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Autor: Nelson Felipe Lopes Maia Matrícula:C204119 Orientadora: Vera Agarez Data da entrega: 01/08/2009 Instituição: Universidade Cândido Mendes Instituto “A Vez do Mestre” Título:“Ações de redução, reutilização e reciclagem de resíduos, atuando como ferramentas educacionais na transformação social e melhoria da qualidade de vida das pessoas”.

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Autor: Nelson Felipe Lopes MaiaMatrícula:C204119

Orientadora: Vera AgarezData da entrega: 01/08/2009

Instituição:Universidade Cândido Mendes Instituto “A Vez do Mestre”

Título:“Ações de redução, reutilização e reciclagem de resíduos, atuando como

ferramentas educacionais na transformação social e melhoria da qualidade de vida das pessoas”.

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Nelson Felipe Lopes Maia

“Ações de redução, reutilização e reciclagem de

resíduos, atuando como ferramentas educacionais na

transformação social e melhoria da qualidade de vida

das pessoas”.

Monografia apresentada como exigência para obtenção do

título de especialista do curso de pós-graduação na área de Gestão

Ambiental, realizado na Universidade Cândido Mendes, Instituto “A

Vez do Mestre”.

Instituição: Universidade Cândido Mendes, Instituto “A Vez do

Mestre”.

Curso: Gestão Ambiental.

Orientadora: Profª Vera Agarez.

Aprovado em ___/___/_____

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Agradecimentos:

Agradeço a Deus por sempre olhar

por mim e me iluminar durante toda

a vida até aqui.

Aos meus pais, que souberam

entender a minha ausência e a

minha ansiedade, por apoiarem e

colaborarem com mais esse passo

para o meu crescimento

prof issional. Muito obrigado.

A Silvania Soares Fontes, minha

companheira e grande amiga que

soube me auxil iar durante todo o

curso, contribuindo decisivamente

para obtenção deste título.

Aos meus colegas de trabalho, que

souberam entender as razões das

minhas ausências em momentos

crít icos durante a elaboração deste

estudo.

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Dedicatória:

Dedico esse trabalho ao meu

“paizão” José Nelson da Silva Maia,

por me apoiar nas decisões, pelas

precisas intervenções, e por

incentivar cada passo dado na

minha carreira. Você é o meu

grande espelho, e sempre

encontrará em mim, um f ilho e um

grande amigo. Obrigado pelo apoio

e por fazer com que eu consiga

enxergar além, despertando em

mim a vontade pelo saber. Dedico

ainda a todas as pessoas que

trabalham no serviço de catação de

materiais, tanto nas ruas como nas

associações e cooperativas,

promovendo a limpeza e a

cidadania.

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Resumo:

Na introdução, iniciamos com o advento do surgimento da poluição

ambiental, que remonta os tempos da revolução industrial (século XVIII). O

desenvolvimento se descortina como a grande luz da existência humana, não

havendo razões conhecidas que superem a máxima do produzir para consumir.

A produção e o consumo geram resíduos e exploram os recursos naturais, e

assim, a partir da 2ª metade do século XX, começa o despertar do homem para

estudar e analisar os efeitos negativos de uma cadeia produtiva desprovida de

preocupações ambientais.

O estudo dos 3 R’s se configura como a base das práticas pró-

ambientais, e tais condutas nos remetem ao surgimento da consciência

ambiental adquirida, que é o mais valioso dos benefícios e objeto de nosso

presente estudo. Utilizar os ensinamentos do reduzir, reutilizar e reciclar são

ferramentas que auxiliam o meio ambiente no presente, porém, garantem a

continuidade da vida no futuro. Desta forma, entendemos que para garantir a

vida, numa ótica de médio e longo prazo, se faz necessário a existência da

educação ambiental, benefício que induz o cidadão a se comprometer com

práticas de combate ao desperdício de recursos e a poluição do ambiente.

A sociedade inteira possui responsabilidade com o meio ambiente e

com a cidadania. Práticas sócioambientais são difundidas de forma nebulosa,

não faltando exemplos de iniciativas de desenvolvimento sustentável por parte

das empresas e comunidade, porém é nítido perceber que ainda falta maior

entendimento de todos na consideração deste tema, sendo necessário um

processo de iluminação socioeconômica para se promover a situação real de

sustentabilidade. Aqui, temos a evolução social sempre a reboque das agendas

21 locais e sistemas de gestão ambiental implantados pelas empresas.

Finalizamos os argumentos, expondo o exemplo advindo da

Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Pedras Brancas, a qual

ratifica com a sua vivência de trabalho, o mérito da conquista de uma elevação

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social através da obtenção da educação ambiental. Neste exemplo reside a

garantia de um padrão econômico para os indivíduos, durante o exercício de

um serviço de grande importância para o meio ambiente.

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Metodologia:

A adoção da metodologia de elaboração da argumentação deve

observar o objetivo do trabalho a ser realizado. O objetivo a ser alcançado na

presente monografia será a comprovação do seguinte tema: “Ações de

redução, reutilização e reciclagem de resíduos atuam como ferramentas

educacionais na transformação social e melhoria da qualidade de vida das

pessoas”.

O método utilizado para a elaboração dos argumentos, se baseou

inicialmente na análise do ponto comum entre as ações pró ambientais e os

benefícios sociais correlacionados. A doutrina explícita da prática dos 3 R’s foi

amplamente estudada, atingindo conclusões que favorecem o bem estar e

evolução do homem, além do mérito ambiental inquestionável. Partindo do

genérico ao específico, exemplificamos diversas iniciativas que comprovam a

tese que meio ambiente e sociedade caminham juntos, destacando a educação

ambiental como ferramenta e benefício social do processo. A ótica do benefício

social para a E.A. está justamente no mérito da absorção do conhecimento

pelo indivíduo, o que, teoricamente, pode ser ainda um fator multiplicador e

norteador de condutas limpas para uma sociedade.

Foi analisado ainda, através de matérias jornalísticas, o

comportamento da sociedade em geral com relação aos ensinamentos

oriundos das legislações e agendas sócioambientais, incluindo empresas e

setor público. Em seguida, buscamos um estudo de caso, através da

Associação de Catadores de Material Reciclável de Pedras Brancas, onde

foram colhidas entrevistas de campo, comprovando os argumentos teóricos

levantados. O exemplo fornecido por este grupo, que existe há 4 (quatro) anos,

vem formar um alicerce prático para o estudo desenvolvido, o qual aponta para

a evolução do indivíduo através das práticas ecologicamente corretas. O

surgimento da consciência ambiental, fruto do dia a dia de trabalho e do

treinamento técnico, está retratado na entrevista realizada com os membros da

associação.

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Sumário:

1) Introdução. Páginas 9 a 11.

2) Desenvolvimento. Páginas 12 a 33.

2.1) A Relação entre o Ambiental e o Social. Capítulo 1................ 12 a 19.

2.2) A Sustentabilidade na Sociedade. Capítulo 2.......................... 20 a 27.

2.3) A Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Pedras Brancas.

Capítulo 3......................................................................................... 28 a 33.

3) Conclusão..................................................................................... 34.

4) Relação dos Anexos......................................................................35.

5) Bibliografia Citada..........................................................................36.

6) Índice..............................................................................................37 e 38.

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1) Introdução:

Há muito tempo, o homem, no seu relacionamento com o meio

ambiente, vem agredindo brutalmente a natureza. Tal fato tornou-se mais

intenso após a Revolução Industrial, a partir de 1750, quando na Inglaterra,

surgiram as primeiras máquinas e com elas a atividade industrial moderna.

Durante o século XIX, a Revolução Industrial espalhou-se para outros países

(França, Alemanha, Itália, Estados Unidos, Japão, Bélgica e Rússia),

ampliando as agressões do homem ao meio ambiente. Com a Revolução

Industrial, ocorreu uma grande urbanização (fundação e crescimento das

cidades). Os homens passaram a viver aglomerados em cidades. Isso ocorreu

de forma intensa, problemas de habitação e de saneamento, como onde

buscar água, onde depositar o lixo. O desejo de lucro ou de enriquecimento

tem levado as sociedades humanas a danificarem a natureza de forma

acentuada. Hoje, o desenvolvimento tecnológico e as necessidades de

abastecer, com bens e serviços, uma população que não para de crescer,

pressionam os humanos a intervir cada vez mais sobre a natureza e a operar

um volume imenso e diversificado de transformações nas matérias.

Vivemos numa sociedade que consome e usa muitos recursos. É a

chamada “Sociedade de Consumo", existentes nos países capitalistas. Esses

países desenvolveram um estilo de vida que exige a fabricação de muitos

produtos para atender grande demanda de consumidores “teleguiados” pelo

marketing. Esse estilo de vida está exaurindo os recursos naturais,

desertificando áreas e produzindo lixo urbano que representa um grande

problema para o ecossistema. Além disso, esse modelo de desenvolvimento

cria passivos sociais denominados bolsões de pobreza, estimulando a fome e a

miséria em diversas comunidades que possuem menor poder aquisitivo

(pessoas que não podem consumir). Enquanto a natureza se mostra eficiente

em resiliência, os homens o são em produção de lixo e de pobreza.

