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Aula 00 Direito Administrativo p/ TRE-GO (Analista - Área Judiciária) Professor: Herbert Almeida 00000000000 - DEMO

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Analista do TRE aula 1

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  • Aula 00

    Direito Administrativo p/ TRE-GO (Analista - rea Judiciria)

    Professor: Herbert Almeida

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  • Direito Administrativo p/ TRE GO Analista Judicirio - rea Judiciria

    Teoria e exerccios comentados Prof. Herbert Almeida Aula 00

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    AULA 00: Administrao Pblica e Direito

    Administrativo

    Sumrio

    NOES INTRODUTRIAS ................................................................................................................................ 8

    ESTADO ................................................................................................................................................................. 8 GOVERNO ............................................................................................................................................................ 18 ADMINISTRAO PBLICA ....................................................................................................................................... 28

    DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................................................. 38

    CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO .................................................................................................................... 40 OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................................................... 41 FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................................................... 42

    QUESTES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................ 54

    GABARITO ....................................................................................................................................................... 58

    REFERNCIAS .................................................................................................................................................. 58

    Ol concurseiros e concurseiras.

    com muita satisfao que estamos lanando o curso de Direito Administrativo para o concurso de Analista Judicirio (rea judiciria) do Tribunal Regional Eleitoral TRE GO. O concurso ser organizado pelo CESPE/UnB.

    De imediato, vejamos as caractersticas deste material:

    9 sero abordados todos os itens do edital; 9 todo o contedo ser abordado de forma completa, sem perda da

    objetividade;

    9 grande quantidade de questes comentadas; 9 contato direto com o professor atravs do frum de dvidas. Caso ainda no me conheam, meu nome Herbert Almeida, sou Auditor

    de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Esprito Santo aprovado em 1 lugar no concurso para o cargo. Alm disso, obtive o 1 lugar no concurso de Analista Administrativo do TRT/23 Regio/2011. Meu primeiro contato com a Administrao Pblica ocorreu atravs das Foras Armadas. Durante sete anos, fui militar do Exrcito Brasileiro, exercendo atividades de administrao como Gestor Financeiro, Pregoeiro, Responsvel pela Conformidade de Registros de Gesto e Chefe de Seo. Sou professor do Tecconcursos das disciplinas de Administrao

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    Geral e Pblica, Administrao Financeira e Oramentria e, aqui no Estratgia Concursos, tambm de Direito Administrativo.

    Alm disso, no Tribunal de Contas, participo de atividades relacionadas com o Direito Administrativo.

    Ademais, os concursos pblicos em que fui aprovado exigiram diversos conhecimentos, inclusive sobre Direito Administrativo. Ao longo de meus estudos, resolvi diversas questes, aprendendo a forma como cada organizadora aborda os temas previstos no edital. Assim, pretendo passar esses conhecimentos para encurtar o seu caminho em busca de seu objetivo. Ento, de agora em diante, vamos firmar uma parceria que levar voc aprovao no concurso pblico para Analista Judicirio do TRE GO.

    O edital do concurso trouxe o seguinte contedo para a nossa disciplina:

    DIREITO ADMINISTRATIVO: 1 Introduo ao direito administrativo. 1.1 Origem, natureza jurdica e objeto do direito administrativo. 1.2 Os diferentes critrios adotados para a conceituao do direito administrativo. 1.3 Fontes do direito administrativo. 1.4 Sistemas administrativos: sistema ingls, sistema francs e sistema adotado no Brasil. 2 Administrao Pblica. 2.1 Administrao Pblica em sentido amplo e em sentido estrito. 2.2 Administrao Pblica em sentido objetivo e em sentido subjetivo. 3 Regime jurdico-administrativo. 3.1 Conceito. 3.2 Contedo: supremacia do interesse pblico sobre o privado e indisponibilidade, pela Administrao, dos interesses pbicos. 3.3 Princpios expressos e implcitos da Administrao Pblica. 3.4 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 4 Organizao administrativa. 4.1 Centralizao, descentralizao, concentrao e desconcentrao. 4.2 Administrao direta. 4.2.1 Conceito. 4.2.2 rgo pblico: conceito; teorias sobre as relaes do Estado com os agentes pblicos; caractersticas; e classificao. 4.3 Administrao indireta. 4.3.1 Conceito. 4.3.2 Autarquias. 4.3.3 Agncias reguladoras. 4.3.4 Agncias executivas. 4.3.5 Fundaes pblicas. 4.3.6 Empresas pblicas. 4.3.7 Sociedades de economia mista. 4.3.8 Consrcios pblicos. 4.4 Entidades paraestatais e terceiro setor. 4.4.1 Servios sociais autnomos. 4.4.2 Entidades de apoio. 4.4.3 Organizaes sociais. 4.4.4 Organizaes da sociedade civil de interesse pblico. 4.5 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 5 Atos administrativos. 5.1 Conceito. 5.2 Fatos da administrao, atos da administrao e atos administrativo. 5.3 Requisitos ou elementos. 5.4 Atributos. 5.5 Classificao. 5.6 Atos administrativos em espcie. 5.7 O silncio no direito administrativo. 5.8 Extino dos atos administrativos: revogao, anulao e cassao. 5.9 Convalidao. 5.10 Vinculao e discricionariedade. 5.11 Atos administrativos nulos, anulveis e inexistentes. 5.12 Decadncia administrativa. 5.13 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 6 Processo administrativo: Lei n 9.784/1999. 6.2 Disposies doutrinrias aplicveis.

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    6.3 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 7 Poderes e deveres da Administrao Pblica: 7.1 Poder regulamentar. 7.2 Poder hierrquico. 7.3 Poder disciplinar. 7.4 Poder de polcia. 7.5 Dever de agir. 7.6 Dever de eficincia. 7.7 Dever de probidade. 7.8 Dever de prestao de contas. 7.9 Uso e abuso do poder. 7.10 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 8 Servios pblicos. 8.1 Legislao pertinente. 8.1.1 Lei n 8.987/1995. 8.1.2 Lei n. 11079/2004 (parceria pblico-privada). 8.2 Disposies doutrinrias. 8.2.1 Conceito. 8.2.2 Elementos constitutivos. 8.2.3 Formas de prestao e meios de execuo. 8.2.4 Delegao: concesso, permisso e autorizao. 8.2.5 Classificao. 8.2.6 Princpios. 8.2.7 Remunerao. 8.2.8 Usurios. 8.2.9 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 9 Interveno do Estado na propriedade. 9.1 Conceito. 9.2 Fundamento. 9.3 Modalidades. 9.3.1 Limitao administrativa. 9.3.2 Servido administrativa. 9.3.3 Ocupao temporria. 9.3.4 Requisio administrativa. 9.3.5 Tombamento. 9.3.6 Desapropriao. 9.4 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 10 Licitaes. 10.1 Legislao pertinente. 10.1.1 Lei n 8.666/1993. 10.1.2 Lei n 10.520/2002 e demais disposies normativas relativas ao prego. 10.1.3 Decreto n 7.892/2013 (sistema de registro de preos). 10.1.4 Lei n 12.462/2011 (regime diferenciado de contratao). 10.1.5 Fundamentos constitucionais. 10.2 Disposies doutrinrias. 10.2.1 Conceito. 10.2.3 Objeto e finalidade. 10.2.4 Destinatrios. 10.2.5 Princpios. 10.2.6 Contratao direta: dispensa e inexigibilidade. 10.2.7 Modalidades. 10.2.8 Tipos. 10.2.9 Procedimento. 10.2.10 Anulao e revogao. 10.2.11 Sanes administrativas. 10.3 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 11 Contratos administrativos. 11.1 Legislao pertinente. 11.1.1 Lei n 8.666/1993. 11.1.2 Decreto n 6.170/2007, Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU n 507/2011 e Instruo Normativa do STN n 1/1997 (convnios e instrumentos congneres). 11.1.3 Lei n 11.107/2005 e Decreto n 6.017/2007 (consrcios administrativos). 11.2 Disposies doutrinrias. 11.2.1 Conceito. 11.2.2 Caractersticas. 11.2.3 Vigncia. 11.2.4 Alteraes contratuais. 11.2.5 Execuo, inexecuo e resciso. 11.2.6 Convnios e instrumentos congneres. 11.2.7 Consrcios pblicos. 11.3 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 12 Controle da Administrao Pblica. 12.1 Conceito. 12.2 Classificao das formas de controle. 12.2.1 Conforme a origem. 12.2.2 Conforme o momento a ser exercido. 12.2.3 Conforme a amplitude. 12.3 Controle exercido pela Administrao Pblica. 12.4 Controle legislativo. 12.5 Controle judicial. 12.6 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 13 Improbidade administrativa. 13.1 Lei n 8.429/1992. 13.2 Disposies doutrinrias aplicveis. 13.3 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 14 Agentes pblicos. 14.1 Legislao pertinente. 14.1.1 Lei n 8.112/1990. 14.1.2 Disposies constitucionais aplicveis. 14.2 Disposies doutrinrias. 14.2.1 Conceito. 14.2.2 Espcies. 14.2.3 Cargo, emprego e funo pblica. 14.2.4 Provimento. 14.2.5 Vacncia. 14.2.6 Efetividade, estabilidade e vitaliciedade. 14.2.7 Remunerao. 14.2.8 Direitos e deveres. 14.2.9 Responsabilidade. 14.2.10 Processo

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    administrativo disciplinar. 14.2.11 Regime de previdncia. 14.3 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 15 Bens pblicos. 15.1 Conceito. 15.2 Classificao. 15.3 Caractersticas. 15.4 Espcies. 15.5 Afetao e desafetao. 15.6 Aquisio e alienao. 15.7 Uso dos bens pblicos por particular. 15.8 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 16 Responsabilidade civil do Estado. 16.1 Evoluo histrica. 16.2 Teorias subjetivas e objetivas da responsabilidade patrimonial do Estado. 16.3 Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro. 16.3.1 Responsabilidade por ato comissivo do Estado. 16.3.2 Responsabilidade por omisso do Estado. 16.4 Requisitos para a demonstrao da responsabilidade do Estado. 16.5 Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado. 16.6 Reparao do dano. 16.7 Direito de regresso. 16.8 Responsabilidade primria e subsidiria. 16.9 Responsabilidade do Estado por atos legislativos. 16.10 Responsabilidade do Estado por atos judiciais.

