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Escrita das Américas: a literatura como fonte Ensino de História e Linguagens: da graduação à educação básica, práticas de leitura documental Coordenadora: Adriane Vidal Costa Bárbara Munaier Isadora Vivacqua José Antônio

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Page 1: Aula 3 - Júlio Cortázar

Escrita das Américas: a

literatura como fonteEnsino de História e Linguagens: da graduação

à educação básica, práticas de leitura documental

Coordenadora: Adriane Vidal Costa

Bárbara MunaierIsadora Vivacqua

José Antônio

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O processo Revolucionário Cubano

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A República Cubana• A República Cubana foi proclamada em 20 de Maio

de 1902.

• Leonardo Wood, governador militar norte-americano, entregou formalmente o país aopresidente Tomás Estrada – um cidadão cubanonascido nos EUA.

• Caracterizada por violência incessante, corrupçãodramática e intervenção militar esporádica dosEUA, a nova República também experimentou umcrescimento econômico e uma prosperidadeespetaculares para uma pequena parcela dasociedade.

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• A intervenção norte-americana foi bem-vindapela elite cubana nos primeiros anos, e apoiadapelos colonizadores e negociantes norte-americanos que chegaram em númerosconsideráveis. Em pouco tempo, cerca de 60%das propriedades rurais eram de indivíduos ouempresas dos Estados Unidos.

• Irene Wright observou, em 1910, que apopulação “repentinamente libertada dascondições coloniais” não tinha “se constituídocomo povo cubano, ou uma nação comidentidade própria”.

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• O vácuo criado pela ausência de uma nação cubanaadequadamente constituída foi alegremente preenchidopelos colonizadores e empresários norte-americanos epor seus aliados na ilha.

• Ao longo de sua história depois da independência, Cubasofreu várias ocupações militares norte-americanas, atéque, na década de 1950, o general Fulgêncio Batistaempreendeu um regime ditatorial explicitamenteapoiado pelos EUA.

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“O governo de Fulgêncio ficou conhecido por sua negligência com as necessidades básicas da população e a brutalidade com a qual reprimia seus inimigos políticos. Foi nesse tenso cenário que um grupo de guerrilheiros se formou com o

propósito de tomar o governo pela força das armas”

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“Perguntei-me o que estaria meu amigo de tudo isso (...) Os únicos deuses vivos em seu pobre

país perdido”

Reunião – Página 65 e 66

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O assalto ao quartel Moncada

“No dia 26 de Julho de 1953, houve uma tentativa

de assalto ao quartel Moncada, em Havana. Sob

a liderança de aproximadamente 100

guerrilheiros, estava Fidel Castro, então com 26 anos”

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• Uma pequena fazenda foi alugada e os homens sereuniram aos poucos, para não levantar suspeitas.No dia escolhido, os homens saíram de automóveis.

• Mais de 70 homens foram mortos no cativeiro. 26foram considerados culpados e julgados pelajustiça cubana.

• A tentativa, em si, foi um grande fracasso.Simbolicamente, porém, representou o nascimentodo MR 26 de Julho.

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“Enquanto torturavam nossoscamaradas, ofereciam-lhes a vidacaso traíssem sua posiçãoideológica e declarassemfalsamente que Prío lhes haviadado dinheiro. E como,indignados, eles rejeitaram aproposta, continuaram a torturá-los horrivelmente (...)

Com um olho humanoensangüentado nas mãos, umsargento e vários homensapresentaram-se no calabouçoonde se encontravam ascompanheiras Melba HernándezHaydée Santamaría e, dirigindo-se a última, mostraram-lhe o olhodizendo: “Este olho era do seuirmão (...)”

Inúmeros foram obrigados a cavarsua própria sepultura. Um dosjovens, quando realizava essaoperação, se virou e golpeou o rostode um dos assassinos com apicareta. Outros foram enterradosvivos, as mãos atadas nas costas(...)”

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Nasce a Revolução“Como mesmo preso Fidel Castro oferecia perigo a

Ditadura de Fulgêncio, com menos de 2 anos foi exilado no México. Lá, conheceu Che Guevara e

juntos pensaram a Revolução Cubana”

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• O principal objetivo da Revolução Cubana eraextirpar o neocolonialismo da ilha em todos osníveis. O controle político e econômico da ilhadeveria ser exercido pelos cubanos.

• Para Florestan Fernandes a guerrilha seria omecanismo de eclosão política das classestrabalhadoras e da população mais pobre, demodo geral.

• Um dos papéis da guerrilha era canalizar asenergias políticas das lutas sociais vigentes,orientando os trabalhadores mais humildes áatuação coletiva do grupo.

