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AutismoVencendo esse desafioConhea outros ttulos da srie Cmara Itinerante no portal da Cmara dos Deputados: www.camara.leg.br/editora
PARTICIPE, FALE COM O CMARA ITINERANTE:
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Mesa da Cmara dos Deputados
55 Legislatura 2015-2019 1 Sesso Legislativa
PresidenteEduardo Cunha
1 Vice-PresidenteWaldir Maranho
2 Vice-PresidenteGiacobo
1 SecretrioBeto Mansur
2 SecretrioFelipe Bornier
3 SecretriaMara Gabrilli
4 SecretrioAlex Canziani
Suplentes de Secretrio
1 SuplenteMandetta
2 SuplenteGilberto Nascimento
3 SuplenteLuiza Erundina
4 SuplenteRicardo Izar
Diretor-GeralSrgio Sampaio Contreiras de Almeida
Secretrio-Geral da MesaSilvio Avelino da Silva
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Cmara dos Deputados
AutismoVencendo esse desafio
Centro de Documentao e InformaoEdies CmaraBraslia | 2015
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CMARA DOS DEPUTADOS
Diretoria-GeralDiretor-Geral: Srgio Sampaio Contreiras de AlmeidaDiretora-Adjunta: Cssia Regina Ossipe Martins Botelho
Diretoria LegislativaDiretor: Afrsio Vieira Lima Filho
Consultoria LegislativaDiretor: Eduardo Fernandez Silva
Centro de Documentao e InformaoDiretor: Adolfo C. A. R. Furtado
Coordenao Edies CmaraDiretora: Helosa Helena S. C. Antunes
Projeto grfico de capa e miolo: Patrcia Weiss Diagramao: Janaina Coe
Esta cartilha foi elaborada por iniciativa da Presidncia e da Segunda-Secretaria da Cmara dos Deputados com textos e contedo produzidos pela Consultoria Legislativa acrescidos de materiais fornecidos pela Associao de Apoio Pessoa Autista (AAPA) e por profissionais da rea da sade.
Cmara dos DeputadosCentro de Documentao e Informao CediCoordenao Edies Cmara CoediAnexo II Praa dos Trs PoderesBraslia (DF) CEP 70160-900Telefone: (61) [email protected]
SRIE Cmara itinerante
n. 1
Dados Internacionais de Catalogao-na-publicao (CIP)Coordenao de Biblioteca. Seo de Catalogao.
Autismo [recurso eletrnico] : vencendo esse desafio / Cmara dosDeputados. Braslia : Cmara dos Deputados, Edies Cmara,2015. (Srie Cmara itinerante ; n. 1)
Verso PDF.Modo de acesso: http://www.camara.leg.br/editoraISBN 978-85-402-0364-8
1. Autismo. I. Brasil. Congresso Nacional. Cmara dos Deputados. II. Srie.
CDU 159.97
ISBN 978-85-402-0364-8 (PDF)
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SUMRIO
APRESENTAO .........................................................................................4
COMO RECONHECER O AUTISMO ..................................................... 7
O que autismo? ........................................................................................... 9
BREVE HISTRICO DO AUTISMO .......................................................11
CAUSAS E DIAGNSTICO .................................................................... 13
TRATAMENTOS ........................................................................................... 16
Tratamentos Alternativos .......................................................................... 16
PREVALNCIA ........................................................................................... 19
MARCOS LEGAIS ...................................................................................... 21
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APRESENTAO
A Cmara dos Deputados lana o programa C-
mara Itinerante, iniciativa do presidente da Casa, Edu-
ardo Cunha, para levar a Cmara dos Deputados e os
temas ali pautados para os Estados e Municpios, bem
como ouvir as necessidades locais. Uma Cmara de
portas abertas surgir com um ponto fundamental: a
troca de experincias e ideias sobre as polticas pbli-
cas, um encontro entre sociedade e seus governantes
para resgatar a importncia do legislador e fortalecer
o dilogo e a democracia no pas.
A Cmara visitar os 26 Estados e o Distrito Federal.
