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AuxiliarDidáctico

do Curso de Educação

Ambientalpara o

AgenteTurístico

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Ficha Técnica

Coordenação

Direcção Regional do Ambiente

Autoria e adaptação de texto

Nível Q

Design e Fotografias

Nível Q

Ano

2005

Tiragem

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Módulo 1 Espécies Representativas da Região Autónoma da Madeira ............................6Floresta Laurissilva – Património Mundial Natural pela UNESCO ...............7Florestas Indígenas da Ilha da Madeira ..........................................................8Zambujal .......................................................................................................8Laurisilva do Barbusano ................................................................................8Laurisilva do Til ...........................................................................................9Laurisilva do Vinhático .................................................................................9Urzal de Altitude .........................................................................................10União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) ....................10Livros Vermelhos .........................................................................................11Escalas de “Estado de Conservação” ............................................................12

Módulo 2Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais ...........................16Parque Natural da Madeira ..........................................................................15Direcção Regional das Florestas ...................................................................18Jardim Botânico da Madeira ........................................................................18Direcção Regional das Pescas .......................................................................18Câmara Municipal do Funchal ....................................................................20Estação de Biologia Marinha .......................................................................20Museu Municipal do Funchal ......................................................................20Parque Ecológico do Funchal ......................................................................21Câmara Municipal de Machico ...................................................................23Museu da Baleia ..........................................................................................23Universidade da Madeira (UMa) .................................................................24Centro de Ciências Biológicas e Geológicas .................................................25Associação Nacional de Conservação da Natureza (QUERCUS) .................25Acções .........................................................................................................26

Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) ...........................26Cosmos - Assoc. Port. de Defesa do Amb. e de Qualidade de Vida .......27Projectos de Protecção de Espécies Implementados na RAM ................29Projectos Life - Natureza ......................................................................29Projecto Freira da Madeira....................................................................32Projecto Moluscos Terrestres do Porto Santo e Ilhéus Adjacentes ..........34

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Projecto do Lobo Marinho ...................................................................34Projecto dos Cetáceos do Arquipélago da Madeira ................................35Protecção Legal ...................................................................................36Projecto de Rec. de Espécies e Habitats Prioritários da Madeira ............37Projecto de Recuperação da Floresta Laurissilva nas Funduras ..............38Projecto para a Recuperação do Habitat Terrestre da Deserta Grande ...38

Módulo 3Condições básicas a ter em atenção pelos caminhantes: ...............................40O Planeamento ...........................................................................................41O Equipamento ..........................................................................................42A meteorologia ............................................................................................42Os acidentes ................................................................................................43

Módulo 4Directiva “Habitats” ....................................................................................44Directiva “Aves” ...........................................................................................46Rede Natura 2000 .......................................................................................48

1. Ilhas Desertas ...................................................................................492. Laurissilva da Madeira ......................................................................503. Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira ..............................504. Ponta de São Lourenço .....................................................................515. Ilhéu da Viúva ..................................................................................516. Achadas da Cruz ...............................................................................527. Moledos – Madalena do Mar............................................................528. Pináculo ...........................................................................................539. Ilhéus do Porto Santo .......................................................................5310. Pico Branco – Porto Santo ..............................................................5311. Ilhas Selvagens ................................................................................54

Parques e Jardins .........................................................................................55Jardim Botânico da Madeira .................................................................55Jardim dos Loiros ou Loiro Parque .......................................................57Jardim da Quinta das Cruzes ................................................................57Jardim da Quinta Magnólia ..................................................................57Jardins do Palheiro ...............................................................................58Jardim Tropical Monte Palace ...............................................................58

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Jardins da Quinta da Boa Vista .............................................................59Jardim Orquídea ..................................................................................59Parque da Santa Catarina .....................................................................60Jardim Municipal do Funchal ...............................................................60Parque Municipal do Monte .................................................................61Parque Ecológico do Funchal ...............................................................61Parque Florestal do Ribeiro Frio ...........................................................62Parque Florestal das Queimadas ...........................................................63Sítio dos Moledos .................................................................................64

Percursos Pedonais .......................................................................................64Rabaçal – Risco – 25 Fontes – Rabaçal .................................................64Ribeiro Frio – Balcões – Ribeiro Frio ....................................................66Queimadas – Caldeirão Verde – Queimadas .........................................67Ribeiro Frio - Portela ............................................................................68Pico do Areeiro – Pico Ruivo – Achada do Teixeira ..............................70Pico Branco do Porto Santo ..................................................................71Pico Ana Ferreira do Porto Santo ..........................................................72

Reservas Naturais ........................................................................................73Reserva Natural da Rocha do Navio .....................................................74Reserva Natural da Ponta de São Lourenço ...........................................76Reserva Natural do Garajau ..................................................................78Reserva Natural das Ilhas Desertas ........................................................81Reserva Natural das Ilhas Selvagens ......................................................83

Módulo 5A Organização Mundial de Turismo ...........................................................87O Código Mundial de Ética no Turismo .....................................................87Cooperação Euromediterrânica no Sector do Turismo ................................88O Futuro do Turismo Europeu ....................................................................89Orientação da Política de Turismo Portuguesa .............................................89Regime de Turismo da Natureza .................................................................90Regulamentação das Actividades .................................................................90Programa Nacional de Turismo de Natureza ................................................90Regulamento da Prática de Campismo ........................................................91Regulamento dos Parques de Campismo .....................................................91

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MÓDULO 1 BIODIVERSIDADE DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

Espécies Representativas da Região Autónoma da MadeiraAs características geofísicas e edafoclimáticas da Madeira e a sua localização geográfica possibilitam a existência de grande número de habitats, de espécies e de tipos de vegetação associados.

A floresta Laurissilva, as Reserva Naturais e os restantes sítios abrangidos pela Rede Natura 2000 destacam a riqueza de um património incalculável.

FloraAs espécies vegetais mais características da Região Autónoma da Madeira são as quatro Lauráceas: Loureiro (Laurus novocanariensis), Til (Ocotea foetens), Vinhático (Persea indica) e Barbusano (Apollonias barbujana) que fazem parte da floresta Laurissilva. Destacam-se, ainda nesta floresta, espécies como Aderno (Heberdenia excelsa), Mocano (Visnea mocanera e Pittosporum coriaceum), Pau branco (Picconia excelsa) e Sanguinho (Rhamnus glandulosa), às quais se associam arbustos com porte arbóreo tais como Folhado (Clethra arborea), Perado (Ilex perado ssp. perado), e o Azevinho (Ilex canariensis).

Existem outras espécies vegetais que também estão integradas na Laurissilva e são, muitas vezes, o “cartaz” do Arquipélago, tais como o Gerânio da Madeira (Geranium maderense), o Massaroco da Serra (Echium candicans), o Alegra Campos (Semele androgyna) e a Orquídea Branca (Goodyera macrophylla).

FaunaA Laurissilva é também o habitat privilegiado de muitos animais, quer vertebrados como invertebrados. O destaque obrigatório é o Pombo Trocaz (Columba trocaz), espécie endémica neste ecossistema e considerado um dos exemplos mais antigos da avifauna Macaronésica. Outras duas aves emblemáticas, cujo habitat preferencial é a Laurissilva, são o Bis-bis (Regulus ignicapillus madeirensis) e o Tentilhão (Fringilla coelebs madeirensis).

A Freira da Madeira (Pterodroma madeira) é outra das aves que se destacam, visto ser uma das aves marinhas mais raras do mundo e esteve considerada extinta até aos finais do século passado. Só ocorre na ilha da Madeira, com uma distribuição muito localizada na parte oriental do Maciço Montanhoso Central.

A Cagarra (Calonectris diomedea borealis) é uma ave marinha que nidifica em todas as ilhas do Arquipélago, mas em maior número (cerca de 14.000 casais) nas Ilhas Selvagens, sendo considerada a maior colónia de cagarras do mundo.

A área marinha das Ilhas Desertas é o refúgio privilegiado para o Lobo marinho (Monachus

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monachus), ali residindo uma colónia estimada em 23 animais e que se encontra em recuperação populacional. Como tal, é considerada a espécie emblemática da Reserva.

Floresta Laurissilva – Património Mundial Natural pela UNESCO

• 15.000 hectares de área, o equivalente a 20% da ilha• Localiza-se, essencialmente na costa Norte, dos 300 aos 1300 metros de altitude, e na costa Sul persiste nalguns locais de difícil acesso, dos 700 aos 1200 metros.• Património Mundial Natural da UNESCO

Flora• Loureiro (Laurus novocanariensis)• Til (Ocotea foetens)• Vinhático (Persea indica)• Barbusano (Apollonias barbujana)• Isoplexis (Isoplexis sceptrum)• Massaroco (Echium candicans)• Estreleira (Argyranthemum pinnatifidum)• Orquídea Branca (Goodyera macrophylla)• Orquídea da Serra (Dactylorhiza foliosa)• Gerânio (Geranium maderense)• Ranúnculo (Ranunculus cortusifolius)

Fauna• Pombo trocaz (Columba trocaz): espécie endémica• Bis-bis (Regulus ignicapillus madeirensis): subespécie endémica• Tentilhão (Fringilla coelebs madeirensis): subespécie endémica• Lavandeira (Motacilla cinerea schmitzi): subespécie endémica• Manta (Buteo buteo harterti): subespécie endémica • Morcego-arborícola-da-Madeira (Nyctalus leisleri verrucosus): subespécie endémica• Tarântula da Laurissilva (Lycosa blackwalii): espécie endémica

Moluscos endémicos (existem 34 espécies endémicas de um conjunto de 52 espécies), entre as quais se destacam:

• Leiostyla cheilogona• Leiostyla. filicum

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• Leiostyla laurinea• Leiostyla arborea• Leiostyla fanalensis• Actinella obserata • Hemilauria limneana

Florestas Indígenas da Ilha da MadeiraAs cinco florestas indígenas da Ilha da Madeira distribuem-se por andares e apresentam diferentes áreas de desenvolvimento potencial, ou seja, áreas que cada floresta ocuparia se não houvesse intervenção do homem. A área potencial de cada floresta está relacionada pela temperatura e pluviosidade que a altitude condiciona.

As cinco florestas designam-se por:

• Zambujal• Laurissilva do Barbusano• Laurissilva do Til• Laurissilva do Vinhático• Urzal de Altitude

ZambujalO Zambujal é a floresta que ocupa as altitudes mais baixas. A árvore dominante é o Zambujeiro ou Oliveira Brava (Olea europaea ssp. maderensis), que é uma subespécie endémica da Madeira. Desta comunidade arbórea climácica fazem parte o Marmulano e arbustos, tais como as duas espécies endémicas de Buxo da rocha (Maytenus umbellata e Chamaemeles coriacea), a Malfurada (Globularia salicina), o Massaroco (Echium nervosum), o Esparto (Asparagus scoparius), a Perpétua (Helichrysum melaleucum), entre outros.

A área potencial de desenvolvimento do Zambujal é maior na vertente Sul da ilha. Actualmente, este tipo de vegetação encontra-se num estado de degradação notório, devido à actividade humana. É possível encontrar alguns vestígios desta floresta em ravinas declivosas, na vila da Calheta, no Vale da Ribeira Brava e Caniço.

Laurissilva do BarbusanoA Laurissilva do Barbusano é uma comunidade arbórea climácica, dominada por Barbusanos (Apollonias barbujana) e Loureiros (Laurus novocanariensis). A estas árvores da família das Lauráceas associam-se outras de famílias diferentes, das quais se destacam a Faia (Myrica faya), o Azevinho (Ilex canariensis) e o Mocano (Visnea mocanera). Ao estrato arbustivo pertence a Urze das vassouras (Erica platycodon ssp. maderincola), a Malfurada (Hypericum grandifolium) e no estrato herbáceo a Palha-carga (Festuca donax).

Esta floresta é rica em plantas trepadeiras, tais como o Alegra-campo (Semele androgyna), a Hera

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(Hedera maderensis ssp. maderensis) e a Corriola (Convolvulus massonii).

A área potencial de desenvolvimento da Laurissilva do Barbusano atinge os 700 m de altitude na vertente Sul e 300 m na vertente Norte. Esta Laurissilva encontra-se em zonas declivosas, devido à intensa ocupação humana da sua área potencial. Na vertente Norte ainda se podem observar núcleos desta floresta entre Santana e Porto Moniz. Na vertente Sul, quase que desapareceu, existindo apenas pequenas comunidades, um pouco degradadas, nalgumas vertentes declivosas como na Ribeira Brava e Funchal.

Apenas uma pequena área de ocorrência da Laurissilva do Barbusano, entre São Vicente e Porto Moniz, é que está incluída na área de Património Mundial Natural pela UNESCO.

Laurissilva do TilA Laurissilva do Til é uma comunidade arbórea climácica dominada por Tis (Ocotea foetens), Loureiros (Laurus novocanariensis) e Folhados (Clethra arborea). Esta floresta alberga grande diversidade de árvores endémicas, tais como o Aderno (Heberdenia excelsa), o Perado (Ilex perado ssp. perado), o Pau-branco (Picconia excelsa), o Mocano (Pittosporum coriaceum), entre outros. Os estratos arbustivo e herbáceo são muito ricos em endemismos. Dos arbustos pode-se referir a Urze das vassouras (Erica platycodon ssp. maderincola), a Uveira (Vaccinium padifolium), Isoplexis sceptrum e a Língua de vaca (Sonchus fruticosus). No estrato herbáceo são muito comuns os endemismos madeirenses como a Palha-carga (Festuca donax) e Erva-redonda (Sibthorpia peregrina). Existe também uma grande diversidade de pteridófitos (fetos), briófitos (musgos e hepáticas) e líquenes. Muitas destas plantas são epífitas, ou seja, vivem sobre outras plantas, principalmente nos troncos e ramos de árvores.

A área de desenvolvimento potencial da Laurissilva do Til está compreendida entre os 700 e os 1.500 m de altitude na vertente Sul e entre os 300 e os 1.300 m na vertente Norte.

A Laurissilva do Til encontra-se bem conservada na vertente Norte, onde constitui importantes comunidades arbóreas climácicas com árvores d egrande porte. Na vertente Sul, assiste-se a uma destruição, sendo possível encontrar alguns núcleos em zonas de difícil acesso.

A área de ocorrência da Laurissilva do Til está incluída na área de Laurissilva da Madeira classificada de Património Mundial Natural pela UNESCO.

Laurissilva do VinháticoA Laurissilva do Vinhático é uma comunidade arbórea dominada por Vinháticos (Persea indica), Seixos (Salix canariensis) e Loureiros (Laurus novocanariensis), predominando, no estrato arbustivo, o Sabugueiro da Madeira (Sambucus lanceolata), a Cabreira (Phyllis nobla) e a Malfurada (Hipericum grandifolium).

A nível herbáceo o destaque vai para os pteridófitos, como o Feto de Botão (Woodwardia radicans), o Diplazium caudatum, o Pteris incompleta e, ainda para alguns espermatófitos endémicos da Madeira como a Palha Carga (Festuca donax), a Parafestuca albida e a Erva Redonda (Sibthorpia peregrina).

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A área de desenvolvimento potencial da Laurissilva do Vinhático está compreendida entre os 300 e os 600 m no lado Norte da ilha.

Urzal de AltitudeO Urzal de altitude (Polysticho falcinelli – Ericetum arboreae) é uma comunidade arbórea climácica denominada por Urzes Molares (Erica arborea).

Fazem parte desta comunidade arbustos e herbáceas, tais como a Urze das Vassouras (Erica platycodon ssp. maderincola), a Uveira (Vaccinium padifolium), Teucrium scorodonia, o feto (Polystichum falcinellum), entre outras. O arbusto endémico da Madeira, vulgarmente conhecido como Sorveira (Sorbus maderensis) também faz parte desta floresta.

A área de desenvolvimento desta comunidade começa a partir dos 1.500 m de altitude na vertente Sul e a partir dos 1.300 m na vertente Norte. Infelizmente esta floresta encontra-se actualmente destruída em muitas zonas da ilha, mas ainda é possível encontrar bons núcleos nas proximidades do Paúl da Serra e no Pico Ruivo.

União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN)

Objectivos da IUCN

A União Internacional para a Conservação da Natureza é uma organização não governamental, com representação em mais de 133 países que tem como principais objectivos:

• fomentar a cooperação entre governos, organizações nacionais e internacionais e pessoas interessadas na conservação da natureza e dos seus recursos; • favorecer medidas nacionais e internacionais em prol da conservação da natureza e dos seus recursos; • fomentar a investigação científica relativa à conservação da natureza e dos seus recursos, e divulgar informações sobre esta investigação; • apoiar a educação e a divulgação da informação relativa à conservação da natureza e dos seus recursos e incentivar a sensibilização do público à conservação da natureza e dos seus recursos; • elaborar projectos de acordos internacionais sobre a conservação da natureza e dos seus recursos, e incitar os governos a aderir aos acordos existentes; • ajudar os governos a melhorarem a legislação relativa à conservação da natureza; • adoptar quaisquer outras medidas susceptíveis de favorecerem a conservação da natureza e dos seus recursos.

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Critérios

Livros VermelhosOs Livros Vermelhos são considerados documentos estruturantes de uma política de conservação da natureza, e são uma importante ferramenta na conservação das espécies da flora e da fauna selvagens e respectivos habitats.

Os Livros Vermelhos existentes em Portugal datam de 1990 (Mamíferos, Aves, Répteis e Anfíbios), 1991 (Peixes Dulciaquícolas e Migradores) e 1993 (Peixes Marinhos e Estuarinos), no entanto a sua informação está desactualizada.

Por sua vez, a IUCN – International Union for Conservation of Nature, estabeleceu novas categorias de ameaça que se baseiam, pela primeira vez, num conjunto de critérios de natureza quantitativa e que pretendem avaliar os diferentes factores que afectam o risco de extinção das espécies.

Os Livros Vermelhos devem ser permanentemente actualizados, reflectindo em cada edição um melhor conhecimento científico. A sua elaboração deve ser de interesse público e mobilizadora de todos os que disponham de informação relevante e actualizada para a avaliação do estatuto das diferentes espécies, nomeadamente entre a Comunidade Científica.

O estabelecimento de prioridades de conservação deverá ser um processo autónomo relativamente à elaboração do Livro Vermelho. As prioridades de conservação não decorrem directamente dos diferentes níveis de ameaça de extinção, podendo haver espécies não ameaçadas que necessitem de medidas de conservação e espécies de elevado risco de extinção que não constituam um prioridade de conservação. O conhecimento das prioridades de conservação não deve interferir no processo de classificação.

Compete ao ICN promover a elaboração dos Livros Vermelhos (Dec.-Lei nº19/93 de 24 de Maio). No presente projecto de Revisão fazem parte os seguintes grupos taxonómicos:

• Peixes Dulciaquícolas e Migradores, Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos teve início em 2001. A análise dos Peixes Marinhos e Estuarinos será realizada posteriormente

Ao longo do projecto foram adoptados vários documentos produzidos pela IUCN, tendo sido também elaborada documentação específica para apoiar os trabalhos no sentido de orientar a aplicação dos conceitos da IUCN relativos à classificação de espécies:

• RedList Guidelines • Regional guidelines • Definições • Critérios • Categorias • Quadro das categorias

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Escalas de “Estado de Conservação”A avaliação do Estado de Conservação das espécies consideradas é feita de acordo com os critéios e categorias recomendadas pela IUCN, usadas no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (www.icn.pt). Para consultar em detalhe todos os critérios (www.redlist.org):

Criticamente em Perigo (CR):

Espécie que enfrenta um risco extremamente alto de extinção no estado selvagem num futuro imediato, de acordo com o definido pelos critérios A a E.

Em Perigo (EN):

Espécie que enfrenta um risco muito alto de se extinguir no estado selvagem num futuro próximo, de acordo com o definido pelos critérios de A a D.

Vulnerável (VU):

Espécie que enfrenta um risco alto de se extinguir no estado selvagem a médio prazo, de acordo com o definido pelos critérios A a E.

Menor Preocupação (LC):

Espécie que de acordo com os critérios estabelecidos não se qualifica em nenhuma das categorias anteriores. Não apresenta risco de se extinguir no estado selvagem a longo prazo.

Dados Insuficientes (DD):

Espécie sobre a qual o estado de conhecimento é insuficiente para a aplicação dos critérios estabelecidos.

Espécies Ameaçadas de Fauna de Vertebrados (Mamíferos da Madeira)

Espécies Ameaçadas de Fauna de Vertebrados (Mamíferos da Madeira)

Nome Científico Nome VulgarCriticamente em Perigo (CR)

Monachus monachus Lobo-marinhoEm Perigo (EN)

Balaenoptera physalus Baleia comumVulnerável (VU)

Orcinus orca Orca ou Roaz da BandeiraMenor Preocupação (LC)

Nyctalus leisleri verrucosus

Plecotus austriacus

Eubalaena glacialis

Morcego arborícola da Madeira

Morcego-orelhudo

Baleia Franca ou Baleia BascaDados Insuficientes (DD)

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Pipistrellus maderensis

Mesoplodon densirostris

Mesoplodon bidens

Kogia breviceps

Morcego da Madeira

Baleia-de-bico-grosso

Baleia de Bico de Sowerby

Cachalote PigmeuFonte: ICN.

