autoavaliaÇÃo institucional da escola: anÁlise da...

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ISSN 2176-1396 AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA ESCOLA: ANÁLISE DA PRODUÇÃO ACADÉMICA NO PERÍODO 2005-2015 Brandalise, Mary Ângela Teixeira 1 - UEPG Aguilar, Efraín Ticona 2 - UEPG Grupo de Trabalho: Avaliação da Educação. Agência: não contou com financiamento. Resumo Esta comunicação apresenta os resultados da análise qualitativa dos resumos das pesquisas sobre autoavaliação institucional da escola desenvolvida na forma de dissertações e teses no contexto brasileiro no período 2005-2015, realizada com auxílio do software IRAMUTEQ. No levantamento realizado foram localizados 22 trabalhos, sendo 06 teses e 16 dissertações. O referencial teórico sobre autoavaliação institucional da escola foi construído em diálogo com Brandalise (2010); Casali (2007); Freitas, et al (2014); Guerra (2203,2007); Alves, Correia, (2009); Rocha (1999); Simons (1999); Sordi, Ludke (2009) e Worthen (1982). A partir das análises dos relatórios gerados pelo software IRAMUTEQ, a conclusão desenvolvida da análise lexical clássica e da nuvem de palavras é de que há forte conexidade das seguintes formas ativas “escola”, “educação”, “processo”, “avaliação”, “avaliação institucional” e “autoavaliação institucional”. A análise das produções acadêmicas através do Método da Classificação Hierárquica Descendente (CHD) formou 6 (seis) classes no dendograma, com porcentagem de distribuição dos dados textuais equilibradas e ênfase para: a opção metodológica , o campo de investigação, a caracterização dos níveis e sistemas de ensino, a intencionalidade e importância da autoavaliação na escola, os aspectos pedagógicos presentes num processo de autoavaliação, e aos aspectos do processo educativo relacionados ao sujeitos da comunidade escolar. Ao final, na análise de similitude com a árvore máxima, constatou-se a presença de três blocos com maior nível de coocorrências e conexidade entre as palavras: ‘escola-avaliação’, ‘escola-avaliação institucional’ e ‘escola-processo’. Na sequência ‘escola-autoavaliação institucional’, ‘escola -educação’ e ‘escola-pesquisa’. Os trabalhos mapeados oferecem elementos importantes para compreender a história da produção de conhecimento em autoavaliação institucional da escola no contexto brasileiro e evidenciar as contribuições e lacunas nessa área de pesquisa da avaliação educacional. Palavras-chave: Autoavaliação institucional. Escola. Software IRAMUTEQ. 1 Doutora em Educação/ Currículo pela PUC/SP (2007). Professora associada do Departamento de Matemática e Estatística e no Programa de Pós-graduação em Educação - PPGE Mestrado e Doutorado da UEPG. Coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas em Política Educacional e Avaliação GEPPEA, vinculado ao CNPQ. E-mail: [email protected] > 2 Mestrando em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: <[email protected]>

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ISSN 2176-1396

AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA ESCOLA: ANÁLISE DA

PRODUÇÃO ACADÉMICA NO PERÍODO 2005-2015

Brandalise, Mary Ângela Teixeira1 - UEPG

Aguilar, Efraín Ticona2 - UEPG

Grupo de Trabalho: Avaliação da Educação.

Agência: não contou com financiamento.

Resumo

Esta comunicação apresenta os resultados da análise qualitativa dos resumos das pesquisas

sobre autoavaliação institucional da escola desenvolvida na forma de dissertações e teses no

contexto brasileiro no período 2005-2015, realizada com auxílio do software IRAMUTEQ.

No levantamento realizado foram localizados 22 trabalhos, sendo 06 teses e 16 dissertações.

O referencial teórico sobre autoavaliação institucional da escola foi construído em diálogo

com Brandalise (2010); Casali (2007); Freitas, et al (2014); Guerra (2203,2007); Alves,

Correia, (2009); Rocha (1999); Simons (1999); Sordi, Ludke (2009) e Worthen (1982). A

partir das análises dos relatórios gerados pelo software IRAMUTEQ, a conclusão

desenvolvida da análise lexical clássica e da nuvem de palavras é de que há forte conexidade

das seguintes formas ativas “escola”, “educação”, “processo”, “avaliação”, “avaliação

institucional” e “autoavaliação institucional”. A análise das produções acadêmicas através do

Método da Classificação Hierárquica Descendente (CHD) formou 6 (seis) classes no

dendograma, com porcentagem de distribuição dos dados textuais equilibradas e ênfase para:

a opção metodológica , o campo de investigação, a caracterização dos níveis e sistemas de

ensino, a intencionalidade e importância da autoavaliação na escola, os aspectos pedagógicos

presentes num processo de autoavaliação, e aos aspectos do processo educativo relacionados

ao sujeitos da comunidade escolar. Ao final, na análise de similitude com a árvore máxima,

constatou-se a presença de três blocos com maior nível de coocorrências e conexidade entre

as palavras: ‘escola-avaliação’, ‘escola-avaliação institucional’ e ‘escola-processo’. Na

sequência ‘escola-autoavaliação institucional’, ‘escola -educação’ e ‘escola-pesquisa’. Os

trabalhos mapeados oferecem elementos importantes para compreender a história da produção

de conhecimento em autoavaliação institucional da escola no contexto brasileiro e evidenciar

as contribuições e lacunas nessa área de pesquisa da avaliação educacional.

