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    Lngua Portuguesa para o MP-RJ

    Teoria e questes comentadas

    Prof. Fernando Pestana Aula 00

    Prof. Fernando Pestana www.estrategiaconcursos.com.br 1de 34

    AULA 00: Demonstrativa

    SUMRIO RESUMIDO PGINA

    1- Apresentao 012- Contedo Programtico do Curso Completo 033- Cronograma 054- Sumrio Detalhado + Aula (confira!) 065- Questes Comentadas com Gabarito 26

    1- Apresentao

    Salve, salve, meus alunos inquietos!

    Grande satisfao estar em uma equipe que preza a excelnciaem materiais didticos voltados para pessoas que aspiram a um cargopblico de alto nvel.

    Fui convidado pelos coordenadores do Estratgia Concursospara elaborar uma obra que ir revolucionar o que h de melhor emcursos em PDF. Voc est tendo a oportunidade de ter contato com ummaterial realmente indito voltado para o Ministrio Pblico do Rio deJaneiro (MP-RJ).

    Segundo Manoel Assuno (coordenador do Departamento dePlanejamento e Gesto (DPG)) da Fundao Jos Bonifcio (FUJB),pessoas do prprio MP-RJ e professores da UFRJ (do DPG), faro asquestes de Portugus. Ainda segundo ele, apesar de rumores de queesta banca a antiga NCE, no so os antigos professores do NCE que aelaboraro.

    O fato este: em Lngua Portuguesa, sero 35 questes de mltiplaescolha, cinco alternativas (AE). De todas as provas que vi desta banca

    (ANAC e ANTT), s havia 20 questes, no mximo. A mais parecida com aproposta atual a da FGV, com 40 questes ou a que consta do site doMP-RJ, com 30 questes. No deixe tambm de olhar as provas jelaboradas pelos professores da FUJB/UFRJ:

    ANAC (http://www.pciconcursos.com.br/provas/anac)Polcia Civil (FGV) (http://www.pciconcursos.com.br/provas/policia-fgv)ANTT (http://www.pciconcursos.com.br/provas/antt)DOM CINTRAhttp://www.pciconcursos.com.br/provas/dom-cintra

    http://www.pciconcursos.com.br/provas/anachttp://www.pciconcursos.com.br/provas/anachttp://www.pciconcursos.com.br/provas/policia-fgvhttp://www.pciconcursos.com.br/provas/antt)http://www.pciconcursos.com.br/provas/antt)http://www.pciconcursos.com.br/provas/dom-cintrahttp://www.pciconcursos.com.br/provas/dom-cintrahttp://www.pciconcursos.com.br/provas/dom-cintrahttp://www.pciconcursos.com.br/provas/dom-cintrahttp://www.pciconcursos.com.br/provas/antt)http://www.pciconcursos.com.br/provas/policia-fgvhttp://www.pciconcursos.com.br/provas/anac
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    No satisfeito e sempre inquieto, enviei um e-mail a FUJB/UFRJperguntando sobre o modelo de prova j que ser a primeira vez que aFUJB/UFRJ far a prova para o MP-RJ:

    Resposta deles:

    Senhor Fernando:

    A Fundao Universitria Jos Bonifcio administra financeiramentecontratos de prestao de servio e convnios para a UniversidadeFederal do Rio de Janeiro.

    Tendo em vista que sua mensagem diz respeito ao Concurso para oMPE/RJ recomendo procurar informaes no site abaixo indicado:http://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos

    Atenciosamente,

    Helena Ibiapina LimaSTC/FUJBFone: (021) 3034-5813 e 3034-5800FAX: (021) 2542-3146e-mail:[email protected]

    Minha busca no terminou, da que entrei no site do MP-RJ e

    encontrei algo bom (v l! Prova com cara de NCE):

    http://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2007/Provas_e_Gabaritos/

    As datas previstas para as provas so 20 e 27 de novembro, elngua portuguesa tem um peso altssimo. Como j falei, o contedo deportugus igual para tcnicos e analistas. Para tcnico, h 120 vagas,ento a demanda deve ser alta.

    O contedo do edital o mesmo para os dois cargos, e est no linkabaixo:

    http://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2011/Edital_MPRJ_01_09.pdf

    Adoro ser portador de boas notcias. Como estou pipocando defelicidade e sei que voc tambm est, s tenho uma coisa a lhe dizer:ESTUDE, ESTUDE MUITO ESTE MATERIAL COMPLETO! Dessa vez a vaga sua, e ela no vai mais escapar. Mentalize isso!

    Meu/minha nobre, fiquei to empolgado com tudo isso que nem meapresentei ainda (rs). Bem, vamos l: meu nome Fernando Pestana,

    http://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursoshttp://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursoshttp://br.mc1206.mail.yahoo.com/mc/[email protected]://br.mc1206.mail.yahoo.com/mc/[email protected]://br.mc1206.mail.yahoo.com/mc/[email protected]://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2007/Provas_e_Gabaritos/http://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2007/Provas_e_Gabaritos/http://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2007/Provas_e_Gabaritos/http://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2011/Edital_MPRJ_01_09.pdfhttp://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2011/Edital_MPRJ_01_09.pdfhttp://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2011/Edital_MPRJ_01_09.pdfhttp://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2011/Edital_MPRJ_01_09.pdfhttp://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2011/Edital_MPRJ_01_09.pdfhttp://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2007/Provas_e_Gabaritos/http://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2007/Provas_e_Gabaritos/http://br.mc1206.mail.yahoo.com/mc/[email protected]://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos
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    mas todos me conhecem mesmo como Pestana s. Fique vontade,chamem-me do que quiser, s no vale xingar, hein. Sou formado pelaUniversidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em Portugus-Literaturas.Leciono desde os 18 anos de idade, ou seja, h mais de 10 anos. Quandome perguntam o que fao da vida, costumo dizer que estudo a Lngua

    Portuguesa, pois sou um aficionado pelas gramticas normativas edescritivas tenho mais de 50 gramticas (desde antiqussimas (de JulioRibeiro - 1910) a novssimas (de Jos Carlos de Azeredo - 2010)).

    O que mais posso dizer de mim? No Rio de Janeiro, leciono nosprincipais cursos pr-militares, pr-vestibulares e de concursos pblicos,alm de escrever artigos para o site parceiro do Estratgia:www.euvoupassar.com.br.Estudei com os grandes mestres e mestras daUFRJ, alm de ter feito a prova (e passado!) para o curso de ps-graduao no Liceu Literrio Portugus, com o ilustre mestre Evanildo

    Bechara. Sensacional!

    Assim como domino o corriqueiro contedo das provas elaboradaspelas principais bancas de concursos pblicos (CESGRANRIO, CESPE/UnB,ESAF, FCC, FGV, VUNESP...), conheo igualmente o das provaspreparadas pela nova banca FUJB/UFRJ, as quais apresentamgramatiqueiras questes objetivas tanto no nvel mdio quanto nosuperior.

    J antecipo a todos o seguinte: a prova, quando tem s um texto,

    trabalha at trs questes de interpretao fceis ou mdias; quando temdois ou trs textos, trabalha duas questes de interpretao fceis,mdias e poucas difceis, a cada texto. Os enunciados so extremamenteobjetivos e os conhecimentos gramaticais, pela quantidade de questes,tm maior relevo que a inteleco (compreenso textual). Fica ligadonisso! Todo o contedo deste curso em PDF se destina ao concurso doMP-RJ.

    Bem, j estou ficando inquieto, e vou terminando aqui aapresentao, dizendo que minha funo na Terra ajudar-te a conseguir

    o que quer. Para isso, conte comigo: [email protected] [email protected].

    Desde j, desejo toda a felicidade do mundo para voc!

    2- Contedo Programtico

    No h mistrio nenhum neste contedo de Lngua Portuguesa.Veja:

    Lngua Portuguesa (comum a todos os cargos)

    http://www.euvoupassar.com.br/http://www.euvoupassar.com.br/mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.euvoupassar.com.br/
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    1- Compreenso e interpretao de textos;2- Conhecimento das estruturas especficas dos modos de organizaodiscursiva;3- Valor semntico das palavras e expresses contidas nos textos;

    4- Sentido figurado: metfora e metonmia;5- Coeso e coerncia;6- Reescrita de textos: sntese, ampliaes, uso dos conectivos, discursodireto e indireto;7- Ortoepia e prosdia;8- Ortografia: emprego das letras, acentuao grfica, diviso silbica;9- Classes de palavras;10- Emprego do pronome relativo;11- Flexo nominal: gnero, nmero e graus dos nomes;12- Flexo verbal: conjugao dos verbos regulares, irregulares,

    auxiliares, tempos compostos, locues verbais, vozes verbais;13- Sintaxe de concordncia e regncia: nominal e verbal;14- O fenmeno da crase;15- Termos da orao;16- Sintaxe de colocao dos pronomes oblquos tonos;17- Pontuao;18- Semntica: sinonmia, antonmia, paronmia e homonmia;19- Aferio quanto ao uso pelo candidato dos padres aceitos comocorretos no registro culto do idioma.