    Para maximizar o seu aprendizado, nosso curso estar estruturado em dezenove aulas, sendo esta aula demonstrativa e outras dezoito, vejamos o cronograma:

    AULA CONTEDO DATA

    Aula 0

    1 Introduo ao direito administrativo. 1.1 Origem, natureza jurdica e objeto do direito administrativo. 1.2 Os diferentes critrios adotados para a conceituao do direito administrativo. 1.3 Fontes do direito administrativo. 1.4 Sistemas administrativos: sistema ingls, sistema francs e sistema adotado no Brasil. 2 Administrao Pblica. 2.1 Administrao Pblica em sentido amplo e em sentido estrito. 2.2 Administrao Pblica em sentido objetivo e em sentido subjetivo.

    Disponvel

    Aula 1

    3 Regime jurdico-administrativo. 3.1 Conceito. 3.2 Contedo: supremacia do interesse pblico sobre o privado e indisponibilidade, pela Administrao, dos interesses pbicos. 3.3 Princpios expressos e implcitos da Administrao Pblica. 3.4 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores.

    09/12

    Aula 2

    4 Organizao administrativa. 4.1 Centralizao, descentralizao, concentrao e desconcentrao. 4.2 Administrao direta. 4.2.1 Conceito. 4.2.2 rgo pblico: conceito; teorias sobre as relaes do Estado com os agentes pblicos; caractersticas; e classificao. 4.3 Administrao indireta. 4.3.1 Conceito. 4.3.2 Autarquias. 4.3.3 Agncias reguladoras. 4.3.4 Agncias executivas.

    14/12

    Aula 3

    4.3.6 Empresas pblicas. 4.3.7 Sociedades de economia mista. 4.3.5 Fundaes pblicas. 4.4 Entidades paraestatais e terceiro setor. 4.4.1 Servios sociais autnomos. 4.4.2

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    Entidades de apoio. 4.4.3 Organizaes sociais. 4.4.4 Organizaes da sociedade civil de interesse pblico. 4.5 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores.

    Aula 4

    5 Atos administrativos. 5.1 Conceito. 5.2 Fatos da administrao, atos da administrao e atos administrativo. 5.3 Requisitos ou elementos. 5.4 Atributos. 5.5 Classificao. 5.6 Atos administrativos em espcie. 5.7 O silncio no direito administrativo. 5.8 Extino dos atos administrativos: revogao, anulao e cassao. 5.9 Convalidao. 5.10 Vinculao e discricionariedade. 5.11 Atos administrativos nulos, anulveis e inexistentes. 5.12 Decadncia administrativa. 5.13 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores.

    20/12

    Aula 5

    7 Poderes e deveres da Administrao Pblica: 7.1 Poder regulamentar. 7.2 Poder hierrquico. 7.3 Poder disciplinar. 7.4 Poder de polcia. 7.5 Dever de agir. 7.6 Dever de eficincia. 7.7 Dever de probidade. 7.8 Dever de prestao de contas. 7.9 Uso e abuso do poder. 7.10 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores.

    23/12

    Aula 6

    10 Licitaes. 10.1 Legislao pertinente. 10.1.1 Lei n 8.666/1993. 10.1.5 Fundamentos constitucionais. 10.2 Disposies doutrinrias. 10.2.1 Conceito. 10.2.3 Objeto e finalidade. 10.2.4 Destinatrios. 10.2.5 Princpios. 10.2.6 Contratao direta: dispensa e inexigibilidade. 10.2.7 Modalidades. 10.2.8 Tipos. 10.2.9 Procedimento. 10.2.10 Anulao e revogao. 10.2.11 Sanes administrativas. 10.3 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores.

    30/12

    Aula 7

    11 Contratos administrativos. 11.1 Legislao pertinente. 11.1.1 Lei n 8.666/1993. 11.2 Disposies doutrinrias. 11.2.1 Conceito. 11.2.2 Caractersticas. 11.2.3 Vigncia. 11.2.4 Alteraes contratuais. 11.2.5 Execuo, inexecuo e resciso. 11.2.7 Consrcios pblicos. 11.3 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores.

    10/01

    Aula 8

    10.1.2 Lei n 10.520/2002 e demais disposies normativas relativas ao prego. 10.1.3 Decreto n 7.892/2013 (sistema de registro de preos). 10.1.4 Lei n 12.462/2011 (regime diferenciado de contratao).

    13/01

    Aula 9

    11.1.2 Decreto n 6.170/2007, Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU n 507/2011 e Instruo Normativa do STN n 1/1997 (convnios e instrumentos congneres). 11.2.6 Convnios e instrumentos congneres.

    17/01

    Aula 10

    8 Servios pblicos. 8.1 Legislao pertinente. 8.1.1 Lei n 8.987/1995. 8.1.2 Lei n. 11079/2004 (parceria pblico-privada). 8.2 Disposies doutrinrias. 8.2.1 Conceito. 8.2.2 Elementos constitutivos. 8.2.3 Formas de prestao e meios de execuo. 8.2.4 Delegao: concesso, permisso e

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    autorizao. 8.2.5 Classificao. 8.2.6 Princpios. 8.2.7 Remunerao. 8.2.8 Usurios. 8.2.9 23 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores. 4.3.8 Consrcios pblicos. 11.1.3 Lei n 11.107/2005 e Decreto n 6.017/2007 (consrcios administrativos).

    Aula 11

    14 Agentes pblicos. 14.1.2 Disposies constitucionais aplicveis. 14.2 Disposies doutrinrias. 14.2.1 Conceito. 14.2.2 Espcies. 14.2.3 Cargo, emprego e funo pblica. 14.2.4 Provimento. 14.2.5 Vacncia. 14.2.6 Efetividade, estabilidade e vitaliciedade. 14.2.7 Remunerao. 14.2.8 Direitos e deveres. 14.2.9 Responsabilidade. 14.2.10 Processo administrativo disciplinar. 14.2.11 Regime de previdncia. 14.3 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores.

    25/01

    Aula 12 14.1 Legislao pertinente. 14.1.1 Lei n 8.112/1990. 29/01

    Aula 13

    12 Controle da Administrao Pblica. 12.1 Conceito. 12.2 Classificao das formas de controle. 12.2.1 Conforme a origem. 12.2.2 Conforme o momento a ser exercido. 12.2.3 Conforme a amplitude. 12.3 Controle exercido pela Administrao Pblica. 12.4 Controle legislativo. 12.5 Controle judicial. 12.6 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores.

    02/02

    Aula 14

    13 Improbidade administrativa. 13.1 Lei n 8.429/1992. 13.2 Disposies doutrinrias aplicveis. 13.3 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores.

    06/02

    Aula 15

    6 Processo administrativo: Lei n 9.784/1999. 6.2 Disposies doutrinrias aplicveis. 6.3 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores.

    10/02

    Aula 16

    16 Responsabilidade civil do Estado. 16.1 Evoluo histrica. 16.2 Teorias subjetivas e objetivas da responsabilidade patrimonial do Estado. 16.3 Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro. 16.3.1 Responsabilidade por ato comissivo do Estado. 16.3.2 Responsabilidade por omisso do Estado. 16.4 Requisitos para a demonstrao da responsabilidade do Estado. 16.5 Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado. 16.6 Reparao do dano. 16.7 Direito de regresso. 16.8 Responsabilidade primria e subsidiria. 16.9 Responsabilidade do Estado por atos legislativos. 16.10 Responsabilidade do Estado por atos judiciais.

    14/02

    Aula 17

    15 Bens pblicos. 15.1 Conceito. 15.2 Classificao. 15.3 Caractersticas. 15.4 Espcies. 15.5 Afetao e desafetao. 15.6 Aquisio e alienao. 15.7 Uso dos bens pblicos por particular. 15.8 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores.

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    Aula 18

    9 Interveno do Estado na propriedade. 9.1 Conceito. 9.2 Fundamento. 9.3 Modalidades. 9.3.1 Limitao administrativa. 9.3.2 Servido administrativa. 9.3.3 Ocupao temporria. 9.3.4 Requisio administrativa. 9.3.5 Tombamento. 9.3.6 Desapropriao. 9.4 Jurisprudncia aplicada dos tribunais superiores.

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    Ateno! Este curso composto somente por aulas em PDF. No teremos vdeoaulas para a disciplina de direito administrativo.

    Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao nosso curso.

    Observao importante: este curso protegido por direitos autorais

    (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a

    legislao sobre direitos autorais e d outras providncias.

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    NOES INTRODUTRIAS

    De forma simples, o Direito Administrativo o ramo do Direito Pblico que disciplina o exerccio da funo administrativa, e a

    atividade das pessoas e rgos que a desempenham.

    Dessa forma, para compreendermos o conceito acima, precisamos ter uma noo do que Estado de Direito e, para tanto, devemos estudar os conceitos de Estado, governo e administrao pblica, assuntos inerentes ao Direito Constitucional.

    Estado

    Historicamente, os seres humanos sempre buscaram formar grupos sociais. Contudo, no h consenso se as organizaes sociais primitivas, FRPRDVWULERVMiIRUPDYDPXP(VWDGR,VVRSRUTXHRVMXOJDPHQWRVHDVUHJUDVRULXQGDVGRVFKHIHVHUDPGLVSHUVDVHIUDJPHQWDGDVQmRSRGHQGRser consideradas como funo de Estado. Em geral, esses lderes buscavam tutelar interesses pessoais e eventualmente coletivos.

