões do existir, de forma que o tratamento enfoque a criança e sua vida, e não somente a doença que a acomete. Como resultado, observamos através do relato das crianças e de seus acompanhantes que após a intervenção lúdica existe uma melhor adesão aos procedimentos médicos, além da diminuição da ansiedade e dos possíveis traumas ocasionados pelo quadro clínico e pelos procedimentos realizados no hospital. Além disso, há a possibilidade de orientar as famílias sobre a importância do brincar no desenvolvimento e na recuperação da criança, bem como no acolhimento e escuta para com os acompanhantes; para recuperação e/ou preservação da auto-imagem, autoconfiança e auto-estima da criança

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internada, tornando possível o estabelecimento de relações amigáveis e prazerosas no ambiente hospitalar. Além disso, o projeto se insere em uma perspectiva multiprofissional, pois atuamos em conjunto com os demais profissionais da saúde, o que possibilita que a assistência à criança e aos seus acompanhantes adquira uma dimensão biopsicossocial. O trabalho em equipe multiprofissional auxilia a recuperação da criança internada, desmistificando estereótipos e práticas do tratamento que gerariam angústias, além de estabelecer um canal entre os profissionais para repensar práticas e discutir os saberes sobre as diversas disciplinas envolvidas em uma equipe multiprofissional. Concluímos que a brinquedoteca contribui para a humanização hospitalar cumprindo, de maneira eficiente, um papel de relevância social. Os jogos, as histórias infantis, os materiais gráficos e os brinquedos variados são formas de interação que permitem elucidar dúvidas sobre a situação de internação e favorecem a elaboração psíquica da condição de hospitalização. Dessa maneira, contribuem para a saúde psicológica e integral da criança.Palavras-chave: Brinquedoteca, Psicologia Hospitalar, Pediatria.

Agência de fomento: PROEX

CARACTERIZANDO O MEDO DO PARTO

Eloísa Pelizzon Dib; Dra. Maria Luísa Louro de Castro Valente (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Assis/SP).

RESUMO

Do ponto de vista psicológico, o parto constitui-se em um momento em que as expectativas e a ansiedade que acompanham a gestante ao longo de meses se concretizando no real, confirmando ou não as esperanças e medos que cercam o parto. A gravidez pode forçar a mulher a defrontar-se com velhas angustias e a renegociar suas relações com historia familiar Parte-se do pressuposto de que o parto é evento que acompanha todo processo de gestação uma vez que ele já é antecipado sob a forma de expectativas, e continua sendo referido após sua conclusão, na forma de lembranças e sentimentos que acompanham a mãe, fazendo parte de sua história O fenômeno da dor do parto e todo o conjunto de percepções, sensações, temores, sentimentos e emoções ao redor dele inscrevem-se em muitas dimensões da vida de cada mulher Diante do exposto e através da experiência do projeto de estágio “Atendimento Psicológico no HRA”, desenvolveu-se esse trabalho que tem como objetivo a investigação das expectativas das gestantes em relação ao parto, e dos sentimentos diante da sua vivência, pois o medo de suportar ou não a dor do parto nunca é desprovido de um significado pessoal e de uma influência cultural. Como método será usado para coleta dos dados uma entrevista semi-estruturada, elaborada a partir da escuta das falas das gestantes, com poucas questões, como um guia aberto, sendo possível introduzir outras questões de acordo com o que acontecerá no processo e em direção ao interesse da investigação. A população alvo do estudo serão 30 Gestantes de alto risco que fazem o acompanhamento do pré-natal no Hospital Regional de Assis no período de setembro e outubro de 2011, que tenham idade de 14 a 40 anos, e que estiverem entre 2° ou 9° mês de gestação A partir desse estudo e da bibliografia estudada será possível ressaltar como resultado importância de entender o medo do parto da vida das mulheres, o que auxilia as possibilidades de intervenções práticas e preventivas no momento do parto, assim como no pós-parto e na relação mãe-bebê. Assim como identificar que há modos diferentes de fixar esses medos em cada mãe, e que se esses não forem explicitados

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podem gerar níveis altos de angustia, momento esse de escuta e compreensão, e que o importante é que a mulher possa expressar seu desejo, ainda que tenha que renunciar, em parte, a ele. Podemos concluir com a proposta desse trabalho que o parto, é chegada a hora que a mãe conhecerá o bebê real diferente do bebê imaginário que foi construído durante a gestação, sendo o bebê dos sonhos diurnos e das expectativas: o produto do desejo de maternidade, muitas vezes não correspondendo ao bebê real que a mulher irá segurar nos braços. E são as representações sobre o bebê imaginário que assumem um papel fundamental no futuro vínculo que se vai criar entre a mãe e o seu bebê.Palavras-chave: Psicologia Hospitalar, Maternidade, Medo

Agência de fomento: FAPESP

DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL DE UMA UINIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA: SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR DE SAÚDE, COM ÊNFASE

NA SAÚDE DO AGENTE COMUNITÁRIO

Barbara Eduarda de Melo Nunes, Fernanda Martins Baeza Pinhal, Thyfani Domingues, Sandra Fogaça Rosa Ribeiro (Departamento de Psicologia Experimental;

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Campus Assis- SP)

RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido em um espaço de estágio da disciplina "Saúde no Trabalho na Perspectiva Sociodramática". Faz associações críticas sobre novas formas de se pensar saúde, no sentido de que não é um campo separado de outras instâncias da realidade social, e que é variável de acordo com os atravessamentos culturais. Em conformidade com a proposta do Sistema Único de Saúde (SUS), a Estratégia de Saúde da Família (ESF) tem como princípio a territorialização e integralidade com a população de uma comunidade e suas demandas específicas da área de abrangência, se estabelece portanto o atendimento voltado para generalidade do trabalho em equipe. A atenção básica como porta de entrada, e também ordenadora/coordenadora da rede de atenção à saúde, está implicada com todas as demais instâncias de atendimento, quais sejam: ambulatórios de especialidades e hospitais. Cada unidade de ESF deve ser formada basicamente pelos profissionais: enfermeiro (coordenador), médico, auxiliar de enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários de saúde. Quando ampliada, conta ainda com: um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental. Este trabalho tem por objetivo analisar a saúde do trabalhador da saúde, especificamente os agentes comunitários de saúde, realizado por meio de um diagnóstico organizacional. Como ferramenta foi utilizada a observação participante com roteiro específico aliada a registros do diário de campo. Dentre os referenciais teóricos utilizados, privilegiou-se o Materialismo Histórico Dialético, com ênfase no estudo da saúde a partir do contexto socioeconômico da sociedade capitalista. A partir das observações realizadas, foi possível constatar uma atenção e cuidado do trabalhador com a saúde do usuário, motivada provavelmente pelo vínculo que se estabelece com essa população, devido à premissa de que os agentes comunitários residam na mesma região da área de abrangência da unidade em que trabalham. Com o auxilio do diário de

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campo foi possível a analise de que há sobrecarga na função do agente comunitário, já que este conforme relatos são abordados fora do horário de trabalho, é como esses trabalhadores nunca cessassem suas atividades. De acordo com o que foi observado durante as visitas e as análises, pretende-se propor intervenção: problematizar junto com a equipe questões relacionadas aos processos de trabalho. O trabalho em equipe colocado em análise, possibilitará emergir diferentes incômodos vividos antes individualmente e agora na esfera do coletivo, revelando-se como diversidades no âmbito dos saberes, poderes e afetos, visando à produção de uma educação permanente. Palavras-chave: ESF, Agente comunitário, saúde mental do trabalhador.

ESCUTA ACOLHEDORA ÀS MÃES ACOMPANHANTES PEDIATRICODoane Sábio Servidone, Eloisa Pelizzon Dib, Dr. Danilo Saretta Veríssimo, Dr. Jorge

Luís Ferreira Abrão (UNESP/Assis- SP)

RESUMOA hospitalização infantil envolve profunda adaptação do paciente às várias mudanças decorrentes do processo de internação, independentemente de sua idade. O afastamento de casa e do convívio familiar, além dos procedimentos terapêuticos que, muitas vezes, agridem o paciente física e emocionalmente, são fatores desestruturantes tanto para a criança quanto para os familiares que a acompanham. Destacamos aqui as alterações emocionais e o sofrimento psíquico desencadeados na mãe que acompanha a hospitalização do seu filho. Percebe-se que a tensão dessas mães é decorrente tanto dos sentimentos vividos em relação à doença do filho quanto dos fatores provenientes do ambiente hospitalar, uma vez que a hospitalização é sentida como ameaçadora. Propomos uma reflexão sobre o cuidado com o acompanhante pediátrico, no sentido de contribuir para o avanço nas discussões acerca da atenção que é dada para este , com a preocupação de minimizar o seu sofrimento psíquico e auxiliar os profissionais da saúde na assistência dessas pessoas. Desenvolvemos esse tema a partir de atendimento direcionado à criança hospitalizada na Brinquedoteca do Hospital Regional de Assis, em que notamos a necessidade de apoio específico a essas mães que na maioria das vezes reagem com diferentes graus de ansiedade. A partir dessa demanda, passamos a oferecer espaços de atendimento as acompanhantes As mães relatam fadiga física exacerbada, visto que não conseguem descansar, face à preocupação com seu filho e à falta de acomodações confortáveis.. Sentem necessidade de acompanhar seu filho doente, mas por outro lado, ressentem-se por não poder dar assistência aos outros filhos que ficaram em casa. Esta ambivalência é percebida claramente no discurso das mães, pois elas sentem-se cobradas pelos afazeres domésticos e ao mesmo tempo impossibilitadas de fazê-los. O sofrimento vivido pelas mães assume diferentes contornos, tornando-se mais ou menos intenso dependendo do significado que as mesmas atribuem à doença. A enfermidade que ocasiona a internação é, segundo elas, grande gerador de sentimentos de incerteza em relação à recuperação total da saúde de seu filho. A falta de informações ou diagnósticos precisos as deixam angustiadas e por vezes faz com que sentimentos de culpa apareçam. Nesse momento algumas palavras fogem à compreensão materna em crise psicológica,e é importante que a equipe reflita a respeito

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disto, pois muitas vezes tudo o que a mãe precisa é de uma explicação, mesmo sobre os procedimentos mais simples. Percebemos que a permanência da mãe ao lado do filho hospitalizado é importante tanto para a criança, que se sente mais segura e amparada, quanto para a própria mãe que acompanha de forma participativa este processo de recuperação de seu filho. Podemos concluir, a partir das nossas observações e intervenções na Brinquedoteca que acreditamos que a mãe acompanhante, como todo ser, necessita de apoio, compreensão e oportunidade de comunicação no momento em que ela se encontra lançada no mundo hospitalar. Apenas assim ela terá oportunidade de refazer seu mundo-vida dentro das imposições dessa nova realidade e neutralizar ou ressignificar, principalmente, suas frustrações, medos, culpas, ansiedades e desconforto, causados pela hospitalização de seu filho, auxiliando na busca de estratégias de enfrentamento. É essencial a presença do profissional da psicologia, oferecendo olhar, escuta e estrutura de apoio.Palavras-chave: brinquedoteca hospitalar, mães acompanhante, pediatria.