Palavras-chave: Autoavaliação institucional. Escola. Software IRAMUTEQ. 1Doutora em Educação/ Currículo pela PUC/SP (2007). Professora associada do Departamento de Matemática e

Estatística e no Programa de Pós-graduação em Educação - PPGE Mestrado e Doutorado da UEPG. Coordena

o Grupo de Estudos e Pesquisas em Política Educacional e Avaliação – GEPPEA, vinculado ao CNPQ. E-mail:

[email protected] > 2Mestrando em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta

Grossa. E-mail: <[email protected]>

2586

Introdução

Desde a década dos anos noventa (1990) no Brasil há uma ênfase por parte dos

governantes para desenvolver avaliações sobre os sistemas educacionais com o propósito de

gerar informações sobre a educação brasileira, tanto referente à educação básica quanto a

educação superior, e assim subsidiar a formulação de políticas públicas para atendimento aos

processos de escolarização da população nacional.

A constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988, no Art. 205°

define que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e

incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,

seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 2016,

p. 43). O Art. 206°, inciso VII define a garantia de padrão de qualidade e tem como princípio

a formulação e implementação das políticas de avaliação da educação brasileira.

O Ministério de Educação-MEC na década dos anos noventa (1990), fez a

implementação de uma série de avaliações em larga escala alinhada aos dispositivos legais

referenciados. Com a promulgação da lei nº 9.131, de 24 de novembro de 1995 foi criado o

Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB). No Art. 6º da lei estava contido a questão

da formulação e avaliação da política nacional de educação:

O Ministério da Educação e do Desporto exercia as atribuições do poder público

federal em matéria de educação, cabendo-lhe formular e avaliar a política nacional

de educação, zelar pela qualidade do ensino e velar pelo cumprimento das leis que o

regem. (BRASIL, lei 9.131, 1995).

Atendendo a necessidade de monitoramento e avaliação da eficácia das políticas

educacionais brasileiras desde a sua criação o SAEB traz consigo a ideia de sistema, cujo

principal objetivo do SAEB é avaliar a qualidade, a equidade e a eficiência da educação

brasileira. Coube ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP a

coordenação da avaliação da educação básica brasileira desde a criação do SAEB.

Atualmente o SAEB faz a avaliação do rendimento escolar dos alunos em Matemática

e Língua Portuguesa, do Ensino Fundamental (5º e 9º anos) e Ensino Médio (3º ano). Mesmo

com a introdução da Prova Brasil e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica -

IDEB, há ainda a prevalência de análise dos resultados publicados pelo INEP sobre a

performance das escolas brasileiras numa perspectiva de prestação de contas, porém com

poucas reflexões no interior da escola sobre como os mesmos poderiam apoiar a melhoria da

qualidade do processo ensino-aprendizagem e do desenvolvimento institucional da escola.

2587

O que se constata é que os resultados trazem informações relevantes sobre a escola e

sua qualidade educativa, a partir de um processo de avaliação externa, mas estes ainda

carecem de reflexões e análises articuladas com a avaliação interna da escola. Diante dessa

problemática é que se originou o interesse de pesquisa pela autoavaliação institucional da

escola e a revisão de literatura sobre as pesquisas realizadas no Brasil.

Neste trabalho apresentam-se os principais resultados do levantamento das produções

acadêmicas, considerando a seguinte questão norteadora: quais foram às pesquisas realizadas

sobre autoavaliação institucional da escola, desenvolvidas na forma de dissertações e teses no

contexto brasileiro no período 2005-2015? Além da introdução e das considerações finais o

texto está organizado em duas partes: a primeira apresenta uma breve discussão sobre

autoavaliação institucional da escola e a segunda a discussão e análise das produções

acadêmicas que compõem a revisão de literatura realizada na pesquisa.

Autoavaliação institucional da escola

Quando o foco de interesse é sobre o que está acontecendo na escola, um dos temas a

ser discutido inevitavelmente é a avaliação (autoavaliação) institucional da escola. Então o

debate começa, e é legítimo que isso aconteça, porque os “dissensos e contradições são

inerentes aos fenômenos sociais, e não seria diferente nos processos avaliativos, uma vez que

a avaliação carrega consigo a problemática sempre plural de valores, escolhas, significados”

(BRANDALISE, 2010, p. 10).

