aula 1 eca

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Aula 1: Introduo ao Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA) muito comum nos referirmos disciplina Direito da Criana e do Adolescente como ECA. Na verdade, isto um erro, j que ECA se trata do Estatuto da Criana e do Adolescente, a base normativa legal mais importante desta disciplina, mas no a nica. Se tratssemos somente do Estatuto, estaramos limitando o estudo desta disciplina, j que estaramos considerando apenas a lei 8069/90 e suas alteraes trazidas pela lei 12.010/09. Ao contrrio, tratar a disciplina como Direito da Criana e do Adolescente nos permite estudar no s o Estatuto, mas todas as demais legislaes que embasaram e embasam este direito, tais como a Conveno Internacional dos Direitos da Criana, a Constituio Federal brasileira de 1988, o Cdigo Civil brasileiro, o Cdigo Penal brasileiro etc., alm de legislaes extravagantes. Enfim, podemos desta forma estudar um sistema jurdico amplo, de garantia de direitos s crianas e aos adolescentes, baseado nos metaprincpios da prioridade absoluta e da proteo integral.

Entendendo o contexto...

Como se v, a disciplina Direito da Criana e do Adolescente bastante ampla. Devido sua relevncia, este direito foi includo, em carter obrigatrio, no currculo do ensino fundamental, pela lei 9.394/96, que acrescentou o pargrafo 5 ao artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educao.

Ao longo da histria, possvel observar que crianas e adolescentes no possuam direitos, pois os pais eram detentores de poderes absolutos sobre seus filhos. A mudana deste cenrio se deu a partir do triste caso da menina Mary Ellen ocorrido em 1874, que deu origem ao 1 Tribunal de Menores do mundo. Posteriormente, com a 1 Guerra Mundial, que deixou muitos rfos, intensificou-se uma maior necessidade de proteo em relao infncia.

O primeiro caso oficial de maus-tratos fsicos contra criana ocorreu nos Estados Unidos da Amrica (EUA), ainda em 1874. Uma menina, Mary Ellen, era espancada pela madrasta e foi encaminhada Sociedade de Preveno de Crueldade contra Animais, j que no havia qualquer instrumento especfico de proteo criana. No ano seguinte, instituiu-se, em Nova Iorque, a Sociedade de Preveno de Crueldade contra Crianas.

Doutrina do Direito Penal do MenorA doutrina do direito penal do menor teve vigncia na etapa penal de carter

indiferenciado, isto , a partir do surgimento dos primeiros cdigos penais

.

Naquele tempo havia apenas uma lei penal, que servia tanto para o adulto como para a criana e o adolescente. No Brasil, no incio do sculo XIX, a imputabilidade penal iniciava aos sete anos de idade. Em 1830, com o primeiro Cdigo Penal do Brasil independente, foi adotado o critrio biopsicolgico, baseado no discernimento, entre sete e quatorze anos. O Cdigo Republicano de 1890 continuou com o critrio biopsicolgico, entre os nove e quatorze anos de idade. Assim, com quatorze anos, o adolescente estava sujeito aos rigores da lei penal geral, aplicada aos adultos a qual podia retroagir at aos nove anos. Nesta etapa os menores so tratados praticamente de mesma maneira que os adultosDoutrina da situao irregularNo Brasil, o primeiro juizado de menor es foi implantado em 1923. Inicia-se a doutrina da situao irregular do menor, de carter tutelar, fundada no binmio carncia e delinquncia. As crianas e adolescentes no mais so tratados como os adultos, pelo rigor da lei penal, mas inicia outro mal: a criminalizao da pobreza e a forte tendncia institucionalizao. Em 1940, o Cdigo Penal declara a imaturidade dos menores de dezoito anos, implantando o princpio da imputabilidade penal nesta idade. Com o Cdigo de Menores de 1979, mesmo indo contra as diretrizes internacionais, a doutrina da situao irregular foi definitivamente implantada no Brasil. Previa o Cdigo de menores:

Para os efeitos deste Cdigo, considera - se em situao irregular o menor:

I - privado de condies essenciais sua subsistncia, sade e instruo obrigatria, ainda que

eventualmente, em razo de: a, falta, ao ou omisso dos pais ou responsvel; b, manifesta

impossibilidade dos pais ou responsvel para prov - las;

II - vtima de maus tratos ou castigos imoderados impostos pelos pais ou responsvel;

III - em perigo moral devido : a, encontrar - se, de modo habitual, em ambiente contrrio aos bons costumes; b, explorao de atividades contrria aos bons costumes;

IV - privado de representao ou assistncia legal, pela falta eventual dos pais ou responsvel;

V - com desvio de conduta, em virtude de grave inadaptao familiar ou comunitria;

VI - autor de infrao penal.

Doutrina da proteo integral A doutrina da proteo integral iniciou com uma nova etapa do direito juvenil, a chamada etapa de carter penal juvenil. No mbito mundial esta etapa iniciou em 1959 com a Declarao Universal dos Direitos da Criana . No Brasil ela s foi recepcionada oficialmente no ordenamento jurdico vinte e nove anos depois, em 1988, com a Constituio Federal, especialmente, nos seus artigos 226 e 227 e com o Estatuto da Criana e do Adolescente. Eles incorporaram a melhor legislao mundial, introduziram um novo paradigma, elevando a criana e o adolescente condio de verdadeiros cidados, como sujeitos de direitos e de deveres. a doutrina da proteo integral est fundada em trs princpios bsicos: crianas e adolescentes como sujeitos de direitos, em peculiar condio de pessoas em desenvolvimento e prioridade absoluta. A criana e o adolescente no so mais objetos da norma jurdica, mas verdadeiros cidados, sujeitos de direitos fundamentais do art. 5., 227, etc, da CF, mais os direitos especiais garantidos pela CF e pelo ECA.

Importante: Apesar do artigo 2 do ECA indicar como nicos beneficirios da norma as crianas e os adolescentes, ele admite a aplicao do ECA, de forma excepcional, s pessoas entre 18 e 21 anos de idade (ex.: Art. 40 e 121, pargrafo quinto, do ECA), e no h que se falar na revogao deste artigo pelo Cdigo Civil, tendo em vista que a motivao de se fixar a idade de 21 anos em nada se relaciona com a antiga maioridade civil do Cdigo de 1916, mas sim com o prazo mximo da medida de internao, que de 03 anos..

Estatuto da Criana e do Adolescente baseia-se em fontes mediatas e imediatas:

Agora que voc j conhece as fontes do Direito da Criana e do Adolescente, poder melhor compreender a natureza jurdica desse direito, que de direito pblico, fazendo com que todos, inclusive o poder pblico, sejam obrigados a cumprir e respeitar suas normas.PRINCPIOS partindo-se do pressuposto de que os princpios fornecem a segurana necessria para delimitarmos a conduta, a concluso a que se chega que o ECA se funda em 6 princpios norteadores:

Importante: uma vez que o Direito da Criana e do Adolescente possui fontes e princpios prprios, h que se afirmar que ele autnomo.

Conceito de criana e adolescente:Art. 2 Considera-se criana, para os efeitos desta Lei, a pessoa at doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.Pargrafo nico. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto s pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.O artigo 2 define criana como a pessoa que tem at 12 anos incompletos e adolescente quem tem entre 12 e 18 anos de idade. Esses 18 anos de idade devem ser lidos como incompletos, pois, a partir do momento em que a pessoa completa 18 anos, ela considerada adulta. Aquele que completa 18 anos passa a ter plena capacidade tanto na esfera cvel quanto tambm na penal, podendo ser considerado imputvel.No entanto, h casos em que o ECA se aplica ao maior de 18 anos. O prprio pargrafo nico do artigo 2 traz tal disposio. poca da entrada em vigor do ECA, poder-se-ia apontar trs artigos em que a Lei 8.069/1990 se aplicava at os 21 anos de idade incompletos:

1. Art. 36 tutela,

2. Art. 42 adoo,

3. Art. 121, par. 5 - internao.

Com a entrada em vigor do novo Cdigo Civil, a capacidade plena passou a ser adquirida aos 18 anos. Logo, no se poderia falar em tutela para algum maior de 18 anos. Tambm no havia razo para impedir a adoo por aqueles que tivessem entre 18 e 21 anos. Ou seja, os limites antes previstos nos artigos 36 e 42 do ECA foram tacitamente alterados pelo Cdigo Civil. Com o advento da Lei 12.010/2009, os artigos 36 e 42 foram expressamente alterados, passando a neles constar a idade de 18 anos:

Art. 36. A tutela ser deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de at 18 (dezoito) anos incompletos.Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.Quanto ao limite mximo de idade para perdurar a internao, esse permanece sendo o de 21 anos. Como j vimos, tal limitao em nada se relaciona antiga maioridade civil, mas sim ao limite mximo que um adolescente poderia permanecer internado: trs anos. Dessa forma, se pensarmos em um adolescente que deixa para praticar o ato infracional no ltimo momento de sua menoridade, calculando que seja possvel uma internao por um prazo mximo de trs anos, poderia ele ficar internado at praticamente os 21 anos, quando sua desinternao compulsria.

terpretao do ECA:Art. 6 Na interpretao desta Lei levar-se-o em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigncias do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condio peculiar da criana e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. (grifos nossos)

Uma determinada disposio do ECA no pode ser utilizada, no caso concreto, para prejudicar os interesses da criana ou adolescente. Levando em conta que o objetivo precpuo da lei proteger de forma integral, assegurando com absoluta prioridade a efetivao de todos os direitos da pessoa humana e ainda os inerentes condio peculiar de pessoa em desenvolvimento, todos os dispositivos devem ser interpretados em favor do superior interesse do menor, em apreo doutrina da proteo integral.

Dessa forma, o legislador deixou claro no artigo 6 que a interpretao do ECA deve levar em conta os fins sociais aos quais ela se dirige, s exigncias do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos e condio peculiar do menor de 18 anos de pessoa em desenvolvimento. Trata-se de interpretao dirigida aos objetivos traados pelo legislador, que demonstram o compromisso firmado pelo Brasil de garantir a efetivao de todos os direitos previstos na Conveno Internacional dos Direitos da Criana.

CONTEXTUALIZAO Clique aqui para conhecer as alteraes legislativas pelas quais passou o Estatuto da Criana e do AdolescenteNa obra Curso de Direito da Criana e do Adolescente , Cristiane Dupret, apresentado o seguinte quadro de alteraes legislativas pelas quais passou o Estatuto da Criana e do Adolescente. As alteraes mais recentes so as mais importantes no estudo da nossa disciplina:

Alteraes recentes

( Lei 12.696/20012 Alterou os artigos 132, 134, 135 e 139 do ECA , acerca do Conselho Tutelar.

