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__________________________________________________________________________________________ Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático Getúlio Vargas RS Brasil 1 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU AVALIAÇÃO BACTERIOLÓGICA DAS LUVAS DE PROCEDIMENTO APÓS O USO PELO PROFISSIONAL DA ODONTOLOGIA BETTKER, Amanda¹ [email protected] MUSSO, Cassiane¹ [email protected] OLIVIECKI, Patrícia¹ [email protected] PASTERCZAK, Karine¹ [email protected] BLUM, Davi Francisco Casa² [email protected] BORGHETTI, Vanessa Isabella² [email protected] MELLO, Marcia Regina de² [email protected] NOGUEIRA, Audrea Dallazem² [email protected] SASS, Alex Luis² [email protected] ¹ Discentes do Curso de Odontologia, Nível IV 2016/2- Faculdade IDEAU Getúlio Vargas/RS. ² Docentes do Curso de Odontologia, Nível IV 2016/2 - Faculdade IDEAU Getúlio Vargas/RS. RESUMO: Os objetivos deste artigo foram a avaliação microbiológica de crescimento bacteriano nas luvas de procedimento utilizadas por alunos da graduação em Odontologia da faculdade IDEAU de Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul Brasil, durante atendimento nas clínicas de Saúde Coletiva I Clínica. Este, especificamente expõe a respeito do possível crescimento bacteriológico. Analisando ainda as maneiras existentes de controle de contaminações cruzadas, para diminuição de riscos ao profissional e ao paciente. O estudo baseou-se em três coletas que foram realizadas em três momentos diferentes, no período de três semanas, e então foi constatado que 89% das coletas realizadas demonstraram crescimento microbiológico, mesmo que pouco, entretanto duas das nove coletas demonstraram também crescimento fúngico, ao invés de apenas crescimento bacteriológico. Por isso, quando o cirurgião-dentista realizar procedimentos deve usar sempre os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), descartá-los corretamente após o seu uso, e durante o uso não tocar em superfícies sem o uso de barreiras, como a sobre-luva. As avaliações bacterianas em luvas de procedimento são pouco abordadas ainda na literatura, o que torna a avaliação bastante oportuna. Palavras-chave: avaliação microbiológica; luvas de procedimento e controle de infecção cruzada. ABSTRACT: The objectives of this article were the microbiological evaluation of bacterial growth in the procedure gloves, used by university students of Dentistry in the IDEAU college of Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul Brazil, during the clinical treatment in the clinics of collective health. This one specifically exposes the possible bacteriological growth. Analyzing yet the existing ways of cross-contamination controll, to reduce risks to the professional and the patient. The study was based on three collects that were executed at three different times in a period of three-weeks. So it was constated that 89% of the executed collects demonstrated microbiological growth, even a little, although two of the nine collects also showed fungal growth, rather than just bacteriological growth. So when the dentist realize procedures should always use the Personal Protective Equipment (PPE), and they discarded of properly after use, and during the use of them there can't be touched on surfaces without the use of barriers, like over gloves. Bacterial evaluations in procedure gloves are little discussed yet in the literature, which makes the evaluation quite opportune.

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Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI

FACULDADES IDEAU

AVALIAÇÃO BACTERIOLÓGICA DAS LUVAS DE

PROCEDIMENTO APÓS O USO PELO PROFISSIONAL DA

ODONTOLOGIA

BETTKER, Amanda¹

[email protected]

MUSSO, Cassiane¹

[email protected]

OLIVIECKI, Patrícia¹

[email protected]

PASTERCZAK, Karine¹

[email protected]

BLUM, Davi Francisco Casa²

[email protected]

BORGHETTI, Vanessa Isabella²

[email protected]

MELLO, Marcia Regina de²

[email protected]

NOGUEIRA, Audrea Dallazem²

[email protected]

SASS, Alex Luis²

[email protected]

¹ Discentes do Curso de Odontologia, Nível IV 2016/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

² Docentes do Curso de Odontologia, Nível IV 2016/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

