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BIOFÍSICA - FISIOTERAPIA AULA 07 - BIOFÍSICA DOS FLUIDOS NOS SISTEMAS BIOLÓGICOS BIOFÍSICA AULA 07 – BIOFÍSICA DOS FLUIDOS EM SISTEMAS BIOLÓGICOS 1 MACAPÁ 2014 Prof o . Cleuton Braga Landre INTRODUÇÃO O que pode fluir (escoar) O que não tem forma definida Fluido: uma substância que não suportam tensões de cisalhamento O que é FLUIDO? FLUIDO É UM NOME COMUM PARA LÍQUIDOS E GASES, NA MAIORIA DOS CASOS, ELES PODEM SER TRATADOS DA MESMA FORMA. INTRODUÇÃO O que é FLUIDO? São substâncias que se deformam continuamente quando submetidas a uma força de cisalhamento (tangencial). São substâncias que, quando em repouso, não oferecem resistência a uma força de cisalhamento. Partículas fracamente ligadas (força de atração pequena) Certo grau de liberdade de movimento Sem formato próprio Deformação sem “desintegração” da massa (escoamento) CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS Compressibilidade A) compressível: sua densidade pode ser alterada (gases) B) incompressível: sua densidade é constante (líquidos) Atrito interno (viscosidade) A) viscoso: há atrito interno B) não-viscoso: atrito interno é insignificante (MOURÃO; ABRAMOV 2012.) Fluido ideal : incompressível e não viscoso

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  • BIOFSICA - FISIOTERAPIA AULA 07 - BIOFSICA DOS FLUIDOS NOS SISTEMAS BIOLGICOS

    BIOFSICAAULA 07 BIOFSICA DOS FLUIDOS EM SISTEMAS BIOLGICOS

    1MACAP2014

    Profo. Cleuton Braga Landre

    INTRODUO

    O que pode fluir (escoar)

    O que no tem forma definida

    Fluido: uma substncia que no suportam tenses de cisalhamento

    O que FLUIDO?

    FLUIDO UM NOME COMUM PARA LQUIDOS E GASES, NA MAIORIA DOS CASOS, ELES PODEM SER TRATADOS DA MESMA FORMA.

    INTRODUO

    O que FLUIDO?

    So substncias que se deformam continuamente quando submetidas a uma fora de

    cisalhamento (tangencial).

    So substncias que, quando em repouso, no oferecem resistncia a uma fora de

    cisalhamento.

    Partculas fracamente ligadas (fora de atrao pequena)

    Certo grau de liberdade de movimento

    Sem formato prprio

    Deformao sem desintegrao da massa (escoamento)

    CLASSIFICAO DOS FLUIDOS

    Compressibilidade

    A) compressvel: sua densidade pode

    ser alterada (gases)

    B) incompressvel: sua densidade

    constante (lquidos)

    Atrito interno (viscosidade)

    A) viscoso: h atrito interno

    B) no-viscoso: atrito interno insignificante

    (MOURO; ABRAMOV 2012.)

    Fluido ideal : incompressvel e no viscoso

  • BIOFSICA - FISIOTERAPIA AULA 07 - BIOFSICA DOS FLUIDOS NOS SISTEMAS BIOLGICOS

    Incompressibilidade

    Volume definido

    Superfcie livre

    LIQUIDOS GASES

    Compressibilidade

    Sem volume definido

    Expanso indefinida

    CLASSIFICAO DOS FLUIDOS

    Esttica dos fluidos Dinmica dos fluidos

    Massa especfica ()

    Densidade relativa (d)

    Volume especfico (s)

    Peso especfico ()

    Presso (P)

    Princpio de Pascal

    Princpio de Arquimedes

    Viscosidade ( ou )

    Equao de Bernoulli

    Equao de Poiseuille

    Nmero de Reynolds

    Biofsica da circulao

    e da respirao

    PROPRIEDADES FSICAS DOS FLUIDOS

    (CAMBRAIA; PACHECO, 2009. MOURO; ABRAMOV 2012.)