    Nesse sentido, Lucas Rocha Furtado1 destaca que no bastava o exerccio de atividades sociais de contedo administrativo para caracterizar a existncia desse tipo de entidade. O que caracteriza o Estado a sua RUJDQL]DomR RX VHMD o Estado apresenta como trao essencial da sua existncia a capacidade de atender a determinados fins por meio de

    unidades administrativas organizadas e dotadas de competncia para o

    exerccio dessas atividades. Entretanto, o Estado moderno, da forma como conhecemos hoje,

    surgiu a partir das revolues liberais, nos sculos XVIII e XIX, a exemplo da Revoluo Francesa e da independncia norte-americana, que geraram profundas modificaes nas relaes entre o Estado e o cidado. Enquanto nos regimes absolutistas o Estado era a nica e legtima fonte de poder; nos movimentos liberais, os cidados passam a ser o centro do poder e os titulares de todos os direitos, sendo que o Estado passa a constituir o instrumento para regular o exerccio dos direitos individuais.

    Aps essa apresentao inicial, vamos discutir o conceito de Estado.

    1 Rocha, 2012, p. 31.

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    Conceito de Estado

    O Estado um ente personalizado, que se apresenta exteriormente, nas relaes internacionais com outros Estados soberanos, e, internamente, como pessoa jurdica de direito pblico, capaz de adquirir direitos e contrair obrigaes na ordem pblica.

    De acordo com Hely Lopes Meirelles, apresentando os ensinamentos de outros doutrinadores, o conceito de Estado varia segundo o ngulo em que considerado: sociolgico corporao territorial dotada de um poder de mando originrio (Jellinek); poltico comunidade de homens, fixada sobre um territrio, com poder superior de ao, de mando e de

    coero (Malberg); e constitucional pessoa jurdica territorial soberana (Biscaretti di Ruffia).

    Nessa linha, como pessoa jurdica de direito pblico, na forma prevista nos arts. 40 e 41 do novo Cdigo Civil, o Estado pode contrair direitos e obrigaes, relacionando-se tanto internamente com seus servidores, com os cidados e com outras pessoas de direito pblico ou privado quanto externamente com os outros Estados soberanos.

    Nesse contexto, o Estado constitudo de trs elementos originrios e indissociveis:

    9 Povo: o seu componente humano, demogrfico; 9 Territrio: a sua base fsica, geogrfica; 9 Governo soberano: o elemento condutor do Estado, que detm e

    exerce o poder absoluto de autodeterminao e auto-organizao emanado do Povo.

    Dessa forma, o Estado formado pelo povo, em determinado territrio e organizado sob sua livre vontade soberana.

    A soberania o poder absoluto, indivisvel e incontrastvel que o Estado possui para organizar-se e conduzir-se segundo a livre vontade de seu Povo e, se necessrio, de fazer cumprir suas decises inclusive com o uso legtimo da fora.

    Alm disso, a evoluo institucional, a partir das correntes liberais, substituiu o poder quase ilimitado dos reis e monarcas (absolutismo) para dar lugar ao que chamamos de Estado de Direito, que, segundo Jos dos Santos Carvalho Filho, se baseia na regra de que, ao mesmo tempo em que o Estado cria o direito, deve sujeitar-se a ele.

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    Assim, no Estado de Direito, a legitimao do poder poltico deixa de pautar-se em critrios tipicamente religiosos ou carismticos, passando a prevalecer as normas jurdicas abstratas e gerais. Ou seja, a conduta das pessoas que dirigem a atividade estatal passa a realizar-se sobre as regras previstas nas constituies e nas leis, no mais na simples vontade dos governantes.

    Com efeito, a ideia de Estado de Direito se traduziu, originalmente, na relao de trs postulados fundamentais:2 a generalizao do princpio da legalidade; a universalidade de jurisdio e a tripartio dos poderes.

    Segundo o princpio da legalidade, a atuao estatal exige autorizao legislativa para as suas aes ou omisses. Em outras palavras, a atividade do Estado deve se realizar em estrita observncia ao que estabelece a lei.

    A universalizao de jurisdio, por sua vez, significa que todos os atos estatais devem submeter-se a controles que permitam a responsabilizao dos sujeitos que atuarem de modo inadequado.

    Por fim, a tripartio dos poderes consiste na dissociao da atuao estatal, gerando a diferenciao de competncias (funes), atribudas a rgos diversos. Dessa forma, nenhum rgo estatal possui poder ilimitado, estando sujeito ao sistema de freios e contrapesos que gera o equilbrio aos chamados trs poderes: Legislativo, Executivo e Judicirio.

    justamente por meio desses trs poderes que o Estado manifesta a sua vontade.

    Poderes de Estado

    De acordo com a Constituio Federal de 1988, so poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio (art. 2).

    A cada um desses poderes foi atribuda uma funo principal. Dessa forma, o Poder Legislativo se encarrega da funo legislativa (normativa); o Poder Judicirio desempenha a funo jurisdicional; e o Poder Executivo exerce a funo administrativa.

    Essa tripartio foi concebida, em 1748, na clssica obra do Baro de Montesquieu, tendo como objetivo, ao mesmo tempo, especializar o

    2 Justen Filho, 2014, p. 100.

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    exerccio das funes estatais e impedir a concentrao de todo o Poder do Estado nas mos de uma nica pessoa ou rgo.

    Assim, o poder do Estado no exercido por um nico rgo ou pessoa. Ele se divide por estruturas orgnicas especializadas, que desempenham com preponderncia a sua funo tpica, mantendo a harmonia e o equilbrio entre o sistema.

    A funo legislativa (normativa, legiferante) pode ser entendida como aquela em que o Estado edita atos jurdicos primrios, de carter geral (aplicvel a sujeitos indeterminados) e abstrato (possuem uma previso hipottica, aplicando-se a todos os casos concretos que se enquadrarem na situao nela prevista), que inovam na ordem jurdica, com fundamento na prpria Constituio.

    Por exemplo, quando o Congresso Nacional edita uma lei que obriga todo sujeito que receber recursos da Unio a prestar contas, ele est criando um ato normativo geral, pois no possui um destinatrio certo (Pedro, Joo, etc.), mas sim todos os que receberem os recursos. Ao mesmo tempo, um ato normativo abstrato, pois no se aplica a uma situao especfica, mas sim a todos os casos em que algum receber recursos da Unio. Ou seja, a lei foi criada para atingir destinatrios indeterminados e em uma situao hipottica.

    Alm do carter geral e abstrato, para ser considerada a funo legislativa, deve ser um ato jurdico primrio, ou seja, aquele que possui fundamento direto na Constituio Federal, podendo, portanto, inovar na ordem jurdica (leis ordinrias, medidas provisrias, leis delegadas, etc.).

    Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a legislao ato normativo primrio, pois decorre diretamente do poder soberano. Assim, mediante a lei, o Estado regula relaes, permanecendo acima e margem das mesmas. Por exemplo, quando o Estado estabelece regras para a compra e venda de um imvel, ele est disciplinando como as pessoas realizaro essa relao jurdica (compra e venda), mas no participa diretamente, ou seja, o Estado ficou acima e margem da relao jurdica.

    A funo jurisdicional, por sua vez, consiste na resoluo de controvrsias com a fora jurdica da definitividade. Trata-se de ato subsidirio dos atos primrios, em que o Estado chamado a decidir litgios decorrentes de conflitos na aplicao da lei. Nesse caso, Di Pietro tambm considera que o Estado permanece acima e alm, pois ele apenas chamado a decidir o conflito, continuando fora da relao jurdica.

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    Voltando ao exemplo da compra e venda de um imvel, caso uma das partes entenda que a outra no est cumprindo com suas obrigaes, ela poder acionar o Estado para resolver o conflito, encerrando a controvrsia com fora de definitividade. Nesse mesmo caso, o Estado apenas solucionou o embate, mas permaneceu acima e alm da relao.

    Finalmente, a funo administrativa consiste na execuo das leis. De forma mais tcnica, ocorre quando o Estado, no interior de uma estrutura hierrquica, desenvolve atos complementares lei, ou, excepcionalmente, Constituio, com a finalidade de lhes dar aplicao. Nos ensinamentos de Di Pietro, no desempenho da funo administrativa, o Estado atua como parte das relaes a que os atos se referem, pois responsvel por aplicar, no caso concreto, as determinaes legais.

    Funo legislativa (normativa): editar atos normativas primrios criar leis; Funo Jurisdicional: resolver conflitos entre os litigantes, aplicando lei com fora

    de definitividade;

    Funo administrativa: executar a lei.

    Contudo, importante destacar que nenhum Poder exerce sozinho cada uma dessas funes. Eles a desempenham com preponderncia as suas funes normais (funes tpicas), mas tambm desempenham funes que materialmente caberiam a outro Poder (funes atpicas), nos termos previstos na Constituio.

    Dessa forma, ao Poder Legislativo incumbe, tipicamente, a funo normativa. Porm, ele tambm exerce a funo administrativa quando, por exemplo, realiza licitaes, faz concurso pblico, nomeia os aprovados, etc. Alm disso, o Legislativo exerce a funo jurisdicional quando, por exemplo, o Senado processa e julga o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica por crimes de responsabilidade (art. 52, I, CF/88).

    O Poder Judicirio, por outro lado, pode exercer a funo administrativa nos mesmos casos previstos para o Legislativo (concurso, licitaes, firmar contratos, nomear pessoal, etc.); e executa a funo legislativa quando, por exemplo, os tribunais editam seus regimentos internos FRQIRUPHDUW,DGD&).

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    Finalmente, o Poder Executivo, alm da funo tpica de administrar, pode exercer a funo legislativa em alguns casos, como na edio de medidas provisrias (art. 62, CF), leis delegadas (art. 68, CF) ou decretos DXW{QRPRV&)DUW9,DHE

    Todavia, o nosso ordenamento jurdico no admite o exerccio da funo jurisdicional em sentido prprio pelo Poder Executivo. Isso porque a Constituio Federal estabelece, em seu art. 5, que a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito. Trata-se, portanto, do princpio da inafastabilidade da tutela jurisdicional, que permite que qualquer interessado busque o Judicirio quando se sentir lesionado.