RESUMO: Os objetivos deste artigo foram a avaliação microbiológica de crescimento bacteriano nas luvas de

procedimento utilizadas por alunos da graduação em Odontologia da faculdade IDEAU de Getúlio Vargas, Rio

Grande do Sul – Brasil, durante atendimento nas clínicas de Saúde Coletiva I Clínica. Este, especificamente

expõe a respeito do possível crescimento bacteriológico. Analisando ainda as maneiras existentes de controle de

contaminações cruzadas, para diminuição de riscos ao profissional e ao paciente. O estudo baseou-se em três

coletas que foram realizadas em três momentos diferentes, no período de três semanas, e então foi constatado

que 89% das coletas realizadas demonstraram crescimento microbiológico, mesmo que pouco, entretanto duas

das nove coletas demonstraram também crescimento fúngico, ao invés de apenas crescimento bacteriológico. Por

isso, quando o cirurgião-dentista realizar procedimentos deve usar sempre os Equipamentos de Proteção

Individual (EPI), descartá-los corretamente após o seu uso, e durante o uso não tocar em superfícies sem o uso de

barreiras, como a sobre-luva. As avaliações bacterianas em luvas de procedimento são pouco abordadas ainda na

literatura, o que torna a avaliação bastante oportuna.

Palavras-chave: avaliação microbiológica; luvas de procedimento e controle de infecção cruzada.

ABSTRACT: The objectives of this article were the microbiological evaluation of bacterial growth in the

procedure gloves, used by university students of Dentistry in the IDEAU college of Getúlio Vargas, Rio Grande

do Sul – Brazil, during the clinical treatment in the clinics of collective health. This one specifically exposes the

possible bacteriological growth. Analyzing yet the existing ways of cross-contamination controll, to reduce risks

to the professional and the patient. The study was based on three collects that were executed at three different

times in a period of three-weeks. So it was constated that 89% of the executed collects demonstrated

microbiological growth, even a little, although two of the nine collects also showed fungal growth, rather than

just bacteriological growth. So when the dentist realize procedures should always use the Personal Protective

Equipment (PPE), and they discarded of properly after use, and during the use of them there can't be touched on

surfaces without the use of barriers, like over gloves. Bacterial evaluations in procedure gloves are little

discussed yet in the literature, which makes the evaluation quite opportune.

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Keywords: microbiological evaluation; procedure gloves and cross infection control.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Os profissionais da área da saúde estão sujeitos a riscos biológicos diariamente, o

que favorece a possibilidade de infecção cruzada (FIGUEIREDO, 2006). De acordo com o

Manual de Controle de Infecções e a Prática Odontológica em Tempos de Aids: Manual de

Condutas barreiras protetoras são eficientes para a redução do contato com sangue e secreções

orgânicas, assim o uso do Equipamento de Proteção Individual – EPI torna-se obrigatório

durante o atendimento odontológico (BRASIL, 2000). Os EPI‟s necessários são os seguintes:

ocúlos de proteção, luvas, máscara, gorro, avental, avental plumbídero, roupa branca

exclusiva para atendimento no consultório (SESISAÚDE, 2009).

De acordo com Lima e Ito (1997) O sistema BEDA é uma maneira de o profissional

lembrar facilmente de usar Barreiras nos instrumentos, Esterilizar os passíveis de

esterilização, Desinfeta-los e realizar a Anti-sepsia para eliminar ou diminuir a proliferação

das bactérias, o objetivo é impedir que aconteça a infecção cruzada.

Por essas razões de acordo com Figueiredo (2006) as luvas devem ser utilizadas para

precaver o contato de pele das mãos e antebraços com secreções, sangues, mucosas dos

pacientes, e se faz necessário o uso de um par de luvas para cada paciente, descartando-as

após o atendimento. De acordo com a Portaria Nº 485, de 11 de novembro de 2005, „„Todos

trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem utilizar vestimenta

de trabalho adequada e em condições de conforto‟‟ (BRASIL, 2005).

Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo analisar a nível microbiológico a

presença ou não de bactérias nas luvas de procedimento durante o uso pelo cirurgião dentista.

