aula produção e legislação - 26 e 27 de maio

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Escola Municipal de Artes Maria José Guedes Tópicos Especiais: Produção e Legislação Cultural Professora: Débora Magalhães E-mail: [email protected] Telefone: (22) 9214-2535 Sumário: Glossário....................................................... ................................................................ .......02 Capítulo 1 Produção........................................................ ..................................................05 Produtor e Gestor definindo os papéis.......................................................... .....................05 Projeto Cultural........................................................ ............................................................07 Etapas para Elaboração de Projetos........................................................ ..............................08

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Produção Cultural

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Page 1: Aula Produção e Legislação - 26 e 27 de Maio

Escola Municipal de Artes Maria José Guedes

Tópicos Especiais: Produção e Legislação Cultural

Professora: Débora Magalhães

E-mail: [email protected]

Telefone: (22) 9214-2535

Sumário:

Glossário..............................................................................................................................02

Capítulo 1 – Produção..........................................................................................................05

Produtor e Gestor – definindo os papéis...............................................................................05

Projeto Cultural....................................................................................................................07

Etapas para Elaboração de

Projetos......................................................................................08

Marketing Cultural...............................................................................................................21

Bibliografia...........................................................................................................................27

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Glossário:

Análise documental - primeira  etapa  da   tramitação  da  proposta  cultural  no  Ministério  da 

Cultura,  em que  toda a  documentação  encaminhada  pelo  proponente  é  analisada,  com o 

objetivo   de   verificar   se   está   em   conformidade   com   o   exigido   pelo   Ministério.

Agência Nacional de Cinema (Ancine) – agência reguladora vinculada ao Ministério da Cultura, 

cujo objetivo é fomentar a produção, a distribuição e a exibição de obras cinematográficas e 

videofonográficas em seus diversos segmentos de mercado,  assim como promover a auto-

sustentabilidade da indústria nacional nos vários elos da cadeia produtiva. É responsável pela 

gestão dos procedimentos de análise e seleção de projetos a serem apoiados através da Lei 

8.685/1993 (Lei do Audiovisual)

Análise técnica – Etapa da tramitação da proposta cultural no Ministério da Cultura, em que 

um parecerista designado por este ou por uma das suas instituições vinculadas verificam o 

enquadramento na legislação, se o orçamento é compatível com os valores de mercado, a 

clareza, pertinência e coerência da proposta, entre outras coisas.

Apoio – É um patrocínio secundário frente ao oferecido pelo principal patrocinador. De forma 

geral,   quando   não   há   exigência   de   exclusividade   do   patrocínio,   o   projeto   reserva   cotas 

diferenciadas   para   patrocínio,   apoio   ou   colaboração,   conforme   o  montante   de   recursos 

aportados. Optando-se por um apoio, o patrocínio é menor e os benefícios obtidos também o 

são.

Captação de recursos – dentro   da   nomenclatura   utilizada   pelo   Ministério   da   Cultura, 

considera-se a captação de recursos como o depósito dos recursos financeiros na conta do 

projeto,   ou   a   transação   através   do   qual   se   efetiva   o   incentivo  mediante   recursos   não 

financeiros; só é permitida após a publicação da portaria que concede a autorização no Diário 

Oficial da União.

Colaboração  –   Costuma-se   referir   ao   fornecimento   de   produtos   ou   serviços   através   do 

esquema de permuta. Nesse caso, uma companhia aérea oferece o transporte de pessoas ou 

cargas envolvidas no projeto,  um cabeleireiro se responsabiliza pela boa apresentação dos 

atores de um espetáculo ou um restaurante oferece sua cozinha para a execução dos pratos 

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de um festival  gastronômico regional.  Em troca,  os  colaboradores   recebem um pacote  de 

benefícios   (impressão  de   seu  nome  nos  produtos  gerados,   gratuidade  de  um número  de 

ingressos, convites especiais a quem indicar, etc.).

