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Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP Departamento de Engenharia de Construção Civil ISSN 0103-9830 BT/PCC/282 Rosele Correia de Lima Paulo Roberto do Lago Helene Maryangela Geimba Lima São Paulo – 2001 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INIBIDORES DE CORROSÃO EM REPARO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO

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Boletim Técnico da Escola Politécnica da USPDepartamento de Engenharia de Construção Civil

ISSN 0103-9830

BT/PCC/282

Rosele Correia de LimaPaulo Roberto do Lago Helene

Maryangela Geimba Lima

São Paulo – 2001

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INIBIDORES DECORROSÃO EM REPARO DE

ESTRUTURAS DE CONCRETO

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Escola Politécnica da Universidade de São PauloDepartamento de Engenharia de Construção CivilBoletim Técnico - Série BT/PCC

Diretor: Prof. Dr. Antônio Marcos de Aguirra MassolaVice-Diretor: Prof. Dr. Vahan Agopyan

Chefe do Departamento: Prof. Dr. Alex Kenya AbikoSuplente do Chefe do Departamento: Prof. Dr. João da Rocha Lima Junior

Conselho EditorialProf. Dr. Alex AbikoProf. Dr. Francisco CardosoProf. Dr. João da Rocha Lima Jr.Prof. Dr. Orestes Marraccini GonçalvesProf. Dr. Antônio Domingues de FigueiredoProf. Dr. Cheng Liang Yee

Coordenador TécnicoProf. Dr. Alex Abiko

O Boletim Técnico é uma publicação da Escola Politécnica da USP/Departamento de Engenharia deConstrução Civil, fruto de pesquisas realizadas por docentes e pesquisadores desta Universidade.

Este texto faz parte da dissertação de mestrado de mesmo título, que se encontra à disposição com osautores ou na biblioteca da Engenharia Civil.

FICHA CATALOGRÁFICA

Lima, Rosele Correia de Avaliação da eficiência de inibidores de corrosão em reparo de estruturas de concreto / R.C. de Lima, P.R.L. Helene, M.G. Lima. -- São Paulo : EPUSP, 2001. 12p. – (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, De- partamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/282)

1. Corrosão - Inibidores 2. Concreto - Durabilidade I. Hele- ne, Paulo Roberto do Lago II. Lima, Maryangela Geimba III. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Construção Civil IV. Título V. Série ISSN 0103-9830 CDU 620.197.3 693.5

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AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INIBIDORES DE CORROSÃO EM REPARODE ESTRUTURAS DE CONCRETO

R.C. de Lima(1), P.R.L. Helene(2) ; M.G. de Lima(3)

(1) Departamento de Eng. de Construção Civil, Curso de Pós Graduação em Engenharia deConstrução Civil e Urbana, PCC/USP. E-mail: [email protected]

(2) Prof. Titular, Departamento de Engenharia de Construção Civil, Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo, PCC/USP. E-mail: [email protected]

(3) Prof. Dr., Divisão de Eng. de Infra-Estrutura Aeronáutica, Instituto Tecnológico deAeronáutica – São José dos Campos – SP. E-mail: [email protected]

