aula 03 direito penal p pf agente - 2014
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Aula 03
Direito Penal p/ PF - Agente - 2014 - Com videoaulasProfessor: Renan Araujo
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AULA 03: CRIME: ELEMENTOS (PARTE II):
CULPABILIDADE (IMPUTABILIDADE); ERRO;
PUNIBILIDADE E SUA EXTINO.
SUMRIO PGINA Apresentao da aula e sumrio 01 I Culpabilidade 02 II Punibilidade e sua extino 22 Lista das Questes 33 Questes Comentadas 43 Gabarito 70
Ol, meus caros amigos concurseiros!
Na ltima aula ns iniciamos o estudo do crime, seu conceito e
elementos, estudando os dois primeiros deles: O fato tpico e a
ilicitude.
Hoje, a matria hard. Vamos finalizar o estudo dos elementos do
Crime (Parte II - Culpabilidade), bem como a Imputabilidade
(para a maioria, integrante da Culpabilidade) e a Punibilidade.
Hoje temos 40 questes exclusivamente do CESPE/UnB, para
reforar nossa preparao!
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
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I CULPABILIDADE
A culpabilidade nada mais que o juzo de reprovabilidade acerca
da conduta do agente, considerando-se suas circunstncias
pessoais.
Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato
tpico e ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de
estudo no o fato, mas o agente. Da alguns doutrinadores
entenderem que a culpabilidade no integra o crime (por no estar
relacionada ao fato criminoso, mas ao agente). Entretanto, vamos
trabalh-la como elemento do crime.
Quatro teorias existem acerca da culpabilidade:
A) Teoria psicolgica Para essa teoria a culpabilidade era analisada sob o prisma da imputabilidade e da vontade (dolo e
culpa). Esta teoria entende que o agente seria culpvel se era
imputvel no momento do crime e se havia agido com dolo ou
culpa. Vejam que essa teoria s pode ser utilizada por quem adota
a teoria naturalstica da conduta (pois o dolo e culpa esto na
culpabilidade). Para os que adotam a teoria finalista (nosso Cdigo
penal), essa teoria acerca da culpabilidade impossvel, pois a
teoria finalista aloca o dolo e a culpa na conduta, e, portanto, no
fato tpico;
B) Teoria normativa ou psicolgico-normativa Possui os mesmos elementos da primeira, mas agrega a eles a
inexigibilidaGHGHFRQGXWDGLYHUVDTXHpDSRVVLELOLGDGHGHDJLUFRQIRUPHR'LUHLWR3DUDHVVDWHRULDPDLVHYROXtGDDLQGDTXHRagente fosse imputvel e tivesse agido com dolo ou culpa, s seria
culpvel se no caso concreto lhe pudesse ser exigido um outro
comportamento que no o comportamento criminoso;
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C) Teoria normativa pura Essa j muda de ares. J no mais considera o dolo e culpa como elementos da culpabilidade, mas do
fato tpico (seguindo a teoria finalista da conduta). Para esta
teoria, os elementos da culpabilidade so: a) imputabilidade; b)
potencial conscincia da ilicitude; c) inexigibilidade de conduta
diversa. A potencial conscincia da ilicitude seria a anlise
concreta acerca das possibilidades que o agente tinha de conhecer
o carter ilcito de sua conduta. Vamos estudar cada um desses
elementos mais frente;
D) Teoria limitada A ADOTADA PELO CDIGO PENAL. Possui os mesmos elementos da teoria normativa pura, mas difere dela
ao tratar as descriminantes putativas.
CUIDADO: Para parte da Doutrina, a teoria normativa pura se divide
em:
x Teoria extremada x Teoria limitada
Para essa parcela da Doutrina, a teoria limitada faz parte da teoria
normativa pura, sendo uma espcie dela. Mas o que diz a teoria
extremada? Para a corrente que defende esta diviso a teoria extremada
seria aquela que defende que todo erro erro de proibio (exatamente o
teor do entendimento da teoria normativa pura, segundo a outra diviso).
Percebam, portanto, que a teoria limitada (seja qual for a corrente
adotada) defende que o erro sobre circunstncia ftica erro de tipo e o
erro sobre circunstncia normativa (ilicitude do fato) erro de proibio.
J a teoria normativa pura (ou teoria extremada, de acordo com a
segunda corrente) defende que toda e qualquer situao de erro
hiptese de erro de proibio.
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Vamos estudar cada um dos elementos da culpabilidade e, ao final,
estudaremos com mais detalhes o tratamento conferido pelas teorias s
descriminantes putativas.
1) IMPUTABILIDADE PENAL
O Cdigo Penal no define o que seria imputabilidade penal, apenas
descreve as hipteses em que ela no est presente.
A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade
mental de entender o carter ilcito da conduta e de comportar-se
conforme o Direito.
Existem trs sistemas acerca da imputabilidade:
Biolgico Basta a existncia de uma doena mental ou determinada idade para que o agente seja inimputvel.
adotado no Brasil com relao aos menores de 18 anos. Trata-
se de critrio meramente biolgico: Se o agente tem menos de
18 anos, inimputvel;
Psicolgico S se pode aferir a imputabilidade (ou no), na anlise do caso concreto;
Biopsicolgico Deve haver uma doena mental (critrio biolgico, legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso
concreto se o agente era ou no capaz de entender o carter
ilcito da conduta e de se comportar conforme o Direito (critrio
psicolgico). Essa foi a teoria adotada como REGRA pelo nosso
Cdigo Penal.
CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do fato.
Assim, se A (menor com 17 anos e 11 meses de idade) sequestra B e o
sequestro s termina quando A j era maior de 18 anos, este responde
pelo crime, pois nos crimes permanentes, entende-se que o tempo do
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crime o momento em que cessa a atividade criminosa.
Entretanto, imaginemos que Alfredo (com 17 anos) efetua disparos
de arma de fogo contra Poliana, que entra em coma e vem a falecer seis
meses depois, quando Alfredo j era maior de 18 anos. Nesse caso,
Alfredo no responde pelo crime de homicdio, mas por ato infracional,
nos termos do ECA, pois o crime se considera praticado quando da
conduta, ainda que outro seja o momento do resultado.
As causas de inimputabilidade esto previstas nos arts. 26, 27 e 28
do CP:
Art. 26 - isento de pena o agente que, por doena mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao
tempo da ao ou da omisso, inteiramente incapaz de
entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo
com esse entendimento. (Redao dada pela Lei n 7.209, de
11.7.1984)
Reduo de pena
Pargrafo nico - A pena pode ser reduzida de um a dois teros, se o
agente, em virtude de perturbao de sade mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado no era
inteiramente capaz de entender o carter ilcito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redao dada
pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos so penalmente
inimputveis, ficando sujeitos s normas estabelecidas na
legislao especial. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
Emoo e paixo
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Art. 28 - No excluem a imputabilidade penal: (Redao dada pela Lei
n 7.209, de 11.7.1984)
I - a emoo ou a paixo; (Redao dada pela Lei n 7.209, de
11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntria ou culposa, pelo lcool ou substncia de
efeitos anlogos.(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
1 - isento de pena o agente que, por embriaguez completa,
proveniente de caso fortuito ou fora maior, era, ao tempo da
ao ou da omisso, inteiramente incapaz de entender o
carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
2 - A pena pode ser reduzida de um a dois teros, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou fora maior, no
possua, ao tempo da ao ou da omisso, a plena capacidade
de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redao dada pela Lei n 7.209,
de 11.7.1984)
Percebam que os critrios biolgicos (circunstncias que
presumidamente retiram a capacidade de discernimento) esto
grifados em preto, e os critrios psicolgicos (anlise efetiva da
ausncia de discernimento quanto ilicitude do fato e
possibilidade de agir conforme o Direito) esto grifados em
vermelho.
Para facilitar, ainda, o estudo de vocs, grifei em azul as hipteses
de semi-imputabilidade.
Vamos explicar as hipteses de inimputabilidade:
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A) Menor de 18 anos
Esse um critrio meramente biolgico e taxativo: Se o agente
menor de 18 anos, responde perante o ECA no se aplicando a ele o CP,
nos termos do art. 27 do CP.
B) Doena mental e Desenvolvimento mental incompleto ou
retardado
No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era
inteiramente incapaz de entender o carter ilcito da conduta ou se era
parcialmente incapaz disso. No primeiro caso, ser inimputvel, ou seja,
isento de pena. No segundo caso, ser semi-imputvel, e ser aplicada
pena, porm, reduzida de um a dois teros.
Alm dos doentes mentais, nesse grupo encontram-se ainda os
silvcolas (ndios), que so imputveis (caso integrados sociedade),
semi-imputveis (caso parcialmente integrados sociedade), ou
inimputveis (caso no tenham se integrado de maneira nenhuma
sociedade, ou muito pouco).
