aula4`_bombashprojetorevisao (1).pdf
TRANSCRIPT
Pressão
Pressão manométrica é a pressão medida adotando-se
como referência a pressão atmosférica, denominada também
como pressão relativa ou efetiva, é a diferença entre a pressão
absoluta ou real e a pressão atmosférica. Aplica-se tão somente
aqueles casos em que a pressão é superior à pressão
atmosférica. Mede-se com auxílio de manômetros, cuja escala
em zero (0) está referida a pressão atmosférica local. Quando o
valor da pressão medida no manômetro é menor que a pressão
atmosférica local, teremos pressão relativa negativa, ou vácuo
parcial.
Muitos dos aparelhos empregados para a medida de
pressões utilizam a pressão atmosférica como nível de
referencia e medem a diferença entre a pressão real ou
absoluta e a pressão atmosférica, chamando este valor de
pressão manométrica ou pressão relativa ou efetiva.
Pressão Absoluta (Pabs): É a pressão medida em
relação ao vácuo total ou zero absoluto;
Pressão Atmosférica (Patm): É o peso da massa de ar
que envolve a terra até uma altura de ± 80 Km sobre o nível do
mar. A este nível, a Patm = 10,33 mca, ou 1,033 Kgf/cm²;
Sabendo-se a pressão com a qual um fluido
encontra-se confinado em um reservatório, é possível
conhecer a força que ele exerce contra as suas
paredes, ou a força necessária para se manter o
sistema em equilíbrio. Tratando-se de um reservatório
aberto e conhecendo-se a massa específica do fluido e
o nível (altura ∆H), que ele atinge, é possível determinar
a pressão que exerce sobre as paredes (pressão
hidrostática) e, consequentemente a força.
Pressão Atmosférica Conceito de pressão relativa e absoluta
Pressões relativa e absoluta
0 - zero absoluto da pressão;
1 - pressão atmosférica;
2 - pressão absoluta (pa);
3 - pressão relativa positiva +pe;
4 - pressão relativa negativa +-pe;
Por definição pe=pa-1bar. Assim, usando o zero absoluto (vácuo)
como ponto de referência, os dados de pressão se definem como
pressão absoluta, enquanto que usando a pressão atmosférica
como ponto de referência os dados de pressão se definem como
pressão relativa. Note que a pressão relativa pode ser positiva ou
negativa, mas a pressão absoluta é sempre positiva.
Equação de Euler
• Leonhard Euler, em 1750, aplicou a Segunda Lei de Newton ao movimento de partículas fluidas, e obteve:
5
01
t
V
S
VV
S
Zg
S
P
Forma geral da equação de
Euler, válida para
escoamento ao longo de uma
linha de corrente e sem atrito
(ideal)
Equação de Euler
6
01
t
V
S
VV
S
Zg
S
P
tempodo longo ao e velocidadda variaçãoa é
corrente de linha da longo ao e velocidadda variaçãoa é
Zeixo o e a trajetórida direção a entre relações das variaçãoa é
corrente de linha uma de longo ao pressão da variaçãoa é1
t
V
S
VV
S
Zg
S
P
Equação de Euler
7
01
t
V
S
VV
S
Zg
S
P
0:permanentefor escoamento o se
t
V
01
S
VV
S
Zg
S
P
Equação de Euler, válida para
escoamento ao longo de uma
linha de corrente, sem atrito
(ideal) e permanente
Equação de Euler
8
0dS
dP1 : totaisderivadaspor dosubstituin
dS
dVV
dS
dZg
01
S
VV
S
Zg
S
P
Equação de Euler, válida para
escoamento ao longo de uma
linha de corrente, sem atrito
(ideal), permanente e
incompressível
:equação a integra cte)( ívelincompressfor escoamento o se
cteV
ZgP
2
.2
Em termos de hidrodinâmica, a pressão em uma
tubulação pode ser conhecida a partir da equação da energia,
que leva em consideração a energia cinética, a energia de
pressão e a potencial.
Energia Potencial: mgy
Energia Cinética : ½ mv²
Energia de Pressão:F.∆x=Pressão.Volume
mgy + ½ mv² + P.Vol = cte.
