aula 3 cpc

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1ª Questão: Proposta ação de conhecimento visando à cobrança de determinado crédito, o réu argüiu, em contestação, exceção de contrato não cumprido, como também apresentou exceção de incompetência. A primeira (exceção), em função de não ter o autor cumprido sua obrigação, conforme estipulado em contrato, pelo que não poderia cobrar a parte do réu. A exceção de incompetência deu-se em função de não ter sido cumprido o art. 94, CPC. Ambas as exceções foram, oportunamente, rejeitadas, e contra a decisão que não acolheu a exceção de incompetência, foi interposto recurso. Indaga-se: 1.1 Qualificam-se ambas as defesas por exceção; o que seria, exatamente, o termo “exceção” e qual a distinção entre as hipóteses narradas no problema? Explique, fundamentando a resposta. Resposta: A 1ª exceção é de contrato não cumprido, de direito material, diz respeito ao mérito, tem a ver com o pedido, defesa de mérito e deve ser arguida em contestação. A 2ª exceção de incompetência é o incidente pelo qual o réu argui a incompetência relativa do juízo (territorial), requerendo que os autos sejam remetidos para o juízo competente. Não se trata e uma ação, mas de um incidente processual que será apresentado sem prejuízo da contestação e das preliminares de mérito. A exceção de incompetência é apresentada no juízo onde corre a demanda (até mesmo porque não se sabe o que se esta será julgada procedente). Contudo, para facilitar a comunicação dos atos processuais, a nova redação do art. 305, parágrafo único, do CPC autoriza que a petição seja protocolada no juízo do réu. Entretanto, ela será imediatamente remetida para o juízo em que tramita o processo. 1.2 Tendo o juiz rejeitado a arguição de exceção de incompetência, a suspensão do processo (art. 265, III do

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Proposta de ação de conhecimento por exceção

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1 Questo:Proposta ao de conhecimento visando cobrana de determinado crdito, o ru argiu, em contestao, exceo de contrato no cumprido, como tambm apresentou exceo de incompetncia. A primeira (exceo), em funo de no ter o autor cumprido sua obrigao, conforme estipulado em contrato, pelo que no poderia cobrar a parte do ru. A exceo de incompetncia deu-se em funo de no ter sido cumprido o art. 94, CPC. Ambas as excees foram, oportunamente, rejeitadas, e contra a deciso que no acolheu a exceo de incompetncia, foi interposto recurso.

Indaga-se:1.1 Qualificam-se ambas as defesas por exceo; o que seria, exatamente, o termo exceo e qual a distino entre as hipteses narradas no problema? Explique, fundamentando a resposta.

Resposta: A 1 exceo de contrato no cumprido, de direito material, diz respeito ao mrito, tem a ver com o pedido, defesa de mrito e deve ser arguida em contestao.

A 2 exceo de incompetncia o incidente pelo qual o ru argui a incompetncia relativa do juzo (territorial), requerendo que os autos sejam remetidos para o juzo competente.No se trata e uma ao, mas de um incidente processual que ser apresentado sem prejuzo da contestao e das preliminares de mrito.A exceo de incompetncia apresentada no juzo onde corre a demanda (at mesmo porque no se sabe o que se esta ser julgada procedente). Contudo, para facilitar a comunicao dos atos processuais, a nova redao do art. 305, pargrafo nico, do CPC autoriza que a petio seja protocolada no juzo do ru. Entretanto, ela ser imediatamente remetida para o juzo em que tramita o processo.

1.2 Tendo o juiz rejeitado a arguio de exceo de incompetncia, a suspenso do processo (art. 265, III do CPC) perdura at o julgamento do recurso na segunda instncia? Justifique a resposta.

Resposta: Sim, conforme art. 306, CPC o processo ficar suspenso at que seja definitivamente julgado o recurso, se houver.H divergncia, se at a deciso do juiz ou at o julgamento do recurso pelo tribunal.