( Lei 12.594/2012 Institui o SINASE (Sistema Nacional de Atendimento socioeducativo), dispe sobre a execuo das medidas socioeducativas, altera os artigos 90, 97, 122, pargrafo 1, 260, inclui o pargrafo 7 no artigo 121 e o inciso X no artigo 208 do ECA.

( Lei 12.038/2009 Altera o artigo 250.

( Lei 12 . 015/2009 Incluiu o artigo 244 - B, que dispe acerca da corrupo de

menores para a prtica de atos infracionais, tendo sido revogada a Lei 2.252/1954.

( Lei 12.010/2009 A lei dispe sobre o aperfeioamento da sistemtica de garantia ao direito ao convvio familiar.

( Lei 11.829/2008 Alterou os artigos 240 e 241. Incluiu o s artigos 241 - A, 241 - B, 241 - C, 241 - D e 241 - E. 1.2

Histrico de alteraes

( Lei 8.242 , de 12/10/1991: alterou os artigos 132, 139 e 260.

( Lei 9.455 , de 07/04/1997: revogou o artigo 233.

( Lei 9.532 , de 10/12/1 997: revogou (a partir de 01/01/1998) o pargrafo 1 do artigo 260.

( Lei 9.975 , de 23/06/2000: acrescentou o artigo 244 - a.

( Lei 10.764 , de 12/11/2003: alterou o pargrafo nico do artigo 143; acresceu o pargrafo nico ao artigo 239; alterou os artsigos 240, 241, 242 e 243.

( Adin 869 2 - DOU de 03/09/2004, p. 1: por unanimidade o tribunal julgou inconstitucional a expresso "ou a suspenso da programao da emissora at por dois dias, bem como da publicao do peridico at por dois nmeros", contida no 2 do artigo 247, da lei 8.069, de 13/07/1990.

( Lei 11.185 , de 07/10/2005: alterou o caput do artigo 11.

( Lei 11.259 , de 30/12/2005: acresceu o pargrafo 2, convertendo - se o atual pargrafo nico em pargrafo 1 ao artigo 208.

( Lei 11.829 , de 25/11/2008: alterou os artigos 240 e 241; acresceu os artigos 241 - a, 241 - b, 241- c, 241 - d e 241 - e.

( Lei 12.010 , de 03/08/2009: alterou os artigos 8, 13, 19, 25, 28, 33, 34, 36, 37, 39, 42, 46, 47, 48, 50, 51, 52; acresce os arts. 52 - a, 52 - b, 52 - c, 52 -d; alterou os artigos 87, 88, 90, 91, 92, 93, 94, 97, 100, 101, 102, 136, 152, 153, 161, 163, 166, 167, 170; acresceu "seo viii - da habitao de pretendentes adoo

- artigos 197- a, 197 - b, 197 - c, 197 - d, 197 - e, 199 - a, 199 - b, 199 - c, 199 - d, 199 - e; alterou o artigo 208; acresceu os artigos 258 - a e 258 - b; alterou o artigo 260; a expresso "ptrio poder" contida nos artigos 21, 23, 24, no pargrafo nico do artigo 36, no pargrafo 1 do artigo 45, no artigo 49, no inciso x do caput do artigo 129, nas alneas "b" e "d" do pargrafo nico do artigo 148, nos artigos 155, 157, 163, 166, 169, no inciso iii do caput do artigo 201 e no artigo 249, bem como na seo ii do catulo iii do ttulo vi da Parte Especial do mesmo diploma legal, ficou substituda pela expresso "Poder Familiar" e revoga o pargrafo 4 do artigo 51 e os incisos iv, v e vi do caput do artigo 198.

( Lei 12.015 , de 07/08/2009: acresceu o artigo 244 - b.

( Lei 12.038 , de 01/10/2009: alterou o artigo 250.( Lei 12.594, de 19/01/2012 Institui o SINASE (Sistema Nacional de Atendimento

socioeducativo), dispe sobre a execuo das medidas socioeducativas, altera os artigos 90, 122, pargrafo 1, 260, inclui o pargrafo 7 no artigo 121 e o inciso X no artigo 208 do ECA.

( Lei 12.696, de 26/07/2012 Alterou os artigos 132, 134, 135 e 139 do ECA, cerca do Conselho Tutelar.

1.O Direito da Criana e do Adolescente abrangente, universal e exigvel. Com base nessa colocao assinale a alternativa que contempla essa idia. I - A Conveno Internacional dos Direitos da Criana, firmada na ONU em 1979, elevou as crianas e os adolescentes categoria de sujeitos de direitos; II - A doutrina relativa infncia e adolescncia adotada no Brasil pela CRFB foi a da Proteo Integral; III - O Direito da Criana e do Adolescente um ramo do Direito Civil; IV - A Conveno Internacional dos Direitos da Criana, firmada na ONU em 1979, teve seus princpios incorporados pela CRFB, no seu artigo 227, e foi subscrita pelo governo brasileiro.

Natureza Jurdica do direito da criana e do adolescente. O entendimento prevalente que se trata de uma modalidade de direito pblico, no de direito privado, que, como tal, regido pelo princpio da subordinao, e no da coordenao. Importncia prtica desta concluso: todos so obrigados a respeitar e a agir de acordo com os preceitos estabelecidos pelo ECA , inclusive o poder pblico Parte superior do formulrio

1) Somente as alternativas I e II esto corretas 2) Somente as alternativas I, III e IV esto corretas 3) Somente as alternativas I e III esto corretas 4) Somente as alternativas I, II e IV esto corretas

Parte inferior do formulrio

2.O legislador constituinte, em 1988, adotou no art. 227, a doutrina da Proteo Integral. Indique a alternativa que contempla a doutrina substituda:

A CONSTITUIO FEDERAL DE 1988 ADOTOU A DOUTRINA DA PROTEO INTEGRAL INSPIRADA NA CONVENO DOS DIREITOS DA CRIANA, DOCUMENTO INTERNACIONAL SUBSCRITO PELO GOVERNO BRASILEIRO.EM RAZO DISSO A LEI VIGENTE NA OPORTUNIDADE,LEI 6.697/79,ANTIGO CDIGO DE MENORES,O QUAL DESCREVIA VRIAS POSSIBILIDADES EM QUE MENORES ESTAVAM CARACTERIZADOS COMO EM SITUAO IRREGULAR, ART. 2,FOI REVOGADO EM VIRTUDE DE NO CONTEMPLAR OS PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS.EM RAZO DISSO FOI EDITADA A LEI 8069/90 ESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTE,A QUAL DISPE, NO ART.1 ESTABELECE: ESTA LEI DISPE SOBRE A PROTEO INTEGRAL CRIANA E AO ADOLESCENTE. DESSA FORMA PASSA A VIGORAR A DOUTRINA DA PROTEO INTEGRAL.Parte superior do formulrio

1) Doutrina do Menor Abandonado 2) Doutrina da Situao Irregular 3) Doutrina do Menor 4) Doutrina do Bem Estar Social

Parte inferior do formulrio

3.Identifique qual documento internacional foi subscrito pelo governo brasileiro , aprovado pelo congresso nacional pelo decreto legislativo 28/90 e promulgado pelo decreto presidencial 99.710/90,o qual adota a doutrina da proteo integral crianas e adolescentes?

A doutrina da proteo integral tem seu alicerce jurdico e social na Conveno dos Direitos da Criana, firmada na ONU,em 1979, por quase a totalidade dos pases e pelo Brasil que o incorporou em sua totalidade no Decreto 99.710/90Parte superior do formulrio

1) Declarao Universal dos Direitos da Criana 2) Conveno Internacional dos Direitos da Criana e do Adolescente 3) Conveno Internacional dos Direitos da Criana 4) Declarao dos Direitos da Criana

Parte inferior do formulrio

4.O art.227 da constituio federal assegurou o respeito aos direitos fundamentais criana e ao adolescente dentro de uma concepo de co-responsabilidade. Diante do texto ora referenciado pergunta-se: a diluio dessas responsabilidades se d entre que entes? Marque a assertiva correta.

art. 227 da Constituio Federal Art. 227. dever da famlia, da sociedade e do Estado assegurar criana e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito vida, sade, alimentao, educao, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e convivncia familiar e comunitria, alm de coloc-los a salvo de toda forma de negligncia, discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso. Parte superior do formulrio

1) Pro jovem, bolsa famlia e Municpio 2) Vale refeio, famlia e programa 1 emprego 3) Estado, famlia e sociedade 4) Delegacia de proteo criana vtima, Conselho tutelar

Aula 2: Direito vida e sade; liberdade, ao respeito e dignidadeParte inferior do formulrioNa aula anterior, voc acompanhou a evoluo do Direito da Criana e do Adolescente, e constatou que crianas e adolescentes finalmente passaram a ser considerados sujeitos de direitos. Nesta aula, e ainda em algumas outras, aprofundaremos o estudo dos seguintes direitos fundamentais: vida, sade, liberdade, respeito e dignidade, que esto dispostos nos artigos 8 a 18 do ECA.

Como voc v no vdeo, as crianas muitas vezes so reflexo de nossas atitudes.Direito vida e sadeTais direitos esto previstos de forma ampla no artigo 7 do ECA, que garante a proteo dos mesmos desde antes do nascimento. Um exemplo disto a proteo indireta ao nascituro, garantindo gestante o atendimento pr e perinatal, conforme consta do artigo 8.

A Lei 12.010/09 concedeu ainda gestante, a assistncia psicolgica nos perodos pr e ps-natal, como forma de prevenir ou minorar as consequncias do estado puerperal, bem como s gestantes ou mes que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoo.

Outra garantia importante o direito ao aleitamento materno previsto pelo artigo 9, que abrange, inclusive, os filhos de mes detentas, garantia esta tambm assegurada pelo artigo 5, inciso L da CF. Esta proteo visa assegurar tanto a nutrio quanto os benefcios psicolgicos e afetivos da amamentao.

O legislador estabeleceu no artigo 10 cinco obrigaes aos hospitais pblicos ou particulares visando a efetividade do direito vida e sade do recm-nascido. A inobservncia dos direitos previstos no artigo 10, incisos I a V caracteriza crime do artigo 228 ou 229 do ECA, punido na modalidade dolosa ou culposa.

Do nascimento ao crescimentoA preocupao em relao sade de crianas e adolescente no se limita ao momento do seu nascimento. Pelo contrrio, voltada a assegurar o seu bom desenvolvimento em todas as etapas do seu crescimento.

