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Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações Formulação Actual e Impacto das Medidas Legislativas
Equipa Responsável: Professor Doutor Jorge Miguel Bravo (coordenação científica) Professora Doutora Lourdes Belchior Afonso Professora Doutora Gracinda Rita Guerreiro
Novembro de 2013
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
Equipa Responsável:
Prof. Doutor Jorge Miguel Bravo Universidade de Évora, Departamento de Economia [email protected]
Profª. Doutora Lourdes B. Afonso Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia [email protected]
Profª. Doutora Gracinda R. Guerreiro Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia [email protected]
Destinatário:
Ministério das Finanças Secretaria de Estado da Administração Pública
NOVEMBRO 2013
Disclaimer: As conclusões e comentários apresentados neste estudo são da inteira responsabilidade dos autores e não reflectem a opinião do Ministério das Finanças. Os autores agradecem o apoio da CGA, do Ministério das Finanças e da Secretaria de Estado da Administração Pública na disponibilização da informação estatística necessária à realização deste estudo.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
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Índice Geral
1 Sumário Executivo ..................................................................................................... 1
2 Introdução ............................................................................................................... 11
3 Objectivos do Estudo............................................................................................... 17
4 Modelo de Projecção e Pressupostos ..................................................................... 19
4.1 Pressupostos Demográficos ............................................................................. 20
4.1.1 Fertilidade ................................................................................................. 20
4.1.2 Mortalidade e esperança média de vida .................................................. 21
4.1.3 Factor de Sustentabilidade ....................................................................... 24
4.1.4 Saldo Migratório Líquido .......................................................................... 26
4.1.5 Estimativas de População Residente e Estrutura Etária da População .... 27
4.2 Pressupostos Macroeconómicos ..................................................................... 31
4.2.1 Mercado de Trabalho ............................................................................... 31
4.2.1.1 Taxa de Actividade ............................................................................ 31
4.2.1.2 Oferta de Trabalho ............................................................................ 32
4.2.1.3 Taxa de Desemprego ......................................................................... 34
4.2.1.4 Evolução do Emprego ........................................................................ 35
4.2.1.5 Rácios de Dependência ..................................................................... 36
4.2.2 Produto Interno Bruto e Produtividade ................................................... 37
4.2.3 Taxa de Crescimento das Remunerações ................................................. 40
4.3 Pressupostos Actuariais ................................................................................... 40
5 Projecções sobre a Sustentabilidade Financeira da Caixa Geral de Aposentações 43
5.1 A CGA em 2012 ................................................................................................ 45
5.2 Formulação Actual do Sistema de Pensões da CGA (Cenário I ) ...................... 49
5.2.1 Evolução do Número de Aposentados/Reformados e Subscritores ........ 49
5.2.2 Evolução da Situação Financeira do Sistema ........................................... 53
5.3 Cenário de reabertura virtual retroactiva do regime a novas inscrições desde
finais de 2005 (Cenário II) ........................................................................................... 59
5.4 Avaliação do impacto das alterações legislativas previstas no diploma sobre a
convergência das pensões e demais alterações propostas no OE 2014 (Cenário III) 65
5.5 Estimativas da dívida implícita do sistema de pensões da CGA ...................... 70
6 Anexos ..................................................................................................................... 73
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
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Índice de Quadros
Quadro 1: Evolução do Índice Sintético de Fecundidade (2012-2060).......................... 21
Quadro 2: Evolução da Esperança de Vida à nascença e aos 65 anos (2012-2060) ...... 22
Quadro 3: Projecções demográficas da população por estrutura etária (2012-2060) .. 29
Quadro 4: Indicadores Demográficos para os 27 Estados Membros (2010-2060) ........ 30
Quadro 5: Ratios de Dependência Demográfica e Económica Estimados para Portugal
........................................................................................................................................ 30
Quadro 6: Taxas de Actividade Projectadas ................................................................... 31
Quadro 7: Evolução Esperada da População em Idade Activa em Portugal .................. 33
Quadro 8: Evolução Esperada da Taxa de Desemprego e da População Desempregada
........................................................................................................................................ 35
Quadro 9: Evolução Esperada da Taxa de Emprego e da População Empregada,
Desagregada por Género, Faixa Etária e Tipo de Emprego ............................................ 36
Quadro 10: Ratios de Dependência Estimados para Portugal (2012-2060) .................. 37
Quadro 11: Síntese dos principais indicadores macroeconómicos projectados para o
período 2011-2060 ......................................................................................................... 39
Quadro 12: Pensões Médias por eventualidade, ano 2012 ........................................... 49
Quadro 13: Evolução projectada das fontes de financiamento da CGA ........................ 57
Quadro 14: Impacto da reabertura virtual do sistema na dotação do OE para a CGA.. 63
Quadro 15: Impacto da reabertura virtual do sistema nos rácios de dependência e de
auto-financiamento do sistema ..................................................................................... 64
Quadro 16: Impacto das medidas legislativas sobre os encargos com pensões da CGA
........................................................................................................................................ 67
Quadro 17: Impacto das medidas legislativas sobre a dotação do OE para a CGA ....... 68
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
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Índice de Figuras
Figura 1: Historico de despesas e receitas da CGA (2001 -2012) ................................... 13
Figura 2: Evolução projectada para a esperança média de vida à nascença por ano
cronológico ..................................................................................................................... 23
Figura 3: Evolução projectada para a esperança média de vida aos 65 anos, por ano
cronológico ..................................................................................................................... 23
Figura 4: Evolução projectada do Factor de Sustentabilidade no horizonte temporal
2012-2060 ....................................................................................................................... 25
Figura 5: Evolução projectada para o Saldo Migratório Líquido no período 2013-206026
Figura 6: Estrutura etária da população portuguesa em 2012 ...................................... 27
Figura 7: Estrutura etária da população portuguesa projectada para 2060 .................. 27
Figura 8: Evolução da estrutura etária da população por .............................................. 29
Figura 9: Evolução da População em Idade Activa e da População Activa no período
2012-2060 ....................................................................................................................... 33
Figura 10: Evolução Esperada da Taxa de Desemprego no Período 2012-2060............ 34
Figura 11: Peso relativo do desemprego jovem (15-24 anos), adulto (25-54 anos) e
sénior (55-64 anos) no total da população desempregada, por ano cronológico ......... 35
Figura 12: Taxa de crescimento real do Produto Potencial ........................................... 38
Figura 13: Peso Relativo das várias Eventualidades no Total de Aposentados e
Reformados da CGA ........................................................................................................ 45
Figura 14: Estrutura Etária dos Pensionistas de Velhice e Invalidez da Caixa Geral de
Aposentações estimada no final de 2012 ...................................................................... 46
Figura 15: Estrutura Etária dos Pensionistas de Sobrevivência e Orfandade da Caixa
Geral de Aposentações estimada no final de 2012 ........................................................ 47
Figura 16: Estrutura Etária dos Subscritores da Caixa Geral de Aposentações estimada
no final de 2012 .............................................................................................................. 48
Figura 17: Despesas com Pensões, por contingência, ano 2012 ................................... 48
Figura 18: Evolução Estimada do Número Total de Aposentados e Reformados da CGA,
por contingência ............................................................................................................. 50
Figura 19: Projecção do número anual de novas pensões, por contingência ............... 51
Figura 20: Evolução projectada do número de subscritores da CGA ............................. 51
Figura 21: Evolução projectada da idade média dos subscritores da CGA .................... 52
Figura 22: Evolução Projectada para o Ratio de Dependência da CGA ......................... 52
Figura 23: Evolução Estimada da Despesa com Pensões da CGA em milhões de euros e
em % do PIB .................................................................................................................... 54
Figura 24: Evolução da pensão média mensal, por contingência .................................. 55
Figura 25: Evolução Estimada da quotizações e contribuições da CGA em milhões de
euros e em % do PIB ....................................................................................................... 56
Figura 26: Evolução projectada da Dotação do OE para a CGA em milhões de euros e
em % do PIB .................................................................................................................... 57
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
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Figura 27: Evolução projectada dos Rácios de Auto-Financiamento e de Dependência
do OE da CGA .................................................................................................................. 58
Figura 28: Evolução do N.º subscritores da CGA no cenário base e no cenário
contrafactual virtual ....................................................................................................... 60
Figura 29: Diferença entre o N.º total de pensionistas no cenário virtual e no cenário
base ................................................................................................................................. 61
Figura 30: Diferença entre o N.º de novas pensões por ano no cenário virtual e no
cenário base .................................................................................................................... 61
Figura 31: Evolução das quotizações e contribuições de entidades no cenário base e no
cenário virtual, em M€ e em % do PIB ........................................................................... 62
Figura 32: Encargos adicionais com pensões no cenário virtual face ao cenário base . 63
Figura 33: Impacto da subida da taxa de contribuição e demais medidas legislativas nos
proveitos da CGA ............................................................................................................ 66
Figura 33: Impacto da subida da taxa de contribuição e demais medidas legislativas nos
proveitos da CGA ............................................................................................................ 68
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
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1 Sumário Executivo
A evolução demográfica projectada para as próximas décadas em Portugal, marcada
por baixos índices de fecundidade, pelo aumento da longevidade, pela diminuição da
população em idade activa e pelo aumento do rácio de dependência total, aumentarão
a pressão sobre a sustentabilidade financeira dos Sistemas Públicos de Pensões e
sobre as finanças públicas do país.
Um sistema de pensões diz-se financeiramente sustentável se estiver em equilíbrio
actuarial. Na prática, tal pressupõe, em termos genéricos, que as receitas projectadas
com quotizações e contribuições sociais, em conjunto com eventuais activos de fundos
de reserva existentes, devem ser suficientes para financiar as despesas previstas num
determinado horizonte temporal de longo prazo assegurando, deste modo, capacidade
efectiva para cobrir as responsabilidades assumidas.
No caso particular de regimes de pensões contributivos, geridos em sistema de
repartição contemporânea (de que o regime de pensões da Caixa Geral de
Aposentações é um exemplo), as contribuições dos subscritores e dos seus
empregadores deveriam, à partida, ser suficientes para financiar o sistema. Quando tal
não acontece e o regime evidencia um desequilíbrio de carácter estrutural, torna-se
necessário ajustar os benefícios (em montante e/ou em duração do período de
atribuição), e/ou aumentar o nível de contribuições e/ou recorrer a fontes de
financiamento externas ao sistema que, no caso da CGA, têm passado
sistematicamente pelo recurso a dotações anuais crescentes provenientes do
Orçamento de Estado dando-lhe, neste caso, uma componente não contributiva
(redistributiva) implícita. O recurso sistemático a fontes de financimento externas ao
regime de pensões está condicionado por factores de ordem interna (e.g., situação das
finanças públicas, conjuntura económica do país) e externa (e.g., compromissos
assumidos pelo Estado Português no contexto da nova arquitectura europeia em
matéria de regras e procedimentos orçamentais).
O regime de pensões da CGA é um regime público, instituído, gerido e garantido
financeiramente pelo Estado, com o objectivo de garantir prestações substitutivas de
rendimentos do trabalho nas contingências sociais de velhice, morte e invalidez.
Tratando-se de um sistema de pensões maduro, a sua situação financeira actual
reflecte a conjugação de inúmeros factores de natureza económico-financeira
(crescimento económico, evolução do emprego público, política remuneratória,
finanças públicas), demográfica (aumento da esperança média de vida,
envelhecimento da população) e de política legislativa (quantidade e diversidade de
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
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regimes especiais, diferentes regras de cálculo e/ou de actualização da pensão,
encerramento do regime a novos subscritores), que se combinaram de forma diversa
no tempo.
A sustentabilidade financeira futura da CGA depende da evolução esperada, mas
incerta, a longo prazo, de um conjunto numeroso de factores de natureza demográfica
e económica, dos quais depende a capacidade efectiva das gerações futuras
assumirem os encargos com as pensões das gerações de subscritores que as
antecederam. É por isso fundamental que, neste momento particular, se efectue uma
avaliação actuarial sistemática da sustentabilidade financeira do regime, aferindo a
relação entre o valor das responsabilidades sobre ele constituídas, pelas actuais
gerações de subscritores, e as condições materiais e objectivas nas quais as gerações
futuras estarão efectivamente em condições de materializar as respectivas fontes de
financiamento.
Os principais objectivos deste estudo são o de caracterizar a situação actual do regime
de pensões gerido pela CGA e o de avaliar a sua sustentabilidade financeira de longo
prazo. Para tal, torna-se necessário aferir actuarialmente se as receitas projectadas
com quotizações e contribuições sociais serão suficientes para financiar as despesas
projectadas com pensões bem como estimar as necessidades de financiamento
adicional externo (dotações do OE) necessárias para assegurar o seu reequilíbrio
financeiro. Adicionalmente, efectuamos ainda uma análise do impacto sobre os
indicadores de sustentabilidade financeira do sistema, resultante da aplicação de um
conjunto de medidas de política legislativa recentemente apresentadas e em processo
de discussão e aprovação pelos órgãos de soberania.
Na avaliação actuarial do regime de pensões da CGA são considerados três cenários
distintos. Um cenário base, correspondente ao modelo vigente em termos de regras
de cálculo do valor dos benefícios, condições de aposentação e fontes de
financiamento, incorporando apenas o impacto resultante da aplicação da redução
remuneratória progressiva dos vencimentos dos trabalhadores da administração
pública prevista no OE 2014. Um segundo cenário, contrafactual, em que se avalia o
impacto (teórico) da reabertura retroactiva do regime a novas inscrições desde finais
de 2005 considerando, no demais, os mesmos pressupostos assumidos para o cenário
base. E um terceiro cenário, em que se avalia a sustentabilidade financeira do regime
incorporando as medidas de política legislativa previstas no diploma sobre a
convergência das pensões entre a CGA e o RGSS e um conjunto de propostas com
impacto nos sistemas públicos de pensões (CGA e RGSS) previstas no OE 2014.
Tratando-se de um exercício prospectivo de longo prazo, para a sua elaboração foi
imprescindível combinar um modelo de projecção, informação estatística detalhada e
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
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a projecção de um conjunto substancial de pressupostos de natureza demográfica
(estimativas de população, dinâmica de longo prazo da fertilidade, longevidade e
saldos migratórios, estrutura etária da população, rácios de dependência económica e
demográfica, etc.), macroeconómica (evolução do emprego, taxas de actividade,
crescimento real do PIB, produtividade do trabalho, etc.) e actuarial (tábuas de
mortalidade, invalidez, turnover, reforma, etc.), tarefa que exigiu a utilização de
metodologias científicas consolidadas e internacionalmente reconhecidas.
Com base na avaliação actuarial efectuada, estima-se que:
No Cenário Base:
1. O número de aposentados, reformados e pensionistas continuará a aumentar nas
próximas duas décadas, partindo dos actuais (em 2012) 603 milhares, alcançando
um valor máximo previsto de 755 mil no final de 2030, momento a partir do qual a
aposentação dos subscritores da CGA já não será suficiente para compensar os
decrementos previstos, em particular a mortalidade da população de aposentados
e reformados, pelo que o efectivo começará a diminuir paulatinamente até
alcançar um valor estimado de 60 milhares em 2060.
2. Na desagregação por contingência (velhice, invalidez e sobrevivência), o maior
contributo para esta trajectória será dado pelos aposentados/reformados por
velhice, em particular do sexo feminino, pese embora os pensionistas de
sobrevivência e PPSO (sobretudo viuvez) assumam um peso crescente na
população de pensionistas. Pelo contrário, é estimada uma substancial redução do
número de aposentados por invalidez.
3. O número de subscritores singulares activos do sistema, que no final de 2012
ascendia a 559,2 milhares, decrescerá de forma gradual e continuada com o tempo
até à sua extinção estimada, neste estudo, em 2057. Esta trajectória é explicável
pelo encerramento do sistema a novos subscritores desde finais de 2005, razão
que fundamenta igualmente o aumento gradual esperado na idade média dos
subscritores.
4. O rácio de dependência (suporte) da CGA, i.e., a relação entre o número de
subscritores e o número de pensionistas, que era de apenas 0,88 no final de 2012,
evoluirá de forma bastante negativa no período em análise, quer pela diminuição
do número de subscritores quer pelo aumento do número de pensionistas.
5. Os encargos nominais com pensões aumentarão significativamente nas próximas
décadas, até atingir um valor máximo de 14.048 M€ em 2034. Este aumento é
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explicado quer por um efeito-quantidade (aumento do número de aposentados e
reformados), quer por um efeito-preço (aumento do valor da pensão média mensal
nominal do total pensionistas).
6. O aumento da pensão média mensal nominal, estimado para todas as
contingências, será uma consequência quer da maturidade do sistema, com a
aposentação de subscritores com carreiras contributivas mais longas e com
melhores remunerações de referência, quer da aplicação do mecanismo de
revalorização automática anual das pensões em vigor, não obstante a penalização
acrescida das pensões antecipadas.
7. O valor máximo do peso dos encargos com pensões da CGA na riqueza nacional
criada anualmente (PIB), medida a preços correntes, será alcançado já nos
próximos anos, no período de 2014 a 2017, atingindo cerca de 5,7% do PIB.
8. Os proveitos do sistema com contribuições e quotizações no período 2012-2060
vão decrescer gradualmente, fruto da diminuição esperada no número de
subscritores. Em proporção da riqueza criada no país, o peso das contribuições e
quotizações para a CGA no PIB a preços correntes diminuirá entre 2012 e 2060,
passando de um valor de 1,7% do PIB em 2012 para um valor próximo de zero já na
década de 40.
9. A crónica incapacidade do sistema em se autofinanciar com base nas quotas dos
subscritores e contribuições dos empregadores vai exigir a transferência de
montantes crescentes do OE para fazer face aos encargos com o pagamento de
pensões. Estima-se um aumento continuado das transferências do OE para a CGA
até 2037, atingindo nessa data 12.196 M€ (valores a preços correntes),
decrescendo a partir de então lentamente para um montante que em 2060
ascenderá ainda a 5.091 M€. O défice de autofinanciamento do sistema crescerá
progressivamente até atingir um valor máximo de 4,1% do PIB já em 2025,
decrescendo de importância no PIB a partir de então e até 2060, momento em que
ainda representará 0,7% do PIB a preços correntes.
10. O rácio de autofinanciamento, que foi sempre desfavorável todos os anos desde
1985 até à data, e se situava em 41,8% em 2012, continuará a diminuir de forma
acentuada no futuro, aumentando o rácio de dependência do sistema do OE até
quase 100%.
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No Cenário Contrafactual de Reabertura Virtual Retroactiva do Regime de Pensões a
Novos Subscritores:
11. A degradação dos equilíbrios populacionais do sistema teria sido mais lenta até ao
final da presente década, estabilizando depois num patamar próximo dos 510.000
subscritores até 2060. Nesta circunstância, teria sido igualmente possível
estabilizar a estrutura etária do efectivo populacional, contrastando naturalmente
com o que observa na realidade, onde é notório o envelhecimento crescente da
população de subscritores.
12. O ingresso de novos quotizantes teria significado igualmente que estes estariam
hoje e no futuro a constituir direitos sobre o sistema, que se manifestariam a longo
prazo. Com efeito, no final do horizonte da projecção estima-se que o número total
de aposentados e reformados por velhice seria superior em 319.620 ao registado
no cenário base, que o número de aposentados por invalidez seria superior em
44.290 ao estimado no cenário base e que o número de pensionistas de
sobrevivência e PPSO - viuvez (orfandade) seriam superiores em 20.865 (2.575) ao
apontado no cenário base.
13. A manutenção do sistema aberto a novas inscrições teria permitido manter o
financiamento deste por quotizações e contribuições de entidades numa base mais
regular, aliviando temporariamente o esforço exigido ao OE mas, ainda assim,
claramente insuficiente para garantir o autofinanciamento do sistema. A prazo, o
impacto desta alteração sobre o esforço exigido às finanças públicas seria contudo
claramente negativo.
14. A manutenção do sistema aberto a novas inscrições em 2006 e a canalização das
respectivas contribuições para a CGA significaria a sua subtracção, em montantes
idênticos, às fontes de financiamento do Sistema Previdencial da Segurança Social,
no qual estão hoje enquadrados estes trabalhadores das administrações públicas,
com consequências naturais e significativas na respectiva sustentabilidade
financeira.
15. Os encargos acrescidos (face ao cenário base) com pensões seriam, até 2035,
diminutos, momento a partir do qual a entrada na aposentação de grupos
crescentes dos novos subscritores entrados virtualmente em 2006, o peso
crescente dos encargos com pensões de sobrevivência e a evolução da pensão
média nas várias contingências faria disparar os custos acrescidos com pensões
para o sistema. No final do horizonte da projecção, estima-se que a manutenção
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
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do sistema aberto em 2006 teria significado um acréscimo anual, a preços
correntes, de 11.869 M€ nos custos com pensões face ao cenário base,
representando cerca 1,5% do PIB desse ano.
16. O contributo desta medida para a diminuição do esforço do Estado no
financiamento do sistema seria positivo no período analisado (2012-2060),
atingindo um pico em termos de redução da dotação em 2045, momento a partir
do qual a entrada na aposentação/reforma das gerações de subscritores entradas
(virtualmente) a partir de 2006 começaria a pressionar os encargos com pensões.
Segundo a estimativa deste estudo, de 2065 em diante o cenário de reabertura do
sistema passaria a requerer maior esforço do OE do que o actual cenário de fecho a
novos subscritores.
17. A manutenção do sistema aberto a novos subscritores teria contribuído, como
seria de esperar, através da arrecadação das respectivas quotizações e
contribuições de entidades, para diminuir o rácio de dependência do
financiamento do sistema do OE. Porém, da análise dos resultados das projecções
resulta clara a conclusão de que a introdução desta medida não tornaria em
momento algum o sistema auto-sustentável, mesmo no longo prazo, e continuaria
a exigir a transferência de compensações anuais para colmatar o seu desequilíbrio
financeiro.
No cenário de incorporação das alterações legislativas previstas no diploma sobre a
convergência das pensões e demais medidas com impacto nos sistemas públicos de
pensões propostas no OE 2014:
18. A subida da taxa de contribuição das entidades empregadoras, em 3,75 pontos
percentuais, tem um impacto positivo sobre os proveitos da CGA, estimado em
383,4 milhões de EUR em 2014, correspondendo a 0,23% do PIB nesse ano. Este
efeito positivo será, contudo, cada vez menor, fruto quer da redução gradual do
número de subscritores que contribuem para o sistema (efeito-quantidade) quer
da política de contenção salarial na administração pública prevista para os
próximos anos (efeito-preço), sendo que em 2050 já será praticamente nulo.
19. A aplicação simultânea das medidas de política legislativa permitiria reduzir os
custos com pensões em todo o período projectado. A redução nos custos seria de
760 M€ em 2014 e 765 M€ em 2015, crescendo depois de forma regular até atingir
um máximo de 888 M€ em 2028, ano a partir do qual a poupança começaria a
decrescer. Este ano corresponde, sensivelmente, ao momento estimado para o
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
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início do decréscimo do número total de aposentados, reformados e pensionistas
do sistema. A redução do custo com pensões em percentagem do PIB atingiria o
valor máximo logo no ano de 2014, sobretudo pelo efeito denominador (aumento
do PIB), uma vez que a diminuição da despesa em termos nominais só é alcançada
mais tarde.
20. A redução nos custos com pensões é estimada em todas as contingências, com
maior destaque naturalmente para as pensões de velhice e resulta,
essencialmente, do efeito conjugado das várias medidas sobre as pensões médias
dos actuais e futuros pensionistas. Estima-se igualmente um contributo positivo
para a redução dos encargos com pensões decorrente do aumento da idade média
efectiva de entrada na aposentação, em resposta ao aumento da idade legal de
reforma, e da correspondente redução do período de atribuição da pensão.
21. A redução estimada (face ao cenário base) no valor médio das pensões de
aposentação, reforma e sobrevivência decorre da aplicação conjugada de medidas
com impacto directo sobre o valor da pensão actual e/ou inicial, ou sobre o valor
acumulado das pensões percebidas (no caso da aplicação da «condição de
recursos» às pensões de sobrevivência).
22. O contributo das medidas (do lado da receita e do lado da despesa) para a
diminuição do esforço do Estado no financiamento do sistema seria positivo em
todo o período analisado. A redução ascenderia a 1.064 M€ (ou 0,6% do PIB) em
2014, correspondendo a um corte de 20,7% face ao valor da dotação estimado no
cenário base e a 1.082 M€ (0,6% do PIB) em 2015. O valor estimado da redução na
dotação anual do OE para a CGA, em consequência da aplicação das medidas, é
superior a 1.000 milhões até 2029, inclusive, reduzindo-se depois de forma gradual
até ao final do período da projecção, quer pela atenuação do contributo positivo
dado pelo aumento da taxa de contribuição, quer pelo contributo com origem no
valor médio das pensões e no número de pensionistas.
23. A combinação de medidas que incidem sobre as fontes de financiamento do
sistema com medidas que actuam do lado da despesa com pensões permitiria
reduzir o rácio de dependência do OE em 7,5 pontos percentuais em 2014,
decrescendo a importância do impacto depois de forma paulatina no tempo até ao
final do horizonte da projecção.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
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24. Em sentido contrário, o rácio de auto-financiamento do sistema registaria uma
melhoria importante, mas insuficiente para tornar o sistema auto-sustentável no
longo prazo, continuando a pressionar consideravelmente as finanças públicas do
país.