Com os avanços nos estudos e pesquisas sobre avaliação educacional “não há dúvida

de que, nas últimas décadas a avaliação surgiu como um campo de atividade, com direito

próprio, com uma vasta gama de modelos e abordagens e os seus próprios critérios, princípios

e regras próprias”. (SIMONS, 1999, p. 25) (tradução livre). Worthen (1982) sublinha que a

avaliação pode ser compreendida como um julgamento de mérito, que serve tanto para a

tomada de decisão como para controle e suscita perguntas sobre metas, planos, procedimentos

e resultados.

Concorda-se com Casali (2007, p.10) quando ele define avaliação educacional como

“saber situar, cotidianamente, numa certa hierarquia, o valor de algo enquanto meio

(mediação) para a realização da vida do(s) sujeito(s) em questão, no contexto dos valores

culturais e, no limite, dos valores universais”.

2588

Nessa perspectiva considera-se três âmbitos distintos de alcance dos valores e das

avaliações: o singular, valores para um sujeito; o parcial, valores para uma cultura, o

universal, valores para a humanidade. Casali (2007, p .13) explica que:

Esses três âmbitos (individual, cultural, universal) estão presentes concretamente no

cotidiano das escolas: nas origens, nos conteúdos, nos métodos, nos meios, nos

produtos, nos destinos dos processos de aprendizagem. Por esse critério, a escola

deve ser um lugar de experiencia fundamental da subjetividade, da culturalidade, da

universalidade. A avaliação é o que avaliza (reconhece e atribui valor a) essas

experiências, distinguindo o alcance de cada um desses três âmbitos e credenciando-

os respectivamente. A institucionalidade da avaliação é o que atribui a ela poder

para isso. (Grifo no original)

Depreende-se do pensamento do autor que o processo de avaliação institucional da

escola, seja ela interna (autoavaliação institucional) ou externa, traz consigo múltiplas

implicações em seu desenvolvimento, o qual não é linear e objetivo, porque “a avaliação é um

processo de natureza ética e política que frequentemente se disfarça sob uma aparência

técnica e científica. A pretensa isenção esconde, quase sempre, perigos e riscos que é preciso

descobrir para não se enganar ou não ser enganado” (GUERRA, 2007, p. 27).

A avaliação educacional que tem como foco a instituição escolar, a escola, pode

ocorrer em três níveis: “avaliação em larga escala em redes de ensino (realizado no país,

estado ou município); avaliação institucional da escola (feita em cada escola pelo coletivo); e

a avaliação da aprendizagem em sala de aula, sob responsabilidade do professor” (FREITAS,

et al, 2014; p. 10),

A avaliação institucional defendida pelos autores considera que não é apenas o

professor que precisa ser reflexivo, mas sim o conjunto da escola no qual é preciso retirar o

professor de seu narcisismo reflexivo e reinseri-lo no coletivo escolar, este último com

legitimidade para discutir o desempenho daquele em uma perspectiva construtiva. No

processo da avaliação institucional da escola cada um tem seu protagonismo principal, “a

avaliação em larga escala é externa, a avaliação institucional é interna à escola e sob seu

controle, enquanto a avaliação da aprendizagem é assunto preferencialmente do professor em

sua sala de aula” (FREITAS, et al, 2014; p. 35).

A autoavaliação institucional da escola é processo realizado exclusivamente por

pessoas que fazem parte da comunidade educativa da instituição avaliada, cujo dispositivo

levará a própria comunidade a conscientizar-se das dinâmicas produzidas em seu meio, para

conduzir ações coletivas (aprendizagens), que sejam promotoras da melhoria. (ALVES;

CORREIA, 2009, p. 40).

2589

Assim, avaliar uma escola tem como finalidade,

[...] compreender e valorizar as suas práticas, as suas relações e o seu discurso

pedagógico, facilitar a tomada de decisões e também, formular e reformular teorias

sobre a escola, de tal modo que se estabeleça uma circularidade compreensiva na

dialética permanente da teoria e da prática. (GUERRA, 2003, p. 26).

Nesse contexto a escola é vista como,

[...] um sistema social complexo, composto por inúmeros sujeitos em relação, não

necessariamente afinados em suas concepções ético-políticas e/ou técnico-

operacionais, o esperado é que o trabalho coletivo que executam seja marcado

socialmente pela heterogeneidade de suas histórias e itinerários. (SORDI; LUDKE,

2009, p. 318).

Ao mesmo tempo a escola é vista como um sistema composto por vários subsistemas e

integrada a outros, na qual,

[...] por um lado, é composta, entre outros, pelos subsistemas do currículo, da

avaliação e da relação de alunos, funcionários e professores; por outro, insere-se no

meio através dos sistemas econômico, social, política, legal, cultural e

comunicacional. A concretização local e temporal destes fatores faz com que cada

escola seja uma escola determinada e que, por isso, seja difícil avaliar as escolas de

forma genérica. (ROCHA, 1999, p. 35).