Como expor a importância do uso da mesma durante a prática clínica, a fim de evitar

possíveis contaminaões cruzadas entre profissional e paciente.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Segundo o Ministério da Saúde, na cartilha “Biossegurança Em Saúde: Prioridade E

Estratégias de Ação, a biossegurança é um conjunto de ações voltadas para prevenir, diminuir,

controlar e eliminar possíveis riscos que possam comprometer a qualidade de vida, a saúde

humana e o meio ambiente. As ações em biossegurança são de fundamental importância para

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a promoção e manutenção do bem-estar e de proteção à vida, elas estão sendo desenvolvidas

cada vez mais rápidas no Brasil, colocando assim o país em patamares recomendados pela

Organização Mundial de Saúde (BRASIL, 2010).

De acordo com o Protocolo de Biossegurança a biossegurança na odontologia tem

sido importante na diminuição da infecção cruzada, pois este é o principal fator de

contaminações entre pacientes e profissionais. Devido a grande exposição do Cirurgião

Dentista a tecidos e fluídos orgânicos dos pacientes, esses ficam em contato com uma enorme

variedade de microorganismos, expondo assim toda a equipe de saúde ao risco biológico,

causada pelo contato com vírus, bactérias, fungos ou parasitas (SILVA; FLÓRIO;

RAMACCIATO et al., 2011).

Segundo Flamini (2009) a contaminação cruzada pode ocorrer por um simples

movimento ou toque do profissional em um procedimento, mesmo o profissional tendo

cautela durante o procedimento, pois se o mesmo tocar em algum material que não é

esterilizado, até mesmo um leve toque para abrir uma gaveta sem o uso de sobreluvas para

pegar algum material durante o procedimento, terá contaminado o local.

Os ambientes em odontologia são classificados em área não crítica, área semicrítica e

área crítica. A área não crítica ainda segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) na consulta pública nº 104, é aquela onde o risco de desenvolvimento de

infecções é mínimo ou não existe, nela não se realizam procedimentos e nem atividades

assistenciais. Devem ser higienizadas frequentemente com água e sabão. Já a área semicrítica,

também conforme a ANVISA, tende a ser uma área com baixo a moderado risco de infecções,

tanto pela realização de procedimentos menos invasivos quanto por atividades assistenciais. A

limpeza e a desinfecção devem ser constantes, podendo ser semelhante à limpeza doméstica.

Finalizando, a área crítica é o local onde existe um alto risco de infecção e contaminação

advindo dos procedimentos e assistências realizadas, por exemplo, uma sala de cirurgia.

Necessitam de limpeza diária e frequente, pode ser usado hipoclorito de sódio a 1% e também

água e sabão (BRASIL, 2002).

2.1 Classificação dos Procedimentos

O consultório odontológico é um dos locais mais propícios para se suceder

contaminações com agentes infecciosos. Como anteriormente dito, as áreas do consultório são

divididas em área crítica, semicrítica e também não-crítica, esta mesma classificação é

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utilizada para classificar os procedimentos realizados no local. Procedimento critico é aquele

onde existe presença de sangue, pus, ou material biológico contaminado com perda de tecido.

Procedimento semicrítico é o qual onde existe presença de secreção orgânica sem perda de

tecido. E por fim o procedimento não-crítico é aquele em que não há presença de sangue pus

ou de secreção orgânica (GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2015).

Para a realização de todos os procedimentos em odontologia, é necessário o uso de

equipamento de proteção individual (EPIs), a luva é um dos EPIs de maior importância para o

cirurgião dentista, além disso, Guandalini; Melo e Santos (2005) consideram a luva como uma

“segunda pele” onde se constitui na melhor barreira mecânica para proteção individual do

profissional. Mesmo com tantos benefícios que o uso da luva traz, muitos profissionais

alegam que não gostam de usar ou que até mesmo não usam por “perderem” a agilidade

manual e a sensibilidade táctil.

