aula 1 - soc ecn 2009
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Sociologia Econômica:
Ontem e hoje
Curso de Mestrado Profissional em Administração – ESAG/UDESC
Profs. Caroline Andion e Mauricio C. Serafim
Definições
Estudo de fatos econômicos concebendo-os como fatos sociais (Steiner, 2006).
Aplicação da abordagem conceitual e metodológica da sociologia na investigação de fenômenos econômicos – mercados, empresas, sindicatos etc. (Swedberg, 2004; Smelser e Swedberg, 2005)
Definições
Não é apenas o tratamento sociológico de variáveis econômicas.
É uma abordagem, ou uma perspectiva de análise.
“Aplicação de estruturas de referência, variáveis, e modelos explicativos da sociologia a um complexo de atividades relacionadas à produção, distribuição, troca, e consumo de bens e serviços escassos (Smelser e Swedberg)
Fonte: Steiner (2006)
Objeto de pesquisa
Fenômenos econômicos: dimensões da produção, distribuição, troca e consumo de bens e serviços escassos.
Podem ser de três tipos (Weber): fenômenos econômicos propriamente dito; fenômenos economicamente condicionados; fenômenos economicamente relevantes.
Fenômenos econômicos
fenômenos econômicos propriamente dito: setor econômico na sociedade.
fenômenos economicamente condicionados: como esses fenômenos influenciam a sociedade.
fenômenos economicamente relevantes: como fenômenos não econômicos podem influenciar algum fenômeno econômico.
Entre ontem e hoje
Séc. XVIII: surge a economia como campo científico e institucionalização do mercado como sistema ordenador da sociedade.
Final do séc. XIX: crise da Economia Política e crescente institucionalização da teoria econômica marginalista (Carl Menger, Willian Jevons e Léon Walras).
Adam Smith (1723-1790): publicou A Riqueza das Nações em 1776.
Entre ontem e hoje
A Sociologia Econômica pode ser dividida em três fases:
sociologia econômica clássica sociologia econômica intermediárianova sociologia econômica
Sociologia econômica clássica
Abrange as décadas 1890-1920. Surge principalmente como reação aos pressupostos e
à metodologia da teoria econômica marginalista, que utilizava um modelo de ciência abstrato formal (fundado na matemática).
Principais autores: Escola alemã: Max Weber (1864-1920), Georg Simmel (1858-
1918), Werner Sombart (1863-1941), Escola francesa: Émile Durkheim (1858-1917) Itália: Vilfredo Pareto (1848-1923). Estados Unidos: Thorstein Veblen (1857-1927).
Sociologia econômica clássica
Principal veio dessa tradição: a combinação da análise dos interesses econômicos com a análise das relações sociais.
Características dos pioneiros: Eram cientes de que estavam contribuindo para um
novo campo de pesquisa e construindo um novo tipo de análise.
Enfoque foi sobre as questões fundamentais do campo: o papel da economia na sociedade, a análise e metodologia acerca da economia diferentemente daquela realizada pelos economistas, o que é uma ação econômica, e a preocupação em entender o capitalismo e seu impacto na sociedade. (Smelser e Swedberg).
Sociologia econômica intermediária
Abrange as décadas 1930-70. Cisão entre Sociologia e Economia. Surgimento da escola norte-americana de SE. Principais autores: Joseph Schumpeter (1883-
1950), Marcel Mauss (1872-1950), Karl Polanyi (1886-1964), Talcot Parsons (1902-79) e Neil J. Smelser (1930-).
Sociologia econômica intermediária
Tais autores contribuíram com o desenvolvimento de temas fundamentais:Destruição criativaEmpreendedorismo Imersão social (embeddedness)Teses de abordagem funcionalistas como a
que sociologia e economia podem ser entendidas como subsistemas de uma teoria geral dos sistemas sociais
Sociologia econômica intermediária
Teoria econômica: estudo do comportamento individual racional, do mercado e da moeda.
Sociologia: análise dos demais comportamentos (ex. formação de preferências) e compreensão dos motivos orientadores do comportamento econômico.
Exceção da cisão economia/sociologia: economia de inspiração marxista.
Sociologia econômica intermediária
A sociologia se torna mais especializada:Sociologia do trabalhoSociologia organizacionalSociologia industrialSociologia do desenvolvimento
Nova Sociologia Econômica
Inicia-se a partir dos anos 1980. Procura se diferenciar da SE intermediária
(cisão soc/ecn, paradigma parsoniano e especialização da sociologia) e se aproxima dos clássicos.
Marco: ensaio teórico de Mark Granovetter, “Economic Action and Social Structure: The Problem of Embeddedness” (1985)
Nova Sociologia Econômica
Critica a economia a partir do seu pressuposto de atores atomizados.
Considera as relações econômicas como um caso particular de relações sociais, que são socialmente construídas.
Retoma a idéia de imersão: natureza contingente da ação social em relação à cognição, cultura, estrutura social e instituições políticas
Análise de redes sociais como método principal. Atores econômicos fazem parte de estruturas de
interações e seus comportamentos econômicos estão imersos em redes de relações interpessoais.
Nova Sociologia Econômica
Ambição da NSE: “Na contramão do movimento que leva as
ciências sociais a dividir o trabalho intelectual, a especializar as pesquisas, a sociologia econômica sugere que é necessário e útil incentivar o confronto entre as teorias econômicas e sociológicas, de maneira a fornecer melhores explicações dos fatos econômicos” (Steiner, 2006).
Fato Social
Segundo Durkheim, fato social é toda a maneira de fazer, pensar e de sentir externas ao indivíduo e que é suscetível de exercer sobre ele uma coação.