variações sobre o urbanismo pós-moderno

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255Revista da Eaculdade de IetrasGeografaIserie,vol.XIX,Porto,2003,pp.255-265Variacs sobrc o Irbanismo Ps-modcrnoJoo 8armcnto1Giobes make my head spin. By the time I iocate the piace, theyve changed the boundariesmciuhan .t a/ (199) .t a/ .t a/1. O Irbanismo c o ps-modcrno ou a Gcohistria da CidadcA ideia de que o uturo j no o que era um bom ponto de partida para um artigo que questiona o urbanismo contemporneo, a aita de uturo da modernidade e a resistncia em embarcar num projecto ps-moderno. A reinveno das cartogranas radicais do urbano (que se deende no caiu ou est a cair no totaiitarismo de pianeadores, burocratas e eiites corporativas), deve procurar a compiexidade e os territrios indiscipiinados - as cidades so o iugar por exceincia da uso entre o acto e a imaginao. Argumenta-se que o urbanismo ps-moderno, ao debruar-se sobre as especincidades espaciais, que assumem connguraes particuiares de reiaes sociais, nas ormas construdas e actividade humana (Soja, 2000), atravs de uma abordagem mais inciusiva, nexvei e ecitica do que tem sido ocasonosestudoscissicosdegeogranaurbana,podedaraentenderdeormamais convincenteosprocessosdereestruturaourbanacontempornea.Oobjectivodestas variaes atonais no vai mais ionge do que o de coiocar uma srie de questes sobre a orgnica e piuraiidade das cidades contemporneas.O Ps-modcrnismoOpsmodernismo,apiicadoamuitoscamposcuituraisdierentes,docinemaa arquitectura,dancoaodesign,podesercompreendidocomoumestiio,ummtodo ou uma poca (Dear, 1986). A arquitectura tornou-se a arte paradigmtica da aniise do ps-modernismo como um estiio ()encks, 1984), cujas idiossincrasias se prendem com a exagerada ateno dada as variaes de achada, a diversidade de cores, aos eiementos de design e a iconograna, que mais no so do que embruihos de presentes supernciais (Iey, 1994). As impiicaes deste estiio, mesmo que supernciai, na constituio de signincados eidentidadesoimportantes.osestiiospodemapoiarideoiogiasdominantesou,peio contrrio, podem constituir rituais de resistncia. O ambiente construdo ps-moderno pode assim reveiar variadas acetas a partir das reiaes cada vez mais estiihaadas entre a agncia humana e as estruturas existentes.1Departamento de GeografaUniversidade do Minho256Variaes sobre o Urbanismo Pos-modernoOps-modernismopodetambmserencaradocomoummtodo,oqueimpiica desposarops-estruturaiismoeadesconstruocomoprincipaisestratgiasdeaniise. Anaseassimcoiocadanaormacomoosmitipiosposicionamentosdeumautor ouieitoremtermosdecuitura,ciasse,gnero,etc.,tminnuenciadoeinnuenciama escritaeieituradeumtexto,sendoqueossignincadosobtidossomitipios,seno mesmoinnnitos.Aetnogranacontemporneaganhareaice,bemcomoadiscussodas possibiiidades de representao do Outro, num momento em que as preposies dessas mesmas representaes so to contaminadas peia prpria posio do autor. Vaiorizam-seasabordagenscrticassobreoexagerodopoderdainterpretaoacadmicaeo diminutosiinciodaagnciadecidadoscomuns.Asieiturasetnogrncas/tto-asoevidenciadasecontextuaiizadasnosrecentesestudosdourbanismocontemporneo, por exempio. A subtiieza encontra-se no equiibrio entre as aniises textuais e as prticas etnogrncas.Por itimo, o ps-modernismo pode ser abordado como uma poca histrica, na quai as transormaes cuiturais e niosncas so contextuaiizadas na evoiuo da geopoitica e economia giobai, poca essa que constitui um corte mais ou menos radicai com uma poca moderna anterior. Assim, o ps-modernismo entendido no seio de uma transormao econmica, numa cuitura do capitaiismo tardio ()ameson, 1984), integrado numa nova ase ps-ordista de acumuiao nexvei (Harvey, 1990). Nesta perspectiva, para encontrarmos um mapa cognitivo das transormaes da paisagem temos que abraar a cuitura e a poca ps-moderna.O IrbanismoNos anos ~0 do scuio XX, num ensaio cissico da Iscoia de Chicago, Iouis Wirth usouoconceitodeU/aoisocomoumaormadevidaassociadaaumavivncianuma rea urbana. Wirth estava preocupado sobretudo com questes morais reiacionadas com probiemassociaisurbanosobservveis.Paraestesociiogo,ourbanismoinciuatrs componentes. a dimenso, a densidade e a heterogeneidade da popuiao. Com esta viso, ourbanoeoprocessodeurbanizaooiposicionadoemeserasseparadasdaeconomia poitica mais