O quadro seguinte contém uma síntese comparativa dos principais indicadores
financeiros retirados da avaliação actuarial do sistema de pensões da CGA nos três
cenários. Em particular, evidencia o valor projectado dos encargos com pensões, das
quotizações e contribuições e da estimativa da dotação a transferir do Orçamento de
Estado para a CGA, em termos nominais e em percentagem do PIB, no cenário base.
Pode analisar-se também o impacto diferencial positivo/negativo (na comparação com
o cenário base) das medidas consideradas nos cenários II e III.
Na avaliação do impacto das medidas sobre a estimativa da dotação do OE, assinala-se
que o cenário III seria aquele que, na comparação com o cenário base, permitiria num
futuro próximo reduzir de forma mais expressiva a pressão sobre as finanças públicas,
actuando conjuntamente sobre os proveitos e sobre os custos do sistema. No cenário
II, a redução da pressão orçamental no curto e médio prazo teria origem apenas no
lado da receita, atenuando-se progressivamente (até ficar negativa) à medida que as
novas gerações de subscritores chegassem à aposentação.
INDICADORES FINANCEIROS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Custos com Pensões 7.950,8 9.279,3 9.487,9 9.695,3 11.291,8 13.770,8 13.503,7 9.940,3 5.433,7
em % do PIB 4,8% 5,6% 5,6% 5,6% 5,5% 4,7% 3,3% 1,8% 0,7%
Contribuições/Quotizações 2.826,6 3.616,0 3.169,5 3.014,9 2.314,2 1.349,6 394,6 11,5 0,0
em % do PIB 1,7% 2,2% 1,9% 1,7% 1,1% 0,5% 0,1% 0,0% 0,0%
Dotações do OE 4.463,0 4.530,3 5.127,0 5.863,1 8.026,4 11.373,9 12.078,6 9.302,7 5.091,4
em % do PIB 2,7% 2,7% 3,0% 3,4% 3,9% 3,9% 2,9% 1,7% 0,7%
Custos com Pensões 0,0 0,1 0,3 0,4 2,2 20,0 482,7 3.863,0 11.868,9
em % do PIB 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,1% 0,7% 1,5%
em % do Cenário Base 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,1% 3,6% 38,9% 218,4%
Contribuições/Quotizações 213,6 297,6 343,3 383,8 894,3 2.766,2 5.675,1 8.834,9 12.672,7
em % do PIB 0,1% 0,2% 0,2% 0,2% 0,4% 0,9% 1,4% 1,6% 1,6%
Dotações do OE 0,0 -297,5 -343,0 -383,4 -892,2 -2.747,5 -5.222,8 -5.215,2 -1.551,3
em % do PIB 0,0% -0,2% -0,2% -0,2% -0,4% -0,9% -1,3% -0,9% -0,2%
em % do Cenário Base 0,0% -6,6% -6,7% -6,5% -11,1% -24,2% -43,2% -56,1% -30,5%
Custos com Pensões 0,0 0,0 -759,6 -765,3 -821,1 -884,4 -777,1 -546,6 -304,3
em % do PIB 0,0% 0,0% -0,5% -0,4% -0,4% -0,3% -0,2% -0,1% 0,0%
em % do Cenário Base 0,0% 0,0% -8,0% -7,9% -7,3% -6,4% -5,8% -5,5% -5,6%
Contribuições/Quotizações 0,0 0,0 383,4 364,7 279,9 163,3 47,7 1,4 0,0
em % do PIB 0,0% 0,0% 0,2% 0,2% 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0%
% Cenário Base 0,0% 0,0% 12,1% 12,1% 12,1% 12,1% 12,1% 12,1% NA
Dotações do OE 0,0 0,0 -1.063,7 -1.081,8 -1.049,3 -991,9 -775,9 -513,5 -285,1
em % do PIB 0,0% 0,0% -0,6% -0,6% -0,5% -0,3% -0,2% -0,1% 0,0%
em % do Cenário Base 0,0% 0,0% -20,7% -18,5% -13,1% -8,7% -6,4% -5,5% -5,6%
CEN
ÁR
IO B
ASE
DIF
EREN
ÇA
EN
TRE
O
CEN
ÁR
IO II
I E O
CEN
ÁR
IO
BA
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DIF
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ÇA
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O
CEN
ÁR
IO II
E O
CEN
ÁR
IO
BA
SE
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
9
Para quantificar o nível de (in)sustentabilidade financeira da CGA, calculou-se
igualmente a dívida implícita do regime de pensões em valor actual absoluto, e em
percentagem do PIB do ano base (2012), considerando três hipóteses alternativas para
a taxa de desconto (flat yield curve) e tomando como referência um horizonte
temporal futuro de 75 anos.
A dívida implícita do esquema público de pensões gerido pela CGA quantifica, para um
dado horizonte temporal, o valor actual dos futuros desequilíbrios orçamentais com
origem no subsistema de protecção social. Dito de outro modo, mede o valor actual
das futuras dotações orçamentais que, juntamente com as quotizações e contribuições
actuais e outras fontes de financiamento do sistema, seriam necessárias para financiar
todos os compromissos de despesa com o pagamento das pensões assumidos.
Corresponde ao valor dos activos financeiros que deveriam actualmente existir num
fundo de reserva tal que, se esses activos fossem investidos nos mercados financeiros
e gerassem uma determinada taxa de rendibilidade (que se assume igual à taxa de
desconto), o sistema estaria em condições de cumprir com os seus compromissos sem
necessidade de alterar contribuições e/ou prestações no futuro.
A síntese dos resultados deste exercício é apresentada no quadro seguinte:
Da sua leitura, pode concluir-se que:
No cenário base a dívida implícita actual do sistema de pensões da CGA oscilaria
entre os 245.631 M€ (ou 148,5% do PIB) no cenário mais pessimista de uma taxa
de desconto de 3% e os 168.862 M€ (ou 102,1%) na hipótese mais favorável de
uma taxa de desconto anual nominal de 5%.
3% 4% 5%Em Milhões EUR
Cenário Base 245.631 201.885 168.862
Cenário Virtual II 179.588 150.522 128.380
Cenário c/ medidas 223.847 183.330 152.829
Em % PIB 2012
Cenário Base 148,5% 122,1% 102,1%
Cenário Virtual II 108,6% 91,0% 77,6%
Cenário c/ medidas 135,3% 110,8% 92,4%
Dif. Face cenário base
Cenário Virtual II -39,9% -31,1% -24,5%
Cenário c/ medidas -13,2% -11,2% -9,7%
Taxa de desconto
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
10
No cenário contrafactual de reabertura do sistema a novas inscrições de
subscritores, a dívida implícita do sistema reduzir-se-ia, face ao cenário base,
entre os 39,9 pontos percentuais (pp) do PIB, na hipótese de taxa de desconto
mais desfavorável, e os 24,4 pp no pressuposto mais favorável de taxa de
desconto.
No cenário em que são adoptadas conjuntamente todas as medidas de política
legislativa avaliadas, a amplitude do contributo para a redução da dívida implícita
do sistema situar-se-ia entre os 21.784 M€ (13,2% do PIB) e os 16.033 M€ (9,7%
do PIB) face ao cenário base.
Os níveis de dívida implícita do sistema de pensões da CGA, nos três cenários
considerados, são muito elevados e colocarão, no futuro, uma pressão
orçamental significativa sobre as finanças públicas.
Évora, 12 de Novembro de 2013
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
11
2 Introdução
A situação económica que Portugal atravessa no contexto actual vem associar-se a
uma já longa experiência de evolução demográfica particularmente desfavorável aos
sistemas de pensões geridos em sistema de repartição contemporânea. À actual
conjuntura, de indiscutível pressão financeira sobre as contas públicas, associam-se
previsões de curto e médio prazo que, quer na vertente económica quer financeira,
indiciam uma tendência para o agravamento das responsabilidades com o pagamento
das pensões dos regimes contributivos públicos, sem o concomitante aumento das
contribuições que devem ser o pilar fundamental da sustentabilidade financeira do
sistema.
O sistema público de pensões português agrega1 dois regimes:
O Regime da Segurança Social (RGSS), que abrange os trabalhadores do sector
privado e os funcionários públicos inscritos a partir de 2006. Este regime
assenta fundamentalmente no sistema previdencial e no subsistema de
solidariedade. O primeiro corresponde ao designado regime geral contributivo,
o segundo inclui o regime não-contributivo, o regime especial de segurança
social das atividades agrícolas (fechado para novos contribuintes desde 1986),
os regimes transitórios ou outros formalmente equiparados a não
contributivos. Existe ainda o sistema complementar (público e privado), o qual
compreende o regime público de capitalização e os regimes complementares
de iniciativa coletiva (regimes profissionais complementares) e de iniciativa
individual (casos dos planos poupança-reforma, seguros de vida e de
capitalização).
O subsistema da Caixa Geral de Aposentações (CGA), actualmente designado
de Regime de Protecção Social Convergente (RPSC), destinado aos funcionários
públicos e agentes administrativos inscritos até 31-12-2005.
No presente estudo realiza-se um exercício de projecção dos indicadores de
sustentabilidade demográfica e financeira apenas para o subsistema de pensões da
Caixa Geral de Aposentações (CGA).
A CGA é a instituição que tem por missão gerir o regime de segurança social público
em matéria de pensões de aposentação, de reforma, de sobrevivência e de outras de
natureza especial e existe desde 1929. Começou por pagar pensões de aposentação à
generalidade dos funcionários públicos e pensões de reforma às forças armadas e à
Guarda Nacional Republicana mas, cinco anos mais tarde, em 1934, foi criado o
1 O Sistema Público de Pensões em Portugal. Ministério das Finanças, GPEARI, Dezembro de 2012
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
12
Montepio dos Servidores do Estado (MSE) que pagava pensões de sobrevivência aos
seus herdeiros. Juntos, a CGA e o MSE formavam a Caixa Nacional de Previdência
(CNP), uma instituição anexa à Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência (CGD),
sujeita à sua administração. Em 1993, a Caixa Geral de Aposentações absorveu o MSE
e autonomizou-se financeira e administrativamente da Caixa Geral de Depósitos,
sendo hoje em dia tutelada pelo Ministério das Finanças. Para além de pensões de
aposentação, de reforma, e de sobrevivência, a CGA paga hoje prestações de natureza
especial (que não têm na sua génese quaisquer quotas ou contribuições), como as
pensões de preço de sangue, pensões por serviços excepcionais e relevantes prestados
à Pátria, pensões de ex-prisioneiros de guerra, pensões por méritos excepcionais na
defesa da liberdade e da democracia, pensões por condecorações, subvenções
mensais vitalícias, entre outras.
São subscritores da CGA os funcionários e agentes administrativos – civis e militares –
da Administração Pública Central, Local e Regional. Neste regime de previdência estão
também abrangidos os magistrados, assim como os professores do ensino particular e
cooperativo e trabalhadores de algumas empresas públicas e sociedades anónimas de
capitais públicos (ex-empresas públicas). A CGA tem a seu cargo a gestão do regime de
segurança social dos funcionários públicos e trabalhadores equiparados admitidos até
31-12-2005, data em que o sistema foi encerrado para novas inscrições de
subscritores.
O regime de pensões da CGA é um regime público, instituído, gerido e garantido
financeiramente pelo Estado, que visa garantir prestações substitutivas de
rendimentos do trabalho nas eventualidades velhice, morte e invalidez. O regime é
financiado e gerido através do método de repartição contemporânea “pay-as-you-go”.
Sendo um sistema de repartição, pressupõe a solidariedade entre gerações, na medida
em que as pensões em pagamento são suportadas pelas quotizações e contribuições
pagas pelos actuais subscritores e entidades empregadoras, no compromisso implícito
de que novas gerações assumirão no futuro os encargos com as pensões das gerações
de subscritores precedentes.
O regime de pensões da CGA é um regime contributivo, i.e., as contribuições dos
subscritores e dos seus empregadores deveriam, à partida, ser suficientes para
financiar o sistema. Nos casos em que se verifica a insuficiência de proveitos obtidos
desta forma para assegurar o pagamento dos encargos com pensões é necessário
recorrer a fontes de financiamento externas ao regime, que no caso da CGA têm
passado sistematicamente pelo recurso a dotações anuais crescentes provenientes do
Orçamento de Estado, ou seja, receitas de impostos.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
13
A sustentabilidade financeira deste modelo de financiamento depende da evolução
esperada, mas incerta, a longo prazo de um conjunto numeroso de factores de
natureza demográfica e económica, dos quais depende a capacidade efectiva das
gerações futuras assumirem os encargos com as pensões das gerações de subscritores
que as antecederam. É por isso fundamental que, num regime de pensões assente
neste modelo de financiamento, se efectue uma avaliação regular e sistemática da
relação entre o valor dos direitos constituídos sobre o sistema pelas gerações actuais e
futuras, e as condições materiais e objectivas nas quais as gerações futuras estarão
efectivamente em condições de assegurar o cumprimento das obrigações assumidas,
assegurando o respeito por princípios de equidade intra e inter-geracional.
No caso particular da CGA, o regime de pensões é, desde o final de 2005, um regime
fechado a novos subscritores, pelo que é expectável, desde esta data, que o montante
de transferências necessárias para assegurar o reequilíbrio financeiro do sistema tenda
a aumentar significativamente nos próximos anos. Na Figura 1 pode observar-se que as
transferências anuais do OE são já hoje superiores a 50% da despesa com pensões.
Figura 1: Histórico de receitas da CGA (2001 -2012)
Fonte: Elaborado pelos autores com base em informação disponibilizada por CGA, Ministério
das Finanças e PORDATA
Para além das consequências do envelhecimento demográfico, os sistemas públicos de
pensões são sensíveis às tendências de longo prazo das variáveis macroeconómicas,
onde se destaca o efeito de alterações na estrutura produtiva, a situação das finanças
públicas, a evolução do emprego público e privado, os ganhos de produtividade e seu
reflexo na remuneração do factor trabalho, a eficiência do sistema financeiro na
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Receitas CGA
Receitas - Quotizações Receitas - OE
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
14
libertação de recursos para o investimento e na diminuição do custo real do capital, as
alterações na composição dos agregados familiares.
Com o objectivo de tornar os sistemas públicos de pensões financeiramente
sustentáveis a longo prazo, face a um contexto de envelhecimento da população,
maturação do sistema, crescimento económico incipiente, peso crescente da despesa
com pensões no conjunto da despesa primária e no universo das próprias prestações
sociais pagas pelo Estado, desequilíbrio das contas públicas, dificuldade
(impossibilidade) de acesso aos mercados de crédito e, na situação actual, os
constrangimentos inerentes ao pedido de auxílio externo realizado em 2011, diversas
medidas legislativas de natureza paramétrica têm sido tomadas nos últimos anos.
O processo de convergência dos sistemas públicos de protecção social iniciou-se em
1993, pela aplicação aos funcionários públicos contratados a partir de 1 de Setembro
de 1993 das regras de cálculo da pensão do regime geral de segurança social. Teve
continuidade no final de 2005, aquando da publicação da Lei n. º 60/2005, de 29 de
Dezembro, no âmbito da qual, entre outros aspectos, se alteraram as regras de cálculo
das pensões dos funcionários da Administração Pública inscritos na CGA, de modo a
convergirem para as do RGSS.
Com a publicação da Lei n. º 60/2005, de 29 de Dezembro, foram definidos os
mecanismos de convergência da protecção social dos funcionários públicos cobertos
pela CGA para o RGSS, nomeadamente no que respeita às condições de acesso à
aposentação e ao cálculo do montante da pensão, tendo ainda sido introduzidas
mudanças no Estatuto de Aposentação dos trabalhadores do Estado. Destacam-se, em
especial, os seguintes pontos:
• Os novos funcionários admitidos a partir de 2006 passaram a ser inscritos
automaticamente no RGSS. Isto significa que a CGA deixou de ter entradas de novos
subscritores;
• Os trabalhadores inscritos na CGA até 2005 mantiveram o seu regime mas a idade
legal de aposentação, até então de 60 anos, passou a convergir, a partir de 2006 e até
2015, para a idade legal de reforma do RGSS, de 65 anos, ao ritmo de seis meses por
cada ano civil. A partir de 1 Janeiro de 2015, os subscritores da CGA que atinjam os 65
anos de idade passariam a ter um período de garantia (número de anos necessário
para o subscritor se qualificar para o recebimento de uma pensão) de acesso à pensão
idêntico ao do RGSS (15 anos);
• Para os subscritores registados até 31 de Agosto de 1993, o período de garantia
para se qualificar para recebimento de uma pensão completa, entre 2006 e 2013, teria
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
15
que aumentar gradualmente dos 36 anos para os 40 anos de serviço, tal como definido
para o RGSS, ao ritmo de seis meses por cada ano civil;
• A fórmula de cálculo das pensões de aposentação e sobrevivência, para os
funcionários que entraram na função pública até 31 de Agosto de 1993, foi alterada
para assegurar a convergência com a fórmula aplicável a todos os funcionários
públicos admitidos após 1 de Setembro 1993 e a todos os beneficiários do RGSS.
• A eliminação ou adaptação de várias dezenas de regimes especiais de aposentação
e de reforma da CGA, mais favoráveis do que o previsto no Estatuto da Aposentação
aplicado pela CGA à generalidade dos seus subscritores.
Outras medidas legislativas se seguiram neste sentido, como sejam em 2008, na
sequência da alteração da lei de bases da segurança social, a aplicação às pensões
atribuídas a partir desse ano do denominado factor de sustentabilidade, as mudanças
no regime de aposentação antecipada, a aplicação da nova regra de revalorização
anual das pensões, passando a depender automaticamente do valor da inflação e do
crescimento real do PIB, entre outras.
Abrangidos pela própria CGA sempre coexistiram com o regime «geral» do Estatuto da
Aposentação inúmeros regimes especiais mais favoráveis em diversos domínios, como
sejam as condições de aposentação ou reforma e as regras de cálculo e/ou de
actualização da pensão. Estes regimes especiais, que se foram cristalizando no tempo
em resultado de sucessivas cláusulas de salvaguarda de direitos que acompanharam
diversas reformas do regime, obrigam ainda hoje a CGA a aplicar, a determinados
subscritores, regimes há muito tempo revogados, sendo questionáveis do ponto de
vista da equidade intergeracional.
Historicamente, aplicou-se aos trabalhadores da Administração Pública (AP) um regime
especial, que foi sendo designado por «regime de proteção social da função pública»,
cuja autonomia foi mantida pelas sucessivas leis de bases de segurança social que, por
outro lado, determinaram sempre a obrigatoriedade da sua convergência com os
outros regimes do sistema, nomeadamente o RGSS dos trabalhadores por conta de
outrém.
A Lei 4/2009, de 29 de Janeiro, com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2009, define,
pela primeira vez, a protecção social de todos trabalhadores que exercem funções
públicas de forma global, efectiva e integrada, tendo em conta o respeito pelos
direitos adquiridos e em formação e o imperativo legal da realização da convergência
dos regimes.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
16
Essa Lei promove, por um lado, a integração progressiva no RGSS dos trabalhadores
em funções públicas, sendo nele enquadrados obrigatoriamente os que iniciaram
actividade profissional na AP depois de 1 de Janeiro de 2006, bem como os que, desde
anos anteriores, já tinham sido nele inscritos como seus beneficiários para todas as
eventualidades.
Por outro lado, cria o regime de protecção social convergente (RPSC), regime fechado
que abrange apenas os trabalhadores admitidos na AP até 31 de Dezembro de 2005 e
que estavam sujeitos ao «regime de proteção social da função pública», inscritos na
Caixa Geral de Aposentações.
O regime de protecção social convergente integra as eventualidades previstas no
sistema previdencial, nomeadamente doença, maternidade, paternidade e adopção,
desemprego, acidentes de trabalho e doenças profissionais, invalidez, velhice e morte.
A organização do RPSC mantém, no essencial, a do anterior «regime de proteção social
da função pública», ou seja, continua a ser o empregador (os órgãos e serviços) que
assume as responsabilidades e as competências da concretização do direito da
protecção social, sendo que cabe à CGA a gestão do regime de pensões.
Para concretizar um dos pontos do Plano de Assistência Económica e Financeira,
relativo à convergência da Protecção Social, e tendo em conta as alterações da Lei de
Bases da Segurança Social em relação à definição da idade legal de reforma, o actual
Governo submeteu ao Parlamento, para discussão e aprovação, em Setembro de 2013,
uma proposta de Lei da Convergência dos Regimes de Protecção Social dos
Trabalhadores da Administração Pública cobertos pelo regime da CGA. Paralelamente,
foi apresentada recentemente na Assembleia da República uma proposta de
Orçamento de Estado para 2014 contendo um conjunto de medidas legislativas com
impacto nos regimes públicos de segurança social.
Neste contexto, torna-se imperioso quantificar o valor actual das responsabilidades
assumidas pelo Estado no âmbito dos Sistemas Públicos de Pensões, em particular do
subsistema gerido pela CGA, projectando as trajectórias mais prováveis para a
evolução dessas responsabilidades e das receitas geradas pelas fontes de
financiamento e projectando o valor anual das transferências do OE necessárias para
reequilibrar o sistema.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
17
3 Objectivos do Estudo
A avaliação dos Sistemas Públicos de Pensões é fundamental, quer numa perspectiva
de adequação das suas fontes de financiamento quer com vista a equacionar formas
alternativas de estruturação dos sistemas.
A este nível, a tomada de decisões em tempo oportuno é crucial para garantir a
existência de sistemas de pensões adequados, seguros e sustentáveis, minimizando o
impacto decorrente do envelhecimento generalizado da população, do aumento da
esperança média de vida, do decréscimo da população em idade activa e do aumento
do rácio de dependência, uma realidade que será particularmente determinante nas
próximas décadas e que será agravada pela maturidade dos sistemas públicos de
Segurança Social.
Os objectivos do presente estudo são o de caracterizar a situação actual do regime de
pensões gerido pela Caixa Geral de Aposentações e o de avaliar a sua sustentabilidade
financeira de longo prazo. Na prática, tal implica avaliar actuarialmente se as receitas
projectadas com quotizações e contribuições sociais são suficientes para financiar as
despesas projectadas com pensões, e estimar as necessidades de financiamento
adicionar externo (dotações do OE, IVA, outras) necessárias para assegurar o seu
reequilíbrio e a sua efectiva capacidade de assegurar a cobertura das
responsabilidades actuais e futuras.
No estudo, efectua-se ainda uma análise do impacto sobre os indicadores de
sustentabilidade financeira do sistema resultante da aplicação de medidas legislativas
recentemente apresentadas e em processo de discussão e aprovação.
Para concretizar os objectivos do estudo, consideram-se três cenários alternativos:
• Cenário I (Cenário Base) - Avaliação do modelo actual da CGA (sistema
fechado), contemplando no entanto já a redução salarial dos funcionários e
agentes administrativos da Administração Pública (AP) Central, Local e Regional
prevista no OE 2014.
• Cenário II - Avaliação do modelo actual da CGA, considerando a redução salarial
dos funcionários e agentes administrativos da AP prevista no OE 2014 mas
admitindo que o regime se tinha mantido aberto a novos subscritores desde finais
de 2005 (sistema aberto).
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
18
• Cenário III - Avaliação da sustentabilidade financeira da CGA num cenário em
que são implementadas as alterações previstas no diploma sobre a convergência
das pensões entre a CGA e o RGSS e demais medidas legislativas com impacto na
na CGA (e no RGSS) previstas no OE 2014, retomando o cenário factual de
manutenção do sistema fechado a novos subscritores
Para cada um dos três cenários, projectam-se as principais variáveis e indicadores para
o período de 2012-2060, considerando 2012 como ano base.
No estudo, são considerados os seguintes tipos de pensões:
Pensão de Velhice e Invalidez: prestação pecuniária mensal vitalícia,
designada por pensão, atribuída na sequência da cessação do exercício de
funções por aposentação/reforma. Pode ocorrer por iniciativa do subscritor,
quando para tal reúna os requisitos, por incapacidade, por limite de idade ou
por aplicação de legislação específica. Pode ser voluntária, obrigatória,
ordinária ou extraordinária.
Pensão de Sobrevivência: prestação pecuniária mensal, atribuída aos
herdeiros hábeis, em caso de falecimento do subscritor/pensionista, cujo
montante é determinado em função da pensão de aposentação que lhe dá
origem.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
19
4 Modelo de Projecção e Pressupostos
O modelo utilizado na projecção da sustentabilidade financeira do Regime de
Protecção Social dos trabalhadores da administração pública, gerido pela CGA, é um
modelo de natureza actuarial/contabilística que permite projectar, de forma integrada,
a situação financeira do sistema a longo prazo. Este tipo de modelos permite uma
modelação pormenorizada da evolução demográfica, dos aspectos relacionados com a
evolução diferenciada do mercado de trabalho por faixas etárias, da população de
subscritores por idade e género, das regras de formação e actualização da pensão por
eventualidade, das regras de cálculo dos benefícios e dos vários regimes legais que
todavia coexistem no sistema, com períodos de transição relativamente longos.
O modelo contempla uma determinação prévia (projecção) pelo analista do cenário
demográfico, macroeconómico e actuarial ao longo do horizonte temporal do estudo,
não contemplando a reacção endógena deste às medidas de reforma consideradas,
nem a eventuais variações da percepção dos agentes económicos sobre a
sustentabilidade financeira dos sistemas de protecção social. Tal tipo de análise só é
possível com recurso a modelos dinâmicos de equilíbrio geral, com gerações
sobrepostas que levam em linha de conta as decisões de optimização intertemporal
dos agentes económicos, modelos que, no seu estado actual de desenvolvimento,
ainda apresentam algumas dificuldades importantes na modelação adequada dos
sistemas de pensões.