    Segundo Justen Filho3, o Poder Executivo no desempenha funo jurisdicional em sentido prprio.

    Na mesma linha, Carvalho Filho4 ensina que a funo jurisdicional tpica, assim considerada aquela pela qual os conflitos de interesses so decididos com cunho de definitividade (res iudicata), praticamente monopolizada pelo Judicirio, admitindo-se, somente em casos excepcionais previstos na Constituio, o desempenho pelo Poder Legislativo.

    De acordo com Bandeira de Mello5, o Poder Executivo tambm decide controvrsias. o que ocorre, por exemplo, nos processos de questionamentos WULEXWiULRV VXEPHWLGRV DRV &RQVHOKRV GH&RQWULEXLQWHV3RUpPDVGHFLV}HVQHsse tipo de processo possuem fora de definitividade somente perante a Administrao. o que a doutrina chama de coisa julgada administrativa6.

    Dessa forma, podemos perceber que a Constituio Federal de 1988 no outorgou ao Poder Executivo a funo jurisdicional. Isso porque os litgios resolvidos na esfera administrativa podem possuir carter de

    3 Justen Filho, 2014, p. 119. 4 Carvalho Filho, 2014, p. 3. 5 Mello, 2014, p. 34. 6 A coisa julgada administrativa possui fora de definitividade somente perante a Administrao, mas no impede que o terceiro que se achar lesado busque corrigir o ato judicialmente.

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    definitividade somente para a Administrao, mas no impedem que terceiros busquem reviso judicial do ato.

    O desempenho das funes tpicas e atpicas, na forma prevista na Constituio, permite que os Poderes atuem de maneira independente e harmnica. Ademais, a Constituio Federal possui situaes de interferncia legtima de um Poder sobre o outro, os chamados controles recprocos ou sistema de freios e contrapesos (checks and balances).

    Por exemplo, ao Poder Legislativo incumbe a funo tpica de legislar, porm o Poder Executivo pode vetar o projeto de lei em determinadas situaes. Da mesma forma, o Poder Judicirio pode declarar a lei inconstitucional em determinados casos. Perceba que a funo tpica de legislar, atribuda ao Poder Legislativo, no exercida de maneira ilimitada, pois os demais Poderes podem, de certa forma, exercer o controle sobre ela.

    No mesmo contexto, o Poder Executivo o responsvel principal pela funo administrativa. Todavia, a Constituio outorga o controle externo da atividade administrativa ao Poder Legislativo. Da mesma forma, todo cidado que se achar lesado por um ato administrativo do Poder Executivo poder recorrer ao Poder Judicirio, que exercer o controle de legalidade sobre o ato.

    Finalmente, o Poder Judicirio tambm no est imune ao controle dos demais Poderes. Todos os ministros dos tribunais superiores so escolhidos pelo Presidente da Repblica, sobre controle do Senado Federal, responsvel por aprovar o nome do selecionado.

    Assim, a tabela abaixo demonstra as funes tpicas e atpicas desenvolvidas pelos trs poderes:

    Legislativo Executivo Judicirio

    Funo tpica Normativa Administrativa Jurisdicional

    Funes atpicas Administrativa

    Jurisdicional Normativa Administrativa

    Normativa

    Da tabela acima, podemos concluir que todos exercem a funo administrativa. Isso muito importante, pois o estudo do Direito Administrativo envolve justamente essa funo, conforme veremos mais adiante.

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    Alm dos trs poderes mencionados acima, a Constituio Federal

    possui outras duas estruturas orgnicas com autonomia e funes

    especficas. Estamos falando do Tribunal de Contas e do Ministrio

    Pblico, que so titulares de competncias prprias e

    insuprimveis, desempenhando-as com autonomia em relao aos

    demais poderes.

    Assim, a doutrina majoritria no enquadra essas duas estruturas

    em nenhum dos trs poderes clssicos, pois no se subordinam a

    HOHV 1mR VmR SRGHUHV SURpriamente ditos, mas apenas estruturas independentes.

    Aps entendermos o conceito de Estado, podemos estudar sua organizao e estrutura que, conforme ensinamentos de Pedro Lenza, podem ser analisadas sobre trs aspectos: forma de governo, sistema de governo e forma de Estado:

    forma de governo: repblica ou monarquia; sistema de governo: presidencialismo ou parlamentarismo; forma de Estado: Estado unitrio ou Federao. Vamos, neste momento, estudar a forma de Estado, deixando os

    outros dois aspectos para estudarmos depois do conceito de governo.

    Forma de Estado

    A partir da organizao poltica do territrio, podemos falar em Estado unitrio e Estado federado (complexo ou composto).

    A caracterstica do Estado unitrio a centralizao poltica, pois existe um nico poder poltico central sobre todo o territrio nacional e sobre toda a populao o qual controla todas as coletividades regionais e locais. 7 O exemplo clssico o Uruguai, que possui um nico poder poltico central.

    O Estado federado, por outro lado, marcado pela descentralizao poltica, em que ocorre a convivncia de diferentes entidades polticas 7 Alexandrino e Paulo, 2011, pp. 13-14.

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    autnomas, distribudas regionalmente, em um mesmo territrio. Ou seja, no Estado federado existem diferentes entidades polticas distribudas nos nveis nacional, regional e local.

    Assim, segundo a Constituio Federal de 1988, o Brasil adotou a forma federativa de Estado, pois possui diferentes centros de poder poltico. Dessa forma, possumos um poder poltico central a Unio , um poder poltico regional os estados e um poder poltico local os municpios. Alm desses, temos ainda o Distrito Federal, que no pode se subdividir em municpios e, portanto, acumula as competncias regionais e locais (CF, art. 32, 1).

    A despeito de cada federao possuir caractersticas prprias, inerentes s suas realidades locais, Pedra Lenza apresentou alguns pontos em comum que podem ser assim sistematizados8:

    9 descentralizao poltica: a constituio estabelece ncleos de poder poltico, concedendo autonomia aos referidos entes;

    9 repartio de competncias: garante autonomia entre os entes federativos, garantindo o equilbrio da federao;

    9 constituio rgida como base jurdica: fundamental a existncia de uma constituio rgida, buscando garantir a distribuio de competncias entre os entes autnomos, formando uma verdadeira estabilidade institucional por exemplo, no Brasil, a alterao da CF depende de um processo legislativo mais rduo, solene, dificultoso do que o processo de alterao das normas no constitucionais (CF, art. 60);

    9 inexistncia do direito de secesso: uma vez criado o pacto federativo, no se permite que um estado membro tente se separar. Ou seja, no cabe aos membros da federao requerer a retirada ou a separao da federao. Isso chamado de princpio da indissolubilidade do vnculo federativo. Alm disso, no Brasil, a forma federativa de Estado clusula ptrea, insuscetvel de abolio por meio de reforma constitucional (CF, art. 60, 4, I). Assim, no se pode deliberar sobre emenda constitucional tendente a abolir o sistema federativo;

    9 soberania do Estado federal: a soberania caracterstica apenas da Federao, enquanto os membros possuem apenas autonomia. Assim,

    8 Lenza, 2010, pp. 344-345.

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    os entes federativos so autnomos entre si, de acordo com as regras constitucionais e nos limites de suas competncias; enquanto a soberania p FDUDFWHUtVWLFD GR WRGR GR SDtV GR (VWDGR IHGHUDOExemplificando, a Repblica Federativa do Brasil possui soberania, enquanto os entes federados possuem autonomia9;

    9 interveno: em situaes de crise, possvel a interveno em algum dos entes federativos para assegurar o equilbrio federativo e, assim, a manuteno da Federao;

    9 auto-organizao dos Estados-membros: por meio da elaborao das constituies estaduais (CF, art. 25);

    9 rgo representativo dos Estados-membros: no Brasil, por exemplo, a representao se d por meio do Senado Federal (CF, art. 46);

    9 guardio da Constituio: no Brasil, o Supremo Tribunal Federal STF (CF, art. 102);

    9 repartio de receitas: assegura o equilbrio entre os entes federativos (CF, arts. 157 a 159).

    O Brasil adota a forma federativa de

    Estado.

    Conforme podemos observar acima, o Brasil adota a forma federativa de Estado. Todas as caractersticas demonstradas por Pedro Lenza esto presentas na Federao brasileira.

    Vale destacar que no existe subordinao ou hierarquia entre os entes federados. Assim, no se pode, por exemplo, afirmar que a Unio encontra-se hierarquicamente acima dos estados. O que ocorre coordenao, sendo que cada ente possui autonomia poltica, financeira e administrativa.10 Por exemplo, quando um municpio decide organizar e prestar o servio de transporte coletivo, que uma atividade de interesse local, ele no precisar submeter a sua deciso ao governo estadual ou Unio (CF, art. 30, V).

    9 O entendimento do Cespe que nem mesmo a Unio detm soberania, mas to somente a Repblica Federativa do Brasil (Estado Federado) ? vide prova do Exame de Ordem 2007.3, questo 13, aplicada pelo Cespe/Unb: http://www.cespe.unb.br/concursos/oab2007_3/arquivos/Prova_justificada.PDF. 10 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 14.

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    Dessa forma, cada ente federativo possura a sua administrao pblica. Teremos, portanto, administraes pblicas federal, estaduais, distrital e municipais, todas autnomas entre si.

    Para finalizar, devemos saber que a organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa Brasil, nos termos do art. 18 da CF, compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos.

    Os Territrios Federais, que so descentralizaes administrativo-territoriais da Unio, no possuem autonomia poltica nem tampouco integram a Federao. Ou seja, os Territrios so apenas autarquias territoriais com capacidade administrativa ampla, mas no fazem parte da Federao. No se preocupe com o conceito de Territrio agora, pois isso ser abordado ao longo do nosso curso.

    Finalmente, vale transcrever o contedo do art. 1 da Constituio Federal, que no inclui a Unio como integrante da Repblica Federativa do Brasil, mas to somente os estados, municpios e o Distrito Federal, vejamos:

    Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito [...].

