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ICMS-RJ LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ESTADUAL AULA 02 Profs. Marcelo Tannuri www.pontodosconcursos.com.br 1 !"#$%&’" 2.1 Fato Gerador e Incidência ............................................................................................. 3 2.1.1 Sobre a Circulação de Mercadorias .................................................................... 5 2.1.2 Sobre a prestação de Serviços de Transporte interestadual e intermunicipal ......................................................................................................................... 9 2.1.3 Sobre a prestação de Serviços Comunicação .............................................. 11 2.1.4 Da Incidência ............................................................................................................ 12 2.1.5 Disposições locais sobre a incidência e o Fato Gerador do ICMS: ...... 17 2.2 Local e Momento da Operação e da prestação ................................................... 20 2.2.1 Local e Momento da Operação – disposições locais .................................. 32 2.3 Não incidência .................................................................................................................. 50 2.2.1 Não incidência – disposições locais.................................................................. 54 2.4 Sujeição Passiva .............................................................................................................. 64 2.4.1 Sujeição Passiva – disposições locais ............................................................. 72 2.5 Elementos Quantificadores (Base de Cálculo e Alíquota) ............................... 80 2.5.1 Elementos Quantificadores – Base de Cálculo – disposições locais .... 92 2.5.2 Elementos Quantificadores - Alíquota – disposições locais .................. 106 2.6 Isenções............................................................................................................................ 111 2.7 Da suspensão ................................................................................................................. 112 2.8 Do pagamento ................................................................................................................ 114 Exercícios ................................................................................................................................. 117 Gabarito .................................................................................................................................... 125

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ICMS-RJ LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ESTADUAL AULA 02

Profs. Marcelo Tannuri www.pontodosconcursos.com.br 1

!"#$%&'"(

2.1 Fato Gerador e Incidência ............................................................................................. 3!

2.1.1 Sobre a Circulação de Mercadorias .................................................................... 5!

2.1.2 Sobre a prestação de Serviços de Transporte interestadual e intermunicipal ......................................................................................................................... 9!

2.1.3 Sobre a prestação de Serviços Comunicação .............................................. 11!

2.1.4 Da Incidência ............................................................................................................ 12!

2.1.5 Disposições locais sobre a incidência e o Fato Gerador do ICMS: ...... 17!

2.2 Local e Momento da Operação e da prestação ................................................... 20!

2.2.1 Local e Momento da Operação – disposições locais .................................. 32!

2.3 Não incidência .................................................................................................................. 50!

2.2.1 Não incidência – disposições locais .................................................................. 54!

2.4 Sujeição Passiva .............................................................................................................. 64!

2.4.1 Sujeição Passiva – disposições locais ............................................................. 72!

2.5 Elementos Quantificadores (Base de Cálculo e Alíquota) ............................... 80!

2.5.1 Elementos Quantificadores – Base de Cálculo – disposições locais .... 92!

2.5.2 Elementos Quantificadores - Alíquota – disposições locais .................. 106!

2.6 Isenções ............................................................................................................................ 111!

2.7 Da suspensão ................................................................................................................. 112!

2.8 Do pagamento ................................................................................................................ 114!

Exercícios ................................................................................................................................. 117!

Gabarito .................................................................................................................................... 125!

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APRESENTAÇÃO

Hoje iniciamos o enfrentamento do tema mais importante que será cobrado em sua prova: as disposições do ICMS.

A cada tema, estudaremos as disposições relativas à Lei Complementar 87/96 (Lei Kandir) e, em seguida, as disposições locais.

Não nos preocuparemos em estudar em duplicidade as disposições locais que forem idênticas às regras trazidas pela Lei complementar. Nos casos em que o RICMS detalhar algum tema, discutiremos esse detalhamento, fazendo as correlações que forem necessárias. Quando necessário, analisaremos exemplos.

Pretendemos terminar o estudo das disposições específicas do ICMS na próxima aula.

- ICMS (Lei Kandir, Lei Estadual no 2.657/96 e RICMS-RJ) – Da Obrigação Principal (na LC 87/1996 e na Legislação Estadual):

Fato Gerador, base de cálculo, alíquota, sujeição passiva, locais de operação e prestação, não incidência, isenção, suspensão e pagamento.

Abraços a todos e bons estudos!

Marcelo Tannuri

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Aula 01

Imposto sobre as Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de

Comunicação (ICMS)

2. ICMS – OBRIGAÇÃO PRINCIPAL

2.1 Fato Gerador e Incidência

O ICMS (Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação) encontra sua previsão na Constituição Federal. Mas é a Lei complementar 87/1996 quem estabelece as regras gerais que lhe dizem respeito.

Lei Complementar 87/1996

Art. 1º Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

O Fato Gerador do ICMS possui quatro bases nucleares:

• Circulação de Mercadorias; • Produção, importação, circulação, distribuição e consumo de

combustíveis líquidos e gasosos e Energia Elétrica; • Prestações de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal; e • Prestações de serviços de Comunicações.

Analisando por outro prisma, Fatos Geradores do ICMS podem consistir em três tipos de situações:

• Circulação de Mercadorias (aqui englobamos as operações com combustíveis e energia elétrica);

• Prestação de Serviços de transporte (intermunicipais ou interestaduais; e

• Prestação de serviços de comunicação.

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Conhecer as situações que ensejam a incidência do ICMS não será suficiente para a sua prova. Ainda dentro da discussão a respeito do Fato Gerador e da incidência do imposto estadual, você deverá saber, para cada hipótese de incidência, qual é o momento da ocorrência do fato gerador. O tema tem grande importância e será analisado nesta aula (aproveite o momento para uma leitura prévia do artigo 12 da Lei Kandir).

Lei Complementar 87/1996

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

I - da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular;

II - do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento;

III - da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do transmitente;

IV - da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente;

V - do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza;

VI - do ato final do transporte iniciado no exterior;

VII - das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;

VIII - do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços:

a) não compreendidos na competência tributária dos Municípios;

b) compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei complementar aplicável;

IX – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior;

X - do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior;

XI – da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados do exterior e apreendidos ou abandonados;

XII – da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização;

XIII - da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente.

§ 1º Na hipótese do inciso VII, quando o serviço for prestado mediante pagamento em ficha, cartão ou assemelhados, considera-se ocorrido o fato

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gerador do imposto quando do fornecimento desses instrumentos ao usuário.

§ 2º Na hipótese do inciso IX, após o desembaraço aduaneiro, a entrega, pelo depositário, de mercadoria ou bem importados do exterior deverá ser autorizada pelo órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a exibição do comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo disposição em contrário.

§ 3o Na hipótese de entrega de mercadoria ou bem importados do exterior antes do desembaraço aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gerador neste momento, devendo a autoridade responsável, salvo disposição em contrário, exigir a comprovação do pagamento do imposto.