Clique nas abas abaixo para conhecer outras protees previstas pelo ECA no tocante aos direitos fundamentais vida e sade:

Direito liberdade

O legislador estatutrio, de forma elogivel, nos artigos 15 a 18 do ECA, tratou do direito liberdade, dignidade e ao respeito de forma acoplada, definindo-os num nico captulo, pelo fato de eles se complementarem, pois no podemos pensar em liberdade sem respeito e dignidade.

Porm, esses direitos sofrem limitaes pelo fato de crianas e adolescente serem pessoas em processo de desenvolvimento. Assim, uma criana ou um adolescente pode brincar, passear ou se divertir, desde que essa liberdade no o prejudique. Estas limitaes esto presentes em cada inciso do artigo 16.Artigo 16, I O direito de liberdade consiste no direito de ir, vir e estar nos logradouros pblicos e espaos comunitrios, ressalvadas as restries legais.

Comentrio:

Este direito encontra limitao no caso de crianas ou adolescentes em situao de risco e/ou perigo (art. 98 ECA), em que o recolhimento autorizado e tem fim assistencial. Nesse caso, no h violao ao direito liberdade e sim uma proteo.Art. 16, II - Compreende o direito de opinio e expresso.

Este dispositivo de grande valia para as situaes que desguam na Vara de Famlia, principalmente quando o futuro do menor est em jogo, independentemente da idade. O fato de a criana ou adolescente ser vulnervel e, como tal passvel de influncias inadequadas, no impede que sejam ouvidos na Vara de Famlia, at porque a fala do menor dever ser avaliada dentro do conjunto de provas e ainda sob a orientao de uma equipe especializada.

Comentrio:

Logo, no cabe mais aquela velha indagao: "a partir de que idade, o meu filho poder ser ouvido em juzo?". Porm, este direito de opinio e expresso sofre limitaes para o prprio benefcio da criana ou adolescente caso o juiz perceba que a escolha poder ser prejudicial para o seu bom desenvolvimento.Art. 16, III - Crena e culto religioso.

Aqui o legislador seguiu a orientao constitucional (art. 5 incisos VI a VIII da CF). Contudo, esta liberdade tem como freio o prprio menor, que no poder praticar atos que afetem a sua integridade fsica e psquica.Art. 16, IV - Brincar, praticar esporte e divertir-se.

So atividades permitidas, desde que sejam praticadas dentro das regras de segurana e das normas legais, permitindo a sua socializao.Art. 16, V Participar da vida familiar sem discriminao.

Este dispositivo engloba o direito previsto pelo art. 19 do ECA, que ser estudado na prxima aula, e se refere convivncia com a famlia natural ou substituta sem distino.Art. 16, VI - Participar da vida poltica.

Este direito pode ser exercido somente a partir dos 16 anos de idade, segundo o disposto no art. 14, 1, II, c, da CF.

Art. 16, VII Buscar refgio, auxlio e orientao.

Sempre que um menor procurar um adulto como fonte de apoio, inclusive no caso de violncia e de maus tratos, dever ser ouvido por quem quer que seja. Tal obrigao ento de todos, prevista nos artigos 4 e 18 do ECA. Isto porque muitas crianas e adolescentes so vtimas dos prprios pais ou responsveis. Assim, todos devemos denunciar, e para isto existem, inclusive, diversos programas criados, como o SOS Crianas Vtimas de Violncia, por exemplo.

Direito dignidade e ao respeito

O artigo 17 do ECA trata da proteo a integridade fsica, psquica e moral da criana e do adolescente, abrangendo a preservao da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idias e crenas, dos espaos e objetos pessoais. Entretanto, nada impede que caso os pais ou responsvel suspeitem de que algo est errado com o menor, venham a vasculhar seus pertences, por exemplo, visando proteg-lo.Com o advento das novas tecnologias e da internet, comum ver os pais usando programas para controlar o acesso dos filhos internet, ou proibir games inapropriados.

Este dispositivo tambm limitante do poder familiar ao impedir o excesso nos meios de correio, pois os excessos podero caracterizar o crime de maus-tratos previsto pelo art. 136 do Cdigo Penal ou ainda o crime de tortura castigo, prevista no art. 1, Inciso II da lei 9455/97.

CDIGO PENAL

Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a sade de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilncia, para fim de educao, ensino, tratamento ou custdia, quer privando-a de alimentao ou cuidados indispensveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correo ou disciplina:

Pena - deteno, de dois meses a um ano, ou multa. 1 - Se do fato resulta leso corporal de natureza grave:Pena - recluso, de um a quatro anos. 2 - Se resulta a morte:Pena - recluso, de quatro a doze anos. 3 - Aumenta-se a pena de um tero, se o crime praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.INCISO II DA LEI 945597

II - submeter algum, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violncia ou grave ameaa, a intenso sofrimento fsico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de carter preventivo.

Pena - recluso, de dois a oito anos.E, finalmente, o artigo 18 do ECA, que assegura a dignidade da criana e do adolescente e que, alm de prever o direito, estabelece tambm o dever de todos em zelar pelo mesmo.

1.Indique a alternativa que contempla encaminhamentos jurdicos corretos nos casos que envolvem situaes referentes sade de crianas e adolescentes. I - Em caso de suspeita de maus tratos, os estabelecimentos de ateno sade (ou seu profissional) tem o dever de comunicar essa suspeita ao Conselho Tutelar; II - Qualquer criana, inclusive de me detenta, faz jus ao aleitamento materno; III - A vacinao de crianas medida obrigatria, exceto por motivo de crena religiosa; IV - assegurado gestante, por meio do SUS, o atendimento prenatal e perinatal.

OS INCISOS I, II E III SO CORRETOS COM BASE NOS ARTS. 13, 9 E 8 TODOS DA LEI N 8069/9Parte superior do formulrio

1) Somente as alternativas I, II e IV esto corretas 2) Somente as alternativas I e II esto corretas 3) Somente as alternativas I, III e IV esto corretas 4) Somente as alternativas I e III esto corretas

Parte inferior do formulrio

2.Certo apresentador de um programa de televiso convidou vrias crianas, as quais foram devidamente autorizadas pelos pais e pelo Juiz da Infncia e Juventude, por alvar, a participarem de um show de variedades, onde as habilidades infantis seriam testadas. Assim, Julia, de cinco anos, cantou muito bem, mas para ganhar o prmio deveria demonstrar que era corajosa! Julia, no palco, era incentivada, pelo apresentador e pela platia, a entrar numa porta escura e trazer a mscara do bicho papo. A criana se recusava a entrar, pois disse que estava com medo e que no queria ver o bicho papo. O apresentador pegou a criana pelo brao para lev-la at a porta, mas a criana chorava muito e, aos gritos, se recusou e conseguiu sair correndo at a platia, e todos riam muito da criana ,enquanto o apresentador dizia: - Voc no corajosa? Voc no veio para brincar? Ento venha, estamos esperando! Venha logo pois o bicho papo est esperando! Pergunta-se: A conduta do apresentador:

Art. 18. dever de todos velar pela dignidade da criana e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatrio ou constrangedor.Parte superior do formulrio

1) no constitui violao,pois possui Alvar Judicial 2) violou o direito de expresso de Julia 3) no constitui violao,pois os pais autorizaram as brincadeiras de habilidade 4) violou o direito dignidade de Julia

Parte inferior do formulrio

3.Carla, de 17 anos, tem um beb de 2 meses e o amamenta. Porm carla foi levada ontem, para internao, por ter cometido ato infracional grave. Neste caso, marque a alternativa correta:

ART.9 DO ECA E O ART. 5,L DA CRFB E ART. 83, par. 2o DA LEP (Art. 9 O poder pblico, as instituies e os empregadores propiciaro condies adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mes submetidas a medida privativa de liberdade). (Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:/.../ L - s presidirias sero asseguradas condies para que possam permanecer com seus filhos durante o perodo de amamentao; A Lei de Execuo Penal tambm traz tal previso para as mes que cumprem penas. Logo, trata-se de direito previsto para a adolescente que cumpre medida privativa de liberdade e tambm para a me adulta durante o cumprimento da pena. Art. 83 da LEP: 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres sero dotados de berrio, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amament-los, no mnimo, at 6 (seis) meses de idade. (Redao dada pela Lei n 11.942, de 2009) Parte superior do formulrio

1) o beb de Carla no ter direito a ser amamentado, pois entrar no estabelecimento de internao lhe causa constrangimento 2) o beb de Carla no ter o direito de ser amamentado, pois no h nenhuma norma legal que disponha sobre isto 3) o beb de Carla continuar a ser amamentado, porm apenas nos dias de visita 4) o direito do beb, de ser amamentado, est protegido por Lei

Parte inferior do formulrio

4. Letcia, de seis anos, chora muito todas as noites em razo de sentir falta de sua me, a qual viajou h mais de dois meses para trabalhar como domstica, por um ano, na austrlia. A tia de letcia, a qual est como guardi da menina, no agenta mais a choradeira da criana e a tem colocado de castigo dentro de uma geladeira velha, no quintal, por 2 horas, todos os dias. A menina est aterrorizada, e grita muito quando recebe o castigo, chamando a ateno da vizinha abigail. Ontem, leticia foi novamente colocada na geladeira, porm conseguiu abrir a porta e fugiu apavorada, indo procurar abigail. Leticia contou abigail tudo que vinha ocorrendo, e a vizinha tentou falar com o conselho tutelar e a delegacia policial do local, mas no havia sinal telefnico no momento, em razo de um forte temporal. Por essa razo, acolheu a criana em sua casa. A guardi de letcia, ao descobrir que a criana desaparecera,foi procur-la de porta em porta, sem qualquer xito. Pergunta-se: a criana poderia procurar abigail e ser acolhida por ela?

TODA CRIANA E ADOLESCENTE TEM DIREITO DE BUSCAR AUXLIO, REFGIO E ORIENTAO,ART. 16 ,VII DO ECAParte superior do formulrio

1) Sim, mas Letcia ir responder, por sua conduta, nos termos do art. 103 do ECA 2) No, pois sua tia a guardi e s a estava educando 3) Sim, pois tem o direito de buscar refgio e auxlio 4) No, pois ir comprometer a vizinha Abigail

Aula 3 - Direito Convivncia Familiar e Comunitria e os Procedimentos de Colocao em Famlia Substituta; de Perda e Suspenso do Poder Familiar; de Destituio da Tutela; e da Habilitao de Pretendentes AdooDentro da sistemtica dos direitos fundamentais, o legislador tratou do direito convivncia familiar de forma abrangente, procurando estabelecer regras que norteiam o cuidado criana e ao adolescente. Sendo assim, sero estudados direitos e deveres de todos os envolvidos com o propsito de assegur-lo.

