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SISTEMA VIÁRIO E TRAÇADO DE RUAS

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Page 1: Aula 08_sistema viário

SISTEMA VIÁRIO E TRAÇADO DE RUAS

Page 2: Aula 08_sistema viário

ASPECTOS A CONSIDERAR:

Condições bioclimáticas: orientação solar; direção dos ventos

TOPOGRAFIA solos bacias Declividades

Aspectos legais: restrições

Aspectos técnicos:- perfis - greide- Curvas - Soluções de Drenagem- Movimentos de terra

CONDICIONANTES GERAIS DO TRAÇADO VIÁRIO

Page 3: Aula 08_sistema viário

o sistema viário urbano

MOBILIDADE URBANA: é uma função urbana que tem como objetivo o deslocamento de pessoas, produção (mercadorias, cargas, etc...), e veículos.

ACESSIBILIDADE: qualifica a mobilidade.

Facilidade ou dificuldade de realização de um percurso desejado.

Envolve: distância, tempo, custo, conforto, topologia.

DIREITO À CIDADE

• Democratização e equidade no acesso aos serviços públicos, equipamentos culturais, espaços públicos.

• Não apenas transporte, mas distribuição do uso e ocupação do solo.

• Autonomia e liberdade para os cidadãos

Page 4: Aula 08_sistema viário

ALÉM DE LIGAR COM EFICIÊNCIA OS PONTOS A – B....

• Encontro com o “outro”;

• Sociabilidade, diversidade social;

• circulação de pedestres e veículos;

• acesso às edificações;

• estacionamento;

• comércio;

• Mobiliário urbano;

• Manifestações culturais e políticas espaço público

VIAS OU RUAS?

Page 5: Aula 08_sistema viário

curiosidades sobre o sistema viário urbano:

• é o mais caro dos sistemas no custo total da urbanização (45% do total: 73% pavimentação e 27% drenagem). Sistema sanitário = 20%, sistema energia = 19% e sistema de telecomunicações = 16%;

• Ocupa uma grande parte do solo urbano 30% !!

• Depois de implantado é um dos sistemas mais difíceis de ser ampliado;

• Na maioria das vezes privilegia o veículo e não o pedestre.

Page 6: Aula 08_sistema viário

Jane Jacobs – fatores como segurança, solidariedade, sentido de pertinência a um lugar dependem muito das possibilidades de uso da rua.

Qualidades desejáveis:

• fácil legibilidade do espaço e dos caminhos;

• interseções freqüentes (esquinas);

• possibilidade de uso das calçadas – depende da forma das edificações lindeiras, seus usos, quantidade de aberturas;

• redução das mediações exageradas entre espaço coletivo e privado.

Rua como suporte de múltiplos usos

Page 7: Aula 08_sistema viário

Classificação funcional das vias:VP - VIAS DE PEDESTRE inclusive escadarias:

acesso de pedestres às edificações, lazer/ convívio social, rede de infra estrutura

VL - VIAS LOCAIS:

correspondem de 65% a 80% das vias, função básica é permitir o acesso às moradias, às atividades comerciais, de serviços, industriais, institucionais, especiais, etc. circulação regular de veículos em caráter essencialmente local, baixo volume de tráfego, baixa velocidade de veículos, faixa de rolamento estreita, mas dimensionada para a circulação de caminhões de serviços, baixa demanda por estacionamento;

VC - VIAS COLETORAS:

coleta o tráfego das vias locais para as vias arteriais e/ou corredores de transportes próximos, alta acessibilidade e baixa fluidez de tráfego, as atividades de comércio e serviços impõe passeios mais largos, alta demanda por estacionamento; (Nova redação dada pelo Art. 5º da Lei nº 3.853/88)

VCI - Aquela com função de coletar e distribuir os volumes de tráfego local e de passagem, através de percursos interbairros, dispondo de uma única pista com o mínimo de uma faixa de rolamento e uma outra para estacionamento e/ou parada de coletivos por sentido de tráfego.

VCII - Aquela com função de coletar e distribuir os volumes de tráfego local dos núcleos de bairros, em uma única pista, com um mínimo de uma faixa de rolamento e uma outra para estacionamento e/ou parada de coletivos por sentido de tráfego.