2.1.1 Sobre a Circulação de Mercadorias:

A Circulação de Mercadorias é o tipo de Fato Gerador do ICMS que se relaciona às duas primeiras bases nucleares do imposto: circulação de Mercadorias (propriamente dita) e a produção, importação, circulação, distribuição e consumo de combustíveis líquidos e gasosos e Energia Elétrica.

Você deverá entender por circulação de mercadorias a movimentação que se relacione com o trajeto da mercadoria da produção até o consumo.

Para que haja circulação, deve haver a mudança de titularidade do bem. A simples movimentação física, de acordo com o STJ, não pode configurar circulação e, consequentemente, não poderá ser Fato Gerador do ICMS.

STJ Súmula nº 166 - 14/08/1996 - DJ 23.08.1996

Fato Gerador - ICMS - Deslocamento de Mercadoria - Estabelecimento do Mesmo

Contribuinte Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.

Para o STJ, a remessa de mercadorias entre matriz e filial não poderá, em nenhuma hipótese, ser considerada hipótese de incidência do ICMS.

A despeito da Súmula, devido ao princípio da autonomia dos estabelecimentos, é salutar que a transferência de mercadorias entre estabelecimentos do titular seja considerada Fato Gerador do ICMS (mesmo que os estabelecimentos se situem no mesmo estado).

Vejamos um exemplo:

Os estabelecimentos A e B pertencem ao mesmo titular.

O estabelecimento A comprou determinada mercadoria por 100 reais (creditou-se, nesse momento, de 18 reais de ICMS).

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Em um dado momento, essa mercadoria é transferida para o estabelecimento B. Ela segue pelo valor de 100 reais (base de cálculo).

Na saída do estabelecimento A, ocorre um débito de ICMS de 18 reais (que será compensado com o crédito de 18 reais de ICMS escriturado na entrada da mercadoria).

Observe que, embora o imposto tenha incidido na transferência da mercadoria entre os estabelecimentos, não haverá desembolso para pagamento do ICMS.

Na entrada da mercadoria em B, esse estabelecimento deverá escriturar o crédito de 18 reais de ICMS.

Conclusão: o crédito deve acompanhar a mercadoria.

A Lei Kandir e o RICMS, como vimos, estabelecem a transferência de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo titular como Fato Gerador do ICMS.

Depois de muita polêmica sobre o assunto, gravei um vídeo em que eu explico o assunto com bastante cuidado.

Para assistir, basta acessar esse link: http://youtu.be/uNQWo2GWHIE

Ainda sobre o tema “circulação”, a legislação estadual reconhece que algumas remessas não configuram circulação de mercadoria.

IMPORTANTE: a venda de um produto ao consumidor final configurará circulação de mercadorias. Mas a eventual devolução por vício ou defeito do produto não poderá ser considerada circulação.

Situação Comum (vivida pelo professor que vos fala):

Eu (eu mesmo) fui diretor, antes de pensar em ser Auditor Fiscal, de uma indústria de médio porte. A empresa possuía inúmeras máquinas de injeção plástica.

Uma máquina injetora, para que possa produzir, precisa ter um molde de injeção plástica encaixado.

Assim, uma das nossas atividades era a parceria com empresas que possuíam moldes. Essas empresas enviavam-nos seus moldes de injeção acobertados por “Notas Fiscais de Simples Remessa” (um equipamento desses não pode “passear” por aí sem documentação).

Essas notas documentam que o equipamento está sendo transportado sem, contudo, mudar de titularidade. Por isso, não se configura circulação do bem, nem tampouco a incidência de ICMS.

Conclusão: o conceito de “circulação de mercadoria” deve englobar a intenção

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de transferir a titularidade do bem transportado.

No exemplo acima, você deverá notar que o molde de injeção transportado não tinha natureza de mercadoria.

Mas, professor, qual é o conceito de Mercadoria?

Resposta: mercadoria é palavra derivada do latim, merx. Mercadoria é coisa (é coisa móvel) que seja objeto de uma compra e venda (ou qualquer outro tipo de contrato que o valha).

MERCADORIA é o bem ou coisa móvel em situação de mudança de titularidade.

ou

MERCADORIA é o bem móvel destinado ao comércio.

Mas, professor, então você não precisaria ter falado que a circulação apenas ocorre quando houver mudança de titularidade. Bastaria explicar o conceito de MERCADORIA e esclarecer que, para a incidência de ICMS, a circulação deve ser de mercadoria (e não de outra coisa) ...

Resposta: é um belo raciocínio. Mas continuarei a explicar da forma que fiz por motivos meramente didáticos.

Exemplo: A empresa Alpha compra, da “Fábrica de Extrusoras Brasil LTDA”, uma máquina extrusora para o seu ativo fixo.

A “Fábrica de Extrusoras Brasil LTDA” é contribuinte de ICMS e o imposto incide na venda feita para a empresa Alpha. Em relação a essa operação, a máquina é uma mercadoria (destina-se ao comércio).

Depois de um ano de uso, a empresa Alpha resolve transferir a máquina para um galpão que possui no município vizinho. Trata-se de um mero transporte. Nessa situação, a máquina não poderá ser considerada mercadoria (e também não terá ocorrido circulação).

Assim, não incidirá o ICMS.

IMPORTANTE: Energia elétrica é pacificamente entendida como mercadoria para fins de ICMS.

Problema:

Veremos que, nas importações, o contribuinte é o importador.

O importador que traga (do exterior) produtos para seu próprio uso não os enxerga como mercadorias (pois não tem intuito de comércio). (para ilustrar,

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imagine-se voltando do exterior com um tênis novo na mala)

Oras, se a ocorrência do Fato Gerador do ICMS depende da circulação de mercadorias, então para boa parte da doutrina e da jurisprudência considerou que a importação de produtos para o próprio uso não incitam a incidência do ICMS.

Solução:

Na época, foi a Emenda Constitucional 23/83 (relativa à constituição passada) quem “arrumou a casa” estabelecendo a incidência do ICMS sobre bens destinados ao ativo fixo do estabelecimento.

A CF/88 foi muito mais direta, referindo-se ao ICMS incidente sobre a importação de mercadorias da seguinte forma:

IX - incidirá também:

a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço.

Observação: A redação original da CF/88 não trouxe a expressão: “ainda que não seja contribuinte habitual do imposto”. A Emenda Constitucional 33/2001 veio para resolver qualquer dúvida que poderia ocorrer em relação ao tema.

Vejamos uma questão sobre o Fato Gerador do ICMS:

FGV - 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

1 - Constitui(em) fato gerador do ICMS

a) as operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.

b) a entrada de bem importado do exterior por pessoa física.

c) as operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras.

d) as operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à comercialização.

e) as operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial

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ou outra espécie.

Questão simples, mas merece atenção em cada alternativa,

A. Incorreta. Trata-se de uma hipótese de imunidade objetiva. Não ocorre o fato gerador e casos de imunidades.

B. Correta. A importação é sempre fato gerador do ICMS. Não importa que o importador seja pessoa física, que não importe com habitualidade e não precisa existir intuito comercial.

