aula 08

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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 08 7.3. Processo Legislativo I. PROCESSO LEGISLATIVO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 II. O PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO ---------------------------------------------------------------------------------- 12 III. LEI ORDINÁRIA (LO) E LEI COMPLEMENTAR (LC) ------------------------------------------------------------------ 50 IV. EMENDA CONSTITUCIONAL (EC) ------------------------------------------------------------------------------------------------ 67 V. LEI DELEGADA (LDel) ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 91 VI. DECRETO LEGISLATIVO (DecLeg) ---------------------------------------------------------------------------------------------- 95 VII. RESOLUÇÕES (Res) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 96 VIII. DECRETO AUTÔNOMO (Dec Aut) ------------------------------------------------------------------------------------------------ 97 IX. TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS ------------------------------------------------------------------------ 98 X. MEDIDA PROVISÓRIA (MP)------------------------------------------------------------------------------------------------------- 105 XI. CONTROLE JUDICIAL DO PROCESSO LEGISLATIVO-------------------------------------------------------------- 126 XII. QUESTÕES DA AULA-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 140 XIII. GABARITO------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 153 XIV. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA --------------------------------------------------------------------------------------------------- 154 Olá futuros Auditores-Fiscais do Trabalho! Prontos para o SEU salário de R$ 14.280,00 e para ocupar um dos melhores cargos da Administração Pública Federal? Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital: 7.3. Processo Legislativo. Juntamente com o controle de constitucionalidade, essa talvez seja uma das maiores matérias dentro do direito constitucional. Justamente por isso, nossa aula de hoje ficou bastante extensa (dê uma olhada no número de páginas). Mas fique tranquilo porque a leitura do material flui com bastante tranquilidade. Além disso, fiz questão de colocar, como sempre, uma linguagem bem simples e também vários esquemas e desenhos, o que faz com que o número de páginas aumente, mas também faz com que a velocidade da leitura seja bem maior do que a de um texto corrido no padrão culto. Na aula de hoje, teremos 70 páginas de conteúdo (teoria). Como sempre, faremos muitos exercícios da sua banca para que você treine muito e tenha uma visão de todos os ângulos da matéria: serão 97 questões comentadas!

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    Aula 087.3. Processo Legislativo

    I. PROCESSO LEGISLATIVO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 II. O PROCESSO LEGISLATIVO ORDINRIO ---------------------------------------------------------------------------------- 12 III. LEI ORDINRIA (LO) E LEI COMPLEMENTAR (LC) ------------------------------------------------------------------ 50

    IV. EMENDA CONSTITUCIONAL (EC) ------------------------------------------------------------------------------------------------ 67 V. LEI DELEGADA (LDel) ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 91 VI. DECRETO LEGISLATIVO (DecLeg) ---------------------------------------------------------------------------------------------- 95 VII. RESOLUES (Res) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 96 VIII. DECRETO AUTNOMO (Dec Aut) ------------------------------------------------------------------------------------------------ 97

    IX. TRATADOS E CONVENES INTERNACIONAIS ------------------------------------------------------------------------ 98 X. MEDIDA PROVISRIA (MP) ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 105 XI. CONTROLE JUDICIAL DO PROCESSO LEGISLATIVO -------------------------------------------------------------- 126 XII. QUESTES DA AULA -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 140 XIII. GABARITO------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 153

    XIV. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA --------------------------------------------------------------------------------------------------- 154

    Ol futuros Auditores-Fiscais do Trabalho!

    Prontos para o SEU salrio de R$ 14.280,00 e para ocupar um dos melhores cargos da Administrao Pblica Federal?

    Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital: 7.3. Processo Legislativo.

    Juntamente com o controle de constitucionalidade, essa talvez seja uma das maiores matrias dentro do direito constitucional. Justamente por isso, nossa aula de hoje ficou bastante extensa (d uma olhada no nmero de pginas). Mas fique tranquilo porque a leitura do material flui com bastante tranquilidade. Alm disso, fiz questo de colocar, como sempre, uma linguagem bem simples e tambm vrios esquemas e desenhos, o que faz com que o nmero de pginas aumente, mas tambm faz com que a velocidade da leitura seja bem maior do que a de um texto corrido no padro culto. Na aula de hoje, teremos 70 pginas de contedo (teoria).

    Como sempre, faremos muitos exerccios da sua banca para que voc treine muito e tenha uma viso de todos os ngulos da matria: sero 97 questes comentadas!

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    Comearemos com a parte terica e os exerccios viro na medida em que a matria for explicada. Ao responder as questes, leia todos os comentrios, pois foram feitas vrias observaes alm da mera resoluo da questo.

    Voc notar que alguns esquemas e respostas foram exaustivamente repetidos nos comentrios das questes. Isso no por acaso! Sugiro que voc os revise vrias vezes, para internalizar o conhecimento.

    Caso tenham alguma dvida, mandem-na para o frum ou para o email [email protected].

    Vamos ento nossa aula!

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    I. PROCESSO LEGISLATIVO

    1. CONSIDERAES GERAIS

    Meu caro amigo e futuro Auditor-Fiscal do Trabalho, o processo legislativo a sequncia de atos que devem ser cumpridos para a devida formao das normas jurdicas, ou seja, o passo a passo para a fabricao de uma lei. O processo legislativo nos diz qual a receita de bolo para que possamos fazer/fabricar uma norma jurdica.

    Mas quais normas jurdicas? As normas jurdicas primrias, ou seja, aquelas normas que derivam diretamente da Constituio (as normas previstas pela prpria CF). As normas jurdicas primrias compreendidas pelo Processo Legislativo so as seguintes:

    x Emenda Constitucional (EC)x Lei Ordinria (LO) x Lei Complementar (LC) x Lei Delegada (LDel)x Medida Provisria (MP)x Decreto Legislativo (Dec Leg)x Resolues (Res)As normas primrias inovam o direito e possuem igual hierarquia, salvo a Emenda Constitucional, que est acima de todas as demais, pois tem statusde Constituio. Traduzindo: uma medida provisria tem o mesmo valor de um decreto legislativo, que tem o mesmo valor de uma lei ordinria, que tem o mesmo valor de uma Lei Complementar e assim por diante, SALVO A EMENDA CONSTITUCIONAL, QUE SUPERIOR A TODAS AS DEMAIS.

    Roberto, se elas possuem o mesmo valor, como eu sei quando e qual espcie normativa deve ser usada? Cada uma dessas espcies possui seu campo especfico de atuao (princpio da especialidade), ou seja, a prpria CF88delimitou matrias especficas que devem ser tratadas por Lei Complementar, ouras que devem ser tratadas por Decreto Legislativo, outras por Resolues, e etc.

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    Existem ainda dois outros tipos de normas primrias, ou seja, espcies normativas que derivam diretamente da Constituio, mas que no so objeto do processo legislativo: os Decretos Autnomos (DecAut) e as Resolues dos Tribunais do Judicirio.

    A pirmide normativa no Brasil

    A pirmide normativa um conceito introduzido por Hans Kelsen que nos mostra quais so as espcies normativas no ordenamento jurdico de um pas e sua ordem de importncia e hierarquia. O ordenamento jurdico brasileiro funciona da seguinte forma:

    x No topo, est a Constituio Federal, juntamente com as Emendas Constituio e os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos aprovados pelo procedimento especial.

    x No segundo degrau, esto os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos aprovados pelo procedimento comum, que possuem status supralegal.

    x No terceiro degrau, esto as Leis Ordinrias, Leis Complementares, Leis Delegadas, Decretos Legislativos, Resolues, Medidas Provisrias, Decretos Autnomos, as Resolues editadas pelos Tribunais e os Tratados Internacionais que no versam sobre Direitos Humanos e que foram aprovados pelo procedimento comum.

    x No quarto degrau, esto as normas infralegais, ou seja, que esto abaixo (infra) da lei (legais). Entre essas normas, podemos citar os decretos regulamentares, portarias, instrues normativas, dentre outras.

    Observe a pirmide normativa brasileira, sem se preocupar, por enquanto, com o que e como funciona cada uma dessas normas, pois exatamente isso que estudaremos daqui em diante.

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    Hierarquia entre as normas

    Observe que H hierarquia entre CONSTITUIO Federal, Constituio Estadual e Lei Orgnica Municipal. Dessa forma, as constituies estaduais, quando forem elaboradas, devem sempre obedecer constituio federal. Do mesmo modo, as leis orgnicas municipais, quando forem elaboradas, devem sempre obedecer CF88 e s constituies estaduais. Veja:

    Por outro lado, em regra, NO h hierarquia entre leis Federais, Estaduais e Municipais, assim, os conflitos entre essas normas so solucionados atravs do chamado conflito de competncia. Dessa forma, aConstituio dividiu as competncias, de modo que um ente no pode entrar nas atribuies dos outros. Portanto, em regra, a Unio no pode legislar sobre as competncias dos municpios ou dos estados. Igualmente, os estados no podem legislar sobre assuntos de competncia da Unio e dos municpios e assim por diante.

    CF

    CE

    LO Mun

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    Excepcionalmente, existe uma previso constitucional onde uma lei federal pode suspender leis estaduais ou municipais. O art. 24 da CF prev, ao estabelecer a competncia CONCORRENTE, que art. 24, 4 - Asupervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a eficcia da lei estadual, no que lhe for contrrio.

    Demais observaes

    importante saber que as espcies normativas no so clusulas ptreas, dessa forma, elas podem ser alteradas por meio de uma Emenda Constitucional. Assim, se o Poder Constituinte Derivado quiser criar uma nova espcie normativa ou alterar alguma j existente, isso pode ser feito, por meio de emenda constituio. Por exemplo, a Emenda Constitucional nmero 32/2001 alterou vrias regras da Medida Provisria.

    Outra observao importante, que as regras do processo legislativo constitucional so normas de reproduo obrigatria, no que couber. Portanto, os Estados, quando forem elaborar suas constituies estaduais edemais leis estaduais, e os municpios, quando forem elaborar suas leis orgnicas e demais leis municipais, devem obedecer s regras do processo legislativo e tambm reproduzi-las, sempre que possvel (ADI 1.254/RJ-MC).

    Lei em sentido amplo e Lei em sentido estrito

    Em Direito, a palavra lei pode possuir sentidos diferentes. O primeiro deles o sentido estrito, que diz que a lei a norma legal devidamente produzida pelo processo legislativo, ou seja, as leis complementares e ordinrias.