Os ciclos naturais de decomposição da matéria orgânica podem

reaproveitar uma fração do lixo humano através da compostagem. Todavia,

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uma grande parte do lixo produzido provoca um sério problema na natureza,

porque muitos materiais industrializados não são biodegradáveis. Quando o

homem explora os recursos da terra e não os reutiliza ou recicla, o meio

ambiente se polui com o refugo desses produtos. As grandes cidades não

encontram espaço suficiente para abrigar o imenso e crescente volume de lixo

que produzem. Pesquisadores e ambientalistas apontam: Reduzir, Reutilizar e

Reciclar. Os 3 R’s são a chave para diminuir os problemas que o lixo pode

causar. Reduzir significa que devemos nos esforçar para produzir menos lixo,

comprando apenas o necessário, utilizando o máximo tudo o que compramos,

evitando o desperdício. Devemos reutilizar, isto é, dar nova utilidade a algo que

iríamos jogar fora. O lixo urbano é muito rico e por isso não devemos jogá-lo

fora indiscriminadamente. Grande parte do conteúdo de uma cesta de lixo

comum é material reciclável, sendo necessário que se faça a separação entre o

lixo seco (reciclável) e o lixo úmido (orgânico). A coleta seletiva separa todo

material reciclável que é passível de transformação industrial com vistas ao

início de uma nova vida útil. Além disso, a seleção reduz o volume de lixo nos

aterros sanitários, aumentando a vida útil dos mesmos e gerando empregos e

renda aos catadores de materiais.

O problema do excesso de resíduos não é só do governo e das

comunidades, é principalmente das indústrias. O volume de detritos

descartados é tão grande que supera a capacidade saneadora das empresas

de limpeza pública, tornando-se a fonte de sustento para diversas famílias

através da catação do volume excedente nas ruas. De problema a solução, o

lixo passa por uma simples mudança de ponto de vista. Encontramos pessoas,

catadoras de lixo, trabalhando nos lixões das cidades. Elas separam garrafas

de vidros, metais, embalagens de plástico e papel para vender. Assim como os

catadores das ruas (burros sem rabo), elas conseguem o dinheiro necessário à

sua sobrevivência. O lixo também pode ser reaproveitado na criação artesanal,

e assim, as pessoas contribuem com a preservação do meio ambiente e

também garantem sua renda familiar vendendo os objetos. Há soluções para o

lixo, transformando o inútil em obra de arte, gerando renda e cidadania. Apesar

deste mercado em torno do excesso de lixo produzido, estar ajudando as

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pessoas, devemos ressaltar que o volume de lixo é muito superior à

capacidade do serviço de reciclagem, e assim, temos um passivo derivado da

linearidade do sistema. Para se ter uma idéia da colocação anterior, temos uma

curiosa citação:

“Para cada saco de lixo gerado numa residência,

foram gerados outros 70 (setenta) sacos de lixo na

indústria, para que pudesse existir o primeiro”.

(Annie Leonard. Vídeo: The Story of Stuff - A História

das Coisas. Ano de 2005).

Os ganhos para a sociedade, oriundos da prática da coleta seletiva

dos materiais são inúmeros, podendo destacar a consciência ambiental, a

geração de emprego e renda, garantindo uma melhor qualidade de vida para

as pessoas carentes. A maioria da população não percebe ou não entende o

fato que a natureza deveria ser respeitada, independente de interesses, sendo

compreendida em seu conjunto (o homem em sintonia com o ambiente). Se

assim fosse, atribuiríamos mérito à educação ambiental plena, a serviço da

coletividade, promovendo cuidados para não danificar os recursos naturais, de

forma preventiva, em benefício da própria sobrevivência da nossa civilização e

das gerações futuras.

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2) Desenvolvimento:

2.1) A Relação entre o Ambiental e o Social

2.1.1) O caminho da cidadania com o reduzir:

Os bolsões de pobreza são regiões de grande degradação

ambiental, onde possuem habitantes que gozam de baixo nível econômico e de

reduzida autoestima, devido à falta de condições de sobrevivência digna. Não

há a preocupação com os riscos biológicos e químicos das contaminações,

uma vez que os procedimentos e atividades do cotidiano são desprovidos de

conhecimento técnico básico. A inserção da educação ambiental se dá de

forma gradativa, na medida em que as coisas começam a fazer sentido para o

indivíduo que habita um determinado meio, com costumes antigos. O

ensinamento novo deve alterar os hábitos antigos, no mínimo, adequando-os,

para que o ciclo educacional se feche, e esse é o desafio maior. Os programas

ambientais comunitários devem ser de longa duração, para que o

monitoramento do processo possa acontecer. Ao cuidar do ambiente onde ele

vive, automaticamente, estará surgindo um cidadão onde só havia um

elemento.

A importância do destino adequado do lixo produzido, o uso racional

da água e da energia, o saneamento das ruas, vilas e servidões, a manutenção

de áreas verdes, o reflorestamento de áreas degradadas, são exemplos de que

algumas ações irão promover o imediato resgate dos valores do homem. Evitar

desperdícios de qualquer espécie e minimizar o uso de recursos naturais é

reduzir, e nesse exemplo, já temos um R fazendo parte das lições de elevação

social pela via educativa. O poder público tem um papel fundamental em todo e

qualquer processo educativo, considerando que ações políticas de valorização

do ser humano são excelentes exemplos que contribuem para o resgate da

autoestima. Se a prefeitura faz uma obra de implantação de uma rede de

esgoto sanitário na minha rua, vou me sentir mais protegido pelo poder público,

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incentivando-me a adotar, ou colaborar com uma nova visão diante das coisas

ao meu redor. Assim, estaremos criando uma boa oportunidade de implantação

de uma agenda local de atividades, a ser seguida pela comunidade.

As pessoas precisam se sentir importantes no seu dia a dia. A

sensação de estar sendo respeitado por todos permite uma sobrevisão, ou

seja, a visão além da realidade difícil que cega toda a boa vontade. Rever

pensamentos consumistas, restaurar idéias de boa convivência, aceitar o seu

próximo como ele é, são formas de inibir a competição entre as pessoas,

facilitando a inserção de um novo entendimento. A harmonia das relações

humanas será sempre uma estrada bem pavimentada no processo educativo.

Para haver esse estreitamento entre as personalidades, aniquilando as

aparentes diferenças, faz-se necessário reduzir o tamanho do ego de cada um,

estimulando a cooperação e o amor entre os seres. Esta é a teoria do menos

hoje, que será mais amanhã.

Existe uma vertente no reduzir que está voltada pela substituição da

matéria-prima poluente pela matéria-prima biodegradável. Não deixa de ser um

aspecto redutivo, na medida em que repensamos a produção, eliminando

insumos que representam risco à natureza e mitigamos impactos ambientais no

consumo consciente.

Para reduzir, é necessário repensar. Reduzir é o clamor principal da

natureza, que precisa deste R para continuar viva. A capacidade de resiliência

do ambiente não é páreo para o ritmo desenfreado da destruição. Retiramos

muita matéria-prima das florestas, sem pensar na reposição do que foi

subtraído. Fabricamos muitos produtos na indústria sem pensarmos no quanto

será reciclado na ponta da linha, ou seja, no pós-consumo. O reduzir será a

ação que ofertará a viabilidade de aplicação dos outros R’s. Sem o reduzir em

operação na sociedade, não teremos condições para reutilizar ou reciclar na

cota necessária para que haja um ciclo sem desperdícios. O volume exagerado

e grande variedade de detritos acumulados inadequadamente na natureza,

emitem conseqüências ambientais que inibem a vida na sua plenitude, criando

os bolsões de pobreza. Uma ilustração do reduzir vem da Cooperativa de

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Costureiras de Curitiba, que produzem sacolas, substituindo o plástico pelo

algodão-cru, gerando benefícios sócioambientais. Vide a foto nº 1 abaixo:

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2.1.2) A barreira ideológica contra o reduzir:

O ato de reduzir está ligado à queda do consumo e por isso se

contrapõe a duas regras do capitalismo selvagem, muito difundidas nas

sociedades. A primeira regra diz respeito à obsolescência perceptiva. A simples

percepção que seu amigo está usando um utensílio ou uma vestimenta que

não esteja adequado à moda vigente, causa uma sensação de desnível social,

provocando, por vezes, comentários repreensivos e até vexatórios para o

indivíduo considerado desatualizado. Este fato social é a prova da força do

consumo sobre as mentes das pessoas, e assim, qualquer indivíduo que

priorize o reduzir, será uma vítima automática do sistema em que vive. Além

disso, temos a segunda regra que é a obsolescência planejada, a qual se trata

de uma estratégia industrial para impedir a longa vida útil de produtos e

equipamentos. Assim, modelos se tornam obsoletos com menos de um ano

após a sua produção, sob mil pretextos técnicos. Peças que poderiam sofrer

apenas uma substituição comprometem o uso de um equipamento inteiro, sem

contar com a rápida depreciação das coisas oriundas da indústria, o que nos

obriga a uma nova aquisição.

