autotutela

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Page 1: Autotutela

Autotutela –

Era utilizada nas civilizações primitivas, com a ausência do Estado, considerada a

mais rudimentar. A resolução dos conflitos não tinha a influencia de terceiros, era feita com

as próprias mãos, e por isso, uma vontade se impunha a outra, pela força.

Apesar de não ser usada como antigamente, ainda encontramos a autotutela no Direito

brasileiro atual, como o direito de greve, legítima defesa, qualquer pessoa prender em crime

em flagrante, o proprietário retirar o invasor da sua propriedade, etc. Lembrando sempre que

em todos esses casos há limites, e caso sejam desrespeitados, será considerado crime. Não é

a mesma das civilizações antigas, somente pode ser utilizada como medida excepcional. Para

alguns, porém, esses exemplos são institutos legais da autodefesa, não mais existindo no

ordenamento jurídico brasileiro a autotutela.

“Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora

legítima, salvo quando a lei o permite:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à

violência.” (Código Penal)

Autocomposição –

Era o ajuste de vontades, onde pelo menos uma das partes abria mão de seus

interesses ou de parte deles. Pode haver a participação de terceiros (árbitro ou mediador)

podendo ser:

Negociação – acordo feito somente entre as partes.

Conciliação – presença de terceiro imparcial, interferindo (com informações) somente

quando as partes não têm conhecimento sobre determinada matéria.

Mediação – presença de terceiro imparcial, que facilitará o diálogo.

Há três modos de se chegar ao acordo:

Ex.:

Você está indo para o trabalho no seu carro novo. Um motorista alcoolizado bate na

traseira do seu veículo (ele paga o prejuízo). A partir daí pode ocorrer:

Desistência (renuncia à pretensão) – você deixa como está e não cobra os seus

direitos (que ele pague o conserto).

Submissão (renuncia à resistência) – você cobra os seus direitos e a outra parte, o

motorista alcoolizado, aceita sem resistência.

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Transação (concessão recíproca) – você abre mão de parte de seu direito e ele de

parte da resistência.

Jurisdição –

Significa dizer o direito (Juris – direito, dicere – dizer), nele o Estado aplica a norma

jurídica ao caso concreto, os juízes examinam e resolvem os conflitos, objetivando resguardar

a paz e o império da norma jurídica. Alguns doutrinadores afirmam que ela já está se

tornando insuficiente, pois o seu excesso de formalismo e a morosidade (muitos processos)

acabam por torná-la desprestigiada e ignorada pelo povo. Segundo alguns estudiosos do

direito, a arbitragem faz parte da jurisdição, enquanto outros dizem que irá substituí-la.

Norma jurídica e norma processual. Fontes da norma processual

(capítulo 9 do Teoria Geral do Processo Civil - Carvalho, Caraciola, Assis e Dellore)

* Distinção entre norma material e norma processual

Uma distinção usualmente realizada em relação à norma jurídica diz respeito às normas materiais e processuais.

Norma material (ou substancial) é aquela que regula as relações / conflitos,

elegendo quais interesses conflitantes devem prevalecer e quais devem ser afastados.

Norma processual (ou instrumental) é aquela que regula como se dará a solução

dos conflitos em juízo (ou seja, a que regula o processo).

No âmbito do processo haverá, pelo juiz, tanto a aplicação de normas processuais

(aspectos formais / burocráticos) quanto de normas materiais (mérito, conteúdo – efetiva solução do conflito levado ao Judiciário).

Se houver a inobservância de normas processuais, a decisão será inválida e, por isso, deverá ser repetida: error in procedendo.

Se, ao contrário, ao julgar o juiz não observar normas materiais, a decisão deverá

ser reformada (modificada e, portanto, não repetida): error in judicando.

* Objeto da norma processual

Define-se o que é norma processual por seu objeto (o que a norma regula) e não por sua localização (estar situado no CPC ou CC).

Não obstante, usualmente a norma processual localiza-se no CPC e em legislação processual extravagante.