Page 8: Aula 08_sistema viário

Classificação funcional das vias:

VA - VIAS ARTERIAIS:

Devem atender a viagens mais longas, intraurbanas, e maior quantidade de tráfego, são mais caras, as calçadas devem ser mais largas com abrigos e baias de ônibus, isolando o fluxo de veículos dos pedestres, adequadas condições de acesso e circulação dos transportes coletivos, bem como, segurança na travessia de pedestres, conciliando os tráfegos de passagem e local, comporta estacionamento a depender dos usos lindeiros;

VAI - Com alta capacidade de desempenho em pistas separadas por canteiro central, onde deve ser reservada área para implantação de canaletas exclusivas para transporte público de passageiros, bem como edificações, equipamentos e dispositivos para uso dos passageiros dos sistemas de transportes e circulação de pedestres.

Seus acessos às propriedades lindeiras e/ou a outras vias de hierarquia inferior deverão ser efetuadas através de uma Via Marginal (VM), cujos pontos de interligação estão sujeitos a controles específicos.

(Nova redação dada pelo Art. 5º da Lei nº 3.853/88)

VAII - Com menor capacidade de desempenho do que a VA-I, em pistas separadas por canteiro central, quando as condições topográficas do sítio forem favoráveis. Quando na malha viária se configurar um corredor viário (CR), o canteiro central poderá se caracterizar pelo quarteirão intermediário às vias.

(Nova redação dada pelo Art. 5º da Lei nº 3.853/88)

Page 9: Aula 08_sistema viário

Classificação funcional das vias:

VIAS EXPRESSAS:

Controle total dos acessos, intersecções em desnível, com vias marginais, não proporcionam acessos as propriedades adjacentes, alta fluidez de tráfego, Apresenta baixa acessibilidade sendo que o acesso às propriedades lindeiras deverá ser efetuado através de Via Marginal (VM), cujos pontos de interligação estão sujeitos a controles específicos.

(Nova redação dada pelo Art. 5º da Lei nº 3.853/88)

VM - VIAS MARGINAIS:

Aquela auxiliar ao sistema de Vias Expressas (VE) e/ou Arteriais (VA) que se desenvolvendo paralela a estas, possibilita o seu completo desempenho, assim como o acesso às propriedades lindeiras e às vias hierarquicamente inferiores.

Page 10: Aula 08_sistema viário

Lei 6.586/04 - PDU DE SALVADOR - hierarquização do sistema viário (anexo A31)www.seplam.pms.ba.gov.br/pddua/

I - Via Expressa: Paralela, BR324 (o trecho que se encontra dentro dos limites de Salvador)

II - Vias Arteriais I: Centenário, Garibaldi, Bonocô, Ogunjá, ACM, Orlando Gomes, Magalhães Neto, Magalhães Jr., Pinto de Aguiar, Jorge Amado, Tancredo Neves.

III – Vias Arteriais II: San Martin, Barros Reis, Vasco da Gama, Otávio Mangabeira, Vale do Canela, Contorno, D. João VI, Dique do Tororó, Ademar de Barros, Manoel Dias.

IV - Vias Coletoras I: São Rafael, Cardeal da Silva, Oceânica, Caetano Moura

V - Vias Coletoras II VI - Vias Locais VII - Vias de Pedestres

Hierarquização do sistema viário de SSA:

Page 11: Aula 08_sistema viário

HIERARQUIZAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO BÁSICO - CRITÉRIOS PARA CATEGORIZAÇÃO POR TIPO DE VIA – PDDU/04

Expressa Arterial I Arterial II Coletora I Coletora II Local Pedestre

a-    Ser dotada obrigatoriamente de pista dupla com canteiro centralb-    Ter retornos e interseções em desnívelc-    Ter passagem de pedestre em desníveld-    Dar acesso à ocupação lindeira através de VMe-    Ter controle total dos acessosf-      Permitir implantação de transporte público de passageiros de alta capacidade

a - Ter alta capacidade de absorção de tráfegob - Atender ao tráfego intraurbanoc - Possibilitar a implantação de VM para o acesso à ocupação lindeirad - Possibilitar a implantação de canaleta executiva para Transporte Público de Passageiros de alta capacidadee - Permitir o acesso às propriedades lindeiras e/ou outras vias de hierarquia inferior sempre através de VM (*)