    Apesar da impropriedade do contedo do art. 1, uma vez que a Unio tambm integra a Federao, devemos memoriz-lo, pois muitas questes reproduzem o contedo literal desse artigo.

    Prosseguindo, vamos estudar os outros dois conceitos importantes: governo e administrao pblica.

    Governo

    Para Hely Lopes Meirelles11, o conceito de governo pode se apresentar em trs sentidos: (i) em sentido formalpRFRQMXQWRGH3RGHUHVHyUJmRVFRQVWLWXFLRQDLV LL HP VHQWLGR material p R FRPSOH[R GH IXQo}HVHVWDWDLVEiVLFDVHLLLHPVHQWLGRoperacional: pDFRQGXomRSROtWLFDGRVQHJyFLRVS~EOLFRV

    Percebe-se, pois, uma relao entre o conceito de governo e os rgos e Poderes constitucionais, responsveis pela funo poltica ou de governo $VVLP 0HLUHOOHV FRQFOXL TXH JRYHUQR a sua expresso 11 Meirelles, 2013, p. 66.

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    poltica de comando, de iniciativa, de fixao de objetivos do Estado

    e de manuteno da ordem jurdica vigente'HVVa forma, o governo atua por meio de atos de soberania ou autonomia poltica na conduo dos negcios pblicos.

    Em termos mais simples, o governo desenvolve a direo suprema e geral do Estado, determina a realizao de objetivos, estabelece as diretrizes para a sua atuao e os planos governamentais, sempre visando a conferir unidade soberania estatal.

    Dessa forma, o governo se relaciona com a funo poltica de comando, de coordenao, de direo e de fixao de planos e diretrizes para a atuao estatal (as chamadas polticas pblicas)12.

    Enquanto o governo formado pelos rgos governamentais superiores, com funes eminentemente polticas, de fixao de diretrizes e elaborao de planos de ao; a administrao pblica, em sentido estrito, formada pelos rgos e entidades administrativas, subalternos, que desempenham funes de execuo das decises e dos planos governamentais13.

    Sistema de governo

    O sistema de governo representa o modo como se d a relao entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exerccio das funes governamentais, sendo classificado em dois tipos: presidencialismo e parlamentarismo.

    No sistema presidencialista, as funes de Chefe de Estado e Chefe de Governo encontram-se nas mos de uma nica pessoa, chamada de Presidente da Repblica. Por exemplo, no Brasil, o Presidente possui dupla funo:

    9 Chefe de Estado: representa a Repblica Federativa do Brasil nas suas relaes internacionais. Por exemplo, o Presidente da Repblica que mantm relaes com os estados estrangeiros, que assina os tratados internacionais, que declara guerra, etc. (CF, art. 84, VII, VIII e XIX);

    9 Chefe de Governo: o responsvel por praticar atos de administrao e de natureza poltica estes ltimos quando

    12 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 16. 13 Barchet, 2008, p. 7.

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    participa do processo legislativo. De forma mais simples, o Chefe de Governo quem dirige a administrao pblica. Dessa forma, o Chefe de Governo exerce, com o auxlio dos Ministros de Estado, a direo superior da administrao; inicia o processo legislativo, nos casos previstos na Constituio; sanciona, promulga e faz publicar as leis, bem como expede decretos e regulamentos para sua fiel execuo; veta projetos de lei; dispe, mediante decreto, sobre organizao e funcionamento da administrao pblica, etc. (CF, art. 84, II a VI).

    O que difere o Chefe de Estado do Chefe de Governo que o primeiro o representante da unidade e soberania do Estado nas suas relaes externas, enquanto o segundo responsvel por dirigir a administrao pblica.

    Assim, a caracterstica do presidencialismo o predomnio da diviso dos Poderes, que devem ser independentes e harmnicos entre si. O Presidente da Repblica eleito pelo povo, para mandato fixo, com ampla liberdade para escolher os Ministros de Estado, que os auxiliam e podem ser demitidos ad nutum, a qualquer tempo.

    Por outro lado, o sistema parlamentarista marcado pela colaborao entre os Poderes Executivo e Legislativo. Nesse caso, as funes de Chefe de Estado e Chefe de Governo so exercidas por pessoas distintas. A chefia de Estado cabe ao Presidente da Repblica ou monarca, enquanto a chefia de Governo exercida pelo Primeiro Ministro ou Conselho de Ministros.

    Entre as caractersticas do sistema parlamentarista, pode-se citar: o Primeiro Ministro indicado pelo Presidente com aprovao do Parlamento; o Primeiro Ministro no possui mandato fixo, pois poder ocorrer a queda do governo em duas situaes: se perder a maioria parlamentar pelo partido que pertence, ou atravs do voto de desconfiana (quando os parlamentares desaprovam a Poltica do Primeiro Ministro); possibilidade de dissoluo do Parlamento, declarando-se extintos os mandatos pelo Chefe de Estado e convocando-se novas eleies.

    Dessa forma, podemos dizer que o sistema parlamentarista possui uma colaborao maior entre os Poderes Executivo e Legislativo, enquanto o sistema presidencialista apresenta uma distino mais ntida.

    3DUD0LFKHO7HPHU no parlamentarismo verifica-se o deslocamento de uma parcela da atividade executiva para o Legislativo. Nesse particular,

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    fortalece-se a figura do Parlamento que, alm da atribuio de inovar a

    ordem jurdica em nvel imediatamente infraconstitucional, passa a

    desempenhar, tambm, funo executiva14.

    O Brasil adota o sistema presidencialista.

    Forma de governo

    A forma de governo representa a maneira como se d a instituio e a transmisso do poder na sociedade e como se d a relao entre governantes e governados15. Podemos caracterizar duas formas de governo distintas: repblica e monarquia.

    So caractersticas da forma republicana de governo: eletividade, temporalidade no exerccio do poder, representatividade popular e responsabilidade do governante (dever de prestar contas).

    Assim, se a instituio do poder ocorrer por meio de eleies, para um mandato com prazo determinado, em que o governante representa o povo e tem o dever de prestar contas de sua gesto, teremos uma forma de governo republicana (res publica - coisa do povo)16.

    As caractersticas da monarquia, por outro lado, so: hereditariedade, vitaliciedade, inexistncia de representao popular, irresponsabilidade do governante (ausncia do dever de prestar contas).

    Verifica-se, pois, que, na monarquia, a instituio do poder no ocorre por meio de eleies, mas pela hereditariedade; o mandato vitalcio, pois no possui tempo determinado; o monarca no representa o povo, mas uma linhagem de alguma famlia; e tambm no responde perante o povo pelos atos de governo (no h o dever de prestar contas)17.

    14 Temer, 1998, apud Lenza, 2010, p. 520. 15 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 17. 16 Paulo e Alexandrino, 2012, p. 286. 17 Paulo e Alexandrino, 2012, p. 287.

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    O Brasil adota a forma de governo

    republicana.

    Agora, vamos dar uma olhada como isso j foi exigido em concursos!

    1. (Cespe TJ/CNJ/2013) A organizao poltico-administrativa do Brasil compreende a Unio, os estados, o Distrito Federal, os municpios e os territrios.

    Comentrio: os territrios no fazem parte da organizao poltico-administrativa do Brasil, conforme podemos extrair do art. 18 da CF/88:

    Art. 18. A organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos, nos termos desta Constituio. (grifos nossos)

    Gabarito: errado.

    2. (Cespe Escrivo/PC-BA/2013) Ampara-se no princpio federativo, a instituio constitucional da Unio, dos estados, dos municpios, do Distrito Federal (DF) e dos territrios como entidades polticas dotadas de autonomia. Comentrio: duas questes do mesmo ano praticamente idnticas. Reforando, os territrios no so entidades polticas e no possuem autonomia. Dessa forma, somente a Unio, os estados, os municpios e o Distrito Federal so entidades polticas dotadas de autonomia. Gabarito: errado.

    3. (Cespe Admin/SUFRAMA/2014) A inexistncia de um Poder Judicirio prprio reflete a ausncia de autonomia dos municpios, tendo em vista que o modelo de Estado Federal adotado pelo Brasil embasado na autonomia da Unio e dos estados-membros.

    Comentrio: a despeito de no possurem Poder Judicirio prprio, os municpios tambm possuem autonomia. Gabarito: errado.

    4. (Cespe Insp/PC CE/2012) Em funo do sistema de distribuio de competncias legislativas criado pela CF, h ntida superioridade hierrquica das leis federais sobre as estaduais.

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    Comentrio: os entes polticos (Unio, estados, municpios e o Distrito Federal) so entes autnomos. Dessa forma, no h hierarquia entre eles nem entre suas leis. Dito de outra forma, uma lei federal no hierarquicamente superior a uma lei estadual ou municipal. O que pode ocorrer um conflito de interesses ou de competncias, que deve ser solucionado de acordo com as regras previstas na Constituio. Assim, a Constituio Federal disciplinou as competncias de cada membro da Federao, seguindo o princpio da preponderncia de interesses. Nessa linha, Unio cabe legislar sobre assuntos de carter geral ou nacional, enquanto aos municpios incumbem os assuntos de carter local. J para os estados, a Constituio atribuiu uma competncia residual, ou seja, envolve todos os assuntos no atribudos Unio ou aos municpios. Em regra, os estados exercem as competncias de natureza regional. Por fim, o Distrito Federal, que no pode se subdividir em municpios, acumula as competncias estaduais e municipais (CF, art. 32, caput e 1). Gabarito: errado.

    5. (Cespe Arquivista/DPF/2014) A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos estados, municpios e Distrito Federal (DF), adota a federao como forma de Estado.

    Comentrio: vejam que a questo cpia literal do art. 1 da Constituio Federal:

    Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito [...].