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Objeto das normas processuais é:

- disciplinar o modo processual de solucionar conflitos;

- atribuir ao juiz poderes para solucionar os conflitos;

- atribuir às partes instrumentos para a postulação;

- em síntese, disciplinar o poder jurisdicional.

Em regra as normas processuais são cogentes, ou seja, não há opção das partes em seguí-las ou não (ex: não se pode alterar o prazo de contestação).

Contudo, por vezes é possível que alguma questão processual dependa da vontade

das partes, daí se falar em normas dispositivas (ex.: suspensão do processo por

acordo entre as partes, CPC, art. 265 / eleição de foro territorialmente competente, CPC, art. 111).

* Fontes da norma processual

Por fonte entende-se o meio de produção ou de expressão da ordem jurídica (de

onde emanam).

As fontes da norma processual são as seguintes:

a. lei (Constituição, Códigos e outras leis, tratados internacionais) b. usos e costumes

c. jurisprudência (* alguma divergência, há quem entenda não se tratar de

fonte) d. súmula vinculante (inserida no sistema brasileiro com a EC 45/04)

e. regimentos internos dos Tribunais (disciplinam o funcionamento interno dos Tribunais).

De se destacar que, do ponto de vista gramatical, não é adequado utilizar o termo

jurisprudência no plural (é possível se falar em julgados, ementas, acórdãos,

decisões; mas não “jurisprudências”).

As fontes acima indicadas são as denominadas fontes abstratas ou genéricas.

Já as fontes concretas são as normas efetivamente aplicadas no país. Assim, são

fontes concretas no Brasil:

- CF 88

- CPC 73

- Leis extravagantes que regulam matéria processual, como por exemplo: locação

(8245/91), alimentos (5478/68), justiça gratuita (1060/50) etc.

- Tratados internacionais ratificados pelo Brasil (cf. aula anterior sobre o assunto)

- RITJSP, RISTJ, RISTF.

Page 4: Autotutela

NORMA PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

1)Que princípio regula a eficácia da norma processual no espaço?

Disserte sobre o assunto.

r.Princípio da Territorialidade; ou seja, as normas processuais são válidas,

indistintivamente, para todos os Estados que compõem a Federação.

Uma norma processual nova, tem validade para todos os Estados.

2)Há possibilidade de uma norma processual ter validade apenas em uma

parcela dos Estados?Justifique atentando para o critério de abrangênciaq

dessas normas.

r.Não. Completando a resposta anterior, a territorialidade das normas

processuais significa que estas tem abrangência em todo país, tanto para os

nacionais quanto para estrangeiros que aqui se encontrem.

3)O que se entende pela teoria dos atos isolados na esfera processual e

qual sua importância no que se refere a vigência de lei nova?

r. Significa que os atos processuais são realizados durante o curso normal do

processo e, na medida em que uma norma processual nova insere-se nor

ordenamento jurídico, ela apenas será aplicada (no caso de processos

pendentes) para os atos que ainda serão realizados. Pelo isolamento dos atos

processuais, a lei nova não alcança os efeitos produzidos em atos já realizados

até aquela fase do processo, pré-existente à nova norma. Para os novos

processos, não há o que falar em isolamento dos atos, o processo, desde o

início, será regido pela nova lei.

4)Como segue um processo que iniciou-se com uma lei processual e em

seu curso, nova lei foi publicada?

r. O ato praticado pela lei antiga terá validade, em atenção ao direito adquirido

e o ato jurídico perfeito e, a partir da validade da nova lei, os atos pendentes

serão regidos pelo novo dispositivo.

5) Qual princípio rege a lei processual no tempo?

r. Princípio da imediatividade e da irretroatividade da norma processual. Pela

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imediatividade entende-se que, uma vez publicada, a norma passa a valer para

todos os processos pendentes e futuros, a partir de então. E pelo princípio da

irretroatividade da lei processual, percebe-se a impossibilidade da norma

processual nova alcançar ato processual já praticado pela lei antiga,*salvo no

processo penal, para beneficiar o réu.