    E como eu no sou bobo nem nada, vou organizar estes tpicosacima de maneira bem mais didtica para que seu conhecimento v seacumulando suavemente. Veja como, sem deixar escapar nenhum ponto,vo ficar seus estudos:

    1- Compreenso e Interpretao de Textos/Tipologia Textual/Coeso eCoerncia/Reescrita de textos (tipos)

    2- Semntica (Sinonmia, Antonmia, Paronmia e Homonmia) e Estilstica

    (Metfora e Metonmia)3- Ortografia Oficial/Ortoepia e Prosdia/Diviso Silbica/AcentuaoGrfica

    4- Emprego das Classes de Palavras I

    5- Emprego das Classes de Palavras II

    6- Sintaxe da Orao e do Perodo

    7- Pontuao

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    8- Concordncia Verbal e Nominal

    9- Regncia Verbal e Nominal/Crase

    10- Aferio quanto ao uso pelo candidato dos padres aceitos comocorretos no registro culto do idioma

    Fique tranquilo, meu aluno, pois vou pontuar exatamente aquilo deque voc precisa ao longo deste curso, sendo voc graduado ou no.Nada lhe vai faltar! Espero com grande ansiedade que voc, depois destasaulas, consiga a sua to almejada vaga no TSE, pois, parafraseando nadamais, nada menos que Paulo Freire, nossa etrea misso no desistir deensinar uma vez que, se a educao sozinha no transforma a sociedade,

    sem ela, tampouco, a sociedade muda.

    3- Cronograma

    Meu cronograma ser rigorosamente seguido. Veja as datas-limiteabaixo para que voc possa acessar no www.estrategiaconcursos.com.brcom preciso. Novos materiais estaro sua disposio semanalmente,todo domingo, com exceo da primeira aula, a de hoje.

    Aula 00 (09/09/2011): Compreenso e Interpretao de Textos/TipologiaTextual/Coeso e Coerncia/Reescrita de textos (tipos)

    Aula 01 (18/09/2011): Semntica (Sinonmia, Antonmia, Paronmia eHomonmia) e Estilstica (Metfora e Metonmia)

    Aula 02 (25/09/2011): Ortografia Oficial/Ortoepia e Prosdia/DivisoSilbica/Acentuao Grfica

    Aula 03 (02/10/2011): Emprego das Classes de Palavras I

    Aula 04 (09/10/2011): Emprego das Classes de Palavras II

    Aula 05 (11/10/2011): Sintaxe da Orao e do Perodo

    Dia 18/10/2011: Pontuao

    Dia 25/10/2011: Concordncia Verbal e Nominal

    Dia 02/11/2011: Regncia Verbal e Nominal/Crase

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    Dia 09/11/2011: Aferio quanto ao uso pelo candidato dos padresaceitos como corretos no registro culto do idioma

    4- Sumrio Detalhado + Aula1- O que um texto?...................................................................062- Tipos de texto (Tipologia textual)...........................................073- Coeso e coerncia do texto....................................................114- O que Compreender e Interpretar? A reescrita (p. 18).........175- Exemplo de anlise de um texto..............................................24

    Compreenso e Interpretao de Textos

    1- O que um texto?

    Segundo Plato e Fiorin, no amontoando os ingredientes que seprepara uma receita; assim tambm no superpondo frases que seconstri um texto.

    Esta assertiva desses consagrados professores marca como umaepgrafe este tpico 1, pois um texto nunca um emaranhado de frases.

    Um texto , quando no s uma frase, um conjunto de frases quedialogam entre si, estabelecendo determinadas relaes desentido. Em um texto, o todo o que importa, e no suas partes, poisfrases soltas podem gerar interpretaes equivocadas. Imagine o seguintedilogo:

    Que nota voc daria para este material?

    Dez...

    Se o dilogo parasse aqui, poderamos dizer que o Pestana ficariafeliz, certo? Afinal, o segundo falante atribui nota mxima a este material.No obstante, o texto do segundo falante ainda no est terminado(agora o dilogo completo):

    Que nota voc daria para este material?

    Dez... quilmetros por hora.

    E agora? O Pestana fica triste, ora (rs). Aqui podemos entender que

    meu material to ruim, to lento que d sono.

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    Em outras palavras, se tomssemos isoladamente o texto Dez...chegaramos a uma concluso diferente da que chegamos agora, pois aspartes de um texto, mesmo que curto, se completam. Por isso, o melhorleitor de um texto aquele que no se apega a frases soltasdentro de um texto, mas que observa o contexto (o entorno do

    texto). No h texto que possa ser bem lido e compreendido sem que seconsiderem tambm as questes extralingusticas, as quais cerceiam odiscurso do autor do texto, a saber: sua viso de mundo, seu contextohistrico e social.

    Um texto precisa ter textualidade, que o conjunto decaractersticas que constituem um texto. Em outras palavras, ele precisater incio, meio e fim. Precisa apresentar uma certa lgica para que atinjaseu objetivo. Elementos lingusticos precisam colaborar para que acomunicao seja estabelecida, afinal todo autor escreve com a inteno

    de ser lido e compreendido. Perceber que existem pargrafos separandoideias que se relacionam j um bom comeo para dominar a leitura deum texto.

    Eu mesmo, Pestana, quando leio um texto pretensioso, dividominha leitura pelos pargrafos e fao pequenos resumos do que consta dopargrafo. Recomendo o mesmo! Mais frente irei dar valiosas dicasbaseadas no que ensina o professor Evanildo Bechara a quem se presta aanalisar textos. Voc j vai chegar l!

    2- Tipos de texto (Tipologia textual)

    Para entendermos mais sobre o que um texto econsequentemente compreend-lo bem, precisamos ter contato comdiferentes tipos de texto, ou modos de organizao do discurso; da estetpico. A tipologia textual a forma como um texto se apresenta e seorganiza. Com tranquilidade, acompanhe os tipose os exemplos:

    Descrio tipo de texto em que se faz um retrato por escrito de um

    lugar, uma pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, umasensao, um objeto, um movimento, etc.

    Caractersticas:

    Os recursos formais mais encontrados so os de valor adjetivo(adjetivo, locuo adjetiva e orao adjetiva), por sua funocaracterizadora.

    H descrio objetiva e subjetiva, com o tempo esttico, parado.

    Normalmente usam-se verbos de ligao.

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    Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.

    Ex.: "Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoo entalado numcolarinho direito. O rosto aguado no queixo ia-se alargando at calva,vasta e polida, um pouco amolgado no alto; tingia os cabelos que de uma

    orelha outra lhe faziam colar por trs da nuca - e aquele preto lustrosodava, pelo contraste, mais brilho calva; mas no tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, cado aos cantos da boca. Era muito plido; nunca tiravaas lunetas escuras. Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandesmuito despegadas do crnio.

    Narrao/Relatomodalidade textual em que se conta um fato, fictcioou no, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certospersonagens; toda narrao tem um enredo ou intriga oencadeamento, a sucesso dos fatos, o conflito que se desenvolve,

    podendo ser linear ou no.

    Carcatersticas:

    O tempo verbal predominante o passado.

    Alguns textos de gnero narrativo: piada, fbula, parbola, epstola(carta com relatos), conto, novela, epopia, crnica (literatura comjornalismo), romance.

    Quem conta (narrador), o que ocorreu (o enredo), com quemocorreu (personagem), como ocorreu (conflito/clmax),

    quando/ondeocorreu (tempo/espao), por queocorreu (o enredo)so questes respondidas neste tipo de texto;

    Foco narrativo com narrador de 1 pessoa (participa da histria) oude 3 pessoa (no participa da histria).

    Normalmente aparece em texto em prosa.

    Existem tipos de discurso (direto, indireto e indireto livre) nanarrao*.

    Ex.: Numa noite chuvosa do ms de Agosto, Paulo e o irmocaminhavam pela rua mal-iluminada que conduzia sua residncia.Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam,atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de quese tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bbado quetentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.

    * Tipos de discurso (falarei melhor sobre isso frente; relaxe):

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    Discurso direto: fala do personagem marcada pelo travesso ou aspas, antecedida porverbo elocutivo e dois-pontos.

    Ex.: O alunoperguntou: Professor, o que intertextualidade?

    Discurso indireto: o narrador narra aquilo que foi falado pelo personagem.

    Ex.: O aluno perguntou ao professor o que era intertextualidade.

    Discurso indireto livre: fala do personagem sem marcas do discurso direto.

    Ex.: O aluno estava com uma intrigante pergunta na cabea. O que intertextualidade?O professor percebeu sua cara de dvida e interpelou-o.

    Dissertao (expositiva ou argumentativa (!!!)) a expositivatrabalha o assunto de maneira atemporal com o objetivo de explic-lo demaneira clara, sem inteno de convencer o leitor ou criar debate; a

    argumentativa muito frequente nas provas da FUJB/UFRJ umestilo de texto com posicionamentos pessoais e exposio de ideias,apresentada de forma lgica, com razovel grau de objetividade e totalcoerncia a fim de defender um ponto de vista e convencer o interlocutor;um simples artigo de opinioou uma apreciao crtica de cinema ou demsica, por exemplo, exigem a elaborao de um texto argumentativobem estruturado, segundo um esquema lgico.

    Caractersticas:

    Presena de estrutura bsica: apresentao da ideia principal(tese); argumentos (estratgias argumentativas comuns: causa-efeito, dados estatsticos, testemunho de autoridade, citaes,confronto, comparao, fato-exemplo, enumerao...); concluso(sntese dos pontos principais com sugesto/soluo).

    Principais gneros textuais: redao de concursos, artigos deopinio, cartas de leitor, discursos de defesa/acusao, resenhas,relatrios, textos comerciais (publicitrios)...

    Utiliza verbos na 1 (normalmente nas argumentaes informais) ena 3 pessoa do presente do indicativo (argumentaes formais)para indicar uma atemporalidade e um carter de verdade no queest sendo dito.

    Linguagem cuidada: com estruturas lexicais e sintticas claras,simples e adequadas ao registro culto.

    Normalmente uso de estruturas impessoais, de nominalizaes emodalidades de possibilidade, certeza ou probabilidade, em vez dejuzos de valor ou sentimentos exaltados.

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    Normalmente a argumentao construda a partir de doismtodos: o autor comea a desenvolver o assunto de uma maneiramais geral para depois passar a casos particulares ou vice-versa.