Direito Convivncia Familiar e ComunitriaO direito convivncia familiar foi objeto da Lei 12010/09, conhecida como lei da adoo, mas que na verdade dispe sobre o aperfeioamento do direito convivncia familiar.

O Estatuto da Criana e do Adolescente prev que toda criana e adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua famlia e, excepcionalmente, em famlia substituta, assegurada a convivncia familiar e comunitria, em ambiente livre da presena de pessoas dependentes de substncias entorpecentes.

A famlia o primeiro agente socializador do ser humano. E a convivncia comunitria fortalece valores e refora o reconhecimento dos interesses individuais e coletivos.

A regra, pelo artigo 19 do ECA, a famlia natural ou extensa/ampliada; e a exceo, a famlia substituta.

Assim, nos procedimentos da Justia da Infncia e da Juventude, a preferncia sempre a permanncia da criana e do adolescente junto a seus genitores biolgicos ou parentes prximos (ou pessoa com quem j conviva), e somente aps a verificao tcnico-jurdica de que estes no possuem condies de cri-los, que se inicia a colocao em lar substituto.

O artigo 20 do ECA restringiu qualquer discriminao relativa filiao. Sendo assim, aboliu-se o termo filiao ilegtima, igualando-se os direitos de todos os filhos. O mesmo preceito est no artigo 1.596 do CC e na CF, no 6 do artigo 227.

Os artigos que dispem acerca do direito filiao no sofreram alterao, pois j se encontravam em total sintonia com as previses constitucionais, que estabelecem igualdade na filiao, com proibio de discriminao entre filhos naturais e adotivos, proibindo tambm a nomenclatura filhos ilegtimos.

Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento podero ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no prprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento pblico, qualquer que seja a origem da filiao. Pargrafo nico. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.Art. 27. O reconhecimento do estado de filiao direito personalssimo, indisponvel e imprescritvel, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrio, observado o segredo de Justia.

Entendendo o cenrio...

Como famlia natural entende-se a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes (artigo 25, ECA). Sendo a famlia extensa ou ampliada aquela que se estende para alm da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes prximos com os quais a criana ou adolescente convive e mantm vnculos de afinidade e afetividade (artigo 25, pargrafo nico, ECA). Sobre a famlia natural, confira tambm o disposto nos artigos 226, pargrafos 1 a 4 da CF , e 1.723 do Cdigo Civil .

Vale ressaltar que, apesar do reconhecimento da unio homoafetiva pelo STF, ainda existe discusso quanto a considerao desta como entidade familiar, e sobre a possibilidade de adoo de crianas e adolescentes por casais homoafetivos.

A Lei 12.010/09, que trouxe alteraes ao Estatuto da Criana e do Adolescente, reconhece duas formas de acolhimento da criana e do adolescente, quando estes no puderem permanecer junto sua famlia natural ou extensa/ampliada, que so o acolhimento institucional e o acolhimento familiar.

Acolhimento Institucional

Esta forma se refere ao antigo abrigamento (artigo 90, IV, ECA) por instituies voltadas proteo temporria da criana e do adolescente, e que no se confunde com privao de liberdade destes. A permanncia da criana e do adolescente neste programa de acolhimento no se prolongar por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciria.

Acolhimento Familiar

Esta forma se refere a um programa em que famlias dispostas a receber e proteger crianas e adolescentes que no possam permanecer junto a suas famlias. Elas so cadastradas para esta finalidade e, surgindo a necessidade, sero a famlia acolhedora destas crianas e adolescentes. Este programa prevalece sobre o acolhimento institucional, sempre que possvel, e conta com o acompanhamento de profissionais como assistentes sociais e psiclogos.

Informao Importante

Estas duas formas de acolhimento possuem como caractersticas comuns:

- so medidas provisrias e excepcionais, utilizveis como forma de transio para reintegrao familiar ou, no sendo esta possvel, para colocao em famlia substituta, no implicando em privao de liberdade;

- A criana ou adolescente ter sua situao reavaliada, no mximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciria competente, com base em relatrio elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar da entidade, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegrao familiar ou colocao em famlia substituta. Em sendo constatada a impossibilidade de reintegrao da criana ou do adolescente famlia de origem, aps seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitrios de orientao, apoio e promoo social, ser enviado relatrio fundamentado ao Ministrio Pblico, no qual conste a descrio pormenorizada das providncias tomadas e a expressa recomendao, subscrita pelos tcnicos da entidade ou responsveis pela execuo da poltica municipal de garantia do direito convivncia familiar. Para a destituio do poder familiar, ou destituio de tutela ou guarda, e o Ministrio Pblico ento ingressar com a ao (art. 136, XI e par. nico, ECA);

- A determinao de ambos os acolhimentos de competncia exclusiva da autoridade judiciria (exceto no caso de medidas emergenciais - artigos 101, 2 e 93 do ECA), mediante lavratura de Guia de acolhimento, que deve conter os requisitos do 3 e incisos do artigo 101 do ECA;

- A determinao de qualquer dos acolhimentos importar na deflagrao, a pedido do Ministrio Pblico ou de quem tenha legtimo interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsvel legal o exerccio do contraditrio e da ampla defesa.

- Em ambos os acolhimentos elabora-se um plano individual de atendimento por uma equipe tcnica (vide 4 ao 6 do artigo 101 do ECA);

- O acolhimento familiar ou institucional ocorrer no local mais prximo residncia dos pais ou do responsvel.

Ptrio Poder x Poder Familiar

Segundo o Cdigo Civil, a expresso ptrio poder foi substituda por poder familiar. Esta alterao baseou-se no disposto pelo artigo 5, inc. I da CF, que diz que homens e mulheres so iguais em direitos e obrigaes; e do 5 do artigo 226, da CF, que prev a igualdade entre os cnjuges. Por isso este poder exercido em igualdade de condies pelo pai e pela me, representando a obrigao destes na formao e proteo dos filhos, garantindo-lhes os direitos fundamentais assegurados pela CF. O que est contido tambm no art. 21 do ECA. Antes da reforma promovida pela Lei 12010/09, o ECA ainda se valia da expresso ptrio poder, mas com o advento da referida lei, todas as expresses foram alteradas para Poder familiar.

Procedimento de perda ou suspenso do poder familiar

A perda e a suspenso do poder familiar sero decretadas judicialmente, em procedimento contraditrio, nos casos previstos na legislao civil, bem como na hiptese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigaes a ele inerentes.

EXEMPLO

O procedimento de perda ou suspenso do poder familiar est previsto nos artigos 155 e seguintes do ECA.

Etapas do procedimento de perda ou suspenso do poder familiarO procedimento para a perda ou a suspenso do poder familiar ter incio por

provocao do Ministrio Pblico ou de quem tenha legtimo interesse. A petio inicial dever conter os seguintes requisitos:I - a indicao da autoridade judiciria a que for dirigida;

II - o nome, o estado civil, a profisso e a residncia do requerente e do

requerido, dispensada a qualificao em se tratando de pedido formulado por

representante do Ministrio Pblico;

III - a exposio sumria do fato e o pedido;

IV - as provas que sero produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de

testemunhas e documentos. Havendo motivo grave, poder a autoridade judiciria, ouvido o Ministrio Pblico, decretar a suspenso do poder familiar, liminar ou incidentalmente, at o julgamento definitivo da causa, ficando a criana ou adolescente confiado a pessoa idnea, mediante termo de responsabilidade.O requerido ser citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. No sendo contestado o pedido, a autoridade judiciria dar vista dos autos ao Ministrio Pblico, por cinco dias, salvo quando este for o requerente, decidindo em igual prazo.

A autoridade judiciria, de ofcio ou a requerimento das partes ou do Ministrio Pblico, determinar a realizao de estudo social ou percia por equipe interprofissional ou multidisciplinar, bem como a oitiva de testemunhas que comprovem a presena de uma das causas de suspenso ou destituio do po

der familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 do Cdigo Civil. Se o pedido importar em modificao de guarda, ser obrigatria, desde que possvel e razovel, a oitiva da criana ou adolescente, respeitado seu estgio de desenvolvimento e grau de compreenso sobre as implicaes da medida.

Tambm obrigatria a oitiva dos pais sempre que esses forem identificados

e estiverem em local conhecido.

Apresentada a resposta, a autoridade judiciria dar vista dos autos ao

Ministrio Pblico, por cinco dias, salvo quando este for o requerente,

designando, desde logo, audincia de instruo e julgamento. Na audincia,

sero ouvidas as testemunhas, colhendo - se oralmente o parecer tcnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando - se sucessivamente o

requer ente, o requerido e o Ministrio Pblico, pelo tempo de vinte minutos

cada um, prorrogvel por mais dez. A deciso ser proferida na audincia,

podendo a autoridade judiciria, excepcionalmente, designar data para sua

leitura no prazo mximo de cinco dias.

O prazo mximo para concluso do procedimento ser de 120 (cento e vinte)

dias, e a sentena que decretar a perda ou a suspenso do poder familiar ser

averbada margem do registro de nascimento da criana ou do adolescente.

Famlia substituta Artigos 28 a 52, ECA.A colocao em famlia substituta far-se- mediante 3 modalidades: guarda, tutela ou adoo. Estas 3 modalidades possuem alguns aspectos em comum. So eles (clique nas imagens para ver a descrio):

Modalidades de famlia substituta

1) GUARDA 2) TUTELA 3) ADOO 4) ADOO INTERNACIONAL

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GUARDAA guarda no retira o poder familiar dos pais, diferentemente da tutela, que pressupe a

perda ou a suspenso desse Poder Familiar. J a adoo rompe com todos os vnculos

anteriores.

Consoante o artigo 1.634 do Cdigo Civil e artigo 22 do ECA, a guarda dever inerente ao

poder familiar, juntamente com o dever de sustento e educao, consoante os dois dispositivos em epgrafe. inicialmente vinculada, portanto, ao Poder Familiar. No entanto, em determinadas situaes, pode o dever de guarda se desprender do poder familiar, sem causar a perda deste.

Em nosso ordenamento jurdico, temos vrios dispositivos legais que tratam da guarda.

Deve-se observar em que situao se encontra a criana ou adolescente, para que se saiba

qual dispositivo legal deve ser aplicado.Em caso de guarda decorrente de disputa entre os pais, aplica-se o disposto nos artigos 9 a 16 da Lei 6.515/1977, que Regula os casos de dissoluo da sociedade conjugal e do casamento, seus efeitos e respectivos processos, e d outras

Providncias. Essa lei traz a possibilidade de os pais disporem, durante sua separao, acerca da guarda dos filhos menores. No entanto, o artigo 13 possibilita que, por motivos graves, o juiz decida em sentido diverso do que ficou acordado pelos pais.

