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Aula 4 Urbanismo Moderno 20/03/2013 Teoria e História da Arquitetura 1 Profa. Raquel da Costa Nery

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Aula Urbanismo Moderno Carta de Atenas, 1933 Memorial de Brasília 20 de março de 2013 Autor: Raquel da Costa Nery

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Page 1: Aula 4 urbanismo moderno

Aula 4

Urbanismo Moderno

20/03/2013

Teoria e História da Arquitetura 1

Profa. Raquel da Costa Nery

Page 2: Aula 4 urbanismo moderno

Aula 4

Urbanismo Moderno

20/03/2013

Teoria e História da Arquitetura 1

Page 3: Aula 4 urbanismo moderno

1ª metade do sec. XX

Dois modelos de urbanismo

Le Cobusier

Ville Radieuse

Modelo de cidade ideal

Utopia de uma cidade para o homem e a vida

modernos

Alta densidade com extensas áreas verdes,

zoneamento inflexível,cidade organizada por

funções – moradia, trabalho, lazer, circulação.

Frank Lloyd Wright

Broadacre City

Baixa Densidade

1 habitante por acre (1 acre = 10 mil m2)

Possibilitada por novas tecnologias

Ausência de centro, zoneamento.

Visão utópica que vai de encontro a um ideal

Individualista.

Page 4: Aula 4 urbanismo moderno

Ville Radieuse. Plan Voisin. Le Coubusier.

Plano para uma cidade de 1,5 milhão de habitantes no centro de

Paris.

Page 5: Aula 4 urbanismo moderno

“O modelo da Ville Radieuse tinha a finalidade de mostrar a

inadequação da cidade do presente em relação às

necessidades do homem moderno. O modelo desta cidade é

baseado em um sistema racional de estradas, um centro

comercial com funções de gestão e serviços, uma parte das

residências localizadas dentro da cidade, e um subúrbio

residencial.

A primeira aplicação desses princípios é apresentada em

1925 na Exposição Internacional de Artes Decorativas, como

resultado de uma pesquisa financiada por Voisin, industrial

que produzia carros. O Plano Voisin previa a demolição e

reconstrução radical de 240 ha, no centro de Paris. A área do

projeto se articula em torno de um eixo principal leste-oeste,

entre a rue des Pyramides e o Champs Elysées, a Gare St.

Lazare e Rue de Rivoli.

O sítio é delimitado pela construção de edifícios residenciais

(Immeubles-villas), um distrito comercial, montado em um eixo

secundário (Sena norte) do qual surgem os arranha-céus.

Apenas alguns monumentos episódios são poupados da

demolição (o Louvre, a Place Vendôme ...) embora muitas

vezes deslocado do seu local original, e colocado dentro do

vasto terreno de parque.

Este modelo teórico culminou em 1933 na publicação de um

de manifesto – Carta de Atenas – que propunha resolver

problemas da residência de massa e do deslocamento: A

Cidade Radiante.” *

Page 6: Aula 4 urbanismo moderno

Plan Voisin. Le Coubusier.

Plano para uma cidade de 3 milhões de habitantes no centro de

Paris.

Page 7: Aula 4 urbanismo moderno

“As necessidades do homem moderno estão aqui

reduzidas a um mínimo. As soluções oferecidas vão desde

a escala doméstica / residencal até a estrutura urbana.

ESTRUTURA: A proposta é criar uma cidade verde para

um milhão e meio de habitantes, com os seguintes

princípios:

Morte da rua de pedestres. O tráfego de veículos e o de

pedestres devem ser distintos. Ruas principais destinadas

exclusivamente para carros;

Ângulo reto - é o princípio gerador do sistema e define a

articulação dos edifícios em linha para a residência.

