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Aula 5Aristóteles e o mundo sensível
IntroduçãoContinuando nossos
estudos sobre Teoria do Conhecimento falaremos agora sobre aquele que é
chamado por muitos de “O Filósofo”. Aquele cujas
explicações sobre a natureza durariam por
séculos, até que os homens ganhassem olhos para ver
além do céu. É o incansável Aristóteles (384
– 322 a.C)!
Que foi, aliás, professor de Alexandre, o Grande.
Fonte para composição da aula: MUÑOZ, Alberto
A. “O Paradigma Aristotélico” in: Curso de
Filosofia Política. São Paulo: Atlas, 2010.
Para conhecer é preciso classificar.
O pensamento de Aristóteles é notável por ter produzido uma vasta sistematização do conhecimento. Na busca por organizar os conhecimentos sobre o mundo, o filósofo acabou por diferenciar as áreas do saber de acordo com seus objetos de estudo particulares (essas classificações influenciam até hoje nossa divisão das ciências).
FísicaAstronomia (Do Céu)
Lógica (Primeiros Analíticos)Teoria da linguagem (Categorias; Tópicos)
Biologia (Naturalia; Da alma)
Ética (Ética à Nicômaco)Filosofia política (Política) Metafísi
ca
Conhecer é explicar as causas.Aristóteles é um atento observador da natureza. Para ele, o uso dos nossos sentidos é parte vital neste processo e devemos confiar neles para tal.
Nesta busca por conhecer o funcionamento do mundo o filósofo dirá que explicar alguma coisa é dizer quais as suas causas.Como assim causas? Que causas são essas e o que elas
querem dizer?
Vejamos então a teoria das quatro causas.causa materialexplicação pela matéria que compõe o
objetoEx: a mesa é feita de madeira, que é, feita de terra. Pode ser também de
pedra.causa formal explicação pela forma do objeto
Ex: A mesa é um objeto com tampo e pernas que o sustentam
causa eficienteexplicação pelo fator ou
processo que desencadeou a existência do objeto
Mas a causa mais importante de todas é a:
causa final: explicação pela
finalidade do objeto.• É a causa final que diz
o propósito para o qual um objeto foi feito, o que ele tem de fazer.
• Para Aristóteles todas as coisas na natureza tem um propósito, que é sua causa final. Só realizando esta causa é que algo se torna aquilo que é de verdade.
As transformações da natureza: potência e ato
“A natureza nada faz em vão”Aristóteles entende que tudo que existe precisa realizar sua causa final. Esta finalidade (do grego télos) esta “impressa” ou inscrita em todas as coisas da natureza. Realizar a causa final é, em outros termos, tornar ato (tornar efetivo no mundo) o que existe em potência (aquilo que algo pode ser).Uma pergunta interessante a se fazer é: quais condições permitem à potência de algo tornar-se ato?
A semente de macieira tem em potência a macieira. A árvore germinada e que dá maçãs é uma macieira em ato.
A noção de forma em Aristóteles.Para Aristóteles, não só as causas explicam algo. É antes de tudo a forma aquilo que define o que uma coisa é, ou seja, que diz qual a essência desta coisa. Este conceito de forma não quer dizer simplesmente o formato de algo, mas é algo mais. Forma para Aristóteles tem os seguintes sentidos:
É o que expressa a estrutura de algo. É o que lhe confere identidade. É aquilo que permite agrupar algo em uma espécie. É o que define o estado final de desenvolvimento de
algo e que determina o caminho até ele. É o que limita as possibilidades de algo.
Pela forma de um objeto sabemos que ele poderá ser uma coisa e não outra.
A forma do cão impede que ele seja um gato, e explica como um cão deve ser.
Perceba como essa noção tem diferenças importantes em relação a Platão:
FORMA = IDEIA (mundo das
ideias)As formas existem
num mundo diferente daquele
que acessamos pelos sentidos
FORMAAlgo que está nos objetos e não num mundo fora
deles.É acessível aos
sentidos
Platão
Aristóteles
“A natureza nada faz em vão” – concepção teleológica da natureza; potência e ato caminho para a noção de FormaForma como expressão da essência de algo (aquilo que descreve a natureza de um objeto).Forma (estrutura do ser; aquilo que confere sua identidade, que lhe dá sua essência; aquilo que agrupa algo em uma espécie; estado final de desenvolv.; descreve o desenvolv.; conjunto de características potenciais; é o que limita as possibilidades da matéria (ex. da casa de água com telhados de ar)
Quadro da estrutura do mundo
Diferença em relação À Platão: as formas não compõem um mundo a parte, elas fazem parte dos objetos.