Nos dois casos acima, se o agente for inimputvel, exclui-se a
culpabilidade e ele isento de pena. Se for semi-imputvel, ser
considerado culpvel (no se exclui a culpabilidade), mas sua pena ser
reduzida de um a dois teros.
No caso de o agente ser inimputvel, por ser menor de 18 anos, no
h processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser
inimputvel em razo de doena mental ou desenvolvimento incompleto,
ser isento de pena (absolvido), mas o Juiz aplicar uma medida de
segurana (internao ou tratamento ambulatorial). Isso o que se
chama de sentena absolutria imprpria (Pois, apesar de conter
uma absolvio, contm uma espcie de sano penal).
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No caso de o agente ser semi-imputvel, ele no ser isento
de pena! Ser condenado a uma pena, que ser reduzida. Entretanto, a
lei permite que o Juiz, diante do caso, substitua a pena privativa de
liberdade por uma medida de segurana (internao ou tratamento
ambulatorial).
CUIDADO! O semi-imputvel no pode cumprir a pena e depois a
PHGLGDGHVHJXUDQoDDQWLJRVLVWHPDGRGXSORELQiULR$WXDOPente, a medida de segurana s poder substitutiva da pena privativa de liberdade
(sistema vicariante).
C) Embriaguez
Segundo o CP, a embriaguez no uma hiptese de
inimputabilidade, salvo se decorrente de caso fortuito ou fora
maior (E mesmo assim, deve ser completa e retirar totalmente a
capacidade de discernimento do agente).
Assim, imaginem que Poliana embriagada por Carlos (que coloca
lcool em seus drinks). Sem saber, Poliana ingere as bebidas alcolicas e
comete crime. Nesse caso, Poliana poder ser inimputvel ou semi-
imputvel, a depender de seu nvel de discernimento quando da prtica
da conduta.
Vejamos o seguinte esquema:
Embriaguez:
Voluntria
Culposa
Acidental (caso fortuito ou fora maior)
No excluem a imputabilidade
COMPLETA agente inimputvel
PARCIAL agente semi-imputvel
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Em qualquer dos dois casos de embriaguez acidental, no ser
possvel aplicao de medida de segurana, pois essa visa ao
tratamento do agente considerado doente, e que oferece risco
sociedade. No caso da embriaguez acidental, o agente sadio, tendo
ingerido lcool por caso fortuito ou fora maior.
2) POTENCIAL CONSCINCIA DA ILICITUDE
A potencial conscincia da ilicitude a possibilidade de o agente, de
acordo com suas caractersticas, conhecer o carter ilcito do fato. No se
trata do parmetro do homem mdio, mas de uma anlise da pessoa do
agente. Assim, aquele que formado em Direito, em tese, tem
maior potencial conscincia da ilicitude que aquele que nunca saiu
de uma aldeia de pescadores e tem pouca instruo. claro que
isso varia de pessoa para pessoa e, principalmente, de crime para crime,
pois alguns so do conhecimento geral (homicdio, roubo), e outros nem
todos conhecem (bigamia, por exemplo).
Quando o agente age acreditando que sua conduta no ilcita,
comete erro de proibio (art. 21 do CP).
O erro de proibio pode ser:
Escusvel Nesse caso, era impossvel quele agente, naquele caso concreto, saber que sua conduta era contrria ao
Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente
isento de pena;
Inescusvel Nesse caso, o erro do agente quanto proibio da conduta no to perdovel, pois era possvel,
mediante algum esforo, entender que se tratava de conduta
ilcita. Assim, permanece a culpabilidade, respondendo pelo
crime, com pena diminuda de um sexto a um tero (conforme
o grau de possibilidade de conhecimento da ilicitude).
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3) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
No basta que o agente seja imputvel, que tenha potencial
conhecimento da ilicitude do fato, necessrio, ainda, que o agente
pudesse agir de outro modo.
EXEMPLO: imagine a situao de uma me que v seu filho clamar
por comida e, diante disso, rouba um cesto de pes. Nesse caso, a me
era maior de idade, sabia que a conduta era ilcita, mas no se podia
exigir que, naquelas circunstncias, agisse de outro modo. Dessa forma,
nesse caso, sua culpabilidade estaria excluda (isso sem comentar o
princpio da bagatela, que excluiria a prpria tipicidade, por ausncia de
leso tutelvel).
Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de excluso
da culpabilidade:
Coao MORAL irresistvel o ato no qual uma pessoa coage outra a praticar determinado crime, sob a ameaa de lhe
fazer algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na
cabea de Poliana e diz que se ela no atirar em Romeu,
matar seu filho, que est seqestrado por seus comparsas.
Nesse caso, no se pode exigir de Poliana que deixe de atirar
em Romeu, pois est sob ameaa de um mal gravssimo
(morte do filho). Cuidado! O STF entende que se a coao
resistvel (o mal no to grave assim), o coagido responde
juntamente com o coator. Ex.: No mesmo caso anterior,
imagine que ao invs de ameaar matar o filho de Poliana,
Alberto ameaasse dar um tapa em Poliana caso ela no
atirasse. Ora, nesse caso, o mal no to grave, e Poliana
deveria t-lo suportado ao invs de atirar. Se atirar e matar
Romeu, responder juntamente com Alberto por homicdio.
Esse o entendimento do STF!
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Obedincia hierrquica o ato cometido por algum em cumprimento a uma ordem ilegal proferida por um superior
hierrquico. Cuidado! A ordem no pode ser
MANIFESTAMENTE ILEGAL. Se aquele que cumpre a ordem
sabe que est cometendo uma ordem ilegal, responde pelo
crime juntamente com aquele que deu a ordem. Se a ordem
no manifestamente ilegal aquele que apenas a cumpriu
estar acobertado pela excludente de culpabilidade da
inexigibilidade de conduta diversa. Ex.: Um Delegado
experiente determina a dois policiais novatos que entre na casa
de Marcelo e realizem sua priso. Entretanto, o Delegado no
possua um mandado judicial para isso. Nesse caso, os policias
no tinha como contrariar a ordem do Delegado, nem saber
que ela era ilegal.
Cuidado! Nesse caso, s se aplica aos funcionrios pblicos,
no aos particulares!
Com relao coao mora irresistvel, vocs podem perceber que
HX FRORTXHL D H[SUHVVmR 025$/ HPFaixa alta. Foi para deixar BEM CLARO que somente a coao MORAL irresistvel que exclui a
culpabilidade (por inexigibilidade de conduta diversa). A coao
FSICA irresistvel NO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coao FSICA
irresistvel EXCLUI A TIPICIDADE, pois o fato no ser tpico por
ausncia de CONDUTA, j que no h vontade.
4) ERRO
A) ERRO DE TIPO
Sabemos que o crime, em seu conceito analtico, formado
basicamente por trs elementos: Fato tpico (para alguns, tipicidade, mas
a nomenclatura aqui irrelevante), ilicitude e culpabilidade.
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Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente
conduta descrita no tipo penal (direta ou indiretamente), temos um fato
tpico e, como disse, estar presente, portanto, a tipicidade.
Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato tpico por
equvoco! Isso mesmo! O agente pratica um fato considerado tpico, mas
o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos.
O erro de tipo a representao errnea da realidade, na qual
o agente acredita no se verificar a presena de um dos elementos
essenciais que compem o tipo penal.
EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato:
Art. 331 - Desacatar funcionrio pblico no exerccio da funo ou em
razo dela:
Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.
Imaginemos que o agente desconhecesse a condio de funcionrio
pblico da vtima. Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu
em erro sobre elemento essencial do tipo penal.
O erro de tipo pode ocorrer, tambm, nos crimes omissivos
imprprios (comissivos por omisso), pois o agente pode
desconhecer sua condio de garantidor (aquele que tem o dever de
impedir o resultado). Por exemplo: Imagine que uma me presencie o
estupro da prpria filha, mas nada faa, por no verificar tratar-se de sua
filha. Nesse caso, a me incidiu em erro de tipo, pois errou na
representao da realidade ftica acerca de elemento que constitua o tipo
penal.
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PRESTEM ATENO, GALERA! Quando o erro
incidir sobre elemento normativo do tipo, h
divergncia na Doutrina! Parte entende que
continua se tratando de erro de tipo. Outra
parte da Doutrina entende que no se trata de
erro de tipo, mas de erro de proibio, pois o
agente estaria errando acerca da licitude do
fato. Exemplo: O art. 154 do CP diz o seguinte:
Art. 154 - Revelar algum, sem justa causa,
segredo, de que tem cincia em razo de
funo, ministrio, ofcio ou profisso, e cuja
revelao possa produzir dano a outrem: Pena -
deteno, de trs meses a um ano, ou multa.