    INRCIA ACELERAO

    A presso um agente fsico capaz de romper a inrcia de um fluido.

    A movimentao dos fluidos ocorre em circuitos.

    Circuitos fechados Circuitos abertos

    Sistemas circulatrio e excretrio

    Sistemas respiratrio

    FLUIDODINMICA

    Circulao pulmonar(pequena circulao)

    Circulao sistmica(grande circulao)

    SISTEMA FECHADO

  • BIOFSICA - FISIOTERAPIA AULA 07 - BIOFSICA DOS FLUIDOS NOS SISTEMAS BIOLGICOS

    A) Fluxo constante

    a quantidade de lquido que atravessa a seo transversal do tubo por unidade de tempo.

    Fluxo (F) = velocidade (LT-1) x rea (L2)

    Princpios da fluidodinmica nos seres vivos

    Princpios da fluidodinmica nos seres vivos

    Fluxo e velocidade

    So grandezas diferentes: fluxo volume por unidade

    de tempo, enquanto velocidade a distncia percorrida

    por unidade de tempo"

    B) Regime estacionrio

    PRINCPIOS DA FLUIDODINMICA NOS SERES VIVOS

    Manuteno do fluxo: volume que sai igual ao que

    entra. Ex. a pequena e a grande circulao.

    A quantidade de sangue movimentada a cada

    impulso do corao a mesma, na grande e na

    pequena circulao.

    O volume de sangue ejetado do corao a cada

    sstole cerca de 165 ml.

    Volume sanguneo de 5L:

    na pequena circulao ou pulmonar (3,5 L)

    na grande circulao ou sistmica (1,25 L)

    C) Conservao da energia Princpio de Bernoulli

    PRINCPIOS DA FLUIDODINMICA NOS SERES VIVOS

    Expressa que num fluido ideal (sem viscosidade nem atrito) em regime de circulao

    por um conduto fechado, a energia que possui o fluido permanece constante ao longo

    de seu percurso.

    ET = EP + EC + ED + EGOnde: ET = energia totalEP = energia potencialEC = energia cinticaED = energia dissipada (atrito)EG = energia gravitacional

    EC

    EP

    EG

    ED

  • BIOFSICA - FISIOTERAPIA AULA 07 - BIOFSICA DOS FLUIDOS NOS SISTEMAS BIOLGICOS

    C) Conservao da energia Princpio de Bernoulli

    PRINCPIOS DA FLUIDODINMICA NOS SERES VIVOS

    A energia mecnica composta pela energia potencial e pela energia cintica; nos

    fluidos, este princpio tambm se aplica. Dizemos que um corpo tem energia potencial

    quando, em virtude de sua posio, ele tem possibilidade de entrar em movimento. A

    energia potencial um tipo de energia latente, ou seja, uma energia armazenada e

    pronta para produzir um movimento. No caso dos fluidos, o agente capaz de colocar um

    fluido em movimento a presso, logo:

    Nos fluidos, a energia potencial representada pela presso.

    C) Conservao da energia Princpio de Bernoulli

    PRINCPIOS DA FLUIDODINMICA NOS SERES VIVOS

    A presso em um fluido uma forma de energia potencial (Ep), pois ela tem a

    habilidade de executar trabalho til. Num fluido em movimento h energia cintica (Ec)

    devido ao movimento.

    Se o fluido est fluindo pelo tubo sem atrito, a velocidade aumenta na seo estreita e o aumento na energia

    cintica (Ec) do fluido obtida a partir de uma reduo da energia potencial da presso no tubo. Quando a

    velocidade reduzida novamente, no lado distante da restrio, a energia cintica convertida em energia

    potencial e a presso aumenta novamente, como indicado nos manmetros.

    No podemos esquecer:

    1) Fluxo constante.

    2) Primeira lei da termodinmica.