Zoneamento - as diferentes áreas funcionais são dispostas

em malha quadrada regular. Existem três principais:

Área para negócios e núcleos especial -

estudos da cidade e prédios do governo,

localizadas ao norte, perto da estação

ferroviária e do aeroporto, com os hotéis e

embaixadas;

Área industrial - dividido em indústria pesada,

armazéns e indústria leve no sul;

Área residencial - situado entre os outros dois,

protegido por um cinturão verde na direção da

indústria.”*

Page 8: Aula 4 urbanismo moderno
Page 9: Aula 4 urbanismo moderno

As vias para carros cortam o assentamento

ortogonal ou diagonal. A ferrovia forma um

cinturão externo e a rede de metro é

prevista no subsolo.

Quadrados de 400 metros sem subdivisões de lotes,

isolados, estão implantados a margem das estradas.

Permitem obter a consolidação e grandes áreas

abertas contíguas a serem utilizadas para uso público;

para obter este resultado, espera-se um grande uso da

expropriação instrumento.

Intensidade de uso de solos: a partir de um padrão de

área 14 m2 por habitante, o objetivo é minimizar as

áreas edificadas, de modo a obter 12% da superfície

total construída com uma densidade de 1,000ha por

habitante.

O espaço livre de edifícios é em grande parte destinado

ao verde.

Rede de circulação na superfície: caminhos para

pedestres são destinados em parques, abrigos

protegidos, e calçadas. São três tipos principais de

seção:

- 54 m

- 40 m

-28 m”*

Page 10: Aula 4 urbanismo moderno

Plan Voisin. Le Coubusier.

Page 11: Aula 4 urbanismo moderno

Estradas penetram os blocos nas entradas dos edifícios,

onde existem áreas de estacionamento. As ruas

diagonais, baixo atrito, são levantadas sobre pilotis.

Morfologias: as residências estão implantadas em

edifícios lineares em edifícios, 11 andares, em ângulos de

90 °. O solo é completamente permeável a qualquer tipo

de percurso, sendo a construção exclusivamente sobre

pilotis, desta maneira torna possível estacionamentos em

quase toda a superfície, e nos espaços internos distribuir

serviços sociais e espaços de recreio.

Os prédios são de dois tipos: de casal (16m) com centro

corredor orientado norte-sul, e simples (9m), orientada

leste - oeste, sul e apartamentos corredor ao norte.”*

*

In: CECCHINI, Domenico. Le Corbusier. 1922 - 1935 . LA VILLE

RADIEUSE Corso di URBANISTICA. Università degli studi di

Roma . "La Sapienza". Facoltà di Ingegneria Disponível em:

http://www.cittasostenibili.it/urbana/urbana_L_10.htm

Traduzido e adaptado do italiano por Raquel da Costa Nery.

Page 12: Aula 4 urbanismo moderno

1ª metade do sec. XX

Carta de Atenas 1933

A Carta de Atenas é o manifesto urbanístico resultante do

IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM), realizado

emAtenas em 1933

Preconiza a separação das áreas residenciais, de lazer e de trabalho,

propondo, em lugar do caráter e da densidade das cidades

tradicionais, uma cidade, na qual os edifícios se desenvolvem em

altura e inscrevem em áreas verdes,

Carta de Atenas. 1933. Le Cobusier. Princípios do urbanismo

moderno.

http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=233

Page 13: Aula 4 urbanismo moderno

Do ideal para o real...experiências a partir de preceitos

conceituais do urbanismo moderno

Page 14: Aula 4 urbanismo moderno

Memorial do Plano Piloto de Brasília, de Lúcio Costa

http://www.guiabrasilia.com.br/historico/memorial-d.htm

Page 15: Aula 4 urbanismo moderno
Page 16: Aula 4 urbanismo moderno

Brasília

Memorial do plano piloto de Brasília

“Desejo inicialmente desculpar-me perante a Direção da Companhia Urbanizadora e a Comissão Julgadora do

Concurso pela apresentação sumária do partido aqui sugerido para a nova Capital e também justificar-me.