O modelo construído e utilizado neste estudo tem uma estrutura modular
compreendendo:
Módulo de demografia, onde se projectam, com recurso a modelos estocásticos, as
dinâmicas das componentes de alteração demográfica (mortalidade, fecundidade,
saldos migratórios) e se projecta a evolução da população residente e a sua estrutura
etária;
Módulo do mercado de trabalho, que compreende as dinâmicas de participação no
mercado de trabalho, a evolução do emprego (em particular do emprego público) e do
desemprego;
Módulo dos subscritores, que projecta o número de subscritores activos do sistema;
Módulo das remunerações, declaradas ou convencionadas, onde se projecta a
dinâmica salarial nominal e real dos subscritores da CGA;
Módulo das quotizações, onde se estima a evolução das quotizações de trabalhadores
e contribuição de entidades para o sistema;
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
20
Módulo dos aposentados, reformados e pensionistas, que projecta o número de
aposentados, reformados e pensionistas, por idade e por contingência (Velhice,
Invalidez, Sobrevivência e PPSO - Viuvez/Orfandade)
Módulo de pensões, onde se projectam as novas pensões e a actualização das pensões
transitadas de anos anteriores;
Módulo das sínteses financeiras do sistema, onde se apuram os custos e proveitos do
sistema, bem como um conjunto de indicadores de análise da sua sustentabilidade
financeira.
Cada variável do modelo é trabalhada de forma agregada por género (masculino e
feminino) e, para cada um destes, por idade inteira (dos 0 aos 120 anos). Em cada
categoria de dados, a informação disponível reflecte os valores médios observados nas
variáveis. Nas secções seguintes apresentam-se, de forma resumida, os principais
pressupostos demográficos, macroeconómicos e actuariais utilizados neste estudo.
A realização de um exercício de avaliação da sustentabilidade financeira de longo
prazo dos sistemas de pensões implica a modelação e a projecção de milhares de
variáveis por um período temporal bastante alargado. Dado que o exercício de
projecção realizado no estudo reporta a um período temporal bastante longo, refere-
se que todas as conclusões se suportam no conhecimento científico e nos modelos de
previsão adoptados pelos autores e pelas várias organizações internacionais (OCDE,
FMI, Comissão Europeia) que procedem regularmente à projecção das variáveis de
base usadas neste relatório.
4.1 Pressupostos Demográficos
Os pressupostos demográficos utilizados neste estudo resultam das projecções de
população residente realizadas pelos autores, considerando a informação estatística
mais recente sobre a contagem da população portuguesa (Censos 2011) e a adopção
de modelos estocásticos para projectar a evolução das componentes de alteração
demográfica (fecundidade, mortalidade, saldos migratórios).
4.1.1 Fertilidade
A projecção da evolução do Índice Sintético de Fecundidade (ISF) derivada neste
estudo resulta da modelação das séries temporais históricas das taxas de fecundidade
por idade da mulher fecunda, registadas nos últimos 30 anos, e da incorporação de
pressupostos sobre a convergência gradual e lenta do ISF e das taxas de fertilidade
observadas em Portugal para os correspondentes valores observados nos Estados
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
21
Membros de referência da União Europeia. Para a União Europeia como um todo, nas
últimas projecções demográficas é projectado um crescimento do valor do ISF de 1,59
em 2010 para 1,64 em 2030 e de 1,71 em 2060 (vidé relatório EUROPOP 2010, CE). O
pressuposto de convergência implica, igualmente, que os maiores aumentos
projectados para o ISF terão lugar nos países em que as taxas de fertilidade são mais
baixas, como é o caso de Portugal. Segundo as nossas projecções, num cenário
moderado, esse aumento terá lugar de forma gradual mas lenta, com as taxas de
fertilidade a convergirem para a média da UE em 2060 sem, contudo, as alcançarem
nessa data.
O Quadro 1 representa a evolução do ISF projectada para Portugal. Como se observa
pela leitura do quadro, é projectado um incremento de 0,17 no ISF no período
compreendido entre 2012 e 2060, partindo de um valor de 1,28 observado em 2012
para um valor projectado de 1,45 em 2060. Prevê-se que aumento do ISF ocorra
gradual e quase linearmente ao longo do período considerado.
Quadro 1: Evolução do Índice Sintético de Fecundidade (2012-2060)
Fonte: Estimativa dos autores
Apesar desta previsão de crescimento, as taxas de fertilidade em Portugal
permanecerão bem abaixo dos níveis necessários para assegurar a substituição natural
das gerações contribuindo, desta forma, e de forma significativa, para o acentuar do já
hoje elevado envelhecimento da população portuguesa e, como se verá mais adiante,
para a diminuição substancial da população em idade activa.
4.1.2 Mortalidade e esperança média de vida
O cenário demográfico relativo à componente mortalidade considerado neste estudo
prevê a continuação do declínio nas taxas de mortalidade, observado em todas as
idades nos últimos 30 anos, e o consequente aumento da esperança média de vida à
nascença e nas idades adultas, com especial relevo para a actual idade estatutária de
reforma dos 65 anos. Os indicadores relativos à esperança média de vida foram
derivados com recurso à construção de Tábuas de Mortalidade Prospectivas para a
População Portuguesa. Estas, por sua vez, foram estimadas com recurso às
metodologias mais recentes de projecção da mortalidade, envolvendo nomeadamente
Projecções Demográficas 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Índice Sintético de Fecundidade (ISF) 1,28 1,27 1,28 1,29 1,31 1,35 1,38 1,41 1,45
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
22
a aplicação do método Poisson-Lee-Carter (Brouhns et al., 2002)4 às taxas brutas de
mortalidade totais e desagregadas por género, registadas na população portuguesa
nos últimos 30 anos, com fecho das tábuas aos 120 anos mediante aplicação da
metodologia proposta por Denuit e Goderniaux (2005)5.
O Quadro 2, a Figura 2 e a Figura 3 sintetizam os resultados deste exercício de
projecção da mortalidade, apresentando os indicadores de esperança média de vida à
nascença e aos 65 anos de idade, numa óptica transversal ou de período (óptica
convencional, que considera as condições de mortalidade observadas num dado ano
de calendário) e numa óptica geracional (por cohort, i.e., por ano de nascimento).
Quadro 2: Evolução da Esperança de Vida à nascença e aos 65 anos (2012-2060)
Fonte: The EUROPOP2010 (Eurostat Population Projections 2010), EUROSTAT; Projecções demográficas
elaboradas pelos autores
Como se observa pela leitura do Quadro 2, as projecções de longevidade evidenciam a
continuação do aumento gradual da esperança média de vida durante o período da
projecção em todas as idades. Para a população masculina, e considerando as tábuas
de mortalidade calculadas por ano cronológico, é estimado um aumento de 8,2 anos
na esperança média de vida à nascença, de 77,1 anos em 2012 para 85,3 anos em
4 Brouhns, N., Denuit, M. Vermunt, J. (2002). A Poisson Log-Bilinear Regression Approach to the Construction of Projected Life Tables, Insurance: Mathematics & Economics 31, 373-393. 5 Denuit, M. e Goderniaux, A. (2005). Closing and projecting lifetables using log-linear models. Bulletin de l'Association Suisse des Actuaries, 1, 29-49.
Projecções Demográficas 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Esperança de vida à nascença (period approach)
Homens 77,1 77,3 77,5 77,7 78,7 80,6 82,3 83,9 85,3
Mulheres 83,2 83,4 83,5 83,8 84,7 86,4 88,0 89,3 90,6
Sexos combinados 80,2 80,4 80,5 80,7 81,6 83,2 84,6 85,9 87,0
Esperança de vida aos 65 anos (period approach)
Homens 17,3 17,4 17,5 17,7 18,3 19,5 20,7 21,8 22,9
Mulheres 20,9 21,0 21,1 21,3 21,9 23,2 24,4 25,5 26,5
Sexos combinados (Metodologia INE) 18,8 19,0 19,1 19,2 19,8 20,9 22,0 23,0 23,9
Esperança de vida aos 65 anos (cohort approach)
Sexos combinados 20,5 20,6 20,7 20,8 21,4 22,4 23,3 24,2 25,1
Factor de Sustentabilidade
Formulação Actual 0,95 0,95 0,94 0,94 0,91 0,86 0,82 0,78 0,75
Proposta OE 2014 0,88 0,88 0,88 0,87 0,85 0,80 0,76 0,73 0,70
Saldo Migratório Líquido (milhares) 0,0 -25,0 -17,7 -12,6 1,9 15,3 22,1 27,6 33,6
Saldo Migratório Líquido em % da população 0,00 -0,24 -0,17 -0,12 0,02 0,15 0,23 0,30 0,38
População (milhões) 10,49 10,45 10,42 10,39 10,25 9,96 9,61 9,21 8,79
População (0-14) em % do Total 14,8 14,6 14,3 14,0 12,8 11,4 11,4 11,3 11,2
População (25-54) em % do Total 42,5 42,1 41,8 41,4 39,4 35,9 33,5 33,0 32,4
População em idade activa (15-64) em % do Total 65,8 65,5 65,3 65,2 64,0 60,6 55,9 53,4 54,0
População (65+) em % do Total 19,4 19,9 20,4 20,8 23,1 28,1 32,7 35,3 34,8
População (80+) em % do Total 5,3 5,6 5,8 6,0 7,0 8,9 11,1 13,7 16,2
População (80+) em % da População (65+) 27,5 28,0 28,4 28,9 30,3 31,5 33,9 38,7 46,4
População (80+) em % da População Idade Activa 8,1 8,5 8,8 9,3 10,9 14,6 19,8 25,6 29,9
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
23
2060. Para a população feminina, e considerando um cenário de diminuição gradual do
diferencial de longevidade entre géneros no período em análise, é estimado um
aumento de 7,4 anos na esperança média de vida à nascença, de um valor de 83,2
anos estimado em 2012 para 90,6 anos em 2060.
Figura 2: Evolução projectada da esperança média de vida à nascença,
por ano cronológico
Fonte: Estimativas dos autores
Figura 3: Evolução projectada para a esperança média de vida aos 65 anos,
por ano cronológico
Fonte: Estimativas dos autores
Relativamente à idade-chave dos 65 anos, e considerando novamente os cálculos
efectuados por ano cronológico, é estimado um aumento de 5,59 anos na esperança
70,0
75,0
80,0
85,0
90,0
95,0
2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Esperança de vida à nascença (period approach)
H M HM
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Esperança de vida aos 65 anos (period approach)
H M HM
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
24
média de vida remanescente da população masculina, sendo de 17,27 anos em 2012 e
prevendo-se de 22,86 anos em 2060. Relativamente à população feminina, estima-se
um aumento de 5,62 anos na esperança média de vida remanescente, aumentando de
um valor de 20,85 anos em 2012 para 26,48 anos em 2060. Relativamente ao conjunto
da população (géneros combinados), estima-se um aumento de 4,61 anos na
esperança de vida remanescente, de um valor de 19,16 anos em 2012 para 23,77 anos
em 2060.
As perspectivas de longevidade da população portuguesa são ainda mais significativas
quando se consideram as projecções efectuadas por cohort ou ano de nascimento.
Estas espelham, de forma mais adequada, a evolução desta variável demográfica na
medida em que incorporam a evolução previsível no tempo das condições de
mortalidade de cada geração, à medida que esta envelhece. Relativamente à idade-
chave dos 65 anos, e considerando agora os cálculos efectuados por ano de
nascimento, é estimado um aumento de 4,57 anos na esperança média de vida
remanescente da população total, partindo de um valor de 20,50 anos para os
indivíduos que completaram 65 anos em 2012 para atingir os 25,06 anos para os
indivíduos que completarem 65 anos em 2060.
4.1.3 Factor de Sustentabilidade
Na sequência da aprovação e entrada em vigor da Lei de Bases da Segurança Social de
2007, a evolução da longevidade esperada aos 65 anos tornou-se um indicador-chave
na determinação da pensão estatutária e na avaliação das responsabilidades dos
sistemas públicos de segurança social com pensões.
O factor de sustentabilidade, na formulação actual, é definido como o rácio entre o
valor do indicador esperança média de vida completa aos 65 anos, no ano base de
2006, e o valor desse mesmo indicador no ano anterior ao da reforma do subscritor.
Naturalmente, este factor será tanto menor (maior) quanto maior (menor) for o valor
da esperança média de vida completa aos 65 anos de idade registado no tempo, sendo
que um valor mais reduzido (elevado) deste factor se traduz, ceteris paribus, em
pensões estatutárias iniciais mais baixas (altas).
O Orçamento de Estado para 2014 (OE 2014) propõe a alteração da fórmula de cálculo
do Factor de Sustentabilidade, passando o ano de 2000 a ser considerado como ano
base. A Figura 4 representa a evolução estimada do factor de sustentabilidade no
horizonte temporal 2012-2060, considerando a formulação actual e a formulação
proposta no OE 2014.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
25
Figura 4: Evolução projectada do Factor de Sustentabilidade no horizonte temporal
2012-2060
Fonte: Estimativas dos autores
Como se observa, a previsível subida continuada da esperança média de vida aos 65
anos implicará uma trajectória decrescente para este factor, o que se traduzirá, pela
sua aplicação, ano após ano, em reduções no valor da pensão inicial para os novos
aposentados e reformados. Considerando a formulação actualmente em vigor estima-
se, por exemplo, que em 2020 a aplicação do factor de sustentabilidade se traduza
numa redução do valor da pensão estatutária em 9%, quando comparado com o que
resultaria da não existência deste elemento na fórmula de cálculo das pensões. Para
2030, 2040, 2050 e 2060 essa redução é estimada, respectivamente, em 14%, 18%,
22% e 25%. As reduções indicadas agravam-se com a reformulação da fórmula de
cálculo do factor de sustentabilidade. Segundo a proposta incluída no OE 2014, em
2020 a redução estimada será na ordem dos 15%. Para 2030, 2040, 2050 e 2060
estimam-se reduções no valor de 20%, 24%, 27% e 30%, respectivamente.
Para compensar esta redução na pensão estatutária, decorrente da aplicação do factor
de sustentabilidade, os indivíduos terão que, segundo as regras vigentes, prolongar a
sua permanência no mercado de trabalho, aproveitando os actuais mecanismos de
bonificação existentes para os indivíduos que acedam à pensão de velhice após os 65
anos de idade, e/ou complementar o seu rendimento na reforma com recurso a
sistemas complementares de poupança, nomeadamente sistemas privados.
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057
Factor de Sustentabilidade
Formulação Actual Proposta OE 2014
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
26
4.1.4 Saldo Migratório Líquido
Os fluxos migratórios em cada país são caracterizados por alguma volatilidade, fruto
das frequentes mudanças nas condições socio-económicas dos países de origem e de
destino e de alterações no enquadramento legal da imigração. Se no início da década
os saldos migratórios líquidos registados em Portugal foram muito significativos, nos
últimos anos esses fluxos reduziram-se drasticamente.
As projecções de Saldo Migratório Líquido (SML) consideradas neste estudo decorrem
de estimativas dos autores com base nos fluxos migratórios mais recentes e nas
projecções expectáveis para a sua evolução futura. Para Portugal, o estudo prevê a
ocorrência de fluxos migratórios líquidos que oscilam entre os -25 milhares em 2012 e
os 33,6 milhares em 2060 representando, em cada ano, no máximo, 0,38% das
estimativas da população residente do país. A Figura 5 sintetiza as projecções para o
SML, no horizonte temporal 2013-2060.
Figura 5: Evolução projectada para o Saldo Migratório Líquido no período 2013-2060
Fonte: The EUROPOP2010 (EUROSTAT) e Estimativas dos autores.
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
-30,0
-20,0
-10,0
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
2013 2018 2023 2028 2033 2038 2043 2048 2053 2058
SM
L (%
Po
pu
lação
)S
ML
(m
ilh
ares)
Saldo Migratório Líquido
Saldo Migratório Líquido (milhares) Saldo Migratório Líquido em % da população
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
27
4.1.5 Estimativas de População Residente e Estrutura Etária da População
Segundo o cenário demográfico considerado neste estudo, a população portuguesa
residente registará uma diminuição de aproximadamente 1,7 milhões de habitantes no
período compreendido entre 2012 e 2060, o que corresponde a um decréscimo de
cerca de 16,2% face aos 10,5 milhões de habitantes estimados em 2012. Esta previsão
de queda da população contraria a projecção efectuada para o conjunto da UE, zona
para a qual se estima um crescimento de 5% da população no mesmo período. Na
perspectiva da sustentabilidade dos sistemas de repartição da protecção na reforma,
mais importante do que a própria dimensão do efectivo estimada para este período é
a dramática alteração na estrutura etária da população, em resultado da dinâmica das
taxas de fertilidade e de mortalidade e do saldo migratório apresentada
anteriormente.
As Figuras 6 e 7 representam a alteração prevista na estrutura etária da população
portuguesa nas próximas décadas. Como se observa nestas figuras, se em 2012 os
cohorts mais numerosos se situavam em torno dos 35 anos de idade para homens e
mulheres, estima-se que em 2060 os cohorts com maiores volumes populacionais
estejam na casa dos 60 e 80 anos, como se observa na Figura 7. A idade média da
população passará dos actuais 42,2 anos para os 50,6 em 2060, ao passo que o índice
de dependência total (15-64 anos) aumentará fortemente, passando dos actuais 51,89
para um valor previsto de 85,05 em 2060.
Figura 6: Estrutura etária da população portuguesa em 2012
Fonte: Estimativas dos autores.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
28
Figura 7: Estrutura etária da população portuguesa projectada para 2060
Fonte: Estimativas dos autores.
O envelhecimento significativo da população é explicado pela combinação da chegada
aos 65 anos de gerações numerosas nascidas nos anos 50 e 60 e pelo aumento
significativo da esperança média de vida esperada no período em análise.
Paralelamente, a base da pirâmide etária das populações masculina e feminina
portuguesa tornar-se-á mais estreita no período da projecção, principalmente devido
às baixas taxas de substituição natural da população (fertilidade). Em resultado, a
pirâmide etária da população portuguesa assemelhar-se-á cada vez mais a uma
pirâmide invertida, com as grandes massas populacionais concentradas nas idades
avançadas.
Como se observa na Figura 8 e pela leitura do Quadro 3, a proporção de crianças (0-14
anos) na população total baixará em Portugal, dos actuais (ano 2012) 14,8% para
11,2% em 2060, enquanto que a proporção da população com idade no intervalo 25-
54 anos descerá dos actuais 42,5% para 32,4%, em igual período. A percentagem da
população em idade activa (15-64 anos) reduzir-se-á dos actuais 65,8% para um valor
extremamente baixo de apenas 54,6% em 2060.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
29
Figura 8: Evolução da estrutura etária da população por grandes grupos etários no
período 2012-2060
Fonte: Estimativas dos autores.
Em contrapartida, a fracção da população com idade igual ou superior à actual idade
estatutária de reforma em Portugal (65 anos) crescerá 15,4 pontos percentuais no
período em análise, dos actuais 19,4% para 34,8% em 2060. Dos que alcançam os 65
anos de idade, 46,4% atingirão os 80 anos em 2060, o que evidencia sobremaneira o
envelhecimento da própria população mais idosa. Igualmente representativo do
envelhecimento projectado para a população portuguesa é o facto de se estimar que
em 2060 a população com idade igual ou superior a 80 anos poder vir a representar
29,9% da população em idade activa (15-64 anos).
Quadro 3: Projecções demográficas da população por grupos etários (2012-2060)
Fonte: Estimativas dos autores.
No Quadro 4 representa-se a evolução projectada para um conjunto de ratios de
dependência para a população portuguesa no período 2012-2060, de forma a
evidenciar os desequilíbrios demográficos com que os sistemas públicos de segurança
PROJECÇÕES DEMOGRÁFICAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
População (milhões) 10,49 10,45 10,42 10,39 10,25 9,96 9,61 9,21 8,79
População (0-14) em % do Total 14,8 14,6 14,3 14,0 12,8 11,4 11,4 11,3 11,2
População (25-54) em % do Total 42,5 42,1 41,8 41,4 39,4 35,9 33,5 33,0 32,4
População em idade activa (15-64) em % do Total 65,8 65,5 65,3 65,2 64,0 60,6 55,9 53,4 54,0
População (65+) em % do Total 19,4 19,9 20,4 20,8 23,1 28,1 32,7 35,3 34,8
População (80+) em % do Total 5,3 5,6 5,8 6,0 7,0 8,9 11,1 13,7 16,2
População (80+) em % da População (65+) 27,5 28,0 28,4 28,9 30,3 31,5 33,9 38,7 46,4
População (80+) em % da População Idade Activa 8,1 8,5 8,8 9,3 10,9 14,6 19,8 25,6 29,9
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057
População 65+ 15-64 anos 0-14 anos
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
30
social se confrontarão a médio e longo prazo, em particular o regime de pensões da
CGA. Como se observa, a proporção da população com idades entre os 55 e os 64 anos
face à população com idades no intervalo 20-64 anos, passará dos actuais 20,9% para
26% em 2060. Se o índice de dependência dos jovens face à população no intervalo 20-
64 anos permanecerá relativamente estável no período em análise, embora com
ligeiro decréscimo, já o índice de dependência dos idosos mais do que duplicará no
mesmo período, passando de um valor de 32%, calculado em 2012, para um valor de
69,7%, estimado para 2060.
Quadro 4: Ratios de Dependência Demográfica e Económica Estimados para Portugal
Fonte: Estimativas dos autores
Em consequência, o índice de dependência total crescerá significativamente no
período em avaliação, passando dos actuais 65,1% para um valor de 100,5% em 2060.
Significa isto que, no período final da projecção, a relação entre os dependentes
(jovens e idosos) e os indivíduos em idade activa (20-64 anos) ultrapassará a barreira
psicológica de um activo por cada dependente.
O envelhecimento projectado para a população portuguesa é extremamente
preocupante, com a população com idade igual ou superior a 65 anos a superar, em
2060, 3,1 vezes a população com idade no intervalo 0-14 anos. Tal como referido
anteriormente, assistir-se-á a um progressivo envelhecimento da própria população
idosa, como mostra o índice de longevidade (75+/65+) onde se evidencia, por
exemplo, que 65,0% dos indivíduos que alcançarem os 65 anos em 2060 atingirão os
75 anos ou mais.
Em suma, a confirmarem-se estas previsões demográficas, independentemente das
alterações consideráveis e de sinal contrário que se venham a registar na actividade
económica, sistemas públicos de segurança social financiados essencialmente com
base no mecanimo de repartição contemporânea, como são o regime de pensões da
CGA e o RGSS, têm a sua sustentabilidade demográfica e financeira comprometidas a
prazo.
Rácios de Dependência 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Proporção da População Idosa (55-64) / (20-64) 20,9 21,2 21,5 21,9 23,9 27,0 27,1 24,1 26,0
Índice de Dependência de Jovens (20-64) 33,1 32,8 32,6 32,4 30,6 28,1 29,7 31,4 30,7
Índice de Dependência dos Idosos (20-64) 32,0 33,0 33,9 34,8 39,3 50,0 62,9 71,8 69,7
Rácio de Dependência Total (20-64) 65,1 65,8 66,5 67,3 69,9 78,1 92,6 103,1 100,5
Rácio de Dependência Económica Total (20-74) 131,6 133,6 133,6 133,6 133,3 133,1 138,0 143,8 142,4
Índice de Envelhecimento (65+/0-14) 131,1 136,5 142,3 148,8 180,5 247,1 285,8 313,5 311,5
Índice de Juventude (0-14 / 65+) 76,3 73,2 70,3 67,2 55,4 40,5 35,0 31,9 32,1
Índice de Juventude da População Activa (15-39 / 40-64) 90,2 87,8 85,4 83,1 74,9 75,2 77,5 77,0 78,2
Índice de Longevidade (75+ / 65+) 48,9 49,1 49,2 49,2 49,5 51,5 54,2 59,9 65,0
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
31
4.2 Pressupostos Macroeconómicos
Os pressupostos macroeconómicos considerados no presente estudo compreendem,
para além das estimativas próprias elaboradas pelos autores, as previsões mais
recentes divulgadas pelo Ministério das Finanças no âmbito do Orçamento do Estado
para 2014 e do Documento de Estratégia Orçamental 2013-2017, as estimativas
apresentadas pelo «Output Gaps Working Group» do Comité de Política Económica da
Comissão Europeia, as últimas projecções realizadas pelo Eurostat no âmbito das
previsões económicas e orçamentais de longo prazo publicadas no "The 2012 Ageing
Report: Economic and budgetary projections for the 27 EU Member States (2010-
2060)" e as previsões de curto prazo mais recentes divulgadas pelo Banco de Portugal,
pelo Fundo Monetário Internacional e pela OCDE.
4.2.1 Mercado de Trabalho
4.2.1.1 Taxa de Actividade
As projecções relativas à evolução da taxa de actividade no período em análise estão
resumidas no Quadro 5. Como se observa pela leitura do quadro, as projecções
apontam para um deslocamento para a direita dos perfis das taxas de actividade das
populações masculina e feminina, ou seja, assinalam um envelhecimento da estrutura
etária da população activa. Tal significa, por exemplo, que os indivíduos com idades
superiores a 54 anos tenderão, segundo esta estimativa, a permanecer durante mais
tempo no mercado de trabalho, ou seja, a retardar a sua entrada na reforma, numa
tendência que é particularmente evidente no caso da população feminina.