Agência de fomento: PROEX.ESTILOS PARENTAIS E DOENÇAS DE REPETIÇÃO EM CRIANÇAS: UM

ESTUDO DESCRITIVO

Fabiano Boghossian Esperança (Faculdade de Odontologia, UNESP, Araçatuba- SP); Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues (Departamento de Psicologia, Faculdade de

Ciências, Bauru- SP)

RESUMO

A literatura tem apontado que as doenças de repetição são frequentes na clínica pediátrica, sendo responsáveis por 50% dos atendimentos realizados com crianças de até três anos de idade. Doenças de repetição são infecções como infecções intestinais, respiratórias, do aparelho fonoarticulador e do trato urinário. Uma possível causa podem ser as práticas educativas destas mães. Os estilos parentais referem-se ao conjunto de práticas educativas utilizadas pelos pais no cuidado e educação de seus filhos, caracterizando a natureza da interação entre eles. As redes de apoio são definidas como teias de relações sociais que circundam o indivíduo, como disponibilidade e frequência de contato com amigos e parentes, ou grupos de pessoas com quem há alguma forma de participação social. O presente trabalho pretendeu analisar a rede de apoio social e as práticas educativas de mães de crianças com doenças de repetição, que frequentam UBS, buscando possíveis relações entre aspectos demográficos das mães e das crianças e as variáveis estudadas. Participaram do projeto 43 mães de crianças de zero a três anos que frequentam sete das 10 UBSs da cidade de Penápolis, interior de São Paulo. Para a coleta de dados foi utilizado o Protocolo para Informação Demográfica, a Escala de Suporte à família e o Inventário de Estilos Parentais para Mães de Bebês. As mães da amostra tinham em média 27 anos de idade, prevalecendo ensino médio completo, a maioria vivendo em união estável, com média de 2 filhos. Delas, apenas 30% trabalhavam, e o faziam em indústrias ou em serviços pouco qualificados. Seus filhos com doenças de repetição tinham em média 19 meses de idade, sendo 28 meninos e 15 meninas. Observou-se que o aleitamento materno esteve mais presente entre as mães mais novas e entre as mais velhas e, ainda, entre as mães com escolaridade mais baixa. As doenças de repetição mais comumente apresentadas foram gripe e resfriado, seguidas de problemas pulmonares e infecções das vias aéreas. As causas mais frequentes relatadas pelas mães foram condições atmosféricas, seguida de condições da

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própria criança que se predispõe à doença. Os sentimentos mais frequentes relatados foram os relacionados à preocupação com a saúde da criança, seguido do sentimento de sentir-se mal diante da situação. Considerando as práticas parentais observou-se que 51% delas foram classificadas como com estilo regular (abaixo da média) e ruim. Observou-se que as mães com menos filhos têm práticas melhores assim como as mães de meninos. Quanto à rede de apoio, os relatos das mães apontaram como sendo ruim ou péssimo, o que as classifica em possível risco social. Ainda que com uma amostra pequena, os dados obtidos indicam que mães de crianças com doenças de repetição merecem uma atenção maior das políticas públicas, ensinando práticas educativas positivas, propiciando uma rede de apoio social mais eficiente, que reverteria, provavelmente, em benefício para a saúde dos seus filhos. Palavras-chave: Doenças de repetição. Estilos parentais. Práticas educativas parentais. Redes de apoio social.

FOBIAS: UMA QUESTÃO DE HOSPITAL?

Nayara Cristina Cavalheiro, Dra. Helena Rinaldi Rosa (FCL - Universidade Estadual Paulista, campus Assis, SP)

RESUMO

A fobia é um tema contemporâneo, levando-se em consideração a consagração dos medicamentos como cada vez mais eficazes na “cura” dos mais diversos tipos de mal-estar. A fobia (do grego phobos: fuga) é o medo intenso de algo ou alguma situação real ou imaginária, que impulsiona o sujeito a evitar o objeto fóbico, cujo contato proporcionaria extremos estados de ansiedade com sintomas físicos como sudorese e taquicardia. Na história da Psicanálise podemos utilizar como um caso marcante de fobia o Caso do Pequeno Hans presente nas Obras de Sigmund Freud, em que Hans, um menino de 5 anos recusa-se a sair na rua por medo de que um cavalo possa mordê-lo. O foco neste trabalho é a relação entre fobia e hospital, levando em consideração o número de pessoas que têm um medo intenso de médicos, hospitais e similares, pode-se chamar essa fobia de “fobia médica”. Objetivo: Pretende-se mostrar a relevância de se conhecer e saber lidar com pacientes com esse tipo específico de fobia, ou outras que possam surgir, no contexto do profissional que trabalha em hospital. Método: Será explicitado um caso de fobia médica, o caso de Judy, a garota que desmaiava ao ver sangue. Pretende-se através desse ilustrar a importância de o profissional da área ter conhecimento sobre um assunto que o envolve diretamente. Resultados: Revisando pesquisas da área foi escolhido o Caso de Judy, uma garota que desmaiava ao ver sangue. Muitas pessoas ficam enjoadas, têm queda de pressão, perdem o controle de si mesmas diante de situações médicas como a dessa garota, que não se sentia compreendida e chegou a ser suspensa da escola por seus desmaios. Sentimentos de rejeição por parte de autoridades (como do diretor da escola que a suspendeu) são fatores agravantes de transtornos psicológicos. É muito comum nesses casos as pessoas que não vivem a fobia não a encararem como algo sério, considerando “frescura” ou algo sem fundamento, mas o acolhimento adequado e o uso de diferentes métodos de investigação do problema auxiliam para uma melhor forma de lidar com pessoas que tem que conviver com essas fobias. Conclusões: A partir disso pode-se notar a necessidade de os profissionais da área acolherem as angústias dos pacientes que, muitas vezes por uma questão de saúde, acabam sendo obrigados a enfrentar de forma

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nada gradativa, e sim extremamente agressiva suas fobias. Nada mais “humano” que proporcionar o acolhimento adequado para todo esse sofrimento.Palavras-chave: Fobia, hospital, psicanálise

GRUPO DE PAIS DA UNIDADE NEONATAL DO HOSPITAL MATERNO-INFANTIL DA FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA

Danielle Abdel Massih Pio, Mariana Girotto Carvalho da Silva, Natalia Caroline Dias, Sonia Maria Martins Guirado (Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA.

Marília, São Paulo).

RESUMO

Introdução: A experiência de ter um filho inicia um novo ciclo vital da mulher e do homem, com grandes repercussões no meio familiar e social de ambos. Durante o período gestacional inicia-se o processo de formação dos papéis vinculados à maternidade e paternidade. Faz parte do mundo mental o bebê imaginário, sonhado e idealizado. A fantasia dos pais de ter uma criança perfeita é desfeita com o nascimento de um filho que necessita de cuidados logo ao nascer. Além disso, a necessidade de internação em uma Unidade Neonatal pode desencadear sentimentos tais como insegurança, medo da morte, impotência e culpa. Objetivos: Permitir que os pais expressem abertamente sua tristeza e outros sentimentos diante da situação de risco, favorecendo a adaptação à vivência e o fortalecimento do vínculo mãe-bebê; propiciar amadurecimento dos pais em sua responsabilização e cuidados posteriores à alta hospitalar. Método: O trabalho em grupo foi proposto pela equipe como espaço de continência emocional e suporte terapêutico. Realizado semanalmente pelo serviço de psicologia, compreende dois dias da semana e caracteriza-se por ser um grupo aberto, de presença voluntária, realizado após o horário de visita dos pais/familiares aos bebês internados na UTI Neonatal. Resultados: A estratégia em grupo favorece a troca de experiências entre os pais, como espaço de acolhimento às angústias semelhantes e expressão de vivências emocionais. Visto como um programa de intervenção precoce à família que vivencia o contexto de internação de seu bebê em uma Unidade neonatal, traz também repercussões ao manejo da equipe, na medida em que favorece maior identificação das necessidades de cuidado familiar. Conclusão: Pais assustados e inseguros acerca da sobrevivência de seus filhos sentem-se geralmente desorganizados, desnorteados, ansiosos e cansados, com dificuldade de compreensão do processo de internação do bebê e de sua resposta mais adequada, necessitando de suporte para enfrentamento desta vivência nova e de risco. Portanto, a oferta do apoio psicológico pode minimizar a dor causada pelo conflito em gerar um filho com necessidade de cuidados intensivos e recuperação, auxiliando a equipe no manejo desta situação.

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Palavras-chave: grupo, UTI neonatal, psicologia.

