auto-anticorpos nas doenças reumáticas
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Auto-anticorpos nas Doenças Reumáticas
Breno Froz
Ernesto Xavier
José Ricardo
Júlio Fran
Natan Rosa
Sistema Imune
• Função Fisiológica: conferir proteção do indivíduo a antígenos externos, em particular a agentes infecciosos e a macromoléculas (VOLTARELLI,2009).
• Tolerância imunológica: mecanismo complexo.
• Reatividade a antígenos próprios é eficientemente suprimida em indivíduos saudáveis.
Auto-reatividade• Quebra da tolerância imunológica com produção de auto
- anticorpos.• Fatores que predispõe ou desencadeiam: Suscetibilidade genética; Influência hormonal (estrógenos); Agentes infecciosos (bactérias e especialmente vírus); Mimetismo molecular entre antígeno microbianos e do
hospedeiro; Mutações genéticas; Imunização ativa; Agentes químicos ou físicos; Alterações estruturais dos auto-antígenos com o
potencial de desencadear e perpetuar uma resposta.
Auto-anticorpos
• São as imunoglobulinas que reconhecem: Antígenos intracelulares:
- nuclear – DNA, histonas, topoisomerase-I ou Scl-70, ribonucleoproteínas sm etc.
- citoplasmático – proteína P ribossômicas, histidil tRNA sintetase.
Antígenos de membrana – fosfolipídios.
Antígeno extracelulares – IgG, - glicoproteína e lipoproteínas.
Relevância clínica
• Evitar reativação da doença ou até mesmo o seu aparecimento.
Exemplos:
Infecção;
Radiação ultravioleta;
Uso de determinadas drogas.
Auto – anticorpos na população normal
• Auto – anticorpos tem sido identificado em baixa frequência no soro de indivíduos aparentemente saudáveis.
• Desempenham importante papel na remoção de potenciais auto – antígenos pela interação com debris ou material apoptótico celulares.
• São imunoglobulinas do isotipo IgM, produzidas por linfócitos B CD5+
Relevância clínica
• Existem evidências do papel preditivo de doença atribuído a alguns anticorpos com reatividade a antígenos próprios detectados no soro de indivíduos assintomáticos.
• Auto – anticorpos podem preceder em anos o desenvolvimento da doença auto – imune. Ex.: Lúpus
Auto - anticorpos em doenças neoplásicas e infecciosas
Tabela 1. Frequência de anticorpos antinucleares nas Doenças infecciosas e Neoplásicas
Doenças Anticorpos Antinucleares (IIF)Prevalência
Infecciosas• Malária• Hanseníase• Chagas
75%35%4%
Neoplásica• Melanoma• Adenocarcinoma brônquico
43%31%
IIF – imunofluorescência indireta
Auto – anticorpos nas doenças auto - imunes
• Características das doenças auto – imunes
1. Presença de múltiplos auto – anticorpos com especificidade antigênica.
2. Variabilidade quanto à predominância de isotipo e subclasses das imunoglobulinas.
3. A produção parece obedecer uma ordem cronológica e/ou hierárquica.
4. Exibem uma associação não-casual entre eles.
Auto – anticorpos nas doenças auto - imunes
• As doenças autoimunes:
- Apresentam etiologia desconhecida.
- Podem ser classificadas em dois grupos: Órgão – específicas restrito a um único órgão – alvo
sistema endócrino, neuromuscular e hematopoiético. Sistêmicas comprometimento de vários órgãos e tecidos
Ex.: doenças difusas do tecido conjuntivo (DDTC).
- Os auto anticorpos pedem ser de qualquer classe de imunoglobulina, porém autos títulos do isotipo IgG parecem ter maior relevância.
Auto – anticorpos nas doenças auto imunes
- Nas doenças autoimunes órgão específicas os anticorpos são dirigidos a um número limitado de componentes, geralmente restrito a um único alvo:
Ex.: doença que acomete o sistema endócrino – tireoidite de Hashimoto, diabetes mellitus tipo I, neuromuscular – miastenia gravis, esclerose múltipla.
- Nas doenças autoimunes sistêmicas os anticorpos mais frequentes são aqueles que reconhecem estrutura intracelulares.