Quadro 5: Taxas de Actividade Projectadas
Fonte: The 2012 Ageing Report e Estimativas dos autores
Taxas de Actividade 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Mulheres
Taxa de Actividade (20-64) 75,9 75,8 75,7 75,7 75,1 75,0 76,0 78,1 78,6
Taxa de Actividade (15-64) 71,1 71,1 70,9 70,8 70,4 70,7 71,8 73,3 73,9
Jovens (15-24) 37,0 36,8 36,6 36,3 37,0 38,5 37,8 37,3 38,1
Adultos (25-54) 86,7 86,7 86,6 86,6 86,5 86,9 88,1 88,2 88,7
Seniors (55-64) 47,2 47,6 47,9 48,2 49,7 52,4 53,3 57,3 60,2
Homens
Taxa de Actividade (20-64) 84,7 84,7 84,6 84,5 83,9 83,5 83,9 85,3 85,1
Taxa de Actividade (15-64) 79,0 78,9 78,7 78,5 78,1 78,4 78,8 79,6 79,6
Jovens (15-24) 42,4 42,2 42,0 41,6 42,4 44,4 43,4 42,9 43,9
Adultos (25-54) 93,6 93,6 93,6 93,5 93,4 93,5 93,9 93,9 94,0
Seniors (55-64) 61,7 61,9 62,0 62,3 63,0 64,4 63,6 66,7 68,3
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
32
Com efeito, as projecções apontam para um crescimento de 2,8 pontos percentuais
(pp.) na taxa de actividade feminina (15-64 anos) entre 2012 e 2060, um acréscimo
que é explicado pelo aumento previsto na taxa de participação das mulheres adultas
no mercado de trabalho (um acréscimo de 2,0 pp. no período) e pelo significativo
aumento estimado na participação no mercado de trabalho dos activos na faixa etária
dos 55 aos 64 anos (aumento de 13,0 pp.). Este último cenário decorre, em boa
medida, das reformas introduzidas nos últimos nos sistemas públicos de pensões que
penalizam fortemente (e, nalguns casos, impedem) a reforma antecipada e visam
incentivar a continuação no mercado de trabalho e o adiamento da entrada na idade
de reforma. A proposta apresentada no âmbito do OE 2014 de elevar a idade
estatutária de reforma para os 66 anos em 2014 e de, a partir de 2015 em diante, fazer
depender o seu valor da evolução da esperança média de vida aos 65 anos devem
contribuir no futuro para incentivar o prolongamento da vida activa.
No que respeita à população masculina, as projecções apontam para um ligeiro
aumento da taxa de actividade (20-64 anos) no período 2012-2060, para um valor em
torno dos 80%. Este incremento esperado é fruto, sobretudo, de um aumento
esperado na taxa de participação no mercado de trabalho dos seniores adultos de 6,6
p.p., um grupo etário que apresentava, à partida, valores já se si substancialmente
superiores aos registados nesta rubrica na população feminina, e superiores à média
dos valores registados nos demais países da OCDE.
A previsão de aumento a longo prazo da taxa de actividade assumida neste estudo
comporta, no entanto, alguns riscos, e vai depender, entre outros aspectos: (i) da
criação de incentivos apropriados ao aumento da idade efectiva de reforma, (ii) da
existência de apoios específicos aos trabalhadores desempregados mais velhos no
sentido de que estes regressem e permaneçam no mercado de trabalho e (iii) da
reorganização dos mecanismos de apoio à conciliação da vida pessoal e profissional. As
principais razões para a inactividade na faixa etária 50-64 são diferenciadas e incluem a
reforma prematura, a incerteza quanto à evolução do nível de benefícios dos sistemas
públicos de pensões, a dificuldade em conciliar o trabalho com a reforma a tempo
parcial, situações de doença ou incapacidade para o trabalho, desinteresse e
desincentivos ao regresso ao mercado de trabalho e, no caso das mulheres, situações
de assistência familiar.
4.2.1.2 Oferta de Trabalho
As projecções relativas à oferta de trabalho (população activa) são calculadas por
idade e género, multiplicando as taxas de actividade pelo correspondente efectivo
populacional. O Quadro 6 e a Figura 9 sintetizam a evolução projectada para este
indicador.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
33
Quadro 6: Evolução Esperada da População em Idade Activa em Portugal
Fonte: Estimativas dos autores
Como se observa pela leitura do quadro, no cenário demográfico e macroeconómico
considerado, o aumento esperado na taxa de actividade no período em análise não é
suficiente para compensar, quer o forte envelhecimento da população portuguesa,
quer a diminuição esperada na população residente em Portugal, razão pela qual se
projecta uma significativa redução da população em idade activa até 2060.
Com efeito, em resultado do acentuado envelhecimento da população portuguesa, a
previsão aponta, por exemplo, para que em 2060 a população em idade activa, com
idade compreendida no intervalo 15-64 anos, venha a ser menor do que a estimada
em 2012, em 1.535 milhões de indivíduos, o que representa um decréscimo de
aproximadamente 30% face à situação actual. A diminuição na população em idade
activa tem obviamente reflexos na evolução da população activa no país, que registará
igualmente uma quebra assinalável no período em avaliação.
Figura 9: Evolução da População em Idade Activa e da População Activa no
período 2012-2060
Fonte: Estimativas dos autores
O decréscimo preocupante da oferta de trabalho potencial estimado para Portugal
compromete naturalmente o potencial de crescimento económico do país e a
População Activa 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
População em Idade Activa (15-64) (milhares) 6.904 6.850 6.808 6.771 6.564 6.032 5.376 4.918 4.748
Taxa crescimento população em idade activa (15-64) -0,8% -0,6% -0,6% -0,6% -1,0% -1,3% -0,4% -0,3%
População em Idade Activa (20-64) (milhares) 6.353 6.303 6.257 6.212 6.034 5.591 4.992 4.534 4.383
Taxa crescimento população em idade activa (20-64) -0,8% -0,7% -0,7% -0,5% -0,8% -1,4% -0,5% -0,3%
População Activa 15-64 (milhares) 5.175 5.128 5.086 5.046 4.864 4.490 4.041 3.756 3.640
População Activa 20-64 (milhares) 5.093 5.049 5.007 4.966 4.785 4.421 3.983 3.698 3.584
Homens 2.610 2.583 2.558 2.535 2.434 2.240 2.011 1.870 1.808
Mulheres 2.484 2.466 2.449 2.432 2.352 2.181 1.972 1.828 1.775
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057
População (milhões)
Pop. Idade Activa (15-64) Pop. Activa (15-64)
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
34
sustentabilidade dos sistemas de pensões financiados com base em mecanismos de
repartição contemporânea.
4.2.1.3 Taxa de Desemprego
As previsões de evolução a curto prazo da taxa de desemprego consideradas neste
estudo baseiam-se na informação mais recente sobre o inquérito ao emprego
publicadas pelo INE (3º trimestre de 2013), nas estimativas dos autores e nas
projecções oficiais do Ministério das Finanças no âmbito do Orçamento do Estado para
2014 e do Documento de Estratégia Orçamental 2013-2017. No longo prazo, admite-se
que a taxa global de desemprego converge gradualmente para um valor próximo das
estimativas de taxa natural de desemprego (NAWRU - Non-accelerating wage rate of
unemployment) efectuadas pela Comissão Europeia no âmbito do Ageing Report 2012.
Em termos mais precisos, as hipóteses consideradas contemplam a diminuição da taxa
de desemprego (15-74 anos) de um valor de 16,1% verificado no final de 2012 para um
valor na ordem dos 6,5% em 2060. A evolução projectada da taxa de desemprego
contempla as diferenças verificadas entre o desemprego jovem e o desemprego em
idades adultas.
Figura 10: Evolução Esperada da Taxa de Desemprego no Período 2012-2060
Fonte: Estimativas dos autores
Como se pode observar na Figura 10, na sequência do ajustamento macroeconómico
da economia portuguesa decorrente da implementação do Programa de Assistência
Económica e Financeira, estima-se a manutenção de taxas de desemprego acima dos
15% até 2016 prevendo-se, a partir de então, o início de um processo gradual de
convergência (descida) das taxas de desemprego observadas em Portugal para a
NAWRU, em patamares bastantes inferiores aos níveis de desemprego registados
actualmente.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057
%
Taxa de Desemprego (15-64)
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
35
No Quadro 7 reporta-se a evolução projectada da taxa de desemprego e da população
desempregada no período 2012-2060. Neste período, estima-se uma diminuição
significativa da população desempregada com idades no intervalo 15-64 anos e em
ambos os sexos. Em contrapartida, na Figura 11 assinala-se que o peso relativo do
desemprego jovem e do desemprego sénior no total da população desempregada
aumentam fortemente em 2060 para, respectivamente, 21% e 25%.
Quadro 7: Evolução Esperada da Taxa de Desemprego e da População Desempregada
Fonte: Estimativas dos autores
Figura 11: Peso relativo do desemprego jovem (15-24 anos), adulto (25-54 anos) e
sénior (55-64 anos) no total da população desempregada, por ano cronológico
Fonte: Estimativas dos autores
4.2.1.4 Evolução do Emprego
Os pressupostos macroeconómicos considerados neste estudo contemplam um
aumento de 9,1 pontos percentuais na taxa de emprego, na faixa etária dos 15 aos 64
anos no período 2012-2060, passando dos actuais 62,5% para os 71,7% em 2060.
Ainda assim, apesar deste aumento substancial na taxa de emprego e do acréscimo da
taxa de participação dos trabalhadores no mercado de trabalho, estima-se uma
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057
População desempregada 55+ 25-54 anos 15-24 anos
TAXA DE DESEMPREGO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Taxa de Desemprego (15-64) 16,6 16,7 16,3 15,7 12,9 7,7 7,0 6,4 6,5
Taxa de Desemprego (20-64) 15,9 16,1 15,7 15,1 12,3 7,2 6,5 5,9 6,0
Taxa de Desemprego (15-74) 16,1 16,3 15,9 15,3 12,5 7,7 7,0 6,4 6,5
População desempregada (20-64) (milh.) 812,1 812,9 785,0 749,6 586,9 320,0 260,3 218,8 215,6
População desempregada (15-64) (milh.) 857,0 856,5 828,2 792,3 625,2 347,5 282,8 240,9 237,0
Homens 445,7 441,4 426,9 407,9 320,3 175,9 141,5 124,4 122,9
Mulheres 411,3 415,1 401,3 384,4 304,9 171,6 141,3 116,5 114,1
% de jovens (15-24) 17% 17% 17% 17% 19% 20% 19% 21% 21%
% idade adulta (25-54) 68% 68% 68% 67% 64% 57% 57% 57% 54%
% seniors (55-64) 15% 15% 15% 16% 18% 23% 24% 22% 25%
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
36
diminuição de 0,913 milhões de trabalhadores na população empregada (15-64 anos)
no período em análise. Esta diminuição é justificada, sobretudo, pelas tendências
demográficas mencionadas anteriormente, em especial o projectado envelhecimento
(na base e no topo da pirâmide demográfica) da população portuguesa. A redução da
população empregada atingirá ligeiramente mais a população masculina do que a
população feminina, um resultado explicado pela hipótese de aumento da taxa de
actividade das mulheres, que se situa em 2012 em patamar inferior ao da população
masculina.
Quadro 8: Evolução Esperada da Taxa de Emprego e da População Empregada,
Desagregada por Género, Faixa Etária e Tipo de Emprego
Fonte: Estimativas dos autores
A população empregada diminui progressivamente ao longo do período em análise,
sendo esse decréscimo acentuado nos últimos 20 anos. Na decomposição da dinâmica
por faixa etária, é previsível uma alteração na estrutura etária da população
empregada. Neste campo, assinala-se o aumento da importância da população
empregada sénior no total, em contrapartida da queda do peso da população
empregada com idades no intervalo 25-54 anos.
4.2.1.5 Rácios de Dependência
O Quadro 9 sintetiza um conjunto de indicadores sobre a dinâmica da relação entre a
população activa e a população inactiva em Portugal. Como se observa, o rácio de
dependência económica total, que apura a relação entre a população inactiva e a
população empregada com idades no intervalo 20-74 sobe 7,9 pontos percentuais
entre 2012 e 2060, passando de um valor de 131,6 em 2012 para um valor de 139,4
em 2060. Tal significa que um número crescente de dependentes (jovens e idosos)
dependerá de uma população em idade activa cada vez menor, uma tendência que é
especialmente relevante para a sustentabilidade dos sistemas públicos de pensões em
Portugal.
TAXAS DE EMPREGO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Taxa de Emprego (15-64) 62,5 62,4 62,5 62,8 64,6 68,7 69,9 71,5 71,7
Taxa de Emprego (20-64) 67,4 67,2 67,5 67,9 69,6 73,3 74,6 76,7 76,8
Taxa de Emprego (15-74) 56,9 56,6 56,7 56,8 57,7 59,9 59,7 61,1 62,8
População empregada (20-64) (milhões) 4,3 4,2 4,2 4,2 4,2 4,1 3,7 3,5 3,4
População empregada (15-64) (milhões) 4,3 4,3 4,3 4,3 4,2 4,1 3,8 3,5 3,4
Homens 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,1 1,9 1,8 1,7
Mulheres 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,0 1,9 1,7 1,7
% de jovens (15-24) 7% 7% 7% 7% 7% 8% 7% 8% 8%
% idade adulta (25-54) 79% 79% 79% 78% 76% 73% 74% 75% 73%
% seniors (55-64) 14% 14% 14% 15% 16% 19% 19% 18% 20%
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
37
Quadro 9: Ratios de Dependência Estimados para Portugal (2012-2060)8
Fonte: Estimativas dos autores
O indicador rácio de dependência económica dos idosos apura o peso da população
inactiva com 65 e mais anos de idade no total da população empregada com idade no
intervalo 20-64 anos. Como se observa, o peso dos inactivos idosos, maioritariamente
reformados, face à população empregada em Portugal aumentará substancialmente,
de um valor de 32% estimado em 2012 para um valor de 69,7% projectado para 2060.
4.2.2 Produto Interno Bruto e Produtividade
A metodologia utilizada para projectar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
potencial assenta na especificação de uma função de produção com retornos
constantes à escala em que o produto é expresso em termos da multiplicação da
combinação dos factores de produção (oferta trabalho e stock capital) pela sua
produtividade total, que inclui o progresso tecnológico. A evolução da oferta de
trabalho no tempo é função da dinâmica do emprego e do número de horas
trabalhadas por trabalhador.
No que diz respeito ao crescimento da produtividade na economia, assume-se que no
médio prazo esta é função: (i) do crescimento da produtividade total dos factores (TFP)
e (ii) do crescimento do stock de capital por hora trabalhada (intensidade capitalística,
capital deepening). No longo prazo, consideraram-se as hipóteses clássicas do modelo
de crescimento de Solow, ou seja, assumiu-se que o crescimento da produtividade do
trabalho coincide com o crescimento da TFP dividida pela fracção dos rendimentos do
trabalho no PIB.
8 O Índice de Dependência de Jovens e de Idosos é calculado como o rácio entre o número de indivíduos nas faixas etárias (0-19) e (65-120), respectivamente, e o número de indivíduos em idade activa (20-64). O Índice de Dependência Total corresponde à soma dos dois índices anteriores. O Rácio de Dependência Económica Total é calculado como o quociente entre a população não empregada na faixa etária (0-120) e a população empregada em idade activa (20-64).
Rácios de Dependência 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Proporção da População Idosa (55-64) / (20-64) 20,9 21,2 21,5 21,9 23,9 27,0 27,1 24,1 26,0
Índice de Dependência de Jovens (20-64) 33,1 32,8 32,6 32,4 30,6 28,1 29,7 31,4 30,7
Índice de Dependência dos Idosos (20-64) 32,0 33,0 33,9 34,8 39,3 50,0 62,9 71,8 69,7
Rácio de Dependência Total (20-64) 65,1 65,8 66,5 67,3 69,9 78,1 92,6 103,1 100,5
Rácio de Dependência Económica Total (20-74) 131,6 133,1 132,8 132,1 128,5 124,3 135,1 140,8 139,4
Índice de Envelhecimento (65+/0-14) 131,1 136,5 142,3 148,8 180,5 247,1 285,8 313,5 311,5
Índice de Juventude (0-14 / 65+) 76,3 73,2 70,3 67,2 55,4 40,5 35,0 31,9 32,1
Índice Juventude População Activa (15-39 / 40-64) 90,2 87,8 85,4 83,1 74,9 75,2 77,5 77,0 78,2
Índice de Longevidade (75+ / 65+) 48,9 49,1 49,2 49,2 49,5 51,5 54,2 59,9 65,0
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
38
Na construção do cenário para o crescimento real do produto, no período 2013-2017
consideraram-se ainda as previsões mais recentes divulgadas pelo Ministério das
Finanças e as estimativas do «Output Gaps Working Group» do Comité de Política
Económica da Comissão Europeia para a decomposição do crescimento do produto. A
partir de 2018, assumiram-se as últimas projecções realizadas pelo Eurostat no âmbito
das previsões económicas e orçamentais de longo prazo, ajustadas pelas projecções
demográficas mais recentes derivadas neste estudo que acentuam, em particular, o
contributo negativo do emprego para o crescimento a longo prazo.
A Figura 12 apresenta a previsão da taxa de crescimento real do produto potencial da
economia portuguesa no período 2012-2060. Como se observa, o cenário
macroeconómico contempla uma previsão de crescimento real do PIB moderada e
inferior a 2% em todos os anos até 2060, um valor inferior ao considerado em
exercícios similares publicados no passado, mas que se justifica agora face aos
contrangimentos sobre a capacidade de crescimento da economia portuguesa
resultantes da forte deterioração das perspectivas demográficas de longo prazo. O
patamar dos 2% (e dos 3%) de crescimento real do PIB é, como se sabe, crítico no
contexto do mecanismo de actualização automática das pensões em vigor em
Portugal, pelo que esta projecção tem implicações importantes em termos de
sustentabilidade financeira dos sistemas como se verá mais adiante.
Figura 12: Taxa de crescimento real do Produto Potencial
Fonte: Estimativas dos autores
-3,5%
-2,5%
-1,5%
-0,5%
0,5%
1,5%
2,5%
2012 2016 2020 2024 2028 2032 2036 2040 2044 2048 2052 2056 2060
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
39
Na decomposição da variação anual do produto por fontes de crescimento, o principal
contributo será dado pelo crescimento da produtividade do trabalho, uma vez que o
contributo do emprego será negativo durante a maior parte deste exercício
prospectivo. Esta evolução é explicada pelas alterações demográficas projectadas, em
particular a redução na população empregada decorrente da redução da população
em idade activa. Estima-se uma aceleração do crescimento da produtividade do
trabalho até 2025, momento após o qual esta desacelerará estabilizando num valor em
torno do 1,5% em 2060. Em todo o período da projecção, o maior contributo para o
crescimento da produtividade do trabalho é oriundo do crescimento da produtividade
total dos factores na economia.
Quadro 10: Síntese dos principais indicadores macroeconómicos projectados para o
período 2012-2060
Fonte: Estimativas dos autores
No Quadro 10 sintetizam-se as principais variáveis macroeconómicas consideradas
neste estudo. Os pressupostos relativos à taxa de inflação (IPC e deflator do PIB)
evidenciam a convergência gradual das estimativas para um valor de longo prazo de
2% a partir de 2018, semelhante ao considerado em estudos anteriores sobre a
sustentabilidade de longo prazo da segurança social e coincidente com o objectivo de
longo prazo do Banco Central Europeu para a estabilidade de preços na Zona Euro.
Em relação ao Indexante de Apoios Sociais (IAS), assume-se o congelamento do seu
valor nominal até 2015 inclusive, momento a partir do qual se considera um
crescimento anual nominal fixado nos termos da Lei 53-B/2006 de 29-12-2006, que
criou o IAS e as novas regras de actualização das pensões e outras prestações sociais
do sistema de segurança social.
PRESSUPOSTOS MACROECONÓMICOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
PIB Potencial (taxa crescimento) -3,2% -1,8% 0,8% 1,5% 1,4% 1,6% 1,3% 1,1% 1,3%
Emprego (taxa crescimento) -2,7% -3,9% -0,4% 0,4% 0,0% -0,7% -0,9% -0,6% -0,3%
Input factor trabalho : horas trabalhadas -2,7% -1,9% -0,8% 0,3% 0,0% -0,7% -0,9% -0,6% -0,3%
Produtividade do Trabalho por hora -0,5% 2,2% 1,2% 1,1% 1,4% 2,3% 2,2% 1,7% 1,5%
Produtividade Total dos Factores (TFP) -0,3% -0,2% -0,2% -0,2% 0,6% 1,5% 1,4% 1,1% 1,0%
Capital deepening -0,2% 2,4% 1,4% 1,2% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% 0,5%
Taxa de Inflação
IPC 2,8% 0,6% 1,0% 1,2% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%
Deflator do PIB -0,1% 1,9% 0,9% 1,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%
Taxa de Crescimento Nominal IAS 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%
PIB per capita a preços 2012 (€) 15.772 15.541 15.714 15.995 17.556 21.155 25.190 29.614 35.072
PIB per capita (taxa crescimento) -1,8% -3,2% -2,1% -0,4% 9,3% 31,7% 56,9% 84,4% 118,4%
PIB por trabalhador a preços 2012 (€) 36.045 35.783 36.135 36.663 39.588 46.727 58.152 69.808 82.304
PIB a preços de 2012 (milhões €) 165.409 162.432 163.731 166.187 179.950 210.630 242.160 272.736 308.142
PIB a preços correntes (milhões €) 165.409 165.575 168.347 172.607 205.241 292.843 410.411 563.457 776.016
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
40
4.2.3 Taxa de Crescimento das Remunerações
Na projecção dos proveitos com quotas de subscritores da CGA e contribuição de
entidades considerou-se a aplicação, a partir de 2014, da redução remuneratória
progressiva entre 2,5% e 12% prevista no OE às remunerações mensais superiores a
600 euros de todos os trabalhadores das Administrações Públicas e do Sector
Empresarial do Estado, bem como dos titulares de cargos políticos e outros altos
cargos públicos, com carácter permanente. Consideraram-se igualmente as cláusulas
de salvaguarda que protegem da redução remuneratória os rendimentos mensais até
600 euros, que asseguram que os trabalhadores sujeitos à medida nunca receberão
uma remuneração mensal ilíquida inferior a 600 euros. Acima dos 2.000 euros, aplicou-
se uma taxa de redução de 12%.
Considerando os constrangimentos orçamentais do Estado português, no período
compreendido entre 2015 e 2017 assumiu-se um congelamento nominal do valor das
remunerações médias mensais da população de subscritores da CGA (e do conjunto da
administração pública). No período entre 2018 e 2024, considerou-se um
descongelamento gradual dos vencimentos base e das progressões remuneratórias
com impacto positivo nas remunerações nominais. A partir de 2025 em diante
adoptou-se a hipótese convencional de que os salários reais da população empregada
(masculina e feminina) crescerão em linha com o crescimento da produtividade do
trabalho, donde decorre que a fracção relativa aos rendimentos do trabalho no PIB
(wage share) e os custos unitários reais do trabalho se assumem constantes durante
este período da projecção.
A evolução dos salários reais (i.e., da produtividade do trabalho) é uma variável-chave
em qualquer exercício de análise da sustentabilidade dos sistemas de pensões na
medida em que influencia directamente o valor das contribuições e quotizações do
sistema. As taxas de crescimento salarial real são, em conjunto com a previsão de
inflação, aplicadas aos salários nominais de partida (nos termos da informação
agregada fornecida pela CGA) tendo em conta as diferenças salariais observadas à data
da realização deste estudo entre:
i) As populações masculina e feminina de subscritores da CGA;
ii) A idade dos subscritores no final de 2012.
4.3 Pressupostos Actuariais
A análise da sustentabilidade dos sistemas de pensões pressupõe a necessidade de
estimar a dinâmica das populações relativas aos regimes contributivos e não
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
41
contributivos da CGA. Para tal, torna-se imprescindível considerar vários decrementos
associados às diferentes contingências presentes: nascimentos (entradas no sistema),
morte, invalidez, velhice (reforma por velhice) e abandono do sistema por outras
causas.
Para este efeito optou-se por utilizar as tábuas de mortalidade prospectivas calculadas
especificamente para a população portuguesa nos termos referidos anteriormente. As
tabelas de invalidez e de reforma por velhice foram estimadas pelos autores utilizando
informação sobre os regimes públicos de pensões em Portugal. Na tabela de
rotatividade no emprego incorporou-se, para 2013, as eventuais consequências da
adesão ao Programa de Rescisões por Mútuo Acordo (Portaria n.º 221-A/2013 de 8 de
Julho) em curso. Foram consideradas tábuas actuariais específicas completas (i.e., para
todas as idades inteiras) para cada decremento, desagregadas por género.
No exercício de estimação da dinâmica da população da CGA ao longo do período em
análise, os autores procederam à estimação de tábuas para as diferentes
contingências:
Mortalidade - tábuas de mortalidade prospectivas calculadas especificamente
para a população portuguesa com base em estatísticas oficiais.
Invalidez - tabelas de invalidez estimadas com base nas estatísticas da
população portuguesa.