Espécies Ameaçadas de Fauna de Vertebrados (Aves da Madeira)

Nome Científico Nome VulgarCriticamente em Perigo (CR)

Charadrius alexandrinus Rolinha da PraiaEm Perigo (EN)

Gallinula chloropus

Pterodroma madeira

Galinha de água

Freira da MadeiraVulnerável (VU)

Anthus berthelotii berthelotii

Columba trocaz

Corre caminhos

Pombo-Trocaz; Pombo-negro

Passer hispaniolensis

Pelagodroma marina

Petronia petronia

Pterodroma feae

Puffinus assimilis baroli

Puffinis puffinus

Scolopax rusticola

Sterna hirundo

Sylvia conspicillata orbitalis

Upupa epops

Pardal espanhol

Calcamar

Pardal da terra

Freira do Bugio

Pintainho

Patagarro

Galinhola

Garajau comum

Cigarrinho

PoupaMenor Preocupação (LC)

Accipiter nisus granti

Anthus berthelotii madeirensis

Apus unicolor

Bulweria bulwerii

Fura bardos

Corre caminhos

Andorinha da serra

Ama negra

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Buteo buteo harterti

Calonectris diomedea borealis

Carduelis cannabina guentheri

Carduelis carduelis parva

Carduelis chloris

Coturnix coturnix

Erithacus rubecula

Falco tinnunculus canariensis

Fringilla coelebs madeirensis

Larus cachinnans atlantis

Motacilla cinerea schmitzi

Oceanodroma castro

Regulus ignicapillus madeirensis

Serinus canaria canaria

Sylvia atricapilla heineken

Turdus merula cabrerae

Tyto alba schmitzi

Manta

Cagarra

Pintarroxo

Pintassilgo

Verdilhão

Codorniz

Papinho

Francelho

Tentilhão

Gaivota de patas amarelas

Lavandeira

Roque de Castro

Bis-bis

Canário da terra

Toutinegra

Melro preto

Coruja

Dados Insuficientes (DD)Apus pallidus

Columba livia atlantis

Andorinha do mar

Pombo da rocha

Fonte: ICN

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MÓDULO 2 PROTECÇÃO E CONSER-VAÇÃO DO PATRIMÓNIO NATURAL MADEIRENSE

Entidades oficiais e associativas responsáveis pela protecção da Natureza na Região Autónoma da MadeiraEntre as entidades públicas, que têm a competência de salvaguardar todo o património natural do arquipélago destacam-se:

Secretaria Regional do Ambiente

• Direcção Regional do Ambiente (DRAmb)• Parque Natural da Madeira• Direcção Regional das Florestas

Jardim Botânico do Funchal

• Direcção Regional das Pescas

Câmara Municipal do Funchal

• Estação de Biologia Marinha• Museu Municipal do Funchal• Parque Ecológico

Câmara Municipal de Machico

• Museu da Baleia

Universidade da Madeira

Entre as entidades associativas, podem-se referir:

• Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza • Spea – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves• Cosmos – Associação Portuguesa de Defesa do Ambiente e de Qualidade de Vida

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1�

Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais

Direcção Regional do Ambiente

Natureza Segundo o Artigo 1 do Decreto Regulamentar Regional nº. 31/2001/M a Direcção Regional do Ambiente, designada pela abreviatura DRAmb, é o serviço integrado na Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais a que faz referência a alínea c) do artigo 4º do Decreto Regulamentar Regional n.o 11/2001/M, de 6 de Julho.

A DRAmb, em estreita ligação com o Secretário Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, coordena a política de gestão da qualidade do ambiente, da conservação da natureza e da biodiversidade.

CompetênciasSegundo o Artigo 2 do decreto Decreto Regulamentar Regional nº 31/2001/M, a DRAmb tem as seguintes competências:

a) Coordenar os instrumentos de gestão, monitorização ambiental, informação e participação públicas no domínio do ambiente, enquanto contributos para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos;

b) Promover a integração dos valores ambientais nos modelos de desenvolvimento socioeconómico, sustentando o uso dos factores ambientais, enquanto dinamizadores do desenvolvimento;

c) Constituir um sistema de indicadores ambientais que permita sustentar as decisões e acções do desenvolvimento socioeconómico, enquanto forma de contribuir para um elevado nível da qualidade de vida dos cidadãos;

d) Promover o conhecimento, a preservação e a valorização dos elementos naturais madeirenses, nomeadamente a sua biodiversidade, enquanto suporte de todos os sistemas naturais e sociais;

e) Coordenar os instrumentos e acções de conservação da natureza, da biodiversidade e a gestão de áreas protegidas;

f ) Promover o cumprimento da legislação em vigor em matéria de ambiente e implementar os instrumentos e acções tendentes a garantir a detecção e correcção de disfunções ambientais, nomeadamente no âmbito das contra-ordenações;

g) Implementar, a nível regional, as directivas e instrumentos operacionais e legais, nacionais e comunitários, no domínio do ambiente e da conservação da natureza;

h) Acompanhar os desenvolvimentos de iniciativas nacionais e internacionais na área do ambiente e conservação da natureza e proceder à respectiva adaptação e aplicação a nível regional.

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Parque Natural da MadeiraO Parque Natural da Madeira é a autoridade administrativa e científica regional para os efeitos da Convenção Internacional sobre o Comércio de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção.

No exercício das suas atribuições, o PNM deverá promover as acções necessárias com vista a coordenar a sua actuação com as demais entidades públicas, com atribuições no âmbito da protecção e conservação da natureza no ambiente.

O Parque Natural da Madeira (PNM) tem como funções:

• Promover o plano de conservação da natureza, a nível regional;• Promover a execução da política e objectivos definidos pelo Governo Regional na área da protecção e conservação da natureza, de acordo com as competências;• Elaborar estudos e propor medidas visando a preservação do património genético, da gestão racional da flora e da fauna e a protecção das espécies;• Dar continuidade a medidas e acções que promovam o desenvolvimento harmonioso e equilibrado dos diversos ecossistemas regionais;• Implementar as acções necessárias à conservação de espécies raras, ameaçadas ou vulneráveis;• Alargar a área de distribuição das espécies indígenas da flora e da fauna, sempre que tal medida contribua para a conservação das espécies raras, ameaçadas ou vulneráveis;• Promover a reintrodução de espécies indígenas extintas em território regional, sempre que tal medida contribua para o enriquecimento e conservação dos ecossistemas;• Promover o ordenamento biofísico dos espaços naturais da Região, com vista a beneficiar o contacto com a natureza por parte dos cidadãos;• Proteger indivíduos, formações vegetais ou unidades geomorfológicas com reconhecido interesse científico ou paisagístico;• Propor a criação de áreas protegidas e assegurar a sua implementação e gestão;• Informar e sensibilizar as populações com vista a uma utilização da natureza consciente e coerente por parte de todos;• Implementar acções pedagógicas sistemáticas, junto das populações, de forma a consciencializar acerca do valor do património natural e do ambiente, co-responsabilizando-as na salvaguarda e manutenção daquele património de forma a usufruirmos de um ambiente equilibrado e sadio;• Promover e participar em actividades de investigação, científica e técnicas, no domínio da protecção da natureza e do ambiente;• Emitir pareceres técnicos que se mostrem necessários sobre pedidos que visem a construção e a realização de obras ou outras acções, de iniciativa pública ou privada, que pela sua localização, implementação, dimensão ou características se insiram na sua área de jurisdição, proximidades e zonas de influência;• Administrar a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna

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e Flora Ameaçadas de Extinção (CITES);• Emitir os demais pareceres previstos na lei, bem como os solicitados por entidades públicas, no quadro das suas atribuições;• Exercer todas as competências previstas na lei.

Direcção Regional das Florestas

Jardim Botânico da MadeiraO Jardim Botânico da Madeira é uma Direcção de Serviços da Direcção Regional de Florestas, da Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, do Governo Regional da Madeira.

O Jardim Botânico da Madeira tem a seu cargo as seguintes competências:

• Impulsionar e desenvolver a investigação científica nos domínios da botânica, colaborando com as diversas entidades, nacionais e internacionais, que desenvolvam funções semelhantes; • Incentivar e divulgar a pesquisa da flora da Região;• Promover trabalhos de selecção, multiplicação e distribuição de plantas com interesse científico, ornamental ou económico;• Proceder a trocas com outros jardins e institutos botânicos de sementes e propágulos naturalizadas, cultivadas ou indígenas da Região, bem como de material herborizado;• Assegurar a manutenção do herbário; • Promover, realizar e participar em todo o tipo de estudos e experimentações científicas nos domínios da floricultura e silvicultura;• Proceder à introdução e aclimatização de plantas; • Desenvolver trabalhos de controlo e erradicação, quando necessário, de espécies florísticas que apresentem características invasoras; • Fomentar a introdução e a recuperação de espécies de plantas endémicas consideradas raras ou em vias de extinção; • Promover o inventário e proceder à classificação de árvores ou plantas de interesse científico, bem como assegurar a sua permanência e conservação;• Realizar a manutenção de espaços verdes sob a sua jurisdição; • Promover a formação profissional de pessoal técnico e auxiliar de jardinagem.

Direcção Regional das PescasA Direcção Regional das Pescas tem como competências executar a política definida pelo Governo Regional para o sector das pescas e assegurar, de acordo com as orientações superiormente estabelecidas, a sua dinamização e modernização.

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Esta Direcção compreende quatro direcções de serviços:

Direcção dos Serviços de Desenvolvimento e Administração das Pescas (DSDAP):

• Elaboração de estudos técnico-económicos;• Propor políticas de investimentos;• Emitir pareceres técnico-económicos;• Coordenar acções de formação profissional;• Dar continuidade ao processo de informatização de todos os serviços desta Direcção Regional.

Direcção de Serviços de Investigação das Pescas (DSIP):

• Propor a definição de política de investimentos e a elaboração de planos e programas de desenvolvimento do sector;• Emitir pareceres técnico-económicos sobre propostas e projectos sobre unidades de produção do sector;• Assegurar o cumprimento das normas de protecção, conservação e gestão dos recursos marinhos;• Promover e realizar formação profissional no sector;• Proceder à fiscalização do cumprimento das normas regulamentadoras da actividade da pesca e da actividade de culturas marinhas;• Manter ligação com organismos nacionais e comunitários competentes em matéria de aplicação das regras da organização comum de mercados dos produtos da pesca.

Direcção de Serviços de Recepção de Pescado (DSRP)

• Controlar todas as operações ligadas à primeira venda de pescado fresco, que abrange todo o processo que vai desde a verificação do peso e do valor a atribuir a cada lote de peixe;• Proceder ao registo e cobrança das contribuições de acordo com a legislação em vigor. Esta Direcção administra todos os onze portos distribuídos pela ilha.

Direcção de Serviços de Entrepostos Frigoríficos (DSEF)

• Administrar todas as instalações frigoríficas pertencentes a esta Direcção Regional.

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Câmara Municipal do Funchal

Estação de Biologia MarinhaA Estação de Biologia Marinha destina-se ao desenvolvimento das ciências e tecnologias do mar, complementando as actividades já desenvolvidas no âmbito do Departamento de Ciência da Câmara Municipal do Funchal (Museu Municipal do Funchal - História Natural) e como reforço das potencialidades da Universidade da Madeira. Esta Estação foi oficialmente inaugurada em 28 de Setembro de 1999.

A Estação de Biologia Marinha do Funchal ocupa um edifício de 5 pisos, com uma área bruta de 392 m2 e que equivale a uma área (bruta) total construída de 1960 m2.

A referida Estação tem como equipamentos de trabalho vários laboratórios divididos pelos pisos, cada qual com uma funcionalidade; um centro de documentação e informação; sala de computadores; várias câmaras (escura, refrigeração, congelação), oficina de mecânica e electrotecnia, alojamentos para os visitantes, devidamente bem equipados; instalações sanitárias, entre outros.

A Estação de Biologia Marinha do Funchal abre as portas ao público uma vez por mês. No chamado dia aberto, os alunos e público em geral podem visitar a Estação e observar de perto o trabalho dos vários investigadores.

Museu Municipal do FunchalO Museu Municipal do Funchal (MMF) foi fundado pela Câmara Municipal do Funchal em 1929, tendo para o efeito a Câmara adquirido o Palácio de S. Pedro, um dos mais nobres e belos edifícios dos finais do séc. XVII existentes na cidade. Inicialmente foi criado, como Museu Regional, onde exponha temas da História Natural, Etnografia e Arqueologia. Com o tempo, foi-se especializando em pormenor na História Natural, sendo actualmente o seu âmbito exclusivo.

O MMF desenvolve diversas actividades, nomeadamente científicas, ilustrações científicas, actividades didácticas, actividades exteriores ao MMF, entre outras.

Actividades Científicas:

• Projectos de investigação de curta e longa duração;• Inventário da fauna marinha do Arquipélago (catálogos dos Peixes, Crustáceos e Moluscos Marinhos da Madeira);• Colecções exemplares (cerca de 30.000) quer da fauna e flora terrestres e marinhas, quer da geologia e paleontologia do Arquipélago.

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Ilustrações Científicas:

• Reproduz por meio de métodos artísticos a natureza, aliando sempre o rigor científico à própria estética da representação do objecto desenhado.

Actividades Didácticas:

• Promover a divulgação da informação resultante das actividades de investigação desenvolvidas no Museu junto população madeirense;• As actividades didácticas do Museu Municipal do Funchal abrangem todos os níveis e tipos de escolaridade e caracterizam-se genericamente pelos seguintes tipos:- Visitas de estudo- Apoio directo a alunos

Outras Actividades:

• Cursos de formação pós-licenciatura na área da Biologia, em colaboração com a Associação Portuguesa de Biólogos, nomeadamente um Curso de Análise Multivariada Aplicada à Biologia e um Curso de Ilustração Científica;• Foi organizado o Primeiro Simpósio Fauna e Flora das Ilhas Atlânticas, que teve a participação de três centenas de investigadores nacionais e estrangeiros (15 países).• Publicação das actas num suplemento do BOLETIM DO MUSEU MUNICIPAL DO FUNCHAL (História Natural).

Parque Ecológico do FunchalO Parque Ecológico do Funchal tem uma área total de cerca de 1.000 ha (10 Km2). As terras mais altas localizam-se nas proximidades do Pico do Areeiro, a 1.800 metros de altitude, estendendo-se até a confluência do Córrego do Pisão com a Ribeira de Santa Luzia, apenas 520 metros acima do nível do mar.

A alternância dos cursos de água muito encaixados com as cristas de basalto dos interflúvios, associada aos 1200 metros de desnível entre os extremos norte e sul, determinam a existência de microclimas e o aparecimento de uma flora bastante variada.

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Fonte: CMF (Câmara Municipal do Funchal)

O Parque Ecológico do Funchal tem dentro dos seus limites, cinco casas de apoio. Duas delas foram restauradas, com o propósito de acolher voluntários nas actividades do Parque:

• Casa do Barreiro• Casa do Areeiro

O Parque Ecológico do Funchal tem como objectivos:

Conservar o Património Natural

• Realizar trabalhos de limpeza nas áreas invadidas por eucaliptos e acácias;• Reflorestar as montanhas sobranceiras ao Funchal com espécies indígenas da floresta autóctone;• Retirar todas as ovelhas e cabras que viviam em pastoreio livre, no sentido de conservar e permitir a expansão das associações vegetais indígenas;• Ao longo da vertente sobre a Ribeira de Santa Luzia está a decorrer um trabalho de desratização com o principal objectivo de proteger as colónias de Patarragos-Puffinus puffinus.

Desenvolver acções de Educação Ambiental

• Enquadrar os alunos das escolas de todos os concelhos da Madeira, bem como de alguns países em actividades educativas, como limpeza de matas e ramagens secas de forma a evitar os incêndios, plantação de espécies indígenas nas áreas do Pico Alto e da Casa do Barreiro, manutenção do viveiro e percursos de descoberta da natureza.

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Oferecer um espaço para o recreio e lazer da população do Funchal e seus visitantes

• Actividades recreativas ao ar livre para o público em geral, tendo sido melhoradas as infraestruturas de apoio e aumentado o número de lareiras.

Câmara Municipal de Machico

Museu da BaleiaO Museu da Baleia localiza-se na vila do Caniçal e este narra toda a a história da caça à baleia e da indústria de extracção do óleo e produção de farinhas de baleia no arquipélago da Madeira. A exposição é feita através de uma colecção de fotografias, de um vídeo com imagens da época, da exposição de artefactos e arpões utilizados na caça à baleia.

Fonte: CMM (Câmara Municipal de Machico).

Os aspectos da biologia e da protecção das baleias e golfinhos são abordados na exposição contribuindo para a sensibilização de todos para a necessidade de preservar estes animais espantosos.

Fonte: CMM (Câmara Municipal de Machico).

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Objectivos do Museu da Baleia:

• Expandir o conhecimento e fomentar a conservação dos cetáceos no Arquipélago da Madeira através do “Projecto para a Conservação dos Cetáceos no arquipélago da Madeira”.• Preservar a História da actividade baleeira no arquipélago da Madeira, através de um conjunto de depoimentos, documentos e peças ligados à caça à baleia na Madeira;• Construção do novo edifício para o Museu da Baleia, previsto para o próximo ano, que permitirá a esta Instituição oferecer aos seus visitantes um serviço de maior qualidade e mais diversificado, designadamente, uma melhor exposição permanente, mais completa e interactiva e exposições temporárias várias.

Fonte: CMM (Câmara Municipal de Machico).

Universidade da Madeira (UMa)O Departamento de Biologia da Universidade da Madeira constitui uma estrutura de ensino e de investigação fundamental e aplicada, tendo por objectivos:

• O desenvolvimento tecnológico; • A prestação de serviços à comunidade;• A efectivação de actividade de extensão universitária, nos domínios que lhe são próprios.

O Departamento está organizado em cinco secções:

• Biologia Funcional;• Biologia Marinha e Oceanografia;• Bioquímica e Biotecnologia;• Citogenética e Biologia Molecular;•Ecologia e Entomologia.

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O Departamento de Biologia é o detentor da investigação do Centro de Estudos da Macaronésia e do Laboratório de Genética Humana.

Este Departamento tem o apoio de cinco Laboratórios de Investigação para o desenvolvimento das suas pesquisas:

• Laboratório de Biologia Marinha e Oceanografia• Laboratório de Bioquímica e Biotecnologia• Laboratório de Ecologia e Sistemática• Laboratório de Filogenia e Biologia Molecular• Laboratório de Biologia Funcional

Centro de Ciências Biológicas e GeológicasO Centro de Ciências Biológicas e Geologias foi criado pela Universidade da Madeira em 1994 e assumiu uma nova designação em 2002, altura que passou a ser reconhecido como Centro de Estudos da Macaronésia – Ciências da Vida e da Terra (CEM).

Objectivos:

Investigação nas áreas das ciências da terra e da vida, dedicando-se ao estudo da Flora, Fauna e Geologia do Arquipélago da Madeira;

Estudo da biodiversidade, dos ecossistemas insulares terrestres e marinhos da Macaronésia;

Evolução do património biológico e da utilização biotecnológica dos recursos silvestres e agrícolas.

A equipa do CEM tem cerca de 54 membros com formação académica em Biologia, Bioquímica, Oceanografia, Biotecnologia ou Engenharia Química e está organizada em Unidades Mistas de Investigação (UMI’s).

O centro e a sua equipa estabelecem ligações com diversas instituições nacionais e internacionais e prestam serviços de consultadoria nas áreas de Biologia Molecular, aspectos do Ambiente e Biologia Marinha.

Associação Nacional de Conservação da Natureza (QUERCUS)A Associação Nacional de Conservação da Natureza, é uma Organização Não Governamental de Ambiente (ONGA), e foi criada em 1985.

O Núcleo Regional da Quercus na Madeira teve início no fim de 1994, pela iniciativa de um grupo de jovens universitários do curso de Biologia da Universidade da Madeira, os quais estavam sensibilizados para as questões de defesa e preservação do ambiente na Região.

Os assuntos de maior relevo discutidos pela Quercus no Arquipélago da Madeira relacionam-se com os resíduos, ordenamento do território, conservação da natureza e sensibilização ambiental.

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Acções:Resíduos

• Implementação da recolha selectiva em todos os concelhos da Região (matéria orgânica, papel, vidro e pilhas), por forma a que permita a redução do lixo para menos de metade;• Diminuição da quantidade de lixo produzido.

Ordenamento do Território

• Aprovação dos Planos Directores Municipais, dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira , da Reserva Agrícola e da Reserva Ecológica.

Conservação da Natureza

• Concretização de projectos no âmbito dos fogos florestais;• Divulgação do património da Laurissilva.

Sensibilização Ambiental

• Realização de diversas acções de sensibilização nas escolas;• Divulgação de documentos;• Realização de palestras;• Elaboração de exposições.

Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA)O grupo da SPEA nasceu na Madeira em 1998, através de um grupo de pessoas que pretendiam desenvolver a Ornitologia na Região.

Actualmente a SPEA tem cerca de 125 sócios na Madeira.