No s casos de guarda como modalidade de colocao em famlia substituta, ser aplicvel o

disposto nos artigos 33 a 35 do Estatuto. que no se preocupou com a guarda atribuda aos

genitores, mas somente a atribuda a terceiros.

Luiz Mnaco da Silva conceitua guarda como o instituto pelo qual algum, parente ou no,

assume a responsabilidade sobre um menor, passando a dispensar - lhe cuidados prprios da

idade, alm de ministrar - lhe assistncia espiritual, material, educacional e moral.

-

Espcies de guarda

1) Guarda para regularizar a posse de fato possvel que a criana ou adolescente j esteja sendo criado por algum, que no possui o termo de guarda. O objetivo, nesta modalidade de guarda, tornar de direito uma situao meramente ftica.

2) Guarda liminar ou incidental no processo de adoo Artigo 33, pargrafo primeiro guarda liminar ou incidental nos procedimentos de tutela e adoo, exceto por estrangeiros. Com base nesse dispositivo, possvel que, durante o processo de adoo, os futuros pais adotivos tenham a guarda da criana ou adolescente.

3) Guarda para atender situao peculiar ou para suprir falta eventual So as hipteses previstas no artigo 33, pargrafo 2 situao peculiar. Pode at mesmo implicar em responsabilidade sobre o menor at os 18 anos de idade. Tal guarda pode por fim ao processo, decidindo com quem vai ficar o menor. No entanto, nada impede a revogao dessa guarda, consoante dispe o artigo 35 do ECA.

O que prepondera o interesse do menor, e no a pretenso dos pais ou do guardio. A perda ou a modificao da guarda poder ser decretada nos mesmos autos do procedimento, consoante o disposto no artigo 169, pargrafo nico. Quanto guarda para suprir falta eventual dos pais, possvel que, durante uma viagem de estudos, por exemplo, o menor esteja em guarda com determinada pessoa, at que os pais voltem a exercer a guarda.

-

Efeitos da guarda

-

Prestao de assistncia material, moral e educacional.

-

Passa o menor a figurar como dependente para todos os fins e efeitos de direito,

inclusive previdencirios. Alguns avs requerem a guarda dos netos, visando exclusivamente a fins previdencirios. Em muitos desses casos, o menor continua, inclusive, na companhia dos pais. No existe a chamada guarda previdenciria, mas sim os efeitos previdencirios da guarda.

Concordamos com a parte da doutrina que sustenta que os benefcios so consequncia e

no finalidade. Alm disso, tendo-se exclusivamente a finalidade de se deixarem benefcios

previdencirios, importaria em uma fraude permitida pelo Poder Judicirio aos cofres pblicos. Outro argumento seria a falta de correspondncia com a realidade dos fatos.

A questo deve passar, ainda, pela anlise da Lei 8.213/1993, em seu artigo 16, pargrafo

2 , que sofreu uma alterao em 1997, pela Lei 9.528, passando a no considerar o menor

sob guarda como equiparado a filho, mas apenas o enteado e o menor tutelado. Mesmo

para aqueles que entendem como possvel a guarda para fins exclusivamente previdencirios, posicionamento que praticamente no mais se encontra na jurisprudncia, o recebimento de tais benefcios deve passar pela anlise da modificao da lei. O fato gerador do benefcio a morte do segurado. Dessa forma, deve-se levar em conta a lei em vigor na data da morte do beneficirio. Se anterior alterao legal, o menor sob guarda ainda poderia receber o beneficio. Se posterior, no mais seria permitido, em virtude da nova redao do pargrafo 2.

No entanto, recentemente, a Terceira Turma do STJ, em deciso publicada no Informativo

422, assim decidiu:Em questo de ordem suscitada pelo Ministrio Pblico Federal sobre a excluso de menor sob guarda da condio de dependente do segurado, amplamente refutada nos

juizados especiais federais, como alegado pelo parquet , a Seo, por unanimidade, acolheu a preliminar de inconstitucionalidade do art. 16, 2, da Lei n. 8.213/1991, na redao da Lei n.

9.528/1997, conforme determina o art. 199 do RISTJ. QO nos EREsp 727.716 CE , Rel. Min. Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ - SP), julgada em 10/2/1010.

-

Guarda especial destinada a criana s e adolescentes de difcil colocao O artigo 34 sofreu alterao pela Lei 12.010/2009. As antigas expresses rfo ou abandonado foram substituidas por afastado do convvio familiar.

-

Competncia Territorial Domiclio do responsvel pela criana

artigo 147, I, do Estatuto.

-

Competncia em razo da matria prevista no art. 148, pargrafo nico, Alinea a, sendo de competncia da Justia da Infncia e Juventude apenas nos casos de existncia de situao de risco para a criana ou adolescente.

-

Visitao e alimentos A Lei 12.010/2009 incluiu no artigo 33 o pargrafo 4, passando a prever que a guarda no afasta o direito de visitao e o dever alimentar, exceto na guarda deferida durante o processo de adoo.

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TUTELAA tutela est prevista nos artigos 36 a 38 do ECA , e 1.728 e seguintes, do Cdigo Civil.

Consiste em um encargo de carter assistencial, que tem por objetivo suprir a falta de

representao legal, substituindo assim o poder familiar, em se tratando de menor de 18

anos. Cabe destacar que a administrao dos bens do tutelado no pode prevalecer criao e educao deste. Esta administrao uma importante atribuio da tutela, mas no

nica. A tutela, apesar de englobar a guarda, no se confunde com ela. A tutela confere ao tutor plenos poderes de representao, em virtude da destituio ou suspenso do poder familiar ou ausncia dos pais, o que no ocorre na guarda, que pode coexistir com o poder familiar. As hipteses que ensejam a tutela so:

- pais falecidos ou ausentes (com declarao de ausncia, seno a medida correta a

guarda);

- pais suspensos ou destitudos do poder familiar. Cessa a condio de tutelado:

- com a maioridade ou a emancipao;

- caso a criana ou adolescente volte a estar sob o poder familiar, no caso de reconhecimento da filiao ou adoo. Cessam as funes do tutor:

- ao expirar o termo de tutela;

- ao sobrevir escusa legtima (vide artigo 1.736 do Cdigo Civil);

- ao ser removido. Apesar de no coexistir com o poder familiar, a tutela no defere direito

sucessrio ao tutelado em caso de falecimento do tutor. Este direito permanece em relao aos pais, pois a suspenso ou a destituio do poder familiar no extingue o vnculo sucessria.

O tutor possui os deveres previstos nos artigos 1.740, 1.747, 1.748 e 1.755, todos do

Cdigo Civil. As espcies de tutela so:

- tutela testamentria

- art. 1.729 e nico, Cdigo Civil: quando os pais nomeiam tutor,

conjuntamente, atravs de testamento. Porm, na apreciao do pedido, sero observados

os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 do ECA, somente sendo deferida a tutela pessoa

indicada na disposio de ltima vontade, se restar comprovado que a medida vantajosa

ao tutelando e que no existe outra pessoa em melhores condies de assum-la;

- tutela legtima art. 1.731, Cdigo Civil: na falta de nomeao pelos pais, a nomeao

pode ser feita judicialmente, dentre os parentes consangneos;

- tutela dativa art. 1.732, Cdigo Civil: tem carter subsidirio, e ser cabvel na falta do

exerccio das possibilidades anteriores. Trata - se da nomeao judicial de tutor estranho,

idneo e residente no domiclio do tutelado.A lei 12010/09 realizou duas alteraes nos dispositivos relacionados tutela. Uma das

alteraes foi apenas para adequar o ECA ao Novo Cdigo Civil, estabelecendo o limite

etrio no art. 36, estabelecendo que o tutelado dever ter at 18 anos incompletos. A segunda alterao diz respeito extino da antiga especializao de hipoteca, prevista antigamente no art. 37, que atualmente prev um novo prazo para que o tutor testamentrio ingresse em juzo com pedido de controle judicial do ato.

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ADOOA adoo de criana e de adolescente reger-se - sempre de acordo com o disposto no ECA

(artigos 39 a 52, do ECA), e trata - se de medida excepcional e irrevogvel, qual se deve

recorrer apenas quando esgotados os recursos de manuteno da criana ou adolescente na

famlia natural ou extensa. A adoo depende sempre de sentena judicial, que possui natureza constitutiva. O adotando deve contar com, no mximo, dezoito anos data do pedido, salvo se j estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.

A adoo atribui a condio de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres,

inclusive sucessrios, desligando-o de qualquer vnculo com pais e parentes, salvo os

impedimentos matrimoniais. recproco o direito sucessrio entre o adotado, seus

descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais at o 4 grau,

observada a ordem de vocao hereditria.

Quem pode adotar?

a) pessoas maiores de 18 anos e que tenham 16 anos a mais que o adotando, exceto os

ascendentes e os irmos do adotando;

b) casal , desde que comprove estabilidade familiar;

c) divorciados ou separados judicialmente, desde que a criana ou o adolescente j

estivesse sob o convvio do casal durante a sociedade conjugal, e desde que se estabelea

guarda e visitao mediante acordo , que pode ser unilateral ou compartilhada , comprovado

vnculo de afinidade e afetividade com o no detentor da guarda;

d) tutor/curador em relao ao tutelado/curatelado, desde que preste contas de sua administrao e tenha saldado seu alcance.

Requisitos da adoo:

( deve oferecer reais vantagens para o adotando, por tratar-se de medida excepcional;

( deve haver o consentimento dos pais ou do representante legal do adotando, ou

destituio do poder familiar. Se os pais do o seu consentimento, feita no Cartrio, diretamente, sem advogado, atravs de petio dos interessados, pois no h lide. Caso contrrio, h o contraditrio. Sendo impossvel o consentimento, como no caso de pais desconhecidos ou destitudos do poder familiar , o Juiz o supre; ( consentimento do adotando maior de 12 anos;

( estgio de convivncia: a adoo precedida de estgio de convivncia para fins de

adaptao, pelo prazo que o Juiz fixar, dependendo das peculiaridades de cada caso.

