aula 08. culpabilidade

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Descriminantes putativas • Conceito • Art. 20 CP § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Culpa imprópria – tentativa

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Page 1: Aula 08. Culpabilidade

Descriminantes putativas• Conceito• Art. 20 CP

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

• Culpa imprópria – tentativa

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Ministério Público 2005 – Amapá• Tício Micio, policial militar, atendendo ocorrência solicitada

ao COPON 190 foi informado sobre um crime de roubo que estava sucedendo próximo ao Fórum de Macapá. Ao passar pela Avenida Fab, onde atenderia a ocorrência, depara com Felício Louco, foragido do COPEN (IAPEN) e considerado de alta periculosidade (condenado por 17 homicídios), na posse de um objeto metálico parecido com uma arma branca (mais tarde constatou-se que o objeto era um isqueiro) e simulava através de gestos bruscos que estava ameaçando gravemente seu filho Técio Micio, obrigando-o a entregar sua carteira porta cédulas. Entretanto, Técio era amigo de Felício Louco, sem o conhecimento de Ticio. Neste momento Tício sacou seu revólver e desferiu um tiro em Felício Louco, matando-o. Pergunta:

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• (a) A conduta de Tício não foi legítima, mesmo tratando-se de vítima perigosa, deve responder por crime na sua forma tentada.

• (b) A brincadeira era com Técio, portanto, deve Tício ser processado por crime doloso consumado e qualificado, pela não observância dos princípios gerais do direito.

• (c) Agiu Tício em estado de necessidade putativa, pois era seu dever salvar o filho e, além disso, era Felício Louco foragido, podia usar dos recursos necessários para detê-lo.

• (d) É caso específico de legítima defesa putativa de terceiro.

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Culpabilidade

• Conceito• Elementos da culpabilidade– Imputabilidade– Exigibilidade de conduta diversa– Consciência da ilicitude

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(OAB RO 2007.1) A culpabilidade é composta pelos seguintes elementos:

a)Imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa e erro de proibição.

b)Imputabilidade, previsibilidade e exigibilidade de conduta diversa.

c)Imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.

d)Imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa, erro de proibição e previsibilidade.

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TRE –BA 2010Com relação ao crime e aos seus elementos, julgue o próximo iten:A imputabilidade penal é um dos elementos que constituem a culpabilidade e não integra a tipicidade. ( )

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Imputabilidade

• Conceito• Critérios de inimputabilidade– Biológico: – Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são

penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.

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Ministério Público de Roraima – Oficial de Promotoria. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, os menores de 18 anos são inimputáveis, devendo ser considerada a idade da pessoa à data da sentença judicial. ( )

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• Procurador Federal – 2004• Presume-se de forma absoluta a

inimputabilidade ao menor de 18 anos, sendo o critério biológico adotado pela lei penal brasileira para tal aferição.( )

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• (AGENTE – POLÍCIA CIVIL- TO- 2008 – CESPE/UNB) A responsabilidade penal de um adolescente de 17 anos de idade que comete um crime grave deve ser aferida em exame psicológico e psicotécnico, pois, restando demonstrado em laudo pericial que este tinha plena capacidade de entendimento à época do delito, deverá responder criminalmente, ficando à mercê dos dispositivos do Código Penal brasileiro. ( )

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• Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: Emoção e PaixãoI - a emoção ou a paixão;Embriaguez II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo

álcool ou substância de efeitos análogos.

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Inimputabilidade

• Psicológico: Art. 28 § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

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• § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

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• Agente da Polícia Federal – 2004• A embriaguez, voluntária ou culposa, pelo

álcool ou substancia de efeitos análogos, é causa de exclusão da imputabilidade penal.

• ( )

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• Escrivão da PF – 2004• Considere a seguinte situação hipotética. Hiran,

tendo ingerido voluntariamente grande quantidade de bebida, desentendeu-se com Caetano, seu amigo, vindo a agredi-lo e causar-lhe lesões corporais. Nesta situação, considerando que, em razão da embriaguez completa Hiran era, ao tempo da ação, inteiramente incapaz de entender a ilicitude de sua conduta e de determinar-se de acordo com este entendimento, pode-se reconhecer a sua inimputabilidade. ( )

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Inimputabilidade

• Biopsicológico: Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

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Semi-imputável

• Redução de Pena• Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de

um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

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• Agente da Polícia Federal – 2004• O Código Penal, ao dispor que “é isento de

pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”, adotou o critério biológico de exclusão da imputabilidade. ( )

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• Perito Criminal (Polícia Federal – 2004)• Roberto foi julgado por ter ferido uma

pessoa, mas foi absolvido porque agiu em legítima defesa. Descrevendo esse fato, um jornalista afirmou que Roberto foi julgado penalmente inimputável pelo crime de lesões corporais que lhe era atribuído, porque feriu seu agressor em legítima defesa. Nessa situação, o jornalista utilizou de maneira equivocada o conceito de imputabilidade penal. ( )

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Exigibilidade de conduta diversa

• Conceito• Código Penal

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.