Diante de tais fatos, concluímos que a ação de reduzir envolve não

só o conhecimento técnico e a capacidade de argumentação, mas sim, a

coragem de enfrentar uma corrente ideológica, um modelo de desenvolvimento

que prioriza o consumo e não o bem estar social. Não é apenas uma atitude a

tomar, trata-se de uma revolução no pensamento, a adoção de um estilo de

vida bem diferente do padrão estabelecido e aceito pela sociedade. Entra em

cena a F.I.B. (felicidade interna bruta), apontada por estudiosos do assunto

como a grande saída para combater a tese que o consumo traz a felicidade. A

F.I.B. destaca a própria existência como a razão de ser feliz, ou seja, o “SER”

acima do “TER”. Ao possuirmos o suficiente para vivermos com conforto e em

paz, respeitado um referencial de dignidade, não precisamos aceitar os apelos

das propagandas ou promoções ditas imperdíveis. Imperdível é adjetivo a ser

atribuído à vida; e o consumo desmedido é contra a vida, e por isso, é contra a

própria sociedade que o fomenta.

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“É responsável o consumidor que se dá conta das

consequências do padrão de consumo que pratica,

se suficiente e decente ou sofisticado e suntuoso.

Consome o que precisa ou disperdiça aquilo que vai

faltar na mesa dos outros. A responsabilidade se

traduz por um estilo sóbrio, capaz de renunciar não

por acetismo, mas por amor e em solidariedade para

com os que sofrem necessidades”. (Leonardo Boff.

Artigo científico: Consumo solidário e responsável.

Ano de 2008. Extraído do site:

http://www.terrazul.m2014.net/spip.php?article551).

2.1.3) O caminho da cidadania com o reutilizar:

Reutilizar, reaproveitar ou dar novo uso são ações que prolongam a

vida útil de materiais antes que sejam considerados como lixo. Ser considerado

lixo significa o término da utilidade para o homem e aí vem a necessidade do

descarte. Antes que isso aconteça e tenhamos mais um material a ser lançado

na natureza, devemos explorar todas as possibilidades de garantir a

continuidade da vida útil daquela peça. Neste aspecto, muito contribui a arte, a

qual auxilia no processo de transformação de materiais, lançando mão da

criatividade humana.

Nesta linha de raciocínio, detectamos o fim social do tema reutilizar,

na medida em que o ofício de artesão exige um aprendizado que agrega

cidadania na vida das pessoas. Oficinas de arte, utilizando matéria-prima

encontrada no lixo estão difundidas por todo o país como exemplos de

sustentabilidade, ou seja, de responsabilidade sócioambiental. A transformação

do lixo em arte fornece o acesso à educação e à renda, permitindo uma

inserção social. Como ilustração deste R, aliado à redução no consumo de

energia em residências de baixa renda, apresentamos o projeto “pet que se

transforma em lâmpada”. Iniciativa da concessionária Ampla que visa uma

adequação técnica em residências a fim de reduzir o consumo de energia

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elétrica, reutilizando um material que seria considerado lixo. Vide a foto n° 2

abaixo:

Considerando o custo zero da matéria-prima, o benefício ambiental

intrínseco e o forte apelo carismático na cessão de oportunidades às pessoas,

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concluímos que a criação deste tipo de oficina se constitui como uma iniciativa

valiosa na relação entre meio ambiente e cidadania. Destacamos o valor

agregado contido numa peça de arte em relação a um objeto que fazia parte do

lixo, e esse é o prestígio do artista que promoveu a transformação. Devemos

citar ainda, o benefício do desenvolvimento intelectual do indivíduo, a partir de

práticas lúdicas que incentivam o uso do lado intuitivo do cérebro.

Na área do reaproveitamento ou reuso, podemos destacar pequenas

iniciativas, em geral domésticas, onde a criatividade de cada um vai indicar a

melhor forma de continuar usando determinado objeto, sem jogá-lo fora,

mesmo que se altere a função do mesmo. Às vezes, um mínimo

beneficiamento e/ou alteração se faz necessário para darmos uma nova vida

ao material, bem diferente da sua proposta inicial de utilização. Assim, temos a

conclusão que no campo da reutilização, a mola mestra é a criatividade de

cada pessoa, aliado ao instinto preservacionista, não havendo barreiras

ideológicas para uma difusão organizada deste R, com grande abrangência

social.

2.1.4) O caminho da cidadania com o reciclar:

Este R possui fortes laços com a estrutura industrial processadora,

uma vez que este é o R da ponta da linha, o R salvador. Queremos abordar o

seguinte pensamento: Se o reduzir não foi aplicado, e o reutilizar não foi

possível, resta a reciclagem do material para se evitar um descarte indevido na

natureza. A reciclagem é a aplicação de um beneficiamento integral, na esfera

industrial, a fim de que ocorra a transformação necessária sobre o objeto,

respeitando uma cadeia de produção. Assim, estaremos reiniciando sua vida

útil e prestigiando o ciclo da matéria. Neste R, devemos exaltar a importância

do trabalho das associações e cooperativas de catadores de material

reciclável, as quais, com seu suor e habilidade, coletam, classificam e

beneficiam primariamente, os materiais que terão a indústria como destino

final.

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Destacamos o aspecto da elevação social de pessoas integrantes

desses grupos de seleção de materiais, considerando o aprendizado de um

ofício, o exercício da convivência com outras pessoas cooperativadas, bem

como, a relação com partes interessadas na atividade. Sem contar com a

obtenção de renda e a chance de gozar de oportunidades de crescimento

profissional. Além deste grupo de trabalhadores beneficiados socialmente com

a prática deste R, temos um grupo de trabalhadores mais profissionalizados,

que integram os quadros das indústrias de transformação, sendo que, essas

fábricas tendem a formar base em locais onde exista uma demanda de

materiais prontos para o processamento que obedeça a relação custo x

benefício da implantação do empreendimento. Devemos considerar o fator

favorável do menor custo de produção ao se utilizar materiais recicláveis como

fonte de matéria-prima. Satisfeitas as exigências de mercado, as indústrias

podem estimular o investimento na qualidade do funcionário, promovendo

treinamento de pessoal e toda sorte de cursos de qualificação profissional para

o crescimento dos trabalhadores envolvidos no processo produtivo.

Uma cidade ou um conglomerado de municípios que desenvolvam

programas sérios e pontuais de coleta seletiva e possuam estrutura para

seleção e beneficiamento do material coletado, licenciando-se diante das

autoridades ambientais, está automaticamente se candidatando a ser sede de

uma indústria de processamento desses resíduos recicláveis. Desta forma,

temos uma forte elevação do nível social e econômico daquela região (geração

de empregos, oportunidades de negócios e educação ambiental).

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2.2) A Sustentabilidade na Sociedade

2.2.1) Responsabilidade sócioambiental das empresas:

No campo específico da responsabilidade social empresarial, muito

se tem falado e pouco se tem executado. Esta afirmação está baseada no fato

que os balanços contábeis da área social não são preparados para avaliar o

grau de benefício que um investimento proporciona numa comunidade. Desta

forma, não há indicador de retorno, uma vez que este retorno não é de

natureza financeira para a corporação. Um investimento social depende de

monitoramento do crescimento sócioeconômico das pessoas que habitam na

comunidade contemplada, e não do faturamento da empresa. Isto seria a

avaliação dos impactos do investimento, sendo que, na falta deste processo,

não há prosperidade nem modismo no uso deste importante mecanismo

empresarial a favor da sociedade.

Algumas iniciativas de caráter sócioambiental são esboçadas pelo

empresariado, pelo menos nos relatórios anuais de sustentabilidade

apresentados publicamente. Podemos citar o exemplo da Natura, que possui

um programa para contenção da evasão escolar, restaurando alunos que

necessitam de apoio assistencial e psicológico para poder estudar. Além desta,

temos a Petrobrás com apoio à educação profissionalizante e ações

sustentáveis na Baía de Guanabara, a Tetrapak, com grande destaque no

incentivo à coleta seletiva e reciclagem das embalagens cartonadas, bem como

a Coca-cola, com destaque em projeto de reflorestamento com plantio de

mudas, utilizando mão-de-obra de pessoas carentes.

“Temos um programa de reflorestamento de micro-

bacias hidrográficas e para isso desenvolvemos

pessoas que se tornam capazes, ganham emprego

com a plantação de mudas”. (Marco Simões, Diretor

de Comunicação da Coca-cola. Matéria de Amélia

Gonzalez para o Jornal O Globo – Ano de 2008).

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Foto nº 3 abaixo, identificando uma iniciativa sócioambiental da Petrobrás:

Em 1998, para estimular a participação de um maior número de

corporações, o IBASE lançou o Selo Balanço Social IBASE/Betinho. O selo é

conferido anualmente a todas as empresas que publicam o balanço social no

modelo sugerido pelo IBASE, dentro da metodologia e dos critérios propostos

por esta instituição. Em 2002, aconteceu a primeira edição do Prêmio Balanço

Social.