vasta, como uma categoria espaciai com as suas prprias innuncias ambientais em indivduos.mais tarde, Casteiis em 1/. U/ao _a.stio (192) e Harvey em .ia/ Jasti.. aoa t/. city (19~), iiustraram as signincativas novas direces da ento emergente Iscoia de Iconomia Geopoitica Radicai e as tendncias que os estudos urbanos soreram, resuitantes da crise urbana dos anos 60 do scuio XX. As duas obras podem ser cataiogadas como pertencendo ao campo da socioiogia e geograna marxistas, e em ambas risado o acto de que as prticas quotidianas e os particuiarismos do urbanismo como orma de vida, tendem a produzir e reproduzir uma distribuio regressiva dos rendimentos que persistentemente benenciam os ricos em detrimento dos mais desavorecidos.A revoita estudantii de 1968, com a consequente agitao sociai em Paris constituiu o gatiiho de um re(pensar) radicai da cidade e do urbanism as a way o iie. Ao deender a inciuso da poitica nas especincidades espaciais do urbanismo, Ieebvre tornou-se uma das nguras inteiectuais proeminentes deste movimento. A obra La !aa.tio a. L Isa.., maisdoquequaiqueroutra,oichavenatransormaodosestudosurbanos.1aicomo reere Soja (2000), Ieebvre introduziu novas perspectivas na poitica e ideoiogia do espao urbano, bem como na geohistria da modernidade e capitaiismo. Um dos seus contributos maisimportantesoiodeadicionarumadimensoespaciaiprobiemticaevigorosaas aniises marxistas dos enmenos urbanos, que ocavam sobretudo o materiaiismo histrico e as reiaes e processos sociais.257Joo SarmentoPara aim dos modos de vida urbanos e suburbanos, dos /a/itas e prticas espaciais urbanas,anaiisadoseentendidosnaiinhadeGiddensouIetherstone,ourbanismo tambm teoria e prtica. Ao contrrio das ideias progressistas do urbanismo, este pode ser encarado como inserido numa viso giobai da sociedade, ortemente poiitizado, no sendo apangio somente de especiaiistas. O urbanismo, mais do que um campo piuridiscipiinar doconhecimento,umaprticacoiectiva,ondeoimaginriotemtambmumpapei importante.Para Soja (2000), o itimo estdio da geohistria do espao urbano a ormao da ps-metrpoie, isto , a cidade que resuita sobretudo dos itimos ~0 anos de reestruturao urbana. Iste processo pode ser observado ao iongo de uma viagem que tem seguramente mais do que trs dcadas. Partindo da obra de Patrick Geddes citi.s io I:/atio de 1915, e mais concretamente do captuio worid cities and city regions, onde o autor nos reveia ideiassobreasiigaeseredesexistentesentre.iaaa.soaoaiais(emvezdehierarquias decidadesdentroeatravsdeestadosnao),passandopeioimportantetextodePeter Haii (1966) 1/. V/a citi.s, onde se cartograa o capitaiismo giobai, o desenho de iinhas eproduodeiimitescomoumaormadepensarainteracodosIstado-naocoma economia giobai, chega-se a triiogia de iivros de manuei Casteiis (1996, 199, 1998) 1/. Iofoatio a.. I.ooy. .i.ty aoa ca/ta., que mais no do que uma histria sobre a orma como as redes tecnoigicas proporcionaram a emergncia de um tempo intemporai aciiitando a transormao de uma economia mundiai numa economia giobai.Por vezes este percurso ievaria a pensar que poderamos desaguar na tonaiidade de queastecnoiogiasdeinormaoabririampossibiiidadesdevidaemambientesrurais serenosetranquiios,ondeaspessoastrabaihariamem./..toi..tta.s.Aconcentrao deinormaoerecursosemapenasaigunsiugares,iigadosemredepeiopoderdo processamento por computador e peias teiecomunicaes (Haii, 1998, Crang, 2000) tem corrodo esta conciuso. 1ai como mostrou Saskia Sassen, Nova Iorque, Iondres e 1quio, concentramecontroiamavassaiadoramenteaeconomiagiobai.AIradaInormao j,esercadavezmais,aIradasmegacidades(BorjaeCasteiis,199).Noentanto, estas aniises da sociedade em rede so exageradas, pois aciimente se cai em perspectivas demasiado abstractas, t-auo, sem pessoas e por vezes pouco modestas (ver Smith, 200~). Ser que o capitai e as suas redes expiicam tudo, estando ausente a contingncia e a agncia humanaA giobaiizao do capitai, do trabaiho e da cuitura , mais do que nunca, a essncia das cidades, iigando o iocai com eventos giobais e vice-versa, as iigaes entre o giobai e o iocai ievaram a diuso do urbanismo e da urbanizao a todos os cantos do giobo (Soja, 2001).Agiobaiizaotevetambmoeeitodeproduzirascidadesmaisheterogneas dahistria,sendoqueestadiversidade,muitasvezesetiquetadasimpiesmentecomo