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ESPECIAL MBA NO EXTERIOR

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MBA no Exterior - Fundação Estudar

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especialmba no exterior

Quando se pensa em pós-graduação no exterior, o primeiro curso que costuma vir à cabeça dos brasileiros é o MBA (Master in Business Administration) ou Mestrado em Administração de Negócios, em tradução livre. O MBA é, de fato, o programa mais conhecido no país e pode ser

uma excelente opção para quem pretende mudar de carreira – sair de um banco e ir para a indústria, por exemplo – ou alavancar sua carreira dentro do próprio segmento, buscando uma visão mais ampla e estratégica de negócios.

Um MBA em uma escola renomada no exterior é quase como um "carimbo de qualidade" no currículo de um profissional, que passa a ter reconhecimento nacional e internacional. A experiência é extremamente válida tanto do ponto de vista profissional, como pessoal e acadêmico. No entanto, para realizar um MBA é necessário um investimento alto de tempo e dinheiro - em geral, são dois anos de dedicação integral ao programa, cujo custo, nos EUA, pode chegar a até 180.000 dólares (incluindo mensalidades e gastos pessoais do aluno com moradia, alimentação, etc).

Antes de tomar tal decisão, é preciso cautela e muita reflexão. O curso pode não ser o mais indicado para o seu perfil, suas ambições de carreira ou atual momento de vida.

Neste especial, produzido pela Fundação Estudar, você terá explicações sobre o que levar em consideração na hora de decidir se deve cursar MBA fora, entenderá as várias metodologias de ensino adotadas pelas escolas estrangeiras e diferenças para os cursos oferecidos no Brasil. Além disso, conhecerá as várias etapas do processo de candidatura (application) e lerá depoimento de estudantes aprovados em algumas das mais conceituadas faculdades, como Chicago Booth School of Business e Wharton Business School. Por fim, terá acesso a uma lista de instituições que podem te ajudar com bolsas de estudo.

Boa sorte!

No site estudarfora.org.br/especiais você tem acesso a guias exclusivos e gratuitos.

Otão falado MBA, cuja sigla significa Master of Business Administration, surgiu nos Estados Unidos há cerca de 100 anos – a tradução literal para o português seria “Mestrado em Administração de Negócios”. Originalmente

direcionado a altos executivos de empresas americanas, o curso foi aos poucos sendo importado para várias partes do mundo, inclusive o Brasil. No entanto, algumas adaptações em seu formato foram inevitáveis.

Os primeiros MBAs brasileiros tentavam se espelhar ao máximo nos americanos, mas algumas diferenças já eram evidentes. “No Brasil, o curso em período integral, de dois anos de duração, não funcionou. Aqui, as pessoas têm mais resistência a ficar longe do mercado de trabalho por tanto tempo”, explica Armando Dal Colletto, diretor executivo da Associação Nacional de MBA (Anamba). “O modelo foi adaptado às oportunidades e aos comportamentos da nossa cultura”.

as diferenças entre cursar mba no brasile no exterior

→ Saiba o que levar em consideração para escolher entre estudar MBA no Brasil ou fora

Geralmente, os MBAs no Brasil são oferecidos no período noturno e nos fins de semana – um formato semelhante ao “part-time” nos EUA. Se por um lado é possível manter o seu emprego enquanto estuda, o aluno perde no sentido de fazer contatos com pessoas de outros países, ter uma experiência completa no campus ou fazer estágios promissores durante o curso.

Escolher entre estudar no Brasil e no exterior envolve não apenas a opção do curso, mas os planos pessoais de cada um. Na hora de analisar, especialistas sugerem que você preste atenção em alguns pontos importantes:

metodologia A maior parte dos cursos no Brasil costuma ser essencialmente teórica: os professores detalham os temas mais relevantes dentro do enfoque do curso, mas deixam as discussões e práticas em segundo plano. “No exterior, há uma grande carga de estudos de casos e tarefas realistas do dia a dia da empresa. Há simulações de cenários financeiros e o aluno de fato experimenta o que é viver no mercado”, diz Paulo César Moraes, sócio fundador da Philadelphia Consulting, que prepara candidatos para a pós-graduação fora.

seleção da turma Outra diferença está na seleção dos alunos. Lá fora, os critérios de recrutamento costumam ser bem mais rigorosos. “Todos os selecionados são de alto calibre e são tão desafiadores para os colegas quanto os próprios professores”, acrescenta Paulo César. Alguns cursos aqui no Brasil não exigem muito dos candidatos, o que pode resultar em turmas pouco interessantes e uma experiência menos enriquecedora na troca com os colegas. “Isso certamente reduz a qualidade do MBA, pois uma parte fundamental do curso é o networking”, reforça Armando.

qualidade O que colabora para manchar a imagem dos cursos no Brasil é a sua crescente banalização. Alguns têm baixíssima qualidade, e outros se dizem MBAs sem sequer ter as características básicas para isso. “Embora o número dos MBAs no Brasil tenha aumentado desde 1990, houve uma distorção negativa do termo”, lamenta Armando.Hoje, existem até “MBAs com ênfase em sustentabilidade” ou “MBAs em arquitetura” – uma utilização equivocada do título para cursos de especialização que incluem aulas de gestão. O principal fator que colabora para

AS DIFErENçAS ENTrE CUrSAr MBA NO BrASIL E NO ExTErIOr

essa arbitrariedade é o fato de o Ministério da Educação brasileiro (MEC) classificar o MBA como um curso lato sensu, cujo padrão mínimo de qualidade é menos exigente. Lá fora, em termos de carga horária e rigidez no controle pelo órgão regulador, o MBA equivaleria a um mestrado (stricto sensu) aqui.

