argamassa projetada -1

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  • Argamassa Projetada 2012

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  • Argamassa Projetada 2012

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  • 1ARGAMASSA PROJETADA 2012

    Apresentao

    : MAIS PRODUTIVIDADE COM A MECANIZAO

    O crescimento da economia brasileira nos ltimos anos, associado aos programas que visam reduzir o histrico d cit habitacional, tem alavancado a indstria da cons-truo e exigido dela respostas rpidas para atender demanda. Neste mercado al-tamente competitivo, so grandes os desafios das empresas: maior nmero de obras, incremento das atividades, reduo dos cronogramas, escassez de pessoal e exigncias crescentes de qualidade fatores que geram a necessidade de racionalizao e otimi-zao dos servios.

    Os revestimentos de argamassa no fogem a essa lgica. A falta de mo de obra especializada para esta atividade, a busca por melhores ndices de produtividade e a necessidade de mais rapidez e qualidade impulsionam o uso da argamassa projetada como sistema de aplicao de revestimento. Trata-se de uma mudana cultural para as empresas, pois a opo implica na mecanizao de todo o processo, desde a dosagem da argamassa at sua projeo na base.

    PROJETO ARGAMASSA PROJETADA

    Com o objetivo de fomentar a utilizao do sistema de projeo de argamassa no revestimento interno e externo das edi caes, a Comunidade da Construo criou em 2011 o Projeto Argamassa Projetada, cuja proposta decorre da necessidade de:

    Minimizar os gargalos identi cados no sistema de revestimento

    Demonstrar a competitividade da projeo mecanizada (produtividade, qualidade e custo)

    Como ao criada dentro da Comunidade, o projeto incorporou a sua estratgia de trabalho, integrando os agentes da cadeia produtiva para implantar as aes, compar-tilhar recursos, conhecimentos e energia nas diversas etapas. Os principais gargalos do sistema tradicional de revestimento foram levantados no I Frum de Argamassa Projetada, realizado em junho de 2011, em So Paulo. Uma pesquisa apresentada no evento mostrou que a escolha dos sistemas construtivos, em 2006, era determinada ou in uenciada pela cultura de cada empresa; em 2009, o fator determinante passou a ser a busca de produtividade (veja gr co 1) e, no caso do revestimento, este era tambm o motivo para que a projeo mecanizada ganhasse o merecido espao na execuo das obras (gr co 2).

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  • 2 ARGAMASSA PROJETADA 2012

    Novos fatores so considerados na escolha do sistema construtivo - Gr co 1

    Produtividade

    Reduo de perda

    Escassez de equipamento

    Disponibilidade de materiais

    Tipo de arquitetura

    Escassez mo de obra

    Qualidade

    Custo

    Inovao

    De nio do cliente

    Projetista/Arquiteto

    Cultura Empresa/Deciso Pessoal

    0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

    2009 2006

    Motivos para utilizao da projeo - Gr co 2

    Projeto

    Reduo M.O

    Custo

    Qualidade

    Produtividade

    0% 20 40 60

    Fonte: Creactive/2009

    Fonte: Creactive/2011

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  • 3ARGAMASSA PROJETADA 2012

    Apresentao

    PROPOSTA E RESULTADOS

    Visando a disseminao do sistema, o grupo estabeleceu como proposta de trabalho a realizao de trs ciclos de atividades, alm de aes de benchmarking, ao acompa-nhar empreendimentos (cases) de construtoras que j utilizam o processo de projeo e que estejam na fase de execuo do revestimento.

    ConhecimentoCultura

    CICLO 1

    Facilitar aimplantao nas

    construtoras

    CICLO 2

    Capacitaopro ssional

    CICLO 3

    Sinergia entre os envolvidos

    O Ciclo 1, desenvolvido ao longo de 2012, visou a pesquisa e a preparao de conte-do tcnico, necessrio para disseminar e nivelar o conhecimento do sistema de projeo de argamassa entre as empresas integrantes da Comunidade. Para isso, o projeto es-truturou as informaes relativas a caracterizao do sistema, dos componentes (arga-massas e equipamentos), boas prticas existentes e um plano de divulgao, por meio de seminrios itinerantes.

    SISTEMA EQUIPAMENTOS PRTICAS

    Identi caodo sistema e

    caracterizao das argamassas

    Caracterizao do equipamento

    Troca de conhecimentoVisitas tcnicas

    Disseminao doconhecimento

    SEMINRIOITINERANTE

    Esta coletnea rene, por meio de cartilhas, textos tcnicos, folders e apresentaes, o contedo gerado neste 1 Ciclo de atividades.

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  • 4 ARGAMASSA PROJETADA 2012

    : SUMRIO

    1. Sistema Argamassa

    Sistemas Mecanizados para a Produo de Revestimentos de Argamassas Estudo que apresenta os sistemas de projeo de argamassa existentes no mercado bra-sileiro, faz a caracterizao das argamassas projetveis e orienta a implementao da tecnologia.

    Folder tcnico-promocional de consulta rpida Trata de forma breve os sistemas mecanizados para projeo.

    2. Equipamentos

    Cartilha de equipamentos Faz as recomendaes necessrias para instalao, ope-rao e manuteno dos equipamentos.

    Workshop de equipamentos de projeo Encontro com os fornecedores de equi-pamentos para apresentao de produtos e conhecimento de estratgias comer-ciais e oferta. Apresentaes: Anvi, M-Tec, PHMac.

    3. Prticas

    Exemplos de empreendimentos que optaram pela argamassa projetada com base em diferentes necessidades: reduo de prazo, qualidade nal do revestimento, opor-tunidade de parceria e outros.

    4. Seminrio Itinerante

    Composto por cinco apresentaes, o evento percorre os polos da Comunidade da Construo levando informaes para implementao segura da tecnologia de projeo de argamassa.