    Ex.: A maioria dos problemas existentes em um pas em

    desenvolvimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficienteadministrao poltica (tese), porque a fora governamental certamentese sobrepe a poderes paralelos, os quais por negligncia de nossosrepresentantes vm aterrorizando as grandes metrpoles (tpicofrasal). Isso ficou claro no confronto entre a fora militar do RJ e ostraficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo dospolticos uma mudana radical visando o bem-estar da populao, isso plenamente possvel (estratgia argumentativa: fato-exemplo). importante salientar, portanto, que no devemos ficar de mos atadas espera de uma atitude do governo s quando o caos se estabelece; o

    povo tem de colaborar com uma cobrana efetiva (concluso).

    Obs.: O tipo de texto preferido pela FUJB a dissertao argumentativa!!!

    Injuno - indica como realizar uma ao, aconselha, impe, instrui ointerlocutor; chamado tambm de Instrucional, utilizado para predizeracontecimentos e comportamentos, nas leis jurdicas.

    Caractersticas:

    Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com verbos decomando, no imperativo; h tambm o uso do futuro do presente(10 mandamentos e leis diversas).

    Este tipo de texto encontrado em horscopos, receitas de bolo,discursos de autoridades, manual de instrues, livros de auto-ajuda, leis, etc.

    Marcas de interocuo: vocativo, verbos e pronomes de 2 pessoaou 1 pessoa do plural, perguntas reflexivas, etc.

    Ex.: Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5 do CdigoEleitoral) No podem alistar-se eleitores: os que no saibam exprimir-se na lngua nacional, e os que estejam privados, temporria oudefinitivamente dos direitos polticos. Os militares so alistveis, desdeque oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ousuboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superiorpara formao de oficiais. / Seo IV - Da Contingncia na Votao -Art. 58.Na hiptese de falha na urna, em qualquer momento da votao,o presidente da mesa receptora de votos, vista dos fiscais presentes,dever desligar e religar a urna, digitando o cdigo de reincio da votao.

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    Maravilha? Fique despreocupado com a quantidade de informaes,pois h muitas questes comentadas mais frente da banca FUJB/UFRJou das que constam do site do MP-RJ, para te ajudar a internalizar asinformaes expostas acima.

    3- Coeso e Coerncia do texto

    Bem, at aqui entendemos o que um texto, conhecemos os tiposde texto e suas caractersticas. Agora, precisamos ir mais a fundo. Explicoo porqu. Para que entendamos bem um texto, existe a prementenecessidade de percebermos que, se ele um conjunto de frases que serelacionam, mantendo um sentido harmonioso, isso se deve ao fato deque h nele a famosa coeso to massificada nas provas de concursosvariados, e no menos diferente nas da FUJB/UFRJ.

    A coeso textual um conceito que trata da ligao entre aspartes do texto atravs de elementos da lngua que normalmentese relacionam a outros dentro do texto ou que relacionam oraesdentro do texto. Sem ela no possvel entender plenamente um texto.Percebeu a importncia da coisa?! isso, meu/minha nobre. Querentender isso melhor? Venha comigo (vamos ver alguns elementos decoeso na prtica analisando o pargrafo anterior):

    Bem, at aquientendemos o que um texto, conhecemos os tipos de

    texto e suascaractersticas.Agora, precisamos ir mais a fundo. Explico oporqu. Para que (ns) entendamos bem um texto, existe a prementenecessidade de percebermos que, seele um conjunto de frases queserelacionam, mantendo um sentido harmonioso, isso se deve ao fato deque h nelea famosa coeso to massificada nas provas de concursosvariados, e no menos diferente nasda FUJB/UFRJ.

    Comentrios:

    At aqui: indica que houve um texto anterior ligado a este.

    Suas: liga-se palavra texto. Agora: indica que o texto ir continuar. Para que: indica uma relao de finalidade. (Ns): h uma elipse do pronome (omisso do ns); percebemos

    isso pela terminao da forma verbal entendamos. Que: este elemento conecta o verbo percebermos (quem percebe,

    percebe alguma coisa) ao seu complemento posterior. Que: substitui a palavra anterior frases Isso: retoma toda a ideia anterior (se ele ... sentido harmonioso). (N)ele: retoma a palavra texto

    (N)as: retoma provas

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    Eu acho que voc est comeando a se dar conta de que um texto muito mais do que uma poro de frases. Certo?

    Muitos me perguntam: Pestana, qual adiferena entre coeso ecoerncia? A resposta muito simples, e o melhor a responder isto o

    mestre Bechara: Coerncia textual a relao que se estabelece entreas diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido. Est ligadaao entendimento, possibilidade de interpretao daquilo que se ouve oul. Agora minha humilde contribuio: enquanto a coeso est paraos elementos conectores de ideias no texto, a coerncia est paraa harmonia interna do texto, o sentido. Muitos professoresinfelizmente ensinam ainda que no h coerncia sem coeso. Noobstante, s para citar um exemplo, no haveria coerncia, apesar dehaver coeso se dissssemos:

    Os jornalistas se comprometem a divulgar artigos polticos de maneirapolida e imparcial, no entantoelescomumente afligem a opinio daquelesque se empenham em ter um cerne ou um ponto de vista menosfundamentalista.

    Depois de realados os elementos coesivos, do que o texto falamesmo? O no entanto estabelece uma relao de oposio com o qu?Com o fato de os artigos ou os jornalistas afligirem a opinio de quem?Dos leitores, dos jornalistas ou dos artigos polticos?

    Percebe que h uma confuso, que gera uma incompreenso dotexto? Logo, podemos dizer que no houve coerncia, assim como nossanamorada (ou namorado) nos diz: Voc muito incoerente. Fala queodeia trabalhar, mas vive fazendo hora extra. Acho que eu j ouvi isso(rs). A incoerncia est ligada ausncia de sentido no texto, e ocontrrio verdadeiro.

    Cabe ressaltar tambm o seguinte: pode haver coerncia semcoeso. Quer ver? Veja um exemplo de bilhete na geladeira:

    Sa. Praia. Futebol. Volto noite. Morto. No espere nada de mim. Bj!

    Sabemos que ela vai falar muito no ouvido dele, no? No briguemcomigo, alunas, vocs no tm culpa (rs). Bem depois do comentriomachista quero que voc perceba que no houve nenhum elementoconectando as frases; realmente no houve coeso, mas houve totalcoerncia, pois as frases mantm relaes de sentido bem tpicas de umhomem cara de pau (do ponto de vista da mulher). A incoeso, ausnciade elementos coesivos, no prejudicou o sentido do texto, ou seja, acoerncia.

    Fao questo de desenvolver o assunto coeso lexical, pois quasecerto que haver uma questo disso na prova do concurso MP-RJ.

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    Acompanhem os tipos de coeso, segundo o potente professor da UFRJAgostinho Dias Carneiro, em seu livro Redao em construo, e segundoo grande Evanildo Bechara, em sua Gramtica Moderna:

    Coeso Referencial

    ocorre quando se usam pronomes (pessoais, possessivos,indefinidos, interrogativos, demonstrativos e relativos), numerais,advrbios, verbos vicrios (fazer e ser substituem outros verbos),substantivos (ou expresses substantivas), elipse (omisso de umtermo; no exemplo, coloco um !) e abreviaes, para substituirelementos dentro do texto; alguns estudiosos dizem que o uso desubstantivos ou expresses substantivas constituem a coesolexical (fique atento a este detalhe);

    o objetivo deste tipo de coeso evitar a repetio, portanto se umelemento faz referncia a outro anterior, dizemos que ele tem valor

    anafrico; se um elemento faz referncia a um posterior, dizemosque ele tem valor catafrico.

    Ex.: Joo estudioso, por isso eleconsegue boas notas.Ele um cara muito esforado, por isso todos adoram oJoo.O estudo algo primordial, e eu olevo muito a srio.A alunaquer muito a vaga. Suadeterminao invejvel.

    Joo e Pedropassaram, mas nenhumvai ficar.

    Ela e elese classificaram, mas quemficou realmente feliz?S istome interessa: a aprovao.Oprofessorqueme ajudou a passar foi o Pestana.Jooe Pedro passaram, mas s oprimeirose classificou.Maria sempre agiu assim: vigorosa e inteligentemente.Nos EUAh muito preconceito. Nunca moraria l.O professor titular explicoubem, o substituto fezo mesmo.Ficamossatisfeitos aqui, mas no foicomo espervamos.Celso Cunha excelente. O gramticofoi timo linguista.Pelfoi grande! O melhor jogador do mundomerece a glria.

    O Estratgiapreza a excelncia e !conta com timos mestres.Fernando Henrique Cardosoprivatizou tudo; FHCvacilou.

    Coeso Recorrencial

    ocorre quando se usa a repetio (reiterao) de vocbulos, oparalelismo sinttico(repetio de estrutura sinttica semelhante) ea parfrase (repetio de contedo semntico semelhante,introduzido por ou seja, isto , quer dizer...)

    Ex.: Ns precisamos estudarmais. EstudarPortugus primordial.Bom mesmo passar no MP-RJ, ganhar bem e ser feliz.

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    Ela no compareceu prova, ou seja, perdeu a chance.

    Coeso Sequencial

    ocorre quando se usam conjunes, locues conjuntivas,

    preposies, locues prepositivas ou simplesmente chamados deoperadores argumentativos/discursivos que normalmenteconectam oraes dentro do texto, dando sequncia leitura,estabelecendo determinadas relaes de sentido e concatenando asideias dentro dele; segue uma lista abaixo:

    Operadores argumentativos/discursivos

    Com ideia de soma, acrscimo, adio: e, nem (=e no), nos/apenas/somente... mas/como/seno (tambm, ainda)..., tanto...

    quanto/como, alm de, alm disso, tambm, ainda...