O primeiro encontro em Curitiba, no Paran, ser o pon-
tap inicial do programa para o lanamento da Comisso
Permanente em Defesa dos Direitos das Pessoas com
Deficincia, criada na Cmara dos Deputados para tratar
de assuntos, exclusivamente, ligados s milhes de pes-
soas no Brasil que possuem algum tipo de deficincia. A
comisso ser um espao de discusses para ampliar a
criao de polticas pblicas sobre o tema.
Incluso Social de mos dadas com a realidade
Elaboramos esta cartilha nacional com objetivo de
orientar famlias de todo pas a identificar sinais de Au-
tismo, caracterizados pela dificuldade na comunicao
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social e comportamentos repetitivos. A Organizao
Mundial da Sade (OMS) estima que 1% da popula-
o mundial tem autismo, isso significa cerca de 70
milhes de pessoas. No Brasil, a estimativa de que
existam dois milhes de autistas. Considerando que
a cada 50 crianas, uma delas tem autismo, a Cmara
dos Deputados est totalmente envolvida com o tema,
e na semana do Dia Mundial de Conscientizao do
Autismo, vamos iluminar com a cor azul o Congresso
Nacional. Nossa ideia criar um marco para o lana-
mento da campanha nacional de conscientiza o.
Alm disso, trs propostas de criao de rubrica
na Lei de Diretrizes Oramentrias LDO/2016 contem-
plaro pessoas com autismo. Essas rubricas possibilitam
a alocao de recursos para a construo ou adapta-
o de imveis destinados ao atendimento de pesso-
as com Transtornos do Espectro Autista (TEA); para a
capacitao de profissionais da rea da educao e da
sade a fim de possibilitar sua atuao de maneira es-
pecializada; e tambm para investimentos em pesquisa
sobre causas, tratamentos e curas destes transtornos.
Nosso propsito chamar a ateno de familia-
res e educadores para o prejuzo severo na interao
social muito evidente na vida desses pacientes. A re-
corrncia de autismo em crianas mais comum do
que a soma dos casos infantis de cncer, diabetes
e AIDS juntos. Sabemos que a pessoa com autismo
precisa de acompanhamento mdico e mais do que
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criar um manual de orientaes, esperamos que esta
cartilha sensibilize e leve todos a uma reflexo sobre
a importncia do respeito diversidade e do cuidado
entre as pessoas.
Dep. Felipe Bornier
Segundo-Secretrio
Cmara dos Deputados
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COMO RECONHECER O AUTISMO1
Alguns instrumentos propem questes que po-
dem nortear os profissionais em atendimentos para a
identificao precoce de caractersticas clnicas asso-
ciadas aos Transtornos do Espectro Autista (TEA) em
crianas entre um e trs anos.
As questes que seguem foram inspiradas no
questionrio do desenvolvimento da comunicao, no
M-CHAT e nos Sinais Preaut (LAZNIK, 1998). Elas aler-
tam para a necessidade de se contar com a avaliao
de uma equipe multidisciplinar.
importante que os pais respondam as ques-
tes abaixo com base no que mais comum em rela-
o ao comportamento da criana, ou seja, com base
em situaes que aconteam de modo frequente.
Aps as perguntas, seguem, entre parnteses,
as respostas tipicamente obtidas quando observadas
crianas em risco para os TEA.
1. Seu filho tem iniciativa de olhar para seus
olhos? Tenta olhar? (No)
2. Seu filho tenta chamar sua ateno? (No)
3. muito difcil captar a ateno do seu filho?
(Sim)
1 Fonte: BRASIL. Ministrio da Sade. Linha de cuidado para a ateno s pessoas com transtornos do espectro do autismo e suas famlias na Rede de Ateno Psi-cossocial do Sistema nico de Sade. Braslia, 2015.