IMPORTÂNCIA DO ESTAGIÁRIO DE PSICOLOGIA NO HOSPITAL

Eloisa Pelizzon Dib, Érica Ferrari do Nascimento e Luana Valera Bombarda. Orientadoras: Helena Rinaldi Rosa, Maria Luísa Louro de Castro Valente Dra. Mary

Yoko Okamoto (Faculdade de Ciências e Letras de Assis/UNESP- Assis/Sp)

RESUMO

O projeto de extensão universitário intitulado “Atendimento Psicológico no HRA” é desenvolvido pelos alunos do curso de graduação em Psicologia da UNESP/Assis, que atuam no Setor de Psicologia do Hospital Regional de Assis (HRA), junto à Clínica Médica, Ambulatório de Gestação de Risco, Psiquiatria e UTI neonatal e pediátrica com o apoio PROEX. O projeto tem como objetivo acompanhar as ações da psicologia neste hospital, que se iniciam com a abordagem psicológica aos pacientes internados e/ou acompanhantes e, no caso das gestantes, durante a consulta de pré-natal, através de uma entrevista inicial interventiva, que visa diagnosticar a necessidade de acompanhamento individual ou familiar na situação de internação, ou o encaminhamento posterior para serviço de psicologia na rede pública de saúde, observando, assim, a necessidade de apoio psicológico diante do adoecimento. Através deste projeto foi possível refletir sobre o significado do estagiário de psicologia no hospital e a sua contribuição para melhorar a qualidade dos serviços oferecidos neste local. O hospital cada vez mais deixa de ser apenas um lugar para dor, sofrimento e mesmo de morte, para ser um local de fortalecimento, recuperação e crescimento, e neste especificamente, de formação de profissionais. Assim, este projeto de estágio tem contribuído para a formação de profissionais em psicologia hospitalar capazes de atuar junto às equipes multidisciplinares. Esta experiência possibilita ao estagiário a inserção em um campo de atuação específico, aprimorando seu aprendizado e contribuindo para a formação acadêmica e profissional – permite a construção de uma identidade profissional, uma experiência diferente daquela que tem na clínica. O estagiário, desta forma, pode entrar em contato com a realidade social brasileira, na grande maioria das vezes impactante e diferente da “realidade em que vivemos”, vivenciando situações com as quais irá se deparar quando em exercício profissional, tornando-o, portanto, mais apto para a realização de tais atividades. Além disso, contribui para melhorar a qualidade do serviço oferecido pelo Hospital Regional de Assis, uma vez que este passa a ampliar o número de atendimentos realizados pela psicologia. Com o passar do tempo podemos perceber que os estagiários vão ganhando reconhecimento, tanto por parte da equipe, como por

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parte dos usuários, e seu espaço vai ficando mais definido. Desta forma, a possibilidade de realizar atendimentos dentro do ambiente hospitalar proporciona experiências e conhecimentos que não podem ser adquiridos apenas com o aprendizado teórico das instituições de ensino. Contar com as discussões teórico-práticas, com a psicóloga do hospital e com as professoras da UNESP representa uma etapa importante na construção da identidade profissional. Podemos concluir que estas experiências obtidas com as situações vivenciadas por cada pessoa atendida possibilitam a nós, psicólogos em formação, um saber a partir do fazer. Neste contato aprendemos, também, que cada ser é único e cada história exige uma diferente conduta do terapeuta. Entretanto a postura é sempre uma: oferecer escuta e ser sensível com o ser humano que está diante de si.

Palavras-chave: Psicologia hospitalar, Estagiário, Atendimento Psicológico.

Agência de fomento: PROEX

OBSERVAÇÕES PSICANALÍTICAS NA MATERNIDADE DE UM HOSPITAL

PUBLICO

Maria Clara Estevam Vilas Boas, Flávia Moraes, Karina Rocha Bueno, Karina Guimarães, Kátia Oliveira de Mendonça, Mariana Pereira Dermindo, Mayara

Aparecida Bonora Freire, Mateus de Andrade Huber, Melissa Yumi Suzuki, Melina Barros, Dra. Diana Pancini de Sá Ribeiro, Dr. Jorge Luís Ferreira Abrão.

UNESP/ASSIS.

RESUMO

Desde o início da gestação até após o nascimento do bebê, ocorrem mudanças físicas e psíquicas na mulher que propiciam a constituição da relação mãe-bebê, fundamental para que o bebê possa se sentir amado e desejado em seus primeiros momentos de vida, e primordial para a vida psíquica desse sujeito em formação. Em acordo com a psicanálise a mãe pode, ou não, desenvolver a capacidade de se ligar de modo íntimo com seu bebê, sendo que esta depende de suas vivências anteriores de cuidados maternais, inclusive a de ser cuidada. Embora o estabelecimento dessa relação se deva a participação de ambos, as intervenções ambientais atuam como potencializadoras deste processo, podendo facilitar ou inibir a relação. Considerando a importância dos primeiros cuidados ao bebê, este trabalho visa observar a formação do vínculo mãe-bebê na enfermaria de uma maternidade pública, compreendida como o primeiro espaço social compartilhado pela dupla. A prática baseou-se no método Bick de observação de bebês (de 1948), a fim de compreender o estabelecimento da relação entre o bebê e o meio, sua comunicação não-verbal e interação com a mãe e demais cuidadores. As observações efetuaram-se no primeiro semestre de 2011, por dez estagiários de psicologia orientados por professores supervisores. Também foi utilizado um questionário para averiguar: idade da mãe e do pai, tipo de parto, existência de demais filhos e idade destes, além da presença ou não de acompanhantes. Os dados observados foram categorizados em aspectos, tais como: modo como o bebê é tranquilizado, presença ou não de choro do bebê, realização da higiene e da amamentação, manifestação da linguagem não-verbal da dupla, atuação dos membros da família (acompanhantes) e aspectos do sono do bebê. Observou-se 66 duplas mãe-bebê, com mães na faixa etária entre 16 e 40 anos. Quantitativamente foi relevante que: 47% tiveram parto normal e 53%, parto cesáreo; 12% eram menores de 18 anos, 65% tinham

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entre 19 e 29 anos e 23%, entre 30 e 40 anos; 62% possuíam outros filhos. Ademais, 74% das parturientes foram assistidas por acompanhantes e 26% não. É sabido que diversas variáveis permeiam o estabelecimento da relação mãe-bebê, assumindo funções diferentes de acordo com a subjetividade da dupla, porém, as observações indicam que a atuação dos acompanhantes e da equipe de enfermagem pode ser facilitadora desta relação na enfermaria. Por meio da prática desse estágio, identificando as interferências no estabelecimento da relação mãe-bebê, podemos pensar em intervenções na enfermaria para que essa se adéque a um melhor acolhimento da dupla.Palavras-chave: relação mãe-bebê; maternidade; hospital público

O ACOLHIMENTO A MÃES EM CLÍNICA PEDIÁTRICA COMO DISPOSITIVO NO AMBIENTE HOSPITALAR

Andreia Sanches Garcia Docente-Supervisora; Danieli F. Cabral; Gustavo H. S. Tozoni; Renata T. Domingues; Vagner C. Amaral.

Curso de Psicologia - Universidade Paulista Assis/SP

RESUMO

O presente trabalho relata a experiência de estágio em Psicologia, na área de saúde, realizada na instituição Santa Casa da Misericórdia localizada na cidade de Assis, objetivando acolher mães e/ou acompanhantes de crianças hospitalizadas na área pediátrica da entidade referida anteriormente. O acolhimento propõe que o serviço de saúde oferecido seja constituído de uma escuta qualificada, tendo como base o usuário e suas demandas, partindo do pressuposto de que acolher é enriquecer vínculos, geralmente, pouco valorizados em um meio tão fortemente voltado a diagnósticos e procedimentos. Este contato proposto pelo acolhimento perde a característica episódica e passa a ganhar qualidade, ainda que, algumas vezes, em experiências breves. Assim, compreendendo o usuário e o profissional como pessoas fundamentais nessa relação e possibilitando que ambos possam se entregar a esse vínculo, o acolhimento deixa de ser uma exceção e passa a representar uma tecnologia relacional incorporada ao cotidiano das ações. O modelo assistencialista com que o acolhimento pretende romper bases assenta-se na compreensão que tal conceito transita entre o técnico e o político, ou seja, praticando as diretrizes da política atual de saúde com certo saber técnico. Munidos desse conceito, o grupo contando com quatro estagiários, através de visitas que aconteciam semanalmente sendo duas duplas responsáveis por dois dias cada, ofereciam escuta sensível e contextualizada acerca das necessidades das mães ou cuidadores que acompanhavam as crianças hospitalizadas. Utilizamos o dispositivo de escuta ampliada para trabalhar com atenção específica às mazelas diárias que seguiam essas acompanhantes. A observação dessas relações possibilitou perceber quão frágeis encontram-se as mães e acompanhantes diante do adoecimento de suas crianças. O contexto histórico aos quais estão inseridas e toda a sua bagagem trazida de fora das portas da unidade são levadas em consideração quando, nessa relação, os estagiários buscam olhá-las individualmente, em toda sua subjetividade e idiossincrasia. Dessa forma, através do oferecimento dessa escuta qualificada, a fragilidade e sensibilidade são somadas à força necessária para que esses usuários consigam encarar a dificuldade

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que é lidar com a insegurança que o adoecimento traz consigo. Diante dos resultados observados e discutidos em supervisões chegou-se à conclusão de que os objetivos iniciais foram alcançados e a proposta foi estendida ao segundo semestre deste ano a fim de que o trabalho de estágio possa dar continuidade ao acolhimento bem como ao oferecimento de uma saúde de qualidade tendo em vista o individuo antes e acima de qualquer diagnóstico.Palavras-chave: Acolhimento; Psicologia e Saúde.