C. Incorreta. A transferência de móveis salvados de sinistros é uma hipótese de não incidência. Calma, você não precisa decorar. Basta pensar se a operação consiste em circulação de mercadorias.

Bens móveis salvados de sinistros não são mercadorias, por isso não podem ser considerados, em suas transferências, fatos geradores do ICMS.

D. Incorreta. Estaríamos diante de uma alternativa correta se não fossem destinados à industrialização ou à comercialização.

E. Incorreta. A transferência de estabelecimento é um fato societário, como veremos adiante. Mesmo que mercadorias sejam transferidas na operação, não há incidência do ICMS.

GABARITO: B

2.1.2 Sobre a prestação de Serviços de Transporte interestadual e intermunicipal:

A Constituição Federal reserva, aos Estados, a primazia de instituição de ICMS sobre as prestações de transporte interestadual e intermunicipal.

Cabe, aos municípios, de acordo com a LC 116/2003, a instituição do ISS sobre a prestação de serviços de transportes municipais.

Em relação a transportes internacionais, não incide o ICMS, em nenhuma hipótese.

Com relação à expressão “ainda que as prestações se iniciem no exterior” (art. 155, II, CF), deve ficar claro que o trecho refere-se apenas às operações com mercadorias e aos serviços de comunicações.

Pergunta: Professor, pode haver a incidência sobre o transporte gratuito de passageiro? Resposta: Não. Imagine se o governo estadual resolvesse cobrar ICMS sobre a carona ...

Sobre o transporte de carga própria, o STJ entende que o valor do serviço de transporte será alcançado na venda da mercadoria. Por isso, não há que se cobrar ICMS no momento do transporte.

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Assim, imagine que você compre um sofá. Na compra, a loja promete a entrega (o sofá será entregue pelo vendedor sem cobrança adicional).

Nesse caso, entendemos que o preço do transporte está incluso no preço da mercadoria (sofá). Por isso, não haverá cobrança do ICMS sobre o transporte.

O transporte feito em partes é considerado ocorrido (importante para a definição do momento do fato gerador) no momento em que a primeira parcela começa a ser transportada.

O sofá comprado acima é composto por quatro peças muito grandes. A loja apenas consegue transportar uma por vez em sua Kombi.

As entregas são planejadas e executadas de acordo com a seguinte agenda:

• 1ª peça – Parte em 1º de junho e deve ser entregue em 3 de junho; • 2ª peça – Parte em 5 de junho e deve ser entregue em 7 de junho; • 3ª peça – Parte em 10 de junho e deve ser entregue em 12 de junho; • 4ª peça – Parte em 16 de junho e deve ser entregue em 18 de junho.

O Fato Gerador terá ocorrido em 1º de junho.

Lei Complementar 87/1996

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

[...]

V - do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza;

[...]

Pergunta: Em uma prestação de serviço de transporte interestadual, a que Estado deve ser recolhido o ICMS? Resposta: ao Estado de origem.

Se uma empresa de Goiás contratar uma empresa de transportes sediada no Rio Grande do Sul para transportar uma mercadoria de Santa Catarina para São Paulo, o ICMS caberá a Santa Catarina.

Lei Complementar 87/1996

Art. 11. O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, é:

[...]

II - tratando-se de prestação de serviço de transporte:

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a) onde tenha início a prestação;

[...]

Em relação ao transporte aéreo, o STF entendeu não ser cabível a incidência do ICMS. O argumento relaciona-se ao fato de que o transporte aéreo é competência privativa da União - art. 21, XII, c, CF - (embora seja prestado mediante autorização, permissão ou concessão). Sendo competência da União, a tributação desse serviço por meio de imposto feriria a imunidade recíproca.

Classifico como estranha essa decisão do STF, uma vez a imunidade recíproca encontra limite nas atividades “em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário” (art. 150, § 3º, CF).

Para o STF, a criação de um imposto que incidisse sobre o transporte aéreo deveria ser criado por lei complementar, de competência da União (competência residual - art. 154, I, CF).

Caso você tenha interesse em analisar algumas decisões do STF relativas à incidência do ICMS sobre a prestação de serviços de transporte aéreo, basta entrar no link:

http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28incid%EAncia+e+icms+e+a%E9reo%29&base=baseAcordaos

Incidência do ICMS nos transportes aéreos na sua prova: certamente, sua banca não colocará a mão nessa “caixa de marimbondos”.

No entanto, se alguma questão for pedida sobre esse assunto, ela deverá trazer na redação: “de acordo com a LC 87/96 e com o RICMS-RJ....” ou “de acordo com as decisões recentes dos tribunais...”.

Na primeira hipótese, você dirá que o ICMS incide na prestação de transportes aéreos.

Na segunda hipótese, você demonstrará conhecer a doutrina e a jurisprudência, dizendo que o imposto não incide nessa situação.

2.1.3 Sobre a prestação de Serviços Comunicação:

A Constituição Federal não entra em detalhes em relação à incidência do ICMS sobre os serviços de comunicação. Determinou apenas que o serviço de “comunicação, ainda que as prestações se iniciem no exterior”, é Fato Gerador do ICMS.

Veremos adiante que o ICMS incide sobre as

prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza (LC 87/96, art. 2º, III).

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Você deve notar que a Constituição Federal não limitou geograficamente a incidência do imposto. Qualquer prestação de serviço de comunicação, seja ela municipal, intermunicipal, interestadual ou internacional (importações de serviços de comunicações), configurará Fato Gerador do ICMS.

Observação: quando a Constituição Federal excluiu as exportações da incidência do ICMS, excluiu também em relação às prestações de serviços de comunicação. Ou seja, não incide ICMS na exportação de serviços de comunicação para o exterior.

2.1.4 Da Incidência:

Vejamos as hipóteses materiais de incidência do ICMS de forma mais detalhada:

Lei Complementar 87/1996

Art. 2° O imposto incide sobre:

I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;

II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;

III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;

IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;

V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.

§ 1º O imposto incide também:

I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade;

II - sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;

III - sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente.

§ 2º A caracterização do fato gerador independe da natureza jurídica da

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operação que o constitua.

O assunto já foi visto acima. Mas alguns pontos merecem ser comentados (ou fixados).

1ª hipótese: O ICMS incide, como já vimos, sobre a circulação de mercadorias. A circulação deve ser entendida como a transferência de titularidade da coisa em direção ao consumidor final. A mercadoria é a coisa (ou bem) que seja vista como objeto de comércio pelo contribuinte do ICMS.

2ª hipótese: O fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares é, por definição legal, fato gerador do ICMS.

Embora o serviço predomine na elaboração dos preços da alimentação, incide ICMS por definição legal.