muiticuituraiismo,tornou-senumadasmarcasdourbanismops-moderno.Quimeras dascatastrncasimpiicaesecoigicasdoa/aosau/dea/aosau/ a/aosau/ citi.sf_aat.eI./yf |.a (Davis, 1990 e 1998) so hoje transpostas a uma escaia muito mais abrangente para|.a |.aasreaiidadesdeBanguecoque,NovaDeiiouSoPauio.Istasmegacidadesarticuiame iigamprocessoseunesaescaiagiobai(mesmonoconstituindocentrosdominantes desta economia), aectando centenas de miihes de pessoas, iigando redes de inormao e concentrando poder, ao mesmo tempo que uncionam como receptcuios de vastos sectores da popuiao que iuta por sobreviver (Borja e Casteiis, 199).Ixcepcionaismutaesurbanassucedem-seemcidadesAsiticas,particuiarmente na China, desde que Deng Xiaoping decidiu criar as novas cidades ou zonas econmicas especiais de Shenzhen, Zhuhai e Pudong. As cidades do !./ ki:. D./ta, constituem um novosistemaurbano,emquecadapartesimuitaneamentecompetitivaedependente 258Variaes sobre o Urbanismo Pos-modernodequaiqueroutra.Aqui,acidadenomonumentaiidade,aveiocidadedeconstruo acarreta um processo de estandardizao que tende a inibir o pianeamento urbano, abrindo caminho ao urbanismo genrico da monociutura paisagstica de que nos aia Dear e Iiusty (1998).Destaca-senoentantoquenohcidadespuramenteps-modernasouregies urbanascompietamentepsmetropoiitanas(Soja,2000),equeprovaveimentenuncaas haver. Continuidades com o passado, peio menos com ormas ciaramente modernistas de urbanismo e urbanizao persistem um pouco por toda a parte, moidando vrias dimenses espaciais,sociaisehistricasdavidaurbanacontempornea.Giddens(1990)vaimais ionge, argumentando que no vivemos ainda num universo ps-moderno.Im Novo Irbanismo.Nosanos90doscuioXX,umacorrentedepianeamento,arquitecturaedesign adoptou uma postura essenciaimente anti-suburbana e neo-tradicionaiista designada por !: U/aoiso, que no passa, no entender de aiguns, de uma reaco poitica ortemente paroquiaiasnovasreaiidadesurbanasdavidanascidades.Arejeiodaadmiraode VenturipeiasDiso.y/aoas,peiatideIasVegasepeiaornamentaosuburbana totai(Venturi.ta/,192).Reiph(198)reerequeoequivaientedopianeamentono psmodernismo o design urbano, e como tai, d-se importncia a coerncia do panorama dacidade,inciuindoaszonashistricas,asreiaesentreediciosantigosenovos,as ormasdosespaoseaospequenosmeihoramentosdasruascomosejamospasseios,os bancos e restante mobiiirio urbano. A nase prende-se com a quaiidade visuai (ignorada desdeomovimentodeDanieiBurnhamdaciaaa.B./a),negiigenciandoosprobiemas sociaismaisprementes,camunando-oscomarticios.maso!:U/aoisodepara-se comdeormidadesmonstruosas(Katz,1994),comosejamaaitadeautenticidade,a aita de sentido de iugar, os subrbios ou .x-a/s sem aima em expanso, as cidades nas margens sem mente ou os centros em coiapso ou em ragmentao.O!:U/aoisooereceaigopositivobemcomonostigico,perseguindoum interessenasruasenaarquitecturacvicacomoespaosdesociabiiidade,sebemque rejeitando a concepo ragmentada do urbanismo ps-moderno. H assim uma tentativa (utpica) de transormar cidades grandes e aparentemente ora de controio, num conjunto de viias urbanas interiigadas, onde as pessoas sociaiizam de orma cvica e urbana. Harvey (2000,p.10)muitocrticoemreiaoaestaabordagem.(.)thedarkersideo thiscommunitarianismremainsunstated(.),poisascomunidadesbemestabeiecidas erguem-se geraimente exciuindo o outro, internaiizando a vigiincia, o controio sociai earepresso.Nasuamateriaiizaoprticao!:U/aoisoconstriumaimagemde comunidade e uma retrica de orguiho e conscincia cvica baseada no sentido de iugar para aqueies que no o precisam.O novo urbanismo tambm pode ser percebido para aim desta dimenso esttica da cidade, com a sua rejeio do suburbano. Pode ser entendido na medida da reestruturao contempornea das escaias espaciais, que tambm responsvei por iniciar um novo regime urbano,caracterizadopeiasreestruturaesdramticasentreaproduoeconmica,a reproduosociaieagovernaopoitica.Apesardoprincipaimecanismoreguiadorda urbanizaoserosistemadepianeamento,verincamosqueacuituradopianeamento, bem como a da arquitectura, se tem divorciado das suas origens sociais. O pianeamento passou a ser visto, em muitos casos, como um impedimento do uncionamento das oras demercado.AtravsdaschamadasCorporaesdeDesenvoivimentoedasIot.is. Zo.s (Haii, 1999), o sistema de