    Ex.: A alegria prolonga a vida e d sade.No relaxe nem esmorea.O amor no s faz bem, como alimenta.

    Obs.: O e pode ter os seguintes valores semnticos tambm:adversidade ou consequncia.Ex.: A chuva foi intensa ea cidade ficou inundada.

    Ns acordamos cedo, echegamos atrasados.

    Com ideia de oposio, contraste, adversidade, compensao,concesso: mas, porm, todavia, contudo, entretanto, no entanto,no obstante, s que.../ mais conhecidas como concessivas: aindaque, mesmo (que), apesar de, em detrimento de, a despeito de,conquanto, se bem que, por mais/menos/melhor/pior/maior/menorque, sem que, quando, agora, ao contrrio...

    Ex.: Trabalho muito, mas ganho pouco.Embora fume, no traga.

    Eles vieram de carro, quando/agora c entre ns poderiam ter vindo a p.

    Obs.: A expresso coesiva sem que pode indicar uma relao deconcesso (oposio), condio ou modo:

    Ex.: Saiu sem que se despedisse. (modo)Sem que estudasse, passou. (concesso)Sem que estude, no passar. (condio)

    Com ideia de alternncia, excluso, incluso (raro): ou, ou...ou,ora...ora, quer...quer, j...j, umas vezes...outras vezes,talvez...talvez, seja...seja...

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    Ex.: Flamengo ou Vasco ganhar o Brasileiro.OFlamengo ou o Vasco tm chances de vencer este ano.Quer consiga uma vaga este ano, quer no, nunca desistirei.

    Com ideia de concluso, consequncia: logo, portanto, por isso, por

    conseguinte, ento, assim, em vista disso, sendo assim, pois(depois do verbo), de modo/forma/maneira/sorte que...

    Ex.: Voc ajudou; ter, pois, nossa gratido.O carro quebrou, assim no pudemos chegar.No gostava de estudar de modo que o fazia fora.

    Obs.: Se antes do que vierem as palavrasto/tanto/tamanho/tal, ele iniciar uma ideia de consequncia:

    Faziam um barulho to grande que no havia possibilidade deconversa.

    Com ideia de explicao, motivo, razo, causa: porque, que,porquanto, seno, pois (antes do verbo), visto que/como, uma vezque, j que, dado que, posto que, em virtude de, devido a, pormotivo/causa/razo de, graas a, em decorrncia de, como...

    Ex.: No chore, porque (pois) ser pior. (explicao)Comecei a estudar visto que aspiro a um cargo pblico.

    Em virtude de uma crise financeira, as fbricas faliram.

    Com ideia de comparao, analogia: (do) que (aps mais, menos,maior, menor, melhor, pior), qual/ como (aps tal), como/ quanto(aps tanto, to), como (= igual a), assim como, como se, feito...

    Ex.: Viva o dia como se fosse o ltimo.O filho nasceu tal qual o pai.Ele age feito um louco s vezes.

    Com ideia de condio, hiptese: se, caso, contanto que, exceto se,desde que (verbo no subjuntivo), a menos que, a no ser que,exceto se...

    Ex.: Exceto se eu tiver o documento, poderei te ajudar.Ele ajuda desde que faamos a nossa parte.Se eu pudesse voltar atrs, faria tudo diferente.

    Com ideia de acordo, conformidade: conforme, consoante, segundo,como (= conforme), que...

    Ex.: Consoante eu saiba, ela casada.Essa notcia, conforme j anunciamos, falsa.

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    Cada um colhe como semeia.

    Com ideia de tempo: quando, logo que, depois que, antes que,sempre que, desde que, at que, assim que, enquanto, mal,apenas...

    Ex.: Enquanto h vida, h esperana.Mal abri a boca, mandou fech-la.At que eu consiga a minha vaga, no desistirei.

    Com ideia de objetivo, finalidade, propsito, inteno: para, paraque, a fim de que, porque (=para que), com oobjetivo/intuito/escopo/fito de (que)...

    Ex.: Viaje janela com o fito de que aprecie a paisagem.

    Estou estudando para que eu melhore nossa vida.Orai porque no entreis em tentao.

    Com ideia de proporcionalidade, simultaneidade, concomitncia defatos: proporo que, medida que, ao passo que, quanto mais/menos/menor/maior/melhor/pior...

    Ex.: Quanto mais conheo os homens, mais estimo os cachorros.As plantas crescem medida que as regamos.Fico mais inteligente ao passo que estudo.

    Com ideia de prioridade, relevncia, ordem: primeiramente,precipuamente, em primeiro lugar, primeiro, antes de mais nada,acima de tudo, sobretudo, por ltimo...

    Ex.: Antes de mais nada, quero apresentar dois argumentos:...Redizer dizer, sobretudo quando o assunto Amaznia.Primeiramente, preciso destacar a viso deles.

    Com ideia de resumo, recapitulao: em suma, em sntese, enfim,

    dessa maneira, em resumo, recapitulando...Ex.: O Brasil, infelizmente, cercado de corruptos, pessoasincapazes de exercer a administrao de um pas como o nosso, toequipado de qualidades naturais, as quais, se bem usadas,alavancariam nossa economia, tornando-nos grande potnciamundial. Enfim, precisamos de novas pessoas no poder, e ticas,sobretudo.

    Com ideia de esclarecimento, exemplificao ou retificao: ou seja,isto , vale dizer ainda, a saber, melhor dizendo, quer dizer, oumelhor, ou antes, na realidade, alis, por exemplo...

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    Ex.: A pena para quem casa de priso perptua. Pois o juiz, oumelhor, o padre sempre finaliza a sentena dizendo: at que amorte os separe.

    Com ideia de contraposio: de um lado... de/por outro lado...

    Ex.:De um lado, esse carnaval; do outro, a fome total.

    Com ideia de incluso: inclusive, ainda, mesmo, at, tambm...

    Ex.: At eles poderiam me trair, mas voc?!

    Voc deve estar pensando assim: Poxa, Pestana, eu preciso sabertudo isso? A resposta seca e de amigo (nem sempre amigo amigomesmo fala aquilo que bom escutar, certo?): SIM! Mos obra!

    E aqui acaba minha misso com a coeso (rimou) e coerncia. Estearsenal de informaes, que, a princpio, tangencia a estratgia de umaboa leitura e compreenso de um texto, vai ser muito til. No perca oprximo tpico!

    Ah! E antes que pense que sou mal com voc, continue sua leitura,feliz, e depois me diga se no valeu a pena ter lido tudo isso. As questesque eu vou colocar um pouco mais abaixo vo corroborar meu discurso.Aludindo ao Didi: Aguarde e confie!

    4- O que compreender e o que interpretar?

    J reparou que a banca pe no contedo programticoCompreenso e Interpretao de Texto? A, meus alunos vm a mim elanam um direto no queixo: Pestana, qual a diferena entrecompreenso e interpretao? Minha resposta basicamente esta: Meucamarada (ou minha queridinha (sem ironia)), compreender ter ahabilidade de perceber o significado de algo, analisar o que realmente

    est escrito; aplicando leitura de um texto, significa resumirobjetivamente pedao por pedao dele, coletando dados claros para suasntese. J interpretarsignifica dar sentido a, deduzir de maneira lgica,inferir, chegar a uma concluso do que se l nas entrelinhas do texto. AFUJB/UFRJ no vai exigir de voc a diferena, ento relaxe.

    Basicamente, chega-se compreenso de um texto analisando-o demaneira objetiva, sempre parafraseando-o para facilitar a leitura. Se vocno sabe o que parafrasear, digo: dizer o mesmo com outraspalavras:

    Ex.: Se Deus no existisse, seria preciso invent-lo (Voltaire)

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    Caso no houvesse Criador, teramos a necessidade de projet-lo.(parfrase do Pestana)

    Percebeu? assim que voc ir proceder se quiser compreender umtexto! Cada professor tem um mtodo de ensino para que o aluno consiga

    ter uma boa leitura e, por conseguinte, acerte questes, vulgarmente,chamadas de interpretao de texto. Eu tambm tenho a minha maneirade compreender/interpretar. Daqui a pouco eu falo do meu mtodo.

    Fao questo de abrir um adendo agora. Tenho grande predileopela parfrase ou, na sua prova, a reescrita de textos, pois atravs delaexercitamos nossa capacidade intelectiva (compreenso). Por issomesmo, falarei sobre A Reescrita de Textos (tpico importantssimopara a prova que voc ir fazer; atrevo-me a dizer que haver umaquesto deste assunto na sua prova):

    Na reescrita de textos devemos levar em conta o seguinte: existemdiferentes maneiras de dizer a mesma coisa, portanto temos de nos aterno a todas as maneiras, mas to somente s que o concurso que irfazer exige!

    Observe abaixo os tipos de reescritano concurso MP-RJ:

    Sntese

    a capacidade de dizer com poucas palavras, de produzir um texto demaneira concisa, sem o uso de estruturas muito longas e descritivas. Averborragia, ou seja, o uso de muitas palavras para expressar poucasideias se ope radicalmente sntese. Enquanto a sntese busca apreciso, a brevidade e a objetividade, a prolixidade (dizer com muitaspalavras o que poderia ser dito brevemente) torna o texto enfadonho. bvio que temos de usar o bom senso em algumas situaes, pois sealgum pede para discursarmos em um casamento, no diremosapenas: Obrigado por tudo!. Ser muito sinttico s vezes no cabe.

    Bem, a sntese se d, na prtica, atravs da retirada de elementos deimportncia secundria, chamados de elementos determinantes,caracterizadores ou especificadores, como (normalmente) artigos,pronomes, numerais, adjetivos, locues adjetivas, oraes adjetivas,advrbios, locues adverbiais, etc. Fica-se com os elementosessenciais que do sentido ao texto.