a - Acontecer em pista dupla ou em binário em função da topografia e/ou ocupação do solob - Atender ao tráfego intraurbano de grande volumec - Caracterizar-se como corredores secundários de transporte público de passageiros

a - Permitir a circulação de Transporte Coletivob- Articular bairros através da interligações com as vias de penetraçãoc- Possibilitar deslocamentos interbairrosd- Permitir o tráfego de passagem com maior intensidade e média fluideze-Ter ocupação lindeira com uso e atividades diversificadasf-   Interligar-se sempre com vias de igual ou maior capacidadeg-Coletar o tráfego das vias coletoras de menor capacidade

a - Permitir a circulação de Transporte Coletivob- Coletar o tráfego das vias locais, distribuindo-o para as vias hierarquicamente superioresc- Configurar-se como via de penetração de bairrod - Interligar vias hierarquicamente superiores e de maior capacidadee- Ter tráfego de baixa fluidezf-   Propiciar deslocamentos médios 

a - Permitir a circulação de Transporte Coletivo de atendimento exclusivo a áreab- Ter tráfego com baixa fluidez e possibilidade de manobrasc-Não predominar o tráfego de passagemd - Possibilitar deslocamentos intralocalidadese - Distribuir o tráfego oriundo de vias hierarquicamente superiores nas nucleações residenciais, comerciais, de serviços ou industriais permitindo o acesso direto às edificações

a- Não permitir a circulação de automóveisb- Ter circulação exclusiva de pedestresc- Pode ocorrer em escadarias

Page 12: Aula 08_sistema viário

CaracterísticasUnidad

e

Categoria das vias

Expressa Arterial I Arterial II Coletora I Coletora II Marginal Local

Velocidade diretriz mínima             Km/h 100 80 60 50 40 50 30

Número mínimo de faixas un 2 x 2 2 x 2 2 x 2 2 2 2 -

Acostamento externo m 3,0 0,50 0,50 - - - -

Acostamento interno m 0,50 0,50 0,50 - - - -

Largura mínima do canteiro central m 16,0(*) 16,0(*) - - - - -

Largura mínima do canteiro lateral m 10,75 10,75 - - - - -

Largura mínima da faixa de rolamento

m 3,75 3,60 3,50 3,50 3,50 3,50 -

Faixa total de domínio m 90,0 84 40,0/41,0 18 15,5 - 12,0

Raio mínimo de curva m 375 230 150 90 60 90 30

Rampa máxima % 3 4 6 8 10 8 12

Distancia mínima entre acessos m 800 500 - - - - -

Largura mínima do passeio m   - 2,50 2,50 2,0 2,0 2,50

Parada de ônibus -Não

admitidoPermitido com baia

Permitido com baia

Permitido com baia

Permitido com baia

Permitido com baia

Tolerada

Estacionamento -Não

admitidoNão admitido Sob controle Sob controle Permitido Permitido Tolerado

Acesso às propriedades adjacentes

- Através VM Através VM Direto Direto Direto Direto Direto

Taxa máxima de superelevação % 8 6 4 2 2 2 -

Largura mínima de faixa de estacionamento

M - - - 3,0 2,25 2,50 -

Cruzamento de pedestres - Passarela Passarela ou

faixa zebrada

Faixa zebrada

Faixa zebrada

Faixa zebrada

Faixa zebrada

Livre

Controle de tráfego nas interseções

- TotalSemáforos de placa de

parada

Semáforos de placa de

parada

Semáforos de placa de

parada

Semáforos de placa de

parada

Semáforos de placa de

parada

Placas de parada

PDDU/04

Page 13: Aula 08_sistema viário

Declividades longitudinais das vias que asseguram o escoamento das águas sem

produzir erosão no pavimento

Tipo de pavimento

Declividades

  Mínima Máxima

Concreto de cimento moldado “in loco” e acabado com cuidado

0,3 a 0,4 10 a 14

Asfalto com guias e sarjetas pré-moldadas

0,4 a 0,5 10 a 14

Blocos articulados de concreto ou paralelepípedos regulares

0,5 a 0,6 8 a 12

Pedra irregular acomodada à mão

0,6 a 0,8 8 a 12

Pedrisco sem peneirar 0,6 a 0,8 6 a 8

Fonte: Mascaró, 1994.