RESUMO

O projeto e execução de estruturas de concreto, em conformidade às normas estabelecidas,levam a supor uma longa e eficiente vida útil às mesmas. Como nem sempre esses requisitossão cumpridos, ocorrem situações onde é necessário efetuar reparos nas estruturas.Argamassas de reparo são geralmente usadas na recomposição de peças danificadas, onde,além da função de recompor estruturalmente as mesmas, servirão de proteção à armadura queestava corroída. Em ambientes agressivos, como em regiões litorâneas e em certas indústrias,onde há agressividade ambiental pela presença de cloretos, as estruturas de concreto armadorequerem uma maior proteção. Nesses casos o uso de argamassas de reparo contendoinibidores de corrosão apresenta-se como uma opção técnica. Objetivou-se neste trabalho aavaliação do processo de corrosão de armaduras de aço-carbono no concreto, quandosubmetidas a reparos com argamassas contendo inibidores de corrosão. Usou-se comoinibidores o Nitrito de sódio, Molibdato de sódio e Benzoato de sódio. Foram realizadosensaios com corpos-de-prova de argamassa e corpos-de-prova compostos simultaneamentepor concreto e argamassa de reparo. Estes foram sujeitos a um processo de corrosão aceleradaprovocada por ciclos de molhagem e secagem. Foi realizado o acompanhamento do processode corrosão através de técnicas eletroquímicas, obtendo-se valores de potencial e de taxa decorrosão no tempo, durante um período de três meses. Os resultados mostraram que os valoresde potencial de corrosão, tanto nos corpos-de-prova de argamassa, como nos deargamassa/concreto, indicaram a existência de corrosão desde as primeiras idades, e semantiveram assim até o final do ensaios. Os resultados obtidos para a taxa de corrosão, foramdiferentes e mostraram-se mais precisos, viabilizando uma avaliação dos inibidores. Aavaliação final tomou como base o cruzamento dos dados coletados entre os dois tipos decorpo-de-prova, o ensaio de perda de massa e a análise visual das barras. Conclui-se que,considerando o ciclo de envelhecimento adotado, o traço que apresentou a menor taxa decorrosão para os corpos-de-prova de argamassa (sistema de proteção) foi aquele com 1% deNitrito de sódio; e o traço que provocou a redução na taxa de corrosão, nos dois lados doscorpos-de-prova de argamassa/concreto (sistema de reparo) foi o que continha 6% deBenzoato de sódio.

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1. INTRODUÇÃOInibidores de corrosão vêm sendo usados como método complementar de proteção.

São adicionados na água de amassamento dos concretos e argamassas de cimento Portland,durante a execução da estrutura. Segundo MAEDER (1996), estes também podem ser usadosem argamassas de reparo para estruturas em ambientes de alta agressividade, como emregiões litorâneas, ou áreas industriais.

As argamassas de reparo exercem uma proteção indireta sobre o aço, restabelecendosua película passivadora. São geralmente constituídas por uma mistura de agregados finosselecionados e um aglomerante cimentante que pode ser orgânico (acrílico, epóxicos,poliuretano) ou a base de cimento Portland (TROCÓNIS et al., 1997).

Esta pesquisa objetivou avaliar a eficiência dos inibidores de corrosão, Nitrito desódio, Benzoato de sódio e Molibdato de sódio, na redução do processo de corrosão dearmaduras, através da sua inclusão na água de amassamento de argamassas de reparo. Aavaliação foi realizada através de duas situações distintas:

a) Argamassas de reparo colocadas em corpos-de-prova cilíndricos e

b) Argamassas colocadas em contato com concreto contaminado por cloretos em corpos-de-prova prismáticos, simulando uma situação de reparo.

2. EXPERIMENTO

2.1. ResumoPara avaliação do comportamento dos inibidores frente ao processo de corrosão, foram

definidos dois tipos de corpos-de-prova, o primeiro teve forma cilíndrica composto comargamassa, e o segundo teve forma prismática composto simultaneamente por argamassa econcreto (FIGURAS 1 e 2). Todos os corpos-de-prova, após 14 (quatorze) dias de cura emcâmara úmida, foram submetidos a um processo de corrosão acelerada por ciclos demolhagem (3 dias em solução de 3,5% de Cloreto de sódio), e secagem (4 dias) (FIGURA 3).Os ciclos de molhagem e secagem foram realizados por cerca de três meses.

A evolução do processo corrosivo das barras nos corpos-de-prova sofreuacompanhamento contínuo após os 14 dias iniciais de cura em câmara úmida. Utilizou-se paratanto a técnica eletroquímica da resistência de polarização (Rp), medidas de potencial decorrosão (Ecorr) e taxa de corrosão (icorr). Também obteve-se valores para resistividade elétricasuperficial do concreto e argamassa utilizados. A cada dois ciclos – 14 (quatorze) dias – eramrealizadas as medidas nas barras.

FIGURA 1. Corpos-de-prova de argamassa (10cm x 5cm).

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FIGURA 2. Corpos-de-prova de argamassa/concreto (40cm x 20cm x 6cm).