Claro que, nesse contexto, as instituições brasileiras mais sérias, que prezam pela qualidade, viram que não era suficiente seguir os padrões mínimos do MEC. Seus cursos possuem uma carga horária relativamente elevada (mais de 600 horas de aula), e os professores estão acima da média. “Outros MBAs que se aproveitaram do sucesso do termo MBA para usá-lo no nome acabam vendendo gato por lebre e enganando o estudante desavisado”, aponta Armando.

Algumas escolas brasileiras reconhecidas internacionalmente são a Fundação Getúlio Vargas (FGB), Insper, Fundação Instituição de Administração, Fundação Dom Cabral, o ESIC Business & Marketing School e o IBMEC.

mba padrão no brasilduração 1,5 ano a dois anos, meio períodopreço do curso r$ 30.000 a r$ 60.000impacto reconhecimento nacional para cargos de média gerênciaconcorrência Na maioria, a seleção é mínima. Os mais rigorosos pedem currículo, carta de recomendação, teste de lógica e de inglês.alunos brasileiros com perfis profissionais diversos, entre 25 e 40 anos

mba padrão nos eua e europaduração: 1 a 2 anos, tempo integralpreço do curso US$ 180.000, em média, fora despesas pessoaisimpacto reconhecimento internacional para cargos de média e alta gerênciaconcorrência A seleção é criteriosa. São pedidos provas de raciocínio lógico e verbal (em geral, GrE ou GMAT), exame de inglês (TOEFL ou IELTS), cartas de recomendação e redações (essays). alunos De várias nacionalidades, entre 22 e 35 anos

Muitos candidatos a MBA no exterior supõem que, independentemente da escola em que forem estudar, o ensino será mais ou menos o mesmo. Embora de fato haja semelhanças entre os programas das melhores escolas

do mundo, cada uma tem uma metodologia distinta. Entre as abordagens mais comuns estão aquelas essencialmente baseadas em estudos de caso, outras que priorizam o formato de palestras e algumas que também apostam no aprendizado prático.

Para aumentar o potencial do seu aprendizado e garantir que você se sentirá confortável durante o curso, vale a pena se atentar para essas diferenças, que podem ser cruciais na escolha da universidade:

estudos de caso Esse método foi criado pela Harvard Business School (ou por Wharton, há controvérsias) há mais de 100 anos e ainda é amplamente usado nas

as várias metodologias de ensinodo mba

→ As abordagens variam: estudos de caso, palestras ou aprendizados práticos. Descubra qual estilo combina mais com você!

AS VárIAS METODOLOGIAS DE ENSINO DO MBA

melhores universidades do mundo. Durante o curso de MBA, os alunos analisam e debatem cenários reais enfrentados por diversas empresas no passado, tendo que comparar e apresentar diferentes soluções práticas para os problemas. O professor faz apenas observações pontuais e responde a perguntas. O objetivo é preparar os estudantes para situações que podem encontrar durante a sua carreira, fazendo com que tomem decisões equilibradas, considerem diferentes ângulos e desenvolvam habilidades de liderança e parceria.

quem curte? Cada aula requer uma preparação prévia profunda dos alunos, que devem se sentir confortáveis em compartilhar suas ideias em frente a um grupo grande de pessoas. Os introvertidos podem estranhar esse método, mas, para os extrovertidos, essa pode ser uma boa opção. Grande parte da avaliação dos alunos é feita de acordo com sua participação em classe.

Palestras com discussão: A maioria dos programas de MBA inclui o tradicional formato de palestra nas aulas, mas numa escala muito menor se comparada ao Brasil. Os professores explicam conceitos teóricos sobre economia, estatística, marketing e outros assuntos relacionados aos negócios, enquanto os alunos tomam notas. Depois da palestra, parte da aula é dedicada a perguntas, e a turma é dividida em grupos para as discussões. Geralmente, o tema de cada aula é definido com antecedência, e os estudantes devem ler previamente textos relacionados.

quem curte? O ambiente dessas aulas deve ser mais confortável para estudantes introvertidos e aqueles que gostam do tradicional modelo de aprendizado, baseado na experiência dos professores. Para quem está fazendo uma transição de carreira e nunca viu boa parte dos conteúdos que compõe a grade curricular, esse formato torna mais fácil a introdução a conceitos novos.

exPeriências Práticas Cada vez mais as escolas têm incorporado às aulas experiências práticas, incluindo desafios para serem desvendados em grupo, competições, simulações, trabalhos de campo, atividades extracurriculares e ações de empreendedorismo. O objetivo é aplicar teorias em situações reais do dia-a-dia, o que envolve também estudo e pesquisa. Até mesmo Harvard lançou um projeto em 2011 para seus estudantes de primeiro ano, que prioriza essas atividades. Algumas universidades vão além e promovem programas de imersão em outros países, que colocam os alunos em situações reais de negócios.

quem curte? Essa pode ser uma boa opção para aqueles com um espírito empreendedor e todos os que gostam de aprender fazendo.Mescla de métodos: Nos últimos anos, a maioria das escolas têm mesclado estudos de caso com palestras de professores. Os trabalhos em equipe também são cada vez mais valorizados, e, muitas vezes, os alunos têm que trabalhar em casos atuais: como apresentar planos para um produto que de fato será lançado em breve. Os estudantes enfrentam, assim, os mesmos dilemas e dificuldades de gerentes na vida real. Aqueles cursos que incentivam a “mão na massa” estão se mostrando um grande sucesso.

Fazer um MBA em uma das melhores escolas do mundo, nos EUA ou na Europa, pode custar até 180.000 dólares – um gasto e tanto para dois anos de estudo. Além disso, a dedicação ao curso costuma ser total. Ainda assim, a cada ano, centenas

de brasileiros deixam para trás um cargo promissor para mergulhar nos estudos. Mas, mesmo aqueles que sonham com o título, inevitavelmente acabam se questionando em algum momento: será que vale a pena?

