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Avaliação, Acreditação e Gestão do Ensino Superior em Angola: percepções, desafios e tendências Maria da Conceição Barbosa Mendes ([email protected]) Universidade Katyavala Bwila/Faculdade de Economia - Benguela - Angola Eugénio Alves da Silva ([email protected]) Universidade do Minho/Instituto de Educação - Braga

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Page 1: Avaliação, Acreditação e Gestão do Ensino Superior em Angola: percepções, desafios e tendências Maria da Conceição Barbosa Mendes (saobarbosa67@yahoo.com.br)

Avaliação, Acreditação e Gestão do Ensino Superior em Angola: percepções, desafios e

tendências

Maria da Conceição Barbosa Mendes ([email protected])

Universidade Katyavala Bwila/Faculdade de Economia - Benguela - Angola

Eugénio Alves da Silva ([email protected])

Universidade do Minho/Instituto de Educação - Braga

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INTRODUÇÃO

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Configuração actual – 7 Regiões Académicas

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INTRODUÇÃO

Avaliação institucional: referenciada como um instrumento que pode vir a permitir, por um lado, a realização de uma radiografia mais completa da situação actual do ES em Angola e a promoção da qualidade e, por outro, servir de mecanismo de prestação de contas. Acentua-se a dimensão reguladora da avaliação na projecção da melhoria da qualidade do serviço educativo, como base para a construção da credibilidade social que se pretende para o ES em Angola.

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Avaliação e acreditação no Ensino Superior em Angola

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Avaliação e acreditação no Ensino Superior em Angola

SEES-GAA-

“serviço de apoio técnico encarregue de monitorar e promover a qualidade dos serviços prestados no subsistema de ensino superior”

Absorve as atribuições do GAA: “órgão encarregue da promoção e monitoria da qualidade dos serviços prestados pelas IES”

MESCT-INAAES-

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Avaliação e acreditação no Ensino Superior em Angola

No contexto actual de desenvolvimento de Angola em geral, e do subsistema de ES em particular, os termos ‘qualidade’, avaliação e credibilidade têm assumido acentuado destaque, passando a fazer parte, de forma explícita e/ou implícita, das narrativas correntes e de algumas práticas institucionais, ainda que episódicas.

Acentuam-se os questionamentos à volta da qualidade dos serviços prestados pelas IES, incluindo da formação, havendo narrativas que apontam a ineficácia e ineficiência dos processos e práticas institucionais, decorrentes de diversos pontos de estrangulamento tais como: as distorções na concepção de IES, debilidades no domínio da gestão, do financiamento, dos currículos, do corpo docente e do corpo discente (SEES, 2005).

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Avaliação e acreditação no Ensino Superior em Angola

Razões que sustentam a necessidade de melhoria da qualidade dos serviços prestados:

Razões internas: baixas taxas de promoção de estudantes, sendo que apenas 5 a 20% destes atingem o último ano do curso sem reprovação e o elevado índice de abandono escolar (Nascimento, in SEES, 2005);

Razões externas: fraca pertinência dos cursos o que se tem reflectido na desproporção entre a quantidade de diplomados e face às demandas dos vários sectores do país em termos de quadros (idem, ibdem).

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Avaliação e acreditação no Ensino Superior em Angola

As preocupações sobre a qualidade, a acreditação e a avaliação do ensino superior em Angola não constituem um elemento novo.

A avaliação, nos últimos anos, figura entre as prioridades do Governo, expressas em normativos que incorporam a intenção de se concretizar a avaliação no subsistema de ES por via de um sistema que corporiza dois níveis de intervenção (nível nacional, a ser operacionalizado por estruturas integradas no órgão de tutela, especificamente o Instituto de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (INAAES) e, ao nível local, a ser accionado por cada uma das IES.

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Avaliação e acreditação no Ensino Superior em Angola

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Avaliação e acreditação no Ensino Superior em Angola

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Avaliação e acreditação no Ensino Superior em Angola

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Articulações entre o Estado e as IES no campo da avaliação

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Articulações entre o Estado e as IES no campo da avaliação

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Algumas Tendências

Lógica da regulação burocrática onde a avaliação é assumida “como instrumento de planeamento e gestão da provisão dos serviços públicos levada a cabo pelos aparelhos da administração do Estado” (Afonso, 2002, p. 55);

Predominância da regulação da avaliação ao nível central e, consequentemente, a delimitação de um palco propício para a interferência de actores externos na concepção e implementação da avaliação, incluindo em processos de avaliação interna;

Acentua-se a vinculação da avaliação à qualidade, tendo aquela como instrumento que pode, por um lado, radiografar a situação actual e, por outro lado, com base nisto, promover a melhoria;

Reconhecimento da necessidade de se incorporar no sistema de avaliação elementos de referência internacional , da necessidade de formação de especialistas nacionais na perspectiva de se conferir maior contextualização ao processo e sustentabilidade.

