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PORTUGUÊS P/ TST - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 03 (Sintaxe do período e pontuação.) Olá, pessoal! Vimos na aula passada os termos da oração. Como previsto no edital, não será cobrado na prova o simples reconhecimento do termo sintático, mas a pontuação, regência, crase, concordância que possam envolvê-lo. Nesta aula, nosso trabalho aprofunda um pouco mais. Veremos o período composto. Da mesma forma, nosso foco é sabermos empregar a pontuação, a regência e a concordância. Além disso, este tema é estudado por nós para sabermos a relação entre os enunciados dentro de um texto. Então vamos partir para nossa aula, pois o assunto é vasto. Primeiramente, vamos trabalhar a diferença entre frase, período e oração. Todo enunciado que possua sentido completo é chamado de frase. Podemos dizer que o sentido completo ocorrerá explicitamente na linguagem quando houver as seguintes pontuações finais (. ! ? : ...) O ponto final é utilizado para marcar o término de uma declaração. A frase terminada com esta pontuação é chamada de frase declarativa: As aulas terminaram mais cedo. O ponto de exclamação transmite, de certa forma, uma emoção, um sentimento. A frase terminada com esta pontuação é chamada de frase exclamativa: Socorro! Te amo! O ponto de interrogação finaliza uma frase interrogativa direta: Por que você não veio ontem? Algumas vezes utilizamos ponto de interrogação para chamar a atenção do leitor: O rombo da corrupção? O povo paga. Veja que o autor poderia simplesmente declarar a informação de forma bem objetiva: O povo paga o rombo da corrupção. Mas o autor preferiu usar o recurso da retórica, é a forma de enfatizar aquilo que poderia ser apenas uma declaração, como fizemos no exemplo acima. Português para Tribunal Superior do Trabalho (TST) (teoria e questões comentadas)

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  • PORTUGUS P/ TST - (TEORIA E QUESTES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR

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    Aula 03

    (Sintaxe do perodo e pontuao.)

    Ol, pessoal!

    Vimos na aula passada os termos da orao.

    Como previsto no edital, no ser cobrado na prova o simples reconhecimento do termo sinttico, mas a pontuao, regncia, crase, concordncia que possam envolv-lo.

    Nesta aula, nosso trabalho aprofunda um pouco mais. Veremos o perodo composto. Da mesma forma, nosso foco sabermos empregar a pontuao, a regncia e a concordncia.

    Alm disso, este tema estudado por ns para sabermos a relao entre os enunciados dentro de um texto.

    Ento vamos partir para nossa aula, pois o assunto vasto.

    Primeiramente, vamos trabalhar a diferena entre frase, perodo e orao.

    Todo enunciado que possua sentido completo chamado de frase. Podemos dizer que o sentido completo ocorrer explicitamente na linguagem quando houver as seguintes pontuaes finais (. ! ? : ...)

    O ponto final utilizado para marcar o trmino de uma declarao. A frase terminada com esta pontuao chamada de frase declarativa:

    As aulas terminaram mais cedo. O ponto de exclamao transmite, de certa forma, uma emoo, um

    sentimento. A frase terminada com esta pontuao chamada de frase exclamativa:

    Socorro! Te amo!

    O ponto de interrogao finaliza uma frase interrogativa direta:

    Por que voc no veio ontem? Algumas vezes utilizamos ponto de interrogao para chamar a ateno

    do leitor:

    O rombo da corrupo? O povo paga. Veja que o autor poderia simplesmente declarar a informao de forma

    bem objetiva: O povo paga o rombo da corrupo.

    Mas o autor preferiu usar o recurso da retrica, a forma de enfatizar aquilo que poderia ser apenas uma declarao, como fizemos no exemplo acima.

    Portugus para Tribunal Superior do Trabalho (TST) (teoria e questes comentadas)

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    Os dois-pontos so utilizados em diversas situaes e so vastamente cobrados nas provas da FCC. Vimos na aula anterior que ele pode iniciar uma enumerao (aposto enumerativo), explicao (aposto explicativo, comentrio do autor, expresses denotativas). Mas cabe aqui apenas os dois-pontos finalizando frase. Isso ocorre quando posteriormente a ele se inicia uma citao, a fala de algum, o recorte de um outro texto. Para isso, deve-se perceber que a citao se iniciar com letra inicial maiscula. Veja:

    O ministro declarou: H dois anos os juros estavam mais baixos.

    Perceba que a frase realmente foi finalizada pelo sinal de dois-pontos, porque a prxima palavra (H) est com letra inicial maiscula.

    Como h esta citao, podemos trabalhar o discurso direto, que transmite exatamente a fala de algum. O autor do texto (narrador) no utiliza palavras dele mesmo, ele usa as do personagem.

    Assim, o termo entre aspas H dois anos os juros estavam mais baixos seria a voz do personagem; e O ministro declarou seria a voz do narrador.

    Porm, o autor do texto pode querer relatar com suas palavras o falar do personagem. Neste caso, basta que ele insira a conjuno que e adapte quando necessrio. Veja:

    Discurso direto:

    O ministro declarou: H dois anos os juros estavam mais baixos.

    Discurso indireto:

    O ministro declarou que h dois anos os juros estavam mais baixos.

    Agora vamos ao uso das reticncias. Elas podem ser usadas em diversas situaes, mas cabe aqui apenas em final de frase.

    Elas so utilizadas em final de frase normalmente para indicar que a declarao que vinha sendo feita ainda continua. Isso ocorre quando recortamos um trecho de algum texto. Mas muitas vezes o autor usa esta continuidade do pensamento para que o leitor reflita mais sobre o assunto.

    Um jovem sem esperana, perturbado, sem sonho, com cinco revlveres e muita munio, entra num colgio em Realengo (RJ) e...

    As reticncias nos remetem a pensar na catstrofe ocorrida no ano passado no Rio de Janeiro. O autor no precisa dizer mais nada, ns j entendemos que ele quer nossa ateno ao problema.

    Questo 1: TRT 12 R 2010 Mdio Fragmento do texto:

    Gilda de Mello e Souza dizia que o Brasil muito bom nas novelas. Para ter pblico, a novela precisa dispor de personagens de todas as classes sociais, explicava ela, o que exige uma trama complexa. Acrescento: a mobilidade social decisiva nas novelas e se d sobretudo pelo amor entre ricos e pobres. Provavelmente as novelas exibam casos de ascenso social pelo amor genuno ou fingido em proporo maior que a vida real .... Mas a novela no um retrato do Brasil, ou melhor, sim, mas como aqueles retratos antigos do av e da av, fotografados em preto e branco, mas,

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    depois, cuidadosamente retocados e coloridos. O fundo real. A tela: ideais, sonhos, fantasias. Provavelmente as novelas exibam casos de ascenso social pelo amor genuno ou fingido em proporo maior que a vida real ...

    O emprego das reticncias no final do segmento transcrito acima denota

    (A) nova referncia, desnecessria, ao comentrio de algum alheio ao contexto.

    (B) recurso adotado pelo autor, no sentido de estimular o interesse do leitor. (C) certeza da concordncia de um eventual leitor com a opinio ali exposta. (D) desejo de que a fico possa se deter, realmente, em fatos que ocorrem

    na vida real. (E) hesitao, pela presena de um comentrio de cunho subjetivo, sem base

    em dados reais. Comentrio: As reticncias geralmente so usadas para marcar uma continuao da fala do locutor, de certo grau de emoo, de se fazer subentender. Por isso, cabe a interpretao de uma hesitao, pelo comentrio subjetivo, sem dados reais. Tudo isso ratificado pelo advrbio Provavelmente. Gabarito: E

    Questo 2: TRT 24R 2011 Tcnico Fragmento do texto: Tudo que nos permite explorar nossos pontos fortes e driblar nossas fraquezas genticas resultante da combinao entre os avanos nos cuidados com a aparncia fsica e o estilo, a possibilidade de envelhecer com sade e, no menos essencial, a valorizao de atributos sociais como autoestima, simpatia, cultura e expressividade. " o equilbrio dessas qualidades que torna um indivduo mais ou menos atraente", diz o cirurgio plstico Noel Lima, do Rio de Janeiro.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As aspas isolam transcrio exata das palavras do mdico citado no pargrafo.Comentrio: A expresso entre aspas o recorte de um texto, as palavras de algum, tambm chamado de citao, pois se encontra na estrutura de um discurso direto. Assim, realmente h uma transcrio exata da fala de um mdico. Confirmamos isso com a expresso ", diz o cirurgio plstico.... Gabarito: C

    Aps termos visto a frase, vamos trabalhar o perodo.

    Perodo todo enunciado com sentido completo e que possua verbo.

    Assim, h uma grande diferena entre frase e perodo. Apesar de os dois terem sentido completo, a frase pode ou no ter verbo, mas o perodo obrigatoriamente ter.

    Assim, todo perodo uma frase, mas nem toda frase ser um perodo. Veja:

    Socorro! frase, mas no perodo, porque no tem verbo.

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    Ajude-me! frase e tambm perodo, pois possui verbo.

    Ol! frase, mas no perodo, porque no tem verbo.

    Voc est bem? frase e tambm perodo, pois possui verbo.

    Como o perodo dever ter sentido completo, ento a pontuao final

    dele deve ser a mesma da frase: . ! ? : ... Agora veremos a orao.

    A orao deve possuir verbo. Nem sempre ter sentido completo.

    Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas.

    Neste enunciado, veja que h frase, porque tem sentido completo. H perodo, porque, alm de ter sentido completo, tem verbo. H oraes, porque cada orao ter um verbo diferente.

    Assim, vejamos:

    1. Socorro! (apenas frase)

    2. Ajude-me! (frase, perodo e orao)

    3. Ol! (apenas frase)

    4. Voc est bem? (frase, perodo e orao)

    5. Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas. (frase, perodo e oraes)

    Quando h um perodo com apenas uma orao, chamamos este enunciado de perodo simples, como ocorre com os perodos Ajude-me!, Voc est bem?. Dizemos que perodo simples tambm uma orao absoluta.

    Quando h perodo com dois ou mais verbos, temos um perodo composto, como ocorre com Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas..

    Portanto, vamos observar que uma orao absoluta o mesmo que perodo simples e o mesmo que uma frase, portanto ter a mesma

    pontuao final de uma frase: . ! ? : ... Logicamente, no h apenas a orao absoluta, a diversidade de valores

    de cada orao dentro de um perodo composto o nosso foco nesta aula. Por isso dizemos que, alm da pontuao final vista acima, a orao pode ser

    sucedida por: , ; e s vezes no receber nenhuma pontuao. Cada perodo ter um valor, o qual ser simples, composto por

    coordenao ou por subordinao. Isso vai depender da orao que nele se inserir. Na sintaxe, toda orao ter um nome conforme sua funo. Quando um perodo simples, j dissemos que ela ser chamada de absoluta.