    J o sentido amplo da palavra lei se refere a qualquer norma jurdica, compreendidas as normas primrias e tambm as normas infralegais, por exemplo, um decreto regulamentar.

    Lei Fed Lei Est Lei Mun

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    E como eu sei qual dos dois conceitos a questo est usando? V pelo contexto. Geralmente, quando se fala em lei, utiliza-se o sentido estrito.

    Princpio da reserva legal

    O princpio da reserva legal ocorre quando a Constituio Federal deixa a regulamentao de algum tema para a lei. Ela pode ser compreendida em dois subconceitos:

    Reserva legal Absoluta: quando a disciplina de determinada matria reservada, pela Constituio, LEI EM SENTIDO ESTRITO. Assim, exclui-se qualquer outra fonte infralegal (infra=abaixo; legal=da lei);

    Reserva legal Relativa: quando Constituio tambm exige a edio de uma lei para sua regulamentao, mas permite que ela apenas fixe os parmetros de atuao a serem complementados por ato infralegal.Dessa forma, a disciplina de determinada matria , em parte, admissvel a outra fonte diversa da lei (ex: decreto regulamentar,portarias, instrues normativas, etc.).

    Esquematizando:

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    ESPCIES NORMATIVAS

    - Emenda Constitucional (EC)

    - Lei Ordinria (LO)

    - Lei Complementar (LC)

    Espcies Normativas - Lei Delegada (LDel)

    - Medida Provisria (MP)

    - Decreto Legislativo (Dec Leg)

    - Resolues (Res)

    - DECRETO AUTNOMO (Dec Aut)***

    - RESOLUES DOS TRIBUNAIS***

    x No h hierarquia entre as espcies normativas EXCETO Emenda Constitucionalx H hierarquia entre CONSTITUIO Federal, Constituio Estadual e Lei Orgnica Municipalx No h hierarquia entre leis Federais, Estaduais e Municipais existe conflito de competncia

    PROCESSO LEGISLATIVO

    Observaes Gerais

    x Conceito: a sequncia de atos que devem ser cumpridos para a devida formao de normas jurdicas.

    x Normas primrias - Derivam diretamente da CF- Inovam o direito

    - Possuem igual hierarquia, salvo EC

    - Cada uma tem um campo de atuao especfico (princpio da

    especialidade)x As espcies legislativas NO so clusulas ptreas a) Podem ser modificados por EC

    b) Ex: EC n. 32/01 - alterou regras das MPs.x Todos os procedimentos do processo legislativo so normas de reproduo obrigatria nos Estados e Municpios, no que couber

    o (ADI 1.254/RJ-MC)

    So normas primrias,

    mas no so tratadas

    no processo legislativo.

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    2. CLASSIFICAES E CONCEITOS DO PROCESSO LEGISLATIVO

    O processo legislativo, ou seja, o passo a passo para a fabricao de uma lei,pode ter vrias classificaes. Vamos s principais:

    2.1. Quanto participao popular:

    a. Autocrtico: aquele realizado pelo monarca ou ditador, sem a participao de um rgo composto de representantes do povo.

    b. Direto: aquele em que a lei feita diretamente pelo povo, em assembleias pblicas.

    c. Indireto/Representativo: a lei produzida por um rgo composto de representantes do povo, sendo o adotado pelo Brasil.

    d. Semidireto: quando a lei elaborada por um rgo formado de representantes do povo, mas que somente se aperfeioa depois de uma aprovao popular posterior, por meio de referendo.

    ATENO: No confundir as classificaes do processo legislativocom a classificao da democracia, que muito parecida. Vamos revisar:

    x Democracia Direta: onde o povo participa diretamente, ou seja, o prprio povo elabora as polticas pblicas. Esse tipo de democracia tpica da Grcia antiga e invivel nos dias de hoje (imagine s 180 milhes de brasileiros mandando emails para se discutir como ser a atuao do governo na sade).

    x Democracia Indireta: onde o povo elege os representantes e estes elaboram as polticas pblicas.

    x Democracia Semidireta ou participativa: um misto da democracia direta e da indireta. Nela, o povo elege os representantes e estes elaboram as polticas pblicas. Complementarmente, existem mecanismos para que o povo tambm participe dessa elaborao. Assim, a regra participao indireta, combinada com alguns meios de exerccio direto do povo. Esse o modelo adotado pelo Brasil. Confira o art. 1 pargrafo nico da CF: Todo o poder emana do povo,

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    que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio.

    Portanto, lembre-se:

    x Democracia no Brasil: semidireta ou participativax Processo Legislativo no Brasil: indireto ou representativo.

    2.2. Quanto compreenso do conceito

    a. Conceito Jurdico: o processo legislativo o conjunto coordenado de disposies que disciplinam o procedimento a ser obedecido pelos rgos competentes na produo das leis e atos normativos primrios (Alexandre de Moraes).

    b. Conceito Sociolgico: o processo legislativo reflete os fatores reais de poder. Assim, as leis de um determinado pas sero reflexo dos jogos internos de poder do mesmo.

    2.3. Quanto aos ritos e prazos

    a. Ordinrio ou comum: em regra, no existem prazos rgidos para que o Poder Legislativo produza uma norma. Assim, pode ocorrer de um determinado Projeto de Lei ficar anos tramitando pelo Congresso Nacional sem que isso traga consequncia nenhuma. Como exemplo, temos as leis ordinrias, que, em regra, no possuem prazo para serem elaboradas.

    b. Sumrio ou abreviado: segue o mesmo procedimento do processo legislativo comum, mas existem prazos rgidos para sua concluso. Como exemplo, temos os projetos de lei sob regime de urgncia constitucional,estudados adiante.

    c. Especial: segue um rito diferente do ordinrio. Como exemplo, temos a elaborao de Emenda Constitucional (EC), Medida Provisria (MP), Lei Delegada (LDel), Lei de Oramento Anual (LOA), Decreto Legislativo(Dec Leg), Resoluo (Res) e cdigos.

    Esquematizando:

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    - Autocrtico o soberano elabora as leis.

    - Direto o povo elabora as leis

    - Indireto/Representativo o povo elege os representantes e estes (os

    representantes) elaboram as leis (Brasil)

    - Semidireto os representantes elaboram as leis e o povo as aprova por

    meio do referendo

    - Jurdico conjunto coordenado de disposies que disciplinam o

    procedimento a ser obedecido pelos rgos competentes na produo

    das leis e atos normativos primrios (Alexandre de Moraes)

    - Sociolgico o processo legislativo reflete os fatores reais de poder

    - Ordinrio ou comum inexistncia de prazos rgidos

    - Ex: LO

    - Sumrio ou abreviado segue o mesmo procedimento do comum, mas

    existem prazos rgidos

    - Ex: urgncia constitucional (45+45+10)

    - Especial segue um rito diferente do ordinrio

    - Ex: elaborao de EC, MP, LDel, LOA, Dec Leg, Res e cdigos

    OBS: No confundir com

    Democracia - Direta/Clssica

    - Indireta/Representativa

    - Semidireta/Participativa (BR)

    Cla

    ssif

    ica

    es

    do

    Pro

    cess

    o le

    gisl

    ativ

    o

    Quanto

    participao

    popular

    Quanto aos ritos e prazos

    Quanto compreenso do conceito

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    II. O PROCESSO LEGISLATIVO ORDINRIO

    Meu caro Auditor-Fiscal do Trabalho, a primeira das espcies a ser estudada ser a Lei Ordinria (LO). Em direito, ordinrio significa comum. Assim, a LO a lei comum, aquela mais corriqueira.

    O procedimento de formao de uma Lei Ordinria possui trs estgios. O primeiro a fase de iniciativa, o segundo a fase constitutiva e o terceiro a fase complementar. Observe atentamente o esquema a seguir. Ele demonstra o que iremos estudar daqui em diante.

    - Parlamentar ou Extraparlamentar

    - Geral

    - Restrita

    - Concorrente

    1 Iniciativa - Conjunta

    - Popular

    - Vinculada / Obrigatria

    - Da maioria absoluta dos membros da Casa (p/ repetir)

    - Privativa / Reservada / Exclusiva

    - Deliberao Parlamentar - Discusso

    2 Constitutiva - Votao

    - Deliberao Executiva - Sano

    - Veto

    3 Complementar - Promulgao

    - Publicao

    Fases do

    Processo

    Legislativo

    Ordinrio

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    1. FASE DE INICIATIVA

    A fase de iniciativa inicia/deflagra/comea o processo de fabricao de uma lei, ou seja, um legitimado apresenta um projeto de lei (PL) ao Congresso Nacional para que este delibere sobre o assunto.

    O artigo 61 da Constituio estabelece que a iniciativa das leis complementares e ordinrias cabe a:

    x Qualquer membro ou Comisso da Cmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional,x Presidente da Repblica, x Supremo Tribunal Federal, x Tribunais Superiores, x Procurador-Geral da Repblica x Cidadosx Tribunal de Contas da Unio (art. 73 + 96, II)

    A depender de quem o inicia, o processo legislativo pode ter diferentes tipos de iniciativa. E ateno: as diferentes iniciativas NO so autoexcludentes.Vamos estud-las:

    1.1. Iniciativa Parlamentar e Extraparlamentar

    A iniciativa parlamentar aquela onde quem inicia o processo legislativo so os parlamentares (bem fcil, no acha?), ou seja, os deputados e senadores.

    J a iniciativa extraparlamentar aquela onde quem inicia o processo legislativo so agentes diferentes dos deputados e senadores. Por exemplo: Presidente da Repblica, STF, PGR, iniciativa popular etc.

    1.2. Iniciativa geral

    a regra geral de iniciativa de leis, segundo a qual o Presidente da Repblica, Deputados, Senadores, membros ou Comisso de qualquer das Casas Legislativas, bem como a iniciativa popular podem propor leis sobre diversasmatrias, salvo matrias de iniciativa privativa.

    Observe que, no Brasil, no existe a chamada iniciativa geral plena, ou seja, ningum pode propor lei sobre qualquer matria sem limitaes. Assim,

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    no existe uma figura que est legitimada a propor um projeto de lei sobre qualquer matria irrestritamente, devendo-se, sempre, observar as iniciativas privativas, estudadas mais a frente.

    1.3. Iniciativa restrita

    A iniciativa restrita ocorre quando o titular somente pode propor leis para matrias especficas. Cuidado para no confundir iniciativa restrita com iniciativa privativa, ok?