pianeamento tornou-se um mecanismo para aciiitar, e no 259Joo Sarmentoreguiar, o desenvoivimento urbano e econmico2. Iste aastamento do pianeamento com um papei reguiador contribuiu para o desenvoivimento ragmentado do ambiente urbano (Haii, 1998), sendo que os pianeadores dos novos espaos urbanos raramente oiham para aim dos seus ragmentos.Presentemente, muitos centros de cidades esto a sorer um revivaiismo proundo. (.) the terrain o the inner city is suddeniy vaiuabie again, perverseiy prontabie (Smith, 1996, p.6). Istes desenvoivimentos em reas do centro das cidades que estavam em decinio mostram uma extensa reimaginao dos centros urbanos e impiicam uma combinao de reabiiitao sica e processos de animao cuiturai~. Vaioriza-se o patrimnio e a histria iocainumaigicaestticaedeentretenimento.Acidadecoiagemeasti./.,um paiimpsesto onde o mickey mouse que ensina os arquitectos (Venturi, 192 citado em Harvey, 1990, p.60).Noentanto,arequaiincaourbana,enquantoprocessodeintervenosociaie territoriai, pressupe um conjunto de aces integradas numa igica de desenvoivimento urbano,agindoassim,nadimensodaquaiidadeedascondiesdevidadosdiversos grupossociais,particuiarmenteaqueiesquesomaismarginaiizados,assumindouma postura de democraticidade sociai e de generaiizada apropriao individuai e coiectiva dos espaos em questo.Aurbanizaodossubrbiospodeconsiderar-seumaoutraparteintegranteda transio urbana. Ista reestruturao oi particuiarmente bem caracterizada por Garreau (1991) na sua aniise de Ia. citi.s, onde cidades da margem se tornaram os novos coraes da nossa civiiizao. Se verdade que asIa. citi.s ou0at. citi.s so sintomticas do desenvoivimento urbano em todo o giobo, eias emergem de ormas distintas. Por um iado, temos exempios de sucesso que representam a iocaiizao casuai de ./ast.s de empregos, indstria, habitao, escritrios, comrcio, entretenimento e inraestruturas de transporte, poroutroiado,existemexempiosquereveiamqueestaconnunciaderecursosest rancamente desequiiibrada.Pretende-seumprocessodeintervenoterritoriai,processoestesociaiepoitico, queatinjaumamaiorquaiidadeurbana,atravsdeumamaiorequidadenasormasde produo urbana, de um meihor equiibrio no uso e ocupao de espaos e na capacidade criativa e de inovao dos agentes impiicados neste processo2. A cmcrgncia da Iscola dc Los AngclcsVrios autores ()encks, 1984, Dear, 1986, Dear e Iiusty, 1998, Soja, 2000, 2001) tm deendido que nas itimas dcadas, no contexto da teoria urbana, Ios Angeies tem assumidoumaposiocomparveiaqueassumiuChicagonoinciodoscuioXX.Ios Angeiesreveiou-secomoaprimeiracidadeaaiaraiinguagemdomovimentoenoa domonumento()encks,1984).Umvastonmerodeacadmicosemesmodereiatose crticospopuiares,temconstrudoacidadedoPacncocomoarqutipodaurbanizao contemporneaeutura.1aicomoChicagoeraocentrodeumaimportanteIscoiade 2Harvey (2000) reIere-se a feeding the downtown monster no processo das parcerias p feeding the downtown monster feeding the downtown monster ublico-privado dasuudocas de Baltimore.3Agentrihcation,ousejaaenobrecimentodeespaoscentraisquepassamatercomoresidentesa gentry, istoe, uma classe burguesa com Iortecapital cultural,etambem uma das caracteristicasmais interessantes e importantes do que esta a acontecer nas inner cities. Este processo, Iortemente ligado a reabilitao e renovao de areas antigas e degradadas, incentiva a mistura de usos e a criao de novas centralidades.260Variaes sobre o Urbanismo Pos-modernoSocioiogia Urbana, Ios Angeies concentra um conjunto notvei de inteiectuais que azem parte de uma Iscoia de estudos urbanos. IA e o Sui da Caiirnia tm sido usados como iaboratrios de investigao de processos de urbanizao emergentes no nnai do scuio XX e princpio do scuio XXI, uncionando como prottipos poiigiotas, poiicntricos, como um asti./. poiicuiturai que reescreve os Istados Unidos e muitos aspectos do urbanismo contemporneo um pouco por toda a parte4.As preocupaes principais desta Iscoia centram-se na reestruturao do urbano, isto , nos processos de desindustriaiizao e reindustriaiizao, no crescimento da economia de inormao e conhecimento, no decinio do papei do Istado-nao, na emergncia de novos nacionaiismos e no crescimento da importncia do !a.i/.