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4. Seu filho tenta provoc-lo para ter uma in-
terao com voc e lhe divertir? Ele se in-
teressa e tem prazer numa brincadeira com
voc? (No)
5. Quando seu beb se interessa por um obje-
to e voc o guarda, ele olha para voc? (No)
6. Enquanto joga com um brinquedo favorito,
ele olha para um brinquedo novo se voc o
mostra? (No)
7. Seu filho responde pelo seu nome quando
voc o chama sem que ele lhe veja? (No)
8. O seu filho mostra um objeto olhando para
seus olhos? (No)
9. O seu filho se interessa por outras crianas?
(No)
10. O seu filho brinca de faz de conta, por exem-
plo, finge falar ao telefone ou cuida de uma
boneca? (No)
11. O seu filho usa algumas vezes seu dedo indi-
cador para apontar, para pedir alguma coisa
ou mostrar interesse por algo? Diferente de
pegar na mo, como se estivesse usando a
mo. (No)
12. Seu filho, quando brinca, demostra a funo
usual dos objetos? Ou ao invs disso coloca
na boca ou joga-os fora? (No)
13. Seu filho sempre traz objetos at voc para
m ostrar-lh e alguma coisa? (No)
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14. O seu filho parece sempre hipersensvel ao
rudo? Por exemplo, tampa as orelhas. (Sim)
15. O seu filho responde com sorriso ao seu ros-
to ou ao teu sorriso, ou mesmo provoca seu
sorriso? (No)
16. O seu filho imita voc? Por exemplo, voc
faz uma careta e seu filho imita? (No)
17. Seu filho olha para as coisas que voc est
olhando? (No)
18. Alguma vez voc j se perguntou se seu filho
surdo? (Sim)
19. Ser que o seu filho entende o que as pes-
soas dizem? (No)
20. O seu filho olha o seu rosto para verificar a
sua reao quando confrontado com algo
estranho? (No)
O que autismo?
De acordo com os Manuais de diagnsticos
DSM-V TR e o CID-10, o autismo caracterizado como
um TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO,
no qual existem alguns comprometimentos, em um es-
pectro amplo, que varia de um grau leve a elevado.
O quadro de autismo considerado como uma
ausncia de comunicao e contato social entre as
crianas e adolescentes. O quadro clnico muito dife-
renciado e individualizado. Ao redor dos sintomas cen-
trais existe uma variedade de sintomas secundrios.
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Nem sempre o autismo est associado defi-
cincia m ental. s vezes ele ocorre em crianas com
inteligncia classificada como normal. O chamado
dficit intelectual mais intenso nas habilidades
verbais e menos evidente em habilidades viso-es-
paciais. muito comum crianas com o diagnstico
apresentarem desempenho alm do normal em tare-
fas que exigem apenas atividades mecnicas ou me-
morizao, ao contrrio das tarefas na quais exigido
algum tipo de abstrao, conceituao ou sentido.
Sabe-se que pessoas do sexo masculino so, em
geral, mais atingidas. De acordo com o DSM-IV, ele
ocorre 3 a 4 vezes mais em meninos do que em meninas.
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BREVE HISTRICO DO AUTISMO
A primeira referncia a autismo foi feita por
Eugen Bleuler, psiquiatra suo, em 1903, em estudos
sobre esquizofre nia.
Em 1943, o psiquiatra Leo Kanner publica, nos
Estados Unidos, o artigo Os distrbios autsticos do
contato afetivo. Com base na observao de onze
crianas cujos sinais predominantes eram a incapaci-
dade de se relacionarem de maneira normal com pes-
soas e situaes desde o princpio de suas vidas fez
a primeira descrio da sndrome, que surge em crian-
as desde idades precoces e tem aspecto crnico.
Kanner identificou caractersticas como dificulda-
de de estabelecer vnculos com pessoas; dificuldades
de uso da linguagem; boa memria mecnica; averso
a determinados tipos de alimentos; reaes extremas
a rudos fortes e objetos em movimento; repetio de
palavras, entre outros. Qualquer tipo de mudana traz
angstia, o que leva ao apego rotina e a ambien-
tes conhecidos, restringindo a espontaneidade e re-
sultando na adoo de comportamentos repetitivos
e estereotipados. Em 1956, Kanner estabelece como
elementos bsicos para o diagnstico o isolamento e
a imutabilidade de condutas.
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Em 1944, Hans Asperger, psiquiatra e pesquisa-
dor austraco, escreve o artigo A psicopatia autista na
infncia. Ele observou que principalmente os meninos
sofriam dessas deficincias sociais graves, como fal-
ta de empatia, baixa capacidade de fazer amizades,
conversao unilateral, intenso foco em um assunto
de interesse especial e movimentos descoordenados.