1HVVH FDVR R HOHPHQWR VHP MXVWD FDXVD pelemento normativo do tipo. Se o mdico revela
um segredo do paciente para um parente,
acreditando que este poder ajud-lo, e faz isso
apenas para o bem do paciente, acreditando
haver justa causa, quando na verdade o
parente um tremendo fofoqueiro que s quer
difamar o paciente, o mdico incorreu em erro
de tipo, pois acreditava estar agindo com justa
causa, que no havia. Porm, como disse a
vocs, parte da doutrina entende que aqui se
trata de erro de proibio. Mas a teoria que
prevalece a de que se trata mesmo de erro de
tipo.
O erro de tipo pode ser:
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x Escusvel Quando o agente no poderia conhecer, de fato, D SUHVHQoD GR HOHPHQWR GR WLSR ([HPSOR $ HQWUD QXPDloja e ao sair, verifica que esqueceu sua bolsa. Ao voltar, A
encontra uma bolsa idntica sua, e a leva embora.
(QWUHWDQWR $ QmR VDELD TXH HVVD EROVD HUD GH % TXHestava olhando revistas distrado, tendo sua bolsa sido levada
por outra pessoa no momento em que saiu da loja pela
SULPHLUD YH] 1HVVH FDVR $ QmR WLQKa como imaginar que algum, em to pouco tempo, haveria roubado sua bolsa e
que outra pessoa deixaria no mesmo lugar uma bolsa
idntica. Nesse caso, a incorreu em erro de tipo escusvel,
pois no poderia, com um exerccio mental razovel, saber
que aquela no era sua bolsa;
x Inescusvel Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esforo
mental razovel, no ter agido desta forma. Exemplo:
Imaginemos que Marcelo esteja numa repartio pblica e
acabe por desacatar funcionrio pblico que l estava.
Marcelo no sabia que se tratava de funcionrio pblico, mas
mediante esforo mental mnimo poderia ter chegado a esta
concluso, analisando a postura da pessoa com quem falava e
o que a pessoa fazia no local. Assim, Marcelo incorreu em erro
de tipo inescusvel, e responderia por crime culposo, caso
houvesse previso de desacato culposo (no h);
Assim, lembrem-se:
Agente comete o fato tpico por incidir em erro sobre um dos
elementos que compem o tipo penal
ERRO DE TIPO
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Pode ser que a banca utilize o termo (UUR VREUH HOHPento FRQVWLWXWLYRGRWLSRSHQDO. Eu prefiro essa nomenclatura, mas ela no muito utilizada, principalmente em concursos que no so de nvel
muito elevado ( mais utilizada em concursos para Juiz, Defensor,
Promotor).
A.1) ERRO DE TIPO ACIDENTAL
O erro de tipo acidental aquele que recai sobre circunstncias
diversas dos elementos que constituem a infrao penal. Recaem sobre
circunstncias irrelevantes da figura tpica, que permanece ntegra. O erro
de tipo acidental pode ser:
9 ERRO SOBRE A PESSOA (ERROR IN PERSONA) Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada,
por confundi-la com a pessoa que deveria ser o alvo do delito.
Neste caso, o erro irrelevante, pois o agente responde como
se tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA.
Essa previso est no art. 20, 3 do CP;
9 ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL (ABERRATIO CAUSAE) Aqui temos o que se chama de DOLO GERAL OU
SUCESSIVO. o engano no que se refere ao meio de
execuo do delito. Ocorre quando o agente, acreditando j ter
ocorrido o resultado pretendido, pratica outra conduta, mas ao
final verifica que esta ltima foi a que provocou o resultado.
Ex.: O agente atira contra a vtima, visando sua morte.
Acreditando que a vtima morreu, a atira num rio, visando
esconder o corpo. Mais tarde, descobre-se que esta ltima
conduta foi a que causou a morte da vtima, por afogamento,
pois ainda estava viva. A Doutrina majoritria entende que o
agente responde pelo crime originalmente previsto (homicdio
doloso consumado, e no homicdio tentado c/c homicdio
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culposo), embora, na verdade, tivssemos um homicdio
tentado (a primeira conduta) e um homicdio culposo
consumado (a segunda conduta);
9 ERRO NA EXECUO (ABERRATIO ICTUS) Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, mas no por
confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE PRATICAR O
DELITO ,PDJLQHTXHR DJHQWH WHQWDQGRDFHUWDU $ HUUR RWLUR H DFDED DFHUWDQGR %1R HUUR VREUH D SHVVRD R DJHQWHQmR HUUD R DOYR HOH DFHUWD R DOYR PDV R DOYR IRLconfundido. SO COISAS DIFERENTES! Nesse caso, assim
como no erro sobre a pessoa, o agente responde pelo crime
originalmente pretendido. Esta a previso do art. 73 do CP. O
erro na execuo pode ser: a) Com unidade simples O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada; b)
Com unidade complexa O agente atinge a vtima no visada, mas atinge tambm a vtima originalmente pretendida.
Nesse caso, responde pelos dois crimes, em CONCURSO
FORMAL;
9 ERRO NO CRIME (ABERRATIO DELICTI) Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas acaba cometendo outro.
Imagine que algum atire uma pedra num veculo parado, com
o dolo de danific-lo (art. 163 do CP). Entretanto, o agente
erra o alvo e atinge o dono, que estava perto (cometendo
leses corporais, art. 129 do CP). Nesse caso, o agente acaba
por cometer CRIME DIVERSO DO PRETENDIDO. Responder
apenas pelo crime praticado efetivamente (leso corporal
culposa). Aplica-se a mesma regra do erro na execuo: Se o
agente atingir ambos os bens jurdicos (o pretendido e o no
pretendido) responder por AMBOS OS CRIMES, em
CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP).
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B) ERRO DE PROIBIO
A culpabilidade (terceiro elemento do conceito analtico de crime)
formada por alguns elementos, dentre eles, a POTENCIAL
CONSCINCIA DA ILICITUDE.
A POTENCIAL CONSCINCIA DA ILICITUDE a possibilidade de
o agente, de acordo com suas caractersticas, conhecer o carter ilcito do
fato. No se trata do parmetro do homem mdio, MAS DE UMA
ANLISE DA PESSOA DO AGENTE.
Quando o agente age acreditando que sua conduta no ilcita,
comete ERRO DE PROIBIO (art. 21 do CP).
O erro de proibio pode ser:
Escusvel Nesse caso, era impossvel quele agente, naquele caso concreto, saber que sua conduta era contrria ao
Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente
isento de pena;
Inescusvel Nesse caso, o erro do agente quanto proibio da conduta no to perdovel, pois era possvel,
mediante algum esforo, entender que se tratava de conduta
ilcita. Assim, permanece a culpabilidade, respondendo pelo
crime, com pena diminuda de um sexto a um tero (conforme
o grau de possibilidade de conhecimento da ilicitude).
Assim, imaginem a seguinte hiptese: Um cidado, l do interior,
encontra um bem (relgio de ouro, por exemplo) e fica com ele para si.
Entretanto, mal sabe ele que essa conduta crime, previsto no CP
(apropriao de coisa achada). Vejamos:
Art. 169 - Apropriar-se algum de coisa alheia vinda ao seu poder por
erro, caso fortuito ou fora da natureza:
Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa.
Pargrafo nico - Na mesma pena incorre:
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(...)
Apropriao de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou
parcialmente, deixando de restitu-la ao dono ou legtimo possuidor ou
de entreg-la autoridade competente, dentro no prazo de 15
(quinze) dias.
Percebam que at mesmo uma pessoa de razovel intelecto capaz
de no conhecer a ilicitude desta conduta. Assim, o agente,
diferentemente do que ocorre no erro de tipo, REPRESENTA
PERFEITAMENTE A REALIDADE (Sabe que a coisa no sua, uma
coisa que foi perdida por algum), mas ACREDITA QUE A CONDUTA
LCITA.
Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o relgio,
na verdade, soubesse que no podia ficar com as coisas dos outros, mas
acreditasse que o relgio era um relgio que ele tinha perdido horas antes
(quando, na verdade, era o relgio de outra pessoa). Nesse caso, o
DJHQWHVDELDTXHQmRSRGLDSUDWLFDUDFRQGXWDGHVHDSURSULDUGHFRLVDDOKHLDSHUGLGDNo h, portanto, erro de proibio), mas acreditou que DFRLVDQmRHUDDOKHLDDFKDQGRTXHIRVVHVXDHUURGHWLSRFicou clara a diferena?
C) AS TEORIAS DA CULPABILIADE E O TRATAMENTO DADO AO
ERRO DE TIPO E AO ERRO DE PROIBIO
A teoria limitada, que a adotada pelo CP, difere da teoria normativa
pura com relao ao tratamento dado s descriminantes putativas.
Agente comete o fato no por incidir em erro sobre
a realidade, mas POR ACHAR QUE A CONDUTA
NO PROIBIDA
ERRO DE PROIBIO
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As descriminantes putativas so tratadas nos arts. 20, 1 e 21 do
CP:
1 - isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstncias, supe situao de fato que, se existisse, tornaria a
ao legtima. No h iseno de pena quando o erro deriva de culpa e
o fato punvel como crime culposo
(...)