Contrapartida – parcela de recursos próprios que o convenente aplica na execução do objeto 

do convênio.

Despesas administrativas – despesas que não estão diretamente relacionadas com o produto 

cultural resultante do projeto, como pagamento de secretária, contador, manutenção de conta 

telefônica etc; no caso de projeto cultural apresentado ao MinC, tais despesas devem estar 

estritamente vinculadas ao projeto.

Doação - a   transferência   definitiva   e   irreversível   de   numerário   ou   bens   em   favor   de 

proponente,  pessoa  física  ou   jurídica   sem fins   lucrativos,   cujo  programa,  projeto  ou  ação 

cultural tenha sido aprovado pelo Ministério da Cultura.

Espaços culturais – espaços  ou   equipamentos   destinados   ao  uso  ou   freqüência   coletivos, 

orientados principalmente para a produção,  criação,  prática,  acolhimento,  divulgação e/ou 

comercialização de bens e serviços culturais, geridos por instituições públicas ou particulares.

Incentivos fiscais - mecanismo de  financiamento   instituído  pela   Lei   8.313/91  que  permite 

deduzir do Imposto de Renda devido de pessoas físicas pagadoras do IR ou pessoas jurídicas, 

tributadas com base no lucro real, o total ou parte do valor por elas direcionado, mediante 

doação ou patrocínio, a propostas culturais aprovadas pelo Ministério da Cultura.

Lei Rouanet – nome pelo qual ficou usualmente conhecida a Lei 8.313, de 23 de dezembro de 

1991, que instituiu o PRONAC, assim denominada pelo fato de o ministro da Cultura à época 

de sua publicação ser o diplomata Sérgio Paulo Rouanet

Mecenato – embora   seja  o  nome pelo  qual  ficou usualmente  conhecido  o  mecanismo de 

Incentivos Fiscais do PRONAC, o seu conceito tem uma abrangência maior, caracterizando, de 

uma forma geral, a proteção e o incentivo à produção intelectual e às artes; o termo mecenas 

é historicamente utilizado para designar pessoas físicas, entidades públicas ou privadas que 

desenvolvam ações relevantes para fomentar o setor cultural, com ou sem incentivos fiscais; 

sua  origem remonta  a  Caio  Mecenas   (68  a.C  –  8  a.C),   cidadão   romano  e   conselheiro  do 

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imperador Otávio Augusto, que formou um círculo de intelectuais e poetas, sustentando sua 

produção artística

Parecer técnico – parecer elaborado por especialistas designados pelo Ministério da Cultura 

ou por uma das instituições a este vinculadas, ou elaborado por um dos conselheiros da CNIC, 

sobre a proposta cultural apresentada ao Ministério da Cultura, para pleitear apoio através do 

PRONAC.

Patrocínio - transferência definitiva e  irreversível  de numerário ou serviços,  com finalidade 

promocional, cobertura de gastos ou utilização de bens móveis ou imóveis do patrocinador, 

sem a transferência de domínio, para a realização de programa, projeto ou ação cultural que 

tenha sido aprovado pelo Ministério da Cultura.

Prestação de Contas - momento em que o beneficiário  do PRONAC deverá  comprovar  ao 

Ministério da Cultura o cumprimento do objeto do projeto, incluindo os gastos e etapas de 

execução previstos no orçamento.  Antes mesmo de apresentar a proposta ao ministério o 

proponente   deve   ter   em  mente   que   essa   é   uma   etapa   pela   qual   necessariamente   se 

submeterá após a execução, uma vez que está usufruindo de recursos públicos e deve fazer jus 

à sua utilização.

Produto cultural – bem cultural resultante da execução de projeto cultural

Programa - conjunto de projetos e ações articuladas, orientado para um objetivo de impacto 

abrangente.

Projeto - empreendimento planejado que consiste em um conjunto de ações interrelacionadas 

para alcançar objetivos específicos, dentro dos limites de um orçamento e tempo delimitados.