2 Questo:Assinale a alternativa correta, no que diz respeito reconveno:a) As conexes que do ensejo reconveno so iguais conexo prevista no art. 103, CPC;b) Ao originria e reconveno so julgadas, necessariamente, em conjunto;c) Se a reconveno for indeferida liminarmente, prosseguindo-se a ao originria, contra aquele julgamento (liminar) caber, segundo o STJ, recurso de apelao (por instrumento).d) Apesar de a reconveno ser considerada ao incidental, ao seu prazo para contestar, no se aplicam os arts. 188 e 191, CPC

Princpio da Eventualidade

Eventualidade, conhecida tambm como regra e concentrao. O ru tem de alegar toda a matria de defesa, na contestao, especificando as provas que pretende produzir, consoante ao art. 300 do CPC, sob pena de precluso. (Renato Montas de S).Preleciona Jos Frederico Marques que o princpio da eventualidade consiste em alegar a parte, de uma s vez, todas os meios de ataque e defesa como medida de previso in eventum para o caso de no dar resultado o primeiro.Sobre o assunto, Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery, define que: Por este princpio, o ru deve alegar, na contestao, todas as defesas que tiver contra o pedido do autor, ainda que sejam incompatveis entre si, pois na eventualidade de o juiz no acolher uma delas passa a examinar a outra. Caso o ru no alegue, na contestao, tudo o que poderia ter havido precluso consumativa, estando impedido de deduzir qualquer outra matria de defesa depois da contestao, salvo o disposto no art. 303 CPC.