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  • 1. Sistema Argamassa

    SIS

    TEM

    A A

    RG

    AM

    AS

    SA

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  • : AS OPES DISPONVEIS NO MERCADO ................................................................................... 05

    : SISTEMAS MECANIZADOS PARA A PRODUO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA ...................................................................................... 06

    1. INTRODUO ......................................................................................................................... 06

    2. SISTEMAS .............................................................................................................................. 082.1. Central misturadora xa ................................................................................................... 092.2. Central misturadora porttil com abastecimento por bombeamento via seca .................... 102.3. Central misturadora porttil com material ensacado ......................................................... 112.4. Componentes do sistema ................................................................................................. 122.5. Ganhos e vantagens ......................................................................................................... 13

    3. IMPLANTAO ....................................................................................................................... 143.1. Mo de obra (capacitao, dimensionamento das equipes) ............................................... 153.2. Etapas de execuo ......................................................................................................... 17

    4. ARGAMASSAS ....................................................................................................................... 204.1. Propriedades das argamassas aplicadas por projeo mecnica ....................................... 21

    5. NORMALIZAO .................................................................................................................... 23

    : FOLDER TCNICO-PROMOCIONAL DE CONSULTA RPIDA ....................................................... 25

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  • O revestimento de paredes com argamassa ainda , dentro da construo civil bra-sileira, um dos sistemas construtivos que mais empregam mo de obra, situao que ocorre desde a mistura dos materiais at o transporte e o lanamento da argamassa. Essa caracterstica quase artesanal do processo, que depende enormemente da cul-tura de cada empresa e do preparo individual de cada operrio, um dos motivos da baixa produtividade desta etapa e da grande variao de qualidade encontrada em obras de todo o pas.

    Estudos sobre produtividade revelam que a mecanizao da atividade, procedimen-to comum em muitos pases, a soluo mais adequada para que uma construtora alcance alta performance na execuo do revestimento, garantindo custos e prazos controlados, alm de qualidade nal assegurada.

    As pginas seguintes apresentam o sistema argamassa sob a tica da projeo mecanizada, por meio de ferramentas destinadas a facilitar o ingresso e o desenvol-vimento dessa tecnologia no processo produtivo das empresas construtoras. So eles:

    Sistemas Mecanizados para a Produo de Revestimentos de Argamassas Estu-do que apresenta os sistemas de projeo de argamassa existentes no mercado bra-sileiro, faz a caracterizao das argamassas projetveis e orienta a implementa-o da tecnologia.

    Folder tcnico-promocional de consulta rpida, que trata de forma breve os siste-mas mecanizados para projeo.

    : AS OPES DISPONVEIS NO MERCADO

    01Sistema Argamassa

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  • 6 ARGAMASSA PROJETADA 2012

    SISTEMAS MECANIZADOS PARA A PRODUO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA

    : SISTEMAS MECANIZADOS PARA A PRODUO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA

    A execuo de um sistema mecanizado de revestimento, seja para as reas internas ou externas, divide-se, de uma maneira simplista, em trs atividades principais. Em todas, a mecanizao fundamental para a otimizao dos processos. So elas:

    1. Mistura da argamassa2. Transporte at o local de aplicao3. Lanamento na base

    A mistura tem como objetivo homogeneizar os diversos componentes da argamassa, tendo importncia signi cativa para assegurar seu desempenho adequado, tanto no estado fresco como endurecido. Para essa atividade, recomenda-se o emprego de arga-massadeiras, que asseguram uma mistura mais homognea e um comportamento mais e ciente dos componentes da argamassa. O tempo de mistura e a quantidade de gua devem seguir as instrues do fabricante da argamassa.

    O conceito de mecanizao do revestimento envolve todas as etapas do processo produtivo, desde o preparo da argamassa na indstria at as atividades de aplicao e acabamento da argamassa na base. A utilizao de argamassa industrializada uma condio essencial desse sistema, pois evita o desperdcio de tempo envolvido nas etapas de recebimento das matrias-primas, estocagem, dosagem, mistura e controle.

    1. INTRODUO

    O eventual uso de argamassas inapropriadas para o transporte e a proje-o mecanizada leva, invariavelmente, a um desgaste acentuado das pe-as e dispositivos que compem os equipamentos, reduzindo mui to a sua vida til e provocando a necessidade con t nua de interrupo para ma-nuteno e reparo.

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  • 7ARGAMASSA PROJETADA 2012

    01Sistema Argamassa

    Um dos fatores que mais in uenciam o desempenho da argamassa de revestimento a tcnica de aplicao na parede. A energia de lanamento pode ser determinante para a aderncia e a homogeneidade do produto aplicado na base. Por isso, a utilizao de siste-ma de argamassa projetada tem sido o caminho natural encontrado pelas construtoras que visam reduzir prazos e melhorar a qualidade desta etapa. Do ponto de vista econmi-co, ao contrrio do que se pode imaginar, o custo global do sistema mecanizado bastan-te competitivo quando comparado com a aplicao manual da argamassa.

    Argamassadeira de mistura contnuo

    Argamassadeira de mistura em batelada

    O uso de betoneiras no recomendado para a mistura de argamassas, apenas para o concreto, onde a mistura ocorre pelo tombamento do agre-gado grado quando a massa alcana a posio superior do balo; isto di cultado no caso de argamassas, que possuem apenas agregados mi-dos, mais leves, no permitindo a queda da massa.

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  • 8 ARGAMASSA PROJETADA 2012

    SISTEMAS MECANIZADOS PARA A PRODUO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA

    2. SISTEMAS

    Existem no mercado brasileiro diferentes sistemas mecanizados para a execuo do revestimento, de forma a atender s necessidades espec cas de cada obra, regio do pas, caractersticas da mo de obra e outros fatores que se apresentem. Em princpio, a m de vencer as distncias verticais e horizontais, entende-se como essencial a otimiza-o do transporte da argamassa antes do seu lanamento na base, que pode ter alcances mais longos ou curtos, conforme cada caso.