    Mas, quando ela est num perodo composto, seu nome muda porque sua relao semntica tambm muda e a veremos o papel muito importante da conjuno e da pontuao.

    Vamos a uma diferena bsica entre coordenao e subordinao:

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    Se voc se mantiver atento aula, realizar todas as atividades e ficar

    calmo durante a prova, passar no concurso.

    Note que temos apenas uma frase, porque s h um ponto final. Com isso, percebemos que temos tambm um perodo. Como h vrios verbos, h vrias oraes em um perodo composto.

    O resultado principal do enunciado passar no concurso. Para que algum consiga esse resultado, dever passar por algumas condies: se mantiver atento aula, realizar todas as atividades, ficar calmo durante a prova. Essas trs condies esto paralelas, unidas, por isso as chamamos de estruturas coordenadas. Elas esto justapostas justamente porque todas possuem o mesmo valor: condio.

    Podemos chamar esta justaposio (coordenao) de ENUMERAO.

    Assim, perceba que as oraes 1, 2 e 3 esto coordenadas entre si.

    Mas perceba tambm que a juno destas trs condies (estruturadas em coordenao) foram necessrias para se ter um resultado: passar no concurso.

    Veja que estas trs estruturas sozinhas, sem a ltima orao, no teriam sentido; por isso, alm de estarem coordenadas entre si, elas dependem do resultado, passando a uma relao de subordinao. Elas precisam de outra para ter sentido. Imagine a estrutura acima sem a orao 4, ela teria sentido?

    Se voc se mantiver atento aula, realizar todas as atividades e ficar calmo durante a prova ...passar no concurso do TSE.

    Lgico que no, ento percebemos que a orao 4 necessria para que as outras (subordinadas) tenham sentido.

    Resumindo, entendemos que as oraes 1, 2, 3 esto coordenadas entre si (justapostas, paralelas, enumeradas) e que estas mesmas oraes esto subordinadas em relao orao 4 (principal).

    A orao subordinada se refere a uma orao principal, e a orao coordenada se liga a outra tambm coordenada (ou tambm chamada de orao inicial).

    A enumerao (coordenao) tambm pode ocorrer com substantivos. Veja:

    Fui ao mercado e comprei os seguintes itens: carnes, frutas e legumes.

    Podemos dizer que esta estrutura possui termos coordenados, pois os termos carnes, frutas e legumes esto paralelos entre si. Essa estrutura foi vista na aula passada, em que voc estudou o aposto enumerativo. Mas a enumerao de substantivos no ocorre apenas no aposto enumerativo, mas em qualquer termo composto da orao (mais de um ncleo).

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    Ento podemos entender que termos paralelos (enumerados, coordenados) podem ser substantivos (quando queremos nominar os seres), adjetivos (quando queremos caracteriz-los) e verbos (quando queremos demonstrar uma sequncia de aes).

    Enumerao de substantivos: Estudo, trabalho e disciplina acompanham o homem moderno.

    Enumerao de adjetivos: Achei a pintura clara, intrigante, linda!

    Sequncia de aesJoana foi ao trabalho, despachou poucos documentos, sentiu-se mal e

    voltou para casa.

    Voc observou o uso das vrgulas nessas estruturas? Poderamos retirar a vrgula aps os vocbulos Estudo, clara e trabalho (das frases 1, 2 e 3, respectivamente)? Lgico que no. Mas isso no novidade, no ?

    Todos j sabemos que, quando ocorre uma enumerao, naturalmente os termos coordenados ficaro separados por vrgula. natural, tambm, que o ltimo dos termos possa ficar separado pela conjuno e, para que o leitor faa a entonao final. Mas isso no obrigatrio. Veja que, na enumerao dos adjetivos, o autor preferiu no inserir a conjuno e.

    A Fundao Carlos Chagas algumas vezes pergunta o motivo dessas vrgulas, e a resposta que elas ocorrem porque separam termos de uma enumerao, isto , separam termos de mesmo valor.

    Entendemos basicamente a estrutura enumerativa e o uso da pontuao nestes casos. Continuaremos a falar da pontuao, agora com foco no valor semntico de cada estrutura coordenada. Para isso, vamos ver que as conjunes COORDENATIVAS podem ter cinco valores semnticos, de acordo com o esquema a seguir:

    Esquema do perodo composto por coordenao

    ______________________ e ____________________. (aditiva)

    ______________________, mas _________________. (adversativa)

    ______________________ ou ___________________. (alternativa)

    ______________________, portanto ______________. (conclusiva)

    ______________________, pois _________________. (explicativa)

    orao inicial orao coordenada sindtica

    Perodo composto por coordenao

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    Este esquema vai nos guiar sempre que falarmos de oraes coordenadas. Os elementos coordenados esto unidos pelas conjunes e, mas, ou, portanto, pois.

    A palavra conjuno tem alguns sinnimos como conectivos e sndetos. Assim, quando uma orao coordenada iniciada por conjuno, ela chamada de coordenada sindtica e a vrgula vai depender de seu valor semntico, conforme apontado no esquema acima.

    Porm, podemos encontrar oraes coordenadas sem conjuno, neste caso a chamamos de oraes coordenadas assindticas. importante reconhec-las porque a vrgula ser obrigatria, independente do sentido. Exemplo:

    Mauro saiu e voltou tarde. (orao sindtica)

    Mauro saiu, voltou tarde. (orao assindtica) A Fundao Carlos Chagas no cobra o nome destas oraes, mas temos

    que entender sua estrutura para sabermos trocar conjunes de mesmo sentido, saber quando usamos a vrgula, alm de entender o funcionamento textual destes valores e por que tal conjuno foi utilizada.

    Vejamos os principais valores:

    1) Aditivas:

    ______________________ e ____________________. (aditiva) orao inicial orao coordenada sindtica

    As conjunes aditivas servem para somar termos, encadear enumerao dentro de uma lgica. As principais so:

    e, nem, tampouco, no s...mas tambm, no s...como tambm, seno tambm, tanto...como.

    Ex.: Fechou a porta e foi tomar caf.

    Via de regra, no usamos vrgula antes da conjuno e. Perceba isso no nosso esquema do perodo composto por coordenao. Mas, se o e for substitudo por qualquer outra conjuno aditiva, como mostradas acima, naturalmente poder receber a vrgula. Perceba isso nos exemplos.

    No trabalha nem estuda. No trabalha, tampouco estuda. Tanto l como escreve. No s pintava, mas tambm fazia versos. No somente lavou, como tambm escovou os ces.

    A vrgula antes da conjuno e usada em trs situaes:

    a) quando o sujeito for diferente:

    Ana estudou, e Juclia trabalhou.

    Perodo composto por coordenao

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    Note que o sujeito para cada verbo diferente, por isso a vrgula facultativa.

    b) quando o sentido for de contraste, oposio:

    Estudei muito, e no entendi nada.

    No normal uma pessoa estudar muito e no entender nada. Neste caso houve uma contradio, um contraste. A conjuno e, neste caso, pode ser substituda por mas. Apesar de alguns autores usarem esta estrutura sem a vrgula, a norma culta a exige. Assim, pode-se consider-la como obrigatria.

    c) quando fizer parte de uma repetio da conjuno. Esta repetio pode ter valor significativo no texto, o qual chamamos de enumerao subjetiva. Veja:

    Enumerao subjetiva:

    _________, e_________, e_________, e_________, e__________, e _________.

    A candidata acordou cedo, e preparou uma refeio leve, e alimentou-se calmamente, e chegou tranquila, e realizou a prova, e saiu confiante.

    A repetio da conjuno e empregada como um reforo das aes. Chamamos de subjetiva ou enftica, porque se transmite uma carga de emoo para se aumentar fora nos argumentos.

    Vimos quando empregamos vrgula antes da conjuno e, agora vejamos um aprofundamento do que trabalhamos no incio desta aula. A pontuao numa enumerao, agora a objetiva:

    Enumerao objetiva:

    _________ , _________ , _________ , _________ , __________ e _________.

    A candidata acordou cedo, preparou uma refeio leve, alimentou-se calmamente, chegou tranquila, realizou a prova e saiu confiante.

    Dizemos que esta uma enumerao objetiva, pois o autor simplesmente se atm a relatar aquilo que realmente ocorreu, sem transparecer envolvimento emocional, como ocorre numa enumerao subjetiva.

    Cada orao faz parte de um termo da enumerao, por isso as vrgulas so obrigatrias. Perceba a conjuno e, que sinaliza o ltimo termo da enumerao. Ela pode ser retirada, sem prejuzo gramatical. Veja:

    _________ , _________ , _________ , _________ , __________ , _________.

    A candidata acordou cedo, preparou uma refeio leve, alimentou-se calmamente, chegou tranquila, realizou a prova, saiu confiante.

    A nica diferena na clareza. Com a conjuno, o leitor saber fazer a entonao final da enumerao, algo que no seria to claro sem a vrgula. Mas as duas construes esto corretas.

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    Agora, vamos ver uma construo com a insero de conjuno ou vrgula dentro dos termos enumerados. Com isso natural separarmos esses elementos por ponto e vrgula. Veja:

    Uso do ponto e vrgula:

    ____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________; e _________.

    Carlos e Jlia acordaram cedo; prepararam o material e uma refeio leve; alimentaram-se bem; chegaram tranquila e calmamente sala; realizaram a prova; e saram confiantes.

    Veja que os elementos enumerados (1 a 6) agora esto separados por ponto e vrgula, porque h divises internas nos termos 1, 2 e 4. O uso do ponto e vrgula no obrigatrio, porm transmite maior clareza na enumerao, assim tambm o ponto e vrgula antes da conjuno e que une os elementos 5 e 6. Essa pontuao tambm no obrigatria; apenas utilizada para que o leitor no confunda o ltimo termo enumerado e o penltimo como apenas um.

    Assim, veja os esquemas possveis na enumerao com diviso interna:

    ____ e_____, ____e____, _________, ____ e ____, _________ e _________.

    ____ e_____, ____e____, _________, ____ e ____, _________, e _________.

    ____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________ e _________.

    ____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________; e _________.

    Questo 3: TCE PI 2006 Assessor Jurdico E a cincia, bem entendida, pode no s colaborar com o desenvolvimento humano dos pases, mas tambm ser um ensinamento da dvida e da tolerncia.