O ADOLESCENTE HOSPITALIZADO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Carolina Beatriz Savegnago Martins, Bruna Gomes Garcia, Jéssica Satie Nukui Abe, Helena Rinaldi Rosa, Maria Luísa Louro de Castro Valente, Mary Yoko Okamoto. (Departamento de Psicologia Clínica – Universidade Estadual Paulista “Júlio de

Mesquita Filho” – Faculdade de Ciências e Letras de Assis – SP)

RESUMO

Introdução: o período da adolescência é marcado por mudanças tanto corporais, como de conduta e de relacionamento. Isto ocorre quando se elabora o luto pelo corpo da criança, pela identidade infantil e pela relação com os pais da infância. A entrada no mundo do adulto, juntamente com os conflitos que surgem, mostra as dificuldades impostas para a passagem a essa nova fase do desenvolvimento. O adolescente convive com a dependência e a independência, extremas, configurando um momento de conflito e dúvidas com as ideologias, sociedade e a incompreensão frente às mudanças. Além disso, faz parte do desenvolvimento psíquico do adolescente o sentimento de onipotência e intensidade, que podem ser observadas nas relações pessoais e decisões. O ego torna-se engrandecido e o adolescente considera-se independente das experiências e do aconselhamento de pessoas mais velhas. Quando se deparam com desafios, procuram assumir o controle, mostrando rigidez, porém, em situações de risco, como é o caso do adoecimento que requer a hospitalização, o adolescente entra em contato com sentimentos que ameaçam esse caráter onipotente, colocando as defesas em primeiro plano, bem como as fantasias. O objetivo deste trabalho é refletir sobre o adolescente perante o adoecimento e internação. Materiais e Métodos: este trabalho refere-se a um estágio de formação de psicólogos, realizado na Clinica Médica do Hospital Regional de Assis (SP). Durante a semana, são realizadas visitas dos estagiários na Clínica, na qual se realiza uma escuta psicológica por meio de entrevista semi-dirigida, de caráter interventivo e procura-se abordar assuntos do cotidiano do paciente como trabalho e atividades sociais, o relacionamento (família, amigos, colegas de profissão), a relação, sentimentos e as fantasias estabelecidas com a doença em sua origem e desenvolvimento e as formas de tratamento além do estado emocional no período de internação. Resultados e Discussão: Percebemos que quanto maior a dificuldade dos adolescentes em lidar com angústias, sofrimento e limitação existe uma exacerbação de fantasias sobre sua doença, seu estado de saúde e tratamento. Estes fatores estão relacionados à intensificação da negação e a rivalidade com a doença, entendendo-a

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como algo externo ao seu organismo e obstáculo às fantasias onipotentes. É notável destacar as dificuldades encontradas para verbalizar seus medos e angústias, visto que estas podem ameaçar seu caráter onipotente e corajoso. Conclusão: Devido às características deste momento evolutivo e diante da impotência causada pela doença e pela internação, o adolescente também necessita de um trabalho realizado pela equipe de psicologia no hospital, que permita oferecer um espaço no qual possa compartilhar seus medos, angústias e dificuldades quanto à aderência ao tratamento, dar voz e significados aos sentimentos vivenciados que podem contribuir para o processo de alta e alívio do sintoma. Este espaço pode proporcionar, além da possibilidade de alívio dos sintomas, um momento para lidar com as fantasias e o sentimento de impotência, gerados pela doença, facilitando o enfretamento das dificuldades e a possibilidade de amadurecimento diante deste momento de crise. Palavras chaves: adolescência, psicologia hospitalar, hospital geral.O ATENDIMENTO PSICOLÓGICO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE E

O AUMENTO DA QUEIXA DO TDAHFernanda Consoni Mossini (Unesp/ Faculdade de Ciências e Letras de Assis, SP);

Diana Pancini de Sá A. Ribeiro (Departamento de Psicologia Clínica, Unesp/ Faculdade de Ciências e Letras de Assis, SP).

RESUMOIntrodução: A participação em projeto de extensão universitária nos possibilitou observar, a partir da vivência da prática clínica no atendimento a crianças e/ou seus familiares em Unidades Básicas de Saúde (UBS), crescente aumento de queixas relativas a distúrbios e transtornos tais como Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH) ou sem hiperatividade, e hiperatividade. Algumas crianças chegam para avaliação psicológica com diagnóstico médico prévio, assim como sob o uso de alguma medicação. Este fato demonstra a relevância deste procedimento e sua importância na formação de psicólogos, inclusive em função das consequências a médio e longo prazo para a criança sob avaliação e com este diagnóstico previamente efetuado. Objetivo: Analisar os encaminhamentos escolares e médicos recebidos por meio do projeto de extensão em UBS, de crianças com suspeita ou diagnóstico já efetuado de TDAH, a partir da análise de textos científicos referentes a este tema, pesquisados em bases de dados da área da psicologia. Consideramos, a partir desta contextualização, as possíveis consequências de diagnósticos, tais como a medicalização de crianças e/ou adolescentes, já que o tratamento do TDAH é predominantemente medicamentoso com o uso do metilfenidato, comercializado pelo nome de Ritalina e Concerta. Método: Consistiu, primeiramente, no levantamento de todas as avaliações psicológicas efetuadas em sete Unidades Básicas de Saúde e um Programa de Atenção ao Deficiente de um Centro Integrado de Atenção Psicossocial por quatorze alunos de psicologia que atuam semanalmente atendendo crianças. Posteriormente foi realizado um levantamento bibliográfico em base de dados do BVS Psi, cujos unitermos foram: hiperatividade, TDAH, queixa escolar e medicalização. Resultados: Observamos aumento anual nos encaminhamentos escolares e médicos com suspeita, ou diagnóstico efetuado de TDAH, para avaliação diagnóstica no referido projeto de extensão. Nas avaliações realizadas de queixas escolares, especificamente associadas à hiperatividade, priorizamos entrevistar todos os que se relacionaram, social ou profissionalmente, com as crianças sob avaliação psicológica, inclusive médicos e professores. Destas avaliações efetuadas ao longo de dez anos de realização deste projeto, nenhuma suspeita prévia de TDAH foi confirmada. Porém, observamos dificuldades na efetivação destas avaliações, pois as crianças avaliadas por médicos já estavam sob o uso de medicação. No levantamento bibliográfico, observamos que psicólogos da rede pública no atendimento a crianças e

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adolescentes, destacaram que 75% das queixas remetem as questões escolares. Demonstrando a importância que pode assumir, na atualidade, a temática de explicações organicistas na compreensão de questões escolares. Neste sentido, cabe ressaltar o conceito de medicalização referente ao processo de transformar questões não-médicas, possivelmente ligadas a uma origem social e política, em questões médicas. Conclusão: Sob a ótica da psicologia, a criança está em desenvolvimento e o uso da medicação pode mascarar e interferir neste processo, como deixá-la apática frente a conteúdos que lhe interessavam antes do uso do remédio. Portanto, a avaliação psicológica deveria ser efetuada juntamente com outros profissionais em se tratando de suspeita de TDAH, em uma perspectiva interdisciplinar. A falta de comunicação entre psicólogos, médicos, entre outros, pode levar a diagnósticos inadequados e à medicalização de crianças.Palavras- chave: Avaliação psicológica; TDAH; Saúde Pública.Agência de fomento: PROEX

O IDOSO E A HOSPITALIZAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Érica Ferrari do Nascimento, Luana Valera Bombarda, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Maria Luísa Louro de Castro Valente,Dra. Mary Yoko Okamoto (Faculdade de

Ciências e Letras de Assis/UNESP- Assis/SP)

RESUMO

Introdução: “O envelhecimento é um processo universal, marcado por mudanças biopsicossociais específicas e associado à passagem do tempo.” (Ministério da Saúde, 2006). Para Zimerman (2000), envelhecer pressupõe alterações físicas, psicológicas e sociais, consideradas naturais e gradativas, que acarretam diminuição no desempenho do sistema orgânico e da capacidade funcional, revelando sua dimensão existencial de mudança na sua relação com si e com os outros. Nesta condição de susceptibilidade, o adoecimento e a internação podem aparecer como um fator agravante, pois resultam em limitações que podem exacerbar as alterações naturais ao próprio envelhecimento. A forma como a internação é vivida pode variar de acordo com a estrutura psíquica construída ao longo da vida. Para Erikson (1978), a chegada à etapa final do ciclo - integridade versus desespero - coloca o indivíduo diante de duas possibilidades de desfecho: a integridade, na qual reconhece a limitação do seu ciclo de vida e procura estruturar seu tempo e se utilizar das experiências vividas em prol de viver bem seus últimos anos ou a desesperança, em que o sentimento existente é de não haver mais tempo para recomeçar e não há sentido naquilo que foi vivido. O indivíduo estagna diante do terrível fim com o sentimento de um fracasso vivencial. Este estudo teve como objetivo refletir sobre a experiência da internação por idosos, num hospital. Material e métodos: Este trabalho consiste num estágio de formação de psicólogos realizado na Clínica Médica do Hospital Regional de Assis. As visitas ocorreram duas vezes por semana com o objetivo de oferecer um espaço de escuta e um acolhimento aos pacientes hospitalizados. Utilizamos entrevistas semi-estruturadas, do tipo interventivo, nas quais são abordados temas gerais da vida dos pacientes (família, lazer, produtividade, relações sociais), fantasias e angústias em relação ao tratamento e a doença. Resultados e discussão: através da experiência, pudemos observar o enfretamento e a relação estabelecida com a doença e a internação além das diferenças na forma de viver tais situações. Aqueles que a aceitam como uma consequência natural do ciclo relatam o quanto foram produtivos em suas vidas, seus familiares e o prazer resultante por tudo o que construíram. Outros relatam o quão difícil é envelhecer e perceber a diminuição das suas capacidades físicas. Assim, a internação é vista como

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algo ainda mais limitador e a doença parece acompanhada, inevitavelmente, por sentimentos de dor e desespero profundos e generalizados, dificultando encontrar novos investimentos para superar esta crise. Conclusões: Através dos atendimentos realizados, pudemos perceber que o desfecho realizado ao longo das crises psicossociais pode facilitar a superação da hospitalização, do estar doente, na busca de adaptação à nova situação (integridade) ou acarretar numa experiência marcada como algo doloroso, dificultando a sua adaptação ao tratamento e sua recuperação (desesperança). Nesses casos, resgatar as histórias de vida e os pontos de experiência e enriquecimento ao longo de sua trajetória pôde se traduzir numa possibilidade de lançar um novo olhar sobre a vida e buscar novas formas de significação e apaziguamento ao momento de crise atual.Palavras-chave: Velhice; Hospitalização; Crise.