    Com efeito, sabemos que existem duas formas de Estado: (a) Estado unitrio, marcado pela centralizao poltica em um nico ente; (b) Estado federado, caracterizado pela coexistncia de mais de um ente poltico em um mesmo territrio. A forma de Estado presente no Brasil a federao. Gabarito: correto.

    6. (Cespe Analista/Advocacia/SERPRO/2010) Como forma de Estado, a Federao destaca-se pela perda da soberania dos estados federados em favor de um poder central, mantendo-se, no entanto, certa autonomia em seu favor, alm do direito de secesso na hiptese de quebra do pacto federativo.

    Comentrio: na Federao, vedado o direito de secesso, ou seja, vedado aos Estados-membros o direito de separar-se. Essa uma forma de garantir a indissolubilidade do vnculo federativo. Logo, a questo est errada. Vamos aproveitar para aprofundar um pouco o assunto.

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    Quando os Estados-membros se unem para formar uma Federao, eles abrem mo de sua soberania, atribuindo-a somente ao poder central (a Federao), permanecendo, no entanto, autnomos entre si. Por fim, vamos destacar que a federao no se confunde com a confederao. Nesta ltima, os Estados-membros permanecem soberanos e possuem o direito de separar-se quando assim o desejar. Dessa forma, a confederao frgil e instvel. Portanto, na confederao, os Estados-PHPEURV RX SDtVHV FRQWLQXDP VREHUDQRV H SRGHP UHWLUDU-se do pacto confederativa a qualquer momento. Gabarito: errado.

    7. (Cespe Analista Legislativo/Tcnica Legislativa/Cmara dos Deputados/2012) O sistema de freios e contrapesos permite que um poder fiscalize e controle os demais poderes, de forma que nenhum deles seja mais forte que os outros.

    Comentrio: os Poderes do Estado so independentes e harmnicos. Para tanto, eles dispem de um sistema de freios e contrapesos (check and balances), que permite que um poder fiscalize e controle o outro. Devemos destacar que as interferncias ou controles exercidos por um Poder sobre o outro s so admitidas quando previstas na Constituio. Ademais, a separao dos Poderes clusula ptrea (CF, art. 60, 4, III), ou seja, no pode ocorrer deliberao de proposta de emenda constitucional tendente a aboli-la.

    Gabarito: correto.

    8. (Cespe - Analista/MCTI/2012) Ao passo que o presidencialismo tem duas fontes de legitimidade democrtica, o parlamentarismo tem uma nica fonte.

    Comentrio: no presidencialismo, existem duas fontes de legitimidade democrtica: o presidente e a assembleia, ou seja, trata-se de um regime dual. Por outro lado, o regime parlamentarista monista, pois existe uma nica fonte de legitimidade democrtica: o parlamento. Assim, o item est correto, pois o sistema presidencialista possui duas fontes de legitimidade democrtica (presidente e assembleia) e o parlamentarismo uma nica fonte (o parlamento). Gabarito: correto.

    9. (Cespe Analista Ambiental/IBAMA/2013) Repblica uma forma de governo fundamentada na igualdade formal entre as pessoas, na qual o poder

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    poltico exercido por meio de representao, em carter eletivo e por um perodo determinado de tempo.

    Comentrio: a repblica a forma de governo que representa o governo do povo (res public). o inverso da monarquia. So caractersticas da forma republicana de governo: eletividade, temporalidade no exerccio do poder, representatividade popular e responsabilidade do governante (dever de prestar contas). A igualdade formal decorre dos princpios da Revoluo Francesa, que destaca que todos so iguais perante a lei. Antes daquela poca, o direito individual no era respeitado, sendo raros os casos em que o cidado poderia influenciar na escolha dos governantes. Logo, o item est perfeito! Gabarito: correto.

    10. (Cespe - Analista Ministerial/Administrativa/MPE PI/2012) O princpio federativo estabelece a forma de governo de um Estado.

    Comentrio: o princpio federativo estabelece a forma de Estado. Para memorizar: Forma de Estado: FEderao. Gabarito: errado.

    11. (Cespe - Especialista em Financiamento e Execuo de Programas e Projetos Educacionais/FNDE/2012) O Brasil constitudo por entidades polticas DXW{QRPDV8QLmRHVWDGRV 'LVWULWR)HGHUDOHPXQLFtSLRVHQWUHDVTXDLVKirelao de hierarquia.

    Comentrio: no pode errar! No h hierarquia na Federao. Gabarito: errado.

    12. (Cespe - Especialista em Financiamento e Execuo de Programas e Projetos Educacionais/FNDE/2012) No sistema presidencialista, predomina uma maior dependncia entre os Poderes Legislativo e Executivo, podendo o presidente da Repblica ser destitudo pelo parlamento.

    Comentrio: no sistema presidencialista, h predomnio da separao dos Poderes Executivo e Legislativo. O Presidente at pode ser destitudo pelo parlamento, mas somente em casos muito especficos, como o processo de impeachmentLVWRpQRVMXOJDPHQWRVSRUFULPHGHresponsabilidade (CF, art. 52, pargrafo nico).

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    Porm, o caso acima em nada se assemelha com o sistema parlamentarista. Aqui, h forte dependncia entre os Poderes Legislativo e Executivo, sendo que o Chefe de Governo (no o Presidente) pode ser destitudo caso seu partido perda a maioria no Parlamento ou, simplesmente, se ele perder a confiana dos membros do Legislativo. Gabarito: errado.

    13. (Cespe - Especialista em Financiamento e Execuo de Programas e Projetos Educacionais/FNDE/2012) A Repblica forma de governo caracterizada pela eletividade de seus governantes, pelo mandato temporrio e pelo dever de prestao de contas do chefe do Poder Executivo.

    Comentrio: vamos l, a repblica uma forma de governo que possui as seguintes caractersticas: 9 eletividade dos governantes; 9 temporalidade no exerccio do poder; 9 representatividade popular; e 9 responsabilidade do governante (dever de prestar contas).

    Apesar de incompleta, a questo no est errada (este o estilo do Cespe). Gabarito: correto.

    14. (Cespe MPOG/2012) O princpio da separao dos Poderes adotado no Brasil pode ser caracterizado como rgido, uma vez que todos os Poderes da Repblica exercem apenas funes tpicas.

    Comentrio: o princpio da separao dos Poderes adotado no Brasil caracterizado como flexvel, e no como rgido, pois nenhum Poder exerce sozinho a sua funo. Assim, as funes de Estado so exercidas com preponderncia, e no com exclusividade, por cada um dos Poderes. Dessa forma, ao lado das funes tpicas, cada Poder exerce uma ou mais funes atpicas. Gabarito: errado.

    15. (Cespe MPU/2013) A CF instituiu mecanismos de freios e contrapesos, de modo a concretizar-se a harmonia entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio, como, por exemplo, a possibilidade de que o Poder Judicirio declare a inconstitucionalidade das leis.

    Comentrio: a relao entre os Poderes deve ser de harmonia, equilbrio e independncia. Esta ltima caracterstica, no entanto, realizada nos limites

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    constitucionais, pois h possibilidade de um Poder interferir sobre a atuao do outro, demonstrando um sistema de controles recprocos denominado VLVWHPDGHIUHLRVHFRQWUDSHVRVRXcheck and balances So exemplos desse tipo de controle: o veto do Presidente da Repblica sobre os projetos de lei; o controle de constitucionalidade das leis realizado pelo Poder Judicirio; o controle externo da atividade financeira realizado pelo Poder Legislativo; etc. Logo, o item est perfeito. Gabarito: correto.

    16. (Cespe PC/BA 2013) A eleio peridica dos detentores do poder poltico e a responsabilidade poltica do chefe do Poder Executivo so caractersticas do princpio republicano.

    Comentrio: so caractersticas da forma republicana de governo: eletividade, temporalidade no exerccio do poder, representatividade popular e responsabilidade do governante (dever de prestar contas). Gabarito: correto.

    17. (Cespe PRF/2013) Decorre do princpio constitucional fundamental da independncia e harmonia entre os poderes a impossibilidade de que um poder exera funo tpica de outro, no podendo, por exemplo, o Poder Judicirio exercer a funo administrativa.

    Comentrio: o sistema de separao de Poderes previsto na Constituio Federal flexvel. Isso significa que cada Poder possui uma funo tpica, a qual exerce com preponderncia, mas no com exclusividade, eis que tambm exerce funes atpicas, prprias dos demais Poderes. Assim, por exemplo, o Judicirio, ao contrrio do que afirma o item, pode sim exercer funo administrativa, como quando realiza concursos pblicos ou promove licitaes para aquisio de bens. Gabarito: errado.

    18. (Cespe MIN/2013) Consoante o modelo de Estado federativo adotado pelo Brasil, os estados-membros so dotados de autonomia e soberania, razo por que elaboram suas prprias constituies.

    Comentrio: o item comea bem, pois o Brasil adota a forma federativa de Estado. Todavia, os estamos-membros possuem somente autonomia. Gabarito: errado.

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    19. (Cespe - Adm/MJ/2013) O Poder Executivo compe, junto com o Poder Legislativo, o Poder Judicirio e o Ministrio Pblico, a quadripartio de poderes no Estado brasileiro.

    Comentrio: esta ficou fcil. O correto tripartio dos poderes: Executivo, Legislativo e Judicirio. O Ministrio Pblico e o Tribunal de Contas so rgos autnomos, mas no integram nenhum dos poderes. Gabarito: errado.

    Administrao Pblica

    Administrao pblica em sentido amplo e em sentido estrito

    Em sentido amplo, a Administrao Pblica abrange (a) os rgos governamentais, ou simplesmente Governo, superiores, que exercem suas funes eminentemente polticas, isto , de comando, direo, fixao de diretrizes e elaborao de planos de ao; e (b) os rgos e pessoas jurdicas que exercem a funo meramente administrativa, ou seja, so encarregados da execuo das decises e dos planos governamentais.