    Os segmentos grifados mantm o mesmo sentido em

    (A) no pode colaborar - nem ser ensinamento. (B) pode no colaborar - mas ser ensinamento. (C) s no pode colaborar - e ser ensinamento. (D) tanto pode colaborar - quanto ser ensinamento.

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    (E) enquanto colaborar - pode ser ensinamento. Comentrio: Veja que o advrbio no nega apenas o verbo colaborar, e no o verbo pode. Assim, eliminamos as alternativas (A) e (C). Alm disso, perceba que h uma expresso correlativa de adio (no s colaborar...mas tambm ser um ensinamento...). Assim, h adio de dois processos verbais (colaborar e ser).

    A alternativa que transmite valor de adio a (D), tendo em vista os conectivos coordenativos de adio tanto...quanto.

    Perceba que a alternativa (B) exclui a primeira ao, por isso est errada.

    A alternativa (E) est errada, porque transmite valor temporal, e no de adio, alm de causar incoerncia na estrutura textual. Gabarito: D

    Questo 4: Metr 2008 Superior No apenas a construo, mas tambm a operao das ferrovias dependeu de subsdios estatais.

    O sentido correto da afirmativa acima est, em outras palavras, em:

    (A) No apenas a construo, nem tambm a operao das ferrovias dependeram de subsdios estatais.

    (B) Tanto a construo quanto a operao das ferrovias dependeram de subsdios estatais.

    (C) No era apenas a construo, mas somente a operao das ferrovias que dependeu de subsdios estatais.

    (D) No foi apenas a construo, nem a operao das ferrovias, que dependeram de subsdios estatais.

    (E) Apenas a construo, e no somente a operao das ferrovias, dependeu de subsdios estatais.

    Comentrio: Lembre-se dos conectivos de adio vistos nas oraes coordenadas aditivas (no s...mas tambm; no apenas...mas tambm; tanto...quanto). Veja que esses conectivos se encontram na frase do pedido da questo e na alternativa (B). Eles mostram a adio de duas ideias: construo e operao das ferrovias. Por isso, a correta a alternativa (B). As outras construes no marcam a ideia de adio. Veja que, na alternativa (A), No...nem negam a dependncia; na (C), somente a operao dependeu...; na (D), h o mesmo sentido da alternativa (A); na (E), apenas a construo dependeu... Gabarito: B

    2) Adversativas:

    ______________________ , mas ____________________. (adversativa) orao inicial orao coordenada sindtica

    Perodo composto por coordenao

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    A Fundao Carlos Chagas explora pouco, mas importante saber que h vrgula obrigatoriamente antes da conjuno coordenativa adversativa, por isso o esquema encontra-se com vrgula antecipando conjuno adversativa.

    As conjunes adversativas exprimem contraste, oposio, ressalva, compensao. As principais so:

    mas, porm, contudo, todavia, entretanto, no entanto.

    Alm delas, h outras palavras que, em determinado contexto, passam a valor adversativo e podem iniciar este tipo de orao, tais como seno, ao passo que, antes (=pelo contrrio), j, no obstante, apesar disso, em todo caso. H uma diversidade de vocbulos que transmitem o valor adversativo; por isso importante entender a oposio e no apenas memorizar as conjunes.

    Ex.: Correu muito, mas no se cansou. As rvores cresceram, porm no esto bonitas. Falou alto, todavia ningum escutou. Chegamos com os alimentos, no entanto no estavam com fome. No o culpo, seno a voc. Pea isso a outra pessoa, que no a mim. Fiz muito esforo, e nada consegui, (mas nada consegui)

    O rico esbanja gastos desnecessrios, j o pobre s quer sobreviver.

    Diferente da conjuno mas, a qual s se pode posicionar no incio da orao, as conjunes porm, entretanto, contudo, no entanto, todavia tm a capacidade de mobilidade, podendo se posicionar tambm no meio ou no final da orao, com vrgula(s) obrigatria(s):

    H muito servio, porm ningum trabalhava.

    H muito servio, ningum, porm, trabalhava.

    H muito servio, ningum trabalhava, porm.

    A banca FCC costuma cobrar a substituio de porm por mas. O posicionamento dessas conjunes que ir determinar se a troca possvel ou no. A conjuno porm, nestes exemplos, pode ser substituda pela conjuno mas apenas na primeira frase; j as conjunes entretanto, contudo, no entanto, todavia podem ocupar qualquer uma das trs posies vistas acima.

    Uso do ponto e vrgula:

    Com base no que foi visto nas enumeraes com vrgulas internas, pode-se substituir a vrgula que separa as oraes adversativas por ponto e vrgula.

    H muito servio; ningum, porm, trabalhava. H muito servio; ningum trabalhava, porm.

    Tendo em vista ser largamente usado o ponto e vrgula com conjunes deslocadas (como visto acima); mesmo sem o deslocamento delas na orao, percebida em bons autores a diviso por ponto e vrgula. Veja:

    H muito servio; porm ningum trabalhava.

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    Somente em dois valores semnticos das oraes, a vrgula pode posicionar-se aps a conjuno: a primeira delas a adversativa e a segunda ser vista adiante.

    H muito servio; porm, ningum trabalhava.

    Questo 5: TCE-SP 2009 Agente Fiscalizao O emprego das vrgulas assinala a ocorrncia de uma ressalva em:

    (A) ... onde vista como a pequena, mas muito respeitada, irm. (B) ... que a Petrobras j detm, com reconhecido mrito, no restrito clube... (C) ... de que as reservas de gs de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se

    esto esgotando. (D) ... abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades. (E) O gs associado de Tupi, na proporo de 15% das reservas totais,

    mido e rico em etano... Comentrio: A ressalva expressa por conjunes que transmitam contrastes, oposies, como o caso da conjuno coordenativa adversativa mas. Assim, a alternativa (A) a correta. Gabarito: A

    Questo 6: TCE AM 2008 Analista Tcnico de Controle Externo Fragmento do texto: O conhecimento dessas idias teria preservado La Rochefoucauld da censura to repetida de que ele via a humanidade de modo por demais pessimista; na verdade, ele a conheceu tal qual ela . Concordo com que a viso ntida da indiferena de quase todos os homens a nosso respeito um espetculo desolador para a nossa vaidade, mas, enfim, preciso tomar os homens como so: irritar-se com os efeitos de seu amor-prprio queixar-se dos aguaceiros da primavera, dos ardores do vero, das chuvas de outono e das geadas do inverno. No contexto do segundo pargrafo, o segmento mas, enfim, preciso tomar os homens como so pode ser substitudo, sem prejuzo para o sentido e a correo, por:

    (A) porm, afinal de contas, preciso tom-los como so. (B) portanto, e por fim, preciso os tomar como sejam. (C) no entanto, preciso ainda tom-los como so. (D) porm, que fazer, preciso tomar-lhes como so. (E) no entanto, por isso, preciso tomar-lhes como sejam. Comentrio: Note que a orao iniciada pela conjuno coordenativa adversativa mas.

    A alternativa (A) a correta, pois a conjuno porm tambm coordenativa adversativa. O vocbulo enfim , na realidade, uma interjeio, a qual traduz uma ideia subjetiva do autor no meio da orao, por isso poderamos substitu-la por outras interjeies como afinal de contas, afinal.

    Alm disso, perceba que o vocbulo homens havia se repetido no texto. Nesta alternativa, este substantivo foi corretamente substitudo pelo pronome oblquo tono os, o qual o objeto direto do verbo tomar.

    A alternativa (B) est errada, porque portanto uma conjuno coordenativa conclusiva. Assim, no se preserva o sentido.

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    A alternativa (C) est errada, pois a interjeio enfim traduz uma considerao como um resultado daquilo que o autor julga procedente; porm o advrbio ainda traduz um valor temporal (at agora, at o presente momento). Assim, o sentido no preservado.

    A alternativa (D) est errada, pois o verbo tomar transitivo direto e no admite o pronome pessoal oblquo tono lhes. importante observar a expresso que fazer, a qual tambm uma interjeio, mas no conserva o mesmo sentido de resultado, que ocorre no trecho original.

    A alternativa (E) est errada, porque se misturou a conjuno adversativa no entanto com a conclusiva por isso. Isso traz incoerncia ao texto. Alm disso, o pronome lhes no pode ser o complemento do verbo tomar e o verbo sejam no traduz o mesmo valor de certeza que ocorre no verbo so. Gabarito: A

    Questo 7: DPE RS 2011 Defensor Pblico Fragmento do texto: possvel at que voc use essas definies quando bate aquela dvida sobre concordncia ou regncia, no ? No entanto, apesar de correntes, elas no tm fundamento cientfico, afinal so muito anteriores ao nascimento da cincia da linguagem (mais precisamente, 2 mil anos anteriores!). A expresso No entanto pode ser substituda, alterando o significado da frase, por (A) entretanto. (B) porquanto. (C) todavia. (D) porm. (E) contudo. Comentrio: A conjuno No entanto tem valor adversativo. A frase continua com o mesmo valor de adversidade com as conjunes entretanto, todavia, porm e contudo. A nica que destoa porquanto, que tem valor explicativo. Perceba que a banca pede a conjuno que altera o significado. Gabarito: B

    3) Alternativas:

    ______________________ ou ____________________. (alternativa) orao inicial orao coordenada sindtica

    A conjuno alternativa por excelncia ou, sozinha ou repetida em cada uma das oraes. Com a conjuno ou sozinha, as oraes alternativas normalmente no so separadas por vrgula, como vimos no esquema acima. Veja as principais conjunes:

    ou, ou...ou, ora...ora, j...j, quer...quer.

    Ex.: Faa sua parte, ou procure outro emprego.

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    A conjuno coordenativa ou poucas vezes cobrada pela banca FCC como conectivo de oraes, ela normalmente cobra seu valor de incluso ou excluso entre substantivos ou adjetivos.

    Incluso:

    Joo ou Pedro so bons candidatos. (valor de incluso)

    H alternativa de incluso quando se mostra que, independente de qual dos termos, os dois possuem tal caracterstica: Tanto Joo quanto Pedro possuem as caractersticas de bons candidatos.

    Excluso:

    Joo ou Pedro ganhar a presidncia do clube. (valor de excluso)

    Um termo exclui o outro automaticamente. Se Joo ganhar, excluir Pedro e vice-versa.

    H outros vocbulos de diferentes classes gramaticais que cumprem valor conjuntivo indicando alternncia, como ora...ora, j...j, quer...quer, seja...seja, bem...bem. Eles devem ser duplos e iniciar cada uma das oraes alternativas. No de rigor, mas o uso da vrgula se fortalece por bons autores separando oraes cujo conectivo repetido:

    Ora narrava, ora comentava.