PRONAC - Programa Nacional de Apoio à Cultura, instituído pela Lei 8.3131/91, com o objetivo 

de   promover   e   fomentar   ações   para   o   desenvolvimento   do   setor   cultural,   através   dos 

mecanismos de financiamento Fundo Nacional da Cultura (FNC), Incentivos Fiscais e Fundos de 

Investimento Cultural e Artístico (FICART). 

Proponente – Pessoa que apresenta uma proposta, no caso, um projeto cultural.

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Capítulo 1 – Produção

Produtor e gestor: definindo os papéis

É   importante  buscar  entendimento  claro   sobre  o  perfil  dos  produtores  e  gestores 

culturais  e   sobre   suas  atribuições.  Quem são  esses  profissionais?  Qual  é  a   sua  esfera  de 

atuação? Qual é o seu papel? Obter respostas a essas perguntas é fundamental não somente 

para as pessoas que se dedicam a essas profissões ou pretendem abraçá-las, mas também 

para todos aqueles que se envolvem com o fazer cultural, sejam eles artistas, pesquisadores, 

administradores, empresários ou agentes públicos. 

Num processo  onde  estão  presentes   os   artistas   e   demais  profissionais   da   cultura 

(responsáveis pela criação e pela execução das ações culturais), as empresas patrocinadoras 

(que incentivam projetos), o Poder Público (a quem cabe a formulação e a implementação de 

políticas para o fomento e o financiamento do setor), a mídia (que promove a difusão das 

realizações),  os  espaços  culturais   (que abrigam o que é  produzido)  e  o  próprio  público,  o 

produtor cultural é o agente que deve ocupar a posição central, desempenhando o papel de 

interface entre os profissionais da cultura e os demais segmentos. Nessa perspectiva, precisa 

atuar como “tradutor” das diferentes linguagens, contribuindo para que o sistema funcione 

harmoniosamente. Sua primeira função é a de cuidar para que a comunicação e a troca entre 

os agentes ocorram de modo eficiente.

Assim como ocorre com o produtor, ao gestor cultural também cabe, com freqüência, 

o papel de interface. Isso acontece quando ele se propõe a desenvolver projetos de cunho 

coletivo ou administrar grupos, instituições ou empresas culturais que tenham que lidar, em 

seu   dia-a-dia,   com   artistas,   outros   profissionais   da   cultura   e   patrocinadores   públicos   ou 

privados.  No entanto, o gestor cultural  pode estar presente também em outros contextos, 

como contratado de uma empresa para o trato das questões relativas ao patrocínio à cultura, 

como agente vinculado a órgão público ou como administrador de um espaço cultural privado, 

público ou pertencente à organização não-governamental.

Portanto, pode-se sintetizar tais funções com as seguintes definições:

Produtor cultural: Profissional que cria e administra diretamente eventos e projetos culturais, 

intermediando as relações dos artistas e demais profissionais da área com o Poder Público, as 

empresas patrocinadoras, os espaços culturais e o público consumidor de cultura.

Page 6: Aula Produção e Legislação - 26 e 27 de Maio

Gestor cultural: Profissional que administra grupos e instituições culturais, intermediando as 

relações dos artistas e dos demais profissionais da área com o Poder Público, as empresas 

patrocinadoras, os espaços culturais e o público consumidor de cultura; ou o que desenvolve e 

administra   atividades   voltadas   para   a   cultura   em   empresas   privadas,   órgãos   públicos, 

organizações não-governamentais e espaços culturais.

A respeito dos conhecimentos e habilidades necessários a produtores e gestores, é 

importante destacar que existe uma grande área de intersecção, e o que difere as profissões, 

resultando no próprio amadurecimento das áreas, são as funções e os lugares que ocupam no 

mercado. Enquanto os produtores buscam a viabilização de produtos e eventos, os gestores se 

ocupam com o desenvolvimento de programas e atividades essenciais ao funcionamento de 

grupos, empresas e instituições ligadas ao fazer cultural.