A resposta para essa pergunta não é tão simples e depende de alguns fatores – como objetivo profissional, motivação para o curso, experiência prévia e momento da carreira. Para entender o que você realmente quer ou precisa, o ideal é se fazer uma série de perguntas antes de começar a participar do processo seletivo. Claro que um MBA nunca será perda de tempo – o conhecimento e as habilidades aprendidas nesse período podem ser aproveitadas de várias formas, em diferentes posições -, mas é importante ter em mente que o título não é essencial para todos.

Quando valea pena fazer um mba fora?

→ Experiência pode custar até US$ 180.000. Por isso, é preciso analisar se o investimento de tempo e dinheiro faz sentido para sua carreira

QUANDO VALE A PENA FAzEr UM MBA FOrA?

De uma forma geral, podemos dizer que o MBA é muito útil para quem quer mudar de carreira – sair de um banco e ir para a indústria, por exemplo – ou alavancar sua carreira dentro do próprio segmento, buscando uma visão mais ampla de negócio que permita ocupar posições mais estratégicas. O curso também faz diferença para aquele profissional que teve um crescimento muito acelerado, mas ainda precisa desenvolver algumas habilidades e preencher lacunas de conhecimento.

utilidade O curso é altamente focado na aplicação de práticas de negócios. Se seu plano de carreira não exige realmente um MBA, é preciso ponderar suas reais motivações, além de avaliar se suas expectativas correspondem à realidade do programa. Dependendo dos seus objetivos profissionais, uma pós-graduação ou um mestrado seriam mais adequados. Para chegar ao cargo de diretor financeiro da empresa, por exemplo, você pode buscar uma formação especializada em um mestrado ou pós-graduação lato sensu em finanças. Um gerente geral ou CEO, por sua vez, precisa do conhecimento abrangente de negócios que um MBA pode proporcionar.

motivação O canadense Alex Chu, fundador da consultoria MBA Apply e autor do livro “The MBA Field Guide” (2005), destaca que o salário não deve ser a principal motivação para um MBA, mas sim suas aspirações profissionais. “Um engenheiro deve fazer um MBA não para ganhar mais, mas para mudar de carreira e entrar no mundo dos negócios. Um contador pode querer o MBA para conseguir um emprego no Wall Street, porque exige o título”, pondera Alex. “Uma vez ocupando esses novos cargos, por outro lado, o investimento no MBA terá valido a pena – e pode estar acompanhado de aumento salário que retorne o valor investido”, acrescenta.

Até para o empreendedor que quer abrir seu próprio negócio, o MBA pode ser uma ferramenta importante para aumentar sua confiança, essencial nessa nova empreitada, e sua capacidade de prever problemas a tempo de prevení-los. Muita gente pode pensar que o empreendedor faria melhor investindo diretamente em sua empresa, ao invés de gastar dezenas de milhares de reais em um curso de longa duração em tempo integral. Porém, na verdade, o curso pode acabar gerando, por tabela, uma grande economia para ele – de estresse, tempo e dinheiro.

timing Se você chegou à conclusão de que o MBA é importante para a sua carreira, fique atento a outro ponto fundamental: o curso pode ser muito mais vantajoso se feito na hora certa. E isso tem menos a ver com a idade em si, e mais com a sua experiência profissional. “O MBA é mais acessível e proveitoso para quem está em um bom momento no trabalho, com a carreira em ascensão. As escolas buscam pessoas que têm uma trajetória acima da média, ou ao menos grande potencial”, diz Paulo César Moraes, sócio fundador da empresa Philadelphia Consulting. A maioria dos MBAs tradicionais conta com alunos com de 3 a 6 anos de experiência.

custo Um curso de MBA em escolas americanas e europeias pode custar até US$ 180.000 , incluindo gastos com moradia, alimentação, transporte e seguro. O número assusta. Mas, com planejamento, é possível começar a economizar desde a sua graduação e ter o suficiente para dar uma entrada em um financiamento.

Além disso, outras facilidades devem ser levadas em conta. No exterior, existem bancos que oferecem linhas de crédito específicas para esses cursos, com a possibilidade de pagamento em até quatro anos. Algumas escolas têm suas próprias linhas de financiamento com prazos dignos de um empréstimo imobiliário (até 20 anos). Outras permitem que você só comece a pagar meses depois do encerramento do seu curso. Também existem várias instituições que concedem bolsas de estudo – seguindo diferentes critérios.

retorno O retorno mais evidente de um MBA vai muito além de uma bela estampa no currículo. O curso desenvolve a capacidade do aluno de trabalhar em equipe e aflora habilidades relacionadas à inovação dentro das principais atividades do negócio, como contabilidade, finanças e marketing. Além disso, o MBA melhora sua confiança no inglês e amplia sua rede de contatos. Tudo isso, claro, aumenta suas chances de alcançar cargos de gerência e ter um bom retorno financeiro.

Segundo Paulo César, em média, quem faz um MBA fora e volta para trabalhar no Brasil tem um aumento de 50% a 100%, dependendo do segmento profissional e do contexto econômico. “Atualmente, em empresas de consultoria e indústria, por exemplo, a recolocação é ainda melhor do que em bancos”, indica o consultor.

Oprimeiro passo para aumentar suas chances de passar em uma concorrida seleção para um MBA internacional é estar realmente convencido de que quer fazer o curso e pelas motivações certas. Sem isso, você pode acabar

desistindo no meio do processo ou não se dedicando o suficiente para ele. Com esse quesito preenchido, é hora de fazer uma retrospectiva da sua vida acadêmica. Todas as melhores escolas exigem boas notas na graduação e uma trajetória profissional interessante. Quando isso é acompanhado por interesse comprovado em atividades extracurriculares – estágios, voluntariado ou iniciativas empreendedoras – melhor ainda.

