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Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações Formulação Actual e Impacto das Medidas Legislativas Equipa Responsável: Professor Doutor Jorge Miguel Bravo (coordenação científica) Professora Doutora Lourdes Belchior Afonso Professora Doutora Gracinda Rita Guerreiro Novembro de 2013

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Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações Formulação Actual e Impacto das Medidas Legislativas

Equipa Responsável: Professor Doutor Jorge Miguel Bravo (coordenação científica) Professora Doutora Lourdes Belchior Afonso Professora Doutora Gracinda Rita Guerreiro

Novembro de 2013

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

Equipa Responsável:

Prof. Doutor Jorge Miguel Bravo Universidade de Évora, Departamento de Economia [email protected]

Profª. Doutora Lourdes B. Afonso Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia [email protected]

Profª. Doutora Gracinda R. Guerreiro Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia [email protected]

Destinatário:

Ministério das Finanças Secretaria de Estado da Administração Pública

NOVEMBRO 2013

Disclaimer: As conclusões e comentários apresentados neste estudo são da inteira responsabilidade dos autores e não reflectem a opinião do Ministério das Finanças. Os autores agradecem o apoio da CGA, do Ministério das Finanças e da Secretaria de Estado da Administração Pública na disponibilização da informação estatística necessária à realização deste estudo.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

i

Índice Geral

1 Sumário Executivo ..................................................................................................... 1

2 Introdução ............................................................................................................... 11

3 Objectivos do Estudo............................................................................................... 17

4 Modelo de Projecção e Pressupostos ..................................................................... 19

4.1 Pressupostos Demográficos ............................................................................. 20

4.1.1 Fertilidade ................................................................................................. 20

4.1.2 Mortalidade e esperança média de vida .................................................. 21

4.1.3 Factor de Sustentabilidade ....................................................................... 24

4.1.4 Saldo Migratório Líquido .......................................................................... 26

4.1.5 Estimativas de População Residente e Estrutura Etária da População .... 27

4.2 Pressupostos Macroeconómicos ..................................................................... 31

4.2.1 Mercado de Trabalho ............................................................................... 31

4.2.1.1 Taxa de Actividade ............................................................................ 31

4.2.1.2 Oferta de Trabalho ............................................................................ 32

4.2.1.3 Taxa de Desemprego ......................................................................... 34

4.2.1.4 Evolução do Emprego ........................................................................ 35

4.2.1.5 Rácios de Dependência ..................................................................... 36

4.2.2 Produto Interno Bruto e Produtividade ................................................... 37

4.2.3 Taxa de Crescimento das Remunerações ................................................. 40

4.3 Pressupostos Actuariais ................................................................................... 40

5 Projecções sobre a Sustentabilidade Financeira da Caixa Geral de Aposentações 43

5.1 A CGA em 2012 ................................................................................................ 45

5.2 Formulação Actual do Sistema de Pensões da CGA (Cenário I ) ...................... 49

5.2.1 Evolução do Número de Aposentados/Reformados e Subscritores ........ 49

5.2.2 Evolução da Situação Financeira do Sistema ........................................... 53

5.3 Cenário de reabertura virtual retroactiva do regime a novas inscrições desde

finais de 2005 (Cenário II) ........................................................................................... 59

5.4 Avaliação do impacto das alterações legislativas previstas no diploma sobre a

convergência das pensões e demais alterações propostas no OE 2014 (Cenário III) 65

5.5 Estimativas da dívida implícita do sistema de pensões da CGA ...................... 70

6 Anexos ..................................................................................................................... 73

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

ii

Índice de Quadros

Quadro 1: Evolução do Índice Sintético de Fecundidade (2012-2060).......................... 21

Quadro 2: Evolução da Esperança de Vida à nascença e aos 65 anos (2012-2060) ...... 22

Quadro 3: Projecções demográficas da população por estrutura etária (2012-2060) .. 29

Quadro 4: Indicadores Demográficos para os 27 Estados Membros (2010-2060) ........ 30

Quadro 5: Ratios de Dependência Demográfica e Económica Estimados para Portugal

........................................................................................................................................ 30

Quadro 6: Taxas de Actividade Projectadas ................................................................... 31

Quadro 7: Evolução Esperada da População em Idade Activa em Portugal .................. 33

Quadro 8: Evolução Esperada da Taxa de Desemprego e da População Desempregada

........................................................................................................................................ 35

Quadro 9: Evolução Esperada da Taxa de Emprego e da População Empregada,

Desagregada por Género, Faixa Etária e Tipo de Emprego ............................................ 36

Quadro 10: Ratios de Dependência Estimados para Portugal (2012-2060) .................. 37

Quadro 11: Síntese dos principais indicadores macroeconómicos projectados para o

período 2011-2060 ......................................................................................................... 39

Quadro 12: Pensões Médias por eventualidade, ano 2012 ........................................... 49

Quadro 13: Evolução projectada das fontes de financiamento da CGA ........................ 57

Quadro 14: Impacto da reabertura virtual do sistema na dotação do OE para a CGA.. 63

Quadro 15: Impacto da reabertura virtual do sistema nos rácios de dependência e de

auto-financiamento do sistema ..................................................................................... 64

Quadro 16: Impacto das medidas legislativas sobre os encargos com pensões da CGA

........................................................................................................................................ 67

Quadro 17: Impacto das medidas legislativas sobre a dotação do OE para a CGA ....... 68

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

iii

Índice de Figuras

Figura 1: Historico de despesas e receitas da CGA (2001 -2012) ................................... 13

Figura 2: Evolução projectada para a esperança média de vida à nascença por ano

cronológico ..................................................................................................................... 23

Figura 3: Evolução projectada para a esperança média de vida aos 65 anos, por ano

cronológico ..................................................................................................................... 23

Figura 4: Evolução projectada do Factor de Sustentabilidade no horizonte temporal

2012-2060 ....................................................................................................................... 25

Figura 5: Evolução projectada para o Saldo Migratório Líquido no período 2013-206026

Figura 6: Estrutura etária da população portuguesa em 2012 ...................................... 27

Figura 7: Estrutura etária da população portuguesa projectada para 2060 .................. 27

Figura 8: Evolução da estrutura etária da população por .............................................. 29

Figura 9: Evolução da População em Idade Activa e da População Activa no período

2012-2060 ....................................................................................................................... 33

Figura 10: Evolução Esperada da Taxa de Desemprego no Período 2012-2060............ 34

Figura 11: Peso relativo do desemprego jovem (15-24 anos), adulto (25-54 anos) e

sénior (55-64 anos) no total da população desempregada, por ano cronológico ......... 35

Figura 12: Taxa de crescimento real do Produto Potencial ........................................... 38

Figura 13: Peso Relativo das várias Eventualidades no Total de Aposentados e

Reformados da CGA ........................................................................................................ 45

Figura 14: Estrutura Etária dos Pensionistas de Velhice e Invalidez da Caixa Geral de

Aposentações estimada no final de 2012 ...................................................................... 46

Figura 15: Estrutura Etária dos Pensionistas de Sobrevivência e Orfandade da Caixa

Geral de Aposentações estimada no final de 2012 ........................................................ 47

Figura 16: Estrutura Etária dos Subscritores da Caixa Geral de Aposentações estimada

no final de 2012 .............................................................................................................. 48

Figura 17: Despesas com Pensões, por contingência, ano 2012 ................................... 48

Figura 18: Evolução Estimada do Número Total de Aposentados e Reformados da CGA,

por contingência ............................................................................................................. 50

Figura 19: Projecção do número anual de novas pensões, por contingência ............... 51

Figura 20: Evolução projectada do número de subscritores da CGA ............................. 51

Figura 21: Evolução projectada da idade média dos subscritores da CGA .................... 52

Figura 22: Evolução Projectada para o Ratio de Dependência da CGA ......................... 52

Figura 23: Evolução Estimada da Despesa com Pensões da CGA em milhões de euros e

em % do PIB .................................................................................................................... 54

Figura 24: Evolução da pensão média mensal, por contingência .................................. 55

Figura 25: Evolução Estimada da quotizações e contribuições da CGA em milhões de

euros e em % do PIB ....................................................................................................... 56

Figura 26: Evolução projectada da Dotação do OE para a CGA em milhões de euros e

em % do PIB .................................................................................................................... 57

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

iv

Figura 27: Evolução projectada dos Rácios de Auto-Financiamento e de Dependência

do OE da CGA .................................................................................................................. 58

Figura 28: Evolução do N.º subscritores da CGA no cenário base e no cenário

contrafactual virtual ....................................................................................................... 60

Figura 29: Diferença entre o N.º total de pensionistas no cenário virtual e no cenário

base ................................................................................................................................. 61

Figura 30: Diferença entre o N.º de novas pensões por ano no cenário virtual e no

cenário base .................................................................................................................... 61

Figura 31: Evolução das quotizações e contribuições de entidades no cenário base e no

cenário virtual, em M€ e em % do PIB ........................................................................... 62

Figura 32: Encargos adicionais com pensões no cenário virtual face ao cenário base . 63

Figura 33: Impacto da subida da taxa de contribuição e demais medidas legislativas nos

proveitos da CGA ............................................................................................................ 66

Figura 33: Impacto da subida da taxa de contribuição e demais medidas legislativas nos

proveitos da CGA ............................................................................................................ 68

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

1

1 Sumário Executivo

A evolução demográfica projectada para as próximas décadas em Portugal, marcada

por baixos índices de fecundidade, pelo aumento da longevidade, pela diminuição da

população em idade activa e pelo aumento do rácio de dependência total, aumentarão

a pressão sobre a sustentabilidade financeira dos Sistemas Públicos de Pensões e

sobre as finanças públicas do país.

Um sistema de pensões diz-se financeiramente sustentável se estiver em equilíbrio

actuarial. Na prática, tal pressupõe, em termos genéricos, que as receitas projectadas

com quotizações e contribuições sociais, em conjunto com eventuais activos de fundos

de reserva existentes, devem ser suficientes para financiar as despesas previstas num

determinado horizonte temporal de longo prazo assegurando, deste modo, capacidade

efectiva para cobrir as responsabilidades assumidas.

No caso particular de regimes de pensões contributivos, geridos em sistema de

repartição contemporânea (de que o regime de pensões da Caixa Geral de

Aposentações é um exemplo), as contribuições dos subscritores e dos seus

empregadores deveriam, à partida, ser suficientes para financiar o sistema. Quando tal

não acontece e o regime evidencia um desequilíbrio de carácter estrutural, torna-se

necessário ajustar os benefícios (em montante e/ou em duração do período de

atribuição), e/ou aumentar o nível de contribuições e/ou recorrer a fontes de

financiamento externas ao sistema que, no caso da CGA, têm passado

sistematicamente pelo recurso a dotações anuais crescentes provenientes do

Orçamento de Estado dando-lhe, neste caso, uma componente não contributiva

(redistributiva) implícita. O recurso sistemático a fontes de financimento externas ao

regime de pensões está condicionado por factores de ordem interna (e.g., situação das

finanças públicas, conjuntura económica do país) e externa (e.g., compromissos

assumidos pelo Estado Português no contexto da nova arquitectura europeia em

matéria de regras e procedimentos orçamentais).

O regime de pensões da CGA é um regime público, instituído, gerido e garantido

financeiramente pelo Estado, com o objectivo de garantir prestações substitutivas de

rendimentos do trabalho nas contingências sociais de velhice, morte e invalidez.

Tratando-se de um sistema de pensões maduro, a sua situação financeira actual

reflecte a conjugação de inúmeros factores de natureza económico-financeira

(crescimento económico, evolução do emprego público, política remuneratória,

finanças públicas), demográfica (aumento da esperança média de vida,

envelhecimento da população) e de política legislativa (quantidade e diversidade de

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

2

regimes especiais, diferentes regras de cálculo e/ou de actualização da pensão,

encerramento do regime a novos subscritores), que se combinaram de forma diversa

no tempo.

A sustentabilidade financeira futura da CGA depende da evolução esperada, mas

incerta, a longo prazo, de um conjunto numeroso de factores de natureza demográfica

e económica, dos quais depende a capacidade efectiva das gerações futuras

assumirem os encargos com as pensões das gerações de subscritores que as

antecederam. É por isso fundamental que, neste momento particular, se efectue uma

avaliação actuarial sistemática da sustentabilidade financeira do regime, aferindo a

relação entre o valor das responsabilidades sobre ele constituídas, pelas actuais

gerações de subscritores, e as condições materiais e objectivas nas quais as gerações

futuras estarão efectivamente em condições de materializar as respectivas fontes de

financiamento.

Os principais objectivos deste estudo são o de caracterizar a situação actual do regime

de pensões gerido pela CGA e o de avaliar a sua sustentabilidade financeira de longo

prazo. Para tal, torna-se necessário aferir actuarialmente se as receitas projectadas

com quotizações e contribuições sociais serão suficientes para financiar as despesas

projectadas com pensões bem como estimar as necessidades de financiamento

adicional externo (dotações do OE) necessárias para assegurar o seu reequilíbrio

financeiro. Adicionalmente, efectuamos ainda uma análise do impacto sobre os

indicadores de sustentabilidade financeira do sistema, resultante da aplicação de um

conjunto de medidas de política legislativa recentemente apresentadas e em processo

de discussão e aprovação pelos órgãos de soberania.

Na avaliação actuarial do regime de pensões da CGA são considerados três cenários

distintos. Um cenário base, correspondente ao modelo vigente em termos de regras

de cálculo do valor dos benefícios, condições de aposentação e fontes de

financiamento, incorporando apenas o impacto resultante da aplicação da redução

remuneratória progressiva dos vencimentos dos trabalhadores da administração

pública prevista no OE 2014. Um segundo cenário, contrafactual, em que se avalia o

impacto (teórico) da reabertura retroactiva do regime a novas inscrições desde finais

de 2005 considerando, no demais, os mesmos pressupostos assumidos para o cenário

base. E um terceiro cenário, em que se avalia a sustentabilidade financeira do regime

incorporando as medidas de política legislativa previstas no diploma sobre a

convergência das pensões entre a CGA e o RGSS e um conjunto de propostas com

impacto nos sistemas públicos de pensões (CGA e RGSS) previstas no OE 2014.

Tratando-se de um exercício prospectivo de longo prazo, para a sua elaboração foi

imprescindível combinar um modelo de projecção, informação estatística detalhada e

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

3

a projecção de um conjunto substancial de pressupostos de natureza demográfica

(estimativas de população, dinâmica de longo prazo da fertilidade, longevidade e

saldos migratórios, estrutura etária da população, rácios de dependência económica e

demográfica, etc.), macroeconómica (evolução do emprego, taxas de actividade,

crescimento real do PIB, produtividade do trabalho, etc.) e actuarial (tábuas de

mortalidade, invalidez, turnover, reforma, etc.), tarefa que exigiu a utilização de

metodologias científicas consolidadas e internacionalmente reconhecidas.

Com base na avaliação actuarial efectuada, estima-se que:

No Cenário Base:

1. O número de aposentados, reformados e pensionistas continuará a aumentar nas

próximas duas décadas, partindo dos actuais (em 2012) 603 milhares, alcançando

um valor máximo previsto de 755 mil no final de 2030, momento a partir do qual a

aposentação dos subscritores da CGA já não será suficiente para compensar os

decrementos previstos, em particular a mortalidade da população de aposentados

e reformados, pelo que o efectivo começará a diminuir paulatinamente até

alcançar um valor estimado de 60 milhares em 2060.

2. Na desagregação por contingência (velhice, invalidez e sobrevivência), o maior

contributo para esta trajectória será dado pelos aposentados/reformados por

velhice, em particular do sexo feminino, pese embora os pensionistas de

sobrevivência e PPSO (sobretudo viuvez) assumam um peso crescente na

população de pensionistas. Pelo contrário, é estimada uma substancial redução do

número de aposentados por invalidez.

3. O número de subscritores singulares activos do sistema, que no final de 2012

ascendia a 559,2 milhares, decrescerá de forma gradual e continuada com o tempo

até à sua extinção estimada, neste estudo, em 2057. Esta trajectória é explicável

pelo encerramento do sistema a novos subscritores desde finais de 2005, razão

que fundamenta igualmente o aumento gradual esperado na idade média dos

subscritores.

4. O rácio de dependência (suporte) da CGA, i.e., a relação entre o número de

subscritores e o número de pensionistas, que era de apenas 0,88 no final de 2012,

evoluirá de forma bastante negativa no período em análise, quer pela diminuição

do número de subscritores quer pelo aumento do número de pensionistas.

5. Os encargos nominais com pensões aumentarão significativamente nas próximas

décadas, até atingir um valor máximo de 14.048 M€ em 2034. Este aumento é

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

4

explicado quer por um efeito-quantidade (aumento do número de aposentados e

reformados), quer por um efeito-preço (aumento do valor da pensão média mensal

nominal do total pensionistas).

6. O aumento da pensão média mensal nominal, estimado para todas as

contingências, será uma consequência quer da maturidade do sistema, com a

aposentação de subscritores com carreiras contributivas mais longas e com

melhores remunerações de referência, quer da aplicação do mecanismo de

revalorização automática anual das pensões em vigor, não obstante a penalização

acrescida das pensões antecipadas.

7. O valor máximo do peso dos encargos com pensões da CGA na riqueza nacional

criada anualmente (PIB), medida a preços correntes, será alcançado já nos

próximos anos, no período de 2014 a 2017, atingindo cerca de 5,7% do PIB.

8. Os proveitos do sistema com contribuições e quotizações no período 2012-2060

vão decrescer gradualmente, fruto da diminuição esperada no número de

subscritores. Em proporção da riqueza criada no país, o peso das contribuições e

quotizações para a CGA no PIB a preços correntes diminuirá entre 2012 e 2060,

passando de um valor de 1,7% do PIB em 2012 para um valor próximo de zero já na

década de 40.

9. A crónica incapacidade do sistema em se autofinanciar com base nas quotas dos

subscritores e contribuições dos empregadores vai exigir a transferência de

montantes crescentes do OE para fazer face aos encargos com o pagamento de

pensões. Estima-se um aumento continuado das transferências do OE para a CGA

até 2037, atingindo nessa data 12.196 M€ (valores a preços correntes),

decrescendo a partir de então lentamente para um montante que em 2060

ascenderá ainda a 5.091 M€. O défice de autofinanciamento do sistema crescerá

progressivamente até atingir um valor máximo de 4,1% do PIB já em 2025,

decrescendo de importância no PIB a partir de então e até 2060, momento em que

ainda representará 0,7% do PIB a preços correntes.

10. O rácio de autofinanciamento, que foi sempre desfavorável todos os anos desde

1985 até à data, e se situava em 41,8% em 2012, continuará a diminuir de forma

acentuada no futuro, aumentando o rácio de dependência do sistema do OE até

quase 100%.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

5

No Cenário Contrafactual de Reabertura Virtual Retroactiva do Regime de Pensões a

Novos Subscritores:

11. A degradação dos equilíbrios populacionais do sistema teria sido mais lenta até ao

final da presente década, estabilizando depois num patamar próximo dos 510.000

subscritores até 2060. Nesta circunstância, teria sido igualmente possível

estabilizar a estrutura etária do efectivo populacional, contrastando naturalmente

com o que observa na realidade, onde é notório o envelhecimento crescente da

população de subscritores.

12. O ingresso de novos quotizantes teria significado igualmente que estes estariam

hoje e no futuro a constituir direitos sobre o sistema, que se manifestariam a longo

prazo. Com efeito, no final do horizonte da projecção estima-se que o número total

de aposentados e reformados por velhice seria superior em 319.620 ao registado

no cenário base, que o número de aposentados por invalidez seria superior em

44.290 ao estimado no cenário base e que o número de pensionistas de

sobrevivência e PPSO - viuvez (orfandade) seriam superiores em 20.865 (2.575) ao

apontado no cenário base.

13. A manutenção do sistema aberto a novas inscrições teria permitido manter o

financiamento deste por quotizações e contribuições de entidades numa base mais

regular, aliviando temporariamente o esforço exigido ao OE mas, ainda assim,

claramente insuficiente para garantir o autofinanciamento do sistema. A prazo, o

impacto desta alteração sobre o esforço exigido às finanças públicas seria contudo

claramente negativo.

14. A manutenção do sistema aberto a novas inscrições em 2006 e a canalização das

respectivas contribuições para a CGA significaria a sua subtracção, em montantes

idênticos, às fontes de financiamento do Sistema Previdencial da Segurança Social,

no qual estão hoje enquadrados estes trabalhadores das administrações públicas,

com consequências naturais e significativas na respectiva sustentabilidade

financeira.

15. Os encargos acrescidos (face ao cenário base) com pensões seriam, até 2035,

diminutos, momento a partir do qual a entrada na aposentação de grupos

crescentes dos novos subscritores entrados virtualmente em 2006, o peso

crescente dos encargos com pensões de sobrevivência e a evolução da pensão

média nas várias contingências faria disparar os custos acrescidos com pensões

para o sistema. No final do horizonte da projecção, estima-se que a manutenção

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

6

do sistema aberto em 2006 teria significado um acréscimo anual, a preços

correntes, de 11.869 M€ nos custos com pensões face ao cenário base,

representando cerca 1,5% do PIB desse ano.

16. O contributo desta medida para a diminuição do esforço do Estado no

financiamento do sistema seria positivo no período analisado (2012-2060),

atingindo um pico em termos de redução da dotação em 2045, momento a partir

do qual a entrada na aposentação/reforma das gerações de subscritores entradas

(virtualmente) a partir de 2006 começaria a pressionar os encargos com pensões.

Segundo a estimativa deste estudo, de 2065 em diante o cenário de reabertura do

sistema passaria a requerer maior esforço do OE do que o actual cenário de fecho a

novos subscritores.

17. A manutenção do sistema aberto a novos subscritores teria contribuído, como

seria de esperar, através da arrecadação das respectivas quotizações e

contribuições de entidades, para diminuir o rácio de dependência do

financiamento do sistema do OE. Porém, da análise dos resultados das projecções

resulta clara a conclusão de que a introdução desta medida não tornaria em

momento algum o sistema auto-sustentável, mesmo no longo prazo, e continuaria

a exigir a transferência de compensações anuais para colmatar o seu desequilíbrio

financeiro.

No cenário de incorporação das alterações legislativas previstas no diploma sobre a

convergência das pensões e demais medidas com impacto nos sistemas públicos de

pensões propostas no OE 2014:

18. A subida da taxa de contribuição das entidades empregadoras, em 3,75 pontos

percentuais, tem um impacto positivo sobre os proveitos da CGA, estimado em

383,4 milhões de EUR em 2014, correspondendo a 0,23% do PIB nesse ano. Este

efeito positivo será, contudo, cada vez menor, fruto quer da redução gradual do

número de subscritores que contribuem para o sistema (efeito-quantidade) quer

da política de contenção salarial na administração pública prevista para os

próximos anos (efeito-preço), sendo que em 2050 já será praticamente nulo.

19. A aplicação simultânea das medidas de política legislativa permitiria reduzir os

custos com pensões em todo o período projectado. A redução nos custos seria de

760 M€ em 2014 e 765 M€ em 2015, crescendo depois de forma regular até atingir

um máximo de 888 M€ em 2028, ano a partir do qual a poupança começaria a

decrescer. Este ano corresponde, sensivelmente, ao momento estimado para o

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

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início do decréscimo do número total de aposentados, reformados e pensionistas

do sistema. A redução do custo com pensões em percentagem do PIB atingiria o

valor máximo logo no ano de 2014, sobretudo pelo efeito denominador (aumento

do PIB), uma vez que a diminuição da despesa em termos nominais só é alcançada

mais tarde.

20. A redução nos custos com pensões é estimada em todas as contingências, com

maior destaque naturalmente para as pensões de velhice e resulta,

essencialmente, do efeito conjugado das várias medidas sobre as pensões médias

dos actuais e futuros pensionistas. Estima-se igualmente um contributo positivo

para a redução dos encargos com pensões decorrente do aumento da idade média

efectiva de entrada na aposentação, em resposta ao aumento da idade legal de

reforma, e da correspondente redução do período de atribuição da pensão.

21. A redução estimada (face ao cenário base) no valor médio das pensões de

aposentação, reforma e sobrevivência decorre da aplicação conjugada de medidas

com impacto directo sobre o valor da pensão actual e/ou inicial, ou sobre o valor

acumulado das pensões percebidas (no caso da aplicação da «condição de

recursos» às pensões de sobrevivência).

22. O contributo das medidas (do lado da receita e do lado da despesa) para a

diminuição do esforço do Estado no financiamento do sistema seria positivo em

todo o período analisado. A redução ascenderia a 1.064 M€ (ou 0,6% do PIB) em

2014, correspondendo a um corte de 20,7% face ao valor da dotação estimado no

cenário base e a 1.082 M€ (0,6% do PIB) em 2015. O valor estimado da redução na

dotação anual do OE para a CGA, em consequência da aplicação das medidas, é

superior a 1.000 milhões até 2029, inclusive, reduzindo-se depois de forma gradual

até ao final do período da projecção, quer pela atenuação do contributo positivo

dado pelo aumento da taxa de contribuição, quer pelo contributo com origem no

valor médio das pensões e no número de pensionistas.

23. A combinação de medidas que incidem sobre as fontes de financiamento do

sistema com medidas que actuam do lado da despesa com pensões permitiria

reduzir o rácio de dependência do OE em 7,5 pontos percentuais em 2014,

decrescendo a importância do impacto depois de forma paulatina no tempo até ao

final do horizonte da projecção.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

8

24. Em sentido contrário, o rácio de auto-financiamento do sistema registaria uma

melhoria importante, mas insuficiente para tornar o sistema auto-sustentável no

longo prazo, continuando a pressionar consideravelmente as finanças públicas do

país.