A visão de longo prazo permite vislumbrar um entorno físico de

equilíbrio social e ambiental, servindo de espaço de instalação para o

patrimônio da empresa, o que reduz os riscos da locação. Além disso, com a

evolução educacional das pessoas, temos o surgimento de um manancial de

mão-de-obra qualificada que irá otimizar as contratações da empresa naquele

local. O ideal contemporâneo de responsabilidade social aliado à preservação

ambiental está bem retratado na política de trabalho do Instituto Ethos, onde se

destaca que o verdadeiro indicador de sustentabilidade está na cultura da

evolução sócioambiental.

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2.2.2) Agenda 21 local, “gestão comunitária do ambiente”:

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, aprovou um

documento, denominado Agenda 21, que estabelece um pacto pela mudança

do padrão de desenvolvimento global para o próximo século. O resgate do

termo “Agenda” teve como propósito a fixação, de fato, em documento, de

compromissos que expressem o desejo de mudanças das nações do atual

modelo de civilização para outro em que predomine o equilíbrio ambiental e a

justiça social. Os países signatários assumiram o desafio de incorporar, em

suas políticas, metas que os coloquem a caminho do desenvolvimento

sustentável.

A Agenda 21 consolidou a idéia de que o desenvolvimento e a

conservação do meio ambiente devem constituir um binômio indissolúvel, que

promova a ruptura do antigo padrão de crescimento econômico, tornando

compatíveis duas grandes aspirações desse final de século: o direito ao

desenvolvimento, sobretudo para os países que permanecem em patamares

insatisfatórios de renda e de riqueza, e o direito ao usufruto da vida em

ambiente saudável pelas futuras gerações. Essa ruptura é capaz de permitir a

recondução da sociedade industrial rumo ao novo paradigma do

desenvolvimento sustentável que exige a reinterpretação do conceito de

progresso, cuja avaliação deve ser principalmente efetuada por indicadores de

desenvolvimento humano e não apenas pelos índices que constituem os atuais

Sistemas de Contas Nacionais, como, por exemplo, o Produto Interno Bruto –

PIB.

A democracia participativa se constitui como o melhor caminho de

formação e implementação para uma Agenda 21 local, tendo em vista que este

modelo de gestão política permite a real expressão da vontade do cidadão

organizado e consciente. No processo de criação de uma Agenda 21, temos

que “radiografar” todas as atividades e hábitos de uma comunidade, buscando

a mitigação de possíveis impactos ambientais e resgatando a cidadania através

da educação ambiental inserida no processo. A valorização da qualidade de

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vida é a meta do compromisso da Agenda 21 local, sendo este o braço social

que garante a sustentabilidade do procedimento, analisando o homem como

parte fundamental do ambiente.

Muitas iniciativas governamentais e não-governamentais realizam a

mobilização comunitária necessária para desenvolver as ações de formação de

agendas locais de ações positivas. Nas assembléias de elaboração das listas

de carências e problemas públicos existentes, devemos diversificar ao máximo

as representatividades, de modo a aumentar a varredura na observação sobre

a verdadeira situação da comunidade. A Agenda 21 local é o estatuto sócio-

ambiental de um determinado lugar, criando força de política pública ao fim dos

desdobramentos democráticos. Assim, criamos um sistema de gestão que não

está restrito aos limites físicos de uma empresa, mas sim, ligado a uma agenda

comunitária, que estabelece qualidade para qualquer padrão de vida local,

privilegiando o ambiente e o cidadão que nele habita. Isto é gestão

sócioambiental de áreas públicas, oriunda da própria força de participação da

sociedade para concretizar mudanças.

2.2.3) O papel da ABNT- NBR- ISO 14001/2004:

A norma responsável pela implantação dos sistemas de gestão

ambiental (SGA), possui importante papel na formação de corporações

“amigas” da natureza, na medida em que cria uma política ambiental interna,

promovendo a revisão das fases de produção, eliminando os pontos críticos, ou

seja, tende a sanear o revés ambiental existente no processo, evitando o

surgimento de outros. Para se alterar um modelo de produção, a fim de se

obter uma certificação ambiental, necessita-se da aplicação de uma

reengenharia no rito industrial, voltada para a conservação do ambiente em

todas as atividades produtivas.

Entre outros custos, esta mudança de paradigma demanda o

investimento em capacitação dos funcionários para a prevenção contra

possíveis impactos ambientais na rotina de trabalho, preparando todos os

níveis hierárquicos da empresa e os stakeholders (partes interessadas) para

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adquirir a visão de como exercer uma atividade produtiva de forma

ambientalmente correta. Neste aspecto, vislumbramos o crescimento

intelectual do indivíduo (funcionário ou parceiro) que recebe o benefício do

conhecimento técnico inovador, em nome da construção da mentalidade

ambiental da empresa, a qual pretende estar adequada aos ditames da norma

e devidamente certificada perante o mercado e autoridades. Este crescimento

é um benefício indireto de ordem social, pois melhora a preparação do cidadão

para a vida, fornecendo ao funcionário ou colaborador da empresa o

conhecimento que eleva sua autoestima e lhe promove a elevação do nível

educacional.

Vale ressaltar sobre a existência do elo entre a criação do SGA

numa determinada empresa e os conceitos aplicativos do desenvolvimento

sustentável (D.S.). Garantir o nível da produtividade com o uso racional dos

recursos naturais, evitando sua escassez no presente e no futuro é o grande

desafio do desenvolvimento sustentável, sendo o objeto básico da doutrina

estabelecida na NBR-14001. Ainda na trilha do D.S., surgem as Agendas 21

Empresariais que preconizam uma harmonia com o ambiente no curso dos

processos produtivos e de serviços, valorizando aqui, o aspecto social de forma

mais direta e incisiva.

“O argumento central é que programas de proteção

ambiental resultam em benefícios estratégicos por

levarem a uma reavaliação de práticas inerciais,

antigas regras e protocolos”. (José Eli da Veiga.

Livro: A Emergência Sócioambiental. Editora: Senac

São Paulo. Ano de 2007).

Dentro da perspectiva de otimizar seus investimentos e de se manter

inserido nas normas de conduta ambientalmente corretas, exigidas pela

sociedade e pelo mercado, algumas empresas estão implantando programas

de Educação Ambiental como instrumentos do seu Sistema de Gestão

Ambiental (SGA). Para que as empresas obtenham o compromisso dos

empregados com a gestão ambiental é necessário que ela disponibilize, além

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de recursos e equipamentos de controle ambiental, conhecimentos básicos

sobre meio ambiente e gestão ambiental, auxiliando-os na identificação e

controle das principais fontes geradoras de impactos ambientais da sua

atividade. Neste sentido, para que a educação ambiental se transforme em um

instrumento eficiente da gestão ambiental é necessário que as atividades

propostas estejam sintonizadas com a cultura da empresa e potencializem os

aspectos positivos desta cultura. Concebidos desta forma, esses programas

permitem às empresas alcançar bons resultados, pois incentivam os

empregados a agir de forma preventiva, identificando, controlando e

minimizando os impactos ambientais da sua atividade (gestão ambiental pró-

ativa). Segue abaixo, foto nº 4 contendo um exemplo de SGA implantado pelas

empresas de ônibus do Estado do Rio de Janeiro:

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2.2.4) Os benefícios da Educação Ambiental (E.A.):

Toda prática a favor do meio ambiente agrega o conhecimento da

educação em seu escopo, favorecendo a formação do indivíduo como cidadão

consciente. Indivíduo com educação e cidadania é fonte de bons pensamentos

e boas ações e esse aspecto é norteador de qualidade de vida. Este mérito não

beneficia apenas o homem no conceito singular, mas sim uma coletividade,

considerando o aspecto da difusão das idéias. Tudo que aprendemos de novo

proporciona uma felicidade interna, bem como o desejo de propagar aquele

conhecimento para outras pessoas ao nosso redor. Neste ponto, reside o efeito

multiplicativo da educação ambiental que, ao longo do tempo, terá seus

ditames e costumes estabelecidos, adquirindo força de “lei” entre os indivíduos

de uma comunidade. A salubridade do ambiente e o bem-estar social são

conseqüências de hábitos e estilos de vida, estando diretamente dependente

do grau educacional de um povo.

A lei nº9795/99 que institui a Política Nacional de Educação

Ambiental estabelece a definição de E.A. com o seguinte texto no seu artigo 1º:

"Os processos por meio dos quais, o individuo e a

coletividade constroem valores sociais,

conhecimentos, habilidades, atitudes e competências

voltadas para a conservação do meio ambiente”. (Lei

nº9795 de 27/04/1999).

A presente citação nos confere a certeza que a evolução social de

um povo está a reboque do progresso ambiental auferido, ao tratarmos esta

questão como uma revolução ideológica e cultural.

A formação de uma consciência crítica em relação ao processo de

degradação ambiental é fundamental para a busca de soluções que não sejam

somente mitigadoras, passando a ter um caráter mais preventivo e educativo.