Não pretendia competir e, na verdade, não concorro; apenas me desvencilho de uma solução possível, que não foi

procurada, mas surgiu, por assim dizer, já pronta.

Compareço, não como técnico devidamente aparelhado, pois nem sequer disponho de escritório, mas como simples

"maquis" no desenvolvimento da idéia apresentada, senão eventualmente na qualidade de mero consultor. E se

procedo assim cândidamente, é porque me amparo num raciocínio igualmente simplório; se a sugestão é válida,

êstes dados, conquanto sumários na sua aparência, já serão suficientes, pois revelarão que, apesar da

espontaneidade original, ela foi, depois, intensamente pensada e resolvida; se não o é, a exclusão se fará mais

fàcilmente, e não terei perdido meu tempo nem tomado o tempo de ninguém.

A liberação do acesso ao concurso o reduziu de certo modo à consulta àquilo que de fato importa, ou seja à

concepção urbanística da cidade pròpriamente dita, porque esta não será, no caso, uma decorrência do

planejamento regional, mas a causa dêle; a sua fundação é que dará ensejo ao ulterior desenvolvimento planejado

da região. Trata-se de um ato desbravador, nos moldes da tradição colonial. E o que se indaga é como no entender

de cada concorrente uma tal cidade deve ser concebida.(...) ”

Page 17: Aula 4 urbanismo moderno

Brasília

Memorial do plano piloto de Brasília

Mas a autoridade de LUCIO COSTA melhor faria entender os recalcitrantes:

Ela deve ser concebida não como simples organismo capaz de preencher, satisfatoriamente, sem

esfôrço as funções vitais próprias de UMA CIDADE MODERNA QUALQUER, não apenas como URBS,

mas como CIVITAS, possuidora dos atributos inerentes a uma Capital. E para tanto, a condição primeira

é achar-se o urbanista iimbuído de UMA CERTA DIGNIDADE E NOBREZA DE INTENÇÃO, porquanto

desta atividade fundamental decorrem a ordenação e o senso de conveniência e medida capazes de

conferir ao conjunto projetado o desejável caráter monumental. Monumental não no

sentido de ostentação, mas no sentido da expressão palpável, por assim dizer,

consciente, daquilo que vale e significa. Cidade planejada para o trabalho ordenado e

eficiente, mas ao mesmo tempo cidade viva e aprazível, própria ao devaneio e à

especulação intelectual, capaz de torna-se, com o tempo, além de centro de govêrno e

administração, num foco de cultura das mais lúcidas do país.

O intróito do memorial de Lúcio Costa já indica, aos mais inteligentes, a grande

sabedoria do mestre, do filósofo, do sociólogo.

E continua LUCIO COSTA: Dito isto, vejamos como nasceu, se definiu e resolveu a

presente solução:

1.Nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dêle toma posse:-- dois

eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da Cruz.

2. Procurou-se depois a adaptação à topografia local, ao escoamento natural das

águas, à melhor orientação, arqueando-se um dos eixos a fim de contê-lo no triângulo

equilátero que define a área urbanizada.

3. E houve o propósito de aplicar os princípios francos da técnica rodoviária —

inclusive a eliminação de cruzamentos — à técnica urbanística, conferindo-se ao eixo

arqueado, correspondente às vias naturais de acesso, a função circulatóriatronco, com

pistas centrais de velocidade e pistas laterais, para o tráfego local, e dispondo-se ao

longo dêsse eixo o grosso dos setores residenciais.

Page 18: Aula 4 urbanismo moderno

Brasília

4. Como decorrência dessa concentração residencial, os

centros cívico e administrativo, o setor cultural, o centro de

diversões, o centro esportivo, o setor administrativo

municipal, os quartéis, as zonas destinadas à

armazenagem, ao abastecimento e às pequenas indústrias

locais, e, por fim, a estação ferroviária, foram-se

naturalmente ordenando e dispondo ao longo do eixo

transversal que passou a ser assim o eixo-monumental do

sistema. Lateralmente à interseção dos dois eixos, mas

participando funcionalmente e em têrmos de composição

urbanística do eixo-monumental, localizaram-se o setor

bancário e comercial, o setor de escritórios de emprêsas e

profissões liberais e ainda amplos setores de varejo

comercial.