Agência de fomento: PROEXO TRABALHO DA PSICOLOGIA HOSPITALAR NO ATENDIMENTO ÀS

GESTANTES DE RISCO: DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA EM MARÍLIA-SP

Danielle Abdel Massih Pio, Mariana Girotto Carvalho da Silva, Natalia Caroline Dias (Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA. Marília, São Paulo).

RESUMO

Introdução: Apresentação do trabalho realizado junto as gestantes internadas na Unidade de Obstetrícia do Hospital Materno-Infantil da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA). Objetivos: Facilitar a expressão das vivências emocionais mobilizadas pela internação e gestação de risco. Descrição da metodologia: O trabalho da psicologia junto à equipe de obstetrícia foi retomado em 2006, com a contratação de uma profissional que realiza a cobertura neste serviço de referência à gestação de risco. Faz parte também das atividades do Aprimoramento em Psicologia Hospitalar. O atendimento psicológico é realizado de forma individual na enfermaria de obstetrícia do Hospital Materno-Infantil da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), a partir da demanda, levantamento de necessidades e solicitação de profissionais envolvidos no serviço. O acolhimento e escuta as necessidades de cuidado e a psicoterapia breve focal, com embasamento psicanalítico, são utilizados como métodos de ação e intervenção. Análise crítica: Quando a gestação transcorre associada a um tipo de patologia materna ou fetal, as dificuldades e inseguranças são acentuadas, tornando o processo de mudanças inerente mais difícil. O processo gestacional pode tornar-se conflitante, em função de tratamentos freqüentes, com necessário controle e supervisão da equipe. O trabalho da psicologia se insere ao serem desencadeados sentimentos relacionados aos riscos que envolvem esta gestação. Diante da maior vulnerabilidade e fragilidade emocional inerentes ao diagnóstico e gestação, propõe-se um trabalho voltado para amenização das ansiedades e angústias mobilizadas, criando um espaço de continência, elaboração e expressão de sentimentos decorrentes da vivência. Conclusão e recomendações: A abordagem da psicologia favorece a expressão dos sentimentos, possibilitando trabalhar a vivência da ambivalência que permeia ter um filho e ter uma doença. Observa-se amenização da ansiedade e outras emoções suscitadas diante deste espaço de escuta e acolhimento. Ao serem acolhidas e ter a possibilidade de expor seus medos e angústias, as gestantes poderão sentir-se mais capazes de lidar com as dificuldades causadas pela patologia, fortalecendo a vivência da gestação e o vínculo estabelecido com o bebê.Palavras-chave: gestação de risco, psicologia, maternidade.

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O USO DE TÉCNICAS PROJETIVAS EM UMA BRIQUEDOTECA HOSPITALAR

Doane Sábio Servidone, Eloisa Pelizzon Dib, Dr. Danilo Saretta Veríssimo, Dr. Jorge Luís Ferreira Abrão (UNESP/Assis- SP)

RESUMO

O processo de adoecimento e a hospitalização infantil revelam-se uma experiência dolorosa tanto para a criança quanto para os seus familiares. Dentre as possibilidades do brincar terapêutico, destacamos neste caso o desenho- estória, como um material rico de análise projetiva. O hospital é compreendido pela criança como um ambiente ameaçador, em que as experiências são inesperadas, e os profissionais sem nenhuma familiaridade, os submetem a procedimentos médicos dolorosos das quais ela desconhece o sentido e a finalidade. A manifestação gráfica é considerada a expressão do modo como o infans compreende o mundo, sendo assim, consideramos o desenho um canal que permite a expressão simbólica. Temos como objetivo desse trabalho o uso desse instrumento no contexto hospitalar, como forma de amenizar o sofrimento psíquico, bem como dar vazão às fantasias inconscientes sobre o que acontecerá com ela no período da internação, partindo da idéia de que com desenho podemos fazer uma investigação, questionando a criança sobre o que foi desenhado, por que do desenho, qual sentido de ser assim. Desenvolvemos esse tema a partir do atendimento às crianças hospitalizadas na Brinquedoteca do Hospital Regional de Assis, em que notamos que quando as crianças desenham nesse ambiente, expressam seus medos, angústias e fantasias em relação às suas enfermidades. A partir de então, passamos a explorar o uso da técnica do desenho-estória com tema, principalmente com crianças pré - cirúrgicas, na intenção de possibilitar que as crianças entrem em contato com as suas emoções, que de outra forma estariam inacessíveis. Após a confecção dos desenhos, pedimos para que as crianças contem uma estória sobre a situação ilustrada, assim, acreditamos que tal instrumento serve de mediação entre a criança e o psicólogo, auxiliando estas para que assim possam então dar nome aos seus sentimentos, e também obterem mais compreensão dos procedimentos a serem realizados. Como resultado, percebemos a diminuição da ansiedade e da angústia, bem como a reelaboração da situação de hospitalização. Podemos considerar a expressão gráfica como um registro de um movimento que expressa em si uma atitude interna, sendo que o sujeito se coloca nele da mesma forma como se coloca na vida. E que o desenho foi, portanto, um recurso

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técnico capaz de auxiliar, devido ao seu valor expressivo, projetivo, narrativo e prático na elaboração da situação, e no fortalecimento psicológico da criança hospitalizada.Palavras-Chave: Técnica Projetiva, Psicologia Hospitalar, Brinquedoteca.

Agência de fomento: PROEX

PROPOSTA DE ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA NO CONTEXTO HOSPITALAR SOB A ÓTICA DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO E DO APOIO

MATRICIALMariana Girotto Carvalho da Silva; Danielle Abdel Massih Pio. (Faculdade de

Medicina de Marília – FAMEMA. Marília, São Paulo).RESUMOOs fatores socioeconômicos, os valores e cultura da sociedade, as relações com o trabalho, com os pares, entre inúmeros outros, atuam sobre o indivíduo alterando as condições de saúde. A complexidade do ser humano e dos problemas que afetam sua saúde coloca, aos profissionais da área, importantes desafios quanto a sua práxis. O reconhecimento da necessidade de intervenções mais complexas impõe uma abordagem interdisciplinar, uma vez que um profissional isoladamente não consegue dar conta de todas as dimensões do cuidado. As propostas e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) defendem a necessidade de pensar o trabalho em equipe multiprofissional com vistas à interdisciplinaridade, contribuindo para a concretização da integralidade e de uma assistência hospitalar de boa qualidade. A psicologia, nesta nova lógica, visa contribuir para a construção e ativação de espaços para comunicação ativa e para o compartilhamento de conhecimento entre profissionais de referência e apoiadores, buscando potencializar a prática da interdisciplinaridade e promover humanização e melhora na qualidade do cuidado. O psicólogo atua como apoiador matricial. O apoiador matricial é um especialista que tem um núcleo de conhecimento e um perfil distinto daquele dos profissionais de referência, mas que pode agregar recursos de saber e contribuir com intervenções que aumentem a capacidade de resolver problemas de saúde da equipe responsável pelo caso. O psicólogo objetiva especificamente detectar as dificuldades causadas pelo adoecimento, identificando características determinantes no processo saúde-doença; minimizar o sofrimento psicossocial acarretado pelo diagnóstico e hospitalização; auxiliar na recuperação e adaptação psicossocial do paciente após hospitalização, considerando as suas necessidades de saúde;- favorecer o acesso à saúde e a adesão ao tratamento; auxiliar na promoção de saúde mental; favorecer as relações humanas, facilitando a visão global do paciente;

favorecer à equipe e/ou aos pacientes/familiares a elaboração e aceitação frente ao processo de perdas e morte e; aprimorar a linha de cuidados, na direção da interdisciplinaridade e da intersetorialidade. As atividades propostas são: participar de encontros regulares entre a equipe de referência e outros profissionais de apoio para resolução dos problemas da Unidade e elaboração de projetos terapêuticos singulares;

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oferecer avaliação e atendimento psicológico de maneira individual ou grupal, aos pacientes e familiares durante internação, de acordo com o levantamento desta necessidade, participando das condutas a serem adotadas pela equipe; refletir junto da equipe a continuidade dos cuidados ao paciente no momento da alta hospitalar; estabelecer contato com a Unidade de Saúde de referência, traçar planos de cuidado e realizar visitas na linha do cuidado domiciliar, se necessário; realizar anotações no prontuário hospitalar e; contribuir com a formação de estudantes e aprimorandos em psicologia hospitalar, na proposta da integralidade do cuidado. No momento atual, os psicólogos precisam incorporar uma nova concepção de prática profissional, associada ao processo de cidadanização, de construção de sujeitos com capacidade de ação e de proposição. No campo da saúde pública, o compromisso profissional não é uma questão burocrática, mas, especialmente, o desenvolvimento de ações/reflexões cuja intencionalidade prática e política é produzir cidadania ativa, sociabilidade e novas subjetividades.Palavras-chave: psicologia hospitalar; integralidade, interdisciplinaridade.