É inegável que a autoavaliação da escola, em seu sentido amplo, apresenta-se como

atividade associada à uma experiência cotidiana no contexto escolar, primeiro pelo fato de

julgar-se a própria atuação e a dos pares profissionais e, segundo pelo fato de gerar um

autoconhecimento da instituição em seus diferentes aspectos: pedagógicos, administrativos,

curriculares, organizações e estruturais, ou seja, em sua totalidade.

Considerando o interesse pelo estudo da autoavaliação institucional da escola

apresenta-se nesta comunicação os resultados da pesquisa de abordagem qualitativa, a qual

objetivou realizar uma revisão de literatura sistemática das produções acadêmicas brasileiras

produzidas na forma de teses e dissertações entre os anos de 2005-2015, tendo como objeto de

investigação a autoavaliação da escola.

As produções acadêmicas sobre autoavaliação institucional da escola

O mapeamento das pesquisas

As produções acadêmicas mapeadas foram analisadas em duas etapas: na primeira, as

pesquisas foram organizadas segundo o título e palavras-chave, o Estado nas quais foram

realizadas as produções acadêmicas e ano de publicação; na segunda etapa, foi realizada a

2590

análise qualitativa com auxílio do software IRAMUTEQ, no qual foi feito um corpus textual

com os resumos das produções acadêmicas, e foram consideradas as seguintes análises a

partir do software: análise lexical clássica, análise de especificidades, método da classificação

hierárquica descendente (CHD), a análise de similitudes, e a nuvem de palavras.

O levantamento foi realizado em meio eletrônico nas seguintes bases de dados: Portal

de Periódicos da Capes e Biblioteca de Teses e Dissertações, com as palavras ou descritores

de busca: avaliação, avaliação institucional, autoavaliação institucional, escola,

O processo do mapeamento das produções foi realizado a partir do título, dos resumos

e palavras-chave. Após a leitura dos resumos foram consideradas 16 (dezesseis) dissertações e

06 (seis) teses, totalizando 22 (vinte e duas) produções acadêmicas.

Constatou-se na revisão que do total de 22 (vinte e duas), 08 (oito) produções

acadêmicas abrangem no título o termo ‘autoavaliação’, no qual há 1 (um) tese e 7 (sete)

dissertações. As demais 14 (catorze) produções acadêmicas contém no título o termo

‘avaliação’, no qual há 6 (seis) teses e 8 (oito) dissertações.

A partir dessas características foram organizados dois grupos de produções

acadêmicas. No primeiro grupo (autoavaliação), 1 (uma) tese apresenta nas palavras-chave

termos relacionados à ‘avaliação educacional’ e ‘desenvolvimento institucional’ e 7 (sete)

dissertações abrangem nas palavras-chave termos relacionados à ‘avaliação institucional’,

‘qualidade’, ‘educação infantil’, ‘gestão: democrática, educacional, escolar, participativa’,

‘participação’, ‘projeto político-pedagógico’. No segundo grupo (avaliação), 6 (seis) teses

abrangem nas palavras-chave termos relacionados à ‘política pública’, ‘educação básica’,

‘escola pública’, ‘participação’, ‘qualidade’, ‘projeto político-pedagógico’, e 8 (oito)

dissertações abrangem nas palavras-chave termos relacionados à ‘avaliação interna’,

‘avaliação externa’, ‘educação básica’, ‘gestão democrática’, ‘desempenho institucional’,

‘qualidade educacional’, ‘participação’, ‘políticas de avaliação’, ‘projeto político-

pedagógico’.

Constatou-se também que do total de 22 (vinte e duas), 14 (quatorze) produções

cientificas foram feitas em instituições do estado de São Paulo. Na sequência, estão o Estado

de Paraná e o Distrito Federal com 2 (duas) produções, e nos estados de Rio de Janeiro, Rio

Grande do Norte, Bahia e Ceará foram realizadas 1 (um) produção, em cada um deles.

Segundo o ano de publicação do total de 22 (vinte e duas), 05 (cinco) produções

científicas foram feitas o ano 2012, na sequência, 04 (quatro) o ano 2009, 03 (três) o ano

2010, 02 (dois) o ano 2005, 2007 e 2014, 01 (um) os anos 2008, 2011, 2013 e 2015, e o ano

2591

2006 não tinha nenhuma. Os quadros 1 e 2 apresentam o detalhamento das produções

inventariadas:

Quadro 1 - Trabalhos acadêmicos sobre autoavaliação institucional, autoavaliação institucional e/ou

avaliação de escolas na modalidade de dissertações do período 2005-2015

D

2005 Maria de Lourdes

Oliveira Reis da

Silva

Características teóricas, políticas e

epistemológicas da avaliação institucional em

uma escola da rede pública estadual de ensino

Universidade Federal de

Bahía

D

2007 Marcia Andreia

Grochoska

As contribuições da auto-avaliação

institucional para a escola de educação

básica: uma experiência de gestão

democrática

Pontifícia Universidade

Católica do Paraná –

D

2008 Adilson Dalben Avaliação institucional participativa na

educação básica: possibilidades, limitações e

potencialidades

Universidade Estadual de

Campinas -

D

2009 Mara Elisa

Capovilla Martins

de Macedo

Auto-avaliação institucional na educação

básica - uma contribuição necessária para o

aprimoramento das práticas pedagógicas

Universidade do Oeste

Paulista

D

2009 Vera Carmosina da

Silva Mallmann

Políticas de avaliação como estratégia de

gestão para a melhoria da escola pública de

educação básica

Pontifícia Universidade

Católica do Paraná

D

2009 Wania Cristina

Tedeschi

Rampazzo

Avaliação institucional na educação infantil:

limites e possibilidades

Pontifícia Universidade

Católica de Campinas

D 2010 Andrea Maria

Rocha Rodrigues

Avaliação institucional nas escolas públicas

de Fortaleza - CE: avanços e desafios.

Universidade Federal do

Ceará

D

2010 Bruna Ribeiro A qualidade na educação infantil: uma

experiência de autoavaliação em creches da

cidade de São Paulo e desafios

Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo –

D

2010 Mônica Cristina

Martinez de

Moraes

A avaliação da escola pelos pais Universidade Estadual de

Campinas

D

2012 Luciana Cordeiro

Limeira

Avaliação institucional e projeto político

pedagógico: uma trama em permanente

construção

Universidade Católica de

Brasilia

D

2012 Maria Angela de

Moraes Cardoso,

Participação do colegiado escolar no processo

de avaliação institucional: do discurso à

realidade

Universidade Católica de

Brasília

D

2012 Maria Luiza de

Sousa

Avaliação institucional na escola pública de

educação básica: possibilidades para

aprimoramento da gestão escolar

Universidade do Oeste

Paulista

D

2012 Vinicius Barcelos

da Silva

Um modelo de autoavaliação de instituições

de ensino médio: uma contribuição para a

gestão educacional

Universidade Estadual do

Norte Fluminense Darcy

Ribeiro

D 2013 Maria Lúcia

Montemór

Autoavaliação institucional: dimensões

políticas e gestão democrática

Universidade Federal de

São Carlos

D

2014 Larissa Fernanda

dos Santos

Oliveira

A autoavaliação institucional na escola

municipal estudante Emmanuel Bezerra:

construindo uma dinâmica de participação

Universidade Federal do

Rio Grande do Norte

D

2015 Camila Rodrigues A participação dos professores no processo

de autoavaliação de uma escola de ensino

fundamental da rede municipal de Campinas

Universidade Estadual de

Campinas

Fonte: Banco de dados consultados na revisão de literatura

Nota: As produções acadêmicas listadas no quadro foram inseridas nas referências do texto.

2592

Quadro 2 - Trabalhos acadêmicos sobre autoavaliação institucional, autoavaliação institucional e/ou avaliação

de escolas na modalidade de teses do período 2005-2015

T

2005 Sueli Carrijo

Rodrigues

Construção de uma metodologia alternativa

para a avaliação das escolas públicas de

ensino fundamental através do uso da análise

por Envoltório de Dados (DEA): uma

associação do quantitativo ao qualitativo

Universidade Estadual de

Campinas

T

2007 Mary Ângela

Teixeira

Brandalise

Auto-avaliação de escolas: processo

construído coletivamente nas instituições

escolares

Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo

T 2009 Geraldo Antonio

Betini

Avaliação institucional em escolas públicas

de ensino fundamental de Campinas

Universidade Estadual de

Campinas

T

2011 Geisa do Socorro

Cavalcanti Vaz

Mendes

Avaliação institucional: estudo da

implementação de uma política para

a escola fundamental do município de

Campinas/SP

Pontifícia Universidade

Católica de Campinas

T

2012 Maria Simone

Ferraz Pereira

Moreira Costa

Avaliação institucional no ensino

fundamental: a participação dos estudantes

Pontifícia Universidade

Católica

de Campinas

T

2014 Sandro Ricardo

Coelho de Moraes

Avaliação institucional na educação infantil

de Campinas/SP: a experiência de três

instituições públicas

Universidade Estadual de

Campinas

Fonte: Banco de dados consultados na revisão de literatura

Nota: As produções acadêmicas listadas no quadro foram inseridas nas referências do texto.

Após a seleção e organização das produções acadêmicas foi realizada a análise dos

resumos das mesmas com no software IRAMUTEQ3.