    Para a escolha do sistema adequado a cada obra importante avaliar os seguintes aspectos:

    Dimenso e layout do canteiro

    Equipamento disponvel no mercado

    Caractersticas das argamassas disponveis

    So apresentadas a seguir as trs principais modalidades disponveis no mercado na-cional e suas caractersticas em relao ao transporte e mistura:

    Central misturadora xa

    Central misturadora porttil com bombeamento via seca

    Central misturadora porttil com material ensacado

    Canteiro de obra

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  • 9ARGAMASSA PROJETADA 2012

    01Sistema Argamassa

    As modalidades so classi cadas em funo do posicionamento da central de mistu-ra, que o local onde a argamassadeira e a bomba esto locados e recebem o forneci-mento de gua e energia para seu funcionamento.

    2.1. Central misturadora xa

    Neste sistema, a central misturadora posicionada no andar trreo, em local de fcil acesso. Na argamassadeira realizada a mistura do p da argamassa com a gua; em seguida, a argamassa impulsionada por bombas, alcanando at 90 metros na hori-zontal e mais de 60 metros na vertical. Esse transporte realizado atravs de mango-tes rgidos e exveis. Por conta do longo alcance, a central pode permanecer posicio-nada durante toda a obra no mesmo local, servindo como pulmo abastecedor de material j misturado para os diversos locais de aplicao.

    Aps o transporte at o local de utilizao, a argamassa projetada diretamente na parede. Para isso necessrio incluir bico projetor na ponta nal do mangote, de forma associada com a mangueira de ar comprimido. O compressor de ar ca localizado junto ao silo.

    As argamassas industrializadas so fornecidas em sacos ou a granel. O material a granel armazenado em silos, posicionados ao lado da central misturadora. Os silos so abastecidos por caminhes dotados de aspersores, que se encarregam de transfe-rir o material anidro. No caso de fornecimento da argamassa ensacada, esta deve ser armazenada e abrigada o mais prximo possvel da central de distribuio do produto.

    ArgamassaSilo

    ArgamassaSaco

    Transportee projeo

    Mangote ato andar

    Trreo

    ou

    Fornecimento

    Misturador Bomba

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  • 10 ARGAMASSA PROJETADA 2012

    SISTEMAS MECANIZADOS PARA A PRODUO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA

    Este mtodo bastante indicado para as situaes em que necessrio vencer gran-des distncias, tanto horizontais como verticais, reduzindo as perdas de tempo no trans-porte dos materiais e o espao ocupado no canteiro. Sua e cincia, porm, depende inteiramente da correta escolha dos equipamentos e do emprego de argamassas espe-c cas para esse tipo de aplicao. Qualquer alterao do processo executivo pelo cons-trutor pode no resultar e ciente, caso a mudana no seja acompanhada por uma ade-quao dos materiais e da logstica envolvida.

    Ao escolher o equipamento de bombeamento da argamassa deve-se considerar os elevados nveis de presso necessrios para o transporte do material at seu ponto de aplicao; da mesma forma, exige-se do usurio rigor com a manuteno desses equi-pamentos, a m de evitar desgaste prematuro e quebras durante a operao. Outro as-pecto vital a limpeza de toda a tubulao com gua no nal das operaes (em geral, no nal do dia de servio), sob o risco de perder a tubulao.

    2.2. Central misturadora porttil com abastecimentopor bombeamento via seca

    Neste mtodo so empregados equipamentos de armazenamento (silos), que cam posicionados no pavimento trreo, e a argamassa bombeada na condio anidra. As distncias alcanadas neste sistema dependero do tipo de equipamento utilizado, po-rm h registro de obras onde foram alcanados at 30 metros na vertical e 60 metros na horizontal.

    A argamassa chega obra a granel, por meio de caminhes, que fazem a transfern-cia do material para o silo a seco. Em seguida, conforme a necessidade dos operrios, mediante acionamento eletrnico, a argamassa transportada a seco do trreo at a central de mistura, localizada no andar. A argamassa transportada chega argamassa-deira contnua de eixo horizontal, que munida de ltros de manga o ltro de manga impede a perda de nos na chegada da argamassa anidra. A argamassa misturada com a gua apenas quando chega argamassadeira, localizada prxima do local de aplicao, de modo que o transporte feito todo a seco. Com isso, evita-se o risco de

    Principais vantagens do sistema: Maior agilidade das atividades, resultando no incre mento da produtividade. Independncia dos demais insumos da obra. Liberao de guinchos, gruas e outros equipamentos de transporte teis para a execuo de outras atividades.

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  • 11ARGAMASSA PROJETADA 2012

    01Sistema Argamassa

    entupimento e perda do produto e da tubulao durante o uso do sistema, alm de redu-zir a necessidade de limpeza diria ao nal de cada jornada de trabalho.

    No andar

    ArgamassaSilo

    Transportevia seca

    Fornecimento Misturador Bomba

    Bomba arcomprimido

    Aps a preparao da argamassa, a sua aplicao na parede efetuada por meio de projeo, adotando, a partir desse ponto, equipamentos portteis de projeo de distn-cias curtas, similares ao que est detalhado no item 2.3, a seguir.

    2.3. Central misturadora porttil com material ensacado

    Este sistema se baseia na utilizao de equipamentos portteis de mistura e bombea-mento da argamassa, que cam posicionados prximos ao local de aplicao. A arga-massa ensacada transportada at a central de mistura atravs de gruas ou guinchos, sendo mais e ciente quando o produto fornecido em paletes, o que favorece a loco-moo em grande quantidade e sem perdas.

    Principais vantagens do sistema: No h risco de entupimento da tubulao, pois o material transportado a seco, nem a necessidade de limpeza do mangote no m de cada dia de servio, pois este pode permenecer preenchido com argamassa seca at o incio dos trabalhos no dia seguinte.