-kio no contexto giobai (Dear e Iiusty, 1998)5. A Iscoia de Ios Angeies, tem, no entanto, sido criticada sobretudo por atender a escaias de aniise macro, negiigenciando a teoria urbana orientada para a agncia humana e para as prticas sociais e espaciais das pessoas. A criao e manuteno das redes decidadesgiobaisdevem-seasreiaesqueestovivaseerviihantescommovimento, prticas, actuaes e contingncia (Amin e 1hrit, 2002).Ixiste tambm quem anrme que no muito ciaro o que caracteriza esta LA .//paraaimdoseubviointeressenacidadedeIosAngeies,(Iees,200~).SenaIscoia de Chicago de Park existia uma partiiha de uma metodoiogia, um empenho genuno na investigao etnogrnca, a sua sucessora do Pacnco tem dincuidades em estabeiecer uma metodoiogia coerente, sendo criticada por optar por uma geograna que d prioridade as citaes(.itioe.itio .itio .aoas.a/y),emoposioatrabaihoempricoprimrio(si/tio). Asexpediesgeogrncas,asvozesdopbiico,aqueiesmaisaectadospeiaspoiticas urbanas, so preteridos e siienciados, em virtude de aniises de poemas e iiteratura. an exaggeration o the power o academic interpretation and the diminution o the agency o ordinary peopie ()ackson, 1999, p.401). Inquanto nos debruamos nos protosurps emembrosdacybergeoisie(DeareIiusty,1998),esquecemo-nosdosverdadeiros habitantes da cidade. Quais sero as impiicaes de uma desiocao de aniises textuais para prticas etnogrncas nesta nova geograna urbana Simuitaneamente, a importncia da condio (ou processo) de I.t./is ()encks (1996, p.4) cria oportunidades para diversos arquitectos,gegraos,sociiogoseurbanistas,entreoutros,expioraremavariedade,a dierena e a piuraiidade. diversas obras da Iscoia de Arquitectura de Ios Angeies, como o trabaiho de Irank Gehry e Iric Owen moss, combinam diversos textos e mitipias vozes. diiogos entre o ormai e o inormai, o presente e o passado, o industriai e o verncuio, o animai e o mecnico.4 Jencks (1993, p.7) deIende que 'Ios Angeles, like all cities, is unique, but in one way it may typiIy the world city oI the Iuture: there are only minorities. No single ethnic group, nor way oI liIe, nor industrial sector dominates the scene. Pluralism has gone Iurther here than in any other city in the world (.).5OflmeBladeRunnerdeRidleyScott,adaptadodolivroDoAndroidsDreamofElectricSheep?de Philip Dick, e um flme de fco cientifca popular, que exemplifca muitas das caracteristicas do pos-modernismo,eprestaparticularatenoaconceptualizaoesignifcadodotempoedoespao.O argumentoexploraasquestesdesenvolvidasporBaudrillardsobreosimulacro,easpectosligados afuidezdemovimentonoespaoeaoespao-tempodacomunicaoglobalinstantnea.Oflme mostra tambem o espao de Ios Angeles em 2019, caracterizado pela desindustrializao e decadncia pos-industrial e por imagens, simbolos e sinais que revelam a eroso de Ironteiras, que representam a competio de perspectivas numa condio caotica que sugere a Iragmentao e incerteza Ii o e incerteza I o e incerteza I sica e social que ilustram algumas Iacetas da estetica pos-moderna.6 Eoucault defniu o conceito de Heterotopia como lugares 'which have the curious property oI being in relation with all other sites, but in such a way as to suspend, neutralise, or invert the sets oI relations that they happen to designate, mirror or refect.261Joo Sarmento3. A Fragmcntao Irbana1he city has no compieteness, no centre, no nxed parts. Instead, it is an amaigam o oten disjointed processes and sociai heterogeneity, a piace o near and ar connections, a concatenation o rhythms, aiways edging in new directions. (Amin e 1hrit, 2002, p.8)H cerca de uma dcada e meia, Harvey (1990) argumentava que o ps-modernismo cuitivavaumaconcepodotecidourbanocomonecessariamenteragmentado,um paiimpsestodeormaspassadassobrepostaseumacoiagemdeusoscontemporneos, muitos dos quais podem ser emeros. Saigueiro (1999, p.225) reere-se a ragmentao urbana como uma organizao territoriai marcada peia existncia de enciaves territoriais distintosesemcontinuidadecomaestruturasocio-espaciaiqueoscerca.Acoieco de ragmentos de pequena escaia que Irank Gehry tem produzido em Ios Angeies, que condensaoespritodeiugardaI.t./is,comassuasmetorasirnicaseambguas, simboiiza o conceito de cidades-arquipiago, ormadas por iihas que nutuam e vagueiam na paisagem residuai, suprnua e desinteressante (). As novas cidades, mais ragmentadas na sua orma, mais caticas na sua estrutura e geradas por