Tais exigências traçam o perfil de quem aproveitará o MBA da melhor forma, explica Dawna Levenson, diretora de admissões de MBA da Sloan Business School do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Segundo ela, o alto potencial do candidato se reflete no seu registro acadêmico, assim como no seu currículo profissional,

o Que é preciso para ser aprovadoem umaescola top

→ Boas notas na graduação e uma trajetória profissional interessante são algumas das exigências

O QUE é PrECISO FAzEr PArA SEr APrOVADO EM UMA ESCOLA top

cartas de recomendações e resultados no TOEFL e GMAT. “Queremos que nossos alunos garantam uma boa experiência para os seus colegas e contribuam para a escola. Eles devem ser independentes, autênticos, criativos, destemidos e com muita iniciativa.”

habilidades Dawana destaca que os candidatos escolhidos pelo MIT para o programa de MBA são aqueles que querem ter um grande impacto na sociedade: deixar sua marca no mundo e inspirar outras pessoas. “Procuramos pessoas com grandes habilidades intelectuais, capazes de trabalhar em equipe e pensar de forma inovadora. Esperamos que nossos alunos redefinam as soluções para os problemas convencionais”, afirma. Os brasileiros que desejam fazer um MBA no exterior devem refletir sobre suas características pessoais e interesses profissionais e compará-los com os perfis da escolas.

Para Alex Chu, fundador da consultoria MBA Apply, o aluno ainda precisa se sentir confortável trocando experiências com pessoas de diferentes nacionalidades, culturas e religiões. “A maioria das escolas tem alunos de várias partes do mundo. O estudante ideal é alguém que tenha trabalhado ou morado no exterior em algum momento de sua carreira. Ele deve ter a cabeça aberta, livre de preconceitos”, diz. Segundo ele, os candidatos da América Latina, por serem minoria entre os estrangeiros nos MBAs, têm uma chance maior de admissão nos Estados Unidos.

emPregabilidade Alex Chu destaca que muitos recrutadores tentam prever a empregabilidade posterior dos seus candidatos, ou seja, se eles têm o potencial de sair do MBA com um bom emprego. Esse costuma ser um indicador de qualidade das escolas, e é inclusive muito usado como critério pelos rankings.

Para manter uma boa posição nessas listas, já no processo de seleção as escolas tentam garantir que seus alunos terão um bom desempenho no curso (ao exigir boas notas no TOEFL e no GMAT, uma trajetória profissional ascendente (observado por meio das cartas de recomendação) e que serão recrutados por uma boa empresa após o MBA. Conheça a seguir as exigências comuns das escolas para os candidatos ao MBA:

→idiomaOTOEFL e o IELTS são os principais certificados que comprovam a proficiência do candidato na língua inglesa. Falar fluentemente é essencial, pois as discussões durante as aulas num MBA são parte importante da experiência acadêmica dos alunos.

→raciocínioO Graduate Management Admission test (GMAT) mede a aptidão acadêmica matemática do candidato, que indica se ele conseguirá acompanhar o curso de MBA. Uma pontuação alta no teste não vai garantir sua vaga, mas uma nota muito baixa pode eliminar suas chances. As escolas geralmente publicam a média dos seus alunos no GMAT, que podem ajudar a estabelecer suas metas nos estudos. Algumas faculdades também aceitam o GrE (Graduate Records Examinations).

→redaçãoA maioria das universidades exige que os candidatos façam redações (as chamadas essays) contando sua trajetória. Algumas questões que já apareceram em seleções anteriores são: 1) Quais são os seus objetivos de carreira?; 2) Mencione uma realização conquistada por uma equipe sob a sua liderança; 3) Escreva sobre um dilema ético que você enfrentou e como solucionou o impasse.

→currículoOs candidatos precisam enviar também seu currículo resumido e seu histórico escolar da graduação. Nos Estados Unidos, ter boas notas pesa muito mais do que no Brasil.

→recomendaçãoDuas cartas de recomendação, em geral de chefes, fazem parte da lista de requisitos. O ideal é lembrar as pessoas que forem escrever as cartas dos projetos que você realizou sob supervisão delas.

→entrevistaA entrevista geralmente é feita pessoalmente, no Brasil. Os avaliadores vêm até o país ou designam um ex-aluno que more aqui para a tarefa. Algumas perguntas comuns são: Por que você está interessado em um MBA? Mas prepare-se também para perguntas bizarras: “Como seus pais descreveriam você quando tinha doze anos?” – essa foi uma pergunta real, feita por recrutadores de Harvard.

ESPECIAL MBA

Na hora de escolher uma escola no exterior para fazer um MBA, pesquisar os rankings feitos anualmente pelas diferentes publicações internacionais é um ótimo ponto de partida – as listas ajudam muito a filtrar as

universidades. Mas, atenção: os critérios de avaliação de cada uma variam bastante. O Financial Times, por exemplo, dá ênfase à valorização salarial dos alunos três anos após a conclusão do MBA. Já a US News & World prioriza a qualidade do ensino da faculdade em si, a partir de depoimentos de ex-alunos. Por isso, o ideal é buscar vários rankings diferentes, ao longo de diferentes anos, para elencar aquelas escolas que se mantiveram no topo.

Embora seja muito fascinante estudar em uma escola de renome internacionalmente, é essencial gerenciar as expectativas e as possibilidades reais. “Todos que pensam em fazer um MBA fora querem estudar em uma das melhores universidades do mundo. Porém, é preciso ter em mente que a concorrência é pesada”, explica o consultor Darrin Kerr, da FK Partner. Segundo ele, um bom medidor das chances do candidato são os resultados no GMAT e no TOEFL. “Claro que não desencorajamos ninguém a se candidatar à escola dos seus sonhos, mas é aconselhável tentar também processos de seleção mais acessíveis”, completa.