    Para Maria Di Pietro, a Administrao Pblica em sentido amplo possui um aspecto subjetivo e outro objetivo:18

    9 subjetivamente e em sentido amplo a Administrao Pblica abrange os rgos governamentais, supremos, constitucionais (Governo), aos quais incumbe traar planos de ao, dirigir e comandar; assim como os rgos administrativos, subordinados, dependentes, aos quais cabe executar os planos governamentais;

    9 objetivamente e em sentido amplo a Administrao Pblica compreende a funo poltica, que estabelece as polticas governamentais, e a funo administrativa.

    Por outro lado, em sentido estrito, a expresso abrange somente os rgos e entidades administrativas que exercem a funo administrativa. Ou seja, no sentido estrito, s encontramos os rgos e pessoas jurdicas responsveis pela execuo dos planos de governo, isto , os responsveis por desenvolver a funo administrativa. Exclui-se, portanto, os rgos de governo, que desenvolvem a funo poltica.

    18 Di Pietro, 2014, p. 50.

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    Para compreendermos melhor essa separao de sentido amplo e sentido estrito, precisamos retornar um pouco o que vimos nesta aula. Estudamos acima os trs segmentos funcionais clssicos: normativo (legislativo), jurisdicional e administrativo. Para o estudo do Direito Administrativo, interessa-nos apenas a ltima, ou seja, a funo administrativa.

    Assim, conforme ensinamentos de Celso Antnio Bandeira de Mello, a funo administrativa:19

    [...] a funo que o Estado, ou quem lhe faa as vezes, exerce na intimidade de uma estrutura e regimes hierrquicos e que no sistema constitucional brasileiro se caracteriza pelo fato de ser desempenhada mediante comportamentos infralegais ou, excepcionalmente, infraconstitucionais, submissos todos a controle de legalidade pelo Poder Judicirio.

    Todavia, Bandeira de Mello destaca que nem todos os atos podem ser enquadrados dentro das trs funes clssicas do Estado. Segundo o autor, as decises eminentemente polticas, como a decretao de calamidade pblica, declarao de guerra ou a assinatura de um tratado internacional, alm de no corresponderem s funes normativa e jurisdicional, tambm no se enquadram nas funes administrativas.

    Na mesma linha, Maral Justen Filho faz a distino entre funo DGPLQLVWUDWLYDHIXQomRGHJRYHUQRSROtWLFDa funo administrativa instrumento de realizao direta e imediata dos direitos fundamentais. A

    funo de governo traduz o exerccio da soberania da Nao e a definio

    das decises polticas mais gerais20 J a professora Maria Di Pietro destaca, a partir dos ensinamentos de

    Renato Alessi, que a funo de emanar atos de produo jurdica no se limita funo administrativa, mas compreende tambm a funo poltica ou de governoque implica uma atividade de ordem superior referida direo suprema e geral do Estado em seu conjunto e em sua unidade,

    dirigida a determinar os fins da ao do Estado, a assinalar as diretrizes

    para outras funes, buscando unidade e soberania estatal21 Dessa forma, podemos perceber que, em sentido amplo, o termo

    $GPLQLVWUDomR3~EOLFDHQYROYHWDQWRDfuno administrativa quanto a funo poltica ou de governo, assim como os rgos e entidades responsveis por seu desempenho (rgos governamentais superiores,

    19 Mello, 2014, p. 36. 20 Justen Filho, 2014, p. 125. 21 Alessi, 1970, apud Di Pietro, 2014, p. 52.

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    rgos administrativos e entidades administrativas). Porm, em sentido estrito, a expresso abrange somente os rgos e entidades administrativos encarregados do desempenho da funo administrativa.

    Para o estudo do Direito Administrativo, interessa o sentido estrito de Administrao Pblica, que compreende:

    9 em sentido subjetivo, formal ou orgnico: o conjunto de pessoas jurdicas, rgos e agentes pblicos que exercem a funo DGPLQLVWUDWLYDRXVHMDTXHPH[HUFHWDOIXQomR

    9 em sentido objetivo, material ou funcional: a atividade administrativa em si, ou o conjunto de atividades que costumam ser consideradas prprias da funo adminLVWUDWLYDRXVHMDRTXHprealizado.

    Administrao pblica em sentido subjetivo, formal ou orgnico

    Em sentido subjetivo, formal ou orgnico, a Administrao Pblica22 abrange os sujeitos que desempenham a funo administrativa. Assim, esse critrio coQVLGHUDTXHPUHDOL]DDDWLYLGDGHDGPLQLVWUDWLYDRXseja, o conjunto de agentes, rgos e pessoas jurdicas aos quais atribudo o exerccio da funo administrativa.

    6HJXQGR&DUYDOKR)LOKRDH[SUHVVmRAdministrao PblicaVRERsentido subjetivo, VLJQLILFD R conjunto de agentes, rgos e pessoas jurdicas que tenham a incumbncia de executar as atividades

    administrativas Dessa forma, devemos ter em mente que o sentido formal considera

    os agentes, rgos e pessoas jurdicas encarregados da atividade administrativa.

    Em que pese a funo administrativa seja realizada preponderantemente pelos rgos do Poder Executivo, precisamos saber que h rgos responsveis por essa funo nos demais poderes. Assim, as VHFUHWDULDV RX PHVDV HQFDUUHJDGDV GD IXno administrativa nos

    22 E ? ?W ? ? ?sentido subjetivo, ou seja, os sujeitos que desempenham a funo administrat ?W ? ? ? ? ? ? ? consideradas prprias da funo administrativa.

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    Poderes Legislativo e Judicirio tambm se enquadram no conceito subjetivo.

    Esses rgos integrantes dos Poderes e responsveis pela funo administrativa fazem parte da Administrao direta ou centralizada, pois esto subordinados diretamente s pessoas jurdicas polticas (Unio, estados, municpios e Distrito Federal).

    Contudo, devemos saber que a funo administrativa no realizada somente de forma centralizada. As entidades polticas podem criar entes descentralizados, as chamadas entidades administrativas, que so entes com personalidade jurdica prpria e que formam a Administrao indireta ou descentralizada. No Brasil, os entes administrativos so: autarquias, fundaes pblicas, empresas pblicas e sociedades de economia mista.

    3RUWDQWRSRGHPRVGL]HUTXHDH[SUHVVmR$GPLQLVWUDomR3~EOLFDHPsentido formal, subjetivo ou orgnico, compreende os agentes pblicos, os rgos da Administrao direta e as entidades integrantes da Administrao indireta.

    O que vimos acima o entendimento da doutrina majoritria, ou seja, a Administrao Pblica em sentido subjetivo considera os agentes, rgos e pessoas jurdicas encarregadas da funo administrativa. Porm, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo abordam o tema de maneira um pouco distinta.

    Para os autores, a Administrao Pblica, em sentido subjetivo, formal RXRUJkQLFRpUHSUHVHQWDGDSHORconjunto de rgos, pessoas jurdicas e agentes que o nosso ordenamento jurdico identifica como administrao

    pblica, no importa a atividade que exeram$VVLPHOHVFRQVLGHUDPque a natureza da atividade irrelevante, pois o Brasil adota o critrio formal, segundo o qual administrao pblica aquilo que o nosso direito assim considera.

    A preocupao dos autores ocorre porque, em tese, h certa impreciso nas consideraes da doutrina majoritria. Isso porque existem pessoas jurdicas privadas, no integrantes da Administrao Pblica, mas que desempenham a funo administrativa. So exemplos as concessionrias de servio pblico, que so empresas que prestam servio pblico por delegao do Estado.

    Ao mesmo tempo, existem entidades administrativas que no prestam servio pblico, como as empresas pblicas e sociedades de economia mista

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    que atuam na explorao da atividade econmica. Assim, por no exercerem a funo administrativa, essas entidades estariam excludas do FRQFHLWRGH$GPLQLVWUDomR3~EOLFDVHJXQGRRFULWpULRVXEMHWLYR

    Dessa forma, Alexandrino e Paulo afirmam que a Administrao Pblica, em nosso ordenamento jurdico, integrada exclusivamente: (a) pelos rgos integrantes da denominada administrao direta (so os rgos integrantes da estrutura de uma pessoa poltica que exercem funo administrativa; e (b) pelas entidades da administrao indireta (autarquias, fundaes, empresas pblicas e sociedades de economia mista).

    Consideramos que a observao dos autores pertinente. Todavia, percebam que a concluso deles sobre os integrantes da Administrao Pblica muito semelhante ao que apresentamos acima, sendo que a diferena encontra-se somente na parte conceitual, pois eles desconsideram a natureza da atividade desempenhada.

    Isso ocorre justamente pela impreciso dos doutrinadores majoritrios, que, mesmo relacionando o conceito ao exerccio da funo administrativa, acabam concluindo que a administrao pblica formal, no Brasil, formada pelas administraes direta e indireta incluindo, nesta ltima, as autarquias, fundaes, empresas pblicas e sociedades de economia mista.

    Com isso, apesar das observaes dos ilustres professores, devemos memorizar que a doutrina majoritria considera, pelo aspecto subjetivo, IRUPDORXRUJkQLFRTXHD$GPLQLVWUDomR3~EOLFDpIRUPDGDpelo conjunto de agentes, rgos e pessoas jurdicas aos quais atribudo o

    exerccio da funo administrativa

    Administrao pblica em sentido objetivo, material ou funcional

    A administrao pblica em sentido objetivo, material ou funcional corresponde s diversas atividades finalsticas compreendidas na funo administrativa. Ou seja, trata-se do conjunto de atividades consideradas prprias da funo administrativa. Nesse contexto, considera-se o objeto RXo quepUHDOL]DGRHno TXHP

    Existem quatro atividades dessa natureza, todas disciplinadas por regras e princpios administrativos: fomento, polcia administrativa, servio pblico e interveno administrativa.

    Fomento: abrange a atividade administrativa de incentivo iniciativa privada de interesse ou utilidade pblica, ocorrendo por

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    meio de auxlios financeiros ou subvenes, financiamentos sob condies especiais, favores fiscais, repasses de recursos, benefcios, etc.