processos de urbanizao dierentes das suas predecessoras, oram baptizadas por Iewis (198~) de gaiactic metropoiis, isto ,cidadesqueemvezdeseremumanicaentidadecoerente,consistemnumnmero dedesenvoivimentosresidenciaisecomerciaisespectacuiaresedegrandedimenso, entremeados por vastos espaos ambientaimente e economicamente degradados.mikeDavis,emI./yf|.a(1998),anaiisacomoaormaodeumaecoiogiaI./yf|.a I./yf|.ado medo tem ievado ao crescimento e diuso de um urbanismo obcecado peio temor da vioincia e do crime urbano, com a consequente intensincao do controie espaciai e sociai. supercies comerciais panpticas, condomnios echados, espaos pbiicos vigiados, etc. A psmetropoie de Soja um arquipiago de cidades encarceradas, iihas de enciausuramento e de proteco antecipada contra os perigos reais e imaginados da vida urbana quotidiana.Uma outra perspectiva de ragmentao a de que aigumas cidades, ao operarem como actores na cena internacionai sem recurso a mediao dos seus governos nacionais, e por vezes indo mesmo contra os interesses gerais destes itimos (Dematteis, 2001), resuitado da participao de diversos actores em redes giobais, contribuem para a ragmentao de territrios em unidades uncionais mais ou menos autnomas. A cidade iiga-se a territrios distantes que pertencem a uma mesma rede, enquanto se vai desiigando de territrios contguosehierarquicamenteouadministrativamentesuperioresaosquaispertenceem termos uncionais ou institucionais, sendo que em muitos casos esgotam-se os vncuios das cidades com as suas geogranas iocais (Sorkin, 1992).Areestruturaourbanatemievadoacriaodedoisespaosdistintos.Deum iado,registamosocrescimentodeD.aa!a//i.a..s(Sennett,1992),isto,praas desoiadasqueenvoivemmodernosediciosdeescritrios,edeoutroiado,constatamos odesenvoivimentode|.sti:.a..squeencorajamoconsumo-arequaiincaourbana de centros de cidades e a proiierao de grandes supercies comerciais. Aparentemente muito distintos, ambos os espaos, Isa Isa Isa s !//i.s mts e Isa Isa Isa s |.sti:s, se constroem sobreumapercepodenecessidadedeordem,segurana,vigiinciaecontroiesobre ocomportamentodopbiico.masatquepontoarevitaiizaoeregeneraourbana depraas,ruasecaiadas,teatrosecasimpiicarorenascereore-encantamentodos espaos pbiicos No ser que o proiierar de grandes supercies comerciais como espaos aparentementepbiicosqueconstroemsignincadosimportantesparaaspessoas(ieia-se consumidores), espaos ortemente reguiados onde existem restries ao comportamento e a determinadas actividades, em simuitneo com a crescente privatizao de vrios espaos pbiicos como praas e ruas e o aumento de vigiincia urbana atravs de circuitos echados 262Variaes sobre o Urbanismo Pos-modernodevdeovigiincia,nocontribuiparaodeciniodaimportnciadosespaospbiicos Imcidadescadavezmaiscompostasdecuiturasesubcuituras,ainteracoversusa coexistncia, a participao versus a condio transitria, ieva-nos a questionar a utpica noo do espao pbiico como raterna comunidade de estranhos. Onde se posiciona a ideia de Oimstead de conceber parques como vivuias de segurana, misturando ciasses e etnias, no contexto da privatizao da arquitectura e territrio da esera pbiicaUmmovimentoimportantequecaracterizaumaugadaciassemdia-aitaaos espaospbiicosparaassuasprpriasceiasortincadaseparaosseusestiiosdevida insuiares e exciusivos, consequncia directa da urbanizao dos subrbios e do processo requentementedesignadode1ero-mundiaiizaodaIoo.city.Osmovimentosde DesenvoivimentosdeInteresseComum,nosquaisosresidentespossuemoucontroiam reas comuns e equipamentos partiihados, renectem a evaso da cidade e a autarcia sociai. Asciassespriviiegiadasanrmamosseuspriviigiossociaisaoescapardosperigos urbanos. A igica de proximidade geogrnca ou visibiiidade ecoigica desvaiorizada em detrimento de uma pertena internacionai e de uma vivncia ou aparncia cosmopoiita.mitcheii(2001)argumentaqueacidadeps-moderna,quandoexaminadade baixo, isto , da perspectiva dos eeitos que so produzidos nos seus residentes mais pobres e marginaiizados, no reveia ser o resuitado de um conjunto de processos aparentemente aieatrios,masaconsequnciadepianoseestratgiasconcertadascomoodesmanteiar de benecios sociais, o recuo da habitao sociai ou a reconngurao do poiiciamento de ormaaasseguraramarginaiizao.Noexistemjdiversosexempiosdecomunidades