Os objectivos da SPEA - Madeira são:

• Promover e divulgar as aves selvagens que vivem no estado selvagem no Arquipélago. Para tal realiza um conjunto de actividades, nomeadamente: • Fomenta e coordena projectos de estudo e conservação de aves; • Organiza saídas de campo com o fim de transmitir conhecimentos sobre as aves da região; • Promove cursos e acções de formação ligadas à avifauna; • Realiza um levantamento das ameaças presentes para as populações de aves na RAM;

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• Divulga nos meios de comunicação social todas as notícias ou eventos relacionados com as aves de interesse público; • Promove um concurso de fotografia anual e exposições com o objectivo de divulgar as aves observadas na Região; • Colabora com o projecto “Novo Atlas das Aves Nidificantes em Portugal”; • Colabora na implementação da Rede IBAs (Zonas Importantes para Aves) na Região, monitorizando (através de vigilantes) e coordenando as áreas; • Organiza Workshops e colóquios, com o objectivo de divulgar trabalhos relacionados com a avifauna e reunir pessoas e investigadores interessados nesta temática; - Workshop Puffinus 2000 -Workshop Sítios Prioritários para a conservação da Natureza na RAM - IBA’s, ZPEs (Zona de Protecção Especiais) e Rede Natura 2000 - Apresentação da Campanha e brochura Rede Natura 2000 - Divulgação e venda das novas publicações: Guia das aves de Europa, Zonas Importantes para as Aves em Portugal, Anuário Ornitológico etc. • Mantém e disponibiliza uma biblioteca de artigos científicos e publicações de ordem variada, relacionada com a avifauna regional.

- Cosmos -

Associação Portuguesa de Defesa do Ambiente e de Qualidade de VidaAssociação regional de defesa do ambiente, fundada por um grupo de cidadãos preocupados com o futuro ambiental do Arquipélago da Madeira, e cujas acções se prendem sobretudo com a denúncia de situações que possam de algum modo fazer perigar os equilíbrios ecológicos e biológicos existentes na região. Esta associação possui um gabinete de atendimento na cidade do Funchal.

Denúncias de Situações Anómalas

Na participação ou conhecimento de qualquer situação que possa violar a legislação ambiental, essa deve ser imediatamente comunicada às autoridades competentes.

Para tal, existe um conjunto de entidades que se pode recorrer de acordo com a situação em questão.

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Entidades Regionais• Direcção Regional do Ambiente (DRAmb)

A DRAmb dispõe de um serviço telefónico gratuito, disponível 24 horas, de forma a prestar apoio à população, em diversas situações:

• Pedidos de informações/esclarecimentos• Protestos• Alertas/denúncias• Sugestões

Todas as questões relacionadas com poluição de água, odores incomodativos, resíduos, ruídos, litoral, poluição atmosférica, ribeiras, entre outros, podem ser comunicadas à DRAmb através da linha Ambiente 800 21 20 21 ou através do formulário existente no site da Secretaria Regional do Ambiente (www.sra.pt).

Todos as questões ambientais referidas anteriormente podem também ser comunicadas na Câmara Municipal do concelho em que decorrem.

• Câmara Municipal do FunchalLinha Ambiente: 291 230 821

• Câmara Municipal do Porto SantoLinha Verde: 800 200 030

• Câmara Municipal de Santa CruzDivisão Ambiente e Salubridade: 291 523 072/077

• Câmara Municipal de SantanaSecretaria: 291 570 200

• Câmara Municipal de MachicoGeral: 291 969 990

• Parque Natural da Madeira (PNM)

Todas as dúvidas, pedidos de esclarecimento ou comunicação de qualquer situação que seja da competência dos Serviços do Parque Natural da Madeira deve ser comunicado ao Centro de Informação da Conservação da natureza, por telefone para o número 291 795 155 / 291 794 258 ou por e-mail para: [email protected]

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Entidades Nacionais• Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional (MAOTDR)

O MAOTDR dispõe de uma linha SOS – Ambiente24, que funciona 24 horas por dia, através do número azul 808 200 520.

Entidades Internacionais

Comissão EuropeiaLinha EuropeDirect: 0080067891011(http://europa.eu.int/comm/environment/index_pt.htm) ou através do formulário existente no site (http://europedirect-cc.cec.eu.int/websubmit/?lang=pt)

Projectos de Protecção de Espécies Implementados na Região Autónoma da Madeira

Projectos Life - Natureza

Projecto Tartarugas Marinhas

O Projecto Tartarugas Marinhas foi financiado a 75% pelo Programa Comunitário Life – Natureza e decorreu da acção conjunta de diversas instituições:

• Universidade da Madeira (UM)• CITMA• Museu Municipal do Funchal – História Natural• Parque Natural da Madeira

O principal objectivo deste projecto é apoiar a conservação da Tartaruga Marinha Caretta caretta no Atlântico Norte.

As Tartarugas Marinhas no Atlântico Norte

A presença de Tartarugas Marinhas no nosso território é mais frequente nas águas do sul, onde são regularmente vistas no Algarve e abundantemente nas ilhas, nomeadamente na Madeira e nos Açores. São vistas cinco espécies de tartarugas em águas portuguesas, no entanto, não existem registos da sua reprodução nem em Portugal, nem noutros países europeus atlânticos.

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Nas ilhas atlânticas ocorrem quase exclusivamente tartarugas-bobas (Caretta caretta) juvenis que ainda não atingiram a idade reprodutora. Estas tartarugas nascem nas Caraíbas e costas dos Estados Unidos de onde se dirigem rapidamente para o alto mar, o chamado domínio pelágico, onde vivem associadas a algas flutuantes e outros objectos. A corrente prevalecente nessa área é a do Golfo que as leva em direcção aos Açores, não tendo de superar correntes contrárias. Da corrente do Golfo seguem para a corrente das Canárias, passando pela Madeira; uma vez nas águas das Canárias, são impelidas pela denominada Corrente Equatorial do Norte que as transporta passivamente para as águas maternas.

As tartarugas-bobas fazem esta viagem mais do que uma vez, já que levam 15 a 30 anos a atingir a maturidade sexual. Quando termina esse período juvenil ficam na área onde nasceram, alimentando-se perto das costas americanas e reproduzindo-se cada dois a três anos.

Como já foi anteriormente referido, a tartaruga mais comum nas águas portuguesas é a tartaruga-boba, no entanto, é possível aparecerem outras espécies. Para a identificação destas, foi determinado neste projecto a seguinte chave:

• Avistamentos, • Arrojamentos e capturas acidentais deveriam ser comunicados ao autor, com data, localidade, espécie, estado da tartaruga e outra informação relevante;• Medição do comprimento da carapaça em milímetros, que se mede com uma simples fita métrica, seguindo a curvatura da carapaça no seu ponto mais comprido desde a nuca até à ponta mais distante da margem posterior.

É importante referir que todas as tartarugas marinhas têm de ser libertadas, imediatamente, no seu ambiente natural ou entregue às autoridades competentes, estando protegidas por lei pelo que o não cumprimento da lei sugere aplicação de coima.

Fonte: Projecto Tartarugas Marinhas

Protecção das Tartarugas Marinhas

As 8 espécies de tartarugas marinhas existentes no mundo encontram-se protegidas legalmente pelos convénios de Bona e Berna e do tratado CITES. A lei é clara quando refere que a captura destes animais é proibida, tal como a manutenção em cativeiro e a comercialização dos próprios animais ou parte deles.

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As tartarugas marinhas tiveram muitas utilidades por parte do homem, como fonte alimentar, ornamentação e couro. Por estas razões, é um animal valioso e muito cobiçado. A sua captura é fácil, quando esta se dirige à terra para depositar os ovos. No entanto, o resultado desta exploração é a extinção quase total das gerações seguintes. O problema agrava-se devido ao longo tempo de maturação destes animais; só 20 a 30 anos mais tarde é que se irá notar um declínio no número de tartarugas que nidificam numa dada praia.

A comunidade internacional reconheceu o problema e incluiu estas espécies na legislação internacional desde há bastantes anos.

Por um lado, luta-se nas praias de nidificação contra a acção predatória dos humanos, por outro recolhem-se ovos dos seus ninhos naturais e incubam-se de forma semi-artificial. Os recém eclosionados podem ser soltos imediatamente ou mantidos até um ano de idade.

Mas estas acções não são suficientes para que se consiga assegurar a continuidade da espécie. É imprescindível que se façam estudos de conservação.

Nos Estados Unidos o Dr. Crouse e seus colaboradores tentaram determinar a fase da vida das tartarugas-bobas em que é mais sensível o efeito de conservação, ou seja, determinaram o grupo etário mais carente de defesa para que a população voltasse rapidamente a aumentar.

Contrariamente ao que se esperava, os ovos não representam a fase mais vulnerável de vida, nem sequer os recém-eclosionados. São os juvenis, o mesmo grupo de idades que frequentam as nossas ilhas, de forma que salvar um juvenil na Madeira ou nos Açores equivale a preservar algumas centenas ou milhares de ovos ou neonatos, dado que estes últimos, por razões naturais, já sofrem uma elevada mortalidade. Daí resulta que, Portugal tem um contributo importante a dar na conservação internacional, mesmo sem ter populações nidificantes de tartarugas marinhas.

Fonte: Projecto Tartarugas marinhas

Leis internacionais, vigentes em Portugal, que protegem as tartarugas marinham:

• Convenção Relativa à Conservação da Vida Selvagem e dos Habitats Naturais da Europa. (Convenção de Berna)• Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES)• Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Selvagens (Convenção de Bona)• Convenção para a Protecção do Mar Mediterrâneo contra a Poluição

Legislação que protege as tartarugas marinhas a nível da Região Autónoma da Madeira:

• Decreto Legislativo Regional nº 18/85/M, de 7 de Setembro

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Projecto Freira da MadeiraO Parque Natural da Madeira está a desenvolver desde Abril de 2001 um projecto co-financiado pelo programa-LIFE - Natureza que termina em Abril de 2005 e intitula-se: “Conservação da Freira da Madeira através da recuperação do seu habitat.”

A floresta Laurissilva e o Maciço Montanhoso Oriental da Ilha da Madeira constituem dois dos mais importantes habitats terrestres da Macaronésia e apresentam uma alta proporção de endemismos. Nestes habitats, reconhecidos a nível europeu como Zonas de Protecção Especial (ZPE) e integradas na Rede Natura 2000, podemos encontrar um número elevado de animais e plantas únicos, dos quais muitos têm estatuto de conservação desfavorável.

Fonte: PNM

O objectivo deste projecto é recuperar todo o ecossistema e proporcionar todas as condições para que atinja um estado clímax. Este objectivo aplica-se especialmente à Freira da Madeira (Pterodroma madeira) uma espécie de ave prioritária que nidifica na área.

O projecto tem a duração de 4 anos (Abril de 2001 a Abril de 2005), ao fim dos quais se esperam os seguintes resultados:

• Recuperação da vegetação de altitude;• Aumento da população da Freira da Madeira (Pterodroma madeira);• Existência de uma participação activa da população na preservação da área, permitindo através do seu uso um reforço para a consciencialização da importância da sua conservação;• Implementação duma gestão eficiente da área.

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Fonte: PNM

Para que se possam atingir os resultados acima propostos foram tomadas diversas medidas em relação a cada um deles.

- Relativamente à recuperação da vegetação de altitude:

• Adquirir o Montado do Areeiro;• Remover e manter toda a área do projecto livre do gado doméstico;• Avaliar (após retirada do gado) o crescimento da população dos coelhos de modo que não coloque em causa a recuperação da vegetação;• Minimizar o impacto dos visitantes no coberto vegetal;• Estabelecer uma linha base de monitorização que permita avaliar a reacção da vegetação relativamente às medidas de acção tomadas (incluindo as espécies vegetais endémicas);• Estabelecer uma linha base para monitorizar a resposta de diferentes grupos da fauna (nomeadamente aves e insectos) às medidas de acção tomadas.

- Relativamente ao aumento da população da Freira da Madeira (Pterodroma madeira):

• Minimizar o efeito dos ratos e gatos em relação à Freira da Madeira;• Assegurar que a ameaça dos coleccionadores de ovos e peles é minimizada;• Amplificar o conhecimento sobre a dinâmica e o impacto de plantas exóticas no ecossistema de altitude e estabelecer métodos de controle;• Amplificar o nível de conhecimentos sobre a Freira da Madeira que permitam melhorar futuras acções de conservação na área;• Remover Cytisus scoparius dos locais existentes e potenciais locais de nidificação desta ave evitando o seu previsível impacto negativo;

- Relativamente ao apoio do público na conservação da área:

• Aumentar o apoio institucional e do público para a conservação da zona designada;• Desenvolver um programa de actividades para os visitantes de forma a instruí-

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los para a conservação do ecossistema.

- Relativamente à gestão eficiente da área:

• Aumentar a vigilância;• Avaliar os aspectos mais importantes (positivos e negativos) da zona;• Desenvolver e implementar um plano de gestão.

Projecto Moluscos Terrestres do Porto Santo e Ilhéus AdjacentesNo Arquipélago da Madeira, o Porto Santo é considerado um dos expoentes em termos da diversidade e da abundância de caracóis terrestres.

A insolação, a área reduzida, associada a circunstâncias topográficas e geológicas distintas, em comparação com o que acontece na Madeira, explicam a grande diversidade e o elevado número de endemismos nesta ilha.

Através de um projecto Life-Natureza, durante um período de três anos, a fauna constituída por moluscos nos ilhéus adjacentes ao Porto Santo, assim como a montanha do Pico Branco, foram estudados.

Os objectivos deste projecto foram:

• A realização de um inventário das espécies que habitam naqueles locais e que são propostas para integrarem nas áreas protegidas da Rede Natura 2000;• Determinar o status de conservação, com o fim de elaborar uma proposta para controlar e monitorizar os habitats e as espécies a longo prazo.

Projecto do Lobo MarinhoA Foca-monge do Mediterrâneo ou Lobo-marinho (Monachus monachus), é a foca mais rara do mundo e uma das espécies mais ameaçadas de extinção. No mundo não existem mais de 500 animais e na Madeira existe um pequeno núcleo de Lobos-marinhos na Ponta de São Lourenço e reside nas Ilhas Desertas uma colónia com cerca de 23 indivíduos. Esta colónia, encontra-se em recuperação, verificando-se um aumento do número de nascimentos que ocorrem por ano, de 1 para 3. Verifica-se também que os animais estão a readquirir segurança nos habitats. Esta constatação é comprovada pela observação, durante os últimos anos, de lobos marinhos em praias abertas, o que não acontecia há mais de 30 anos nas Ilhas Desertas.

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Fonte: PNM

O projecto para a protecção e estudo do Lobo-marinho e do seu habitat nas Ilhas Desertas teve início em 1988, por parte do Serviço do Parque Natural da Madeira e veio a ser reforçado com a protecção legal das Ilhas Desertas.

A protecção do Lobo-marinho e do seu habitat é assegurada pelos vigilantes da natureza, que para isso realizam patrulhamentos de bote ao longo das ilhas.

O método de monitorização e estudo do lobo-marinho baseia-se na observação directa dos animais sem interferência nas suas actividades, evitando ao máximo a sua perturbação. Este trabalho é realizado a partir de postos de observação localizados ao longo das ilhas.

Em 1997 foi construída uma Unidade de Reabilitação para lobos-marinhos, nas Ilhas Desertas, para recuperar eventuais animais debilitados.

Desde o início do projecto até aos dias de hoje, a salvaguarda do Lobo-marinho nas Ilhas Desertas baseia-se na protecção da espécie in loco, na sua monitorização, no estudo e na aposta da educação ambiental.

Projecto dos Cetáceos do Arquipélago da MadeiraAs águas que envolvem o Arquipélago da Madeira são frequentadas por diversas espécies de baleias e golfinhos. As baleias passam nestas águas na Primavera e Outono, durante as migrações para Norte e Sul. Os golfinhos podem ser observados nas nossas águas durante toda a época do ano. Alguns estudos preliminares indicam existir uma população residente de roazes corvineiros (os golfinhos habitualmente observados nos delfinários), que vivem nas águas ao redor da Madeira, Desertas e Porto Santo. Outras espécies, como o golfinho comum, o golfinho malhado ou o golfinho riscado são migradoras, tendo alturas do ano em que são mais abundantes e outras alturas em que parecem não estar presentes nestas águas.

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Fonte: Museu da Baleia

O objectivo do projecto é a conservação das populações de cetáceos no mar do Arquipélago da Madeira, incluindo o mar aberto e o mar costeiro onde reservas marinhas e costeiras, como as Ilhas Desertas e as Selvagens, foram propostas como Habitats da Rede Natura 2000.

Protecção Legal As baleias e os golfinhos estão protegidos legalmente na Região Autónoma da Madeira através do Decreto Legislativo Regional Nº6/86/M e de Convenções Internacionais às quais o Estado Português aderiu.

Apesar da grande importância das medidas legislativas para a conservação deste grupo de animais, só por si estas medidas não são suficientes. É necessário um programa de monitorização, que possibilite a identificação das ameaças resultantes das actividades humanas às populações de cetáceos, seguido de medidas de gestão que permitam minimizar ou eliminar essas ameaças.

Actualmente, é fácil numerar diversas situações que afectam estas espécies, entre as quais se destacam:

O tráfego marítimo costeiro relativamente intenso na costa sul da Madeira (embarcações de recreio, marítimo turísticas, de pesca desportiva, de pesca comercial e navios comerciais);

Uma actividade de observação de baleias e golfinhos (“Whale-watching” e “dolphin-watching”) embrionária, mas em desenvolvimento, não regulamentada, realizada actualmente numa base mais ou menos oportunista por operadores pouco preparados;

Outras actividades humanas (pesca à bomba, poluição das águas, entre outras).

Todas estas actividades resultam na morte acidental destes animais e alterações de comportamento ou abandono das áreas tradicionalmente utilizadas.

Devido à necessidade urgente de ultrapassar estes problemas, foram estabelecidos objectivos específicos para o projecto:

• Determinar o estatuto de conservação do roaz corvineiro (Tursiops truncatus), do golfinho malhado (Stenella frontalis) e da boca de panela (Globicephala macrorhynchus) nas águas do Arquipélago da Madeira;

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• Obter informações das diversas espécies de cetáceos presentes na Zona Económica Exclusiva da Madeira (ZEE Madeira), designadamente, a sua abundância relativa e distribuição; em relação às espécies migradoras, determinar a época do ano em que estão presentes em águas madeirenses;• Propor medidas de conservação ao Governo Regional da Madeira, com base nas informações obtidas;• Quantificar o impacto das actividades de observação de baleias e golfinhos, desenvolvidas pelas embarcações marítimo-turísticas e de pesca desportiva, nas populações de cetáceos e propor medidas para reduzir esse impacto;• Sensibilizar a população madeirense e os turistas para a conservação dos cetáceos.

Projecto de Recuperação de Espécies e Habitats Prioritários da MadeiraEste projecto teve como área de intervenção a Floresta Laurissilva da Madeira. A iniciativa partiu de uma entidade pública, nomeadamente, do Parque Natural da Madeira (PNM).

Este projecto teve início em 1998 e terminou em 2000. A necessidade da implementação deste projecto foi para:

Minimizar os estragos causados pelo Pombo-Trocaz nos campos agrícolas;

Avaliar o actual estado de conservação do Pombo-Trocaz através do censo da população.

Metodologias utilizadas

Implementação de espanta-pássaros a gás distribuídos em regime de rotatividade por toda a ilha da Madeira;

Disponibilização por parte do PNM de cerca de 12.000 m2 de rede de cobertura a cerca de 100 agricultores.

Resultados

Verificou-se que a utilização dos espanta-pássaros a gás e das redes de cobertura, mostraram que são eficazes para diminuir o impacto do Pombo-Trocaz nos campos agrícolas. O principal problema deste método revelou ser a falta de colaboração dos agricultores, por estes considerarem despropositado qualquer esforço de conservação de aves que, segundo a sua óptica, são nefastas para a agricultura.

Os resultados do censo da população mostram que a população de Pombos-Trocazes decresceu, muito provavelmente devido a factores naturais. No entanto, a espécie mantém um estatuto de conservação favorável, o qual é dependente da continuação da gestão actual.

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A demonstração de eficácia destes métodos deverá conduzir a que no futuro os agricultores tenham a iniciativa de os usar. Assim, será conseguida a conciliação entre a conservação do Pombo-Trocaz e a actividade agrícola.

Projecto de Recuperação da Floresta Laurissilva nas FundurasA implementação do projecto de recuperação da floresta das Funduras está incluído no projecto LIFE, tendo por isso sido comparticipado pela União Europeia em 75 por cento.

Os objectivos do projecto foram:

• Acelerar a reconstituição da floresta Laurissilva em cerca de 125 hectares com forte presença de espécies exóticas, para além de, em cerca de 67 hectares, visar a fomentação da biodiversidade através do reforço de espécies indígenas ou raras de floresta indígena em expansão. Refira-se que a zona florestal das Funduras está integrada no perímetro florestal do Poiso numa área de 340 hectares, dos quais 192 fazem parte do projecto LIFE. • Melhorar a gestão e controlo do ecossistema local, no que respeita a situações de exploração de espécies indígenas;• Divulgar o património existente e sensibilizar para a importância da sua conservação.A Câmara Municipal de Machico e o Parque Natural da Madeira colaboraram com este projecto.

Projecto para a Recuperação do Habitat Terrestre da Deserta GrandeO projecto para a recuperação do habitat terrestre da Deserta Grande desenrolou-se entre 1 de Janeiro de 1996 e 28 de Fevereiro de 1998. Estas acções consistiram em traços gerais, na aplicação de metodologia específica para a erradicação dos mamíferos terrestres da Deserta Grande, com o objectivo de recuperar o habitat terrestre da ilha.