Reforma - tabelas estimadas com base em indicadores estatísticos do Regime
da Caixa Geral de Aposentações (CGA).
Rotatividade - tabela estimada com base na evolução do número de
subscritores da CGA.
Outros pressupostos:
Crescimento das remunerações sujeitas a quotização - evolução nos termos do
expresso no ponto 4.2.3. deste relatório.
Indexação anual das pensões em pagamento - assumiu-se que até 2015,
inclusive, o valor nominal das pensões em pagamento é mantido inalterado,
com excepção das pensões mínimas que são revalorizadas à taxa anual de 1%.
De 2016 em diante, considera-se que as pensões em pagamento serão
revalorizadas anualmente nos termos Lei n.º 53-B/2006 de 29 de Dezembro,
i.e., considerando a evolução conjugada do IPC, da taxa de crescimento real do
PIB e do IAS.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
42
Actualização do IAS - assumiu-se que até 2015, inclusive, o valor nominal do
IAS é mantido inalterado. De 2016 em diante, considera-se a aplicação das
regras de revalorização automática do IAS em vigor.
Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) - assumiu-se a sua
eliminação a partir de 2015 inclusive.
Evolução do emprego na Administração pública - considerou-se que o número
de funcionários e agentes da administração pública manterá, nos próximos
anos, a trajectória de diminuição gradual registada num passado recente até
estabilizar num efectivo total de aproximadamente 510.000 trabalhadores.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
43
5 Projecções sobre a Sustentabilidade Financeira da Caixa Geral de Aposentações
Nesta secção analisam-se os principais indicadores físicos e financeiros previstos para a
CGA, subsistema responsável pela gestão do regime de segurança social dos
funcionários públicos e trabalhadores equiparados, admitidos até 31-12-2005, em
matéria de pensões de aposentação, de reforma (forças armadas e GNR), de
sobrevivência e de outras de natureza especial, designadamente, pensões de preço de
sangue e pensões por serviços excepcionais e relevantes prestados à Pátria.
A análise das perspectivas de evolução futura do sistema de previdência é conduzida
considerando três cenários alternativos quanto à evolução das fontes de
financiamento do sistema e quanto às regras de cálculo do valor dos benefícios em
termos de pensões. Os cenários considerados são os seguintes:
Cenário I (Cenário Base) - Avaliação do modelo actual da CGA, considerando:
A manutenção do sistema fechado a novos subscritores;
A manutenção das actuais regras de cálculo dos benefícios para as pensões
actuais e futuras, nos termos do estatuto da aposentação e demais diplomais
legais aplicáveis;
A manutenção da idade legal de acesso à pensão nos 65 anos e a não
modificação da fórmula de cálculo do factor de sustentabilidade;
A redução remuneratória progressiva dos vencimentos dos trabalhadores da
administração pública entre 2,5% e 12% prevista no OE, com carácter
permanente;
A manutenção da taxa de contribuição explícita e directa suportada pelas
entidades empregadoras públicas nos actuais 20%.
Cenário II - Avaliação do modelo actual da CGA num cenário teórico de reabertura
virtual retroactiva do regime a novas inscrições desde finais de 2005 considerando, no
demais, os mesmos pressupostos assumidos para o Cenário Base.
Cenário III - Avaliação da sustentabilidade financeira da CGA, incorporando as medidas
legislativas recentemente propostas e em apreciação contemplando, entre outros
aspectos:
A manutenção do sistema fechado a novos subscritores;
A alteração das regras de cálculo das pensões a atribuir a partir de 2014,
aproximando-as do RGSS, passando a primeira parcela da pensão, relativa ao
serviço prestado até 2005, a ser calculada com base em 80% (em vez dos
actuais 89%) da última remuneração de 2005 revalorizada;
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
44
O recálculo das pensões em pagamento por alteração retrospectiva da parcela
da pensão de aposentação correspondente ao tempo de serviço prestado até
ao final de 2005, sem aplicação da condição de reversibilidade;
A eliminação dos regimes especiais que estabelecem acréscimos de tempo de
serviço para efeitos de aposentação na CGA;
A substituição da regulação exaustiva no regime de protecção social
convergente das condições de aposentação, designadamente idade legal de
acesso à pensão e da disciplina do factor de sustentabilidade, por remissões
dinâmicas para a legislação do regime geral, passando a idade legal de acesso à
pensão para os 66 anos e a sua evolução futura a depender da evolução da
esperança média de vida aos 65 anos nos 2º e 3º anos anteriores ao início da
pensão;
A modificação da fórmula de cálculo do factor de sustentabilidade, passando o
ano base a ser fixado em 2000;
A redução remuneratória progressiva dos vencimentos dos trabalhadores da
administração pública entre 2,5% e 12% prevista no OE;
O aumento da taxa de contribuição explícita e directa suportada pelas
entidades empregadoras públicas para 23,75%.
Aplicação da «condição de recursos» às pensões de sobrevivência.
As projecções apresentadas têm por base a situação estrutural da CGA observada em
Dezembro de 2012, e consideram a informação disponível relativa à caracterização dos
subscritores, contribuintes e beneficiários activos, número de pensionistas, pensão
média e carreira contributiva, desagregados por eventualidade, género e idade
actuarial. Foram ainda incorporados na projecção indicadores sobre a execução
efectiva no ano de 2013 reportados à data da elaboração do estudo.
Todas as simulações têm como ano base o ano de 2012, tendo-se procedido à
calibragem de todos os indicadores físicos e financeiros dos subsistemas de modo a
evidenciar a informação publicamente disponível relativamente a este ano. As
projecções financeiras dos principais indicadores que de seguida se apresentam devem
ser entendidas como projecções dos sistemas se não fossem tomadas medidas
adicionais para além daquelas que já foram anunciadas publicamente ou mesmo
regulamentadas, quer estas tenham efeitos conjunturais ou estruturais.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
45
Ao longo do estudo, para as contagens, como sejam totais de populações, optou-se
por apresentar a projecção até 2060. Já para as restantes variáveis, considerando as
especificidades dos Cenários I e III, optou-se pela análise apenas até 2040. Esta
abordagem justifica-se uma vez que os Cenários I e III não consideram novas entradas.
Consequentemente, a acelerada diminuição da população origina um peso relativo
elevado dos elementos da população para qualquer das características em estudo
(idade média de entrada na aposentação, 1ª pensão média, etc.), reduzindo bastante o
nível de credibilidade estatística da análise e das conclusões no período final da
projecção.
5.1 A CGA em 2012
O número total de aposentados e reformados da CGA, registados em 31 de Dezembro
de 2012, nas eventualidades velhice, invalidez, sobrevivência e pensões de preço de
sangue foi de cerca de 603 milhares. Como se observa na Figura 13, o maior peso
relativo no total de pensionistas corresponde à eventualidade velhice, que absorve
64% dos aposentados e reformados registados em 2012, logo seguida da
eventualidade sobrevivência, a que correspondem 23% do total, com particular
destaque para a sub-eventualidade viuvez que recolhe 21% dos pensionistas, sendo a
invalidez a eventualidade que representa um peso relativo inferior (13%).
Figura 13: Peso Relativo das várias Eventualidades no Total de Aposentados e
Reformados da CGA
Fonte: Elaborado pelos autores com base em informação fornecida pela CGA, Dez 2012
Velhice
64%
Invalidez
13%
Sobrevivência
-Viuvez
21%
Sobrevivência
- Orfandade
2%
N.º Total de Pensionistas em 2012
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
46
A decomposição do número total de aposentados e reformados registados no final de
2012, por género, permite constatar que a maioria dos pensionistas é do sexo
feminino (55%), sendo que a população masculina de aposentados e reformados
ascendia a 273 milhares.
Na Figura 14 apresenta-se a caracterização da estrutura etária dos aposentados e
reformados da CGA, estimada no final de 2012, para as eventualidades velhice e
invalidez. Como se observa, na contingência de velhice a média (mediana) de idades
dos pensionistas situa-se nos 69,9 (69,0) anos, com a maioria dos aposentados
concentrada, como seria de esperar, nas idades superiores à idade normal de reforma
dos 65 anos. No que se refere à contingência de invalidez, fazemos notar que ao atingir
a idade normal de reforma não se efectua na CGA, ao contrário do que acontece no
RGSS, a convolução das pensões de invalidez em pensões de velhice, pelo que a
distribuição etária desta população de aposentados e reformados assume uma
configuração muito próxima da distribuição Normal com média e mediana cifradas em
69 anos.
Figura 14: Estrutura Etária dos Pensionistas de Velhice e Invalidez da Caixa Geral de
Aposentações estimada no final de 2012
Fonte: Elaborado pelos autores com base em informação fornecida pela CGA, Dez 2012
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
47
Relativamente à contingência de sobrevivência e pensões de preço de sangue, a Figura
15 ilustra duas realidades distintas em termos de estrutura etária das eventualidades
de viuvez e orfandade. Com efeito, nas pensões de viuvez, verifica-se que a maioria
das observações se refere a indivíduos com idade superior a 40 anos.
Figura 15: Estrutura Etária dos Pensionistas de Sobrevivência e Orfandade da Caixa
Geral de Aposentações estimada no final de 2012
Fonte: Elaborado pelos autores com base em informação cedida pela CGA, Dez 2012
Pelo contrário, nas pensões atribuídas a título de orfandade o peso relativo dos
pensionistas com idades jovens inferiores a 25 anos é substancial tratando-se, em
termos gerais, de uma população de pensionistas significativamente mais jovem,
embora com observações bastante mais dispersas. A idade média (mediana) estimada
para os pensionistas de sobrevivência - viuvez, no final de 2012, era de 74,1 (76,0)
anos. O valor correspondente para a população de pensionistas de sobrevivência -
orfandade era de 40,5 (26,0) anos.
A Figura 16 apresenta a caracterização da estrutura etária dos subscritores da CGA,
estimada no final de 2012. Como se observa, a média (mediana) de idades dos
subscritores situa-se nos 47,7 anos, uma idade já próxima da idade normal de reforma.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
48
Figura 16: Estrutura Etária dos Subscritores da Caixa Geral de Aposentações estimada
no final de 2012
Fonte: Elaborado pelos autores com base em informação cedida pela CGA, Dez 2012
O montante agregado do custo com pensões pagas pela CGA em 2012 cifrou-se em
7.951 milhões de euros, ilustrando-se, na Figura 17, a repartição das despesas por
eventualidade. Verifica-se, como seria expectável, que as pensões de velhice
representam o maior peso em termos de despesa.
Figura 17: Despesas com Pensões da CGA, por contingência, ano 2012
Fonte: Elaborado pelos autores com base em informação cedida pela CGA, Dez 2012
Velhice
79%
Invalidez
11%
Sobrevivência -
Viuvez
9%
Sobrevivência -
Orfandade
1%
Despesas com Pensões em 2012
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
49
O Quadro 11 representa o valor das pensões médias mensais por eventualidade
observado em 2012.
Quadro 11: Pensões Médias por eventualidade, ano 2012
Fonte: CGA, Dez 2012
Relativamente aos proveitos do sistema de previdência da CGA verificou-se que, em
2012, as Quotizações/Contribuições (incluindo a contribuição extraordinária de
solidariedade) ascenderam a 2.826,6 M€, correspondendo a 36% da despesa com
pensões. O restante montante necessário para fazer face à totalidade da despesa foi
garantido através da Comparticipação de outras Entidades, da utilização das reservas
especiais decorrentes da transferência de fundos de pensões e da dotação do
Orçamento de Estado, tendo esta última rubrica assegurado 57% do montante das
pensões em pagamento.
5.2 Formulação Actual do Sistema de Pensões da CGA (Cenário I )
Nesta secção, considerando o horizonte temporal 2012-2060, projecta-se a evolução
dos principais indicadores físicos e financeiros do regime de previdência da CGA e
avalia-se a sua sustentabilidade, admitindo que o modelo actualmente em vigor se
manteria inalterado até 2060.
5.2.1 Evolução do Número de Aposentados/Reformados e Subscritores
A Figura 18 ilustra a evolução projectada do número de aposentados e reformados da
CGA, no horizonte temporal 2012-2060, por tipo de contingência. Como se pode
observar, prevê-se que o número de aposentados e reformados registe um aumento
nas próximas duas décadas passando dos actuais 603 milhares, registados em 2012,
atigindo um valor máximo previsto de 755 mil, no final de 2030. A partir desta data, a
aposentação dos subscritores da CGA já não será suficiente para compensar os
decrementos previstos, em particular a mortalidade da população de aposentados e
reformados, pelo que o stock começará a diminuir paulatinamente até alcançar um
valor estimado de 60 milhares em 2060.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
50
Figura 18: Evolução Estimada do Número Total de Aposentados e
Reformados da CGA, por contingência
Fonte: Estimativas dos autores
Na desagregação por contingência, o maior contributo para esta trajectória será dado
pelos aposentados/reformados por velhice, assumindo os aposentados por motivo de
sobrevivência um peso crescente na população de pensionistas. Pelo contrário, é
estimada uma redução substancial do número de aposentados por invalidez.
Desagregando por género, estima-se que o peso dos pensionistas do sexo feminino
aumente gradualmente ao longo do período da projecção, sobretudo devido à
importância crescente das pensões de sobrevivência e PPSO (especialmente viuvez).
O número de novas pensões atribuídas anualmente registará um incremento nos
próximos anos, até atingir um pico em 2019 com 34868 novas pensões, decrescendo a
partir de então até ao final do horizonte de projecção (Figura 19), momento em que se
estima que a atribuição de novas pensões se deverá apenas à contingência
sobrevivência.
O número de subscritores singulares activos do sistema no final de 2012 ascendia a
559,2 milhares. Considerando que todos os funcionários públicos e trabalhadores
equiparados admitidos após 31 de Dezembro de 2005 passaram a ser inscritos no
regime geral da segurança social, estamos perante um regime fechado pelo que o
número de subscritores (contribuintes para o sistema) da CGA decrescerá
naturalmente e de forma gradual com o tempo até à sua extinção estimada, neste
0
100
200
300
400
500
600
700
800
2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057
N.º de Pensionistas por contingência (milhares)
Sob. Orf. Sob. Viuvez Invalidez Velhice
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
51
estudo, em 2057. Essa trajectória de extinção é bem patente na Figura 20, onde se
representa a evolução projectada do número de subscritores da CGA até 2060.
Figura 19: Projecção do número anual de novas pensões, por contingência
Fonte: Estimativas dos autores
Figura 20: Evolução projectada do número de subscritores da CGA
Fonte: Estimativas dos autores
Igualmente em consequência do encerramento do sistema a novos subscritores, a
idade média dos subscritores continuará a aumentar gradualmente, passando dos
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
2013 2018 2023 2028 2033 2038 2043 2048 2053 2058
N.º de Novas Pensões
Sob. Orf. Sob. Viuvez Invalidez Velhice
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057
Número de Subscritores
Mulheres
Homens
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
52
actuais (em 2012) 47,54 (47,87) anos na população masculina (feminina) para 60,94
(62,35) em 2040, respectivamente.
Figura 21: Evolução projectada da idade média dos subscritores da CGA
Fonte: Estimativas dos autores
O rácio de dependência (suporte) da CGA, i.e., a relação entre o número de subscritores e o
número de aposentados, reformados e pensionistas era de apenas 0,88 no final de 2012. Dito
de outro modo, o número de aposentados, reformados e pensionistas registados no final de
2012 era já superior o número de subscritores. A evolução no tempo estimada para o rácio de
suporte da CGA é representada na Figura 22. Como se observa, a evolução decrescente
estimada para este indicador resulta fundamentalmente do encerramento do sistema a novos
subscritores no final de 2005, mas também do aumento do número de aposentados,
reformados e pensionistas previsto para o período em análise.
Figura 22: Evolução Projectada para o Rácio de Dependência da CGA
Fonte: Estimativas dos autores
45
50
55
60
65
2012 2017 2022 2027 2032 2037
Idade Média dos Subscritores
Homens Mulheres
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
2012 2017 2022 2027 2032 2037
Rácio de Dependência
Subscritores / (Aposentados/Reformados) Subscritores / (Apos./Reform.+ Pensionistas)
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
53
A progressiva diminuição deste indicador significa, na prática, que tratando-se de um
regime de pensões geridos em sistema de repartição, uma fatia crescente dos custos
com pensões da CGA terá que ser assegurada anualmente por dotações financeiras do
transferidas do Orçamento de Estado.
5.2.2 Evolução da Situação Financeira do Sistema
Nesta secção projecta-se a evolução dos principais indicadores financeiros da CGA no
horizonte 2012-2060, em particular a dinâmica dos encargos com pensões e da
arrecadação de quotizações e contribuições. Na estimação dos encargos com pensões
considerou-se, em cada momento, o stock de aposentados e reformados projectado e
a respectiva estimativa da pensão média mensal, apurada novamente por idade
actuarial, género e eventualidade, considerando uma média ponderada entre o valor
nominal das pensões dos actuais aposentados e o correspondente valor estimado para
as novas pensões. O valor inicial das novas pensões de velhice e invalidez é estimado
de acordo com as regras de cálculo e diplomas legais actualmente em vigor, que
apontam para uma progressiva convergência deste regime para com as regras
adoptadas no regime geral da segurança social. A estimativa dos encargos com
pensões tem igualmente em conta os pressupostos de indexação anual das pensões
em pagamento nos termos referidos nos pressupostos actuariais.
Na Figura 23 representa-se a evolução prevista para a despesa com pensões da CGA
em milhões de euros e em percentagem do PIB, a preços correntes. Como se observa,
os encargos nominais com pensões aumentarão significativamente nas próximas
décadas, até atingir um valor máximo de 14.048 M€ em 2034. Este aumento da
despesa nominal é explicado quer por um efeito-quantidade (aumento do número de
aposentados e reformados) quer por um efeito-preço (aumento do valor da pensão
média mensal, em termos nominais, do total de pensionistas).
O aumento da pensão média mensal em termos nominais observado na Figura 24 é
fruto, quer da maturidade do sistema, com a aposentação de subscritores com
carreiras contributivas mais longas e com melhores remunerações de referência, quer
da aplicação do mecanismo de revalorização automática anual das pensões em vigor.
Este aumento no valor da pensão média mensal é estimado para todas as
contingências.
Assinale-se, contudo, que em todo o período analisado só não terão redução real as
pensões médias em pagamento mais baixas, com valores inferiores a 1,5 IAS,
perdendo todas as demais pensões poder de compra. Esta evolução é o reflexo, por
um lado, da taxa de crescimento real do PIB prevista para o período 2012-2060, que
será sempre inferior a 2%, e por outro da aplicação das regras de revalorização das
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
54
pensões em vigor que estipulam que apenas as pensões com valores inferiores a 1,5
IAS acompanharão o crescimento previsto para a inflação (medida pelo IPC), perdendo
as demais 50 ou 75 pontos base anualmente, conforme o escalão em que se situem
em relação ao IAS.
Tal significa, por exemplo, que considerando a previsão de evolução da inflação
assumida no estudo e a evolução esperada da taxa de revalorização das pensões em
pagamento, um pensionista da CGA com pensão mensal situada no intervalo [1,5 IAS –
6 IAS] em todo o horizonte temporal da previsão perderá cerca de 23,1% do poder de
compra entre 2012 e 2060 em termos cumulativos. Se a pensão média mensal for, pelo
contrário, superior a 6 IAS em todo o período considerado, a perda de poder de
compra acumulada será ainda mais significativa, estimada nesse caso em 31,3%.
Figura 23: Evolução Estimada da Despesa com Pensões da CGA em milhões
de euros e em % do PIB
Fonte: Estimativas dos autores. Nota: valores a preços correntes.
A partir de 2034, estima-se um decréscimo no custo anual com pensões da CGA,
reflexo sobretudo da progressiva diminuição da população de utentes do sistema em
consequência da sua extinção progressiva.
O valor máximo do peso dos encargos com pensões da CGA na riqueza nacional criada
anualmente, medida a preços correntes, será no entanto alcançado bem mais cedo, já
nos próximos anos. Com efeito, e como é possível descortinar pela leitura atenta da
Figura 23, os encargos com pensões da CGA atingirão um valor máximo estimado de
5,7% do PIB no período de 2014 a 2017 prevendo-se que, a confirmarem-se as
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Custos com Pensões
Custos com Pensões (M€) em % do PIB
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
55
previsões contidas neste estudo, a sua importância no PIB decresça depois lentamente
até ao final do período em análise.
Figura 24: Evolução da pensão média mensal, por contingência
Fonte: Estimativas dos autores
As pensões pagas pela CGA são financiadas com base nas quotas de subscritores e
contribuição de entidades, com base na comparticipação de entidades por
pagamentos de pensões, onde se incluem os valores entregues pela Segurança Social a
título de encargos que suporta em pensões unificadas pagas pela CGA e a receita
proveniente de diversas entidades, públicas e privadas, para fazer face aos encargos
com pensões e outros abonos da sua responsabilidade mas que são pagos pela CGA,
(Decreto-Lei n.º 141/79, de 22/5, Decreto-Lei n.º 278/82, 20/7, entre outros diplomas),
pela utilização de reservas especiais constituídas ao abrigo da transferência para a CGA
das responsabilidades com pensões do pessoal de várias empresas (CTT, RDP, CGD,
ANA, NAV Portugal, INCM, outros), por dotações do Orçamento de Estado e
consignação de receitas do IVA e pela contribuição extraordinária de solidariedade, se
aplicável.
A evolução projectada das fontes de financiamento do sistema estará naturalmente
muito condicionada pelo encerramento do sistema a novos subscritores desde finais
de 2005 e pelo crescimento dos encargos com pensões, e evidenciará uma crescente
dependência das transferências do OE. Na Figura 25 representa-se a evolução
projectada dos proveitos com quotas de subscritores e contribuição de entidades em
valor absoluto (M€, valores a preços correntes) e em % do PIB.
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Pensão Média Mensal
Velhice Invalidez
Sobrevivência e PPSO - Viuvez Sobrevivência e PPSO - Orfandade
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
56
Figura 25: Evolução Estimada das quotizações e contribuições da CGA em
milhões de euros e em % do PIB
Fonte: Estimativas dos autores. Nota: valores a preços correntes
É estimado um decréscimo continuado das receitas nominais do sistema com
contribuições e quotizações no período 2012-2060, fruto da progressiva diminuição do
número de subscritores que conduzirão o sistema à sua extinção no longo prazo.
Recorde-se que o valor dos proveitos com quotizações na transição entre 2012 e 2013
é atípico na trajectória observada, e explicável pela suspensão em 2012 do pagamento
dos subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores das administrações públicas. Em
proporção da riqueza criada no país, o peso das contribuições e quotizações no PIB a
preços correntes diminuirá naturalmente entre 2012 e 2060, passando de um valor de
1,7% do PIB em 2012 para um valor próximo de zero já na década de 40.
No Quadro 12 sintetiza-se a evolução projectada das fontes de financiamento da CGA
em valor absoluto (M€) e em % do PIB. Na projecção das fontes de financiamento da
CGA admitimos que a fracção dos custos com pensões suportada pelas
comparticipações de entidades por pagamentos de pensões e outras prestações se
manterá constante e igual ao valor registado em 2012. Como se observa, a eliminação
assumida da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) a partir de 2015 e o
esgotamento progressivo a prazo das reservas especiais constituídas ao abrigo das
transferências dos fundos de pensões, põe em evidência a crónica incapacidade do
sistema em se autofinanciar com base nas quotas dos subscritores e contribuições dos
empregadores. Em consequência, os desequilíbrios no financiamento do sistema vão
exigir a transferência de montantes crescentes do OE para fazer face aos encargos com
o pagamento de pensões. Estima-se um aumento continuado das transferências do OE
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Quotas e Contribuições de Entidades (M€)
Quotizações / Contribuição de Entidades (M€) em % do PIB
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
57
para a CGA até 2037, atingindo nessa data 12.196 M€ (valores a preços correntes),
decrescendo o seu montante a partir de então lentamente para um valor que, em
2060, ascenderá ainda a 5.091 M€.
Quadro 12: Evolução projectada das fontes de financiamento da CGA
Fonte: Estimativas dos autores
Em proporção da riqueza criada anualmente no país, o défice de autofinanciamento do
sistema crescerá progressivamente até atingir um valor máximo de 4,1% do PIB já em
2025, decrescendo de importância a partir de então e até ao final do período avaliado
neste estudo. Em 2060, estimamos ainda assim que o esforço orçamental exigido pela
compensação dos desequilíbrios financeiros da CGA no pagamento dos custos com
pensões represente 0,7% do PIB a preços correntes.
