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ANÁLISES BROMATOLÓGICAS Profa. Ionara F. R. Vieira PROTEÍNAS PROTEÍNAS EM ALIMENTOS EM ALIMENTOS

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Page 1: aula7-proteinas2

ANÁLISES BROMATOLÓGICAS

Profa. Ionara F. R. Vieira

PROTEÍNAS PROTEÍNAS

EM ALIMENTOSEM ALIMENTOS

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PROTEÍNAS

DEFINIÇÃO

Substâncias orgânicas complexas (C,

H, O, N, S, P, Fe, Cu, Zn).

Polímero de alto peso molecular

Unidade básica: aminoácidos

IMPORTÂNCIA• nutricional• propriedades

sensoriais2

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Unidades estruturais básicas das proteínas

PROTEÍNASAMINOÁCIDOS (aa)

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Cada aminoácido tem uma cadeia

lateral (R) característica, que

influencia suas propriedades físico-

químicas.

Diferenças: tamanho, estrutura e

carga elétrica.

Arranjo tetraédrico atividade ótica

isômero L e D

Só os aminoácidos L são constituintes

de proteínas naturais.

AMINOÁCIDOS (AA)AMINOÁCIDOS (AA)

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alanina

valina

leucina

triptofano

fenilalanina

metionina

AMINOÁCIDOS (AA)AMINOÁCIDOS (AA)

Apolares ou hidrofóbicas, exemplos:Apolares ou hidrofóbicas, exemplos:

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 ácido aspártico

histidinaasparagina glicina

serina ácido glutâmico

tirosina

AMINOÁCIDOS (AA)AMINOÁCIDOS (AA)

Polares ou hidrofílicos, Polares ou hidrofílicos, exemplos:exemplos:

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PROTEÍNASPROTEÍNAS

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Page 8: aula7-proteinas2

PROTEÍNASPROTEÍNAS

São polímeros de aminoácidos.

Vinte tipos de aminoácidos ocorrem

naturalmente nas proteínas.

Diferem com o tipo, número e seqüência

de aminoácidos na cadeia polimérica,

conformação molecular tridimensional.

Apresentam 50-55% de C, 20-23 % de

O, 14-18 % de N14-18 % de N, 6-8% de H, 0-4 % de

S.

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ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS

ESTRUTURA PRIMÁRIASeqüência linear de aminoácidos

Nível estrutural mais importante, dele deriva todo o arranjo espacial da molécula

Varia em 3 aspectos: número, seqüência e natureza dos AA

PROTEÍNASPROTEÍNAS

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ESTRUTURA SECUNDÁRIA

Disposição espacial adotada pela cadeia polipeptídica

Estrutura helicoidal (-hélice) – interações H intra-moleculares

Estrutura foliar (folhas pregueadas) – interações H inter-moleculares

PROTEÍNASPROTEÍNAS

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ESTRUTURA TERCIÁRIA

Organização tridimensional da cadeia polipeptídica contendo ou não zonas de estrutura secundária definidas

Estabilização: Ligações dissulfeto (Cys + Cys = cistina) interações de hidrogênio Interações eletrostáticas Interações dipolares Interações hidrofóbicas Forças de Van der Waals Grupos hidrofóbicos dispostos no interior da

molécula

PROTEÍNASPROTEÍNAS

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ESTRUTURA QUATERNÁRIA

Resultado de associações não covalentes de unidades protéicas iguais ou diferentes

Estas subunidades se mantém unidas por forças covalentes, como pontes dissulfeto, e ligações não covalentes, como pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas, etc.

PROTEÍNASPROTEÍNAS

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Page 14: aula7-proteinas2

Fonte de aminoácidos na dieta e de energia.

Aminoácidos essências (lisina, triptofano,

metionina, leucina, isoleucina e valina) não

podem ser sintetizados pelo organismo humano.