Os objectivos gerais deste projecto foram:

• Controlo da erosão do solo na ilha da Deserta Grande e restauro da diversidade florística da ilha, com consequente aumento e melhoramento da biodiversidade;• Aprofundamento de conhecimentos técnico-científicos relativos ao restauro de ecossistemas insulares, para aplicações futuras da metodologia noutras ilhas do Arquipélago.

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Os objectivos específicos do projecto foram:

• Remoção das cabras e gatos de origem doméstica, em estado asselvajado, recorrendo ao seu abate a tiro;• Eliminação dos coelhos e ratos na época estival recorrendo ao granulado comercial Talon 20P (este produto tem-se revelado inócuo para o ambiente e possui propriedades de fotodegradação);• Controlo da erosão através da regeneração do coberto vegetal na ilha da Deserta Grande;• Restabelecimento da flora endémica e indígena;• Aumento e melhoramento da biodiversidade existente na ilha;• Aumento das áreas potenciais de nidificação de espécies de aves importantes, como é o caso da Freira do Bugio (Pterodroma feae);• Sensibilização e informação do público do Arquipélago da Madeira para a problemática das espécies introduzidas em ecossistemas insulares.

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MÓDULO 3 ECO-REGRAS PARA O CONTACTO COM A NATUREZA

Quem se propõe penetrar no seio da natureza acalenta, com certeza, o desejo de que esta se encontre no seu estado natural. Para tal, respeitemos para sermos respeitados. Temos que ter em atenção determinadas regras para que haja uma simbiose perfeita entre a passagem do homem e a natureza que, no mesmo sítio, é admirada por milhares de caminhantes. É essa consciência que devemos cultivar para que, com o intuito conservador, possamos contribuir para um planeta mais verde e saudável.

Condições básicas a ter em atenção pelos caminhantes:• Cuidado com o fogo! Não faça fogueiras fora dos locais preparados e autorizados para esse fim;• Nunca abandone um fogo sem que as brasas estejam extintas e as cinzas dispersas; • Respeite as normas em vigor nas Áreas Protegidas;• Não degrade a vegetação, nem mesmo para colher uma flor;• Não danifique os afloramentos, as pedras são testemunhos da história da Terra;• Os grupos numerosos são de evitar, porque os impactes ambientais causados não se justificam;• Acampe somente nos locais indicados para esse fim;• Siga sempre que possível pelos caminhos e trilhos, evitando o corta-mato, pois este incrementa a erosão e destrói o coberto vegetal. Ao evitar o corta-mato evita também correr riscos desnecessários; • Pense nos outros e na serenidade da natureza. Não é o único a frequentar os caminhos. Evite fazer ruídos desnecessários, gritar ou falar em voz alta. Desligue o telemóvel ou outro equipamento que possa perturbar a serenidade do passeio;• Aprenda a conhecer, respeitar e preservar a fauna e a flora. Sempre que possível leve um guia da fauna e flora; • Não deixe vestígios da sua passagem. Guarde o lixo, não o deixe pelo caminho. Quando chegar ao destino deposite-o num ecoponto;• Respeite a propriedade privada. Ao atravessar terrenos agrícolas ou povoações não danifique as culturas e plantações. Respeite os costumes, tradições e bens;• As cancelas e portões devem ficar como os encontrou (fechados ou abertos);• Não perturbe ou assuste o gado e animais domésticos;• Tenha em atenção que os cães, quando soltos, podem provocar danos ou tornar-se vítimas de acidentes. Não leve animais para o passeio;

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• Não beba água dos riachos e levadas, pois a sua limpeza aparente não significa que seja potável;• Tenha especial cuidado na época de caça. Alguns itinerários podem ser perigosos;• Informe-se acerca dos regulamentos de acesso às reservas naturais, parques naturais e paisagens protegidas.

O PlaneamentoOs espaços de ar livre são cada vez mais visitados por pessoas à procura do contacto com a natureza, nomeadamente através de actividades desportivas e de recreio. São espaços onde se praticam diversas modalidades, em terrenos por vezes instáveis, que podem apresentar fortes declives ou altitude elevada. Os fenómenos meteorológicos podem evoluir rapidamente e, por vezes, com violência. O desconhecimento das possíveis implicações de todos estes factores pode trazer graves consequências para as pessoas desprevenidas.

Da crescente procura dos espaços verdes nasce um sentimento enganador de segurança, mas estes nem sempre são locais de lazer organizado e a sua beleza não deve deixar esquecer os princípios fundamentais de segurança.

A nossa segurança e a dos outros depende de comportamentos baseados, fundamentalmente, na informação, preparação e prudência.

Na maior parte das vezes, os passeios pedestres não exigem grande aprendizagem nem técnicas especiais, podendo ser praticados por pessoas de várias idades. Contudo, alguns percursos requerem maior preparação e experiência.

A prevenção de acidentes começa ainda antes de sair de casa. Consulte documentação escrita, nomeadamente guias e cartografia. A preparação prévia pode evitar que se perca ou, ainda, ser-lhe útil em caso de acidente. Peça informações acerca das condições locais junto dos organismos competentes da região a visitar (ex: turismo, centros de interpretação, Direcção Regional do Ambiente, Direcção Regional de Florestas, Parque Natural da Madeira e Parque Ecológico do Funchal).

Devemos escolher as modalidades e percursos mais adequados à nossa condição física e saúde. Não sobrevalorizemos as nossas próprias forças. Cada um deverá ter noção das suas capacidades técnicas e preparação física. Nunca nos esqueçamos que “há ir e há voltar”. Antes de alcançar o objectivo pretendido, há que pensar em guardar energias para o regresso. Cansaço e falta de atenção podem dar origem a acidentes. De preferência, devemos ir sempre acompanhados de pessoas com mais experiência e conhecedoras dos percursos.

Devemos evitar realizar os passeios ou caminhadas sozinhos, três elementos são o número mínimo recomendado. Antes de partirmos é conveniente comunicar a alguém o percurso e a hora prevista de chegada, e claro não esquecer de avisar quando regressarmos. Tentar cumprir os horários previstos e não nos afastarmos do itinerário delineado é fundamental. Na montanha pode escurecer rapidamente e os pontos aparentemente próximos estão a maior distância.

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O EquipamentoPara que nada falte e para que nada vá a mais, é sempre bom fazer uma lista dos diversos equipamentos e materiais adequados ao tipo e duração de actividade que vamos praticar, do itinerário e época do ano, pois, desta forma, prevenimos os acidentes. Certifiquemo-nos de que sabemos usar correctamente os equipamentos que vamos levar.

Quanto ao vestuário, devemos estar preparados para possíveis oscilações de temperatura, chuva e, em alguns casos, neve. Evitemos as situações de hipotermia e de insolação. Na montanha, as condições atmosféricas podem mudar bruscamente. O calçado é uma peça de primordial importância. Utilize, de preferência, botas de montanha ou outro calçado apropriado com sola de borracha rugosa, para aderir bem ao solo. Não devemos utilizar botas novas para uma caminhada longa. As meias deverão ser de algodão ou outro material que permita a absorção da transpiração e proteja a pele. Se vamos andar em trilhos com muita vegetação, as calças são preferíveis aos calções. Evite levar fios e pulseiras ornamentais nos percursos com vegetação para que não se prendam e sejam motivo de acidentes.

Os alimentos devem ser energéticos e pouco pesados. A água nunca deverá faltar e não esqueçamos que pode dar-se o caso de não conseguirmos reabastecê-la pelo caminho. A mochila é essencial para transportar os alimentos, água e agasalhos. Para a inevitável produção de lixo, devemos levar um saco para guardá-lo. Não esquecer do chapéu e óculos de sol, protector solar, roupa quente ou impermeável, cartas e guias. Também devemos incluir um apito (para sinal de socorro) e estojo de primeiros socorros, lanterna (com pilhas de reserva) e telemóvel. Uns binóculos, máquina fotográfica, rolo e pilhas, permitir-nos-ão desfrutar ainda mais do nosso passeio e permitir registá-lo para mais tarde recordar.

Nalguns percursos, como os percursos sem sinalização e, sobretudo, naqueles que não conhecemos ou de difícil orientação é conveniente a utilização de equipamentos básicos de orientação – como bússola, cartas, mapas e GPS. Evitemos aventuras por caminhos perigosos e muito cuidado e atenção com os declives, buracos e precipícios que podem estar encobertos por vegetação ou neve. Se necessário, não hesitemos em recorrer aos serviços de um profissional para nos aconselhar e guiar, principalmente em percursos que comportem maior risco e até para a escolha adequada dos equipamentos a levar.

A meteorologiaO caminhante prevenido conhece sempre as previsões meteorológicas. Elas ajudam-nos na escolha do trajecto e equipamentos. Todavia, trata-se de previsões e não de certezas, pelo que devemos ir preparados para a possibilidade de mudanças imprevisíveis.

Regresse imediatamente, de preferência por caminhos ou trilhos marcados, se sentir algum tipo de dificuldade, nomeadamente:

• Em caso de ferimento, doença súbita ou má disposição; • Se se aperceber de que vai escurecer antes de terminar a caminhada; • Se as condições atmosféricas ameaçam agravar-se (ex: chuvas intensas, ventos fortes);

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• Quando há obstáculos ou interrupção de percurso (ex: derrocada).Em caso de trovoada, não permaneça debaixo de uma árvore alta e isolada. A maior parte das vítimas das trovoadas são atingidas quando procuram abrigo debaixo de uma árvore. Verifique que não se encontra à maior altitude na área envolvente. Desça até ao ponto mais baixo possível e afaste-se de objectos altos e vulneráveis. Se o raio atinge qualquer um desses objectos, pode apanhar o choque da descarga eléctrica através do solo.

Os acidentesNuma situação de acidente, faça por agir de forma racional e tente manter a serenidade. Um acidente não deve provocar outro.

Proteger, prevendo tudo o que possa agravar o acidente, balizando, resguardando e protegendo o acidentado. Afaste o perigo da vítima ou afaste a vítima do perigo, mas sem se colocar a si em risco.

Alertar, ligando de imediato para o 112. Na sua impossibilidade, pense no local mais próximo para dar aviso e como lá chegar.

Socorrer, recolhendo o máximo de informação que puder. Examine o acidentado, nomeadamente, a respiração, feridas e estado de consciência. Preste assistência, mas lembre-se de que os primeiros socorros mal prestados podem agravar lesões já existentes ou provocar outras.

Se tiver que deixar o acidentado sozinho, deve tomar as seguintes precauções:

• Colocá-lo a salvo de perigos e de maneira a que não possa soltar-se (ex: resvalar por um precipício); • Com os primeiros socorros possíveis; • Deixar ao seu alcance roupa e provisões.

Tenha em atenção que o seu papel deve consistir em colocar o ferido em segurança e saber dar o alerta (Onde? Quando? e Como?). A fim de facilitar a assistência, tente recolher dados que dêem resposta às seguintes questões:

• O que aconteceu? Quantos feridos e gravidade das lesões? • Como, quando e onde ocorreu o acidente? • Quantas pessoas estão no local e aptas a prestar ajuda, e de que meios dispõem? • Condições do tempo? • Condições de acesso?

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MÓDULO 4 ESPAÇOS NATURAIS

Rede Natura 2000

Em 1992, os Estados Membros da União aprovaram unanimemente a Directiva Habitats (92/43/CEE ver anexo A1), promovendo assim a protecção do património natural da Comunidade Europeia. Esta Directiva complementa a Directiva Aves (79/409/CEE ver anexo A2), que promove a conservação das aves desde 1979.

Directiva “Habitats”Esta Directiva tem como principal objectivo contribuir para assegurar a Biodiversidade através da conservação dos habitats naturais (anexo I) e de espécies da flora e da fauna selvagens (anexo II), considerada ameaçada, no território da União Europeia. Cada Estado Membro deverá elaborar uma Lista Nacional de Sítios a ser apresentada à Comissão com base em critérios específicos (anexo III). Posteriormente, a partir das várias Listas Nacionais e através de um processo de análise e discussão entre os Estados Membros e a Comissão, serão seleccionados os Sítios de Importância Comunitária (SIC), por Região Biogeográfica. Após seis anos, cada Estado Membro deverá designar estes Sítios como Zonas Especiais de Conservação (ZEC) que serão, posteriormente, integradas na Rede Natura 2000.

Relativamente às áreas seleccionadas como ZEC, cada Estado Membro terá de elaborar os respectivos planos e regulamentos de gestão, no sentido de assegurar a manutenção e estado de conservação favorável dos valores naturais identificados.

O Decreto-Lei nº 140/99, de 24 de Abril, revê a transposição para a ordem jurídica interna da Directiva.

A Lista Nacional de Sítios foi aprovada em duas fases: a Resolução do Conselho de Ministros nº 198/97, de 28 de Agosto, publicou a 1ª fase da Lista contendo 31 Sítios. Recentemente a Resolução do Conselho de Ministros 76/2000 aprovou a 2ª fase, que contém 29 Sítios (DR 153, série I-B de 5/7/00).

Os critérios de selecção dos locais susceptíveis de serem identificados como locais de importância comunitária e designados como zonas especiais de conservação constam no Anexo III da Directiva do Conselho n.º 92/43/CEE de 21-05-1992 e referem o seguinte:

Fase 1: consiste numa avaliação, ao nível nacional, da importância relativa dos locais para cada tipo de habitat natural do anexo I e para cada espécie do anexo II (incluindo os tipos de habitas naturais prioritários e as espécies prioritárias).

A. Critérios de avaliação do local para um determinado tipo de habitat natural do anexo I

a) Grau de representatividade do tipo de habitat natural para o local.

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b) Superfície do local coberta pelo tipo de habitat natural relativamente à superfície total coberta por esse tipo de habitat natural no território nacional. c) Grau de conservação da estrutura e das funções do tipo de habitat natural em questão e possibilidade de restauro. d) Avaliação global do valor do local para a conservação do tipo de habitat natural em questão.

B. Critérios de avaliação do local para uma espécie determinada do anexo II

a) Extensão e densidade da população da espécie presente no local, relativamente às populações presentes no território nacional. b) Grau de conservação dos elementos do habitat importantes para a espécie considerada e possibilidade de restauro. c) Grau de isolamento da população presente no local relativamente à área de repartição natural da espécie. d) Avaliação global do valor do local para a conservação da espécie considerada.

C. Em conformidade com estes critérios, os Estados-membros procederão à classificação dos locais, que propõem na lista nacional, como locais susceptíveis de serem identificados como sendo de importância comunitária, consoante o seu valor relativo para a conservação de cada tipo de habitat natural ou espécie constantes, respectivamente, dos anexos I ou II, que lhes digam respeito.

D. Essa lista indicará os locais em que se encontram os tipos de habitats naturais prioritários e as espécies prioritárias seleccionados pelos Estados-membros, segundo os critérios supra enunciados em A e B.

Fase 2: consiste na avaliação da importância comunitária dos locais incluídos nas listas nacionais

1. Todos os locais identificados pelos Estados-membros na fase I, que abriguem tipos de habitat natural e/ou espécies prioritários, serão considerados locais de importância comunitária.

2. A avaliação da importância comunitária dos outros locais incluídos nas listas dos Estados-membros, ou seja, da sua contribuição para a manutenção ou para o restabelecimento, num estado de conservação favorável, de um habitat natural constante do anexo I ou de uma espécie incluída no anexo II, e/ ou para a coerência da rede Natura 2000, terá em conta os seguintes critérios:

a) O valor relativo do local a nível nacional; b) A localização geográfica do local, relativamente às vias migratórias de espécies do anexo II, bem como à sua eventual pertença a um ecossistema coerente situado de ambos os lados de uma ou várias fronteiras internas da Comunidade; c) A superfície total do local;

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d) O número de tipos de habitats naturais do anexo I e de espécies do anexo II presentes no local; e) O valor ecológico global do local para a região ou regiões biogeográfica(s) considerada(s) e/ou para o conjunto do território referido no artigo 2°, tanto pelo aspecto característico ou único dos elementos que o compõem como pela sua combinação.

Directiva “Aves”A Directiva Comunitária 79/409/CEE, mais conhecida por Directiva Aves, pretende que cada um dos Estados Membros tome as medidas necessárias, de forma a garantir a protecção das populações selvagens das várias espécies de aves, no seu território da União Europeia. Esta Directiva rege-se pelas seguintes necessidades: proteger áreas vastas de cada um dos diferentes habitats utilizados pelas diversas espécies; restringir e regulamentar o comércio de aves selvagens; limitar a actividade da caça a um conjunto de espécies e proibir certos métodos de captura e abate. Esta Directiva inclui uma lista com espécies de aves que requerem medidas rigorosas de conservação do seu habitat.

Cada Estado Membro da União Europeia deverá classificar como Zonas de Protecção Especial (ZPE) as extensões e os habitats do seu território que revelem maior importância para essas espécies. Foram declaradas em Portugal Continental, Madeira e Açores 47 ZPE.

As ZPE declaradas por cada Estado Membro integrarão directamente a Rede Natura 2000.

O Decreto-Lei nº 140/99, de 24 de Abril, transpôs para o direito português alguns princípios gerais contidos nesta Directiva.

O Decreto-Lei nº 384-B/99, de 23 de Setembro cria diversas ZPE e revê a transposição para a ordem jurídica interna da Directiva “Aves” e “Habitats”.

As Zonas Importantes para Aves, ou IBAs (do inglês Important Bird Areas), são sítios com significado internacional para a conservação das aves à escala global. São identificadas através da aplicação de critérios científicos internacionais e constituem a rede de sítios fundamentais para a conservação de todas as aves com estatuto de conservação desfavorável.

Os critérios utilizados para a identificação de IBAs são compatíveis com os princípios de criação de Zonas de Protecção Especial (ZPE’s), prevista na Directiva 79/409/CEE (Directiva Aves da União Europeia).

Por essa mesma razão, todas as IBAs identificadas com esses critérios deverão ser designadas como ZPE’s, opinião partilhada pela própria Comissão Europeia e fundamentada por casos precedentes do Tribunal Europeu de Justiça.

Os critérios utilizados para a identificação de IBAs são divididos em dois tipos de áreas (segundo a Sociedade Portuguesa para o estudo das Aves – SPEA):

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Áreas importantes ao nível global A1. Espécies ameaçadas ao nível global

O sítio suporta regularmente números significativos de uma espécie com estatuto de ameaça ao nível global

A2. Espécies com distribuição restrita

O sítio suporta ou é suposto suportar uma parte significativa da população de uma espécie com área de distribuição restrita, cujas distribuições de nidificação definem uma EBA (Endemic Bird Area) ou uma SA (Secondary Area)

A3. Espécies dependentes de um bioma

O sítio suporta ou é suposto suportar um conjunto significativo de espécies cujas áreas de distribuição se encontram confinadas maioritária ou inteiramente a um tipo de bioma

A4. Concentrações de aves (i) O sítio suporta ou é suposto suportar, regularmente, mais do que 1% de uma população biogeográfica de uma espécie de ave aquática (ii) O sítio suporta ou é suposto suportar, regularmente, mais do que 1% de uma população global de espécie de ave marinha ou terrestre (iii) O sítio suporta ou é suposto suportar, regularmente, mais do que 20.000 aves aquáticas ou mais do que 10.000 casais de aves marinhas de uma ou mais espécies (iv) O sítio é conhecido, ou é supostamente, uma área bottleneck* na qual ocorrem pelo menos 20.000 cegonhas (Ciconiidae), aves de rapina (Accipitriformes e Falconiformes) ou grous (Gruidae) em passagem migratória, de primavera ou outono (i) O sítio suporta ou é suposto suportar mais do que 1% de uma via migratória ou de uma população distinta de uma espécie de ave aquática (ii) O sítio suporta ou é suposto suportar mais do que 1% de uma população distinta de uma espécie de ave marinha (iii) O sítio suporta ou é suposto suportar mais do que 1% de uma via migratória ou de uma população distinta de uma espécie gregária (iv) O sítio é uma área bottleneck* na qual ocorrem mais de 5.000 cegonhas ou mais de 3.000 aves de rapina ou grous em passagem migratória, de primavera ou outono

B2. Espécies com estatuto de conservação desfavorável na Europa

O sítio é um dos mais importantes no país, para uma espécie com estatuto de conservação desfavorável (SPEC 2, 3), e para a qual a protecção ao nível do sítio parece ser apropriada

B3.Espécies com estatuto de conservação favorável na Europa

O sítio é um dos mais importantes no país para uma espécie com estatuto de conservação favorável (SPEC 4) e, para a qual, a protecção ao nível do sítio parece ser apropriada

Fonte: Spea

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Áreas importantes ao nível da União EuropeiaC1. Espécies ameaçadas ao nível global

O sítio suporta regularmente números significativos de uma espécie ameaçada ao nível global ou outras espécies com estatuto de ameaça

C2. Concentrações de uma espécie ameaçada ao nível da União Europeia

O sítio suporta regularmente mais do que 1% de uma via migratória ou de uma população na União Europeia de uma espécie ameaçada ao nível da União Europeia (incluída no Anexo I e referida no Artigo 4.1. da Directiva Aves)

C3. Concentrações de espécies de aves migratórias não ameaçadas ao nível da União Europeia

O sítio suporta regularmente mais do que 1% de uma via migratória ou de uma população na União Europeia de uma espécie não ameaçada ao nível da União Europeia (referida no Artigo 4.2. e não incluída no Anexo I da Directiva Aves)

C4. Espécies gregárias: grandes concentrações

O sítio suporta regularmente pelo menos 20.000 aves aquáticas migradoras e/ou 10.000 casais de aves marinhas, de uma ou mais espécies

C5. Espécies gregárias: áreas bottleneck*

O sítio é conhecido, ou é supostamente, uma área bottleneck* na qual ocorrem pelo menos 5.000 cegonhas (Ciconiidae), e/ou 3.000 aves de rapina (Accipitriformes e Falconiformes) e/ou 3.000 grous (Gruidae) em passagem migratória, de primavera ou outono

C�. Espécies ameaçadas ao nível da União Europeia

O sítio é um dos 5 mais importantes na região Europeia (região NUTS) em relação a uma espécie ou subespécie considerada como ameaçada pela União Europeia (incluída no Anexo I da Directiva Aves)

C�. Outros critérios ornitológicos O sítio foi designado como Zona de Protecção Especial (ZPE) ou seleccionado como candidato a ZPE com base em critérios ornitológicos

Fonte: Spea

O Arquipélago da Madeira detém 11 Sítios (Directiva Habitats) na Rede Natura 2000:

1. Ilhas Desertas2. Laurissilva da Madeira3. Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira4. Ponta de São Lourenço5. Ilhéu da Viúva6. Achadas da Cruz7. Moledos – Madalena do Mar

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8. Pináculo9. Ilhéus do Porto Santo10. Pico Branco – Porto Santo11. Ilhas Selvagens

Estes Sítios quando forem integrados na Rede Natura 2000 serão designados por ZEC - Zonas Especiais de Conservação.

