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AULA 03 Desenvolvimento de Sistemas de Informação em Segurança Pública

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AULA 03

Desenvolvimento de Sistemas de Informação em Segurança Pública

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Sumário

APRESENTAÇÃO AULA 3.................................................................................................................................3

UNIDADE 1 ..........................................................................................................................................................4

PROPOSTA DA ONU..........................................................................................................................................4

UNIDADE 2..........................................................................................................................................................6

INDICADORES SOCIAIS DE CRIMINALIDADE......................................................................................6

UNIDADE 3..........................................................................................................................................................9

PROPRIEDADES DOS INDICADORES SOCIAIS DE CRIMINALIDADE............................................9

UNIDADE 4........................................................................................................................................................14

FONTES DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E JUSTIÇA CRIMINAL NO BRASIL ..14

FECHAMENTO DA AULA ...............................................................................................................................19

ATIVIDADE DE CONCLUSÃO DA AULA .................................................................................................. 20

REFERÊNCIAS DA AULA ...............................................................................................................................21

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AULA 03 - Desenvolvimento de Sistemas de Informação em Segurança Pública

3

APRESENTAÇÃO AULA 3

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA

Boas Vindas! Você está na aula 3 “Uso de Informações na Gestão das Ações de

Segurança Pública”.

Você sabe o que são indicadores de criminalidade? E quais são as fontes de informação

utilizadas na produção de estatísticas? O estudo desta aula possibilitará que você

responda estas questões.

Para facilitar seu estudo, esta aula foi dividida em quatro unidades:

Unidade 1: Proposta da ONU

Unidade 2: Indicadores Sociais de Criminalidade

A partir dos conhecimentos tratados nesta aula você será capaz de:

Objetivos da aula

- Descrever as principais características dos sistemas de informação gerencial.

- Identificar os indicadores sociais de criminalidade e reconhecer sua importância

para a sistematização de políticas de segurança pública.

Aproveite bem esta aula. Realize as atividades, interaja com os demais participantes do

curso. Discuta os conceitos com o tutor.

Faça aqui suas anotações...

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UNIDADE 1

PROPOSTA DA ONU

No ano de 2002, o Departamento de Assuntos Sociais e Econômicos das Nações Unidas

divulgou o Manual para Desenvolvimento de Sistemas de Estatística de Justiça

Criminal. Este manual traz algumas considerações de extrema importância para aqueles

que se aventurarem na difícil tarefa de desenvolver sistemas de estatística em segurança

pública.

Foi uma das fontes principais que norteou a equipe técnica da SENASP na construção do

Sistema Nacional de Estatísticas de Segurança Pública e Justiça Criminal (SINESPJC).

Um dos principais pontos discutidos foi a importância de se definir de forma clara os

propósitos e usos para o sistema. A identificação dos propósitos é fundamental para

identificarmos as informações que precisamos coletar e sistematizar. Mesmo que não

tenhamos informações disponíveis, é preciso deixar bem estabelecido uma perspectiva

de futuro, para direcionar processos de evolução que venham a ocorrer no processo de

coleta de informações.

Outro ponto bastante importante, que o referido manual designa como exigências

mínimas para implantação destes sistemas, é o atendimento de diretrizes. Veja a seguir.

O manual também designa como exigências mínimas para implantação destes sistemas,

o atendimento das seguintes diretrizes:

1. Obter e manter o comprometimento dos responsáveis pelo sistema,

2. Promoção da evolução do uso do sistema,

3. Manutenção da objetividade e da neutralidade política,

4. Uso eficiente de recursos técnicos e analíticos,

5. Articulação clara do conteúdo e estrutura do sistema,

6. Uso de uma abordagem integrada e

7. Manutenção de um caráter público de uso do sistema.

Por fim, também fica claro que, para garantir a correta implantação do sistema e sua

institucionalização como fonte qualificada, objetiva e permanente de informações, é

necessário estabelecer e difundir da forma mais clara possível todos os processos de

coleta, processamento, análise e divulgação de informações.