Campos de atuação dos produtores e gestores culturais

A seguir, alguns campos de atuação para esses profissionais:

- Produção de espetáculos

- Produção de turnês

- Empresariamento

- Produção fonográfica

- Produção de eventos culturais

- Criação e gestão de iniciativas culturais

- Gestão de espaços culturais

- Gestão cultural em órgãos públicos 

- Gestão cultural em empresas

- Gestão cultural em organizações não-governamentais

- Consultoria

- Pesquisa

- Ensino

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Projeto Cultural

Apresentação

O projeto é um empreendimento temporário que precisa ser levado a efeito para criar 

um produto ou serviço único. Assim, um projeto tem início e fim definidos, resultando em um 

produto ou serviço de alguma forma diferente de todos os outros anteriormente produzidos.

Saber elaborar um projeto cultural com competência é importante para organizar suas 

idéias   de  maneira   que   você   saiba   todos   os   recursos   que   vai   precisar   para   realizá-lo.   É 

preponderante que outras pessoas consigam ler o documento e entendê-lo claramente para 

que seja possível a captação de recursos e parcerias. 

Para elaborar um projeto cultural, são necessárias algumas habilidades, como domínio 

da língua portuguesa, técnicas de redação e raciocínio lógico.

É necessário conhecer muito bem o que se está propondo e saber definir com clareza 

as competências necessárias para viabilização do projeto.

O que é um projeto cultural?

O projeto é um instrumento de planejamento que busca dar resposta concreta a um 

determinado problema ou necessidade. Se expressa em um documento, que registra as idéias 

e  as   intenções  que   se  pretende  num determinado  período  de   tempo,  além dos   recursos 

necessários   para   realizá-las,   servindo   de   parâmetro   para   balizar   o   trabalho,   ou   seja,   de 

referência para a execução e a avaliação de determinada ação.  

Não   existe   uma   forma   única   para   o   documento   final   de   projeto.   Existem   vários 

métodos   e   linhas   de   pensamento,   cada   um   com   as   suas   características.   Assim,   o  mais 

importante é que se aprenda a lógica do pensamento, estando-se apto a compreender todas 

as formas que possam assumir um documento de projeto.

Obs.: O termo programa deve ser salientado, pois há uma diferença fundamental entre 

os  conceitos  de  programa e  projeto.  Programa  refere-se  a  um conjunto  de  projetos  a   se 

realizar  cujo  término não é  precisamente definido,  ao passo que um projeto,  mesmo que 

composto por vários subprojetos, tem o seu início e fim definidos.

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A construção lógica do projeto

O   projeto   para   poder   receber   apoio   necessita   ser   tecnicamente   bem   feito, 

estrategicamente articulado e implementado conforme planejado. Assim, deve ser concebido 

e elaborado de forma lógica e com a participação dos interessados e parceiros. 

A construção  lógica  de um projeto  inicia-se com o desenvolvimento de uma idéia, 

passando   pelo   estudo   prévio   de   sua   viabilidade,   até   a   elaboração   de   partes   essenciais 

integradas   e   coerentes   de   um   plano.   Antes   de   escrever   um   projeto,   avalie   se   há 

mercado/campo para o mesmo. Após o desenvolvimento da idéia, elabore um pré-projeto e 

estude o ambiente. Demonstre que o projeto será inovador, que vai gerar impacto sobre a 

causa   dos   problemas   e   que   transforma   de   forma   qualitativa   as   questões   que   estamos 

querendo alcançar.

Com o pré-projeto pronto devemos pesquisar o ambiente em que ele será executado, 

local,  públicos,  possíveis  parceiros,  capacidade de mobilização,  datas,  recursos necessários, 

dentre outras questões. 

Etapas para a elaboração de projetos

Item do Projeto Descrição Pergunta

Apresentação Ações que serão realizadas O que?