Câmara úmidapor 14 dias

Secagemdurante 0

Imersão parcialpor 03 dias

Medir

Medir a cada

dois ciclos

FIGURA 3. Ciclo de corrosão acelerada.

2.2. TraçosOs traços usados foram assim definidos:Concreto: 1:2:3 a/c = 0,50, com 3,5% de Cloreto de sódioArgamassa: 1:2,5 a/c = 0,50, de acordo com a TABELA 1 abaixo:

TABELA 1. Traços das argamassas.

Traços Teores Simbologia

Referência (sem aditivo) 0% 00Cl (Cloreto de cálcio) 2% Cl

1% N1N (Nitrito de sódio) 2% N2

2% M2M (Molibdato de sódio) 4% M4

2% B2B (Benzoato de sódio) 6% B6

* Todos os percentuais relacionam-se à massa de cimento.

2.3. Tamanho da amostraPara os corpos-de-prova de argamassa foram moldados dez unidades por traço e para

os corpos-de-prova de argamassa/concreto, quatro unidades por traço.

argamassa concreto

Barra

4 dias

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2.4. Materiais e equipamentosAs TABELAS 2 e 3, apresentam respectivamente os materiais e os equipamentos

utilizados nesta pesquisa.

TABELA 2. Resumo dos materiais empregados.

Moldagem dosCorpos-de-prova Preparação das barras Realização do ensaio

Areia média natural e brita no.1

Barras de aço CA-50

Cimento Portland CP II E-32

Solução de limpeza: ácidoclorídrico (HCl) ehexametilenotetramina(C6H12N4), de acordo com ametodologia ASTM G1, 1990.

Solução para imersão doscorpos-de-prova no processo demolhagem e secagem, compostade água e Cloreto de sódio(3,5%).

Formas

Benzoato de sódio

Acetona [(CH3)2CO]: usadacomo complemento dametodologia citada acima.

Reservatório plástico paraimersão parcial dos corpos-de-prova.

Molibdato de sódio

Nitrito de Sódio

Cloreto de cálcio

Tinta base epoxi-betuminosa1 –foi usada para isolar parte dabarra, limitando a área corroída.

Cloreto de sódio Fita Isolante – para proteção docontato elétrico.

TABELA 3. Equipamentos empregados.

GECOR6 Eletrodo dereferência Voltímetro digital RM MKII

É composto por umaunidade de medida earmazenamento dedados e dois sensores2.Através do GECOR6obteve-se valores detaxa e potencial decorrosão.

Foi usado o eletrodo decobre/sulfato de cobre3

(Cu-CuSO4) paramedidas do potencialde corrosão da barradentro do corpo-de-prova, segundo métodode ensaio da ASTM C876, 1991.

Para reduzir efeitos depolarização nasmedidas de potencial decorrosão, um voltímetrode alta impedância (≥10MΩ) foi conectadoentre a armadura e oeletrodo de referência.

Este equipamentofornece valores pararesistividade elétricasuperficial através dométodo dos quatroeletrodos (método deWenner - ASTM G 57,1978). Usou-se para oconcreto e argamassa.

1 É composta por dois componentes químicos, que devem ser misturados no momento de aplicação. Apresentaresistência à solução de decapagem usada na limpeza das barras (considerando-se 10 min de imersão), comotambém ao contato direto com o concreto, não liberando compostos para o meio, informação obtida pelofabricante.2 Pelo sensor A, obtém-se a taxa de corrosão (icorr) em µA/cm2, e o potencial de corrosão (Ecorr) em mV. Pelosensor B, obtém-se a resistividade elétrica superficial em kΩ.cm, além da umidade relativa e temperaturaambiente.3 A utilização simultânea do eletrodo de referência e do GECOR6, na obtenção do potencial de corrosão, teve afinalidade de conferência dos valores medidos e opção, no caso de falha de um dos equipamentos.

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A evolução do processo corrosivo das barras nos corpos-de-prova sofreuacompanhamento contínuo, medindo-se o potencial e a corrente de corrosão periodicamentecom o equipamento GECOR64, e realizando-se medidas de resistividade elétrica superficialcom o equipamento Wenner (modelo RM MKII5).