Art. 21 - O desconhecimento da lei inescusvel. O erro sobre a
ilicitude do fato, se inevitvel, isenta de pena; se evitvel, poder
diminu-la de um sexto a um tero.
Para a teoria normativa pura (ou teoria extremada, segundo parte
da Doutrina), as descriminantes putativas sero sempre erro de
proibio. Ou seja, sempre que um agente supor que existe uma
situao ftica que legitima sua ao, e esta no existir, estar errando
com relao licitude do fato, logo, comete erro de proibio, o que pode
afastar a culpabilidade.
J a teoria limitada (adotada pelo CP), divide as
descriminantes em dois blocos:
De fato O agente supe que existe um fato que legitima sua ao. Exemplo: O agente pega um relgio que est sobre a
mesa, acreditando que seu. Na verdade, o relgio era de
outra pessoa. Nesse caso, o agente cometeu um erro de fato,
no de Direito, pois sabe que furtar errado, apenas acreditou
se tratar de bem a ele pertencente. Nesse caso, h erro de
tipo, logo, no se chega nem a ter fato tpico, desde que se
trate de erro escusvel. Se o erro for inescusvel, o agente
responde pelo crime na modalidade culposa, se houver. No
exemplo, no responderia, pois no h o crime de furto
culposo;
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De Direito So tratadas como erro de proibio. Aqui, o agente representa fielmente a realidade (no se engana quanto
aos fatos), mas acredita que mesmo assim sua ao legtima.
No exemplo acima, imaginem que o agente pega o relgio
sabendo que no seu, mas acredita que furtar no crime.
Assim, nesse caso, o erro no de fato, mas de direito. Se o
erro for escusvel (O agente no tinha condies de saber que
era ilcito), est excluda a culpabilidade. Se for erro
inescusvel (o agente tinha como saber que era ilcito),
responder pelo crime, com pena diminuda de um sexto a um
tero.
Vejam que h implicaes prticas, principalmente se o erro for
inescusvel, pois no erro de tipo inescusvel o agente responde por
crime culposo, se houver (se no houver, o fato atpico). J no erro de
proibio inescusvel o agente responde pelo crime doloso, s que com
pena diminuda (no caso acima, responderia por furto, com pena
diminuda).
Assim, o fato de ter-se adotado a teoria limitada tem reflexos
prticos na configurao da conduta criminosa, no apenas doutrinrios.
CUIDADO!! No confundam Descriminantes Putativas com delito
putativo.
As descriminantes putativas so QUAISQUER SITUAES NAS
QUAIS O AGENTE INCIDA EM ERRO POR ACREDITAR QUE EST
PRESENTE UMA SITUAO QUE TORNE A SUA CONDUTA
LEGTIMA (SEJA UMA SITUAO FTICA OU UMA SITUAO
JURDICA). As descriminantes putativas podem ser relativas suposta
existncia de uma causa de excluso da tipicidade, da ilicitude ou da
culpabilidade.
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Assim, se o agente furta uma mala de terceira pessoa, acreditando
que sua, age com erro, pois vislumbra uma situao que, se existisse
(se a mala fosse sua, como imaginou), tornaria sua ao legtima
(Descriminante putativa por erro de tipo).
Imagine, agora, que o agente est numa casa de festas e oua gritos
GH IRJR 6XSRQGR KDYHU XP LQFrQGLR FRUUH DWURSHODQGR SHVVRDVagredindo quem est na frente, para poder se salvar. Na verdade, tudo
no passava de um trote. Nesse caso, o agente agrediu pessoas
(moderadamente, claro), para se salvar, supondo haver uma situao
que, se existisse (incndio) justificaria a sua conduta (estado de
necessidade). Dessa forma, h uma descriminante putativa por estado de
necessidade putativo (causa de excluso da ilicitude putativa).
Por fim, imagine que o Harold Van Dame, holands, est no Brasil e
GHFLGH SX[DU XP EDVHDGR +DUROG HQWUHWDQWR LPDJLQD TXH LVVR ppermitido no Brasil. No entanto, ele no sabe que no Brasil isto crime
(art. 28 da Lei 11.343/06). Nesse caso, Harold incidiu em erro, pois
acreditou estar presente uma situao (legalidade da conduta) que, se
existisse, tornaria sua conduta legtima (Logo, h uma descriminante
putativa por erro sobre a ilicitude do fato, portanto, ERRO DE
PROIBIO). Essa descriminante putativa exclui a culpabilidade.
NO DELITO PUTATIVO acontece EXATAMENTE O OPOSTO. O
agente acredita que est cometendo o crime, quando, na verdade, est
cometendo um INDIFERENTE PENAL.
EXEMPLO: Um cidado, sem querer, esbarra no carro de um terceiro,
causando danos no veculo. Com medo de ser preso, foge. Na verdade,
ele acredita que est cometendo crime de DANO CULPOSO, mas no
sabe que o CRIME DE DANO CULPOSO NO EXISTE. Portanto, h,
aqui, DELITO PUTATIVO POR ERRO DE PROIBIO.
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II PUNIBILIDADE E SUA EXTINO
Quando algum comete um fato definido como crime, surge para o
Estado o poder-dever de punir. Esse direito de punir chama-se ius
puniendi.
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Em regra, todo fato tpico, ilcito e praticado por agente culpvel,
punvel. No entanto, o exerccio do ius puniendi encontra limitaes de
diversas ordens, sendo a principal delas a limitao temporal (prescrio).
Desta forma, o Estado deve exercer o ius puniendi da maneira
prevista na lei (atravs do manejo da Ao Penal no processo penal), bem
como deve faz-lo no prazo legal.
Para o nosso estudo interessam mais as hipteses de extino da
punibilidade. Vamos analis-las ento!
O art. 107 do CP prev que:
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graa ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que no mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrio, decadncia ou perempo;
V - pela renncia do direito de queixa ou pelo perdo aceito, nos crimes de ao privada;
VI - pela retratao do agente, nos casos em que a lei a admite;
IX - pelo perdo judicial, nos casos previstos em lei.
O primeiro caso bem simples. Falecendo o agente, extingue-se a
punibilidade do crime, pois, como vimos, no Direito Penal vigora o
princpio da intranscendncia da pena, ou seja, a pena no pode passar
da pessoa do criminoso. Assim, com a morte deste, cessa o direito de
punir do Estado.
A anistia, a graa e o indulto so modalidades muito parecidas de
extino da punibilidade. Entretanto, no se confundem.
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A anistia exclui o prprio crime, ou seja, o Estado determina que
as condutas praticadas (j praticadas, ou seja, fatos consumados) pelos
agentes no sejam consideradas crimes. A anistia pode ser concedida
pelo Poder Legislativo, e pode ser conferida a qualquer momento
(inclusive aps a sentena penal condenatria transitada em julgado).
J a Graa e o indulto so bem mais semelhantes, pois no
excluem o crime em si, mas apenas extinguem a punibilidade em
relao queles casos especficos, e s podem ser concedidos pelo
Presidente da Repblica.
A Graa conferida de maneira individual, e o indulto conferido
coletivamente (a um grupo que se encontre na mesma situao).
A anistia s pode ser causa de extino total da punibilidade (pois,
como disse, exclui o prprio crime). J a Graa e o indulto podem ser
parciais.
Pode ser extinta a punibilidade, tambm, pelo fenmeno da abolitio
criminis, nos termos do art. 107, III do CP. Como vimos, a abolitio
criminis ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar o fato
como crime.
Pode ocorrer, ainda, de o ofendido, nos crimes de ao penal
privada, renunciar ao direito de oferecer queixa, ou conceder o
perdo ao acusado. Nesses casos, tambm estar extinta a
punibilidade.
A renncia ao direito de queixa ocorre quando, dentro do prazo de
seis meses de que dispe o ofendido para oferec-la, este renuncia a este
direito, de maneira expressa ou tcita. A renncia tcita ocorre quando o
ofendido pratica algum ato incompatvel com a inteno de processar o
agente (quando, por exemplo, se casa com ele).
O perdo, por sua vez, muito semelhante renncia, com a
ressalva de que o perdo s pode ser concedido quando j ajuizada a
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ao penal privada, e que o simples oferecimento do perdo, por si s,
no gera a extino da punibilidade, devendo o agente aceitar o perdo.
Ocorrendo a renncia ao direito de queixa, ou o perdo do
ofendido, e sendo este ltimo aceito pelo querelado (autor do fato),
estar extinta a punibilidade.
Em determinados crimes o Estado confere o perdo ao infrator, por
entender que a aplicao da pena no necessria. o chamado SHUGmRMXGLFLDOeRTXHRFRUUHSRUH[HPSORQRFDVRGHKRPLFtGLRFXOSRVRQRqual o infrator tenha perdido algum querido (Lembram-se do caso
Herbert Viana?). Essa hiptese est prevista no art. 121, 5 do CP:
5 - Na hiptese de homicdio culposo, o juiz poder deixar de
aplicar a pena, se as conseqncias da infrao atingirem o prprio
agente de forma to grave que a sano penal se torne desnecessria.