No entanto, para que uma gestão ambiental seja bem sucedida é necessário

que ocorram mudanças nas atitudes, nos padrões de comportamento e na

própria cultura das instituições. Para alcançar o compromisso das pessoas com

a melhoria da qualidade ambiental é preciso, em primeiro lugar, que elas se

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percebam como parte integrante deste processo, tendo acesso a

conhecimentos básicos sobre meio ambiente que as auxiliem na identificação

das principais fontes geradoras de impactos ambientais. Ao motivar e capacitar

as pessoas para a adoção de ações preventivas, a Educação Ambiental tem-se

revelado um importante instrumento da Gestão Ambiental, permitindo que as

pessoas conheçam, compreendam e participem das atividades de gestão

ambiental, assumindo postura pró-ativa em relação à problemática ambiental.

O simples envolvimento das pessoas no processo, através da promoção da

educação ambiental perante a coletividade, já confere elevação social ao

grupo, agregando valor intelectual como uma conseqüência natural do uso

desta ferramenta.

“A ecologia trouxe a restauração para a sociedade, e

a sociedade trouxe a restauração para a ecologia”.

(Efraim Rodrigues. Artigo Científico: Ecologia da

restauração e a restauração da ecologia. Extraído do

site: www.ida.org.br. Ano de 2009).

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2.3) A Associação de Catadores de Materiais

Recicláveis de Pedras Brancas:

2.3.1) Descrição da Associação de Catadores:

A Associação de Catadores de Material Reciclável de Pedras

Brancas, pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº 07.049.678/0001-08, foi

fundada em 28/09/2004, conforme ata de fundação e estatuto social, nascendo

da então necessidade de mão de obra para atuar na seleção e beneficiamento

do lixo na Unidade de Tratamento de Resíduos da Prefeitura Municipal de São

José do Vale do Rio Preto, R.J. (Vide os anexos 1, 2 e 3). Na ocasião, a

referida unidade e o grupo associado estavam vinculados a Secretaria

Municipal de Obras. A principal finalidade do grupo é a realização de

constantes ações ambientais, através da coleta seletiva e promoção da

educação ambiental, realizando a catação e seleção de materiais recicláveis e

reutilizáveis. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi fundada no ano de

2005, sendo então, o órgão gestor da Associação de Catadores e da Unidade

de Tratamento de Resíduos. O grupo participa de eventos sociais e realiza

palestras nas escolas do município, despertando a consciência ambiental.

No início dos serviços, havia 08 (oito) pessoas associadas, todos

moradores da Comunidade de Pedras Brancas, daí a origem do nome da

Associação. Em sua maioria, os associados são do sexo feminino, donas de

casa com filhos, com pouca escolaridade e sem muita perspectiva de trabalho.

Hoje, o grupo é composto por 19 (dezenove) pessoas e recebe mensalmente

cestas básicas doadas pela Secretaria Municipal de Ação Social, as quais são

entregues individualmente na casa do associado.

Com o apoio do CEMPRE (Compromisso Empresarial para a

Reciclagem), foram proporcionados cursos de capacitação que tiveram

duração de dois meses, com fornecimento de material didático para ensinar

aos associados a trabalhar na catação e beneficiamento dos resíduos sólidos

com técnica e segurança. Além disso, os associados também são

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contemplados com material para a proteção individual, como luvas, botas,

máscaras, aventais e vestimentas apropriadas (E.P.I.).

A Associação possui convênio com a Prefeitura Municipal para

realizar o beneficiamento do lixo domiciliar coletado e despejado na Unidade de

Tratamento de Resíduos. Tal unidade foi financiada pelo Governo do Estado do

Rio de Janeiro, através do Programa Pró-Lixo (ano de 2002). A Prefeitura

também proporciona transporte e alimentação (almoço diário) aos

trabalhadores associados e a Secretaria Municipal de Saúde promove a

vacinação de todos os membros contra tétano e hepatite B, dentro da

periodicidade recomendada pelas leis de saúde pública.

2.3.2) Logística de atuação do grupo associado:

Todo material selecionado pela Associação vem em forma de

doação. A prefeitura doa os resíduos coletados diariamente pelos caminhões

da limpeza pública aos associados, além de colaboradores como comerciantes

e populares que também participam da doação de materiais pré-selecionados,

através da coleta seletiva. Cerca de 20 (vinte) toneladas de resíduos

domiciliares são coletados diariamente no município, sendo que deste peso,

quase 7 (sete) toneladas são lançadas na moega de recepção da unidade

diariamente, onde os associados separam o que pode ser aproveitado. Vale

ressaltar que um projeto mais global e atuante de coleta seletiva, ou seja, com

maior participação popular, evitaria a perda de grande parte do material

coletado nos caminhões (lixo misturado ou comum).

O lixo infectante, oriundo de estabelecimentos médicos,

odontológicos e clínicas recebe atenção especial da Prefeitura, com coleta

distinta do lixo comum, em veículo próprio, sendo totalmente incinerado em

equipamento aprovado pelo órgão ambiental competente. Procedimento de

forma seletiva também ocorre na coleta das embalagens vazias de agrotóxicos,

realizada direto na zona rural, evitando contato do lixo tóxico com o domiciliar,

sendo as mesmas, entregues em postos estaduais de recepção autorizados.

Assim, o associado catador está preservado fisicamente do contato maléfico

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com estes tipos de resíduos.

Com a venda dos recicláveis, que é feita na modalidade de leilão, o

material é cotado e vendido para a empresa que oferecer o melhor preço. A

Associação paga algumas despesas tais como; óleo para as máquinas, graxa,

sacolas para o empacotamento do composto e fitilho para amarrar os fardos,

restando o lucro que é dividido entre os associados.

Desta forma a Associação contribui decisivamente no saneamento

do Município, evitando a proliferação de doenças geradas pelo acúmulo

inadequado dos resíduos, bem como, proporcionando maior qualidade de vida

para pessoas desprovidas de oportunidades, as quais estão aprendendo e

divulgando educação ambiental, e ainda gozando de situação estável em

função do emprego e renda auferidos. Atualmente, a Prefeitura de São José do

Vale do Rio Preto, em novo convênio com a empresa Tetrapak, está

desenvolvendo um projeto de união de toda a rede escolar municipal em torno

da coleta seletiva, beneficiando diretamente os catadores com a doação deste

material. A idéia é transformar cada unidade escolar num PEV (posto de

entrega voluntária), educando simultaneamente os alunos sobre a importância

do lixo na sociedade.

No passado, projetos desta natureza fracassaram em função da falta

de estrutura de veículos para captação do material pré-selecionado. Este

aspecto foi inibidor para implantação de um amplo projeto de coleta seletiva, o

que parece estar sendo superado no momento, devido ao forte apelo

sócioambiental do trabalho desenvolvido pela Associação dos Catadores de

Pedras Brancas e o apoio ofertado na parceria com a empresa Tetrapak.

Em quatro anos de existência, o grupo foi objeto de matérias e

reportagens, exemplificando a referência ambiental no trabalho desenvolvido,

tanto na imprensa escrita como em alguns telejornais, como o Telejornal do

SBT e o Jornal Nacional da Rede Globo. Vide a foto nº 5, abaixo, contendo

reportagem que exalta o trabalho da Associação na semana do meio ambiente

no ano de 2007, o que despertou inúmeros contatos com ONG’s e outras

gestões internacionais, interessadas em saber mais sobre este projeto:

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2.3.3) Análise da entrevista com os associados:

Dos 19 associados, foram entrevistados 8 trabalhadores que

desenvolvem o trabalho de beneficiamentos dos materiais. Levando em conta

este número, nota-se que são pessoas que abandonaram os estudos ou que

não tiveram a oportunidade de estudar, sendo assim, possuem dificuldade para

expressar seus conceitos. Possuem pouco conhecimento técnico do assunto,

destacando que puderam ganhar conhecimento sobre reciclagem e meio

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ambiente no dia-dia, lidando diretamente com os materiais. Não obstante aos

treinamentos realizados, a gama maior do conhecimento é empírica,

experimentando acertos e erros, compartilhando o aprendizado de modo a

redescobrir sempre algo novo. Sendo assim, o grupo construiu um conhecer

rico e que possuem muito a ensinar. Observa-se também, que todos são mães

e pais que tiram do beneficiamento dos resíduos, o sustento de suas famílias.

Todos relacionaram sua visão de meio ambiente diretamente com a

natureza, manutenção da limpeza das vias publicas e com a preservação dos

recursos naturais. Não se incluíram como parte do meio ambiente. Os

entrevistados possuíram uma preocupação ligada a sua experiência pessoal,

como preocupação com as enchentes, com as queimadas e com a não

organização do “lixo” em locais adequados. Alguns assumiram que não

possuíam envolvimento diretamente com as lutas pela preservação e que até

praticavam alguns erros como a queimada do “lixo”. Apesar disto, todos

tornaram a afirmar que se sentiam incomodados com as queimadas e

desmatamentos, bem como a poluição do rio, voltando-se para as questões de

proteção dos recursos naturais.