O quadro seguinte contém uma síntese comparativa dos principais indicadores

financeiros retirados da avaliação actuarial do sistema de pensões da CGA nos três

cenários. Em particular, evidencia o valor projectado dos encargos com pensões, das

quotizações e contribuições e da estimativa da dotação a transferir do Orçamento de

Estado para a CGA, em termos nominais e em percentagem do PIB, no cenário base.

Pode analisar-se também o impacto diferencial positivo/negativo (na comparação com

o cenário base) das medidas consideradas nos cenários II e III.

Na avaliação do impacto das medidas sobre a estimativa da dotação do OE, assinala-se

que o cenário III seria aquele que, na comparação com o cenário base, permitiria num

futuro próximo reduzir de forma mais expressiva a pressão sobre as finanças públicas,

actuando conjuntamente sobre os proveitos e sobre os custos do sistema. No cenário

II, a redução da pressão orçamental no curto e médio prazo teria origem apenas no

lado da receita, atenuando-se progressivamente (até ficar negativa) à medida que as

novas gerações de subscritores chegassem à aposentação.

INDICADORES FINANCEIROS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Custos com Pensões 7.950,8 9.279,3 9.487,9 9.695,3 11.291,8 13.770,8 13.503,7 9.940,3 5.433,7

em % do PIB 4,8% 5,6% 5,6% 5,6% 5,5% 4,7% 3,3% 1,8% 0,7%

Contribuições/Quotizações 2.826,6 3.616,0 3.169,5 3.014,9 2.314,2 1.349,6 394,6 11,5 0,0

em % do PIB 1,7% 2,2% 1,9% 1,7% 1,1% 0,5% 0,1% 0,0% 0,0%

Dotações do OE 4.463,0 4.530,3 5.127,0 5.863,1 8.026,4 11.373,9 12.078,6 9.302,7 5.091,4

em % do PIB 2,7% 2,7% 3,0% 3,4% 3,9% 3,9% 2,9% 1,7% 0,7%

Custos com Pensões 0,0 0,1 0,3 0,4 2,2 20,0 482,7 3.863,0 11.868,9

em % do PIB 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,1% 0,7% 1,5%

em % do Cenário Base 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,1% 3,6% 38,9% 218,4%

Contribuições/Quotizações 213,6 297,6 343,3 383,8 894,3 2.766,2 5.675,1 8.834,9 12.672,7

em % do PIB 0,1% 0,2% 0,2% 0,2% 0,4% 0,9% 1,4% 1,6% 1,6%

Dotações do OE 0,0 -297,5 -343,0 -383,4 -892,2 -2.747,5 -5.222,8 -5.215,2 -1.551,3

em % do PIB 0,0% -0,2% -0,2% -0,2% -0,4% -0,9% -1,3% -0,9% -0,2%

em % do Cenário Base 0,0% -6,6% -6,7% -6,5% -11,1% -24,2% -43,2% -56,1% -30,5%

Custos com Pensões 0,0 0,0 -759,6 -765,3 -821,1 -884,4 -777,1 -546,6 -304,3

em % do PIB 0,0% 0,0% -0,5% -0,4% -0,4% -0,3% -0,2% -0,1% 0,0%

em % do Cenário Base 0,0% 0,0% -8,0% -7,9% -7,3% -6,4% -5,8% -5,5% -5,6%

Contribuições/Quotizações 0,0 0,0 383,4 364,7 279,9 163,3 47,7 1,4 0,0

em % do PIB 0,0% 0,0% 0,2% 0,2% 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0%

% Cenário Base 0,0% 0,0% 12,1% 12,1% 12,1% 12,1% 12,1% 12,1% NA

Dotações do OE 0,0 0,0 -1.063,7 -1.081,8 -1.049,3 -991,9 -775,9 -513,5 -285,1

em % do PIB 0,0% 0,0% -0,6% -0,6% -0,5% -0,3% -0,2% -0,1% 0,0%

em % do Cenário Base 0,0% 0,0% -20,7% -18,5% -13,1% -8,7% -6,4% -5,5% -5,6%

CEN

ÁR

IO B

ASE

DIF

EREN

ÇA

EN

TRE

O

CEN

ÁR

IO II

I E O

CEN

ÁR

IO

BA

SE

DIF

EREN

ÇA

EN

TRE

O

CEN

ÁR

IO II

E O

CEN

ÁR

IO

BA

SE

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

9

Para quantificar o nível de (in)sustentabilidade financeira da CGA, calculou-se

igualmente a dívida implícita do regime de pensões em valor actual absoluto, e em

percentagem do PIB do ano base (2012), considerando três hipóteses alternativas para

a taxa de desconto (flat yield curve) e tomando como referência um horizonte

temporal futuro de 75 anos.

A dívida implícita do esquema público de pensões gerido pela CGA quantifica, para um

dado horizonte temporal, o valor actual dos futuros desequilíbrios orçamentais com

origem no subsistema de protecção social. Dito de outro modo, mede o valor actual

das futuras dotações orçamentais que, juntamente com as quotizações e contribuições

actuais e outras fontes de financiamento do sistema, seriam necessárias para financiar

todos os compromissos de despesa com o pagamento das pensões assumidos.

Corresponde ao valor dos activos financeiros que deveriam actualmente existir num

fundo de reserva tal que, se esses activos fossem investidos nos mercados financeiros

e gerassem uma determinada taxa de rendibilidade (que se assume igual à taxa de

desconto), o sistema estaria em condições de cumprir com os seus compromissos sem

necessidade de alterar contribuições e/ou prestações no futuro.

A síntese dos resultados deste exercício é apresentada no quadro seguinte:

Da sua leitura, pode concluir-se que:

No cenário base a dívida implícita actual do sistema de pensões da CGA oscilaria

entre os 245.631 M€ (ou 148,5% do PIB) no cenário mais pessimista de uma taxa

de desconto de 3% e os 168.862 M€ (ou 102,1%) na hipótese mais favorável de

uma taxa de desconto anual nominal de 5%.

3% 4% 5%Em Milhões EUR

Cenário Base 245.631 201.885 168.862

Cenário Virtual II 179.588 150.522 128.380

Cenário c/ medidas 223.847 183.330 152.829

Em % PIB 2012

Cenário Base 148,5% 122,1% 102,1%

Cenário Virtual II 108,6% 91,0% 77,6%

Cenário c/ medidas 135,3% 110,8% 92,4%

Dif. Face cenário base

Cenário Virtual II -39,9% -31,1% -24,5%

Cenário c/ medidas -13,2% -11,2% -9,7%

Taxa de desconto

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

10

No cenário contrafactual de reabertura do sistema a novas inscrições de

subscritores, a dívida implícita do sistema reduzir-se-ia, face ao cenário base,

entre os 39,9 pontos percentuais (pp) do PIB, na hipótese de taxa de desconto

mais desfavorável, e os 24,4 pp no pressuposto mais favorável de taxa de

desconto.

No cenário em que são adoptadas conjuntamente todas as medidas de política

legislativa avaliadas, a amplitude do contributo para a redução da dívida implícita

do sistema situar-se-ia entre os 21.784 M€ (13,2% do PIB) e os 16.033 M€ (9,7%

do PIB) face ao cenário base.

Os níveis de dívida implícita do sistema de pensões da CGA, nos três cenários

considerados, são muito elevados e colocarão, no futuro, uma pressão

orçamental significativa sobre as finanças públicas.

Évora, 12 de Novembro de 2013

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

11

2 Introdução

A situação económica que Portugal atravessa no contexto actual vem associar-se a

uma já longa experiência de evolução demográfica particularmente desfavorável aos

sistemas de pensões geridos em sistema de repartição contemporânea. À actual

conjuntura, de indiscutível pressão financeira sobre as contas públicas, associam-se

previsões de curto e médio prazo que, quer na vertente económica quer financeira,

indiciam uma tendência para o agravamento das responsabilidades com o pagamento

das pensões dos regimes contributivos públicos, sem o concomitante aumento das

contribuições que devem ser o pilar fundamental da sustentabilidade financeira do

sistema.

O sistema público de pensões português agrega1 dois regimes:

O Regime da Segurança Social (RGSS), que abrange os trabalhadores do sector

privado e os funcionários públicos inscritos a partir de 2006. Este regime

assenta fundamentalmente no sistema previdencial e no subsistema de

solidariedade. O primeiro corresponde ao designado regime geral contributivo,

o segundo inclui o regime não-contributivo, o regime especial de segurança

social das atividades agrícolas (fechado para novos contribuintes desde 1986),

os regimes transitórios ou outros formalmente equiparados a não

contributivos. Existe ainda o sistema complementar (público e privado), o qual

compreende o regime público de capitalização e os regimes complementares

de iniciativa coletiva (regimes profissionais complementares) e de iniciativa

individual (casos dos planos poupança-reforma, seguros de vida e de

capitalização).

O subsistema da Caixa Geral de Aposentações (CGA), actualmente designado

de Regime de Protecção Social Convergente (RPSC), destinado aos funcionários

públicos e agentes administrativos inscritos até 31-12-2005.

No presente estudo realiza-se um exercício de projecção dos indicadores de

sustentabilidade demográfica e financeira apenas para o subsistema de pensões da

Caixa Geral de Aposentações (CGA).

A CGA é a instituição que tem por missão gerir o regime de segurança social público

em matéria de pensões de aposentação, de reforma, de sobrevivência e de outras de

natureza especial e existe desde 1929. Começou por pagar pensões de aposentação à

generalidade dos funcionários públicos e pensões de reforma às forças armadas e à

Guarda Nacional Republicana mas, cinco anos mais tarde, em 1934, foi criado o

1 O Sistema Público de Pensões em Portugal. Ministério das Finanças, GPEARI, Dezembro de 2012

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

12

Montepio dos Servidores do Estado (MSE) que pagava pensões de sobrevivência aos

seus herdeiros. Juntos, a CGA e o MSE formavam a Caixa Nacional de Previdência

(CNP), uma instituição anexa à Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência (CGD),

sujeita à sua administração. Em 1993, a Caixa Geral de Aposentações absorveu o MSE

e autonomizou-se financeira e administrativamente da Caixa Geral de Depósitos,

sendo hoje em dia tutelada pelo Ministério das Finanças. Para além de pensões de

aposentação, de reforma, e de sobrevivência, a CGA paga hoje prestações de natureza

especial (que não têm na sua génese quaisquer quotas ou contribuições), como as

pensões de preço de sangue, pensões por serviços excepcionais e relevantes prestados

à Pátria, pensões de ex-prisioneiros de guerra, pensões por méritos excepcionais na

defesa da liberdade e da democracia, pensões por condecorações, subvenções

mensais vitalícias, entre outras.

São subscritores da CGA os funcionários e agentes administrativos – civis e militares –

da Administração Pública Central, Local e Regional. Neste regime de previdência estão

também abrangidos os magistrados, assim como os professores do ensino particular e

cooperativo e trabalhadores de algumas empresas públicas e sociedades anónimas de

capitais públicos (ex-empresas públicas). A CGA tem a seu cargo a gestão do regime de

segurança social dos funcionários públicos e trabalhadores equiparados admitidos até

31-12-2005, data em que o sistema foi encerrado para novas inscrições de

subscritores.

O regime de pensões da CGA é um regime público, instituído, gerido e garantido

financeiramente pelo Estado, que visa garantir prestações substitutivas de

rendimentos do trabalho nas eventualidades velhice, morte e invalidez. O regime é

financiado e gerido através do método de repartição contemporânea “pay-as-you-go”.

Sendo um sistema de repartição, pressupõe a solidariedade entre gerações, na medida

em que as pensões em pagamento são suportadas pelas quotizações e contribuições

pagas pelos actuais subscritores e entidades empregadoras, no compromisso implícito

de que novas gerações assumirão no futuro os encargos com as pensões das gerações

de subscritores precedentes.

O regime de pensões da CGA é um regime contributivo, i.e., as contribuições dos

subscritores e dos seus empregadores deveriam, à partida, ser suficientes para

financiar o sistema. Nos casos em que se verifica a insuficiência de proveitos obtidos

desta forma para assegurar o pagamento dos encargos com pensões é necessário

recorrer a fontes de financiamento externas ao regime, que no caso da CGA têm

passado sistematicamente pelo recurso a dotações anuais crescentes provenientes do

Orçamento de Estado, ou seja, receitas de impostos.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

13

A sustentabilidade financeira deste modelo de financiamento depende da evolução

esperada, mas incerta, a longo prazo de um conjunto numeroso de factores de

natureza demográfica e económica, dos quais depende a capacidade efectiva das

gerações futuras assumirem os encargos com as pensões das gerações de subscritores

que as antecederam. É por isso fundamental que, num regime de pensões assente

neste modelo de financiamento, se efectue uma avaliação regular e sistemática da

relação entre o valor dos direitos constituídos sobre o sistema pelas gerações actuais e

futuras, e as condições materiais e objectivas nas quais as gerações futuras estarão

efectivamente em condições de assegurar o cumprimento das obrigações assumidas,

assegurando o respeito por princípios de equidade intra e inter-geracional.

No caso particular da CGA, o regime de pensões é, desde o final de 2005, um regime

fechado a novos subscritores, pelo que é expectável, desde esta data, que o montante

de transferências necessárias para assegurar o reequilíbrio financeiro do sistema tenda

a aumentar significativamente nos próximos anos. Na Figura 1 pode observar-se que as

transferências anuais do OE são já hoje superiores a 50% da despesa com pensões.

Figura 1: Histórico de receitas da CGA (2001 -2012)

Fonte: Elaborado pelos autores com base em informação disponibilizada por CGA, Ministério

das Finanças e PORDATA

Para além das consequências do envelhecimento demográfico, os sistemas públicos de

pensões são sensíveis às tendências de longo prazo das variáveis macroeconómicas,

onde se destaca o efeito de alterações na estrutura produtiva, a situação das finanças

públicas, a evolução do emprego público e privado, os ganhos de produtividade e seu

reflexo na remuneração do factor trabalho, a eficiência do sistema financeiro na

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Receitas CGA

Receitas - Quotizações Receitas - OE

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

14

libertação de recursos para o investimento e na diminuição do custo real do capital, as

alterações na composição dos agregados familiares.

Com o objectivo de tornar os sistemas públicos de pensões financeiramente

sustentáveis a longo prazo, face a um contexto de envelhecimento da população,

maturação do sistema, crescimento económico incipiente, peso crescente da despesa

com pensões no conjunto da despesa primária e no universo das próprias prestações

sociais pagas pelo Estado, desequilíbrio das contas públicas, dificuldade

(impossibilidade) de acesso aos mercados de crédito e, na situação actual, os

constrangimentos inerentes ao pedido de auxílio externo realizado em 2011, diversas

medidas legislativas de natureza paramétrica têm sido tomadas nos últimos anos.

O processo de convergência dos sistemas públicos de protecção social iniciou-se em

1993, pela aplicação aos funcionários públicos contratados a partir de 1 de Setembro

de 1993 das regras de cálculo da pensão do regime geral de segurança social. Teve

continuidade no final de 2005, aquando da publicação da Lei n. º 60/2005, de 29 de

Dezembro, no âmbito da qual, entre outros aspectos, se alteraram as regras de cálculo

das pensões dos funcionários da Administração Pública inscritos na CGA, de modo a

convergirem para as do RGSS.

Com a publicação da Lei n. º 60/2005, de 29 de Dezembro, foram definidos os

mecanismos de convergência da protecção social dos funcionários públicos cobertos

pela CGA para o RGSS, nomeadamente no que respeita às condições de acesso à

aposentação e ao cálculo do montante da pensão, tendo ainda sido introduzidas

mudanças no Estatuto de Aposentação dos trabalhadores do Estado. Destacam-se, em

especial, os seguintes pontos:

• Os novos funcionários admitidos a partir de 2006 passaram a ser inscritos

automaticamente no RGSS. Isto significa que a CGA deixou de ter entradas de novos

subscritores;

• Os trabalhadores inscritos na CGA até 2005 mantiveram o seu regime mas a idade

legal de aposentação, até então de 60 anos, passou a convergir, a partir de 2006 e até

2015, para a idade legal de reforma do RGSS, de 65 anos, ao ritmo de seis meses por

cada ano civil. A partir de 1 Janeiro de 2015, os subscritores da CGA que atinjam os 65

anos de idade passariam a ter um período de garantia (número de anos necessário

para o subscritor se qualificar para o recebimento de uma pensão) de acesso à pensão

idêntico ao do RGSS (15 anos);

• Para os subscritores registados até 31 de Agosto de 1993, o período de garantia

para se qualificar para recebimento de uma pensão completa, entre 2006 e 2013, teria

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

15

que aumentar gradualmente dos 36 anos para os 40 anos de serviço, tal como definido

para o RGSS, ao ritmo de seis meses por cada ano civil;

• A fórmula de cálculo das pensões de aposentação e sobrevivência, para os

funcionários que entraram na função pública até 31 de Agosto de 1993, foi alterada

para assegurar a convergência com a fórmula aplicável a todos os funcionários

públicos admitidos após 1 de Setembro 1993 e a todos os beneficiários do RGSS.

• A eliminação ou adaptação de várias dezenas de regimes especiais de aposentação

e de reforma da CGA, mais favoráveis do que o previsto no Estatuto da Aposentação

aplicado pela CGA à generalidade dos seus subscritores.

Outras medidas legislativas se seguiram neste sentido, como sejam em 2008, na

sequência da alteração da lei de bases da segurança social, a aplicação às pensões

atribuídas a partir desse ano do denominado factor de sustentabilidade, as mudanças

no regime de aposentação antecipada, a aplicação da nova regra de revalorização

anual das pensões, passando a depender automaticamente do valor da inflação e do

crescimento real do PIB, entre outras.

Abrangidos pela própria CGA sempre coexistiram com o regime «geral» do Estatuto da

Aposentação inúmeros regimes especiais mais favoráveis em diversos domínios, como

sejam as condições de aposentação ou reforma e as regras de cálculo e/ou de

actualização da pensão. Estes regimes especiais, que se foram cristalizando no tempo

em resultado de sucessivas cláusulas de salvaguarda de direitos que acompanharam

diversas reformas do regime, obrigam ainda hoje a CGA a aplicar, a determinados

subscritores, regimes há muito tempo revogados, sendo questionáveis do ponto de

vista da equidade intergeracional.

Historicamente, aplicou-se aos trabalhadores da Administração Pública (AP) um regime

especial, que foi sendo designado por «regime de proteção social da função pública»,

cuja autonomia foi mantida pelas sucessivas leis de bases de segurança social que, por

outro lado, determinaram sempre a obrigatoriedade da sua convergência com os

outros regimes do sistema, nomeadamente o RGSS dos trabalhadores por conta de

outrém.

A Lei 4/2009, de 29 de Janeiro, com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2009, define,

pela primeira vez, a protecção social de todos trabalhadores que exercem funções

públicas de forma global, efectiva e integrada, tendo em conta o respeito pelos

direitos adquiridos e em formação e o imperativo legal da realização da convergência

dos regimes.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

16

Essa Lei promove, por um lado, a integração progressiva no RGSS dos trabalhadores

em funções públicas, sendo nele enquadrados obrigatoriamente os que iniciaram

actividade profissional na AP depois de 1 de Janeiro de 2006, bem como os que, desde

anos anteriores, já tinham sido nele inscritos como seus beneficiários para todas as

eventualidades.

Por outro lado, cria o regime de protecção social convergente (RPSC), regime fechado

que abrange apenas os trabalhadores admitidos na AP até 31 de Dezembro de 2005 e

que estavam sujeitos ao «regime de proteção social da função pública», inscritos na

Caixa Geral de Aposentações.

O regime de protecção social convergente integra as eventualidades previstas no

sistema previdencial, nomeadamente doença, maternidade, paternidade e adopção,

desemprego, acidentes de trabalho e doenças profissionais, invalidez, velhice e morte.

A organização do RPSC mantém, no essencial, a do anterior «regime de proteção social

da função pública», ou seja, continua a ser o empregador (os órgãos e serviços) que

assume as responsabilidades e as competências da concretização do direito da

protecção social, sendo que cabe à CGA a gestão do regime de pensões.

Para concretizar um dos pontos do Plano de Assistência Económica e Financeira,

relativo à convergência da Protecção Social, e tendo em conta as alterações da Lei de

Bases da Segurança Social em relação à definição da idade legal de reforma, o actual

Governo submeteu ao Parlamento, para discussão e aprovação, em Setembro de 2013,

uma proposta de Lei da Convergência dos Regimes de Protecção Social dos

Trabalhadores da Administração Pública cobertos pelo regime da CGA. Paralelamente,

foi apresentada recentemente na Assembleia da República uma proposta de

Orçamento de Estado para 2014 contendo um conjunto de medidas legislativas com

impacto nos regimes públicos de segurança social.

Neste contexto, torna-se imperioso quantificar o valor actual das responsabilidades

assumidas pelo Estado no âmbito dos Sistemas Públicos de Pensões, em particular do

subsistema gerido pela CGA, projectando as trajectórias mais prováveis para a

evolução dessas responsabilidades e das receitas geradas pelas fontes de

financiamento e projectando o valor anual das transferências do OE necessárias para

reequilibrar o sistema.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

17

3 Objectivos do Estudo

A avaliação dos Sistemas Públicos de Pensões é fundamental, quer numa perspectiva

de adequação das suas fontes de financiamento quer com vista a equacionar formas

alternativas de estruturação dos sistemas.

A este nível, a tomada de decisões em tempo oportuno é crucial para garantir a

existência de sistemas de pensões adequados, seguros e sustentáveis, minimizando o

impacto decorrente do envelhecimento generalizado da população, do aumento da

esperança média de vida, do decréscimo da população em idade activa e do aumento

do rácio de dependência, uma realidade que será particularmente determinante nas

próximas décadas e que será agravada pela maturidade dos sistemas públicos de

Segurança Social.

Os objectivos do presente estudo são o de caracterizar a situação actual do regime de

pensões gerido pela Caixa Geral de Aposentações e o de avaliar a sua sustentabilidade

financeira de longo prazo. Na prática, tal implica avaliar actuarialmente se as receitas

projectadas com quotizações e contribuições sociais são suficientes para financiar as

despesas projectadas com pensões, e estimar as necessidades de financiamento

adicionar externo (dotações do OE, IVA, outras) necessárias para assegurar o seu

reequilíbrio e a sua efectiva capacidade de assegurar a cobertura das

responsabilidades actuais e futuras.

No estudo, efectua-se ainda uma análise do impacto sobre os indicadores de

sustentabilidade financeira do sistema resultante da aplicação de medidas legislativas

recentemente apresentadas e em processo de discussão e aprovação.

Para concretizar os objectivos do estudo, consideram-se três cenários alternativos:

• Cenário I (Cenário Base) - Avaliação do modelo actual da CGA (sistema

fechado), contemplando no entanto já a redução salarial dos funcionários e

agentes administrativos da Administração Pública (AP) Central, Local e Regional

prevista no OE 2014.

• Cenário II - Avaliação do modelo actual da CGA, considerando a redução salarial

dos funcionários e agentes administrativos da AP prevista no OE 2014 mas

admitindo que o regime se tinha mantido aberto a novos subscritores desde finais

de 2005 (sistema aberto).

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

18

• Cenário III - Avaliação da sustentabilidade financeira da CGA num cenário em

que são implementadas as alterações previstas no diploma sobre a convergência

das pensões entre a CGA e o RGSS e demais medidas legislativas com impacto na

na CGA (e no RGSS) previstas no OE 2014, retomando o cenário factual de

manutenção do sistema fechado a novos subscritores

Para cada um dos três cenários, projectam-se as principais variáveis e indicadores para

o período de 2012-2060, considerando 2012 como ano base.

No estudo, são considerados os seguintes tipos de pensões:

Pensão de Velhice e Invalidez: prestação pecuniária mensal vitalícia,

designada por pensão, atribuída na sequência da cessação do exercício de

funções por aposentação/reforma. Pode ocorrer por iniciativa do subscritor,

quando para tal reúna os requisitos, por incapacidade, por limite de idade ou

por aplicação de legislação específica. Pode ser voluntária, obrigatória,

ordinária ou extraordinária.

Pensão de Sobrevivência: prestação pecuniária mensal, atribuída aos

herdeiros hábeis, em caso de falecimento do subscritor/pensionista, cujo

montante é determinado em função da pensão de aposentação que lhe dá

origem.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

19

4 Modelo de Projecção e Pressupostos

O modelo utilizado na projecção da sustentabilidade financeira do Regime de

Protecção Social dos trabalhadores da administração pública, gerido pela CGA, é um

modelo de natureza actuarial/contabilística que permite projectar, de forma integrada,

a situação financeira do sistema a longo prazo. Este tipo de modelos permite uma

modelação pormenorizada da evolução demográfica, dos aspectos relacionados com a

evolução diferenciada do mercado de trabalho por faixas etárias, da população de

subscritores por idade e género, das regras de formação e actualização da pensão por

eventualidade, das regras de cálculo dos benefícios e dos vários regimes legais que

todavia coexistem no sistema, com períodos de transição relativamente longos.