    Questo 8: Prefeitura So Paulo 2006 Fiscal de Rendas Fragmento do texto: Da educao, neste sentido, distingue-se a formao do Homem por meio da criao de um tipo ideal intimamente coerente e claramente definido. Essa formao no possvel sem se oferecer ao esprito uma imagem do homem tal como ele deve ser. A utilidade lhe indiferente ou, pelo menos, no essencial. O que fundamental nela o kaln, isto , a beleza, no sentido normativo da imagem desejada, do ideal.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A conjuno ou (linha 5) tem valor enftico (como em ou ficar a ptria livre, ou morrer pelo Brasil), porque introduz uma ratificao integral do que foi afirmado antes. Comentrio: As conjunes coordenativas alternativas podem trazer dois valores a mais: incluso ou excluso.

    Excluso: Em ou ficar a ptria livre ou morrer pelo Brasil h relao de excluso, pois a ocorrncia de uma situao (ficar a ptria livre) exclui a outra (morrer pelo Brasil).

    Incluso: O fato de a utilidade lhe ser indiferente no exclui a possibilidade de ser essencial. Pode ser ter as duas caractersticas (indiferente e essencial). Por isso, h incluso.

    Assim, no houve uma necessidade de nfase, de ratificao integral ao que fora falado no texto. Gabarito: E

    Questo 9: Sec Edu SP 2010 Superior Fragmento do Texto: Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, vrias questes de alta transcendncia, sem que a disparidade dos votos trouxesse a menor alterao aos espritos. A casa ficava no morro de Santa

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    Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que vinha de fora. Entre a cidade, com as suas agitaes e aventuras, e o cu, em que as estrelas pestanejavam, atravs de uma atmosfera lmpida e sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco investigadores de coisas metafsicas, resolvendo amigavelmente os mais rduos problemas do universo. Por que quatro ou cinco? Rigorosamente eram quatro os que falavam; mas, alm deles, havia na sala um quinto personagem, calado, pensando, cochilando, cuja esprtula no debate no passava de um ou outro resmungo de aprovao. O autor utiliza-se da conjuno ou, na expresso quatro ou cinco, que se repete ao longo do texto. Com essa conjuno o autor quis expressar:

    (A) alternncia entre os elementos. (B) equvoco. (C) comparao entre os elementos. (D) dvida. (E) reduo de um dos elementos. Comentrio: Se o candidato no lesse o texto, teria marcado a alternativa (A), pois a banca induziu a isso, colocando na primeira alternativa. Mas veja que alternncia entre os elementos supe uma excluso de um termo em relao ao uso do outro. E no foi esse o caso deste contexto. O autor diz que eram quatro ou cinco sem uma preciso, e, no final, ele diz por que h essa impreciso. No sabe se conta ou no aquele que estava cochilando. Note que ele sabe quantos havia na sala, mas houve a impreciso quanto efetividade da participao deste quinto participante. Portanto houve dvida. Gabarito: D

    4) Conclusivas:

    ______________________, portanto ____________________. (conclusiva) orao inicial orao coordenada sindtica

    A vrgula ocorre neste tipo de orao, apesar de serem encontrados exemplos destas construes sem vrgula. Ento no se cobra na prova a obrigatoriedade ou no deste sinal de pontuao. Ele simplesmente pode ocorrer, o registro mais aceitvel.

    As conjunes coordenadas conclusivas so muito utilizadas em textos dissertativos, como resultado de um fato originrio, fechamento de argumento conclusivo e deduo. As principais so:

    logo, portanto, por conseguinte, pois (colocada depois do verbo), por isso, ento, assim, em vista disso.

    Ex.: Chegou muito cedo, logo no perdeu o incio do espetculo. Todos foram avisados, portanto no procedem as reclamaes. bastante cuidadoso; consegue, pois, bons resultados. Estava desanimado, por conseguinte deixou a empresa.

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    trabalhador, ento s pode ser honesto.

    Da mesma forma que o valor adversativo, as conjunes coordenadas conclusivas tambm tm a capacidade de mobilidade, podendo se posicionar no meio ou no final da orao, com vrgula(s) obrigatria(s):

    H muito servio, portanto trabalharemos at tarde. H muito servio, trabalharemos, portanto, at tarde. H muito servio, trabalharemos at tarde, portanto. H muito servio; trabalharemos, portanto, at tarde. H muito servio; trabalharemos at tarde, portanto. H muito servio; portanto trabalharemos at tarde. H muito servio; portanto, trabalharemos at tarde.

    Como vimos, somente em dois valores semnticos das oraes, a vrgula pode posicionar-se aps a conjuno: a primeira foi a adversativa e a segunda a conclusiva. Note o ltimo exemplo da sequncia anterior.

    Questo 10: DPE RS 2011 Defensor Pblico Fragmento do texto:

    O caso mais recente de tentativas de restringir a livre circulao de ideias envolve a obra Caadas de Pedrinho, na qual a turma do Stio do Pica-Pau Amarelo sai em busca de uma ona-pintada. Ocorre que, ao longo de quase oito dcadas de carreira do livro, o Brasil no conseguiu se livrar de excessos na vigilncia do politicamente correto, nem de intolerncias como o racismo. Ainda assim, j no convive hoje com hbitos como o de caa a animais em extino e avanou nas polticas para a educao das relaes tnico-raciais.

    Assim como em qualquer outra manifestao artstica, portanto, o livro que esteve sob ameaa de censura precisa ter seu contedo contextualizado. O conetivo portanto (2 pargrafo) pode ser substitudo, sem alterao de sentido, por

    (A) porquanto. (B) entretanto. (C) no entanto. (D) ento. (E) conquanto. Comentrio: Veja que a conjuno portanto est deslocada na primeira orao do 2 pargrafo. Isso quer dizer que este perodo uma concluso daquilo que foi dito no pargrafo anterior. A nica conjuno com valor de concluso elencada nas alternativas ento. Veja que porquanto explicativa, entretanto e no entanto so adversativas e conquanto tem valor adverbial de concesso, o qual ser visto adiante nesta aula. Gabarito: D

    Questo 11: TRF 5R 2008 Tcnico Fragmento do texto: Esses homens legaram evidncias arqueolgicas de uma revoluo criativa que inclui desde os espetaculares desenhos nas cavernas at os rituais de sepultamento dos mortos. Naquele perodo era preciso definir quem pertencia famlia ou no, e com quem se deveriam compartilhar os alimentos. Portanto, era necessrio criar regras especficas, diz a arqueloga Olga Soffer, da Universidade de Illinois.

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    Portanto, era necessrio criar regras especficas.

    O sentido que a conjuno grifada acima introduz no contexto o de

    (A) temporalidade, que caracteriza as aes humanas na poca abordada. (B) restrio, acerca da poca em que tais fatos ocorreram. (C) condio, que vai justificar determinadas aes dos homens nessa poca. (D) causa, que determina certo tipo de comportamento da humanidade. (E) concluso, adequada e coerente, diante da situao exposta. Comentrio: A conjuno Portanto s pode ter valor conclusivo. Assim, cabe apenas a alternativa (E). Gabarito: E

    5) Explicativas:

    ______________________, pois ____________________. (explicativa) orao inicial orao coordenada sindtica

    As conjunes coordenadas explicativas iniciam termo que esclarece uma declarao anterior ou ameniza uma ordem. As principais conjunes so:

    porque, pois(anteposto ao verbo), porquanto, que.

    As conjunes de causa tambm podem ter valor de explicao. Assim, natural a banca FCC pedir para substituir essas conjunes explicativas por uma vez que, j que, etc. Reconheceremos a seguir conjunes.

    Podem-se dividir as oraes coordenadas explicativas em duas:

    a) Esclarecimento de uma informao anterior:

    Chorou muito, porque os olhos esto inchados.

    Choveu durante a madrugada, pois o cho est alagado.

    Era uma criana estudiosa, porquanto sempre tirava boas notas.

    A vrgula neste caso facultativa.

    b) Amenizao de uma ordem:

    Volte logo, que vai chover.

    A vrgula neste caso obrigatria, pois mudamos a entonao em cada orao. A primeira expressa uma ordem; a segunda, uma explicao.

    Tem sido cobrado bastante nas provas da Fundao Carlos Chagas a insero da conjuno coordenada explicativa com a retirada de ponto final ou dois-pontos. Mas, para isso, deve-se entender SEMPRE o valor semntico da orao no texto. Veja os exemplos:

    Ele no foi casa dos pais. Sua aparncia de esgotamento os preocuparia.

    Pode-se substituir o ponto final pela conjuno pois, desde que o vocbulo Sua mude a inicial maiscula para minscula. Veja:

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    Ele no foi casa dos pais pois sua aparncia de esgotamento os preocuparia.(Note que a vrgula antes da conjuno pois facultativa.)

    Esta mesma estrutura poderia ser separada por dois-pontos. Veja:

    Ele no foi casa dos pais: sua aparncia de esgotamento os preocuparia. Finalizando, as oraes coordenadas aqui vistas so chamadas de

    independentes. Isso porque geralmente ela no depende de outra para fazer sentido.

    Questo 12: BACEN 2005 Analista A expropriao que torna essa passagem possvel psicolgica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistncia, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Na frase acima, e no contexto do pargrafo que ela integra, o sinal de dois pontos pode, sem prejuzo para o sentido, ser substitudo por vrgula, seguida da expresso por conseguinte. Comentrio: Ns vimos que a conjuno por conseguinte transmite valor coordenado conclusivo. No caso desta questo, h um valor explicativo, motivado pelo uso dos dois-pontos. Assim, pode-se substituir os dois-pontos pelas conjunes de valor explicativo, como pois, porque, porquanto etc. Gabarito: E

    Questo 13: Prefeitura So Paulo 2006 Fiscal de Rendas Fragmento do texto: A educao uma funo to natural e universal da comunidade humana que, pela prpria evidncia, leva muito tempo a atingir a plena conscincia daqueles que a recebem e praticam, sendo, por isso, relativamente tardio o seu primeiro vestgio na tradio literria. O seu contedo, aproximadamente o mesmo em todos os povos, ao mesmo tempo moral e prtico. Tambm entre os Gregos foi assim. Reveste, em parte, a forma de mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e me, respeitar os estrangeiros; consiste, por outro lado, numa srie de preceitos sobre a moralidade externa e em regras de prudncia para a vida, transmitidas oralmente pelos sculos afora; e apresenta-se ainda como comunicao de conhecimentos e aptides profissionais a cujo conjunto, na medida em que transmissvel, os Gregos deram o nome de techn.

    Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O perodo iniciado por Reveste constitui uma explicao. Comentrio: Note que o perodo iniciado pelo verbo Reveste explica a informao anterior (Tambm entre os Gregos foi assim).

    Sintaticamente, perceba que podemos retirar o ponto final, ajustar as letras maisculas e minsculas e inserir dois-pontos ou vrgula e conjuno explicativa pois. Assim, confirmamos este valor explicativo. Veja:

    Tambm entre os Gregos foi assim: reveste, em parte, a forma de mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e me, respeitar os estrangeiros...

    Tambm entre os Gregos foi assim, pois reveste, em parte, a forma de mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e me, respeitar os

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    estrangeiros...

    A vrgula antes da conjuno pois no obrigatria. Gabarito: C

    Questo 14: TRT 2R 2008 Tcnico O choque dos alimentos est produzindo enormes estragos globais: semeia inflao, desarranja o abastecimento, precipita protecionismos e fermenta crises polticas.

    Os dois-pontos, no contexto da frase,

    (A) introduzem um segmento de carter explicativo e especificativo. (B) assinalam uma sequncia repetitiva, como um realce no contexto. (C) indicam quebra na sequncia lgica das ideias em desenvolvimento. (D) introduzem observaes que minimizam o sentido da expresso anterior. (E) assinalam a fala de um interlocutor at ento alheio ao contexto. Comentrio: Os dois-pontos neste contexto assinalam uma enumerao, a qual no se encontra na resposta. Quando h uma enumerao, no deixa de haver tambm uma explicao, por isso a nica resposta possvel a alternativa (A).

    Na alternativa (B), realmente h uma sequncia, mas no uma repetio. Tambm no ocorre inteno de realce apenas.

    Na alternativa (C), no ocorre quebra na sequncia lgica das ideias. A pontuao que sinaliza isso so as reticncias, e no servem neste contexto.

    Na alternativa (D), no h observaes que minimizam o sentido da expresso anterior, mas h sequncia lgica que explica o termo anterior.

    Na alternativa (E), os dois-pontos tambm podem iniciar uma citao, a fala de um interlocutor, mas isso no ocorreu neste contexto. Gabarito: A

    Questo 15: TRT 23 R 2007 Tcnico Fragmento do texto: A integrao europeia representa o indito na vida internacional. uma resposta historicamente distinta de qualquer outra no trato dos trs conhecidos problemas inerentes dinmica do funcionamento do sistema internacional, no qual paz e guerra se alternam. Com efeito, a Europa que se constituiu a partir do Tratado de Roma logrou: 1) captar e levar adiante o interesse comum; 2) administrar as desigualdades do poder; e 3) mediar e dirimir pacificamente controvrsias e conflitos de valores. ... logrou: 1) captar e levar adiante o interesse comum; 2) administrar as desigualdades do poder; e 3) mediar e dirimir pacificamente controvrsias e conflitos de valores. Os dois-pontos introduzem, considerando-se o contexto, (A) citao exata de anotaes em documentos referentes ao assunto. (B) segmento enumerativo e explicativo, importante para dar continuidade

    explanao das ideias. (C) repetio, com detalhes necessrios, de um dado anteriormente

    apontado. (D) gradao na seqncia dos itens, para assinalar a importncia maior do

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    seguinte em relao ao anterior. (E) condio importante no desenvolvimento, como justificativa das medidas

    citadas anteriormente. Comentrio: Perceba novamente o emprego dos dois-pontos. J vimos nas questes anteriores que ele serve para separar o aposto explicativo e enumerativo. Neste caso, a enumerao uma sequncia de aes, com verbos no infinitivo. Por isso a alternativa B a correta. Gabarito: B

    Questo 16: TCE MG 2007 Tcnico de Controle Externo - Direito Fragmento do texto: Como disse o fsico I. I. Rabi, os cientistas so os Peter Pans da sociedade: querem permanecer crianas, curiosos, perguntando-se sobre os mistrios do mundo. De minha parte, decidi que, a cada vez que sentir a chama falhar, visitarei uma escola e conversarei com as crianas. No contexto da frase Como disse o fsico I. I. Rabi, os cientistas so os Peter Pans da sociedade: querem permanecer crianas (...), os dois pontos assumem um sentido equivalente ao de uma expresso como

    (A) ainda assim. (B) em que pese. (C) conquanto. (D) ao passo que. (E) porquanto. Comentrio: Note que a orao querem permanecer crianas, curiosos, perguntando-se sobre os mistrios do mundo uma explicao sobre a fala do fsico de que os cientistas so os Peters Pans da sociedade. Por isso, podemos substituir os dois-pontos por uma conjuno coordenativa explicativa, como pois, porquanto, porque.

    Assim, a alternativa (E) a correta. Os conectivos ainda assim, em que pese e conquanto sero vistos

    adiante. Eles possuem o valor adverbial de concesso. O conectivo ao passo que tambm ser visto adiante, ele tem valor

    adverbial de proporo. Muita ateno neste tipo de questo, pois h muitas ocorrncias nas

    provas da FCC!!!! Gabarito: E

    Perodo composto por subordinao adverbial

    Vimos no incio da aula que, se no enunciado h apenas um verbo, naturalmente temos apenas uma orao (orao absoluta = perodo simples); porm, se houver outro verbo dentro deste enunciado, teremos duas oraes (perodo composto).

    Na aula passada, vimos que o adjunto adverbial solto pode receber vrgula quando se encontra aps a estrutura principal (sujeitoverboobjeto: S V O). Quando antecipado ou intercalado, recebe virgula(s) obrigatoriamente. Se voc no se lembra disso, interessante voltar quela aula e relembrar.

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    Questo 17: DPE RS 2011 Defensor Pblico Fragmento de texto: Mais de 20 anos depois, graas aos avanos na tecnologia de identificao de DNA e expanso dos bancos de dados com informaes genticas de criminosos, foi possvel identificar os homens responsveis pelo crime. A vrgula depois de Mais de vinte anos depois justifica-se porque

    (A) um adjunto adverbial intercalado. (B) um adjunto adverbial deslocado. (C) uma orao adverbial temporal deslocada. (D) um adjunto adnominal com valor de advrbio e est deslocado. (E) um advrbio em forma de orao e est deslocado. Comentrio: Vamos explicao do emprego das vrgulas neste trecho.

    A expresso graas aos avanos na tecnologia de identificao de DNA e expanso dos bancos de dados com informaes genticas de criminosos um adjunto adverbial de causa composto, pois h a unio dos dois ncleos (avanos, expanso), por meio da conjuno coordenativa aditiva e.

    Notadamente, temos um adjunto adverbial de grande extenso que se encontra intercalado, e esse o motivo da dupla vrgula.

    Assim, se a banca tivesse perguntado o motivo da dupla vrgula, teramos como resposta a alternativa (A), pois realmente h um adjunto adverbial intercalado.

    Mas a pergunta no foi essa: primeiro a banca especificou a expresso Mais de vinte anos depois, em seguida, perguntou sobre a primeira das vrgulas, cujo emprego coincide por fechar o adjunto adverbial de tempo antecipado e iniciar o adjunto adverbial de causa que se encontra intercalado.

    Assim, como a banca especificou o adjunto adverbial de tempo, a alternativa correta s pode ser a (B).

    Se voc marcou a alternativa (C), no percebeu que, nesta estrutura adverbial, no h verbo, ento no h orao, apenas adjunto adverbial. Gabarito: B

    Veja a orao absoluta abaixo:

    O candidato passou no concurso, devido ao seu esforo no estudo. VTI objeto indireto adjunto adverbial de causa

    sujeito predicado verbal perodo simples

    A orao acima possui a estrutura bsica S V O: O candidato passou no concurso. A estrutura devido ao seu esforo no estudo o adjunto adverbial de causa. Esse adjunto adverbial chamado por ns de solto, porque no houve exigncia do verbo. Por isso, podemos inserir a vrgula facultativamente. Esta estrutura no foi obrigatria, ela foi inserida para que haja mais clareza e situe melhor o leitor sobre a circunstncia que levou o candidato aprovao. Mas veja que esta expresso dependente da estrutura bsica da orao.

    vrgula facultativa

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    Se dissssemos somente: Devido ao seu esforo no estudo

    Logicamente, ningum entenderia, concorda?

    Por isso, dizemos que esta estrutura dependente da estrutura S V O, isto : ela subordinada principal:

    O candidato passou no concurso, devido ao seu esforo no estudo.

    Quando esse adjunto adverbial recebe um verbo, observamos que passaremos a ter duas oraes: a principal e a subordinada adverbial causal.

    O candidato passou no concurso, porque se esforou no estudo.

    sujeito VTI objeto indireto VTI + objeto indireto

    predicado verbal predicado verbal orao principal orao subordinada adverbial causal

    perodo composto

    Orao principal? Por qu?

    Diferentemente das oraes coordenadas que so independentes umas das outras e por isso o nome da primeira orao inicial, a orao principal a base para que a orao subordinada possa se apoiar nela, para se ter o entendimento.

    Orao subordinada? Por qu?

    A orao subordinada aquela que depende da principal para ter sentido, assim como aconteceu com o adjunto adverbial, no exemplo acima.

    Orao adverbial? Por qu?

    Porque foi gerada de um adjunto adverbial. Veja, bastou inserir o verbo esforou, para que houvesse a orao adverbial.

    Tanto o adjunto adverbial quanto a orao adverbial podem deslocar-se para o incio ou para o meio da estrutura principal. E, com isso, a vrgula ser empregada conforme foi visto nos adjuntos adverbiais de grande extenso da aula passada. Assim, via de regra, a orao subordinada adverbial, quando posposta orao principal, ser iniciada por vrgula facultativamente. Mas, se for antecipada ou intercalada, receber vrgula ou vrgulas obrigatoriamente.

    Antecipando a estrutura adverbial...

    vrgula facultativa

    Estrutura bsica (principal) Estrutura adverbial (subordinada)

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    Devido ao seu esforo no estudo, o candidato passou no concurso adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto

    sujeito predicado verbal perodo simples

    Porque se esforou no estudo, o candidato passou no concurso VTI + objeto indireto VTI objeto indireto

    predicado verbal sujeito predicado verbalorao subordinada adverbial causal orao principal

    perodo composto

    Agora, intercalando...

    O candidato, devido ao seu esforo no estudo, passou no concurso. adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto

    sujeito predicado verbal perodo simples

    O candidato, porque se esforou no estudo, passou no concurso VTI + objeto indireto VTI objeto indireto

    sujeito predicado verbal predicado verbalorao subordinada adverbial causal

    orao principal perodo composto

    As oraes subordinadas podem ser divididas tambm em dois tipos: desenvolvidas (aquelas que possuem conjuno e verbos conjugados em modos e tempos verbais);

    O candidato passou no concurso, porque se esforou no estudo.

    reduzidas (aquelas que perdem a conjuno e por isso os verbos passam a uma das formas nominais: gerndio, infinitivo e particpio).