    Exemplo: os Tribunais do Poder Judicirio somente podem propor Projetos de Lei sobre as suas remuneraes, estatuto da magistratura e sobre as matrias do artigo 96, II. Outro exemplo a iniciativa do PGR, restrita s matrias dos artigos 127 2 e 128, 5.

    1.4. Iniciativa concorrente

    A iniciativa concorrente ocorre quando mais de uma pessoa pode propor lei sobre uma mesma matria. Por exemplo: existem quatro legitimados a propor uma Proposta de Emenda Constituio (PEC): 1/3 da Cmara dos Deputados, 1/3 do Senado Federal, Presidente da Repblica e mais da metade das assembleias legislativas estaduais, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.

    Outro exemplo a propositura de lei sobre normas gerais de organizao do MPU, que concorrente entre o Presidente da Repblica e o Procurador-Geral da Repblica.

    1.5. Iniciativa conjunta

    A iniciativa ser conjunta quando precisar de duas ou mais pessoas para iniciar o procedimento legislativo de uma lei. Assim, os legitimados (dois ou mais) devem iniciar juntos o processo legislativo.

    A iniciativa conjunta no existe mais no Brasil. O seu ltimo exemplo de ocorrncia no ordenamento ptrio foi a iniciativa de lei para fixar o subsdio dos Ministros do STF, que ERA conjunta entre os Presidentes da Repblica, da Cmara dos Deputados, do Senado Federal e do STF.

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    1.6. Iniciativa popular

    Por expressa disposio do art. 14, III, a iniciativa popular um instrumento de exerccio da SOBERANIA popular, ou seja, uma das formas atravs das quais o povo exerce o seu poder.

    A iniciativa popular de lei ocorre quando um projeto de lei iniciado diretamente pelo prprio povo, e no por intermdio de seus representantes, como a regra. Ela apenas inicia o procedimento legislativo, devendo, o projeto de lei, aps iniciado, seguir o trmite normal das demais proposies legislativas.

    Somente podem ser propostas, pela iniciativa popular, as Leis ORDINRIASe as COMPLEMENTARES. Assim, no cabe iniciativa popular em medida provisria, Decretos Legislativos etc. Alm disso, no cabe iniciativa popular em matrias de iniciativa reservada.

    Importante saber tambm que no cabe iniciativa popular em Proposta de Emenda Constituio FEDERAL (somente LO e LC). No entanto, curiosamente, pode haver iniciativa popular em PEC ESTADUAL.

    Outro ponto importante a ser ressaltado que somente o cidado pode propor uma lei por iniciativa popular. E guarde essa informao: cidado quem tem a capacidade eleitoral ativa, ou seja, a capacidade de votar.

    Um projeto de lei (PL) iniciado pela iniciativa popular deve ter sua tramitaoiniciada na Cmara dos Deputados, uma vez que essa Casa representa o povo. Como dito, a iniciativa popular apenas inicia o procedimento legislativo, devendo, o projeto de lei, seguir o trmite normal das demais proposies legislativas. Assim, o legislativo pode emendar e at mesmo rejeitar o PLiniciado pela iniciativa popular.

    ATENO: a iniciativa popular apenas INICIA a tramitao de um projeto de lei.

    Um PL de iniciativa popular pode versar somente sobre um nico assuntoe, apesar de passar pelos trmites normais, tem uma pequena ajuda da CF:ele no pode ser rejeitado por vcio de forma, devendo a Cmara dos Deputados corrigir eventuais erros formais. Ora, isso ocorre porque o povo no necessariamente tem os conhecimentos sobre a tcnica legislativa, sendo desarrazoada sua rejeio logo de pronto por vcio formal.

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    A Constituio prev diferentes requisitos da iniciativa popular para a Unio, estados e municpios. Vamos ver quais so eles:

    a)UNIO: Art. 61, 2 - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentao Cmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mnimo, um por cento do eleitorado nacional, distribudo pelo menos por cinco Estados, com no menos de trs dcimos por cento dos eleitores de cada um deles.

    b)ESTADOS e DF: Art. 27, 4 - A lei dispor sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

    c) MUNICPIOS: Art. 29, XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse especfico do Municpio, da cidade ou de bairros, atravs de manifestao de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;

    1.7. Iniciativa vinculada / obrigatria

    A iniciativa vinculada aquela obrigatria, onde o seu detentor obrigado a apresentar o projeto de lei nas datas estabelecidas. Exemplos deste tipo de iniciativa so o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) e a Lei de Oramento Anual (LOA), nas quais o Presidente da Repblica obrigado a iniciar seu procedimento legislativo nos prazos previstos pela Constituio.

    1.8. Iniciativa por proposta da maioria absoluta (MA) dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional

    Antes de adentrarmos no estudo desse tipo de iniciativa, devemos entender o conceito de sesso legislativa. O art. 57 da CF estabelece que O Congresso Nacional reunir-se-, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1 de agosto a 22 de dezembro. Assim, temos trs conceitos:

    Sesso Legislativa Ordinria (SLO): perodo onde o Congresso Nacional exerce ordinariamente seus trabalhos, que vai de 2 de fevereiro a 22 de dezembro

    1 perodo da SLO: perodo que vai de 2 de fevereiro a 17 de julho

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    2 perodo da SLO: perodo que vai de 1 de agosto a 22 de dezembro

    Uma vez entendidos esses conceitos, vamos agora iniciativa por proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional:Em regra, se um projeto de lei for rejeitado na fase de discusso e votao, sua matria no poder ser objeto de novo PL na mesma SLO (2 de fevereiro a 22 de dezembro).

    Excepcionalmente, caso haja a aprovao da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional, pode haver um novo PL, na mesma sesso legislativa, com a matria do PL rejeitado.

    Observe o art. 67 da CF: A matria constante de projeto de lei rejeitadosomente poder constituir objeto de novo projeto, na mesma sesso legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

    No caso dos Projetos de Lei de iniciativa de outros rgos, os detentores da iniciativa podem at reapresentar os PLs na mesma SLO, no entanto, para que os mesmos tramitem, deve haver a aprovao da maioria absoluta dos membros da Casa (art. 110 do Regimento Interno da Cmara dos Deputados).

    ATENO: a possibilidade de se repetir um PL rejeitado na mesma sesso legislativa NO EXISTE PARA PEC OU MP, por expressa determinao constitucional (arts. 60, 5 e 62, 10).

    1.9. Iniciativa privativa, reservada ou exclusiva

    Meus caros Auditores-Fiscais do Trabalho, ao estudarmos sobre a organizao do Estado brasileiro, nos artigos 21 e 22 da CF, aprendemos que existem competncias EXCLUSIVAS da Unio (que no podem ser delegadas) e PRIVATIVAS da Unio (que podem ser delegadas). Ateno: esses conceitos no valem para processo legislativo. Assim, em processo legislativo, competncia privativa, exclusiva e reservada so SINNIMOS, ok?

    A iniciativa privativa (ou reservada ou exclusiva) ocorre quando um PL pode ser proposto apenas por uma pessoa e sua iniciativa no pode ser delegadaa mais ningum. Alm disso, nem o poder Legislativo e nem o Judicirio podem obrigar ou fixar prazo para que o detentor da iniciativa reservada

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    exera sua prerrogativa. Isso feriria a separao dos poderes. Dessa forma,caso algum detentor de iniciativa exclusiva no encaminhe o PL ao Legislativo,ningum pode obrig-lo a fazer isso, salvo a prpria Constituio.

    Um exemplo para ficar mais claro: as leis sobre criao de cargos pblicos no poder executivo federal so de iniciativa privativa do Presidente da Repblica. Dessa forma, caso o PR no inicie a lei, ningum poder obrig-lo ou fixar prazo para que o Projeto de Lei seja enviado ao Legislativo.

    Ainda sobre esse tema, o poder judicirio pode declarar a mora(impontualidade no cumprimento de uma obrigao) do legitimado em enviar o projeto de lei ao Legislativo, mas no pode obrig-lo a fazer isso.

    Um ponto importante que nem mesmo as constituies estaduais podem fixar o prazo para que um detentor de iniciativa privativa a exera. Assim, deve-se obedecer rigorosamente o texto da Constituio Federal e, se esta no fixou o prazo, as Constituies estaduais no podem faz-lo. Naturalmente, uma Emenda Constituio FEDERAL pode fixar prazo ou criar obrigao a um legitimado em iniciar uma Lei.

    Outra observao bastante recorrente em provas que a Proposta de Emenda Constituio no possui iniciativa privativa. Dessa feita, qualquer um dos legitimados pode propor PEC sobre qualquer tema.

    As normas de iniciativa privativa so normas de reproduo obrigatria.Assim, se uma determinada matria reservada ao chefe do executivo federal, a mesma matria, no que for cabvel, tambm dever ser destinada ao chefe do executivo estadual e municipal. Por exemplo: so de iniciativa privativa do Presidente da Repblica as leis oramentrias federais. Assim, as leis oramentrias estaduais e municipais tambm so de iniciativa exclusiva dos chefes do executivo estadual e municipal, respectivamente.

    Emendas a projetos de lei de iniciativa privativa

    O Supremo entende ser possvel emendas parlamentares a projetos de lei de iniciativa privativa de outros poderes. Assim, uma vez que os Projetos de Lei de iniciativa exclusiva do Executivo e do Judicirio foram iniciados, o Legislativo pode emendar/alter-los porque a exclusividade se refere unicamente iniciativa da lei e no sua tramitao. No entanto, as referidas

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    emendas parlamentares devem ter pertinncia temtica com a proposio legislativa original e no podem aumentar despesa:

    x nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da Repblica, salvo oramento, onde pode haver aumento de despesa, desde que obedecidos os demais requisitos constitucionais;

    x nos projetos sobre organizao dos servios administrativos da Cmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministrio Pblico

    Sano e vcio de iniciativa

    Suponhamos que um parlamentar ou qualquer outra figura tenha iniciado uma lei de iniciativa privativa do Presidente da Repblica. Essa lei sofreria de inconstitucionalidade formal, ou seja, no obedeceria aos procedimentos estabelecidos pela Constituio Federal para sua devida formao, uma vez que foi iniciada por pessoa diferente do que a Constituio prev.

    Mas suponha tambm que ningum percebeu o vcio e o projeto de lei tramitou pelo Congresso Nacional e foi aprovado. Aps sua aprovao, o PL foi para sano ou veto do Presidente da Repblica (e at aqui ningum havia percebido o vcio).