O modelo contempla uma determinação prévia (projecção) pelo analista do cenário

demográfico, macroeconómico e actuarial ao longo do horizonte temporal do estudo,

não contemplando a reacção endógena deste às medidas de reforma consideradas,

nem a eventuais variações da percepção dos agentes económicos sobre a

sustentabilidade financeira dos sistemas de protecção social. Tal tipo de análise só é

possível com recurso a modelos dinâmicos de equilíbrio geral, com gerações

sobrepostas que levam em linha de conta as decisões de optimização intertemporal

dos agentes económicos, modelos que, no seu estado actual de desenvolvimento,

ainda apresentam algumas dificuldades importantes na modelação adequada dos

sistemas de pensões.

O modelo construído e utilizado neste estudo tem uma estrutura modular

compreendendo:

Módulo de demografia, onde se projectam, com recurso a modelos estocásticos, as

dinâmicas das componentes de alteração demográfica (mortalidade, fecundidade,

saldos migratórios) e se projecta a evolução da população residente e a sua estrutura

etária;

Módulo do mercado de trabalho, que compreende as dinâmicas de participação no

mercado de trabalho, a evolução do emprego (em particular do emprego público) e do

desemprego;

Módulo dos subscritores, que projecta o número de subscritores activos do sistema;

Módulo das remunerações, declaradas ou convencionadas, onde se projecta a

dinâmica salarial nominal e real dos subscritores da CGA;

Módulo das quotizações, onde se estima a evolução das quotizações de trabalhadores

e contribuição de entidades para o sistema;

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

20

Módulo dos aposentados, reformados e pensionistas, que projecta o número de

aposentados, reformados e pensionistas, por idade e por contingência (Velhice,

Invalidez, Sobrevivência e PPSO - Viuvez/Orfandade)

Módulo de pensões, onde se projectam as novas pensões e a actualização das pensões

transitadas de anos anteriores;

Módulo das sínteses financeiras do sistema, onde se apuram os custos e proveitos do

sistema, bem como um conjunto de indicadores de análise da sua sustentabilidade

financeira.

Cada variável do modelo é trabalhada de forma agregada por género (masculino e

feminino) e, para cada um destes, por idade inteira (dos 0 aos 120 anos). Em cada

categoria de dados, a informação disponível reflecte os valores médios observados nas

variáveis. Nas secções seguintes apresentam-se, de forma resumida, os principais

pressupostos demográficos, macroeconómicos e actuariais utilizados neste estudo.

A realização de um exercício de avaliação da sustentabilidade financeira de longo

prazo dos sistemas de pensões implica a modelação e a projecção de milhares de

variáveis por um período temporal bastante alargado. Dado que o exercício de

projecção realizado no estudo reporta a um período temporal bastante longo, refere-

se que todas as conclusões se suportam no conhecimento científico e nos modelos de

previsão adoptados pelos autores e pelas várias organizações internacionais (OCDE,

FMI, Comissão Europeia) que procedem regularmente à projecção das variáveis de

base usadas neste relatório.

4.1 Pressupostos Demográficos

Os pressupostos demográficos utilizados neste estudo resultam das projecções de

população residente realizadas pelos autores, considerando a informação estatística

mais recente sobre a contagem da população portuguesa (Censos 2011) e a adopção

de modelos estocásticos para projectar a evolução das componentes de alteração

demográfica (fecundidade, mortalidade, saldos migratórios).

4.1.1 Fertilidade

A projecção da evolução do Índice Sintético de Fecundidade (ISF) derivada neste

estudo resulta da modelação das séries temporais históricas das taxas de fecundidade

por idade da mulher fecunda, registadas nos últimos 30 anos, e da incorporação de

pressupostos sobre a convergência gradual e lenta do ISF e das taxas de fertilidade

observadas em Portugal para os correspondentes valores observados nos Estados

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

21

Membros de referência da União Europeia. Para a União Europeia como um todo, nas

últimas projecções demográficas é projectado um crescimento do valor do ISF de 1,59

em 2010 para 1,64 em 2030 e de 1,71 em 2060 (vidé relatório EUROPOP 2010, CE). O

pressuposto de convergência implica, igualmente, que os maiores aumentos

projectados para o ISF terão lugar nos países em que as taxas de fertilidade são mais

baixas, como é o caso de Portugal. Segundo as nossas projecções, num cenário

moderado, esse aumento terá lugar de forma gradual mas lenta, com as taxas de

fertilidade a convergirem para a média da UE em 2060 sem, contudo, as alcançarem

nessa data.

O Quadro 1 representa a evolução do ISF projectada para Portugal. Como se observa

pela leitura do quadro, é projectado um incremento de 0,17 no ISF no período

compreendido entre 2012 e 2060, partindo de um valor de 1,28 observado em 2012

para um valor projectado de 1,45 em 2060. Prevê-se que aumento do ISF ocorra

gradual e quase linearmente ao longo do período considerado.

Quadro 1: Evolução do Índice Sintético de Fecundidade (2012-2060)

Fonte: Estimativa dos autores

Apesar desta previsão de crescimento, as taxas de fertilidade em Portugal

permanecerão bem abaixo dos níveis necessários para assegurar a substituição natural

das gerações contribuindo, desta forma, e de forma significativa, para o acentuar do já

hoje elevado envelhecimento da população portuguesa e, como se verá mais adiante,

para a diminuição substancial da população em idade activa.

4.1.2 Mortalidade e esperança média de vida

O cenário demográfico relativo à componente mortalidade considerado neste estudo

prevê a continuação do declínio nas taxas de mortalidade, observado em todas as

idades nos últimos 30 anos, e o consequente aumento da esperança média de vida à

nascença e nas idades adultas, com especial relevo para a actual idade estatutária de

reforma dos 65 anos. Os indicadores relativos à esperança média de vida foram

derivados com recurso à construção de Tábuas de Mortalidade Prospectivas para a

População Portuguesa. Estas, por sua vez, foram estimadas com recurso às

metodologias mais recentes de projecção da mortalidade, envolvendo nomeadamente

Projecções Demográficas 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Índice Sintético de Fecundidade (ISF) 1,28 1,27 1,28 1,29 1,31 1,35 1,38 1,41 1,45

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

22

a aplicação do método Poisson-Lee-Carter (Brouhns et al., 2002)4 às taxas brutas de

mortalidade totais e desagregadas por género, registadas na população portuguesa

nos últimos 30 anos, com fecho das tábuas aos 120 anos mediante aplicação da

metodologia proposta por Denuit e Goderniaux (2005)5.

O Quadro 2, a Figura 2 e a Figura 3 sintetizam os resultados deste exercício de

projecção da mortalidade, apresentando os indicadores de esperança média de vida à

nascença e aos 65 anos de idade, numa óptica transversal ou de período (óptica

convencional, que considera as condições de mortalidade observadas num dado ano

de calendário) e numa óptica geracional (por cohort, i.e., por ano de nascimento).

Quadro 2: Evolução da Esperança de Vida à nascença e aos 65 anos (2012-2060)

Fonte: The EUROPOP2010 (Eurostat Population Projections 2010), EUROSTAT; Projecções demográficas

elaboradas pelos autores

Como se observa pela leitura do Quadro 2, as projecções de longevidade evidenciam a

continuação do aumento gradual da esperança média de vida durante o período da

projecção em todas as idades. Para a população masculina, e considerando as tábuas

de mortalidade calculadas por ano cronológico, é estimado um aumento de 8,2 anos

na esperança média de vida à nascença, de 77,1 anos em 2012 para 85,3 anos em

4 Brouhns, N., Denuit, M. Vermunt, J. (2002). A Poisson Log-Bilinear Regression Approach to the Construction of Projected Life Tables, Insurance: Mathematics & Economics 31, 373-393. 5 Denuit, M. e Goderniaux, A. (2005). Closing and projecting lifetables using log-linear models. Bulletin de l'Association Suisse des Actuaries, 1, 29-49.

Projecções Demográficas 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Esperança de vida à nascença (period approach)

Homens 77,1 77,3 77,5 77,7 78,7 80,6 82,3 83,9 85,3

Mulheres 83,2 83,4 83,5 83,8 84,7 86,4 88,0 89,3 90,6

Sexos combinados 80,2 80,4 80,5 80,7 81,6 83,2 84,6 85,9 87,0

Esperança de vida aos 65 anos (period approach)

Homens 17,3 17,4 17,5 17,7 18,3 19,5 20,7 21,8 22,9

Mulheres 20,9 21,0 21,1 21,3 21,9 23,2 24,4 25,5 26,5

Sexos combinados (Metodologia INE) 18,8 19,0 19,1 19,2 19,8 20,9 22,0 23,0 23,9

Esperança de vida aos 65 anos (cohort approach)

Sexos combinados 20,5 20,6 20,7 20,8 21,4 22,4 23,3 24,2 25,1

Factor de Sustentabilidade

Formulação Actual 0,95 0,95 0,94 0,94 0,91 0,86 0,82 0,78 0,75

Proposta OE 2014 0,88 0,88 0,88 0,87 0,85 0,80 0,76 0,73 0,70

Saldo Migratório Líquido (milhares) 0,0 -25,0 -17,7 -12,6 1,9 15,3 22,1 27,6 33,6

Saldo Migratório Líquido em % da população 0,00 -0,24 -0,17 -0,12 0,02 0,15 0,23 0,30 0,38

População (milhões) 10,49 10,45 10,42 10,39 10,25 9,96 9,61 9,21 8,79

População (0-14) em % do Total 14,8 14,6 14,3 14,0 12,8 11,4 11,4 11,3 11,2

População (25-54) em % do Total 42,5 42,1 41,8 41,4 39,4 35,9 33,5 33,0 32,4

População em idade activa (15-64) em % do Total 65,8 65,5 65,3 65,2 64,0 60,6 55,9 53,4 54,0

População (65+) em % do Total 19,4 19,9 20,4 20,8 23,1 28,1 32,7 35,3 34,8

População (80+) em % do Total 5,3 5,6 5,8 6,0 7,0 8,9 11,1 13,7 16,2

População (80+) em % da População (65+) 27,5 28,0 28,4 28,9 30,3 31,5 33,9 38,7 46,4

População (80+) em % da População Idade Activa 8,1 8,5 8,8 9,3 10,9 14,6 19,8 25,6 29,9

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

23

2060. Para a população feminina, e considerando um cenário de diminuição gradual do

diferencial de longevidade entre géneros no período em análise, é estimado um

aumento de 7,4 anos na esperança média de vida à nascença, de um valor de 83,2

anos estimado em 2012 para 90,6 anos em 2060.

Figura 2: Evolução projectada da esperança média de vida à nascença,

por ano cronológico

Fonte: Estimativas dos autores

Figura 3: Evolução projectada para a esperança média de vida aos 65 anos,

por ano cronológico

Fonte: Estimativas dos autores

Relativamente à idade-chave dos 65 anos, e considerando novamente os cálculos

efectuados por ano cronológico, é estimado um aumento de 5,59 anos na esperança

70,0

75,0

80,0

85,0

90,0

95,0

2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Esperança de vida à nascença (period approach)

H M HM

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Esperança de vida aos 65 anos (period approach)

H M HM

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

24

média de vida remanescente da população masculina, sendo de 17,27 anos em 2012 e

prevendo-se de 22,86 anos em 2060. Relativamente à população feminina, estima-se

um aumento de 5,62 anos na esperança média de vida remanescente, aumentando de

um valor de 20,85 anos em 2012 para 26,48 anos em 2060. Relativamente ao conjunto

da população (géneros combinados), estima-se um aumento de 4,61 anos na

esperança de vida remanescente, de um valor de 19,16 anos em 2012 para 23,77 anos

em 2060.

As perspectivas de longevidade da população portuguesa são ainda mais significativas

quando se consideram as projecções efectuadas por cohort ou ano de nascimento.

Estas espelham, de forma mais adequada, a evolução desta variável demográfica na

medida em que incorporam a evolução previsível no tempo das condições de

mortalidade de cada geração, à medida que esta envelhece. Relativamente à idade-

chave dos 65 anos, e considerando agora os cálculos efectuados por ano de

nascimento, é estimado um aumento de 4,57 anos na esperança média de vida

remanescente da população total, partindo de um valor de 20,50 anos para os

indivíduos que completaram 65 anos em 2012 para atingir os 25,06 anos para os

indivíduos que completarem 65 anos em 2060.

4.1.3 Factor de Sustentabilidade

Na sequência da aprovação e entrada em vigor da Lei de Bases da Segurança Social de

2007, a evolução da longevidade esperada aos 65 anos tornou-se um indicador-chave

na determinação da pensão estatutária e na avaliação das responsabilidades dos

sistemas públicos de segurança social com pensões.

O factor de sustentabilidade, na formulação actual, é definido como o rácio entre o

valor do indicador esperança média de vida completa aos 65 anos, no ano base de

2006, e o valor desse mesmo indicador no ano anterior ao da reforma do subscritor.

Naturalmente, este factor será tanto menor (maior) quanto maior (menor) for o valor

da esperança média de vida completa aos 65 anos de idade registado no tempo, sendo

que um valor mais reduzido (elevado) deste factor se traduz, ceteris paribus, em

pensões estatutárias iniciais mais baixas (altas).

O Orçamento de Estado para 2014 (OE 2014) propõe a alteração da fórmula de cálculo

do Factor de Sustentabilidade, passando o ano de 2000 a ser considerado como ano

base. A Figura 4 representa a evolução estimada do factor de sustentabilidade no

horizonte temporal 2012-2060, considerando a formulação actual e a formulação

proposta no OE 2014.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

25

Figura 4: Evolução projectada do Factor de Sustentabilidade no horizonte temporal

2012-2060

Fonte: Estimativas dos autores

Como se observa, a previsível subida continuada da esperança média de vida aos 65

anos implicará uma trajectória decrescente para este factor, o que se traduzirá, pela

sua aplicação, ano após ano, em reduções no valor da pensão inicial para os novos

aposentados e reformados. Considerando a formulação actualmente em vigor estima-

se, por exemplo, que em 2020 a aplicação do factor de sustentabilidade se traduza

numa redução do valor da pensão estatutária em 9%, quando comparado com o que

resultaria da não existência deste elemento na fórmula de cálculo das pensões. Para

2030, 2040, 2050 e 2060 essa redução é estimada, respectivamente, em 14%, 18%,

22% e 25%. As reduções indicadas agravam-se com a reformulação da fórmula de

cálculo do factor de sustentabilidade. Segundo a proposta incluída no OE 2014, em

2020 a redução estimada será na ordem dos 15%. Para 2030, 2040, 2050 e 2060

estimam-se reduções no valor de 20%, 24%, 27% e 30%, respectivamente.

Para compensar esta redução na pensão estatutária, decorrente da aplicação do factor

de sustentabilidade, os indivíduos terão que, segundo as regras vigentes, prolongar a

sua permanência no mercado de trabalho, aproveitando os actuais mecanismos de

bonificação existentes para os indivíduos que acedam à pensão de velhice após os 65

anos de idade, e/ou complementar o seu rendimento na reforma com recurso a

sistemas complementares de poupança, nomeadamente sistemas privados.

0,65

0,70

0,75

0,80

0,85

0,90

0,95

1,00

2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

Factor de Sustentabilidade

Formulação Actual Proposta OE 2014

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

26

4.1.4 Saldo Migratório Líquido

Os fluxos migratórios em cada país são caracterizados por alguma volatilidade, fruto

das frequentes mudanças nas condições socio-económicas dos países de origem e de

destino e de alterações no enquadramento legal da imigração. Se no início da década

os saldos migratórios líquidos registados em Portugal foram muito significativos, nos

últimos anos esses fluxos reduziram-se drasticamente.

As projecções de Saldo Migratório Líquido (SML) consideradas neste estudo decorrem

de estimativas dos autores com base nos fluxos migratórios mais recentes e nas

projecções expectáveis para a sua evolução futura. Para Portugal, o estudo prevê a

ocorrência de fluxos migratórios líquidos que oscilam entre os -25 milhares em 2012 e

os 33,6 milhares em 2060 representando, em cada ano, no máximo, 0,38% das

estimativas da população residente do país. A Figura 5 sintetiza as projecções para o

SML, no horizonte temporal 2013-2060.

Figura 5: Evolução projectada para o Saldo Migratório Líquido no período 2013-2060

Fonte: The EUROPOP2010 (EUROSTAT) e Estimativas dos autores.

-0,3

-0,2

-0,1

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

-30,0

-20,0

-10,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

2013 2018 2023 2028 2033 2038 2043 2048 2053 2058

SM

L (%

Po

pu

lação

)S

ML

(m

ilh

ares)

Saldo Migratório Líquido

Saldo Migratório Líquido (milhares) Saldo Migratório Líquido em % da população

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

27

4.1.5 Estimativas de População Residente e Estrutura Etária da População

Segundo o cenário demográfico considerado neste estudo, a população portuguesa

residente registará uma diminuição de aproximadamente 1,7 milhões de habitantes no

período compreendido entre 2012 e 2060, o que corresponde a um decréscimo de

cerca de 16,2% face aos 10,5 milhões de habitantes estimados em 2012. Esta previsão

de queda da população contraria a projecção efectuada para o conjunto da UE, zona

para a qual se estima um crescimento de 5% da população no mesmo período. Na

perspectiva da sustentabilidade dos sistemas de repartição da protecção na reforma,

mais importante do que a própria dimensão do efectivo estimada para este período é

a dramática alteração na estrutura etária da população, em resultado da dinâmica das

taxas de fertilidade e de mortalidade e do saldo migratório apresentada

anteriormente.

As Figuras 6 e 7 representam a alteração prevista na estrutura etária da população

portuguesa nas próximas décadas. Como se observa nestas figuras, se em 2012 os

cohorts mais numerosos se situavam em torno dos 35 anos de idade para homens e

mulheres, estima-se que em 2060 os cohorts com maiores volumes populacionais

estejam na casa dos 60 e 80 anos, como se observa na Figura 7. A idade média da

população passará dos actuais 42,2 anos para os 50,6 em 2060, ao passo que o índice

de dependência total (15-64 anos) aumentará fortemente, passando dos actuais 51,89

para um valor previsto de 85,05 em 2060.

Figura 6: Estrutura etária da população portuguesa em 2012

Fonte: Estimativas dos autores.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

28

Figura 7: Estrutura etária da população portuguesa projectada para 2060

Fonte: Estimativas dos autores.

O envelhecimento significativo da população é explicado pela combinação da chegada

aos 65 anos de gerações numerosas nascidas nos anos 50 e 60 e pelo aumento

significativo da esperança média de vida esperada no período em análise.

Paralelamente, a base da pirâmide etária das populações masculina e feminina

portuguesa tornar-se-á mais estreita no período da projecção, principalmente devido

às baixas taxas de substituição natural da população (fertilidade). Em resultado, a

pirâmide etária da população portuguesa assemelhar-se-á cada vez mais a uma

pirâmide invertida, com as grandes massas populacionais concentradas nas idades

avançadas.

Como se observa na Figura 8 e pela leitura do Quadro 3, a proporção de crianças (0-14

anos) na população total baixará em Portugal, dos actuais (ano 2012) 14,8% para

11,2% em 2060, enquanto que a proporção da população com idade no intervalo 25-

54 anos descerá dos actuais 42,5% para 32,4%, em igual período. A percentagem da

população em idade activa (15-64 anos) reduzir-se-á dos actuais 65,8% para um valor

extremamente baixo de apenas 54,6% em 2060.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

29

Figura 8: Evolução da estrutura etária da população por grandes grupos etários no

período 2012-2060

Fonte: Estimativas dos autores.

Em contrapartida, a fracção da população com idade igual ou superior à actual idade

estatutária de reforma em Portugal (65 anos) crescerá 15,4 pontos percentuais no

período em análise, dos actuais 19,4% para 34,8% em 2060. Dos que alcançam os 65

anos de idade, 46,4% atingirão os 80 anos em 2060, o que evidencia sobremaneira o

envelhecimento da própria população mais idosa. Igualmente representativo do

envelhecimento projectado para a população portuguesa é o facto de se estimar que

em 2060 a população com idade igual ou superior a 80 anos poder vir a representar

29,9% da população em idade activa (15-64 anos).

Quadro 3: Projecções demográficas da população por grupos etários (2012-2060)

Fonte: Estimativas dos autores.

No Quadro 4 representa-se a evolução projectada para um conjunto de ratios de

dependência para a população portuguesa no período 2012-2060, de forma a

evidenciar os desequilíbrios demográficos com que os sistemas públicos de segurança

PROJECÇÕES DEMOGRÁFICAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

População (milhões) 10,49 10,45 10,42 10,39 10,25 9,96 9,61 9,21 8,79

População (0-14) em % do Total 14,8 14,6 14,3 14,0 12,8 11,4 11,4 11,3 11,2

População (25-54) em % do Total 42,5 42,1 41,8 41,4 39,4 35,9 33,5 33,0 32,4

População em idade activa (15-64) em % do Total 65,8 65,5 65,3 65,2 64,0 60,6 55,9 53,4 54,0

População (65+) em % do Total 19,4 19,9 20,4 20,8 23,1 28,1 32,7 35,3 34,8

População (80+) em % do Total 5,3 5,6 5,8 6,0 7,0 8,9 11,1 13,7 16,2

População (80+) em % da População (65+) 27,5 28,0 28,4 28,9 30,3 31,5 33,9 38,7 46,4

População (80+) em % da População Idade Activa 8,1 8,5 8,8 9,3 10,9 14,6 19,8 25,6 29,9

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

População 65+ 15-64 anos 0-14 anos

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

30

social se confrontarão a médio e longo prazo, em particular o regime de pensões da

CGA. Como se observa, a proporção da população com idades entre os 55 e os 64 anos

face à população com idades no intervalo 20-64 anos, passará dos actuais 20,9% para

26% em 2060. Se o índice de dependência dos jovens face à população no intervalo 20-

64 anos permanecerá relativamente estável no período em análise, embora com

ligeiro decréscimo, já o índice de dependência dos idosos mais do que duplicará no

mesmo período, passando de um valor de 32%, calculado em 2012, para um valor de

69,7%, estimado para 2060.

Quadro 4: Ratios de Dependência Demográfica e Económica Estimados para Portugal

Fonte: Estimativas dos autores

Em consequência, o índice de dependência total crescerá significativamente no

período em avaliação, passando dos actuais 65,1% para um valor de 100,5% em 2060.

Significa isto que, no período final da projecção, a relação entre os dependentes

(jovens e idosos) e os indivíduos em idade activa (20-64 anos) ultrapassará a barreira

psicológica de um activo por cada dependente.

O envelhecimento projectado para a população portuguesa é extremamente

preocupante, com a população com idade igual ou superior a 65 anos a superar, em

2060, 3,1 vezes a população com idade no intervalo 0-14 anos. Tal como referido

anteriormente, assistir-se-á a um progressivo envelhecimento da própria população

idosa, como mostra o índice de longevidade (75+/65+) onde se evidencia, por

exemplo, que 65,0% dos indivíduos que alcançarem os 65 anos em 2060 atingirão os

75 anos ou mais.

Em suma, a confirmarem-se estas previsões demográficas, independentemente das

alterações consideráveis e de sinal contrário que se venham a registar na actividade

económica, sistemas públicos de segurança social financiados essencialmente com

base no mecanimo de repartição contemporânea, como são o regime de pensões da

CGA e o RGSS, têm a sua sustentabilidade demográfica e financeira comprometidas a

prazo.

Rácios de Dependência 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Proporção da População Idosa (55-64) / (20-64) 20,9 21,2 21,5 21,9 23,9 27,0 27,1 24,1 26,0

Índice de Dependência de Jovens (20-64) 33,1 32,8 32,6 32,4 30,6 28,1 29,7 31,4 30,7

Índice de Dependência dos Idosos (20-64) 32,0 33,0 33,9 34,8 39,3 50,0 62,9 71,8 69,7

Rácio de Dependência Total (20-64) 65,1 65,8 66,5 67,3 69,9 78,1 92,6 103,1 100,5

Rácio de Dependência Económica Total (20-74) 131,6 133,6 133,6 133,6 133,3 133,1 138,0 143,8 142,4

Índice de Envelhecimento (65+/0-14) 131,1 136,5 142,3 148,8 180,5 247,1 285,8 313,5 311,5

Índice de Juventude (0-14 / 65+) 76,3 73,2 70,3 67,2 55,4 40,5 35,0 31,9 32,1

Índice de Juventude da População Activa (15-39 / 40-64) 90,2 87,8 85,4 83,1 74,9 75,2 77,5 77,0 78,2

Índice de Longevidade (75+ / 65+) 48,9 49,1 49,2 49,2 49,5 51,5 54,2 59,9 65,0

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

31

4.2 Pressupostos Macroeconómicos

Os pressupostos macroeconómicos considerados no presente estudo compreendem,

para além das estimativas próprias elaboradas pelos autores, as previsões mais

recentes divulgadas pelo Ministério das Finanças no âmbito do Orçamento do Estado

para 2014 e do Documento de Estratégia Orçamental 2013-2017, as estimativas

apresentadas pelo «Output Gaps Working Group» do Comité de Política Económica da

Comissão Europeia, as últimas projecções realizadas pelo Eurostat no âmbito das

previsões económicas e orçamentais de longo prazo publicadas no "The 2012 Ageing

Report: Economic and budgetary projections for the 27 EU Member States (2010-

2060)" e as previsões de curto prazo mais recentes divulgadas pelo Banco de Portugal,

pelo Fundo Monetário Internacional e pela OCDE.