    Independncia dos demais insumos da obra. Liberao de guinchos, gruas e outros equipamentos de transporte teis para a execuo de outras atividades.

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  • 12 ARGAMASSA PROJETADA 2012

    SISTEMAS MECANIZADOS PARA A PRODUO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA

    ArgamassaSaco

    No andar

    Fornecimento

    Misturador Bomba

    A adio da gua argamassa ocorre na argamassadeira; depois a mistura bombea-da at o local de aplicao e projetada. O bombeamento pode atingir as distncias de 30 a 40 metros, na vertical, e 60 metros na horizontal (no cumulativas), conforme o equipamento e a prpria argamassa. Com isso, em obras verticais o alcance pode che-gar a 70 metros, desde que a central esteja posicionada em andares intermedirios aos atendidos pelo equipamento.

    Existem alguns equipamentos com a bomba acoplada argamassadeira. Eles so leves e compactos, o que permite seu deslocamento dentro do canteiro durante a execuo da obra, atendendo assim a diferentes frentes de servio. Conforme as distncias per-corridas durante o transporte e a especi cao das bombas, podem ser utilizadas na obra vrias centrais de mistura de argamassa.

    2.4. Componentes do sistema

    De forma resumida, os sistemas mecanizados disponveis no mercado baseiam-se nas seguintes opes:

    Principais vantagens do sistema: As equipes de servios podem trabalhar de forma independente das de-mais atividades da obra.

    Permite a atuao de vrias frentes simultneas, com mobilidade para des-locamento rpido e execuo ao longo de toda a obra.

    No h necessidade de ocupao de grandes reas no canteiro.

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  • 13ARGAMASSA PROJETADA 2012

    01Sistema Argamassa

    Argamassa Equipamentos Transporte da argamassa

    Aparato de apoio (fachada)

    Granel Ensacada

    Argamassadeira Bomba Compressor de ar

    Via mida Via seca

    Balancim (pesado, leve, eltrico) Andaime

    Para utilizar um sistema mecanizado de argamassa, algumas premissas precisam ser dis-cutidas, a saber:

    Tipologia da obra - rea construda, distncias a serem alcanadas (obras verticais ou horizontais), altura mxima, nmero de unidades, tipo de estrutura, tipo de alve-naria, revestimento nal (pintura, cermica, placa de rocha).

    Canteiro de obra - Facilidade de acesso, rea disponvel para estoque, almoxarifado.

    Equipamentos disponveis para transporte dentro da obra - Gruas, guinchos, cre-malheiras, empilhadeiras, paleteiras.

    A escolha por quaisquer das opes descritas pode ser auxiliada por um check list pre-liminar que leve em conta cada um dos aspectos citados, de modo que as metas sejam desenhadas de acordo com os ganhos almejados pela empresa a partir da adoo de um sistema mecanizado de revestimentos.

    2.5. Ganhos e vantagens

    A utilizao dos sistemas mecanizados para execuo dos revestimentos de argamas-sas, seja nas paredes internas ou externas, proporciona ao construtor diversos ganhos tangveis e intangveis, dentre os quais se destacam:

    Prazos - possvel alcanar ganhos expressivos de prazo, graas especialmen-te ao transporte da argamassa dentro do canteiro de obras.

    Qualidade - A menor dependncia da habilidade do operrio no desempenho nal do servio proporciona menor variabilidade dos processos. Alm disso, com o uso de produtos industrializados, natural que se obtenha um controle mais e ciente dos materiais utilizados, se comparado com os sistemas tradicionais de argamassas produzidas na obra.

    Q

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  • 14 ARGAMASSA PROJETADA 2012

    SISTEMAS MECANIZADOS PARA A PRODUO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA

    Racionalidade - Por conta da independncia dos servios, os canteiros so mais limpos e tm menos interferncias, o que facilita as operaes de controle, tanto da etapa de recebimento dos materiais quanto da execuo propria-mente dita.

    Produtividade - Com a mecanizao de mistura, transporte e projeo, a mes-ma quantidade de servios pode ser executada com menor contingente, resul-tando em expressiva reduo de recursos humanos.

    Sustentabilidade - A mecanizao dos processos contribui de forma signi -cativa para a reduo do desperdcio de materiais e do absentesmo decorren-te do esforo desprendido pelos operrios. O resultado uma obra com custos menores, o que atende aos aspectos ambientais, sociais e econmicos da sus-tentabilidade.

    Custos - A execuo dos servios em prazos mais curtos, com menor quantida-de de pro ssionais envolvidos, melhor qualidade, menos retrabalho, entre ou-tros fatores, coloca o sistema mecanizado como um instrumento e ciente para auxiliar na viabilidade nanceira dos empreendimentos, desde a etapa de con-cepo at o ps-obra.

    3. IMPLANTAO

    O sucesso na implantao desse sistema depende da adoo de uma srie de cuida-dos que precisam ser tomados desde a etapa de planejamento das atividades at o rece-bimento do revestimento. A partir da escolha do tipo de sistema deve-se avaliar peque-nos ajustes no layout do canteiro, forma de recebimento e armazenamento dos materiais, movimentao e dimensionamento das equipes de trabalho, entre outros aspectos.

    Condies importantes para o incio dos servios:

    Argamassa - Deve ter formulada em conformidade com o tipo de equipamento a ser utilizado, bem como com as condies de uso e de exposio durante o uso.

    Componentes de reposio - Con ra se a obra dispe de uma reserva de compo-nentes dos equipamentos de transporte e de projeo, necessrios para a manuten-o preventiva e corretiva.

    Energia eltrica - Analise com a equipe de instalaes se a fonte de energia dis-ponvel na obra adequada aos equipamentos; se necessrio, pea a locao de geradores no perodo de execuo do revestimento.