Todos os associados admitiram que seus conceitos mudaram

significativamente depois que se juntaram, ficaram mais conscientizados. A

postura diante do problema da conservação urbana (limpeza) passou a ser

mais ativa, com o objetivo de buscar a conscientização de outras pessoas.

Seus conhecimentos sobre reciclagem foram ampliados. Nota-se também que

a mudança na qualidade de vida proporcionada através do trabalho digno,

trouxe autoestima e benefícios financeiros aos entrevistados.

Resumindo a entrevista formal, realizada com os componentes mais

antigos do grupo associado, foi observado que houve uma evolução no aspecto

de cuidado com o meio ambiente local, considerando tratar-se de seres

humanos mais educados e com maior preparo para a vida no momento atual.

Os membros associados desempenham suas funções tentando conhecer

melhor o serviço a cada dia, buscando novas experiências na logística a fim de

aprimorar o produto final. Além disso, houve evolução no poder aquisitivo das

pessoas, considerando que a existência de renda fornece ao indivíduo a

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chance de obter o crédito. Este aspecto garante um vigor a mais na economia

local, com o acesso ao mercado de novos consumidores e fornece a sagrada

oportunidade ao “ser” de tornar-se um cidadão que tem respeito na

comunidade e direito ao mínimo necessário para uma digna sobrevivência.

Vide o anexo 4 contendo o completo teor da entrevista.

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3) Conclusão:

Após exposição das argumentações, alcançamos o entendimento

que algumas corporações percorrem um caminho promissor, aplicando o

desenvolvimento sustentável em suas atividades de maneira coerente, apesar

de que, tais ações, não garantem a tão sonhada gestão finita dos recursos.

Esta prática abre um panorama de início da responsabilidade sócioambiental,

sendo um estágio primário dentro de um processo evolutivo da humanidade.

Existe uma outra corrente do setor produtivo que usa o meio

ambiente como uma logomarca, aproveitando-se da força ideológica contida

neste tema, sem aplicação dos princípios sustentáveis de maneira efetiva. No

momento, infelizmente temos mais exemplos deste tipo, porém, trata-se de um

caminho inconsistente, que sobrevive apenas em função da fragilidade cultural

de uma fatia do mercado consumidor.

A gestão linear dos recursos naturais ainda está muito presente

durante o ciclo da matéria, impedindo a existência da sustentabilidade. A

prática irrestrita dos 3 R’s será o sinal claro e evidente que alcançamos a tal

seara sustentável, tendo como conseqüência direta, a evolução social global.

Nesta abordagem, temos a educação ambiental como elemento fundamental

que permeia todo o processo. Os balanços contábeis precisam inserir a

preocupação sócioambiental no contexto, considerando com inteligência não

imediatista, a amplitude desta ação, redefinindo assim, a palavra lucro.

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4) Relação dos Anexos:

Anexo 1 = Ata de fundação da Associação de Catadores de Materiais

Recicláveis de Pedras Brancas.

Anexo 2 = Estatuto social da Associação de Catadores de Materiais

Recicláveis de Pedras Brancas.

Anexo 3 = Comprovante de inscrição da pessoa jurídica da Associação na

Receita Federal do Brasil.

Anexo 4 = Questionário sobre meio ambiente e cidadania realizado com 08

(oito) membros da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de

Pedras Brancas.

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5) Bibliografia Citada:

1) Annie Leonard. Vídeo educativo: “The story of stuff” (A história das coisas).

Citação de texto falado. Ano de 2005.

2) Leonardo Boff. Citação de trecho de artigo científico denominado

“Consumo solidário e responsável”. Fonte: Internet, através do site

http://www.terrazul.m2014.net/spip.php?article551. Ano de 2008.

3) Amélia Gonzalez. Reportagem do Jornal O Globo. Caderno Razão Social.

Dia 04/08/2008. Citação de trecho de matéria denominada “Meta é devolver

para a natureza tudo aquilo que dela se tira”. Exemplo sócioambiental descrito

por um diretor da empresa Coca-cola.

4) José Eli da Veiga. Citação de trecho da página 13 do livro “A emergência

sócioambiental”. Editora: Senac São Paulo. Ano de 2007.

5) Lei Federal n°9795/99. Educação Ambiental no Brasil. Citação de parte do

artigo 1º desta lei. Ano de 1999.

6) Efraim Rodrigues. Citação de trecho de artigo científico denominado:

“Ecologia da restauração e a restauração da ecologia”. Fonte: Internet, através

do site www.ida.org.br. Ano de 2009. O autor é Ph.D. em Ecologia pela Havard

University, professor adjunto de Recursos Naturais da UEL, consultor da Planta

Consultoria em vegetação e autor do livro Biologia da Conservação. Autor do

artigo "Caça às bruxas, caça aos tubarões". www.efraim.com.br -

[email protected] .

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6) Índice:

I) Folha de rosto – Página 2.

II) Agradecimentos – Página 3.

III) Dedicatória – Página 4.

IV) Resumo – Páginas 5 e 6.

V) Metodologia – Páginas 6 e 7.

VI) Sumário – Página 8.

VII) Introdução - Páginas 9 a 11.

VIII) Desenvolvimento. Páginas 12 a 33.

Capítulo 1. A Relação entre o Ambiental e o Social. Páginas 12 a 19.

O caminho da cidadania com o reduzir. Páginas 12 a 14.

Foto nº1. “Para comprar sem poluir”. Página 14.

A barreira ideológica contra o reduzir. Páginas 15 e 16.

O caminho da cidadania com o reutilizar. Páginas 16 a 18.

Fotonº2. “Projeto transforma pets em lâmpadas”. Página 17.

O caminho da cidadania com o reciclar. Páginas 18 e 19.

Capítulo 2. A Sustentabilidade na Sociedade. Páginas 20 a 27.

A responsabilidade sócioambiental das empresas. Páginas 20 e 21.

Foto nº3. “Baía limpa e renda”. Página 21.

Agenda 21 local, “gestão comunitária do ambiente”. Páginas 22 e 23.

O papel da ABNT- NBR- ISO 14001/2004. Páginas 23 a 25.

Foto nº4. “Ônibus com selo verde não polui”. Página 25.

Os benefícios da educação ambiental. Páginas 26 e 27.

Capítulo 3. A Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Pedras

Brancas. Páginas 28 a 33.

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Descrição da Associação de Catadores. Páginas 28 e 29.

Logística de atuação do grupo associado. Páginas 29 a 31.

Foto nº5. “São José do Vale do Rio Preto é destaque nacional”. Página 31.

Análise da entrevista com os associados. Página 31 a 33.

IX) Conclusão. Página 34.

X) Relação dos Anexos. Página 35.

XI) Bibliografia Citada. Páginas 36.

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Anexo 1:

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Anexo 2:

ASSOCASSOCASSOCASSOCIAÇÃO DOS CATADORES DAS PEDRAS BRANCASIAÇÃO DOS CATADORES DAS PEDRAS BRANCASIAÇÃO DOS CATADORES DAS PEDRAS BRANCASIAÇÃO DOS CATADORES DAS PEDRAS BRANCAS CNPJ: 07.049.678/0001-08

Estatuto Social da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis das Pedras

Brancas:

1) Apresentação: A Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis das Pedras Brancas é composta de oito membros, descritos na ata de fundação da associação e está sediada na Rua Waldomiro de Souza n°27 (Loteamento da CEHAB), localidade de Pedras Brancas, Município de São José do Vale do Rio Preto, R.J. Fica nomeada a Comarca de São José do Vale do Rio Preto como fórum judicial oficial para dirimir possíveis impasses na gerência da presente associação. 2) Finalidade: A presente associação de pessoas físicas tem por finalidade a realização de uma ação de proteção ao meio ambiente, através da coleta e catação de materiais inorgânicos passíveis de reciclagem, evitando a disposição final inadequada dos mesmos, com risco de contaminação do meio ambiente. 3) Função: A principal função é de caráter ecológico, uma vez que a remessa dos materiais coletados e catados à indústria de transformação, representa um benefício soberbo na conservação dos recursos naturais e do ecossistema, porém podemos apontar uma função social intrínseca na ocupação de pessoas carentes com um trabalho honesto, visando unicamente o sustento das mesmas, sendo a atividade totalmente sem fins lucrativos. 4) Responsabilidade: Fica resolvido que toda e qualquer responsabilidade perante a associação será discutida junto à diretoria a ser nomeada através de eleição direta entre os membros, com prazo de quatro anos para cada mandato, com possibilidade de reeleição. A diretoria da associação será composta de um Presidente, um Vice-Presidente, um Tesoureiro e um Secretário, havendo quatro membros formadores do Conselho Fiscal da Associação. A identificação de cada ocupante dos cargos da diretoria e do conselho, estará explícita na última ata de reunião geral extraordinária que tenha deliberado sobre o tema eleições. Qualquer desligamento de membros da associação só ocorrerá por vontade própria do desligado ou por decisão da maioria absoluta dos associados (50% mais 1) em reunião convocada extraordinariamente. O voto do presidente, para qualquer deliberação só será computado para fins de desempate de decisões. Os demais membros sempre terão o dever de opinar através do voto, para que se possa validar qualquer decisão, salvo quando houver abstência declarada em voto (nulidade

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ASSOCIAÇÃO DOS CATADORES DAS PEDRAS BRANCASASSOCIAÇÃO DOS CATADORES DAS PEDRAS BRANCASASSOCIAÇÃO DOS CATADORES DAS PEDRAS BRANCASASSOCIAÇÃO DOS CATADORES DAS PEDRAS BRANCAS CNPJ: 07.049.678/0001-08

intencional), ou falta do(s) membro(s) em segunda e derradeira convocação extraordinária.