    Chega de papo, que eu j no estou sendo sinttico (rs):

    Ex.:A Via Lctea sempre foi motivo de interpretaes particulares. Eraimaginada como o caminho para casa de Zeus/Jpiter. Os povos nrdicos,por sua vez, acreditavam que a Via Lctea era o caminho seguido pelas

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    almas para o cu. J os ndios primitivos criam que a Via Lctea era ocaminho que os espritos percorriam at as suas aldeias, no Sol.

    Sntese (mais de 30 palavras foram retiradas): Vrios povos, ao longodas eras, apresentam suas crenas singulares a respeito da Via Lctea.

    Ampliaes

    A ampliao o avesso da sntese. Veja o exemplo de modo queautomaticamente perceber o avesso (exemplo adaptado de DadSquarisi no Correio Braziliense, 2 de fevereiro de 2003):

    Ex.: Acar no refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem osabor agradvel do mel, porm no muda de forma quando pressionado.

    Primeira ampliao: O acar, quando ainda no submetido refinaoe, apresentando-se em blocos slidos de pequenas dimenses e formatronco-piramidal, tem sabor deleitvel da secreo alimentar das abelhas;todavia no muda suas propores quando sujeito compresso.

    Segunda ampliao: A sacarose, extrada da cana-de-acar, queainda no tenha passado pelo processo de purificao e refino,apresentando-se sob a forma de pequenos slidos tronco-piramidais debase retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a

    sensao provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas emum peculiar lquido espesso e nutritivo. Entretanto, no altera suasdimenses lineares ou suas propores quando submetida a uma tensoaxial em consequncia da aplicao de compresses equivalentes eopostas.

    Uso de Conectivos

    Abordei exaustivamente o assunto nas pginas 13-16. Confira! Dequalquer maneira, segue uma forma de reescrita:

    Ex.:Percebendo que os outros abusavam do Dito, no deixava maisque o irmo ficasse isolado.

    Uso de conectivo: Percebeu que os outros abusavam do Dito,por issono deixava mais que o irmo ficasse isolado.

    Discurso direto e indireto

    Na narrao, o narrador expe a fala da personagem de duasmaneiras: dando voz prpria personagem ou reproduzindo com suavoz a fala da personagem. Na dissertao tambm encontramos estes

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    discursos quando o locutor do texto, normalmente, parafraseia acitao de algum.

    No Discurso Direto (DD) h a presena de alguns elementos bsicos(normalmente todos aparecem): verbo elocutivo (antecipando a fala

    da personagem), dois-pontos, aspas ou travesso marcando a prpriafala.

    No Discurso Indireto (DI) o narrador usa uma estrutura de oraosubordinada substantiva, iniciada pela conjuno que.

    Ex.: O professor pediuaos alunos:Fiquem quietos. (DD)O professor pediu-lhes que ficassem quietos. (DI)

    Obs.: Existem regras para a passagem do discurso direto para o

    indireto (os vocbulos do discurso direto tm de ficar depois do que):

    DIRETO - Enunciado em primeira pessoa: Disse o detento: "Eu no confio mais naJustia"

    INDIRETO - Enunciado em terceira pessoa: O detento disse [que ele no confiava maisna Justia]

    DIRETO - Verbo no presente do indicativo: "Eu no confio mais na Justia"

    INDIRETO - Verbo no pretrito imperfeito do indicativo: Ele disse [que no confiava maisna Justia]

    DIRETO - Verbo no pretrito perfeito: "Eu no roubei nada"

    INDIRETO - Verbo no pretrito mais-que-perfeito composto do indicativo ou no pretritomais-que-perfeito: Ele disse [que no tinha/havia roubado (ou roubara) nada]

    DIRETO - Verbo no futuro do presente: "Faremos justia de qualquer maneira"

    INDIRETO - Verbo no futuro do pretrito: Declararam [que fariam justia de qualquermaneira]

    DIRETO - Verbo no imperativo, presente ou futuro do subjuntivo: "Saia da delegacia",ordenou o delegado ao promotor

    INDIRETO - Verbo no pretrito imperfeito do subjuntivo: O delegado ordenou aopromotor [que sasse da delegacia]

    DIRETO - Pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos de 1 pessoa; por exemplo,este, esta, isto, esse, essa, isso: "A esta hora no responderei nada", disse ele.

    INDIRETO - Pronomes de 3 pessoa; por exemplo, aquele, aquela, aquilo: Ele disse [quequela hora no responderia nada imprensa]

    DIRETO - Advrbio aqui e c: "Daqui eu no saio to cedo", disse ele

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    INDIRETO - Advrbio ali e l: Ele disse [que dali no sairia to cedo]

    Pronto. A esto os tipos de reescrita que podem aparecer na prova.A reescrita fundamental para treinarmos a compreenso. Faabastantes questes sobre este assunto. Apresentarei algumas mais

    frente. Enquanto isso, tecerei mais alguns comentrios sobreinterpretao.

    A interpretao est muito ligada ao subentendido, ou seja, ao queest nas entrelinhas (no vamos entrar aqui no mrito de pressupostoesubentendido(conceitos diferentes que dizem respeito semntica, masque no so exigidos do candidato tal sapincia)). Estamos aqui parapassar na prova do MP-RJ, no um curso da Faculdade de Letras emPDF, certo? Ento, vem comigo!

    Eu estava falando que a interpretao trabalha com o que se podededuzir de um texto. Veja estas duas piadas elas so timas para quevoc entenda interpretao, afinal voc s ri de uma se conseguirinterpret-la, ver o subentendido. Tente deduzir as ideias contidas nelas(depois confira meus comentrios):

    Como que chama um bandido armado at os dentes?Eu o chamaria de senhor.

    ...........

    O que o senhor fazia no emprego anterior?Era funcionrio pblico.Ok... o senhor pode contar at dez?Claro. Um, dois, trs, quatro, cinco, seis... valete, dama, rei...

    KKKKKKKKKKK!!! Se voc no riu, ignore minha gargalhada.

    Comentrios:

    Para que haja o riso na primeira piada, preciso que ainterpretao acontea da seguinte maneira: o perguntador esperavaoutra resposta, como meliante, perigoso, delinquente, marginal,etc., mas inusitadamente o interlocutor quebra a sua expectativa e diz:Eu o chamaria de senhor, ou seja, o tratamento dado a um bandidofortemente armado deve ser polido, corts para que o assaltado no sofranenhuma represlia.

    J o humor da segunda piada est centrado em um conhecimentode mundo, mais propriamente a uma opinio preconceituosa sobrefuncionrios pblicos, a saber: o trabalho deles um lazer; percebemosisso atravs das palavras que remetem ao jogo de baralho.

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    Em suma, a interpretao depende do subentendido, doconhecimento de mundo.

    A compreenso depende do que est claramente percebido na

    leitura de um texto. Quando algum pergunta se entendemos este ouaquele texto, s dizemos sim caso tenha ficado percebida a ideia principale as principais caractersticas do texto lido. Podemos no saber tudo dele,mas conseguimos sintetiz-lo. Veja o texto abaixo:

    Portanto, o ideal pensarmos o corpo como objeto da educao,ou seja, reconhecer que o conhecimento emerge do corpo a partir dasexperincias vividas. Experincias, essas, que esto relacionadas tantocom a autonomia do corpo quanto com a sua dependncia ao meio, acultura e a sociedade em que vive. Nesse contexto, consideramos que, na

    prpria ao, j h cognio, uma vez que a aprendizagem emerge docorpo a partir das suas relaes com o entorno (...)A gestualidade ou os cuidados com o corpo podem e devem ser

    tematizados nas diferentes prticas educativas, inseridos nas gradescurriculares e viabilizados por diferentes disciplinas. O desafio est paraos educadores e, principalmente, para os educadores fsicos, emdesmitificar o culto ao corpo perfeito, dando subsdios para se pensarnum corpo que contenha significaes que singularizam o sujeito, quepermitam a intercomunicao com a singularidade do outro indivduo,sendo considerada base para a construo do conhecimento.

    (Fragmento conclusivo do artigo Corpo objeto: um olhar das cincias sociais sobre o corpo nacontemporaneidade, de Jos Florentino e Ftima Rejane Ayres Florentino, na internet, em

    http://www.efdeportes.com/efd113/o-corpo-na-contemporaneidade.htm)

    Podemos entender do texto que, para os autores, o corpo deve serpensado em suas singularidades e em sua capacidade de interao, poiseles pensam em um corpo que contenha significaes que singularizam osujeito, mas que permitam a intercomunicao com a singularidade dooutro indivduo. Rejeitam o culto ao corpo e admitem que dele tratemdiferentes disciplinas (no apenas Educao Fsica).

    O bom desse papo todo de interpretao e compreenso que naprova, a banca est realmente preocupada em nivelar os que tm umaboa capacidade intelectiva, por isso fao questo de revelar meu mtodode boa leitura de um texto, de modo que voc, amigo, se sintaconfortvel para fazer uma questo de interpretao.

    Meu mtodo este (devo muito ao Bechara):

    Leia o texto despretensiosamente uma primeira vez, como sequisesse apenas se inteirar do assunto; uma segunda vez, para

    confirmar sua primeira percepo sobre como ele foi articulado:narrao, descrio, dissertao...

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    Na segunda vez, sem muita pressa, resuma cada pargrafo,buscando sempre a ideia mais importante dele.

    No deixe de sublinhar o tpico frasal (a frase mais importante) decada pargrafo.

    Como normalmente os textos das provas da FUJB/UFRJ sodissertativo-argumentativos, observe as estratgias deargumentao do texto: causa-efeito, dados estatsticos,testemunho de autoridade, citaes, confronto, comparao, fato-exemplo, enumerao...

