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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE BARRAS METÁLICAS Profs. Paulo Schneider e Fernando Pereira ENG 03108 EDUARDO MAROCCO DE SIQUEIRA - 151831 LORENZI MOREIRA DE FREITAS - 150322 RICARDO FEYH RIBEIRO - 149989 Porto Alegre, 14 de dezembro de 2010

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Aula Sistemas Hidraulicos

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    ESCOLA DE ENGENHARIA

    ENGENHARIA MECNICA

    AVALIAO EXPERIMENTAL DA CONDUTIVIDADE TRMICA DE BARRAS

    METLICAS

    Profs. Paulo Schneider e Fernando Pereira

    ENG 03108

    EDUARDO MAROCCO DE SIQUEIRA - 151831

    LORENZI MOREIRA DE FREITAS - 150322

    RICARDO FEYH RIBEIRO - 149989

    Porto Alegre, 14 de dezembro de 2010

  • Avaliao da condutividade trmica Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.

    2

    AGRADECIMENTOS

    Ao tcnico Batista e a todos do LETA pela indispensvel ajuda na realizao do

    experimento.

    Aos professores da disciplina Paulo Schneider e Fernando Pereira, pelo

    comprometimento e pelo conhecimento compartilhado com os alunos.

  • Avaliao da condutividade trmica Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.

    3

    RESUMO

    Condutividade trmica definida pela capacidade que um material tem de transmitir

    calor. Esta propriedade relevante na seleo de materiais em inmeros projetos de engenharia.

    Por exemplo, na produo de microprocessadores que necessitam dissipar o mximo de calor

    gerado pelos chips. Por outro lado, pode ser importante que o componente dissipe o mnimo

    de calor possvel, como por exemplo nos escudos trmicos que protegem o interior de aeronaves

    espaciais e msseis. Assim sendo, surge necessidade de mensurar esta propriedade. Neste

    trabalho, aplicaram-se conceitos de transferncia de calor e de medies trmicas para

    determinar a condutividade (k), de forma experimental, em funo do calor introduzido no

    sistema, da geometria das barras e da leitura de temperatura obtida por termopares localizados

    em uma amostra de alumnio, cuja composio qumica desconhecida. Sabe-se que devido as

    caractersticas deste metal o valor esperado deve estar numa faixa entre 120 [W/(m.K)] a 230

    [W/(m.K)].

    PALAVRAS-CHAVE: Condutividade trmica, calor, experimental, temperatura,

    termopares.

  • Avaliao da condutividade trmica Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.

    4

    ABSTRACT

    Thermal conductivity is defined by the ability to pass heat of a material. This property is

    relevant in the selection of materials in numerous projects engineering. For example, for

    microprocessors who need to dissipate maximum heat generated by chips. On the other hand,

    may be important that the component dissipate as little heat as possible, such as the thermal

    shields protecting the interior of spacecrafts and missiles. Thus, arises the need to measure this

    property. In this study, were applied concepts of heat transfer and thermal measurements to

    determine the conductivity (k), experimentally, as a function of heat introduced into the system,

    the geometry of bars and the temperature reading obtained by thermocouples located in the

    aluminum samples, whose exact composition is unknown. Considering the characteristics of the

    metal, it is expected values of conductivity between 120 [W / (m. K)] and 230 [W / (m. K)].

    KEYWORDS: thermal conductivity, heat, experimental, temperature, thermocouples.

  • Avaliao da condutividade trmica Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.

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    INTRODUO

    Com a meno da palavra conduo, deve-se imediatamente visualizar conceitos das

    atividades atmicas e moleculares, pois so processos nesses nveis que mantm este modo de

    transferncia de calor. A conduo pode ser vista como a transferncia de energia das partculas

    mais energticas para as menos energticas de uma substncia devido s interaes entre

    partculas.

    Dentre as vrias propriedades usadas para caracterizar materiais, destaca-se a

    condutividade trmica. A condutividade trmica de um material tem sido tradicionalmente

    determinada por um mtodo clssico conhecido como Caixa Quente Protegida. Neste mtodo de caracterizao, aplica-se uma fonte de calor conhecida em um dos lados de uma amostra de

    material sob anlise, e mede-se a diferena de temperatura em ambos os lados da amostra. Aps

    o trmino do transitrio, o calor cedido em um lado da amostra torna-se igual ao calor perdido

    pelo outro lado, o que faz com que a diferena de temperatura entre estes lados seja constante.

    Conhecendo-se o valor da fonte de calor, a diferena de temperatura e a geometria da amostra,

    usa-se a equao de Fourier para o caso unidimensional para a determinao da condutividade

    trmica.