    Chegando ao Presidente da Repblica para sano ou veto, o chefe do executivo gosta muito da lei e est plenamente de acordo com seu contedo, e ainda pensa consigo mesmo: nem mesmo eu teria feito um PL to bom.Assim, o Presidente da Repblica sanciona a lei.

    Pergunta: essa lei vlida? NO! Pois a sano no supre/convalida/conserta o vcio de iniciativa. Dessa forma, se a lei tinha um vcio desde seu nascimento, a sano do Presidente da Repblica no conserta esse vcio (mesmo que fosse o prprio Presidente quem devesse ter iniciado a lei). Da mesma forma, caso haja algum vcio de emenda parlamentar, a sano do Presidente da Repblica tambm no o convalidar.

    Exemplos de iniciativa privativa

    x Iniciativa privativa do STF

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    a) Estatuto da Magistratura, que deve ser feito por meio de Lei Complementar.

    b) Fixao do subsdio dos Ministros do STF (lei ordinria com sano presidencial).

    x Iniciativa privativa do STF, Tribunais Superiores e Tribunais de Justia Estaduais (art. 96, II)

    a) Matrias de seu interesse exclusivo;

    b) Criao e extino de cargos e remunerao;

    c) Lei sobre alterao de nmero de membros dos tribunais inferiores;

    d) Fixao dos subsdios de seus membros e juzes.

    x Iniciativa privativa da Cmara dos Deputados e Senado Federal a) Lei para a remunerao de seus cargos.

    b) OBS: via de regra, na administrao pblica, a criao de cargos e sua remunerao feita por uma LEI. No entanto, para a Cmara dos Deputados e Senado Federal a regra um pouco diferente: a criao de cargos feita por RESOLUOenquanto o aumento da remunerao feita por LEI. Assim, esses rgos podem criar seus cargos por resoluo, e detm a INICIATIVA privativa de lei para aumento da sua remunerao.

    x Iniciativa privativa do Presidente da Repblica (art. 61, 1 +art. 84, XXIII)

    So de iniciativa privativa do Presidente da Repblica as leis que fixem ou modifiquem os efetivos das Foras Armadas ou que disponham sobre:

    a) criao de cargos, funes ou empregos pblicos na administrao direta e autrquica ou aumento de sua remunerao;

    Observe que os poderes Judicirio e Legislativo no esto includos. Assim, caso se queira aumentar a remunerao ou criar cargos no

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    poder Judicirio, isso deve ser feito por meio de lei de iniciativa do Judicirio, ocorrendo o mesmo para o Legislativo (com a ressalva da criao de cargos na Cmara e no Senado, que podem se dar por meio de Resoluo).

    b) enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual (PPA), o projeto de lei de diretrizes oramentrias (LDO) e as propostas de oramento (LOA) previstos na Constituio (art. 84, XXIII);

    c) organizao administrativa e judiciria, matria tributria eoramentria, servios pblicos e pessoal da administrao dos Territrios;

    Obs. sobre a matria tributria: Somente a matria tributriaDOS TERRITRIOS de iniciativa exclusiva do Presidente da Repblica. Se a lei for sobre matria tributria da Unio, estados e municpios, a iniciativa ser concorrente entre o executivo, o legislativo e a iniciativa popular.

    d) servidores pblicos da Unio e Territrios, seu regime jurdico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;

    e) criao e extino de Ministrios e rgos da administrao pblica, observado o decreto autnomo;

    f) militares das Foras Armadas, seu regime jurdico, provimento de cargos, promoes, estabilidade, remunerao, reforma e transferncia para a reserva.

    g) Organizao da Defensoria Pblica da Unio e normas gerais para a Defensoria Pblica dos estados, DF e Territrios.

    h) Organizao do Ministrio Pblico da Unio e normas gerais para o Ministrio Pblico dos estados, DF e Territrios.

    Apesar de a Constituio Federal estabelecer no art. 61 que a iniciativa de lei sobre a organizao do Ministrio Pblico da Unio privativa do Presidente da Repblica, a doutrina entende que a iniciativa de lei de normas gerais para a organizao do MPU CONCORRENTE ENTRE O PRESIDENTE DA REPBLICA E O PGR.

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    J a iniciativa de lei sobre normas especficas para o MP da Unio, de iniciativa privativa do PGR.

    Para o MP estadual, funciona assim: iniciativa de lei sobre normas gerais de iniciativa privativa do Presidente da Repblica (art. 61) enquanto a iniciativa de leis sobre normas especficas concorrente entre o governador e o Procurador-Geral de Justia (PGJ o chefe do MP estadual).

    O Ministrio Pblico do DF (MPDFT) um brao do MPU e a competncia para sua organizao concorrente do Presidente da Repblica com o PGR (assim como todo o MPU).

    O Ministrio Pblico que atua junto aos Tribunais de Contas parte integrante desses Tribunais, assim, sua organizao fica a cargo das prprias Cortes de Contas.

    Por ser de extrema importncia, colocarei os trs artigos correspondentes da Constituio. Ateno para o seu texto!

    Art. 61, 1 - So de iniciativa privativa do Presidente da Repblica as leis que: II - disponham sobre: d) organizao do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica da Unio, bem como normas gerais para a organizao do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica dos Estados, do Distrito Federal e dos Territrios;

    Art. 127, 2 Ao Ministrio Pblico assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criao e extino de seus cargos e servios auxiliares, provendo-os por concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, a poltica remuneratria e os planos de carreira; a lei dispor sobre sua organizao e funcionamento.

    Art. 128, 5 - Leis complementares da Unio e dos Estados, cuja iniciativa facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecero a organizao, as atribuies e o estatuto de cada Ministrio Pblico, observadas, relativamente a seus membros: (...)

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    Colocarei agora as mesmas informaes, porm organizadas de uma forma diferente, ok?

    x MPU Normas gerais: organizado por Lei Complementar de iniciativa concorrente entre o Presidente da Repblica e o PGR (art. 61, 1, II, d + art. 128, 5).

    Normas especficas: Lei de criao e extino de cargos e servios auxiliares do Ministrio Pblico, a poltica remuneratria e os planos de carreira: iniciativa privativa do PGR (CF, art. 127, 2).

    x MPE Normas gerais: Lei federal de normas gerais para a organizao do MP dos Estados: iniciativa privativa do Presidente da Repblica (CF, art. 61, 1, II, d).

    Normas especficas: Lei Complementar estadual de organizao do MP do Estado: iniciativa concorrente entre o Governador e o PGJ (art. 61, 1, II, d + 128, 5).

    Lei sobre a organizao do MPDFT: concorrente entre o Presidente da Repblica e o PGR. (O MPDFT integra o MPU e organizado e mantido pela Unio).x MPjTC: Lei de organizao do MP especial que atua junto Corte de

    Contas: iniciativa privativa do Tribunal de Contas.

    Esquematizando:

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    1. FASE DE INICIATIVAx Deflagra / inicia o procedimento legislativo- Deputados / Senadores (dep/sen)

    - Cmara dos Deputados (CD)

    - Comisso da - Senado Federal (SF)

    - Congresso Nacional (CN)

    - Presidente da Repblica (PR)

    - STF

    - Tribunais Superiores (TS)

    - PGR

    - Cidados

    - TCU (73+96,II)x As diferentes iniciativas NO so autoexcludentes1.1) Iniciativa Parlamentar e Extraparlamentaro Parlamentar: Dep e Sen

    o Extraparlamentar: PR, TS, STF, PGR, iniciativa popular (...)

    1.2) Iniciativa Geral - Dep/Sen

    - Cmara dos Deputados (CD)

    - Comisso da - Senado Federal (SF)

    - Congresso Nacional (CN)

    - Presidente da Repblica (PR)

    - Iniciativa popular

    o Podem propor leis sobre qualquer coisa, salvo iniciativa privativa

    o OBS: no BR no existe iniciativa geral plena Ningum pode propor qualquer lei sobre

    qualquer assunto sem excees.

    1.3) Iniciativa Restritao No confundir com iniciativa privativa

    o O titular s pode propor lei para matrias especficas

    - Judicirio - STF, TS e STJ podem propor leis especficas (96, II)

    - $ dos Min STF - iniciativa do STF (48,XV)

    - Estatuto da Magistratura (93)

    - PGR: Criao, extino de cargos, plano de carreira e $ (127, 20 e 128, 50)

    - TCU (73, 75 e 96, II)

    Podem propor LO e LC(Art. 61)

    Ex. d

    e In

    icia

    tiva

    Res

    trit

    a

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    1.4) Iniciativa Concorrenteo Mais de uma pessoa pode propor lei sobre a mesma matria

    Ex: - PEC

    - Organizao do MPU PR + PGR

    1.5) Iniciativa Conjuntao Quando precisa de 2 ou + pessoas, JUNTAS, para iniciar lei.

    o No existe mais no BR ltimo exemplo no BR: $ dos MinSTF ERA conjunta entre PR + PCD + PSF + PSTF

    1.6) Iniciativa Popularo instrumento da soberania popular

    o Somente para o CIDADO

    o Forma direta o povo prope a lei sem o intermdio dos representantes

    o Apenas inicia o procedimento legislativo No resto, segue o mesmo procedimento das LOo O Parlamento pode rejeitar ou emendar o PL proposto por iniciativa popular

    o Apresenta CD

    o PL deve ter somente 1 assunto

    o No pode ser rejeitado por vcio de forma, devendo a CD corrigi-lo

    o Somente cabe iniciativa popular em LO e LC (o resto no)

    o No cabe iniciativa popular em -PEC (federal)

    -Matria reservada

    Unio: Mn 1% do - Mn 5 Estadoseleitorado nacional - Mn 0,3% eleitores de cada Estado

    Mun 5% do ELEITORADO do Mun

    Est e DF lei dispor

    Requisitos da Iniciativa popular(61, 20 + 27, 40

    + 29, XIII)

    - Sufrgio Universal- Voto direto, secreto e igualitrio- Plebiscito- Referendo- Iniciativa Popular de lei

    OBS: cabe iniciativa popular em PEC estadual, mas no cabe em PEC federal

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    1.7) Iniciativa por proposta da Maioria Asoluta (MA) dos membros de qualquer das