Isto se d para verificar a adaptao da criana ou adolescente naquela famlia, e

no dos adotantes. O estgio de convivncia poder ser dispensado se o adotando j estiver sob a tutela ou

guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possvel avaliar a convenincia da constituio do vnculo. A simples guarda de fato no autoriza, por si s, a

dispensa da realizao do estgio de convivncia. Estas regras so provenientes de

alteraes promovidas pela lei 12010/09, que no mais permite a pura e simples dispensa

do estgio de convivncia em razo de tenra idade. Para os adotantes estrangeiros residentes ou domiciliados fora do Brasil, o estgio de convivncia obrigatrio, e cumprido em territrio nacional, pelo prazo de 30 dias. Cabe ressaltar que o estgio de convivncia deve ser acompanhado pela equipe Inter profissional que apresentar relatrio minucioso acerca da convenincia do deferimento da medida.

Adoo Pstuma e Adoo Unilateral:

Existem duas espcies de adoo previstas pelo ECA que possuem caractersticas peculiares

que as afastam um pouco das regras gerais referentes a adoo. A primeira espcie consiste na chamada Adoo Pstuma, que se refere possibilidade de deferimento da adoo ao adotante que, aps inequvoca manifestao de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentena.

Neste caso, os efeitos da adoo retroagem data do bito. E a segunda denomina-se Adoo Unilateral na qual um dos cnjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantendo-se os vnculos de filiao entre o adotado e o cnjuge ou concubino do adotante e o

s respectivos parentes. Sentena de deferimento da Adoo:

A adoo produz seus efeitos a partir do trnsito em julgado da sentena constitutiva, exceto na hiptese de Adoo Pstuma, caso em que ter fora retroativa data do bito. Isto assim para possibilitar a transmisso de direitos sucessrios ao adotando. A sentena conferir ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, a possibilidade de determinar a modificao do prenome. Caso a modificao de prenome seja requerida pelo adotante, isto no poder configurar uma imposio ao adotado. Ser obrigatria a sua oitiva, observado o disposto nos 1 e 2, do art. 28 do ECA.

A sentena que defere a Adoo irrevogvel e nem mesmo a morte dos adotantes

restabelece o poder familiar dos pais naturais. Conhecimento sobre a origem biolgica:

O adotado tem direito de conhecer sua origem biolgica, bem como de obter acesso

irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, aps

completar 18 (dezoito) anos. Tal acesso ao processo de adoo poder ser tambm deferido

ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientao e assistncia

jurdica e psicolgica. Cadastro para fins de adoo:

Caber a autoridade judiciria manter, em cada comarca ou foro regional, um registro de

crianas e adolescente s em condies de serem adotados e outro de pessoas interessadas

na adoo. Considerando a relevncia da Adoo, a inscrio de postulantes mesma dever ser precedida de um perodo de preparao psicossocial e jurdica, orientado pela

equipe tcnica da Justia da Infncia e da Juventude e, sempre que possvel e recomendvel, esta preparao dever propiciar o contato com crianas e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional, em condies de serem adotados, sob a orientao, superviso e avali

ao da equipe tcnica. O deferimento da inscrio dar-se- aps prvia consulta aos rgos tcnicos do juizado, ouvido o Ministrio Pblico e somente ser deferida a inscrio se o interessado satisfizer os requisitos legais. A lei prev ainda a criao e a implementao de cadastros estaduais e nacional de crianas e adolescentes em condies de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados adoo, e tambm cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do Pas, que somente sero consultados na inexistncia de postulantes nacionais habilitados nos cadastros anteriormente mencionados. Atuao das autoridades:

Para que se assegure a efetividade das normas previstas pelo ECA sobre a Adoo, a atuao das autoridades envolvidas no processo fundamental. As autoridades estaduais e federais em matria de adoo tero acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de informaes e a cooperao mtua, para melhoria do sistema. A autoridade judiciria providenciar, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrio

das crianas e adolescentes em condies de serem adotados que no tiveram colocao familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua

habilitao adoo nos cadastros estadual e nacional, sob pena de responsabilidade.

A Autoridade Central Estadual dever zelar pela manuteno e correta alimentao dos

cadastros, com posterior comunicao Autoridade Central Federal Brasileira.

A alimentao do cadastro e a convocao criteriosa dos postulantes adoo sero

fiscalizadas pelo Ministrio Pblico.

Adotante sem cadastro prvio: A adoo em favor de candidato domiciliado no Brasil no cadastrado previamente somente

poder ser deferida:

-se tratar de pedido de adoo unilateral;

-for formulada por parente com o qual a criana ou adolescente mantenha vnculos de

afinidade e afetividade;

-oriundo o pedido de quem detm a tutela ou guarda legal de criana maior de 3 (trs)

anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivncia comprove a fixao de

laos de afinidade e afetividade, e no seja constatada a ocorrncia de m

-f ou qualquer das situaes previstas nos arts. 237 ou 238 do ECA

HYPERLINK "http://estacio.webaula.com.br/Cursos/dp0141/doc/ADOCAO_INTERNACIONAL.pdf" \l "page=3" \o "Page 3"

ADOO INTERNACIONALConceito e noes gerais:

aquela na qual a pessoa ou casal postulante residente ou domiciliado fora do Brasil, conforme previsto no Artigo 2 da Conveno de Haia, de 29 de maio de 1993, relativa Proteo das Crianas e Cooperao em Matria de Adoo Internacional, aprovada pelo Decreto Legislativo no1, de 14 de janeiro de 1999, e promulgada pelo Decreto n 3.087, de 21 de junho de 1999.

Vale lembrar que a colocao em famlia substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissvel na modalidade de adoo.

Seguindo as orientaes da conveno internacional dos direitos da criana, o legislador

estatutrio excepcionou, ainda mais, a colocao em famlia substituta estrangeira.

Partindo da interpretao sistemtica, conclui-se que a colocao em famlia substituta j exceo e a colocao em famlia substituta estrangeira a exceo da exceo, ou seja, a criana somente ir para um lar estrangeiro quando no houver nenhuma famlia brasileira disposta a adot-la.

E os brasileiros residentes no exterior tero preferncia aos estrangeiros, nesta modalidade de

adoo.Esta regra deve ter por pressuposto o melhor interesse da criana e no o das

famlias, conforme art. 6 do ECA.

Importante: As regras gerais da adoo so aplicadas adoo internacional, como exemplo

dar-se- da mesma forma a adoo de adolescente com a peculiaridade de ser indispensvel o seu consentimento (art.45, 2,do ECA) bem como quanto ao grupo de irmos (art.28, 4, do ECA).

Requisitos para o deferimento da Adoo Internacional:

Ser admitida a adoo internacional de crianas e/ou adolescentes brasileiros ou domiciliados

no Brasil, quando esta modalidade de famlia substituta for adequada ao caso concreto, e quando forem esgotadas todas as possibilidades de colocao em famlia brasileira.

Em se tratando de adoo de adolescente, este dever ser consultado e estar preparado para a medida, atravs de parecer elaborado minuciosamente por equipe interprofissional .

Adoo Internacional:Procedimentos

A adoo internacional pressupe a interveno das Autoridades Centrais Estaduais

e Federal em matria de adoo internacional, e observar o procedimento previsto

nos arts. 165 a 170 do ECA, com as seguintes adaptaes:

- A postulao da adoo internacional, de criana ou adolescente brasileiro, por pessoa ou casal estrangeiro, dever ser precedida de pedido de habilitao medida perante a Autoridade Central em matria de adoo internacional no pas de acolhida, assim entendido aquele onde est situada sua residncia habitual;

- A Autoridade Central do pas de acolhida , considerando que os solicitantes esto habilitados e aptos para adotar, e mitir um relatrio que contemple informaes sobre a identidade, a capacidade jurdica e adequao dos solicitantes para adotar, sua situao pessoal, familiar e mdica, seu meio social, os motivos em que se fundamentam o pedido, e a aptido para assumir uma adoo internacional;

- Ser encaminhado relatrio , instrudo com toda a documentao necessria, incluindo estudo psicossocial, elaborado por equipe interprofissional, e cpia autenticada da legislao pertinente, acompanhada da respectiva prova de vigncia da Autoridade Central do pas de acolhida, Autoridade Central Estadual, com cpia para a Autoridade Central Federal Brasileira;

- Os documentos encaminhados pela Autoridade Central do pas de acolhida Autoridade Central Estadual, em lngua estrangeira, sero devidamente autenticados pela autoridade consular, observados os tratados e convenes internacionais, e acompanhados da respectiva traduo, por tradutor pblico juramentado;

- Pelo princpio da soberania dos pases, a Autoridade Central Estadual poder fazer

exigncias e solicitar complementao sobre o estudo psicossocial do postulante

estrangeiro adoo, j realizado no pas de acolhida;

- A Autoridade Central Estadual, aps estudo realizado pela a compatibilidade da

legislao estrangeira com a nacional, alm do preenchimento por parte dos postulantes medida dos requisitos objetivos e subjetivos necessrios ao seu deferimento, tanto luz do que dispe o ECA, como da legislao do pas de acolhida, poder expedir laudo de habilitao adoo internacional, que ter validade por, no mximo, 1 (um) ano;

- O interessado adoo ser autorizado a formalizar pedido de adoo perante o Juzo da Infncia e da Juventude do local em que se encontra a criana ou adolescente, aps estar de

posse do laudo de habilitao, conforme indicao efetuada pela Autoridade Central Estadual;

-A sada do adotando do territrio nacional, antes de transitada em julgado a

deciso que concedeu a adoo internacional, no ser permitida. Depois de transitada em julgado a deciso, a autoridade judiciria determinar a expedio de alvar com autor

izao de viagem, bem como para obteno de passaporte,

constando, obrigatoriamente, as caractersticas da criana ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traos peculiares, assim como foto recente e a aposio da impresso digital do seu polegar direito, instruindo o documento com cpia autenticada da deciso e certido de trnsito em julgado;

-A qualquer tempo Autoridade Central Federal Brasileira poder solicitar informaes sobre a situao das crianas e adolescentes adotados. Ser admitido que os pedidos de habilitao adoo internacional sejam intermediados por organismos credenciados , se a legislao do pas de acolhida assim o autorizar.A habilitao de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil ter validade mxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada.

A adoo por brasileiro residente no exterior em pas ratificante da Conveno de Haia, cujo processo de adoo tenha sido processado em conformidade com a legislao vigente no pas de residncia e atendido o disposto na Alnea c do Artigo 17 da referida Conveno, ser automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil.