1. Ilhas DesertasAs Ilhas Desertas são compostas pelo Ilhéu Chão, Deserta Grande e Bugio, tem um total de 9 672 hectares desde os 100 m de profundidade até aos 480 m de altitude.

FloraA Vegetação das Desertas é Zerofítica (adaptada à escassez de água), composta por 201 espécies, incluindo 33 endemismos comuns ao arquipélago da Madeira, das quais 12 estão incluídas no anexo II da Directiva Habitats.

Fauna• Lobo Marinho (Monachus monachus): espécie prioritária incluída no anexo II da Directiva Habitats.• Molusco terrestre (Discus guerinianus): espécie endémica.• 8 espécies catalogadas no anexo I da Directiva das Aves:• Freira do Bugio (Pterodroma feae)• Alma Negra (Bulweria bulwerii)• Cagarra (Calonectris diomedea borealis)• Pintainho (Puffinus assimilis baroli)• Roque de Castro (Oceanodroma castro)• Gaivota de patas amarelas (Larus cachinnans atlantis)• Garajau comum (Sterna hirundo)• Canário da terra (Serinus canaria canaria)

Outras duas espécies que se destacam nas Ilhas Desertas são: a cabra pré-hispânica no Búgio, com cerca de 60 animais e a Tarântula das Desertas (Lycosa ingens) que é uma espécie endémica.

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2. Laurissilva da MadeiraA Laurissilva da Madeira tem o estatuto Mundial da UNESCO e Reserva Biogenética do Conselho da Europa. Tem um total de 14 954 hectares, entre os 200 e 1300 m de altitude, maioritariamente na costa Norte. Corresponde ao Sítio Natura 2000 mais extenso do arquipélago da Madeira.

Espécies de fauna e flora de elevado interesse, com muitos endemismos.

FloraFazem parte do anexo II da Directiva Habitat as seguintes plantas presentes na Laurissilva:

• Gerânio (Geranium maderense)• Massaroco da Serra (Echium candicans)• Alegra Campos (Semele androgyna)• Orquídea Branca (Goodyera macrophylla)

FaunaPombo Trocaz (Columba trocaz) ocorre unicamente na floresta Laurissilva da Madeira e está incluído no anexo I da Directiva de Aves.

3. Maciço Montanhoso Central da Ilha da MadeiraCorresponde a uma área com 4200 hectares, entre os 1000 e 1861 m (Pico Ruivo) de altitude.

FloraOcorrem muitos endemismos, alguns deles são: Sorveira (Sorbus maderensis), o Massaroco da Serra (Echium candicans) e a Violeta da Madeira (Viola paradoxa). Destacam-se também espécies vegetais ameaçadas a nível nacional, tais como o Teixo (Taxus baccata), ou endemismos macaronésicos como o Cedro da Madeira (Juniperus cedrus ssp. maderensis).

FaunaAlberga o único local conhecido onde ocorre a nidificação da Freira da Madeira (Pterodroma madeira), espécie incluída no anexo I da Directiva Aves.

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4. Ponta de São LourençoSitua-se entre os 50 m de profundidade na costa Norte da Ponta de São Lourenço até aos 175 m de altitude máxima com 1862 hectares.

FloraEsta Reserva alberga algumas espécies endémicas, tais como: Phalaris maderensis, Beta patula, Leituga (Crepis divaricata var. robusta), Couve da rocha (Crambe fruticosa) e Barrilha (Suaeda vera).

FaunaAves protegidas em convenções internacionais (anexo I da Directiva das Aves):

• Roque de Castro (Oceanodroma castro)• Alma Negra (Bulweria bulwerii)• Cagarra (Calonectris diomedea borealis)

Animais marinhos (listados no anexo II da Directiva Habitats):

• Lobo marinho das Desertas (Monachus monachus)• Tartaruga Comum (Caretta caretta)

Espécies de moluscos terrestres que constam do Anexo II da Directiva Habitats:

• Leiostyla lamellosa• Geomitra moniziana

As Dunas da Piedade, situadas entre o Pico da Cancela e o da Piedade, constituem uma zona fossilífera de moluscos terrestres de grande valor, onde estão catalogadas 54 espécies de moluscos terrestres, 14 das quais encontram-se extintas e apenas 12 podem ser encontradas no perímetro de 3 km deste local. São dunas pleistocénicas originadas entre 300 000 e 200 000 anos pela deposição de materiais arrastados pelo vento.

5. Ilhéu da ViúvaSitua-se no litoral de Santana, junto à Fajã da Rocha do Navio. É constituído por uma parte terrestre (o ilhéu da Viúva ou Rocha do Navio) e outra marinha.

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FloraAlgumas plantas endémicas e de alguns indivíduos de Zimbro (Juniperus phoenicea) espécie rara na Madeira.

FaunaÉ possível a visita de Lobos marinhos (Monachus monachus), espécie presente no anexo II da Directiva Habitats e a presença de cagarras (Calonectris diomedea borealis), espécie listada no no anexo I da Directiva das Aves.

�. Achadas da CruzSitua-se no Porto Moniz, entre o nível do mar e os 500 m de altitude com 185 hectares, constituído maioritariamente por falésias com vegetação indígena do litoral.

FloraÁrea de extrema importância para a conservação de espécies florísticas, todas endémicas do Arquipélago da Madeira, incluídas na Directiva Habitats, nomeadamente: Cila da Madeira (Scilla maderensis), o Buxo da Rocha (Maytenus umbellata), a Vaqueira ou Maravilhas (Calendula maderensis) e a Múchia Dourada (Musschia aurea).

�. Moledos – Madalena do MarSitua-se desde o mar até aos 360 m de altitude. Integram este Sítio 12 hectares de propriedade privada e sem estatuto de protecção.

FloraPossui um pequeno Ensaião (Aichryson dumosum) extremamente raro. A grande preocupação prende-se com a competição florística de uma planta invasora, a Tabaibeira (Opuntia tuna), espécie introduzida e originária do continente americano.

FaunaLocal de nidificação de algumas espécies de aves, das quais se salientam o Melro Preto (Turdus merula cabrerae), o Canário da terra (Serinus canaria canaria), a Toutinegra (Sylvia atricapilla heineken), o Francelho (Falco tinnunculus canariensis), a Manta (Buteo buteo harterti), o Pombo da Rocha (Columba livia atlantis) e a Cagarra (Calonectris diomedea borealis).

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�. PináculoSitua-se no Funchal, com 30 hectares desde o mar até aos 310 m de altitude.

FloraImportância ao nível da flora: Buxos da Rocha (Maytenus umbellata e Chamaemeles coriacea) e a Múchia Dourada (Musschia aurea), listadas no Anexo II da Directiva Habitats.

FaunaImportância ao nível da fauna: a cagarra (Calonectris diomedea borealis); o Garajau Comum (Sterna hirundo), listados no anexo I da Directiva das Aves e o Molusco terrestre (Discula tabellata), listado no Anexo II da Directiva Habitats.

�. Ilhéus do Porto SantoSão constituídos por 6 Ilhéus: Ilhéu do Cal ou de Baixo, Ilhéu de Ferro, Ilhéu da Fonte da Areia, Ilhéu de Fora, Ilhéu das Cenouras e Ilhéu de Cima, com uma área total de 241 hectares.

Flora e FaunaLocal preferencial para nidificação da avifauna marinha e para a conservação da flora macaronésica característica de habitats costeiros; espécies endémicas de Moluscos terrestres.

10. Pico Branco – Porto SantoSitua-se desde o nível do mar até aos 450 m de altitude, com um total de 133 hectares.

Flora e FaunaConservação de espécies florísticas incluídas na Directiva Habitats e de outros endemismos, tais como Andríala (Andryala crithmifolia), o Buxo da Rocha (Chamaemeles coriacea), a Centáurea da Madeira (Cheirolophus massonianus), os Convólvulos da Madeira (Convolvulus massonii), o Gerânio da Madeira (Geranium maderense), Jasmineiro branco (Jasminum azoricum), o Mocano (Pittosporum coriaceum) e, ainda, duas espécies de Ensaião (Aeonium glandulosum e Aeonium glutinosum).

Presença de várias espécies da fauna malacológica do Porto Santo.

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11. Ilhas SelvagensSão constituídas pela Selvagem Grande, Selvagem Pequena e Ilhéu de Fora. Tem um total de 9 455 hectares, desde os 200 m de profundidade até aos 163 m de altitude (altitude máxima do local).

FloraA nível de Flora estas Ilhas possuem cerca de 70 espécies, das quais 11 são exclusivas das Selvagens, das quais são exemplos: a Figueira do Inferno (Euphorbia anachoreta), a Estreleira (Argyranthemum thalassophilum) Monanthes lowei, o Lótus das Selvagens (Lotus salvagensis) a Cila da Madeira (Scilla maderensis var. melliodora), Lobularia canariensis ssp. rosula-venti.

Na Selvagem Pequena e no Ilhéu de Fora nunca foram introduzidos mamíferos, o que contribui fortemente para o estado de conservação das espécies autóctones.

FaunaAves marinhas: colónias de extrema importância, sendo das mais numerosas da macaronésia, nomeadamente ao nível da Cagarra (Colenectris diomedea borealis) e do Calcamar (Pelagodroma marina hypoleuca), ambos listados no anexo I da directiva de aves. Outras das aves catalogadas no referido anexo e que estão presentes nas Ilhas Selvagens são:

• Alma Negra (Bulweria bulwerii)• Pintainho (Puffinus assimilis baroli)• Roque de Castro (Oceanodroma castro)• Gaivota de patas amarelas (Larus cachinnans atlantis)• Garajau comum (Sterna hirundo)• Corre caminhos (Anthus berthelotii madeirensis)

Animais marinhos: peixe lampreia (Petromyzon marinus) e tartaruga (Caretta caretta), ambos incluídos no Anexo II da Directiva Habitats.

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Parques e Jardins

Jardim Botânico da MadeiraLocalização

Caminho do Meio - Bom Sucesso, 9050 - 251- Funchal

Tel: 291211200

Fax: 291211206

E-mail: [email protected]

Horário de Visitas: Todos os dias, excepto dia de Natal, das 9h às 18h.

O acesso ao Jardim é feito por duas entradas. A principal no Jardim Botânico e a outra no Loiro Parque, sendo o bilhete de ingresso único que lhe permite visitar o Jardim, o Museu de História Natural, o Loiro Parque e exposições temporárias. Área Ajardinada: 5 ha aproximadamente.

Preçário:

Crianças até 6 anos - entrada gratuita

Crianças e Jovens dos 7 aos 18 anos - 1 Euro

Adultos - 3 Euros

Portadores do “Madeiracard” - 1,50 Euros

As entradas são gratuitas para o público em geral nos dias seguintes:

21 de Março – Dia Mundial da Floresta

30 de Abril – Aniversário do Jardim Botânico

18 de Maio – Dia Mundial dos Museus

01 de Julho – Dia da Região

27 de Setembro – Dia Mundial do Turismo

Escolas e instituições afins têm, também, entrada gratuita, quando devidamente autorizadas.

Criado em 30 de Abril de 1960, o Jardim Botânico da Madeira é propriedade do Governo Regional da Madeira desde 1992 e está integrado na Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, na Direcção Regional de Florestas. As suas principais funções são:

• A promoção e o desenvolvimento da investigação científica nos domínios da botânica; • Incentivar e divulgar o estudo da flora da Região;• Proceder à selecção, multiplicação e distribuição de plantas com interesse científico, ornamental ou económico;• Proceder à permuta com outros jardins e institutos botânicos de sementes

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e propágulos naturalizadas, cultivadas ou indígenas da Região, bem como de material herborizado;• Assegurar a manutenção do herbário; • Promoção, realização e participação em estudos e experiências científicas nos domínios da floricultura e silvicultura;• Promover a introdução e a recuperação de espécies vegetais endémicas consideradas raras ou em vias de extinção; • Promover o inventário e proceder à classificação de árvores ou plantas de interesse científico manifesto, bem como assegurar a sua manutenção e conservação;• Assegurar a manutenção de jardins e parques públicos sob a sua jurisdição; • Promover a formação profissional de pessoal técnico e auxiliar de jardinagem.

O Jardim Botânico da Madeira mantém uma colecção de plantas vivas, que são em número cerca de 2500 plantas, originárias de todas as partes do mundo e que, aqui, se desenvolvem tão bem como no seu ambiente natural. Ao longo do Jardim, as plantas encontram-se identificadas com o nome científico, nome popular, família e local de origem. Algumas plantas estão organizadas por famílias ou por afinidades ecológicas e/ou geográficas. Muitas espécies têm uma placa identificativa com a descrição das principais características.

A representação de plantas madeirenses conta com mais de uma centena de espécies. Algumas espécies ameaçadas ou extintas na natureza estão a ser alvo de estudo e multiplicação, sendo também possível observá-las aqui.

Neste jardim pode ser também consultado o herbário, que é uma colecção dinâmica de plantas secas prensadas e que constitui um valioso património do jardim botânico. O herbário possibilita-nos a identificação rápida de exemplares colhidos através de comparação com aqueles existentes na colecção. Constitui também uma importante base de dados sobre a diversidade e vegetação das regiões que representa. Actualmente existem neste herbário cerca de 21.570 exemplares de plantas Vasculares, Avasculares e Líquenes. Estes exemplares são na maioria da Madeira, Porto Santo, Desertas, Selvagens e de outros arquipélagos Macaronésicos.

No Museu de História Natural, aberto ao público, é possível conhecer colecções de vários ramos das ciências da natureza, com inúmeros exemplares endémicos de insectos, moluscos terrestres e marinhos, peixes, corais, colecções de Muscíneas e Fanerogâmicas, colecções de líquenes e fungos e colecções de aves, fósseis, rochas, minerais, animais invertebrados e outros vertebrados.

As Visitas Guiadas ao Jardim Botânico da Madeira, para grupos escolares, desde que solicitadas por ofício, são gratuitas. São realizadas também Acções de Sensibilização sobre diversos temas relacionados com a flora da Madeira e/ou Macaronésia desde que solicitadas por escolas e instituições afins. O Jardim Botânico da Madeira realiza também Acções de Formação para professores no âmbito da formação contínua. O Jardim Botânico da Madeira fornece, gratuitamente, às escolas da Região e instituições afins, plantas indígenas e exóticas para ornamentação ou para a criação de “jardins de plantas indígenas” ou “jardins de plantas medicinais e aromáticas”. É também disponibilizado apoio técnico para a identificação de plantas.

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Jardim dos Loiros ou Loiro ParqueEstá integrado no espaço pertencente ao Jardim Botânico da Madeira. Aberto ao público desde 1 de Outubro de 1988, mas à responsabilidade do Governo Regional desde 17 de Julho de 1991. Podemos encontrar neste parque de aves exóticas: Araras, Catatuas, Loricos das Ilhas Tropicais Asiáticas, Periquitos Australianos, Papagaios Anões, entre muitas outras aves. A área de aviário livre é superior a 300 m².

Jardim da Quinta das CruzesLocalização

Calçada do Pico, Funchal

Tel. 291 740670

Horário: aberto ao público de Terça-feira a Domingo, das 09:00 às 17:00 horas.

Pertencente ao Governo Regional da Madeira, possui uma área de cerca de 10 300 m2. Consta que aqui residiu João Gonçalves Zarco e outros Capitães donatários seus sucessores. Em 1952, a Quinta foi adquirida para Museu, sendo a sua inauguração a 28 de Maio de 1953. Nos seus relvados foram-se coleccionando fragmentos da nossa história, tornando, este local, visita obrigatória daqueles que se interessam pela arqueologia madeirense. Destacam-se as janelas Manuelinas e o Parque Arqueológico. O museu é dedicado às artes decorativas e está instalado numa velha mansão com Capela.

Além da interessante colecção de orquídeas, a flora é bastante diversificada, destacando-se exemplares de Araucária, Sumaúma, Canforeira, Dragoeiro, Palmeira Kentia, Cedro da Madeira, Loureiro, Faia, Til, Palmeira tamareira e Pau Branco.

Jardim da Quinta MagnóliaLocalização

Rua Dr. Pita, Funchal

Tel. 291 764598

Horário: aberto ao público todos os dias da semana, das 09:00 às 17:00 horas.

Entrada gratuita

Originalmente pertencente a uma família inglesa, foi durante anos a sede do British Country Club e é desde o ano de 1980 propriedade do Governo Regional da Madeira. Tem uma área de cerca de 40 000 m2.

Na Quinta Magnólia, no edifício principal funcionam os Serviços de Protecção Civil e uma sala de arte contemporânea. Possui, ainda, campos de ténis, piscina e circuito de atletismo.

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Destacam-se, nos seus jardins, magníficos exemplares de cicas e palmeiras e uma mata de casuarinas. Podem, ainda, ser encontrados exemplares de espécies como o Dragoeiro, Jacarandá, Loureiro, Magnólia, Til, Vinhático, Palmeira de Canárias, Palmeira Tamareira e Incenseiro.

Jardins do PalheiroLocalização

Sítio do Palheiro Ferreiro, Este do Funchal

Rua da Abegoaria, 73

Tel. 291 792665

Horário: aberto ao público todos os dias da semana, das 09:00 às 17:00 horas.

A Quinta do Palheiro Ferreiro foi adquirida pela família Blandy em 1885. Possui jardins magníficos espalhados pelo pequeno planalto, com destaques para a colecção de camélias, cuja melhor época para observar é entre Novembro e Abril. Possui ainda uma capela barroca e uma magnífica casa do séc. XVIII. Nos seus jardins, dominados por árvores de grande porte, como carvalhos, araucárias, nogueiras, entre outras, podemos ainda encontrar diversas espécies da família das proteáceas.

No que respeita à flora indígena da Madeira, encontram-se aqui espécies de grande porte como Vinháticos, Folhados, Faias e Paus Brancos, bem como interessantes esculturas verdes vivas, de arbustos com formas de animais.

Jardim Tropical Monte PalaceLocalização

Caminho do Monte, n.º 174,

Caminho das Babosas, n.º 4

Telef.: 291 782 339/291 742 650

Horário: de segunda-feira a domingo, das 9h00 às 17h00

A vegetação deste Jardim tem sido aumentada com plantas vindas de todo o mundo. Foram já plantadas cerca de 100.000 espécies vegetais, entre azáleas, urzes, cicas e árvores diferentes, para além da grande variedade de fetos introduzida. O fundador José Berardo trouxe também da África do Sul uma colecção de cicas (encephalartos) que são consideradas fósseis vivos, das 72 espécies conhecidas, este jardim conta com cerca de 60 variedades.

Aberta ao público desde 1991, inclui uma das mais importantes colecções de azulejos de Portugal. Os azulejos expostos no meio da vegetação tropical representam diversas eras e provêm de palácios, igrejas, capelas e casas privadas de todas as partes do país. A grande maioria descreve acontecimentos sociais, culturais e religiosos. Destaca-se ainda uma porta do séc. XVIII,

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emoldurada por uma frontaria proveniente de uma capela. Esta frontaria é constituída por duas figuras laterais, que seguram a tábua dos 10 Mandamentos e uma espada. A não perder também os 40 painéis de azulejos que contam a história de Portugal, começando a narrativa, no reinado de D. Afonso Henriques e terminando com um painel dedicado à 3.ª República.

Existem dois jardins orientais e um painel denominado “A Aventura dos Portugueses no Japão”. Este último é uma estrutura de ferro, onde 166 placas de cerâmica contam a história de uma relação social, comercial e cultural entre Portugal e o Japão. Em termos de fauna é interessante ver os peixes Koi, uma espécie originária da Ásia de Leste, actualmente, considerada muito valiosa.

Estes jardins contam também com um espaço dedicado à flora madeirense, no qual se pode encontrar a maior parte das variedades da Laurissilva, da Macaronésia, além de outras espécies em vias de extinção, como por exemplo o Pittosporum coriaceum, popularmente conhecido como “Mocano”.