Análise estrutural dos resumos das produções acadêmicas com o software IRAMUTEQ

As produções acadêmicas mapeadas foram também analisadas a partir dos resumos

coletados e agrupados num único um corpus textual. Foram consideradas as seguintes

análises a partir do software IRAMUTEQ: análise lexical clássica, análise de especificidades,

método da classificação hierárquica descendente (CHD), a análise de similitudes, e nuvem de

palavras. Referindo-se ao software IRAMUTEQ, Camargo e Justo, (2013a, p. 515) explicam

que:

Este programa informático viabiliza diferentes tipos de análise de dados textuais,

desde aquelas bem simples, como a lexicografia básica (cálculo de frequência de

3 O IRAMUTEQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires) é um

software gratuito para Análise de Dados Textuais desenvolvido por Pierre Ratinaud (2009). Trata-se de um

programa informático gratuito, que se ancora no software R e permite diferentes formas de análises estatísticas

sobre corpus textuais e sobre tabelas de indivíduos por palavras. Desenvolvido inicialmente em língua francesa,

este programa começou a ser utilizado no Brasil em 2013. Para mais informações consultar o endereço:

http://www.iramuteq.org .

2593

palavras), até análises multivariadas (classificação hierárquica descendente, análises

de similitude). Ele organiza a distribuição do vocabulário de forma facilmente

compreensível e visualmente clara (análise de similitude e nuvem de palavras).

No processo de tratamento dos dados textuais, o primeiro passo foi elaborar um

corpus textual que “é o conjunto de textos que se pretende analisar” (CAMARGO; JUSTO,

2013b, p. 2). Na pesquisa em questão foi o conjunto dos resumos das teses e dissertações

mapeadas, na qual cada um deles foi identificado como um texto. Cada texto foi separado por

linhas de comando chamadas linhas com asteriscos4 permitindo identificação de cada um

deles.

No presente trabalho o corpus textual foi formado por 22 (vinte e dois) textos, os quais

foram assim cadastrados: ‘AVAL’ para cada texto (avaliação), ‘DISSE’ para dissertação e

‘TESE’ para tese, conforme exemplo abaixo do fragmento do resumo de uma tese:

**** *AVAL_01 *TESE_01

Diferentes perspectivas sobre a avaliacao das instituicoes escolares vem sendo

analisadas e debatidas tanto no contexto brasileiro como no plano internacional. [...].

Após o processo de tratamento dos dados textuais pelo software IRAMUTEQ foram

levantadas as seguintes questões para análise dos relatórios gerados.

a) Quais são as palavras de maior frequência no corpus analisado baseado na análise

lexicográfica e na nuvem de palavras?

b) Quais são as classes que ao mesmo tempo apresentam vocabulário semelhante entre

si baseado na Classificação Hierárquica Descendente (CHD)?

c) Quais são as coocorrências entre as palavras e as conexidades mais fortes entre elas

baseado na análise de similitude?

A análise dos relatórios permitiu responder as questões formuladas nos três tópicos

apresentados na sequência.

A análise lexicográfica e a frequência das palavras

4Exemplo de uma linha de comando (com asteriscos): **** *autoavaliação_01 *tese_01. Para aprofundamento

consultar o texto: Tutorial para uso do software de análise textual IRAMUTEQ. Florianópolis: Universidade

Federal de Santa Catarina, 2013b. 18 p.

2594

Os relatórios gerados pelo software reconheceram 85,52% dos textos e as formas ativas

(palavras) que apresentaram maior frequência no corpus textual, são apresentadas no quadro

3:

Quadro 3– Análise lexicográfica com as formas ativas e respectivas frequências

Formas ativas Frequência Formas ativas Frequência Formas ativas Frequência

escola 153 escolar 42 autoavaliação

institucional 23

educação 74 ensino 41 projeto 23

processo 73 estudo 38 resultado 23

avaliação 67 política 38 fundamental 22

avaliação

institucional 63 gestão 34 trabalho 22

pesquisa 53 dado 31 construção 21

analisar 52 participação 31 praticar 20

qualidade 47 básica 27 professor 20

publicar 43 utilizar 25 pai 18

Fonte: Relatório software IRAMUTEQ-2016.

A frequência apresentada na análise lexical clássica está diretamente relacionada com

a nuvem de palavras, na qual o tamanho da palavra é proporcional à frequência dela no corpus

textual analisado, conforme Figura 1. As palavras ‘escola’, ‘educação’, ‘processo’,

‘avaliação’, ‘avaliação institucional’, ‘autoavaliação institucional’, se concentraram no centro

da nuvem de pontos, revelando uma forte conexidade entre elas.

Figura 1 – Nuvem de palavras do corpus textual analisado

Fonte: Relatório software IRAMUTEQ-2016.