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Dica

Neste processo, a definição detalhada das informações a serem coletadas ganha uma

importância primordial. Na situação brasileira, onde cada organização de segurança

pública possui seu próprio sistema de classificação de delitos, este ponto deve sempre

ser tratado com muito cuidado.

Fechamos aqui a primeira unidade da aula 3. Na próxima unidade você estudará os

indicadores sociais de criminalidade. Mas antes propomos uma atividade.

Atividade

Realize a atividade, a seguir, no ambiente virtual!

Quais das diretrizes abaixo fazem parte do Manual para Desenvolvimento de Sistemas de

Estatística de Justiça Criminal?

( ) Manutenção da objetividade e da neutralidade política.

( ) Uso de uma abordagem fragmentada para melhor compreensão do todo.

( ) Obtenção e manutenção do comprometimento dos responsáveis pelo sistema.

( ) Promoção da evolução do uso do sistema.

( ) Uso eficiente de recursos técnicos e analíticos.

( ) Articulação clara do conteúdo e estrutura do sistema.

( ) Manutenção de um caráter público de uso do sistema.

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UNIDADE 2

INDICADORES SOCIAIS DE CRIMINALIDADE

JANUZZI, P. M. (2005). Indicadores para diagnóstico, monitoramento e avaliação de programas sociais no Brasil. Revista do serviço público. Brasília 56(2): 137-160, abr/jun.

Jannuzzi define os indicadores sociais da

seguinte forma:

[...] medidas usadas para permitir a operacionalização de um conceito abstrato ou de uma

demanda de interesse programático. Os indicadores apontam, indicam, aproximam, traduzem em

termos operacionais as dimensões sociais de interesse definidas a partir de escolhas teóricas ou

políticas realizadas anteriormente. Prestam-se a subsidiar as atividades de planejamento público e

a formulação de políticas sociais nas diferentes esferas de governo, possibilitam o monitoramento

das condições de vida e bem-estar da população por parte do poder público e da sociedade civil e

permitem o aprofundamento da investigação acadêmica sobre a mudança social e sobre os

determinantes dos diferentes fenômenos sociais.

Dessa forma, você pode observar que as escolhas acerca dos indicadores, que serão

prioritariamente construídos, dependem de um contexto de definição da importância de

tais informações para uma agenda de gestão pública.

Como anteriormente explicitado, a constatação do aumento das taxas de criminalidade e

da sensação de insegurança da população está condicionando políticas públicas

direcionadas ao combate e prevenção de eventos violentos.

Definindo-se a área da Segurança Pública como uma demanda fundamental de interesse

programático, busca-se, então, o delineamento das dimensões, dos componentes e ações

operacionais vinculadas.

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Para o acompanhamento dessas ações em termos de eficiência no uso dos recursos, da

eficácia no cumprimento das metas e da efetividade dos seus desdobramentos sociais

mais abrangentes e perenes, buscam-se dados administrativos

e estatísticas públicas, que, reorganizadas na

forma de taxas, proporções, índices ou mesmo

em valores absolutos, transformam-se em indicadores sociais.

Gerados no âmbito dos programas ou em outros cadastros oficiais.

Produzidas pelo IBGE e outras instituições.

O sociólogo Túlio Kahn nos diz que no campo da formulação de políticas públicas

voltadas à prevenção da criminalidade, a

construção dos indicadores sociais específicos e de

sistemas de informações criminais pode atender a

diferentes finalidades. Veja a seguir.