    Casas do CNo Se o PL for rejeitado na fase de discusso e votao: Regra: no pode novo projeto sobre o mesmo tema na mesma sesso legislativa

    ordinria SLO (2/fev a 22/dez) Exceo: pode novo projeto sobre o mesmo tema na mesma SLO pela aprovaoda MA dos membros de qualquer das Casasx PL de iniciativa de outros rgos: pode reapresentar (ex: PR, Trib, MP, etc)x Mas a tramitao do novo PL tambm depende da aprovao da MA de

    qualquer das Casas do CNx Art. 110 RICD MP e PEC no pode repetir de jeito nenhum

    1.8) Iniciativa Vinculadao Obrigatria

    o Ex: leis oramentrias: PPA, LDO e LOA O PR obrigado a apresentar os projetos de leis oramentrias 1.9) Iniciativa Privativa / Reservada /Exclusiva

    o No confundir com COMPETNCIA privativa/exclusiva da Unio (arts. 21 e 22) No Processo Legislativo, iniciativa privativa = reservada = exclusiva Nas competncias: privativa GHH[FOXVLYDo Ocorre quando o PL pode ser proposto somente por uma pessoa

    o No pode ser delegada

    o Legislativo e Judicirio no podem fixar prazo (obrigar) para que o titular exera a

    iniciativa reservada Separao dos poderes Ningum pode obrigar o dono da iniciativa privativa a iniciar a lei Salvo a CF O Judicirio pode declarar a mora (mandado de injuno ou ADO) Nem a Constituio Estadual (CE) pode fixar o prazo (se a CF no o fixar

    tambm)x OBS: EC (da CF) pode alterar ou criar prazo

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    - Pertinncia temtica

    - No pode despesa - Iniciativa exclusiva do PR salvo oramento

    nos Projetos de - Organizao da - CD

    - SF

    - Tribunais Federais

    - MP

    o OBS: a sano NO convalida (supre) - Vcio formal de iniciativa

    - Vcio de emenda parlamentar

    o PEC no possui iniciativa privativa somente PL

    o So normas de reproduo obrigatria

    o Ex: Iniciativa Privativa do STF - Estatuto da Magistratura (LC)

    - Fixao da $ dos Min STF (lei com sano do PR)

    o Ex: Iniciativa Privativa do STF, TS, TJEst (96,II) matrias de seu interesse exclusivo Ex - Criao e extino de cargos e remunerao- Fixao dos subsdios de seus membros e juzes

    - Iniciativa de lei sobre alterao de n0 de membros dos tribunais inferiores

    o Ex: Iniciativa Privativa da CD e SF: leis para $ de seus cargos

    o Organizao, criao de cargos, funes etc RESOLUOx OBS: para - Aumento de $ - INICIATIVA de LEI- Criao de cargos Resoluo

    Pode haver emendasem PL de iniciativaprivativa de outrosPoderes (art. 63)

    Pode aumentar despesa, desde que

    cumpridos os demais requisitos

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    - Criao de cargos pblicos e $ da administrao - Diretax No inclui Legislativo e Judicirio - Autrquica- PPA/LDO/LOA

    - Administrativa

    - Judiciria

    - Organizao - Oramentria dos TERRITRIOS

    - Tributria

    - Servios pblicos

    - Pessoal x PL sobre matria TRIBUTRIA: Se for da U, E e Mun ser concorrente entre Executivo + Legislativo + povo

    o PL sobre matria TRIBUTRIA NO de

    iniciativa privativa do PR

    - Servidores Pblicos da U e Territ e seu Regime Jurdicox Criao de cargos e $ no Judicirio e Legislativo NO do PR

    - Criao e extino de ministrios e rgos x Observado o Decreto Autnomo- Militares das Foras Armadas

    - Organizao da DPU + normas Gerais para DP E, DF e Territ

    - Organizao do MPU + normas Gerais para MP E, DF e Territ

    Organizao do MP

    MP Normas Gerais Normas Especficas

    UnioPR + PGR(61, 1, II, d + 128 5)

    PGR (127, 2)

    DFTPR + PGR(61, 1, II, d + 128 5)

    PGR (127, 2)

    Estados PR (61, 1, II, d)Gov + PGJ(61, 1, II, d + 128 5 + ADI 852)

    MPjTC TC TC

    Ex:

    In

    icia

    tiva

    Pri

    vati

    va d

    o P

    R(a

    rt. 6

    1 1

    0 + 1

    65)

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    2. FASE CONSTITUTIVA

    Aps a fase de iniciativa, ou seja, aps iniciado um Projeto de Lei, entramos na segunda fase do processo legislativo ordinrio: a fase constitutiva, ondeocorre a deliberao do poder legislativo (deliberao parlamentar), que a discusso e votao do PL no Congresso Nacional, e a deliberao do poder executivo (deliberao executiva), que a sano ou veto do Presidente da Repblica.

    - Deliberao Parlamentar - Discusso

    2 Fase Constitutiva - Votao

    - Deliberao Executiva - Sano

    - Veto

    2.1. DELIBERAO PARLAMENTAR DISCUSSO E VOTAO

    Na fase de deliberao parlamentar ocorre a apreciao do projeto de lei pelas duas Casas do Congresso Nacional: a Casa Iniciadora, ou seja, a Casa onde o PL se inicia e a Casa Revisora, ou seja, a segunda Casa por onde o PL tramita.

    O Senado Federal ser a Casa Iniciadora em apenas trs casos:

    a) PL de iniciativa de senador;

    b) PL de iniciativa das Comisses do Senado Federal;

    c) PL proposto por Comisso Mista alternadamente entre Cmara dos Deputados e Senado Federal.

    Em todos os demais casos a Cmara dos Deputados a Casa Iniciadora:

    d) PL de iniciativa do Presidente da Repblica, STF e Tribunais Superiores;

    e) PL de iniciativa de deputados e comisses da Cmara dos Deputados;

    f) PL de iniciativa do PGR;

    g) PL de iniciativa popular;

    h) PL de iniciativa de Comisso mista alternadamente entre Cmara dos Deputados e Senado Federal.

    Esquematizando:

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    2. Fase Constitutiva

    o Deliberao do - Legislativo (Deliberao Parlamentar) discusso e votao no CN

    - Executivo (Deliberao Executiva) sano ou veto

    2.1) Deliberao Parlamentar Discusso e votao

    o Apreciao das duas Casas - Iniciadora

    - Revisora

    o O Senado Federal casa - PL de iniciativa de senador

    iniciadora em 3 casos - PL de iniciativa das Comisses do SF

    - PL proposto por Comisso Mista

    o Em todos os demais casos a Cmara - Presidente da Repblica

    dos Deputados a Casa Iniciadora - STF

    - Tribunais Superiores

    - Deputados

    - Comisses da Cmara dos Deputados

    - PGR

    - Iniciativa popular

    - Comisso mista

    Alternadamente entre CD e SF

    Alternadamente entre CD e SF

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    2.1.1. Da Casa Iniciadora

    Meus queridos Auditores-Fiscais do Trabalho, para facilitar o seu estudo, colocarei sempre um desenho do procedimento que ser estudado. medida que voc for lendo, volte ao desenho do procedimento e visualize exatamente onde voc est. Isso facilitar bastante o seu estudo alm de fornecer uma viso melhor do todo. Vamos primeira parte:

    CASA INICIADORA

    Votao nas Comisses

    Tramitao nas comisses

    Iniciado o processo legislativo, o PL tramita nas comisses da Casa Iniciadora (ele tramitar nas comisses da Casa Revisora tambm, em um momento posterior).

    Essas comisses, que podem fazer emendas ao PL, podem ser temticas (ex. Comisso de Educao, Comisso de Assuntos Sociais, etc.) ou Comisses de Constituio e Justia (CCJ). A CCJ, realiza um exame formal do PL e emite um parecer de observncia obrigatria (terminativo). J as comisses temticas realizam um exame material do PL e emitem um parecer no obrigatrio (opinativo).

    O nmero de comisses temticas e por quais comisses o PL passar no estudado na parte constitucional do processo legislativo e sim no Regimento Interno de cada Casa legislativa. Assim, no se preocupe com isso, combinado?

    Plenrio

    (Discusso

    e Votao)

    Iniciativa Comisso 1

    emite

    parecer

    Comisso 2

    emite

    parecer

    Comisso X

    emite

    parecer

    Aprova vai para

    a Casa Revisora

    Rejeita arquiva+

    Irrepetibilidade

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    Emendas ao Projeto de Lei

    As emendas (alteraes ao PL) podem ser feitas tanto nas Comisses quanto no Plenrio e tambm podem ser feitas nos projetos de lei de iniciativa privativa. Lembre-se que a iniciativa privativa somente para dar incio ao andamento do PL, que pode ser alterado pelo Poder Legislativo.

    Alm disso, as emendas podem ser propostas tanto pelos congressistas (deputados e senadores) quanto pelas Comisses Parlamentares.

    Existe um dispositivo na Constituio que merece maior explicao:

    Art. 166, 5 - O Presidente da Repblica poder enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificao nos projetos a que se refere este artigo (leis oramentrias PPA, LDO e LOA) enquanto no iniciada a votao, na Comisso mista, da parte cuja alterao proposta.

    Observe que quem elabora os projetos do PPA, da LDO e da LOA o prprio Presidente da Repblica, alis, essas leis so de iniciativa exclusiva dele. Depois de elaborados os projetos, o Presidente os encaminha ao Congresso Nacional, dando incio fase constitutiva do processo legislativo.

    Ocorre que, por fora do art. 166, 5, APS enviado o projeto de lei para o Congresso Nacional, o Presidente da Repblica pode propor emendas,desde que no tenha sido iniciada a votao da parte a ser alterada na primeira comisso onde esse projeto de lei tramita (a Comisso Mista Parlamentar de Oramento e Finanas - CMPOF).

    Por fim, a Constituio prev que no ser admitido aumento da despesa prevista:

    I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da Repblica, ressalvadas as leis oramentrias, onde poder haver esse aumento, cumpridos os demais requisitos constitucionais.

    II - nos projetos sobre organizao dos servios administrativos da Cmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministrio Pblico

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    Do Plenrio

    Aps a discusso e votao dentro da ltima comisso (lembrando que o PL pode passar por vrias delas), o Projeto de Lei enviado a Plenrio para discusso e votao. O referido Plenrio pode:

    1. Aprovar o PL, com ou sem emendas, caso em que o mesmo vai para a Casa Revisora;

    2. Rejeitar o PL, caso em que o mesmo ser arquivado e sua matria no pode ser objeto de novo PL na mesma sesso legislativa, salvo requerimento da maioria absoluta de qualquer das Casas (irrepetibilidade).