PSICOLOGIA HOSPITALAR: HUMANIZAÇÃO E O IMPACTO DO CÂNCER DE MAMA, AÇÕES POSSÍVEIS EM UMA ENTIDADE DE APOIO

AS PORTADORAS DE CÂNCERAna Beatriz Dorigo, Anderson Rodolfo de Lima, Damarys Lopes Venâncio, Daniela

Maia Veríssimo, Elen Taise Domingos, Fernando Zanetti, Gislaine Cristina Mendonça Oreliana, Mayara da Silva ,Mayara Marques Ferrara

(Faculdade da Alta Paulista, Tupã, SP)RESUMOTrabalho apresentado, com referencial psicanalítico, realizado pelos alunos da faculdade Fadap/Fap, na Rede Feminina de Combate ao Câncer de Parapuã, uma Entidade Filantrópica, sem fins lucrativos, que trabalha com pacientes portadores de câncer. O objetivo deste trabalho é demonstrar os aspectos psicológicos que envolvem o diagnóstico e tratamento de mulheres portadoras da doença e como o método humanizado pode ajudar, através da observação do trabalho realizado na entidade acima citada. Foram realizadas entrevistas com a presidente do projeto, observação do trabalho das voluntárias no atendimento às pacientes e os aspectos psicológicos que envolvem as mesmas. Com este trabalho verificamos que o trabalho do psicólogo com o foco na humanização, é compreender e amenizar tanto o sofrimento do paciente, quanto o de seus familiares. Uma vez que, a sociedade atual valoriza intensamente a beleza estética, a mastectomia traz grande aflição para a mulher, que investe sentimentos narcísicos no seio, despertando mais medo da mutilação do que da própria morte, sentindo a mutilação como uma perda semelhante a perda de um ente querido. Tanto a doença quanto o tratamento atingem duramente o físico, o psicológico e o social. Visando todo esse sofrimento que envolve a mulher diagnosticada com câncer o trabalho do psicólogo deve ser focado na humanização que valoriza a participação dos colaboradores no âmbito da saúde com o compromisso e objetivo de melhoria para atender as demandas oferecidas, levando em consideração as fases psicológicas desencadeadas pela doença, sendo elas: a negação, barganha (negociação com Deus), raiva, depressão e, por fim, a aceitação. Nesse sentido, o psicólogo deve agir como facilitador para a compreensão do paciente como um todo, ajudando os demais profissionais a olhar o indivíduo além da doença. A partir da compreensão do sofrimento feminino, foi possível a criação da lei n° 10223/2011, que assegura pelo SUS a reconstrução mamária para as pessoas que aceitam essa intervenção médica. Outra opção seria o uso de próteses externas para que a postura seja mantida. É indispensável, nesses momentos, o psicólogo desenvolver um trabalho de prevenção de crises emocionais no pré e pós operatório, acompanhando esse

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paciente mesmo após a alta médica, encaminhando-o para uma psicoterapia, caso necessário. Através de pesquisa de campo, pudemos observar também que outras áreas da saúde buscam, assim como a psicologia, a humanização do tratamento de pessoas hospitalizadas e que a prática psicológica baseada na humanização é um método que está contribuindo para a troca e construção de saberes, entendendo o ser humano de maneira não fragmentada. Na entidade, encontramos também um grupo de apoio, que promove todo um trabalho de respaldo emocional com as pacientes, além disto também ocorre financiamento para consultas, exames, próteses e medicamentos. Desta forma conclui-se através deste trabalho que a existência do câncer não deve ser vista como culpa do portador da doença, trata-se de um processo multifatorial, envolvendo o aspecto psíquico, emocional, ambiental e hereditário. Portanto, surge a necessidade do atendimento interdisciplinar, com foco na subjetividade do paciente, visando compreensão e apoio familiar, devido à angústia causada a todos os envolvidos.Palavras-chave: humanização, câncer de mama, psicólogo.

QUANDO A FIGURA DO FEMININO PRECISA SER CUIDADA

Carolina Beatriz Savegnago Martins, Luana Valera Bombarda, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Maria Luísa Louro de Castro Valente, Dra. Mary Yoko Okamoto

(Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Faculdade de Ciências e Letras de Assis/SP).

RESUMO

O presente trabalho originou-se das observações e da escuta psicológica realizada por estagiários de psicologia na clínica médica de um hospital geral, onde foi possível observar a dificuldade de algumas mulheres em aceitar a própria internação. A figura da mulher está fortemente associada à responsabilidade de cuidar, isso se dá devido ao comportamento da sociedade que sempre atribuiu a ela os cuidados com casa, marido e filhos, pensamento que perdura mesmo depois das conquistas e independência obtidas através dos movimentos feministas das décadas de 70 e 80. O ato de cuidar e ser cuidado pode trazer diversos sentimentos como angústia, gratidão, medo e esperança. Entretanto, a responsabilidade de cuidar designada à mulher é questionada quando esta precisa ser cuidada por estar doente. Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a figura do feminino na situação de internação hospitalar. Durante a escuta psicológica é realizada uma entrevista semidirigida, a qual procura oferecer ao paciente um espaço em que possa relatar o sofrimento, a angústia, medos com relação ao diagnóstico e tratamento, preocupação com o que ficou fora do hospital, como também poder falar um pouco sobre suas conquistas e realizações ao longo de sua vida. Os estagiários de psicologia abordam o paciente no próprio leito de internação e oferecem a escuta, permitindo que este decida sobre a intervenção. Percebe-se nas falas das mulheres internadas na clínica médica a preocupação com quem está as acompanhando no hospital, com os familiares que estão em casa e até mesmo com os afazeres domésticos que elas deixaram de realizar por conta da internação. Algumas ainda tentam mostrar-se forte negando a doença e a necessidade de serem cuidadas. Outras acreditam que ao receber alta poderão voltar para suas casas e retomar suas atividades normalmente, sem precisar depender dos cuidados de outra pessoa. Algumas mulheres que têm filhos pequenos preferem esconder a enfermidade destes acreditando que assim irão poupá-los de sofrimento. É comum encontrarmos mulheres que possuem rotinas muito agitadas e, quando internadas, apresentam características depressivas e sentem-se inúteis por

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deixarem de cuidar de familiares e da casa; encontramos também mulheres que reconhecem que ao saírem do hospital não poderão mais realizar suas atividades profissionais e domésticas, podendo o psicólogo ajudar na elaboração do luto da paciente com tal atividade. Tal comportamento pode ser resultado da concepção que a mulher tem com relação ao seu papel feminino, pois historicamente ela precisa se posicionar como forte e vencedora de todas as batalhas. Porém, também encontramos mulheres que aceitam bem a internação, mostrando estarem calmas e adeptas ao tratamento, reconhecendo ser um momento importante para a recuperação de sua saúde e bem estar. Portanto, escrever sobre as mulheres que encontramos internadas permite-nos perceber que estas necessitam também de cuidados e tratamentos adequados, respeitando o sofrimento, a dor, o corpo feminino e preservando sua feminilidade.Palavras-chave: Feminino, Psicologia Hospitalar, Cuidado feminino

Agência de fomento: PROEX

REFLEXÕES ACERCA DO SENTIMENTO DE FRAGILIDADE NAS PESSOAS INTERNADAS NO HOSPITAL E NA EQUIPE

Rafaela Fernanda Geremias, Dra. Maria Luísa Louro de Castro Valente, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Mary Yoko Okamoto (Universidade Estadual Paulista “Júlio de

Mesquita Filho” – Faculdade de Ciências e Letras de Assis/SP)

RESUMOO presente trabalho tem por objetivo discutir sobre o sentimento de fragilidade experimentado pelos pacientes que se encontram internados e como isso pode refletir no profissional ou estagiário, ocasionando o encontro destes com seus próprios conflitos. A partir do estágio realizado na Clínica Médica do Hospital Regional de Assis, onde é oferecida uma escuta psicológica às pessoas internadas com diferentes quadros clínicos, pudemos perceber que o estado de internação em que se encontram pode acarretar, entre outros, sentimentos de fragilidade perante ao ambiente como um todo englobando as muitas possíveis causas de adoecimento a que estamos sujeitos. A pessoa passa a ser vista, então, como indefesa frente às inúmeras situações que vivencia. Diante dessa constatação, podemos refletir o porque às vezes torna-se tão difícil estar no ambiente hospitalar fazendo um trabalho com essas pessoas. Como humanos que somos, podemos nos sentir tão frágeis quanto o outro que se encontra nessa situação. É comum nos identificarmos com os pacientes e nos colocarmos no lugar deles, dificultando, deste modo, o nosso trabalho que se destina justamente a fazê-los entrar em contato com seus sentimentos, fantasias e desejos de forma a lidar melhor com a hospitalização e a doença. Método: São realizadas entrevistas de caráter interventivo com os pacientes, semanalmente; serão apresentados dois casos, que nos fizeram refletir sobre essa questão devido às reações contratransferenciais desencadeadas pelo atendimento. Resultados: O primeiro se refere a um senhor de 68 anos, com problemas pulmonares crônicos, internado há três semanas e que se encontrava sem a companhia de familiares, com o qual tivemos a oportunidade de conversar várias vezes e que veio a falecer antes de novo encontro com a estagiária. Por muitos dias, a estagiária pensou naquele senhor que havia tido o óbito constatado somente após 40 minutos do fato, comovendo-se mais do que com outros pacientes que por diversos motivos também foram a óbito. Outro caso diz respeito a uma mulher de 36 anos, em grave estado de comprometimento neurológico devido a um fungo presente nas fezes dos pombos, como qual ela havia entrado em contato na ocasião de limpeza das fezes destes animais nas janelas do local

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onde trabalhava e que tinha trouxe-lhe danos cerebrais. Após entrevista com familiares dessa senhora, a estagiária passou a apresentar cuidados excessivos em relação a essas aves, desviando o caminho quando avistava um exemplar desta espécie e passando ao largo de lugares e monumentos que apresentavam vestígios de suas fezes. Esses sentimentos estavam dificultando seu trabalho no hospital, já que estava se sentindo impotente frente às demandas apresentadas por esses pacientes. No entanto, apenas após perceber que esses casos haviam aflorado seus próprios medos e que estava se identificando com esses pacientes, é que ela pôde crescer com a experiência e se fortalecer para continuar o trabalho com os pacientes no hospital. Como conclusão, podemos dizer que estar fortalecido não quer dizer em hipótese alguma estar imune, mas sim poder lidar da melhor forma, e na medida em que é possível, com essa fragilidade humana.Palavras-chave: Internação, Fragilidade, Identificação, Psicologia Hospitalar Agência de fomento: PROEX

RELATO DE EXPERIÊNCIA: A CONSTRUÇÃO DO PROJETO VISITA ABERTA E DIREITO AO ACOMPANHANTE POR UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

Adriana M. Motta Tussi, Ana Carolina Godi, Clayton M. L. Alves, Débora C. da R. Bonfim, Glória Apª da S. Marzola, Karla Honda, Márcia P. Lamante, Mariana Girotto C. da Silva, Maurício Lourenço, Nataly de Lucas Bueno, Priscila L. Marvulo, Rosangela F. de Lima,

Roseane de A. M. Guilheme, Sabrina S. V. da Costa, Sonia B. S. Mozini, Vera Lúcia S. Busto, Vivian C. da Penha (Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA. Marília, São Paulo).