Page 14: Aula 08_sistema viário

PRINCÍPIOS DE DESENHO

Page 15: Aula 08_sistema viário

PRINCÍPIOS DE DESENHO

Page 16: Aula 08_sistema viário

PRINCÍPIOS DE DESENHO

Page 17: Aula 08_sistema viário

Alternativas para estacionamento de veículos

PRINCÍPIOS DE DESENHO

Page 18: Aula 08_sistema viário

Dimensionamentos alternativos para ruas com precariadade de recursos

PRINCÍPIOS DE DESENHO

Page 19: Aula 08_sistema viário

Traçado em Zigue Zague para atingir declividades transitáveis em terrenos de forte declividade

PRINCÍPIOS DE DESENHO

O traçado diretriz em resposta à declividade do terreno

Page 20: Aula 08_sistema viário

Traçado em acompanhando linha de talvegue (ruim)

Traçado acompanhando curva de nível.

Positivo: exige menos cortes e aterros

Negativo: se a declividade ficar abaixo de 2% pode ocasionar problemas de drenagem

PRINCÍPIOS DE DESENHO

O traçado diretriz em resposta à declividade do terreno

Page 21: Aula 08_sistema viário

Dec % = D.V D.H

Como criar curvas de declividade constante?

DH = D.V__ Decliv.

Exemplo:Declividade máxima desejada = 6%D.V entre curvas de nível =1

DH = D.V__ = __1_ = 16,66m Decliv. 0,06

DH = D.V__ = __1_ = 8,33m Decliv. 0,12

D.H = Distância horizontal entre duas curvas de nível com declividade constante

PRINCÍPIOS DE DESENHO

O traçado diretriz em resposta à declividade do terreno

Page 22: Aula 08_sistema viário

Definição do eixo diretriz em função das curvas de nível

A partir da largura desejada são traçadas as linhas laterais.Se não houver correção dos níveis a rua seria intransitável, pois seu lado direito ficaria mais alto que o esquerdo

a

PRINCÍPIOS DE DESENHO

O traçado diretriz em resposta à declividade do terreno

Page 23: Aula 08_sistema viário

Agora a rua apresenta os dois lados nivelados, com as curvas de nível perpendiculares ao eixo da rua.

Por fim as curvas são ajustadas para evitar um volume grande de cortes em sua lateral

PRINCÍPIOS DE DESENHO

O traçado diretriz em resposta à declividade do terreno

Page 24: Aula 08_sistema viário

PRINCÍPIOS DE DESENHO Movimentações de terra para ajustes na implantação de ruas e lotes

Page 25: Aula 08_sistema viário

PRINCÍPIOS DE DESENHO Formas de lotes

Forma ideal: retangular

Com a menor dimensão na testada do lote

(lado voltado para a rua)

Dimensões de lote: manter lotes pequenos e estreitos

estimula diversidade de formas e usos

gera fachadas mais ativas

encoraja a escala humana e uma granulação mais fina da experiência de circulação pedestre

Page 26: Aula 08_sistema viário

PRINCÍPIOS DE DESENHO Ruas e loteamentos em terrenos com alta declividade

Em loteamentos voltados para rendas baixas, os terrenos mais estreitos minimizam custos de infraestrutura

As ruas com maiores declividades geram lotes mais planos, barateando os custos de implantação das edificações para os habitantes.

Ruas mais íngrimes são compatíveis com a baixa taxa de motorização.

Page 27: Aula 08_sistema viário

PRINCÍPIOS DE DESENHO

Ruas e loteamentos em terrenos com alta declividade

Em loteamentos voltados para rendas médias e altas, os terrenos podem apresentar maiores declividades.

Os projetos serão mais complexos e as obras mais caras.

Os lotes serão maiores e sua disposição no sítio permite o aproveitamento das visuais.

As ruas residenciais tendem ao paralelismo em relação às curvas de nível, favorecendo a alta taxa de motorização.

Page 28: Aula 08_sistema viário

PRINCÍPIOS DE DESENHO Ruas e loteamentos em terrenos com alta declividade

Se o terreno apresenta um espigão ou contra-forte, pode-se colocar um cul-de-sac (rua sem saída).

Os lotes em volta do alargamento serão mais valorizados, menos tráfego e visuais privilegiadas.