    Velocidade do sangue em cada setor da circulao inversamente

    proporcional s reas da seo transversa de cada setor

    1 problema: Se a rea diminui, a velocidade teria que aumentar para manter

    o fluxo constante. Mas se a velocidade nos capilares e bronquolos fosse alta,

    como ocorreriam as trocas sanguneas e gasosas ?

    PRINCPIOS DA FLUIDODINMICA NOS SERES VIVOS

    Princpio de Pascal: a presso de um fluido se distribui igualmente em todos os pontos

    do seu continente

    Fonte: Disponvel em . Acesso em 31/07/2013.

    PRINCPIO DE PASCAL

  • BIOFSICA - FISIOTERAPIA AULA 07 - BIOFSICA DOS FLUIDOS NOS SISTEMAS BIOLGICOS

    Assim, a velocidade do fluido em cada setor da

    circulao torna-se inversamente proporcional s reas

    da seo transversa de cada setor!

    64% nas veias

    13% nas artrias

    7% nas arterolas e capilares

    7% no corao

    9% nos vasos pulmonares

    Distribuio do sangue pelo sistema circulatrio!

    Fonte: GUYTON, HALL (1999).

    Vaso rea (cm2)

    Aorta 2,5

    Pequenas artrias 20

    Arterolas 40

    Capilares 2500

    Vnulas 250

    Pequenas veias 80

    Veias 8,0

    Distribuio do sangue pelo sistema circulatrio!

    rea da seo transversa dos vasos

    sanguneos

    Parmetros circulatrios da aorta,

    capilares e veia cava.

    Aorta Capilares Cava

    Dimetro 2,0 cm 8 m 2,4 cm

    Nmero 1 (um) 2 bilhes 1 (um)

    rea 3,0 cm2 2 200 cm2 4,5 cm2

    Velocidade 28 cm.s-1 0,04 cm.s-1 19 cm.s-1

    Fluxo 84 mL.s-1 88 mL.s-1 86 mL.s-1

    Fonte: HENEINE, 2002.

    A Ecintica no pode diminuir no regime estacionrio Epotencial

    pode ser convertida em energia cintica menor presso ao

    longo dos vaso.

    Distribuio do sangue pelo sistema circulatrio!

    Escoamento de fluidos

    Equao de Poiseuille

    F = fluxo do fluido

    P = variao da presso

    r = raio do tubo

    = viscosidade do fluido

    L = comprimento do tubo

    F = P r4 / 8 L

    A Lei de Poiseulle estabelece que o fluxo atravs um

    determinado tubo depende da diferena de presso de uma

    extremidade outra (Pa - Pb) , do comprimento (L) do tubo,

    do raio (R) do tubo, e da viscosidade()

  • BIOFSICA - FISIOTERAPIA AULA 07 - BIOFSICA DOS FLUIDOS NOS SISTEMAS BIOLGICOS

    Alteraes no dimetro do vaso podem alterar a presso sem necessariamente aumentar o volume

    A presso nos lquidos pode mudar sem uma alterao no volume?

    ()

    100 mmHg 100 mmHg

    QUANDO H GRADIENTES DE PRESSES EQUIVALENTES NO H FLUXO

    FLUXO

    P1 P2 = P1 P2

    P MAIS ALTA FLUXO P MAIS BAIXA

    A presso nos lquidos pode mudar sem uma alterao no volume?

    . ?

    FLUXO

    100 mmHg 75 mmHg

    FLUXO

    40 mmHg 15mmHg

    O fluxo depende do P, e no da P absoluta.

    A presso nos lquidos pode mudar sem uma alterao no volume?

    Os fluxos do fluido sanguneo no corpo humano se classificam em

    dois: laminar e turbulento, quanto ao aspecto de sua fluidez.

    Fluxo laminar: compara-se a corrente de um rio tranqilo, e o tipo

    de fluxo mais comum em nosso sistema sanguneo.