Figura 26: Evolução projectada da Dotação do OE para a CGA em M€ e em
% do PIB
Fonte: Estimativas dos autores. Nota: valores a preços correntes
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PIB
Custos com Pensões
Saldo em M€ em % do PIB
PROVEITOS DO SISTEMA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Quotizações / Contribuição de Entidades 2.826,6 3.616,0 3.169,5 3.014,9 2.314,2 1.349,6 394,6 11,5 0,0
em % do PIB 1,7% 2,2% 1,9% 1,7% 1,1% 0,5% 0,1% 0,0% 0,0%
taxa de variação anual % 27,9% -12,3% -4,9% -5,4% -6,4% -17,8% -40,0% -100,0%
Comparticipação Entidades 500,8 547,9 597,6 610,7 711,2 867,4 850,5 626,1 342,2
em % do PIB 0,3% 0,3% 0,4% 0,4% 0,3% 0,3% 0,2% 0,1% 0,0%
Utilização Reservas Especiais (Fundos Pensões) 200,0 200,0 206,7 240,0 180,0 180,0
em % do PIB 0,0% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0%
Contribuição Extraordinária de Solidariedade 20,3 385,1 393,7 0 0 0 0 0 0
em % do PIB 0,0% 0,2% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Dotações do Orçamento de Estado (OE) 4.463,0 4.530,3 5.127,0 5.863,1 8.026,4 11.373,9 12.078,6 9.302,7 5.091,4
em % do PIB 2,7% 2,7% 3,0% 3,4% 3,9% 3,9% 2,9% 1,7% 0,7%
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
58
A necessidade de compensar o desequilíbrio no financiamento dos encargos com
pensões da CGA mediante dotações anuais do OE significativas coloca, naturalmente,
uma pressão significativa sobre as finanças públicas portuguesas, num contexto em
que a política orçamental em Portugal terá que respeitar a nova arquitectura europeia
em matéria de regras e procedimentos orçamentais, com destaque para a aplicação do
Pacto Orçamental. Esta nova arquitectura torna imperativo o equilíbrio orçamental,
definido como um défice estrutural não superior a 0.5% do PIB e, adicionalmente,
impõe a convergência do rácio da dívida pública para 60% do PIB, à razão de 1/20 ao
ano no diferencial observado face ao valor de referência dos 60%.
Da análise dos níveis de autofinanciamento da CGA representada na Figura 27, i.e., da
relação entre as quotizações e contribuições de entidades e o custo total das pensões
(das quais cerca de 8% são actualmente suportadas pela comparticipação de entidades
e por reservas especiais), constata-se uma insuficiência crónica das receitas típicas em
que assenta o financiamento do sistema. Com efeito, o rácio de autofinanciamento,
que foi sempre desfavorável todos os anos, desde 1985 até à data, e se situava em
41,8% em 2012 continuará a diminuir de forma acentuada no futuro, aumentando o
rácio de dependência do sistema do OE, medido aqui pela relação entre a dotação do
OE (acrescida do IVA consignado, caso exista) sobre o custo total com pensões.
Figura 27: Evolução projectada dos Rácios de Auto-Financiamento e de
Dependência do OE da CGA
Fonte: Estimativas dos autores. Nota: valores a preços correntes
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Rácio
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(Quotas + Compart. Entidades) / Custo Total Pensões
(Dotação do OE + IVA) / Custo Total Pensões
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
59
5.3 Cenário de reabertura virtual retroactiva do regime a novas
inscrições desde finais de 2005 (Cenário II)
Nesta secção projectam-se as perspectivas financeiras de longo prazo da CGA num
cenário contrafactual virtual em que o sistema de protecção se tinha mantido aberto a
novas inscrições desde finais de 2005 considerando, nos demais aspectos relativos às
fontes de financiamento e determinação do montante das pensões, os mesmos
pressupostos assumidos para o cenário base.
Para avaliar o impacto desta alteração admitiu-se, na ausência de informação
detalhada sobre as características dos trabalhadores da administração pública
admitidos desde Janeiro de 2006 até à data (em termos de idade, género e
remunerações médias, etc.) que o número estimado de subscritores activos da CGA no
final de 2012 poderia ser aproximado pelo número de trabalhadores das
administrações públicas registado pelo Observatório do Emprego Público (OBSEP) da
DGAEP. Para efeitos das estatísticas do emprego público, recordamos que o sector das
Administrações Públicas compreende os subsectores da Administração Central, da
Administração Regional e da Administração Local. Inclui os trabalhadores com uma
relação jurídica de emprego regulada pelo direito público nas entidades públicas
empresariais. No universo de entidades não estão abrangidas estão as instituições sem
fins lucrativos controladas e/ou financiadas por unidades das administrações públicas.
O número de trabalhadores das administrações públicas registado pelo OBSEP, no final
de 2012, totalizava 584.228 trabalhadores, 254.637 do sexo masculino e 329.591 do
sexo feminino. Este número de trabalhadores era superior em 52.414 ao número de
subscritores activos da CGA registado na mesma data. A distribuição desta diferença
por idade e género foi efectuada assumindo que o rácio de feminilidade na
administração pública se manterá constante no tempo e que os novos trabalhadores
das administrações públicas têm uma idade compreendida entre os 20 e os 40 anos.
Admitiu-se igualmente que as remunerações médias mensais dos novos trabalhadores
das administrações públicas são idênticas, por idade e género, às actualmente
observadas na mesma categoria na população de subscritores da CGA.
No exercício prospectivo, assumiu-se igualmente que o número de trabalhadores das
administrações públicas manterá a trajectória de diminuição gradual registada num
passado recente até estabilizar num efectivo total de aproximadamente 510.000
trabalhadores. Por fim, para efeitos deste exercício, considera-se que o universo de
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
60
subscritores acompanhará a evolução no tempo da trajectória do número de
trabalhadores das administrações públicas.
A Figura 28 representa a evolução comparada do número de subscritores da CGA no
cenário base e no cenário contrafactual virtual (Cenário II). Como seria expectável,
num cenário de manutenção do sistema aberto a novos subscritores, a degradação dos
equilíbrios populacionais do sistema teria sido mais lenta até ao final da presente
década, estabilizando depois num patamar próximo dos 510.000 subscritores até ao
final do horizonte da projecção. Este cenário, que permitiria igualmente estabilizar a
estrutura etária do efectivo populacional, contrasta naturalmente com o observado na
prática, que levará a uma extinção a prazo do número de subscritores da CGA.
Figura 28: Evolução do N.º subscritores da CGA no cenário base e no cenário
contrafactual virtual
Fonte: Estimativas dos autores
Se é verdade que o ingresso de novos quotizantes teria permitido o rejuvenescimento
da população de subscritores, também se pode afirmar que estes estariam hoje e no
futuro, naturalmente, a constituir direitos sobre o sistema que se manifestariam a
longo prazo. Este aspecto é bastante evidente na Figura 29, em que se representa a
evolução até 2060 da diferença entre o número total de pensionistas estimado no
cenário virtual e no cenário base. Como se pode observar, até 2035, o aumento do
número de pensionistas seria marginal e corresponderia sobretudo a novas pensões de
invalidez produzidas pela população de novos subscritores admitidos após 2006
(Figura 30). A partir desta data, o novo contingente de utentes do sistema começaria a
reformar-se por velhice e ganhariam igualmente relevo as pensões de invalidez e
sobrevivência.
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N.º de Subscritores da CGA
Cenário virtual sistema aberto
Cenário Base
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
61
Figura 29: Diferença entre o n.º total de pensionistas - cenário virtual vs cenário base
Fonte: Estimativas dos autores
No final do horizonte da projecção, estima-se que o número total de aposentados e
reformados por velhice seria superior em 319.620 ao registado no cenário base, que o
número de aposentados por invalidez seria superior em 44.290 ao estimado no cenário
base. Estima-se igualmente que o número de pensionistas de sobrevivência e PPSO -
viuvez (orfandade) seriam superiores em 20.865 (2.575) ao apontado no cenário base.
Figura 30: Diferença entre o n.º de novas pensões por ano - cenário virtual
vs cenário base
Fonte: Estimativas dos autores
Em termos financeiros, a Figura 31 mostra que a manutenção do sistema aberto a
novas inscrições teria permitido manter o financiamento deste por quotizações e
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N.º Aposentados / Reformados / Pensionistas (milhares)
Sob. Orf. Sob. Viuvez Invalidez Velhice
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30.000
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N.º de Novas Pensões
Sob. Orf. Sob. Viuvez Invalidez Velhice
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
62
contribuições de entidades numa base mais regular, aliviando temporariamente o
esforço exigido ao OE mas, ainda assim, claramente insuficiente para garantir o
autofinanciamento do sistema. Em termos do PIB, o rácio entre a arrecadação de
quotizações e contribuições situar-se-ia em 2060 num valor na casa dos 1,6%,
contrastando naturalmente com a perda total de quotizações no cenário base. A prazo,
e como se verá mais adiante, o impacto desta alteração sobre o esforço exigido às
finanças públicas seria no entanto claramente negativo.
Figura 31: Evolução das quotizações e contribuições de entidades no cenário base e no
cenário virtual, em M€ e em % do PIB
Fonte: Estimativas dos autores
Deve referir-se igualmente que a manutenção do sistema aberto a novas inscrições em
2006 e a canalização das respectivas contribuições para a CGA significaria a sua
subtracção, em montantes idênticos, às fontes de financiamento do Sistema
Previdencial da Segurança Social, no qual estão hoje enquadrados estes trabalhadores
das administrações públicas, com consequências naturais e significativas na respectiva
sustentabilidade financeira.
Na Figura 32 representam-se os encargos adicionais com pensões no cenário virtual de
reabertura do sistema face ao cenário base. Como se observa, até 2035, o acréscimo
de encargos com pensões (sobretudo de invalidez) seria diminuto, momento a partir
do qual a entrada na aposentação de grupos crescentes dos novos subscritores
entrados virtualmente em 2006, o peso crescente dos encargos com pensões de
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2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057
Qu
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em
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Quotizações/Contribuição de Entidades
Cenário base % PIB Sistema aberto % PIBCenário base Sistema aberto
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
63
sobrevivência e a evolução da pensão média nas várias contingências fazem disparar
os custos acrescidos com pensões para o sistema. No final do horizonte da projecção,
estima-se que a manutenção do sistema aberto em 2006 teria significado um
acréscimo anual de 11.869 M€ nos custos com pensões face ao cenário base,
representando cerca 1,5% do PIB a preços correntes nessa data.
Figura 32: Encargos adicionais com pensões no cenário virtual face ao cenário base
Fonte: Estimativas dos autores.
O Quadro 13 resume o impacto financeiro da reabertura virtual do sistema na
estimativa das dotações a inscrever anualmente no OE a favor da CGA, com vista ao
seu reequilíbrio financeiro.
Quadro 13: Impacto da reabertura virtual do sistema na dotação do OE para a CGA
Fonte: Estimativas dos autores. Nota: valores a preços correntes em milhões de EUR
O contributo desta medida para a diminuição do esforço do Estado no financiamento
do sistema seria positivo em todo o período analisado, atingindo um pico em termos
0
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2012 2017 2022 2027 2032 2037 2042 2047 2052 2057
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em %
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PIB
Custos com Pensões
em % do PIB Custos com Pensões (M€)
RUBRICA 2012 2013 2014 2015 2020 2025 2030 2040 2050 2060
Dotações do OE - Cenário base 4.463 4.530 5.127 5.863 8.026 9.993 11.374 12.079 9.303 5.091
em % do PIB 2,7% 2,7% 3,0% 3,4% 3,9% 4,1% 3,9% 2,9% 1,7% 0,7%
Dotações do OE - Sistema aberto 4.463 4.233 4.784 5.480 7.134 8.307 8.626 6.856 4.088 3.540
em % do PIB 2,7% 2,6% 2,8% 3,2% 3,5% 3,4% 2,9% 1,7% 0,7% 0,5%
Diferença na Dotações do OE 0 -297 -343 -383 -892 -1.686 -2.747 -5.223 -5.215 -1.551
em % do PIB 0,0% -0,2% -0,2% -0,2% -0,4% -0,7% -0,9% -1,3% -0,9% -0,2%
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
64
de redução da dotação em 2045, momento a partir do qual a entrada na
aposentação/reforma das gerações de subscritores entradas (virtualmente) a partir de
2006 começaria a pressionar os custos com pensões. Segundo a estimativa deste
estudo, de 2065 em diante o cenário de reabertura do sistema passaria a requerer
maior esforço do OE do que o actual cenário de fecho a novos subscritores.
A manutenção do sistema aberto a novos subscritores contribuiria, naturalmente,
através da arrecadação das respectivas quotizações e contribuições de entidades, para
diminuir o rácio de dependência do financiamento do sistema do OE e para melhorar o
seu nível de auto-financiamento. Ainda assim, da análise dos indicadores é clara a
conclusão de que a introdução desta medida não tornaria o sistema auto-sustentável,
mesmo no longo prazo, e continuaria a exigir a transferência de compensações anuais
para colmatar o seu desequilíbrio financeiro.
Quadro 14: Impacto da reabertura virtual do sistema nos rácios de dependência e de
auto-financiamento do sistema
Fonte: Estimativas dos autores
INDICADOR 2012 2013 2014 2015 2020 2025 2030 2040 2050 2060
Rácio de Dependência do OE
Cenário base 56,1% 48,8% 54,0% 60,5% 71,1% 78,1% 82,6% 89,4% 93,6% 93,7%
Sistema aberto 56,1% 45,6% 50,4% 56,5% 63,2% 64,9% 62,6% 49,0% 29,6% 20,5%
Diferença (p.p.) 0,0% -3,2% -3,6% -4,0% -7,9% -13,2% -20,0% -40,4% -64,0% -73,2%
Rácio de Auto-Financiamento
Cenário base 41,8% 44,9% 39,7% 37,4% 26,8% 20,4% 16,1% 9,2% 6,4% 6,3%
Sistema aberto 44,5% 48,1% 43,3% 41,4% 34,7% 33,7% 36,1% 49,7% 70,4% 79,5%
Diferença (p.p.) 2,7% 3,2% 3,6% 4,0% 7,9% 13,2% 20,0% 40,5% 64,0% 73,2%
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
65
5.4 Avaliação do impacto das alterações legislativas previstas no diploma sobre a convergência das pensões e demais alterações propostas no OE 2014 (Cenário III)
Nesta secção projecta-se a evolução dos principais indicadores financeiros da CGA
admitindo são implementadas simultâneamente as alterações previstas no diploma
sobre a convergência das pensões entre a CGA e o RGSS e as demais medidas sobre a
segurança segurança social com impacto na CGA previstas no OE 2014, retomando o
cenário factual de manutenção do sistema fechado a novos subscritores.
Em particular, é avaliado o efeito sobre os indicadores físicos e financeiros de
sustentabilidade financeira da CGA decorrente da aplicação simultânea das alteração
às regras de cálculo das pensões a atribuir a partir de 2014, do recálculo das pensões
em pagamento por alteração retrospectiva da parcela da pensão de aposentação
correspondente ao tempo de serviço prestado até ao final de 2005, sem aplicação da
condição de reversibilidade, da aplicação da «condição de recursos» às pensões de
sobrevivência, da eliminação dos regimes especiais que estabelecem acréscimos de
tempo de serviço para efeitos de aposentação na CGA, da alteração da idade legal de
acesso à pensão para os 66 anos em 2014 e evolução a partir de 2015 dependente da
trajectória da esperança média de vida aos 65 anos, da modificação da fórmula de
cálculo do factor de sustentabilidade e do aumento da taxa de contribuição explícita e
directa suportada pelas entidades empregadoras públicas dos actuais 20% para
23,75%.
O conjunto de medidas legislativas analisado neste estudo contempla alterações
destinadas a reforçar o financiamento do sistema (aumento da taxa de contribuição),
medidas destinadas a reduzir os encargos actuais e futuros com pensões (alteração das
regras de cálculo das pensões, recálculo das pensões em pagamento, modificação da
fórmula de cálculo do factor de sustentabilidade) e medidas que visam reduzir a
pressão financeira sobre o sistema, penalizando mais fortemente as reformas
prematuras e, paralelamente, contendo crescimento do período de atribuição da
pensão (aumento da idade de reforma para os 66 anos).
A Figura 33 evidencia a evolução projectada das quotizações e contribuições de
entidades no cenário base e no cenário em que são aplicadas simultaneamente as
medidas legislativas acima descritas, em valor absoluto (M€) e em percentagem da
riqueza criada no país. Se exceptuarmos a redução remuneratória prevista no OE 2014,
cujo impacto já está incorporado no cenário base, a medida proposta com impacto
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
66
mais significativo sobre os proveitos do sistema prende-se com o aumento em 3,75
pontos percentuais da taxa de contribuição a suportar pelas entidades empregadoras
públicas. Como se observa na Figura 33, a subida da taxa de contribuição tem um
impacto naturalmente positivo sobre os proveitos da CGA, estimado em 383,4 milhões
de EUR em 2014, correspondendo a 0,23% do PIB nesse ano. Este efeito positivo
tenderá a ser, contudo, cada vez menor, fruto quer da redução gradual do número de
subscritores para o sistema (efeito-quantidade) quer da política de contenção salarial
na administração pública prevista para os próximos anos (efeito-preço). A partir de
2050, o contributo já será praticamente nulo em consequência da extinção do número
de subscritores no sistema.
Figura 33: Impacto da subida da taxa de contribuição e demais medidas legislativas nos
proveitos da CGA
Fonte: Estimativas dos autores
O impacto estimado do conjunto de medidas legislativas sobre os custos com pensões
da CGA é sintetizado no Quadro 15. A leitura do quadro permite concluir que a
aplicação simultânea e conjunta das várias medidas de política legislativa permitiria
reduzir os custos com pensões em todo o período projectado. A redução nos custos
seria de 760 M€ em 2014 e de 765 M€ em 2015, crescendo depois de forma regular
até atingir um máximo de 888 M€ em 2028, ano a partir do qual a poupança começaria
a decrescer. Este ano corresponde, sensivelmente, ao momento estimado para o início
do decréscimo do número total de aposentados reformados e pensionistas do sistema.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
0,0%
0,1%
0,1%
0,2%
0,2%
0,3%
2014 2019 2024 2029 2034 2039 2044 2049 2054 2059
Qu
otizaçõ
es (M
€)
em
% d
o P
IB
Acréscimo estimado de proveitos com Contribuições de Entidades
Milhões EUR % PIB
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
67
Quadro 15: Impacto das medidas legislativas sobre os encargos com pensões da CGA
Fonte: Estimativas dos autores Nota: valores a preços correntes em milhões de EUR
A redução do custo com pensões em percentagem do PIB atinge o valor máximo logo
no ano de 2014, sobretudo pelo efeito denominador (crescimento nominal do PIB)
uma vez que a diminuição da despesa em termos absolutos só é alcançada mais tarde.
Estima-se uma redução nos custos com pensões em todas as contingências com maior
destaque, naturalmente, para as pensões de velhice. Esta evolução esperada resulta,
essencialmente, do efeito conjugado das várias medidas de política sobre as pensões
médias dos actuais e futuros pensionistas, sem prejuízo de se estimar um contributo
positivo para a redução dos encargos com pensões decorrente do aumento da idade
média efectiva de entrada na aposentação, em resposta ao aumento da idade legal de
reforma, e da correspondente redução do período de atribuição da pensão.
A redução estimada no valor médio mensal das pensões de aposentação, reforma e
sobrevivência decorre da aplicação conjugada de medidas com impacto directo sobre
o valor da pensão actual e/ou inicial ou sobre o valor acumulado das pensões
percebidas (no caso da aplicação da «condição de recursos» às pensões de
sobrevivência). Este impacto é bem vísivel na Figura 34, onde se representa a variação
estimada no valor médio das pensões para as várias contingências analisadas face ao
cenário base.
RUBRICA 2012 2013 2014 2015 2020 2025 2030 2040 2050 2060
Custos com Pensões - Cenário base 7.951 9.279 9.488 9.695 11.292 12.788 13.771 13.504 9.940 5.434
em % do PIB 4,8% 5,6% 5,6% 5,6% 5,5% 5,2% 4,7% 3,3% 1,8% 0,7%
Velhice 6.283 7.463 7.652 7.843 9.258 10.596 11.497 11.314 8.102 4.056
Invalidez 860 964 973 981 1.062 1.122 1.129 964 643 323
Sobrevivência e PPSO - Viuvez 759 798 806 812 892 964 1.009 1.007 874 624
Sobrevivência e PPSO - Orfandade 50 55 57 60 80 105 136 219 321 430
Custos com Pensões - Cenário c/ medidas 7.951 9.279 8.728 8.930 10.471 11.910 12.886 12.727 9.394 5.129
em % do PIB 4,8% 5,6% 5,2% 5,2% 5,1% 4,9% 4,4% 3,1% 1,7% 0,7%
Velhice 6.283 7.463 7.013 7.202 8.581 9.877 10.773 10.678 7.664 3.830
Invalidez 860 964 906 912 986 1.041 1.046 898 602 304
Sobrevivência e PPSO - Viuvez 759 798 753 758 828 894 937 943 824 589
Sobrevivência e PPSO - Orfandade 50 55 56 59 76 100 129 207 304 407
Custos com Pensões (M€) - diferença -760 -765 -821 -877 -884 -777 -547 -304
em % do PIB -0,5% -0,4% -0,4% -0,4% -0,3% -0,2% -0,1% 0,0%
Velhice -639 -641 -677 -720 -723 -636 -438 -227
Invalidez -67 -68 -76 -82 -82 -66 -41 -20
Sobrevivência e PPSO - Viuvez -52 -54 -64 -71 -72 -64 -50 -35
Sobrevivência e PPSO - Orfandade -1 -2 -3 -5 -7 -12 -17 -23
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
68
Figura 34: Impacto das medidas legislativas no valor da pensão média
mensal, face ao cenário base
Fonte: Estimativas dos autores
A aplicação do diploma que prevê os mecanismos de convergência do regime de
protecção social da função pública com o regime geral da segurança social, a aplicação
da «condição de recurso» às pensões de sobrevivência, a eliminação dos regimes
especiais que estabelecem acréscimos de tempo de serviço para efeitos de
aposentação e a modificação da fórmula de cálculo do factor de sustentabilidade
justificam este resultado.
O Quadro 16 sintetiza o impacto financeiro estimado das medidas legislativas na
previsão da dotação anual do OE a favor da CGA com vista a suprir os seus défices de
auto-financiamento.
Quadro 16: Impacto das medidas legislativas sobre a dotação do OE para a CGA
Fonte: Estimativas dos autores. Nota: valores a preços correntes em milhões de EUR
-140
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
2014 2019 2024 2029 2034 2039 2044 2049 2054 2059
EUR
Variação na Pensão Média Mensal (EUR)
Velhice Invalidez
Sobrevivência e PPSO - Viuvez Sobrevivência e PPSO - Orfandade
RUBRICA 2012 2013 2014 2015 2020 2025 2030 2040 2050 2060
Dotações do OE - Cenário base 4.463 4.530 5.127 5.863 8.026 9.993 11.374 12.079 9.303 5.091
em % do PIB 2,7% 2,7% 3,0% 3,4% 3,9% 4,1% 3,9% 2,9% 1,7% 0,7%
Dotações do OE - Cenário medidas 4.063 4.781 6.977 8.952 10.382 11.303 8.789 4.806
em % do PIB 2,4% 2,8% 3,4% 3,7% 3,5% 2,8% 1,6% 0,6%
Diferença -1.064 -1.082 -1.049 -1.041 -992 -776 -514 -285
em % do PIB -0,6% -0,6% -0,5% -0,4% -0,3% -0,2% -0,1% 0,0%
em % do valor no cenário base -20,7% -18,5% -13,1% -10,4% -8,7% -6,4% -5,5% -5,6%
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
69
O contributo das medidas (do lado da receita e do lado da despesa) para a diminuição
do esforço do Estado no financiamento do sistema seria positivo em todo o período
analisado. A redução ascenderia a 1064 M€ (ou 0,6% do PIB) em 2014,
correspondendo a um corte de 20,7% face ao valor obtido no cenário base e a 1082
M€ (0,6% do PIB) em 2015.
O valor estimado da redução na dotação anual do OE para a CGA em consequência da
aplicação das medidas é superior a 1000 milhões até 2029, inclusive, reduzindo-se
depois esta poupança de forma gradual até ao final do período da projecção, quer pela
atenuação do contributo positivo dado pelo aumento da taxa de contribuição a
suportar pelas entidades empregadoras públicas, quer pelo contributo com origem no
valor médio das pensões e no número de pensionistas.
No Quadro 17 e na Figura 35 evidencia-se o impacto das medidas legislativas nos
rácios de dependência e de auto-financiamento da CGA.
Quadro 17: Impacto das medidas legislativas nos rácios de dependência e de auto-
financiamento da CGA
Fonte: Estimativas dos autores
Como se observa, a combinação de medidas que incidem sobre as fontes de
financiamento do sistema com medidas que actuam do lado da despesa com pensões
permitiria reduzir o rácio de dependência do OE em 7,5 pontos percentuais em 2014,
verificando-se um decréscimo gradual do impacto das medidas até ao final do
horizonte da projecção.
Em sentido naturalmente contrário, o rácio de auto-financiamento do sistema
registaria uma melhoria importante, mas ainda assim insuficiente para tornar o
sistema auto-sustentável no longo prazo, continuando a pressionar consideravelmente
as finanças públicas do país.
INDICADOR 2012 2013 2014 2015 2020 2025 2030 2040 2050 2060
Rácio de Dependência do OE
Cenário base 56,1% 48,8% 54,0% 60,5% 71,1% 78,1% 82,6% 89,4% 93,6% 93,7%
Cenário c/ medidas legislativas 46,6% 53,5% 66,6% 75,2% 80,6% 88,8% 93,6% 93,7%
Diferença (p.p.) -7,5% -6,9% -4,4% -3,0% -2,0% -0,6% 0,0% 0,0%
Rácio de Auto-Financiamento
Cenário base 41,8% 44,9% 39,7% 37,4% 26,8% 20,4% 16,1% 9,2% 6,4% 6,3%
Cenário c/ medidas legislativas 47,0% 44,1% 31,1% 23,3% 18,0% 9,8% 6,4% 6,3%
Diferença (p.p.) 7,3% 6,7% 4,3% 2,9% 1,9% 0,6% 0,0% 0,0%
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
70
Figura 35: Evolução dos rácios de dependência e de auto-financiamento da CGA em
resultado da aplicação das medidas legislativas
Fonte: Estimativas dos autores
5.5 Estimativas da dívida implícita do sistema de pensões da CGA
Um sistema de pensões diz-se financeiramente sustentável se estiver em equilíbrio
actuarial. Na prática, tal pressupõe que as receitas projectadas com quotizações e
contribuições sociais, em conjunto com os eventuais actuais activos de fundos de
reserva existentes, devem ser suficientes para financiar as despesas projectadas no
sistema, i.e., para fazer face às suas obrigações futuras num determinado horizonte
temporal determinado.