Proteínas alimentares são digeríveis, não

tóxicas e palatáveis. Têm diferentes estruturas

moleculares, atributos nutricionais e

propriedades físico-químicas.

PROTEÍNAS NO ALIMENTOPROTEÍNAS NO ALIMENTO

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Responsáveis por compostos aromáticos

e substâncias coloridas formadas por

reações térmicas ou enzimáticas

ocorridas durante obtenção, preparação e

armazenamento dos alimentos.

Componentes estruturais de muitos

alimentos naturais, freqüentemente

determinam sua textura, por exemplo,

tenderness de produtos de carne e peixe.

PROTEÍNASPROTEÍNAS

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Isoladas são usadas nos alimentos como

ingredientes devidos a suas propriedades

funcionais, p.e., sua capacidade de atribuir

aparência, textura ou estabilidade

desejáveis ao produto: agentes gelificantes,

emulsionantes, espumantes e espessantes.

Alergias e intolerâncias – proteínas de leite,

ovos, castanhas, etc.; celíacos,

fenilcetunúricos.

PROTEÍNASPROTEÍNAS

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IMPORTÂNCIA

Conhecer o valor nutritivoDeterminação da composição centesimal

de um alimento e análise para rotulagemEstimar rendimento industrialAvaliar a qualidade (ex.: glúten

qualidade da farinha)Avaliar a influência nas propriedades

sensoriais

MÉTODOS FISICO-QUÍMICOS DE DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS EM ALIMENTOS

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MÉTODOS DE DETERMINAÇÃOMÉTODOS DE DETERMINAÇÃO

A. Métodos que utilizam a determinação de Nitrogênio: Kjeldahl ** Dumas ** Destilação direta Métodos que utilizam técnicas nucleares: ativação por

nêutrons; ativação por prótons

B. Métodos químicos e físicos Reação do Biureto ** Interação proteína-corante (Dye-binding) ** Método do Reagente de Folin-Ciocalteau ou Método do fenol

reagente ** Titulação com formol Espectroscopia no IV ou no UV ** Refratometria Turbidimetria ** Espectroscopia eletrônica Polarografia

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É a determinação mais utilizada.

Considera que as proteínas têm, em média, 16% de nitrogênio.

Fator geral (F) na transformação de nitrogênio para proteínas é de 6,25%.

%Proteinas = F x %N%Proteinas = F x %N

Fatores de conversão específicos: trigo-5,70; leite- 6,38; gelatina- 5,55.

Análise de nitrogênio

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Desenvolvido em 1883 por Johann Kjeldahl.

Não mede proteínas diretamente. A quantidade de proteínas presentes é calculada a partir da concentração de N no alimento.

Necessita de um fator de conversão (F) para converter a medida de N para proteínas.

F = 6,25 (equivalente a 0,16gN/ g proteína) é usado para muitas aplicações, existem outros fatores de conversão.

Proteínas - KjeldahlProteínas - Kjeldahl

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KJELDAHLKJELDAHL

É o principal método para determinação de proteínas em alimentos - é padrão e largamente usado.

Tem alta precisão e boa reprodutibilidade.

O método Kjeldahl é dividido em três etapas: digestão, destilação e titulação.digestão, destilação e titulação.

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MÉTODO KJELDAHLMÉTODO KJELDAHL1a etapa: Digestão

O alimento é colocado no frasco de digestão e então digerido pelo aquecimento na presença de ácido sulfúrico (um agente oxidante que digere alimentos), e um catalisador (cobre, selênio, titânio ou mercúrio).

