autonomia do direito processual do trabalho

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AUTONOMIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Há perante a doutrina duas teorias acerca da autonomia do Direito Processual do Trabalho frente ao Direito Processual Comum: teoria monista e teoria dualista. TEORIA MONISTA Segundo Sergio Pinto Martins, a teoria monista prega que o Direito Processual é um só. O Direito Processual do Trabalho não seria regido por leis próprias ou estruturado de modo específico. Já Ramiro Podetti, não crê na autonomia do Direito Processual do Trabalho, porque os princípios que o presidem poderão, também, aplicar – se ao processo comum, com levíssimas variantes de intensidade e é de se esperar que assim suceda no futuro, Sergio Pinto Martins vê o nosso processo comum e o nosso processo laboral tão díspares, no momento presente marchando para um futuro comum, pela assimilação, por parte daquele das conquistas desde. Ainda neste prisma, ensina Nascimento (2005, p. 18): que o direito processual é um só, governado por normas que não diferem substancialmente a ponto de justificar-se o desdobramento e a autonomia do direito processual penal, do direito processual civil e do direito processual do trabalho. Assim, o direito processual do trabalho, segundo essa concepção, não é regido por leis próprias e estruturado de modo específico, em nada diferindo as suas instituições das demais de que se compõe o direito processual.

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teorias acerca da autonomia do Direito Processual do Trabalho frente ao Direito Processual Comum: teoria monista e teoria dualista

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AUTONOMIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

H perante a doutrina duas teorias acerca da autonomia do Direito Processual do Trabalho frente ao Direito Processual Comum: teoria monista e teoria dualista.

TEORIA MONISTA

Segundo Sergio Pinto Martins, a teoria monista prega que o Direito Processual um s. O Direito Processual do Trabalho no seria regido por leis prprias ou estruturado de modo especfico.J Ramiro Podetti, no cr na autonomia do Direito Processual do Trabalho, porque os princpios que o presidem podero, tambm, aplicar se ao processo comum, com levssimas variantes de intensidade e de se esperar que assim suceda no futuro, Sergio Pinto Martins v o nosso processo comum e o nosso processo laboral to dspares, no momento presente marchando para um futuro comum, pela assimilao, por parte daquele das conquistas desde.Ainda neste prisma, ensina Nascimento (2005, p. 18): que o direito processual um s, governado por normas que no diferem substancialmente a ponto de justificar-se o desdobramento e a autonomia do direito processual penal, do direito processual civil e do direito processual do trabalho. Assim, o direito processual do trabalho, segundo essa concepo, no regido por leis prprias e estruturado de modo especfico, em nada diferindo as suas instituies das demais de que se compe o direito processual. Ressalta-se que este entendimento adotado por uma pequena parcela da doutrina.

TEORIA DUALISTA

Por outro lado, quanto teoria dualista, o Direito Processual do Trabalho um ramo autnomo do direito Processual civil, formado por um conjunto de princpios e regras jurdicas peculiares que lhe d autonomia. Bebber (2007, p. 18) sustenta esta autonomia, quando afirma que:No obstante reconhea a existncia de entendimentos contrrios (em especial dos partidrios da teoria monista), integro a corrente dos que sustentam a autonomia do Direito Processual do Trabalho, uma vez que suas regras so especiais, sua doutrina homognea; informado e fundamentado em princpios e particularidades prprias (ainda que alguns sejam comum teoria do Direito Processual). Tais fatores formam um corpo, um sistema com caractersticas prprias que, embora no o isole (uma vez que h institutos fundamentais comuns a todos os ramos do direito processual), o torna autnomo. Neste contexto Schiavi (s.d, s. p) expe que: Embora o Direito Processual do Trabalho, hoje, esteja mais prximo do Direito Processual Civil e sofra os impactos dos Princpios Constitucionais do Processo, no h como se deixar de reconhecer alguns princpios peculiares do Direito Processual do Trabalho os quais lhe do autonomia e o distingue do Direito Processual Comum; Fica claro, portanto, que h autonomia no Direito Processual do Trabalho em relao aos demais ramos do direito, todavia, mantm relaes ntimas com o Direito Constitucional que serve de base para a elaborao de suas leis, bem como com o Direito Processual Civil no qual as normas processuais civis tm a finalidade de suprir, subsidiariamente, a incompletude e a desatualizao em que atualmente se encontra o Direito Processual do Trabalho, conforme entendimento de chaves (2007, p.396).

CONCLUSO

Assim, diante do que foi exposto podemos concluir que o direito processual do trabalho autnomo em relao ao processo civil, uma vez que tem material legislativa especfica regulamentada na CLT, sendo dotado de institutos, princpios e peculiaridades prprios, alm de independncia didtica e jurisdicional. possvel afirmar que, embora haja doutrinadores que entendam que o Direito Processual do Trabalho no autnomo, pois todos os seus princpios so os mesmos do Direito Processual Civil, trata-se, efetivamente, de cincia autnoma, suas normas regulam a composio do litgio pela aplicao do direito material e este que constitui o instrumento do rgo jurisdicional para resolver a lide.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS MARTINS, SERGIO PINTO, DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO, ATLAS, So Paulo, 2003.

BEBBER, Jlio Csar. Cumprimento da Sentena no Processo do Trabalho. 2 ed. So Paulo: LTR, 2007. Consolidao das Leis do Trabalho. Decreto-lei n. 5.452, de 1 de maio de 1943.

Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia, DF: Senado, 1988.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito Processual do Trabalho. 19 ed. So Paulo: Saraiva, 1999.

SCHIAVI, Mauro. Os princpios do Direito Processual do Trabalho e a possibilidade de Aplicao Subsidiria do CPC quando h regra expressa na CLT em sentido contrrio.