5. O cruzamento dêsse eixo monumental, de cota inferior,

com eixo rodoviário-residencial impôs a criação de uma

grande plataforma liberta do tráfego que não se destina ao

estacionamento ali, remanso onde se concentrou

lògicamente o centro de diversões da cidade, com os

cinemas, os teatros, os restaurantes, etc.

6. O tráfego destinado aos demais setores prossegue,

ordenado em mão única na área inferior coberta pela

plataforma e entalada nos dois topos, mas aberta nas faces

maiores, área utilizada em grande parte para o

estacionamento de veículos onde se localizou a estação

rodoviária interurbana, acessível aos passageiros pelo nível

superior da plataforma. Apenas as pistas de velocidade

mergulham, já então subterrâneas, na parte central dêsse

piso inferior que se espraia em declive até nivelar-se com a

esplanada do setor dos Ministérios.

Page 19: Aula 4 urbanismo moderno

7. Dêsse modo e com a introdução de três trevos completos

em cada ramo do eixo rodoviário e outras tantas passagens

de nível inferior, o tráfego de automóveis e ônibus se

processa tanto na parte central quanto nos setores

residenciais sem qualquer cruzamento. Para o tráfego de

caminhões estabeleceu-se um sistema secundário

autônomo com cruzamentos sinalizados, mas sem

cruzamento ou interferência alguma com o sistema anterior,

salvo acima do setor esportivo, e que a cede aos edifícios

do setor comercial ao nível do subsolo, contornando o

centro cívico, em cota inferior, com galerias de acesso

previstas no terrapleno.