Identificou, no entanto, habilidades surpreendentes,
como a capacidade de memorizao de matrias ou
assuntos que lhes despertam interesse, as chamadas
ilhas de habilidades, a despeito de terem dificulda-
de com abstraes. A Sndrome de Asperger uma
forma leve de autismo e as pessoas com a sdrome
tm quocientes de inteligncia normais ou acima da
mdia e tm timo desempenho em disciplinas que
envolvem matemtica ou lgica.
Van Gogh, Einstein, Bill Gates, Charles Darwin,
Isaac Newton e o craque de futebol Messi so per-
sonalidades que se especula terem a Sndrome de
Asperger. Os paradoxos dos autointitulados aspies
intrigam e fascinam a sociedade. Diversas obras lite-
rrias e filmes, um dos mais conhecidos Rain Man,
tm sido elaboradas a respeito de personagens com
essas caractersticas.
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CAUSAS E DIAGNSTICO
As causas aventadas para o surgimento do au-
tismo seriam tanto genticas como ambientais (como
poluio, toxinas ou metais pesados); maternas, nessas
includas tabagismo, obesidade e hipertenso materna;
infeces no perodo gestacional (at mesmo a gripe);
medicaes (como antibiticos ou antidepressivos) ou
complicaes do parto. Muitos estudiosos afirmam que
o autismo , provavelmente, um transtorno de origem
orgnica, com alteraes funcionais no crebro. Vrias
teorias pretendem explic-la: teoria do lobo frontal, te-
oria dos neurnios-espelho e a teoria da mente.
No se conhecem at agora marcadores diag-
nsticos para os Transtornos do Espectro Autista. No
existem sinais especficos para o diagnstico. Podem
ser comuns alteraes no eletroencefalograma, mes-
mo na ausncia de crises convulsivas, ou existirem si-
nais neurolgicos inespecficos, como reflexos primiti-
vos e atrasos no desenvolvimento da lateralidade.
Nos ltimos anos, pesquisas realizadas nos EUA
identificaram genes potencialmente responsveis pela
manifestao da doena. O risco maior para irmos
de pessoas acometidas. At o momento, no entanto, o
diagnstico eminentemente clnico. importante sa-
lientar, ainda, que sendo caracterizado como um espec-
tro, as manifestaes podem se apresentar em graus
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heterogneos, desde leves e com habilidades excep-
cionais at extremamente graves, com retardo mental.
Recentemente, os Transtornos do Espectro Autis-
ta (TEA) foram includos como item F 84.0 em Transtor-
nos Globais do Desenvolvimento (TGD) na Classificao
Internacional de Doenas CID 10. So codificados os
seguintes agravos: Autismo tpico, a Sndrome de As-
perger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem
Outra Especificao, bem como a Sndrome de Rett.
Outro protocolo importante de classificao de doen-
as mentais o DSM-IV (Diagnostic and Statistical Ma-
nual of Mental Disorders 4th Edition), da Associao
Americana de Psiquiatria. Apesar de ter acompanhado
a classificao da CID, ela tende a considerar as dife-
rentes nuances como um continuum no bojo do que
chamam de Transtorno do Espectro Autista.
O autismo uma sndrome que manifesta um d-
ficit no desenvolvimento da comunicao verbal e no
verbal, da socializao e comportamento. Alguns sinais
podem ser constatados a partir dos trs meses de ida-
de: ausncia de contato visual, pouca resposta fala
dos familiares, dificuldades de amamentao, ausncia
de balbucio, padro de choro invarivel para as diferen-
tes situaes, esquiva ao contato fsico. muito difcil
para o autista se organizar diante de uma tarefa nova,
um ambiente inesperado ou lidar com imprevistos. Sua
ateno parece suspensa, gerando um vazio interno.
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Muitas vezes tem dificuldade em dividir a ateno
frente a estmulos e faz movimentos repetitivos, como
balanar ou bater palmas, na tentativa de controlar o
ambiente. Por outro lado, podem passar longos per-
odos de tempo envolvidos em uma tarefa especfica.