TJ-DF - Ao Cvel do Juizado Especial ACJ 9917220128070005 DF 0000991-72.2012.807.0005 (TJ-DF) Data de publicao: 31/05/2012 Ementa: JUIZADOS ESPECIAIS CVEIS. PROCESSUAL CIVIL. PRINCPIO DA EVENTUALIDADE. VEDAO INOVAO RECURSAL. RECURSO NO CONHECIDO. 1. O PRINCPIO DA EVENTUALIDADE INSCULPIDO NOS ARTS. 30 DA LEI N. 9.099 /95 E 300 DO CPC ESTABELECE QUE COMPETE AO RU ALEGAR, NA CONTESTAO, TODA A MATRIA DE DEFESA, EXPONDO AS RAZES DE FATO E DE DIREITO COM QUE IMPUGNA O PEDIDO DO AUTOR. NO O FAZENDO, AS QUESTES FICAM ACOBERTADAS PELA PRECLUSO CONSUMATIVA, E NO PODEM SER CONHECIDAS NESTA SEDE RECURSAL. 2. NA HIPTESE, O AUTOR INGRESSOU EM JUZO EM RAZO DA NEGATIVA DE COBERTURA DE SEGURO ATRELADO A COMPRA DE PRODUTO. A SEGURADORA R, A SEU TURNO, NA CONTESTAO APRESENTADA NADA DISSE SOBRE SER OU NO O AUTOR O BENEFICIRIO, NICO OBJETO DO PRESENTE RECURSO INTERPOSTO, APENAS RESISTINDO PRETENSO NA OCASIO, SOB O ARGUMENTO DE QUE A DOENA DO AUTOR ERA PREEXISTENTE. ASSIM, A QUESTO RESTOU PRECLUSA E NO PODE SER CONHECIDA EM SEDE RECURSAL. 3. COM EFEITO, A INOVAO PRETENDIDA PELA RECORRENTE, SE ADMITIDA, IMPLICARIA EM SUPRESSO DE INSTNCIA VEDADA PELO ORDENAMENTO PTRIO. NESSE SENTIDO DESTACO OS CLAROS PRECEDENTES DO E. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA, QUE POSSUI A ATRIBUIO DE PACIFICAR A INTERPRETAO DA LEGISLAO INFRACONSTITUCIONAL, LITTERIS "(...) II. QUESTO RELATIVA LEGITIMIDADE QUE NO FOI ABORDADA PELO RECORRENTE NA INSTNCIA ORDINRIA, REVELANDO-SE INOVAO RECURSAL IMPOSSVEL DE SER CONHECIDA NESTA SEDE, SOB PENA DE SUPRESSO DE INSTNCIA.(...)" (RESP 819729 / CE MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR T4 - QU ARTA TURMA DJE 02/02/2009) "(...) A TESE DA OCORRNCIA DE PRESCRIO INTERCORRENTE CONSTITUI INDESEJVEL INOVAO RECURSAL, VEDADA NESTA SEDE POR BICE NA PRECLUSO CONSUMATIVA E NO NECESSRIO PREQUESTIONAMENTO. (...)" (AGRG NO RESP 1055019 / RJ MINISTRA ELIANA CALMON T2 - SEGUNDA TURMA DJE 04/11/2008) 4. RECURSO NO CONHECIDO. SENTENA MANTIDA POR SEUS PRPRIOS FUNDAMENTOS. A SMULA DE JULGAMENTO SERVIR DE ACRDO, CONFORME REGRA DO ART. 46 DA LEI N 9.099 /95. CONDENO O RECORRENTE AO PAGAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS DE HONORRIOS ADVOCATCIOS FIXADOS EM 10% (DEZ) DO VALOR DA CONDENAO.... TJ-DF - Ao Cvel do Juizado Especial ACJ 316184120078070003 DF 0031618-41.2007.807.0003 (TJ-DF) Data de publicao: 14/05/2008 Ementa: CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSRCIO BRASMETR. CICLISTA. QUEDA EM VALA ABERTA. ACIDENTE EM CANTEIRO DE OBRAS. ESTAO DO METR EM CONSTRUO. PASSAGEM REGULAR DE PEDESTRES E CICLISTAS. SINALIZAO DEFICIENTE. TAPUMES INEFICIENTES. NEGLIGNCIA. DANOS MATERIAIS. TEORIA DO RISCO DA ATIVIDADE. ART. 927, PARGRAFO NICO, DO CCB/02. PROPOSIO DE PAGAMENTO DAS DESPESAS MDICAS E DANOS DECORRENTES. RECONHECIMENTO JURDICO DO PEDIDO. INTELIGNCIA DO ART. 269 , II , DO CPC , APLICADO SUPLETIVAMENTE. CONFISSO IMPLCITA. NO ACOLHIMENTO PELO 1 GRAU. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM FIXADO EM R$3.500,00 (TRS MIL E QUINHENTOS REAIS). PRECEDENTES DAS TURMAS RECURSAIS. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SENTENA REFORMADA. UNNIME. 1. HAVENDO RECONHECIMENTO JURDICO DO PEDIDO PELO RU EM SUA CONTESTAO, MESMO QUE PARCIALMENTE, TENDO ADMITIDO RESSARCIR OS PREJUZOS DOS DANOS MATERIAIS E LUCROS CESSANTES SUPORTADOS (A VTIMA AUTNOMO; PELOS DIAS NO TRABALHADOS), INADEQUADO AO JUIZ "A QUO" JULGAR IMPROCEDENTE "IN TOTUM" O PLEITO AUTORAL. 2. VIOLAO AOS ARTS. 300 E 302, DO ESTATUTO PROCESSUAL CIVIL. PRINCPIO DA EVENTUALIDADE. CONFISSO IMPLCITA E INDIRETA DA CULPA. 3. INCIDNCIA DO CONTIDO NO ART. 186, DO CCB/02. INAPLICVEL AO CASO "SUB EXAMINE" O ART. 36 7 DA CF/88 . RESPONSABILIDADE CIVIL AQUILIANA PELA AUSNCIA DE TAPUMES QUE IMPEAM, DE FORMA SEGURA, O ACESSO DE PEDESTRES E CICLISTAS NO CANTEIRO DE OBRAS. 4. DEVER DE VIGILNCIA. FALHA NA PRESTAO DE SERVIOS. CULPA "IN VIGILANDO". COMPROVAO PELAS FOTOGRAFIAS JUNTADAS DE PLACA ALTA E SEM ILUMINAO. TELAS DE PROTEO PLSTICA, ENROLADAS OU REBAIXADAS. 5. RECONHECENDO NA CONTESTAO A OMISSO PELO DEVER DE VIGILNCIA, CONFIGURANDO CONFISSO IMPLCITA E RECONHECIMENTO JURDICO DO PEDIDO (EM P ARTE), IMPE-SE A CONDENAO PELOS DANOS MATERIAIS. 6. NEXO DE CAUSALIDADE DEMONSTRADO. ACORDO PROPOSTO NO VALOR DE R$703,79 (SETECENTOS E TRS REAIS E SETENTA E NOVE CENTAVOS) O QUE SE DEVE RE CONHECER E PAGAR AO AUTOR A TTULO... Encontrado em: DOS JUIZADOS ESPECIAIS CVEIS E CRIMINAIS DO DF 14/05/2008, DJ-e Pg. 215 - 14/5/2008 CDIGO CIVIL... CDIGO DE PROCESSO CIVIL /1973 FED LEI- 5869 /1973 "> 0000FF"> ART- 300 "> 0000FF"> ART- 302 ">