RESUMOCuidar é fazer a releitura dos fatores individuais, familiares e extrafamiliares. A visão da clínica ampliada de saúde considera a presença de um visitante no ambiente hospitalar como possibilidade de captar dados do contexto de vida da pessoa internada e do momento existencial por ela vivido, ampliando o diagnóstico situacional e biopsicossocial. Auxilia ainda na identificação das necessidades da pessoa internada e, através das informações fornecidas pela família e amigos, a equipe de saúde pode elaborar com mais eficácia seu projeto terapêutico singular. Este projeto nasceu da proposta do Complexo Famema de ampliar a permanência do visitante e efetivar o direito ao acompanhante dentro das unidades hospitalares 1, 2 e 3. Foram realizadas discussões com a equipe multidisciplinar das clínicas médicas-cirúrgicas da Unidade 3. Segundo a Política Nacional de Humanização (PNH), a visita aberta é um dispositivo que amplia o acesso dos visitantes às unidades de internação para garantir o elo entre o paciente, sua família, sua rede social e os diversos serviços da rede de saúde, mantendo latente o projeto de vida do paciente. Parte-se do pressuposto de que a família deve participar do processo de cuidado, sendo necessária sua presença durante a internação a fim de receber orientações quanto ao seu papel de cuidadores e técnicas para continuidade do cuidado em casa. Com a implantação da visita aberta, a instituição amplia sua ação de saúde até a comunidade e mantém ativa a responsabilização dos familiares em relação ao doente. Assim, o objetivo do projeto é ampliar o horário de visita da Unidade de Produção de Cuidados Clínicos Cirúrgicos – HC Unidade 3, com implantação do dispositivo Visita Aberta e Direito ao Acompanhante. A partir deste objetivo pretende-se possibilitar maior acesso aos visitantes; garantir o elo entre o paciente, sua rede social e os demais serviços de saúde; obter maiores informações sobre o contexto do paciente; manter latente o projeto de vida do paciente; responsabilizar a família e comunidade quanto aos cuidados do paciente. Para alcançar estes objetivos definiu-se o seguinte plano de ação: elaboração do projeto; reuniões de equipe com os diversos profissionais que compõem o hospital; reuniões com Conselho Municipal de Saúde para discussão da proposta; extensão do horário de visitas das 10:00 às 21:00; efetivação do direito ao acompanhante; criação de espaços de convivência; adequação das instalações; sinalização dos espaços; contratação de serviço de segurança; capacitação profissional para um atendimento humanizado; divulgação das mudanças através de cartazes, informativo na recepção e cartilha de orientações. Atualmente o projeto foi encaminhado às outras unidades do hospital para complementação e posteriormente Serpa encaminhado ao Colegiado Gestor. Com a visita aberta

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é possível tornar a comunidade co-produtora do cuidado, aumentando a autonomia dos membros da família quanto ao seu papel de cuidadores leigos, pois essa inclusão traz novos padrões de comportamento, aumentando a solidariedade e o compromisso de todos para com o cuidado. Além disso, esse dispositivo mantém a inserção social do doente durante sua internação, que pode perceber a participação dos familiares no tratamento, fortalecendo sua identidade e auto-estima.Palavras-chave: humanização, visita aberta, clínica ampliada.

SEGUIMENTO PSICOLÓGICO PRÉ-OPERATÓRIO NA CIRURGIA DE OBESIDADE: INTERVENÇÃO EM GRUPO

Danielle Abdel Massih Pio, Mariana Girotto Carvalho da Silva, Manoela Liós da Silva (Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA. Marília, São Paulo).

RESUMO

Objeto de Estudo: O acompanhamento psicológico em grupo é uma estratégia de intervenção junto aos candidatos à cirurgia bariátrica, portadores de Obesidade grau III (Mórbida). Insere-se dentro de um serviço multidisciplinar, a medida que se considera a obesidade como doença multifatorial, não se resumindo a cirurgia à técnica, mas ao entendimento da obesidade mórbida em seus aspecto integral, biopsicossocial. Objetivos: Trata-se de um trabalho realizado no Ambulatório de Especialidades Mário Covas da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), com finalidade terapêutica e propósito de iniciar mudanças pré-operatórias, tanto em nível de sintomas como relacionadas à auto-estima e imagem corporal. Metodologia: O atendimento é realizado quinzenalmente, destinado à participação dos pacientes com intenção de cirurgia, que já passaram pela triagem e avaliação psicológica individual. O grupo é caracterizado como aberto, sendo sua rotatividade baseada na entrada de participantes após avaliação e saída para cirurgia. Resultados: Observa-se que o desenvolvimento da identificação no grupo favorece sentimentos de coesão e a troca de experiências, facilitando a comunicação acerca dos mecanismos envolvidos no desenvolvimento da obesidade, além da reflexão acerca da cirurgia e suas expectativas, dotadas muitas vezes de idealizações e ansiedade. Conclusão: Desse modo, o grupo favorece o entendimento do processo, com repercussões positivas no enfrentamento pós-operatório. O trabalho de reflexão a respeito da vida psíquica favorece a modificação de alguns sintomas, com fortalecimento e preparo maior para as mudanças posteriores à cirurgia. Traz, além disso, a possibilidade de conscientização acerca das mudanças que lhe exigirão o processo, favorecendo a motivação, introspecção e confiança.Palavras-chave: Obesidade; Psicologia; Grupo

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SENTIMENTO DE CULPA EM MÃES DE BEBÊS PRÉ-TERMOS: OBSERVAÇÕES ACERCA DO PROJETO DE ACOLHIMENTO

PSICOLÓGICO ÀS MESMAS NO HOSPITAL REGIONAL DE ASSIS

Eloísa Pelizzon Dib; Paula Mayra Napolitano Ramos, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Maria Luísa Louro de Castro Valente, Dra Mary Yoko Okamoto (Universidade

Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Assis/SP).

RESUMO

O período gestacional é repleto de sonhos e expectativas do nascimento de um bebê saudável e perfeito dentro do tempo previsto, com uma internação rápida e sem problemas. O parto prematuro, geralmente abrupto, interrompe o tempo da gestação programado e instaura um tempo suspenso, em que todos estes sonhos entram em contradição com a realidade; tornando-se fator de stress. Assim, o projeto criado pela família é desfeito, as ansiedades, fantasias e temores exigem a mobilização dos familiares para lidarem com a situação de internação do bebê por muitos dias na UTI-neonatal cercado de cuidados devido à sua fragilidade física e aos diversos comprometimentos de saúde que pode apresentar. É percebido que, diante dessa situação, a mãe sofre um desequilíbrio emocional e se vê envolta em uma tormenta de emoções e sentimentos, tais como a culpa, a insegurança e o medo, principalmente diante da possibilidade da existência de seqüelas ou do óbito do seu bebê. Pôde-se observar através dos relatos nos atendimentos psicológicos com as mães alojadas do Hospital Regional de Assis, que estes sentimentos são muito comuns entre elas, uma vez que se vêem completamente responsáveis pelo bebê durante a gestação. As mães imaginam ter falhado no cuidado com o filho, justificando, assim, de maneira racional, o nascimento de uma criança prematura. Percebeu-se que a emoção mais aparente no discurso delas era de culpa, que se refere ao temor de ter feito ou deixado de fazer algo durante a gestação, causando a prematuridade. Pode-se pensar, também, em auto-acusações por acharem que são más mães, como se tivessem sido responsáveis por expor seus filhos a uma grande tensão, forçando-os para fora de seu útero protetor. Este estudo tem por objetivo promover uma reflexão acerca dos discursos de mulheres que estão passando por um período de sofrimento com a prematuridade e internação de seus bebês, para compreender a freqüência desses sentimentos, podendo, assim, oferecer um melhor acolhimento e escuta a elas. Como método buscou-se bibliografia que orientasse um melhor entendimento dos sentimentos das mães diante da prematuridade de seus

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bebês, relacionando aos atendimentos psicológicos às mães que estiveram alojadas no HRA, em que se pôde perceber como resultado a semelhança e repetição nos relatos, nos quais a maior causa de sofrimento e angústia que se destaca é a culpa. Assim, podemos concluir que a culpa pode estar ligada a uma construção cultural que fala da capacidade de maternagem, que entra em contradição com a situação real da mãe de pré- termo. Porém o tempo de internação dos bebês, além de garantir-lhes o funcionamento autônomo do corpo, pode então atuar a favor da vinculação mãe-bebê se o ambiente do hospital funcionar como espaço para elaboração das vivências traumáticas da prematuridade. Neste sentido, a assistência psicológica à dupla mãe-bebê, integrada a um trabalho interdisciplinar na UTI, faz-se fundamental.Palavras-chave: culpa, maternidade, psicologia hospitalar.

Agência de fomento: PROEX

SER-IDOSO-COM-CÂNCER E O FENÔMENO DA RESILIÊNCIA

Andréa Carolina Benites (Universidade Estadual Paulista“Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Bauru - SP), Profa. Adjunta Carmen Maria Bueno Neme (Universidade

Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Bauru - SP).