4.2.1 Mercado de Trabalho

4.2.1.1 Taxa de Actividade

As projecções relativas à evolução da taxa de actividade no período em análise estão

resumidas no Quadro 5. Como se observa pela leitura do quadro, as projecções

apontam para um deslocamento para a direita dos perfis das taxas de actividade das

populações masculina e feminina, ou seja, assinalam um envelhecimento da estrutura

etária da população activa. Tal significa, por exemplo, que os indivíduos com idades

superiores a 54 anos tenderão, segundo esta estimativa, a permanecer durante mais

tempo no mercado de trabalho, ou seja, a retardar a sua entrada na reforma, numa

tendência que é particularmente evidente no caso da população feminina.

Quadro 5: Taxas de Actividade Projectadas

Fonte: The 2012 Ageing Report e Estimativas dos autores

Taxas de Actividade 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Mulheres

Taxa de Actividade (20-64) 75,9 75,8 75,7 75,7 75,1 75,0 76,0 78,1 78,6

Taxa de Actividade (15-64) 71,1 71,1 70,9 70,8 70,4 70,7 71,8 73,3 73,9

Jovens (15-24) 37,0 36,8 36,6 36,3 37,0 38,5 37,8 37,3 38,1

Adultos (25-54) 86,7 86,7 86,6 86,6 86,5 86,9 88,1 88,2 88,7

Seniors (55-64) 47,2 47,6 47,9 48,2 49,7 52,4 53,3 57,3 60,2

Homens

Taxa de Actividade (20-64) 84,7 84,7 84,6 84,5 83,9 83,5 83,9 85,3 85,1

Taxa de Actividade (15-64) 79,0 78,9 78,7 78,5 78,1 78,4 78,8 79,6 79,6

Jovens (15-24) 42,4 42,2 42,0 41,6 42,4 44,4 43,4 42,9 43,9

Adultos (25-54) 93,6 93,6 93,6 93,5 93,4 93,5 93,9 93,9 94,0

Seniors (55-64) 61,7 61,9 62,0 62,3 63,0 64,4 63,6 66,7 68,3

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

32

Com efeito, as projecções apontam para um crescimento de 2,8 pontos percentuais

(pp.) na taxa de actividade feminina (15-64 anos) entre 2012 e 2060, um acréscimo

que é explicado pelo aumento previsto na taxa de participação das mulheres adultas

no mercado de trabalho (um acréscimo de 2,0 pp. no período) e pelo significativo

aumento estimado na participação no mercado de trabalho dos activos na faixa etária

dos 55 aos 64 anos (aumento de 13,0 pp.). Este último cenário decorre, em boa

medida, das reformas introduzidas nos últimos nos sistemas públicos de pensões que

penalizam fortemente (e, nalguns casos, impedem) a reforma antecipada e visam

incentivar a continuação no mercado de trabalho e o adiamento da entrada na idade

de reforma. A proposta apresentada no âmbito do OE 2014 de elevar a idade

estatutária de reforma para os 66 anos em 2014 e de, a partir de 2015 em diante, fazer

depender o seu valor da evolução da esperança média de vida aos 65 anos devem

contribuir no futuro para incentivar o prolongamento da vida activa.

No que respeita à população masculina, as projecções apontam para um ligeiro

aumento da taxa de actividade (20-64 anos) no período 2012-2060, para um valor em

torno dos 80%. Este incremento esperado é fruto, sobretudo, de um aumento

esperado na taxa de participação no mercado de trabalho dos seniores adultos de 6,6

p.p., um grupo etário que apresentava, à partida, valores já se si substancialmente

superiores aos registados nesta rubrica na população feminina, e superiores à média

dos valores registados nos demais países da OCDE.

A previsão de aumento a longo prazo da taxa de actividade assumida neste estudo

comporta, no entanto, alguns riscos, e vai depender, entre outros aspectos: (i) da

criação de incentivos apropriados ao aumento da idade efectiva de reforma, (ii) da

existência de apoios específicos aos trabalhadores desempregados mais velhos no

sentido de que estes regressem e permaneçam no mercado de trabalho e (iii) da

reorganização dos mecanismos de apoio à conciliação da vida pessoal e profissional. As

principais razões para a inactividade na faixa etária 50-64 são diferenciadas e incluem a

reforma prematura, a incerteza quanto à evolução do nível de benefícios dos sistemas

públicos de pensões, a dificuldade em conciliar o trabalho com a reforma a tempo

parcial, situações de doença ou incapacidade para o trabalho, desinteresse e

desincentivos ao regresso ao mercado de trabalho e, no caso das mulheres, situações

de assistência familiar.

4.2.1.2 Oferta de Trabalho

As projecções relativas à oferta de trabalho (população activa) são calculadas por

idade e género, multiplicando as taxas de actividade pelo correspondente efectivo

populacional. O Quadro 6 e a Figura 9 sintetizam a evolução projectada para este

indicador.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

33

Quadro 6: Evolução Esperada da População em Idade Activa em Portugal

Fonte: Estimativas dos autores

Como se observa pela leitura do quadro, no cenário demográfico e macroeconómico

considerado, o aumento esperado na taxa de actividade no período em análise não é

suficiente para compensar, quer o forte envelhecimento da população portuguesa,

quer a diminuição esperada na população residente em Portugal, razão pela qual se

projecta uma significativa redução da população em idade activa até 2060.

Com efeito, em resultado do acentuado envelhecimento da população portuguesa, a

previsão aponta, por exemplo, para que em 2060 a população em idade activa, com

idade compreendida no intervalo 15-64 anos, venha a ser menor do que a estimada

em 2012, em 1.535 milhões de indivíduos, o que representa um decréscimo de

aproximadamente 30% face à situação actual. A diminuição na população em idade

activa tem obviamente reflexos na evolução da população activa no país, que registará

igualmente uma quebra assinalável no período em avaliação.

Figura 9: Evolução da População em Idade Activa e da População Activa no

período 2012-2060

Fonte: Estimativas dos autores

O decréscimo preocupante da oferta de trabalho potencial estimado para Portugal

compromete naturalmente o potencial de crescimento económico do país e a

População Activa 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

População em Idade Activa (15-64) (milhares) 6.904 6.850 6.808 6.771 6.564 6.032 5.376 4.918 4.748

Taxa crescimento população em idade activa (15-64) -0,8% -0,6% -0,6% -0,6% -1,0% -1,3% -0,4% -0,3%

População em Idade Activa (20-64) (milhares) 6.353 6.303 6.257 6.212 6.034 5.591 4.992 4.534 4.383

Taxa crescimento população em idade activa (20-64) -0,8% -0,7% -0,7% -0,5% -0,8% -1,4% -0,5% -0,3%

População Activa 15-64 (milhares) 5.175 5.128 5.086 5.046 4.864 4.490 4.041 3.756 3.640

População Activa 20-64 (milhares) 5.093 5.049 5.007 4.966 4.785 4.421 3.983 3.698 3.584

Homens 2.610 2.583 2.558 2.535 2.434 2.240 2.011 1.870 1.808

Mulheres 2.484 2.466 2.449 2.432 2.352 2.181 1.972 1.828 1.775

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

População (milhões)

Pop. Idade Activa (15-64) Pop. Activa (15-64)

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

34

sustentabilidade dos sistemas de pensões financiados com base em mecanismos de

repartição contemporânea.

4.2.1.3 Taxa de Desemprego

As previsões de evolução a curto prazo da taxa de desemprego consideradas neste

estudo baseiam-se na informação mais recente sobre o inquérito ao emprego

publicadas pelo INE (3º trimestre de 2013), nas estimativas dos autores e nas

projecções oficiais do Ministério das Finanças no âmbito do Orçamento do Estado para

2014 e do Documento de Estratégia Orçamental 2013-2017. No longo prazo, admite-se

que a taxa global de desemprego converge gradualmente para um valor próximo das

estimativas de taxa natural de desemprego (NAWRU - Non-accelerating wage rate of

unemployment) efectuadas pela Comissão Europeia no âmbito do Ageing Report 2012.

Em termos mais precisos, as hipóteses consideradas contemplam a diminuição da taxa

de desemprego (15-74 anos) de um valor de 16,1% verificado no final de 2012 para um

valor na ordem dos 6,5% em 2060. A evolução projectada da taxa de desemprego

contempla as diferenças verificadas entre o desemprego jovem e o desemprego em

idades adultas.

Figura 10: Evolução Esperada da Taxa de Desemprego no Período 2012-2060

Fonte: Estimativas dos autores

Como se pode observar na Figura 10, na sequência do ajustamento macroeconómico

da economia portuguesa decorrente da implementação do Programa de Assistência

Económica e Financeira, estima-se a manutenção de taxas de desemprego acima dos

15% até 2016 prevendo-se, a partir de então, o início de um processo gradual de

convergência (descida) das taxas de desemprego observadas em Portugal para a

NAWRU, em patamares bastantes inferiores aos níveis de desemprego registados

actualmente.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

%

Taxa de Desemprego (15-64)

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

35

No Quadro 7 reporta-se a evolução projectada da taxa de desemprego e da população

desempregada no período 2012-2060. Neste período, estima-se uma diminuição

significativa da população desempregada com idades no intervalo 15-64 anos e em

ambos os sexos. Em contrapartida, na Figura 11 assinala-se que o peso relativo do

desemprego jovem e do desemprego sénior no total da população desempregada

aumentam fortemente em 2060 para, respectivamente, 21% e 25%.

Quadro 7: Evolução Esperada da Taxa de Desemprego e da População Desempregada

Fonte: Estimativas dos autores

Figura 11: Peso relativo do desemprego jovem (15-24 anos), adulto (25-54 anos) e

sénior (55-64 anos) no total da população desempregada, por ano cronológico

Fonte: Estimativas dos autores

4.2.1.4 Evolução do Emprego

Os pressupostos macroeconómicos considerados neste estudo contemplam um

aumento de 9,1 pontos percentuais na taxa de emprego, na faixa etária dos 15 aos 64

anos no período 2012-2060, passando dos actuais 62,5% para os 71,7% em 2060.

Ainda assim, apesar deste aumento substancial na taxa de emprego e do acréscimo da

taxa de participação dos trabalhadores no mercado de trabalho, estima-se uma

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

População desempregada 55+ 25-54 anos 15-24 anos

TAXA DE DESEMPREGO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Taxa de Desemprego (15-64) 16,6 16,7 16,3 15,7 12,9 7,7 7,0 6,4 6,5

Taxa de Desemprego (20-64) 15,9 16,1 15,7 15,1 12,3 7,2 6,5 5,9 6,0

Taxa de Desemprego (15-74) 16,1 16,3 15,9 15,3 12,5 7,7 7,0 6,4 6,5

População desempregada (20-64) (milh.) 812,1 812,9 785,0 749,6 586,9 320,0 260,3 218,8 215,6

População desempregada (15-64) (milh.) 857,0 856,5 828,2 792,3 625,2 347,5 282,8 240,9 237,0

Homens 445,7 441,4 426,9 407,9 320,3 175,9 141,5 124,4 122,9

Mulheres 411,3 415,1 401,3 384,4 304,9 171,6 141,3 116,5 114,1

% de jovens (15-24) 17% 17% 17% 17% 19% 20% 19% 21% 21%

% idade adulta (25-54) 68% 68% 68% 67% 64% 57% 57% 57% 54%

% seniors (55-64) 15% 15% 15% 16% 18% 23% 24% 22% 25%

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

36

diminuição de 0,913 milhões de trabalhadores na população empregada (15-64 anos)

no período em análise. Esta diminuição é justificada, sobretudo, pelas tendências

demográficas mencionadas anteriormente, em especial o projectado envelhecimento

(na base e no topo da pirâmide demográfica) da população portuguesa. A redução da

população empregada atingirá ligeiramente mais a população masculina do que a

população feminina, um resultado explicado pela hipótese de aumento da taxa de

actividade das mulheres, que se situa em 2012 em patamar inferior ao da população

masculina.

Quadro 8: Evolução Esperada da Taxa de Emprego e da População Empregada,

Desagregada por Género, Faixa Etária e Tipo de Emprego

Fonte: Estimativas dos autores

A população empregada diminui progressivamente ao longo do período em análise,

sendo esse decréscimo acentuado nos últimos 20 anos. Na decomposição da dinâmica

por faixa etária, é previsível uma alteração na estrutura etária da população

empregada. Neste campo, assinala-se o aumento da importância da população

empregada sénior no total, em contrapartida da queda do peso da população

empregada com idades no intervalo 25-54 anos.

4.2.1.5 Rácios de Dependência

O Quadro 9 sintetiza um conjunto de indicadores sobre a dinâmica da relação entre a

população activa e a população inactiva em Portugal. Como se observa, o rácio de

dependência económica total, que apura a relação entre a população inactiva e a

população empregada com idades no intervalo 20-74 sobe 7,9 pontos percentuais

entre 2012 e 2060, passando de um valor de 131,6 em 2012 para um valor de 139,4

em 2060. Tal significa que um número crescente de dependentes (jovens e idosos)

dependerá de uma população em idade activa cada vez menor, uma tendência que é

especialmente relevante para a sustentabilidade dos sistemas públicos de pensões em

Portugal.

TAXAS DE EMPREGO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Taxa de Emprego (15-64) 62,5 62,4 62,5 62,8 64,6 68,7 69,9 71,5 71,7

Taxa de Emprego (20-64) 67,4 67,2 67,5 67,9 69,6 73,3 74,6 76,7 76,8

Taxa de Emprego (15-74) 56,9 56,6 56,7 56,8 57,7 59,9 59,7 61,1 62,8

População empregada (20-64) (milhões) 4,3 4,2 4,2 4,2 4,2 4,1 3,7 3,5 3,4

População empregada (15-64) (milhões) 4,3 4,3 4,3 4,3 4,2 4,1 3,8 3,5 3,4

Homens 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,1 1,9 1,8 1,7

Mulheres 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,0 1,9 1,7 1,7

% de jovens (15-24) 7% 7% 7% 7% 7% 8% 7% 8% 8%

% idade adulta (25-54) 79% 79% 79% 78% 76% 73% 74% 75% 73%

% seniors (55-64) 14% 14% 14% 15% 16% 19% 19% 18% 20%

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

37

Quadro 9: Ratios de Dependência Estimados para Portugal (2012-2060)8

Fonte: Estimativas dos autores

O indicador rácio de dependência económica dos idosos apura o peso da população

inactiva com 65 e mais anos de idade no total da população empregada com idade no

intervalo 20-64 anos. Como se observa, o peso dos inactivos idosos, maioritariamente

reformados, face à população empregada em Portugal aumentará substancialmente,

de um valor de 32% estimado em 2012 para um valor de 69,7% projectado para 2060.

4.2.2 Produto Interno Bruto e Produtividade

A metodologia utilizada para projectar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)

potencial assenta na especificação de uma função de produção com retornos

constantes à escala em que o produto é expresso em termos da multiplicação da

combinação dos factores de produção (oferta trabalho e stock capital) pela sua

produtividade total, que inclui o progresso tecnológico. A evolução da oferta de

trabalho no tempo é função da dinâmica do emprego e do número de horas

trabalhadas por trabalhador.

No que diz respeito ao crescimento da produtividade na economia, assume-se que no

médio prazo esta é função: (i) do crescimento da produtividade total dos factores (TFP)

e (ii) do crescimento do stock de capital por hora trabalhada (intensidade capitalística,

capital deepening). No longo prazo, consideraram-se as hipóteses clássicas do modelo

de crescimento de Solow, ou seja, assumiu-se que o crescimento da produtividade do

trabalho coincide com o crescimento da TFP dividida pela fracção dos rendimentos do

trabalho no PIB.

8 O Índice de Dependência de Jovens e de Idosos é calculado como o rácio entre o número de indivíduos nas faixas etárias (0-19) e (65-120), respectivamente, e o número de indivíduos em idade activa (20-64). O Índice de Dependência Total corresponde à soma dos dois índices anteriores. O Rácio de Dependência Económica Total é calculado como o quociente entre a população não empregada na faixa etária (0-120) e a população empregada em idade activa (20-64).

Rácios de Dependência 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Proporção da População Idosa (55-64) / (20-64) 20,9 21,2 21,5 21,9 23,9 27,0 27,1 24,1 26,0

Índice de Dependência de Jovens (20-64) 33,1 32,8 32,6 32,4 30,6 28,1 29,7 31,4 30,7

Índice de Dependência dos Idosos (20-64) 32,0 33,0 33,9 34,8 39,3 50,0 62,9 71,8 69,7

Rácio de Dependência Total (20-64) 65,1 65,8 66,5 67,3 69,9 78,1 92,6 103,1 100,5

Rácio de Dependência Económica Total (20-74) 131,6 133,1 132,8 132,1 128,5 124,3 135,1 140,8 139,4

Índice de Envelhecimento (65+/0-14) 131,1 136,5 142,3 148,8 180,5 247,1 285,8 313,5 311,5

Índice de Juventude (0-14 / 65+) 76,3 73,2 70,3 67,2 55,4 40,5 35,0 31,9 32,1

Índice Juventude População Activa (15-39 / 40-64) 90,2 87,8 85,4 83,1 74,9 75,2 77,5 77,0 78,2

Índice de Longevidade (75+ / 65+) 48,9 49,1 49,2 49,2 49,5 51,5 54,2 59,9 65,0

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

38

Na construção do cenário para o crescimento real do produto, no período 2013-2017

consideraram-se ainda as previsões mais recentes divulgadas pelo Ministério das

Finanças e as estimativas do «Output Gaps Working Group» do Comité de Política

Económica da Comissão Europeia para a decomposição do crescimento do produto. A

partir de 2018, assumiram-se as últimas projecções realizadas pelo Eurostat no âmbito

das previsões económicas e orçamentais de longo prazo, ajustadas pelas projecções

demográficas mais recentes derivadas neste estudo que acentuam, em particular, o

contributo negativo do emprego para o crescimento a longo prazo.

A Figura 12 apresenta a previsão da taxa de crescimento real do produto potencial da

economia portuguesa no período 2012-2060. Como se observa, o cenário

macroeconómico contempla uma previsão de crescimento real do PIB moderada e

inferior a 2% em todos os anos até 2060, um valor inferior ao considerado em

exercícios similares publicados no passado, mas que se justifica agora face aos

contrangimentos sobre a capacidade de crescimento da economia portuguesa

resultantes da forte deterioração das perspectivas demográficas de longo prazo. O

patamar dos 2% (e dos 3%) de crescimento real do PIB é, como se sabe, crítico no

contexto do mecanismo de actualização automática das pensões em vigor em

Portugal, pelo que esta projecção tem implicações importantes em termos de

sustentabilidade financeira dos sistemas como se verá mais adiante.

Figura 12: Taxa de crescimento real do Produto Potencial

Fonte: Estimativas dos autores

-3,5%

-2,5%

-1,5%

-0,5%

0,5%

1,5%

2,5%

2012 2016 2020 2024 2028 2032 2036 2040 2044 2048 2052 2056 2060

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

39

Na decomposição da variação anual do produto por fontes de crescimento, o principal

contributo será dado pelo crescimento da produtividade do trabalho, uma vez que o

contributo do emprego será negativo durante a maior parte deste exercício

prospectivo. Esta evolução é explicada pelas alterações demográficas projectadas, em

particular a redução na população empregada decorrente da redução da população

em idade activa. Estima-se uma aceleração do crescimento da produtividade do

trabalho até 2025, momento após o qual esta desacelerará estabilizando num valor em

torno do 1,5% em 2060. Em todo o período da projecção, o maior contributo para o

crescimento da produtividade do trabalho é oriundo do crescimento da produtividade

total dos factores na economia.

Quadro 10: Síntese dos principais indicadores macroeconómicos projectados para o

período 2012-2060

Fonte: Estimativas dos autores

No Quadro 10 sintetizam-se as principais variáveis macroeconómicas consideradas

neste estudo. Os pressupostos relativos à taxa de inflação (IPC e deflator do PIB)

evidenciam a convergência gradual das estimativas para um valor de longo prazo de

2% a partir de 2018, semelhante ao considerado em estudos anteriores sobre a

sustentabilidade de longo prazo da segurança social e coincidente com o objectivo de

longo prazo do Banco Central Europeu para a estabilidade de preços na Zona Euro.

Em relação ao Indexante de Apoios Sociais (IAS), assume-se o congelamento do seu

valor nominal até 2015 inclusive, momento a partir do qual se considera um

crescimento anual nominal fixado nos termos da Lei 53-B/2006 de 29-12-2006, que

criou o IAS e as novas regras de actualização das pensões e outras prestações sociais

do sistema de segurança social.

PRESSUPOSTOS MACROECONÓMICOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

PIB Potencial (taxa crescimento) -3,2% -1,8% 0,8% 1,5% 1,4% 1,6% 1,3% 1,1% 1,3%

Emprego (taxa crescimento) -2,7% -3,9% -0,4% 0,4% 0,0% -0,7% -0,9% -0,6% -0,3%

Input factor trabalho : horas trabalhadas -2,7% -1,9% -0,8% 0,3% 0,0% -0,7% -0,9% -0,6% -0,3%

Produtividade do Trabalho por hora -0,5% 2,2% 1,2% 1,1% 1,4% 2,3% 2,2% 1,7% 1,5%

Produtividade Total dos Factores (TFP) -0,3% -0,2% -0,2% -0,2% 0,6% 1,5% 1,4% 1,1% 1,0%

Capital deepening -0,2% 2,4% 1,4% 1,2% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% 0,5%

Taxa de Inflação

IPC 2,8% 0,6% 1,0% 1,2% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%

Deflator do PIB -0,1% 1,9% 0,9% 1,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%

Taxa de Crescimento Nominal IAS 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%

PIB per capita a preços 2012 (€) 15.772 15.541 15.714 15.995 17.556 21.155 25.190 29.614 35.072

PIB per capita (taxa crescimento) -1,8% -3,2% -2,1% -0,4% 9,3% 31,7% 56,9% 84,4% 118,4%

PIB por trabalhador a preços 2012 (€) 36.045 35.783 36.135 36.663 39.588 46.727 58.152 69.808 82.304

PIB a preços de 2012 (milhões €) 165.409 162.432 163.731 166.187 179.950 210.630 242.160 272.736 308.142

PIB a preços correntes (milhões €) 165.409 165.575 168.347 172.607 205.241 292.843 410.411 563.457 776.016

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

40

4.2.3 Taxa de Crescimento das Remunerações

Na projecção dos proveitos com quotas de subscritores da CGA e contribuição de

entidades considerou-se a aplicação, a partir de 2014, da redução remuneratória

progressiva entre 2,5% e 12% prevista no OE às remunerações mensais superiores a

600 euros de todos os trabalhadores das Administrações Públicas e do Sector

Empresarial do Estado, bem como dos titulares de cargos políticos e outros altos

cargos públicos, com carácter permanente. Consideraram-se igualmente as cláusulas

de salvaguarda que protegem da redução remuneratória os rendimentos mensais até

600 euros, que asseguram que os trabalhadores sujeitos à medida nunca receberão

uma remuneração mensal ilíquida inferior a 600 euros. Acima dos 2.000 euros, aplicou-

se uma taxa de redução de 12%.

Considerando os constrangimentos orçamentais do Estado português, no período

compreendido entre 2015 e 2017 assumiu-se um congelamento nominal do valor das

remunerações médias mensais da população de subscritores da CGA (e do conjunto da

administração pública). No período entre 2018 e 2024, considerou-se um

descongelamento gradual dos vencimentos base e das progressões remuneratórias

com impacto positivo nas remunerações nominais. A partir de 2025 em diante

adoptou-se a hipótese convencional de que os salários reais da população empregada

(masculina e feminina) crescerão em linha com o crescimento da produtividade do

trabalho, donde decorre que a fracção relativa aos rendimentos do trabalho no PIB

(wage share) e os custos unitários reais do trabalho se assumem constantes durante

este período da projecção.

A evolução dos salários reais (i.e., da produtividade do trabalho) é uma variável-chave

em qualquer exercício de análise da sustentabilidade dos sistemas de pensões na

medida em que influencia directamente o valor das contribuições e quotizações do

sistema. As taxas de crescimento salarial real são, em conjunto com a previsão de

inflação, aplicadas aos salários nominais de partida (nos termos da informação

agregada fornecida pela CGA) tendo em conta as diferenças salariais observadas à data

da realização deste estudo entre:

i) As populações masculina e feminina de subscritores da CGA;

ii) A idade dos subscritores no final de 2012.

4.3 Pressupostos Actuariais

A análise da sustentabilidade dos sistemas de pensões pressupõe a necessidade de

estimar a dinâmica das populações relativas aos regimes contributivos e não

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

41

contributivos da CGA. Para tal, torna-se imprescindível considerar vários decrementos

associados às diferentes contingências presentes: nascimentos (entradas no sistema),

morte, invalidez, velhice (reforma por velhice) e abandono do sistema por outras

causas.

Para este efeito optou-se por utilizar as tábuas de mortalidade prospectivas calculadas

especificamente para a população portuguesa nos termos referidos anteriormente. As

tabelas de invalidez e de reforma por velhice foram estimadas pelos autores utilizando

informação sobre os regimes públicos de pensões em Portugal. Na tabela de

rotatividade no emprego incorporou-se, para 2013, as eventuais consequências da

adesão ao Programa de Rescisões por Mútuo Acordo (Portaria n.º 221-A/2013 de 8 de

Julho) em curso. Foram consideradas tábuas actuariais específicas completas (i.e., para

todas as idades inteiras) para cada decremento, desagregadas por género.

No exercício de estimação da dinâmica da população da CGA ao longo do período em

análise, os autores procederam à estimação de tábuas para as diferentes

contingências:

Mortalidade - tábuas de mortalidade prospectivas calculadas especificamente

para a população portuguesa com base em estatísticas oficiais.