Auto – anticorpos marcadores de doençaTabela 2. Auto – anticorpos Marcadores Sorológicos de Doença
Doenças Reumáticas Auto - anticorpo
LES • Anti – dsDNA, anti – Sm• Antiproteína P ribossômica
Esclerodermia difusa • Anti – Sci – 70 (topoisomerase I)
CREST • Anticentrômero
Polimiosite • Anti – jo - 1
Granulomatose de Wegener • C - ANCA
Artrite reumatoide • Anti - CCP
LES lúpus eritematoso sistêmico; CREST - calcinose, Raymand alteração eso-fágica, escrerodactilia, teleangectasia
Prevalência dos auto – anticorpos nas doenças reumáticas auto - imunes
Tabela 3. Prevalência de Auto – anticorpo nas Doenças Reumáticas
Doença Auto - anticorpo Prevalência
LES Anti – dsDNAAnti – SmAnti – Ro/SS – AAnti – La/SS – BAnti – p ribossômicoAnticromatina
40%30%35%15%10%50% a 90%
Esclerodermia difusa Anti – Scl – 70Anticentrômero
20% a 60%70% a 50%
Polimiosite Anti – jo -1 18% a 20%
Síndrome de Sjögren Anti Ro/SS–A; Anti La/SS B
60% e 30%
Doença mista Anti U 1RNP >90%
Artrite reumatóide Fator reumatoideAnti CCP
50% 79%64% a 89%
Prevalência dos auto – anticorpos nas doenças reumáticas auto - imunes
• Na pesquisa de auto anticorpos é importante considerar um amplo espectro de especificidade antigênica e não somente nos limitarmos àqueles que são marcadores exclusivos de doença ou síndrome.
• Os anticorpos marcadores devem ser os primeiros a ser pesquisados laboratorialmente. Na sua ausência, recomenda-se a pesquisa de outras especificidades.
AUTOANTICORPOS
• TÉCNICAS DE DETECÇÃO
• IMUNODIFUSÃO• CONTRA-IMUNOELETROFORESE• RADIOIMUNOENSAIO• ELISA• HEMAGLUTINAÇÃO• IMUNOFLUORESCENCIA
Métodos de diagnósticos para detecção de auto – anticorpos nas doenças reumáticas.
• Auto – anticorpos no Lúpus Eritematoso Sistêmicos Diagnóstico laboratorial:
1. Anticorpos antinucleares (AAN).
2. Anticorpos marcadores da doença anti-dsDNA e anti Sm respectivamente.
3. Anticorpos não marcadores de doença anti Ro/SS-a, anti La/SS-B.
Acompanhamento laboratorial: para pacientes que apresentam anticorpos anti-dsDNA.
1. Determinar periodicamente anti-ds-DNA.
2. Quantificar C3 e C4
Auto – anticorpos na Artrite Reumatóide
• Diagnóstico laboratorial: Fator reumatóide (FR) IgM.
- não é específico;
- está presente em diversa outras condições;
- sua ausência não exclui o diagnóstico (10% a 30%);• Acompanhamento laboratorial: Tem sido utilizado no seguimento dos pacientes.
- provas de atividade inflamatória;
- aumento na velocidade de hemossedimentação (VHS);
- aumento nos níveis séricos da proteína C reativa.
Auto – anticorpos na esclerodermia
• Diagnóstico laboratorial: Forma limitada de escrerodermia (CREST).
- anticorpo anticentrômero (ACA) esta presente em 95%. Forma difusa.
- anticorpo antinucleolar. Persistindo a dúvida. - anticorpos anti – topoisomerase I que são marcadores
da esclerodermia difusa.• Acompanhamento laboratorial: não tem grande auxílio.
Auto – anticorpos na polimiosite
• Diagnóstico laboratorial:
- anticorpos anti- jo – I (histidil-tRNA sintetase) está presente em mais de 90% dos pacientes.
• Acompanhamento laboratorial: não tem importância clinica.
Auto anticorpos na síndrome de Sjögren
• Diagnóstico laboratorial:
- anticorpos contra ribonucleoproteína SS-A/Ro está presente tanto na LES (40% a 50%) como na síndrome de Sjögren (60% a 70%)
- anticorpos anti-SS-B/La estão associados á presença dos anticorpos anti-SS-A/Ro e são detectados mais na síndrome de Sjögren que no lúpus.• Acompanhamento laboratorial:
- não tem importância
Auto – anticorpos na síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAF)
• Diagnóstico laboratorial:
- pesquisa de anticorpos IgG e IgM específicos aos fosfolípidio cardiolipina (80% dos pacientes com SAF).
- anticoagulante lúpico (LAC) presente em 20% a 50% dos caso e 60% em SAF e Lúpus.
• Acompanhamento laboratorial:
- não tem importância clinica comprovada.
Auto – anticorpos na Granulomatose de Wegener
• Diagnóstico laboratorial:
- anticorpos anticitoplasma de neutrófilo C-ANCA marcador sorológico da doença.
Acompanhamento laboratorial:
- a avaliação periódica é extremamente útil para o seguimento clínico dos pacientes.
- a elevação dos níveis séricos pode preceder o episódio de atividade da doença.
REFERENCIAS• LOPES, Antônio Carlos. Tratado de Clínica Médica. 2
ed. São Paulo: Roca, 2009.
• RUBIN, Emanuel. Patologia. Bases clinicopatológicas da medicina. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
• VOLTARELLI, Júlio C. Imunologia clínica na prática médica. 1. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2009.