Existem diversos tipos de luva no mercado, luvas cirúrgicas estéreis, luvas de látex

estéreis e não estéreis para uso em procedimentos semi-críticos, luvas para limpeza de

instrumental e também as luvas nitrílicas e as de vinil descartáveis, que são utilizadas por

profissionais que são alérgicos ao látex e também no atendimento a pacientes com alergia

(GONÇALES; GODOY; TRIPODI, 2015).

A Organização Mundial da Saúde recomenda que as luvas devam ser usadas para

reduzir o risco de contaminações, pelo frequente contato com secreções, sangue e fluidos

corporais e também para diminuir o risco de contaminação cruzada entre profissional e

paciente e também vice-versa. Ela alerta também que só uso da luva não protege

completamente e por isso é de grande importância a correta higienização das mãos antes e

após os procedimentos, e assim com a correta retirada das luvas, onde a parte externa da luva

não deve fazer contato com a mão do profissional (WHO, 2006).

2.2 Microrganismos comuns da cavidade oral

Segundo Spolidoro, et al.(2013) os microrganismos que estão presentes na

microbiota natural do homem podem ser classificados em residente, transitória e suplementar.

O primeiro contribui na eliminação de agentes patológicos e na manutenção da saúde, a

microbiota transitória apresenta microrganismos com potencial patológico, estes não ficam

por tempo definitivo no organismo podendo ser eliminados, já a microbiota suplementar

apresenta bactérias que permanecem, entretanto, em menor quantidade e quando esta

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população crescem podem causar doença. Na cavidade bucal podemos encontrar em torno de

700 espécies de bactérias, e algumas delas são Peptostreptococcus spp., Porphyromonas spp.,

Prevoltella spp., Treponema spp., Streptococcus spp., Staphylococcus ssp.,que em condição

normal não causam danos à saúde do homem.

De acordo com Fernandez, et al. (2013) a hepatite C tem como sua principal fonte de

contaminação o sangue, o vírus da hepatite em temperatura ambiente pode se manter vivo por

mais de cinco dias, ainda não foram desenvolvidas vacinas afim de previnir esta doença. Já o

vírus da hepatite B se mantém vivo em superfície seca por até uma semana, para que seja

efetiva a imunização contra este vírus é necessária que se faça a aplicação de três doses da

vacina.

2.3 Antissepsia intrabucal a fim de reduzir microorganismos presentes na cavidade oral

De acordo com Villoria e Costinha (2013) o digluconato de clorexidina age na

membrana celular bacteriana, provocando perda dos conteúdos celulares bacterianos, a

clorexidina inclusive é bactericida e bacteriostática e o seu uso em forma de bochechos, com

concentração de 0,12% reduz o número de estreptococos no sulco gengival.

Uma maneira de reduzir infecções cruzadas é o paciente realizar o bochecho

supervisionado, antes do início do atendimento odontológico com clorexidina 0,12% pois o

conhecimento de suas propriedades permite ao cirurgião-dentista desenvolver suas atividades

com segurança, além disso, o uso da clorexidina reduz bactérias que possam ser viáveis em

aerossóis, pois pequenas concentrações de clorexidina são na maioria das vezes suficientes

para impedir o processo reprodutivo ou eliminar a maioria dos microrganismos (HORTENSE

et al., 2010).

2.4 Descarte das luvas de procedimento após o uso

As luvas após o seu uso são um Resíduo do Serviço de Saúde – RSS, e conforme o

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), na Resolução nº 358, p. 616, de 29 de

abril de 2005, em seu art.3º expõe que para um descarte correto:

Cabe aos geradores de resíduos de serviços da saúde e ao responsável legal, o

gerenciamento dos resíduos, desde a geração até a disposição final, de forma atender

os requisitos ambientais e de saúde pública e saúde ocupacional, sem prejuízo de

responsabilização solidária, de todos aqueles, pessoas físicas e jurídicas, que direta

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ou indiretamente causem, ou possam causar degradação ambiental, em especial aos

transportadores e operadores das instalações de tratamento e disposição final [...].

Segundo a ANVISA as luvas se enquadram no grupo D de RSS, e devem ser

acondicionadas em saco plástico preto, para posterior recolhimento da empresa responsável

(ANVISA, 2004).