    Fluxo Turbulento: seguindo a mesma analogia, compara-se a um rio

    ruidoso, com fortes correntezas e de guas turbulentas.

    FLUXO SANGUNEO

  • BIOFSICA - FISIOTERAPIA AULA 07 - BIOFSICA DOS FLUIDOS NOS SISTEMAS BIOLGICOS

    Osborne Reynolds estudou essa propriedade em 1883, determinando que a VELOCIDADE

    CRTICA proporcional viscosidade do fluido e inversamente proporcional densidade do

    fluido e o raio R do tubo: VC = K/R. Onde K chamado n de Reynolds.

    Ao reduzirmos o raio de um vaso, a velocidade do fluxo de sangue

    aumenta.

    Quando essa velocidade suficiente para mudar de Laminar para

    Turbulento, ela denomina-se VELOCIDADE CRTICA.

    NMERO DE REYNOLDS

    Estenose

    (estreitamento)

    Aneurisma

    (dilatao)

    ANOMALIAS DO FLUXO

    a razo entre a componente normal de uma fora e a rea em que ela atua.

    Sistema Internacional: N.m-2

    1 Pascal (Pa) = 1 N.m-2

    1 atm = 1,01 x 105 Pa

    1 atm = 760 mm HgA

    FP

    Outras unidades de presso!

    1 bar = 105 N.m-2 = 106 dinas.cm-2

    1 atm = 1,013 bars = 1,013 x 106 dinas.cm-2

    1 mm Hg = 1,36 cm H2O = 133,3 N.m-2

    Presso

    Ento, podemos dizer que a presso arterial a fora

    que o sangue faz na parede dos vasos sanguneos!

    Presso sistlica (contrao ou sstole)

    Presso diastlica (relaxamento ou distole)

    Presso

  • BIOFSICA - FISIOTERAPIA AULA 07 - BIOFSICA DOS FLUIDOS NOS SISTEMAS BIOLGICOS

    Sistlica(mm HG)

    Diastlica(mm HG)

    tima < 120 < 80

    Normal < 130 < 85

    Limtrofe 130 - 139 85 - 90

    Hipertenso estgio 1 140 - 159 90 - 99

    Hipertenso estgio 2 160 - 179 100 - 109

    Hipertenso estgio 3 180 110

    Hipertenso sistlica isolada 140 < 90

    Fonte: BRASIL (2006)

    Classificao da presso arterial (>18 anos)

    Presso

    A presso varia em funo dos diferentes tipos de

    vasos sanguneos!

    Fonte: GUYTON; HALL (1999)

    Presso

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    Por que ficamos tontos quando estamos deitados ou

    agachados e, de repente, levantamos?

    Presso atmosfrica (Patm)

    Presso hidrosttica (PH)

    h1h2

    P = Patm + PH

    PH = g h

    Presso

    h1

    h2

    h2 > h1, logo P2 > P1

    Hipotenso postural

  • BIOFSICA - FISIOTERAPIA AULA 07 - BIOFSICA DOS FLUIDOS NOS SISTEMAS BIOLGICOS

    A tendncia do sistema circulatrio de se opor ao fluxo sanguneo denominada resistncia

    ao fluxo. Um aumento na resistncia de um vaso sanguneo resulta em reduo do fluxo por ele.

    Podemos expressar esta relao da seguinte forma:

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    FATORES QUE AFETAM A RESISTNCIA

    COMPRIMENTO

    DO VASO (L)

    VISCOSIDADE

    DO SANGUE ()RAIO DO VASO

    RESISTNCIA (R)

    Quando um vaso possui metade do raio de um outro e quando todos os fatores so iguais, o

    vaso menor apresentar resistncia dezesseis vezes (24) maior que o vaso maior

    EM OUTRAS PALAVRAS

    RESISTNCIA (R)

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    CONTATOS

    facebook.com/cleuton.bragalandre @cleutonlandre

    [email protected](96) 8122-0910