(Includo pela Lei n 6.416, de 24.5.1977)
Ento, nesse caso, ocorrendo o perdo judicial, tambm estar
extinta a punibilidade. Alm disso, o art. 120 do CP diz que se houver o
perdo judicial, esta sentena que concede o perdo judicial no
considerada para fins de reincidncia (apesar de ser uma sentena
condenatria).
Nos termos do inciso VI do art. 107, a retratao do agente
tambm hiptese de extino da punibilidade, nos casos em que
a lei a admite. Acontece isto, por exemplo, nos crimes de calnia ou
difamao, nos quais a lei admite a retratao como causa de extino da
punibilidade, se realizada antes da sentena. Nos termos do art. 143 do
CP:
Art. 143 - O querelado que, antes da sentena, se retrata
cabalmente da calnia ou da difamao, fica isento de pena.
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Por fim, temos a clssica e mais comum hiptese de extino da
punibilidade: a PRESCRIO. A prescrio a perda do poder de exercer
um direito em razo da inrcia do seu titular. Ou seja, o famoso
FDPDUmRTXHGRUPHDRQGDOHYD A prescrio pode ser dividida basicamente em duas espcies:
Prescrio da pretenso punitiva e prescrio da pretenso
executria.
A primeira pode ocorrer quando ainda no h sentena penal
condenatria transitada em julgado, e a segunda pode ocorrer
somente depois de j haver sentena penal condenatria
transitada em julgado. Vamos estud-las em tpicos separados.
A) Prescrio da pretenso punitiva
Aqui o Estado ainda no aplicou (em carter definitivo) uma sano
penal ao agente que praticou a conduta criminosa.
Mas qual o prazo de prescrio? O prazo prescricional varia de
crime para crime, e definido tendo por base a pena mxima
estabelecida, em abstrato, para a conduta criminosa. Nos termos do art.
109 do CP:
Art. 109. A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final,
salvo o disposto no 1o do art. 110 deste Cdigo, regula-se pelo
mximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime,
verificando-se: (Redao dada pela Lei n 12.234, de 2010).
I - em vinte anos, se o mximo da pena superior a doze;
II - em dezesseis anos, se o mximo da pena superior a oito anos e
no excede a doze;
III - em doze anos, se o mximo da pena superior a quatro anos e
no excede a oito;
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IV - em oito anos, se o mximo da pena superior a dois anos e no
excede a quatro;
V - em quatro anos, se o mximo da pena igual a um ano ou, sendo
superior, no excede a dois;
VI - em 3 (trs) anos, se o mximo da pena inferior a 1 (um) ano.
(Redao dada pela Lei n 12.234, de 2010).
Prescrio das penas restritivas de direito
Pargrafo nico - Aplicam-se s penas restritivas de direito os
mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.
(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
Assim, no crime de homicdio simples, por exemplo, para o qual a lei
estabelece pena mxima de 20 anos (art. 121 do CP), o prazo
prescricional de 20 anos, pois a pena mxima superior a 12 anos. O
crime de furto simples, por exemplo, (art. 155 do CP) prescreve em oito
anos, pois a pena mxima prevista quatro anos.
Portanto, no confundam: O prazo de prescrio do crime no igual
pena mxima a ele estabelecida, mas calculado atravs de uma
tabela que leva em considerao a pena mxima!
Mas professor, quando comea a correr o prazo prescricional?
Simples, meus caros. A resposta para esta pergunta est no art. 111 do
CP:
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Art. 111 - A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final,
comea a correr: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que o crime se consumou; (Redao dada pela Lei n
7.209, de 11.7.1984)
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanncia;
(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
IV - nos de bigamia e nos de falsificao ou alterao de
assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou
conhecido. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
Apenas um comentrio em relao a este artigo: A regra, aqui, de
que o prazo prescricional comece a fluir no dia em que o crime se
consuma.
CUIDADO! Lembrem-se de que o crime se considera praticado (tempo
do crime) quando ocorre a conduta, e no a consumao. Assim:
Tempo do crime Momento da conduta Incio do prazo prescricional Momento da consumao
Prestem ateno para no errarem isso, pois esta uma pegadinha que
pode derrubar vocs no concurso.
Como nos crimes tentados no h propriamente consumao (pois
no h resultado naturalstico esperado), o prazo prescricional comea a
fluir da data em que cessa a atividade criminosa, mesmo critrio
utilizado para os crimes permanentes.
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Vejam que no que se refere aos crimes permanentes, o incio do
prazo prescricional coincide com o tempo do crime. Lembram-se do
verbete n 711 da smula de jurisprudncia do STF? Ento, esse
verbete diz que se considera praticado o crime quando da cessao da
atividade criminosa. Assim, nesses crimes, o tempo do crime e o
incio do prazo prescricional ocorrem simultaneamente!
Na hiptese de pena de multa, como calcular o prazo
prescricional? Se a multa for prevista ou aplicada isoladamente, o
prazo ser de dois anos. Porm, se a multa for aplicada ou prevista
cumulativamente com a pena de priso (privativa de liberdade), o prazo
de prescrio ser o mesmo estabelecido para a pena privativa de
liberdade. Isto que se extrai do art. 114 do CP:
Art. 114 - A prescrio da pena de multa ocorrer: (Redao dada
pela Lei n 9.268, de 1.4.1996)
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a nica cominada ou
aplicada; (Includo pela Lei n 9.268, de 1.4.1996)
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrio da pena privativa de
liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente
cominada ou cumulativamente aplicada. (Includo pela Lei n 9.268,
de 1.4.1996)
B) Prescrio da pretenso executria
Como disse a vocs, a prescrio pode ocorrer antes do trnsito
em julgado (prescrio da pretenso punitiva) ou depois do
trnsito em julgado (quando teremos a prescrio da pretenso
executria). Esta ltima ocorre quando o Estado condena o indivduo, de
maneira irrecorrvel, mas no consegue fazer cumprir a deciso.
Nos termos do art. 110 do CP:
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Art. 110 - A prescrio depois de transitar em julgado a sentena
condenatria regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos
fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um tero, se o
condenado reincidente. (Redao dada pela Lei n 7.209, de
11.7.1984)
Assim, na hiptese do crime de homicdio, conforme o exemplo dado
acima, antes de transitar em julgado a sentena condenatria, o prazo
prescricional regulado pela pena mxima cominada ao crime em
abstrato, de acordo com a tabelinha do art. 109 do CP. Aps o trnsito
em julgado, o parmetro utilizado pela lei para o clculo do prazo
prescricional deixa de ser a pena mxima prevista e passa a ser a
pena efetivamente aplicada.
Assim, se no crime de homicdio simples, que tem pena prevista de
06 a 20 anos, o agente for condenado a apenas 06 (seis) anos de
recluso, o prazo prescricional passa a ser de apenas 12 (doze) anos, nos
termos do art. 109, III do CP.
O art. 112 do CP estabelece o marco inicial (termo a quo) do prazo
prescricional da pretenso executria:
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Cdigo, a prescrio comea a
correr: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que transita em julgado a sentena condenatria, para a
acusao, ou a que revoga a suspenso condicional da pena ou o
livramento condicional; (Redao dada pela Lei n 7.209, de
11.7.1984)
II - do dia em que se interrompe a execuo, salvo quando o tempo
da interrupo deva computar-se na pena. (Redao dada pela Lei n
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C) Disposies gerais sobre a prescrio
O CP prev, ainda, hipteses nas quais a prescrio no corre, tanto
no que se refere prescrio da pretenso punitiva quanto prescrio
da pretenso executria, embora as circunstncias sejam diferentes para
cada uma delas. Nos termos do art. 116 e seu nico, do CP:
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Cdigo, a prescrio comea a
correr: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que transita em julgado a sentena condenatria, para a
acusao, ou a que revoga a suspenso condicional da pena ou o
livramento condicional; (Redao dada pela Lei n 7.209, de
11.7.1984)
II - do dia em que se interrompe a execuo, salvo quando o tempo
da interrupo deva computar-se na pena. (Redao dada pela Lei n
7.209, de 11.7.1984)
Pargrafo nico - Depois de passada em julgado a sentena
condenatria, a prescrio no corre durante o tempo em que o
condenado est preso por outro motivo. (Redao dada pela Lei n
7.209, de 11.7.1984)
Assim, nestes casos, o prazo prescricional no se inicia. Pode
ocorrer, ainda, de o prazo prescricional se iniciar, mas ser interrompido,
em razo da ocorrncia de alguns fatos. o que prev o art. 117 do CP:
Art. 117 - O curso da prescrio interrompe-se: (Redao dada pela
Lei n 7.209, de 11.7.1984)
I - pelo recebimento da denncia ou da queixa; (Redao dada pela
Lei n 7.209, de 11.7.1984)
II - pela pronncia; (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
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III - pela deciso confirmatria da pronncia; (Redao dada pela Lei
n 7.209, de 11.7.1984)
IV - pela publicao da sentena ou acrdo condenatrios recorrveis;
(Redao dada pela Lei n 11.596, de 2007).