Invalidez - tabelas de invalidez estimadas com base nas estatísticas da

população portuguesa.

Reforma - tabelas estimadas com base em indicadores estatísticos do Regime

da Caixa Geral de Aposentações (CGA).

Rotatividade - tabela estimada com base na evolução do número de

subscritores da CGA.

Outros pressupostos:

Crescimento das remunerações sujeitas a quotização - evolução nos termos do

expresso no ponto 4.2.3. deste relatório.

Indexação anual das pensões em pagamento - assumiu-se que até 2015,

inclusive, o valor nominal das pensões em pagamento é mantido inalterado,

com excepção das pensões mínimas que são revalorizadas à taxa anual de 1%.

De 2016 em diante, considera-se que as pensões em pagamento serão

revalorizadas anualmente nos termos Lei n.º 53-B/2006 de 29 de Dezembro,

i.e., considerando a evolução conjugada do IPC, da taxa de crescimento real do

PIB e do IAS.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

42

Actualização do IAS - assumiu-se que até 2015, inclusive, o valor nominal do

IAS é mantido inalterado. De 2016 em diante, considera-se a aplicação das

regras de revalorização automática do IAS em vigor.

Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) - assumiu-se a sua

eliminação a partir de 2015 inclusive.

Evolução do emprego na Administração pública - considerou-se que o número

de funcionários e agentes da administração pública manterá, nos próximos

anos, a trajectória de diminuição gradual registada num passado recente até

estabilizar num efectivo total de aproximadamente 510.000 trabalhadores.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

43

5 Projecções sobre a Sustentabilidade Financeira da Caixa Geral de Aposentações

Nesta secção analisam-se os principais indicadores físicos e financeiros previstos para a

CGA, subsistema responsável pela gestão do regime de segurança social dos

funcionários públicos e trabalhadores equiparados, admitidos até 31-12-2005, em

matéria de pensões de aposentação, de reforma (forças armadas e GNR), de

sobrevivência e de outras de natureza especial, designadamente, pensões de preço de

sangue e pensões por serviços excepcionais e relevantes prestados à Pátria.

A análise das perspectivas de evolução futura do sistema de previdência é conduzida

considerando três cenários alternativos quanto à evolução das fontes de

financiamento do sistema e quanto às regras de cálculo do valor dos benefícios em

termos de pensões. Os cenários considerados são os seguintes:

Cenário I (Cenário Base) - Avaliação do modelo actual da CGA, considerando:

A manutenção do sistema fechado a novos subscritores;

A manutenção das actuais regras de cálculo dos benefícios para as pensões

actuais e futuras, nos termos do estatuto da aposentação e demais diplomais

legais aplicáveis;

A manutenção da idade legal de acesso à pensão nos 65 anos e a não

modificação da fórmula de cálculo do factor de sustentabilidade;

A redução remuneratória progressiva dos vencimentos dos trabalhadores da

administração pública entre 2,5% e 12% prevista no OE, com carácter

permanente;

A manutenção da taxa de contribuição explícita e directa suportada pelas

entidades empregadoras públicas nos actuais 20%.

Cenário II - Avaliação do modelo actual da CGA num cenário teórico de reabertura

virtual retroactiva do regime a novas inscrições desde finais de 2005 considerando, no

demais, os mesmos pressupostos assumidos para o Cenário Base.

Cenário III - Avaliação da sustentabilidade financeira da CGA, incorporando as medidas

legislativas recentemente propostas e em apreciação contemplando, entre outros

aspectos:

A manutenção do sistema fechado a novos subscritores;

A alteração das regras de cálculo das pensões a atribuir a partir de 2014,

aproximando-as do RGSS, passando a primeira parcela da pensão, relativa ao

serviço prestado até 2005, a ser calculada com base em 80% (em vez dos

actuais 89%) da última remuneração de 2005 revalorizada;

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

44

O recálculo das pensões em pagamento por alteração retrospectiva da parcela

da pensão de aposentação correspondente ao tempo de serviço prestado até

ao final de 2005, sem aplicação da condição de reversibilidade;

A eliminação dos regimes especiais que estabelecem acréscimos de tempo de

serviço para efeitos de aposentação na CGA;

A substituição da regulação exaustiva no regime de protecção social

convergente das condições de aposentação, designadamente idade legal de

acesso à pensão e da disciplina do factor de sustentabilidade, por remissões

dinâmicas para a legislação do regime geral, passando a idade legal de acesso à

pensão para os 66 anos e a sua evolução futura a depender da evolução da

esperança média de vida aos 65 anos nos 2º e 3º anos anteriores ao início da

pensão;

A modificação da fórmula de cálculo do factor de sustentabilidade, passando o

ano base a ser fixado em 2000;

A redução remuneratória progressiva dos vencimentos dos trabalhadores da

administração pública entre 2,5% e 12% prevista no OE;

O aumento da taxa de contribuição explícita e directa suportada pelas

entidades empregadoras públicas para 23,75%.

Aplicação da «condição de recursos» às pensões de sobrevivência.

As projecções apresentadas têm por base a situação estrutural da CGA observada em

Dezembro de 2012, e consideram a informação disponível relativa à caracterização dos

subscritores, contribuintes e beneficiários activos, número de pensionistas, pensão

média e carreira contributiva, desagregados por eventualidade, género e idade

actuarial. Foram ainda incorporados na projecção indicadores sobre a execução

efectiva no ano de 2013 reportados à data da elaboração do estudo.

Todas as simulações têm como ano base o ano de 2012, tendo-se procedido à

calibragem de todos os indicadores físicos e financeiros dos subsistemas de modo a

evidenciar a informação publicamente disponível relativamente a este ano. As

projecções financeiras dos principais indicadores que de seguida se apresentam devem

ser entendidas como projecções dos sistemas se não fossem tomadas medidas

adicionais para além daquelas que já foram anunciadas publicamente ou mesmo

regulamentadas, quer estas tenham efeitos conjunturais ou estruturais.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

45

Ao longo do estudo, para as contagens, como sejam totais de populações, optou-se

por apresentar a projecção até 2060. Já para as restantes variáveis, considerando as

especificidades dos Cenários I e III, optou-se pela análise apenas até 2040. Esta

abordagem justifica-se uma vez que os Cenários I e III não consideram novas entradas.

Consequentemente, a acelerada diminuição da população origina um peso relativo

elevado dos elementos da população para qualquer das características em estudo

(idade média de entrada na aposentação, 1ª pensão média, etc.), reduzindo bastante o

nível de credibilidade estatística da análise e das conclusões no período final da

projecção.

5.1 A CGA em 2012

O número total de aposentados e reformados da CGA, registados em 31 de Dezembro

de 2012, nas eventualidades velhice, invalidez, sobrevivência e pensões de preço de

sangue foi de cerca de 603 milhares. Como se observa na Figura 13, o maior peso

relativo no total de pensionistas corresponde à eventualidade velhice, que absorve

64% dos aposentados e reformados registados em 2012, logo seguida da

eventualidade sobrevivência, a que correspondem 23% do total, com particular

destaque para a sub-eventualidade viuvez que recolhe 21% dos pensionistas, sendo a

invalidez a eventualidade que representa um peso relativo inferior (13%).

Figura 13: Peso Relativo das várias Eventualidades no Total de Aposentados e

Reformados da CGA

Fonte: Elaborado pelos autores com base em informação fornecida pela CGA, Dez 2012

Velhice

64%

Invalidez

13%

Sobrevivência

-Viuvez

21%

Sobrevivência

- Orfandade

2%

N.º Total de Pensionistas em 2012

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

46

A decomposição do número total de aposentados e reformados registados no final de

2012, por género, permite constatar que a maioria dos pensionistas é do sexo

feminino (55%), sendo que a população masculina de aposentados e reformados

ascendia a 273 milhares.

Na Figura 14 apresenta-se a caracterização da estrutura etária dos aposentados e

reformados da CGA, estimada no final de 2012, para as eventualidades velhice e

invalidez. Como se observa, na contingência de velhice a média (mediana) de idades

dos pensionistas situa-se nos 69,9 (69,0) anos, com a maioria dos aposentados

concentrada, como seria de esperar, nas idades superiores à idade normal de reforma

dos 65 anos. No que se refere à contingência de invalidez, fazemos notar que ao atingir

a idade normal de reforma não se efectua na CGA, ao contrário do que acontece no

RGSS, a convolução das pensões de invalidez em pensões de velhice, pelo que a

distribuição etária desta população de aposentados e reformados assume uma

configuração muito próxima da distribuição Normal com média e mediana cifradas em

69 anos.

Figura 14: Estrutura Etária dos Pensionistas de Velhice e Invalidez da Caixa Geral de

Aposentações estimada no final de 2012

Fonte: Elaborado pelos autores com base em informação fornecida pela CGA, Dez 2012

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

47

Relativamente à contingência de sobrevivência e pensões de preço de sangue, a Figura

15 ilustra duas realidades distintas em termos de estrutura etária das eventualidades

de viuvez e orfandade. Com efeito, nas pensões de viuvez, verifica-se que a maioria

das observações se refere a indivíduos com idade superior a 40 anos.

Figura 15: Estrutura Etária dos Pensionistas de Sobrevivência e Orfandade da Caixa

Geral de Aposentações estimada no final de 2012

Fonte: Elaborado pelos autores com base em informação cedida pela CGA, Dez 2012

Pelo contrário, nas pensões atribuídas a título de orfandade o peso relativo dos

pensionistas com idades jovens inferiores a 25 anos é substancial tratando-se, em

termos gerais, de uma população de pensionistas significativamente mais jovem,

embora com observações bastante mais dispersas. A idade média (mediana) estimada

para os pensionistas de sobrevivência - viuvez, no final de 2012, era de 74,1 (76,0)

anos. O valor correspondente para a população de pensionistas de sobrevivência -

orfandade era de 40,5 (26,0) anos.

A Figura 16 apresenta a caracterização da estrutura etária dos subscritores da CGA,

estimada no final de 2012. Como se observa, a média (mediana) de idades dos

subscritores situa-se nos 47,7 anos, uma idade já próxima da idade normal de reforma.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

48

Figura 16: Estrutura Etária dos Subscritores da Caixa Geral de Aposentações estimada

no final de 2012

Fonte: Elaborado pelos autores com base em informação cedida pela CGA, Dez 2012

O montante agregado do custo com pensões pagas pela CGA em 2012 cifrou-se em

7.951 milhões de euros, ilustrando-se, na Figura 17, a repartição das despesas por

eventualidade. Verifica-se, como seria expectável, que as pensões de velhice

representam o maior peso em termos de despesa.

Figura 17: Despesas com Pensões da CGA, por contingência, ano 2012

Fonte: Elaborado pelos autores com base em informação cedida pela CGA, Dez 2012

Velhice

79%

Invalidez

11%

Sobrevivência -

Viuvez

9%

Sobrevivência -

Orfandade

1%

Despesas com Pensões em 2012

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

49

O Quadro 11 representa o valor das pensões médias mensais por eventualidade

observado em 2012.

Quadro 11: Pensões Médias por eventualidade, ano 2012

Fonte: CGA, Dez 2012

Relativamente aos proveitos do sistema de previdência da CGA verificou-se que, em

2012, as Quotizações/Contribuições (incluindo a contribuição extraordinária de

solidariedade) ascenderam a 2.826,6 M€, correspondendo a 36% da despesa com

pensões. O restante montante necessário para fazer face à totalidade da despesa foi

garantido através da Comparticipação de outras Entidades, da utilização das reservas

especiais decorrentes da transferência de fundos de pensões e da dotação do

Orçamento de Estado, tendo esta última rubrica assegurado 57% do montante das

pensões em pagamento.

5.2 Formulação Actual do Sistema de Pensões da CGA (Cenário I )

Nesta secção, considerando o horizonte temporal 2012-2060, projecta-se a evolução

dos principais indicadores físicos e financeiros do regime de previdência da CGA e

avalia-se a sua sustentabilidade, admitindo que o modelo actualmente em vigor se

manteria inalterado até 2060.

5.2.1 Evolução do Número de Aposentados/Reformados e Subscritores

A Figura 18 ilustra a evolução projectada do número de aposentados e reformados da

CGA, no horizonte temporal 2012-2060, por tipo de contingência. Como se pode

observar, prevê-se que o número de aposentados e reformados registe um aumento

nas próximas duas décadas passando dos actuais 603 milhares, registados em 2012,

atigindo um valor máximo previsto de 755 mil, no final de 2030. A partir desta data, a

aposentação dos subscritores da CGA já não será suficiente para compensar os

decrementos previstos, em particular a mortalidade da população de aposentados e

reformados, pelo que o stock começará a diminuir paulatinamente até alcançar um

valor estimado de 60 milhares em 2060.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

50

Figura 18: Evolução Estimada do Número Total de Aposentados e

Reformados da CGA, por contingência

Fonte: Estimativas dos autores

Na desagregação por contingência, o maior contributo para esta trajectória será dado

pelos aposentados/reformados por velhice, assumindo os aposentados por motivo de

sobrevivência um peso crescente na população de pensionistas. Pelo contrário, é

estimada uma redução substancial do número de aposentados por invalidez.

Desagregando por género, estima-se que o peso dos pensionistas do sexo feminino

aumente gradualmente ao longo do período da projecção, sobretudo devido à

importância crescente das pensões de sobrevivência e PPSO (especialmente viuvez).

O número de novas pensões atribuídas anualmente registará um incremento nos

próximos anos, até atingir um pico em 2019 com 34868 novas pensões, decrescendo a

partir de então até ao final do horizonte de projecção (Figura 19), momento em que se

estima que a atribuição de novas pensões se deverá apenas à contingência

sobrevivência.

O número de subscritores singulares activos do sistema no final de 2012 ascendia a

559,2 milhares. Considerando que todos os funcionários públicos e trabalhadores

equiparados admitidos após 31 de Dezembro de 2005 passaram a ser inscritos no

regime geral da segurança social, estamos perante um regime fechado pelo que o

número de subscritores (contribuintes para o sistema) da CGA decrescerá

naturalmente e de forma gradual com o tempo até à sua extinção estimada, neste

0

100

200

300

400

500

600

700

800

2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

N.º de Pensionistas por contingência (milhares)

Sob. Orf. Sob. Viuvez Invalidez Velhice

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

51

estudo, em 2057. Essa trajectória de extinção é bem patente na Figura 20, onde se

representa a evolução projectada do número de subscritores da CGA até 2060.

Figura 19: Projecção do número anual de novas pensões, por contingência

Fonte: Estimativas dos autores

Figura 20: Evolução projectada do número de subscritores da CGA

Fonte: Estimativas dos autores

Igualmente em consequência do encerramento do sistema a novos subscritores, a

idade média dos subscritores continuará a aumentar gradualmente, passando dos

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

2013 2018 2023 2028 2033 2038 2043 2048 2053 2058

N.º de Novas Pensões

Sob. Orf. Sob. Viuvez Invalidez Velhice

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

Número de Subscritores

Mulheres

Homens

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

52

actuais (em 2012) 47,54 (47,87) anos na população masculina (feminina) para 60,94

(62,35) em 2040, respectivamente.

Figura 21: Evolução projectada da idade média dos subscritores da CGA

Fonte: Estimativas dos autores

O rácio de dependência (suporte) da CGA, i.e., a relação entre o número de subscritores e o

número de aposentados, reformados e pensionistas era de apenas 0,88 no final de 2012. Dito

de outro modo, o número de aposentados, reformados e pensionistas registados no final de

2012 era já superior o número de subscritores. A evolução no tempo estimada para o rácio de

suporte da CGA é representada na Figura 22. Como se observa, a evolução decrescente

estimada para este indicador resulta fundamentalmente do encerramento do sistema a novos

subscritores no final de 2005, mas também do aumento do número de aposentados,

reformados e pensionistas previsto para o período em análise.

Figura 22: Evolução Projectada para o Rácio de Dependência da CGA

Fonte: Estimativas dos autores

45

50

55

60

65

2012 2017 2022 2027 2032 2037

Idade Média dos Subscritores

Homens Mulheres

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

2012 2017 2022 2027 2032 2037

Rácio de Dependência

Subscritores / (Aposentados/Reformados) Subscritores / (Apos./Reform.+ Pensionistas)

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

53

A progressiva diminuição deste indicador significa, na prática, que tratando-se de um

regime de pensões geridos em sistema de repartição, uma fatia crescente dos custos

com pensões da CGA terá que ser assegurada anualmente por dotações financeiras do

transferidas do Orçamento de Estado.

5.2.2 Evolução da Situação Financeira do Sistema

Nesta secção projecta-se a evolução dos principais indicadores financeiros da CGA no

horizonte 2012-2060, em particular a dinâmica dos encargos com pensões e da

arrecadação de quotizações e contribuições. Na estimação dos encargos com pensões

considerou-se, em cada momento, o stock de aposentados e reformados projectado e

a respectiva estimativa da pensão média mensal, apurada novamente por idade

actuarial, género e eventualidade, considerando uma média ponderada entre o valor

nominal das pensões dos actuais aposentados e o correspondente valor estimado para

as novas pensões. O valor inicial das novas pensões de velhice e invalidez é estimado

de acordo com as regras de cálculo e diplomas legais actualmente em vigor, que

apontam para uma progressiva convergência deste regime para com as regras

adoptadas no regime geral da segurança social. A estimativa dos encargos com

pensões tem igualmente em conta os pressupostos de indexação anual das pensões

em pagamento nos termos referidos nos pressupostos actuariais.

Na Figura 23 representa-se a evolução prevista para a despesa com pensões da CGA

em milhões de euros e em percentagem do PIB, a preços correntes. Como se observa,

os encargos nominais com pensões aumentarão significativamente nas próximas

décadas, até atingir um valor máximo de 14.048 M€ em 2034. Este aumento da

despesa nominal é explicado quer por um efeito-quantidade (aumento do número de

aposentados e reformados) quer por um efeito-preço (aumento do valor da pensão

média mensal, em termos nominais, do total de pensionistas).

O aumento da pensão média mensal em termos nominais observado na Figura 24 é

fruto, quer da maturidade do sistema, com a aposentação de subscritores com

carreiras contributivas mais longas e com melhores remunerações de referência, quer

da aplicação do mecanismo de revalorização automática anual das pensões em vigor.

Este aumento no valor da pensão média mensal é estimado para todas as

contingências.

Assinale-se, contudo, que em todo o período analisado só não terão redução real as

pensões médias em pagamento mais baixas, com valores inferiores a 1,5 IAS,

perdendo todas as demais pensões poder de compra. Esta evolução é o reflexo, por

um lado, da taxa de crescimento real do PIB prevista para o período 2012-2060, que

será sempre inferior a 2%, e por outro da aplicação das regras de revalorização das

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

54

pensões em vigor que estipulam que apenas as pensões com valores inferiores a 1,5

IAS acompanharão o crescimento previsto para a inflação (medida pelo IPC), perdendo

as demais 50 ou 75 pontos base anualmente, conforme o escalão em que se situem

em relação ao IAS.

Tal significa, por exemplo, que considerando a previsão de evolução da inflação

assumida no estudo e a evolução esperada da taxa de revalorização das pensões em

pagamento, um pensionista da CGA com pensão mensal situada no intervalo [1,5 IAS –

6 IAS] em todo o horizonte temporal da previsão perderá cerca de 23,1% do poder de

compra entre 2012 e 2060 em termos cumulativos. Se a pensão média mensal for, pelo

contrário, superior a 6 IAS em todo o período considerado, a perda de poder de

compra acumulada será ainda mais significativa, estimada nesse caso em 31,3%.

Figura 23: Evolução Estimada da Despesa com Pensões da CGA em milhões

de euros e em % do PIB

Fonte: Estimativas dos autores. Nota: valores a preços correntes.

A partir de 2034, estima-se um decréscimo no custo anual com pensões da CGA,

reflexo sobretudo da progressiva diminuição da população de utentes do sistema em

consequência da sua extinção progressiva.

O valor máximo do peso dos encargos com pensões da CGA na riqueza nacional criada

anualmente, medida a preços correntes, será no entanto alcançado bem mais cedo, já

nos próximos anos. Com efeito, e como é possível descortinar pela leitura atenta da

Figura 23, os encargos com pensões da CGA atingirão um valor máximo estimado de

5,7% do PIB no período de 2014 a 2017 prevendo-se que, a confirmarem-se as

0

2.000

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2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

Cu

stos co

m P

en

sõe

s (M €

)

em

% d

o P

IB

Custos com Pensões

Custos com Pensões (M€) em % do PIB

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

55

previsões contidas neste estudo, a sua importância no PIB decresça depois lentamente

até ao final do período em análise.

Figura 24: Evolução da pensão média mensal, por contingência

Fonte: Estimativas dos autores

As pensões pagas pela CGA são financiadas com base nas quotas de subscritores e

contribuição de entidades, com base na comparticipação de entidades por

pagamentos de pensões, onde se incluem os valores entregues pela Segurança Social a

título de encargos que suporta em pensões unificadas pagas pela CGA e a receita

proveniente de diversas entidades, públicas e privadas, para fazer face aos encargos

com pensões e outros abonos da sua responsabilidade mas que são pagos pela CGA,

(Decreto-Lei n.º 141/79, de 22/5, Decreto-Lei n.º 278/82, 20/7, entre outros diplomas),

pela utilização de reservas especiais constituídas ao abrigo da transferência para a CGA

das responsabilidades com pensões do pessoal de várias empresas (CTT, RDP, CGD,

ANA, NAV Portugal, INCM, outros), por dotações do Orçamento de Estado e

consignação de receitas do IVA e pela contribuição extraordinária de solidariedade, se

aplicável.

A evolução projectada das fontes de financiamento do sistema estará naturalmente

muito condicionada pelo encerramento do sistema a novos subscritores desde finais

de 2005 e pelo crescimento dos encargos com pensões, e evidenciará uma crescente

dependência das transferências do OE. Na Figura 25 representa-se a evolução

projectada dos proveitos com quotas de subscritores e contribuição de entidades em

valor absoluto (M€, valores a preços correntes) e em % do PIB.

0

200

400

600

800

1.000

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2012 2017 2022 2027 2032 2037

Pensão Média Mensal

Velhice Invalidez

Sobrevivência e PPSO - Viuvez Sobrevivência e PPSO - Orfandade

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

56

Figura 25: Evolução Estimada das quotizações e contribuições da CGA em

milhões de euros e em % do PIB

Fonte: Estimativas dos autores. Nota: valores a preços correntes

É estimado um decréscimo continuado das receitas nominais do sistema com

contribuições e quotizações no período 2012-2060, fruto da progressiva diminuição do

número de subscritores que conduzirão o sistema à sua extinção no longo prazo.

Recorde-se que o valor dos proveitos com quotizações na transição entre 2012 e 2013

é atípico na trajectória observada, e explicável pela suspensão em 2012 do pagamento

dos subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores das administrações públicas. Em

proporção da riqueza criada no país, o peso das contribuições e quotizações no PIB a

preços correntes diminuirá naturalmente entre 2012 e 2060, passando de um valor de

1,7% do PIB em 2012 para um valor próximo de zero já na década de 40.

No Quadro 12 sintetiza-se a evolução projectada das fontes de financiamento da CGA

em valor absoluto (M€) e em % do PIB. Na projecção das fontes de financiamento da

CGA admitimos que a fracção dos custos com pensões suportada pelas

comparticipações de entidades por pagamentos de pensões e outras prestações se

manterá constante e igual ao valor registado em 2012. Como se observa, a eliminação

assumida da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) a partir de 2015 e o

esgotamento progressivo a prazo das reservas especiais constituídas ao abrigo das

transferências dos fundos de pensões, põe em evidência a crónica incapacidade do

sistema em se autofinanciar com base nas quotas dos subscritores e contribuições dos

empregadores. Em consequência, os desequilíbrios no financiamento do sistema vão

exigir a transferência de montantes crescentes do OE para fazer face aos encargos com

o pagamento de pensões. Estima-se um aumento continuado das transferências do OE

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2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

Qu

otas e

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do

PIB

Quotas e Contribuições de Entidades (M€)

Quotizações / Contribuição de Entidades (M€) em % do PIB

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

57

para a CGA até 2037, atingindo nessa data 12.196 M€ (valores a preços correntes),

decrescendo o seu montante a partir de então lentamente para um valor que, em

2060, ascenderá ainda a 5.091 M€.

Quadro 12: Evolução projectada das fontes de financiamento da CGA

Fonte: Estimativas dos autores

Em proporção da riqueza criada anualmente no país, o défice de autofinanciamento do

sistema crescerá progressivamente até atingir um valor máximo de 4,1% do PIB já em

2025, decrescendo de importância a partir de então e até ao final do período avaliado

neste estudo. Em 2060, estimamos ainda assim que o esforço orçamental exigido pela

compensação dos desequilíbrios financeiros da CGA no pagamento dos custos com

pensões represente 0,7% do PIB a preços correntes.