3. RESULTADOSApresentam-se a seguir os gráficos resumos das variáveis medidas neste trabalho,

divididas em corpos-de-prova de argamassa e argamassa/concreto.

3.1. Corpos-de-prova de argamassa

3.1.1. Potencial de corrosão x tempo

Evolução do Potencial de Corrosão - Cp's Argamassa

-700

-600

-500

-400

-300

-200

-100

00 30 60 90 120 150 180 210 240

Tempo (dias)

Eco

rr (m

V)

Traço 00 Traço Cl Traço N1 Traço N2Traço M2 Traço M4 Traço B2 Traço B6

95% de probabilidadede corrosão

50% de probabilidadede corrosão

5% de probabilidadede corrosão

FIGURA 4. Evolução do potencial de corrosão para os corpos-de-prova em argamassa.

4 GEOCISA Geotecnia y Cimientos .S.A. Los Llanos de Jerez, 10. 28820 COSLADA (Madrid) SPAIN. FAX:341-671.64.60. Através dos sensores do GECOR6 pode-se obter valores de potencial e taxa de corrosão,temperatura ambiente, umidade relativa e resistividade elétrica superficial.

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3.1.2. Taxa de corrosão x tempo

Evolução da Taxa de Corrosão - Cp's Argamassa

0,01

0,10

1,00

10,00

100,00

0 40 80 120 160 200 240

Tempo (dias)

icor

r (A

/cm

2 )

Traço 00 Traço Cl Traço N1 Traço N2Traço M2 Traço M4 Traço B2 Traço B6

corrosão ativa

grau de corrosão desprezível

ataque severo

ataque m uito importante

FIGURA 5. Evolução da taxa de corrosão para os corpos-de-prova em argamassa.

3.1.3. Perda de massa

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8perda de massa

(%)

00 Cl N1 N2 M2 M4 B2 B6traços

Perda de massa em barras de aço-carbono

Copos-de-provade argamassa

FIGURA 6. Perda de massa das barras em corpos-de-prova de argamassa.

5 C.N.S. ELECTRONICS Ltd., 61-63 Holmes Road, London, NW5 3AL.

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3.2. Corpos-de-prova de argamassa/concreto

3.2.1. Potencial de corrosão x tempo

Evolução do Potencial de Corrosão em Corpos-de-prova de Argamassa/ConcretoLado da Argamassa

-700,0

-600,0

-500,0

-400,0

-300,0

-200,0

-100,00 20 40 60 80 100 120

Idade (dias)

Ecor

r (m

V)

Traço 00 Traço Cl Traço N1 Traço N2 Traço M2 Traço M4 Traço B2 Traço B6

95% de probabilidade de corrosão

50% de probabilidade de corrosão

5% de probabilidade de corrosão

Evolução do Potencial de Corrosão em Corpos-de-prova de Argamassa/ConcretoLado do Concreto

-700,0

-600,0

-500,0

-400,0

-300,0

-200,0

-100,00 20 40 60 80 100 120

Idade (dias)

Ecor

r (m

V)

Traço 00 Traço Cl Traço N1 Traço N2 Traço M2 Traço M4 Traço B2 Traço B6

95% de probabilidade de corrosão

50% de probabilidade de corrosão

5% de probabilidade de corrosão

FIGURA 7. Evolução do potencial de corrosão em corpos-de-prova de argamassa/concreto.

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3.2.2. Taxa de corrosão x tempo

Evolução da Taxa de Corrosão em Corpos-de-prova de Argamassa/ConcretoLado da Argamassa

0,01

0,10

1,00

10,00

0 20 40 60 80 100 120Tempo (dias)

icor

r (µµ µµA

/cm

2)

Traço 00 Traço Cl Traço N1 Traço N2 Traço M2 Traço M4 Traço B2 Traço B6

corrosão ativa

grau de corrosãodesprezível

Evolução da Taxa de Corrosão em Corpos-de-Prova de Argamassa/ConcretoLado do Concreto

0,01

0,10

1,00

10,00

0 20 40 60 80 100 120Tempo (dias)

icor

r (µ(µ (µ(µ

A/c

m2)

Traço 00 Traço Cl Traço N1 Traço N2 Traço M2 Traço M4 Traço B2 Traço B6

corrosão ativa

grau de corrosãodesprezível

FIGURA 8. Evolução da taxa de corrosão em corpos-de-prova de argamassa/concreto.