A digestão converte o N do alimento (ou outro na forma de nitratos ou nitritos) em amônio, e a matéria orgânica em C02 e H20. O gás amônia não é liberado numa solução ácida porque a amônia está na forma de íon (NH4

+) que se liga ao íon sulfato (SO42-) e assim

permanece na solução:

CHON CHON (alimento)(alimento) (NH (NH44))22SOSO44 + C0 + C02(g)2(g) + H + H220 0 (g)(g) (1)(1)

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MÉTODO KJELDAHLMÉTODO KJELDAHL2a etapa: Neutralização e DESTILAÇÃO

Depois da digestão o frasco de digestão é conectado no destilador de nitrogênio. Adiciona-se hidróxido de sódio, que converte o sulfato de amônio em gás amônia:

(NH(NH44))22SOSO44 + 2 NaOH + 2 NaOH 2NH 2NH33 + 2H + 2H22O + NaO + Na22SOSO44

(2)

A amônia formada é liberada da solução. Por destilação por arraste a vapor a NH3 é transferida do frasco de digestão

para um erlenmeyer contendo ácido bórico em excesso.

NHNH33 + H + H33BOBO33 NH NH44++ + H + H22BOBO33

-- (íon borato)(íon borato) (3) 23

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DIGESTOR

DESTILADOR

Água de arraste

Amostra

NaOH

Erlenmeyer com solução de H3BO3

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MÉTODO KJELDAHLMÉTODO KJELDAHL

3a etapa: Titulação

O conteúdo de N é estimado por titulação do borato de amônio com ácido sulfúrico ou clorídrico.

HH22BOBO33-- + H + H++ H H33BOBO33 (4)

A concentração dos íons H+ gastos na titulação equivalem à concentração do nitrogênio.

O conteúdo de N é então convertido em proteínas usando um fator apropriado:

%Protein = F x %N%Protein = F x %N 25

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Falhas do processo (Kjeldahl):

1. Não é uma medida ‘verdadeira’ de proteínas, dosa todo N - protéico e não protéico (purinas, piridinas, vitaminas, uréia, aminas, amidas, etc.).

Pode melhorar a técnica precipitando a proteína e separando com lavagem (retira o N não protéico), mas, no entanto pode carregar peptídeos e aminoácidos.

3. F dá erros quando o conteúdo em N é muito diferente de 16%. Diferentes proteínas necessitam de diferentes fatores de correção pois tem diferentes seqüências de aminoácidos

5. Desvantagem: utiliza substâncias corrosivas/muito oxidantes

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DESTILAÇÃO DIRETADESTILAÇÃO DIRETA

Modificação do método de kjeldahl.

Sem digestão.

Amostra + NaOH/Na2SO4 NH3

Mistura-se com H3BO3 e titula-se com

ácido.

Necessita de curva de calibração.

É usado como rotina em alguns alimentos, produtos crus (no qual o tempo é mais importante que a exatidão).

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MÉTODO DUMAS MÉTODO DUMAS (1831)(1831)

Também determina N total.

Princípio: Combustão a 700-900°C – produz CO2, H2O e N2.

O N2 liberado é analisado volumetricamente ou por técnica instrumental.

N2 pode ser medido quando passa através de uma coluna que tem um detector de condutividade térmica no final.

Combustão da amostra (700º-800ºC)

Medição do N

gasoso

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MÉTODO DUMASMÉTODO DUMASNecessário converter o teor de N na amostra para teor de proteínas - F.

Problemas: sujeita à erros pequena qtde de amostra – amostra pode ser não representativa.

Equipamento - melhora precisão;

- mais rápido, uns 4-10 minutos por medida, comparado com 4-6 horas para Kjeldahl;

-- não necessita de reagentes ou catalisador.

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TURBIMÉTRICOTURBIMÉTRICO Fundamento: medida da turbidez

causada pela proteína precipitada. Agentes precipitantes: ác.tricloroacético, ferricianeto de potássio, ácido Sulfosalicílico.

Precipitante + proteína turbidez

Mede-se o grau de turbidez.

Rápido, simples (proteínas líquidas).

Desvantagens: não é usado p/sólidos; depende da proteína; depende de padrões; precipitação de interferentes.