Objetivos Objetivos geral e específicos Para que?

Justificativa Análise  da  realidade.   Justificação  da   idéia  e  do 

projeto

Por quê?

Público-Alvo / Localização A quem está dirigido o projeto / Locais onde se 

vai intervir

Quem / Onde?

Estratégias de Ação Descrição de atividades e como se vão realizar Como?

Ficha Técnica  Pessoas que participarão do projeto Quem?

Cronograma Calendário de trabalho Quando?

Orçamento Determinação dos custos do projeto Quanto?

Antes   de   seguir   com   os   itens   que   compõe   a   redação   do   projeto,   é   importante 

apresentar informações referentes à capa do mesmo. A capa deve ser tratada com atenção 

especial e encarada como “embalagem” do documento. Cuidar para que ele tenha aparência 

Page 9: Aula Produção e Legislação - 26 e 27 de Maio

atraente   é   importante   para   que   se   destaque   em  meio   às   dezenas   de   outras   propostas 

usualmente recebidas pelas empresas. Por outro lado, excessos de apresentação visual podem 

provocar   efeito   contrário   e   gerar   desconfiança   quanto   ao   conteúdo   do   projeto.   É 

recomendável, portanto, que se busque uma estética diferenciada, mas que seja mantida certa 

sobriedade. Ilustrações e fotografias podem ser utilizadas, desde que tenham apelo visual e 

realmente funcionem como argumentos de venda.

1) Apresentação

O que é: Descrição do objeto do projeto. O objeto pode ser uma ação, uma atividade ou um 

produto cultural.

Como fazer: A apresentação ou descrição é uma síntese do seu projeto. Comece com uma 

breve apresentação da instituição proponente e sua área de atuação, seguindo do histórico do 

objeto, descreva como surgiu a idéia de realizá-lo, qual a sua importância e seus principais 

objetivos, o número de pessoas envolvidas, a qual público ele se destina e, finalmente, em que 

período e local ocorrerá.

Muita atenção: A apresentação deve ser revisada depois de finalizados os outros  itens do 

projeto ou então deverá ser o último item a ser escrito.

2) Objetivos

O que é: Indicação  dos   resultados  que   se   pretende  atingir,   dos  produtos  finais   a   serem 

elaborados, bem como dos benefícios da ação ou atividade cultural, se possível a curto, médio 

e longo prazo.

Como fazer: Faça  um pequeno  parágrafo  com o  objetivo  geral  e  organize  em tópicos  os 

específicos. Os objetivos específicos geralmente iniciam com um verbo e devem ser claros e 

sucintos. Evite termos e adjetivos genéricos e subjetivos, como melhor, otimizar e maximizar. 

Utilize   termos   que   denotem   ação   transformadora,   como   aumentar,   reduzir,   capacitar, 

implantar, entre outros. 

Page 10: Aula Produção e Legislação - 26 e 27 de Maio

Muita atenção: O objetivo geral  corresponde ao produto final  do projeto.   Já  os  objetivos 

específicos se configuram como ações que contribuirão para alcance e para complementar o 

objetivo geral. Os objetivos devem ser realistas, ou seja, não ambiciosos em excesso. 

Exemplos de objetivos:

Mal redigidos Bem redigidos

Ampliar o acesso à cultura. Ampliar   o   acesso   à   cultura   de   300   jovens   da 

comunidade do Nordeste do Amaralina, no ano de 

2008.

Aumentar a freqüência às aulas/cursos. Aumentar   de   50%   a   80%   a   freqüência   às 

aulas/cursos, a partir do segundo ano de projeto.

Produzir shows musicais. Difundir a música  independente do Estado com a 

produção   de   10   shows   musicais   (turnê   em 

diferentes cidades) no segundo trimestre de 2009.

3) Justificativa

O que é: Apresentação das razões para a realização do projeto.