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Coação moral irresistível

• Espécies de coação• Conceito de irresistível• Coação resistível– Art. 65 III c

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• Agente da Polícia Federal – 2004A coação física e a coação moral irresistíveis afastam a própria ação, não respondendo o agente pelo crime. Em tais casos, responderá pelo crime o coator( )

Page 23: Aula 08. Culpabilidade

– TRE Bahia 2010

A coação física irresistível afasta a tipicidade, excluindo o crime. ( )

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Obediência hierárquica

• Requisitos– Setor público– Ordem de superior– Competência – Ordem não manifestamente ilegal

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Consciência da ilicitude

Erro Sobre a Ilicitude do FatoArt. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

• Erro de proibição– Direto– Indireto– Mandamental

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(Analista MPU - Área Processual 2007 – FCC) Considere:I. Estado de necessidade.II. Estrito cumprimento de dever legal.III. Obediência hierárquica.IV. Exercício regular de um direito.V. Legítima defesa putativa.São excludentes da culpabilidade SOMENTE o que se

considera em(A) I e V.(B) II e III.(C) III e V.(D) I, II e IV.(E) II, III e IV.

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Dos crimes contra a Adm. Pública

EspéciesProgressão de regime

Conceito de funcionário público

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PeculatoArt. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou

qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

• Espécies• Núcleo do tipo• “de que tem a posse”• Origem do bem • Sujeitos

– Concurso de pessoas– Art. 30 CP- Não se comunicam as circunstâncias e as

condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Page 29: Aula 08. Culpabilidade

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o

subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona

a qualidade de funcionário.

• Núcleos do tipo • “Valendo-se de facilidade” • Peculato – culposo

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.– Extinção de punibilidade– Redução da pena imposta

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1. Agente da Polícia Federal regional 2004Os crimes contra a administração pública são classificados como crimes próprios, tendo em vista que é elementar do delito o sujeito ativo ser funcionário público. ( )

2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO - TJRR - 2006– CESPE/UNB) Para a configuração do peculato é irrelevante serem particulares os bens apropriados ou desviados, pois basta a posse da coisa em razão do cargo, ainda que sua propriedade seja de particular. ( )

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• 3. Analista Judiciário TRF3 - 2007• João, tesoreiro de órgão público, agindo em

concurso com José e em proveito deste, que não é funcionário público mas que sabe que João o é, desvia certa quantia em dinheiro, de que tem a posse em razão do cargo. Por essa conduta João e José respondem pelo crime de peculato. ( )

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4. Agente da Polícia Federal 2002. Pedro e Ricardo, previamente ajustados e com unidade de desígnios, subtraíram do almoxarifado de uma agência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em um final de semana, vários computadores e impressoras de propriedade da empresa. Pedro era funcionário público e aproveitou essa circunstância para ter acesso à garagem interna do órgão e transportar o produto do crime, assim como para ter a posse de cópia da chave da porta do almoxarifado, unidade onde estava lotado como atendente. Ricardo desconhecia o fato de seu comparsa ser funcionário público. Descoberta a subtração, instaurou-se um processo administrativo disciplinar em desfavor de Pedro. Após conclusão, o processo administrativo foi encaminhado ao MP. A propósito dessa situação hipotética, julgue os itens seguintes. Pedro e Ricardo responderão pelo crime de peculato-furto. ( )

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• 5. (TJRN – 1998) O particular que, agindo em concurso com funcionado público, ciente da condição deste, vende, para terceiro, em proveito de ambos, bem pertencente ao Estado, do qual o funcionário tinha a guarda em razão de seu cargo, pratica o crime de:

a) furto b) apropriação indébita. c) peculato apropriaçãod) peculato furto

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6. Analista Judiciário TRE – PB 2007No peculato culposo, a reparação do dano(A) se precede à sentença irrecorrível, reduz de um terço até a

metade a pena imposta.(B) se precede ao recebimento da denuncia, extingue a

punibilidade e se lhe é posterior, reduz de um terço a pena imposta.

(C) se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade e se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

(D) não extinguirá, em nenhuma hipótese, a punibilidade, uma vez que para a caracterização do tipo penal do peculato é irrelevante a efetiva obtenção da vantagem ilícita.

(E) se precede ao recebimento da denuncia, reduz de um terço até a metade a pena imposta.

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7. (JUIZ FEDERAL – TRT 2R – III CONCURSO)Funcionário público “A” deixa, propositadamente, a porta

do prédio da repartição aberta, sabendo que seu amigo, não funcionário “B”, irá nele penetrar e subtrair objetos valiosos da Administração. Neste caso,

a) “A” responderá por peculato-furto e “B”, por peculato-apropriação.

b) ambos responderão por peculato-furto.c) “A” responderá por peculato culposo e “B”, por

peculato-furto.d) “A” responderá por peculato-apropriação e “B”, por

furto simples.

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8. (AGENTE – POLÍCIA CIVIL- RR- 2003 – CESPE/UNB)

Considere a seguinte situação hipotética. Patrícia,

funcionária de uma empresa pública, apropriou-se da

quantia de R$ 5.000,00, de que tinha posse em razão da

função que exercia. Nessa situação, é correto afirmar

que Patrícia praticou o crime de peculato. ( )

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• 09. (ANALISTA JUDICIÁRIO –EXECUÇÃO DE MANDADOS - TJDF - 2003 CESPE/UNB) Considere a seguinte situação hipotética. Um funcionário público, à noite, entrou na repartição vizinha à sua e arrombou o cofre para que terceiro subtraísse valores ali existentes. Nessa situação, o funcionário público e o terceiro responderão por co-autoria do peculato-furto. ( )