RESUMO

O processo de envelhecimento e suas conseqüências acarretam diversas alterações biopsicossociais, dentre elas, a maior incidência de doenças crônicas não-transmissíveis, como o câncer. O número de casos de câncer aumenta proporcionalmente à idade. O diagnóstico de um câncer faz o indivíduo se deparar com várias perdas, relacionadas à sua rotina diária, ao trabalho, ao lazer e aos seus papeis familiares e sociais. Surgem dificuldades que interferem em sua integridade física e psicológica, alteram o seu ser-no-mundo e atingem também familiares e cuidadores. A despeito da gravidade da doença e das continuas adaptações e desgastes que seu tratamento exige, muitos doentes desenvolvem modos de enfrentamento efetivos que os capacita para a resolução de problemas concretos e para lidarem com suas emoções e sentimentos, permitindo manejos positivos de sua condição, de uma forma considerada resiliente. A abordagem da resiliência exige considerar fatores de risco e mecanismos de proteção presentes na história de vida da pessoa e em seus modos de lidar com as situações de estresse. Dependendo do modo como o idoso vivenciou as adversidades ao longo de sua vida, dos fatores de risco e mecanismos de proteção presentes em sua história, bem como, do modo como enfrenta a velhice e suas vicissitudes, especialmente em face de uma doença crônica grave como o câncer, esta fase do ciclo vital pode ser ou não permeada de fatores de risco à sua saúde física, mental e existencial. O presente estudo teve por objetivo compreender os significados das vivências pregressas e atuais de idosos com câncer, identificando fatores de risco, mecanismos de proteção e indicadores de resiliência apreendidos em seus relatos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa na abordagem fenomenológica. Colaboraram oito idosos com câncer, sendo quatro homens e quatro mulheres, com idades entre 61 e 80 anos, cadastrados em uma Associação do Câncer do interior do Estado de São Paulo. Os participantes foram indicados pela assistente social da instituição e contatados pela pesquisadora, aceitando participar. As entrevistas foram realizadas nas residências dos participantes, onde assinaram o Termo de Consentimento Informado. No período da infância, predominaram vivências identificadas como fatores de risco representados por dificuldades financeiras, morte de

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pais, abandono, desamparo. Na vida adulta e atual, revelaram-se vivências de adoecimento por câncer e de filhos e/ou cônjuges. Entre as mulheres, foram mais frequentes vivências de perdas por morte e, entre os homens, problemas financeiros ou profissionais. Os mecanismos de proteção mais freqüentes foram apoio familiar/de amigos e espiritualidade/religiosidade/fé. Quanto à resiliência, revelaram-se indicadores como espiritualidade/religiosidade/fé e sentido para a vida, além de peculiaridades como bom humor, reflexão positiva dos eventos, coragem e esperança. O apoio familiar e de amigos e a espiritualidade/religiosidade/fé foram fundamentais para obtenção de suporte social e enfrentamento das adversidades passadas e atuais. Mesmo com uma doença orgânica grave, o ser humano pode continuamente reconstruir seu projeto existencial, atualizar seus sentidos para a vida e ser existencialmente saudável, configurando o que se considera como resiliência.Palavras-chave: câncer, idosos, resiliência.Agência de fomento: FAPESP

SUPORTE PSICOLOGICO ÀS MÃES DE BEBÊS PREMATUROS OU DOENTES

Eloisa Pelizzon Dib, Paula Mayra Napolitano Ramos, Dra. Helena Rinaldi Rosa, Dra. Maria Luísa Louro de Castro Valente, Dra Mary Yoko Okamoto (Universidade

Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” Campus Assis/SP)

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo apresentar o trabalho de atendimento psicológico interventivo às mães de bebês que estão internados na UTI Neonatal, nos Cuidados Intermediários, Mãe-Canguru e na Pediatria; mães que na grande maioria das vezes passam por fragilidades emocionais e requerem um olhar diferenciado, acolhedor, no sentido de fortalecer o enfrentamento da situação, bem como o desenvolvimento saudável da relação mãe-bebê. Esses primeiros momentos são evidentemente importantes para a construção dos alicerces do relacionamento entre pais e filhos. O fator de risco da saúde do bebê constitui-se na maioria das vezes, um desequilíbrio emocional materno, assim como pode ter efeitos negativos a logo prazo nas interações da mãe com o filho. Os primeiros dias de vida que seguem ao nascimento representam, para a mulher, um período de transição cheio de imprevistos diferentes. São dias muitas vezes difíceis, durante os quais ela vive uma situação em que fica descentrada, como se o bebê, durante meses, tivesse mantido o seu centro de gravidade, e o primeiro efeito desse nascimento tenha sido desequilibrá-la, segundo fala delas. E retomar a posse de si mesma fica ainda mais difícil no contexto hospitalar. Como método de trabalho, realizamos entrevistas semi-estruturadas com as mães que se encontram no Hospital Regional de Assis acompanhando seus filhos; as visitas ocorrem semanalmente, podendo aumentar a freqüência, conforme a necessidade; são abordadas questões como desejo da gravidez, o encaminhamento ao Hospital, a situação de internação e as angústias que a permeiam; assim como o sentimento diante da maternidade de um bebê tão diferente do imaginário da gestação; o processo de amamentação e planos futuros diante da situação real, promovendo assim reflexões que funcionam como suporte para que essas mães possam elaborar essa vivência de angústia e medo. Destacamos como resultados, o atendimento psicanalítico em situações de urgências físicas, como o nascimento de um bebê que precisa de UTI, que permite o atendimento da urgência psíquica, como sugere Riani (2008). Assim, através da técnica da escuta, é possível oferecer às mães que sofrem um espaço no qual suas angústias são traduzidas, ou seja,

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ao ser ouvido e ao ouvir as intervenções analíticas, é possível que elas recriem algo novo em torno do vazio que sentem frente à situação inesperada. O que também contribui para uma redução significativa dos níveis emocionais maternos de ansiedade e depressão, assegurando dados positivos para o bebê, família e equipe. Apresenta-nos ainda um caráter preventivo da saúde mental do novo ser, já que, o reasseguramento da mãe permite que o desenvolvimento emocional do bebê seja mais seguro e equilibrado. Podemos concluir que é de fundamental importância o suporte psicológico para essas mães e suas famílias, nesse momento difícil da internação de seus bebês, no sentido de auxiliar essa vivência através da formulação conjunta de estratégias de enfrentamento e manejo de conflitos psíquicos pela hospitalização; fortalecendo os vínculos, assim como a reconstrução de novas expectativas.Palavras-chave: psicologia hospitalar, psicanálise, acompanhante hospitalar.Agência de fomento: PROEX

VIVÊNCIAS DO ESTAGIÁRIO EM PSICOLOGIA: A PSIQUIATRIA HOSPITALAR

KELLY CRISTINA CESCO MARCO, HELENA RINALDI ROSA, MARIA LUISA C. L. VALENTE, MARY YOKO OKAMOTO (DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

CLÍNICA - (UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO – FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE ASSIS - SP)

RESUMOO presente trabalho está sendo realizado com base no estágio que ocorre no quarto e quinto ano do curso de Psicologia, pela primeira vez no setor psiquiátrico do Hospital Regional de Assis-SP. O Estágio teve início na primeira semana de Abril de 2011, com previsão de término em Dezembro do mesmo ano, tendo como objetivo relatar as vivências do estagiário de psicologia no ambiente hospitalar com embasamento psicanalítico por meio de entrevistas de avaliação psicológica e acompanhamento psicológico de pacientes encaminhados através de uma central de vagas. O setor psiquiátrico comporta oito leitos para pacientes psicóticos, três designados para pacientes encaminhados por drogadição e cinco para alcoolistas. O estágio possui duração de quatro horas semanais, e reuniões com uma equipe multiprofissional composta por psiquiatras, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, terapeutas ocupacionais, assistente social, psicóloga e os estagiários de psicologia. No início todos os estagiários participaram de uma reunião de integração com o hospital, com fins de conhecimento sobre a história, funcionamento e os serviços prestados. Após a integração, começaram as supervisões teóricas junto com professores da área que explicaram todos os por menores do que poderia ocorrer durante as entrevistas e acompanhamentos. No hospital, a psicóloga encarregada da área de Psiquiatria, indica quais pacientes estariam dispostos a participar da pesquisa, já que como o hospital possui um elevado fluxo de atendimento - cerca de 25 municípios, ocorrendo a internação que tem duração de quinze dias dispostos pelo sistema único. A escolha dos pacientes é feita por meio da psicóloga encarregada, onde sendo essencial para que sejam escolhidos os candidatos adequados e em condições de serem entrevistados. Devida as condições dos pacientes, o local onde são realizadas as entrevistas, não necessariamente são realizadas a portas fechadas, mas que seja o local onde ele sinta-se confortável para conversar. Podendo ser realizado dentro da sala da terapia ocupacional, na sala de entrevistas, dentro dos quartos ou até mesmo ao lado externo, onde os pacientes costumam fumar. Nas entrevistas, primeiramente levanta-se a historia de vida do paciente, logo antecedentes sobre a causa da internação e tenta-se entender o motivo

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pelo qual ele foi internado. Após realizadas as entrevistas, leitura do prontuário, supervisões e discussões dos casos, percebo que a área da Psiquiatria é um ambiente difícil de lidar, já que se precisa estar bem preparado para não afetar seu próprio bem estar. Devido a que o acompanhamento psicológico é esporádico e é impossível manter um setting, percebe-se que a melhora do paciente é momentânea, ocorrendo muitas vezes o retorno ao hospital pelo mesmo problema. Sem um vinculo forte com o psicólogo e com uma estrutura familiar, na maioria dos casos inexistente, é difícil a eficácia em qualquer tipo de tratamento terapêutico. Assim, a experiência no hospital acrescenta muito para a formação do psicólogo, porem neste setor, vejo que é limitado aquilo que se poderia efetivamente oferecer para um paciente, já que não existe uma melhora duradoura, como poderia ocorrer em outro setor onde o trabalho do psicólogo é mais aceito.Palavras-chave: psicologia, hospitalar, psiquiatria.Agência de fomento: PROEX

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