Figura 26: Evolução projectada da Dotação do OE para a CGA em M€ e em

% do PIB

Fonte: Estimativas dos autores. Nota: valores a preços correntes

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2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

Cu

stos co

m P

en

sõe

s (M €

)e

m %

do

PIB

Custos com Pensões

Saldo em M€ em % do PIB

PROVEITOS DO SISTEMA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Quotizações / Contribuição de Entidades 2.826,6 3.616,0 3.169,5 3.014,9 2.314,2 1.349,6 394,6 11,5 0,0

em % do PIB 1,7% 2,2% 1,9% 1,7% 1,1% 0,5% 0,1% 0,0% 0,0%

taxa de variação anual % 27,9% -12,3% -4,9% -5,4% -6,4% -17,8% -40,0% -100,0%

Comparticipação Entidades 500,8 547,9 597,6 610,7 711,2 867,4 850,5 626,1 342,2

em % do PIB 0,3% 0,3% 0,4% 0,4% 0,3% 0,3% 0,2% 0,1% 0,0%

Utilização Reservas Especiais (Fundos Pensões) 200,0 200,0 206,7 240,0 180,0 180,0

em % do PIB 0,0% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0%

Contribuição Extraordinária de Solidariedade 20,3 385,1 393,7 0 0 0 0 0 0

em % do PIB 0,0% 0,2% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

Dotações do Orçamento de Estado (OE) 4.463,0 4.530,3 5.127,0 5.863,1 8.026,4 11.373,9 12.078,6 9.302,7 5.091,4

em % do PIB 2,7% 2,7% 3,0% 3,4% 3,9% 3,9% 2,9% 1,7% 0,7%

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

58

A necessidade de compensar o desequilíbrio no financiamento dos encargos com

pensões da CGA mediante dotações anuais do OE significativas coloca, naturalmente,

uma pressão significativa sobre as finanças públicas portuguesas, num contexto em

que a política orçamental em Portugal terá que respeitar a nova arquitectura europeia

em matéria de regras e procedimentos orçamentais, com destaque para a aplicação do

Pacto Orçamental. Esta nova arquitectura torna imperativo o equilíbrio orçamental,

definido como um défice estrutural não superior a 0.5% do PIB e, adicionalmente,

impõe a convergência do rácio da dívida pública para 60% do PIB, à razão de 1/20 ao

ano no diferencial observado face ao valor de referência dos 60%.

Da análise dos níveis de autofinanciamento da CGA representada na Figura 27, i.e., da

relação entre as quotizações e contribuições de entidades e o custo total das pensões

(das quais cerca de 8% são actualmente suportadas pela comparticipação de entidades

e por reservas especiais), constata-se uma insuficiência crónica das receitas típicas em

que assenta o financiamento do sistema. Com efeito, o rácio de autofinanciamento,

que foi sempre desfavorável todos os anos, desde 1985 até à data, e se situava em

41,8% em 2012 continuará a diminuir de forma acentuada no futuro, aumentando o

rácio de dependência do sistema do OE, medido aqui pela relação entre a dotação do

OE (acrescida do IVA consignado, caso exista) sobre o custo total com pensões.

Figura 27: Evolução projectada dos Rácios de Auto-Financiamento e de

Dependência do OE da CGA

Fonte: Estimativas dos autores. Nota: valores a preços correntes

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20%

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2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

Rácio

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(Quotas + Compart. Entidades) / Custo Total Pensões

(Dotação do OE + IVA) / Custo Total Pensões

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

59

5.3 Cenário de reabertura virtual retroactiva do regime a novas

inscrições desde finais de 2005 (Cenário II)

Nesta secção projectam-se as perspectivas financeiras de longo prazo da CGA num

cenário contrafactual virtual em que o sistema de protecção se tinha mantido aberto a

novas inscrições desde finais de 2005 considerando, nos demais aspectos relativos às

fontes de financiamento e determinação do montante das pensões, os mesmos

pressupostos assumidos para o cenário base.

Para avaliar o impacto desta alteração admitiu-se, na ausência de informação

detalhada sobre as características dos trabalhadores da administração pública

admitidos desde Janeiro de 2006 até à data (em termos de idade, género e

remunerações médias, etc.) que o número estimado de subscritores activos da CGA no

final de 2012 poderia ser aproximado pelo número de trabalhadores das

administrações públicas registado pelo Observatório do Emprego Público (OBSEP) da

DGAEP. Para efeitos das estatísticas do emprego público, recordamos que o sector das

Administrações Públicas compreende os subsectores da Administração Central, da

Administração Regional e da Administração Local. Inclui os trabalhadores com uma

relação jurídica de emprego regulada pelo direito público nas entidades públicas

empresariais. No universo de entidades não estão abrangidas estão as instituições sem

fins lucrativos controladas e/ou financiadas por unidades das administrações públicas.

O número de trabalhadores das administrações públicas registado pelo OBSEP, no final

de 2012, totalizava 584.228 trabalhadores, 254.637 do sexo masculino e 329.591 do

sexo feminino. Este número de trabalhadores era superior em 52.414 ao número de

subscritores activos da CGA registado na mesma data. A distribuição desta diferença

por idade e género foi efectuada assumindo que o rácio de feminilidade na

administração pública se manterá constante no tempo e que os novos trabalhadores

das administrações públicas têm uma idade compreendida entre os 20 e os 40 anos.

Admitiu-se igualmente que as remunerações médias mensais dos novos trabalhadores

das administrações públicas são idênticas, por idade e género, às actualmente

observadas na mesma categoria na população de subscritores da CGA.

No exercício prospectivo, assumiu-se igualmente que o número de trabalhadores das

administrações públicas manterá a trajectória de diminuição gradual registada num

passado recente até estabilizar num efectivo total de aproximadamente 510.000

trabalhadores. Por fim, para efeitos deste exercício, considera-se que o universo de

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

60

subscritores acompanhará a evolução no tempo da trajectória do número de

trabalhadores das administrações públicas.

A Figura 28 representa a evolução comparada do número de subscritores da CGA no

cenário base e no cenário contrafactual virtual (Cenário II). Como seria expectável,

num cenário de manutenção do sistema aberto a novos subscritores, a degradação dos

equilíbrios populacionais do sistema teria sido mais lenta até ao final da presente

década, estabilizando depois num patamar próximo dos 510.000 subscritores até ao

final do horizonte da projecção. Este cenário, que permitiria igualmente estabilizar a

estrutura etária do efectivo populacional, contrasta naturalmente com o observado na

prática, que levará a uma extinção a prazo do número de subscritores da CGA.

Figura 28: Evolução do N.º subscritores da CGA no cenário base e no cenário

contrafactual virtual

Fonte: Estimativas dos autores

Se é verdade que o ingresso de novos quotizantes teria permitido o rejuvenescimento

da população de subscritores, também se pode afirmar que estes estariam hoje e no

futuro, naturalmente, a constituir direitos sobre o sistema que se manifestariam a

longo prazo. Este aspecto é bastante evidente na Figura 29, em que se representa a

evolução até 2060 da diferença entre o número total de pensionistas estimado no

cenário virtual e no cenário base. Como se pode observar, até 2035, o aumento do

número de pensionistas seria marginal e corresponderia sobretudo a novas pensões de

invalidez produzidas pela população de novos subscritores admitidos após 2006

(Figura 30). A partir desta data, o novo contingente de utentes do sistema começaria a

reformar-se por velhice e ganhariam igualmente relevo as pensões de invalidez e

sobrevivência.

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2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

N.º de Subscritores da CGA

Cenário virtual sistema aberto

Cenário Base

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

61

Figura 29: Diferença entre o n.º total de pensionistas - cenário virtual vs cenário base

Fonte: Estimativas dos autores

No final do horizonte da projecção, estima-se que o número total de aposentados e

reformados por velhice seria superior em 319.620 ao registado no cenário base, que o

número de aposentados por invalidez seria superior em 44.290 ao estimado no cenário

base. Estima-se igualmente que o número de pensionistas de sobrevivência e PPSO -

viuvez (orfandade) seriam superiores em 20.865 (2.575) ao apontado no cenário base.

Figura 30: Diferença entre o n.º de novas pensões por ano - cenário virtual

vs cenário base

Fonte: Estimativas dos autores

Em termos financeiros, a Figura 31 mostra que a manutenção do sistema aberto a

novas inscrições teria permitido manter o financiamento deste por quotizações e

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2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

N.º Aposentados / Reformados / Pensionistas (milhares)

Sob. Orf. Sob. Viuvez Invalidez Velhice

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

2013 2018 2023 2028 2033 2038 2043 2048 2053 2058

N.º de Novas Pensões

Sob. Orf. Sob. Viuvez Invalidez Velhice

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

62

contribuições de entidades numa base mais regular, aliviando temporariamente o

esforço exigido ao OE mas, ainda assim, claramente insuficiente para garantir o

autofinanciamento do sistema. Em termos do PIB, o rácio entre a arrecadação de

quotizações e contribuições situar-se-ia em 2060 num valor na casa dos 1,6%,

contrastando naturalmente com a perda total de quotizações no cenário base. A prazo,

e como se verá mais adiante, o impacto desta alteração sobre o esforço exigido às

finanças públicas seria no entanto claramente negativo.

Figura 31: Evolução das quotizações e contribuições de entidades no cenário base e no

cenário virtual, em M€ e em % do PIB

Fonte: Estimativas dos autores

Deve referir-se igualmente que a manutenção do sistema aberto a novas inscrições em

2006 e a canalização das respectivas contribuições para a CGA significaria a sua

subtracção, em montantes idênticos, às fontes de financiamento do Sistema

Previdencial da Segurança Social, no qual estão hoje enquadrados estes trabalhadores

das administrações públicas, com consequências naturais e significativas na respectiva

sustentabilidade financeira.

Na Figura 32 representam-se os encargos adicionais com pensões no cenário virtual de

reabertura do sistema face ao cenário base. Como se observa, até 2035, o acréscimo

de encargos com pensões (sobretudo de invalidez) seria diminuto, momento a partir

do qual a entrada na aposentação de grupos crescentes dos novos subscritores

entrados virtualmente em 2006, o peso crescente dos encargos com pensões de

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2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

Qu

otizaçõ

es (M

€)

em

% d

o P

IB

Quotizações/Contribuição de Entidades

Cenário base % PIB Sistema aberto % PIBCenário base Sistema aberto

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

63

sobrevivência e a evolução da pensão média nas várias contingências fazem disparar

os custos acrescidos com pensões para o sistema. No final do horizonte da projecção,

estima-se que a manutenção do sistema aberto em 2006 teria significado um

acréscimo anual de 11.869 M€ nos custos com pensões face ao cenário base,

representando cerca 1,5% do PIB a preços correntes nessa data.

Figura 32: Encargos adicionais com pensões no cenário virtual face ao cenário base

Fonte: Estimativas dos autores.

O Quadro 13 resume o impacto financeiro da reabertura virtual do sistema na

estimativa das dotações a inscrever anualmente no OE a favor da CGA, com vista ao

seu reequilíbrio financeiro.

Quadro 13: Impacto da reabertura virtual do sistema na dotação do OE para a CGA

Fonte: Estimativas dos autores. Nota: valores a preços correntes em milhões de EUR

O contributo desta medida para a diminuição do esforço do Estado no financiamento

do sistema seria positivo em todo o período analisado, atingindo um pico em termos

0

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1,4%

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1,8%

2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057

Cu

stos co

m P

ensõ

es (M €)

em %

do

PIB

Custos com Pensões

em % do PIB Custos com Pensões (M€)

RUBRICA 2012 2013 2014 2015 2020 2025 2030 2040 2050 2060

Dotações do OE - Cenário base 4.463 4.530 5.127 5.863 8.026 9.993 11.374 12.079 9.303 5.091

em % do PIB 2,7% 2,7% 3,0% 3,4% 3,9% 4,1% 3,9% 2,9% 1,7% 0,7%

Dotações do OE - Sistema aberto 4.463 4.233 4.784 5.480 7.134 8.307 8.626 6.856 4.088 3.540

em % do PIB 2,7% 2,6% 2,8% 3,2% 3,5% 3,4% 2,9% 1,7% 0,7% 0,5%

Diferença na Dotações do OE 0 -297 -343 -383 -892 -1.686 -2.747 -5.223 -5.215 -1.551

em % do PIB 0,0% -0,2% -0,2% -0,2% -0,4% -0,7% -0,9% -1,3% -0,9% -0,2%

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

64

de redução da dotação em 2045, momento a partir do qual a entrada na

aposentação/reforma das gerações de subscritores entradas (virtualmente) a partir de

2006 começaria a pressionar os custos com pensões. Segundo a estimativa deste

estudo, de 2065 em diante o cenário de reabertura do sistema passaria a requerer

maior esforço do OE do que o actual cenário de fecho a novos subscritores.

A manutenção do sistema aberto a novos subscritores contribuiria, naturalmente,

através da arrecadação das respectivas quotizações e contribuições de entidades, para

diminuir o rácio de dependência do financiamento do sistema do OE e para melhorar o

seu nível de auto-financiamento. Ainda assim, da análise dos indicadores é clara a

conclusão de que a introdução desta medida não tornaria o sistema auto-sustentável,

mesmo no longo prazo, e continuaria a exigir a transferência de compensações anuais

para colmatar o seu desequilíbrio financeiro.

Quadro 14: Impacto da reabertura virtual do sistema nos rácios de dependência e de

auto-financiamento do sistema

Fonte: Estimativas dos autores

INDICADOR 2012 2013 2014 2015 2020 2025 2030 2040 2050 2060

Rácio de Dependência do OE

Cenário base 56,1% 48,8% 54,0% 60,5% 71,1% 78,1% 82,6% 89,4% 93,6% 93,7%

Sistema aberto 56,1% 45,6% 50,4% 56,5% 63,2% 64,9% 62,6% 49,0% 29,6% 20,5%

Diferença (p.p.) 0,0% -3,2% -3,6% -4,0% -7,9% -13,2% -20,0% -40,4% -64,0% -73,2%

Rácio de Auto-Financiamento

Cenário base 41,8% 44,9% 39,7% 37,4% 26,8% 20,4% 16,1% 9,2% 6,4% 6,3%

Sistema aberto 44,5% 48,1% 43,3% 41,4% 34,7% 33,7% 36,1% 49,7% 70,4% 79,5%

Diferença (p.p.) 2,7% 3,2% 3,6% 4,0% 7,9% 13,2% 20,0% 40,5% 64,0% 73,2%

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

65

5.4 Avaliação do impacto das alterações legislativas previstas no diploma sobre a convergência das pensões e demais alterações propostas no OE 2014 (Cenário III)

Nesta secção projecta-se a evolução dos principais indicadores financeiros da CGA

admitindo são implementadas simultâneamente as alterações previstas no diploma

sobre a convergência das pensões entre a CGA e o RGSS e as demais medidas sobre a

segurança segurança social com impacto na CGA previstas no OE 2014, retomando o

cenário factual de manutenção do sistema fechado a novos subscritores.

Em particular, é avaliado o efeito sobre os indicadores físicos e financeiros de

sustentabilidade financeira da CGA decorrente da aplicação simultânea das alteração

às regras de cálculo das pensões a atribuir a partir de 2014, do recálculo das pensões

em pagamento por alteração retrospectiva da parcela da pensão de aposentação

correspondente ao tempo de serviço prestado até ao final de 2005, sem aplicação da

condição de reversibilidade, da aplicação da «condição de recursos» às pensões de

sobrevivência, da eliminação dos regimes especiais que estabelecem acréscimos de

tempo de serviço para efeitos de aposentação na CGA, da alteração da idade legal de

acesso à pensão para os 66 anos em 2014 e evolução a partir de 2015 dependente da

trajectória da esperança média de vida aos 65 anos, da modificação da fórmula de

cálculo do factor de sustentabilidade e do aumento da taxa de contribuição explícita e

directa suportada pelas entidades empregadoras públicas dos actuais 20% para

23,75%.

O conjunto de medidas legislativas analisado neste estudo contempla alterações

destinadas a reforçar o financiamento do sistema (aumento da taxa de contribuição),

medidas destinadas a reduzir os encargos actuais e futuros com pensões (alteração das

regras de cálculo das pensões, recálculo das pensões em pagamento, modificação da

fórmula de cálculo do factor de sustentabilidade) e medidas que visam reduzir a

pressão financeira sobre o sistema, penalizando mais fortemente as reformas

prematuras e, paralelamente, contendo crescimento do período de atribuição da

pensão (aumento da idade de reforma para os 66 anos).

A Figura 33 evidencia a evolução projectada das quotizações e contribuições de

entidades no cenário base e no cenário em que são aplicadas simultaneamente as

medidas legislativas acima descritas, em valor absoluto (M€) e em percentagem da

riqueza criada no país. Se exceptuarmos a redução remuneratória prevista no OE 2014,

cujo impacto já está incorporado no cenário base, a medida proposta com impacto

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

66

mais significativo sobre os proveitos do sistema prende-se com o aumento em 3,75

pontos percentuais da taxa de contribuição a suportar pelas entidades empregadoras

públicas. Como se observa na Figura 33, a subida da taxa de contribuição tem um

impacto naturalmente positivo sobre os proveitos da CGA, estimado em 383,4 milhões

de EUR em 2014, correspondendo a 0,23% do PIB nesse ano. Este efeito positivo

tenderá a ser, contudo, cada vez menor, fruto quer da redução gradual do número de

subscritores para o sistema (efeito-quantidade) quer da política de contenção salarial

na administração pública prevista para os próximos anos (efeito-preço). A partir de

2050, o contributo já será praticamente nulo em consequência da extinção do número

de subscritores no sistema.

Figura 33: Impacto da subida da taxa de contribuição e demais medidas legislativas nos

proveitos da CGA

Fonte: Estimativas dos autores

O impacto estimado do conjunto de medidas legislativas sobre os custos com pensões

da CGA é sintetizado no Quadro 15. A leitura do quadro permite concluir que a

aplicação simultânea e conjunta das várias medidas de política legislativa permitiria

reduzir os custos com pensões em todo o período projectado. A redução nos custos

seria de 760 M€ em 2014 e de 765 M€ em 2015, crescendo depois de forma regular

até atingir um máximo de 888 M€ em 2028, ano a partir do qual a poupança começaria

a decrescer. Este ano corresponde, sensivelmente, ao momento estimado para o início

do decréscimo do número total de aposentados reformados e pensionistas do sistema.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

0,0%

0,1%

0,1%

0,2%

0,2%

0,3%

2014 2019 2024 2029 2034 2039 2044 2049 2054 2059

Qu

otizaçõ

es (M

€)

em

% d

o P

IB

Acréscimo estimado de proveitos com Contribuições de Entidades

Milhões EUR % PIB

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

67

Quadro 15: Impacto das medidas legislativas sobre os encargos com pensões da CGA

Fonte: Estimativas dos autores Nota: valores a preços correntes em milhões de EUR

A redução do custo com pensões em percentagem do PIB atinge o valor máximo logo

no ano de 2014, sobretudo pelo efeito denominador (crescimento nominal do PIB)

uma vez que a diminuição da despesa em termos absolutos só é alcançada mais tarde.

Estima-se uma redução nos custos com pensões em todas as contingências com maior

destaque, naturalmente, para as pensões de velhice. Esta evolução esperada resulta,

essencialmente, do efeito conjugado das várias medidas de política sobre as pensões

médias dos actuais e futuros pensionistas, sem prejuízo de se estimar um contributo

positivo para a redução dos encargos com pensões decorrente do aumento da idade

média efectiva de entrada na aposentação, em resposta ao aumento da idade legal de

reforma, e da correspondente redução do período de atribuição da pensão.

A redução estimada no valor médio mensal das pensões de aposentação, reforma e

sobrevivência decorre da aplicação conjugada de medidas com impacto directo sobre

o valor da pensão actual e/ou inicial ou sobre o valor acumulado das pensões

percebidas (no caso da aplicação da «condição de recursos» às pensões de

sobrevivência). Este impacto é bem vísivel na Figura 34, onde se representa a variação

estimada no valor médio das pensões para as várias contingências analisadas face ao

cenário base.

RUBRICA 2012 2013 2014 2015 2020 2025 2030 2040 2050 2060

Custos com Pensões - Cenário base 7.951 9.279 9.488 9.695 11.292 12.788 13.771 13.504 9.940 5.434

em % do PIB 4,8% 5,6% 5,6% 5,6% 5,5% 5,2% 4,7% 3,3% 1,8% 0,7%

Velhice 6.283 7.463 7.652 7.843 9.258 10.596 11.497 11.314 8.102 4.056

Invalidez 860 964 973 981 1.062 1.122 1.129 964 643 323

Sobrevivência e PPSO - Viuvez 759 798 806 812 892 964 1.009 1.007 874 624

Sobrevivência e PPSO - Orfandade 50 55 57 60 80 105 136 219 321 430

Custos com Pensões - Cenário c/ medidas 7.951 9.279 8.728 8.930 10.471 11.910 12.886 12.727 9.394 5.129

em % do PIB 4,8% 5,6% 5,2% 5,2% 5,1% 4,9% 4,4% 3,1% 1,7% 0,7%

Velhice 6.283 7.463 7.013 7.202 8.581 9.877 10.773 10.678 7.664 3.830

Invalidez 860 964 906 912 986 1.041 1.046 898 602 304

Sobrevivência e PPSO - Viuvez 759 798 753 758 828 894 937 943 824 589

Sobrevivência e PPSO - Orfandade 50 55 56 59 76 100 129 207 304 407

Custos com Pensões (M€) - diferença -760 -765 -821 -877 -884 -777 -547 -304

em % do PIB -0,5% -0,4% -0,4% -0,4% -0,3% -0,2% -0,1% 0,0%

Velhice -639 -641 -677 -720 -723 -636 -438 -227

Invalidez -67 -68 -76 -82 -82 -66 -41 -20

Sobrevivência e PPSO - Viuvez -52 -54 -64 -71 -72 -64 -50 -35

Sobrevivência e PPSO - Orfandade -1 -2 -3 -5 -7 -12 -17 -23

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

68

Figura 34: Impacto das medidas legislativas no valor da pensão média

mensal, face ao cenário base

Fonte: Estimativas dos autores

A aplicação do diploma que prevê os mecanismos de convergência do regime de

protecção social da função pública com o regime geral da segurança social, a aplicação

da «condição de recurso» às pensões de sobrevivência, a eliminação dos regimes

especiais que estabelecem acréscimos de tempo de serviço para efeitos de

aposentação e a modificação da fórmula de cálculo do factor de sustentabilidade

justificam este resultado.

O Quadro 16 sintetiza o impacto financeiro estimado das medidas legislativas na

previsão da dotação anual do OE a favor da CGA com vista a suprir os seus défices de

auto-financiamento.

Quadro 16: Impacto das medidas legislativas sobre a dotação do OE para a CGA

Fonte: Estimativas dos autores. Nota: valores a preços correntes em milhões de EUR

-140

-120

-100

-80

-60

-40

-20

0

2014 2019 2024 2029 2034 2039 2044 2049 2054 2059

EUR

Variação na Pensão Média Mensal (EUR)

Velhice Invalidez

Sobrevivência e PPSO - Viuvez Sobrevivência e PPSO - Orfandade

RUBRICA 2012 2013 2014 2015 2020 2025 2030 2040 2050 2060

Dotações do OE - Cenário base 4.463 4.530 5.127 5.863 8.026 9.993 11.374 12.079 9.303 5.091

em % do PIB 2,7% 2,7% 3,0% 3,4% 3,9% 4,1% 3,9% 2,9% 1,7% 0,7%

Dotações do OE - Cenário medidas 4.063 4.781 6.977 8.952 10.382 11.303 8.789 4.806

em % do PIB 2,4% 2,8% 3,4% 3,7% 3,5% 2,8% 1,6% 0,6%

Diferença -1.064 -1.082 -1.049 -1.041 -992 -776 -514 -285

em % do PIB -0,6% -0,6% -0,5% -0,4% -0,3% -0,2% -0,1% 0,0%

em % do valor no cenário base -20,7% -18,5% -13,1% -10,4% -8,7% -6,4% -5,5% -5,6%

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

69

O contributo das medidas (do lado da receita e do lado da despesa) para a diminuição

do esforço do Estado no financiamento do sistema seria positivo em todo o período

analisado. A redução ascenderia a 1064 M€ (ou 0,6% do PIB) em 2014,

correspondendo a um corte de 20,7% face ao valor obtido no cenário base e a 1082

M€ (0,6% do PIB) em 2015.

O valor estimado da redução na dotação anual do OE para a CGA em consequência da

aplicação das medidas é superior a 1000 milhões até 2029, inclusive, reduzindo-se

depois esta poupança de forma gradual até ao final do período da projecção, quer pela

atenuação do contributo positivo dado pelo aumento da taxa de contribuição a

suportar pelas entidades empregadoras públicas, quer pelo contributo com origem no

valor médio das pensões e no número de pensionistas.

No Quadro 17 e na Figura 35 evidencia-se o impacto das medidas legislativas nos

rácios de dependência e de auto-financiamento da CGA.

Quadro 17: Impacto das medidas legislativas nos rácios de dependência e de auto-

financiamento da CGA

Fonte: Estimativas dos autores

Como se observa, a combinação de medidas que incidem sobre as fontes de

financiamento do sistema com medidas que actuam do lado da despesa com pensões

permitiria reduzir o rácio de dependência do OE em 7,5 pontos percentuais em 2014,

verificando-se um decréscimo gradual do impacto das medidas até ao final do

horizonte da projecção.

Em sentido naturalmente contrário, o rácio de auto-financiamento do sistema

registaria uma melhoria importante, mas ainda assim insuficiente para tornar o

sistema auto-sustentável no longo prazo, continuando a pressionar consideravelmente

as finanças públicas do país.