KAHN, Tulio. Indicadores em prevenção municipal da criminalidade in Prevenção da violência: o papel das cidades. João Trajano Sento-Sé (org.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

Finalidades

As finalidades dos indicadores são:

O de aperfeiçoar a eficiência dos órgãos de justiça criminal através da partilha e

troca de informações entre eles, trazendo como benefícios a velocidade, acuidade

e redução dos custos administrativos do sistema;

Providenciar informação sobre o histórico criminal de suspeitos para a polícia,

Ministério Público e Justiça, e deduzir informações sobre eventuais parceiros nos

crimes;

Providenciar estatísticas com finalidades operacionais e administrativas;

Eliminar trabalho redundante e aumentar a qualidade da informação;

Possibilitar a emissão de certificados de bons antecedentes, licenças e

permissões: compra de armas, concursos públicos, Empregos;

Manter um acervo de dados históricos para propósitos de pesquisa;

Construção e manutenção de um banco que disponibilize dados para

planejamento e alocação de recursos do sistema de justiça criminal, que

armazene informações sobre pessoas desaparecidas, veículos e bens roubados, e

que concentre informações de interesse para outros órgãos públicos, para a

polícia comunitária, empresas de segurança e seguradoras, para a mídia e para o

público em geral.

Fechamos aqui mais uma unidade. Como pode ser observado, são múltiplas as

possibilidades de uso de indicadores sociais de criminalidade. Entretanto, não esqueça

para que a construção de um sistema de informações criminal atenda aos objetivos

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determinados, é necessário atentar-se a um conjunto de propriedades desejáveis que

definirá a tipologia mais adequada dos indicadores a serem coletados e sistematizados.

A seguir, propomos uma atividade.

Atividade

Realize a atividade, a seguir, no ambiente virtual!

Entre no fórum e deixe sua análise sobre os indicadores sociais de criminalidade. Se

quiser saber mais sobre o assunto, pesquise um pouco mais na Internet.

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UNIDADE 3

PROPRIEDADES DOS INDICADORES SOCIAIS DE CRIMINALIDADE

Jannuzzi Descreve uma série de propriedades que

devem ser consideradas para que possam ser feitas as

escolhas mais adequadas nos dados a serem

trabalhados, independentemente da área temática ou

do objetivo para o qual os dados possam ser

direcionados.

Veja, a seguir, as propriedades mais expressivas relacionadas às informações criminais e

administrativas de segurança pública.

PROPRIEDADES DAS INFORMAÇÕES CRIMINAIS E ADMINISTRATIVAS DE SEGURANÇA PÚBLICA

Relevância

A primeira qualidade a ser priorizada em um sistema de avaliação e formulação

de políticas públicas é a relevância dos indicadores escolhidos para a agenda

político-social. Considerando-se o caráter emergencial do diagnóstico acerca da

incidência criminal no país, poder-se-ia tomar como relevante, por exemplo, o

acompanhamento sistemático das taxas de homicídio e de delitos como assalto

e furto nos estados.

Validade

Um outro critério fundamental na escolha dos indicadores é a validade das

informações coletadas, visto que é necessário dispor-se de medidas mais

próximas o possível da realidade que se pretende diagnosticar. Nesse sentido, é

mais válido coletar-se informações sobre taxas de homicídio que saber o

número de policiais por habitante, caso a finalidade seja a de acompanhar o

crescimento ou decréscimo da violência.

Confiabilidade

A confiabilidade da medida é outra propriedade importante para legitimar o uso

do indicador. Na avaliação do nível de violência em uma comunidade, por

exemplo, indicadores baseados nos registros de ocorrência policiais ou mesmo

JANUZZI, P. M. (2005). Indicadores para diagnóstico, monitoramento e avaliação de programas sociais no Brasil. Revista do serviço público. Brasília 56(2): 137-160, abr/jun.

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de mortalidade por causas violentas tendem a ser menos confiáveis – e menos

válidos – que aqueles passíveis de serem obtidos a partir de pesquisas de

vitimização, em que se questionam os indivíduos acerca de agravos sofridos em

seu meio em determinado período. Naturalmente, mesmo nessas pesquisas, as

pessoas podem sentir-se constrangidas a revelar situações de violência pessoal

sofrida, por exemplo, no contexto doméstico, no assédio sexual ou na

discriminação por raça.