    Da delegao interna corporis: votao do PL no mbito das comisses

    Como dito acima, em regra, aps tramitarem pelas comisses, os Projetos de Lei (PLs) devem ser votados no Plenrio de cada Casa. No entanto, a Constituio permite que o Regimento Interno de cada Casa delegue algumas atribuies do Plenrio para se discutir e votar definitivamente os PLs no mbito das comisses. Assim, um Projeto de Lei pode ser aprovado na Cmara dos Deputados e no Senado Federal sem jamais ter passado pelo Plenrio de nenhuma dessas Casas (caso tenha havido a delegao de ambos os regimentos internos). Essa delegao se chama delegao interna corporis(art. 58, 2, I).

    No entanto, a CF tambm regra que, caso haja recurso de 1/10 dos membros da Casa, o PL (que seria votado somente nas comisses) deve ser levado a Plenrio. Essa disposio tambm protege o direito das minorias parlamentares.

    Volte agora e revise o desenho do procedimento estudado at aqui.

    Esquematizando:

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    o Procedimento

    I- Casa Iniciadora

    a) Iniciado o Processo Legislativo: PL tramita nas comisses

    Comisses - de Constituio e Justia (CCJ) - Exame formal

    - Parecer Terminativo (obrigatrio)

    Em ambas - Temticas emitem - Parecer - no obrigatrio (opinativo)

    as Casas - Exame material

    (Podem emendar)

    b) Emendas: Pode haver emendas - Nas comisses- No Plenrio

    - Nos PL de iniciativa privativa

    Podem ser propostas pelos - Congressistas - Comisses Parlamentares

    x Quem tem iniciativa privativa PODE apresentar emendas APS proposto o PL e enquanto no iniciada a votao na primeira Comisso (divergncia

    doutrinria sobre outros, que no o PR)

    Ex: PR nas leis Oramentrias, enquanto no iniciada a votao na CMPOF

    da parte cuja alterao proposta. (art. 166, 50)

    Emendas a PL no podem - Iniciativa exclusiva do PR, salvo oramentoaumentar despesa nos PL de - Organizao da - CD

    - SF

    - Tribunais Federais

    - MP

    Pode aumentar despesa, desde que

    cumpridos os demais requisitos

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    c) Aps discusso e votao dentro das Comisses, o PL enviado ao Plenrio para

    discusso e votao OBS: Votao do PL no mbito das comissesx As comisses podem aprovar (VOTAR) o PL sem passar pelo Plenrioo (art. 58, 20, I)

    o Para agilizar a atividade legislativa

    o Por delegao interna corporis

    o Em casos especficos previstos nos Regimentos Internos

    o Isso pode ocorrer nas duas Casas, ou seja: um PL pode ser aprovado

    (virar lei) sem jamais ter passado pelo PLENRIO da CD ou do SF

    o Cabe recurso de 1/10 dos membros da Casa caso em que vai a

    Plenrio

    d) Aprovado pela Casa Iniciadora (com ou sem emendas) Segue para a Casa Revisora

    e) Rejeitado pela - Arquiva

    Casa Iniciadora +

    - Irrepetibilidade (art. 67): a matria do PL rejeitado no pode mais

    ser objeto de PL na mesma Sesso Legislativa, salvo MA de

    qualquer das Casas

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    2.1.2. Da Casa Revisora

    Colocarei agora a segunda parte do desenho do processo legislativo ordinrio. Lembre-se de sempre voltar at ele medida que for lendo a explicao:

    CASA INICIADORA

    Votao nas Comisses

    CASA REVISORA

    Votao nas Comisses

    Uma vez aprovado pela Casa Iniciadora, o Projeto de Lei vai para a Casa Revisora. Tudo o que foi estudado at aqui para a Casa Iniciadora, tambm vale para a Casa Revisora. Ex: o PL tambm passa pelas comisses (CCJ e temticas), pode haver emendas, delegao interna corporis, etc. Assim, aps o trmite nas comisses, o PL vai ao Plenrio da Casa Revisora, que pode:

    1. Aprovar o PL sem emendas de mrito, caso em que ele segue para autgrafo, que a reproduo do contedo final que o PL ter. De l, o PL segue para a Deliberao executiva (sano ou veto do Presidente da Repblica).

    Iniciativa

    Aprova vai para

    a Casa Revisora

    Comisso 1, 2, 3,

    4, X

    Emitem Parecer

    Aprova vai para autgrafo

    + Sano ou veto do PR

    Emenda volta para a Casa

    Iniciadora para apreciao

    das emendas.

    Rejeita arquiva+

    Irrepetibilidade

    Rejeita arquiva+

    Irrepetibilidade

    Comisso

    1 emite

    parecer

    Comisso

    2 emite

    parecer

    Comisso X

    emite

    parecer

    Plenrio

    (Discusso

    e Votao)

    Plenrio

    (Discusso

    e Votao)

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    2. Rejeitar o PL, caso em que o mesmo ser arquivado e ocorrer a irrepetibilidade, ou seja, a matria do PL rejeitado no pode mais ser objeto de projeto de lei na mesma sesso Legislativa, salvo proposta da maioria absoluta de qualquer das Casas (art. 67).

    3. Emendar o PL, caso em que ele volta para a Casa Iniciadora para apreciao das emendas da Casa Revisora. Observe que, nesse estgio, a Casa Iniciadora somente pode apreciar a parte emendada pela Casa Revisora, sendo vedada a subemenda (emenda da emenda).

    Ao apreciar as emendas da Casa Revisora, a Casa Iniciadora pode aprov-las ou rejeit-las. Caso aprove, o PL segue para autgrafo, seguido da sano ou veto do Presidente da Repblica. Caso rejeite, oPL segue para a sano ou veto do Presidente do mesmo jeito, e sem as emendas! Portanto, a vontade da Casa iniciadora prevalecesobre a da Revisora.

    Importantssimo ressaltar que, apesar de haver predominncia da Casa Iniciadora sobre a Casa Revisora, no h hierarquia entre elas.

    Assim, como a Cmara dos Deputados , geralmente, a Casa Iniciadora, ela tem papel preponderante sobre o Senado Federal na elaborao das leis (lembre-se de que no h hierarquia entre as Casas!).

    Volte agora e revise o desenho do procedimento estudado at aqui.

    Esquematizando:

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    II- Casa Revisora

    a) Aprovar - Sem emendas de mrito Segue para sano do PR

    - Com emendas de mrito o mesmo que emendar

    b) Rejeitar arquiva + irrepetibilidade (a matria do PL rejeitado no pode mais ser objeto

    de PL na mesma sesso Legislativa, salvo MA de qualquer das Casas

    c) Emendar - PL volta para a Casa Iniciadora, que somente apreciar o que foi

    modificado

    - Vedado subemenda (emenda da emenda)

    - A Casa Aprovar as emendas segue para a sano do PR

    Iniciadora pode Rejeitar as emendas segue para a sano do PR do

    mesmo jeito (e sem as emendas)

    Como a CD geralmente a Casa Iniciadora, ela tem papel preponderante na elaborao normativax Lembrando: a CD no hierarquicamente superior ao SF

    OBS:o Na Casa Revisora, o PL tambm passa pelas comisses Aps as Comisses, vai a Plenrio (igual na Casa Iniciadora) A Casa Revisora tambm pode aprovar um PL somente no mbito das Comisses

    (delegao interna corporis) igual na Casa iniciadora.

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    A vontade da Casa Iniciadora prevalece

    (E SEM AS EMENDAS)

    NO H HIERARQUIA ENTRE CASA INICIADORA e

    REVISORA, mas h PREDOMINNCIA da CASA

    INICIADORA sobre a REVISORA

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    2.2. DELIBERAO EXECUTIVA SANO OU VETO

    Aps aprovado na fase de discusso e votao no Congresso Nacional, o projeto de lei encaminhado ao Presidente da Repblica, que tem 15 dias teis para realizar a sano ou o veto.

    Da sano

    A sano completa a fase constitutiva e a aprovao da lei. Significa que o Presidente da Repblica est de acordo com seu contedo e faz com que oprojeto de lei se transforme em LEI.

    A sano pode ser expressa ou tcita. A sano expressa ocorre quando o Presidente da Repblica assina o papel, ou seja, ele assina um ato se manifestando em favor daquela lei. Repare que a sano expressa requer uma ao presidencial.

    Mas o que ocorre se o Presidente deixar passar os 15 dias teis e no sancionar e nem vetar o PL? Ocorre a sano tcita. Da vem aquele ditado quem cala, consente. Dessa forma, caso o Presidente da Repblica permanea em silncio, deixando escoar o prazo de sano ou veto, ele est, tacitamente (implicitamente), aprovando a lei.

    Aps a sano, a LEI (lembre-se que a sano transforma o PL em lei) ser promulgada e publicada. O prazo para promulgao de 48 horas e no existe prazo constitucional definido para a sua publicao.

    Apenas as leis ordinrias, as leis complementares e as MPs modificadas pelo Congresso Nacional (leis de converso) se submetem sano. Assim, no se submetem sano as Emendas Constitucionais, Leis Delegadas, Decretos Legislativos, Resolues, e Medidas Provisrias no modificadas.

    Vale observar que, ainda que o Presidente da Repblica sancione uma lei, ele pode propor uma Ao Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra ela, ou seja, no pelo fato de o Presidente haver sancionado uma lei, que ele perder o direito de contest-la perante o judicirio.

    Alm disso, a sano no supre o vcio de iniciativa ou de emenda parlamentar. Portanto, caso o Projeto de Lei contenha algum vcio de

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    iniciativa ou vcio de emenda, a sano presidencial no far com que ele se torne vlido.

    Somente para lembrar uma informao importantssima e muito cobrada em provas: No h sano ou veto presidencial na emenda Constituio, em decretos legislativos, em resolues, nas leis delegadas e na lei resultante da converso, sem alteraes, de medida provisria.

    Esquematizando:

    2.2) Deliberao Executiva Sano ou Veto

    o Aps a fase de discusso e votao, - Sano - Expressa

    o PL vai para o PR para - Tcita

    - Veto

    o Sano - Aprovao da lei.

    - Completa a fase constitutiva

    - Se o PR deixar passar o prazo sem se manifestar = sano tcita

    15 d teis - Aps a sano, a LEI vai para a fase de promulgao e publicao.