    O candidato passou no concurso, por se esforar no estudo.

    Por que chamada de reduzida? Porque, ao perder uma conjuno, reduz-se a quantidade de vocbulos

    daquela orao. Por que tenho que saber as oraes reduzidas?

    vrgula obrigatria

    vrgula obrigatria

    vrgulas obrigatrias

    vrgulas obrigatrias

    orao principal orao subordinada adverbial causal (reduzida de infinitivo)

    orao principal orao subordinada adverbial causal (desenvolvida)

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    Muitas vezes a banca FCC pede para desenvolver a orao reduzida, inserindo a conjuno adequada sua circunstncia (valor semntico), por isso veremos os valores das oraes adverbiais.

    Elas basicamente se dividem em 9.

    1. Causais: exprimem causa, motivo, razo. Esta orao faz parte da estrutura causa-consequncia, em que a origem ocorre temporalmente antes. E a consequncia, por ser o resultado, ocorre depois. As principais conjunes causais so: porque, pois, que, como (quando a orao adverbial estiver antecipada), j que, visto que, desde que, uma vez que, porquanto, na medida em que, que, etc:

    A mulher gritou porque teve medo. Como fazia frio, fechou as janelas. J que me pediram, vou continuar. Uma vez que desfruta de bons pensamentos, realiza boas atitudes.

    Observaes:

    I - A conjuno se tambm pode transmitir valor de causa a oraes que funcionam como base ou ponto de partida de um raciocnio, em construes como:

    Se o estudo o princpio do concurseiro, imprescindvel a organizao de seu material de estudo.

    II - Vimos anteriormente que as conjunes porque, porquanto e pois podem ser coordenativas explicativas. Agora, percebemos que elas tambm podem ser causais. A banca FCC no pergunta qual a diferena entre elas, apenas pede a troca das conjunes. Isso correto.

    Questo 18: Infraero 2009 Analista Fragmento do texto: Tudo comea pelo aprendizado dos procedimentos iniciais. O novato pode confundir bilhete com carto de embarque, ignora as siglas das placas e monitores do aeroporto, atordoa-se com os avisos e as chamadas da locutora invisvel. J de frente para a escada do avio, estima, incrdulo, quantas toneladas de ao devero flutuar a quilmetros de altura com ele dentro. Localizada a poltrona, afivelado o cinto com mos trmulas, acompanha com extrema ateno as estudadas instrues da bela comissria, at perceber que ele a nica testemunha da apresentao: os demais passageiros (mal-educados!) leem jornal ou conversam. Quando enfim os motores, j na cabeceira da pista, aceleram para subir e arrancam a plena potncia, ele se segura nos braos da poltrona e seu corpo se retesa na posio seja-o-que-Deus-quiser. Considerando-se o sentido do contexto, nas expresses localizada a poltrona e afivelado o cinto, as formas sublinhadas poderiam ser precedidas por

    I. conquanto. II. uma vez. III. to logo. IV. ao estar sendo.

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    Complementa corretamente o enunciado da questo o que est SOMENTE em

    (A) I e II. (B) II e IV. (C) II e III. (D) I e III. (E) I e IV. Comentrio: Pode-se notar, pelo contexto, que o novato acompanha as instrues da comissria, aps ter localizado a poltrona e afivelado o cinto. Com isso, elimina-se a conjuno adverbial concessiva conquanto e ao estar sendo, pois esta ltima expresso transmite ideia de simultaneidade, o que no ocorreu no texto. Assim, a alternativa correta (C), pois os conectivos uma vez e to logo transmitem valor de tempo aps uma ao. (depois de localizada a poltrona; depois de afivelado o cinto) Gabarito: C

    Questo 19: TRT 20R 2006 Tcnico Fragmento do texto: Permitir s empresas que utilizem, em projetos artsticos, parte do dinheiro que gastariam com tributos. esse o esprito das leis de incentivo, sejam elas municipais, estaduais ou federais. A proposta simples: como no oramento da maioria dos governos os recursos destinados cultura so geralmente escassos, os artistas e produtores, em vez de recorrer ao Estado, procuram patrocnio da iniciativa privada, com o atraente argumento de que, sem desembolsar nenhum centavo, alm do que gastaria em impostos, o empresrio poder vincular sua marca quele livro, show, produo de artesanato ou outra ao desse tipo. ... como no oramento da maioria dos governos os recursos destinados cultura so geralmente escassos...

    A frase acima introduz, no contexto, a noo de

    (A) consequncia. (B) finalidade. (C) restrio. (D) causa. (E) condio. Comentrio: A conjuno como pode ter valor adverbial de causa, desde que esta orao esteja antecipada da principal. Isso foi o que ocorreu no trecho desta questo. Veja:

    ...como no oramento da maioria dos governos os recursos destinados cultura so geralmente escassos, os artistas e produtores, em vez de recorrer ao Estado, procuram patrocnio da iniciativa privada, com o atraente argumento de que, sem desembolsar nenhum centavo, alm do que gastaria em impostos, o empresrio poder vincular sua marca quele livro, show, produo de artesanato ou outra ao desse tipo.

    Note que esta conjuno pode ser substituda por j que, porque, uma vez que, confirmando o valor causal.

    Gabarito: D

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    Questo 20: TRT 24R 2003 Analista Considerando-se o contexto em que a frase ocorre, a expresso sublinhada preserva o sentido da expresso indicada entre parnteses em:

    (A) Pelo fato de sermos um pas predominantemente agrcola e pecurio, a maioria das nossas populaes vive em estado de atraso. (No obstante). (B) Por outro lado, a nossa economia solicitada a se ajustar ao ritmo varivel da economia mundial. (De outro modo). (C) A economia moderna no permite, seno em escala reduzida, o desenvolvimento autnomo das economias nacionais. (a no ser). (D) Assim sendo, somos obrigados a seguir a oscilao dos lderes da economia mundial (ainda assim). (E) Os pases dependem, cada vez mais, dos grandes centros do imperialismo econmico (de mais a mais). Comentrio: Na alternativa (A), a locuo prepositiva Pelo fato de transmite valor de causa e a locuo conjuntiva No obstante transmite valor concessivo (contraste), por isso h erro.

    Na alternativa (B), Por outro lado transmite uma ideia de que h pontos de vista divergentes e no modos diferentes.

    Na alternativa (C), a palavra denotativa de excluso seno pode ser substituda pelo seu sinnimo a no ser. Por isso a alternativa correta.

    Na alternativa (D), a locuo Assim sendo transmite valor causal; j a locuo conjuntiva ainda assim transmite valor concessivo (contrastante).

    Na alternativa (E), o adjunto adverbial de tempo cada vez mais transmite uma evoluo temporal, enquanto a expresso de mais a mais transmite valor de incluso, como as seguintes expresses alm de tudo; ainda por cima; ainda em cima, alm disso. Gabarito: C

    2. Consecutivas: Na relao causa-consequncia, o processo verbal da consequncia ocorre aps o da causa, e suas conjunes exprimem um efeito, um resultado e aparecem de duas formas:

    I - conjuno que precedida de tal, to, tanto, tamanho:

    Fazia tanto frio que meus dedos congelavam.

    Tal foi seu entusiasmo que todos o seguiram.

    Nesta estrutura, os intensificadores tal, tamanho, to, tanto podem ficar subentendidos.

    Bebia que caa pelas ruas. (bebia tanto...)

    II locues conjuntivas de maneira que, de jeito que, de ordem que, de sorte que, de modo que, etc:

    Ontem estive doente, de sorte que no pude ir ao trabalho.

    As notcias de casa eram boas, de maneira que pude prolongar minha viagem. (Domingos Paschoal Cegalla)

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    III locuo conjuntiva sem que, e a conjuno que, seguida de negao.

    Lcia no pode ver uma roupa bonita na vitrine sem que a queira comprar.

    Lcia no pode ver uma roupa bonita na vitrine, que no a queira comprar.

    Perceba que, na primeira estrutura, a preposio sem tem valor de negao; na segunda, sua ausncia substituda pelo advrbio de negao no.

    3. Condicionais: Nesta relao de condio, hiptese, muito cobrada a correlao de modo e tempo verbal. Veja:

    verbo no futuro do subjuntivo verbo no futuro do presente

    do indicativo

    Se o candidato estudar bastante, passar no concurso.

    condio no futuro resultado provvel no futuro orao subordinada adverbial condicional orao principal

    verbo no pretrito imperfeito do subjuntivo verbo no futuro do pretrito

    do indicativo

    Se o candidato estudasse bastante, passaria no concurso.

    condio no passado resultado improvvel no futuro orao subordinada adverbial condicional orao principal

    verbo no presente do subjuntivo verbo no futuro do presente

    do indicativo

    Caso o candidato estude bastante, passar no concurso.

    condio no presente resultado provvel no futuro orao subordinada adverbial condicional orao principal

    Se uma condio expressa no futuro ou presente, h condies de cumpri-la; por isso o resultado expresso na orao principal provvel. No h certeza de o candidato ser aprovado, mas h grande possibilidade. J numa condio expressa no passado, no h condies de cumpri-la; por isso o resultado expresso na orao principal pouco provvel, ou mesmo improvvel. A banca FCC normalmente pede para substituir as conjunes ou os verbos. Portanto, deve-se lembrar da correlao destes tempos verbais, vista na primeira aula.

    Algumas vezes, por motivo de nfase e reforo motivacional, o autor do texto troca o tempo verbal da orao principal de futuro do presente para presente do indicativo e futuro do pretrito para pretrito imperfeito do indicativo. Veja a diferena:

    Se o candidato estudar, passa no concurso.

    Se o candidato estudasse, passava no concurso.

    No h erro nestas substituies, h apenas nfase.

    Alm das conjunes condicionais se e caso, h tambm as locues conjuntivas contanto que, desde que, salvo se, sem que (=se no), a no ser que, a menos que, dado que.

    Comprarei o carro desde que no seja caro.

    No sairs daqui, sem que termine o estudo.

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    Podero ganhar o campeonato, salvo se acontecer algum imprevisto.

    A carinha podia ser de chinesa, fossem os olhos mais enviesados. (Raquel de Queirs)

    Note a ltima construo. A conjuno condicional fica subentendida, e com isso imprescindvel entender a correlao verbal para que no haja dvida neste valor semntico.