V - pelo incio ou continuao do cumprimento da pena; (Redao
dada pela Lei n 9.268, de 1.4.1996)
VI - pela reincidncia. (Redao dada pela Lei n 9.268, de 1.4.1996)
1 - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a
interrupo da prescrio produz efeitos relativamente a todos os
autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo
processo, estende-se aos demais a interrupo relativa a qualquer
deles. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
2 - Interrompida a prescrio, salvo a hiptese do inciso V deste
artigo, todo o prazo comea a correr, novamente, do dia da
interrupo. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)
A interrupo uma causa de paralisao do prazo
prescricional, assim como a suspenso. Entretanto, na interrupo o
prazo prescricional, cessado o motivo que levou interrupo, volta a
correr desde o incio, e no de onde havia parado.
Exemplo: Imagine que Poliana esteja sendo acusada pelo crime de
homicdio simples (prescrio em 20 anos). O prazo prescricional vem
IOXLQGRQRUPDOPHQWHDWpTXHR-XL]SURQXQFLD3ROLDQDGHFLVmRQDTXDOo Juiz diz que o caso deve ser levado Jri popular). Nesse caso, se o
prazo prescricional estava j com 04 anos, por exemplo, ele ser
interrompido e voltar a ser contado do zero (mais 20 anos), e no
apenas os 16 (dezesseis) anos que faltavam.
Bons estudos!
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LISTA DAS QUESTES
01 - (CESPE 2009 PC/RN AGENTE DE POLCIA) Exclui-se a culpabilidade do agente
A) que falece aps a ocorrncia do fato.
B) inteiramente incapaz ao tempo do fato.
C) que age em estrito cumprimento do dever legal.
D) portador de perturbao mental aps o fato.
E) maior de 70 anos de idade na data da sentena.
02 - (CESPE 2010 DETRAN/ES ADVOGADO) Tratando-se de culpabilidade, a teoria estrita ou extremada e a teoria
limitada so derivaes da teoria normativa pura e divergem apenas a
respeito do tratamento das descriminantes putativas.
03 - (CESPE 2011 PC/ES ESCRIVO DE POLCIA) A falta de conscincia da ilicitude, se inevitvel, exclui a culpabilidade.
04 - (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)
As causas legais de excluso da culpabilidade por inexigibilidade de
conduta diversa incluem a estrita obedincia a ordem no
manifestamente ilegal de superior hierrquico. Caso o agente cumpra
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ordem ilegal ou extrapole os limites que lhe foram determinados, a
conduta culpvel.
05 - (CESPE 2009 DPE/AL DEFENSOR PBLICO) Para a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP brasileiro, toda
espcie de descriminante putativa, seja sobre os limites autorizadores da
norma, seja incidente sobre situao ftica pressuposto de uma causa de
justificao, sempre considerada erro de proibio.
06 - (CESPE 2004 AGENTE DA POLCIA FEDERAL) A coao fsica e a coao moral irresistveis afastam a prpria ao, no
respondendo o agente pelo crime. Em tais casos, responder pelo crime o
coator.
07 - (CESPE 2011 TER/ES ANALISTA JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA)
Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso fortuito,
cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao tempo do crime,
ele era inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato. Nessa
situao, embora tenha praticado fato penalmente tpico e ilcito, Abel
ficar isento de pena.
08 - (CESPE 2008 STJ ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)
Na obedincia hierrquica, para que se configure a causa de excluso de
culpabilidade, necessrio que exista dependncia funcional do executor
da ordem dentro do servio pblico, de forma que no h que se falar,
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para fins de excluso da culpabilidade, em relao hierrquica entre
particulares.
09 - (CESPE 2011 TJ/ES ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)
O perdo judicial, uma das possveis causas extintivas da punibilidade,
consiste na manifestao de vontade, expressa ou tcita, do ofendido ou
de seu representante legal, acerca de sua desistncia da ao penal
privada j iniciada.
10 - (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)
Alm de conduzir extino da punibilidade, a abolitio criminis faz cessar
todos os efeitos penais e cveis da sentena condenatria.
11 - (CESPE 2009 SEJUS /ES AGENTE PENITENCIRIO) A anistia exclui o crime, rescinde a condenao e extingue totalmente a
punibilidade, tendo, de regra, ao contrrio da graa, o carter da
generalidade, ao abranger fatos e no pessoas.
12 - (CESPE 2009 AGU ADVOGADO DA UNIO) Caso a pena de multa seja alternativa ou cumulativamente cominada ou
cumulativamente aplicada, aplicam-se a ela os mesmos prazos previstos
para as respectivas penas privativas de liberdade.
13 - (CESPE 2011 TCU - AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)
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Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a
seguir.
Na doutrina e jurisprudncia contemporneas, predomina o entendimento
de que a punibilidade no integra o conceito analtico de delito, que ficaria
definido como conduta tpica, ilcita e culpvel.
14 - (CESPE 2010 ABIN OFICIAL TCNICO DE INTELIGNCIA)
Julgue o item a seguir, referente a institutos de direito penal.
O erro de proibio escusvel exclui o dolo e a culpa; o inescusvel exclui
o dolo, permanecendo, contudo, a modalidade culposa.
15 - (CESPE 2011 TCU AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)
Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a
seguir.
O menor de dezoito anos de idade isento de pena por inimputabilidade,
mas capaz de agir com dolo, ou seja, capaz de praticar uma ao
tpica.
16 - (CESPE 2011 TCU AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)
Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a
seguir.
As escusas absolutrias tambm so consideradas causas de excluso da
culpabilidade.
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17 - (CESPE 2011 TCU AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)
Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a
seguir.
So causas de excluso da culpabilidade, expressamente previstas no
Cdigo Penal brasileiro, a coao moral irresistvel e a ordem no
manifestamente ilegal de superior hierrquico.
18 - (CESPE 2011 TCU AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)
A respeito dos crimes contra a f pblica, dos crimes previstos na Lei de
Licitaes, bem como dos princpios e conceitos gerais de direito penal,
julgue o item a seguir.
No quadro geral das teorias do delito, a conscincia da ilicitude ora
pertence estrutura do dolo, ora, estrutura da culpabilidade; no
entanto, sua eventual ausncia, desde que inevitvel, conduz iseno
de pena.
19 - (CESPE 2011 TRE/ES ANALISTA JUDICIRIO) No prximo item, apresentada uma situao hipottica seguida de uma
assertiva a ser julgada no que se refere aos institutos de direito penal.
Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso fortuito,
cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao tempo do crime,
ele era inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato. Nessa
situao, embora tenha praticado fato penalmente tpico e ilcito, Abel
ficar isento de pena.
20 - (CESPE - 2012 PC/AL DELEGADO)
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A imputabilidade, a exigibilidade de conduta diversa e a potencial
conscincia da ilicitude so elementos da culpabilidade.
21 - (CESPE - 2012 TJ/AL AJAJ) A coao moral irresistvel e a obedincia ordem no manifestamente
ilegal de superior hierrquico so causas de excluso da
a) imputabilidade.
b) tipicidade subjetiva.
c) ilicitude.
d) culpabilidade.
e) tipicidade objetiva.
22 - (CESPE - 2012 TC/DF AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) A respeito dos crimes contra a f pblica, dos crimes previstos na Lei de
Licitaes, bem como dos princpios e conceitos gerais de direito penal,
julgue o item a seguir.
No quadro geral das teorias do delito, a conscincia da ilicitude ora
pertence estrutura do dolo, ora, estrutura da culpabilidade; no
entanto, sua eventual ausncia, desde que inevitvel, conduz iseno
de pena.
23 - (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA - DIREITO)
Acerca dos institutos do direito penal brasileiro, julgue os prximos itens.
Por caracterizar inexigibilidade de conduta diversa, a coao moral ou
fsica exclui a culpabilidade do crime.
24 - (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIRIO FEDERAL)
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Considere que um indivduo penalmente capaz, em total estado de
embriaguez, decorrente de caso fortuito, atropele um pedestre,
causando-lhe a morte. Nessa situao, a embriaguez no exclua
imputabilidade penal do agente.
25 - (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIRIO FEDERAL)
O ordenamento jurdico brasileiro prev a possibilidade de ocorrncia de
tipicidade sem antijuridicidade, assim como de antijuridicidade sem
culpabilidade.
26 - (CESPE - 2013 - POLCIA FEDERAL - ESCRIVO DA POLCIA
FEDERAL)
No que concerne a infrao penal, fato tpico e seus elementos, formas
consumadas e tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e imputabilidade
penal, julgue os itens que se seguem.