INDICADOR 2012 2013 2014 2015 2020 2025 2030 2040 2050 2060

Rácio de Dependência do OE

Cenário base 56,1% 48,8% 54,0% 60,5% 71,1% 78,1% 82,6% 89,4% 93,6% 93,7%

Cenário c/ medidas legislativas 46,6% 53,5% 66,6% 75,2% 80,6% 88,8% 93,6% 93,7%

Diferença (p.p.) -7,5% -6,9% -4,4% -3,0% -2,0% -0,6% 0,0% 0,0%

Rácio de Auto-Financiamento

Cenário base 41,8% 44,9% 39,7% 37,4% 26,8% 20,4% 16,1% 9,2% 6,4% 6,3%

Cenário c/ medidas legislativas 47,0% 44,1% 31,1% 23,3% 18,0% 9,8% 6,4% 6,3%

Diferença (p.p.) 7,3% 6,7% 4,3% 2,9% 1,9% 0,6% 0,0% 0,0%

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

70

Figura 35: Evolução dos rácios de dependência e de auto-financiamento da CGA em

resultado da aplicação das medidas legislativas

Fonte: Estimativas dos autores

5.5 Estimativas da dívida implícita do sistema de pensões da CGA

Um sistema de pensões diz-se financeiramente sustentável se estiver em equilíbrio

actuarial. Na prática, tal pressupõe que as receitas projectadas com quotizações e

contribuições sociais, em conjunto com os eventuais actuais activos de fundos de

reserva existentes, devem ser suficientes para financiar as despesas projectadas no

sistema, i.e., para fazer face às suas obrigações futuras num determinado horizonte

temporal determinado.

Vários indicadores têm sido sugeridos na literatura para medir o problema de

sustentabilidade financeira dos esquemas públicos de pensões (e.g., taxa de

contribuição de equilíbrio, momento em que o esquema de pensões entra em ruptura

financeira, dívida implícita do sistema). Neste estudo, utiliza-se a dívida implícita de

um esquema público de pensões para avaliar o nível de sustentabilidade financeira da

CGA. A dívida implícita do esquema público de pensões gerido pela CGA quantifica,

para um dado horizonte temporal, o valor actual dos futuros desequilíbrios

orçamentais com origem no subsistema de protecção social. Dito de outro modo,

mede o valor actual das futuras dotações orçamentais que, juntamente com as

quotizações e contribuições actuais e outras fontes de financiamento, seriam

necessárias para financiar todos os compromissos de despesa com o pagamento das

pensões assumidos.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

2014 2019 2024 2029 2034 2039 2044 2049 2054 2059

cio d

e D

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OE

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io d

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-Fin

anci

amen

to

(Quotas + Compart. Entidades) / Custo Total Pensões

(Dotação do OE + IVA) / Custo Total Pensões

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

71

Este indicador de dívida implícita tem, em nosso entender, uma interpretação simples

e intuitiva. Corresponde ao valor dos activos financeiros que deveriam actualmente

existir num fundo de reserva tal que, se esses activos fossem investidos nos mercados

financeiros e gerassem uma determinada taxa de rendibilidade (que se assume igual à

taxa de desconto), o sistema estaria em condições de cumprir com os seus

compromissos sem necessidade de alterar contribuições e/ou benefícios no futuro.

Nesta circunstância, todos os compromissos do sistema de pensões estariam cobertos

ora por quotizações e contribuições futuras ora pelo referido fundo de reserva. Para

melhor enquadrar a importância relativa desta dívida implícita, opta-se por medi-la em

valor actual absoluto e em percentagem do PIB do ano base (2012).

O Quadro 18 apresenta uma estimativa da dívida implícita do sistema de pensões da

CGA no final de 2012, em valor absoluto e em percentagem do PIB desse ano,

considerando três hipóteses alternativas para a taxa de desconto (flat yield curve) e

tomando como referência um horizonte temporal futuro de 75 anos. O indicador

representa o valor actualizado, para o final de 2012, dos futuros desequilíbrios

orçamentais estimados com origem no subsistema de protecção social (dotação anual

do OE) no período considerado.

Quadro 18: Estimativa da dívida implícita do regime de pensões da CGA

Fonte: Estimativas dos autores

Como se observa, no cenário base a dívida implícita actual do sistema de pensões da

CGA oscilaria entre os 245.631 M€ (ou 148,5% do PIB) no cenário mais pessimista de

uma taxa de desconto de 3% e os 168.862 M€ (ou 102,1%) na hipótese mais favorável

de uma taxa de desconto anual nominal de 5%. No cenário contrafactual de reabertura

do sistema a novas inscrições de subscritores, a dívida implícita do sistema reduzir-se-

3% 4% 5%Em Milhões EUR

Cenário Base 245.631 201.885 168.862

Cenário Virtual II 179.588 150.522 128.380

Cenário c/ medidas 223.847 183.330 152.829

Em % PIB 2012

Cenário Base 148,5% 122,1% 102,1%

Cenário Virtual II 108,6% 91,0% 77,6%

Cenário c/ medidas 135,3% 110,8% 92,4%

Dif. Face cenário base

Cenário Virtual II -39,9% -31,1% -24,5%

Cenário c/ medidas -13,2% -11,2% -9,7%

Taxa de desconto

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

72

ia, face ao cenário base, entre os 39,9 pontos percentuais (pp) do PIB, na hipótese de

taxa de desconto mais desfavorável e os 24,4 pp no pressuposto mais favorável de

taxa de desconto.

No cenário em que são adoptadas conjuntamente as medidas legislativas

recentemente apresentadas, a amplitude do contributo para a redução da dívida

implícita do sistema situar-se-ia entre os 21.784 M€ (13,2% do PIB) e os 16.033 M€

(9,7% do PIB) face ao cenário base. Os níveis de dívida implícita do sistema de pensões

da CGA são, nos três cenários considerados, muito elevados e colocam uma pressão

orçamental significativa sobre as finanças públicas.

A finalizar, salienta-se que o conceito de dívida implícita de um esquema público de

pensões difere ligeiramente do tradicional conceito de dívida pública, que quantifica o

valor actual dos défices orçamentais passados e constitui, nesse sentido, um indicador

de dívida explícito. Por outro lado, se nos casos em que se constata que as receitas de

impostos antecipadas sob as actuais regras fiscais são insuficientes para cobrir os

compromissos de despesa para um dado período, o Estado tem sempre a

possibilidade, condicionada pela disponibilidade dos credores, de recurso ao

endividamento explícito, tal estratégia não está normalmente disponível no contexto

dos orçamentos dos sistemas públicos de pensões, para além do que está implícito nas

transferências anuais do Orçamento do Estado.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013

73

6 Anexos

As estimativas obtidas ao longo deste estudo para as várias medidas e indicadores

referidos e ilustrados ao longo do texto podem ser consultadas nos seguintes anexos:

Anexo I. Principais Pressupostos Demográficos e Macroeconómicos

Anexo II. Caixa Geral de Aposentações - Indicadores Físicos – Cenário I (Base)

Anexo III. Caixa Geral de Aposentações - Indicadores Físicos – Cenário II

Anexo IV. Caixa Geral de Aposentações - Indicadores Físicos – Cenário III

Anexo V. Caixa Geral de Aposentações - Indicadores Financeiros – Cenário I (Base)

Anexo VI. Caixa Geral de Aposentações - Indicadores Financeiros – Cenário II

Anexo VII. Caixa Geral de Aposentações - Indicadores Financeiros – Cenário III

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES (MOEDA - EUR)

PROJECÇÕES DEMOGRÁFICAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Índice Sintético de Fecundidade (ISF) 1,28 1,27 1,28 1,29 1,31 1,35 1,38 1,41 1,45

Esperança de vida à nascença (period approach)

Homens 77,1 77,3 77,5 77,7 78,7 80,6 82,3 83,9 85,3

Mulheres 83,2 83,4 83,5 83,8 84,7 86,4 88,0 89,3 90,6

Sexos combinados 80,2 80,4 80,5 80,7 81,6 83,2 84,6 85,9 87,0

Esperança de vida aos 65 anos (period approach)

Homens 17,3 17,4 17,5 17,7 18,3 19,5 20,7 21,8 22,9

Mulheres 20,9 21,0 21,1 21,3 21,9 23,2 24,4 25,5 26,5

Sexos combinados (Metodologia INE) 18,8 19,0 19,1 19,2 19,8 20,9 22,0 23,0 23,9

Esperança de vida aos 65 anos (cohort approach)

Sexos combinados 20,5 20,6 20,7 20,8 21,4 22,4 23,3 24,2 25,1

Factor de SustentabilidadeFormulação Actual 0,95 0,95 0,94 0,94 0,91 0,86 0,82 0,78 0,75

Proposta OE 2014 0,88 0,88 0,88 0,87 0,85 0,80 0,76 0,73 0,70

Principais Pressupostos Demográficos e Macroeconómicos

Saldo Migratório Líquido (milhares) 0,0 -25,0 -17,7 -12,6 1,9 15,3 22,1 27,6 33,6

Saldo Migratório Líquido em % da população 0,00 -0,24 -0,17 -0,12 0,02 0,15 0,23 0,30 0,38

População (milhões) 10,49 10,45 10,42 10,39 10,25 9,96 9,61 9,21 8,79

População (0-14) em % do Total 14,8 14,6 14,3 14,0 12,8 11,4 11,4 11,3 11,2

População (25-54) em % do Total 42,5 42,1 41,8 41,4 39,4 35,9 33,5 33,0 32,4

População em idade activa (15-64) em % do Total 65,8 65,5 65,3 65,2 64,0 60,6 55,9 53,4 54,0

População (65+) em % do Total 19,4 19,9 20,4 20,8 23,1 28,1 32,7 35,3 34,8

População (80+) em % do Total 5,3 5,6 5,8 6,0 7,0 8,9 11,1 13,7 16,2

População (80+) em % da População (65+) 27,5 28,0 28,4 28,9 30,3 31,5 33,9 38,7 46,4

População (80+) em % da População Idade Activa 8,1 8,5 8,8 9,3 10,9 14,6 19,8 25,6 29,9

Anexo I/1

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES (MOEDA - EUR)

Principais Pressupostos Demográficos e Macroeconómicos

PRESSUPOSTOS MACROECONÓMICOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

PIB Potencial (taxa crescimento) -3,2% -1,8% 0,8% 1,5% 1,4% 1,6% 1,3% 1,1% 1,3%

Emprego (taxa crescimento) -2,7% -3,9% -0,4% 0,4% 0,0% -0,7% -0,9% -0,6% -0,3%

Input factor trabalho : horas trabalhadas (taxa crescimento) -2,7% -1,9% -0,8% 0,3% 0,0% -0,7% -0,9% -0,6% -0,3%

Produtividade do Trabalho por hora (taxa crescimento) -0,5% 2,2% 1,2% 1,1% 1,4% 2,3% 2,2% 1,7% 1,5%

Produtividade Total dos Factores (TFP) (taxa crescimento) -0,3% -0,2% -0,2% -0,2% 0,6% 1,5% 1,4% 1,1% 1,0%

Capital deepening (contributo p/ cresc. produtividade trabalho) -0,2% 2,4% 1,4% 1,2% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% 0,5%

Taxa de Inflação

IPC 2,8% 0,6% 1,0% 1,2% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%

Deflator do PIB -0,1% 1,9% 0,9% 1,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%

Taxa de Crescimento Nominal IAS 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%

PIB per capita a preços 2012 (€) 15.772 15.541 15.714 15.995 17.556 21.155 25.190 29.614 35.072

PIB per capita (taxa crescimento) -1,8% -3,2% -2,1% -0,4% 9,3% 31,7% 56,9% 84,4% 118,4%

PIB por trabalhador a preços 2012 (€) 36.045 35.783 36.135 36.663 39.588 46.727 58.152 69.808 82.304

PIB a preços de 2012 (milhões €) 165.409 162.432 163.731 166.187 179.950 210.630 242.160 272.736 308.142

PIB a preços correntes (milhões €) 165.409 165.575 168.347 172.607 205.241 292.843 410.411 563.457 776.016

POPULAÇÃO ACTIVA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

População em Idade Activa (15-64) (milhares) 6.904 6.850 6.808 6.771 6.564 6.032 5.376 4.918 4.748

Taxa crescimento população em idade activa (15-64) -0,8% -0,6% -0,6% -0,6% -1,0% -1,3% -0,4% -0,3%

População em Idade Activa (20-64) (milhares) 6.353 6.303 6.257 6.212 6.034 5.591 4.992 4.534 4.383

Taxa crescimento população em idade activa (20-64) -0,8% -0,7% -0,7% -0,5% -0,8% -1,4% -0,5% -0,3%

População Activa 15-64 (milhares) 5.175 5.128 5.086 5.046 4.864 4.490 4.041 3.756 3.640

População Activa 20-64 (milhares) 5.093 5.049 5.007 4.966 4.785 4.421 3.983 3.698 3.584

Homens 2.610 2.583 2.558 2.535 2.434 2.240 2.011 1.870 1.808

Mulheres 2.484 2.466 2.449 2.432 2.352 2.181 1.972 1.828 1.775

Anexo I/2

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES (MOEDA - EUR)

Principais Pressupostos Demográficos e Macroeconómicos

TAXAS DE ACTIVIDADE 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

MulheresTaxa de Actividade (20-64) 75,9 75,8 75,7 75,7 75,1 75,0 76,0 78,1 78,6

Taxa de Actividade (15-64) 71,1 71,1 70,9 70,8 70,4 70,7 71,8 73,3 73,9

Jovens (15-24) 37,0 36,8 36,6 36,3 37,0 38,5 37,8 37,3 38,1

Adultos (25-54) 86,7 86,7 86,6 86,6 86,5 86,9 88,1 88,2 88,7

Seniors (55-64) 47,2 47,6 47,9 48,2 49,7 52,4 53,3 57,3 60,2

HomensTaxa de Actividade (20-64) 84,7 84,7 84,6 84,5 83,9 83,5 83,9 85,3 85,1

Taxa de Actividade (15-64) 79,0 78,9 78,7 78,5 78,1 78,4 78,8 79,6 79,6

Jovens (15-24) 42,4 42,2 42,0 41,6 42,4 44,4 43,4 42,9 43,9

Adultos (25-54) 93,6 93,6 93,6 93,5 93,4 93,5 93,9 93,9 94,0

Seniors (55-64) 61,7 61,9 62,0 62,3 63,0 64,4 63,6 66,7 68,3

TAXAS DE EMPREGO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Taxa de Emprego (15-64) 62,5 62,4 62,5 62,8 64,6 68,7 69,9 71,5 71,7

Taxa de Emprego (20-64) 67,4 67,2 67,5 67,9 69,6 73,3 74,6 76,7 76,8Taxa de Emprego (20-64) 67,4 67,2 67,5 67,9 69,6 73,3 74,6 76,7 76,8

Taxa de Emprego (15-74) 56,9 56,6 56,7 56,8 57,7 59,9 59,7 61,1 62,8

População empregada (20-64) (milhões) 4,3 4,2 4,2 4,2 4,2 4,1 3,7 3,5 3,4

População empregada (15-64) (milhões) 4,3 4,3 4,3 4,3 4,2 4,1 3,8 3,5 3,4

Homens 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,1 1,9 1,8 1,7

Mulheres 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,0 1,9 1,7 1,7

% de jovens (15-24) 7% 7% 7% 7% 7% 8% 7% 8% 8%

% idade adulta (25-54) 79% 79% 79% 78% 76% 73% 74% 75% 73%

% seniors (55-64) 14% 14% 14% 15% 16% 19% 19% 18% 20%

Anexo I/3

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES (MOEDA - EUR)

Principais Pressupostos Demográficos e Macroeconómicos

TAXA DE DESEMPREGO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Taxa de Desemprego (15-64) 16,6 16,7 16,3 15,7 12,9 7,7 7,0 6,4 6,5

Taxa de Desemprego (20-64) 15,9 16,1 15,7 15,1 12,3 7,2 6,5 5,9 6,0

Taxa de Desemprego (15-74) 16,1 16,3 15,9 15,3 12,5 7,7 7,0 6,4 6,5

População desempregada (20-64) (milh.) 812,1 812,9 785,0 749,6 586,9 320,0 260,3 218,8 215,6

População desempregada (15-64) (milh.) 857,0 856,5 828,2 792,3 625,2 347,5 282,8 240,9 237,0

Homens 445,7 441,4 426,9 407,9 320,3 175,9 141,5 124,4 122,9

Mulheres 411,3 415,1 401,3 384,4 304,9 171,6 141,3 116,5 114,1

% de jovens (15-24) 17% 17% 17% 17% 19% 20% 19% 21% 21%

% idade adulta (25-54) 68% 68% 68% 67% 64% 57% 57% 57% 54%

% seniors (55-64) 15% 15% 15% 16% 18% 23% 24% 22% 25%

RÁCIOS DE DEPENDÊNCIA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Proporção da População Idosa (55-64) / (20-64) 20,9 21,2 21,5 21,9 23,9 27,0 27,1 24,1 26,0

Índice de Dependência de Jovens (20-64) 33,1 32,8 32,6 32,4 30,6 28,1 29,7 31,4 30,7

Índice de Dependência dos Idosos (20-64) 32,0 33,0 33,9 34,8 39,3 50,0 62,9 71,8 69,7

Rácio de Dependência Total (20-64) 65,1 65,8 66,5 67,3 69,9 78,1 92,6 103,1 100,5Rácio de Dependência Total (20-64) 65,1 65,8 66,5 67,3 69,9 78,1 92,6 103,1 100,5

Rácio de Dependência Económica Total (20-74) 131,6 133,1 132,8 132,1 128,5 124,3 135,1 140,8 139,4

Índice de Envelhecimento (65+/0-14) 131,1 136,5 142,3 148,8 180,5 247,1 285,8 313,5 311,5

Índice de Juventude (0-14 / 65+) 76,3 73,2 70,3 67,2 55,4 40,5 35,0 31,9 32,1

Índice de Juventude da População Activa (15-39 / 40-64) 90,2 87,8 85,4 83,1 74,9 75,2 77,5 77,0 78,2

Índice de Longevidade (75+ / 65+) 48,9 49,1 49,2 49,2 49,5 51,5 54,2 59,9 65,0

Anexo I/4

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FÍSICOS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)

Nº SUBSCRITORES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total (Milhares) 531.814 508.198 478.198 456.921 347.764 155.417 32.246 624 0taxa de variação anual % -4,4% -5,9% -4,4% -5,9% -9,7% -20,4% -43,1% -64,7%

Homens 232.205 218.831 205.038 195.262 146.154 66.267 16.119 488 0Mulheres 299.609 289.366 273.160 261.659 201.610 89.150 16.128 137 0

Rácio de Feminilidade (%) 56,3% 56,9% 57,1% 57,3% 58,0% 57,4% 50,0% 21,9% 98,7%IDADE MÉDIA DOS SUBSCRITORES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Homens 47,54 48,11 48,64 49,15 51,46 55,92 60,94 65,18 71,00Mulheres 47,87 48,48 49,04 49,60 52,25 57,20 62,35 65,75 69,00

Total 47,73 48,32 48,87 49,41 51,92 56,65 61,65 65,31 69,03Nº APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total (Milhares) 603,3 615,2 627,4 639,4 697,0 754,8 687,6 492,4 281,2taxa de variação anual % 2,0% 2,0% 1,9% 1,6% 0,1% -1,8% -4,4% -6,3%

Velhice 387,2 396,7 406,8 417,0 469,1 528,3 476,7 310,2 137,2Invalidez 75,2 75,4 75,6 75,6 74,3 64,2 47,3 28,4 12,8Sobrevivência e PPSO - Viuvez 126,6 128,0 129,2 130,1 132,7 130,9 119,0 95,7 62,8Sobrevivência e PPSO - Orfandade 14,2 15,0 15,8 16,6 20,9 31,3 44,6 58,1 68,4Homens 272,6 274,9 277,2 279,5 289,6 284,2 243,2 175,0 110,3Mulheres 330,7 340,3 350,2 359,9 407,4 470,5 444,5 317,4 170,9

Nº NOVAS PENSÕES ATRIBUÍDAS NO ANO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total 29.519 32.446 33.352 33.526 34.815 30.927 21.886 10.894 7.491taxa de variação anual % 9,9% 2,8% 0,5% -0,2% -1,8% -5,2% -4,5% -4,4%

Velhice 21.609 22.373 22.546 23.414 18.617 9.897 551 0Invalidez 2.050 2.087 2.067 1.992 1.418 517 14 0Sobrevivência e PPSO - Viuvez 7.744 7.825 7.836 8.221 9.369 9.663 8.527 6.090Sobrevivência e PPSO - Orfandade 1.043 1.068 1.077 1.189 1.523 1.809 1.801 1.401Homens 11.606 12.457 12.742 12.819 13.016 10.994 8.722 5.046 3.767Mulheres 9.128 19.989 20.610 20.707 21.799 19.932 13.164 5.848 3.724

IDADE MÉDIA APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total 70,0 70,2 70,3 70,5 71,4 73,5 75,7 78,2 78,2Velhice 69,9 70,0 70,1 70,3 71,1 73,5 76,7 81,4 86,9Invalidez 69,0 69,4 69,8 70,2 71,8 74,0 76,3 80,9 86,5Sobrevivência e PPSO - Viuvez 74,1 74,5 75,0 75,3 77,1 80,4 83,3 86,3 89,2Sobrevivência e PPSO - Orfandade 40,5 40,4 40,4 40,4 40,6 42,3 44,1 46,2 49,0Homens 69,2 69,4 69,6 69,8 70,6 72,1 72,8 72,5 68,6Mulheres 70,6 70,8 70,9 71,1 72,0 74,3 77,3 81,3 84,4

CENÁRIO I

Anexo II/1

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FÍSICOS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)

CENÁRIO I

IDADE MÉDIA APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total 62,8 62,8 62,9 63,9 66,4 70,6 77,3 79,5Velhice 60,1 60,2 60,3 61,1 62,2 64,4 66,5 69,4Invalidez 56,0 56,3 56,5 57,6 59,4 62,4 65,6 69,0Sobrevivência e PPSO - Viuvez 75,3 75,6 75,9 77,4 81,0 84,2 87,4 90,3Sobrevivência e PPSO - Orfandade 37,4 37,3 37,2 36,5 35,3 33,9 32,9 32,2Homens 60,5 60,6 60,8 61,9 64,1 67,7 72,9 75,3Mulheres 64,2 64,2 64,3 65,1 67,7 72,5 81,2 83,7

RÁCIOS DE DEPENDÊNCIA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Subscritores / (Aposentados/Reformados) 1,15 1,08 0,99 0,93 0,64 0,26 0,06 0,00 0,00Subscritores / (Apos./Reform.+ Pensionistas) 0,88 0,83 0,76 0,71 0,50 0,21 0,05 0,00 0,00

DENSIDADE CONTRIBUTIVA MÉDIA (REFORMA IDADE 65) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Homens 28,6 28,9 29,1 29,2 29,7 30,4 30,7 31,0 31,2Mulheres 28,1 27,5 27,4 27,4 27,2 27,0 26,9 26,8 26,7

Anexo II/2

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FÍSICOS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)

Nº SUBSCRITORES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total (Milhares) 584.228 560.293 542.246 528.409 506.233 508.225 507.851 505.493 506.775taxa de variação anual % -4,1% -3,2% -2,6% -0,4% 0,0% 0,0% 0,0% 0,2%

Homens 254.637 240.960 232.277 225.732 214.421 218.533 219.670 214.520 215.336Mulheres 329.591 319.333 309.969 302.677 291.812 289.692 288.182 290.973 291.439

Rácio de Feminilidade (%) 56,4% 57,0% 57,2% 57,3% 57,6% 57,0% 56,7% 57,6% 57,5%IDADE MÉDIA DOS SUBSCRITORES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Homens 46,02 46,57 46,67 46,91 46,06 44,22 45,51 46,83 45,35Mulheres 46,23 46,83 46,95 47,24 46,66 44,46 45,17 46,90 45,51

Total 46,14 46,71 46,83 47,10 46,41 44,36 45,32 46,87 45,44Nº APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total (Milhares) 603,3 615,2 627,4 639,5 697,5 758,1 718,1 656,9 668,6taxa de variação anual % 0 2,0% 2,0% 1,9% 1,6% 0,1% -0,9% -0,5% 0,5%

Velhice 387,2 396,7 406,8 417,0 469,1 528,3 494,1 438,7 456,9Invalidez 75,2 75,5 75,6 75,7 74,6 66,1 56,0 53,6 57,1Sobrevivência e PPSO - Viuvez 126,6 128,0 129,2 130,2 133,0 132,1 123,0 105,3 83,7Sobrevivência e PPSO - Orfandade 14,2 15,0 15,8 16,6 20,9 31,5 45,1 59,3 71,0Homens 272,6 274,9 277,2 279,5 289,8 285,7 256,8 244,2 266,0Mulheres 330,7 340,3 350,2 359,9 407,7 472,3 461,3 412,7 402,6

Nº NOVAS PENSÕES ATRIBUÍDAS NO ANO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total 29.519 32.479 33.387 33.570 34.930 31.406 27.847 31.235 32.348taxa de variação anual % 10,0% 2,8% 0,5% -0,1% -1,6% -0,7% 2,6% -1,5%

Velhice 21.609 22.373 22.546 23.414 18.617 14.284 17.926 20.963Invalidez 2.066 2.103 2.089 2.054 1.716 1.652 2.098 2.005Sobrevivência e PPSO - Viuvez 7.759 7.840 7.855 8.267 9.528 10.053 9.310 7.747Sobrevivência e PPSO - Orfandade 1.045 1.070 1.080 1.196 1.545 1.859 1.902 1.632Homens 11.606 12.472 12.758 12.839 13.068 11.216 11.338 13.458 13.717Mulheres 9.128 20.007 20.629 20.731 21.861 20.190 16.509 17.777 18.631

