aula 2 - origens da filosofia
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Aula 2Origens da Filosofia
Prof. Ms. Felipe Saraiva Nunes de Pinhofelipepinho.com
Período Homérico• Século VIII a.c.;• Principais características da Grécia: tradição oral,
economia rural, sociedade tribal e conhecimento mitológico;
• É atribuída a Homero a autoria dos dois principais poemas épicos (epopéia) desse período: Ilíada e Odisséia;
• Os mitos tinham como principal função oferecer uma explicação para o mundo, para a realidade, para a origem do homem, do universo. Os relatos mitológicos organizavam a sociedade e as relações sociais;
• A intensa intervenção dos Deuses;• O indivíduo como presa do destino que é fixo e
imutável (Moira).
O surgimento da Filosofia
• Século VII – VI a.c.• As colônias gregas da Jônia (Ásia Menor –
Turquia) apresentaram uma grande prosperidade econômica possibilitando o desenvolvimento das primeiras cidades: Mileto e Éfeso);• Predominância econômica do comercio e do
artesanato;• Reação às explicações mitológicas;• Primeiro filósofo Tales de Mileto;• A filosofia surge como uma cosmologia.
O mito como forma de explicar a realidade
• exemplo de mito: Prometeu e Pandora• A mitologia tinha dois papeis
fundamentais: primeiro oferecer uma explicação sobre os fenômenos e sobre a origem dos fenômenos; segundo e principalmente, uma função social, socializadora. A mitologia como um conhecimento comum ou compartilhado, tinha como objetivo proporcionaria a um povo um assunto comum a todos, de modo a dar a cada indivíduo da comunidade em questão uma boa parte do que ele precisa para se sentir um membro integrado de sua comunidade; daria também coesão à comunidade. Mas a mitologia misturava o real e o ilusório, a fantasia, a explicação mágica do fenômeno.
A filosofia e a reação ao mito• a busca pela razão como forma de explicar a
realidade • A diferença – e os filósofos contribuíram
muito para que essa diferença se fixasse – entre logos e mythos é que esta última palavra indicava uma narrativa que pedia ao ouvinte uma fé naquele que a contava, enquanto que a filosofia, ou seja, a explicação racional, tinha a pretensão de se manter verdadeira por si mesma, pela sua coesão interna, pela força de sua coerência – pela sua força racional, digamos assim, a força do logos.
• Nesse sentido, a filosofia, desde o seu início, mostrou-se como sendo o favorecimento do pensamento autônomo contra o pensamento comum ou o não-pensamento.
O legado da Filosofia Grega• Tendência à racionalidade;• Recusa das explicações preestabelecidas;• Tendência à argumentação e ao debate (Democracia);• Capacidade de generalização (síntese);• Capacidade de diferenciação (análise)• O conhecimento verdadeiro deve ter leis e princípios
universais;• A natureza segue uma ordem necessária que pode ser
conhecida;• O homem e o pensamento são racionais;• A idéia da liberdade humana, ou seja, pode decidir,
escolher, criar hábitos e caráter (moral/ética);• A idéia de que o ser humano aspira à verdade, à justiça e à
felicidade.
Condições para o surgimento da Filosofia
• As viagens marítimas: desmistificação e desencantamento dos mitos• A invenção do calendário: o tempo como algo natural;• A escrita: aumento do rigor e da clareza da linguagem,
possibilitando a crítica e a revisão do pensamento;• A moeda: cria uma abstração e uma relação simbólica
do valor das coisas;• A Pólis: a vida urbana e criação de uma lei comum e
racional baseada na justiça; aumento da participação do cidadão (cidadão livre) nas decisões da Pólis (política). Desenvolvimento da democracia.
A CosmologiaCosmos – universo; logia –
estudo, organização, origem;
Os primeiros filósofos são chamados de físicos, pois buscam uma explicação racional para a origem, a organização e a transformação da natureza (physis);
O objetivo da filosofia era buscar o princípio primordial constitutivo da natureza (arkhé), buscando explicar a gênese do mundo.
Características da Cosmologia
Explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da natureza;
Não existe criação do mundo: a natureza é eterna, tudo se transforma (devir) em outra coisa (physis);
No entanto essa transformação é invisível para o olho do corpo; é visível somente para o olho do espírito (razão).
(Chaui, 2003)
Tales de MiletoMatemático, e político
que viveu em Mileto, cidade da Jônia (624 – 556 a.c.);
Defendeu que o princípio primordial da natureza, de tudo que existe, é a água. Para Tales a umidade está presente em todas as coisas.
Heráclito• Viveu em Éfeso e pertencia a uma família aristocrática
(540 – 470 a.c.);• Considerado como o pai da dialética (transformação)• Partiu do princípio que a natureza está em constante
movimento/mudança: tudo flui. O princípio da natureza é o devir explicado como uma guerra entre os opostos;
• Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio;• O mundo é governado pelo logos (razão, pensamento,
inteligência);• O fogo como o elemento primordial da natureza:
transformação.
Pitágoras• Físico, místico e matemático, viveu na Ilha
de Samos (570 - 496 a.c.);• É atribuída a Pitágoras a palavra Filosofia;• Acreditava na reencarnação da alma;• Acreditava que existia um mundo celeste
imaterial, onde reinava a harmonia e que a Terra material representava as coisas perecíveis, desarmônicas e mutáveis;
• A matemática e os números revelam a harmonia do universo, sendo o número o princípio de todas as coisas;
• Teorema de Pitágoras: a soma dos quadrados dos catetos de um triângulo retângulo é igual ao quadrado da hipotenusa.
Demócrito
• Filósofo materialista que viveu em Abdera (460 -370 a.c.);• Afirmava que todas as coisas da natureza eram
constituídas por pequenas partículas, os átomos;• Se dividíssemos um objeto chegaríamos a um
mínimo indivisível: o átomo;• Os átomos apresentam diferenças de tamanho,
forma, etc., e isso explica como podem formar um número quase infinito de coisas;
Parmênides Considerado um dos mais
importantes filósofos pré-socráticos. Nasceu em Eléia (515-450a.C.);
Afirma a identidade entre o ser e o pensamento (ontologia);
Defendeu a superioridade da interpretação racional (alétheia) do mundo frente à percepção sensível (doxa);
O devir, ou transformações do ser, são mera ilusão dos sentidos; o ser é imutável e eterno.
Bibliografia
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2003.
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