2595

A maior frequência na palavra ‘escola’ revela que nas pesquisas inventariadas há o

reconhecimento da relevância do processo da autoavaliação, porque a “[...] a avaliação

centrada na escola é uma forma de conhecê-la e também sua produtividade educativa, pois o

estudo sistemático de seu funcionamento lhe permite verificar a qualidade educativa que

produz” (Brandalise, 2010; p. 87). As palavras ou formas ativas ‘avaliação institucional’,

‘autoavaliação institucional’, ‘processo’, ‘qualidade’, ‘educação’, ‘gestão’, ‘participação’

realçam a pluralidade de aspectos organizacionais e pedagógicos da escola que podem ser

estudados e analisados no processo de autoavaliação da escola.

O Dendograma baseado na Classificação Hierárquica Descendente

Em relação as classes geradas na Classificação Hierárquica Descendente (CHD os

22(vinte e dois) textos foram fracionados em 221 (duzentos e vinte e um) segmentos de

textos. Com base na CHD o software IRAMUTEQ organizou os dados num dendograma5,

formado por 06 (seis) classes, conforme apresentado na figura 2.

Figura 2 – Dendograma de Classes baseado na CHD do corpus textual analisado

Fonte: Relatório software IRAMUTEQ-2016.

5A partir da análise textual o software faz o dendograma que “ilustra as relações entre as classes. O programa

executa cálculos e fornece resultados que nos permite a descrição de cada uma das classes, principalmente,

pelo seu vocabulário característico (léxico) e pelas suas palavras com asterisco (variáveis)” (CAMARGO;

JUSTO, 2013b; p. 5).

2596

Observa-se no dendograma a partição do corpus textual em dois subcorpus

distribuídos em seis classes as quais apresentam as formas ativas (palavras) em ordem

decrescente de frequência. O primeiro contém a classe 1 com 17,5% dos dados analisados e

o segundo contém 82,5% dos dados, distribuídos nas classes 2, 3, 4, 5, 6. Cada uma das seis

classes aponta alguns dos aspectos das produções acadêmicas mapeadas sobre a autoavaliação

institucional da escola.

A classe 1 traz as informações sobre a opção metodológica das pesquisas realizadas,

os procedimentos escolhidos, os instrumentos utilizados e objetivos estabelecidos. As

palavras ‘documental’, ‘entrevista’, ‘observação’, ‘pesquisador’, ‘metodologia’, ‘qualitativo’,

‘dado’, ‘abordagem’, descritivo, caso evidenciam as opções dos pesquisadores.

A classe 2, que contém 15,9% dos dados textuais, revela o campo das investigações

realizadas a opção metodológica das pesquisas realizadas quando destaca as palavras

‘educação básica’, ‘infantil’, bem como ‘efetivação’, ‘contribuições’ da autoavaliação

institucional da escola, para a ‘qualidade’ e ‘melhoria’ das escolas.

A classe 3, que está articulada diretamente com a classe 2, apresenta 17,5% dos dados

textuais, caracteriza os níveis e sistemas de ensino em que as pesquisas se realizaram, sendo

as palavras mais recorrentes estão: ‘ensino’, ‘fundamental’, ‘médio’, ‘princípios’, ‘modelo’,

‘municipal’, ‘avaliação institucional’.

A classe 4 que contém 15,3% dos dados textuais das pesquisas, evidencia a

intencionalidade e importância da autoavaliação ser realizada no interior da escola como um

processo construído coletivamente, revelado pelas palavras mais frequentes: ‘tornar’

‘significativo’, ‘interno’ ‘efetivo’, ‘pedagógica’, ‘coletivo’, ‘gestão’.

A classe 5, que apresenta 19,1% dos dados textuais, aponta os aspectos pedagógicos

presentes num processo de autoavaliação ao voltar-se para as práticas educacionais no

contexto da escola. As palavras mais frequentes nessa classe foram: ‘pedagógico’, ‘projeto’,

‘político’, ‘avaliativo’, ‘educativo’, ‘categoria’, ‘contexto’, ‘meio’, ‘conhecimento’, ‘cultura’.

Por fim, a classe 6 que contém 14,8% dos dados, revela aspectos do processo

educativo, por meio da autoavaliação da escola, porque considera aos sujeitos, os processos

de ensino e aprendizagem da escola, quando ressalta as palavras: ‘ator’, ‘formação’,

‘instituições’, ‘desempenho’, ‘estudante’, ‘influenciar’, ‘melhoria’, ‘aprendizagem’,

‘problema’.

Análise de similitude e a árvore máxima

2597

As coocorrências entre as palavras e suas conexidades, baseada na análise de

similitude na árvore máxima, considera a espessura das linhas que ligam as palavras. Quanto

maior a espessura maior a conexidade. Observa-se na figura 3 a presença de três blocos com

maior nível de coocorrências e conexidade entre as palavras: ‘escola – avaliação’, ‘escola -

avaliação institucional’ e ‘escola-processo’. Na sequência ‘escola-autoavaliação institucional’,

‘escola-educação’ e ‘escola- pesquisa’.