A destituição de algum(s) membro(s) da diretoria antes da conclusão do prazo do mandato será motivada pelo conselho fiscal e só ocorrerá quando houver motivo considerado grave, apontando para a conduta do(s) membro(s), sendo definido o impedimento de prosseguir investido no cargo, através de votação em assembléia. Na mesma reunião deverá o conselho promover nova eleição, para se substituir o(s) membro(s), visando cumprir a gestão até o término do mandato que ora estava em andamento. 5) Remuneração e Atribuições dos Associados: Toda a receita bruta da associação será oriunda do repasse dos materiais coletados e catados para a indústria de transformação. O presidente será responsável pela divisão da receita bruta de forma proporcional ao volume de trabalho apontado para cada associado, bem como, pagamento de contas, sendo toda a movimentação financeira registrada pelo tesoureiro no livro caixa da associação, com data de entrada da receita e saída das respectivas cotas e despesas. (Livro caixa a disposição na sede da associação). O fechamento do balancete anual, a ser realizado por um contador contratado exclusivamente para este fim, apontará para a reserva de 10% (dez por cento) das sobras anuais detectadas, em favor do Fundo de Reserva do Associado, que terá a função de amparar o membro-sócio em caso de impedimento comprovado de exercer suas funções cotidianas. O secretário terá a função de elaborar as atas contendo as decisões das assembléias e apontar a freqüência dos associados perante a escala de trabalho definida. Toda e qualquer dúvida do contador em interpretar as informações constantes no livro caixa, será dirimida junto ao tesoureiro da associação. A fiscalização de todas as atividades inerentes à associação está a cargo do conselho fiscal. 6) Escala de Trabalho: O conselho fiscal ficará encarregado ainda de sugerir toda sexta-feira, uma escala de trabalho semanal para todo o grupo associado, de modo que qualquer “hora extra” à carga de trabalho sugerida pelo conselho e votada em assembléia, seja devidamente acatada pela maioria absoluta dos membros associados, nos moldes de votação descritos no item 4 (quatro) deste estatuto. A deliberação final sobre a carga horária total a ser cumprida na semana estará disponível para todos os associados até o final do sábado de cada semana, sendo a elaboração deste documento de responsabilidade do secretário.

Estando todos os membros desta associação de conformidade com as leis constantes no presente estatuto, os próprios assinam e se comprometem a manter obediência.

São José do Vale do Rio Preto, 28 de setembro de 2004.

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Anexo 3:

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Anexo 4:

Questionário com Membros da Associação:

1- NOME: Roseli de Oliveira Inácio (Entrevistado nª1)

2- IDADE: ( ) MAIS DE 20 ( ) ENTRE 30 E 40 ANOS ( X ) MAIS DE 40

ANOS

3- SEXO: ( ) M ( X ) F

4- ESCOLARIDADE: Ensino Fundamental Incompleto.

5- PARA VOCÊ O QUE É MEIO AMBIENTE?

É a forma de ajudar a natureza, preservar o meio ambiente.

6 - ANTES DE TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO, COMO ERA A SUA

RELAÇÃO COM OS PROBLEMAS AMBIENTAIS?

Eu já me preocupava, por causa dos rios que enchiam e aí, eu tinha um irmão

que morava na beira e sempre que o rio enchia e alagava a casa dele eu

sempre ficava muito preocupada quando via pet, o rio sujo.

7- EM QUÊ, SUA IDÉIA SOBRE MEIO AMBIENTE MUDOU APÓS

TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO?

Eu fiquei com mais força, eu já tinha conscientização antes de quê a gente

tinha mesmo que fazer este trabalho, e depois que eu peguei aqui, eu fiquei

com mais vontade, mais estimulo para poder limpar.

8- PARA VOCÊ, O QUE É LIXO?

No meu caso, o lixo, eu tranformo ele em matéria prima.

9- QUAL A IMPORTÂNCIA QUE VOCÊ DÁ AO SEU TRABALHO?

Muita, muita, pra mim são dois bens, um financeiro e outro que eu ajudo a

natureza da melhor forma, pra mim eu estou realizada.

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LOCAL E DATA: São José do Vale do Rio Preto, 11/03/2009.

1- NOME: Marcelo (Entrevistado nª2)

2- IDADE: ( ) MAIS DE 20 ( x ) ENTRE 30 E 40 ANOS ( ) MAIS DE 40

ANOS

3- SEXO: ( x ) M ( ) F

4- ESCOLARIDADE: Ensino Médio Incompleto

5- PARA VOCÊ O QUE É MEIO AMBIENTE?

Tudo que envolve fauna, flora. Não sei como dizer ao certo, mas tudo que

envolve a área verde, saúde, a nossa própria saúde se torna parte do meio

ambiente. O ar que nós respiramos, as matas, os rios, a reciclagem, tudo isso

envolve meio ambiente.

6 - ANTES DE TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO, COMO ERA A SUA

RELAÇÃO COM OS PROBLEMAS AMBIENTAIS?

Eu sempre fui mais de ouvi e falar pouco, costumava ouvir noticiários de navios

petroleiros que infelizmente contaminavam os oceanos, problemas de

industrias que contaminavam os nossos rios, o ar , desmatamento, tudo mais .

Eu sempre tive um pensamento que tem que ser tomado providência. Como?

Aí tem que ser outra conversa que tem que ser mais detalhada e que não

compete só a gente, o governo tem que tomar esta iniciativa, mas eu creio que

meu pensamento sempre foi cuidadoso, não sou aquela pessoa que tem um

conhecimento a respeito disso, mas eu procuro a medida do possível meus

pensamentos, guardar pra mim e quando tiver em uma conversa entre amigos

ou alguém tocar no assunto, eu ter sempre alguma coisa em mente que eu vi

na televisão, tanto que aconteceu de ruim quanto uma melhora, de certa forma

sempre me preocupei um pouco,mas não aquela preocupação firme né, sobre

o meio ambiente.

7- EM QUÊ, SUA IDÉIA SOBRE MEIO AMBIENTE MUDOU APÓS

TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO?

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Muda, porque eu estou aqui a bem pouco tempo, mas desde quando eu ouvi

falar sobre essa reciclagem, sobre essa cooperativa de reciclagem aqui de São

José onde nós fomos destaque, inclusive no Globo Ecologia, e eu Louvo a

Deus por isso que São José saiu mais uma vez na televisão, nos noticiários e a

visão muda, é aqui que você começa a observar, vê as coisas que estão

sendo, que as pessoas jogam fora, coisas que poderiam ser reaproveitadas,

selecionadas de maneira mais organizadas. E a gente começa a enxergar que

dentro da nossa própria casa a gente começa a poluir a partir do momento em

que a gente vai preparar uma comida, vai varrer a casa, juntar o lixo, colocar no

latão. Então, comecei a enxergar de uma outra maneira que há a necessidade

de nós podermos separar e contribuir, antes de chegar aqui está contribuindo

para o meio ambiente.

8- PARA VOCÊ, O QUE É LIXO?

Lixo é o que realmente não se aproveita, a pesar de na natureza nada se perde

tudo ser transforma, mas eu creio que lixo mesmo é aquilo que não dá para ser

aproveitado. A pesar de aqui no nosso caso nós separamos materiais, que ás

vezes a gente fala: “Isso é lixo não dá para reciclar”. Mas vira adubo orgânico,

que futuramente tem um legume uma fruta em minha mesa que foi adubado

com o próprio lixo que eles usam. Mas lixo mesmo para mim é o que não dá

para se aproveitar em nada.

9- QUAL A IMPORTÂNCIA QUE VOCÊ DÁ AO SEU TRABALHO?

A importância dele é muito grande, não só minha mas também de todos que

aqui trabalham, não só aqui mas também de outras pessoas que indiretamente

em grupos ambientais é muito importante porque nós ouvimos falar na

televisão que daqui a cinqüenta anos não vai ter mais água, da aqui a

cinqüenta anos vai acontecer isso, que o ar está acabando e tantas coisas, e a

importância é talvez eu não viva mais cinqüenta anos, mas eu creio que a

importância é a minha filha vai viver, então se eu não fizer hoje, amanhã ela

pode pagar um preço muito grande, não só ela mas muitas outras que nascem.