    Assim, o objetivo deste trabalho propor um mtodo experimental que permite obter a

    condutividade trmica em regime permanente para amostras de materiais desconhecidos.

    proposto um sistema semelhante ao da caixa quente protegida no qual o estmulo dado s

    amostras ser na forma de fluxo de calor e a resposta a ser obtida ser um gradiente de

    temperatura, considerando regime permanente e fluxo de calor unidimensional, ver Figura 1.

    Figura 1: foto do experimento.

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    Segundo Simioni [1] os mtodos de medio das propriedades trmicas so divididos

    em mtodos estacionrios e dinmicos. Os mtodos transiente so mais rpidos, porm so mais

    difceis de serem realizados. Por outro lado os mtodos estacionrios so mais fceis, no

    entanto, demandam grande quantidade de tempo para estabelecer o regime permanente de

    transmisso de calor no experimento.

    Segundo Incropera e De Witt, (2003) [2], possvel determinar a condutividade de um

    material em regime transiente, partir de duas amostras idnticas com um aquecedor delgado

    situado entre elas. Figura 2 mostra a disposio do experimento. Para tal, deve-se conhecer o

    tempo, a potncia introduzida pelo aquecedor, a temperatura na interface aps o tempo de

    funcionamento da fonte de calor e a temperatura inicial, o calor especifico, a densidade e as

    dimenses das amostras.

  • Avaliao da condutividade trmica Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.

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    Figura 2: ilustrao do modelo

    [1]

    A norma ASTM E1225 descreve uma tcnica de regime estacionrio para determinao

    da condutividade trmica de slidos homogneos e opacos. Este teste designado para materiais

    numa faixa de temperaturas de 90 e 1300 K, cuja condutividade trmica k esteja na faixa de

    0,2 < k < 200 W/m.K. O uso desta norma fora das faixas acima mencionadas apresenta um

    decrscimo na preciso dos valores de condutividade trmica medidos. F. G. Mller [3]

    desenvolveu um equipamento de medio de condutividade trmica baseado na norma ASTM

    E1225 atravs do estudo do comportamento trmico deu um material slico-aluminoso, tendo

    como ferramentas para tal um teste prtico de medio de condutividade trmica, termografias e

    simulaes computacionais. Encontrou que a incerteza majoritariamente gerada pela incerteza

    da distncia dos termopares da amostra, que nada mais que o prprio dimetro dos termopares

    utilizados.

    3. FUNDAMENTAO TERICA

    3.1. CONDUTIVIDADE TRMICA

    A condutividade trmica de uma amostra de material pode ser determinada, sob estado

    permanente e unidimensional, colocando-se uma fonte de calor numa das faces de uma amostra

    e mantendo-se a outra face exposta temperatura ambiente, segundo Incropera e De Witt [2],

    (2003), a equao unidimensional de Fourier pode ser usada para a determinao da

    condutividade. A aproximao de primeira ordem da equao de Fourier d origem Eq. A

    seguir:

    [2]

    3.2. FONTE DE CALOR

    A fonte de calor utilizada neste trabalho, nada mais do que uma resistncia eltrica.

    Essa transforma energia eltrica em trmica (efeito Joule). Assim sendo, o calculo da potncia

    (q) dado por

    q = P = U.I [3]

    Como a superfcie da Fonte no igual em ambos os lados, deve-se estimar de alguma

    forma qual a proporo de calor so transmitidas para cada uma das amostras. Isso se deve a

    diferena das resistncias de contato em cada uma das faces.

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    3.3. FUNDAMENTAO EXPERIMENTAL

    3.3.1. TERMOPARES

    Termopares so dispositivos eletrnicos que medem a temperatura de meios levando em

    considerao a diferena de potencial entre seus extremos. Este aparelho constitudo por dois

    fios de materiais diferentes. O termopar da classe J, por exemplo, produzido a partir de fios de

    Ferro 99,5% (termoelemento positivo) e Constantan Cu 55%Ni45% (termoelemento negativo).

    O princpio de funcionamento dos termopares esta baseado no efeito Seebeck onde

    ocorre o aparecimento de uma fora eletromotriz (fem) quando h diferena de temperatura

    encontrada na junta quente e na junta fria. Ver desenho abaixo.

    Figura 3: desenho do esquema de termopares.