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3.2.3. Resistividade elétrica x tempo

Resistividade elétrica - lado da argamassa

0

5

10

15

20

25

0 20 40 60 80 100 120Idade (dias)

Res

istiv

idad

e (k

ΩΩ ΩΩ.c

m)

Traço 00 Traço Cl Traço N1 Traço N2 Traço M2 Traço M4 Traço B2 Traço B6

probabilidade de corrosãomuito alta

alta probabilidade de corrosão

baixa probabilidade de corrosão

probabilidade de corrosãodesprezível

Resistividade elétrica - lado do concreto

0

5

10

15

20

25

0 20 40 60 80 100 120Idade (dias)

Res

istiv

idad

e (k

ΩΩ ΩΩ.c

m)

Traço 00 Traço Cl Traço N1 Traço N2 Traço M2 Traço M4 Traço B2 Traço B6

probabilidade de corrosãomuito alta

alta probabilidade de corrosão

baixa probabilidade de corrosão

probabilidade de corrosãodesprezível

FIGURA 9. Evolução da resistividade elétrica em corpos-de-prova de argamassa/concreto.

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3.2.4. Perda de massa

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08Perda de

massa(%)

00 Cl N1 N2 M2 M4 B2 B6traços

Perda de massa em barras de aço-carbono

corpos de prova de concreto/argamassa

FIGURA 10. Perda de massa das barras em corpos-de-prova de argamassa/concreto.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A criação e confecção de corpos-de-prova compostos por argamassa e concreto, aomesmo tempo, mostrou, pelo resultados obtidos, que atenderam as expectativas e podem serusados para este tipo de análise, pois apresentaram valores de taxa de corrosão distintos entreseus dois lados.

Não estão padronizados hoje, os ciclos de envelhecimento, que têm comofinalidade acelerar o processo de corrosão das armaduras. O ciclo adotado neste trabalho foisatisfatório pois provocou a ocorrência de corrosão em pouco tempo, alcançando valores detaxa acima de 1 µA/cm2, quando a corrosão é considerada severa.

Dos resultados obtidos pode-se concluir:

O ensaio de potencial de corrosão, isoladamente, não permitiu distinguir osdiferentes comportamentos dos inibidores;

Os valores da taxa de corrosão nos corpos-de-prova de argamassa indicaramcorrosão nas primeiras idades, sendo neste caso importante verificar o traço quetendeu a reduzir a velocidade de corrosão, quando comparado ao traço dereferência. E o traço que melhor apresentou esta característica foi aquele comNitrito de sódio a 1%;

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Também os valores de potencial de corrosão nos corpos-de-prova deargamassa/concreto tiveram comportamento semelhante entre os traços estudados,todos apresentaram corrosão desde as primeiras idades. Observou-se que opotencial de corrosão, entre os dois lados dos corpos-de-prova deargamassa/concreto, é praticamente o mesmo (TABELA 4), onde constatou-se quea diferença numérica entre os valores obtidos, na maioria dos casos é bempequena. A média geral entre as diferenças calculadas para os oito traços é igual a6,38%.