Cobertura Territorial e Populacional

Sempre que possível, deve-se procurar empregar indicadores de boa cobertura

territorial e populacional, que sejam representativos da realidade empírica em

análise. Essa é uma das características interessantes dos indicadores sociais

produzidos a partir dos censos demográficos, o que os tornam tão importantes

para o planejamento público do país.

Como exemplo de pesquisas que visam obter um diagnóstico organizacional

mais amplo, com aplicação de metodologia que vise abarcar todo o universo de

casos existentes, são realizadas, pela Secretaria Nacional de Segurança Pública,

as pesquisas anuais dos Perfis Organizacionais de diferentes agências de

Segurança Pública do país, entre elas: Delegacias Especializadas de

Atendimento à Mulher, Polícias Civis e Militares, Delegacias Especializadas de

Atendimento à Criança e ao Adolescente, Corpos de Bombeiros e Guardas

Municipais, entre outros. Tais pesquisas têm por finalidade o levantamento das

informações sobre os recursos materiais disponíveis, dados acerca do efetivo e

de sua valorização profissional e informações de âmbito administrativo e de

rotina das organizações.

Transparência Metodológica

Outra característica fundamental à legitimidade de qualquer indicador e

pressuposto da boa prática da pesquisa social é a transparência metodológica,

que consiste na explicitação das escolhas realizadas em todas as etapas que

estão presentes no processo de construção, sistematização, análise e divulgação

das informações. Este é um atributo indispensável na medida em que garante a

credibilidade das informações a serem utilizadas.

Comunicabilidade

A divulgação das informações coletadas é outra propriedade também importante

e que se refere ao que Januzzi chama de comunicabilidade, cujo objetivo é a

garantia da transparência das decisões técnicas tomadas pelos administradores

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públicos e a compreensão delas por parte da população, dos jornalistas, dos

representantes comunitários e dos demais agentes públicos.

Periodicidade

A periodicidade com que o indicador é coletado é outro atributo fundamental,

visto que a garantia de atualização das informações permite a formulação de

projeções e a construção de uma série histórica para acompanhamento regular

do objeto de interesse. Esta é uma das grandes limitações do sistema estatístico

brasileiro. Para algumas temáticas da política social é possível dispor-se de boas

estatísticas e indicadores de forma periódica (mensal), para alguns domínios

territoriais (principais regiões metropolitanas). Para outras temáticas, em escala

estadual, é possível atualizar indicadores em bases anuais. Nos municípios, em

geral, pela falta de recursos, organização e compromisso com a manutenção

periódica dos cadastros, só se dispõe de informações mais abrangentes a cada

dez anos, por ocasião dos censos demográficos.

Comparabilidade

A comparabilidade do indicador ao longo do tempo é uma característica

desejável, de modo a permitir a inferência de tendências e a avaliar efeitos de

eventuais programas sociais implementados. O ideal é que as cifras passadas

sejam compatíveis do ponto de vista conceitual e com confiabilidade similar à

das medidas mais recentes, o que nem sempre é possível. Afinal, também é

desejável que a coleta dos dados melhore ao longo do tempo, seja pela

resolução de problemas de cobertura espacial e organização da logística de

campo, como pelas mudanças conceituais que ajudem a precisar melhor o

fenômeno social em questão.