    Esse dispositivo capaz de faixas bastante amplas de temperatura. Segundo, Schneider

    [4], possvel realizar medidas onde a junta de medio est muito distante daquela de leitura,

    conectada ao aparelho multiteste ou microvoltmetro, com erros de leitura muito baixos e

    controlados. A junta sensora pode ser trabalhada de forma a ser acomodada em locais muito

    pequenos, onde outros sensores no seriam adaptados, j que podem dispensar encapsulamento

    em condies no agressivas. Em contrapartida apresentam comportamento no linear. Outra

    desvantagem a ligao da resoluo e incerteza do aparato com a qualidade do equipamento

    de medio. Existem no mercado inmeros aparelhos capazes de medir o sinal eltrico gerado

    pelo termopar, contudo quanto mais precisos mais caros eles so.

    Como desvantagem, os termopares apresentam comportamento altamente no-linear e a

    resoluo e incerteza da medida so muito ligadas qualidade do equipamento de medio, e

    conseqentemente, ao seu custo. O princpio de funcionamento dos termopares pode ser visto na

    figura 3, que mostra dois metais distintos unidos em suas extremidades, ou juntas, sendo que

    uma est a temperatura T1 e a outra a temperatura T2. Nessa situao aparecer uma fora

    eletromotriz, fem, que funo da temperatura das juntas, chamadas de junta quente e junta

    fria, e o fenmeno conhecido como efeito Seebeck. Adicionalmente, se o mesmo circuito

    agora for alimentado por uma fem externa, observa-se o estabelecimento de uma diferena de

    temperatura nas juntas, chamado efeito Peltier

    3.3.2. INCERTEZAS

    Segundo Schneider [5], a grandeza fsica que obtida atravs de um procedimento

    experimental sempre uma aproximao do valor verdadeiro da mesma grandeza. A teoria de

    erros tem como objetivo determinar o melhor valor possvel para a grandeza, e quanto esse pode

    ser diferente do valor verdadeiro. O melhor valor possvel tambm chamado de melhor

    estimativa ou valor experimental do mensurando. A incerteza pode ser ento definida como uma

    indicao de quanto o melhor valor pode diferir do valor verdadeiro, em termos de

    probabilidades. Ainda em outras palavras, a incerteza um valor estimado para o erro, i.e., o

    valor do erro se ele pudesse ser medido ou se ele fosse medido.

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    Segundo Schneider [5], o Erro definido como a diferena entre o valor calculado ou

    observado e o valor verdadeiro do mensurando. Como na maioria das vezes o segundo no

    conhecido, o erro no pode ser determinado, mas sim estimado. Em casos especiais, quando se

    usa um padro primrio para a medida, o valor verdadeiro conhecido por definio.

    Existe uma classe de erros que pode ser reconhecida imediatamente e eliminada. So os

    erros grosseiros oriundos de clculo e medies. A fonte destes erros usualmente aparente,

    tanto como pontos experimentais obviamente incorretos, como resultados que no esto

    suficientemente prximos dos valores esperados. Eles so corrigidos realizando a operao

    novamente, desta vez corretamente.

    Uma outra classe de erro chamada de erro sistemtico e no pode ser to facilmente

    detectada. A anlise estatstica no normalmente til, pois eles tm origem numa calibrao

    mal feita do sistema de medies, ou em erros de interpretao fenmeno fsico por parte do

    observador.

    A terceira classe de erros conhecida por erro randmico ou aleatrio, e pode ter

    diferentes e variadas origens: diferena entre a variao do fenmeno e a capacidade de

    deteco do instrumento, condies de controle do experimento, variabilidade das condies do

    fenmeno medido ou do instrumento ou ainda das condies ambientais, etc. Esta categoria de

    erros de difcil identificao, porm uma anlise estatstica de vrios experimentos mostra que

    muitas vezes eles seguem uma distribuio gaussiana de probabilidade. Deve-se ainda distinguir

    os erros estticos, que so observados em regime permanente e indicados por seu sinal, e os

    erros dinmicos, caractersticos de medies transientes, que representa sempre um atraso do

    valor lido em relao ao comportamento real.

    O Guia para Expresso da Incerteza de Medio, Schneider [5] apresenta dois tipos de

    incerteza:

    Incerteza Tipo A - obtida pela anlise estatstica de uma srie de observaes.

    Incerteza Tipo B - obtida por outros meios que no a anlise estatstica de uma srie de

    observaes.