1. Almoço em um restaurante: ICMS; 2. Hospedagem com café da manhã incluso no preço da diária: ISS; 3. Almoço no restaurante do hotel (sem almoço incluso na tarifa): ICMS; 4. Café da manhã de hóspede (não incluso na diária): ICMS sobre o café

da manhã e ISS sobre a hospedagem.

3ª hipótese: Incide sobre as prestações de serviços de transporteinterestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores.

De acordo com a doutrina e a jurisprudência, o ICMS não incide em transportes internacionais (nem de ida, nem de vinda – nem sobre passagens compradas por brasileiros, nem por estrangeiros – nem em transportes internacionais de cargas). De acordo, entretanto, com a LC 87/96 e o RICMS-RJ, o ICMS incide nas prestações de serviços de transportes que tenham sido iniciadas no exterior (não se preocupe: de acordo com a redação da questão de prova, você saberá o que responder).

Não incide também em transportes municipais (que estão no campo de incidência do ISS).

Devemos ter muito cuidado com a expressão “por qualquer via”. Já discutimos que o STF entende ser incabível a cobrança de ICMS sobre transportes aéreos.

Em relação à expressão “por qualquer via”, esperamos que a banca não coloque a literalidade do inciso II do artigo 2º da LC 87/96 na prova. Caso façam isso, você deverá analisar muito bem o contexto da questão para decidir entre o certo e o errado.

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4ª hipótese: Incide sobre as prestações onerosas de serviços de comunicação. Observe que os serviços de comunicações prestados a título gratuito não geram a incidência do ICMS.

A transmissão da TV aberta não é hipótese de incidência do ICMS por ser gratuita.

5ª hipótese: Incide sobre o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios.

Há alguns serviços que não fazem parte da lista de serviços da lei complementar 116/03 do ISS quando prestados junto ao fornecimento de mercadorias (ou seja, não incide o ISS). Nesses casos, incide o ICMS sobre o preço total da operação. Presume-se que o vendedor já incluiu o valor do serviço de instalação no preço do produto final.

Exemplo:

1. Se você comprar uma persiana (fechada na caixa) e contratar um instalador à parte: incidirão os dois tributos, ICMS sobre a persiana e ISS sobre o serviço de instalação;

2. Se você comprar uma persiana e o vendedor te disser: fique tranquilo, a nossa equipe instalará para você: incidirá o ICMS sobre o valor total cobrado.

6ª hipótese: Incide sobre fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços (ISS), de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.

LC 116/2003 – regra geral: quando houver prestação de serviço com fornecimento de mercadoria, o ISS incidirá sobre o valor total (soma).

LC 116/2003 – exceções: Há caso em que a lista de serviços anexa à LC 116/03 estabelece a incidência do ICMS sobre o valor das mercadorias.

Exemplos:

• 14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS).

• 14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS).

• 17.10 – Organização de festas e recepções; bufê (exceto o fornecimento de alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICMS).

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7ª hipótese: Incide sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade.

Vimos que já houve discussão sobre a possibilidade de cobrança de ICMS sobre não contribuinte que importe produtos do exterior. O assunto já está pacificado.

Assim, quem importar qualquer mercadoria ou bem do exterior, mesmo que não seja considerado contribuinte habitual, mesmo destinado ao seu uso ou consumo, deverá recolher o ICMS.

8ª hipótese: Incide sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior.

Imagine que você receba uma ligação a cobrar do exterior. O serviço de comunicação terá sido prestado no exterior (ou iniciado no exterior), mas quem paga é você. Nessa hipótese, incidirá o ICMS.

9ª hipótese: Incide sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente.

Petróleo, seus derivados e Energia Elétrica são tributados pelo ICMS de acordo com o parâmetro de destino.

A Constituição Federal estabelece claramente que o imposto não incide sobre “operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica” (CF, art. 155, §2º, X, b).

O mandamento constitucional acima tem como o objetivo fazer com que todos os Estados recebam ICMS sobre Energia Elétrica e derivados de Petróleo (não apenas os Estados detentores de maiores riquezas naturais).

Assim, quando esses produtos forem objeto de operações interestaduais e forem destinados à comercialização ou industrialização, a cobrança do ICMS ocorrerá na prestação final e o imposto caberá ao Estado de destino.

Por outro lado, quando esses produtos não forem destinados à comercialização ou industrialização, o ICMS incidirá no momento da entrada do Estado destinatário (e caberá ao Estado destinatário).

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A locadora de automóveis sediada no Estado de São Paulo não dará saída para a gasolina (combustível derivado de petróleo) comprada do Estado do Rio de Janeiro (isto é, a locadora não revenderá nem industrializará a gasolina).

O combustível será consumido.

Por isso, o ICMS incidirá na entrada do combustível no Estado de São Paulo.

Escolheram-se o Rio de Janeiro como origem e São Paulo como destino, mas esse raciocínio serve para quaisquer estados.

A refinaria gaúcha que recebe o petróleo para a sua destilação não precisará recolher o imposto na entrada do Estado (como no exemplo anterior). O recolhimento se dará nas prestações seguintes (pelo parâmetro de destino).

É possível que não tenha ficado claro quais são as hipóteses de incidência do ICMS em relação à Energia Elétrica e petróleo (considerando combustíveis e lubrificantes dele derivados).

Incide:

- Na venda a consumidor final e na venda que ocorra dentro do próprio Estado. Se a operação acontecer dentro de um Estado, o ICMS cabe ao próprio Estado. Se a operação for interestadual, cabe ao Estado de destino.

Não incide:

Na operação interestadual em que o destinatário vá dar alguma forma de saída para o produto (comercialização ou industrialização).

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Ainda sobre a incidência do ICMS, você viu que “a caracterização do fato gerador independe da natureza jurídica da operação que o constitua”. Trata-se de uma regra de universalização em que, bastando que as hipóteses de incidência sejam verificadas, o imposto deverá incidir.

2.1.5 Disposições locais sobre a incidência e o Fato Gerador do ICMS:

Sempre que a legislação fluminense trouxer especificidades em relação aos mandamentos da LC 87/96, a análise se aprofundará nesses trechos (que certamente serão alvo de perguntas em sua prova).

Entretanto, quando a legislação local trouxer informações idênticas às veiculadas pela LC 87/96, consideraremos que o assunto está compreendido.

O ICMS do estado do Rio de Janeiro foi instituído pela lei Lei estadual nº 2.657/1996 e regulamentado pelo Decreto estadual nº 27.427/2000, que chamaremos de RICMS-RJ.

O decreto regulamentador (RICMS-RJ) traz todas as informações que você precisará para fazer a prova, pois repete a lei instituidora do imposto e traz as informações infra-legais que poderão ser pedidas em seu certame.

RICMS-RJ

Art. 1.º O imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação - ICMS tem como fato gerador a operação relativa à circulação de mercadoria e à prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que a operação ou a prestação se inicie no exterior.