Nesses momentos, ficam isolados de qualquer est-
mulo e so incapazes de se comunicar com o mundo
externo. Podem apresentar aptides incomuns, como
uma excelente memria.
Geralmente, autistas no entendem metforas
ou ironias e tm dificuldade de empatia por no
compreender o que se passa na mente do outro ,
de decodificar intenes de terceiros, de avaliar con-
textos sociais. Assim, no com preendem o objetivo
de certas atitudes e demoram a interagir. Da mesma
forma, no tm habilidade para mentir.
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TRATAMENTOS
Os maiores progressos so alcanados com a ins-
tituio precoce do tratamento, que inclui reabilitao.
Alm de serem prestados cuidados na rede de ateno
bsica, o Sistema nico de Sade (SUS) oferece a Rede
de Cuidados Sade da Pessoa com Deficincia.
A abordagem teraputica depende da gravi-
dade dos transtornos apresentados e sempre requer
abordagem multidisciplinar. Incluem-se a intervenes
de psicoterapia, educacional, psicopedagogia, fonote-
rapia e terapia psiquitrica ou medicamentosa. ainda
necessria a participao de fonoaudilogos, fisiote-
rapeutas, terapeutas ocupacionais, educadores fsicos.
Tratamentos Alternativos2
ATENO! ANTEs dE cOmEAr quAlquEr TrATA-mENTO prOcurE AcOmpANhAmENTO mdicO. muiTAs fAmliAs NOTAm cONsidErvEl mElhOrA AO dEsEN-vOlvEr diETA. AlguNs dEssEs TrATAmENTOs NO Tm cOmprOvAO ciENTficA E AlguNs dElEs pOdEm cAu-sAr EfEiTOs cOlATErAis grAvEs. fuNdAmENTAl quE um mdicO sEjA cONsulTAdO ANTEs dA suA AplicAO E quE fAA O dEvidO AcOmpANhAmENTO.
2 Fonte: Associao de Apoio Pessoa Autista (AAPA). Equoterapia e Musicotera-pia so tratamentos sugeridos pela Dra. Sabrina Antonucci, CRM:5296777-7, clni-ca mdica, madrinha de uma criana autista.
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Dieta sem glten e sem casena
Baseia-se na remoo do glten, que encon-
trado no trigo, aveia e derivados; e a casena, que
a protena do leite animal. Muitos pais e profissionais
constatam que ao implementar a dieta h uma melho-
ra no comportamento do autista. Essa dieta, para mui-
tos autistas, tambm deve ser acompanhada da remo-
o de outros alimentos como soja (porque a protena
da soja parecida com a do leite) e milho que podem,
em alguns casos, causar reaes adversas. Mais infor-
maes no site www.gfcfdiet.com (em ingls).
SCDiet (Specific Carbohydrate Diet)
Dieta cientfica baseada em estudos feitos por
Elaine Gottschall detalhados no livro Breaking the vi-
cious cycle. Esta dieta est ganhando popularidade
nos Estados Unidos com os autistas que tm proble-
mas no Leaking Gut intestino poroso. Esta dieta,
que prope a remoo de carboidratos (somente al-
guns so permitidos) e acares, ajuda o corpo a fazer
quelao naturalmente.
Feingold Diet
Dieta que elimina conservantes, corantes, sabo-
res artificiais e alimentos que sejam ricos em fenis
como uva, maa e outros. Muitos pais que fazem a
dieta sem glten, e sem casena tambm adotam os
mtodos da Feingold Diet.
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Vitaminas e Suplementos
Pesquisas tm mostrado que muitos indivduos
com TEA tm deficincia de vitaminas e minerais e
uma das suas causas pode ser o distrbio no sistema
imunolgico e sensorial. Alguns exemplos so a falta
de: Vitamina B6 que tem ajudado alguns autistas a
melhorar a fala e concentrao; magnsio que contri-
bui para a diminuio do estresse; vitamina A e vita-
mina C que do suporte ao sistema imunolgico. Este
mtodo no funciona para todos os autistas.