    Mais do que isso, observe entre cada par de pargrafos se h entreeles alguma relao de esclarecimento, resumo, explicao,

    exemplificao, descrio, enumerao, oposio, concluso...(estude os elementos coesivos sequenciais para este fim)

    Importante: se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, vdireto ao(s) pargrafo(s) de introduo ou concluso do texto;sempre h uma reiterao do contedo principal do texto.

    Nunca se esquea de observar atentamente os vocbulos queestabelecem coeso referencial e sequencial.

    O texto um todo, portanto no se fixe nas partes dele, notesempre o contexto, o entorno.

    No queira adivinhar o que o autor quis dizer, mas apegue-se tosomente ao texto, nunca extrapole.

    E o 10 mandamento: MARQUE A QUESTO CERTA!

    Meu caro aluno, como voc j percebeu, no consigo ensinar semdescontrair, afinal de contas, a descontrao a grande arma do negcio.

    Fazer uma prova despretensiosamente a melhor arma do candidato. Eufalei despretensioso, no desconcentrado! Desconcentrado nunca! Adespretenso tira de voc aquele peso nas costas de fazer uma provadifcil. Meu amigo, seja feliz!

    O prximo tpico, antes de irmos para as questes comentadas,trata da anlise de um texto; vale muito a pena ser lido, ainda mais quefui eu o autor (rs)!

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    5- Exemplo de anlise de um texto

    Um semiparadoxo chamado reality show

    Como se no bastasse a teatralizao manipuladora das

    novelas brasileiras exibidas de segunda a sbado! , a populaobrasileira passou a conviver, a partir do incio de 2002, com uma novaforma de nocivo controle mental quevai ao ar de segunda a segunda durante alguns meses com um curto intervalo entre um programa eoutro: o Big Brother Brasil, um reality show globalizado. Por outro lado,o despertar do fascnio criado pela mdia e sustentado por pessoasinfluentes, de discurso garboso, na sociedade, de modo que nosacabamos sabotando. EA Fazendavem correndo por fora.

    Desde ento, as ruas ficam muito desertas nas noites de quinta-

    feira, emais abandonadas aindanas imperdveis e emocionantes teras-feiras. No podemos perder quem vai ser o lder ou quem vai aoparedo, certo? Alm de tal aprisionamento em frente TV, osespectadores ainda acreditam quepodem participar deste programa, jque uma bab recebeu meio milho de reais e, no ano seguinte, umhomossexual levou para casa o dobro da quantia. Agora voc podeganhar R$1.500.000,00! Mais do queestegrande mote, h um fascniopelo show. O que torna o programa um sucesso se deve ao fato de queh uma necessidade inerente do homem do voyeurismo, diz o sexlogoCarlos Motta Noblat.

    No satisfeito, desde o primeiro ano, o centro de pesquisas VOXGENERALIS vem apresentando precisos nmeros que corroboram ogarantido sucesso no nosso intelectualmente atrasado pas: assustadores65% da populao assistem assiduamente aos famosos paredes. Dpara acreditar como a cultura da futilidade to popular? Assim comoChacrinha era um estouro na audincia, nos anos 80, o novo Chacrinharessurge com nova roupagem atraindo os olhares alheios para mulheresseminuas qui nuinhas da silva! Ainda nos resta alguma dvida deque tal reality showvai perpetuar-se ao longo de bons anos pela frente?

    Pasmem: h um contrato deste cncer at 2014.Por outro lado, quem no gosta de dar uma espiadinha, como diz

    Bial? Se o prprio J Soares postou no twitter: BBB = desliga a TV, porqueelesentiu aquele comicho do homem em investigar a vida alheia.O que se deduz que o homem se v no lugar do outroe tem a sensaode que est sendo representado por um brotherda casa. Dessa forma, aindstria do espetculo vem recrutando os ingnuos telespectadores, quese submetem s mais patticas situaes para gravarem seus DVDs econcorrerem a uma vaga no programa. Inclusive ns j nos devemos terperguntado: E se eu...?

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    De qualquer modo, fico com o que diz meu bom senso: o programa nocivo, poisdesperta no homem muita baixaria e vilania. E no falsomoralismo, mas porque simplesmente pattico ver que, com a oscilaoda audincia, o diretor tenta de tudo: paredo qudruplo com direito aduas eliminaes de uma s vez; construo de uma casa de vidro num

    famoso shopping carioca para dar a chance de um dos cinco primeiroseliminados retornarem ao programa; a interveno de Pedro Bial(coitado!) apelando para os participantes curtirem a vida dentro dacasa,etc. O BBB 11 entrou para a histria como um dos programas maisabjetos e desprezveis da televiso brasileira. Espere para ver o BBB 12.

    Fernando J. V. Pestana

    E a?! 1) Leu o texto despretensiosamente (este o primeiromandamento)? 2) Percebeu que este texto dissertativo-argumentativo

    (ainda o primeiro mandamento)? 3) Resumiu cada pargrafo (segundomandamento)? 4) Sublinhou os tpicos frasais de cada pargrafo (terceiromandamento)? 5) Observou as estratgias argumentativas nospargrafos de desenvolvimento (quarto mandamento)? 6) Percebeu asrelaes entre os pargrafos (quinto mandamento)? 7) Consultou ospargrafos de introduo e de concluso para ver se as ideias principaisso reiteradas (sexto mandamento)? 8) Observou os vocbulos queestabelecem coeso no texto (stimo mandamento (ver abaixo))?9) Leuo texto como um todo sem extrapolar as ideias dele (ltimosmandamentos)?

    Se voc fez tudo isso, meu caro, qualquer questo de prova sua!Corra para o abrao! Antes, porm, veja se meus comentrios, querespondem as perguntas, se conformam sua tarefa de anlise textual base do meu mtodo:

    1 e 2) O texto dissertativo-argumentativo, pois discorre sobre umassunto de forma metdica e abrangente, expondo um ponto de vista,uma tese defendida com argumentos.

    3) No 1, fica clara a tese do autor, em que ele v negativamente oreality show, mas contrape sua viso com o tom atrativo do programa.

    No 2 , fala-se de algumas caractersticas do programa e de como opblico o interpreta segundo uma autoridade. No 3 , estratgiasargumentativas de dados estatsticos e comparao corroboram o sucessodo programa. No 4 , h a sugesto, contrapondo a viso geral negativado autor de que sentimo-nos de certa forma atrados pelo espetculo. No5 , a concluso sintetiza a viso central negativa sobre a atraotelevisiva.

    4) No 1, o primeiro perodo a frase mais importante. No 2 , openltimo perodo. No 3 , o penltimo perodo. No 4 , o primeiro ou o

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    terceiro perodo concorrem. 5 , o primeiro e o ltimo perodoconcorrem.

    5) No 2 , as estratgias argumentativas usadas para ratificar a tese doautor so: causa-efeito e argumento de autoridade/citao de autoridade.

    No 3 , dados estatsticos, comparao e pergunta retrica. No 4 ,exemplificao. No 5 , enumerao.

    6) Entre o 1 e o 2 , h uma relao temporal relacionada atraotelevisiva. Entre o 2 e o 3 , h a continuao de apresentao deestratgias de argumentao. Entre o 3 e o 4 , h umacontraposio (falseada, pois o autor quer espezinhar o programa). Entreo 4 e o 5 , h uma retomada para a real viso do autor sobre oassunto.

    7) As ideias so reiteradas, pois o 1, fica clara a tese do autor, em queele v negativamente o reality show; no 5 , a concluso sintetiza aviso central negativa sobre a atrao televisiva.

    8) Destaquei todos os elementos coesivos mais relevantes no prpriotexto. Percebeu? Tente perceber a relao que eles tm no texto,consultando o tpico de coeso. Quero que voc perceba que ocorreucoeso recorrencial especialmente no ltimo pargrafo, em forma deparalelismo. Confira em Coeso Recorrencial no tpico 3!

    Candidato, chegada a hora. Depois de tudo isso por quepassamos, queria dizer a voc que logo abaixo esto as questes,comentadas, sobre o assunto de hoje. Fique ligado nos enunciados emque se diz infere-se, podemos inferir, depreende-se, podemosdepreender (isso quer dizer deduzir, concluir, compreender).

    Observe-as com calma e sem muita pretenso, pois a FUJB/UFRJno nos deve assustar, pois estamos preparados para ela! Venha o quevier!

    5- Questes Comentadas com Gabarito

    Meu/minha nobre, estamos chegando reta final desta aula. Esperoque voc tenha aproveitado bastante a teoria e a internalizado bastante,pois agora o momento de voc testar seus conhecimentos adquiridosacima. Caso tenha alguma dvida, recorra ao contedo acima semtitubear. No se preocupe, estou aqui para ajudar. Portanto, fareicomentrios sobre os gabaritos da melhor maneira. Darei relevo, nesteprimeiro momento, s provas (nvel mdio e superior) do ltimo concurso

    disponvel no site do MP-RJ. Depois trabalharei questes da bancaFUJB/UFRJ.

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    Bem no estilo carioqus: Vambora, maluco!

    MP-RJ TCNICO ADMINISTRATIVO 2007

    http://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2007/Provas_e_Gabaritos/Cargo_Tecnico_Administrativo_TA/Caderno%20de%20Prova

    Pronto para outra?Ricardo Freire

    Para muita gente, esta a semana mais difcil do ano. Voc voltadas frias, tenta se adaptar de novo rotina e j pressente as surpresasque vai ter ao receber a conta do carto de crdito. Quando se d conta, mais uma vtima da depresso ps-viagem. Eu s conheo uma maneirade sair dessa: comear a pensar j na prxima. No, no cedo demais.Nem sintoma de descaso pelo trabalho. Acalentar uma viagem umamaneira segura de manter aceso o interesse pelo fato gerador de suasfrias: seu emprego.