Vários indicadores têm sido sugeridos na literatura para medir o problema de
sustentabilidade financeira dos esquemas públicos de pensões (e.g., taxa de
contribuição de equilíbrio, momento em que o esquema de pensões entra em ruptura
financeira, dívida implícita do sistema). Neste estudo, utiliza-se a dívida implícita de
um esquema público de pensões para avaliar o nível de sustentabilidade financeira da
CGA. A dívida implícita do esquema público de pensões gerido pela CGA quantifica,
para um dado horizonte temporal, o valor actual dos futuros desequilíbrios
orçamentais com origem no subsistema de protecção social. Dito de outro modo,
mede o valor actual das futuras dotações orçamentais que, juntamente com as
quotizações e contribuições actuais e outras fontes de financiamento, seriam
necessárias para financiar todos os compromissos de despesa com o pagamento das
pensões assumidos.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
2014 2019 2024 2029 2034 2039 2044 2049 2054 2059
Rá
cio d
e D
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en
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do
OE
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amen
to
(Quotas + Compart. Entidades) / Custo Total Pensões
(Dotação do OE + IVA) / Custo Total Pensões
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
71
Este indicador de dívida implícita tem, em nosso entender, uma interpretação simples
e intuitiva. Corresponde ao valor dos activos financeiros que deveriam actualmente
existir num fundo de reserva tal que, se esses activos fossem investidos nos mercados
financeiros e gerassem uma determinada taxa de rendibilidade (que se assume igual à
taxa de desconto), o sistema estaria em condições de cumprir com os seus
compromissos sem necessidade de alterar contribuições e/ou benefícios no futuro.
Nesta circunstância, todos os compromissos do sistema de pensões estariam cobertos
ora por quotizações e contribuições futuras ora pelo referido fundo de reserva. Para
melhor enquadrar a importância relativa desta dívida implícita, opta-se por medi-la em
valor actual absoluto e em percentagem do PIB do ano base (2012).
O Quadro 18 apresenta uma estimativa da dívida implícita do sistema de pensões da
CGA no final de 2012, em valor absoluto e em percentagem do PIB desse ano,
considerando três hipóteses alternativas para a taxa de desconto (flat yield curve) e
tomando como referência um horizonte temporal futuro de 75 anos. O indicador
representa o valor actualizado, para o final de 2012, dos futuros desequilíbrios
orçamentais estimados com origem no subsistema de protecção social (dotação anual
do OE) no período considerado.
Quadro 18: Estimativa da dívida implícita do regime de pensões da CGA
Fonte: Estimativas dos autores
Como se observa, no cenário base a dívida implícita actual do sistema de pensões da
CGA oscilaria entre os 245.631 M€ (ou 148,5% do PIB) no cenário mais pessimista de
uma taxa de desconto de 3% e os 168.862 M€ (ou 102,1%) na hipótese mais favorável
de uma taxa de desconto anual nominal de 5%. No cenário contrafactual de reabertura
do sistema a novas inscrições de subscritores, a dívida implícita do sistema reduzir-se-
3% 4% 5%Em Milhões EUR
Cenário Base 245.631 201.885 168.862
Cenário Virtual II 179.588 150.522 128.380
Cenário c/ medidas 223.847 183.330 152.829
Em % PIB 2012
Cenário Base 148,5% 122,1% 102,1%
Cenário Virtual II 108,6% 91,0% 77,6%
Cenário c/ medidas 135,3% 110,8% 92,4%
Dif. Face cenário base
Cenário Virtual II -39,9% -31,1% -24,5%
Cenário c/ medidas -13,2% -11,2% -9,7%
Taxa de desconto
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
72
ia, face ao cenário base, entre os 39,9 pontos percentuais (pp) do PIB, na hipótese de
taxa de desconto mais desfavorável e os 24,4 pp no pressuposto mais favorável de
taxa de desconto.
No cenário em que são adoptadas conjuntamente as medidas legislativas
recentemente apresentadas, a amplitude do contributo para a redução da dívida
implícita do sistema situar-se-ia entre os 21.784 M€ (13,2% do PIB) e os 16.033 M€
(9,7% do PIB) face ao cenário base. Os níveis de dívida implícita do sistema de pensões
da CGA são, nos três cenários considerados, muito elevados e colocam uma pressão
orçamental significativa sobre as finanças públicas.
A finalizar, salienta-se que o conceito de dívida implícita de um esquema público de
pensões difere ligeiramente do tradicional conceito de dívida pública, que quantifica o
valor actual dos défices orçamentais passados e constitui, nesse sentido, um indicador
de dívida explícito. Por outro lado, se nos casos em que se constata que as receitas de
impostos antecipadas sob as actuais regras fiscais são insuficientes para cobrir os
compromissos de despesa para um dado período, o Estado tem sempre a
possibilidade, condicionada pela disponibilidade dos credores, de recurso ao
endividamento explícito, tal estratégia não está normalmente disponível no contexto
dos orçamentos dos sistemas públicos de pensões, para além do que está implícito nas
transferências anuais do Orçamento do Estado.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações 2013
73
6 Anexos
As estimativas obtidas ao longo deste estudo para as várias medidas e indicadores
referidos e ilustrados ao longo do texto podem ser consultadas nos seguintes anexos:
Anexo I. Principais Pressupostos Demográficos e Macroeconómicos
Anexo II. Caixa Geral de Aposentações - Indicadores Físicos – Cenário I (Base)
Anexo III. Caixa Geral de Aposentações - Indicadores Físicos – Cenário II
Anexo IV. Caixa Geral de Aposentações - Indicadores Físicos – Cenário III
Anexo V. Caixa Geral de Aposentações - Indicadores Financeiros – Cenário I (Base)
Anexo VI. Caixa Geral de Aposentações - Indicadores Financeiros – Cenário II
Anexo VII. Caixa Geral de Aposentações - Indicadores Financeiros – Cenário III
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES (MOEDA - EUR)
PROJECÇÕES DEMOGRÁFICAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Índice Sintético de Fecundidade (ISF) 1,28 1,27 1,28 1,29 1,31 1,35 1,38 1,41 1,45
Esperança de vida à nascença (period approach)
Homens 77,1 77,3 77,5 77,7 78,7 80,6 82,3 83,9 85,3
Mulheres 83,2 83,4 83,5 83,8 84,7 86,4 88,0 89,3 90,6
Sexos combinados 80,2 80,4 80,5 80,7 81,6 83,2 84,6 85,9 87,0
Esperança de vida aos 65 anos (period approach)
Homens 17,3 17,4 17,5 17,7 18,3 19,5 20,7 21,8 22,9
Mulheres 20,9 21,0 21,1 21,3 21,9 23,2 24,4 25,5 26,5
Sexos combinados (Metodologia INE) 18,8 19,0 19,1 19,2 19,8 20,9 22,0 23,0 23,9
Esperança de vida aos 65 anos (cohort approach)
Sexos combinados 20,5 20,6 20,7 20,8 21,4 22,4 23,3 24,2 25,1
Factor de SustentabilidadeFormulação Actual 0,95 0,95 0,94 0,94 0,91 0,86 0,82 0,78 0,75
Proposta OE 2014 0,88 0,88 0,88 0,87 0,85 0,80 0,76 0,73 0,70
Principais Pressupostos Demográficos e Macroeconómicos
Saldo Migratório Líquido (milhares) 0,0 -25,0 -17,7 -12,6 1,9 15,3 22,1 27,6 33,6
Saldo Migratório Líquido em % da população 0,00 -0,24 -0,17 -0,12 0,02 0,15 0,23 0,30 0,38
População (milhões) 10,49 10,45 10,42 10,39 10,25 9,96 9,61 9,21 8,79
População (0-14) em % do Total 14,8 14,6 14,3 14,0 12,8 11,4 11,4 11,3 11,2
População (25-54) em % do Total 42,5 42,1 41,8 41,4 39,4 35,9 33,5 33,0 32,4
População em idade activa (15-64) em % do Total 65,8 65,5 65,3 65,2 64,0 60,6 55,9 53,4 54,0
População (65+) em % do Total 19,4 19,9 20,4 20,8 23,1 28,1 32,7 35,3 34,8
População (80+) em % do Total 5,3 5,6 5,8 6,0 7,0 8,9 11,1 13,7 16,2
População (80+) em % da População (65+) 27,5 28,0 28,4 28,9 30,3 31,5 33,9 38,7 46,4
População (80+) em % da População Idade Activa 8,1 8,5 8,8 9,3 10,9 14,6 19,8 25,6 29,9
Anexo I/1
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES (MOEDA - EUR)
Principais Pressupostos Demográficos e Macroeconómicos
PRESSUPOSTOS MACROECONÓMICOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
PIB Potencial (taxa crescimento) -3,2% -1,8% 0,8% 1,5% 1,4% 1,6% 1,3% 1,1% 1,3%
Emprego (taxa crescimento) -2,7% -3,9% -0,4% 0,4% 0,0% -0,7% -0,9% -0,6% -0,3%
Input factor trabalho : horas trabalhadas (taxa crescimento) -2,7% -1,9% -0,8% 0,3% 0,0% -0,7% -0,9% -0,6% -0,3%
Produtividade do Trabalho por hora (taxa crescimento) -0,5% 2,2% 1,2% 1,1% 1,4% 2,3% 2,2% 1,7% 1,5%
Produtividade Total dos Factores (TFP) (taxa crescimento) -0,3% -0,2% -0,2% -0,2% 0,6% 1,5% 1,4% 1,1% 1,0%
Capital deepening (contributo p/ cresc. produtividade trabalho) -0,2% 2,4% 1,4% 1,2% 0,8% 0,8% 0,8% 0,6% 0,5%
Taxa de Inflação
IPC 2,8% 0,6% 1,0% 1,2% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%
Deflator do PIB -0,1% 1,9% 0,9% 1,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%
Taxa de Crescimento Nominal IAS 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%
PIB per capita a preços 2012 (€) 15.772 15.541 15.714 15.995 17.556 21.155 25.190 29.614 35.072
PIB per capita (taxa crescimento) -1,8% -3,2% -2,1% -0,4% 9,3% 31,7% 56,9% 84,4% 118,4%
PIB por trabalhador a preços 2012 (€) 36.045 35.783 36.135 36.663 39.588 46.727 58.152 69.808 82.304
PIB a preços de 2012 (milhões €) 165.409 162.432 163.731 166.187 179.950 210.630 242.160 272.736 308.142
PIB a preços correntes (milhões €) 165.409 165.575 168.347 172.607 205.241 292.843 410.411 563.457 776.016
POPULAÇÃO ACTIVA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
População em Idade Activa (15-64) (milhares) 6.904 6.850 6.808 6.771 6.564 6.032 5.376 4.918 4.748
Taxa crescimento população em idade activa (15-64) -0,8% -0,6% -0,6% -0,6% -1,0% -1,3% -0,4% -0,3%
População em Idade Activa (20-64) (milhares) 6.353 6.303 6.257 6.212 6.034 5.591 4.992 4.534 4.383
Taxa crescimento população em idade activa (20-64) -0,8% -0,7% -0,7% -0,5% -0,8% -1,4% -0,5% -0,3%
População Activa 15-64 (milhares) 5.175 5.128 5.086 5.046 4.864 4.490 4.041 3.756 3.640
População Activa 20-64 (milhares) 5.093 5.049 5.007 4.966 4.785 4.421 3.983 3.698 3.584
Homens 2.610 2.583 2.558 2.535 2.434 2.240 2.011 1.870 1.808
Mulheres 2.484 2.466 2.449 2.432 2.352 2.181 1.972 1.828 1.775
Anexo I/2
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES (MOEDA - EUR)
Principais Pressupostos Demográficos e Macroeconómicos
TAXAS DE ACTIVIDADE 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
MulheresTaxa de Actividade (20-64) 75,9 75,8 75,7 75,7 75,1 75,0 76,0 78,1 78,6
Taxa de Actividade (15-64) 71,1 71,1 70,9 70,8 70,4 70,7 71,8 73,3 73,9
Jovens (15-24) 37,0 36,8 36,6 36,3 37,0 38,5 37,8 37,3 38,1
Adultos (25-54) 86,7 86,7 86,6 86,6 86,5 86,9 88,1 88,2 88,7
Seniors (55-64) 47,2 47,6 47,9 48,2 49,7 52,4 53,3 57,3 60,2
HomensTaxa de Actividade (20-64) 84,7 84,7 84,6 84,5 83,9 83,5 83,9 85,3 85,1
Taxa de Actividade (15-64) 79,0 78,9 78,7 78,5 78,1 78,4 78,8 79,6 79,6
Jovens (15-24) 42,4 42,2 42,0 41,6 42,4 44,4 43,4 42,9 43,9
Adultos (25-54) 93,6 93,6 93,6 93,5 93,4 93,5 93,9 93,9 94,0
Seniors (55-64) 61,7 61,9 62,0 62,3 63,0 64,4 63,6 66,7 68,3
TAXAS DE EMPREGO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Taxa de Emprego (15-64) 62,5 62,4 62,5 62,8 64,6 68,7 69,9 71,5 71,7
Taxa de Emprego (20-64) 67,4 67,2 67,5 67,9 69,6 73,3 74,6 76,7 76,8Taxa de Emprego (20-64) 67,4 67,2 67,5 67,9 69,6 73,3 74,6 76,7 76,8
Taxa de Emprego (15-74) 56,9 56,6 56,7 56,8 57,7 59,9 59,7 61,1 62,8
População empregada (20-64) (milhões) 4,3 4,2 4,2 4,2 4,2 4,1 3,7 3,5 3,4
População empregada (15-64) (milhões) 4,3 4,3 4,3 4,3 4,2 4,1 3,8 3,5 3,4
Homens 2,2 2,2 2,2 2,2 2,2 2,1 1,9 1,8 1,7
Mulheres 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,0 1,9 1,7 1,7
% de jovens (15-24) 7% 7% 7% 7% 7% 8% 7% 8% 8%
% idade adulta (25-54) 79% 79% 79% 78% 76% 73% 74% 75% 73%
% seniors (55-64) 14% 14% 14% 15% 16% 19% 19% 18% 20%
Anexo I/3
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES (MOEDA - EUR)
Principais Pressupostos Demográficos e Macroeconómicos
TAXA DE DESEMPREGO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Taxa de Desemprego (15-64) 16,6 16,7 16,3 15,7 12,9 7,7 7,0 6,4 6,5
Taxa de Desemprego (20-64) 15,9 16,1 15,7 15,1 12,3 7,2 6,5 5,9 6,0
Taxa de Desemprego (15-74) 16,1 16,3 15,9 15,3 12,5 7,7 7,0 6,4 6,5
População desempregada (20-64) (milh.) 812,1 812,9 785,0 749,6 586,9 320,0 260,3 218,8 215,6
População desempregada (15-64) (milh.) 857,0 856,5 828,2 792,3 625,2 347,5 282,8 240,9 237,0
Homens 445,7 441,4 426,9 407,9 320,3 175,9 141,5 124,4 122,9
Mulheres 411,3 415,1 401,3 384,4 304,9 171,6 141,3 116,5 114,1
% de jovens (15-24) 17% 17% 17% 17% 19% 20% 19% 21% 21%
% idade adulta (25-54) 68% 68% 68% 67% 64% 57% 57% 57% 54%
% seniors (55-64) 15% 15% 15% 16% 18% 23% 24% 22% 25%
RÁCIOS DE DEPENDÊNCIA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Proporção da População Idosa (55-64) / (20-64) 20,9 21,2 21,5 21,9 23,9 27,0 27,1 24,1 26,0
Índice de Dependência de Jovens (20-64) 33,1 32,8 32,6 32,4 30,6 28,1 29,7 31,4 30,7
Índice de Dependência dos Idosos (20-64) 32,0 33,0 33,9 34,8 39,3 50,0 62,9 71,8 69,7
Rácio de Dependência Total (20-64) 65,1 65,8 66,5 67,3 69,9 78,1 92,6 103,1 100,5Rácio de Dependência Total (20-64) 65,1 65,8 66,5 67,3 69,9 78,1 92,6 103,1 100,5
Rácio de Dependência Económica Total (20-74) 131,6 133,1 132,8 132,1 128,5 124,3 135,1 140,8 139,4
Índice de Envelhecimento (65+/0-14) 131,1 136,5 142,3 148,8 180,5 247,1 285,8 313,5 311,5
Índice de Juventude (0-14 / 65+) 76,3 73,2 70,3 67,2 55,4 40,5 35,0 31,9 32,1
Índice de Juventude da População Activa (15-39 / 40-64) 90,2 87,8 85,4 83,1 74,9 75,2 77,5 77,0 78,2
Índice de Longevidade (75+ / 65+) 48,9 49,1 49,2 49,2 49,5 51,5 54,2 59,9 65,0
Anexo I/4
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FÍSICOS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)
Nº SUBSCRITORES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total (Milhares) 531.814 508.198 478.198 456.921 347.764 155.417 32.246 624 0taxa de variação anual % -4,4% -5,9% -4,4% -5,9% -9,7% -20,4% -43,1% -64,7%
Homens 232.205 218.831 205.038 195.262 146.154 66.267 16.119 488 0Mulheres 299.609 289.366 273.160 261.659 201.610 89.150 16.128 137 0
Rácio de Feminilidade (%) 56,3% 56,9% 57,1% 57,3% 58,0% 57,4% 50,0% 21,9% 98,7%IDADE MÉDIA DOS SUBSCRITORES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Homens 47,54 48,11 48,64 49,15 51,46 55,92 60,94 65,18 71,00Mulheres 47,87 48,48 49,04 49,60 52,25 57,20 62,35 65,75 69,00
Total 47,73 48,32 48,87 49,41 51,92 56,65 61,65 65,31 69,03Nº APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total (Milhares) 603,3 615,2 627,4 639,4 697,0 754,8 687,6 492,4 281,2taxa de variação anual % 2,0% 2,0% 1,9% 1,6% 0,1% -1,8% -4,4% -6,3%
Velhice 387,2 396,7 406,8 417,0 469,1 528,3 476,7 310,2 137,2Invalidez 75,2 75,4 75,6 75,6 74,3 64,2 47,3 28,4 12,8Sobrevivência e PPSO - Viuvez 126,6 128,0 129,2 130,1 132,7 130,9 119,0 95,7 62,8Sobrevivência e PPSO - Orfandade 14,2 15,0 15,8 16,6 20,9 31,3 44,6 58,1 68,4Homens 272,6 274,9 277,2 279,5 289,6 284,2 243,2 175,0 110,3Mulheres 330,7 340,3 350,2 359,9 407,4 470,5 444,5 317,4 170,9
Nº NOVAS PENSÕES ATRIBUÍDAS NO ANO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total 29.519 32.446 33.352 33.526 34.815 30.927 21.886 10.894 7.491taxa de variação anual % 9,9% 2,8% 0,5% -0,2% -1,8% -5,2% -4,5% -4,4%
Velhice 21.609 22.373 22.546 23.414 18.617 9.897 551 0Invalidez 2.050 2.087 2.067 1.992 1.418 517 14 0Sobrevivência e PPSO - Viuvez 7.744 7.825 7.836 8.221 9.369 9.663 8.527 6.090Sobrevivência e PPSO - Orfandade 1.043 1.068 1.077 1.189 1.523 1.809 1.801 1.401Homens 11.606 12.457 12.742 12.819 13.016 10.994 8.722 5.046 3.767Mulheres 9.128 19.989 20.610 20.707 21.799 19.932 13.164 5.848 3.724
IDADE MÉDIA APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total 70,0 70,2 70,3 70,5 71,4 73,5 75,7 78,2 78,2Velhice 69,9 70,0 70,1 70,3 71,1 73,5 76,7 81,4 86,9Invalidez 69,0 69,4 69,8 70,2 71,8 74,0 76,3 80,9 86,5Sobrevivência e PPSO - Viuvez 74,1 74,5 75,0 75,3 77,1 80,4 83,3 86,3 89,2Sobrevivência e PPSO - Orfandade 40,5 40,4 40,4 40,4 40,6 42,3 44,1 46,2 49,0Homens 69,2 69,4 69,6 69,8 70,6 72,1 72,8 72,5 68,6Mulheres 70,6 70,8 70,9 71,1 72,0 74,3 77,3 81,3 84,4
CENÁRIO I
Anexo II/1
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FÍSICOS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)
CENÁRIO I
IDADE MÉDIA APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total 62,8 62,8 62,9 63,9 66,4 70,6 77,3 79,5Velhice 60,1 60,2 60,3 61,1 62,2 64,4 66,5 69,4Invalidez 56,0 56,3 56,5 57,6 59,4 62,4 65,6 69,0Sobrevivência e PPSO - Viuvez 75,3 75,6 75,9 77,4 81,0 84,2 87,4 90,3Sobrevivência e PPSO - Orfandade 37,4 37,3 37,2 36,5 35,3 33,9 32,9 32,2Homens 60,5 60,6 60,8 61,9 64,1 67,7 72,9 75,3Mulheres 64,2 64,2 64,3 65,1 67,7 72,5 81,2 83,7
RÁCIOS DE DEPENDÊNCIA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Subscritores / (Aposentados/Reformados) 1,15 1,08 0,99 0,93 0,64 0,26 0,06 0,00 0,00Subscritores / (Apos./Reform.+ Pensionistas) 0,88 0,83 0,76 0,71 0,50 0,21 0,05 0,00 0,00
DENSIDADE CONTRIBUTIVA MÉDIA (REFORMA IDADE 65) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Homens 28,6 28,9 29,1 29,2 29,7 30,4 30,7 31,0 31,2Mulheres 28,1 27,5 27,4 27,4 27,2 27,0 26,9 26,8 26,7
Anexo II/2
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FÍSICOS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)
Nº SUBSCRITORES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total (Milhares) 584.228 560.293 542.246 528.409 506.233 508.225 507.851 505.493 506.775taxa de variação anual % -4,1% -3,2% -2,6% -0,4% 0,0% 0,0% 0,0% 0,2%
Homens 254.637 240.960 232.277 225.732 214.421 218.533 219.670 214.520 215.336Mulheres 329.591 319.333 309.969 302.677 291.812 289.692 288.182 290.973 291.439
Rácio de Feminilidade (%) 56,4% 57,0% 57,2% 57,3% 57,6% 57,0% 56,7% 57,6% 57,5%IDADE MÉDIA DOS SUBSCRITORES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Homens 46,02 46,57 46,67 46,91 46,06 44,22 45,51 46,83 45,35Mulheres 46,23 46,83 46,95 47,24 46,66 44,46 45,17 46,90 45,51
Total 46,14 46,71 46,83 47,10 46,41 44,36 45,32 46,87 45,44Nº APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total (Milhares) 603,3 615,2 627,4 639,5 697,5 758,1 718,1 656,9 668,6taxa de variação anual % 0 2,0% 2,0% 1,9% 1,6% 0,1% -0,9% -0,5% 0,5%
Velhice 387,2 396,7 406,8 417,0 469,1 528,3 494,1 438,7 456,9Invalidez 75,2 75,5 75,6 75,7 74,6 66,1 56,0 53,6 57,1Sobrevivência e PPSO - Viuvez 126,6 128,0 129,2 130,2 133,0 132,1 123,0 105,3 83,7Sobrevivência e PPSO - Orfandade 14,2 15,0 15,8 16,6 20,9 31,5 45,1 59,3 71,0Homens 272,6 274,9 277,2 279,5 289,8 285,7 256,8 244,2 266,0Mulheres 330,7 340,3 350,2 359,9 407,7 472,3 461,3 412,7 402,6
Nº NOVAS PENSÕES ATRIBUÍDAS NO ANO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total 29.519 32.479 33.387 33.570 34.930 31.406 27.847 31.235 32.348taxa de variação anual % 10,0% 2,8% 0,5% -0,1% -1,6% -0,7% 2,6% -1,5%
Velhice 21.609 22.373 22.546 23.414 18.617 14.284 17.926 20.963Invalidez 2.066 2.103 2.089 2.054 1.716 1.652 2.098 2.005Sobrevivência e PPSO - Viuvez 7.759 7.840 7.855 8.267 9.528 10.053 9.310 7.747Sobrevivência e PPSO - Orfandade 1.045 1.070 1.080 1.196 1.545 1.859 1.902 1.632Homens 11.606 12.472 12.758 12.839 13.068 11.216 11.338 13.458 13.717Mulheres 9.128 20.007 20.629 20.731 21.861 20.190 16.509 17.777 18.631