    A sano faz o PL virar LEI 48h No tem prazo definido

    - Mesmo que o PR tenha sancionado, ele pode entrar com Adin contra a Lei

    - A sano no supre o vcio de iniciativa ou de emenda parlamentar

    - No h sano em - Emenda Constitucional

    - Lei Delegada

    - Decreto Legislativo

    - Resolues,

    - MP no modificada

    Se for PL de converso (MP modificada)

    precisa de sano

    o No h sano ou veto do PR em - EC

    - DecLeg

    - Res

    - LDel

    - MP aprovada pelo CN sem alteraes

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    Do veto

    O veto a rejeio do PL pelo Presidente da Repblica e possui prazo comum de 15 dias teis ( o mesmo prazo, onde o Presidente decide se sanciona ou veta uma lei).

    Imagine que o Presidente da Repblica apresente um projeto de lei ao Congresso Nacional e este o aprove integralmente, sem nenhuma modificao. O Presidente, ainda assim, pode vetar esse projeto de lei. O Presidente da Repblica pode vetar um texto que ele mesmo apresentou.

    Vamos s caractersticas do veto:

    x Expresso: o veto s ocorre se houver manifestao expressa do Presidente, ou seja, uma ao do chefe do executivo de rejeitar o PL no todo ou em parte. Dessa forma, caso o chefe do executivo deixe escoar oprazo de 15 dias teis, haver a sano tcita (no existe veto tcito).

    x Irretratvel: uma vez vetado, o Presidente no pode desistir do veto.x Supressivo: o Presidente da Repblica somente pode retirar texto do PL

    e nunca alter-lo ou acrescentar nada a ele.

    A depender das informaes vetadas, o veto pode ser classificado comototal ou parcial. Ele ser total quando ocorrer na ntegra, ou seja, quando o presidente vetar TODO o projeto de lei. Por outro lado, ser parcial quando o Presidente vetar apenas PARTE do projeto de lei.

    Uma observao importantssima que o Presidente da Repblica, ao realizar o veto parcial, somente pode vetar o texto integral de artigo, pargrafo, inciso ou alnea e no pode deixar a lei ilgica ou modificar o seu sentido. Dessa feita, o Presidente da Repblica no poder vetar palavras isoladas no texto da lei.

    x Motivado: Outra caracterstica do veto que ele deve ser SEMPRE MOTIVADO. Assim, o Presidente da Repblica deve sempre dizer por qual motivo vetou um PL, sendo que, a ausncia de motivao implica na inexistncia do veto. Isso ocorre porque o veto um ato composto e somente se aperfeioa com a comunicao dos motivos ao Presidente do Senado Federal em 48 horas, caso contrrio, tem-se pela inexistncia do veto.

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    x Jurdico ou poltico: Quanto motivao, o veto pode ainda ser jurdico ou poltico. Ele ser jurdico quando o Presidente vetar um PL alegando a inconstitucionalidade do mesmo. Nesse caso, o chefe do executivo estar exercendo o controle preventivo de constitucionalidade. O veto ser ainda poltico quando o Presidente alegar, ao motiv-lo, que o PL contrrio ao interesse pblico.

    x Ato poltico: atos polticos so aqueles expedidos pelos agentes polticos no exerccio de sua funo estatal, com larga margem de independncia e liberdade. No so atos administrativos (ADPF 1/RJ-QO).

    O veto um ato poltico, no cabendo, via de regra, controle judicial de suas razes. cabvel, no entanto, o controle judicial da tempestividade ou quando houver abuso por parte do chefe do executivo.

    x Supervel ou relativo: o Congresso Nacional pode derrubar/superar o veto presidencial.

    Da derrubada do veto pelo Congresso Nacional

    Como visto, ao vetar um Projeto de Lei, o Presidente da Repblica deve comunicar ao Presidente do Senado Federal (PSF) os motivos do veto no prazo de 48 horas. Aps isso, a parte vetada ser apreciada em sesso conjunta do Congresso Nacional no prazo de 30 dias.

    Caso o Congresso Nacional permanea inerte e no delibere sobre o veto presidencial no prazo de 30 dias, haver o trancamento da pauta da sesso conjunta do Congresso Nacional. Observe que no haver o trancamento da pauta da Cmara dos Deputados ou do Senado Federal, mas sim da sessoconjunta do CN. Por maioria absoluta e voto secreto, o veto pode ser afastado, produzindo os mesmos efeitos da sano.

    Trancar a pauta significa que o Congresso Nacional (na sesso conjunta) no poder deliberar sobre nenhum outro assunto enquanto no deliberar sobre o motivo do trancamento, no caso, a apreciao do veto presidencial.

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    Caso o Congresso Nacional decida pela manuteno do veto, o PL ser arquivado e sua matria no poder ser objeto de novo PL na mesma sesso legislativa, salvo requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas (irrepetibilidade).

    Observe que, assim como o veto do Presidente da Repblica pode ser total ou parcial, a derrubada do veto tambm pode ser total ou parcial. Dessa forma, o Congresso Nacional pode derrubar apenas parte do veto do Presidente (Rp 1385 / SP). Por exemplo, se o Presidente da Repblica veta os artigos 1, 2 e 3 de um projeto de lei, o Congresso Nacional pode derrubar apenas o veto do artigo 1 e deixar vetados os artigos 2 e 3.

    Uma vez derrubado o veto, a lei segue para que o Presidente da Repblica a promulgue. Observe que o Presidente deve promulgar a lei, mesmo a tendo vetado anteriormente. Se o Presidente da Repblica no a promulgar no prazo de 48 horas, o Presidente do Senado Federal (PSF) o faz em igual prazo. Caso o Presidente do Senado Federal tambm no a promulgue, o Vice-Presidente do Senado Federal (VPSF) deve faz-lo. Nesse ltimo caso, oVPSF OBRIGADO a promulgar a lei, sendo que a Constituio no prev um prazo especfico para tal.

    Esquematizando:

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    - Rejeio do PL pelo Presidente da Repblica

    - Prazo para vetar: 15 d teis (o mesmo prazo da sano)

    - PR pode vetar texto que ele mesmo apresentou

    - Expresso: Silncio: sano tcita (NO EXISTE VETO TCITO)

    - Irretratvel: No pode desistir do veto

    - Supressivo - S pode retirar texto. Nunca acrescentar

    - Veto - Total Na ntegra

    - Parcial - S pode vetar texto integral de artigo, pargrafo,

    inciso ou alnea

    - No pode deixar ilgico ou modificar o sentido da lei

    - Motivado Prazo para comunicar o PSF com os motivos do veto: 48h

    Sempre Comunicao dos motivos aperfeioa o veto (ato composto)

    Se no motivar: inexistncia do veto

    - Veto - Jurdico: Inconstitucionalidade (controle preventivo de constitucionalidade)

    - Poltico: Contrrio ao interesse pblico

    - Ato poltico - No cabe controle judicial das RAZES do veto

    - Excepcionalmente cabe (abuso)

    - ADPF 1/RJ-QO

    - Supervel ou relativo: o Congresso Nacional pode derrubar o veto do Presidente

    Veto

    - Presidente da Repblica comunica ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto (48h)

    - A parte vetada apreciada em sesso conjunta do CN

    - Prazo: 30d

    - Se o CN ficar inerte: tranca a pauta da SESSO CONJUNTA DO CNx No tranca a pauta da CD ou SF:x S tranca a pauta da sesso conjunta do CN- Por MA E VOTO SECRETO, o veto afastado, produzindo os mesmos efeitos da sanox CN derrubar o veto x Derrubada do veto: produz os mesmos efeitos da sano presidencial- Mantido o veto: arquiva + irrepetibilidade

    - CN pode derrubar apenas parte do veto do Presidente da Repblica (Rp 1385 / SP)

    - Derrubado o veto: segue para o PR promulgar (48h)x O PR deve promulgar a Lei mesmo sem concordar com elao Se o PR no promulgar - PSF o faz

    - Prazo: 48hx Se o PSF no promulgar - VPSF o faz- No tem prazo constitucional definido

    - OBRIGATRIO

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    3. FASE COMPLEMENTAR

    A fase complementar compreende as fases de promulgao e publicao da lei.

    3.1. PROMULGAO

    A promulgao a declarao de existncia da lei e sua insero no ordenamento jurdico. Observe que se promulga a LEI e no um projeto de lei, uma vez que o PL transformado em lei na sano do Presidente ou na derrubada do veto pelo Congresso Nacional (fases anteriores promulgao).

    Se o Presidente da Repblica no promulgar a lei no prazo de 48 horas, o Presidente do Senado Federal (PSF) o faz em igual prazo. Caso o Presidente do Senado Federal tambm no a promulgue, o Vice-Presidente do Senado Federal (VPSF) deve faz-lo. Nesse ltimo caso, Vice-Presidente do Senado Federal OBRIGADO a promulgar a lei e a Constituio no prev um prazo especfico.

    Existem algumas promulgaes originrias do poder legislativo, como as Emendas Constitucionais, que so promulgadas pelas Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, os Decretos Legislativos, que so promulgados pelo Presidente do Senado Federal (que o Presidente do Congresso Nacional) e as Resolues, que so promulgadas pelos Presidentesdas Casas que as editarem.

    3.2. PUBLICAO

    A publicao um pressuposto de eficcia da lei. Assim, a lei s pode ser exigida depois de publicada, ou seja, depois que todos tomarem conhecimento de sua existncia.

    Em regra, a clusula de vigncia da lei vem prevista em seu ltimo artigo(clique no link e olhe art. 125 da Lei 8.666). Dessa forma, a prpria lei diz quando ela entrar em vigor. No entanto, se ela no falar nada quanto ao seu prazo de vigncia, entrar em vigor no territrio nacional no prazo de 45 dias aps sua publicao e em territrio estrangeiro aps 3 meses de sua publicao.

    A Constituio Federal no estipula expressamente o prazo para a publicao das leis.