Considere que Bartolomeu, penalmente capaz e mentalmente so, tenha
praticado ato tpico e antijurdico, em estado de absoluta inconscincia,
em razo de estar voluntariamente sob a influncia de lcool. Nessa
situao, Bartolomeu ser apenado normalmente, por fora da teoria
da actio libera in causa.
27 - (CESPE - 2013 - POLCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLCIA)
De acordo com a teoria extremada da culpabilidade, o erro sobre os
pressupostos fticos das causas descriminantes consiste em erro de tipo
permissivo.
28 - (CESPE - 2013 - PC-BA - DELEGADO DE POLCIA)
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Tanto a conduta do agente que age imprudentemente, por
desconhecimento invencvel de algum elemento do tipo quanto a conduta
do agente que age acreditando estar autorizado a faz-lo ensejam como
consequncia a excluso do dolo e, por conseguinte, a do prprio crime.
29 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - TCNICO JUDICIRIO - REA
ADMINISTRATIVA)
Em relao menoridade penal, o Cdigo Penal adotou o critrio
puramente biolgico, considerando penalmente inimputveis os menores
de dezoito anos de idade, ainda que cabalmente demonstrado que
entendam o carter ilcito de seus atos.
30 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIRIO - OFICIAL DE
JUSTIA AVALIADOR)
De acordo com o Cdigo Penal, a incidncia da excluso de culpabilidade
na coao irresistvel ocorre apenas nos casos de coao fsica ou vis
absoluta, uma vez que, na coao moral, h apenas reduo do poder de
escolha da vtima entre praticar ou omitir a conduta ou sofrer as
consequncias da coao.
31 - (CESPE - 2013 - TC-DF - PROCURADOR)
A coao moral irresistvel uma hiptese de autoria mediata, em que o
autor da coao detm o domnio do fato e comete o fato punvel por
meio de outra pessoa.
32 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - TCNICO JUDICIRIO - REA
ADMINISTRATIVA)
Aquele que se utiliza de menor de dezoito anos de idade para a prtica de
crime considerado seu autor mediato.
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33 - (CESPE - 2013 - POLCIA FEDERAL - ESCRIVO DA POLCIA
FEDERAL)
Julgue os itens subsequentes, relativos aplicao da lei penal e seus
princpios.
A contagem do prazo para efeito da decadncia, causa extintiva da
punibilidade, obedece aos critrios processuais penais, computando-se o
dia do comeo. Todavia, se este recair em domingos ou feriados, o incio
do prazo ser o dia til imediatamente subsequente
34 - (CESPE - 2013 - POLCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLCIA)
Suponha que determinada sentena condenatria, com pena de dez anos
de recluso, imposta ao ru, tenha sido recebida em termo prprio, em
cartrio, pelo escrivo, em 13/8/2011 e publicada no rgo oficial em
17/8/2011, e que tenha sido o ru intimado, pessoalmente, em
20/8/2011, e a defensoria pblica e o MP intimados, pessoalmente, em
19/8/2011. Nessa situao hipottica, a interrupo do curso da
prescrio ocorreu em 17/8/2011.
35 - (CESPE - 2013 - POLCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLCIA)
Considere que Jorge, Carlos e Antnio sejam condenados,
definitivamente, a uma mesma pena, por terem praticado, em coautoria,
o crime de roubo. Nessa situao, incidindo a interrupo da prescrio da
pretenso executria da referida pena em relao a Jorge, essa
interrupo no produzir efeitos em relao aos demais coautores.
36 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIRIO - REA
JUDICIRIA)
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Em 15/10/2005, nas dependncias do banco Y, Carlos, com o objetivo de
prejudicar direitos da instituio financeira, preencheu e assinou
declarao falsa na qual se autodenominava Maurcio. No mesmo dia, foi
at outra agncia do mesmo banco e, agindo da mesma forma, declarou
falsamente chamar-se Alexandre.
Em 1/5/2010, Carlos foi denunciado, tendo a denncia sido
recebida em 24/5/2010. Aps o devido processo legal, em sentena
proferida em 23/8/2012, o acusado foi condenado a um ano e dois
meses de recluso, em regime inicialmente aberto, e ao pagamento
de doze dias-multa, no valor unitrio mnimo legal. A pena
privativa de liberdade foi substituda por uma pena restritiva de
direitos e multa. O MP no apelou da sentena condenatria.
Com relao situao hipottica acima, julgue os itens seguintes.
Como, entre a data da prtica do delito e a do recebimento da denncia,
passaram-se mais de quatro anos, deve ser reconhecida a extino da
punibilidade de Carlos, pela prescrio da pretenso punitiva retroativa.
37 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - TCNICO JUDICIRIO - REA
ADMINISTRATIVA)
A anistia representa o esquecimento do crime, afastando a punio por
fatos considerados delituosos, e constitui ato privativo do presidente da
Repblica.
38 - (CESPE - 2013 - CNJ - ANALISTA JUDICIRIO - REA
JUDICIRIA)
A extino da punibilidade de um crime que seja pressuposto, elemento
constitutivo ou circunstncia agravante de outro no se estende a este.
Nos crimes conexos, a extino da punibilidade de um deles no impede,
quanto aos outros, a agravao da pena resultante da conexo.
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39 - (CESPE - 2013 - TC-DF - PROCURADOR)
No sistema penal brasileiro, h causas pessoais que excluem e extinguem
totalmente a punibilidade e, igualmente, causas pessoais de excluso e
extino parcial da punibilidade.
40 - (CESPE - 2013 - STF - AJAJ)
Considerando o disposto no Cdigo Penal brasileiro, quanto matria do
erro, correto afirmar que, em regra, o erro de proibio recai sobre a
conscincia da ilicitude do fato, ao passo que o erro de tipo incide sobre
os elementos constitutivos do tipo legal do crime.
01 - (CESPE 2009 PC/RN AGENTE DE POLCIA) Exclui-se a culpabilidade do agente
A) que falece aps a ocorrncia do fato.
B) inteiramente incapaz ao tempo do fato.
C) que age em estrito cumprimento do dever legal.
D) portador de perturbao mental aps o fato.
E) maior de 70 anos de idade na data da sentena.
COMENTRIOS: O falecimento aps a ocorrncia do fato gera, apenas, a
extino da punibilidade, mas o crime considera-se praticado, nos termos
do art. 107, I do CP. A supervenincia de doena mental tambm no
causa de excluso da culpabilidade, que aferida no momento da
conduta. A circunstncia de ser o agente maior de 70 anos na data da
sentena mera causa de diminuio de pena. Aquele que age em estrito
cumprimento do dever legal no chega, sequer, a praticar fato ilcito, pois
essa circunstncia uma causa de excluso da ilicitude. Por fim, se o
QUESTES COMENTADAS
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agente era inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato
poca da conduta, ou ser considerado inimputvel (se se enquadrar nas
hipteses de inimputabilidade), ou no ter culpabilidade em razo da
ausncia de potencial conscincia da ilicitude.
Assim, a alternativa correta a letra B.
02 - (CESPE 2010 DETRAN/ES ADVOGADO) Tratando-se de culpabilidade, a teoria estrita ou extremada e a
teoria limitada so derivaes da teoria normativa pura e
divergem apenas a respeito do tratamento das descriminantes
putativas.
CORRETA: Como disse a vocs antes, a teoria limitada, que a
adotada pelo CP, difere da teoria normativa pura com relao ao
tratamento dado s descriminantes putativas. As descriminantes
putativas so tratadas nos arts. 20, 1 e 21 do CP: 1 - isento de
pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstncias, supe
situao de fato que, se existisse, tornaria a ao legtima. No h
iseno de pena quando o erro deriva de culpa e o fato punvel como
crime culposo. (...) Art. 21 - O desconhecimento da lei inescusvel. O
erro sobre a ilicitude do fato, se inevitvel, isenta de pena; se evitvel,
poder diminu-la de um sexto a um tero.
Para a teoria normativa pura, as descriminantes putativas
sero sempre erro de proibio. Ou seja, sempre que um agente
supor que existe uma situao ftica que legitima sua ao, e esta no
existir, estar errando com relao licitude do fato, logo, comete erro de
proibio, o que pode afastar a culpabilidade.
J a teoria limitada (adotada pelo CP), divide as descriminantes em
de fato e de direito. Na primeira hiptese, o agente age supondo haver
uma situao ftica que legitime sua funo. No segundo caso, o agente
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visualiza corretamente a situao ftica, mas acredita que a conduta, no
entanto, no proibida.
Assim, a afirmativa est correta.
03 - (CESPE 2011 PC/ES ESCRIVO DE POLCIA) A falta de conscincia da ilicitude, se inevitvel, exclui a
culpabilidade.
CORRETA: A potencial conscincia da ilicitude um dos elementos da
culpabilidade. Assim, se o agente pratica a conduta mas no possua, ao
tempo da ao ou omisso, capacidade de entender que a conduta
praticada era ilcita, no considerado culpvel, pois ausente um dos
elementos da culpabilidade.