    As locues conjuntivas condicionais desde que, dado que, uma vez quepodem ser confundidas com as causais. Para no ficar com dvida, verifique que os verbos nas oraes condicionais ficam no modo subjuntivo, enquanto os das oraes causais ficam no modo indicativo. Compare esses exemplos nos respectivos valores adverbiais vistos anteriormente.

    encontrada tambm a forma reduzida:

    Conhecendo os alunos, o professor no os teria punido. (reduzida de gerndio)

    Questo 21: Prefeitura So Paulo 2008 Assist Gesto de Polticas Pblicas Caso as geleiras do Himalaia continuem a encolher no ritmo atual, dois tipos de catstrofes podero ocorrer.

    A conjuno grifada na frase acima imprime ao contexto noo de

    (A) condio. (B) concluso. (C) finalidade. (D) temporalidade. (E) proporcionalidade. Comentrio: A conjuno Caso tem valor adverbial condicional. Assim, a alternativa (A) a correta. Gabarito: A

    Questo 22: TCE PI 2011 Assessor Jurdico Fragmento do texto: De minha parte modestssima, ouso dizer: se um dia me sentir absolutamente feliz, tentarei no me matar. Talvez tambm no conte para ningum, para que no me matem. De inveja. A frase se um dia me sentir absolutamente feliz, tentarei no me matar tem um efeito de humor irnico, equivalente ao da seguinte formulao:

    (A) buscarei no me matar, em caso de absoluta felicidade. (B) mesmo tomado por grande infelicidade, nunca me mataria. (C) sendo absolutamente feliz, no h razo para me matar. (D) conquanto possa me matar, creio numa felicidade absoluta. (E) se no vivesse em plena felicidade pensaria em me matar. Comentrio: A orao se um dia me sentir absolutamente feliz subordinada adverbial condicional.

    O mesmo sentido preservado na alternativa (A), com a transformao dessa orao condicional em adjunto adverbial condicional em caso de absoluta felicidade. Note que o verbo tentarei tem o mesmo sentido do verbo buscarei.

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    A alternativa (B) est errada, porque a preposio mesmo transmite valor adverbial concessivo.

    A alternativa (C) est errada, porque a orao sendo absolutamente feliz subordinada adverbial causal reduzida de gerndio, portanto, o sentido diferente.

    A alternativa (D) est errada, porque a conjuno conquanto transmite valor adverbial concessivo.

    A alternativa (E) est errada, porque a orao subordinada adverbial condicional se no vivesse em plena felicidade possui o advrbio de negao no, que transmite o oposto da orao original. Alm disso, a orao principal pensaria em me matar tambm transmite valor oposto. Assim, no se conservou o sentido original. Gabarito: A

    Questo 23: TRF 4R 2007 Tcnico Fragmento do texto: O principal desafio do ecoturismo faz-lo de forma sustentvel, para que no se torne uma ameaa natureza. H quem diga, inclusive, que as palavras eco e turismo so incompatveis. Elas so compatveis sim, desde que a atividade seja bem planejada e bem gerenciada. Nesses casos o ecoturismo pode servir como uma importante fonte de recursos para a conservao e o desenvolvimento econmico das comunidades locais. Sempre vai haver algum impacto, mas esse impacto pode ser aceitvel. Elas so compatveis sim, desde que a atividade seja bem planejada e bem gerenciada.

    Identifica-se na frase acima relao de, respectivamente,

    (A) fato e consequncia. (B) explicao e temporalidade. (C) afirmativa e ressalva. (D) temporalidade e restrio. (E) causa e finalidade. Comentrio: O advrbio de certeza sim transmite o valor de afirmativa. Isso j mostra que a alternativa (C) a correta.

    Para confirmar, basta entender que ressalva o mesmo que exceo, reserva, restrio.

    Assim, podemos entend-la nas oraes adversativas: Todos ganharam presentes, mas ele no. (houve uma ressalva, restrio, exceo: ento nem todos ganharam presentes)

    Tambm podemos entender a ressalva nas oraes adverbiais condicionais: Todos ganharo presentes, desde que se comportem direitinho. (houve uma ressalva, restrio: s ganharo aqueles que se comportarem bem).

    Assim, entendemos que o advrbio sim transmite afirmativa e a orao subordinada adverbial condicional desde que a atividade seja bem planejada e bem gerenciada transmite ressalva, restrio. Gabarito: C

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    4. Concessivas: exprimem um fato que se concede, que se admite, em oposio, contraste, ressalva ao da orao principal. As conjunes so: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (=embora no).

    Gostava de Matemtica, embora tivesse dificuldades com clculos.

    Por incrvel que parea, eles no conheciam pen-drive.

    Em que pese autoridade deste cientista, no podemos aceitar suas afirmaes. (Domingos Paschoal Cegalla)

    Dado que soubesse, no dirigia noite.

    Por mais que gritasse, no me ouviram.

    Nem que a gente quisesse, conseguiria esquecer. (Otto Lara Resende)

    Deve se tomar muito cuidado quando a banca pedir a substituio de conjuno ou locuo conjuntiva por preposio ou locuo prepositiva. Veja:

    Embora chegasse cedo, no conseguiu lugar para sentar-se.

    Ao se substituir a conjuno embora pela preposio mesmo, o verbo obrigado a sair da forma conjugada em modo e tempo verbal para a forma nominal gerndio. Isso far com que esta orao seja reduzida de gerndio:

    Mesmo chegando cedo, no conseguiu lugar para sentar-se.

    Se fosse substituda pela locuo prepositiva apesar de, a orao seria reduzida de infinitivo:

    Apesar de chegar cedo, no conseguiu lugar para sentar-se.

    Assim, cuidado com as substituies pedidas na prova.

    Questo 24: TCE-PB 2006 Assistente Jurdico Os fins dos deputados franceses so justos, mas os meios acabam por criminalizar as palavras e a opinio.

    A frase acima conservar o sentido e a correo caso se substitua o segmento sublinhado por

    (A) conquanto os meios acabem. (B) desde que os meios acabem. (C) tendo em vista que os meios acabam. (D) contanto que os meios acabem. (E) uma vez que os meios acabam. Comentrio: A questo queria que o candidato visualizasse a possibilidade de uma orao coordenada adversativa ser transformada em uma orao subordinada adverbial concessiva, desde que sejam feitas algumas adaptaes, como ajustes nos verbos e nas conjunes.

    A alternativa (A) a correta, pois a conjuno conquanto adverbial concessiva e o verbo acabem encontra-se no presente do subjuntivo.

    As locues conjuntivas desde que, tendo em vista que e uma vez que so subordinativas adverbiais causais. J a locuo conjuntiva contanto

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    que tem valor condicional. Gabarito: A

    Questo 25: Metr 2008 Superior Fragmento do texto: Alm disso, as empresas sofriam presses das camadas sociais dominantes, sempre em busca da menor tarifa, ainda que custa do sacrifcio das finanas das estradas. ... ainda que custa do sacrifcio das finanas das estradas.

    A ltima frase do texto introduz, no perodo, noo de

    (A) temporalidade. (B) consequncia. (C) proporcionalidade. (D) ressalva. (E) causa. Comentrio: Vimos que Ainda que locuo conjuntiva que inicia orao subordinada adverbial concessiva. Tambm vimos que a concesso transmite contraste, ressalva. Portanto a alternativa a (D). Gabarito: D

    5. Comparativas: representam o segundo termo de uma comparao e se expressam de trs formas, com as conjunes como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (to ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, tanto quanto, que nem, feito (=como, do mesmo modo que), o mesmo que (=como):

    I com verbo expresso:

    A preguia gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.

    Como a flor se abre ao sol, assim minha alma se abriu luz daquele olhar.

    A praia tal qual voc descreveu. (tal como)

    II com o predicado ou verbo subentendido:

    A luz mais veloz do que o som. (do que o som )

    O leopardo to gil quanto a ona. (quanto a ona )

    Ele corre feito uma gazela.

    Nas estruturas comparativas de superioridade e inferioridade (com verbos expressos ou no), a palavra do opcional.

    Cantava mais do que trabalhava.

    Cantava mais que trabalhava.

    Os mais magros correm mais do que os mais cheinhos.

    Os mais magros correm mais que os mais cheinhos.

    III como comparao hipottica (uso da conjuno se):

    O homem parou perplexo, como se esperasse um guia.

    Com verbo expresso.

    Verbo subentendido

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    6. Conformativas: exprimem acordo ou conformidade de um fato com outro. Suas conjunes so: como, conforme, segundo, consoante. Geralmente usado para reforar argumento. A orao principal a declarao feita pelo autor e a orao subordinada adverbial conformativa a base de sustentao do argumento, muito marcado por leis, regulamentos, fala de especialistas, etc. Esse valor adverbial vastamente explorado como argumento de autoridade:

    Como disse o prefeito, o IPTU vai subir 5% este ano. Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi contar. (Machado de Assis) Conforme prev o artigo 37 da CF, o servio pblico impessoal. Consoante opinam alguns, a histria se repete.

    7. Proporcionais: iniciam ideia de proporo, com as locues conjuntivas proporo que, medida que, ao passo que, quanto mais ... tanto mais, quanto mais ... tanto menos, quanto mais ... tanto menos, quanto menos ... tanto mais, quanto mais ... mais, quanto menos ... menos, tanto ... quanto (como).

    Os alunos respondiam, medida que eram chamados.

    proporo que subiam a montanha, o ar ia ficando rarefeito.

    O valor do salrio, ao passo que os preos sobem, vai diminuindo.

    Tanto gostava de um quanto aborrecia o outro.

    No so corretas as locues medida em que, na medida que, a medida que, com valor de proporo, cabendo apenas medida que. Outro detalhe, no h crase em locues conjuntivas de outro valor, somente h nas proporcionais: medida que e proporo que.

    Vimos que a locuo conjuntiva na medida em que causal. Ela pode tambm fazer parte de estrutura oracional adjetiva.

    Compare todos:

    medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem. orao subordinada adverbial proporcional + orao principal

    "O Brasil exportou mais na medida em que a indstria e a pecuria esto fortalecidas." orao principal + orao subordinada adverbial causal

    A expanso da lavoura algodoeira no pde produzir-se em So Paulo na mesma medida em que se produziu noutras terras.

    orao principal + orao subordinada adjetiva restritiva

    Observao: A locuo conjuntiva ao passo que deve receber especial ateno, pois pode agregar trs valores semnticos distintos. Ela possui valor de tempo concomitante e se estende proporo (que tambm possui a concomitncia temporal) e oposio (pois tambm pode agregar, alm do valor de tempo concomitante, o de adversidade):

    Subordinada adverbial proporcional: Pequenos cogumelos, ao passo que devoram os tecidos dos insetos, semeiam os seus esporos mortais. (= proporo que)

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    Subordinada adverbial temporal: Ela dormia, ao passo que o professor dissertava. (= enquanto)

    Coordenativa adversativa: feia, ao passo que a irm bonita. (= mas)

    Deve-se entender, antes de tudo, que esta locuo conjuntiva transmite tempo concomitante e, dependendo do contexto, transmite os outros dois valores semnticos. Perceba que a proporo se d com uma ideia de evoluo temporal, os processos verbais vo se acumulando, progredindo temporalmente, de forma diferente dos outros valores semnticos.