    Polcia administrativa ou poder de polcia: corresponde atividade pela qual a Administrao impe restries, limitaes ou condicionamentos ao exerccio das atividades privadas em prol do interesse coletivo. So exemplos as atividades de fiscalizao, expedio de licenas, sanes, autorizaes, etc.

    Servio pblico: toda atividade concreta e imediata que a Administrao Pblica executa, direta ou indiretamente, para satisfazer a necessidades coletivas, com regime jurdico predominantemente pblico. So exemplos a prestao de servios de telecomunicao ou de instalao e fornecimento de energia eltrica.

    Interveno administrativa: em sentido amplo, a interveno compreende trs espcies de atividades: (i) a regulamentao e a fiscalizao da atividade econmica de natureza privada (interveno indireta); (ii) a atuao direta do Estado no domnio econmico (interveno direta), o que ocorre normalmente por meio das empresas estatais; e (iii) as atividades de interveno na propriedade privada, mediante atos concretos incidentes sobre destinatrios especficos (desapropriao, servido administrativa, tombamento, ocupao temporria, etc.).

    Segundo Di Pietro, a atividade ou funo administrativa corresponde somente quela sujeita, total ou predominantemente, ao regime de direito pblico. Acontece que a atuao direta do Estado no domnio econmico realizada com predomnio das regras de direito privado, ou seja, no pode ser considerada uma funo administrativa. Dessa forma, somente a primeira e a ltima seriam, propriamente, formas de interveno administrativa.

    Para concluir a matria, trazemos os ensinamentos finais de Maria Di Pietro, que define administrao pblica em sentido material ou objetivo FRPRa atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurdico total ou parcialmente pblico, para a consecuo

    dos interesses coletivos

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    Atividades-meio e atividades-fim da Administrao

    O sentido objetivo de administrao pblica no consegue abranger todo o contedo das funes administrativas. Isso porque as funes administrativas so representadas pelas atividades-fim e atividades-meio.

    As atividades finalsticas (fomento, polcia administrativa, servio pblico e interveno administrativa) justificam a razo de ser da Administrao, ou seja, o porqu ou para qu so criados os rgos pblicos23.

    Porm, para desenvolver essas atividades, a Administrao depende de um acervo de atividades secundrias, denominadas atividades-meio. So essas ltimas que do suporte ao desempenho das atividades finalsticas.

    Por exemplo, um rgo pblico responsvel pela fiscalizao da fabricao e venda de armamentos poder de polcia precisa realizar concurso pblico para contratar seus servidores e fazer licitao para adquirir material de expediente. Perceba que nem o concurso pblico nem a licitao produzem diretamente uma utilidade para a coletividade. Ou seja, essas atividades no se enquadram no conceito objetivo, material ou funcional de administrao pblica.

    Dessa forma, a funo administrativa alcana tambm o conjunto de atividades relacionadas com o aparelhamento humano e material das entidades, assim como ao seu aprimoramento e manuteno, representando as atividades-meio da Administrao. So exemplos a nomeao de servidores, a aquisio de bens, a celebrao de contratos de manuteno das instalaes, etc.

    O professor Gustavo Barchet inclui tambm como atividade-meio a edio de atos normativos pelas autoridades administrativas. Esse tipo de ato no tem o poder de inovar na ordem jurdica (no so atos normativos primrios), mas servem para detalhar os comandos legais, permitindo a sua aplicao. So exemplos os decretos regulamentares, editados pelos chefes do Poder Executivo para dar fiel execuo s leis. Imaginem uma lei que determina a declarao anual do imposto de renda. Para aplic-la, ser necessrio editar um decreto, detalhando quando e como essa declarao ser feita. Percebe-se, pois, que o decreto no criou obrigao nova, mas apenas explicou como ela seria realizada.

    23 Barchet, 2008, p. 13.

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    Alm dos atos normativos, tambm se enquadram nas atividades-meio as decises que resolvam litgios na esfera administrativa. Estamos falando de decises tomadas em processos administrativos com o objetivo de resolver determinados conflitos dentro da esfera administrativa. Vimos, acima, que este tipo de ato no se enquadra na funo jurisdicional, pois lhe falta o carter de definitividade.

    Concluindo o tema, podemos dizer que a funo administrativa compreende as quatro atividades finalsticas fomento, polcia administrativa, servios pblicos e interveno administrativa e as atividades-meio atividades acessrias como (i) a composio, a manuteno e o aparelhamento material e humano; (ii) a edio de atos normativos; (iii) decises administrativas que solucionem conflitos, sem fora de definitividade.

    20. (Cespe - AE/Administrao/SEGER ES/2013) Acerca de governo, Estado e administrao pblica, assinale a opo correta.

    a) Atualmente, Estado e governo so considerados sinnimos, visto que, em ambos, prevalece a finalidade do interesse pblico. b) So poderes do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judicirio e o Ministrio Pblico. c) Com base em critrio subjetivo, a administrao pblica confunde-se com os sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado. d) O princpio da impessoalidade traduz-se no poder da administrao de controlar seus prprios atos, podendo anul-los, caso se verifique alguma irregularidade. e) Na Constituio Federal de 1988 (CF), foi adotado um modelo de separao estanque entre os poderes, de forma que no se podem atribuir funes materiais tpicas de um poder a outro. Comentrio: o Estado um ente personalizado, que se apresenta exteriormente, nas relaes internacionais com outros Estados soberanos, e, internamente, como pessoa jurdica de direito pblico, capaz de adquirir direitos e contrair obrigaes na ordem pblica. Por outro lado, governo formado pelos rgos governamentais superiores, encarregados da expresso poltica de comando, de iniciativa, de fixao de objetivos do Estado e de manuteno da ordem jurdica vigente.

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    Assim, o Estado o ente personalizado, enquanto o governo representado pelos rgos com funo superior de comando. Logo, a alternativa A est errada.

    A alternativa B est errada, pois, apesar de ser uma estrutura orgnica DXW{QRPD R 0LQLVWpULR 3~EOLFR QmR UHSUHVHQWD XP 3RGHU 2 PHVPR VHDSOLFDDR7ULEXQDOGH&RQWDV$VVLPRV3RGHUHV so somente o Legislativo, Executivo e Judicirio. A opo C, por outro lado, est correta, pois o critrio subjetivo demonstra os sujeitosTXHLQWHJUDPDHVWUXWXUDDGPLQLVWUDWLYDGR(VWDGR A letra D est errada. A questo trouxe o conceito do princpio da autotutela. Por fim, a opo E est errada, pois o modelo constitucional de separao de poderes flexvel, permitindo o desempenho de funes tpicas e atpicas em cada Poder. Assim, nenhum deles possui exclusividade, mas somente preponderncia sobre a funo. Gabarito: alternativa C.

    21. (Cespe - AJ/Judiciria/"Sem Especialidade"/TJDFT/2013) Administrao pblica em sentido orgnico designa os entes que exercem as funes administrativas, compreendendo as pessoas jurdicas, os rgos e os agentes incumbidos dessas funes.

    Comentrio: em sentido subjetivo, formal ou orgnico, a Administrao Pblica representada pelos sujeitos que exercem a funo administrativa, ou seja, o conjunto de agentes, rgos e pessoas jurdicas encarregadas dessa funo. Gabarito: correto.

    22. (Cespe - ATA/MIN/2013) Na sua acepo formal, entende-se governo como o conjunto de poderes e rgos constitucionais. Comentrio: segundo Hely Lopes Meirelles, o conceito de governo possui trs sentidos:

    a) em sentido formalpRFRQMXQWRGH3RGHUHVHyUJmRVFRQVWLWXFLRQDLV b) em sentido materialpRFRPSOH[RGHIXQo}HVHVWDWDLVEiVLFDVH c) em sentido operacionalpDFRQGXomRSROtWLFDGRVQHJyFLRVS~EOLFRV Gabarito: correto.

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    23. (Cespe Ministrio Integrao Nacional 2013) A administrao pratica atos de governo, pois constitui todo aparelhamento do Estado preordenado realizao de seus servios, visando satisfao das necessidades coletivas.

    Comentrio: os atos de governo so praticados pelos chamados rgos governamentais, sendo caracterizados pelo exerccio da funo poltica. Assim, abrange aes de comando, coordenao, direo, fixao de planos e diretrizes. So exemplos: decretao de estado de defesa e de stio; declarao de guerra, decretao de calamidade pblica, etc. So atos desenvolvidos pela direo suprema do Estado. Para o Direito Administrativo, interessa o conceito estrito de administrao pblica, ou seja, no alcanando a funo poltica ou de governo. Para encerrar, vale transcrever as lies do ilustre Hely Lopes Meirelles:

    A Administrao no pratica atos de governo; pratica, to somente, atos de execuo, com maior ou menor autonomia funcional, segundo a competncia do rgo e de seus agentes. So os chamados atos administrativos [...]. (grifos nossos)

    Gabarito: errado.

    24. (Cespe - AnaTA/MIN/2013) Em sentido objetivo, a expresso administrao pblica denota a prpria atividade administrativa exercida pelo Estado.

    Comentrio: em sentido objetivo, material ou funcional a administrao pblica representa a atividade administrativa em si, ou o conjunto de atividades que costumam ser consideradas prprias da funo administrativa, RXVHMDRTXHpUHDOL]DGR Temos aqui as atividades finalsticas: fomento, servio pblico, polcia administrativa e a interveno administrativa. Gabarito: correto.

    25. (Cespe - AJ/Administrativa/"Sem Especialidade"/TRE RJ/2012) O estudo da administrao pblica, do ponto de vista subjetivo, abrange a maneira como o Estado participa das atividades econmicas privadas.

    Comentrio: sob o ponto de vista subjetivo, formal ou orgnico, a Administrao Pblica o conjunto de pessoas jurdicas, rgos e agentes S~EOLFRV TXH H[HUFHP D IXQomR DGPLQLVWUDWLYD RX VHMD TXHP H[HUFH WDOfuno. Por outro lado, em sentido objetivo, material ou funcional, a administrao pblica