Como fazer: Este é o momento de convencimento da importância do projeto e da capacidade 

do   proponente   em   realizá-lo.   Cuidado   para   não   se   perder   em   detalhes   que   não   estão 

diretamente   vinculados   ao   projeto.   Lembre-se   que   o   projeto   deve   ser   justificado 

culturalmente.   Dê   ênfase   a   seus   principais   atributos   tais   como,   criatividade, 

contemporaneidade, tradição, irreverência, popularidade, entre outros.

Muita atenção: Além de explicitar as razões pelas quais se tomou a iniciativa de realizar o 

projeto   proposto,   é   preciso   enfatizar   quais   circunstâncias   favorecem   a   sua   execução,   o 

justificam e o diferenciam, e também quais suas contribuições para o desenvolvimento cultural 

do público ao qual se destina ou da localidade/região na qual se insere.

4) Metas a atingir / Resultados previstos

O que é: Apresentação dos resultados a serem atingidos pelo projeto. 

Page 11: Aula Produção e Legislação - 26 e 27 de Maio

Como fazer: Volte ao item “objetivos” e tente traduzi-lo em resultados práticos ou produtos, 

que possam ser vistos ou experimentados. Busque resultados, se possíveis quantificáveis, para 

cada objetivo específico, analisando os que, de fato, são viáveis de se concretizarem. 

Muita atenção: Os   resultados   devem   ser  mensuráveis   e   revelar   o   alcance   dos   objetivos 

específicos.   Sempre   que   possível   apresente   dados   quantitativos,   tais   como:   número   de 

espetáculos ou mostras, público atingido, cidades abrangidas, etc. Eles serão os indicadores 

para a verificação do cumprimento do projeto e sua avaliação.

5) Estratégias de Ação

O que é: Detalhamento das etapas de realização do projeto.

Como fazer: Para elaborar a estratégia de ação volte aos itens “objetivos” e “metas a atingir” e 

liste todas as atividades que serão necessárias para atingi-los. Ordene as ações por etapas de 

realização e preveja o tempo de duração de cada uma. Liste também os serviços a serem 

desenvolvidos em cada etapa.

Muita atenção: A estratégia de ação do projeto deve ser coerente com os itens “orçamento” e 

“cronograma”. Ela demonstra a capacidade de administração do proponente.

6) Público Alvo

O que é: Identificação do(s) público(s) ao qual o projeto se destina, presumindo, sempre que 

possível, uma quantidade direta e indireta do público a ser atingido.

Como fazer: Alguns aspectos podem auxiliar  na definição do público:  onde o projeto será 

desenvolvido,  a   linguagem a que se  refere   (artes  visuais,  dança,  música,   teatro,  etc.),   sua 

proposta   (experimental,   popular,  massiva,   erudita,   etc.),   entre   outros.   Se   o   proponente 

conhecer   seu   público   pode   ainda   detalhar   aspectos   como   faixa   etária,   área   de   atuação, 

condições de vida, etc.

As características do projeto ou mesmo a trajetória do proponente podem já ter ou indicar um 

determinado   público,   que   já   possua   um   envolvimento   com   a   ação   ou   atividade   cultural 

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proposta ou, ao contrário, a desconheça ou não tenha acesso e possa dela se beneficiar de 

alguma forma.

7) Retorno ao Patrocinador (contrapartidas)

O que é: Indicação do que a empresa patrocinadora receberá em troca do apoio (institucional 

ou financeiro).

Como fazer: Demonstre, de modo coerente, a adequação do projeto à imagem social que a 

empresa  patrocinadora  deseja  projetar  de   seus  produtos,  ou  de   seu  papel  na   sociedade. 