IDADE MÉDIA APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total 70,0 70,2 70,3 70,5 71,4 73,3 74,9 74,7 73,2Velhice 69,9 70,0 70,1 70,3 71,1 73,5 76,1 76,7 75,2Invalidez 69,0 69,4 69,8 70,2 71,7 73,1 72,8 71,6 71,1Sobrevivência e PPSO - Viuvez 74,1 74,5 74,9 75,3 77,1 80,0 82,3 83,9 84,1Sobrevivência e PPSO - Orfandade 40,5 40,4 40,4 40,4 40,6 42,3 44,0 46,1 48,8Homens 69,2 69,4 69,6 69,8 70,5 71,9 72,0 70,2 69,0Mulheres 70,6 70,8 70,9 71,1 71,9 74,2 76,5 77,4 75,9
CENÁRIO II
Anexo III/1.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FÍSICOS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)
CENÁRIO II
IDADE MÉDIA APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total 62,7 62,8 62,9 63,8 66,1 67,6 66,9 66,6Velhice 60,1 60,2 60,3 61,1 62,2 62,6 62,3 63,1Invalidez 55,8 56,1 56,3 57,0 56,7 56,0 57,1 57,6Sobrevivência e PPSO - Viuvez 75,2 75,5 75,8 77,2 80,3 82,9 85,0 85,6Sobrevivência e PPSO - Orfandade 37,4 37,2 37,2 36,5 35,3 34,0 33,1 32,9Homens 60,4 60,6 60,7 61,8 63,7 65,2 65,6 65,9Mulheres 64,2 64,2 64,3 65,0 67,4 69,3 67,9 67,2
RÁCIOS DE DEPENDÊNCIA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Subscritores / (Aposentados/Reformados) 1,26 1,19 1,12 1,07 0,93 0,85 0,92 1,03 0,99Subscritores / (Apos./Reform.+ Pensionistas) 0,97 0,91 0,86 0,83 0,73 0,67 0,71 0,77 0,76
DENSIDADE CONTRIBUTIVA MÉDIA (REFORMA IDADE 65) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Homens 28,6 28,9 29,1 29,2 29,7 30,4 30,7 31,0 31,2Mulheres 28,1 27,5 27,4 27,4 27,2 27,0 26,9 26,8 26,7
Anexo III/2.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FÍSICOS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)
Nº SUBSCRITORES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total (Milhares) 531.814 508.198 478.198 456.921 347.764 155.417 32.246 624 0taxa de variação anual % -4,4% -5,9% -4,4% -5,9% -9,7% -20,4% -43,1% -64,7%
Homens 232.205 218.831 205.038 195.262 146.154 66.267 16.119 488 0Mulheres 299.609 289.366 273.160 261.659 201.610 89.150 16.128 137 0
Rácio de Feminilidade (%) 56,3% 56,9% 57,1% 57,3% 58,0% 57,4% 50,0% 21,9% 98,7%IDADE MÉDIA DOS SUBSCRITORES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Homens 47,54 48,11 48,64 49,15 51,46 55,92 60,94 65,18 71,00Mulheres 47,87 48,48 49,04 49,60 52,25 57,20 62,35 65,75 69,00
Total 47,73 48,32 48,87 49,41 51,92 56,65 61,65 65,31 69,03Nº APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total (Milhares) 603,3 615,2 627,4 639,4 697,0 754,8 687,6 492,4 281,2taxa de variação anual % 2,0% 2,0% 1,9% 1,6% 0,1% -1,8% -4,4% -6,3%
Velhice 387,2 396,7 406,8 417,0 469,1 528,3 476,7 310,2 137,2Invalidez 75,2 75,4 75,6 75,6 74,3 64,2 47,3 28,4 12,8Sobrevivência e PPSO - Viuvez 126,6 128,0 129,2 130,1 132,7 130,9 119,0 95,7 62,8Sobrevivência e PPSO - Orfandade 14,2 15,0 15,8 16,6 20,9 31,3 44,6 58,1 68,4Homens 272,6 274,9 277,2 279,5 289,6 284,2 243,2 175,0 110,3Mulheres 330,7 340,3 350,2 359,9 407,4 470,5 444,5 317,4 170,9
Nº NOVAS PENSÕES ATRIBUÍDAS NO ANO 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total 29.519 32.446 33.352 33.526 34.815 30.927 21.886 10.894 7.491taxa de variação anual % 9,9% 2,8% 0,5% -0,2% -1,8% -5,2% -4,5% -4,4%
Velhice 21.609 22.373 22.546 23.414 18.617 9.897 551 0Invalidez 2.050 2.087 2.067 1.992 1.418 517 14 0Sobrevivência e PPSO - Viuvez 7.744 7.825 7.836 8.221 9.369 9.663 8.527 6.090Sobrevivência e PPSO - Orfandade 1.043 1.068 1.077 1.189 1.523 1.809 1.801 1.401Homens 11.606 12.457 12.742 12.819 13.016 10.994 8.722 5.046 3.767Mulheres 9.128 19.989 20.610 20.707 21.799 19.932 13.164 5.848 3.724
IDADE MÉDIA APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total 70,0 70,2 70,3 70,5 71,4 73,5 75,7 78,2 78,2Velhice 69,9 70,0 70,1 70,3 71,1 73,5 76,7 81,4 86,9Invalidez 69,0 69,4 69,8 70,2 71,8 74,0 76,3 80,9 86,5Sobrevivência e PPSO - Viuvez 74,1 74,5 75,0 75,3 77,1 80,4 83,3 86,3 89,2Sobrevivência e PPSO - Orfandade 40,5 40,4 40,4 40,4 40,6 42,3 44,1 46,2 49,0Homens 69,2 69,4 69,6 69,8 70,6 72,1 72,8 72,5 68,6Mulheres 70,6 70,8 70,9 71,1 72,0 74,3 77,3 81,3 84,4
CENÁRIO III
Anexo IV/1
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FÍSICOS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)
CENÁRIO III
IDADE MÉDIA APOSENTADOS/REFORMADOS/PENSIONISTAS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Total 62,8 62,8 62,9 63,9 66,4 70,6 77,3 79,5Velhice 60,1 60,2 60,3 61,1 62,2 64,4 66,5 69,4Invalidez 56,0 56,3 56,5 57,6 59,4 62,4 65,6 69,0Sobrevivência e PPSO - Viuvez 75,3 75,6 75,9 77,4 81,0 84,2 87,4 90,3Sobrevivência e PPSO - Orfandade 37,4 37,3 37,2 36,5 35,3 33,9 32,9 32,2Homens 60,5 60,6 60,8 61,9 64,1 67,7 72,9 75,3Mulheres 64,2 64,2 64,3 65,1 67,7 72,5 81,2 83,7
RÁCIOS DE DEPENDÊNCIA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Subscritores / (Aposentados/Reformados) 1,15 1,08 0,99 0,93 0,64 0,26 0,06 0,00 0,00Subscritores / (Apos./Reform.+ Pensionistas) 0,88 0,83 0,76 0,71 0,50 0,21 0,05 0,00 0,00
DENSIDADE CONTRIBUTIVA MÉDIA (REFORMA IDADE 65) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060
Homens 28,6 28,9 29,1 29,2 29,7 30,4 30,7 31,0 31,2Mulheres 28,1 27,5 27,4 27,4 27,2 27,0 26,9 26,8 26,7
Anexo IV/2
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FINANCEIROS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)
CUSTOS COM PENSÕES (M€) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Custos com Pensões (M €) 7.950,8 9.279,3 9.487,9 9.695,3 11.291,8 13.770,8 13.503,7 9.940,3 5.433,7
em % do PIB 4,8% 5,6% 5,6% 5,6% 5,5% 4,7% 3,3% 1,8% 0,7%Velhice 6.282,7 7.463,1 7.652,2 7.842,7 9.258,2 11.496,7 11.313,7 8.102,3 4.056,5Invalidez 859,6 963,6 972,7 980,6 1.061,8 1.128,6 964,4 643,0 323,3Sobrevivência e PPSO - Viuvez 758,6 798,1 805,8 812,0 892,3 1.009,3 1.006,6 873,7 624,1Sobrevivência e PPSO - Orfandade 50,0 54,6 57,3 60,0 79,5 136,3 219,1 321,3 429,8Taxa crescimento anual custo com pensões % 16,7% 2,2% 2,2% 3,1% 1,1% -1,3% -4,4% -7,3%
TAXA DE ESTRUTURA DOS CUSTOS COM PENSÕES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Velhice 79,0% 80,4% 80,7% 80,9% 82,0% 83,5% 83,8% 81,5% 74,7%Invalidez 10,8% 10,4% 10,3% 10,1% 9,4% 8,2% 7,1% 6,5% 5,9%Sobrevivência e PPSO - Viuvez 9,5% 8,6% 8,5% 8,4% 7,9% 7,3% 7,5% 8,8% 11,5%Sobrevivência e PPSO - Orfandade 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,7% 1,0% 1,6% 3,2% 7,9%
CUSTOS COM NOVAS PENSÕES ATRIBUÍDAS NO ANO (M€) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total (M €) 465,1 475,7 480,0 501,3 444,9 302,9 92,2 60,7
taxa de variação anual % 2,3% 0,9% -0,7% -1,7% -6,5% -8,3% -3,4%Velhice 384,5 393,8 398,1 413,7 351,9 216,0 15,7 0,0Invalidez 29,0 29,9 30,0 30,7 22,2 7,6 0,2 0,0
Sobrevivência e PPSO - Viuvez 47,8 48,2 48,1 52,4 64,6 71,3 67,6 52,9Sobrevivência e PPSO - Orfandade 3,7 3,8 3,8 4,4 6,2 8,0 8,8 7,8
PENSÃO MÉDIA MENSAL [EUR] 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total das Pensões
Velhice 1.343 1.344 1.344 1.343 1.410 1.554 1.695 1.866 2.111Invalidez 906 912 919 926 1.021 1.255 1.457 1.618 1.810Sobrevivência e PPSO - Viuvez 445 445 446 446 480 551 604 652 710Sobrevivência e PPSO - Orfandade 261 260 259 258 272 311 351 395 449
Novas Pensões do ano [EUR]Velhice 1.271 1.257 1.261 1.275 1.264 1.369 1.583 2.146 3.402Invalidez 1.012 1.025 1.036 1.051 1.111 1.117 1.036 926 868Sobrevivência e PPSO - Viuvez 441 440 438 441 460 496 531 571 627Sobrevivência e PPSO - Orfandade 255 254 254 255 267 292 317 352 403
CENÁRIO I
Anexo V/1
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FINANCEIROS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)
CENÁRIO I
PROVEITOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Quotizações / Contribuição de Entidades (M€) 2.826,6 3.616,0 3.169,5 3.014,9 2.314,2 1.349,6 394,6 11,5 0,0
em % do PIB 1,7% 2,2% 1,9% 1,7% 1,1% 0,5% 0,1% 0,0% 0,0%taxa de variação anual % 27,9% -12,3% -4,9% -5,4% -6,4% -17,8% -40,0% -100,0%
Comparticipação Entidades por pagamento pensões (M€) 500,8 547,9 597,6 610,7 711,2 867,4 850,5 626,1 342,2em % do PIB 0,3% 0,3% 0,4% 0,4% 0,3% 0,3% 0,2% 0,1% 0,0%
Utilização Reservas Especiais (Fundos Pensões Transf.) 200,0 200,0 206,7 240,0 180,0 180,0em % do PIB 0,0% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0%
Contribuição Extraordinária de Solidariedade 20,3 385,1 393,7 0 0 0 0 0 0em % do PIB 0,0% 0,2% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Dotações do Orçamento de Estado (OE) 4.463,0 4.530,3 5.127,0 5.863,1 8.026,4 11.373,9 12.078,6 9.302,7 5.091,4em % do PIB 2,7% 2,7% 3,0% 3,4% 3,9% 3,9% 2,9% 1,7% 0,7%
QUOTIZAÇÃO MÉDIA ANUAL (SUBSCRITOR+CONTRIB. ENT) (EUR) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total 5.315 7.115 6.628 6.598 6.655 8.683 12.238 18.429 0Homens 5.317 7.098 6.597 6.553 6.570 8.555 12.039 18.856 0Mulheres 5.314 7.128 6.651 6.632 6.716 8.779 12.436 16.907 0ALGUNS RÁCIOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Rácio de Dependência do OE
(Dotação do OE + IVA) / Custo Total Pensões 56,1% 48,8% 54,0% 60,5% 71,1% 82,6% 89,4% 93,6% 93,7%Rácio de Auto-Financiamento
(Quotas + Compart. Entidades) / Custo Total Pensões 41,8% 44,9% 39,7% 37,4% 26,8% 16,1% 9,2% 6,4% 6,3%ESTIMATIVA DA DÍVIDA IMPLÍCITA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0%Factor de desconto 1,000 0,962 0,925 0,889 0,731 0,494 0,333 0,225 0,152Valor Actual Total da Dotação do OE 201.885
em % do PIB 122,1%
Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0%Factor de desconto 1,000 0,971 0,943 0,915 0,789 0,587 0,437 0,325 0,242Valor Actual Total da Dotação do OE 245.631
em % do PIB 148,5%
Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0%Factor de desconto 1,000 0,952 0,907 0,864 0,677 0,416 0,255 0,157 0,096Valor Actual Total da Dotação do OE 168.862
em % do PIB 102,1%
Anexo V/2
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FINANCEIROS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)
CUSTOS COM PENSÕES (M€) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Custos com Pensões (M €) 7.950,8 9.279,5 9.488,2 9.695,7 11.294,0 13.790,8 13.986,4 13.803,3 17.302,6
em % do PIB 4,8% 5,6% 5,6% 5,6% 5,5% 4,7% 3,4% 2,4% 2,2%Velhice 6.282,7 7.463,1 7.652,2 7.842,7 9.258,2 11.496,7 11.660,8 11.439,4 14.704,3Invalidez 859,6 963,7 972,8 980,8 1.063,1 1.142,6 1.077,3 1.097,0 1.310,2Sobrevivência e PPSO - Viuvez 758,6 798,1 805,9 812,1 893,1 1.014,5 1.027,2 940,4 839,7Sobrevivência e PPSO - Orfandade 50,0 54,6 57,3 60,0 79,7 137,0 221,2 326,4 448,5Taxa crescimento anual custo com pensões % 16,7% 2,2% 2,2% 3,1% 1,1% -0,4% 0,9% 2,9%
TAXA DE ESTRUTURA DOS CUSTOS COM PENSÕES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Velhice 79,0% 80,4% 80,6% 80,9% 82,0% 83,4% 83,4% 82,9% 85,0%Invalidez 10,8% 10,4% 10,3% 10,1% 9,4% 8,3% 7,7% 7,9% 7,6%Sobrevivência e PPSO - Viuvez 9,5% 8,6% 8,5% 8,4% 7,9% 7,4% 7,3% 6,8% 4,9%Sobrevivência e PPSO - Orfandade 0,6% 0,6% 0,6% 0,6% 0,7% 1,0% 1,6% 2,4% 2,6%
CUSTOS COM NOVAS PENSÕES ATRIBUÍDAS NO ANO (M€) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total (M €) 465,2 475,8 480,3 502,2 449,8 413,2 624,6 883,5
taxa de variação anual % 2,3% 0,9% -0,6% -1,6% 0,4% 7,8% 0,7%Velhice 384,5 393,8 398,1 413,7 351,9 307,0 507,1 757,5Invalidez 29,1 30,0 30,1 31,4 26,2 24,6 34,3 40,8
Sobrevivência e PPSO - Viuvez 47,8 48,2 48,2 52,6 65,3 73,4 73,9 75,3Sobrevivência e PPSO - Orfandade 3,7 3,8 3,8 4,4 6,3 8,1 9,3 9,9
PENSÃO MÉDIA MENSAL [EUR] 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total das Pensões
Velhice 1.343 1.344 1.344 1.343 1.410 1.554 1.686 1.863 2.299Invalidez 906 912 919 926 1.019 1.234 1.375 1.462 1.640Sobrevivência e PPSO - Viuvez 445 445 446 446 480 549 597 638 717Sobrevivência e PPSO - Orfandade 261 260 259 258 272 311 350 393 451
Novas Pensões do ano [EUR]Velhice 1.271 1.257 1.261 1.275 1.264 1.369 1.562 2.096 2.633Invalidez 1.007 1.019 1.029 1.044 1.098 1.088 1.065 1.192 1.483Sobrevivência e PPSO - Viuvez 440 439 438 440 459 493 525 576 710Sobrevivência e PPSO - Orfandade 255 254 254 255 267 292 315 355 445
CENÁRIO II
Anexo VI/1
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FINANCEIROS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)
CENÁRIO II
PROVEITOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Quotizações / Contribuição de Entidades (M€) 3.040,2 3.913,6 3.512,8 3.398,6 3.208,5 4.115,8 6.069,7 8.846,4 12.672,7
em % do PIB 1,8% 2,4% 2,1% 2,0% 1,6% 1,4% 1,5% 1,6% 1,6%taxa de variação anual % 28,7% -10,2% -3,3% -0,3% 3,7% 4,1% 3,7% 3,7%
Comparticipação Entidades por pagamento pensões (M€) 500,8 547,9 597,6 610,7 711,4 868,6 880,9 869,4 1.089,8em % do PIB 0,3% 0,3% 0,4% 0,4% 0,3% 0,3% 0,2% 0,2% 0,1%
Utilização Reservas Especiais (Fundos Pensões Transf.) 200,0 200,0 206,7 240,0 180,0 180,0 0 0em % do PIB 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0%
Contribuição Extraordinária de Solidariedade 20,3 385,1 393,7 0 0 0 0 0 0em % do PIB 0,2% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Dotações do Orçamento de Estado (OE) 4.463,0 4.232,8 4.784,0 5.479,7 7.134,2 8.626,4 6.855,8 4.087,5 3.540,1em % do PIB 2,7% 2,6% 2,8% 3,2% 3,5% 2,9% 1,7% 0,7% 0,5%
QUOTIZAÇÃO MÉDIA ANUAL (SUBSCRITOR+CONTRIB. ENT) (EUR) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total 5.204 6.985 6.478 6.432 6.338 8.098 11.952 17.500 25.006Homens 5.220 6.976 6.459 6.401 6.268 7.789 11.218 15.967 22.605Mulheres 5.191 6.991 6.493 6.455 6.389 8.332 12.511 18.631 26.781ALGUNS RÁCIOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Rácio de Dependência do OE
(Dotação do OE + IVA) / Custo Total Pensões 56,1% 45,6% 50,4% 56,5% 63,2% 62,6% 49,0% 29,6% 20,5%Rácio de Auto-Financiamento
(Quotas + Compart. Entidades) / Custo Total Pensões 44,5% 48,1% 43,3% 41,4% 34,7% 36,1% 49,7% 70,4% 79,5%ESTIMATIVA DA DÍVIDA IMPLÍCITA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0%Factor de desconto 1,000 0,962 0,925 0,889 0,731 0,494 0,333 0,225 0,152Valor Actual Total da Dotação do OE 150.522
em % do PIB 91,0%
Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0%Factor de desconto 1,000 0,971 0,943 0,915 0,789 0,587 0,437 0,325 0,242Valor Actual Total da Dotação do OE 179.588
em % do PIB 108,6%
Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0%Factor de desconto 1,000 0,952 0,907 0,864 0,677 0,416 0,255 0,157 0,096Valor Actual Total da Dotação do OE 128.380
em % do PIB 77,6%
Anexo VI/2
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FINANCEIROS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)
CUSTOS COM PENSÕES (M€) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Custos com Pensões (M €) 7.950,8 9.279,3 8.728,3 8.930,0 10.470,7 12.886,5 12.726,7 9.393,7 5.129,4
em % do PIB 4,8% 5,6% 5,2% 5,2% 5,1% 4,4% 3,1% 1,7% 0,7%Velhice 6.282,7 7.463,1 7.013,3 7.201,5 8.580,9 10.773,3 10.678,2 7.664,4 3.829,7Invalidez 859,6 963,6 905,6 912,3 985,6 1.046,4 898,1 601,7 303,7Sobrevivência e PPSO - Viuvez 758,6 798,1 753,3 757,6 827,8 937,4 943,1 823,5 589,3Sobrevivência e PPSO - Orfandade 50,0 54,6 56,0 58,5 76,4 129,3 207,4 304,1 406,7Taxa crescimento anual custo com pensões % 16,7% -5,9% 2,3% 3,2% 1,2% -1,2% -4,4% -7,3%
TAXA DE ESTRUTURA DOS CUSTOS COM PENSÕES 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Velhice 79,0% 80,4% 80,4% 80,6% 82,0% 83,6% 83,9% 81,6% 74,7%Invalidez 10,8% 10,4% 10,4% 10,2% 9,4% 8,1% 7,1% 6,4% 5,9%Sobrevivência e PPSO - Viuvez 9,5% 8,6% 8,6% 8,5% 7,9% 7,3% 7,4% 8,8% 11,5%Sobrevivência e PPSO - Orfandade 0,6% 0,6% 0,6% 0,7% 0,7% 1,0% 1,6% 3,2% 7,9%
CUSTOS COM NOVAS PENSÕES ATRIBUÍDAS NO ANO (M€) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total (M €) 465,1 452,0 455,1 478,9 422,8 284,9 86,9 57,3
taxa de variação anual % -2,8% 0,7% -0,5% -1,7% -6,5% -8,1% -3,4%Velhice 384,5 377,0 380,0 397,7 335,7 202,9 14,5 0,0Invalidez 29,0 27,4 27,5 28,5 20,8 7,2 0,2 0,0
Sobrevivência e PPSO - Viuvez 47,8 44,1 44,1 48,6 60,5 67,3 63,9 49,9Sobrevivência e PPSO - Orfandade 3,7 3,5 3,5 4,1 5,8 7,5 8,3 7,3
PENSÃO MÉDIA MENSAL [EUR] 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total das Pensões
Velhice 1.343 1.344 1.231 1.233 1.307 1.457 1.600 1.765 1.993Invalidez 906 912 856 862 948 1.164 1.357 1.514 1.700Sobrevivência e PPSO - Viuvez 445 445 417 416 445 512 566 615 670Sobrevivência e PPSO - Orfandade 261 260 253 252 261 295 332 374 425
Novas Pensões do ano [EUR]Velhice 1.271 1.204 1.204 1.218 1.199 1.306 1.486 1.973 3.646Invalidez 1.012 940 951 967 1.031 1.048 978 875 819Sobrevivência e PPSO - Viuvez 441 402 402 405 427 465 501 540 592Sobrevivência e PPSO - Orfandade 255 233 233 235 247 274 299 333 380
CENÁRIO III
Anexo VII/1.
Avaliação Actuarial do Regime de Pensões da Caixa Geral de Aposentações
CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES - INDICADORES FINANCEIROS PREÇOS CORRENTES (MOEDA - EUR)
CENÁRIO III
PROVEITOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Quotizações / Contribuição de Entidades (M€) 2.826,6 3.616,0 3.553,0 3.379,6 2.594,2 1.512,8 442,4 12,9 0,0
em % do PIB 1,7% 2,2% 2,1% 2,0% 1,3% 0,5% 0,1% 0,0% 0,0%taxa de variação anual % 27,9% -1,7% -4,9% -5,4% -6,4% -17,8% -40,0% -100,0%
Comparticipação Entidades por pagamento pensões (M€) 500,8 547,9 549,8 562,5 659,5 811,7 801,6 591,7 323,1em % do PIB 0,3% 0,3% 0,3% 0,3% 0,3% 0,3% 0,2% 0,1% 0,0%
Utilização Reservas Especiais (Fundos Pensões Transf.) 200,0 200,0 206,7 240,0 180,0 180,0 0 0em % do PIB 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0%
Contribuição Extraordinária de Solidariedade 20,3 385,1 362,2 0 0 0 0 0 0em % do PIB 0,2% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Dotações do Orçamento de Estado (OE) 4.463,0 4.530,3 4.063,3 4.781,3 6.977,0 10.382,0 11.302,7 8.789,1 4.806,3em % do PIB 2,7% 2,7% 2,4% 2,8% 3,4% 3,5% 2,8% 1,6% 0,6%
QUOTIZAÇÃO MÉDIA ANUAL (SUBSCRITOR+CONTRIB. ENT) (EUR) 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Total 5.315 7.115 7.430 7.396 7.460 9.734 13.718 20.659 0Homens 5.317 7.098 7.395 7.346 7.365 9.590 13.495 21.137 0Mulheres 5.314 7.128 7.456 7.434 7.529 9.841 13.940 18.952 0ALGUNS RÁCIOS 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Rácio de Dependência do OE
(Dotação do OE + IVA) / Custo Total Pensões 56,1% 48,8% 46,6% 53,5% 66,6% 80,6% 88,8% 93,6% 93,7%Rácio de Auto-Financiamento
(Quotas + Compart. Entidades) / Custo Total Pensões 41,8% 44,9% 47,0% 44,1% 31,1% 18,0% 9,8% 6,4% 6,3%ESTIMATIVA DA DÍVIDA IMPLÍCITA 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2040 2050 2060Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0% 4,0%Factor de desconto 1,000 0,962 0,925 0,889 0,731 0,494 0,333 0,225 0,152Valor Actual Total da Dotação do OE 183.330
em % do PIB 110,8%
Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0%Factor de desconto 1,000 0,971 0,943 0,915 0,789 0,587 0,437 0,325 0,242Valor Actual Total da Dotação do OE 223.847
em % do PIB 135,3%
Yield Curve (taxas de juro spot, capitalização discreta) 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0% 5,0%Factor de desconto 1,000 0,952 0,907 0,864 0,677 0,416 0,255 0,157 0,096Valor Actual Total da Dotação do OE 152.829
em % do PIB 92,4%
Anexo VII/2.