O pretendente brasileiro residente no exterior em pas no ratificante da Conveno

de Haia, uma vez reingressado no Brasil, dever requerer a homologao da sentena estrangeira pelo Superior Tribunal de Justia. Nas adoes internacionais, quando o Brasil for o pas de acolhida, a deciso da autoridade competente do pas de origem da criana ou do adolescente ser conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de

habilitao dos pais adotivos, que comunicar o fato Autoridade Central Federal e determinar as providncias necessrias expedio do Certificado de Naturalizao Provisrio.A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministrio Pblico, somente deixar de reconhecer os efeitos daquela deciso se restar demonstrado que a adoo manifestamente contrria ordem pblica ou no atende ao interesse superior da criana ou do adolescente. Na hiptese de no reconhecimento da adoo, prevista no 1 do artigo 52 - C, o Ministrio Pblico dever imediatamente requerer o que for de direito para resguardar os interesses da criana ou do adolescente, comunicando - se as providncias Autoridade Central Estadual, que far a comunicao Autoridade Central Federal Brasileira e Autoridade Central do pas de origem.

Nas adoes internacionais, quando o Brasil for o pas de acolhida e a adoo no tenha sido deferida no pas de origem porque a sua legislao a delega ao pas de acolhida, ou, ainda, na hiptese de, mesmo com deciso, a criana ou o adolescente ser oriundo de pas que no tenha aderido Conveno referida, o processo de adoo seguir as regras da adoo nacional. Incumbe Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de habilitao adoo internacional.

Procedimento de Colocao em Famlia Substituta O procedimento de colocao em famlia substituta est previsto nos artigos 165 a 170 do ECA. Clique aqui para visualizar as etapas deste procedimento.A alienao parental ofende o direito convivncia familiar. O psiquiatra americano Richard Gardner denominou "alienao parental" a sndrome constatada em um dos pais Conceito: Um dos cnjuges tenta, a qualquer preo, afastar a criana ou adolescente do convvio do outro genitor. Casos especficos: a sndrome geralmente se manifesta na ocorrncia de separaes traumticas, em que uma das partes no consegue rejeitar o sentimento de rejeio, raiva, abandono e acaba por buscar, at de forma inconsciente, o alvio de tais sentimentos pela vingana, qual seja, a de afastar o outro genitor da presena e convvio do filho consequncias: alm da nefasta criao sem a presena de um dos genitores, com os consequentes traumas que podem ser gerados psicologicamente. A menina, por exemplo, na ausncia do pai, podendo ser proveniente de um lar desajustado pode manifestar futuramente o que psicologicamente se conceitua como a doena de amar demais, que poder envolv-la em relacionamentos destrutivos. Podem ser plantadas falsas memrias em casos extremos, como abuso sexual praticado pelo genitor afastado.Em casos extremos, o genitor afastado pode ser vtima de denunciao caluniosa, vindo a responder a inqurito e processo por supostos abusos sexuais, o que demandar uma anlise psicolgica criteriosa e necessariamente demorada, gerando sofrimento extremo a todos os envolvidos.Clique aqui para conhecer a Lei 12.318/2010, que dispe sobre alienao parental.LEI N 12.318, DE26 DE AGOSTO DE 2010.Dispe sobre a alienao parental e altera o art. 236 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990.

OPRESIDENTEDAREPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1o Esta Lei dispe sobre a alienao parental.Art. 2o Considera-se ato de alienao parental a interferncia na formao psicolgica da criana ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avs ou pelos que tenham a criana ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilncia para que repudie genitor ou que cause prejuzo ao estabelecimento ou manuteno de vnculos com este.Pargrafo nico. So formas exemplificativas de alienao parental, alm dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por percia, praticados diretamente ou com auxlio de terceiros: I - realizar campanha de desqualificao da conduta do genitor no exerccio da paternidade ou maternidade;II - dificultar o exerccio da autoridade parental;III - dificultar contato de criana ou adolescente com genitor;IV - dificultar o exerccio do direito regulamentado de convivncia familiar;V - omitir deliberadamente a genitor informaes pessoais relevantes sobre a criana ou adolescente, inclusive escolares, mdicas e alteraes de endereo;VI - apresentar falsa denncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avs, para obstar ou dificultar a convivncia deles com a criana ou adolescente;VII - mudar o domiclio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivncia da criana ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avs.Art. 3o A prtica de ato de alienao parental fere direito fundamental da criana ou do adolescente de convivncia familiar saudvel, prejudica a realizao de afeto nas relaes com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criana ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda.Art. 4o Declarado indcio de ato de alienao parental, a requerimento ou de ofcio, em qualquer momento processual, em ao autnoma ou incidentalmente, o processo ter tramitao prioritria, e o juiz determinar, com urgncia, ouvido o Ministrio Pblico, as medidas provisrias necessrias para preservao da integridade psicolgica da criana ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivncia com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximao entre ambos, se for o caso.Pargrafo nico. Assegurar-se- criana ou adolescente e ao genitor garantia mnima de visitao assistida, ressalvados os casos em que h iminente risco de prejuzo integridade fsica ou psicolgica da criana ou do adolescente, atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para acompanhamento das visitas.Art. 5o Havendo indcio da prtica de ato de alienao parental, em ao autnoma ou incidental, o juiz, se necessrio, determinar percia psicolgica ou biopsicossocial. 1o O laudo pericial ter base em ampla avaliao psicolgica ou biopsicossocial, conforme o caso, compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histrico do relacionamento do casal e da separao, cronologia de incidentes, avaliao da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a criana ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusao contra genitor. 2o A percia ser realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados, exigido, em qualquer caso, aptido comprovada por histrico profissional ou acadmico para diagnosticar atos de alienao parental. 3o O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrncia de alienao parental ter prazo de 90 (noventa) dias para apresentao do laudo, prorrogvel exclusivamente por autorizao judicial baseada em justificativa circunstanciada.Art. 6o Caracterizados atos tpicos de alienao parental ou qualquer conduta que dificulte a convivncia de criana ou adolescente com genitor, em ao autnoma ou incidental, o juiz poder, cumulativamente ou no, sem prejuzo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilizao de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso:I - declarar a ocorrncia de alienao parental e advertir o alienador;II - ampliar o regime de convivncia familiar em favor do genitor alienado;III - estipular multa ao alienador;IV - determinar acompanhamento psicolgico e/ou biopsicossocial;V - determinar a alterao da guarda para guarda compartilhada ou sua inverso;VI - determinar a fixao cautelar do domiclio da criana ou adolescente;VII - declarar a suspenso da autoridade parental.Pargrafo nico. Caracterizado mudana abusiva de endereo, inviabilizao ou obstruo convivncia familiar, o juiz tambm poder inverter a obrigao de levar para ou retirar a criana ou adolescente da residncia do genitor, por ocasio das alternncias dos perodos de convivncia familiar.Art. 7o A atribuio ou alterao da guarda dar-se- por preferncia ao genitor que viabiliza a efetiva convivncia da criana ou adolescente com o outro genitor nas hipteses em que seja invivel a guarda compartilhada.Art. 8o A alterao de domiclio da criana ou adolescente irrelevante para a determinao da competncia relacionada s aes fundadas em direito de convivncia familiar, salvo se decorrente de consenso entre os genitores ou de deciso judicial. Art. 9o (VETADO)Art. 10. (VETADO)Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.Procedimento de Destituio da Tutela A destituio da tutela ser decretada judicialmente, em procedimento contraditrio, nos casos previstos na legislao civil, bem como na hiptese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigaes inerentes ao instituto.

O procedimento de destituio da tutela est previsto nos artigos 164 do ECA e 1.194 a 1.198 do Cdigo de Processo Civil. Cabe ao rgo do Ministrio Pblico, ou a quem tenha legtimo interesse, requerer, a remoo do tutor. Este ser citado para contestar a argio no prazo de 5 (cinco) dias, e findo este prazo, observar-se- o disposto no art. 803 do CPC.

Em caso de extrema gravidade, o juiz poder suspender o tutor do exerccio de suas funes, nomeando-lhe interinamente um substituto.

Cessando as funes do tutor pelo decurso do prazo em que era obrigado a servir, o mesmo poder requerer a exonerao do encargo. No o fazendo dentro dos 10 (dez) dias seguintes expirao do termo, entender-se- reconduzido, salvo se o juiz o dispensar.

Procedimento de Habilitao de Pretendentes Adoo Para a colocao de crianas e adolescentes em famlia substituta na modalidade de adoo, necessrio que os pretendentes a adotantes se habilitem em um procedimento prprio.

Este procedimento est regulado nos artigos 197-A a 197-E do ECA. COs postulantes adoo, domiciliados no Brasil, apresentaro petio inicial junto ao Juizado da Infncia e da Juventude, e a autoridade judiciria ter o prazo de 48 para receber a petio e dar vista dos autos ao Ministrio Pblico, que em 5 (cinco) dias poder:

- apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional encarregada de elaborar o estudo tcnico para aferir a capacidade e o preparo dos postulantes;

- requerer a designao de audincia para oitiva dos postulantes em juzo e das testemunhas;

- requerer a juntada de documentos complementares e a realizao de outras diligncias que entender necessrias.

Os postulantes devero participar de programa oferecido pela Justia da Infncia e da Juventude, voltado preparao psicolgica, orientao e estmulo adoo inter-racial,de crianas maiores ou de adolescentes, com necessidades especficas de sade ou com deficincias e de grupos de irmos.

Alm disso, sempre que possvel, se incentivar o contato com crianas e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou institucional, em condies de serem adotados.

Aps a participao no referido programa, a autoridade judiciria decidir, em 48 horas, acerca das diligncias requeridas pelo Ministrio Pblico e determinar a juntada do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, audincia de instruo e julgamento.Caso no sejam requeridas diligncias, ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciria determinar a juntada do estudo psicossocial, abrindo, a seguir, vista dos autos ao Ministrio Pblico, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.

Deferida a habilitao, o postulante ser inscrito nos cadastros referidos no art. 50 do ECA, sendo a sua convocao para a adoo feita de acordo com a ordem cronolgica de habilitao e conforme a disponibilidade de crianas ou adolescentes adotveis. A recusa sistemtica na adoo das crianas ou adolescentes indicados importar na reavaliao da habilitao concedida

Esta ordem cronolgica das habilitaes somente poder deixar de ser observada pela autoridade judiciria nas hipteses previstas no 13 do art. 50 do ECA, quando comprovado ser essa a melhor soluo no interesse do adotando..

1.CESPE/OAB 2009.- Com relao s disposies do ECA acerca da colocao da criana e do adolescente em famlia substituta, assinale a opo correta.

Parte superior do formulrio

1) A colocao da criana em famlia substituta, na modalidade de adoo, constitui medida excepcional, preferindo-se que ela seja criada e educada no seio saudvel de sua famlia. 2) A guarda destina-se a regularizar a posse de fato e, uma vez deferida pelo juiz, no pode posteriormente ser revogada. 3) Somente a adoo constitui forma de colocao em famlia substituta. 4) O guardio no pode incluir a criana que esteja sob sua guarda como beneficiria de seu sistema previdencirio visto que a guarda no confere criana a condio de dependente do guardio.