Macedo et al. (2007) expõe que se o gerenciamento dos RSS não for feito

corretamente originará danos ao meio ambiente, podendo acontecer também acidentes de

trabalho com trabalhadores da saúde, catadores de lixo, à população, podendo assim propagar

doenças para a população em geral, por isso os profissionais devem ter o correto cuidado no

momento de segregar esses materiais, avaliando as questões ambientais relacionadas a esse

contexto.

3 Metodologia

Para a realização do Projeto de Aperfeiçoamento Teórico Prático (PATP) 2016/II, os

alunos do IV semestre de Odontologia do IDEAU foram divididos em seis grupos, com o

objetivo de analisar as formas e riscos microbiológicos que os diferentes instrumentais podem

propagar aos pacientes atendidos pela Faculdade de Odontologia e assim cada grupo tendo

seu objeto de avaliação pré-definido, e este grupo ficou responsável pela coleta bacteriológica

nas luvas de procedimento após o uso na clínica, relacionando a isso os conhecimentos de

biossegurança, de modo a propor alternativas de redução de contaminações cruzadas. Para

atingir este objetivo, foi realizado um levantamento de dados por meio de três coletas na

clínica da disciplina de Odontologia em Saúde Coletiva I Clínica, da Faculdade IDEAU de

Getúlio Vargas – RS, na qual os alunos do VI semestre estavam realizando atendimento em

pacientes; cada dia coletando três amostras. Para isso, foram utilizados os seguintes materiais:

nove placas de Petri, Ágar Nutriente (AN), Ágar Padrão Para Contagem (PCA), nove swabs

estéreis, nove tubos de ensaio de vidro estéreis com tampa, solução de cloreto de sódio, luvas

de procedimento, disponibilizados pela instituição.

A Figura 1 demonstra a maneira pela qual foram realizadas as coletas na clínica

odontológica, as mesmas ocorreram nos dias 03/10/2016, 10/10/2016 e 17/10/2016, e

obtiveram-se três coletas por dia. Todas as coletas foram feitas em diferentes alunos que

estavam realizando procedimentos em pacientes diferentes.

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Figura 1 – Figura ilustrando a maneira pela qual foram realizadas as coletas na clínica

odontológica da Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

Fonte: Autoria própria.

Após as coletas o grupo se dirijiu para o laboratório de análise para realizar o

esfregaço do material coletado via swab na placa de Petri com o respectivo ágar dentro, para

que houvesse o crescimento ou não das bactérias., A técnica de semeadura utilizada foi a de

estria simples, para isto foram necessários os seguintes materiais: swab com a respectiva

coleta das luvas deixado dentro do tubo de ensaio imerso em solução de cloreto de sódio,

lamparina e placa de pétri com respectivo àgar – nos dias 03/10 e 10/10 foi utilizado apenas o

AN, já no dia 17 foram usados dois AN e um PCA -.

Apresenta-se na Figura 2 a maneira pela qual foram realizadas as semeaduras do

material coletado na placa de Petri com o respectivo ágar dentro.

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Figura 2 – Figura ilustrando a maneira pela qual foram realizadas as semeaduras do material

coletado, para propiciar o crescimento ou não das bactérias, no laboratório de análises da

Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

Fonte: Autoria própria.

Após aproximadamente 48h de cada coleta fez-se necessário o retorno ao laboratório

para análise dos crescimentos e realizar a coloração de Gram, que auxilia na diferenciação de

bactérias gram-positivas e gram-negativas das principais culturas que apresentaram

crescimento, no caso uma cultura de cada dia coletado. Os materiais necessários para a

coloração foram: lamparina, placa de Petri com crescimento microbiológico, alça de platina,

placas de vidro, violeta genciana, lugol, fucsina, álcool etílico 95%, água destilada e óleo de

imersão. Feita a coloração a placa de vidro pôde ser observada em microscópio.

4 RESULTADOS E ANÁLISE

Da amostra de nove coletas, nas três coletas do dia 03/10/2016 apenas uma

apresentou maior crescimento de colônias, e nessa foi realizada a coloração de Gram e análise

em microscópio óptico.