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  • 15ARGAMASSA PROJETADA 2012

    01Sistema Argamassa

    Fachadas - Para o caso dos revestimentos externos (fachadas), indicado o em-prego de balancins leves, de deslocamento rpido, reduzindo o peso do equipa-mento e permitindo maior agilidade na execuo dos servios. Com isso, pode-se incrementar ainda mais a produtividade esperada.

    Caminhos crticos - Uma vez que, em qualquer dos sistemas adotados, a arga-massa conduzida desde os misturadores at o local da aplicao dentro de tu-bulaes, preciso que sejam de nidos o posicionamento e o trajeto dessas peas, evitando transtornos aos demais sistemas produtivos em execuo na obra.

    Argamassa ensacada - Nesta situao, imprescindvel que os sacos sejam acondicionados em paletes, para fcil manuseio e deslocamento, e a obra dispo-nha de equipamentos adequados de transporte at os locais de mistura, reduzin-do desperdcio de tempo e produto.

    Armazenamento - Os sacos de argamassa devem car em local protegido e de fcil acesso para coleta e transporte at os misturadores.

    Abastecimento - necessrio alertar as equipes de suprimentos quanto agilidade prevista para a execuo dos servios, a m de evitar a falta de material na obra.

    Frentes de servio - Devem ser previamente analisadas, de acordo com a rea de aplicao e as di culdades envolvidas (presena de quinas, curvas, aberturas etc.), para que as equipes sejam corretamente dimensionadas.

    Equipes - De maneira geral, as equipes so compostas por um pro sisonal aplica-dor (projetista), acompanhado por ajudantes que exercem as atividades de sarra-feamento e desempeno. A proporo aplicador / ajudantes varia bastante em funo da rea disponvel para a colocao da argamassa e suas di culdades, por isso recomendado que ao longo da execuo da obra as frentes de servio sejam ajustadas para evitar tempos ociosos dos pro ssionais envolvidos.

    Taliscas - Antes da aplicao da argamassa na base, as espessuras devem estar de nidas na parede com taliscas, de modo similar ao sistema tradicional de execu-o, buscando-se reduzir ao mximo essas espessuras e a racionalizao dos pro-cessos.

    3.1. Mo de obra (capacitao, dimensionamento das equipes)

    Assim como ocorre em qualquer etapa da obra, para se atingir um desempenho adequado necessrio orientar a equipe envolvida no processo, de modo a torn-la parte integrante e interessada no seu sucesso. No caso dos sistemas mecanizados,

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  • 16 ARGAMASSA PROJETADA 2012

    SISTEMAS MECANIZADOS PARA A PRODUO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA

    em particular, esta orientao passa pela conscientizao e pelo treinamento dos procedimentos tcnicos, uma vez que os equipamentos costumam ser vistos pelos operrios, equivocadamente, como concorrentes na execuo dos servios, alm de ser uma tcnica desconhecida para muitos deles.

    No trabalho de conscientizao, o foco deve ser o ganho potencial de produtividade atrelado ao uso dos equipamentos, associado maior facilidade nas operaes de apli-cao da argamassa na base, reduzindo dores e cansao. Alm disso, a aplicao me-canizada do revestimento uma prtica irreversvel e saber utiliz-la um diferencial para o operrio, de modo que aqueles que no estiverem habituados caro, em pouco tempo, distantes das exigncias do mercado de trabalho.

    Todos esses benefcios podem proporcionar uma maior qualidade de vida aos oper-rios, aumento da quantidade de servio executada e, por consequncia, maior ganho -nanceiro durante a obra. Tambm permitem a nalizao da jornada com menos esfor-o, reduzindo o absentesmo.

    O trabalho de conscientizao especialmente importante quando a empresa cons-trutora ir efetuar a transio entre os sistemas tradicional e o mecanizado para execu-o dos revestimentos, razo pela qual deve ser efetuada antes do incio da execuo dessa atividade, a m de evitar uma m impresso inicial dos operrios decorrente da falta de orientao das vantagens, o que pode di cultar a integrao dos operrios com a nova proposta de execuo.

    O treinamento dos procedimentos tcnicos deve ser efetuado em campo tambm antes do incio das atividades, nas mesmas condies s quais os operrios estaro submeti-dos ao longo da execuo dos servios, adotando todas as tcnicas previstas pelo proces-so produtivo da empresa, os materiais e, especialmente, os equipamentos que sero utilizados na obra. Trata-se de uma etapa em que precisam ser simuladas todas as condies envolvidas, desde o transporte da argamassa ao misturador at a sua proje-o na base.

    Durante essa atividade tambm pode ser avaliado o dimensionamento das equipes de servio e de nidas as frentes de trabalho, o que no impede que se faam ajustes ao longo do processo com vistas a uma maior racionalizao dos servios, incremento da produtividade e reduo dos custos.

    No h uma regra para o dimensionamento das equipes, pois h muitas variveis envol-vidas em cada sistema e entre cada obra. Da ser imprescindvel o planejamento e a corre-ta apropriao dos indicadores obtidos na obra, especialmente o de produtividade, ex-presso em homem / hora por servio executado (metro quadrado), que permitir os ajustes ao longo da execuo dos servios.

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    01Sistema Argamassa

    Treinamento da mo de obra

    3.2. Etapas de execuo

    O estudo das etapas envolvidas na execuo importante para assegurar no ape-nas um processo otimizado, mas tambm um desempenho tcnico adequado s solici-taes que surgiro ao longo dos anos de utilizao da edi cao. As principais etapas envolvidas so:

    1. Limpeza da base Limpeza grossa: Remoo de pontas de ferro das peas, rebarbas entre juntas da alvenaria, poeira, fuligem, bolor, e orescncias, desmoldantes e qualquer outro ma-terial que prejudique a aderncia entre a base e o chapisco. Correo de falhas de concretagem e eventuais depresses e furos da alvenaria.