Figura 3 – Árvore máxima do corpus textual analisado

Fonte: Relatório software IRAMUTEQ-2016

Baseado na análise de similitude observou-se algumas coocorrências e conexidades

mais fortes em torno da palavra “escola” há uma maior coocorrência e conexidade com as

demais formas ativas. A seguir apresenta-se alguns segmentos de textos contidos no relatório

gerado no IRAMUTEQ:

**** *AVAL_01 *TESE_01

propos se esta pesquisa, cujo proposito e construir um processo de

autoavaliacao_institucional significativa e efetiva para a escola basica. Procura se

responder a seguinte questao norteadora: como construir um processo de

Autoavaliacao_Institucional na escola basica, disponibilizando se conceitos,

procedimentos e instrumentos analiticos inovadores e voltados ao desenvolvimento

institucional?

**** *AVAL_04 *DISSE_04

O conhecimento de metodologias avaliativas da instituicao escolar, ou da

autoavaliacao_institucional, pode estimular a equipe gestora a trabalhar de forma

2598

mais coletiva, valorizando a participacao de todos e retratando a escola tal como ela

e sob o ponto de vista de sua comunidade.

Em torno da palavra ‘avaliação institucional’ e ‘avaliação’ também há forte

coocorrência e conexidade entre as palavras. O segmento de texto é um exemplo:

**** *AVAL_01 *TESE_01

Finalmente, a pesquisa confirma que a autoavaliacao_institucional pode ser

desenvolvida coletivamente nas instituicoes escolares, desde que assentada numa

postura dialetico critica, tendo pessoas da comunidade escolar como sujeitos dessa

acao.

**** *AVAL_22 *TESE_22

[...] provendo condicoes objetivas de participacao efetiva do professor e de toda a

comunidade escolar que podem influenciar principalmente a continuidade de

processos de avaliacao e autoavaliacao_institucional. A relacao bilateral entre escola

e poder publico talvez seja o caminho para que a avaliacao_institucional

participativa seja uma realidade nas escolas publicas de ensino fundamental.

Na análise de similitude percebe-se que nos resumos das produções acadêmicas

brasileiras, há prevalência das pesquisas que envolvem a autoavaliação institucional da escola

vista como processo desenvolvido com sujeitos envolvidos da própria escola na busca da

melhoria da qualidade da educação básica.

Considerações finais

Considerando o objetivo da pesquisa realizada sobre a produção acadêmica sobre

autoavaliação institucional da escola na Educação Básica e o texto apresentado nesta

comunicação, conclui-se que ainda é escassa as pesquisas realizadas no contexto brasileiro,

porque somente 6 (seis) teses e 16 (dezesseis) dissertações foram localizadas no mapeamento

realizado em 2016. Além disso há maior concentração dessas produções (64%) nos programas

de pós-graduação do Estado de São Paulo.

As produções acadêmicas mapeadas com auxílio do software IRAMUTEQ,

ofereceram relatórios quantitativos que permitiram fazer a análise qualitativa mais

aprofundada, numa perspectiva qualiquantitativa.

A análise lexical clássica e a nuvem de palavras do software IRAMUTEQ, permitiram

identificar as palavras com maior frequência e mais conexidade de forma decrescente, no

conjunto de resumos das produções acadêmicas: “escola”, “educação”, “processo”,

“avaliação”, “avaliação institucional” e “autoavaliação institucional” revelando o objeto de

pesquisa das produções inventariadas.

2599

A análise das produções acadêmicas através do Método da Classificação Hierárquica

Descendente (CHD) e no dendograma formou-se 6 (seis) classes, com porcentagem de

distribuição dos dados textuais equilibradas com ênfase para a opção metodológica , o campo

de investigação, a caracterização dos níveis e sistemas de ensino, a intencionalidade e

importância da autoavaliação na escola, os aspectos pedagógicos presentes num processo de

autoavaliação, aspectos do processo educativo relacionados ao sujeitos da comunidade

escolar.

Ao final na análise de similitude observa-se na árvore máxima gerada pelo software

IRAMUTEQ ficou evidente que nas pesquisas mapeadas há forte coocorrência e conexidade

entre as palavras: ‘escola – avaliação’, ‘escola - avaliação institucional’ e ‘escola - processo’.

Na sequência ‘escola – autoavaliação institucional’, ‘escola – educação’ e ‘escola – pesquisa’

Neste texto, ao tomar como ponto de partida o levantamento de teses e dissertações,

foi possível apresentar uma breve análise das produções científicas no contexto brasileiro

sobre a autoavaliação institucional da escola. Os trabalhos mapeados oferecem elementos

importantes para compreender a história da produção de conhecimento e evidenciar as

contribuições e lacunas nessa área de pesquisa em Avaliação Educacional, e ao mesmo tempo

possibilitar que ele seja explorado por outros pesquisadores.

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