Equoterapia
A equoterapia um tratamento que utiliza o
cavalo para obter ganhos fsicos e psquicos em pes-
soas com deficin cia. A atividade exige o uso da
musculatura de todo corpo o que ajuda a melhorar
a fora muscular, equilbrio e coordenao motora,
alm de promover o desenvolvimento de disciplina e
segurana.
Musicoterapia
A musicoterapia um tratamento que utiliza a
msica ou seus elementos (som, ritmo, harmonia) para
desenvolver e facilitar a comunicao, memorizao,
aprendizagem e relaes sociais. A terapia objetiva
desenvolver potenciais e funes para que o indiv-
duo possa ter uma melhor integrao interpessoal.
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PREVALNCIA
A Organizao Mundial da Sade estimou, em
2013, uma prevalncia de 1:160 indivduos, nmero
muito superior ao verificado em pocas anteriores. Se-
riam 70 milhes de pessoas com o transtorno no mun-
do. A despeito de o fato sugerir que esteja em curso
uma epidemia de autismo, o mais provvel que tenha
aumentado o reconhecimento da doena pelos pais,
professores e mdicos. Um dado importante que o
transtorno acomete mais os meninos do que as meninas,
na proporo de 4 meninos para 1 menina. Nos EUA,
os casos de autismo em crianas de 8 anos de idade
cresceram 1 caso a cada 88 crianas, para 1: 68 crianas
(um aumento de 30%), ou seja, uma em cada 68 crianas
apresentam o espectro autista (1,47%). Mesmo sendo
possvel detectar o autismo antes dos 2 anos de idade,
a maioria das crianas diagnosticada aps os 4 anos.
No existem dados consistentes sobre o nmero
de pessoas com autismo no mundo. A maior parte dos
estudos feita em pases desenvolvidos. Dessa forma,
praticamente inexistem informaes a respeito da situ-
ao de pases em desenvolvimento.
No foram identificadas estatsticas oficiais so-
bre o nmero de brasileiros com autismo. No entan-
to, em 2010, durante audincia pblica no Senado
Federal para discusso do tema, o psiquiatra Marcos
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Tomanik Mercadante estimou que, no Brasil, o nme-
ro de crianas e adultos, diagnosticados ou no com
transtorno do espectro autista, possa chegar a dois
milhes. Esta estimativa aceita por vrias instncias
envolvidas com o problema.
Estudo realizado na Espanha demonstra que os
servios primrios de sade no esto preparados para
diagnosticar a doena e existe um perodo de dois anos
entre as primeiras queixas de sintomas anmalos des-
critos pela famlia e o diagnstico. Esta dificuldade na
realizao do diagnstico atrasa uma interveno mais
precoce, fator essencial para a melhora do prognsti-
co. No Brasil, a dificuldade para o diagnstico precoce
tambm existe e o responsvel principal para que a
maioria das crianas autistas cheguem aos 6 ou 7 anos
sem diagnstico. Por isso a grande importncia da qua-
lificao dos servios de ateno bsica do SUS e dos
responsveis por creches e educadores.
Na busca de um diagnstico adequado e melho-
res orientaes de tratamento esto sendo desenvol-
vidas muitas pesquisas no mundo e tambm no Brasil.
Destaca-se a Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, com diversos estudos, inclusive na rea da gen-
tica. Em 1983 surgia a primeira Associao de Amigos
de Autistas do Brasil, a AMA-SP. Em 1989, a Associa-
o Brasileira do Autismo (ABRA) promoveu o I Con-
gresso Brasileiro de Autismo.
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MARCOS LEGAIS
Resoluo da Assembleia Geral da ONU esta-
beleceu, desde 2008, o dia 2 de abril como sendo o
Dia Mundial de Conscientizao do Autismo. Estima-
-se que o transtorno do espectro autista em crianas
uma condio mais comum que AIDS, cncer e dia-
betes juntos.
O Decreto 6.949, de 25 de agosto de 2009, apro-
va a Conveno Internacional sobre os Direitos das
Pessoas com Deficincia e seu Protocolo Facultativo,
assinados em Nova York, em 30 de maro de 2007. O
Decreto 7.612, de 17 de novembro de 2011 Institui o
Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficincia
Plano Viver sem Limite, nos termos dessa Conveno.