ρ.vol.g.y + ½ ρ.v².vol. + pressão.vol. =cte
ρ .g.y + ½. v².ρ + pressão =cte
γ.y + ½ . v². γ./g + P = cte. (divide por γ)
y + ½ v² / g + P/ γ = cte
(2) – (1)
(P2 – P1 )/ γ + ½ (v²2 – v²1)/g + Y2-Y1
A equação de Bernoulli (O princípio de Bernoulli diz que
a soma da energia potencial e energia cinética, nos
vários pontos de um sistema, são constantes para uma
vazão constante. Quando o diâmetro de um tubo diminui
a velocidade do fluido aumenta. A energia cinética
aumenta. Logo a energia cinética precisa ser
compensada pela redução da pressão) só pode ser
aplicada em trechos que o fluxo do fluido é livre, ou
seja, sem considerar perdas de carga por
singularidades (hf) (conexões e registros). E por não
considerá-las , o resultado não corresponde ao real,
distanciando-se cada vez mais quanto maior for o
comprimento da tubulação e o número de
singularidades utilizadas.
Equação de Bernoulli
11
cteV
ZgP
2
.2
• A equação de Bernoulli é um caso particular da equação da energia aplicada ao escoamento, onde adotam-se as seguintes hipóteses: – Escoamento em regime permanente – Escoamento incompressível – Escoamento de um fluido considerado ideal, ou seja, aquele onde a
viscosidade é considerada nula, ou aquele que não apresenta dissipação de energia ao longo do escoamento
– Escoamento apresentando distribuição uniforme das propriedades nas seções
– Escoamento sem presença de máquina hidráulica, ou seja, sem a presença de um dispositivo que forneça, ou retira energia do fluido
– Escoamento sem troca de calor
Peso Específico (γ): É o peso da substância pelo volume
ocupado pela mesma, cuja expressão é definida por:
γ = Peso/Volume ( Kgf/m³)
Massa específica (ρ): É a massa por unidade de volume, cuja
expressão é:
ρ = massa /Volume; (Kg/m³)
Representação gráfica da Equação de Bernoulli
13
cteP
g
VZ
2
2
• Na equação de energia por unidade de peso, todos termos estão expressos em termos de carga (ou linha), que é a altura da coluna de líquido
energia de linha2
capiezométri linha
aaltimétric linha
2
g
VPZ
PZ
Z
Aplicações da Eq. De Bernoulli
• Velocidade no Bocal? (Teorema de Torricelli)
14
2
2
22
1
2
11
22
P
g
VZ
P
g
VZ
P1=P2=Patm=0
Considerando V1=0 (muito pequena, desprezível) e passando o
PRH em 2: (Z2=0):
g
Vh
g
VZ
22
2
2
2
21 ghV 22
Aplicações da Eq. De Bernoulli
• Tubo de Pitot – Dispositivo que mede a velocidade de fluidos. Trata-
se essencialmente de um tubo oco e curvado a 90°C, com uma das extremidades mais fechada que o espaço interno do tubo, formando um pequeno orifício
– A extremidade que contém o orifício é colocada no ponto do escoamento que se deseja medir. Decorrido um tempo, o tubo se enche de fluido até certa altura, aí permanecendo enquanto persistir o escoamento permanente
15
Após a altura do fluido ter se estabilizado, a extremidade aberta passa a ser um obstáculo para as partículas, que vão se desacelerando, atingindo velocidade zero nesta extremidade
Aplicações da Eq. De Bernoulli
• Tubo de Pitot
16
2
2
22
1
2
11
22
P
g
VZ
P
g
VZ
Como Z1=Z2 e considerando que na entrada do tubo Pitot a partícula é
desacelerada à velocidade zero:
ghV 21
hg
VPP
g
VPP
g
V
222
2
112
2
121
2
1
Aplicações da Eq. De Bernoulli
• Tubo de Pitot
17
ghV 21
Aplicações da Eq. De Bernoulli
• Tubo de Pitot – determinação da velocidade no acondicionamento de ar;
– - determinação da curva de um ventilador;
– - determinação da velocidade em transporte pneumático;
– - determinação da velocidade em fluxo de gás combustível;
– - determinação da velocidade em sistemas de gás de processamento;
– - determinação de velocidade de aviões;
– - determinação de vazamento em redes de distribuição (pitometria);
– - obtenção da resistência ao fluxo originada por filtros, condensadores. ...
18
Tubo de Venturi
Pode ser resolvido pela equação de Bernoulli, pois a o fluxo do
fluido é livre (contínuo) e mesmo a perda de carga devido à
mudança de diâmetros é minimizada em função das conicidades.