O artigo 2o do RICMS-RJ traz informações já conhecidas:

I. A circulação de mercadorias é a incidência mais típica do ICMS – o RICMS-RJ repete a disciplina complementar de que o fornecimento de alimentação e bebida em bares, restaurantes e estabelecimentos similares dá ensejo ao imposto estadual.

II. Os serviços de transporte interestadual e intermunicipal fazem incidir o ICMS. Observe que o transporte pode ter qualquer objeto: valores, mercadorias bens ou até pessoas. Observe também que:

1. transportes municipais estão fora da incidência do ICMS; e 2. o RICMS-RJ não se refere à incidência sobre transportes

internacionais. Contudo, a Lei Kandir determina que o ICMS incida sobre a prestação de serviços de transporte ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

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III. Qualquer prestação de serviço oneroso de comunicação é Fato Gerador do ICMS (atenção: incide apenas se o serviço for oneroso). Atenção: o imposto não incide na exportação de serviço.

IV. Você já viu que, no fornecimento de mercadoria com prestação de serviço, é a LC 116 “quem manda”. Contudo, quando o serviço prestado não fizer parte da lista de serviços tributados pelo ISS (lista anexa à LC 116), incidirá o ICMS sobre o valor total (mercadoria + prestação de serviços).

V. Mesmo que um serviço esteja na lista de incidência do ISS (contida na LC 116), é possível que a própria lei complementar (116 – que estabelece regras gerais em matéria do ISS) determine a incidência do ICMS sobre o fornecimento de mercadorias (os serviços de reparos automotivos, por exemplo, incidem apenas sobre a prestação de serviços – incide ICMS sobre as peças empregadas).

Importação de mercadorias: sempre será Fato Gerador do ICMS. O contribuinte será o importador.

Importação de serviços de comunicação: também será sempre Fato Gerador do ICMS.

Importação de serviços de transporte: já vimos que o assunto é polêmico. A Constituição Federal, em sua literalidade, não permite a incidência na prestação de transportes internacionais. Contudo, a Lei Kandir, em seu artigo 1o , determina a incidência do ICMS. Não acredito que a sua banca possa fazer uma pergunta desse tipo sem contextualizar muito a pergunta. Você será capaz de interpretar a pergunta e identificar a resposta correta de acordo com a questão.

Petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica: quando não destinados à comercialização ou à industrialização (destinado a consumidor final) – incide na entrada do Estado em operações interestaduais.

RICMS-RJ

Art. 2.º O imposto incide sobre:

I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive fornecimento de alimentação e bebida em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;

II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;

III - prestações onerosas de serviços de comunicação por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;

IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos municípios;

V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos municípios, quando a legislação aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.

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VI - SUSPENSO

Parágrafo único - O imposto incide também sobre:

1. a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja sua finalidade;

2. o serviço prestado no exterior, ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;

3. a entrada, no território do Estado, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrente de operações interestaduais.

Vejamos alguns conceitos que, embora não estejam expressos na legislação estadual, poderão (com grande chance) aparecer em sua prova:

Industrialização: qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto ou o aperfeiçoe para consumo, tal como: (observe que a mera pintura ou colocação de embalagem podem configurar industrialização)

• a que, executada sobre matéria-prima ou produto intermediário, resulte na obtenção de espécie nova (transformação);

• que importe em modificação, aperfeiçoamento ou, de qualquer forma, alteração do funcionamento, da utilização, do acabamento ou da aparência do produto (beneficiamento);

• que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma (montagem);

• a que importe em alteração da apresentação do produto pela colocação de embalagem, ainda que em substituição à original, salvo quando a embalagem aplicada destinar-se apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento);

• a que, executada sobre o produto usado ou partes remanescentes de produto deteriorado ou inutilizado, o renove ou restaure para utilização (renovação ou recondicionamento);

Palavras mágicas da industrialização: transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento e renovação.

Serviço de transporte:

• remetente, a pessoa que promove a saída inicial da carga; • destinatário, a pessoa a quem a carga é destinada; • tomador do serviço, a pessoa que contratualmente é a responsável

pelo pagamento do serviço de transporte, podendo ser o remetente, o destinatário ou um terceiro interveniente; (conceito importante)

• emitente, o prestador de serviço de transporte que emite o documento fiscal relativo à prestação do serviço de transporte; (conceito importante)

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• subcontratação de serviço de transporte, aquela firmada na origem da prestação do serviço, por opção do prestador de serviço de transporte em não realizar o serviço por meio próprio; (conceito importante)

• redespacho, o contrato entre transportadores em que um prestador de serviço de transporte (redespachante) contrata outro prestador de serviço de transporte (redespachado) para efetuar a prestação de serviço de parte do trajeto; (conceito importante)

• subcontratação de serviço de transporte, aquela firmada na origem da prestação do serviço, por opção do transportador em não realizar o serviço por meio próprio;

A devolução de uma mercadoria anula todos os efeitos de uma operação anterior.

Transferência é conceituada como a operação em que uma mercadoria ou bem saia de um estabelecimento e entre em outro estabelecimento do mesmo titular.

2.2 Local e Momento da Operação e da prestação

O tema “local e momento da prestação” presta-se a determinar a qual Estado da federação o ICMS é devido. A Lei Kandir, em seu artigo 11, estabelece regras para identificar onde será devido o ICMS em cada hipótese.

Para basear seus estudos, leia 10 vezes o conceito de estabelecimento: é o local, privado ou público, edificado ou não, próprio ou de terceiro, onde pessoas físicas ou jurídicas exerçam suas atividades em caráter temporário ou permanente, bem como onde se encontrem armazenadas mercadorias.

Ainda sobre o estabelecimento, você deverá saber que:

• na impossibilidade de determinação do estabelecimento, considera-se como tal o local em que tenha sido efetuada a operação ou prestação, encontrada a mercadoria ou constatada a prestação – 1. vimos que a operação é considerada no local onde a mercadoria tiver sido interceptada; 2. Na falta de estabelecimento, a operação é considerada ocorrida no local da efetiva ocorrência.

• é autônomo cada estabelecimento do mesmo titular – cada estabelecimento é legítimo para causar fatos geradores do imposto.

• considera-se também estabelecimento autônomo o veículo usado no comércio ambulante e na captura de pescado – o barco pesqueiro e o “carro das pamonhas de Piracicaba” são considerados estabelecimentos para fins de ICMS.

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• respondem pelo crédito tributário todos os estabelecimentos do mesmo titular – ocorrido um fato gerador em relação a um estabelecimento, todos os outros estabelecimentos do mesmo titular podem ser cobrados.

Não há dúvidas de que você precisará saber qual é o momento da ocorrência do Fato Gerador do ICMS para cada uma de suas hipóteses de incidência. Por isso, vamos organizar as informações por meio de tabelas:

Em se tratando de mercadorias ou bens

Regra: No estabelecimento onde estiver no momento da ocorrência do fato gerador.