Saiba Mais

Se você deseja saber mais sobre vitimização, realidade empírica e diagnóstico

organizacional, veja a seguir:

Pesquisas de vitimização: pesquisas de self report crimes:

São pesquisas aplicadas em amostras da população, objetivando o levantamento de

informações não presentes nas estatísticas oficiais dos órgãos de segurança pública, tais

como a mensuração dos crimes não registrados à polícia e as motivações que produzem

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o subregistro. Estas pesquisas podem, ainda, nos fornecer um conjunto detalhado de

informações essenciais para o desenho de políticas de segurança pública:

a) o perfil das vítimas dos delitos,

b) o perfil dos agressores,

c) o relacionamento entre vítimas e agressores,

d) as circunstâncias nas quais os incidentes ocorreram,

e) a experiência das vítimas com os agentes do sistema de segurança pública e

justiça criminal,

f) as medidas tomadas pelos indivíduos objetivando a prevenção de delitos,

g) os custos diretos e indiretos do crime para suas vítimas, em particular, e para

a sociedade de um modo geral,

h) os níveis de eficácia das organizações policiais no controle da criminalidade,

ais à criminalidade,

k) ção do público a respeito da atuação do Estado na área de segurança

pública.

to, de algo baseado apenas em processos mentais, teóricos ou de qualquer outro

po.

istas à elaboração de um programa

e reorganização e a facilitar a tomada de decisões.

egurança Pública do país

ttp://www.mj.gov.br/senasp/home_estatisticas.htm

seguir você continua seu estudo sobre este assunto.

ais adequados à temática de análise e aos objetivos

previamente estabelecidos.

i) o grau de exposição de diferentes grupos soci

j) as percepções coletivas sobre o crime, e

a percep

Realidade Empírica

Realidade que se refere aos fatos concretos e observáveis. Um enunciado empírico

descreve observações ou pesquisas baseadas em observações concretas. Distingue-se,

portan

ti

Diagnóstico organizacional

Constitui-se num método de levantamento e análise das causas da baixa produtividade,

do desempenho da administração e da potencialidade de empresas públicas e privadas,

identificando as deficiências e os desequilíbrios com v

d

Perfis Organizacionais de diferentes agências de S

h

A

As características apresentadas no livro, anteriormente, servem de subsídio para a

escolha dos indicadores m

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Dadas as características do sistema de produção de estatísticas públicas no Brasil, é

muito raro dispor-se de indicadores sociais que gozem plenamente de todas essas

propriedades.

Há esforço significativo de diversas instituições de disponibilizar novos conteúdos e

informações a partir de seus cadastros, as quais podem ser usadas para a construção de

novos indicadores sociais.

Dica

O importante é que a escolha dos indicadores seja fundamentada na avaliação crítica das

propriedades anteriormente discutidas e não simplesmente na tradição de uso deles.

Considerando-se o enfoque sobre a construção de sistemas de informação criminal, as

características a serem priorizadas na sua construção devem ser as seguintes:

Ser orientado para o usuário final;

Contextualizado por outras estatísticas e séries temporais;

Ter continuidade e atualização constante;

Ser confiável;

Ter flexibilidade para incorporar problemas conjunturais;

Garantir uniformidade de conceitos e definições de padrões;

Garantir a segurança das informações confidenciais e a publicidade das não-

confidenciais.

Você conclui mais uma unidade. Antes de entrarmos na próxima, propomos uma

atividade.

Atividade

Realize a atividade, a seguir, no ambiente virtual! Relacione corretamente as informações

às propriedades a seguir.

1. Confiabilidade ( ) É a primeira qualidade a ser priorizada em um sistema de avaliação e formulação de políticas públicas

2. Periodicidade ( ) É uma importante propriedade, visto que é necessário dispor-se de medidas o mais próximas possível da realidade que se pretende diagnosticar.

3. Relevância ( ) É outra propriedade importante para legitimar o uso do indicador. 4. Validade ( ) Esta propriedade que determina quando o indicador é coletado é

outro atributo fundamental, visto que a garantia de atualização das informações permite o acompanhamento regular do objeto de interesse.

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UNIDADE 4

FONTES DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E JUSTIÇA CRIMINAL NO BRASIL

Do ponto de vista da pesquisa social,

há uma percepção bastante difundida

entre os criminólogos de que apenas as

informações administrativas de agências

de segurança pública não são suficientes

para a compreensão dos fenômenos

relacionados à incidência criminal ou à

violência.

Pesquisa social: procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados.