suburbanasqueoramabandonadaspeioIstado,deixandodetercontroiopoiiciaie serviosdeeducao,sendoosprpriosresidentesaorganizarem-sedeensivamente, contratando empresas de seguranaAaniisedapaisagemurbanadacidadeps-modernadevesocorrer-sedos recentesdesenvoivimentosnainterpretaoeaniisedapaisagemdasitimasdcadas noseiodaNovaGeogranaCuiturai,ondeaideiadepaisagempodeservistacomo umtextopoiismico,poiinicoeatonai,ondeasngurasdeestiioederetricase sucedemsemumaestruturaaparenteoumesmoexistente.Inquantoqueapaisagem dacidadehistricamanteveasuaexpanso,histriaeormaatravsdatradioedos monumentos (o monumento pretende ser a expresso tangvei da permanncia de vaiores edarepresentaodopoder),apaisagemdacidadeps-modernaassentasobretudoem processos, no movimento e na eemeridade. Para Banham (em Soja, 2001), a paisagem de Ios Angeies uma poiimorna de automveis, casas suburbanas, pranchas de sur e auto-estradas,eestatantoumacidadecomoumagiomeradodepaisagens,costuradocom eiementos urbanos e inraestruturas. A paisagem urbana contempornea caracteriza-se peia expioso dos territrios urbanizados e peia sua piuraiidade. 1ai como reere Domingues (2002), as novas paisagens urbanas osciiam entre a magnitude das mega-conurbaes, as i//i.o /aoas.a.s, os 1../o/a/s e as paisagens heterotpicas de Disney. A orma como estes retaihos se abraam ainda nos escapa. Quais os processos aqui em jogo Que ormas paisagistas podemos descobrir So supernciais Neutras I como vivem e como se sente quem se move nestes espaos e nesta paisagem em constante mutao Onde cabe a ideia de Auge (1994) de que a sobremodernidade cria sobretudo ! !!-Laa.s Contrastandocomestapiuraiidade,acidadepodeservistacomoumamantade retaihosdepaisagenshomogneas,sendoaestandardizaoconsequnciadaveiocidade deconstruoedasociedadedeconsumo.ParaCosta(2001),esteoresuitadoda sobreexposio das cidades a giobaiizao, meros instantes num espao giobai de nuxos, notada particuiarmente nas cidades Asiticas. O exempio da emergncia da megacidade Hong-Kong - Guandong (a semeihana das megaiopoiis de Gottmann), particuiarmente 263Joo Sarmentoreveiador.umaunidadeuncionaicomdescontinuidadesterritoriais,semnomeesem dennioadministrativa,comumapopuiaodecercade50miihesdehabitantes.A muitinuciearidade evidente, se bem que, ao contrrio do sui da Caiirnia, exista uma hierarquia pronunciada. Hong-Kong o centro cosmopoiita giobai, Guangzhou assume opapeidesededopoderpoiticoprovinciai,Shenzhendesempenhaasuaunode reiaes com o poder centrai, azendo a interaco entre o resto da China e a piataorma de exportao de Hong Kong, nnaimente macau especiaiiza-se cada vez mais em ser a Ias Vegas do sui da China.Astransormaesnaormaespaciaiocorremapardasmudanasdasimagens geogrncas da cidade, e assim no seu prprio signincado. Ixistem ormas subtis e suaves de reguiao espaciai e sociai, que reestruturam o imaginrio urbano e os modos como este aectaavidaquotidiananacidadecontempornea.Acrescenteconusoesobreposio entre o reai e o imaginado - a hiperreaiidade de Baudriiiard (198~) e as imagens simuiadas que so cada vez mais percebidas como reaimente materiais e constituintes da reaiidade urbana - destaca-se.Avisodacidadecomoparquetemtico-aspaisagensheterotpicasdeDisney - usado aqui como uma metora que descreve as comodidades embutidas nas paisagens deumsonho(Americano),nopassadaascendnciadeumconjuntodeiugaresde simuiaosemnm(Sorkin,1992),caracterizadosporumaa-espaciaiidadeacopiadade vigiincia e controio sico e tecnoigico. Dado que as cidades so entendidas como espaos ouarenasdeinteracosociai,maisdoquecomoiugaresquecontmobjectos,como edicios, a paisagem urbana vista como um processo saracoteado. Soja (2000) reere-se a estes espaos como io.iti.s, azendo aiuso ao amoso jogo de computador que constituiu osimuiadorurbanooriginai,quenoprecisamaisdeserjogado,poisexistenavida quotidiana urbana.Odesenvoivimentodas1ecnoiogiasdeInormao(eConhecimento)teme vaicontinuaraaectarodesenvoivimentodamoroiogiadascidades,encorajandoa descentraiizao de actividades, contribuindo para a constituio de redes espaciaimente dispersas de empresas, escritrios e unidades de RsD. Ao mesmo tempo, o desenvoivimento dasredesdeteiecomunicaesestestruturadopeiasdinmicassociaiseeconmicas existentes,quereproduzemdesiguaidadesecriamnovasmarginaiidadesecentraiidades territoriais. /.ts eiectrnicos povoados