IDADE MÉDIA APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total 70,0 70,2 70,3 70,5 71,4 73,3 74,9 74,7 73,2Velhice 69,9 70,0 70,1 70,3 71,1 73,5 76,1 76,7 75,2Invalidez 69,0 69,4 69,8 70,2 71,7 73,1 72,8 71,6 71,1Sobrevivência e PPSO - Viuvez 74,1 74,5 74,9 75,3 77,1 80,0 82,3 83,9 84,1Sobrevivência e PPSO - Orfandade 40,5 40,4 40,4 40,4 40,6 42,3 44,0 46,1 48,8Homens 69,2 69,4 69,6 69,8 70,5 71,9 72,0 70,2 69,0Mulheres 70,6 70,8 70,9 71,1 71,9 74,2 76,5 77,4 75,9

CENÁRIO II

Anexo III/1.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FÍSICOS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)

CENÁRIO II

IDADE MÉDIA APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total 62,7 62,8 62,9 63,8 66,1 67,6 66,9 66,6Velhice 60,1 60,2 60,3 61,1 62,2 62,6 62,3 63,1Invalidez 55,8 56,1 56,3 57,0 56,7 56,0 57,1 57,6Sobrevivência e PPSO - Viuvez 75,2 75,5 75,8 77,2 80,3 82,9 85,0 85,6Sobrevivência e PPSO - Orfandade 37,4 37,2 37,2 36,5 35,3 34,0 33,1 32,9Homens 60,4 60,6 60,7 61,8 63,7 65,2 65,6 65,9Mulheres 64,2 64,2 64,3 65,0 67,4 69,3 67,9 67,2

RÁCIOS DE DEPENDÊNCIA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Subscritores / (Aposentados/Reformados) 1,26 1,19 1,12 1,07 0,93 0,85 0,92 1,03 0,99Subscritores / (Apos./Reform.+ Pensionistas) 0,97 0,91 0,86 0,83 0,73 0,67 0,71 0,77 0,76

DENSIDADE CONTRIBUTIVA MÉDIA (REFORMA IDADE 65) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Homens 28,6 28,9 29,1 29,2 29,7 30,4 30,7 31,0 31,2Mulheres 28,1 27,5 27,4 27,4 27,2 27,0 26,9 26,8 26,7

Anexo III/2.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FÍSICOS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)

Nº SUBSCRITORES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total (Milhares) 531.814 508.198 478.198 456.921 347.764 155.417 32.246 624 0taxa de variação anual % -4,4% -5,9% -4,4% -5,9% -9,7% -20,4% -43,1% -64,7%

Homens 232.205 218.831 205.038 195.262 146.154 66.267 16.119 488 0Mulheres 299.609 289.366 273.160 261.659 201.610 89.150 16.128 137 0

Rácio de Feminilidade (%) 56,3% 56,9% 57,1% 57,3% 58,0% 57,4% 50,0% 21,9% 98,7%IDADE MÉDIA DOS SUBSCRITORES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Homens 47,54 48,11 48,64 49,15 51,46 55,92 60,94 65,18 71,00Mulheres 47,87 48,48 49,04 49,60 52,25 57,20 62,35 65,75 69,00

Total 47,73 48,32 48,87 49,41 51,92 56,65 61,65 65,31 69,03Nº APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total (Milhares) 603,3 615,2 627,4 639,4 697,0 754,8 687,6 492,4 281,2taxa de variação anual % 2,0% 2,0% 1,9% 1,6% 0,1% -1,8% -4,4% -6,3%

Velhice 387,2 396,7 406,8 417,0 469,1 528,3 476,7 310,2 137,2Invalidez 75,2 75,4 75,6 75,6 74,3 64,2 47,3 28,4 12,8Sobrevivência e PPSO - Viuvez 126,6 128,0 129,2 130,1 132,7 130,9 119,0 95,7 62,8Sobrevivência e PPSO - Orfandade 14,2 15,0 15,8 16,6 20,9 31,3 44,6 58,1 68,4Homens 272,6 274,9 277,2 279,5 289,6 284,2 243,2 175,0 110,3Mulheres 330,7 340,3 350,2 359,9 407,4 470,5 444,5 317,4 170,9

Nº NOVAS PENSÕES ATRIBUÍDAS NO ANO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total 29.519 32.446 33.352 33.526 34.815 30.927 21.886 10.894 7.491taxa de variação anual % 9,9% 2,8% 0,5% -0,2% -1,8% -5,2% -4,5% -4,4%

Velhice 21.609 22.373 22.546 23.414 18.617 9.897 551 0Invalidez 2.050 2.087 2.067 1.992 1.418 517 14 0Sobrevivência e PPSO - Viuvez 7.744 7.825 7.836 8.221 9.369 9.663 8.527 6.090Sobrevivência e PPSO - Orfandade 1.043 1.068 1.077 1.189 1.523 1.809 1.801 1.401Homens 11.606 12.457 12.742 12.819 13.016 10.994 8.722 5.046 3.767Mulheres 9.128 19.989 20.610 20.707 21.799 19.932 13.164 5.848 3.724

IDADE MÉDIA APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total 70,0 70,2 70,3 70,5 71,4 73,5 75,7 78,2 78,2Velhice 69,9 70,0 70,1 70,3 71,1 73,5 76,7 81,4 86,9Invalidez 69,0 69,4 69,8 70,2 71,8 74,0 76,3 80,9 86,5Sobrevivência e PPSO - Viuvez 74,1 74,5 75,0 75,3 77,1 80,4 83,3 86,3 89,2Sobrevivência e PPSO - Orfandade 40,5 40,4 40,4 40,4 40,6 42,3 44,1 46,2 49,0Homens 69,2 69,4 69,6 69,8 70,6 72,1 72,8 72,5 68,6Mulheres 70,6 70,8 70,9 71,1 72,0 74,3 77,3 81,3 84,4

CENÁRIO III

Anexo IV/1

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FÍSICOS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)

CENÁRIO III

IDADE MÉDIA APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Total 62,8 62,8 62,9 63,9 66,4 70,6 77,3 79,5Velhice 60,1 60,2 60,3 61,1 62,2 64,4 66,5 69,4Invalidez 56,0 56,3 56,5 57,6 59,4 62,4 65,6 69,0Sobrevivência e PPSO - Viuvez 75,3 75,6 75,9 77,4 81,0 84,2 87,4 90,3Sobrevivência e PPSO - Orfandade 37,4 37,3 37,2 36,5 35,3 33,9 32,9 32,2Homens 60,5 60,6 60,8 61,9 64,1 67,7 72,9 75,3Mulheres 64,2 64,2 64,3 65,1 67,7 72,5 81,2 83,7

RÁCIOS DE DEPENDÊNCIA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Subscritores / (Aposentados/Reformados) 1,15 1,08 0,99 0,93 0,64 0,26 0,06 0,00 0,00Subscritores / (Apos./Reform.+ Pensionistas) 0,88 0,83 0,76 0,71 0,50 0,21 0,05 0,00 0,00

DENSIDADE CONTRIBUTIVA MÉDIA (REFORMA IDADE 65) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060

Homens 28,6 28,9 29,1 29,2 29,7 30,4 30,7 31,0 31,2Mulheres 28,1 27,5 27,4 27,4 27,2 27,0 26,9 26,8 26,7

Anexo IV/2

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FINANCEIROS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)

CUSTOS COM PENSÕES (M€) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Custos com Pensões (M €) 7.950,8 9.279,3 9.487,9 9.695,3 11.291,8 13.770,8 13.503,7 9.940,3 5.433,7

em % do PIB 4,8% 5,6% 5,6% 5,6% 5,5% 4,7% 3,3% 1,8% 0,7%Velhice 6.282,7 7.463,1 7.652,2 7.842,7 9.258,2 11.496,7 11.313,7 8.102,3 4.056,5Invalidez 859,6 963,6 972,7 980,6 1.061,8 1.128,6 964,4 643,0 323,3Sobrevivência e PPSO - Viuvez 758,6 798,1 805,8 812,0 892,3 1.009,3 1.006,6 873,7 624,1Sobrevivência e PPSO - Orfandade 50,0 54,6 57,3 60,0 79,5 136,3 219,1 321,3 429,8Taxa crescimento anual custo com pensões % 16,7% 2,2% 2,2% 3,1% 1,1% -1,3% -4,4% -7,3%

TAXA DE ESTRUTURA DOS CUSTOS COM PENSÕES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Velhice 79,0% 80,4% 80,7% 80,9% 82,0% 83,5% 83,8% 81,5% 74,7%Invalidez 10,8% 10,4% 10,3% 10,1% 9,4% 8,2% 7,1% 6,5% 5,9%Sobrevivência e PPSO - Viuvez 9,5% 8,6% 8,5% 8,4% 7,9% 7,3% 7,5% 8,8% 11,5%Sobrevivência e PPSO - Orfandade 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,7% 1,0% 1,6% 3,2% 7,9%

CUSTOS COM NOVAS PENSÕES ATRIBUÍDAS NO ANO (M€) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total (M €) 465,1 475,7 480,0 501,3 444,9 302,9 92,2 60,7

taxa de variação anual % 2,3% 0,9% -0,7% -1,7% -6,5% -8,3% -3,4%Velhice 384,5 393,8 398,1 413,7 351,9 216,0 15,7 0,0Invalidez 29,0 29,9 30,0 30,7 22,2 7,6 0,2 0,0

Sobrevivência e PPSO - Viuvez 47,8 48,2 48,1 52,4 64,6 71,3 67,6 52,9Sobrevivência e PPSO - Orfandade 3,7 3,8 3,8 4,4 6,2 8,0 8,8 7,8

PENSÃO MÉDIA MENSAL [EUR] 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total das Pensões

Velhice 1.343 1.344 1.344 1.343 1.410 1.554 1.695 1.866 2.111Invalidez 906 912 919 926 1.021 1.255 1.457 1.618 1.810Sobrevivência e PPSO - Viuvez 445 445 446 446 480 551 604 652 710Sobrevivência e PPSO - Orfandade 261 260 259 258 272 311 351 395 449

Novas Pensões do ano [EUR]Velhice 1.271 1.257 1.261 1.275 1.264 1.369 1.583 2.146 3.402Invalidez 1.012 1.025 1.036 1.051 1.111 1.117 1.036 926 868Sobrevivência e PPSO - Viuvez 441 440 438 441 460 496 531 571 627Sobrevivência e PPSO - Orfandade 255 254 254 255 267 292 317 352 403

CENÁRIO I

Anexo V/1

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FINANCEIROS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)

CENÁRIO I

PROVEITOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Quotizações / Contribuição de Entidades (M€) 2.826,6 3.616,0 3.169,5 3.014,9 2.314,2 1.349,6 394,6 11,5 0,0

em % do PIB 1,7% 2,2% 1,9% 1,7% 1,1% 0,5% 0,1% 0,0% 0,0%taxa de variação anual % 27,9% -12,3% -4,9% -5,4% -6,4% -17,8% -40,0% -100,0%

Comparticipação Entidades por pagamento pensões (M€) 500,8 547,9 597,6 610,7 711,2 867,4 850,5 626,1 342,2em % do PIB 0,3% 0,3% 0,4% 0,4% 0,3% 0,3% 0,2% 0,1% 0,0%

Utilização Reservas Especiais (Fundos Pensões Transf.) 200,0 200,0 206,7 240,0 180,0 180,0em % do PIB 0,0% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0%

Contribuição Extraordinária de Solidariedade 20,3 385,1 393,7 0 0 0 0 0 0em % do PIB 0,0% 0,2% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

Dotações do Orçamento de Estado (OE) 4.463,0 4.530,3 5.127,0 5.863,1 8.026,4 11.373,9 12.078,6 9.302,7 5.091,4em % do PIB 2,7% 2,7% 3,0% 3,4% 3,9% 3,9% 2,9% 1,7% 0,7%

QUOTIZAÇÃO MÉDIA ANUAL (SUBSCRITOR+CONTRIB. ENT) (EUR) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total 5.315 7.115 6.628 6.598 6.655 8.683 12.238 18.429 0Homens 5.317 7.098 6.597 6.553 6.570 8.555 12.039 18.856 0Mulheres 5.314 7.128 6.651 6.632 6.716 8.779 12.436 16.907 0ALGUNS RÁCIOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Rácio de Dependência do OE

(Dotação do OE + IVA) / Custo Total Pensões 56,1% 48,8% 54,0% 60,5% 71,1% 82,6% 89,4% 93,6% 93,7%Rácio de Auto-Financiamento

(Quotas + Compart. Entidades) / Custo Total Pensões 41,8% 44,9% 39,7% 37,4% 26,8% 16,1% 9,2% 6,4% 6,3%ESTIMATIVA DA DÍVIDA IMPLÍCITA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0%Factor de desconto 1,000 0,962 0,925 0,889 0,731 0,494 0,333 0,225 0,152Valor Actual Total da Dotação do OE 201.885

em % do PIB 122,1%

Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0%Factor de desconto 1,000 0,971 0,943 0,915 0,789 0,587 0,437 0,325 0,242Valor Actual Total da Dotação do OE 245.631

em % do PIB 148,5%

Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0%Factor de desconto 1,000 0,952 0,907 0,864 0,677 0,416 0,255 0,157 0,096Valor Actual Total da Dotação do OE 168.862

em % do PIB 102,1%

Anexo V/2

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FINANCEIROS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)

CUSTOS COM PENSÕES (M€) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Custos com Pensões (M €) 7.950,8 9.279,5 9.488,2 9.695,7 11.294,0 13.790,8 13.986,4 13.803,3 17.302,6

em % do PIB 4,8% 5,6% 5,6% 5,6% 5,5% 4,7% 3,4% 2,4% 2,2%Velhice 6.282,7 7.463,1 7.652,2 7.842,7 9.258,2 11.496,7 11.660,8 11.439,4 14.704,3Invalidez 859,6 963,7 972,8 980,8 1.063,1 1.142,6 1.077,3 1.097,0 1.310,2Sobrevivência e PPSO - Viuvez 758,6 798,1 805,9 812,1 893,1 1.014,5 1.027,2 940,4 839,7Sobrevivência e PPSO - Orfandade 50,0 54,6 57,3 60,0 79,7 137,0 221,2 326,4 448,5Taxa crescimento anual custo com pensões % 16,7% 2,2% 2,2% 3,1% 1,1% -0,4% 0,9% 2,9%

TAXA DE ESTRUTURA DOS CUSTOS COM PENSÕES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Velhice 79,0% 80,4% 80,6% 80,9% 82,0% 83,4% 83,4% 82,9% 85,0%Invalidez 10,8% 10,4% 10,3% 10,1% 9,4% 8,3% 7,7% 7,9% 7,6%Sobrevivência e PPSO - Viuvez 9,5% 8,6% 8,5% 8,4% 7,9% 7,4% 7,3% 6,8% 4,9%Sobrevivência e PPSO - Orfandade 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,7% 1,0% 1,6% 2,4% 2,6%

CUSTOS COM NOVAS PENSÕES ATRIBUÍDAS NO ANO (M€) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total (M €) 465,2 475,8 480,3 502,2 449,8 413,2 624,6 883,5

taxa de variação anual % 2,3% 0,9% -0,6% -1,6% 0,4% 7,8% 0,7%Velhice 384,5 393,8 398,1 413,7 351,9 307,0 507,1 757,5Invalidez 29,1 30,0 30,1 31,4 26,2 24,6 34,3 40,8

Sobrevivência e PPSO - Viuvez 47,8 48,2 48,2 52,6 65,3 73,4 73,9 75,3Sobrevivência e PPSO - Orfandade 3,7 3,8 3,8 4,4 6,3 8,1 9,3 9,9

PENSÃO MÉDIA MENSAL [EUR] 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total das Pensões

Velhice 1.343 1.344 1.344 1.343 1.410 1.554 1.686 1.863 2.299Invalidez 906 912 919 926 1.019 1.234 1.375 1.462 1.640Sobrevivência e PPSO - Viuvez 445 445 446 446 480 549 597 638 717Sobrevivência e PPSO - Orfandade 261 260 259 258 272 311 350 393 451

Novas Pensões do ano [EUR]Velhice 1.271 1.257 1.261 1.275 1.264 1.369 1.562 2.096 2.633Invalidez 1.007 1.019 1.029 1.044 1.098 1.088 1.065 1.192 1.483Sobrevivência e PPSO - Viuvez 440 439 438 440 459 493 525 576 710Sobrevivência e PPSO - Orfandade 255 254 254 255 267 292 315 355 445

CENÁRIO II

Anexo VI/1

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FINANCEIROS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)

CENÁRIO II

PROVEITOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Quotizações / Contribuição de Entidades (M€) 3.040,2 3.913,6 3.512,8 3.398,6 3.208,5 4.115,8 6.069,7 8.846,4 12.672,7

em % do PIB 1,8% 2,4% 2,1% 2,0% 1,6% 1,4% 1,5% 1,6% 1,6%taxa de variação anual % 28,7% -10,2% -3,3% -0,3% 3,7% 4,1% 3,7% 3,7%

Comparticipação Entidades por pagamento pensões (M€) 500,8 547,9 597,6 610,7 711,4 868,6 880,9 869,4 1.089,8em % do PIB 0,3% 0,3% 0,4% 0,4% 0,3% 0,3% 0,2% 0,2% 0,1%

Utilização Reservas Especiais (Fundos Pensões Transf.) 200,0 200,0 206,7 240,0 180,0 180,0 0 0em % do PIB 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0%

Contribuição Extraordinária de Solidariedade 20,3 385,1 393,7 0 0 0 0 0 0em % do PIB 0,2% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

Dotações do Orçamento de Estado (OE) 4.463,0 4.232,8 4.784,0 5.479,7 7.134,2 8.626,4 6.855,8 4.087,5 3.540,1em % do PIB 2,7% 2,6% 2,8% 3,2% 3,5% 2,9% 1,7% 0,7% 0,5%

QUOTIZAÇÃO MÉDIA ANUAL (SUBSCRITOR+CONTRIB. ENT) (EUR) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total 5.204 6.985 6.478 6.432 6.338 8.098 11.952 17.500 25.006Homens 5.220 6.976 6.459 6.401 6.268 7.789 11.218 15.967 22.605Mulheres 5.191 6.991 6.493 6.455 6.389 8.332 12.511 18.631 26.781ALGUNS RÁCIOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Rácio de Dependência do OE

(Dotação do OE + IVA) / Custo Total Pensões 56,1% 45,6% 50,4% 56,5% 63,2% 62,6% 49,0% 29,6% 20,5%Rácio de Auto-Financiamento

(Quotas + Compart. Entidades) / Custo Total Pensões 44,5% 48,1% 43,3% 41,4% 34,7% 36,1% 49,7% 70,4% 79,5%ESTIMATIVA DA DÍVIDA IMPLÍCITA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0%Factor de desconto 1,000 0,962 0,925 0,889 0,731 0,494 0,333 0,225 0,152Valor Actual Total da Dotação do OE 150.522

em % do PIB 91,0%

Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0%Factor de desconto 1,000 0,971 0,943 0,915 0,789 0,587 0,437 0,325 0,242Valor Actual Total da Dotação do OE 179.588

em % do PIB 108,6%

Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0%Factor de desconto 1,000 0,952 0,907 0,864 0,677 0,416 0,255 0,157 0,096Valor Actual Total da Dotação do OE 128.380

em % do PIB 77,6%

Anexo VI/2

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FINANCEIROS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)

CUSTOS COM PENSÕES (M€) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Custos com Pensões (M €) 7.950,8 9.279,3 8.728,3 8.930,0 10.470,7 12.886,5 12.726,7 9.393,7 5.129,4

em % do PIB 4,8% 5,6% 5,2% 5,2% 5,1% 4,4% 3,1% 1,7% 0,7%Velhice 6.282,7 7.463,1 7.013,3 7.201,5 8.580,9 10.773,3 10.678,2 7.664,4 3.829,7Invalidez 859,6 963,6 905,6 912,3 985,6 1.046,4 898,1 601,7 303,7Sobrevivência e PPSO - Viuvez 758,6 798,1 753,3 757,6 827,8 937,4 943,1 823,5 589,3Sobrevivência e PPSO - Orfandade 50,0 54,6 56,0 58,5 76,4 129,3 207,4 304,1 406,7Taxa crescimento anual custo com pensões % 16,7% -5,9% 2,3% 3,2% 1,2% -1,2% -4,4% -7,3%

TAXA DE ESTRUTURA DOS CUSTOS COM PENSÕES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Velhice 79,0% 80,4% 80,4% 80,6% 82,0% 83,6% 83,9% 81,6% 74,7%Invalidez 10,8% 10,4% 10,4% 10,2% 9,4% 8,1% 7,1% 6,4% 5,9%Sobrevivência e PPSO - Viuvez 9,5% 8,6% 8,6% 8,5% 7,9% 7,3% 7,4% 8,8% 11,5%Sobrevivência e PPSO - Orfandade 0,6% 0,6% 0,6% 0,7% 0,7% 1,0% 1,6% 3,2% 7,9%

CUSTOS COM NOVAS PENSÕES ATRIBUÍDAS NO ANO (M€) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total (M €) 465,1 452,0 455,1 478,9 422,8 284,9 86,9 57,3

taxa de variação anual % -2,8% 0,7% -0,5% -1,7% -6,5% -8,1% -3,4%Velhice 384,5 377,0 380,0 397,7 335,7 202,9 14,5 0,0Invalidez 29,0 27,4 27,5 28,5 20,8 7,2 0,2 0,0

Sobrevivência e PPSO - Viuvez 47,8 44,1 44,1 48,6 60,5 67,3 63,9 49,9Sobrevivência e PPSO - Orfandade 3,7 3,5 3,5 4,1 5,8 7,5 8,3 7,3

PENSÃO MÉDIA MENSAL [EUR] 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total das Pensões

Velhice 1.343 1.344 1.231 1.233 1.307 1.457 1.600 1.765 1.993Invalidez 906 912 856 862 948 1.164 1.357 1.514 1.700Sobrevivência e PPSO - Viuvez 445 445 417 416 445 512 566 615 670Sobrevivência e PPSO - Orfandade 261 260 253 252 261 295 332 374 425

Novas Pensões do ano [EUR]Velhice 1.271 1.204 1.204 1.218 1.199 1.306 1.486 1.973 3.646Invalidez 1.012 940 951 967 1.031 1.048 978 875 819Sobrevivência e PPSO - Viuvez 441 402 402 405 427 465 501 540 592Sobrevivência e PPSO - Orfandade 255 233 233 235 247 274 299 333 380

CENÁRIO III

Anexo VII/1.

Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações

CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FINANCEIROS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)

CENÁRIO III

PROVEITOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Quotizações / Contribuição de Entidades (M€) 2.826,6 3.616,0 3.553,0 3.379,6 2.594,2 1.512,8 442,4 12,9 0,0

em % do PIB 1,7% 2,2% 2,1% 2,0% 1,3% 0,5% 0,1% 0,0% 0,0%taxa de variação anual % 27,9% -1,7% -4,9% -5,4% -6,4% -17,8% -40,0% -100,0%

Comparticipação Entidades por pagamento pensões (M€) 500,8 547,9 549,8 562,5 659,5 811,7 801,6 591,7 323,1em % do PIB 0,3% 0,3% 0,3% 0,3% 0,3% 0,3% 0,2% 0,1% 0,0%

Utilização Reservas Especiais (Fundos Pensões Transf.) 200,0 200,0 206,7 240,0 180,0 180,0 0 0em % do PIB 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0%

Contribuição Extraordinária de Solidariedade 20,3 385,1 362,2 0 0 0 0 0 0em % do PIB 0,2% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

Dotações do Orçamento de Estado (OE) 4.463,0 4.530,3 4.063,3 4.781,3 6.977,0 10.382,0 11.302,7 8.789,1 4.806,3em % do PIB 2,7% 2,7% 2,4% 2,8% 3,4% 3,5% 2,8% 1,6% 0,6%

QUOTIZAÇÃO MÉDIA ANUAL (SUBSCRITOR+CONTRIB. ENT) (EUR) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total 5.315 7.115 7.430 7.396 7.460 9.734 13.718 20.659 0Homens 5.317 7.098 7.395 7.346 7.365 9.590 13.495 21.137 0Mulheres 5.314 7.128 7.456 7.434 7.529 9.841 13.940 18.952 0ALGUNS RÁCIOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Rácio de Dependência do OE

(Dotação do OE + IVA) / Custo Total Pensões 56,1% 48,8% 46,6% 53,5% 66,6% 80,6% 88,8% 93,6% 93,7%Rácio de Auto-Financiamento

(Quotas + Compart. Entidades) / Custo Total Pensões 41,8% 44,9% 47,0% 44,1% 31,1% 18,0% 9,8% 6,4% 6,3%ESTIMATIVA DA DÍVIDA IMPLÍCITA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0%Factor de desconto 1,000 0,962 0,925 0,889 0,731 0,494 0,333 0,225 0,152Valor Actual Total da Dotação do OE 183.330

em % do PIB 110,8%

Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0%Factor de desconto 1,000 0,971 0,943 0,915 0,789 0,587 0,437 0,325 0,242Valor Actual Total da Dotação do OE 223.847

em % do PIB 135,3%

Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0%Factor de desconto 1,000 0,952 0,907 0,864 0,677 0,416 0,255 0,157 0,096Valor Actual Total da Dotação do OE 152.829

em % do PIB 92,4%

Anexo VII/2.