    Alm do que, planejar uma viagem com antecedncia o melhorjeito de rentabilizar seu investimento. Por que se contentar em aproveitarapenas os dias que voc passa longe de casa, quando d para comear aviajar muito antes de embarcar e sem pagar nada mais por isso?

    Eu gosto de comparar o planejamento de uma grande viagem aopreparo de um desfile de escola de samba no Carnaval. Assim como asfrias, o Carnaval em si dura pouco mas o grand finale de um ano

    inteiro de divertida preparao. fcil trazer o know howdo samba para suas frias. Use os trs

    primeiros meses depois da volta para definir o "enredo" de sua prximaviagem.

    Tire os meses seguintes para encomendar guias e colecionar asinformaes que carem em sua mo revistas, jornais, dicas de quem jfoi. V montando o itinerrio mais consistente, descobrindo os meios detransporte mais adequados, decidindo quais so os hotis imperdveis.Quando faltarem quatro meses para a partida, tome coragem e reserve apassagem e os hotis.

    Passe os ltimos trs meses fazendo a sintonia fina: escolhendorestaurantes, decidindo o que merece e o que no merece ser visto.Depois de tudo isso no tem erro: partir direto para a apoteose.

    Revista poca, 29/01/2007, p. 112 (fragmento)

    01 - O texto I defende a tese de que:(A) nunca cedo demais para comear a aproveitar os prazeres do hbitode viajar;(B) viagens devem ser bem planejadas para evitar problemas e prejuzosfuturos;(C) acalentar desejo de viajar constantemente pode revelar descaso pelotrabalho;

    http://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2007/Provas_e_Gabaritos/Cargo_Tecnico_Administrativo_TA/Caderno%20de%20Provahttp://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2007/Provas_e_Gabaritos/Cargo_Tecnico_Administrativo_TA/Caderno%20de%20Provahttp://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2007/Provas_e_Gabaritos/Cargo_Tecnico_Administrativo_TA/Caderno%20de%20Provahttp://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2007/Provas_e_Gabaritos/Cargo_Tecnico_Administrativo_TA/Caderno%20de%20Provahttp://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet/Concursos/Servidor/Concurso_2007/Provas_e_Gabaritos/Cargo_Tecnico_Administrativo_TA/Caderno%20de%20Prova
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    (D) planejar uma viagem pode estender o prazer advindo da mesma;(E) viajar durante o Carnaval especialmente prazeroso e compensador.

    GABARITO: D. Assim como toda tese aparece, mais de 90% das vezes, nopargrafo introdutrio, aqui no diferente. Todo o incio do primeiro

    pargrafo te prepara para a seguinte tese: devemos pensar na prximaviagem para que no nos desanimemos, sentindo prazer com o retorno aotrabalho no incio do ano, pois, afinal de contas, ele que nos permitefazer as prximas viagens.

    03- Quanto ao emprego do modo imperativo em vrias passagens dotexto, pode-se interpret-lo como um recurso usado pelo autor para:(A) impor ao leitor seus pontos de vista;(B) conferir ao texto um carter de roteiro;(C) reiterar a importncia do ato de planejar;

    (D) alertar o leitor para o risco da depresso;(E) emprestar ao texto um trao de humor.

    GABARITO: B. Lembra que o texto injuntivo aquele que instrui,comanda, orienta a fazer algo de uma determinada maneira? Lembra quea caracterstica principal de um texto injuntivo o verbo imperativo?Ento, isso que eu quero que voc lembre na hora da prova. RobertoFreire vai pontuando todo o seu discurso com verbos no imperativo,orientando os leitores a programar-se para uma viagem. Foi?

    06 - "... e sem pagar mais por isso?" (ltima linha do segundo pargrafo).O trecho contm um pronome demonstrativo cuja funo textual referir-se a:(A) se contentar com o curto perodo da viagem;(B) ficar longe de casa sem pagar pela hospedagem;(C) planejar a viagem com muito mais antecedncia;(D) comear a viagem bem antes da poca de embarcar;(E) rentabilizar seu investimento para poder viajar mais.

    GABARITO: D. Observe o trecho: Por que se contentar em

    aproveitar apenas os dias que voc passa longe de casa, quando d paracomear a viajar muito antes de embarcar e sem pagar nada mais porisso?Issoo qu, cara plida? Viajar muito antes de embarcar. Muitobem! O isso um pronome coesivo (coeso referencial): substitui umtermo ou expresso anterior.

    07 - As frias e o Carnaval so comparados pelo autor na passagem"Assim como as frias, o Carnaval em si dura pouco" (l. 18). Asreescrituras abaixo esto coerentes com o que autor expressa nessetrecho, EXCETO em:(A) As frias e o Carnaval duram pouco;(B) As frias duram pouco, no obstante o Carnaval;(C) Nem as frias nem o Carnaval duram bastante;

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    (D) Assim como as frias duram pouco, o mesmo ocorre com o Carnaval;(E) As frias e o Carnaval em si mesmos no duram muito.

    GABARITO: B. Olha a! Questo de reescritura trabalhando com usode conectivos. O elemento coesivo no obstante estabelece uma relao

    de oposio, contrariedade assim como o mas, porm, contudo, etc..Portanto, se as frias duram pouco, no obstante o carnaval, isso significaque o carnaval no dura como duram as frias. A reescrita foi equivocadaem B.

    08 - "mas o grand finale de um ano inteiro de divertida preparao"(terceiro pargrafo). A palavra que inicia essa passagem pode sersubstituda, sem alterar o sentido e a estrutura do texto, apenas por:(A) no entanto;(B) apesar de;

    (C) embora;(D) de modo que;(E) porque.

    GABARITO: A. Apesar da letra B e C concorrerem com a letra A,precisamos ficar com a A pelo seguinte: o enunciado pede que asubstituio no altere o sentido nem a es-tru-tu-ra da passagem.Percebeu? Tente reescrever com B, por exemplo. Ficaria assim (no trechodo texto): Assim como as frias, o Carnaval em si dura pouco apesarde ser o grand finale de um ano inteiro de divertida preparao. O verbo

    mudou, mudou a estrutura. Entretanto, o mas pode ser substitudosatisfatoriamente por porm, contudo, todavia, entretanto, no entanto,no obstante, s que... Simples assim.

    13 (adaptada) No terceiro e no quarto pargrafo, nota-se a presena deduas expresses em itlico. Esse recurso se deve ao fato de ambas:(A) estarem grafadas em idioma estrangeiro;(B) retratarem a erudio do autor;(C) serem caso de gria e ironia;(D) integrarem o lxico internacional;

    (E) ocorrerem metaforizadas.GABARITO: A. Segundo as regras de boa redao, as aspas ou o

    itlico servem para realar uma palavra estrangeira ou uma gria, porexemplo. o que ocorre aqui.

    25 (adaptada) - A vinculao entre o substantivo "tralha" e seu aposto"pilhas de mochilas, equipamentos de mergulho e fotogrfico, cordas,bolsas impermeveis e caixas (...)" mostra que, entre o termo genrico ea enumerao, h:(A) contiguidade paronmica;(B) desproporo semntica;(C) marcas subjetivas;

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    (D) coeso lexical;(E) elipse mrfica.

    GABARITO: D. Em "pilhas de mochilas, equipamentos de mergulhoe fotogrfico, cordas, bolsas impermeveis e caixas (...)", h o que

    chamamos de coeso lexical, ou seja, uso de substantivo(s) parasubstituir substantivo(s), a fim de evitar a repetio.

    MP-RJ TCNICO SUPERIOR ADMINISTRATIVO - 2007

    TEXTO I

    Sustentabilidade, Consumo e PublicidadeLisa Gunn

    Nos ltimos cinquenta anos, a populao mundial mais do quedobrou, indo de 2,5 bilhes (1950) para 6 bilhes (2000). Durante essemesmo perodo, a industrializao permitiu que o consumo aumentasseexponencialmente; como consequncia, a poluio e o lixo tambmaumentaram. J faz algum tempo que o planeta vem dando sinais de queno pode suportar o nosso modo de vida, e estudos indicam que hoje,mesmo com grande parte da populao mundial excluda, j consumimos20% por ano a mais de recursos naturais renovveis do que o planetaTerra capaz de regenerar.

    Ainda h uma dificuldade em relacionar os problemas ambientais

    aos nossos hbitos de consumo cotidianos. Quando compramos umaroupa, no pensamos nos agrotxicos usados na plantao de algodo ouno trabalho escravo encontrado nas fazendas.

    Entretanto, se queremos justia social e preservao da natureza,vamos ter de mudar nossos hbitos de consumo.

    Nossa sociedade chamada de "sociedade de consumo" porqueconsumir se tornou uma atividade cotidiana que foi alm da idia inicialde satisfazer necessidades para se tornar at uma doena. Consumimosde forma impulsiva, e "ser algum" passa a estar associado posse dedeterminados produtos ou ao uso de determinados servios.

    O consumismo no existiria sem a publicidade, ferramentafundamental para influenciar padres de consumo, formar estilos de vidae, consequentemente, criar necessidades que, independentemente deserem fsicas e biolgicas, podem ser psicossociais. A publicidade aponte entre a produo e o consumo: demonstra a necessidade de seconsumir um produto ou um servio para que tenhamos certo estilo devida ou possamos pertencer a determinada "tribo".

    Precisamos desenvolver nossa capacidade de avaliar criticamente aspeas publicitrias para evitar a manipulao da nossa liberdade deescolha.

    As empresas devem compreender que a sustentabilidade

    entendida como viabilidade econmica, justia social e conservao

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    ambiental , somada responsabilidade social empresarial, ser atributoconsiderado essencial, e no apenas diferenciador.