    Limpeza na: Nos locais onde a base for de concreto dever ser efetuado tratamen-to mecnico (escova de ao, disco, lixadeira), a m de remover as impurezas grossei-ras. Logo aps a passagem da escova com cerdas de ao, realizar nova limpeza da superfcie com escova de ao e gua em abundncia para remoo de qualquer res-duo de partcula solta que ainda esteja aderida superfcie de concreto.

    2 . 2. Execuo do chapisco

    O chapisco deve ser aplicado por meio de projeo de forma contnua em todas as regies da base, a m de assegurar homogeneidade em toda a extenso da parede.

    Cuidados nas etapas de sarrafeamento e desempeno, em geral executadas por ajudantes, devem ser dimensionados de tal forma que possam acom-panhar a velocidade da projeo efetuada pelo aplicador. Os ajudantes de-vem estar posicionados e equipados junto frente de servio para iniciar as suas atividades to logo a argamassa esteja preparada, evitando a per-da de tempo to comumente observada em obras pouco controladas.

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    SISTEMAS MECANIZADOS PARA A PRODUO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA

    3. Taliscamento Fixar as taliscas conforme as cotas de- nidas no mapeamento.

    4. Aplicao da argamassa de emboo Para a aplicao do emboo deve ser respeitado o prazo mnimo de 3 dias aps a colocao do chapisco.

    Antes do incio dos servios deve-se proceder reviso do chapisco, realizada por meio da passagem de esptula de ao sobre a superfcie, a m de identi car lo-cais soltos ou frgeis, que indicam a necessidade de remoo e substituio, es-pecialmente sobre a estrutura de concreto.

    Inicia-se o lanamento da projeo da argamassa primeiramente para executar as mestras (talista a talisca).

    Ao nal de cada turno de trabalho ne-cessrio que os operrios procedam cura do chapisco por meio da asperso de gua com mangueira em toda a rea recm-executada, especialmente duran-te os 2 primeiros dias de execuo.

    Chapisco projetado

    Execuo das mestras

    Aps a execuo das mestras, os panos so de nidos e preenchidos com proje-o de argamassa na horizontal.

    Aplicao da argamassa por projeo

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    01Sistema Argamassa

    O sarrafeamento executado com rgua de alumnio, podendo-se prensar o emboo sobre a base com rgua e desempenadeira, nos locais de mais difcil acesso. Depois, as taliscas so retiradas e os espaos vazios, preenchidos.

    Sarrafeamento

    Consulte as normas NBR 7200 e NBR 13749 para informar-se sobre o procedimento e a especi cao do revestimento.

    No momento em que a argamassa atingir o tem-po de desempeno (observado a partir do exa-to momento em que a mesma no ceder aos dedos do aplicador aps leve compresso da base), deve-se efetuar o acabamento com de-sempenadeira, por meio de movimentos circu-lares, sob pequena presso. O acabamento exe-cutado o desempeno grosso, com superfcie regular e compacta.

    Para assegurar melhor desempenho da argamassa recomenda-se a realizao da cura mida por meio de asperso de gua, pelo menos durante os 2 primeiros dias aps a aplicao da argamassa na parede.

    O incio dessa atividade pode ser efetuado imediatamente aps o tempo nal da pega do cimento utilizado na argamassa.

    Para a aplicao da argamassa de emboo na fachada, contudo, uma vez que h a neces-sidade de aguardar o momento certo o sarrafeamento e o desempeno, essencial o emprego dos balancins de acionamento rpido, que possibilitam a aplicao da arga-massa em planos distintos.

    Para o caso dos revestimentos externos, refora-se a importncia da utilizao de balancins de deslocamento rpido, a m de permitir maior mobilidade dos operrios e, com isso, maior incremento na produtividade. Durante a aplicao do chapisco, uma vez que no h necessidade de acabamento, exceto a cura efetuada por asperso de gua, o emprego dos balancins rpidos permite a projeo da argamassa em reas to exten-sas quanto o tamanho desses balancins, que so deslocados e seguem a aplicao de forma ininterrupta.

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    SISTEMAS MECANIZADOS PARA A PRODUO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA

    4. ARGAMASSAS

    O uso de argamassas pode ocorrer em diversas etapas da obra, sendo as mais usuais, no caso de revestimento: chapisco, emboo (camada de regularizao) e reboco (even-tualmente empregado como uma na camada lisa com funo de acabamento). Ha-vendo a necessidade de acabamento com argamassa, podemos ter tambm as deco-rativas (mono ou bi camadas), que possuem a funo associada de regularizao e acabamento.

    Qualquer que seja a funo do revestimento, no caso dos sistemas de aplicao me-canizados a argamassa deve ser obrigatoriamente industrializada, a chamada AI, pro-duto adquirido j com os componentes previamente misturados, com exceo da gua, que adicionada massa momentos antes da sua aplicao, mediante as instrues de uso do fabricante.

    O fornecimento da argamassa industrializada pode ocorrer em sacos, preferencial-mente em paletes, ou a granel, com armazenamento em silos instalados em locais es-tratgicos dentro do canteiro de obras.

    Com a evoluo dos processos produtivos, as argamassas produzidas em indstrias se tornaram imperativas para a obteno de sistemas racionais e otimizados, em que cada caso exige a oferta de produtos espec cos para as diferentes exigncias e condi-es de uso. As argamassas aplicadas por projeo mecnica se enquadram nesse per l, notadamente pela necessidade de ajuste das propriedades reolgicas aos equi-pamentos empregados e s condies de operao e exposio do produto ao longo dos anos.

    Ensacado Granel

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    01Sistema Argamassa

    4.1. Propriedades das argamassas aplicadas por projeo mecnica

    Entende-se por argamassa uma mistura homognea de agregados midos, aglome-rantes inorgnicos e gua, contendo ou no aditivos e adies, com caractersticas de endurecimento e aderncia. Esta ltima caracterstica a mais marcante diferena em relao ao concreto, uma vez que obriga o produto a interagir com o meio e, em espe-cial, com a base sobre a qual aplicada. Considerando que a aderncia um fenmeno essencialmente mecnico, decorrente de um uxo entre a pasta presente na argamas-sa e a base, entende-se que fundamental o adequado comportamento reolgico da mistura para assegurar o seu bom desempenho.