TABELA 4. Diferença de valores de potencial de corrosão (em mV) entre os dois lados docorpo-de-prova, em cada idade de leitura.

|conc.- arg.| %6,2 1,02

23,0 4,5525,9 5,6523,7 5,4521,7 4,8613,1 2,825,0 1,090,7 0,15

∆∆∆∆E - traço N2|conc.- arg.| %

8,2 1,462,1 0,40

14,5 2,8710,4 2,218,9 1,96

24,6 5,0228,8 5,94

∆∆∆∆E - traço M2|conc.- arg.| %

3,9 0,6632,4 6,3017,3 3,4121,2 4,5830,0 6,5027,3 5,586,6 1,29

∆∆∆∆E - traço M4

|conc.- arg.| %275,5 88,9335,8 7,0015,7 3,2240,1 8,9839,9 9,3757,5 14,2123,1 5,07

∆∆∆∆E - traço B2|conc.- arg.| %

17,2 2,574,1 0,83

23,5 5,4724,6 5,6241,5 9,7316,5 3,713,7 0,62

∆∆∆∆E - traço B6

|conc.- arg.| %32,0 6,4240,9 7,8937,0 7,0211,8 2,4028,7 5,9935,8 7,5813,0 2,466,2 1,19

∆∆∆∆E - traço 00|conc.- arg.| %

20,6 4,0522,3 4,277,6 1,45

22,1 4,612,1 0,41

85,8 19,136,0 1,13

14,1 2,68

∆∆∆∆E - traço Cl|conc.- arg.| %

11,3 1,9130,0 5,1831,3 5,5324,0 4,7614,4 2,767,6 1,53

30,1 6,20160,0 32,34

∆∆∆∆E - traço N1

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O comportamento da taxa de corrosão nos corpos-de-prova de argamassa/concretofoi mais distinto; valores do lado da argamassa foram, de modo geral, menores queos obtidos para o lado do concreto, o que é concordante com os traços –argamassas com inibidor e concreto com cloreto. Neste caso a avaliação foi maiscomplexa, considerou-se a influência que o lado da argamassa poderia ter no ladodo concreto, pois estavam em contato direto, apesar das áreas de exposição dasbarras distarem 10 cm uma da outra. Foi observado que o traço com 6% deBenzoato de sódio, provocou uma redução na taxa de corrosão na argamassa e noconcreto adjacente, em relação ao traço de referência;

Conclui-se então, para os casos ensaiados nesta pesquisa, que em sistema deproteção o inibidor mais indicado é o Nitrito de sódio (1%) e em reparoslocalizados, o Benzoato de sódio (6%).

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIAIS. Standard Practice forPreparing, Cleaning, and Evaluating Corrosion Test Specimens - G1. Philadelphia,1990.

-----. Standard Method for Field Measurement of Soil Resistivity Using the WennerFour-Electrode Method - G 57. In:-. Annual Book of ASTM Standards. Philadelphia,1978.

-----. Standard Test Method for Half Cell Potential of Uncoated Reinforcing Steel inConcrete - C 876. Philadelphia 1991.

MAEDER, U. A new class of corrosion inhibitors for reinforced concrete. In: THIRDCANMET/ACI INTERNATIONAL CONFERENCE. SP – 163. St. Andrews by-the-Sea,Canada, 1996.

TROCÓNIS, O.; ROMERO, A.; ANDRADE, C.; HELENE, P.; DÍAZ, I. Manual deinspeccion, evaluacion y diagnostico de corrosion en estructuras de hormigonarmado. CYTED – Programa Iberoamericano de Ciência e Tecnologia para oDesenvolvimento. Rede Temática XV.B Durabilidade da armadura – DURAR, 1997.

LIMA, Rosele Correia de. Avaliação da eficiência de inibidores de corrosão em reparode estruturas de concreto. (Dissertação de Mestrado). Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo. São Paulo, dez. 2000, 169p.

6. AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, pela Bolsa deMestrado concedida.

Aos colegas de trabalho e funcionários da Escola Politécnica da USP, pelo apoio semprerecebido.

Aos Professores Paulo Helene e Maryangela Lima, pela orientação recebida.

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BOLETINS TÉCNICOS PUBLICADOS

BT/PCC/263 Ferramentas e Diretrizes para a Gestão da Logística no Processo de Produção de Edifícios.FRED BORGES DA SILVA, FRANCISCO FERREIRA CARDOSO. 25p.

BT/PCC/264 Indicadores de Salubridade Ambiental em Favelas Localizadas em Áreas de Proteção aosMananciais: O caso da favela Jardim Floresta. MARCO ANTONIO PLÁCIDO DEALMEIDA, ALEX KENYA ABIKO. 28p.