    In TRIGUEIRO, Andr. Mundo Sustentvel. S. Paulo: 2005, p. 39 (fragmento)

    01 - O texto I, em sua linha de argumentao, defende a tese de que:

    (A) a publicidade, ponte entre a produo e o consumo, tem de levar emconta prioritariamente a justia social;(B) o sinal de que o planeta no pode suportar nosso modo de vida ogrande percentual de excludos;(C) o consumo que se d de forma impulsiva sintoma do gravedesequilbrio ambiental a que chegou o planeta;(D) a sustentabilidade e a responsabilidade social so ambasimprescindveis s empresas nesse momento;(E) as necessidades de consumo de natureza psicossocial atestam adevastao de nosso meio ambiente.

    GABARITO: D. Como a essa altura do campeonato voc j deveestar escaldado, foi logo direto na introduo, certo? Voc se deu mal,no foi? Deve estar me xingando aos quatro ventos, mas calma a, eufalei l em cima em mais de 90% e no 100%. Certo? Tesenormalmentese encontra na introduo; s vezes, na concluso. issoa, veja a concluso: As empresas devem compreender que asustentabilidade entendida como viabilidade econmica, justia social econservao ambiental , somada responsabilidade social empresarial,ser atributo considerado essencial, e no apenas diferenciador. Se issono o mesmo que dizer o que se encontra na letra D, eu fiquei maluco,mas adivinha?, eu no fiquei. Compare com a afirmao da letra D: asustentabilidade e a responsabilidade social so ambas imprescindveis sempresas nesse momento.Difcil?

    06 - A palavra "entretanto", que inicia o 3 pargrafo, foi empregada paraintroduzir:(A) a exemplificao de uma ideia a partir de um novo argumento;(B) a contraposio a ser estabelecida entre uma soluo e um problema;(C) o reforo de uma opinio polmica anteriormente defendida;(D) a confirmao de uma idia sugerida no pargrafo anterior;(E) a negao de uma tese contrria que est sendo defendida.

    GABARITO: B. Segundo o magnfico dicionrio Caldas Aulete,contraposio posio ou disposio em sentido contrrio ao de algo;oposio, divergncia. Assim, nada melhor que um elemento coesivosequencial de valor adversativo para indicar a contraposio, nexosemntico igual, sem tirar nem pr. Aluno, no lugar do entretantocaberia porm, contudo, todavia, no obstante...? Veja a resposta notpico 3 (coeso sequencial, pgina 14).

    11 - "Nossa sociedade chamada 'sociedade de consumo' porqueconsumir se tornou uma atividade cotidiana" (quarto pargrafo).

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    Assinale a opo que NO mantm na segunda orao a ideia causal:(A) ...conquanto consumir se tornou uma atividade cotidiana;(B) ...porquanto consumir se tornou uma atividade cotidiana;(C) ...visto que consumir se tornou uma atividade cotidiana;(D) ...uma vez que consumir se tornou uma atividade cotidiana;

    (E) ...que consumir se tornou uma atividade cotidiana.

    GABARITO: A. O conector conquanto o nico que no podeestabelecer relao semntica de causa, mas de concesso, oposio.

    TEXTO II

    Jovens Endividados

    Vtimas do consumismo e do crdito fcil, eles gastam

    mais do que ganham e devem mais do que podempagar. A conta sobra para os pais.

    Camilo Vanuchi e Milton Gamez

    A casa dos Vieira, no bairro paulistano Alto de Pinheiros, estsempre cheia. Aos 67 anos, o empresrio Jos Vieira ainda divide o sofda sala e a conta bancria com seus trs filhos homens, todos com maisde 25 anos. Dono de uma fbrica de peas de plstico, ele j seconformou com a ideia de viver para sempre com os rapazes. E, quem

    sabe, com as futuras noras e netos. "Se eles se casarem e vierem para ccom os filhos, sero bem-vindos", diz seu Jos.Dos trs irmos, dois fazem parte de um grupo cada vez mais

    comum na famlia brasileira contempornea. So os jovens endividados.Alm de adiar a sada de casa, mesmo depois de terminar a faculdade earrumar trabalho, esses moos e moas no conseguem ajudar nasdespesas de casa, nem tampouco pagar as prprias contas. Pior:acumulam dvidas. Muitos esto simplesmente falidos e entram na listanegra das entidades de proteo ao crdito. A fatia dos jovens nouniverso dos inadimplentes cresce de forma assustadora: 10% deles tmat 20 anos e 39% tm idade entre 21 e 30 anos (sim, os balzaquianostambm so considerados jovens nos dias de hoje). Juntos, osconsumidores at 30 anos foram responsveis por 49% dos calotes dadosem 2006 junto a bancos, administradoras de carto de crdito efinanceiras. Em 2005 somaram 44%. Os dados foram divulgados pelaTelecheque. "Os jovens tiveram acesso ao crdito fcil demais nos ltimosdois anos. Ficaram deslumbrados e perderam o controle", diz AntnioPraxedes, vice-presidente da Telecheque.

    Revista Isto , 24/01/2007, p. 64-5 (fragmento)

    17 - Em sua estrutura discursiva, o texto II:

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    (A) analisa primeiro a situao geral para num segundo momento exporcasos particulares;(B) apresenta opinies que se contrapem e as sustenta com exemplos erelatos;(C) comea sua argumentao apontando as causas do problema para

    posteriormente dar solues;(D) narra exemplos da situao em foco para em seguida formular umahiptese;(E) justifica com dados numricos um questionamento feito naintroduo.

    GABARITO: D. A situao em foco a inadimplncia dos jovens. Emtodo o primeiro pargrafo, o redator narra ou ilustra um caso real paradepois comear sua argumentao, que tambm preenchida de casosreais que exemplificam sua tese.

    18 - "Muitos esto simplesmente falidos" (segundo pargrafo). Oindefinido empregado nesse trecho serve para retomar o termo:(A) consumidores;(B) balzaquianos;(C) moos e moas;(D) trs irmos;(E) bancos e financeiras.

    GABARITO: C. Em questes desse tipo, atente para o contexto:

    Alm de adiar a sada de casa, mesmo depois de terminar a faculdade earrumar trabalho, esses moos e moas no conseguem ajudar nasdespesas de casa, nem tampouco pagar as prprias contas. Pior:acumulam dvidas. Muitosesto simplesmente falidos e entram na listanegra das entidades de proteo ao crdito.A coeso referencial umtimo recurso para substituir elementos, visando no repetio. Percebeque o muitos est no masculino plural? Que termo alm de moos emoas poderia retomar? Nenhum, portanto, letra C na veia!

    19 - "Os jovens ficaram deslumbrados e perderam o controle", diz Jos

    Antnio Praxedes.A frase acima exemplifica o uso do discurso direto. Transpondo-a para odiscurso indireto e evitando-se o emprego do verbo "dizer", uma daspossibilidades de reescritura, segundo a lngua padro, :(A) Jos Antnio Praxedes afirma de que os jovens ficaram deslumbradose perderam o controle;(B) Jos Antnio Praxedes resume: os jovens ficaram deslumbrados eperderam o controle;(C) que os jovens ficaram deslumbrados e perderam o controle defineJos Antnio Praxedes;(D) Opina Jos Antnio Praxedes que os jovens ficaram deslumbrados eperderam o controle;

  • 7/25/2019 aula00mprj_demonstrativa.pdf

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    Lngua Portuguesa para o MP-RJ

    Teoria e questes comentadas

    Prof. Fernando Pestana Aula 00

    (E) Jos Antnio Praxedes fala em jovens que ficaram deslumbrados eperderam o controle

    GABARITO: D. Lembra-se da aula acima de discurso direto eindireto, na parte de reescrita de textos? Esto l as regras de passagem

    ou transposio de um discurso para outro! Em Os jovens ficaramdeslumbrados e perderam o controle, os verbos se encontram nopretrito perfeito do indicativo. No discurso indireto, tais verbos tm deficar no pretrito mais-que-perfeito do indicativo. Da voc l a letra D eno v diferena alguma na forma verbal, certo? Errado, pois a 3 pessoado plural do pretrito mais-que-perfeito do indicativo igual forma doverbo na 3 pessoa do plural do pretrito perfeito do indicativo. Podeconferir em qualquer gramtica como a conjugao igual. Questomaldosa! S que a brincadeira no para por a. Lembra que os vocbulosdo discurso direto tm de ficar depois da conjuno que? Por isso no

    poderamos marcar as questes C e E. O problema da A que o verboafirmar no exige a preposio de. E a letra B jamais poderia ser, poisque o discurso indireto iniciado pela conjuno integrante que,iniciando uma orao subordinada substantiva. Ufa!

    20 - Ao falar sobre o assunto, Praxedes utiliza o conectivo E para ligar ossegmentos "ficaram deslumbrados" e "perderam o controle". H duasrelaes entre esses dois segmentos: uma de adio, e outra de:(A) comparao;(B) oposio;

    (C) proporcionalidade;(D) causalidade;(E) finalidade.

    GABARITO: D. H uma relao clara de causa e consequncia, poiseles perderam o controle devido ao fato de terem ficado deslumbrados!Simples assim.

    Meu amigo, chegamos ao fim de uma parte da nossa saga.Mentalize sempre que a vaga sua e que s depende de voc! Sei que

    clich. E, s para piorar (rs), cito duas frases motivadoras (uma bem aminha cara e a outra para pessoas srias como voc). Motive-se:

    E lembrem-se: O Poder de vocs! (Capito Planeta)

    Somos donos do nosso destino. Somos capites da nossa alma!(Winston Churchill).

    Grande abrao!

    Fernando [email protected]