Jardins da Quinta da Boa VistaLocalização

Rua do Lombo da Boa Vista, Funchal

Tel: 291 220468

Horário: De Segunda-feira a Sábado das 09h00 às 17h30

Com uma área de cerca de 20000 m2 a quinta possui uma casa construída há mais de 200 anos. É, actualmente, pertença do Luso-Britânico Coronel Cecil Garton. O principal centro de atracção da quinta é a exposição de orquídeas, que têm vindo a ser coleccionadas há mais de 20 anos. Um dos objectivos deste orquidário é a reprodução e criação de novas plantas nos orquidários de Inglaterra e da Madeira. Há ainda áreas dos jardins dedicados a Bromelias da América do Sul, Martinetes da Austrália e Alóes de Africa.

Jardim OrquídeaLocalização

Rua Pita da Silva, 37

Funchal (200 m abaixo do Jardim Botânico da Madeira)

Autocarros nº. 29,30 ou 31

Pode ser visitado todos os dias das 09h30 às 18H00.

Tel: 291 238444

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Neste interessante jardim existem mais de 50.000 plantas. Possui um laboratório para a reprodução de plantas, existindo aqui plantas que florescem durante todo o ano.

Fundada na Áustria, nos tempos da Monarquia dos Imperadores, esta empresa pertence à mesma família, estando já na quarta geração, dedicando-se à investigação e criação de novas espécies das mais variadas plantas. Está estabelecida na Ilha da Madeira desde 1991.

Possuindo um recinto de exposição de considerável dimensão, o visitante pode receber informações sobre as plantas começando no cultivo e terminando na própria flor, podendo tomar igualmente conhecimento sobre o modo de vida das orquídeas. Pode ainda adquirir os pequenos frascos estéreis com plantas jovens de orquídeas. As plantas têm cerca de dois anos de idade e cada frasco contém 5 a 6 plantas com cerca de 2 anos e suficientemente crescidas para serem plantadas em pequenos vasos.

Parque da Santa Catarina Localização

Centro da cidade do Funchal

Entre a Avenida do Infante e a Avenida Sá Carneiro

Entrada gratuita

O Parque da Santa Catarina é um jardim público com uma área de cerca de 36000 m2, possuindo magníficas vistas sobre a baía do Funchal, diversos percursos pedonais, muitas espécies de flora e um lago com uma pequena ilha, onde existem patos e cisnes. Possui uma grande área de relvado para lazer. Nos vários níveis de canteiros estão plantadas cerca de duzentas espécies de plantas de todo o mundo. Destacam-se as araucárias, diversas espécies de palmeiras, canforeiras, magnólias, coralinas, incenseiros, chamas-da-floresta, e um eucalipto com cheiro a limão (Eucalyptos citriodora). Da flora indígena da Madeira, salientamos os Tis, os Dragoeiros e os Barbusanos.

Existe, ainda, um parque infantil, duas máquinas antigas, em tempos usadas para esmagar uvas e para alcatroar a estrada e uma área com gaiolas com pássaros e esculturas dedicadas a diversas personalidades (estátua do Infante D. Henrique, estátua de Cristóvão Colombo, o grupo escultórico de homenagem ao Trabalhador Madeirense, a escultura Torso de Mulher, são apenas algumas das obras que aqui podem ser encontradas). A capela de Santa Catarina encontra-se fechada ao público.

Jardim Municipal do FunchalLocalização

Centro do Funchal

Avenida Arriaga

Entrada gratuita

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O Jardim Municipal, também conhecido por Jardim Dona Amélia, em homenagem à rainha, situa-se no lado norte da Avenida Arriaga e ocupa uma área de cerca de 8.300 m2. Neste espaço existia, antigamente, o Convento de são Francisco, do qual ainda resta a Pedra de Armas ou Brasão, em exposição num dos relvados do jardim. Existem neste jardim exemplares da flora da Madeira e de flora exótica, estando algumas assinaladas e identificadas com placas colocadas pela Câmara Municipal, sendo feita referência ao nome e origem.

Com uma localização privilegiada no centro da cidade, este jardim possui ainda um café, um pequeno lago com peixes, cisnes, patos e outras aves. Existe ainda um anfiteatro onde se realizam diversos tipos de eventos culturais.

Parque Municipal do MonteLocalização

Monte, abaixo da igreja.

Entrada gratuita

O parque do Monte ou Parque Leite Monteiro é um parque público cuja área de visita é superior a 26000 m2.

Situando-se à cota dos 550 metros, possui interessantes exemplares de muitas espécies indígenas e exóticas, com algumas árvores centenárias. Atravessado por um ribeiro que cai em cascata na zona mais a sul, este parque caracteriza-se por ser um local de grande tranquilidade.

O coreto, no largo da fonte, protegido pelos enormes plátanos é um local a visitar, bem como a Fonte da Virgem, edificada em mármore e cantaria contendo um nicho com a imagem de Nossa Senhora do Monte.

Existe, ainda, um lago tendo no centro o mapa da Ilha da Madeira feito em pedra.

Parque Ecológico do FunchalLocalização

Montado do Barreiro, entre o Pico do Areeiro (1800 metros de altitude) e a confluência do Córrego do Pisão com a Ribeira de Santa Luzia (520 metros de altitude).

Pode ser visitado todos os dias das 09h00 às 18h00.

Entrada gratuita.

Tel: 291 226065

O Parque Ecológico do Funchal tem uma área de cerca de 1.000 hectares e tem por principais objectivos desenvolver acções nos campos da Conservação da Natureza, da Educação Ambiental e da Criação de Espaços de Recreio e Lazer para a população residente e visitantes.

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A Ribeira de Santa Luzia é, sem dúvida, o curso de água mais marcante desta vasta área. É para a sua bacia de recepção que escorre a maior parte da água que se precipita nas terras do Montado.

A existência de diferenças consideráveis de altitude, conjugada com os vários cursos de água, leva a que o Parque possua uma flora indígena bastante variada, da qual se destacam o Til, o Loureiro, o Vinhático e o Barbusano. Nas zonas de maior cota do Parque prosperam formações arbustivas, com predomínio da Urze Molar e da Uveira da Serra.

De referir que entre os 1550 e os 1600m, em associação com Urzes, Uveiras, Perados e Loureiros, sobrevivem os dois últimos núcleos de Sorveiras. A Sorveira ou Tramazeira (Sorbus maderensis) é um endemismo madeirense muito raro.

No campo da avifauna podemos encontrar dentro dos limites do Parque uma percentagem bastante representativa das espécies nidificantes no Arquipélago da Madeira e das quais destacamos o Patagarro ou Boieiro, o Gavião ou Fura-Bardos, a Manta, o Francelho, a Perdiz, a Codorniz, o Abibe, a Galinhola, o Pombo Trocaz, a Coruja, o Mocho de Orelha Curta, o Corre Caminhos, o Melro Preto, o Tentilhão, entre muitos outras aves.

A um outro nível, o Parque constitui um grande pólo de Educação Ambiental dispondo, para o efeito, de cinco casas de apoio, três das quais com o propósito de acolher jovens voluntários nas actividades educativas. Possui ainda um centro de recepção, onde o visitante poderá tomar conhecimento, obter mapas e publicações do Parque Ecológico.

O Poço da Neve, reservatório que em tempos serviu para guardar gelo, constitui um dos motivos de atracção, pela sua singularidade no património cultural madeirense.

Das diversas actividades pedagógicas que podem ser feitas no Parque Ecológico do Funchal, destacam-se a observação da avifauna, o campo de demonstração de agricultura biológica, a zona de compostagem, os animais, e os sistemas alternativos de irrigação não poluentes. Os visitantes do Parque que utilizam as casas devem colaborar nos diversos trabalhos de manutenção e expansão destes sistemas integrados e educativos.

Parque Florestal do Ribeiro FrioLocalização

Ribeiro Frio, Concelho de Santana

Código Postal: 9230 – São Roque do Faial

Telefone: 291575434

Aberto todos os dias, durante todo o ano.

Localizado numa bonita área florestal podem ser aqui observadas inúmeras espécies de flora endémicas da floresta indígena da Madeira, bem como aves representativas da floresta madeirense, como o Tentilhão e o Pombo Trocaz.

Existe ainda um Centro de Informação sobre a floresta Laurissilva. O Ribeiro Frio constitui um

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ponto de partida para vários passeios pedestres ao longo das levadas e veredas. Daqui pode-se ir até ao miradouro dos Balcões, até à Portela ou subir até ao planalto do Chão das Feiteiras.

Ponto de elevado interesse é o viveiro de trutas do Ribeiro Frio. Estas trutas são criadas pelos Serviços Florestais quase exclusivamente para o repovoamento das ribeiras da Madeira, sendo ainda fornecidas a pedido a pessoas interessadas no desenvolvimento da truticultura.

Parque Florestal das QueimadasLocalização

Concelho de Santana

Não há acesso por transporte público.

No parque florestal das Queimadas, situado praticamente no coração da floresta indígena da Madeira podem ser observadas inúmeras espécies da flora da floresta originária da Madeira. Vamos aqui encontrar também a casa de abrigo das Queimadas, que mantém as características originais das antigas casa de Santana, cujo telhado ainda é feito de colmo.

Existe um parque de merendas e lagos com trutas arco-íris e patos. Deste local partem diversos percursos pedonais que permitem ao visitante efectuar uma viagem pelo interior da Laurissilva, Património Mundial Natural da Humanidade.

Sítio dos MoledosLocalização

Freguesia da Madalena do Mar, Concelho da Ponta do Sol

Situa-se desde o mar até aos 360 m de altitude. Integram este Sítio 12 hectares de propriedade privada e sem estatuto de protecção.

Em termos de flora, neste local destaca-se um pequeno Ensaião (Aichryson dumosum) extremamente raro. A grande preocupação prende-se com a competição florística de uma planta invasora, a Tabaibeira (Opuntia tuna), espécie introduzida e originária do continente americano.

É também aqui que nidificam algumas espécies de aves das quais salientamos o Francelho (Falco tinnunculus canariensis).

Possui ainda um miradouro, cujas magníficas vistas sobre a maior praia da Ilha da Madeira, torna a visita inesquecível.

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Percursos Pedonais

Rabaçal – Risco – 25 Fontes – Rabaçal(percurso dividido em dois: Rabaçal - 25 Fontes- Rabaçal e Rabaçal – Risco - Rabaçal)

Extensão do Percurso: cerca de 5 km

Duração do Percurso: entre 3 e 4 horas

Grau de Dificuldade: para principiantes

Transporte: privado ou carro de aluguer

Descrição do Percurso Rabaçal – 25 Fontes – Rabaçal

Extensão do Percurso: cerca de 2 km

Duração do Percurso: 1,5 horas

Grau de Dificuldade: para principiantes

Flora Endémica:

• Urze Durázia (Erica platycodon ssp. maderincola);• Uveira da Serra (Vaccinium padifolium);• Piorno (Teline madeirensis).

Flora Indígena:

• Loureiro (Laurus novocanariensis);• Til (Ocotea foetens);• Urze Arbórea (Erica arborea).

Fauna:

• Tentilhão (Fringilla coelebs madeirensis);• Bis bis (Regulus ignicapillus madeirensis).

Partindo do Funchal em direcção ao Paul da Serra, a zona do Rabaçal encontra-se, e está bem assinalada, no lado poente do planalto. Faz-se a descida, a pé ou de carro, pela vereda que se encontra junto à Câmara de Carga do Rabaçal a qual nos leva para a Casa de Abrigo do Rabaçal.

Pela parte de trás da casa, a sinalização indica-nos que as 25 Fontes ficam para além da escadaria que tomamos, descendo até encontrar um piso largo e em terra que nos leva de encontro à levada do Risco. Seguimos pela direita, no sentido contrário à corrente das águas que abastecem a Central Hidroeléctrica da Calheta. Uns metros à frente voltamos a descer conforme indica a

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placa de sinalização.

Finalmente, na levada das 25 Fontes caminhamos, novamente, para a direita e inversamente ao movimento das águas. Antes de atravessarmos a ponte, os tis e loureiros que eram a vegetação dominante, cedem lugar ao vasto urzal.

Especial cuidado deverá ser tomado ao percorrer a vereda, que sendo estreita não deve ser percorrida em ritmo acelerado. Nalguns locais, a ausência de protecções poderá dar uma sensação de insegurança e até causar vertigens, pelo que é desaconselhado para quem sofra de vertigens.

Neste percurso a densa vegetação que o envolve é dominada pelo urzal, estando também presentes loureiros, perados, folhados, paus-brancos, adernos, entre outros.

Além de umas botas confortáveis, é aconselhado para este percurso uma camisola e um impermeável, dado que a esta altitude (cerca de 1000 metros), pode chover e a temperatura, em média, é de 6ºC mais baixa que no litoral Sul.

Descrição do Percurso Rabaçal – Risco – Rabaçal

Extensão do Percurso: cerca de 1,2 km

Duração do Percurso: 1 hora

Grau de Dificuldade: para principiantes

Flora Endémica:

• Urze Durázia (Erica platycodon ssp. maderincola);• Uveira da Serra (Vaccinium padifolium);• Piorno (Teline maderensis).

Flora Indígena:

• Loureiro (Laurus novocanariensis);• Til (Ocotea foetens);• Urze Arbórea (Erica arborea).

Fauna:

• Tentilhão (Fringilla coelebs madeirensis);• Bis bis (Regulus ignicapillus madeirensis).

Partindo da Casa de Abrigo do Rabaçal, cujo acesso se faz a partir do Paúl da Serra junto à Câmara de Carga do Rabaçal e descendo a escadaria situada atrás da casa vamos até à principal artéria do percurso, a levada do Risco. É para a direita que temos que prosseguir caminho, na esplanada larga e envolta por Tis, Loureiros e Paus Brancos, contrariando a corrente das águas. O Risco surge-nos por entre as rochas basálticas, penetrando nos túneis através das janelas que estes exibem, dando uma sensação de grandiosidade e permitindo-nos fazer magnificas fotografias.

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O regresso faz-se pelo mesmo caminho.

Ribeiro Frio – Balcões – Ribeiro FrioExtensão do Percurso: cerca de 3,6 km

Duração do Percurso: cerca de 1 hora

Grau de Dificuldade: para principiantes

Transporte: privado ou carro de aluguer

Flora Endémica:

• Uveira da Serra (Vaccinium padifolium);• Estreleira (Argyranthemum pinnatifidum ssp. pinnatifidum);• Orquídea da Serra (Dactylorhiza foliosa);• Isoplexis (Isoplexis sceptrum).

Flora Indígena:

• Loureiro (Laurus novocanariensis);• Vinhático (Persea indica).

Fauna:

• Tentilhão (Fringilla coelebs madeirensis);• Bis bis (Regulus ignicapillus madeirensis);• Papinho (Erithacus rubecula);• Manta (Buteo buteo harterti);• Pombo Trocaz (Columba trocaz);• Lavandeira (Motacilla cinerea schmitzi).

Sinalizado e com uma placa informativa acerca do património natural que podemos encontrar durante a caminhada, inicia-se o itinerário pela levada da Serra do Faial. Pelo percurso destacam-se Vinháticos, Loureiros, Orquídeas da Serra e Estreleiras.

A esplanada da levada é larga e em terra, bem conservada, mas pode tornar-se escorregadia quando molhada pelo que se recomenda o uso de calçado apropriado.

Para o miradouro dos Balcões o acesso faz-se num carreiro empedrado à direita conforme a indicação dada pela sinalização. Situado em frente a um morro, onde os tentilhões passeiam de um canto para o outro, o miradouro convida-nos a contemplar a magnífica vista que nos apresenta dos Picos mais importantes da região, nomeadamente, Pico do Areeiro, Pico do Gato, Pico das Torres, Pico Ruivo e Achada do Teixeira. A Central Hidroeléctrica da Fajã da Nogueira

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e a Ribeira do Faial são outros pontos que avistamos na depressão formada pelo vale.

O regresso é feito pelo mesmo caminho e termina no Ribeiro Frio, que coincide com o ponto de partida.

Queimadas – Caldeirão Verde – QueimadasExtensão do Percurso: cerca de 12 km

Duração do Percurso: cerca de 5 horas

Grau de Dificuldade: moderado

Transporte: privado ou carro de aluguer

Flora Endémica:

• Folhado (Clethra arborea);• Ensaião (Aeonium glandulosum);• Urze Durázia (Erica platycodon ssp. maderincola);• Uveira da Serra (Vaccinium padifolium);• Língua de Vaca (Sonchus fruticosus);• Leituga (Sonchus pinnatus).

Flora Indígena:

• Loureiro (Laurus novocanariensis);• Aderno (Heberdenia excelsa);• Barbusano (Apollonias barbujana);• Til (Ocotea foetens);• Faia-das-Ilhas (Myrica faya);• Cabreira (Phyllis nobla);• Azevinho da Madeira (Ilex canariensis);• Urze arbórea (Erica arborea).

Fauna:

• Manta (Buteo buteo harterti);• Pombo Trocaz (Columba trocaz);• Lavandeira (Motacilla cinerea schmitzi);• Bis-bis (Regulus ignicapillus madeirensis);• Tentilhão (Fringilla coelebs madeirensis).

Partindo do Funchal em direcção à cidade de Santana, sobe-se pela estrada das Queimadas de

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carro, conforme assinalado.

Tomando a Levada do Caldeirão Verde, inicia-se o percurso cujo piso largo e regular é ordenado por hortênsias coloridas e cedros de grande porte, na sua parte inicial.

As partes mais perigosas deste percurso estão protegidas. No entanto, aconselha-se calçado adequado para piso escorregadio e lanterna de mão para passar os quatro túneis.

A transposição da cancela que coincide com o estreitamento do piso, leva-nos a apreciar as espécies indígenas e endémicas da floresta da Madeira, a Laurissilva. A capacidade que é atribuída à Laurissilva de absorção da água das chuvas e nevoeiros, contribui para as inúmeras cascatas que vamos encontrando a brotar dos rochedos apresentando um espectáculo natural cuja vivacidade e tonalidades cativam a atenção de todos os passeantes.

São quatro os túneis que se atravessam, sendo o primeiro de pequena dimensão apresentando-se em curva. Pouco depois de passar o segundo túnel, com uma extensão de quase 200 metros, surgirá o terceiro, que não é muito comprido e tem uma janela a meio, mas é baixo e o piso habitualmente está molhado, pelo que é aconselhável cuidado redobrado ao atravessá-lo.

O quarto e último túnel fica um pouco mais distante e é pequeno. A distância entre este e o Caldeirão Verde não chega a um quilómetro.

A encosta escarpada esconde o Caldeirão Verde, fazendo com que este não seja visível do caminho, pelo que se deve ir com atenção dado que a sinalização é vítima do vandalismo, e nem sempre lá se encontra. O Caldeirão Verde fica à esquerda da levada e para lá chegar basta subir algumas dezenas de metros pelo leito do ribeiro por onde escorrem as águas que sobram do lago natural.

No Caldeirão Verde a água precipita-se de cerca de 30 metros por entre fragas, colmatando numa lagoa. De Verão esta lagoa é apelativa a um banho, pelo que é bom ir prevenido. O regresso às Queimadas é feito pelo mesmo caminho.

Prepare a caminhada para o início da manhã. Coloque na mochila um farnel, um impermeável e uma lanterna e calce botas boas para piso molhado.

Ribeiro Frio - PortelaExtensão do Percurso: cerca de 10 km

Duração do Percurso: cerca de 4 horas

Grau de Dificuldade: para principiantes

Transporte: privado ou carro de aluguer

Flora Endémica:

• Folhado (Clethra arborea);• Urze Durázia (Erica platycodon ssp. maderincola);• Uveira da Serra (Vaccinium padifolium);

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• Perado (Ilex perado).

Flora Indígena:

• Loureiro (Laurus novocanariensis);• Barbusano (Apollonias barbujana);• Til (Ocotea foetens);• Faia-das-Ilhas (Myrica faya);• Urze arbórea (Erica arborea).

Fauna:

• Tentilhão (Fringila coelebs madeirensis);• Bis bis (Regulus ignicapillus madeirensis);• Papinho (Erithacus rubecula);• Manta (Buteo buteo harterti);• Pombo Trocaz (Columba trocaz);• Lavandeira (Motacilla cinerea schmitzi).

Este percurso é feito, na sua maior parte, junto à levada que está protegida por varandas e sebes naturais. É uma caminhada que não oferece perigo visto ser feita na sua maior parte em plano. Aconselha-se o uso de calçado adequado para piso escorregadio e de impermeável, porque esta zona é uma zona de nevoeiros, ou seja, de grande humidade.

Por entre buchos somos encaminhados para a Levada da Portela (nasce no Ribeiro Frio a 860 metros de altitude) cujo caudal se destina à irrigação das freguesias do Porto da Cruz. Esta convida-nos a contemplar, ao longo da sua esplanada, inúmeras espécies da floresta Laurissilva das quais, o Loureiro (Laurus novocanariensis), o Til (Ocotea foetens) e o Folhado (Clethra arborea) assumem maior predominância.

Sucedem-se os túneis de pequena dimensão que através das suas janelas descortinamos panoramas de surpreendente beleza natural.

Percorridos que estão 8 quilómetros, chegamos à casa de divisão das águas a seguir à qual, voltamos à esquerda dando inicio à descida até à Portela. A área de lazer e recreio envolta de um jardim repleto de flores junto ao Posto Florestal dos Lamaceiros surge oportunamente para alguns momentos de repouso. A levada deixa de ser visível embora continue num canal subterrâneo.