    Uma distribuio Gaussiana necessita de dois parmetros para a sua definio: mdia e

    desvio padro. Assim, estimando-se o desvio padro de uma distribuio complexa e sua mdia,

    conhece- se o nvel de confiabilidade. Ento todos os esforos objetivam a estimativa da

    Incerteza Padro. A Incerteza Tipo A caracterizada pela anlise estatstica de uma srie de

    observaes e normalmente supe uma distribuio Gaussiana. Entretanto, em muitos casos, as

    informaes esto disponveis de forma incompleta, sem a caracterizao estatstica necessria,

    podendo inclusive estar disponvel de forma no cientifica e subjetiva. A Incerteza neste caso

    chamada Tipo B.

    muito comum a determinao de uma grandeza e de sua incerteza de medio a partir

    do conhecimento de outras grandezas determinadas experimentalmente, juntamente com suas

    incertezas. O valor dessa nova grandeza Y seque uma relao funcional do tipo

    [4]

    que uma funo de variveis estatisticamente independentes x1 at xn. A incerteza

    associada a Y ser calculada a partir das medies das grandezas associadas.

    A incerteza padro combinada, tambm chamada de Propagao da Incerteza de

    Medio, um procedimento onde se estima a propagao do desvio padro de uma grandeza Y

    a partir do desvio padro de suas variveis dependentes x1 at xn. Define-se a incerteza

    propagada Ur, segundo Schneider [5], como sendo:

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    [5]

    4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

    4.1. MATERIAIS

    Para obteno deste experimento foram necessrios:

    2 barras de metal com condutividade trmica desconhecida;

    1 Resistncia trmica de 25W;

    L de rocha, para isolamento trmico;

    5 Termopares;

    Pasta trmica;

    Paqumetro;

    2 Multitestes da marca minipa ET 2040;

    1 Equipamento de aquisio de dados Data acquisition Switch unit

    HP 34970A .

    4.2. EXPERIMENTO

    A montagem deste experimento foi feita colocando-se a resistncia entre as 2

    barras metlicas. A barra em contato com a face mais plana da fonte recebeu 3 termopares, e a

    outra 2, como mostra a figura 3. Todo este conjunto foi coberto nas laterais com l de rocha,

    deixando as faces perpendiculares ao fluxo descobertas. Assim, pode-se supor fluxo

    unidimensional atravs das barras. O equacionamento est apresentado abaixo.

    Figura 4: Modelo utilizado.

    P[w]: potncia dissipada pela resistncia eltrica;

    q1 e q2[w]: calor dissipado pela Barra 1 e 2, respectivamente;

    T1, T2, T3[C]: temperaturas medidas na Barra 1, T1 na posio mais

    a esquerda, T2 no centro e T3 mais prxima da resistncia;

    T4, T5[C]: temperaturas medidas na Barra 2, T4 a mais prxima da

    resistncia e T5 a da direita;

    A1 e A2[m2]: reas da seo transversal das Barras 1 e 2,

    respectivamente;

    L1[m]: distancia entre a posio das medidas de T1 e T2;

    L2[m]: distancia entre a posio das medidas de T2 e T3;

    L3[m]: distancia entre a posio das medidas de T4 e T5;

    K[w/m*K]: condutividade.

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    [6]

    [7]

    [8]

    Como h a considerao que K varie com a temperatura, utilizaremos q1 funo de T1 e

    T3, pois so as mais prximas de T4 e T5. Assim o equacionamento fica, pela juno de [6], [7]

    e [8].

    [9]

    Isolando K

    [10]

    Sendo

    [11]

    [12]

    Este K apenas uma aproximao, ele est dependendo de 4 temperaturas, mas pode ser

    utilizado no equacionamento de q2 e assim obtemos quanto do calor dissipado pela resistncia

    est sendo dissipado pela Barra 2.

    [8]

    Assim podemos calcular q1 por [6].

    Com isto podemos calcular um K dependendo somente de 2 temperaturas, pelas

    seguintes equaes:

    [14], para uma temperatura mdia de T2 e T1

    [15], para uma temperatura mdia de T3 e T2

    [16], para uma temperatura mdia de T1 e T3

    [17], para uma temperatura mdia de T4 e T5

    5. VALIDAO DO EXPERIMENTO

    O regime permanente, umas das consideraes utilizadas no trabalho no pode ser

    atingido. O motivo foi que h muita inrcia trmica nas barras de alumnio, isto fez com que

    qualquer alterao na potncia entregue a resistncia demorasse muito surgir um efeito

  • Avaliao da condutividade trmica Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.

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    estacionrio nas medies. Ento observou-se como a temperatura se comportava com o

    decorrer do tempo, como mostram os grficos abaixo.

    Figura 5: grfico do desenvolvimento das temperaturas pelo tempo

    Figura 6: grfico das diferenas de temperatura pelo tempo.

    O primeiro grfico mostra que, realmente, no atingiu-se o regime permanente.