Para uma visão efetivamente compreensiva dos

fenômenos relacionados a tal problemática,

Kahn enfatiza que é necessário atentar-se para

as condições gerais de vida da população.

KAHN, Tulio. Indicadores em prevenção municipal da criminalidade in Prevenção da violência: o papel das cidades. João Trajano Sento-Sé (org.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

Kahn (2005) observa que o nível socioeconômico é um fator explicativo significante para

a preponderância de eventos criminais específicos em determinadas localidades, muito

embora a explicação de sua distribuição seja bastante complexa.

Citando uma pesquisa realizada em diversos bairros da cidade de São Paulo, foi possível

perceber que a distribuição espacial dos homicídios encontrava uma forte associação com

o reduzido nível socioeconômico local, assim como também se observou que o maior

cometimento de crimes contra o patrimônio situava-se em bairros cujos moradores

apresentavam uma renda média bastante elevada.

Faça aqui suas anotações...

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Saiba Mais

Se você quiser conhecer as estatísticas de ocorrências criminais no Brasil, acesse a

seguir a página da SENASP:

Mapa de Ocorrências no Brasil 2001-2003

http://www.mj.gov.br/Senasp/estatisticas/estat_ocorrencia.htm

A seguir você continua seu estudo sobre este assunto.

Você pode observar que é desejável, tanto

quanto possível, que aos bancos de dados

sobre criminalidade – geralmente compostos

por dados administrativos policiais, tais

como registros de ocorrências –, estejam

agregadas informações sócio-econômicas das

populações locais e da infra-estrutura urbana.

Os dados freqüentemente trabalhados em sistemas de justiça criminal referem-se ao uso de dados policiais, do Ministério Público e da Justiça ou do sistema prisional para fins de administração dos procedimentos de rotina.

Em geral, estas informações não são direcionadas especificamente para o uso na área de

gestão. Assim, informações sociodemográficas dos infratores ou demandantes de

serviços de justiça criminal raramente são levantadas, comprometendo-se a viabilidade

de análises mais consistentes de tais bancos de dados.

Bem, você pode ver que as bases podem não conter as informações necessárias para a

avaliação de políticas públicas de segurança ou programas particulares.

Em função disso, é preciso pensar criativamente na utilização de outras possíveis fontes

de dados para complementar ou checar as informações fornecidas pelas bases de dados

oficiais.

Faça aqui suas anotações...

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Conheça a seguir estas bases.

Base Polícia Militar

Os registros da Polícia Militar incluem crimes e ocorrências diversas, mas não

abrangem o conjunto total de crimes e, portanto, não podem ser usadas como base

exclusiva de um sistema de informação criminal. Servem, sobretudo, como informação

relevante para o desempenho da própria corporação.

Base Polícia Civil

A Polícia Civil praticamente só registra crimes, mas deixa de registrar uma gama de

incidentes que perturbam a segurança pública e não chegam a constituir crime.

Veja, em vista das características dos dados gerados pelas Polícias, há a necessidade de

fontes alternativas para contrastar os registros da polícia. Por causa do sub-registro e

dos outros problemas, é fundamental contar com fontes alternativas para comparar os

dados da polícia.

Conheça estas fontes na apresentação a seguir:

Na maior parte dos crimes, a única outra fonte possível são as pesquisas de

vitimização, que permitem não apenas estimar a incidência real do

fenômeno, mas também a magnitude e o perfil da subnotificação.

Infelizmente, o IBGE não realizou nenhuma outra pesquisa nesse sentido

após a PNAD de 1988 e, desde aquele momento, só existem algumas

pesquisas eventuais por instituições privadas em alguns estados, insuficientes

para estabelecer qualquer série temporal.

No caso de roubos e furtos de carros, os dados das seguradoras são

importantes para comprovar tendências, se bem que as cifras absolutas não

devem coincidir, pois nem todos os carros estão segurados.