Outro fator é a diferença de altura não existir pois podemos
considerar y1 = y2 = 0. Ficando:
Aplicações da Eq. De Bernoulli
• Medidor Venturi (Qual a vazão?)
21 g
V
g
VPP
P
g
VP
g
V
P
g
VZ
P
g
VZ
22
22
Z Zcomo
22
2
1
2
221
2
2
21
2
1
21
2
2
22
1
2
11
Aplicações da Eq. De Bernoulli
• Medidor Venturi (Qual a vazão?)
22
nsiderandoc
21 hPP
o
g
V
g
Vh
22
2
1
2
2
Aplicações da Eq. De Bernoulli
• Medidor Venturi (Qual a vazão?)
23
1
2212211
.VAV.VA.V
:decontinuida da equação da
AA
2
1
2
2
2
1
2
2
2
1
2
2
2
2
2
1
2
2
2
2
2
2
2
1
2
2
21
22
1.
.
222 A
AA
g
V
A
A
g
V
gA
VA
g
V
g
V
g
Vh
Aplicações da Eq. De Bernoulli
• Medidor Venturi (Qual a vazão?)
24
2
1
2
2
2
1
2
2
2 A
AA
g
Vh
2
2
2
1
2
12
2
2
2
2
1
2
2
2
12
1
2
2
2
1
2
2 .2..2.
2 AA
AghVAAVAgh
A
AA
g
Vh
2
2
2
1
12 ..2
AA
AhgV
E a vazão?
hgAA
AAVAQ
..2
..
2
2
2
1
2122
Na prática: hKQ
Tipos de Escoamento
Existem dois tipos de escoamento a serem estudados: o
escoamento laminar e o escoamento turbulento. Um
escoamento é dito laminar quando suas linhas de fluxo
apresentam-se uniformes, correspondendo a uma influência
maior da viscosidade; por outro lado, quando suas linhas de
fluxo apresentam-se desordenadas, indicando uma
preponderância de forças de inércia, diz-se que este
escoamento é turbulento. Neste caso tem-se uma maior
perda de carga. A figura abaixo mostra os dois tipos de
escoamento.
Escoamento laminar e turbulento
Em 1883, o cientista Osborne Reynolds publicou um estudo
acerca do comportamento do escoamento dos fluidos e verificou
que este comportamento depende da viscosidade e da
velocidade do fluido, da rugosidade e do diâmetro da tubulação.
A denominação Número de Reynolds (Re) foi atribuída pelo
cientista Sommerfel em 1908 e é descrito pela equação abaixo:
Re = (v * D)/ ע , Onde:
v = velocidade do fluido na tubulação (m/s);
D – diâmetro da tubulação – (m);
;viscosidade do fluido em (m²/s) – ע
Re- Número de Reynolds (adimensional)
Limites de escoamento por Reynolds
Escoamento Laminar Re ≤ 2000
Escoamento turbulento Re≥ 4000
Escoamento crítico 2.000 ≤ Re ≤ 4.000,
Na prática, o regime de escoamento da água em tubulações é
sempre turbulento;
As velocidades recomendadas para a menor perda de carga
possível e garantir um regime laminar estão tabuladas abaixo.
Tubulações Pressão (bar) Velocidade
em cm/s
20 50 100 >200
Tubulação de Pressão 300 400 500 600 Velocidade
Tubulação de Retorno 300 em
Tubulação de Sucção 100 cm/s
Tubulação de Sucção – tubulação anterior à bomba, por ela o
fluido é succionado do tanque;
Tubulação de pressão – tubulação posterior à bomba, que
suporta as pressões do sistema;
Tubulação de retorno – tubulação por onde o fluido retorna para
ser refrigerado.
Perdas de Carga (hf)
A perda de carga é a diminuição de energia que o fluido sofre ao
longo do percurso, até seu destino final. Ela é fruto do atrito entre
as camadas de fluido, quando o escoamento é laminar, e fruto
das singularidades, como estrangulamentos (orifícios de válvulas)
e curvas.
Por outro lado, quando o escoamento é turbulento, essa energia
se perde pelo movimento desordenado do fluido na tubulação.