LOCAL E DATA: São José do Vale do Rio Preto, 11/03/2009.

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1- NOME: Cristiane Gonçalves da Rocha (Entrevistado nª3)

2- IDADE: ( ) MAIS DE 20 ( X ) ENTRE 30 E 40 ANOS ( ) MAIS DE 40

ANOS

3- SEXO: ( ) M ( X ) F

4- ESCOLARIDADE: Ensino Fundamental Incompleto.

5- PARA VOCÊ O QUE É MEIO AMBIENTE?

É tudo, os rios, a mata, tudo.

6 - ANTES DE TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO, COMO ERA A SUA

RELAÇÃO COM OS PROBLEMAS AMBIENTAIS?

Não tinha noção nenhuma, não tinha envolvimento nenhum. A gente queimava

pneu, não tinha preocupação em separar o lixo, nada.

7- EM QUÊ, SUA IDÉIA SOBRE MEIO AMBIENTE MUDOU APÓS

TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO?

Tudo, mudou tudo, passei a ficar mais preocupada, mudou muito mesmo.

8- PARA VOCÊ, O QUE É LIXO?

Lixo, ao mesmo tempo é bom, ao mesmo tempo é ruim. Ele é bom, tipo a

matéria, que a gente separa entendeu? Muito material que vem para gente. E

na parte ruim, é que às vezes, muitas pessoas deixam cachorro morto, ejeção,

agulha, eles misturam muito e às vezes ata gente mesmo acaba se

machucando com espetada de agulha, agora a parte boa é essa que vem

muito material para gente reciclar.

9- QUAL A IMPORTÂNCIA QUE VOCÊ DÁ AO SEU TRABALHO?

Para mim, ótimo, maravilhoso!

LOCAL E DATA: São José do Vale do Rio Preto, 11/03/2009.

1- NOME: Nádia Cristina de Paula (Entrevistado nª4)

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2- IDADE: ( x ) MAIS DE 20 ( ) ENTRE 30 E 40 ANOS ( ) MAIS DE 40

ANOS

3- SEXO: ( ) M ( x ) F

4- ESCOLARIDADE: Ensino Fundamental Incompleto

5- PARA VOCÊ O QUE É MEIO AMBIENTE?

A natureza

6 - ANTES DE TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO, COMO ERA A SUA

RELAÇÃO COM OS PROBLEMAS AMBIENTAIS?

Eu não gostava que eles desmatassem, eles fazem muito isso hoje em dia,

desmatam, jogam lixo no rio, corta as árvores, isso eu não concordo, não acho

certo.

7- EM QUÊ, SUA IDÉIA SOBRE MEIO AMBIENTE MUDOU APÓS

TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO?

Mudou muito, agora eles pararam de desmatar um pouco. Agora eu separo o

lixo, coloco tudo no seu lugar.

8- PARA VOCÊ, O QUE É LIXO?

Minha fonte de renda.

9- QUAL A IMPORTÂNCIA QUE VOCÊ DÁ AO SEU TRABALHO?

Muita importância, se não fosse esse trabalho eu não tinha o que tenho hoje,

não tinha o meu ganha pão que é isso aqui né, é separar o lixo, é tudo.

LOCAL E DATA: São José do Vale do Rio Preto, 11/03/2009.

1- NOME: Sônia Regina Fonciano (Entrevistado nª5)

2- IDADE: ( X ) MAIS DE 20 ( ) ENTRE 30 E 40 ANOS ( ) MAIS DE 40

ANOS

3- SEXO: ( ) M ( X ) F

4- ESCOLARIDADE: Ensino Médio Incompleto

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5- PARA VOCÊ O QUE É MEIO AMBIENTE?

É a natureza.

6 - ANTES DE TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO, COMO ERA A SUA

RELAÇÃO COM OS PROBLEMAS AMBIENTAIS?

É muita coisa que a gente vê jogada na rua, é saca, garrafa, é o pet, que eu

não sabia que demorava tantos anos para se decompor, é uma coisa que cada

dia a gente vai aprendendo.

7- EM QUÊ, SUA IDÉIA SOBRE MEIO AMBIENTE MUDOU APÓS

TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO?

É dar mais valor a natureza, é não deixar a cidade suja, a gente vê uma saca

jogada no chão a gente passa pega e joga no lixo.

8- PARA VOCÊ, O QUE É LIXO?

É tudo de ruim.

9- QUAL A IMPORTÂNCIA QUE VOCÊ DÁ AO SEU TRABALHO?

Ah o melhor. Não vou te falar que eu gosto de trabalhar aqui, porque eu não

gosto, mas dou o melhor porque estou ajudando a cidade a ficar limpa e o lixo

também em termos é uma coisa rica para a gente.

LOCAL E DATA: São José do Vale do Rio Preto, 11/03/2009.

1- NOME: Maria Isabel Fonciano (Entrevistado nª6)

2- IDADE: ( ) MAIS DE 20 ( ) ENTRE 30 E 40 ANOS ( X ) MAIS DE 40

ANOS

3- SEXO: ( ) M ( X ) F

4- ESCOLARIDADE: Ensino Fundamental Incompleto.

5- PARA VOCÊ O QUE É MEIO AMBIENTE?

É o lixo que a gente ta tirando ele da rua.

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6 - ANTES DE TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO, COMO ERA A SUA

RELAÇÃO COM OS PROBLEMAS AMBIENTAIS?

É que eu trabalhava fora, depois que eu fiquei desempregada a gente bateu

nessa porta e aqui aceitou a gente.

7- EM QUÊ, SUA IDÉIA SOBRE MEIO AMBIENTE MUDOU APÓS

TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO?

Mudou muita coisa mesmo, mudou a minha vida.

8- PARA VOCÊ, O QUE É LIXO?

O lixo a gente tira ele da rua, para não deixar espalhado, cachorro mexendo.

9- QUAL A IMPORTÂNCIA QUE VOCÊ DÁ AO SEU TRABALHO?

Meu trabalho, eu fico alegre com ele, esse meu trabalho ta me ajudando em

muita coisa.

LOCAL E DATA: São José do Vale do Rio Preto, 11/03/2009.

1- NOME: Manuelina Vitorino de Oliveira (Entrevistado nª7)

2- IDADE: ( ) MAIS DE 20 ( ) ENTRE 30 E 40 ANOS ( X ) MAIS DE 40

ANOS

3- SEXO: ( ) M ( X ) F

4- ESCOLARIDADE: Não Alfabetizada

5- PARA VOCÊ O QUE É MEIO AMBIENTE?

Não deixar o lixo espalhado, é a gente juntar o lixo todinho, o caminhão vir

pegar, trazer, botar onde tem que botar né.

6 - ANTES DE TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO, COMO ERA A SUA

RELAÇÃO COM OS PROBLEMAS AMBIENTAIS?

É não deixar os lixos assim esparramados, e quando a gente vê os outros

esparramar, a gente fala que não pode.

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7- EM QUÊ, SUA IDÉIA SOBRE MEIO AMBIENTE MUDOU APÓS

TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO?

Mudou muita a minha vida, mudou bastante mesmo sabe. Minha vida não é

como era mais não.

8- PARA VOCÊ, O QUE É LIXO?

O lixo é não deixar esparramado, é deixar sempre limpo.

9- QUAL A IMPORTÂNCIA QUE VOCÊ DÁ AO SEU TRABALHO?

Ah! eu dou muito, eu sou tudo o que eu faço, acho bom mesmo. Eu não tenho

vergonha do que eu faço.

LOCAL E DATA: São José do Vale do Rio Preto, 11/03/2009.

1- NOME: Dorinha das Graças Costa (Entrevistado nª8)

2- IDADE: ( ) MAIS DE 20 ( ) ENTRE 30 E 40 ANOS ( X ) MAIS DE 40

ANOS

3- SEXO: ( ) M ( X ) F

4- ESCOLARIDADE: Não Alfabetizado

5- PARA VOCÊ O QUE É MEIO AMBIENTE?

É o rio limpo, é bueiro assim quando chove, a enxurrada entope. Agora não,

tendo latão, é só separar o lixo direitinho.

6 - ANTES DE TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO, COMO ERA A SUA

RELAÇÃO COM OS PROBLEMAS AMBIENTAIS?

Era lixo esparramado, cachorro mexendo no lixo. Agora não, tendo barril, tudo

direitinho na beirada da rua, o lixo é todo separado direitinho.

7- EM QUÊ, SUA IDÉIA SOBRE MEIO AMBIENTE MUDOU APÓS

TRABALHAR NA ASSOCIAÇÃO?

Mudou tudo, muita coisa, eu trabalho satisfeita, alegre com meu serviço.

8- PARA VOCÊ, O QUE É LIXO?

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Lixo é coisa pra gente separar, separar nas sacas tudo direitinho, não deixar

bagunçar o lixo.

9- QUAL A IMPORTÂNCIA QUE VOCÊ DÁ AO SEU TRABALHO?

Dou muita importância, é tudo.

LOCAL E DATA: São José do Vale do Rio Preto, 11/03/2009.