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“Os trabalhadores precisavam de bons motivos para ir a luta e morrer pela revolução”

• Para Che Guevara, devemos ter em conta trêslições fundamentais:

1) As forças populares podem ganhar uma guerracontra o exército;

2) O foco insurrecional deve criar as condiçõesideais;

3) Na América subdesenvolvida, a luta armadadeve situar-se no campo;

• Tática da Guerrilha: “Morde Fogo”

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“(...)O guerrilheiro é um transformador social, que empunha as armas para se juntar à cólera do povo contra seus opressores e que

luta para mudar o regime social que mantém seus irmãos desarmados no

opróbrio e na miséria(...)”

“(...)Da mesma maneira que, numa guerra moderna, um general não deve

morrer à frente de suas tropas, o guerrilheiro, general de si mesmo, não deve morrer em cada batalha; ele está

disposto a dar a vida, mas, justamente, a qualidade positiva dessa guerrilha é que

cada um dos guerrilheiros está disposto a morrer não para defender um ideal, mas

para transformá-lo em realidade(...)”

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O desembarque do Granma

• O desembarque do Granma destinava-se a atearuma insurreição popular em todo país para derrubaro ditador.

• O Granma e sua carga de 82 guerrilheiros haviazarpado do México e depois de 1200 milhas em maragitado, chegou em Cuba.

• Lá, deveriam se encontrar com uma pequena forçatarefa. O desembarque iria coincidir com um levanteem Santiago de Cuba e uma nova tentativa deassalto ao quartel Moncada.

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• As autoridades, porém, se anteciparam. Poucas horas depois de chegar, o grupo guerrilheiro foi alvo de um ataque aéreo.

“Apenas 12 sobreviveram. Se perderam e ficaram vagando sem rumo até se encontrarem depois de 10

dias”

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“Sob a liderança de Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Ernesto “Che” Guevara, um pequeno grupo de aproximadamente 80

homens se espalhou em diversos focos de luta contra as forças do governo. Como funciona uma guerrilha rural?”

Sierra Maestra

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“A coisa não podia andar pior, mas pelo menos já não estávamos na maldita lancha, entre vômitos, golpes de mar e pedaços de bolacha molhada (...)

Eu com uma asma do diabo e meio mundo doente, dobrando-se para vomitar como se fosse

quebrar ao meio (...)”

Reunião – Página 35

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• Devemos ressaltar que sem os camponeses a lutanão existiria. Isso ficou evidente quando osguerrilheiros desembarcaram do granma.

• As dificuldades de sobrevivência em SierraMaestra deu aos revolucionários outra visão dosfatos, muito mais subjetiva, que mostrava a elescomo a luta seria dura.

“Devolver ao povo cubano a consciência de sua própria força, a segurança absoluta de que seus direitos

individuais, respaldados pela constituição, são seu maior tesouro” Che Guevara

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“Ninguém falava em Luís, o temor de que o tivessem matado era o único inimigo real,

porque sua confirmação nos anularia muito mais do que a perseguição, a falta de armas ou feridas

nos pés”

“(...) Antes de dormir tive uma visão: Luís junto de uma árvore [...] Quem subiria agora a serra

com seu rosto?”

Reunião – Página 57 e 58

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“Entre 1956 e 1959, o grupo conseguiu vencer e conquistar várias cidades do território cubano. No último ano de luta, conseguiram finalmente

acabar com o governo de Fulgêncio Batista”

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“Não me lembro muito bem (...) Seus olhos brilhavam por trás daqueles pobres espelhinhos”

Reunião - Página – 69

“Enquanto Luís me punha a par (...) Confundi-la com Marte ou Mercúrio”

Reunião - Página - 70

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• Em dois de Janeiro de 1959, Fidel Castro faz seu primeiro discurso à aurora da Revolução:

“A Revolução começa agora. Desta vez, não será como em 1898, quando os norte-americanos vieram e tomaram conta do nosso país. Desta

vez, felizmente, a Revolução irá realmente chegar ao poder”

Fidel Castro

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Desdobramentos da Revolução

• Os desdobramentos da Revolução não serestringiram ao meio político. Houve intensamovimentação no campo cultural, que se deu pelarede de apoio formada por intelectuais e pelaspolíticas culturais desenvolvidas pelo governo, queviam nesse segmento um caminho para legitimar arevolução.

• Vários intelectuais, por verem a experiência cubanacomo prova das possibilidades do socialismo nocontinente americano, apoiaram fortemente arevolução e o novo governo. Além de Cortázar,podemos citar nomes como García Márquez, VargasLlosa, Mario Benedetti, dentre vários outros.