Esta última razão nem sempre se verifica porque as tubulações já
são dimensionadas para evitar o escoamento turbulento, a menos
que o sistema hidráulico esteja operando fora dos requisitos
estabelecidos no projeto.
A perda de carga se manifesta pelo aquecimento do fluido, que é
a forma pela qual a energia se dissipa. Portanto, o tanque (ou
reservatório) além de alimentar o sistema com fluido, ainda tem a
função de refrigerá-lo, entre outras.
As perdas de carga classificam-se em:
CONTÍNUAS: Causadas pelo movimento da água ao longo da
tubulação. É uniforme em qualquer trecho da tubulação (desde
que de mesmo diâmetro), independente da posição do mesmo.
(Tabelas 1 e 2);
LOCALIZADAS: Causadas pelo movimento da água nas
paredes internas e emendas das conexões e acessórios da
instalação, sendo maiores quando localizadas nos pontos de
mudança de direção do fluxo. Estas perdas não são uniformes,
mesmo que as conexões e acessórios possuam o mesmo
diâmetro. (Tabelas 3 e 4);
Tabela 1
Tabela 2
Tabela 3
Tabela 4
FATORES QUE INFLUENCIAM NAS PERDAS DE CARGA:
A. Natureza do fluído escoado (peso específico, viscosidade):
Para a água, o peso específico é de 1.000 Kgf/m3;
B.Material empregado na fabricação dos tubos e conexões (PVC,
ferro) e tempo de uso: Comercialmente, os tubos e conexões
mais utilizados são os de PVC e Ferro Galvanizado, cujas
diferenças de fabricação e acabamento interno (rugosidade e
área livre) são bem caracterizadas, razão pela qual apresentam
coeficientes de perdas diferentes, conforme as Tabelas 1,2,3 e 4;
C.Diâmetro da tubulação: O diâmetro interno ou área livre de
escoamento, é fundamental na escolha da canalização já que,
quanto maior a vazão a ser bombeada, maior deverá ser o Ø
interno da tubulação, afim de diminuir-se as velocidades e,
consequentemente, as perdas de carga. São muitas as fórmulas
utilizadas para definir-se qual o diâmetro mais indicado para a
vazão desejada.
Para facilitar os cálculos, todas as perdas já foram tabeladas
pelos fabricantes de diferentes tipos de tubos e conexões. No
entanto, para efeito de cálculos, a fórmula mais utilizada para
chegar-se aos diâmetros de tubos é a Fórmula de Bresse
expressa por:
D= K √ Q ,
Onde:
D = Diâmetro interno do tubo, em metros;
K= 0,9 - Coeficiente de custo de investimento x custo
operacional. Usualmente aplica-se um valor entre 0,8 e 1,0;
Q = Vazão, em m³/ s;
A Fórmula de Bresse calcula o diâmetro da tubulação de
recalque, sendo que, na prática, para a tubulação de sucção
adota-se um diâmetro comercial imediatamente superior;
D. Comprimento dos tubos e quantidade de conexões e
acessórios: Quanto maior o comprimento e o nº de conexões,
maior será a perda de carga proporcional do sistema. Portanto, o
uso em excesso de conexões e acessórios causará maiores
perdas, principalmente em tubulações não muito extensas;
E. Regime de escoamento (laminar ou turbulento): O regime
de escoamento do fluído é a forma como ele desloca-se no
interior da tubulação do sistema, a qual determinará a sua
velocidade, em função do atrito gerado. No regime de
escoamento laminar, os filetes líquidos (moléculas do fluído
agrupadas umas às outras) são paralelos entre si, sendo que
suas velocidades são invariáveis em direção e grandeza, em
todos os pontos (figura 1). O regime laminar é caracterizado
quando o nº de Reynolds (Re), for inferior a 2.000.
No regime de escoamento turbulento, os filetes movem-se em
todas as direções, de forma sinuosa, com velocidades variáveis
em direção e grandeza, em pontos e instantes diferentes
(figura 2). O regime turbulento é caracterizado quando o nº de
Reynolds (Re), for superior a 4.000 Obviamente, o regime de
escoamento mais apropriado para um sistema de
bombeamento é o laminar pois, acarretará menores perdas de
carga por atrito em função do baixo número de interferências
existentes na linha.