O miradouro é o ponto de paragem obrigatório que se segue, apresentando-nos uma privilegiada panorâmica de contrastes que se intensificam sobre o aldeamento disperso. São belíssimas as vistas sobre os campos do Faial, São Roque do Faial e Porto da Cruz. Ao fundo, a Penha d’Águia, com 590 metros de altitude aparece majestosa.

Continuando a descer e contornando à esquerda a herdade do Lombo das Faias depressa chegaremos ao nosso destino. Já na Portela e, depois de percorrer alguns metros em estrada asfaltada, encontra-se o miradouro da Portela, permitindo fazer magníficas fotografias.

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Pico do Areeiro – Pico Ruivo – Achada do TeixeiraExtensão do Percurso: cerca de 8 km

Duração do Percurso: cerca de 4 horas

Grau de Dificuldade: moderado a difícil

Transporte: privado ou carro de aluguer

Flora Endémica:

• Massarouco da Serra (Echium candicans);• Urze da Madeira (Erica madeirensis);• Ensaião (Aeonium glandulosum);• Urze Durázia (Erica platycodon ssp. maderincola).

Flora Indígena:

• Malfurada da Rocha (Globularia salicina);• Urze arbórea (Erica arborea).

Fauna:

• Freira da Madeira (Pterodroma madeira)

Partindo do Funchal em direcção ao Pico do Areeiro chega-se à Pousada do Pico do Areeiro, ponto de partida deste percurso que liga os dois Picos mais altos da Ilha da Madeira, o Pico Ruivo (1862 m) e o Pico do Areeiro (1817,66 m).

O miradouro do Ninho da Manta é o primeiro ponto de paragem obrigatória. Dali vislumbra-se na depressão, a Fajã da Nogueira coberta por vegetação luxuriante, e a rede de ribeiros que alimentam a Ribeira da Metade e mais ao longe as Achadas do Pau Bastião e do Cedro Gordo na freguesia de São Roque do Faial, que exibe uma paisagem mais humanizada.

Percorrendo a área do Maciço Montanhoso Central, a zona de nidificação da Freira da Madeira, vamos subindo e descendo até entrarmos no túnel que atravessa o Pico do Gato. Este túnel tem cerca de 100 metros de comprimento e 2 metros de altura. Á saída deste, deparamo-nos com a Ribeira da Fajã da Nogueira.

Entre o primeiro e o segundo túnel avista-se, por entre os montes encaixados e um verde manto com manchas em vários tons, o Curral das Freiras.

O último dos três túneis apresenta-nos na sua saída uma bifurcação, sendo que, a vereda que segue para a esquerda orienta-se na direcção do Pico das Torres (1851 m) e a da direita para o Pico Ruivo. Acatamos a segunda opção e continuamos.

As duas furnas embutidas nas rochas basálticas denunciam a existência de gado, já que estas

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constituem o seu abrigo.

Passadas que estão duas horas de caminho entramos numa área de Laurissilva, em bom estado de regeneração, composta na sua maioria por Urzes. Uma subida, embora que não muito acentuada, encaminha-nos para a Casa de Abrigo do Pico Ruivo. Continuando a subir encontramos o miradouro. Daqui até à Achada do Teixeira, local onde o percurso tem o seu fim, é pouco mais de meia hora.

Este passeio deve ser sempre feito com calçado próprio para piso escorregadio. Deve levar sempre um impermeável e lanterna para utilizar nos túneis. Nos troços com abismos a vereda normalmente está protegida mas, por vezes, a varanda poderá encontrar-se destruída e não ter sido imediatamente reconstruída, devendo por essa razão ter atenção e prudência.

Pico Branco do Porto SantoExtensão do Percurso: cerca de 6 km

Duração do Percurso: cerca de 2 horas

Grau de Dificuldade: principiantes

Transporte: privado ou carro de aluguer

Flora Endémica:

• Andryala crithmifolia;• Cheirolophus massonianus;• Gerânio da Madeira (Geranium maderense);• Corríola (Convolvulus massonii);• Buxo da rocha (Chamaemeles coriacea);• Jasmineiro branco (Jasminum azoricum);• Mocano (Pittosporum coriaceum).

Flora Indígena:

• Malfurada da Rocha (Globularia salicina);• Doiradinha (Senecio incrassatus);• Marmulano (Sideroxylon marmulano).

Fauna:

• Andorinhão-da-serra (Apus unicolor);• Canário-da-terra (Serinus canaria);• Corre-caminhos (Anthus berthelottii madeirensis);• Cagarra (Calonectris diomedea borealis);

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• Coelho bravo (Oryctolagus cuniculus);• Perdiz (Alectoris rufa hispanica);• Molusco terrestre (Heterostoma paupercula).

Estacionando o carro no largo que dá acesso à pedreira, começa-se o percurso junto à placa que indica “Vereda Terra Chã”. Até chegarmos às subidas mais íngremes (protegidas por vedações de urzes) vamos encontrar muros de pedra que, outrora, sustinham as terras agrícolas e onde se cultivavam cereais e leguminosas. A Rocha Quebrada é uma formação rochosa em forma de prismas, visível do lado esquerdo da subida. Do lado oposto podem ver-se sucessivamente os picos Juliana, Gandaia e Facho.

Chegando ao topo, são magníficas as vistas sobre toda a costa norte da ilha. Antes de regressar ao ponto de partido, haverá com certeza tempo para visitar a Terra Chã, que a um nível inferior, é exuberante de vegetação e possui uma casa de pedra, de restauro recente. É o local ideal para uma pausa e para merendar. Seguindo pela vereda de acesso, basta virar à direita na bifurcação, e subir ligeiramente no final.

Pico Ana Ferreira do Porto SantoExtensão do Percurso: cerca de 6,5 km

Duração do Percurso: cerca de 2 horas

Grau de Dificuldade: dificuldade moderada

Transporte: privado ou carro de aluguer. Serviço de autocarro até à Lapeira.

Flora Endémica:

• Cheirolophus massonianus;• Gerânio da Madeira (Geranium maderense);• Corríola (Convolvulus massoni);• Buxo da rocha (Chamaemeles coriacea).

Flora Indígena:

• Malfurada da Rocha (Globularia salicina);• Doiradinha (Senecio incrassatus).

Fauna:

• Andorinhão-da-serra (Apus unicolor);• Canário-da-terra (Serinus canaria);• Corre-caminhos (Anthus berthelottii madeirensis);

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• Perdiz (Alectoris rufa hispanica);• Coelho bravo (Oryctolagus cuniculus).

Neste pico encontra-se o miradouro da Pedreira, do qual se avista o Ihéu de Fora e os picos do Facho e do Castelo. Esta pedreira é composta por colunas prismáticas, de formas muito irregulares, popularmente conhecida como o “Piano”. Quem subir lá cima terá uma panorâmica geral sobre a cidade.

Partindo da cidade em direcção à Calheta, vira-se à direita para uma estrada de terra, no cruzamento logo a seguir à Capela do Espírito Santo, no Sítio do Campo de Baixo (se virar à esquerda vai dar à praia). O carro poderá ficar aí estacionado. Inicia-se aqui o percurso. Um pouco mais adiante seguimos pelo caminho da esquerda e após 400 metros, no desvio para a capela de São Pedro, seguimos em frente. Continuando por este caminho, vira-se à esquerda na subida para a antiga pedreira, cujas formações rochosas prismáticas são deveras interessantes e dignas de registo fotográfico. Descendo o trilho no local oposto ao da entrada na pedreira, vamos encontrar um caminho que sobe até à zona dos pinheiros. Vira-se à esquerda nos pinheiros, seguindo até ao muro de pedra onde o caminho termina. A partir daqui, a subida é feita paralela ao muro, passando este na primeira oportunidade, e subindo sempre até ao topo. Chegando ao topo é tempo de descansar e apreciar as magníficas vistas que este oferece de quase toda a ilha. A descida será feita pelo mesmo caminho, agora em sentido inverso.

Reservas NaturaisAs ilhas, de uma forma geral, são verdadeiros santuários para a manutenção da biodiversidade mundial.

O arquipélago da Madeira possui uma enorme riqueza florística e faunística, no contexto da região mediterrânea. O isolamento a que esteve sujeito desde sempre, favoreceu a evolução de plantas e animais únicos. A unicidade destes seres reflectem-se quer nas suas características como nas suas fragilidades. Com o intuito de se proteger todo o Património Natural das ilhas do Arquipélago da Madeira, foi criado o Serviço do Parque Natural da Madeira. Este serviço, hoje em dia tem a jurisdição das cinco Reservas Naturais do Arquipélago da Madeira:

Reserva Natural da Rocha do Navio

Reserva Natural do Garajau

Reserva Natural da Ponta de São Lourenço

Reserva Natural das Ilhas Desertas

Reservas Natural das Ilhas Selvagens

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Fonte: PNM, 1999.

Reserva Natural da Rocha do NavioA Reserva Natural do Sítio da Rocha do Navio tem uma área total de 1710 hectares e um comprimento total de 6259 metros. É exclusivamente marinha e delimitada entre a Ponta do Clérigo a leste e a Ponta de São Jorge a Oeste e entre a linha definida pela preia-mar máxima e a batimétrica dos 100 metros, incluindo o Ilhéu da Rocha das Vinhas e o Ilhéu da Viúva.

Fonte: PNM, 1999.

A linha de costa da Reserva é caracterizada por ser de arriba alta, rochosa e de difícil acesso. Contempla duas praias de calhau rolado: - uma entre a Ponta de São Jorge e a Ponta de Santana; a outra, entre a Ponta de Santana e a Ponta do Clérigo. Próximo destas praias encontra-se,

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respectivamente, o Ilhéu da Viúva ou Ilhéu da Rocha do Navio.

Os ventos sopram, predominantemente, do quadrante norte, os quais têm acção directa na persistência das massas de ar húmido, determinando também a frequência e a energia da vaga que se faz sentir na costa norte da ilha. Normalmente, a ondulação do mar é mais frequente a nordeste seguida da de norte.

Relativamente a correntes marinhas, a Reserva sofre a influência da corrente fria descendente das ilhas Canárias.

O nome de Rocha do Navio provém do naufrágio de uma escuna de nacionalidade holandesa, que ocorreu no século XIX em consequência de ventos fortes.

Esta Reserva do Concelho de Santana foi criada em 1997 e partiu da iniciativa das populações daquele concelho, que ao aperceberem-se da deterioração rápida do litoral, como consequência de uma pesca, por vezes, exagerada e com recurso a práticas ilegais tremendamente destruidoras da fauna marinha, como é o caso da pesca com explosivos, manifestaram à autarquia local o seu desejo para que fosse criada uma reserva natural de modo a perpetuar os recursos piscícolas.

Para além de se pretender salvaguardar e repovoar os fundos marinhos, objectivaram-se outras acções, nomeadamente, ligadas às actividades lúdico-turísticas.

Esta Reserva encontra-se integrada na rede ecológica europeia de zonas especiais de conservação - Rede Natura 2000.

A Reserva apresenta habitats naturais de interesse relevante, destacando-se três tipos contemplados na Directiva Habitats (92/43/CEE, Anexo I) e que se designam por:

• Falésias com flora endémica das costas macaronésicas;• Formações baixas de euforbiácias junto de falésias;• Grutas marinhas submersas ou semi-submersas.

Flora e VegetaçãoO Ilhéu da Viúva alberga um património florístico natural característico do litoral madeirense, onde se evidenciam várias espécies de plantas exclusivas do arquipélago da Madeira, nomeadamente: o massaroco (Echium nervosum), a figueira-do-inferno (Euphorbia piscatoria), o goivo-da-rocha (Matthiola maderensis), o ensaião (Aeonium glandulosum) e o zimbreiro (Juniperus sp.) que é uma árvore indígena muito rara. Nesta Reserva existe um interessante núcleo de zimbreiros, que corresponde a uma espécie pouco frequente na Região Autónoma da Madeira, que foi muito utilizada no fabrico de mobiliário.

Nas escarpas adjacentes à Reserva, existe vegetação característica das falésias costeiras macaronésicas, existindo algumas espécies de Laurissilva, nomeadamente exemplares de faia-das-ilhas (Myrica faya), barbusano (Apollonias barbujana), alegra-campo (Semele androgyna), seixeiro (Salix canariensis) e cabreira (Phyllis nobla).

A flora marinha desta reserva é muito abundante embora não seja muito diversificada. Na zona intertidal e infralitoral superior podem ser encontrados tapetes de alga verde (Codium adhaerens) e

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da alga castanha (Halopteris filicina). Com o aumento de profundidade e consequente diminuição da luz pode-se vislumbrar algas castanha (Lobophora variegata) e vermelha (Asparagopsis armata).

FaunaDo ponto de vista ornitológico, a Reserva Natural da Rocha do Navio constitui um local privilegiado para a nidificação de algumas espécies de aves marinhas, entre as quais se destacam: a cagarra (Calonectris diomedea borealis), a alma-negra (Bulweria bulwerii) e o roque-de-castro (Oceanodroma castro); como aves marinhas costeiras podemos encontrar o garajau-comum (Sterna hirundo) e a gaivota de patas amarelas (Larus cachinnans atlantis); nas áreas costeiras adjacente à Reserva podem-se observar todas as rapinas diurnas que nidificam no arquipélago: a manta (Buteo buteo harterti), o francelho (Falco tinnunculus canariensis) e o fura-bardos (Accipiter nisus granti). A única rapina nocturna do arquipélago é a coruja-das-torres (Tyto alba schmitzi) e pode ser vista também nesta Reserva, ou pelo menos ouvida frequentemente.

Em relação à fauna marinha, devido ao grande hidrodinamismo das suas águas, existe uma enorme aglomeração de peixe de distintas espécies, algumas com interesse comercial e de subsistência para a população local. Entre estes destacam-se: o mero (Epinephelus marginatus), o badejo (Mycteroperca fusca), o peixe-cão (Pseudolepidaplois scrofa), o sargo (Diplodus sargus), o bodião (Sparisoma cretense), castanhetas (Abudefduf luridus e Chromis limbata), entre outros. Nos fundos rochosos, podem ser encontradas moreias (Muraena helena, M. augusti, Enchelycore anatina e Gymnothorax unicolor). Esporadicamente podem ser avistados golfinhos (Tursiops truncatus), lobos-marinhos (Monachus monachus) e tartarugas-careta (Caretta caretta).

Reserva Natural da Ponta de São LourençoA Reserva Natural da Ponta de São Lourenço é a península mais oriental da Ilha da Madeira com cerca de 9 km de comprimento e uma largura máxima de 2 Km, englobando os 2 ilhéus que se encontram no seu seguimento – o ilhéu da Cevada da Metade ou do Desembarcadouro e o ilhéu da Ponta de São Lourenço, do Farol ou de Fora.

A baía, localizada na costa Sul, é, de todas as pequenas enseadas da Madeira, a mais ampla e de maior reentrância, formando um bom ancoradouro.

Com o intuito de preservar a sua fauna, flora e o seu património geológico, aquando da criação do Parque Natural da Madeira, em 1982, a Ponta de São Lourenço e o Ilhéu do Desembarcadouro foram incluídos como Reserva Parcial e Integral, respectivamente, através do D.R. Nº 14/82/M, de 10/11/82.

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Fonte: PNM, 1999.

VegetaçãoA Vegetação desta Reserva é única dentro da Macaronésia devido à presença de importantes grupos de endemismos locais que estão virtualmente confinados à dita área.

A vegetação é basicamente constituída por matorral xerofítico do litoral, mas muito degradado, cuja forma mais rica provavelmente pode ser observada nas áreas de menor utilização pelo gado que em tempos ali existiu. Exemplos de flora existente na área da península:

• Ensaião (Aichryson villosum)• Ensaião de pasta (Aeonium glandulosum)• Arroz da rocha (Sedum nudum)• Cabreira (Phyllis nobla)• Sinapidendro (Sinapidendron frutescens ssp. succulentum)• Cardo (Galactites tomentosa) • Hepática (Riccia atlantica)

Existem outras plantas com alguma importância como o Mesembryanthemum crystallinum, Mesembryanthemum nodiflorum, Bassia tomentosa e Crithmum maritimum. Com alguma raridade temos a Silene vulgaris marítima, Silene vulgaris, Astragalus solandri, a Barrilha (Suaeda vera) e Vaqueira ou Maravilhas (Calendula maderensis).

No Ilhéu do Desembarcadouro a vegetação é composta, sobretudo, por exemplares de Lotus glaucus e Lotus afim macranthus, que outrora serviram de forragem. Alberga ainda alguns endemismos muito importantes como a Frankenia laevis, a Phalaris maderensis, o Massaroco (Echium nervosum), o Almeirante (Crepis divaricata var. robusta), Beta patula, Plantago coronopus var. pseudo-macrorrhiza, Crambe fruticosa, o Rumex bucephalophorus, Entosthodon fritzeie, Riccia atromarginata var. glabra e ainda alguns arbustos de Suaeda vera.

FaunaA fauna característica da Reserva da Ponta de São Lourenço inclui aves, insectos e o coelho bravo bem como diversas espécies de moluscos terrestres.

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Dadas as características da Costa Norte (grande número de grutas com praias interiores e reduzida presença humana), o Lobo marinho é avistado pontualmente nesta área.

Salientam-se as seguintes espécies; a Lagartixa (Podarcis dugesii), o Lobo-marinho (Monachus monachus), o Golfinho riscado (Stenella coeruleoalba), o Golfinho comum (Delphinus delphis), o Cachalote (Physeter macrocephalus) e a Baleia de bossa (Megaptera novaeangliae).

E ainda 24 espécies de moluscos terrestres, entre as quais se destacam; Boettgeria deltostoma, Boettgeria exígua, Caseolus compactus, Steenbergia duplex, Discula polymorpha, Leiostyla recta, Actinella nitidiuscula e Leiostyla fusca.

Fonte: PNM, 1999.

Em relação às aves, a reserva assume grande importância na nidificação de aves marinhas, entre as quais se destacam a Cagarra, o Roque de Castro e a Alma Negra. No Ilhéu do Desembarcadouro nidifica uma das maiores colónias de gaivotas da região. No ano de 1998 foi observada uma colónia de Garajaus de grande dimensão que nidificou na área da Ponta do Furado.

Em relação às aves terrestres, encontram-se frequentemente o Corre-caminhos, o Pintassilgo, o Canário da Terra, a Perdiz, a Codorniz, o Pombo da rocha e diversas rapinas (Francelho, Manta e Coruja).

Reserva Natural do GarajauA Reserva Natural Parcial do Garajau foi criada em 1986, para impedir a progressiva desertificação dos fundos marinhos do litoral da Ilha da Madeira e contribuir para o repovoamento faunístico das áreas adjacentes. Esta Reserva foi criada pelo Decreto Legislativo Regional nº 23/86/M. Foi a primeira Reserva exclusivamente marinha a ser criada em Portugal, tendo sido proposta por um grupo de amantes de mergulho, que valorizaram e o património natural daquele local.

A costa envolvente desta Reserva é rochosa, alta e regular. A falésia é muito acentuada, com altitudes que podem ultrapassar os 100 metros. No entanto, a partir da Ponta do Garajau e até à Ponta da Oliveira a arriba é mais baixa e regular, sendo o acesso ao mar relativamente mais fácil. A faixa costeira é composta por diversas praias de calhau rolado, intercaladas com zonas rochosas.

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Fonte: PNM, 1999.

A Reserva do Garajau ocupa uma área de 376 hectares e tem como limites a linha batimétrica dos 50 m a Sul, o cais do Lazareto a Oeste, a Ponta da Oliveira a Este e a linha de preia-mar a Norte.

Fonte: PNM, 1999.

A vegetação nativa predominante é a característica das falésias costeiras macaronésicas. Destacam-se, pelo seu porte arbustivo e arbóreo, os seguintes exemplares: oliveira-brava (Olea europaea ssp. madeirensis), marmulano (Sideroxylon marmulano) e buxo-da-rocha (Maytenus umbellata e Chamaemeles coriacea). Junto às praias encontra-se a única população conhecida da alfazema-da-madeira (Lavandula pinnata ssp. pinnata) e a meia encosta e raríssima Andryala crithmifolia.

Parte da falésia envolvente à Reserva encontra-se integrada na rede ecológica europeia de zonas especiais de conservação – Rede Natura 2000.

Os fundos da Reserva são de natureza rochosa até, aproximadamente, os 22 metros de profundidade. A partir daqui, passam a ser de areia fina ou de concha moída. A área de transição do substrato rochoso para arenoso é bastante marcada e com declive acentuado, apresentando algumas paredes abruptas. Os fundos móveis revelam, por vezes, blocos rochosos de dimensão considerável ou alguma rocha miúda.

A Reserva, quer devido à sua localização geográfica, quer devido à riqueza biológica e extraordinária clareza das suas águas, oferece condições únicas como espaço protegido com grande interesse do ponto de vista científico, recreativo e turístico. A comprová-lo está o considerável acréscimo no número de visitantes, especialmente de mergulhadores amadores, que afluem ao local ao longo do ano.

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FloraTal como acontece em toda a Ilha da Madeira, as algas não são muito abundantes e encontram-se, essencialmente, nas áreas de substrato duro próximo da costa, onde a luminosidade não é limitante e o forte hidrodinamismo permite a renovação dos nutrientes.

Nas zonas do intertidal e infralitoral podem observar-se espécies características da Madeira, pertencentes ao género Cystoseira, Ulva, Cladophora, Corallina e Caulerpa.