peia iofoatio aoa../ass. Iisicamente separada por estradas e automveis, entre condomnios echados e s/ios oa//s vigiados, a teiemtica reoraassegregaesexistentesaoreduzirencontrosnopianeados,aproundandoa 7Durante os anos 90 do seculo XX Ioi iniciada a construo da cidade de Celebration, na Elorida, cerca de Orlando. Esta cidade, projectada pelos arquitectos Robert Stern e Jacquelin Robertson e construi Esta cidade, projectada pelos arquitectos Robert Stern e Jacquelin Robertson e constru Esta cidade, projectada pelos arquitectos Robert Stern e Jacquelin Robertson e constru da pela Disney e um bom ponto de partida para uma analise de certas caracteri lise de certas caracter lise de certas caracter sticas associadas ao urbanismo pos-moderno, neste caso de um novo urbanismo corporativo. Nas palavras dos promotores: 'The heart oI CEIEBRATION is a commitment to community, education,health,technology,andasenseoIplace. ThesecornerstonesIormthebuildingblocksIorthedynamic and special place we call home (URI:www.celebrationf.com, 22 de Maio de 2004). Os artiIi Os artiI Os artiI cios do projecto, que incluem colunas de plastico proto-coloniais e relvados cuidadosamente plantados deIronte das casas, destinam-se a dar a sensao de bairro, de comunidade e a construir um sentido de lugar. Como nos parques tematicos adjacentesaada Disney, o controlo e um tema central. Esta flosofa Iaz, de certa Iorma, eco das que Olmstead imps em Riverside, onde cada lote inclui onde cada lote inclu onde cada lote inclu a todos os pormenores ate a percentagem da relva, arvores e arbustos. Este desenvolvimento deaaCelebrationesintomaticodoproliIerardecondom aa iniosIechados,recenteinovaoemimobiliariodetend aa riodetend riodetend ncias suburbanisticasqueseiniciounosEstadosUnidosnosanos70.Mas,aocontra sticasqueseiniciounosEstadosUnidosnosanos70.Mas,aocontr sticasqueseiniciounosEstadosUnidosnosanos70.Mas,aocontr riodestesdesenvolvimentos,ondeaaexistem casas de guarda, barreiras Ii existem casas de guarda, barreiras I existem casas de guarda, barreiras I sicas, dispositivos de vigilncia electr o ncia electr ncia electrnica e Ior nica e Ior nica e Ior as de segurana privada, em Celebration,aDisneynoconstruiuumcondominioIechado,masumespaoinsulareexclusivocomIronteiras invisiveis, uma 'comunidade amuralhada sem port ii es: o supremo paradoxo (Teyssot, 2002).264Variaes sobre o Urbanismo Pos-modernocrise na cidade em vez de contribuir para uma soiuo (Crang, 2000). O t./.-/a/aoit. simuitaneamenteumviioevtima.Aumaescaiaurbana,medraaduaiidadeespaciai, umaduaiidadeintrametropoiitana,ondeespaosdomesmosistemanosearticuiame por vezes nem se vem. Prosseguimos na direco da Cidade Duai (Borja e Casteiis, 199) muitiacetada4. Nota FinalAscidadescontemporneasjnopodemseroihadaseanaiisadascomoentidades estveis,individuais,constitudasporumcorposico-a/s-eporumamente organizacionai-.i:itas.Conceitostradicionaiscomosubrbio,rurbano,sprawi, arinjaurbano-rurai,nosomaisapropriadosparadescreverasnovasormasde urbanizao e urbanismo. medida que o mundo tende para a urbanizao generaiizada, no contexto da giobaiizao econmica e da revoiuo da inormao, a urbanizao constri edestricidades,ragmentandooterritrio,inciuindo,massobretudomarginaiizando cidados. A renexo sobre a orma como os processos urbanos contemporneos tm sorido uma reestruturao prounda (mesmo permanecendo ainda maioritariamente capitaiistas), especiaimente atravs da revoiuo das teiecomunicaes, da transormao da natureza do trabaiho e da giobaiizao enriquecida se trouxermos o patrimnio de uma abordagem ps-moderna,consequnciadomodocomonuxosmateriaisedeinormaoiocaie interiocaiintersectamumaeconomiagiobaimenteintegradaeemrpidaconvergncia que movida peios imperativos da nexibiiidade.BibliogranaAUGI,m(1994)! !!-Laa.s.Iotaa -Laa.s.Iotaa -Laa.s.Iotaa aaoaAot/iaaa/.oa.oiaaa. ,Bertrand Iditora, Venda Nova (1' Id. de 1992).AmIN, ), 1HRII1, N (2002), citi.s. k.ioaioio t/. U/ao, Poiity Press, Iondres.BAUDRIIIARD, ) (198~), ioa/atio, Semiotext(e), Nova Iorque.BOR)A,),CAS1IIIS,m(199),1heIocaistheGiobai.managementoCitiesinthe Inormation Age, Iarthscan Pubiications.CAS1IIIS, m (1996), 1/. kis. f t/. !.tu/ .i.ty, Biackweii, Oxord.COS1A, X (2001), Cidades Sobre-Ixpostas. 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