Outra preocupação essencial é escolher um programa que tenha a ver com o seu perfil pessoal e profissional. Fazer essa ponderação pode tornar sua experiência no exterior muito mais completa e feliz. Uma boa dica é, se possível, visitar as escolas. Para quem essa possibilidade é inviável, uma alternativa é conversar com ex-alunos e procurar saber do que eles gostaram – ou não – no curso.

Outros itens que devem ser levados em consideração são duração do curso e carga horária; localização da escola e perfil (por exemplo, é tida como mais empreendedora? mais competitiva ou colaborativa?); e metodologias de ensino.

como escolher a melhor universidade para você

→ Gerenciar expectativas e possibilidades reais são pontos importantes na escolha do MBA

Todo mundo sabe que para ser aprovado em um mestrado ou MBA no exterior é preciso muita dedicação e empenho. Também não é novidade que as notas do

GrE ou GMAT (provas de admissão pedidas pela maioria das universidades) e do TOEFL (exame de proficiência em inglês) precisam ser altas. Mas, e além disso? O que é preciso fazer para conseguir ser aceito em uma universidade de excelência?

A seguir, dois estudantes que foram aprovados em programas de MBA nos EUA contam o que eles fizeram para chegar lá:

eles contam o Que fizeram para serem aceitos nos melhores mbas

→ Estudantes contam suas trajetórias até serem aprovados em renomadas universidades do exterior! Veja dicas para você também chegar lá!

ESPECIAL MBA

Giuliana Reis, 25 anos, administradora de empresas,de São Paulo (SP). Ela trabalhava em um banco de investimentos, depois tornou-se empreendedora e hoje é aluna de MBA na Chicago Booth School of Business. “Primeiro é preciso querer ir. De verdade. Parece bobagem, mas o custo é alto em todos os sentidos. Tem o custo financeiro, o emocional, tem que largar emprego, família e amigos. Tem gente que passa e não vai porque vê que não está pronto, porque recebeu uma promoção ou porque não quer arriscar um relacionamento. No meu caso, eu tinha um negócio próprio e larguei. Achei que era hora de mudar, que faria sentido para a minha vida e para a minha carreira. Depois que eu internalizei a decisão, levei todo o processo muito a sério. Fui em todos os eventos promovidos no Brasil pelas universidades que eu queria aplicar. Além disso, resolvi visitar a Universidade de Chicago antes, conversei com alunos que estavam estudando lá, falei com ex-alunos, pesquisei tudo o que eu podia na

internet… No final, antes mesmo de ser aprovada, eu já conhecia dezenas de pessoas, entre alunos, ex-alunos e professores. Fiz uma planilha no Excel com o nome de todo mundo, em qual evento nos conhecemos, e se eu tinha mandado um email de agradecimento ou não. E eu fiz tudo isso porque os ex-alunos e professores podem enviar uma carta para o admissions office recomendando você, mesmo sem você saber. Não sei se eles chegaram a fazer isso, mas acredito que ter me conhecido tanta gente contribuiu para a minha aprovação.

Além disso, encarei o processo como uma escolha mútua. Não dá para você ter o pensamento de que ‘qualquer escola serve’. Não! é claro que a escola tem que te escolher, mas nós também temos que escolher para qual escola queremos ir. é preciso pensar em qual comunidade você quer participar, quais professores você quer ter, quais pessoas você quer ver todos os dias. é preciso fazer um match (encaixar-se naquele ambiente). Eu queria uma escola que me ensinasse a pensar numericamente. Queria aprender a tomar decisões baseadas em dados (o chamado data driven approach), e não em suposições. Quero aprender a pensar e agir como líder e sonho em um dia ser CEO de um negócio. Quando entrei na Chicago Booth senti que estava em casa e que era ali que eu queria estudar. Era daquela comunidade que eu queria fazer parte. Tanta pesquisa deu resultado!”

pedro Henrique silva, 29 anos, do rio de Janeiro (rJ). Ele trabalhava com private equity em São Paulo antes de iniciar o MBA na Wharton Business School.

“Eu já sabia desde cedo que queria fazer MBA, e optei pelos Estados Unidos porque eu sabia que as melhores escolas estavam aqui. Tive a ajuda de um consultor, que me ajudou a entender melhor o GMAT e o TOEFL. No entanto, apesar de ter começado a estudar com alguma antecedência, no final achei que faltou tempo. As pessoas não devem subestimar o tempo de preparação para as provas. Acredito que é preciso começar a se preparar com pelo menos nove meses de antecedência.

Outra dica é deixar o TOEFL para depois. Concentre-se no GMAT, que é mais difícil, e depois o TOEFL vai ficar bem mais fácil. Para escolher as escolas existem várias ferramentas online. Uma delas, e talvez a que mais tenha me ajudado, foi o site poetsandquants.com. Lá você encontra várias reviews das melhores escolas e algumas informações importantes. Para mim, foi a ferramenta que melhor refletiu a realidade dos MBAs.Outra dica é tentar conversar com ex-alunos das escolas. Procure saber do dia-a-dia, do que a escola e os alunos mais se orgulham etc. São essas pessoas que poderão te ajudar com cartas de recomendação, revisão de redações (essays), cartas para o admissions office, essas coisas.Quando chegar o momento de escrever as essays, sugiro a seguinte estratégia: 1. Pensar no conteúdo, ou seja, como você irá se vender para a escola; 2. Qual a ordem escrever para minimizar seu trabalho. Você deve olhar para a sua história passada e para o curso que deseja e explicar como aquilo vai te agregar. é tentar colocar no papel o seu passado e também como você se enxerga em 5 anos. Acredito que isso é fundamental para tentar convencer a escola a te selecionar.