FaunaOs fundos marinhos são de enorme riqueza faunística. Como principal atracção, que continua a despertar a curiosidade dos mergulhadores, temos o mero (Epinephelus marginatus). Estes peixes são de grandes dimensões, chegam a pesar 65 kg, são extremamente dóceis e de fácil conveniência. Podem encontrar-se outras espécies de peixe típicas da zona costeira madeirense, tais como: o badejo (Mycteroperca fusca), o peixe-cão (Pseudolepidaplois scrofa), o sargo (Diplodus cervinus), o bodião (Sparisoma cretense), o peixe-rei (Coris julis), entre outros.

Fonte: PNM, 1999.

Em pequenas concavidades e fendas no meio das rochas, podem ser encontradas moreias pintadas (Muraena helena), moreias pretas (Muraena augusti), moreão (Gymnothorax unicolor) e a moreia-serpente (Enchelycore anatina).

Nesta Reserva ainda podem ser encontrados muitas outras espécies que enriquecem e deslumbram muitos mergulhadores. Alguns adeptos do mergulho, classificam esta reserva de fascinante tanto de dia quanto de noite.

Fonte: PNM, 1999.

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Reserva Natural das Ilhas DesertasCaracterização geral

A Reserva Natural das Ilhas Desertas tem uma área de 9.672 hectares e é delimitada pela batimétrica dos 100 m e inclui todas as ilhas ou ilhéus. A área marinha está dividida em Reserva Parcial - a Norte, e Reserva Integral- a Sul. Este espaço foi protegido em Maio de 1990, através do Decreto Legislativo Regional n.º 14/90/M, que criou a Área de Protecção Especial das Ilhas Desertas, passando a Reserva Natural, em 1995, através do Decreto Legislativo Regional n.º 9/95/M.

A protecção destas ilhas foi motivada pela urgência de medidas para a conservação do Lobo Marinho, no entanto, o seu objectivo é a protecção e preservação de todo um conjunto de fauna e flora únicos e que englobam várias espécies raras e endémicas. Como reconhecimento do valor natural e ecológico destas ilhas, em 1992 o Conselho da Europa classificou-as como Reserva Biogenética.

As Ilhas Desertas são constituídas por três ilhéus: Ilhéu Chão, Deserta Grande e Bugio, situados a SE da Madeira, no prolongamento para Sul da Ponta de São Lourenço, distando desta 11 milhas marítimas e do Funchal 22 milhas.

Fonte: PNM, 1999.

As Ilhas Desertas possuem uma extensa faixa litoral de cerca de 37.700 m, quase toda rochosa, formada por escarpas muito inclinadas e quase a pique, o que as torna praticamente inacessíveis.

O relevo acidentado, principalmente devido à acção marinha e eólica, e a ausência de água doce foram os factores que contribuíram para que este espaço não fosse colonizado, embora se tenha tentado desde o século XVI.

FloraAs tentativas de colonização levaram a que a ilha recebesse também os coelhos, cabras e ratos, que foram os responsáveis pela vegetação pouco abundante. Apesar desta realidade, as Ilhas Desertas apresentam ainda uma grande variedade de plantas, tendo sido assinaladas 201 espécies, incluindo 33 endemismos do arquipélago da Madeira e dois exclusivos das Ilhas Desertas, Sinapidendron sempervivifolium e a Frullania sergiae. Em 1996 foi realizado um trabalho para a eliminação dos

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herbívoros da Deserta Grande, após o qual se tem registado a recuperação da cobertura vegetal e espera-se a regeneração da flora original.

No Ilhéu Chão destacam-se as espécies Beta patula e Phalaris maderensis, enquanto que na Deserta Grande se salientam as espécies Cenoura da rocha (Monizia edulis), Cila da Madeira (Scilla maderensis), Ensaião (Aeonium glutinosum) e Goivo da rocha (Matthiola maderensis). No Ilhéu do Bugio a principal referência em termos de flora é a Estreleira (Argyranthemum haematomma).

FaunaAs Ilhas Desertas constituem um dos últimos redutos do Lobo-marinho, residindo uma colónia estimada em 23 animais que se encontra em recuperação populacional. Por esta razão, é considerada a espécie emblemática da Reserva.

Fonte: PNM, 1999.

Estas ilhas são também um importante centro de nidificação de aves marinhas, tais como a Cagarra (Calonectris diomedea borealis), o Roque de Castro (Oceanodroma castro) a Alma-Negra (Bulweria bulwerii) e a rara Freira do Bugio (Pterodroma feae). Esta última com uma distribuição mundial que se restringe à Ilha do Bugio e Cabo Verde.

Fonte: PNM, 1999.

Das aves residentes conta-se o Canário da terra (Serinus canaria canaria), o Corre Caminhos (Anthus berthelotii madeirensis), a Gaivota (Larus argentatus), as rapinas Manta (Buteo buteo

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harterti) e Francelho (Falco tinnunculus canariensis) e ainda a Coruja (Tyto alba schmitzi).

No Norte da Deserta Grande, no vale da Castanheira, reside a Tarântula das Desertas, (Lycosa ingens), uma espécie endémica desta ilha. Existem ainda 33 espécies de moluscos terrestres, entre as quais 26 são endémicas. As espécies com maior importância são:

• Ilhéu Chão: Leptaxis erubescens • Deserta Grande: Geomitra tiarella, Leptaxis undata, Leiostyla millegrana, Discula polymorpha e Amphorella mitriformis. • Ilhéu do Bugio: Caseolus punctulatus

Fonte: PNM, 1999.

Reserva Natural das Ilhas SelvagensCaracterização geral

A Reserva Natural das Ilhas Selvagens foi criada em 1971, sendo uma das mais antigas Reservas Naturais de Portugal. Actualmente, é a única reserva portuguesa galardoada com o Diploma Europeu do Conselho Europa.

As Selvagens são constituídas por dois grupos de pequenas Ilhas, das quais se destacam a Selvagem Grande, a Selvagem Pequena e o Ilhéu de Fora. Estão situadas a cerca de 163 milhas da Ilha da Madeira e representam o extremo Sul do território nacional.

Fonte: PNM, 1999.

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A sua criação deveu-se à necessidade de defender a avifauna marinha que nidificava nas referidas ilhas, contra a intensa predação humana, que se intensificou com o aparecimento de um maior número de barcos de pesca a motor.

A gestão desta Reserva está a cargo do Serviço do Parque Natural da Madeira desde os fins de 1989 e a sua vigilância permanente, iniciada em 1976, é, actualmente, efectuada pelos elementos do Corpo de Vigilantes da Natureza (CVN).

Fonte: PNM, 1999.

FloraOutrora, alguma vegetação das Selvagens era usada com fins comerciais. A urzela, líquenes do género Nemaria era exportada para a Flandres. Actualmente, esta vegetação tem grande interesse científico.

Presentemente, existem cerca de 105 espécies de plantas, na sua generalidade de porte rasteiro. A riqueza da vegetação destas ilhas assume particular relevo na Selvagem Pequena e Ilhéu de Fora, visto nunca terem sido alvo de qualquer tentativa de colonização inclusive a introdução de herbívoros. A Selvagem grande apresenta igualmente um coberto vegetal peculiar e uma interessante flora com endemismos da Ilha, outros comuns às restantes Ilhas Selvagens e da Macaronésia, para além de ser o limite da distribuição de determinadas espécies no Hemisfério Sul ou no Norte.

Pela especificidade e importância botânico-científica destacam-se as 11 plantas exclusivas das Selvagens, das quais são exemplos: Figueira do Inferno (Euphorbia anachoreta), Estreleira (Argyranthemum thalassophylum), Monanthes lowei, Lótus das Selvagens (Lotus salvagensis), Cila da Madeira (Scilla maderensis var. melliodora), Lobularia canariensis ssp. rosula-venti, Frankenia laevis, Senecio incrassatus, Limónio (Limonium papillatum var. callibotryum), Asparagus nesiotes ssp. nesiotes. A brioflora, pouco abundante e exuberante, é essencialmente terrícola e apresenta grande afinidade com espécies típicas de ambientes semi-desérticos. Os líquenes são predominantemente saxícolas, colonizando as rochas desde a beira mar até ao topo.

No que concerne à flora marinha, esta é composta por aproximadamente 100 espécies típicas destes habitats.

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FaunaAs Ilhas Selvagens são um santuário de nidificação de aves marinhas e estão classificadas como “Important Bird Área (IBA)” e Zona de Protecção Especial (ZPE), pertencendo à Rede Natura 2000.

Nidificam aqui nove espécies, das quais cinco são aves marinhas pelágicas pertencentes à família Procellariidae. As outras quatro espécies, pertencem às famílias Laridae (três espécies) e Motacillidae (uma espécie). Os procelariídeos compreendem a cagarra (Calonectris diomedea borealis), apresentando uma colónia superior a 14.000 casais reprodutores (a maior do mundo), o calcamar (Pelagodroma marina), com um efectivo populacional que ultrapassa os 40.000 casais, a alma negra (Bulweria bulwerii) com populações que ascendem a 4.000 casais, roque de castro (Oceanodroma castro), com mais de 2.700 casais e o pintainho (Puffinus assimilis baroli), que contabilizam 1.500 casais.

Fonte: PNM, 1999.

O garajau rosado (Sterna dougalli), que nidifica em número reduzido no Ilhéu de Fora é extremamente sensível à presença humana e consequentemente é uma espécie que está sob grande ameaça a nível mundial.

Todas estas aves são migratórias aparecendo nestas Ilhas unicamente durante o seu período reprodutor. Por outro lado, ao longo de todo o ano podem ser encontrados cerca de 300 indivíduos de corre caminhos (Anthus berthelotii berthelotii), um pássaro insectívoro, assim como um número reduzido de casais de francelhos (Falco tinnunculus canariensis), uma rapina de pequeno porte.

Fonte: PNM, 1999.

A osga (Tarentola boettgeri bischoffi) e a lagartixa (Podarcis dugesii), são as outras duas espécies de vertebrados terrestres nativos que habitam estas pequenas ilhas. A outro nível, dos invertebrados,

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menos conspícuos, podemos encontrar alguns insectos coleópteros e lepidópteros como a borboleta Agrotis selvagensis, um escaravelho endémico Deuchalion oceanicum e ainda uma espécie de molusco terreste Theba macandrewiana.

No ambiente marinho e costeiro surgem ecossistemas bem conservados, representativos desta área do Atlântico. Nestas Ilhas existe uma abundante presença de moluscos endémicos do Sul da Região da Macaronésia, que desapareceram noutras áreas, devido à intensa actividade humana.

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MÓDULO 5 LEGISLAÇÃO DA NATUREZA EM VIGOR

Direito Internacional

A Organização Mundial de Turismo

(ver Anexo A3)A Organização Mundial de Turismo é uma organização internacional de carácter intergovernamental composta por diversas organizações, ligadas ao turismo de diferentes países, cujo objectivo principal é o de promover e desenvolver o turismo com vista a contribuir para a expansão económica, a compreensão internacional, a paz, a prosperidade, bem como o respeito universal e a observância dos direitos e liberdades humanas fundamentais, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.

O orçamento da OMT é financiado através das contribuições dos Membros segundo um método de repartição a determinar pela Assembleia e baseado no nível de desenvolvimento económico, bem como na importância do turismo internacional de cada país, e através de outras receitas da Organização.

O Código Mundial de Ética no Turismo

(ver Anexo A4)O Turismo internacional deverá quase triplicar, de acordo com as previsões, no decorrer dos próximos vinte anos. Os Membros da Organização Mundial do Turismo estão convictos de que o Código Mundial da Ética do Turismo é necessário para tentar reduzir ao mínimo os efeitos negativos do turismo sobre o ambiente e o património cultural e, simultaneamente maximizar as suas vantagens em relação aos habitantes dos destinos turísticos.

A Assembleia Geral da OMT, na sua sessão de 1997 em Istambul, aprovou numa resolução a proposta de elaboração do Código. Ao longo dos dois anos que se seguiram, foi constituído um Comité especial para a elaboração do Código Mundial de Ética do Turismo e, após consulta ao Conselho Profissional, às Comissões Regionais e ao Conselho Executivo da OMT, o Secretário -Geral e o Conselheiro Jurídico da Organização prepararam um projecto de texto. E s t e Código de Ética é composto por princípios e procedimentos a serem seguidos nas actividades turísticas. Fruto duma vasta consulta, os dez artigos do Código Mundial de Ética do Turismo foram aprovados por unanimidade pela Assembleia Geral da OMT, em Santiago do Chile, em Outubro de 1999. O Código inclui nove artigos definindo os procedimentos para os destinos turísticos, governos, promotores, operadores, agentes de viagens, trabalhadores do sector e os próprios turistas. O décimo artigo trata resolução de litígios prevendo um mecanismo de aplicação. O Código Mundial de Ética do Turismo foi concebido para ser um texto vivo.

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“Destina-se a todos os agentes empenhados no desenvolvimento do Turismo, incluindo os Governos, que têm sido convidados pela Assembleia Geral das Nações Unidas a considerarem a introdução do seu conteúdo em leis, regulamentos e práticas profissionais”, explicou o Presidente do Comité Mundial de Ética no Turismo, Diego Cordovez.

O Comité Mundial de Ética no Turismo elegeu como prioridades o combate à exploração dos seres humanos, em particular das crianças; o desenvolvimento sustentado do turismo; a liberdade de movimento dos visitantes; a garantia efectiva do direito ao turismo; a prática económica saudável nos serviços de turismo; a educação em turismo e a observação de princípios éticos como base da compreensão entre os povos e contributo para a paz.

Direito Comunitário

Cooperação Euromediterrânica no Sector do Turismo

(ver Anexo A5)Resolução do Conselho da União Europeia de 13 de Maio de 1��� (��/C 155/01)

Nesta resolução, o Conselho sublinha que uma cooperação em matéria de turismo, entre a Comunidade Europeia e os países terceiros mediterrânicos, tal como prevista na declaração de Barcelona, implica a concretização de acções no domínio da informação, da formação e da promoção.

Solicita, à Comissão que:

• desenvolva a recolha de informações sobre os fluxos turísticos e que identifique os obstáculos que se poderão colocar aos países terceiros parceiros na aplicação das disposições comunitárias com incidência sobre o turismo, no âmbito da criação progressiva de uma zona euromediterrânica de comércio livre; • encete uma reflexão aprofundada com os países mediterrânicos sobre as tendências do mercado dos produtos turísticos.

O Conselho solicita, igualmente, aos Estados-Membros e à Comissão que:

• desenvolvam um intercâmbio de informações sobre a legislação nacional e comunitária com repercussões sobre o turismo;• tenham em atenção que a formação em matéria de turismo seja contemplada na implementação do programa de trabalho adoptado na Conferência de Barcelona;• analisem em conjunto os elementos susceptíveis de fomentar o desenvolvimento do turismo euromediterrânico, em particular as novas tecnologias, concedendo atenção especial à valorização dos recursos do património natural, histórico e cultural comum.

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O Futuro do Turismo Europeu

(ver Anexo A6)Resolução do Conselho de 21 de Maio de 2002 sobre o futuro do turismo europeu (2002/C

135/01)

Nesta resolução, o Conselho sublinha que o turismo conduz a um alto nível de emprego e de bem-estar social, ao crescimento sustentável, a uma melhor qualidade de vida e integração europeia, e bem assim à coesão económica e social, e é um dos sectores mais importantes da economia europeia. As actividades turísticas deverão procurar contribuir para a preservação e a melhoria do ambiente. Salienta ainda que é necessário reforçar o papel do Comité Consultivo do Turismo e cooperar, no âmbito dos quadros existentes, com os agentes privados e os poderes públicos nos países candidatos, bem como incentivar uma cooperação estreita entre a Comunidade Europeia e as organizações internacionais activas no sector do turismo.

Solicita, à Comissão que:

• Promova o diálogo entre o sector público, a indústria turística e outras partes interessadas, nomeadamente no âmbito de um Fórum Europeu do Turismo a realizar anualmente; • Registe e divulge a informação sobre redes de cooperação a nível europeu para promover um turismo acessível, sustentável e de elevada qualidade e um sector económico competitivo.

O Conselho solicita, igualmente, aos Estados-Membros e as outras partes interessadas do sector do turismo e à Comissão que:

• Incentivem a interacção e a parceria entre os destinos turísticos e entre os agentes locais através da Europa, • Intensifiquem os seus esforços para facilitar o acesso ao turismo por parte das pessoas com deficiências, • Reflictam sobre os diversos meios para reforçar a posição e a imagem da Europa como um conjunto de destinos diversificados e atraentes e sobre o futuro crescimento sustentável do turismo na Europa.

Direito Interno

Orientação da Política de Turismo Portuguesa

(ver Anexo A7)Resolução do Conselho de Ministros nº ��/2003 de 1 de Agosto de 2003

O Governo, através da Resolução de Conselho de Ministros n.º 97/2003, aprovou o Plano de Desenvolvimento do Turismo que define um conjunto de objectivos a atingir e de acções para os alcançar, entre os quais se conta a reforma da organização institucional do Turismo português.

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Regime de Turismo da Natureza

(ver Anexo A8)

MINISTÉRIO DA ECONOMIADecreto-Lei n.º 4�/�� de 1� de Fevereiro

Turismo de natureza

É definido o regime jurídico do turismo de natureza. São identificadas as modalidades de hospedagem e actividades e serviços de alojamento e animação turística ambiental. Identifica ainda as competências das entidades e órgãos envolvidos em todo o processo de licenciamento.

Ao nível da fiscalização e sanções são identificadas as entidades e órgãos com competência de fiscalização e de aplicação de coimas

Regulamentação das Actividades, Serviços e Instalações das Modalidades de Animação Ambiental

(ver Anexo A9)Decreto Regulamentar n.º 1�/2003 de 10 de Outubro

Vem alterar alguns artigos do Decreto Regulamentar 18/99 que regula a animação ambiental nas modalidades de animação, interpretação ambiental e desporto de natureza nas áreas protegidas, bem como o processo de licenciamento das iniciativas e projectos de actividades, serviços e instalações de animação ambiental. O Decreto Regulamentar 18/99 prevê um elenco de definições legais e de contra-ordenações e sanções acessórias, bem como as entidades competentes para a fiscalização e instauração e instrução dos processos.

Existia, também, a necessidade de alterar as normas relativas ao licenciamento das iniciativas e dos projectos de animação ambiental nas áreas protegidas, alargar o âmbito das entidades abrangidas, estabelecer normas relativas à sua renovação e estabelecer normas relativas à fiscalização do cumprimento do estabelecido no Decreto Regulamentar 18/99.

Programa Nacional de Turismo de Natureza

(ver Anexo A10)Resolução do Conselho de Ministros n. 112/�� de 25 de Agosto de 1���

Plano nacional do turismo de natureza

Cria o Programa Nacional de Turismo de Natureza (PNTN), aplicável na Rede Nacional de Áreas Protegidas.

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Foi celebrado um protocolo de cooperação entre o Ministério da Economia e o Ministério do Ambiente, em 12 de Março de 1998, com o objectivo de implementar o PNTN.

Pretende-se que o desenvolvimento da actividade turística nas Áreas Protegidas contribua para a valorização do seu património natural e cultural.

Regulamento da Prática de Campismo

(ver Anexo A11)PRESIDÊNCIA DO CONSELHO E MINISTÉRIO DA SAÚDE E ASSISTÊNCIA

Decreto-Lei n.º 5��/�0 de 2� de Novembro

A importância que o campismo tem como actividade iminentemente turística determinou a publicação do Decreto-Lei n.° 47 330, atribuindo aos serviços de turismo a competência necessária para poderem desempenhar o papel de coordenadores e dinamizadores de todo este sector das actividades turísticas.

Verificou-se, entretanto, que o referido diploma legal não corresponde às necessidades sentidas neste campo, dada a rigidez da sua disciplina em certos aspectos.

Tornando-se, por isso, necessário rever o citado Decreto - Lei, considerou-se oportuno inserir num só diploma toda a disciplina da actividade, dando-se assim seguimento à orientação já adoptada no Decreto n.° 47 860.

Nestes termos, procede-se à remodelação do regime de estabelecimento e exploração dos parques de campismo.

Regulamento dos parques de campismo

(ver Anexo A12)SECRETARIA DE ESTADO DO TURISMO

Decreto Regulamentar n.º 3�/�0 de 1� de Agosto

Justifica-se, face às dificuldades já sentidas e resultantes do aumento explosivo que a actividade campista está a registar entre nós, a institucionalização de normas que preservem a função que o campismo deve desempenhar no conjunto da oferta turística, ou seja, a de garantir um tipo de alojamento de férias acessível e de proporcionar a oportunidade de um contacto simultâneo com a Natureza e dos campistas entre si.

As noções de espaço, saúde e contacto social são incompatíveis com formas de aglomeração de campistas em parques cujas capacidades não os comportam e tão-pouco com a prática do campismo em locais sem as mínimas condições e onde os aspectos físicos e morais são colocados em risco.

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Nestes termos, estabelecem-se normas que definem os requisitos mínimos aconselhados para os parques de campismo, que ficam sujeitos a um sistema de classificação por estrelas, tal qual acontece internacionalmente, regras limitativas da existência de material desocupado e proibição do campismo com carácter de residência permanente, situações que, aliás, acarretam prejuízos para o próprio campista.

Assim,este diploma aprova o Regulamento dos Parques de Campismo.

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