Onde se encontre... quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhado de documentação inidônea – ex: um caminhão parado pela fiscalização tributária sem documentação idônea: o local da interceptação será considerado o local do fato gerador.

Do estabelecimento que transfira a propriedade, ou o título que a represente...

de mercadoria por ele adquirida no País e que por ele não tenha transitado. ex: uma empresa fluminense compra minério de Minas Gerais. Se esse minério seguir diretamente para a Bahia, o ICMS caberá ao Rio de Janeiro – local do estabelecimento que transferiu a propriedade .

Do estabelecimento onde ocorrer a entrada física de bem ou mercadoria importado do exterior...

do estabelecimento importador.

ou

do domicílio do importador quando não estabelecido.

Ex: Se alguém (qualquer pessoa, física ou jurídica, contribuinte ou não do ICMS) domiciliado no Mato Grosso do Sul importar bens pelo porto de Paranaguá (PR), o ICMS caberá ao estado do Mato Grosso do Sul.

Aquele onde seja realizada a licitação...

em arrematação de mercadoria ou bem importados do exterior e apreendidos ou abandonados.

Do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final...

nas operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis dele derivados, quando não destinados à industrialização ou à comercialização.

Esses produtos seguem o parâmetro de incidência no destino. Ex: Se uma porção de petróleo for extraída no Estado do Rio, destilada no Estado de São Paulo e a gasolina for consumida em Minas Gerais, caberá o ICMS ao último Estado (MG).

Do Estado de onde o quando não considerado como ativo financeiro ou

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ouro tenha sido extraído...

instrumento cambial.

O ouro, no momento de sua extração, sofrerá a incidência do ICMS, que caberá ao Estado de extração.

De desembarque do produto...

na hipótese de captura de peixes, crustáceos e moluscos.

Os frutos do mar são tributados pelo ICMS assim que desembarcam na orla e o imposto cabe ao Estado do desembarque.

Em se tratando prestação de serviços de transporte

Regra: onde tenha início a prestação.

No local onde tiver início a prestação..

em relação à regra geral da prestação dos serviços de transporte.

Quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea...

onde se encontre o transportador.

Do estabelecimento destinatário do serviço...

em operações interestaduais de transporte que não se relacionem com prestações subsequentes.

Em se tratando prestação onerosa de serviços de comunicação

Regra: O local da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendido o da geração, emissão, transmissão e retransmissão, repetição, ampliação e recepção.

Fornecimento de ficha, cartão, ou assemelhados com que o serviço é pago...

o local do estabelecimento da concessionária ou da permissionária.

Em operações interestaduais de comunicação que não se relacionem com prestações subseqüentes (em que o destinatário seja contribuinte)...

do estabelecimento destinatário do serviço.

Em serviços prestados via satélite...

do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço.

Tratando-se de serviços prestados ou iniciados no exterior...

o do estabelecimento ou do domicílio do destinatário.

Demais casos... Onde seja cobrado o serviço.

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Algumas informações importantes a respeito dos serviços de comunicação:

1. Apenas incide o ICMS sobre a prestação onerosa. Não incide, por exemplo, sobre a TV aberta.

2. Exemplos de serviços de comunicação: telefonia, TV a cabo, outdoor, etc.

3. Não é necessário, para configurar o serviço de comunicação, que o destinatário seja capaz de responder as informações.

4. A venda de cartões telefônicos configura o Fato Gerador do imposto. 5. Todas os preços acessórios devem ser incluídos na base de cálculo (ex:

preço de habilitação ou instalação). 6. O imposto incide no momento da compra de créditos para celulares pré-

pagos.

Armazém Geral:

Envio de mercadoria para armazém geral ou para depósito fechado do próprio contribuinte no mesmo Estado não incide o ICMS no envio, mas incide na posterior saída (exceto se a posterior saída for a volta para o estabelecimento do próprio contribuinte).

Gravei um vídeo sobre a sistemática inerente aos armazéns gerais: http://youtu.be/94n_HmZ2cHg

Serviços de Comunicação não medidos (TV a cabo, Pager, internet – por exemplo): tratando-se de serviços não medidos, que envolvam localidades situadas em diferentes unidades da Federação e cujo preço seja cobrado por períodos definidos, o imposto devido será recolhido em partes iguais para as unidades da Federação onde estiverem localizados o prestador e o tomador. Assim, se uma empresa de TV a cabo fornecer serviços de comunicação para tomador estabelecido ou domiciliado em outro Estado, o imposto será dividido em partes iguais entre os Estados interessados.

Lei Complementar 87/1996

Art. 11. O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, é:

I - tratando-se de mercadoria ou bem:

a) o do estabelecimento onde se encontre, no momento da ocorrência do fato gerador;

b) onde se encontre, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhado de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária;

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c) o do estabelecimento que transfira a propriedade, ou o título que a represente, de mercadoria por ele adquirida no País e que por ele não tenha transitado;

d) importado do exterior, o do estabelecimento onde ocorrer a entrada física;

e) importado do exterior, o do domicílio do adquirente, quando não estabelecido;

f) aquele onde seja realizada a licitação, no caso de arrematação de mercadoria ou bem importados do exterior e apreendidos ou abandonados;

g) o do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nas operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis dele derivados, quando não destinados à industrialização ou à comercialização;

h) o do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não considerado como ativo financeiro ou instrumento cambial;

i) o de desembarque do produto, na hipótese de captura de peixes, crustáceos e moluscos;

II - tratando-se de prestação de serviço de transporte:

a) onde tenha início a prestação;

b) onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária;

c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese do inciso XIII do art. 12 e para os efeitos do § 3º do art. 13;

III - tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação:

a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendido o da geração, emissão, transmissão e retransmissão, repetição, ampliação e recepção;

b) o do estabelecimento da concessionária ou da permissionária que forneça ficha, cartão, ou assemelhados com que o serviço é pago;

c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese e para os efeitos do inciso XIII do art. 12;

c-1) o do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando prestado por meio de satélite;

d) onde seja cobrado o serviço, nos demais casos;

IV - tratando-se de serviços prestados ou iniciados no exterior, o do

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estabelecimento ou do domicílio do destinatário.

§ 1º O disposto na alínea c do inciso I não se aplica às mercadorias recebidas em regime de depósito de contribuinte de Estado que não o do depositário.

§ 2º Para os efeitos da alínea h do inciso I, o ouro, quando definido como ativo financeiro ou instrumento cambial, deve ter sua origem identificada.

§ 3º Para efeito desta Lei Complementar, estabelecimento é o local, privado ou público, edificado ou não, próprio ou de terceiro, onde pessoas físicas ou jurídicas exerçam suas atividades em caráter temporário ou permanente, bem como onde se encontrem armazenadas mercadorias, observado, ainda, o seguinte:

I - na impossibilidade de determinação do estabelecimento, considera-se como tal o local em que tenha sido efetuada a operação ou prestação, encontrada a mercadoria ou constatada a prestação;

II - é autônomo cada estabelecimento do mesmo titular;

III - considera-se também estabelecimento autônomo o veículo usado no comércio ambulante e na captura de pescado;

IV - respondem pelo crédito tributário todos os estabelecimentos do mesmo titular.