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MÉTODOS MÉTODOS ESPECTROFOTOMÉTRICOSESPECTROFOTOMÉTRICOS

As principais diferentes entre os testes são os grupos químicos responsáveis pela absorção da radiação, exemplo: ligações peptídicas, grupos aromáticos, grupos básicos proteínas agregadas.

A concentração de proteínas é determinada a partir da curva de calibração.

As curvas de calibração de absorbância (ou turbidez) versus concentração proteínas é preparada usando uma série de soluções de concentração conhecida.

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MÉTODOS ESPECTROFOTOMÉTRICOS UV E MÉTODOS ESPECTROFOTOMÉTRICOS UV E VISÍVELVISÍVEL

Desvantagens: é necessário que as proteínas estejam diluídas em soluções transparentes, e que não contenham substâncias que absorvam no mesmo comprimento de onda que as proteínas.

Preparação de alimentos exigem muitas etapas: homogeneização, extração por solventes, centrifugação, filtração, que podem consumir muito tempo e trabalho.

Absorbância depende do tipo de proteína. 32

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Princípio - Sais de Cu+2 em soluções

alcalinas produzem cor violeta ou roxavioleta ou roxa

quando interagem com ligações

peptídicas.

Medida feita em um Colorímetro ou

espectrofotômetro.

Faz-se a reação e após uns 15-20 minutos

lê-se a absorbância a 540 nm.

Determina proteínas.

Teste do Biureto (Teste do Biureto (Riegler, 1914)

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Cor formada depende de cada proteína e a

intensidade é proporcional à quantidade.

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B. Teste do Fenol (Follin-Ciocalteau-Follin-Ciocalteau-Lowry)

Reação das proteínas com reagente de fenol Folin-Ciocalteau e reagente de Biureto (Cu+2 em condições alcalinas).

Oxidação de aminoácidos aromáticos - tirosina e triptofano - com aparecimento de uma coloração azul.

Cor azul colorímetro (500 a 750 nm) curva padrão. 35

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B. Teste do Fenol (Follin-Ciocalteau-Follin-Ciocalteau-Lowry)

Desvantagens: É lento: operações múltiplas e período de

incubação Necessita de uma curva padrão com proteína

conhecida

Intensidade da cor depende de cada proteína.

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C. Métodos Espectofotométricos UVC. Métodos Espectofotométricos UV

Princípio - proteínas possuem absorção UV em 280nm (aminoácidos aromáticos: tirosina, triptofano, fenilalanina.

Rápido, simples, não usa reagentes e não destrutivo.

Pouco exato - depende da composição dos aminoácidos.

Ácidos nucléicos podem interferir.

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Método Dye-bindingMétodo Dye-binding Corantes que reagem quantitativamente

com proteínas. Lisina, histidina e arginina reagem com -

SO3H. Corante + proteína complexo insolúvel. Mede-se o excesso de corante

colorimetricamente. A quantidade de proteína :

Corante ligado = corante inicial – corante livre.

Corantes: Laranja G, laranja 12, vermelho A, preto búfalo e preto amino 10B.

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DYE-BINDINGDYE-BINDING

Fundamento:

Boa correlação com o Kjeldahl. Rápido, simples, exato, econômico.

Desvantagens: Aquisição do equipamento

Amostra +

corante (exc.)

Formação de um complexo

insolúvel

Separação (centrifugaçã

o ou filtração)

Mede o excesso de corante que não reagiu

Por diferença obtém-se a

quantidade de proteína

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SEPARAÇÃO DE PROTEÍNASSEPARAÇÃO DE PROTEÍNAS

Solubilidade

Cromatografia: - tamanho,

- carga, - adsorção.

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ANÁLISE DE AMINOÁCIDOSANÁLISE DE AMINOÁCIDOS

Determinar a composição de aminoácidos nas proteínas.

A proteína é hidrolisada usando um ácido forte ou enzimas libera aminoácidos.

Cromatografias separam os aminoácidos troca iônica, afinidade ou por absorção.

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