    Mas como em todos os clculos o que importa a diferena de uma temperatura com outra, o

    segundo grfico mostra que todas as diferenas mantiveram-se praticamente constante em todo

    o ensaio, utilizou-se os dados no final (depois de aproximadamente 4 horas).

    6. RESULTADOS

    Foi utilizada uma resistncia de 25W em srie com um dimer (para conseguirmos variar

    a potncia da resistncia) conectados na rede eltrica (127V).

    A temperatura mdia desejada era de 50C, mas o experimento ficou em torno dos

    65C. Porm, julgamos que isso no alteraria significativamente nos resultados. Assim,

    obtivemos os dados e, posteriormente, os resultados.

  • Avaliao da condutividade trmica Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.

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    Tabela 1: tabela dos dados medidos.

    Corrente i[A] 0,0525

    Tenso U[V] 33,7

    Temperatura T1[C] 65,710

    T2[C] 66,089

    T3[C] 66,363

    T4[C] 63,921

    T5[C] 63,617

    Distncias L1[m] 0,0399

    L2[m] 0,0399

    L3[m] 0,0798

    reas A1[m2] 0,0009986

    A2[m2] 0,0009986

    Com esses dados, foi possvel calcular a condutividade para as diferentes distncias dos

    termopares:

    Tabela 2: tabela dos dados calculados.

    A incerteza de medio foi calculada com base a equao de Kline e McClintock,

    calculou-se primeiramente a incerteza do fluxo de calor, que leva em conta a incerteza da

    tenso, da corrente (ambas representadas pela incerteza do multmetro) e a incerteza da rea,

    que representada pela incerteza do paqumetro, e chegou-se ao seguinte resultado:

    potncia P[W] 1,8679200

    constantes c1 0,008171174

    c2 0,003804038

    k aproximado[W] 155,9822069

    q2 estimado[W] 0,593362257

    q1 estimado[W] 1,274557743

    k1[W/m*K] 134,3751729 para T [C]= 65,89

    k2[W/m*K] 185,8693085 para T [C]= 66,22

    k3[W/m*K] 155,9822069 para T [C]= 66,03

    k4[W/m*K] 155,9822069 para T [C]= 63,76

    kmdio[W/m*K] 158,0522238 para Tmdia [C]= 65,48

  • Avaliao da condutividade trmica Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.

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    E finalmente a incerteza da condutividade trmica, que leva em conta a incerteza do

    fluxo de calor, da distncia entre os termopares, que representada pelo dimetro dos furos

    onde foram soldados os termopares e a incerteza do diferencial de temperatura, que

    representada pela incerteza do aparelho de aquisio de dados, chegando-se ao seguinte

    resultado:

    O valor da incerteza de medio da condutividade apresentou um valor muito alto para

    o esperado, como pode ser visto isso se deve ao fato de trabalhar-se com uma diferena de

    temperatura pequena para uma incerteza no aparelho de aquisio de dados de temperatura

    muito alta, cerca de 1C.

    6. CONCLUSES

    Analisando os resultados obtidos, o objetivo do trabalho foi considerado satisfatrio, pois

    utilizou-se um experimento para a determinao da condutividade trmica de baixo custo e

    obteve-se um valor de condutividade bastante prximo do encontrado para o alumnio e suas

    ligas encontrados na literatura. Para os prximos trabalhos seria interessante a utilizao de um

    mtodo transiente para a medio de condutividade trmica, pois o mtodo estacionrio

    mostrou-se lento para estabilizar no regime permanente. Outras melhorias poderiam ser feitas,

    como um aparelho de aquisio de dados com uma incerteza menor, pois trabalhou-se com uma

  • Avaliao da condutividade trmica Eduardo M. de Siqueira, Lorenzi M. de Freitas, Ricardo F. Ribeiro.

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    diferena de temperatura muito baixa e tambm uma simulao computacional seria

    conveniente para uma melhor anlise de perdas e melhorias.

    7. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS

    [1] WAGNER ISIDORO SIMIONI, 2005. Anlise de erros na medio de condutividade

    trmica de materiais atravs do mtodo fluximtrico.

    [2] INCROPERA E DE WITT, 2003. Fundamentos de transferncia de calor

    [3] FREDERICO GUILHERME MLLER, 2007. Estudo de calor de tranferncia de

    calor em equipamento de medio de condutividade trmica baseado na norma ASTM

    E1225

    [4] P. Schneider, 2010-1. Apostila de termometria e psicrometria

    [5] P. Schneider, 2010-1. Apostila de incertezas de medio e ajuste de dados