§ 5º Quando a mercadoria for remetida para armazém geral ou para depósito fechado do próprio contribuinte, no mesmo Estado, a posterior saída considerar-se-á ocorrida no estabelecimento do depositante, salvo se para retornar ao estabelecimento remetente.

§ 6o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, tratando-se de serviços não medidos, que envolvam localidades situadas em diferentes unidades da Federação e cujo preço seja cobrado por períodos definidos, o imposto devido será recolhido em partes iguais para as unidades da Federação onde estiverem localizados o prestador e o tomador.

O artigo 12 da LC 87/1996 estabelece o momento do Fato Gerador do ICMS. Você deverá conhecer tais hipóteses para a prova. Vamos analisá-las?

Operações com mercadorias:

• da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular; (princípio da autonomia dos estabelecimentos)

Trata-se da hipótese mais comum de incidência de ICMS. O ICMS é um imposto que incide sobre a circulação, e não sobre a venda de mercadoria. Assim, dentro da regra mais ampla e geral, mesmo a saída de mercadoria com destino a estabelecimento do mesmo contribuinte constitui fato gerador do ICMS.

É claro que não faz sentido tributar a transferência de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo titular que se situem no mesmo Estado. Mas se os

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estabelecimentos estiverem em Estados diferentes, o Estado remetente deverá garantir a sua fatia de arrecadação.

Para a sua prova, você deverá ter muita atenção em como a questão será pedida (para isso será importante ter muita calma para interpretar o enunciado). A súmula 166 do STJ, que já vimos na presente aula, estabelece que o simples deslocamento de mercadoria entre estabelecimentos do mesmo titular não configura fato gerador do ICMS. Se a questão não for muito específica em seu contexto, você responderá de acordo com a LC 87/96. Se a questão demonstrar que espera outros conhecimentos (como citar a atuação do STJ), você deverá responder de acordo com o entendimento sumulado.

• do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento;

Por definição legal, o fornecimento de alimentação é fato gerador do ICMS. Note que todos os serviços acessórios (couvert artístico por exemplo) devem fazer parte da base de cálculo do imposto estadual.

• da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do transmitente;

Imagine que o dono de uma quantidade imensa de grãos os mantenha em um armazém geral. Em um dado dia, ele negocia esses grãos. Nesse momento incidirá o ICMS, mesmo que os grãos não sejam retirados do local. A mera negociação ensejará a incidência do imposto.

• da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente;

A ideia é a mesma anterior. A mera transferência de propriedade da mercadoria, mesmo que não haja transferência corpórea, é fato gerador do ICMS.

• do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços:

o não compreendidos na competência tributária dos Municípios; o compreendidos na competência tributária dos Municípios e com

indicação expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei complementar aplicável;

Já vimos quais são os serviços que, não compreendidos na competência municipal ou compreendidos, mas com indicação expressa de incidência do ICMS, ensejam a incidência do ICMS.

Nos casos em que esses serviços são prestados juntamente ao fornecimento de mercadoria, o momento do fato gerador é o mesmo em que ocorre o fornecimento.

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• do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior;

Importação – o fato gerador do ICMS ocorre no momento do desembaraço aduaneiro.

• do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior;

Importação de serviços – o Fato Gerador do ICMS ocorre no momento em que um destinatário recebe seus serviços (no recebimento da prestação).

• da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados do exterior e apreendidos ou abandonados;

Leilões e afins – o ICMS tem seu fato gerador no momento de uma arrematação.

• da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização;

Produtos submetidos ao parâmetro de incidência no destino: se o ICMS cabe ao Estado de destino da mercadoria, por qual motivo o fator gerador deveria ocorrer em outro momento que não fosse a entrada no Estado destinatário?

Prestações de serviços de transporte:

• do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza;

O serviço de transporte tem seu fato gerador no início do transporte. Assim como na transmissão mercadoria, que tem seu fato gerador no momento da saída do estabelecimento remetente.

• do ato final do transporte iniciado no exterior;

Muito cuidado. Há inúmeras decisões no sentido de que não incide ICMS em transportes internacionais (a jurisprudência majoritária considera a não incidência). Você precisará interpretar adequadamente o enunciado para perceber se você deve “puxar a sardinha” para o lado do fisco ou se deverá demonstrar o conhecimento dessas decisões (provavelmente você deverá “puxar a sardinha”).

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Na prova, percebendo que a banca pretende que o ICMS seja devido nos transportes internacionais, você deverá saber que a LC 87/96 estabelece a incidência na chegada em território brasileiro.

• da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subsequente.

Trata-se do diferencial de alíquotas para prestações que não se vinculem com prestações posteriores.

Tem dúvidas em relação ao diferencial de alíquotas? Imagine que uma empresa (contribuinte do ICMS) mineira seja destinatária de serviço cuja prestação tenha se iniciado no Espírito Santo. Nessa hipótese, o imposto terá incidido no estado de origem sob uma alíquota interestadual (mais baixa). Por isso, o destinatário (mineiro) do serviço ficará obrigado a recolher o imposto relativo ao diferencial de alíquota para o estado de destino (Minas Gerais).

Prestações de serviços de comunicação:

• das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;

Em relação aos serviços de comunicação, o ICMS incide no momento da própria prestação (durante a prestação).

Lei Complementar 87/1996

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

I - da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular;

II - do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento;

III - da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do transmitente;

IV - da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente;

V - do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza;

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VI - do ato final do transporte iniciado no exterior;

VII - das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;

VIII - do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços:

a) não compreendidos na competência tributária dos Municípios;

b) compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei complementar aplicável;

IX – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior;

X - do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior;

XI – da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados do exterior e apreendidos ou abandonados;

XII – da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização;

XIII - da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente.

§ 1º Na hipótese do inciso VII, quando o serviço for prestado mediante pagamento em ficha, cartão ou assemelhados, considera-se ocorrido o fato gerador do imposto quando do fornecimento desses instrumentos ao usuário.

§ 2º Na hipótese do inciso IX, após o desembaraço aduaneiro, a entrega, pelo depositário, de mercadoria ou bem importados do exterior deverá ser autorizada pelo órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a exibição do comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo disposição em contrário.

§ 3o Na hipótese de entrega de mercadoria ou bem importados do exterior antes do desembaraço aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gerador neste momento, devendo a autoridade responsável, salvo disposição em contrário, exigir a comprovação do pagamento do imposto.