O texto prev ampla articulao institucional para asse-
gurar acesso educao, sade, incluso social e aces-
sibilidade. Segundo o texto legal, so consideradas
pessoas com deficincia aquelas que tm impedimen-
tos de longo prazo de natureza fsica, mental, intelectu-
al ou sensorial.
O Congresso Nacional aprovou uma lei espec-
fica para o tema: a Lei n 12.764, de 27 de dezembro
de 2012, que criou a Poltica Nacional de Proteo dos
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Au-
tismo. Esta lei est sendo cognominada Lei Berenice
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Piana, em aluso a uma me de autista que lutou ardu-
amente pela sua aprovao.
A Lei n 12.764, de 27 de dezembro de 2012, re-
conhece a pessoa com transtorno do espectro autista
como pessoa com deficincia, para todos os efeitos
legais. Esse reconhecimento importante porque per-
mite que esse grupo populacional tenha acesso a po-
lticas e aes afirmativas que buscam garantir a parti-
cipao social das pessoas com autismo em igualdade
de condies com as demais pessoas.
Esta Lei garante um sistema educacional inclusivo
em todos os nveis de ensino; a formao inicial e conti-
nuada dos profissionais de educao para que possam
desenvolver atividades com vistas incluso do edu-
cando com transtorno do espectro autista nos espaos
escolares e relaes sociais; estmulo comunicao,
inclusive alternativa; seu direito matrcula no ensino re-
gular, com garantia de atendimento educacional espe-
cializado; e a possibilidade de profissional de apoio, dis-
ponibilizado pelo sistema de ensino, para aqueles que
tiverem necessidade desse tipo de acompanhamento.
A Lei prev tambm que o gestor escolar ou au-
toridade competente que recusar a matrcula de aluno
com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro
tipo de deficincia, ser punido com multa de trs a
vinte salrios-mnimos. Em caso de reincidncia, pode
haver perda do cargo. Ainda pela Lei, a pessoa com
transtorno do espectro autista elegvel ao Benefcio
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de Prestao Continuada previsto pelo art. 20 da Lei
n 8.742, de 7 de dezembro de 1993, no valor de um
salrio mnimo mensal, desde que atenda aos requisi-
tos de renda per capita familiar (inferior a do sal-
rio mnimo) e avaliao da deficincia e do grau de
impedimento, por avaliao mdica e avaliao social
realizadas por mdicos peritos e por assistentes sociais
do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
A regulamentao veio com a edio do Decreto
8.368, de 2 de dezembro de 2014, que regulamenta a
Lei n 12.764, de 27 de dezembro de 2012, que institui
a Poltica nacional de Proteo dos Direitos da Pessoa
com Transtorno do Espectro Autista.
O Ministrio da Sade lanou em 2013 o Manual
Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com
Transtornos do Espectro do Autismo. No ano corren-
te, ser iniciada a oferta de Resperidona na rede p-
blica. A droga indicada para diminuir as crises de
irritao, agressividade e agitao, bastante comuns
no quadro.
A Portaria 1.635, de 2002, publicada pelo Minis-
trio da Sade, objetivou organizar o atendimento a
pessoas com deficincia intelectual e/ou distrbio do
espectro autista no SUS, garantindo s mesmas assis-
tncias por intermdio de equipe multiprofissional e
multidisciplinar, utilizando-se de mtodos e tcnicas
teraputicas especficas, identificando e acompanhan-
do esta populao. Em 22 de maio de 2013, foi edita-
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da a Portaria 962, que institui Comit Nacional de As-
sessoramento para Qualificao da Ateno Sade
das Pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo
no mbito do Ministrio da Sade.
O dia mundial de cOnscientizaO
dO autismO, 2 de abril.
a Onu criOu a data nO fim de 2007, iniciandO a campanha em 2 de abril de 2008. desde entO, anualmente O mundO tOdO se ilumina de azul pelO autismO.
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AutismoVencendo esse desafioConhea outros ttulos da srie Cmara Itinerante no portal da Cmara dos Deputados: www.camara.leg.br/editora
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