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• Contudo, a partir do início da década de 1960, osrumos tomados pelo governo, devido a inúmerassituações, provocaram o afastamento de algunsdesses intelectuais, e o rompimento de outros.

• Podemos citar como eventos mais marcantes, aaliança com a URSS e a radicalização de ações dogoverno (perseguições, torturas, censura). Aaproximação com a URSS ocorreu após a tentativade invasão da Baía Dos Porcos, em 1961, articuladapelos EUA, visando derrubar o novo governo.

• Foi reforçada em 1962, após o apoio oferecido àCuba, pela URSS, frente ao bloqueio econômico dosEUA.

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• A partir disso, devido as influências ideológicas epolíticas da URSS, houve uma transformação napolítica cultural na ilha. Vários jornais e editorasforam fechados e houve uma intensificação nacensura, principalmente após 1968.

• Essa conjuntura levou boa parte dos intelectuais arepensar a revolução e os caminhos tomados, já queacreditavam que os ideais de outrora não condiziamcom a crescente radicalização e as mudanças napolítica, motivadas em sua maioria pela aliança coma URSS. Não havia também, espaço para críticas edebates.

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• Muitos intelectuais latino-americanos, nos anos60, acreditavam que o socialismo era a únicapossibilidade de suprimir as diversas formas dedependência que vinculavam a América Latinaaos países centrais do Norte capitalista,principalmente aos Estados Unidos.

• Nesse contexto, Cuba revolucionária, ao resistira todas as pressões dos Estados Unidos, passoua representar idealmente toda a América Latinae adquiria um prestígio enorme e duradouroperante as esquerdas.

Cuba e seus impactos na Intelectualidade

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• O governo revolucionário cubano teve umagrande preocupação em buscar a adesão dosintelectuais estrangeiros, para, entre outrascoisas, ganhar apoio e legitimar a Revolução,tanto na América Latina quanto na Europa.

• Nesse sentido, a Revolução fez emergir, nosanos 60, uma rede intelectual latino-americana de esquerda, reunida basicamenteem torno de Cuba.

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• A Revolução Cubana foi vista como umacontecimento extremamente relevante na lutacontra o imperialismo, a injustiça e o atraso social.

• Os congressos de escritores latino-americanos foramimportantes para a formação dessa rede deintelectuais latino-americanos de esquerda a partirde Cuba. Contudo, o caráter de tais congressos eraeminentemente político.

• Quando se falava de literatura, era para relacioná-lacom temas políticos e sociais, de maneira que osassuntos sobre a Revolução Cubana foram centraisnos debates realizados em quase todos oscongressos.

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• Todavia, o campo cultural cubano foi marcadopor tensões entre os intelectuais que assumiamposições distintas frente o processorevolucionário, delineando a polêmica sobrequal deveria ser o tipo de intelectual “ideal” paraa Revolução.

“Dentro da Revolução, tudo;

Fora da Revolução nada.”

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Júlio Cortázar e a Revolução Cubana

• Júlio Cortázar, por não concordar com operonismo, exilou-se em Paris, em 1951, onderesidiu até sua morte, em 1984.

• Em 1957, Cortázar toma conhecimento de queem Cuba acontecia um levante armado paraderrubar o ditador Fulgêncio Batista. Mas,segundo o próprio escritor, naquele tempo eleestava vivendo na Europa, sem nenhuma ligaçãopolítica ou ideológica com o socialismo.

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• Durante toda a década de 1960, a experiênciarevolucionária cubana teve influência marcantena politização e na ação intelectual do escritorargentino.

• A partir da Revolução Cubana, o socialismopassa a representar para Cortázar a únicacorrente dos tempos modernos capaz de cessar aexploração do homem pelo homem, e detransformar as injustiças e desigualdades quemarcavam Cuba e tantas outras nações latino-americanas.

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Casa de Las Américas

• A organização Casa de Las Américas foi fundadaem 1959, em Cuba. Objetivava-se promover ointercâmbio da cultura cubana com a de outrasnações latino-americanas.

• A revista se posicionava como textualidadelegítima para os intelectuais da esquerda, etornou-se a mais prestigiosa da Revolução.

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• Em 1963, Cortázar fez sua primeira viagem aCuba para ser jurado do concurso literário darevista.

• Na ilha, aceitou o convite para participar doConselho de Redação da revista, encarando a suaparticipação como uma colaboração concreta eútil no contexto revolucionário.