Parte inferior do formulrio

2.MP/PR-2009 Analise as seguintes assertivas e aps assinale a alternativa correta:

I. A guarda obriga a prestao de assistncia material, moral e educacional criana ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, exceto aos pais.

II. A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoo, exceto no de adoo por estrangeiros;

III. A guarda confere criana ou adolescente a condio de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdencirios;

IV. Excepcionalmente, deferir-se- a guarda, fora dos casos de tutela e adoo, para atender a situaes peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsvel, podendo ser deferido o direito de representao para a prtica de atos determinados;

V. A guarda poder ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministrio Pblico.

Parte superior do formulrio

1) Todas as assertivas esto corretas; 2) Apenas as assertivas I, II, III e V esto corretas; 3) Apenas as assertivas III, IV e V esto corretas; 4) Apenas as assertivas I e V esto corretas; 5) Apenas as assertivas II, III, IV e V esto corretas.

Parte inferior do formulrio

3.Fernando postulou a destituio do poder familiar de sua ex empregada domstica Nilza, por ela ter abandonado seu filho, na residncia de Fernando, h 3 anos e 8 meses. Hoje, com 5 anos de idade, a criana est bela e saudvel, graas aos cuidados que recebeu de Fernando e Nora, que genitora deste. Fernando cumulou o pedido com adoo do pequenino Lo, filho de Nilza, e j obteve a guarda provisria de Lo. Vale dizer que Fernando assinou a inicial com seu advogado. O processo est tramitando corretamente, e j houve o estudo psicossocial, que favorvel adoo da criana por Fernando, que inclusivej matriculou Lo na escola, o colocou como seu dependente no plano de sade, bem como o declara no Imposto de Renda. Na destituio do poder familiar, Nilza foi citada por edital e no compareceu, e o Ministrio Pblico manifestou-se pela destituio do poder familiar, e o processo j est com o Juiz para a sentena. Ocorre que Fernando foi atropelado e veio a falecer. Pergunta-se: Qual a situao da criana quanto ao procedimento de adoo?

Parte superior do formulrio

1) no pode ser adotada por Fernando, pois o postulante veio a falecer no curso do processo. 2) poder ser adotada, mas pela me de Fernando, Nora, com quem Leo j convivia. 3) no pode ser adotada por Fernando, pois Nilza ainda no foi destituda do poder familiar da criana, j que ainda no houve sentena. 4) poder ser adotada, pois j houve manifestao inequvoca de vontade de Fernando, antes de falecer.

Parte inferior do formulrio

4.De acordo com o disposto no ECA identifique a alternativa INCORRETA, considerando os procedimentos de competncia do Juzo da Infncia e da Juventude, nas afirmativas a seguir: I - Cumular um procedimento de colocao de criana ou adolescente em famlia substituta com pedido de destituio do poder familiar; II - Cumular um procedimento de colocao de criana ou adolescente em famlia substituta compedido de guarda provisria da criana ou adolescente; III S admitida a cumulao de pedido de assentamento de registro civil, verificada a inexistncia de anterior, com ao de alimentos; IV No procedimento de adoo, a partir dos 12 anos de idade ser necessrio o seu consentimento do adotando, colhido em audincia, pelo Juzo.

Parte superior do formulrio

1) Somente as alternativas I, II e IV esto corretas. 2) Somente as alternativas I e III esto corretas. 3) Somente as alternativas II, e IV esto corretas. 4) Somente as alternativas III e IV esto corretas.

Parte inferior do formulrio

5.CESPE OAB 2010. Assinale a opo correta no que se refere famlia substituta.

Parte superior do formulrio

1) A colocao em famlia substituta ocorrer mediante guarda, tutela, curatela ou adoo, conforme a situao jurdica da criana ou adolescente, o que s poder ser reconhecido e determinado pelo juiz da vara da infncia e da adolescncia. 2) Sempre que possvel, a criana ou adolescente dever ser previamente ouvido, e a sua opinio, devidamente considerada. 3) Na apreciao do pedido de adoo, o grau de parentesco e a relao de afinidade ou de afetividade devem ser considerados, a fim de que sejam evitadas ou minoradas ou as conseqncias decorrentes da medida, o que no ocorre nos casos de guarda provisria e tutela, para cuja concesso o Conselho Tutelar considera requisito apenas a certido de bons antecedentes da famlia. 4) No se deferir a colocao da criana ou do adolescente em famlia substituta pessoa que apresente, por prazo superior a 180 dias, limitaes em sua capacidade laborativa.

Parte inferior do formulrio

AULA 4: Direito Educao, Cultura, ao Esporte e ao Lazer; Direito Profissionalizao e Proteo no Trabalho; e Preveno, Produtos e Servios.

Dando continuidade ao estudo dos direitos fundamentais previstos pelo ECA, passamos agora anlise dos direitos educao, cultura, ao esporte, ao lazer, profissionalizao e proteo no trabalho.

Voc ver que esses direitos so importantes para o bom desenvolvimento das crianas e dos adolescentes, razo pela qual no s o ECA, mas tambm outras normas pertinentes, dedicam-se a regulament-los, como ser visto mais adiante nesta aula.

Alm desses direitos, o ECA prev regras referentes preveno, aos produtos e aos servios, reafirmando a inteno do legislador no sentido de propiciar condies favorveis ao desenvolvimento sadio de crianas e adolescente nos aspectos fsico, psquico e moral.

Direito Educao, Cultura, ao Esporte e ao Lazer

Objetivando a construo de uma sociedade livre, justa e solidria, o legislador constitucional utilizou-se da educao como instrumento de transformao social e, deste modo, destinou um captulo para regulament-la (arts. 205 a 214, CRFB).

O art. 205 da CRFB demonstra a preocupao do legislador em esclarecer que a educao no se constitui apenas numa obrigao do Estado, e sim numa obrigao conjunta do Estado e da famlia.

Ao elencar a educao como um direito fundamental da criana e do adolescente, visa-se assegurar o pleno desenvolvimento da pessoa humana, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho. Sendo assim, reconheceu-se uma nova concepo constitucional da Educao na formao do ser em desenvolvimento. Esta concepo foi recepcionada tambm pelo ECA, em seus arts. 53 a 59.

Ainda sobre a educao, a cultura, o esporte e o lazer... importante destacar que as regras sobre a Educao encontram-se previstas na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educao Lei 9.394/96) e que o ECA, ao tratar deste tema, apenas enfatiza alguns aspectos l contidos.

Abandono intelectual Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover instruo primria de filho em idade escolar:

Pena - deteno, de quinze dias a um ms, ou multa.

Art. 247 - Permitir algum que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado sua guarda ou vigilncia:

I - freqente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de m vida;

II - freqente espetculo capaz de pervert-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de representao de igual natureza;

III - resida ou trabalhe em casa de prostituio;

IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiserao pblica:

Pena - deteno, de um a trs meses, ou multa.

SOBRE OS ART. 56 E 245

SOBRE O ART 58

SOBRE O ART 59

Direito Profissionalizao e Proteo no Trabalho

O legislador, ao abordar o direito ao trabalho no ECA (arts. 60 a 69), procurou regulament-lo de forma a garantir o seu efetivo exerccio, em concomitncia com os demais direitos, sem pretender alterar as regras j existentes.Deste modo, questes referentes ao contrato de trabalho do adolescente so reguladas pela CLT (arts.402 a 441).

ATENO

O ECA no foi adequado Emenda Constitucional n 20 de 1998, que fixou a idade de trabalho do menor para 16 anos, exceto na condio de aprendiz, a partir dos 14 anos. Assim, a leitura deste assunto no ECA deve ser adaptada de acordo com o previsto no art. 7, XXXIII da CF. Ou seja, no vale mais o que est previsto no art. 60 do ECA. Desta forma, quanto ao trabalho do menor, podemos afirmar que ao menor de 18 anos vedado o trabalho noturno, insalubre e perigoso e que ao menor de 16 anos vedado qualquer trabalho, salvo a partir dos 14 anos na condio de aprendiz.

A lei que dispe sobre o estgio de estudantes a Lei 11.788/08.

Outra observao relevante sobre este direito a vedao ao trabalho em certas atividades de diversas reas, inclusive o trabalho domstico, para menores de 18 anos. Esta proibio e suas implicaes esto contidas no Decreto 6.481, de 12.09.08 .

Ainda sobre trabalho...Segundo o ECA, o exerccio do direito profissionalizao e proteo no trabalho deve necessariamente respeitar a condio peculiar de pessoa em desenvolvimento do adolescente, e promover a sua capacitao profissional adequada ao mercado de trabalho.

- a formao tcnico-profissional do adolescente dever: garantir o acesso e a frequncia obrigatria ao ensino regular; ser compatvel com a etapa do desenvolvimento na qual se encontre o adolescente; e possuir horrio especial para o exerccio das atividades;

- assegurar condies adequadas para o desenvolvimento do adolescente. Desta forma, vedado o trabalho noturno (realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte); perigoso, insalubre ou penoso; realizado em locais prejudiciais sua formao e ao seu desenvolvimento fsico, psquico, moral e social; e/ou realizado em horrios e locais que inviabilizem a frequncia escola.

Preveno

Os artigos 70 a 80 do ECA visam prevenir a ocorrncia de ameaa ou violao dos direitos da criana e do adolescente. Evitar tais situaes consiste em um dever de todos. Deste modo, o legislador estatutrio colocou a sociedade na funo de garantidora. Considerando que tais disposies objetivam impedir que se prejudique o bom desenvolvimento de crianas e adolescentes, o descumprimento das normas de preveno sempre importar em responsabilidade da pessoa fsica ou jurdica.

Vale lembrar que o rol de obrigaes referentes preveno previstas pelo ECA no excluem da preveno especial outras decorrentes dos princpios por ela adotados.

Preveno Especial: Informao, Cultura, Lazer, Esportes, Diverses e Espetculos As regras referentes preveno especial visam tutelar o acesso adequado de crianas e adolescentes informao, cultura, lazer, esportes, diverses e espetculos, e encontram-se previstas nos artigos 74 a 80 do ECA. Clique aqui para visualizar o texto sobre este assunto.

Alm destes artigos, a preveno especial regulada tambm atravs de leis e Portarias, como, por exemplo:- Portaria 1.220 de 2007;- Portaria 1.100 de 2006;- Lei 10.359 de 2001.

Preveno Especial: da informao, cultura, lazer, esportes, diverses e espetculos

A funo de