Desta maneira, a afirmativa est correta.
04 - (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)
As causas legais de excluso da culpabilidade por inexigibilidade
de conduta diversa incluem a estrita obedincia a ordem no
manifestamente ilegal de superior hierrquico. Caso o agente
cumpra ordem ilegal ou extrapole os limites que lhe foram
determinados, a conduta culpvel.
CORRETA: De fato, o art. 22 do CP diz: Art. 22 - Se o fato cometido
sob coao irresistvel ou em estrita obedincia a ordem, no
manifestamente ilegal, de superior hierrquico, s punvel o autor da
coao ou da ordem. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984).
Assim, se a ordem emanada no manifestamente ilegal, e o agente a
cumpre, no comete crime, pois no culpvel. No entanto, se a ordem
for manifestamente ilegal, ou se o agente extrapolar os limites da ordem
recebida, responder pelo crime. A questo deveria, apenas, ter colocado
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RWHUPRPDQLIHVWDPHQWHQRHQXQFLDGRSRLVDVXDDXVrQFLDSRGHJHUDUno concursando a dvida acerca de ser ou no uma pegadinha.
Entretanto, a banca considerou a questo como correta.
Portanto, a AFIRMATIVA EST CORRETA.
05 - (CESPE 2009 DPE/AL DEFENSOR PBLICO) Para a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP brasileiro,
toda espcie de descriminante putativa, seja sobre os limites
autorizadores da norma, seja incidente sobre situao ftica
pressuposto de uma causa de justificao, sempre considerada
erro de proibio.
ERRADA: A teoria limitada da culpabilidade, embora adota pelo nosso
CP, ao contrrio da teoria normativa pura, diferencia as hipteses de
descriminantes putativas, dividindo-as em de fato e de direito.
Assim, a AFIRMATIVA EST ERRADA.
06 - (CESPE 2004 AGENTE DA POLCIA FEDERAL) A coao fsica e a coao moral irresistveis afastam a prpria
ao, no respondendo o agente pelo crime. Em tais casos,
responder pelo crime o coator.
ERRADA: Apenas a coao fsica irresistvel (vis absoluta) exclui a
prpria conduta, pois, nesse caso, o agente mero objeto na mo de um
terceiro, que quem, de fato, comete o crime. Na coao moral
irresistvel, h conduta, embora seja uma conduta viciada (pois o agente
no inteiramente livre para realizar a escolha de praticar ou no o
crime, pois se encontra sob coao).
Assim, a AFIRMATIVA EST ERRADA.
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07 - (CESPE 2011 TER/ES ANALISTA JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA)
Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso
fortuito, cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao
tempo do crime, ele era inteiramente incapaz de entender o
carter ilcito do fato. Nessa situao, embora tenha praticado
fato penalmente tpico e ilcito, Abel ficar isento de pena.
CORRETA: A embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou fora
maior, exclui a imputabilidade do agente, se ele era, ao tempo do fato,
inteiramente incapaz de entender o carter ilcito de sua conduta, nos
termos do art. 28, 1 do CP.
Assim, a AFIRMATIVA EST CORRETA.
08 - (CESPE 2008 STJ ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)
Na obedincia hierrquica, para que se configure a causa de
excluso de culpabilidade, necessrio que exista dependncia
funcional do executor da ordem dentro do servio pblico, de
forma que no h que se falar, para fins de excluso da
culpabilidade, em relao hierrquica entre particulares.
CORRETA: A Doutrina pacfica em afirmar que para que seja
caracterizada a excludente de culpabilidade em questo, necessrio que
haja uma relao de hierarquia funcional entre o autor do fato e o
mandante.
Assim, a AFIRMATIVA EST CORRETA.
09 - (CESPE 2011 TJ/ES ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)
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O perdo judicial, uma das possveis causas extintivas da
punibilidade, consiste na manifestao de vontade, expressa ou
tcita, do ofendido ou de seu representante legal, acerca de sua
desistncia da ao penal privada j iniciada.
ERRADA: O enunciado da questo descreve a figura do perdo do
ofendido, no do perdo judicial. Em determinados crimes o Estado
confere o perdo ao infrator, por entender que a aplicao da pena no
QHFHVViULDeRFKDPDGRSHUGmRMXGLFLDOeRTXHRFRUUHSRUH[HPSORno caso de homicdio culposo no qual o infrator tenha perdido algum
querido (Lembram-se do caso Herbert Viana?). Essa hiptese est
prevista no art. 121, 5 do CP: 5 - Na hiptese de homicdio culposo,
o juiz poder deixar de aplicar a pena, se as conseqncias da infrao
atingirem o prprio agente de forma to grave que a sano penal se
torne desnecessria. (Includo pela Lei n 6.416, de 24.5.1977). Este sim
o chamado perdo judicial.
Assim, a AFIRMATIVA EST ERRADA.
10 - (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)
Alm de conduzir extino da punibilidade, a abolitio criminis faz
cessar todos os efeitos penais e cveis da sentena condenatria.
ERRADA: A abolitio criminis, de fato, conduz extino da punibilidade
(art. 107, III do CP). Entretanto, apenas faz desaparecer os efeitos penais
de eventual condenao, no possuindo reflexos na seara cvel, nos
termos do art. 2 do CP.
Assim, a AFIRMATIVA EST ERRADA.
11 - (CESPE 200P SEJUS /ES AGENTE PENITENCIRIO)
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A anistia exclui o crime, rescinde a condenao e extingue
totalmente a punibilidade, tendo, de regra, ao contrrio da graa,
o carter da generalidade, ao abranger fatos e no pessoas.
CORRETA: A anistia uma forma de extino da punibilidade mais
abrangente que a graa e o indulto, pois a anistia um instituto mediante
o qual o Estado passa a considerar que as condutas praticadas pelos
agentes no so mais crimes. No se trata de abolitio criminis, pois as
condutas j foram realizadas. J a graa e o indulto so de carter
pessoal, ou seja, o Estado concede quela(s) pessoas a extino da
punibilidade, por razes de poltica criminal, embora permanea a
considerao de que o fato praticado foi um crime.
Assim, a AFIRMATIVA EST CORRETA.
12 - (CESPE 2009 AGU ADVOGADO DA UNIO) Caso a pena de multa seja alternativa ou cumulativamente
cominada ou cumulativamente aplicada, aplicam-se a ela os
mesmos prazos previstos para as respectivas penas privativas de
liberdade.
CORRETA: Esta a previso legal, contida no art. 114, II do CP: Art. 114
- A prescrio da pena de multa ocorrer: (...) II - no mesmo prazo
estabelecido para prescrio da pena privativa de liberdade, quando a
multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente
aplicada. (Includo pela Lei n 9.268, de 1.4.1996)
Assim, a AFIRMATIVA EST CORRETA.
13 - (CESPE 2011 TCU - AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)
Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o
item a seguir.
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Na doutrina e jurisprudncia contemporneas, predomina o
entendimento de que a punibilidade no integra o conceito
analtico de delito, que ficaria definido como conduta tpica, ilcita
e culpvel.
COMENTRIO: O crime pode ser conceituado a partir de diversos
aspectos. Sob o aspecto analtico, o crime analisado em sua
composio, que, para a maioria da Doutrina, TRIPARTIDA, sendo o
crime composto por trs elementos:
x FATO TPICO;
x ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE);
x CULPABILIDADE
A teoria bipartida, menor, mas no menos influente, defende que o crime
composto por apenas DOIS elementos:
x FATO TPICO;
x ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE);
Para esta teoria, a culpabilidade mero pressuposto de aplicao da
pena, eis que no se refere ao fato em si, mas s condies pessoais do
agente, motivo pelo qual um fato tpico e ilcito j seria um crime.
Ambas as teorias so aceitas, embora a primeira predomine. Porm,
certo que a teoria quadripartida (que inclui no conceito de crime
tambm a punibilidade) no encontra um nmero significativo de
defensores na Doutrina e rechaada pela Jurisprudncia.
Portanto, a afirmativa est CORRETA.
14 - (CESPE 2010 ABIN OFICIAL TCNICO DE INTELIGNCIA)
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Julgue o item a seguir, referente a institutos de direito penal.
O erro de proibio escusvel exclui o dolo e a culpa; o
inescusvel exclui o dolo, permanecendo, contudo, a modalidade
culposa.
COMENTRIO: A afirmativa est errada, pois d a definio das
consequncias do erro de tipo, no do erro de proibio. O erro de
proibio, ou erro sobre a ilicitude do fato, quando escusvel, isenta de
pena (exclui a culpabilidade do agente, por ausncia de potencial
conscincia da ilicitude); Quando inescusvel, reduz a pena de um sexto a
um tero. Vejamos o art. 21 do CP:
Art. 21 - O desconhecimento da lei inescusvel. O erro sobre a
ilicitude do fato, se inevitvel, isenta de pena; se evitvel,