    Um dos grandes erros cometidos por alguns construtores que buscam a mecanizao do sistema executivo de revestimentos a utilizao de argamassas comuns para o trans-porte e projeo, normalmente as mesmas usadas no sistema tradicional. No caso da mecanizao, as caractersticas da argamassa, especialmente no estado fresco, devem ser ajustadas para que a sua uidez permita o deslocamento da massa dentro da tu-bulao, durante o transporte, sem perda de consistncia, e que, quando submetida presso exercida pelo equipamento, apresente uma energia de impacto compatvel com as condies da base (avidez por gua, porosidade, rugosidade etc.).

    Entre as principais propriedades que a argamassa de emboo deve apresentar para atender s solicitaes s quais permanecer submetida durante o seu uso podemos citar: trabalhabilidade, capacidade de aderncia, resistncia mecnica, capacidade de absorver deformaes, durabilidade.

    1. Estado frescoAs propriedades no estado fresco so de especial importncia para as argamassas

    aplicadas por projeo mecnica, uma vez que o movimento do uido dentro da tubu-lao de transporte e a sua interao com a base esto intimamente relacionados com o seu comportamento reolgico. Entre essas propriedades destacam-se:

    TrabalhabilidadeA trabalhabilidade, embora seja de grande importncia, de difcil mensurao em campo, o que, muitas vezes, acaba levando sua veri cao a ser feita de acordo com a experincia do aplicador na obra. Entretanto, entende-se que, especialmente nos sistemas de projeo, imprescindvel que a argamassa utilizada seja avaliada an-tes em laboratrio, para evitar os naturais erros de avaliao que podem ocorrer no canteiro de obras.

    A anlise do ideal comportamento reolgico da argamassa determinante para a de nio das propores dos componentes presentes na mistura, assegurando que a argamassa apresente uma consistncia adequada para aplicao na parede. As

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    SISTEMAS MECANIZADOS PARA A PRODUO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA

    caractersticas fsicas dos agregados, a tcnica de mistura (transporte, equipamen-to, tipo de material, tempo de mistura) e o tipo de cimento so alguns dos fatores que in uenciam nessa propriedade.

    Um dos principais efeitos da boa trabalhabilidade, alm da maior produtividade e consequente satisfao do aplicador, o incremento da rea efetiva de contato da argamassa com a base (extenso de aderncia), em decorrncia da facilidade de penetrao da argamassa nas reentrncias da base. A tcnica de produo tambm in uencia nessa propriedade, por conta da e cincia no preenchimento da superf-cie a ser aderida.

    Reteno de guaOutra propriedade importante da argamassa no estado fresco a capacidade de reteno de gua, que deve ser monitorada em funo das caractersticas do meio externo e da capacidade de suco de gua da base, sob pena de o emboo perder a gua necessria para a hidratao do cimento e para a manuteno da trabalha-bilidade. Resultado imediato da inadequao dessa propriedade o surgimento de ssuras de retrao por secagem, que provocam reduo do volume e consequen-tes solicitaes de trao e compresso nas camadas do revestimento.

    Para garantir o adequado transporte da argamassa bombeada por dentro dos man-gotes (rgidos ou exveis), imprescindvel que ao longo do trajeto no ocorra se-gregao entre a pasta de cimento e os agregados. O estudo da viscosidade faci-lidade com que um fluido se movimenta de fundamental importncia neste aspecto.

    O ajuste ideal de ambas as propriedades (trabalhabilidade e reteno de gua) para as necessidades exigidas nas operaes de transporte por bombeamento e de pro-jeo mecnica requer apurada seleo das matrias-primas, rigoroso controle dos processos de produo e de nio de dosagens racionais, o que no se consegue em argamassas produzidas em obra, apenas nas industrializadas.

    Em especial durante as operaes de projeo mecnica, deve-se ainda cuidar para a necessidade de utilizao de uma argamassa coesa, de forma a no ter re exo no momento do impacto com a base (bate e volta), e nem escorrimento logo aps a aplicao na parede. Com base no que foi descrito, para os sistemas projetados essencial o emprego de argamassas industrializadas, analisadas em laboratrio em conformidade com as condies de aplicao e de exposio ao longo dos anos, com dosagem e instrues de uso especialmente de nidas para tal nalidade.

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    01Sistema Argamassa

    2. Estado endurecidoDepois de aderida base, a argamassa deve apresentar propriedades que sero

    fundamentais para um bom comportamento ao longo dos anos, no seu estado endu-recido, independentemente do sistema de aplicao adotado. Destacam-se aqui o comportamento mecnico da argamassa, responsvel pela sua durabilidade e resis-tncia aos diversos esforos, e a deformabilidade, ou capacidade de acomodar os es-foros oriundos das bases. Ambas as propriedades, embora desejveis, so analisadas de forma associada, pois apresentam comportamentos divergentes.

    A capacidade de absorver deformaes uma caracterstica importante para todas as camadas que compem o revestimento, sobretudo externo, pois a edi cao est sujeita s mais diferentes solicitaes, tanto de origem trmica como hidrulica, as quais podem gerar movimentaes diferenciais entre os componentes. Sendo a argamassa de emboo um material cimentcio, no se pode esperar que ela tenha um comporta-mento absolutamente exvel. Na realidade, h componentes que podem diminuir a sua rigidez, de forma que as micro ssuras geradas em decorrncia das solicitaes sejam insigni cantes e no comprometam o desempenho do revestimento. Nas arga-massas rgidas, ditas fortes, os esforos necessrios para quebrar as ligaes inter-nas so maiores, gerando, com isso, ssuras de maior extenso e indesejadas ao re-vestimento. Assim, ao contrrio do que se pode imaginar numa primeira anlise, o acrscimo no consumo de cimento, e consequente incremento de resistncia mecni-ca, pode no proporcionar um desempenho mais satisfatrio argamassa.