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Veronese (2005) explica que as doenças periodontais podem ser causadas pelas

bactérias Porphyromonas gingivalis, Tannerela forsytha e Treponema denticola, essas são

anaeróbias estritas, acarretam na perda dos tecidos de suporte dentários, sendo essas bactérias

gram-negativas presentes na cavidade oral e na grande maioria das vezes causando

periodontite crônica.

De acordo com Coura (2013) as infecções causadas por Escherichia Coli podem ser

de nível intestinal e no trato urinário, a de nível intestinal pode se manifestar por diarréia e

sintomas gerais de infecção, já no trato urinário podem afetar a uretra e bexiga, e inclusive é

uma das poucas bactérias gram-negativas encontradas na cavidade oral.

A análise em microscopia da imagem D contida na figura 3 apresentou-se na

coloração rosa, ou seja são bactérias gram-negativas. As bactérias gram-negativas são minoria

na cavidade oral. Veronese (2005), entretanto expõe que a meningite meningocócica também

é uma bactéria gram-negativa e é frequentemente encontrada em mucosas humanas, e pode

causar inflamações nas membranas do cérebro. Mesmo que existam poucas bactérias gram-

negativas encontradas na cavidade oral, o não aparecimento de formas e arranjos, como: coco,

bacilo, espirilo, diplococo, estreptococo, tétrade, sarcina e estafilococos dificulta a avaliação

da possível bactéria presente.

Apresenta-se na Figura 3 as coletas do dia 03/10/2016 e a avaliação microscópica da

coleta que apresentou maior crescimento de colônias.

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Figura 3 – Figura apresentando as três coletas obtidas das luvas dos alunos que estavam

realizando procedimento odontológico no dia 03/10/2016. A) Imagem ilustrando placa com

grande crescimento de colônias. B) Imagem apresenta placa com poucas colônias. C) Imagem

demonstrando placa com poucas colônias. D) Imagem microscópica de crescimento de

colônias gram-negativas, resultantes da placa da imagem A.

Fonte: Autoria própria.

Segundo Ferreira e Moraes (2013) as bactérias do gênero Streptococcus são

considerados os grandes responsáveis por causar infecções em humanos. Algumas das mais

encontradas são: Streptococcus pyogenes, Streptococcus agalactiae e Streptococcus

pneumoniae e também o Staphylococcus aureus. As infecções causadas por bactérias do

gênero Streptococcus, são invasivas e ocorrem dependendo da condição do hospedeiro que

podem apresentar distúrbios no sistema imune. É responsável por diversas infecções, entre

elas pneumonias, abcessos, endocardite e também infecções urinarias.

Martins et al. (2013) afirma que o Staphylococcus aureus é um dos microrganismos

que aparece com mais frequência associados a infecção em consultórios odontológicos,

mantem-se estável por um longo período em fluídos de saliva e sangue, os quais em contato

com a pele e tecidos podem vir a provocar patologias graves como pneumonia, endocardite,

A B

C D

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sepse, e osteomielite. Esta bactéria é capaz de produzir resistência aos antibióticos usados na

prática clínica.

Apresenta-se na Figura 4 as coletas do dia 17/10/2016 a avaliação microscópica da

coleta na imagem B, que apresentou maoir crescimento de colônias. Seu resultado e a análise

em microscópio na imagem D, nos revelou bactérias possivelmente do grupo cocus gram-

positivos.

Figura 4 – Figura apresentando as três coletas obtidas das luvas dos alunos que estavam

realizando procedimento odontológico no dia 10/10/2016. A) Imagem ilustrando placa sem

crescimento de colônias. B) Imagem apresentando crescimento de várias colônias. C) Imagem

demonstrando placa com considerável crescimento de colônias. D) Imagem microscópica de

crescimento de colônias gram-positivas, resultantes da placa da imagem B.

Fonte: Autoria própria.