    8. Finais: indicam finalidade, objetivo, com as locues conjuntivas: para que, a fim de que, que (= para que), porque (= para que):

    Afastou-se depressa, para que no o vssemos. Viemos aqui a fim de que realizssemos um acordo. Fiz-lhe sinal que se calasse. (Machado de Assis) Fez tudo porque eu no obtivesse bons resultados.

    Muito utilizada a forma reduzida de infinitivo:

    Suportou todo tipo de humilhao para obter o visto americano.

    Questo 26: Prefeitura So Paulo 2007 Auditor-Fiscal Trib Mun (ISS-SP)Fragmento do texto: Para garantia do cumprimento dos princpios, instituem-se as sanes para quem os ignore. A penalidade aplicada ao indivduo transgressor a garantia da validade social da norma transgredida. Por isso, a impunidade, uma vez manifesta, quebra inteiramente a relao de equilbrio entre direitos e deveres comuns, e passa a constituir um exemplo dedelito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra exatamente por t-la infringido. Expressa uma finalidade a orao subordinada adverbial sublinhado em:

    (A) (...) a religio toma para si a tarefa de orientar a conduta humana. (B) (...) o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra por t-la

    infringido. (C) (...) o ponto de partida para a boa conduta o reconhecimento daquilo

    que no pode ser permitido. (D) (...) as regras de convvio existem para dar base e estabilidade s

    relaes entre os homens. (E) (...) o ideal da civilizao permitir que todos os indivduos vivam sob os

    mesmos princpios ticos acordados. Comentrio: Para se ter certeza do valor adverbial de finalidade da orao, procure achar a preposio para, as locues prepositivas a fim de, com o intuito de ou as locues conjuntivas para que, a fim de que.

    Assim, facilmente podemos perceber que a alternativa correta a (D). Gabarito: D

    9. Temporais: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na orao principal, podendo ser um tempo geral, concomitante, antes ou depois de um referente. Suas conjunes: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, at que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que.

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    No fale enquanto come. Mal voc saiu, ela chegou. S voltou a jogar quando se sentiu bem. Assim que chegou, foi para a cozinha.

    A forma reduzida tambm muito utilizada:

    Terminada a festa, todos foram embora.

    Questo 27: BB 2011 Escriturrio Fragmento do texto: O exerccio da memria, seu exerccio mais intenso e mais contundente, indissocivel da presena dos velhos entre ns. Quando ainda no contidos pelo estigma de improdutivos, quando por isso ainda no constrangidos pela impacincia, pelos sorrisos incolores, pela cortesia inautntica, pelos cuidados geritricos impessoais, pelo isolamento, quando ento ainda no-calados, dedicam-se os velhos, cheios de espontaneidade, cerimnia da evocao, evocao solene do que mais impressionou suas retinas to fatigadas, enquanto seus interesses e suas mos laborosas participavam da norma e tambm do mistrio de uma cultura. Na iminncia de um temporal, o enorme tronco, que armazena grande quantidade de lquido, d uma descarga de gua para as razes resultado da variao atmosfrica.

    O sentido do trecho grifado acima est reproduzido com outras palavras em: (A) Quando se aproxima uma tempestade ... (B) Com a fora destruidora das guas ... (C) Para que o temporal venha com fora ... (D) Desde que venha a cair uma forte chuva ... (E) Depois de uma forte tempestade ... Comentrio: Veja que o adjunto adverbial Na iminncia de um temporal traduz valor de tempo, e o substantivo iminncia transmite ideia de algo que est por ocorrer. Assim, por transmitir valor de tempo, eliminamos as alternativas (B): causa; (C): finalidade; (D): condio. Como entendemos que algo que est por ocorrer, ento eliminamos alternativa (E), sobrando a alternativa (A), como correta.

    Perceba que esta questo est trabalhando a transformao do adjunto adverbial numa orao subordinada adverbial. Gabarito: A

    Questo 28: TRT 16R 2009 Tcnico Fragmento do texto: Dois cientistas russos sustentam, embasados na metodologia da bomba bitica, que as florestas so responsveis pela criao dos ventos e a distribuio da chuva ao redor do planeta como uma espcie de corao que bombeia a umidade. Esse modelo questiona a meteorologia convencional, que explica a movimentao do ar sobretudo pela diferena de temperatura entre os oceanos e a terra. Ao falarem de chuva aqui e de seca acol, eles acabam falando de um dos mais atuais e globalizados temas: a devastao das matas. Ao falarem de chuva ...

    A frase acima est corretamente transcrita, sem alterao do sentido original,

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    em:

    (A) Quando falam de chuva ... (B) medida que falam de chuva ... (C) Como falam de chuva ... (D) Visto que falam de chuva ... (E) Conquanto falem de chuva ... Comentrio: Note que Ao falarem de chuva uma orao subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo; por isso se pode substituir pela orao desenvolvida Quando falam de chuva. Como foi inserida a conjuno Quando, naturalmente o verbo deixa de estar na forma nominal infinitivo (falarem) para se conjugar em modo e tempo verbal (falam). Gabarito: A

    Questo 29: Sec Seg PB 2008 Mdio Fragmento do texto: Quem acompanhou a trajetria do Programa Nacional do lcool (Prolcool), lanado em 1975 como resposta brasileira s crises do petrleo de 1973 e 1979, sabe de seus altos e baixos. Nos primeiros dez anos a produo nacional de lcool etlico deu um salto considervel. A oferta de combustvel mais barato e os estmulos fiscais fizeram crescer exponencialmente as vendas de carros a lcool, que chegaram a responder por 90% do mercado. Mas, passada a crise do petrleo, as presses dos produtores por reajustes e a crescente desconfiana do consumidor com relao ao futuro do Prolcool provocaram a queda das vendas desses veculos, que se tornaram residuais. Carros a lcool usados perderam valor de revenda. Mas, passada a crise do petrleo, as presses dos produtores por reajustes ...

    O sentido do segmento grifado acima est transposto corretamente, em outras palavras, em:

    (A) No entanto, conforme se passava a crise de petrleo ... (B) Caso, contudo, se passasse a crise de petrleo ... (C) Seno, enquanto se passava a crise de petrleo ... (D) medida, conquanto, que se passava a crise de petrleo ... (E) Porm, depois que passou a crise de petrleo ... Comentrio: Veja que a conjuno Mas iniciou um perodo coordenado ao anterior e possui valor de oposio. Dentro desse enunciado, h outro intercalado: passada a crise do petrleo. Esta orao subordinada adverbial temporal reduzida de particpio. A banca FCC quis apenas que voc notasse que poderamos desenvolver esta orao temporal para depois que passou a crise do petrleo e que a troca da conjuno Mas por Porm mantm o mesmo valor semntico. Gabarito: E

    Questo 30: BB 2006 Escriturrio Fragmento do texto: O exerccio da memria, seu exerccio mais intenso e mais contundente, indissocivel da presena dos velhos entre ns. Quando ainda no contidos pelo estigma de improdutivos, quando por isso ainda no constrangidos pela impacincia, pelos sorrisos incolores, pela cortesia

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    inautntica, pelos cuidados geritricos impessoais, pelo isolamento, quando ento ainda no-calados, dedicam-se os velhos, cheios de espontaneidade, cerimnia da evocao, evocao solene do que mais impressionou suas retinas to fatigadas, enquanto seus interesses e suas mos laborosas participavam da norma e tambm do mistrio de uma cultura. No texto, a expresso Quando (linha 2) equivale a (A) enquanto. (B) apesar de que. (C) embora. (D) como. (E) como se. Comentrio: A conjuno Quando transmite valor temporal. A nica conjuno com esse valor nas alternativas enquanto. A locuo conjuntiva apesar de que e a conjuno embora so concessivas; a conjuno como e como se so comparativas. Gabarito: A

    Mesmo j tendo sido trabalhada a relao de causa e efeito nas oraes subordinadas adverbiais causais, importante explorarmos um pouco mais.

    RELAO DE CAUSALIDADE

    A Fundao Carlos Chagas tem cobrado insistentemente a relao de causalidade. Por isso, importante aprofundarmos o que causa e consequncia.

    Causa aquilo que faz com que uma coisa exista (origem, ocorre temporalmente antes). Consequncia efeito, resultado.

    Um fato pode ser em relao a outro a causa ou a consequncia. Observe os fatos seguintes e a relao existente entre eles.

    Causa: No s as conjunes estabelecem a relao de causa, muitas as palavras da lngua portuguesa tambm estabelecem essa relao.

    Causa Substantivos causa, motivo, razo, explicao, pretexto, base,

    fundamento, gnese, origem, o porqu etc. Verbos causar, gerar, acarretar, originar, provocar, motivar,

    permitir etc.

    Desemprego nos centros urbanos Surgimento das favelas

    Relao de causalidade

    Causa Consequncia

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    Locues prepositivas

    por, em virtude de, em razo de, por causa de, em vista de, por motivo de, decorrente de, devido a etc.

    Conjunes e locues conjuntivas

    porque, pois, j que, visto que, uma vez que, porquanto, como etc.

    Para facilitar a compreenso, encontram-se abaixo algumas frases que so exemplos de cada classe de palavra elencada no quadro acima.

    Substantivos: O desemprego nos centros urbanos constitui uma das causasfundamentais do surgimento das favelas.

    Verbos: O desemprego nos centros urbanos gera o surgimento das favelas.

    Locues prepositivas: O surgimento das favelas decorrente sobretudo do desemprego nos centros urbanos.

    Conjunes: Surgem as favelas porque nos centros urbanos aumenta o desemprego.

    Observe que normalmente o valor de causa expresso pelo verbo (segundo exemplo acima) nos induzir a fazer com que o sujeito seja textualmente a causa e o complemento, a consequncia. Consequncia: Para indicar a consequncia, a lngua portuguesa oferece vrias possibilidades.

    Consequncia Substantivos efeito, produto, decorrncia, fruto, reflexo, desfecho,

    desenlace, etc. Verbos derivar de, vir de, resultar de, s