Por fim, o processo de seleção dos MBAs tem, normalmente, 3 rounds. Aplique para as escolas que você mais quer no 1º round. Mas não aplique para várias; tente umas três ou quatro. O ideal no 1º round é aplicar para duas instituições que você quer muito, mas não tem certeza de sua aprovação, e para alguma outra não tão top, mas que você tem confiança que poderá ser selecionado. Depois, aplique para outras três ou quatro escolas em 2º round. Para alunos estrangeiros, 1º e 2º round são as melhores opções. Dá tempo de organizar o visto e a viagem. Mas tem um detalhe: o deadline do 2º round é bem próximo do Natal, então, é importante pensar nisso para conseguir finalizar tudo sem se sobrecarregar.”

ELES CONTAM O QUE FIzErAM PArA SErEM ACEITOS NOS MELHOrES MBAS

Opaulistano rogério Oliveira, 38 anos, estudou marketing na ESPM. Durante a faculdade, fez estágio na FOx e na Warner e, logo após se formar, foi trabalhar na Editora Abril. Sua carreira deslanchou muito cedo, especialmente

depois de entrar para o grupo UOL: passou de gerente a diretor de marketing em apenas três anos. Lá, participou de todo o planejamento da empresa para o novo cenário, diante do estouro da bolha da internet. Aos 28 anos, já era uma referência em internet.

Vendo sua vida profissional ser direcionada naturalmente, rogério começou a se questionar: Tudo está indo muito bem, mas é isso mesmo o que eu quero para minha vida? Não era. Seu sonho de trabalhar em uma multinacional, em que o marketing fosse o centro da empresa, falou mais alto. Para fazer essa transição na sua carreira, ele decidiu que largaria seu alto cargo no UOL e partiria para uma viagem de um ano com a esposa, para estudar. O destino ainda estava indefinido.

hec montreal: mba para mudar de carreira

→ Conheça rogério Oliveira, que aos 28 anos deixou um cargo de diretor em uma grande empresa de comunicação para estudar no Canadá

HEC MONTrEAL: MBA PArA MUDAr DE CArrEIrA

Começou, então, a pesquisar as possibilidades e entendeu que um MBA faria grande diferença no seu movimento de mudança profissional. Contratou um consultor, se preparou para as provas e organizou os applications para dez escolas nos Estados Unidos, Canadá e Europa. Sua esposa fez o mesmo. No fim, passaram juntos em quatro das universidades. Foi aí que precisaram considerar os prós e contras de cada uma, dentro das suas prioridades e preferências.

Para o casal, pesaram os fatores preço, duração e cidade. “Ficamos um pouco assustados com o valor do curso nas universidades americanas e também não queríamos ficar dois anos longe do mercado de trabalho. Além disso, nos animamos com a possibilidade de morar em um local em que a língua oficial fosse o francês, mas que não fosse uma cidade estudantil”, conta rogério. Acabaram optando pela escola de negócios HEC Montreal, em que o MBA dura um ano.

Antes de fazer sua matrícula, mesmo sem saber se seria possível, rogério pediu uma bolsa à universidade e conseguiu uma cobertura de 80% no valor do curso – os outros 20% ele financiou também com a instituição. “Acredito que, para conseguir a bolsa, somaram-se alguns fatores a meu favor: tinha tirado uma boa nota no GMAT, contava com uma ampla experiência profissional anterior, e a HEC Montreal ainda não contava com muitos brasileiros no seu curso de MBA”, afirma.

Na sala de aula, rogério conheceu colegas do mundo todo, desde América Latina até áfrica, Oriente Médio e ásia. Ele destaca que a metodologia do curso é bem diferente de tudo o que já havia visto no Brasil. “A discussão de casos reais é muito mais motivadora do que as aulas

teóricas dadas por professores brasileiros.” Para ele, a vivência internacional durante esses mais de 12 meses foi seu maior aprendizado. “Posso dizer que me tornei uma pessoa ainda mais flexível depois do MBA”, diz.

Quando voltou para o Brasil, rogério teve, como esperava, uma grande evolução na carreira. Negou todas as propostas que recebeu para voltar ao mundo da internet e participou de um processo seletivo na Johnson & Johnson, só para profissionais com MBA. Foi chamado para trabalhar na área comercial, e depois migrou para a de marketing. Logo se tornou gerente do grupo na unidade de negócios, permanecendo na empresa por um total de três anos.

À procura de um ambiente com mais agilidade, rogério entrou para um projeto da empresa de private equity GP Investimentos focado em startups. Depois de alguns anos, fundou a sua própria empresa: o Movimento Buena Onda, que começou como uma incubadora de negócios sociais. Hoje, está incorporada à iniciativa Yunus Social Business Brazil, do Nobel da Paz bengalês Muhammad Yunus. A empresa é focada em realizar consultorias, palestras e workshops sobre felicidade no trabalho para diversas empresas e escolas e também tem um pilar de educação: um centro criado dentro da ESPM para incentivar o tema.

Quando olha para trás, rogério reconhece que o MBA fez bastante diferença naquele seu momento de transição. Para outros que pensam em fazer o curso, ele aconselha a experiência – mas não para todo mundo. “Não vale a pena ir só com a expectativa de conquistar um grande salto de carreira. Hoje, só ter um MBA não garante nada. O curso vale mais para desenvolver o repertório de ferramentas estratégicas e ter uma vivência internacional diversa.”