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“(...)formo parte de um jurado que escolhe livros destinados a uma população da qual uma alta

porcentagem tem saído do analfabetismo graças a obra revolucionária, e cuja nova geração está

ansiosa por educação e cultura; trabalho no comitê de colaboração da Revista Casa de las

Américas, assisto a um congresso onde discute-se o dever dos intelectuais do Terceiro Mundo frente ao colonialismo econômico e cultural, temas que não creio frequentes nos congressos de escritores

do nossos países(...) ”.

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• O primeiro artigo que Júlio Cortázar publicou narevista, mostrava que a Revolução ofereciainfinitas possibilidades de inspiração, mas eraimprescindível evitar cair no doutrinamentoideológico e na literatura pedagógica.

• Júlio Cortázar passa a defender a aproximaçãoda política com a literatura e considerava que oescritor deveria estar atento ao “presentehistórico do homem”, valorizando assim, umaliteratura engajada.

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“O escritor revolucionário é aquele em que se confunde indissoluvelmente a consciência de seu

livre compromisso individual e coletivo com aquela outra soberana liberdade cultural

conferida pelo domínio do seu ofício”

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Conto Reunião

• Foi publicado inicialmente na Revista de laUniversidad de México (1964).

• Para escrever este conto, Cortázar se inspirou naleitura do livro de Che Guevara, Pasajes de laguerra revolucionaria (1963).

• Trata-se dos primeiros dias da guerrilha cubana edas dificuldades enfrentadas pelos guerrilheirospara se encontrarem em Sierra Maestra.

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Personagens principais

- Narrador: Ernesto “Che” Guevara;

- Luis: Fidel Catro;

- Pablo: Raúl Castro;

- Teniente: Camilo Cienfuegos.

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• Analisando este conto e o engajamento deCortázar, compreendemos o que ele entendiapor “homem novo”: aquele que além de acreditarno socialismo deveria ter uma conduta digna,marcada pela compreensão e compaixão com oser humano. Para isso, Cortázar defende o idealde Che Guevara, de que:

“o verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de amor”

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“Teríamos de ser como Luís,

não já segui-lo (...) a beira de

um tempo mais limpo”

Reunião – Página 61 - 62

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Che,

Por Júlio Cortázar

Eu tive um irmãoNão nos vimos nuncamas não importava.

Eu tive um irmãoque andava na selvaenquanto eu dormia.

O amei ao meu modo,lhe tomei a vozlivre como a água,caminhei às vezesperto de sua sombra.meu irmão despertoenquanto eu dormia.

Meu irmão mostrando-me por detrás da noitea sua estrela eleita.

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O desencantamento

• A partir do fim da década de 1960, a Revoluçãoperdeu o apoio de diversos intelectuais esquerdistas.

• O forte alinhamento de Cuba com a URSS, asintensas acusações sobre “os rumosrevolucionários”, além do famoso “caso Padilha”,ajudaram a promover o desencantamento com aRevolução e a levar grande parte da intelectualidadea repensar a experiência cubana.

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• Cortázar, acreditava que a situação em Cubaestava bastante grave e por isso, tentou enviaruma carta a Fidel Castro, exigindoesclarecimento sobre os recentesacontecimentos, especialmente referentes ao“caso Padilha”. Não se sabe se tal cartarealmente chegou a Cuba.

• O escritor escreveu ainda, outras cartas paravários intelectuais, demonstrando suapreocupação com os rumos da política culturalem Cuba - mas sempre escrevia críticassolidárias ao governo revolucionário.

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• Apesar das suas preocupações, Cortázar decidiumanter-se fiel à Revolução, o que lhe custou orompimento com vários intelectuais e a acusação deser pró-autoritário.

• Vinte anos depois da vitória dos revolucionários emCuba, ocorreu a vitória dos sandinistas naNicarágua.

• Tal evento alimentou o otimismo em Cortázar, queacreditava que o modelo revolucionário daNicarágua poderia ser o que havia tanto idealizado.Entretanto, logo percebeu que esta revoluçãotambém estava longe de ser a Revolução ideal.Apesar disso, manteve seu apoio aos sandinistas –seu último compromisso político antes de falecer.

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Cuba atualmente

• Após o fim da URSS, em 1991, Cuba passou aenfrentar crises econômicas, e o embargo dosEUA foi mantido.

• Apesar disso, Cuba apresenta excelentes índicesnas áreas da saúde (5 mortes a cada 1000nascimentos, segundo a ONU, e atendimentomédico gratuito), da educação (99,8% dealfabetizados, 1º lugar na América Latina) e naspolíticas de assistência social. Esses fatoresrepresentam alguns dos maiores legadosinternos da revolução.