    5. NORMALIZAO

    As normas pertinentes argamassa e ao revestimento esto listadas a seguir:

    NBR 7200 Execuo de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgnicas Procedimento

    NBR 13276 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos Preparo da mistura e determinao do ndice de consistncia

    NBR 13277 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos Determinao da reteno de gua

    NBR 13278 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos Determinao da densidade de massa e do teor de ar incorporado

    NBR 13279 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos Determinao da resistncia trao na exo e compresso

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    SISTEMAS MECANIZADOS PARA A PRODUO DE REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA

    NBR 13280 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos Determinao da densidade de massa aparente no estado endurecido

    NBR 13281 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos Requisitos

    NBR 13528 Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgnicas Determi-nao da resistncia de aderncia trao

    NBR 13529 Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgnicas Terminologia

    NBR 13530 Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgnicas Classi cao

    NBR 13749 Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgnicas Especi cao

    NBR 15258 Argamassa para revestimento de paredes e tetos Determinao da resistncia potencial de aderncia trao

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    01Sistema Argamassa

    Tecnologia de ponta: produtividade, economia e qualidade

    FOLDER TCNICO-PROMOCIONAL

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    FOLDER TCNICO-PROMOCIONAL

    ARGAMASSA PROJETADA 2012

    Soluo na medida para a exigncia do mercado

    Sistemas disponveis

    ArgamassaSilo

    ArgamassaSaco

    Transportee projeo

    Mangote ato andar

    Trreo

    ou

    Fornecimento

    Misturador Bomba

    As construtoras brasileiras vivem um momento singular: aumento da carteira de empreendimentos, cronogramas apertados, escassez de mo de obra, maior exigncia de qualidade e complexidade de gesto. Essas condies geram, em todas as etapas da obra, a necessidade de racionalizao e otimizao dos servios.

    Em muitas empresas, o revestimento de argamassa ainda uma atividade artesanal, tanto na preparao como na aplicao manual da argamassa, o que gera grande desperdcio, baixa produtividade e qualidade inferior expectativa do mercado.

    A aplicao mecanizada, ao contrrio, uma soluo que contribui para a industrializao do processo, oferecendo alta produtividade, qualidade e reduo de custos, os fatores mais importantes para a escolha de um sistema construtivo.

    A argamassa projetada uma prtica comum em pases europeus h vrios anos e agora vem sendo usada com sucesso em diversas obras brasileiras.

    O objetivo principal da projeo mecanizada otimizar o transporte da argamassa e homogeneizar o lanamento na base. Sob esse conceito, o mercado brasileiro oferece os seguintes sistemas de projeo:

    ArgamassaSaco

    No andar

    Fornecimento

    Misturador Bomba

    No andar

    ArgamassaSilo

    Transportevia seca

    Fornecimento Misturador Bomba

    Bomba arcomprimido

    21

    3

    A escolha do sistema ideal depende das situaes que podem ocorrer na obra,

    sendo necessrio avaliar, por exemplo,a dimenso do canteiro, o layout, o

    equipamento e a argamassa disponveis.

    Central misturadora xa Central misturadora porttil com material ensacado

    Central misturadora porttil com abastecimento por bombeamento via seca !

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    01Sistema Argamassa

    ARGAMASSA PROJETADA 2012

    Aplicao convencional x aplicao por projeo

    Ganhos esperados A utilizao dos sistemas mecanizados para execuo dos revestimentos de argamassas, tanto nas paredes internas como externas, proporciona ao construtor diversos ganhos, dentre os quais se destacam:

    Prazos: com a mecanizao dos processos, especialmente no transporte da argamassa dentro do canteiro, possvel obter ganhos expressivos no tempo gasto para a concluso dos servios e atender com folga o cronograma.

    Produtividade: a partir do emprego dos equipamentos mecanizados de mistura, transporte e projeo, a mesma quantidade de servios consegue ser executada com menor contingente de mo de obra direta e indireta, resultando numa expressiva reduo no consumo de recursos fsicos.

    Qualidade: com os sistemas mecanizados, a variao dos processos reduzida e o resultado nal do servio depende menos da habilidade do operrio. Alm disso, o uso de produtos industrializados permite um controle muito mais e ciente dos materiais.

    Sustentabilidade: a mecanizao dos processos contribui de forma signi cativa para a reduo do desperdcio de materiais e para a queda do absentesmo decorrente do esforo desprendido pelos operrios. O resultado uma obra com custos menores, o que atende aos aspectos ambientais, sociais e nanceiros da sustentabilidade.

    Custos: a execuo dos servios em prazos mais curtos, com menor quantidade de pro ssionais envolvidos, melhor qualidade, menos retrabalho, entre outros fatores, coloca o sistema mecanizado como um instrumento e ciente para a obteno de empreendimentos mais acessveis, desde a etapa de concepo at o ps-obra.

    Racionalizao: por conta da independncia dos servios, obtm-se canteiros mais limpos, com menos interferncias, o que facilita as operaes de controle, tanto no recebimento dos materiais como na execuo da obra.

    InsumosCimento + Areia + Cal +

    Aditivo + guaArgamassa Industrializada

    MisturaEquipe de betoneira

    1 operador + 3 serventesArgamassadeira

    1 operador

    Equipamentos auxiliaresBetoneira + Peneiras + Baias + rea de

    armazenagem cimento + Gericas + ElevadorBomba e compressor de ar

    Transportehorizontal e vertical

    Equipe5 serventes

    EquipeBombeamento

    CONVENCIONAL PROJEO

    Q

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