Fig. 1 Escoamento Laminar Fig. 2 Escoamento Turbulento
VELOCIDADE DE ESCOAMENTO (V):
Derivada da equação da continuidade, a velocidade média de
escoamento aplicada em condutos circulares é dado por:
V = 4 x Q/(¶ x D2) , onde:
V = Velocidade de escoamento, em m/s;
Q = Vazão, em m³/s;
¶ (Pi) = 3,1416, (constante);
D = Diâmetro interno do tubo, em metros;
Para uso prático, as velocidades de escoamento mais
econômicas são:
Velocidade de Sucção ≤ 1,5 m/s (limite 2,0 m/s)
Velocidade de Recalque ≤ 2,5 m/s (limite 3,0 m/s)
Condutos Hidráulicos Condutos Forçados : São os condutos em que a pressão interna
é diferente da atmosférica. Nesta categoria de condutos, as
seções são sempre fechadas e o fluido as enche completamente.
O movimento pode efetuar-se em ou outro sentido do conduto;
Exemplo de Condutos Forçados: Redes de Distribuição de água,
Tubulações de sucção e Recalque das instalações elevatórias ,
os condutos que alimentam as turbinas em muitas usinas
hidrelétricas..
Condutos Livres : São aqueles em que o liquido circulante
apresenta superfície livre sobre a qual reina a pressão
atmosférica. A seção transversal não tem, necessariamente,
perímetro fechado e, quando isto acontece, funciona
parcialmente cheia (Fig. A). O movimento se faz sempre no
sentido decrescente das cotas topográficas.
Exemplo de Condutos Livres: Todos os cursos de água, as redes
de esgotos pluviais e sanitários, canais adutores das hidrelétricas
e os canais de navegação.
41
Perda de Carga Contínua
Perda de carga é a energia perdida pela unidade de peso do
fluido quando este escoa.
A perda de carga num tubo ou canal , é a perda de energia
dinâmica do fluido devido à fricção das partículas do fluido entre
si e contra as paredes da tubulação que os contenha.
Podem ser contínuas, ao longo dos condutos regulares, acidental
ou localizada, devido a circunstâncias particulares, como um
estreitamento, uma alteração de direção, a presença de
uma válvula, etc.
Fig. A Condutos Livres
O movimento da água, em qualquer conduto, se processa
sempre com certa dissipação de energia causada pelas
resistências que se manifestam em oposição ao movimento. Tais
resistências se devem quer ao atrito dos filamentos líquidos entre si
e com as paredes dos condutos, quer ao choque entre as partículas
fluidas que se misturam no movimento turbulento.
Como resultado ocorre certa perda irreversível de energia,
de modo que, para aplicar o teorema de Bernoulli ao movimento da
água, torna-se necessário introduzir na sua expressão matemática
um termo que represente a parcela de energia dissipada.
Perda de Carga Contínua
a) Condutos Forçados:
O escoamento para condutos forçados (fig. B) , a energia de
pressão interna é dada por: p1/ e p2/ nos pontos 1 e 2
respectivamente.
A energia cinética é dada por: v² / 2g.
A energia total em relação ao plano arbitrário (datum), é a soma
da energia cinética , a de pressão em relação a esse plano e
energia de posição .
A fig.A mostra o trecho de escoamento em canal entre as seções
(1) e (2), em movimento uniforme. Neste caso, a energia de
pressão é representada pela profundidade da água no conduto:
y= p1/ =p2/ .
Similarmente : z+y+ v² /2g é a energia total do liquido, em cada
seção, relativa a um datum pré-escolhido. (P/ ) + ( v² / 2g) + Z = Energia Total do liquido, em cada seção.
Perdas de Carga Contínua
b) Condutos Livres (Escoamento em Canal) :
Escoamento em canal entre as seções(1) e (2), em movimento
uniforme.
Neste caso, temos:
Energia de pressão é representada pela profundidade da água
no conduto :
p1 / e p2/ nos pontos 1 e 2 respectivamente.
Energia cinética é dada por: v² / 2g.
A energia total do liquido , em cada seção, em relação ao plano
arbitrário (datum) pré- escolhido , é a soma da energia cinética, a
de pressão em relação a esse plano e a energia potencial .
(P/ ) + ( v² / 2g) + Z
Devido ao atrito dos filamentos líquidos entre si e com as paredes
dos condutos, quer ao choque entre as partículas fluidas que se
misturam no movimento turbulento.