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Existência de uma liderança e estabilidade institucionais que através do envolvimento dos gestores da UO e da própria Reitoria da UAN (Reitor, Pró-Reitor para a Reforma Curricular) e da existência de um quadro legal assegurado por normativos permitiram a condução do processo e o envolvimento dos actores organizacionais no processo;

Gestão do projecto, a existência de um projecto de avaliação institucional e de reforma assegurou a organização, estruturação e implementação das acções de forma planificada;

Existência de ferramentas para a avaliação da qualidade (normativos e instrutivos, standards Globais da Educação Médica).

Condições Favoráveis

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Trabalho em equipe, a criação oficial de uma comissão de avaliação interna, bem como de grupos de trabalho, especificamente o grupo da reforma curricular do curso de medicina e reestruturação institucional (ordem de serviço 09/DFM – GD/FMUAN/2008, de 22 de Maio);

Parcerias com outras instituições (Ministério da Saúde, Ordem dos Médicos), tendo conferido certa abrangência ao processo e, do mesmo modo, representado fonte de encorajamento.

Condições Favoráveis

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Cooperação bilateral e multilateral com a organização mundial da saúde da região Afro, com a faculdade de Medicina do Porto e com a Federação Mundial para a Educação Médica que apoiaram o processo, fundamentalmente na adaptação e aplicação dos standards já referidos;

Divulgação do processo através da apresentação de comunicações em eventos científicos nacionais e internacionais e edição e publicação de artigos na website da Faculdade;

Progressão lógica do processo, ascendendo de uma avaliação interna para uma avaliação externa;

Condições Favoráveis

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Ausência de Financiamento específico;

Certo distanciamento da comunidade académica, incluindo alguns actores organizacionais internos à Faculdade que em várias ocasiões se mostrou distanciada do processo alegando a falta de conhecimento a respeito do mesmo, interpretados como formas de resistência à mudança;

Percepção invertida do processo, fundamentalmente em relação às necessidades de reforma curricular, manifestada em atitudes altruístas, conservadores e de protecção de espaços de actuação;

Escassa investigação científica.

Condições Desfavoráveis

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O processo de estruturação de um sistema de avaliação institucional do ensino superior em Angola emerge com características que apontam para a configuração de um processo instituído ao nível central, com abrangência nacional, acentuando-se uma natureza de controlo e regulação das instituições, por parte do Estado, conformando um quadro que tende para o estabelecimento de uma certa uniformidade, em termos de princípios e linhas gerais de avaliação das IES.

Legitimado pelo papel reitor, o Estado absorve um conjunto de competências na fase inicial de estruturação do sistema de avaliação institucional, no âmbito da promoção da auto-avaliação, através da definição dos princípios e linhas orientadoras, bem como da homologação do regime de auto-avaliação que se venha a instituir.

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Partindo do pressuposto de que os estudos revelaram a marcada dissociação entre as funções substantivas da universidade e a pouca relevância de uma cultura de avaliação institucional, os principais desafios direcionam-se para os seguintes aspectos-chave:

a) Configuração de um sistema de avaliação interna, com carácter mais democrático e inovador, baseado numa adequação entre os objetivos da avaliação e os objetos a avaliar, segundo uma abordagem avaliativa que contemple as especificidades do trinómio ensino-investigação-extensão e que se consubstancie num adequado processo prévio de formação dos agentes avaliadores;

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b) Concepção/adaptação de modelos ou padrões de avaliação que privilegiem a contextualização, em conformidade com a realidade e condições específicas de cada instituição e, simultaneamente, segundo o princípio da integração nacional, regional e internacional. Significa que o sistema de avaliação interna deve conformar-se às especificidades organizacionais sem excluir os padrões de referência do sistema ‘nacional’, regional e internacional de avaliação, para salvaguardar a afirmação das universidades e demais IES angolanas nos planos nacional, regional e internacional;

c) Criação de condições humanas, organizativas e financeiras para viabilizar um processo de avaliação credível que possa fornecer um retrato institucional o mais objectivo e completo, numa lógica de desenvolvimento e melhoria, constituindo-se numa condição essencial para a credibilização social da própria universidade.

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É preciso que a avaliação institucional cumpra, para além das suas funções simbólica, de controlo social, relacionada com a selecção dos indivíduos, e de legitimação política (Afonso, 1998), uma função estratégica de desenvolvimento profissional e organizacional, o que exige maior sustentação teórica e política, para lhe conferir qualidade. Isso inclui a formação adequada dos agentes envolvidos, uma vez que esta é uma condição essencial para conferir legitimidade e seriedade à avaliação e um fator que em muito influi na institucionalização de uma cultura de avaliação.

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Maria da Conceição Barbosa Mendes ([email protected])

Universidade Katyavala Bwila/Faculdade de Economia - Benguela - Angola

Eugénio Alves da Silva ([email protected])

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