Opaulistano Leonardo Byrro, de 34 anos, está entre os cinco mais jovens presidentes de empresas listadas na Bovespa. Ele é CEO da Cremer, empresa referência em produtos de cuidados com a saúde e investida da Tarpon,

uma das principais gestoras de recursos do Brasil. Para chegar tão cedo ao cargo, Leonardo conta que pesou ter um MBA no currículo. Como bolsista da Fundação Estudar, ele passou dois anos na Kellogg School of Management, nos Estados Unidos.

Leonardo entrou na faculdade aos 18 anos, para estudar Engenharia Eletrônica na Escola de Engenharia Mauá. Durante o curso, fez estágios em grandes empresas de tecnologia, como HP e Microsoft, onde trabalhava em área técnicas. Depois de um tempo, percebeu que não era bem aquilo de que mais gostava. “Consegui migrar, na própria Microsoft, para um setor de inteligência de mercado, onde lidava com números e estratégias. Vi que era esse o rumo que queria seguir”, conta.

Kellogg, um mba parase chegarmais longe

→ Leonardo Byrro conta que foi no MBA que descobriu seus objetivos profissionais e adquiriu as ferramentas para perseguí-los

ESPECIAL MBA

KELLOGG, UM MBA PArA SE CHEGAr MAIS LONGE

Quando se formou, buscou complementar os estudos com uma pós em Marketing. Seu desejo era trabalhar em uma grande organização. Para tanto, candidatou-se a vários programas de trainee. recebeu algumas ofertas e optou pela Ambev, onde permaneceu por quase cinco anos. Lá, passou por várias áreas: vendas, operações, marketing e administração. “Foi essencial ir para a rua, ver as coisas acontecerem na prática, para mais tarde conseguir tomar decisões estratégicas, propor mudanças para as marcas e entender melhor o impacto das minhas próprias sugestões. Foi uma fase de aprendizado riquíssima”, diz.

Enquanto estava na Ambev, a própria empresa promoveu cursos de curta duração fora do Brasil, em parceria com a Fundação Estudar. Leonardo foi um dos jovens talentos escolhidos para participar e passou algumas semanas em Kellogg. “Essa experiência me despertou a vontade de estudar nos EUA depois. No Brasil, o professor dá uma palestra, e os alunos ouvem mais do que participam. Lá, os alunos são incentivados a debater e precisam se preparar para cada aula”, lembra.

Dois anos depois do curso em Kellogg, Leonardo tinha conquistado um bom cargo na Ambev: assumiu a gerência de produtos da Skol. Mesmo assim, em determinado momento, sentiu que era a hora de voltar aos EUA e complementar os estudos com um MBA. “Não foi uma decisão fácil, mas, uma vez tomada, fiz um pacto comigo mesmo de que não mudaria de ideia. Era o momento de repensar a minha carreira”, diz. Ele reforça que decidir fazer um MBA fora deve ser um projeto de vida, e não pode ser motivado apenas por salário ou promoção. “é uma experiência completa.

aPosta Quando planejava se inscrever no MBA, Leonardo conversou com o empresário Marcel Telles, um dos sócios da Ambev, e pediu algumas recomendações. “Ele me disse que, no momento em que estava, o sucesso poderia ser meu maior inimigo. Eu era novo, estava em uma posição bacana, em uma grande empresa. Que era bom que eu parasse um pouco para refletir sobre todas possibilidades profissionais para não me frustar em alguns anos ao ver que deixei passar alguma oportunidade”, aponta. Confiante de que tinha deixado as portas abertas na Ambev, ele até considerava a possibilidade de voltar para a empresa depois de fazer o MBA.

Antes de aplicar para o curso, Leonardo fez uma ampla pesquisa de possíveis escolas no mundo todo e foi aprovado em algumas delas. O que pesou na sua escolha pela Kellogg School of Management foi o fato de ser uma escola generalista, que forma profissionais menos especialistas em uma área, que era o que ele queria. Além disso, já conhecia o campus e tinha tido uma boa experiência por lá. Outro fator teve a ver com um projeto pessoal: ele se casou um pouco antes de prestar o MBA e, em Kellogg, sua esposa teria a vantagem de assistir às aulas na escola como observadora.

Leonardo acabou ganhando uma bolsa parcial da Fundação Estudar e financiou o restante do curso com a universidade americana. À época, ele tinha 28 anos – a média de idade de estrangeiros nos cursos de MBA americanos. “Ter de quatro a seis anos de experiência antes de fazer um MBA é o ideal. Quem vai muito cedo acaba perdendo a oportunidade de aproveitar os debates da melhor maneira. Geralmente, o jovem ainda não tem uma motivação concreta que o ajude a direcionar o aprendizado”, afirma.

diversidade Para Leonardo, o grande diferencial de fazer o MBA fora do Brasil não é o conteúdo, mas o formato das discussões durante as aulas. “Na década de 1970, quem ia fazer um MBA no exterior voltava com teorias nunca antes ouvidas aqui no Brasil. Com a internet, grande parte do conteúdo discutido nos MBAs pode ser acessado de qualquer lugar do mundo. A maior vantagem de estar lá é poder compartilhar seu ponto de vista e ouvir outros muito distintos. A forma como um indiano ou um israelense enxerga um problema é completamente diferente da visão do brasileiro.”

De volta ao Brasil, a Tarpon abriu o caminho que ele buscava. “A empresa é formada por uma turma muito jovem, que pensa muito parecido. Acabei crescendo rápido e assumindo a presidência da Cremer porque estou no meio de pessoas que apostam umas nas outras”, destaca. “O MBA sozinho não faz uma trajetória se acelerar. Mas, se não fosse pelo curso – não pelo selo, mas pela experiência como um todo –, talvez não estivesse hoje exatamente no lugar em que eu gostaria de estar.”