Isto ocasiona certa perda de energia, de modo que, para aplicar o
teorema de Bernoulli ao movimento da água, torna-se necessário
introduzir um termo na equação que representa a parcela de
energia dissipada.
Chamando hf a parcela de energia absorvida pelas resistências
no escoamento entre as duas seções transversais, a equação de
Bernoulli, teremos:
hf = (Z1 + P1/ + v1² / 2g) - (Z2 + P2/ + v2² / 2g)
A perda de energia hf é conhecida em Hidráulica sob o nome
de perda de carga contínua.
Tomando-se como referência as cotas do centro de gravidade
das seções transversais , do conduto forçado , graficamente
teremos:
LP - Linha Piezométrica - Representa a altura de pressão p/
LCE-Linha de Carga Efetiva ou Linha de Energia – Representa
a Carga Cinética.
PCE - Plano de Carga Estática Efetiva - A linha de carga
efetiva pode ser definida como sendo o lugar geométrico dos
pontos representativos da soma das três cargas: de posição, de
pressão e cinética.
Perdas de Carga Contínua
Fig. B Trecho de escoamento para condutos livres em movimento uniforme
Se o movimento for uniforme, a linha de carga será paralela à linha
piezométrica , onde encontra-se separada pela distância v² /2g ,
representativa da carga cinética.
Neste caso a perda de carga é medida tanto pelo abaixamento da
linha de energia como da linha piezométrica.
No caso de conduto forçado, J é a perda de carga unitária, ou seja,
perda de carga por metro de tubulação e representa a declividade
virtual do conduto a que se referem, porque , nem sempre, o eixo
da tubulação é paralelo à respectiva linha de carga.
J= hf / L = (z1 +p1/ )-(z2+p2/ )
Nos condutos livres , as cotas referem-se sempre ao fundo do
canal e no movimento uniforme, a altura representativa da
pressão é a mesma em todas as seções e igual à profundidade
da água no conduto. Portanto, a linha piezométrica está contida
na superfície livre. A perda de carga unitária é representada por:
I= hf /L = (Z1- Z2) / L
Condutos Forçados
Condutos Livres
Tem –se a perda de carga
unitária (J) ou perda de carga
por metro de Tubulação como:
J= hf /L = (z1 +p1/ )-(z2+p2/ )
Tem –se a perda de carga
unitária (I) ou perda de carga
por metro de tubulação
como referencia o fundo do
canal como:
I= hf /L = Z1 – Z2
Cálculo dos Condutos Forçados
Em conduto instalado , a perda de carga é calculada através da
expressão abaixo :
hf = (Z1 + P1/ + v1² / 2g) - (Z2 + P2/ + v2² / 2g)
Entretanto, deve-se conhecer esta perda antes da instalação do
conduto.
Inúmeras formulas empíricas que possibilitam determinar essas
perdas, foram estabelecidas no sentido de se calcularem as
perdas de carga com a precisão desejada pela economia e pela
segurança das instalações hidráulicas.
1) Fórmula de Hazen- Williams:
É uma equação que pode ser satisfatóriamente aplicada em
qualquer tipo de conduto e material. Resultou de um estudo
estatístico cuidadoso no qual foram considerados dados
experimentais de diversas fontes e observações feitas pelos
próprios autores. Os seus limites de aplicação são os mais
amplos: diâmetros de 50 a 300 mm e velocidades de até 3 m/s. A
fórmula de Hazen-Williams pode ser apresentada da seguinte
forma:
Onde:
hf = perda de carga, em metros de coluna de água, entre dois
pontos da tubulação;
Q = Vazão em m3/s;
C = Coeficiente admensional que depende da natureza (material e
estado) das paredes dos tubos (ver Tabela abaixo);
L = é comprimento, em metros, entre os dois pontos da tubulação
em que se deseja calcular a perda de carga hf;
D = diâmetro interno da tubulação (m);
Para C=100, valor muito usado, esta fórmula é escrita
J= 0,00212. (Q1,85/ D4,87)
56
2) Fórmula empírica de Flamant:
É uma equação que pode ser satisfatóriamente aplicada em
tubos de pequeno diâmetro. De acordo com Azevedo Neto, no
Sistema Internacional de Unidades, a equação de Flamant tem a
seguinte apresentação:
Onde:
J= hf/L = taxa de perda de carga entre dois pontos da tubulação
(em metros/metros);
b = coeficiente que depende da natureza ( material e estado) das
paredes dos tubos (ver tabela abaixo);
V = velocidade média da água em m/s;
L = é comprimento, em metros, entre os dois pontos da tubulação
em que se deseja medir a perda de carga;
D = diâmetro interno da tubulação (m), sendo recomendado
observar o limite entre 0,01m e 1,0m.