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    Esquematizando:

    3. Fase Complementar - Promulgao

    - Publicao

    3.1) Promulgao

    o Declarao de existncia da lei e sua insero no ordenamento jurdico

    o Promulga LEI e NO Projeto de Lei J Lei O PL vira lei com a - Sano- Derrubada do veto

    o Prazo: 48h

    o Promulgada pelo Presidente da Repblica Caso haja rejeio do veto e o PR no promulgue - PSF o faz- Prazo: 48h Se o PSF no promulgar - VPSF o faz

    - No tem prazo constitucional definido

    - OBRIGATRIO

    o Promulgao originria - Emenda Constitucional promulgada pela mesa CD + mesa SF

    do LEGISLATIVO - Decreto Legislativo promulgado pelo PSF (PCN)

    - Resoluo promulgada pelo Presidente da Casa que a editar

    3.2) Publicao

    o No h prazo definido para a publicao

    o Pressuposto de eficcia da lei

    o A lei pode ser exigida (s tem eficcia) depois de publicada

    o Marca o momento em que a legislao passa a ser exigida

    o Regra: clusula de vigncia no ltimo artigo da lei Se no falar nada - Territrio nacional: 45 dias da publicao- Estrangeiro: 3meses da publicao

    Observe agora o procedimento legislativo completo das leis ordinrias e complementares:

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    4. PROCESSO LEGISLATIVO SUMRIO OU REGIME DE URGNCIA CONSTITUCIONAL

    O Processo legislativo Sumrio ou Regime de Urgncia constitucional segue o mesmo trmite do processo ordinrio, passando pelas comisses, plenrio, Casa Iniciadoa e Revisora, enfim, possui todas as caractersticas do processo legislativo estudadas at aqui. No entanto, o regime de urgncia constitucionalpossui prazos.

    O PL em regime de urgncia tem que ser aprovado pela Casa Iniciadora no prazo de 45 dias. Saindo da Casa Iniciadora e indo para a Casa Revisora, esta tambm possui 45 dias para aprov-lo. Em caso de emenda da Casa Revisora, o PL voltar para a Casa Iniciadora, que ter agora 10 dias para deliberar sobre as emendas.

    Caso os prazos acima citados no sejam cumpridos, haver o trancamento / sobrestamento da pauta da Casa descumpridora de sua obrigao,salvo para as deliberaes legislativas com prazo constitucional certo,como as Medidas Provisrias, que possuem prazo de deliberao de 60 dias prorrogveis por mais 60 dias. Vale ressaltar que somente trancada a pauta da Casa que estourar o prazo.

    x Ex.1: Caso a Cmara (Casa Iniciadora) estoure o prazo de 45 dias, a pauta da Cmara ser trancada, salvo para as deliberaes com prazo constitucional certo. A pauta do Senado, por outro lado, no ser trancada.

    x Ex.2: Caso a Cmara aprove o PL sob regime de urgncia em 20 dias, ele seguir para o Senado este ter 45 dias para aprov-lo.

    x Ex.3: Caso o Senado estoure o prazo de 45 dias, a sua pauta restar trancada. Mas ele ainda poder apreciar uma Medida Provisria, pois esta uma deliberao legislativa com prazo constitucional certo.

    Somando-se os prazos (45+45+10), constata-se que o procedimento legislativo sumrio pode ter, no mximo, 100 dias de durao sem haver trancamento de pauta.

    Cabe ressaltar que os prazos no correm durante o recesso e no se aplicam aos projetos de CDIGO (art. 64, 4.). Alm disso, no h

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    aprovao por decurso de prazo, assim, se o prazo estourar, haver trancamento de pauta e no a aprovao tcita por parte do Congresso Nacional.

    So duas as hipteses onde pode ocorrer o regime de urgncia constitucional:

    1. Se o Presidente da Repblica solicitar urgncia nos projetos de SUA INICIATIVA. ATENO: No iniciativa privativa do Presidente e sim QUALQUER projeto de lei que ele tenha iniciado.

    2. Outorga e renovao de concesso, permisso e autorizao para o servio de radiodifuso sonora e de sons e imagens (art. 223, 1 +49, XII).

    Equematizando:

    Processo Legislativo Sumrio ou Regime de Urgncia

    - o mesmo do ordinrio, mas com prazos:

    Casa - Iniciadora: CD - 45d

    - Revisora: SF - 45d

    - Caso de emenda: 10d (volta para a CD)

    Portanto, o procedimento sumrio pode ter no mximo 100d (sem trancar a pauta)

    - Se qualquer das casas no apreciar em 45d: tranca a pauta da Casa que estourar o prazo

    Somente tranca a pauta da Casa que estourar o prazo. (No rito ordinrio, osprazos correm normalmente (no tranca a pauta) S no tranca para as deliberaes legislativas com prazo constitucional certo (ex: MPs (60+60) Lembrando que NO EXISTE aprovao por decurso de prazo!!!

    - Os prazos - No correm durante o recesso

    - No se aplicam aos projetos de CDIGO (art. 64, 4.)

    - Hipteses do regime 1. Se o PR solicitar urgncia nos projetos de SUA INICIATIVA

    de urgncia - No iniciativa privativa do PR QUALQUER projeto

    constitucional que o PR tenha iniciado (art. 64, 10)

    2. Apreciao dos atos de delegao ou renovao de servios de

    Radiodifuso sonora e de sons e imagens

    - art. 223, 10 + 49, XII

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    III.LEI ORDINRIA (LO)E LEI COMPLEMENTAR (LC)

    As leis ordinrias e complementares so atos normativos primrios, assim, no h hierarquia entre elas, devendo ser observado o princpio da especialidade. Dessa forma, a Constituio Federal reservou algumas matrias que somente podem ser disciplinadas por Lei Complementar, sendo as demais matrias regradas por Lei Ordinria (residual).

    As leis ordinrias e complementares possuem uma srie de semelhanas,dentre elas, o procedimento legislativo em trs fases: iniciativa, constitutiva e complementar. Essas duas normas funcionam quase da mesma maneira.

    Mas Roberto, qual a diferena entre elas?

    A primeira diferena, j explicada, em relao matria que as leis podem tratar, ou seja, em relao ao seu objeto. Enquanto as hipteses de Lei Complementar esto taxativamente expressas na CF, as hipteses de Lei Ordinria so residuais, ou seja, o que no for das demais espcies normativas ser tratado pela Lei Ordinria.

    A segunda diferena quanto ao aspecto formal, ou seja, em relao ao procedimento de formao das leis: o qurum de votao da Lei Ordinria a maioria simples, enquanto o qurum de votao da Lei Complementar a maioria absoluta.

    Observao

    Em regra, como dito, essas duas espcies normativas no invadem as competncias umas das outras. Assim, uma Lei Ordinria alterada por outra LO, enquanto uma Lei Complementar alterada por outra LC. No entanto, existem dois casos onde uma Lei Complementar pode ser alterada ou revogada por uma Lei Ordinria:

    1. Quando a Lei Complementar tratar (indevidamente) de matria de Lei Ordinria.

    2. Quando a matria, no passado, era reservada Lei Complementar,mas deixou de ser, em virtude do surgimento de uma nova CF ou de Emenda Constitucional.

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    Em ambos os casos acima, apesar de a lei continuar sendo chamada de Lei Complementar, ela funcionar como Lei Ordinria, pois ser materialmente uma LO, apesar de ser formalmente uma LC. Explicando: ela ter passado pelo procedimento de formao das leis complementares, mas ter contedo,matria e validade de uma Lei Ordinria.

    Esses dois so os nicos casos em que uma espcie normativa infraconstitucional pode entrar na competncia de outra.

    Por fim a Constituio estabelece que Lei Complementar dispor sobre a elaborao, redao, alterao e consolidao das leis.

    Esquematizando:

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    Lei Ordinria e Lei Complementar x So atos normativos primriosx No h hierarquia entre elas (princpio da especialidade)x Igualdades: procedimento legislativo - Iniciativa

    em 3 fases - Constitutiva (deliberao) - Legislativa

    - Executiva

    - Complementar

    x Diferenas - Material (objeto) - LC Hipteses previstas taxativamente na CF- LO Residual (o que no for de EC, LC, Dec Leg, Res

    e Ldel)

    - Formal (Qurum de - LO: Maioria Simples

    APROVAO) - LC: Maioria Absoluta

    x Qurum de VOTAO (Instalao da Sesso de votao): LO e LC: MA, ou seja, pra iniciar a votao, tem que estar presentes o primeiro nmero inteiro superior metade do

    nmero de membros.

    OBSERVAO: Casos onde uma LC pode ser alterada/revogada por uma LO

    I- Quando a Lei Complementar tratar de matria de Lei Ordinria

    II- Quando a matria, no passado, era reservada LC, mas deixou de ser, em virtude do

    surgimento de uma nova CF ou de EC

    o Nesses dois casos, apesar de continuar sendo chamada de Lei Complementar, ela

    funcionar como Lei Ordinria, pois ser - Formalmente: LC

    - Materialmente: LO

    o A LC poder ser alterada/revogada por LO porque ela ser, em sua essncia, uma LO

    o nicos casos em que uma espcie normativa infraconstitucional pode entrar na

    competncia de outra

    x LC dispor sobre a elaborao, redao, alterao e consolidao das leis. (art. 59 par. nico)

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    EXERCCIOS

    1. (CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz) As deliberaes das comisses permanentes de ambas as casas do Congresso Nacional devem ser tomadas por maioria simples, salvo no que diz respeito discusso e votao, em carter conclusivo, de projetos de lei, caso em que se requer maioria absoluta.

    No existe tal exigncia. Mesmo nas decises de carter conclusivo em projetos de lei (neste caso, ordinria), o qurum exigido para aprovao maioria simples. Veja o que a CF diz no art. 47: Salvo disposio constitucional em contrrio, as deliberaes de cada Casa ede suas Comisses sero tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

    Gabarito: Errado.

    2. (CESPE - 2012 - AGU Advogado) A competncia para votar os projetos de lei , em regra, dos plenrios da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, mas as mesas diretoras das respectivas casas podem, mediante decreto legislativo, outorgar s comisses permanentes, em razo da matria de sua competncia, a prerrogativa de discutir, votar e decidir as proposies legislativas.

    Questo interessante! Tudo nela verdadeiro, exceto a formalizao desta outorga s comisses permanentes para decidir definitivamente as proposies. No se trata de um decreto legislativo. Isso est definido no Regimento Interno das Casas. Confira no art. 58, 2, I.

    Gabarito: Errado.

    3. (CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz) A promulgao e a publicao da lei so sempre atos conjuntos e devem ocorrer de forma simultnea.

    Lembre-se de que o prazo de promulgao de 48 horas, enquanto no h prazo de publicao definido na Constituio. Ora, como podem ser atos conjuntos se um deles tem prazo e o outro no? Assim, embora, na maioria das vezes, a promulgao e publicao sejam atos simultneos, nada impede que no o sejam.

    Gabarito: Errado.

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