BT/PCC/265 Difusão de Cloretos e a Influência do Grau de Saturação do Concreto: Ensaio em laboratórioe medição de obra em uso. ANDRÉ T. C. GUIMARÃES, PAULO ROBERTO DO LAGOHELENE. 19p.

BT/PCC/266 Análise Econômica de Empreendimentos de Longo Horizonte de Maturação: Taxa deRetorno Compensada. JOÃO DA ROCHA LIMA JR. 15p.

BT/PCC/267 Arbitragem de Valor de Hotéis. JOÃO DA ROCHA LIMA JR. 55p.

BT/PCC/268 Diretrizes para Produção de Contrapisos Estanques. EDUARDO HENRIQUE PINHEIRODE GODOY, MERCIA M. S. BOTTURA DE BARROS. 36p.

BT/PCC/269 Produtividade da mão-de-obra na execução de alvenaria: detecção e quantificação de fatoresinfluenciadores. LUÍS OTÁVIO COCITO DE ARAÚJO, UBIRACI ESPINELLI LEMESDE SOUZA. 24p

BT/PCC/270 Influência do volume de pasta na zona de transição pasta/agregado com relação àspropriedades mecânicas e de durabilidade do concreto. ELIANE PEREIRA DE LIMA,PAULO R. L. HELENE. 13p.

BT/PCC/271 Difusão de cloretos e a influência do grau de saturação do concreto: ensaio em laboratório emedição de obra em uso. ANDRÉ TAVARES DA CUNHA GUIMARÃES, PAULO R. L.HELENE. 20p.

BT/PCC/272 Resistência à corrosão no concreto dos tipos de armaduras brasileiras para concreto armado.OSWALDO CASCUDO, PAULO ROBERTO DO LAGO HELENE. 20p.

BT/PCC/273 A provisão habitacional e a análise de seu produto. LEANDRO DE OLIVEIRA COELHO.EDMUNDO DE WERNA MAGALHÃES. 32p.

BT/PCC/274 Estudo da fluência do concreto de elevado desempenho. CASSIANA APARECIDAAUGUSTO KALINTZIS. SELMO CHAPIRA KUPERMAN. 24p.

BT/PCC/275 Avaliação da sensibilidade do ensaio de penetração de água sob pressão e de um índice depermeabilidade para o concreto. CRISTIANO AUGUSTO GUIMARÃES FEITOSA. JOÃOGASPAR DJANIKIAN. 17p.

BT/PCC/276 Contribuição ao estudo da fadiga do concreto. AVELINO APARECIDO DE PÁDUACREPALDI. JOÃO GASPAR DJANIKIAN. 15p.

BT/PCC/277 Desempenho de revestimentos de argamassa com entulho reciclado. LEONARDOFAGUNDES ROSEMBACK MIRANDA. SÍLVIA MARIA DE SOUZA SELMO. 12p.

BT/PCC/278 O tratamento da expansão urbana na proteção aos mananciais – O Caso da RegiãoMetropolitana de São Paulo. RENATO ARNALDO TAGNIN, EDMUNDO DE WERNAMAGALHÃES. 25p.

BT/PCC/279 Variabilidade de agregados graúdos de resíduos de construção e demolição reciclados.SÉRGIO CIRELLI ANGULO, VANDERLEY MOACYR JOHN. 16p.

BT/PCC/280 Gestão de materiais em empresas construtoras de edifícios: gestão dos fluxos de informações.SOFÍA LILIANNE VILLAGARCÍA ZEGARRA, FRANCISCO FERREIRA CARDOSO.22p.

BT/PCC/281 Características geométricas relevantes para controle da qualidade dos produtos moldados deconcreto armado. SASQUIA HIZURO OBATA, UBIRACI ESPINELLI LEMES DESOUZA. 16p

BT/PCC/282 Avaliação da eficiência de inibidores de corrosão em reparo de estruturas de concreto.ROSELE CORREIA DE LIMA , PAULO ROBERTO DO LAGO HELENE,MARYANGELA GEIMBA LIMA. 12p.

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