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No caso dos homicídios, os dados do Instituto Médico-Legal e

do Ministério da Saúde são geralmente de uma confiabilidade superior aos

da polícia, pela própria natureza de sua produção e por estarem submetidos a

uma crítica mais detalhada. Contudo, também eles apresentam problemas,

como a existência de uma categoria de mortes violentas de intencionalidade

desconhecida, que incluiria homicídios, suicídios e mortes acidentais. Para

chegar a uma estimativa mais precisa, é necessário submeter tal categoria a

uma estimativa que re-classifica uma parte dela como homicídio. Além disso,

a dificuldade maior para utilizar esses dados como indicadores de segurança

pública é a demora na sua difusão, justamente devido ao tempo dedicado à

crítica dos dados. De qualquer forma, é muito importante que, mesmo com

um certo atraso, tais registros sejam comparados com os da polícia, para

testar a validade dos últimos.

Talvez a fonte “alternativa” mais importante de todas para complementar as

bases de justiça criminal seja o censo populacional nacional, efetuado a

cada certo número de anos. Assim, por exemplo, sem o dado populacional, é

impossível calcular as taxas por 100 mil habitantes e fazer comparações entre

diferentes unidades administrativas ou acompanhar tendências temporais. Do

mesmo modo, informações como a composição etária e racial da população,

as taxas de urbanização, de desemprego, de migração, os indicadores de

desigualdade na distribuição de renda, as taxas de evasão escolar ou a

composição das famílias, entre outros fatores, são cruciais para a

interpretação precisa do significado das estatísticas criminais.

Faça aqui suas anotações...

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Além das fontes, que você estudou até aqui, merecem ser lembradas, dentre outras, as

fontes mais óbvias, como:

Agências de regulação de produtos controlados, como armas, álcool ou drogas, agências

regulatórias que fiscalizam instituições bancárias ou de segurança, autoridades fiscais e

alfandegárias, departamentos de segurança de instituições privadas etc.

Você fecha aqui a última unidade da aula 3. Pode compreender nesta unidade que

existem inúmeras instituições públicas e privadas que compilam informações que podem

ser relevantes para a análise de crimes, criminosos ou vítimas específicas.

A seguir, temos o fechamento da aula e as atividades de conclusão.

Faça aqui suas anotações...

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FECHAMENTO DA AULA

Fechamos aqui o conteúdo da aula 3. A seguir, realize as atividades de auto avaliação

desta aula, para que você possa sedimentar seus conhecimentos aqui construídos.

Nesta aula você estudou a Proposta da ONU, os Indicadores Sociais de Criminalidade, as

Propriedades dos Indicadores Sociais de Criminalidade e as Fontes de Informação de

Segurança Pública e Justiça Criminal no Brasil.

Dica

Lembre-se: Qualquer dúvida retome o conteúdo e tire suas dúvidas com seu tutor. Não

vá em frente se algo não foi compreendido!

Faça aqui suas anotações...

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AULA 03 - Desenvolvimento de Sistemas de Informação em Segurança Pública

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ATIVIDADE DE CONCLUSÃO DA AULA

Atividade

Realize a atividade, a seguir, no ambiente virtual!

Busque na Internet três fontes de Informação de Segurança Pública e Justiça Criminal no

Brasil. Faça uma análise dos dados encontrados em relação ao que você aprendeu sobre

as propriedades das informações criminais e administrativas de segurança pública.

Publique sua análise no Fórum para que os demais alunos e o tutor possam acessar.

Faça aqui suas anotações...

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REFERÊNCIAS DA AULA

JANUZZI, P. M. Indicadores para diagnóstico, monitoramento e avaliação de programas sociais no Brasil. Revista do serviço público. Brasília 56(2): 137-160. abr/jun. 2005.

KAHN, Tulio. Indicadores em prevenção municipal da criminalidade in Prevenção da violência: o papel das cidades. João Trajano Sento-Sé (org.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2005.

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