Opreço dos principais MBAs no exterior assusta: o aluno pode gastar até 180.000 dólares, entre mensalidades e custo de vida no país. Mas, com planejamento minucioso, é possível juntar um pouco de dinheiro - e complementar

o restante com bolsas da universidade ou de instituições nacionais e estrangeiras e financiamento.

O educador financeiro reinaldo Domingos, autor do livro terapia Financeira, explica que o ponto de partida é definir um objetivo claro antes de assumir qualquer tipo de compromisso. Tenha as seguintes perguntas em mente: O que eu vou efetivamente fazer no exterior?O que eu pretendo como resultado? Com esse MBA eu vou ganhar melhor, ter outro cargo, ir para outra empresa, melhorar meu currículo para ter novas oportunidades no mercado de trabalho?

Depois de responder, lembre-se que “quando você tem um sonho, você precisa saber quanto ele custa”. Então, Domingues também sugere que se faça um diagnóstico financeiro preciso. Questione-se: onde eu gasto meu dinheiro? Quanto eu gasto? No que eu gasto?

guia de planejamento financeiro para a suapós-graduaçãono exterior

→ "O certo não é juntar o que sobrar, mas gastar o que sobrar", afirma Samy Dana, professor da FGV. Veja um passo-a-passo para se organizar!

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é possível identificar onde está o excesso de despesas e tentar poupar este dinheiro. Parece pouco gastar r$ 50 por final de semana em um restaurante. Mas, se você deixar de ir, ao final de um mês terá poupado r$ 200 e de um ano r$ 2.400.

antecedência é essencial Os especialistas concordam: planejamento é fundamental e, o quanto antes você começar, mais fácil será. Samy Dana, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e colunista da Folha de S.Paulo, esclarece que é importante planejar-se “de trás para frente”. “O certo não é juntar o que sobrar, mas é gastar o que sobrar”, diz.

“Se eu tenho 20 meses para guardar US$ 20.000 dólares, terei que guardar US$ 1.000 por mês e sobreviver com o resto. Fora que, neste caso, não dá para contar muito com os juros, já que o prazo é pequeno”, explica. Se não for possível juntar este dinheiro no prazo estipulado, as saídas são duas: ou você adia o sonho para o ano seguinte para ter mais tempo de economizar ou você busca alternativas para aumentar sua renda.

Um ponto básico antes de pensar em qualquer investimento, é sempre se planejar na moeda do país. A primeira possibilidade é investir em fundos cambiais. André Massaro, professor do Instituto Educacional BMF Bovespa e autor do blog Você e o dinheiro, explica que fundos cambiais são fundos de investimento normais, mas que investem em ativos financeiros em dólar. Ou seja, são títulos de renda fixa emitidos em outras moedas estrangeiras, tais como CDB e Títulos do Tesouro Direto. é um tipo de investimento disponível em bancos e instituições financeiras, que não tem prazo mínimo para resgate, mas tem taxa de administração. No entanto, mesmo com essas taxas, vale a pena.

Outra opção é negociar dólares no mercado futuro. Os contratos são chamados de “dólar mini”. Cada contrato custa US$ 10.000, e eles servem para proteger seu investimento das variações cambiais. Dana explica: “Se você tem medo que o dólar dispare ainda mais, comprar unidades de contrato no mercado futuro de dólar protegerá o seu investimento da variação cambial”, explica.No entanto, André Massaro ressalta que é preciso ter conhecimento do mercado financeiro para realizar esse tipo de investimento. Portanto, não hesite em buscar ajuda de um especialista (o gerente do banco, por exemplo), caso esta seja a sua opção.

como Pagar? Pense, primeiramente, se você é elegível para algum tipo de bolsa de estudos. O Governo Federal, por exemplo, possui programas como o Ciência sem Fronteiras (CsF), e bolsas da CAPES e do CNPq. Além disso, existem diversas organizações que oferecem bolsas de estudo por mérito, como é o caso da Fundação Estudar e da Fundação Lemann.

Há instituições que não fornecem bolsas, mas realizam empréstimos. A vantagem é que, ao final do curso, você paga apenas a correção monetária do valor recebido, e não os juros.

Outra possibilidade é buscar financiamento junto às próprias universidades. Além dos juros serem mais baixos e do prazo para pagamento ser muito maior (em alguns casos chega a 30 anos), pode-se começar a pagar mais tarde.

ESPECIAL MBA

As instituições a seguir auxiliam com orientação, bolsas de estudos e bolsas para a preparação para a graduação ou a pós no exterior:

Alexander von Humboldt Foundation

American Association of University Women

Agência Espanhola de Cooperação Internacional

CAPES (Coord. de Aperf. de Pessoal de Nível Superior)

CNPq (Conselho Nac. de Desenv. Científico e Tecnológico)

Conselho Britânico (The British Council)

Consulado Geral da França

Consulado Geral do Japão

Consulado Geral da Suíça

Daad (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico)

Embaixada da Argentina no Brasil (Programa Mutis)

Embaixada da Austrália

Embaixada do Canadá

Embaixada da Itália

Embaixada de Portugal

FAPEMIG Fund. de Amparo à Pesquisa do Estado de MG

FAPESP – Fund. de Amparo à Pesquisa do Estado de SP

Fundação Alexander S. Onassis

Fundação Araucária

Fundação Ford

Fundação Internacional Matsumae

Fundação Nieman

Fundação Volkswagen

Guggenheim Memorial Foundation

Hubert H. Humphery Fellowship Program

Instituto Camões

Instituto Ling

Instituto renvall

Nuffic

rotary International

WWF-Brasil

onde conseguir apoio para estudar fora

→ Veja uma lista de outras organizações que podem te ajudar a conseguir bolsas de estudos

textosCarolina Campos, Cecília Araújoe Lecticia Maggi

revisãoLecticia Maggi design Danilo de Paulo Fundação Estudar, 2015