Nas amostras de nove coletas, das três coletas do dia 17/10/2016 apenas uma

apresentou maior crescimento de colônias, essa sendo a PCA, e nessa foi realizada a

coloração de Gram e análise em microscópio.

A análise em microscópio da imagem B contida na Figura 5 resultou na imagem D,

essa apresentou coloração gram-positiva, entretanto as colônias A e B da mesma imagem tem

aparência de colônias de fungos, e fungos são sempre Gram-positivos, a imagem C da mesma

A B

C D

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figura representa um crescimento aparente de colônias de bactérias, mas como foram tão

poucas não possibilitou a realização da coloração de gram e análise em microscópio. Como o

objetivo deste presente trabalho é a avaliação bacteriológica dos crescimentos esta coleta não

possibilitou a mesma. Não menos importante, o crescimento de fungos advindos das coletas

de luvas de procedimento, durante os procedimentos odontológicos também deve ser

amplamente apurado para análise das possíveis causas.

Figura 5 – Figura apresentando as três coletas obtidas das luvas dos alunos que estavam

realizando procedimento odontológico no dia 17/10/2016. A) Imagem ilustrando placa com

pouco crescimento de colônias. B) Imagem demonstrando crescimento de colônias. C)

Imagem apresenta placa com pouco crescimento de colônias. D) Imagem microscópica de

crescimento de colônias gram-positivas, resultantes da placa da imagem B.

Fonte: Autoria própria.

Vasconcelos et al. (2009) concordam que o profissional deve fazer uso de luvas

sempre que existir alguma possibilidade de contato com sangue, saliva ou mucosa. Inclusive

os mesmos afirmam que antes de atender a cada paciente o dentista deve fazer a correta

lavagem das mãos e calçamento de novas luvas, após o uso devem ser retiradas com cuidado

para que não haja toque na parte externa da luva possibilitando o correto descarte em lixo

contaminado e em seguida ocorra novamente à lavagem de mãos do cirurgião dentista.

D

B

C

A

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista os dados obtidos e o estudo feito, se conclui que o uso das luvas de

procedimento durante atendimentos no consultório odontológico, considerando que das nove

coletas que fizemos, oito delas apresentaram crescimentos, ou seja, 89%, mesmo que pouco

crescimento, duas dessas inclusive apresentaram crescimento fúngico além do bacteriológico.

O profissional responsável pela saúde dos seus pacientes e a sua própria deve ter muito

cuidado quando estiver realizando procedimentos, isso porque qualquer toque em superfícies

com essa luva contaminada sem sobre luvas pode estar contaminando essa superfície também,

favorecendo e muito as infecções cruzadas.

A maioria dos cirurgiões dentistas já faz o uso das luvas de procedimento para sua

segurança, entretanto alguns mais velhos na profissão ainda não se adequaram a esse uso, e

como vimos anteriormente estão expostos a muitos tipos de bactérias e doenças causadas por

elas, como meningite, periodontite crônica, infecções no trato intestinal e urinário, entre tantas

outras. A conduta adequada do cirurgião dentista é sempre usar o sistema BEDA, que são

barreiras, esterilização, desinfecção e anti-sepsia. O uso de clorexidina antes dos

procedimentos, para o paciente realizar o bochecho também tem bastante significância a

respeito da redução de microorgranismos que podem ser transmitidos.

Como a cavidade oral é um local amplamente colonizado por bactérias, remover

todos os microorganismos patógenos pré-procedimento é impossível, o que se pode fazer é

realmente ter muita cautela para não acontecerem infecções cruzadas entre o profissional e os

pacientes, o profissional sempre usar seus E.P.I‟s e a respeito da luva troca-la a cada paciente

e fazer o descarte correto em lixo para material contaminado.

A principal limitação apresentada tem a ver com a grande quantidade de bactérias

existentes que colonizam a cavidade oral, o que dificulta o reconhecimento de possíveis

bactérias presentes.

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REFERÊNCIAS

ANVISA. Resíduos em serviços de saúde o que o controlador de infecção hospitalar

precisa saber. São Paulo: Centro de Vigilância Epidemiológica, 2004.

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