Os seguintes valores do coeficiente b são utlizados na fórmula
de Flamant:
b = 0,000 23 s1,75/m0,5 para tubos de ferro ou aço;
b = 0,000 185 s1,75/m0,5 para tubos novos;
b = 0,000 185 s1,75/m0,5 para canos de cobre;
b = 0,000 140 s1,75/m0,5 para canos de chumbo;
b= 0,000 135 s1,75/m0,5 para canos de PVC (catálogo da tigre)
J= 0,014 . (Q1,75/ D4,75) empregada para cálculo de perda de
carga em tubos plásticos.
Note que, quando a raiz quarta é eliminada da fórmula de
Flamant, a seguinte expressão é obtida :
ou
hf= 0,014 Q1,75/D4,75
3) NB-92/66 da ABNT recomenda as fórmulas de Fair-Whipple-
Hsiao:
Para Tubos de Aço Galvanizado, conduzindo água fria:
J= 0,002021. (Q1,88/ D4,88)
Para Tubos de Cobre ou Latão, conduzindo água fria:
J= 0,00086. (Q1,75/ D4,75)
4) Fórmula racional de Darcy – Weisbach :
J= (f/D) x (v² / 2g),
Que serve para todos os diâmetros, para qualquer material e para
qualquer fluido, desde que seja determinado corretamente o valor
do coeficiente de atrito (f).
Tendo em vista a equação da continuidade, esta fórmula é
escrita, para condutos cilíndricos circulares:
J= (8.f.Q²)/ (¶².g.D5)
Vemos,pois, que qualquer que seja a fórmula, pode ser posta
sob a forma genérica:
J= β . (Qn / Dm)
Perdas de Carga Localizadas em canalizações
Na prática as canalizações não são constituídas exclusivamente
de tubos retilíneos e de mesmo diâmetro.
Usualmente, as canalizações apresentam peças especiais
(válvulas, registros, medidores de vazão etc) e conexões
(ampliações, reduções, curvas, cotovelos, tês etc) que pela sua
forma geométrica e disposição elevam a turbulência, resultando
em perdas de carga.
Estas perdas são denominadas localizadas, acidentais ou
singulares, pelo fato de decorrerem especificamente de pontos ou
partes bem determinadas da tubulação ao contrário do que ocorre
com as perdas em consequência do escoamento ao longo
dos encanamentos.
As perdas de carga localizadas podem ser expressas pela
equação geral:
Onde:
Vi = é a velocidade média do fluxo (m/s) que, no caso das
ampliações e reduções refere-se, geralmente, à secção de maior
velocidade ou, no caso das peças especiais (registros, curvas
etc.), refere-se a velocidade média na tubulação.
Ki = é um coeficiente empirico (veja tabela abaixo) que é
praticamente constante para valores de Número de Reynolds
(Re) maior que 50 000.
Valores do coeficiente K, para os elementos mais comuns das
canalizações, são apresentados na Tabela abaixo:
O Método dos Comprimentos virtuais
Sob o ponto de vista da perda de carga, uma canalização
composta de diversas peças especiais e outras singularidades
equivale a um encanamento retilíneo de maior comprimento. É
nesta simples idéia que se baseia o método do comprimento
virtual.
O método consiste em se adicionar ao comprimento real da
tubulação um comprimento extra (o chamado comprimento
equivalente), que corresponde ao mesmo valor de perda de carga
que seria causado pelas peças especiais que compoem a
tubulação. Desta forma, cada singularidade da tubulação
corresponde a um certo comprimento fictício adicional de tubo,
que recebe o nome de comprimento equivalente. A figura
abaixo ilustra este processo.
A perda de carga total ao longo da tubulação é calculada pelos
métodos usuais de cálculo da perda de carga contínua,
considerando o COMPRIMENTO VIRTUAL da tubulação (LVIR ) :
Valores de comprimento equivalente para os elementos mais
comuns das canalizações, são apresentados na Tabela abaixo:
Valores de comprimento equivalente para os elementos mais
comuns das canalizações