8. Fixada a rêde geral do tráfego de automóvel,

estabeleceram-se tanto nos setores centrais como nos

residenciais tramas autônomas para o trânsito local dos

pedestres a fim de garantir-lhes o uso livre do chão, sem,

contudo,levar tal separação a extremos sistemáticos e

antinaturais, pois não se deve esquecer que o automóvel,

hoje em dia, deixou de ser o inimigo inconciliável do

homem, domesticou-se, já faz, por assim dizer, parte da

família. Êle só se "desumaniza, readquirindo vis-a-vis do

pedestre, feição ameaçadora e hostil, quando incorporado à

massa anônima do tráfego". Há, coexistência se impõ

eentão, que separá-lo, mas sem perder de vista que, em

determinadas condições e para comodidade recíproca

Page 20: Aula 4 urbanismo moderno

9. Veja-se agora como, nesse arcabouço de circulação ordenada, se integram

e articulam os vários setores. Destacamse, no conjunto, os edifícios destinados

aos podêres fundamentais que, sendo em número de três e autônomos,

encontraram no triângulo equilátero, vinculado à arquitetura da mais remota

antiguidade, a forma elementar apropriada para contê-los. Criou-se, então, um

terrapleno triangular, com arrimo de pedra à vista, sobrelevado na campina

circunvizinha, a que se tem acesso pela própria rampa da auto-estrada que

conduz à residência e ao aeroporto. Em cada ângulo dessa praça — PRAÇA

DOS TRÊS PODERES — localizou-se uma das casas, ficando as do govêrno

e do Supremo Tribunal na base, a do Congresso no vértice, com frente

igualmente para uma esplanada ampla, disposta num segundo terrapleno, de

forma retangular e nivel mais alto, de acôrdo com a topografia local,

igulamente arrimado de pedras em todo o seu perímetro. A aplicação, em

têrmos atuais, dessa técnica oriental milenar dos terraplenos garante a coesão

do conjunto e lhe confere uma ênfase monumental imprevista. Ao longo dessa

esplanada — o Mall dos inglêses, extenso gramado destinado a pedestres, a

paradas e a desfiles, foram dispostos os ministérios e autarquias. Os das

Relações Exteriores e Justiça ocupando os cantos infericres, contíguos ao

edifício do Congresso e com enquadramento condigno; os Ministérios militares,

constituindo uma praça autônoma, e os demais ordenados em sequência —

todos com áreas privativas de estacionamento — sendo o último o da

Educação, a fim de ficar vizinho do setor cultural, tratado à maneira de parque

para melhor ambientação dos museus, da biblioteca, do planetário, das

academias, dos institutos, etc., setor êsse também contíguo à ampla área

destinada à Cidade Universitária com o respectivo Hospital de Clínicas e onde

também se prevê a instalação do Observatório. A Catedral ficou igualmente

localizada nessa esplanada, mas numa praça autônoma disposta lateralmente,

não só por questão de protocolo, uma vez que a Igreja é separada do Estado,

como por questão de escala, tendo-se em vista valorizar o monumento e,

ainda, principalmente por outra razão de ordem arquitetônica: a perspectiva de

conjunto da esplanada deve prosseguir desimpedida até além da plataforma,

onde os dois eixos se cruzam.

Page 21: Aula 4 urbanismo moderno

16. Quanto ao problema residencial, ocorreu a solução de criar-se

uma seqüência contínua de grandes quadras dispostas em ordem

dupla ou singela, de ambos os lados da faixa rodoviária, e

emolduradas por uma larga cinta densamente arborizada, árvores

de porte, prevalecendo em cada quadra determinada espécie

vegetal, com chão gramado e uma cortina suplementar

interminente de arbustos e folhagens, a fim de resguardar melhor,

qualquer que seja a posição do observador, o conteúdo das

quadras visto sempre num segundo plano e como que amortecido

na paisagem.. Disposição que apresenta a dupla vantagem de

garantir a ordenação urbanística mesmo quando varie a

densidade, categoria, padrão ou qualidade arquitetônica dos

edifícios e de oferecer aos moradores extensas faixas

sombreadas para passeio e lazer, independentemente das áreas

livres previstas no interior das próprias quadras.

Dentro dessas "superquadras" os blocos residenciais podem

dispor-se da maneira mais variada, obedecendo porém, a dois

princípios gerais: gabarito máximo uniforme, talvez seis

pavimentos e pilotis, e separação do tráfego de veículos do

trânsito de pedestres, mormente o acesso à escola primária e às

comodidades existentes no interior de cada quadra.

Ao fundo das quadras, estende-se a via de serviços para o tráfego

de caminhóes, destinando-se ao longo dela a frente oposta às

quadras a instalação de garagens, oficinas, depósitos de comércio

em grosso, etc. e reservando-se uma faixa de terreno equivalente

a uma terceira ordem de quadras para floricultura, horta e pomar.

Entaladas entre essa via de serviço e as vias do eixo rodoviário,

intercalam-se então largas e extensas faixas com acesso

alternado, ora por uma ora por outra, e onde se localizaram a

igreja, as escolas secundárias, o cinema e o varejo do bairro,

disposto conforme a sua classe ou natureza.

Page 22: Aula 4 urbanismo moderno

O mercadinho, o açougue, as vendas, quitandas, casas de ferragens etc,

na primeira metade da faixa correspondente ao acesso de serviço; as

barbearias, cabelereiros, modistas, confeitarias, etc na primeira seção da

faixa de acesso privativo dos automóveis e ônibus, onde se encontram

igualmente os postos de serviço para venda de gasolina. As lojas dispõem-

se em renque com vitrinas e passeio coberto na face fronteira às cintas

arborizadas de enquadramento dos quarteirões e privativas dos pedestres,

e o estacionamento na face oposta contígua às vias de acesso

motorizado, prevendo-se travessas para ligação de uma parte a outra,

ficando, assim, as lojas geminadas duas a duas, embora o seu conjunto

constitua um corpo só.