Informe os benefícios que a empresa patrocinadora terá ao  investir no projeto cultural.  O 

projeto deverá ter contrapartidas compatíveis com o investimento. Aqui devem ser listadas 

todas as formas possíveis de retornos:

a) Institucional – que valores positivos o projeto vai agregar à imagem institucional da 

empresa patrocinadora;

b) Interesse público – indicação do impacto social do projeto ou das atividades culturais a 

serem realizadas como contrapartida (compromisso cidadão);

c) Créditos – descrever em detalhes, ilustrando com imagens, se possível, como o crédito 

de   patrocínio   será   divulgado   para   o   público   em   geral   (nos   cartazes,   folhetos, 

programas, convites, faixas, outdoors, etc.);

d) Retorno de mídia – descreva os veículos de comunicação que serão utilizados para a 

divulgação do projeto e fale sobre a veiculação da marca do patrocinador nos mesmos;

e) Retornos de marketing – diga por que o seu projeto vai valorizar o(s) produto(s), ou 

o(s) serviço(s) do seu patrocinador, pela forma que ele chegará ao público alvo; se o 

seu   projeto   cria   um  marketing   de   relacionamento   com   os   clientes   principais   do 

patrocinador, esclareça essa vantagem; se fixará uma marca de produto na memória 

do público, explore essa vantagem;

f) Retornos financeiros – mostre os descontos que o patrocinador fará dos  impostos, 

caso  o  projeto  esteja  enquadrado  numa  lei  de   incentivo;   se  o   seu  projeto  ajudar 

efetivamente   a   vender   os   produtos   ou   serviços   da   empresa   patrocinadora   (ação 

promocional), comente esse ponto de uma forma envolvente;

g) Retornos   Especiais   ou   Exclusivos   –   alguns   projetos   podem   ser   tão   perfeitamente 

adequados para determinados empresas que mereçam acréscimo de um texto sobre 

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retornos exclusivos. Por exemplo: se o seu projeto é de teatro e a ação se passa num 

bar, o cenário poderá ter anúncios de propaganda da marca de uma bebida, fabricada 

justamente pelo patrocinador. 

8) Plano de Comunicação:

O que é: É o planejamento/descrição de como o seu projeto será comunicado/divulgado para 

o seu público-alvo. O Plano de Comunicação, num projeto cultural, pode englobar três áreas 

de trabalho: 

● Mídia Paga: refere-se ao planejamento dos anúncios pagos, que serão veiculados por jornais, 

revistas, emissoras de rádio ou de televisão e outdoors. 

Como fazer:  Relacione   em   quais   emissoras   de   rádio   e   televisão   você   pretende   veicular 

anúncios ou chamadas (dando detalhes como tempo dos anúncios e número de inserções por 

semana); relacione em que jornais ou revistas você pretende publicar anúncios do projeto 

(dando   detalhes   como   tamanho   do   anúncio   e   número   de   inserções   em   cada   veículo 

selecionado).

● Mecanismos de divulgação: referem-se a faixas, cartazes, filipetas, convites, camisetas ou 

bonés com a logomarca do projeto, etc. 

Como fazer: Relacione todas as peças que você pretende criar para divulgar seu projeto junto 

ao público: nos cartazes, informe o tamanho, o número de cores, tiragem, bairros onde serão 

fixados; nas faixas, informe o tamanho, material, número de faixas e em que locais da cidade 

serão afixados;  nas filipetas,   informe o tamanho,  quantidade,  se haverá ou não descontos 

promocionais vinculados à filipeta, onde e como serão distribuídas; nos programas, informe o 

tamanho, número de páginas,  tiragem, se haverá mensagem e/ou anúncio institucional  do 

patrocinador;   nos   convites,   informe   o   tamanho,   número   de   páginas,   tiragem,   se   haverá 

mensagem e/ou anúncio institucional do patrocinador.

● Mídia alternativa:  refere-se a uma maneira original  e criativa para divulgar  o projeto de 

forma impactante. 

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Exercício de Fixação:

1) Escolha um projeto dentre as sugestões abaixo e escreva os itens abordados na aula.

- Circuito Cênico MPB

- Tarde de Integração

- Orquestra Popular de Macaé

- Fest Verão Macaé