Na confluência das quatro quadras, localizou-se a igreja do bairro, e aos

fundos dela as escolas secundárias, ao passo que na parte da faixa de

serviço fronteira à rodovia se previu o cinema, a fim de torná-lo acessível a

quem proceda de outros bairros, ficando a extensa área livre intermediária

destinada ao clube de juventude, com campos de jogos e recreio.

Page 23: Aula 4 urbanismo moderno

17. A graduação social poderá ser dosada fàcilmente, atribuindo-se maior

valor a determinadas quadras, como, por exemplo, às quadras singelas

contíguas ao setor das embaixadas, setor que se estende de ambos os

lados do eixo principal paralelamente ao eixo rodoviário, com alamêda, de

acesso autônomo, e via de serviço para o tráfego de caminhóes comum às

quadras residenciais. Essa alameda, por assim dizer, privativa dos bairros

das embaixadas e legações, se prevê edificada apenas num dos lados,

deixando-se o outro com a vista desimpedida sôbre a paisagem,

excetuando-se o hotel principal localizado nesse setor e próximo do centro

da cidade. No outro lado do eixo-rodoviário-residencial, as quadras

contíguas à rodoviária serão naturalmente mais valorizadas que as

quadras internas, o que permitirá as gradações próprias do regime vigente;

contudo, o agrupamento delas, de quatro em quatro, propicia, em certo

grau, a coexistência social, evitando-se assim uma indevida e indesejável

estratificação. E, seja como fôr, as diferenças de padrão de uma quadra a

outra serão neutralizadas pelo próprio agenciamento urganístico proposto,

e não serão de natureza a afetar o confôrto social a que todos têm direito.

Elas decorrerão apenas de uma maior ou menor densidade, de maior ou

menor espaço atribuído a cada indivíduo e a cada família, da escolha dos

materiais e do grau e requinte do acabamento. Neste sentido, deve-se

impedir a enquistação de favelas, tanto na periferia urbana quanto na rural.

Cabe à Companhia Urbanizadora prover dentro do esquema proposto

acomodações decentes e econômicas para a totalidade da população.

Page 24: Aula 4 urbanismo moderno
Page 25: Aula 4 urbanismo moderno

Recursos Audio Visuais

Bibliografia

CHOAY, Françoise. “Jane Jacobs”. In: Urbanismo. São Paulo: Perspectiva, 2005. p. 293-301.

“Charles-Édouard Jeanneret”. In Urbanismo. São Paulo: Perspectiva, 2005. p. 183-195.

“Frank Lloyd Wright”. In Urbanismo. São Paulo: Perspectiva, 2005. p. 235-246.

CECCHINI, Domenico. Le Corbusier. 1922 - 1935 . LA VILLE RADIEUSE Corso di URBANISTICA.

Università degli studi di Roma . "La Sapienza". Facoltà di Ingegneria Disponivel em:

http://www.cittasostenibili.it/urbana/urbana_L_10.htm

Iconografia:

http://urbanidades.arq.br/2010/02/seguranca-nas-cidades-jane-jacobs-e-os-olhos-da-rua/

http://www.arquitetonico.ufsc.br/a-cidade-de-jane-jacobs

http://www.estudoprevio.net/artigos/9/monica-pacheco-.-suburbanismo

http://arquiteturaeurbe.com/tag/planejamento-urbano/

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.128/3724

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Jane_Jacobs

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http://brooklynheightsblog.com/archives/30621

http://www.planetizen.com/node/43826

http://old.post-gazette.com/businessnews/20000521eastliberty1.asp

http://www.baltimorphosis.com/article1.htm

http://www.architizer.com/en_us/blog/dyn/26602/planning-in-vogue/

http://histarq.wordpress.com/2012/10/25/aula-9-ville-radieuse-vs-broadacres-1929-1932-urbanismo/

Artigos complementares:

http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/oscar-niemeyer-superquadras-brasilia-08-02-2008.html