Vejamos uma questão sobre o momento da ocorrência do Fato Gerador:

FGV - 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

2 - Em 14/02/2011, um estabelecimento comercial, mediante veiculação de propagandas televisivas, noticiou grande queima de estoque de mercadorias. No dia 15/2/2011, realizou a venda de um grande lote de mercadorias para pagamento em duas parcelas datadas, respectivamente, para os dias 15/3/2011 e 15/4/2011. Após

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o recebimento da primeira parcela, em 15/3/2011, as mercadorias foram remetidas ao comprador, em 16/3/2011, sendo certo que já houve o pagamento da última prestação. Pelo exposto, o fato gerador do ICMS ocorrerá em

a) 14/2/2011.

b) 15/3/2011.

c) 15/2/2011.

d) 16/3/2011.

e) 15/4/2011.

Como já discutimos, o Fato Gerador do ICMS ocorre no momento da saída da mercadoria do estabelecimento remetente.

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

I - da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular;

GABARITO: D

Mais uma questão bem semelhante:

FGV - 2008 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

3 - Em 20.01.2008, um estabelecimento comercial efetuou a venda de certa mercadoria, para recebimento do respectivo preço em quatro prestações. Em 30.01.2008, é recebida a 1ª prestação; em 10.03.2008, a mercadoria foi remetida ao comprador; em 20.03.2008, é recebida a última prestação. Assinale a data em que o ICMS passou a ser devido.

a) 10.03.2008.

b) 20.01.2008.

c) 30.01.2008.

d) 20.03.2008.

e) 15.03.2008.

Como já discutimos, o Fato Gerador do ICMS ocorre no momento da saída da mercadoria do estabelecimento remetente.

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

I - da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte,

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ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular;

GABARITO: A

Vejamos uma questão sobre o local da ocorrência do Fato Gerador:

FGV - 2009 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

4 - O desembaraço aduaneiro de certa mercadoria deuse no Estado de São Paulo, o estabelecimento importador situa-se no Estado do Rio de Janeiro e os produtos foram entregues diretamente a uma terceira empresa localizada no Estado de Minas Gerais. O ICMS devido pela importação, segundo a Lei Complementar nº. 87/96, cabe:

a) a nenhum dos três Estados, pois não incide o ICMS na espécie, por tratar-se de mercadoria destinada ao ativo permanente do importador.

b) ao Estado de São Paulo, pois foi onde ocorreu o desembaraço da mercadoria importada.

c) ao Estado do Rio de Janeiro, pois é onde se encontra o estabelecimento importador.

d) metade do valor ao Estado do Rio de Janeiro e a outra metade ao Estado de Minas Gerais.

e) ao Estado de Minas Gerais, pois foi onde ocorreu a entrada física da mercadoria.

A questão envolve um assunto que não está pacificado na doutrina, mas está pacificado na “jurisprudência das bancas de concursos”. Por isso, não vamos nos preocupar em discutir detalhes sórdidos a respeito do assunto.

De acordo com a Lei Kandir, o imposto relativo à importação incide no estabelecimento onde ocorrer a entrada física da mercadoria.

Art. 11. O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, é:

I - tratando-se de mercadoria ou bem:

[...]

d) importado do exterior, o do estabelecimento onde ocorrer a entrada física;

Assim, A resposta correta é o Estado de MG, que é o local da entrada física do bem importado do exterior.

GABARITO: E

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2.2.1 Local e Momento da Operação – disposições locais:

Vamos agora analisar o que a legislação fluminense traz de diferente (em relação à Lei Kandir) a respeito do conceito de estabelecimento.

Introduzindo o assunto, vamos discutir o conceito de estabelecimento. Qual é o motivo de analisarmos o conceito de estabelecimento? Resposta: para fins tributários, os estabelecimentos são autônomos (princípio da autonomia dos estabelecimentos). Contudo, a obrigação que for atribuída a um determinado estabelecimento fará com que seu titular seja considerado responsável (o estabelecimento é o contribuinte em relação à obrigação tributária cujo Fato Gerador tiver dado causa – contudo, os outros estabelecimentos do mesmo titular serão considerados responsáveis no caso de inadimplemento de um crédito tributário).

Assim, na ocorrência de descumprimento de obrigações principais, os estabelecimentos são sempre vistos em conjunto. Resumindo, a dívida tributária de um estabelecimento poderá ser imputada pelo fisco a outro estabelecimento do mesmo titular.

Em relação às obrigações acessórias (que possuem caráter organizacional, permitindo que o fisco verifica a completude dos recolhimentos tributários), entretanto, cada estabelecimento deve ser sempre considerado independente dos demais.

Enfim, o que eu devo entender por “estabelecimento”?

Estabelecimento é o local, público ou privado, construído ou não, mesmo que pertencente a terceiro, onde o contribuinte exerça toda ou parte de sua atividade, em caráter permanente ou temporário, ainda que se destine a simples depósito ou armazenagem de mercadorias ou bens relacionados com o exercício dessa atividade.

Assim, são considerados estabelecimentos autônomos:

• o veículo utilizado na venda de mercadoria sem destinatário certo, em território fluminense, por contribuinte de outro Estado; - exemplo: o “carro das pamonhas de Piracicaba”.

• o veículo utilizado na captura de pescado; - barco de pesca. • a área onde se realize a atividade de revenda de combustíveis e de

outros derivados de petróleo, conforme definida em legislação federal, quando se tratar de atividade secundária.

Considera-se extensão do estabelecimento o escritório onde o contribuinte exerce atividades de gestão empresarial ou de processamento eletrônico de suas operações ou prestações. Assim, aquele que proporcionar meios para pagamento eletrônico e deixar de prestar as devidas informações ao fisco, quando for considerado responsável tributário, seu escritório poderá ser considerado estabelecimento para fins de ICMS.

Em relação a uma operação que não possua claramente um estabelecimento envolvido, o local da efetiva prestação ou operação poderá ser considerado como estabelecimento.

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O estabelecimento de um vendedor ambulante será o lugar onde ele for encontrado.

Comerciante ambulante é a pessoa natural, sem estabelecimento fixo, que, por conta própria e a seus riscos, portando todo o seu estoque de mercadorias, exerça pessoalmente atividade comercial.

São estabelecimentos autônomos:

• o estabelecimento beneficiador; • o estabelecimento industrial; • o estabelecimento comercial; • o estabelecimento cooperativo.

Mesmo que os estabelecimentos acima pertençam ao mesmo titular, cada local será considerado autônomo. Não importa a natureza das operações ocorridas em cada um deles: “produção agropecuária ou extrativa vegetal ou mineral, de geração, inclusive de energia, de captura pesqueira, situado na mesma área ou em áreas diversas do referido estabelecimento”.

O envio de mercadoria para armazém geral ou depósito fechado do próprio contribuinte não são considerados como saída para fins de ICMS. Por isso, a saída posterior que não configurar retorno ao estabelecimento de origem configurará Fato Gerador do ICMS.

Mesmo que uma mercadoria seja produzida para a exportação ou para ser vendida para estabelecimento de outro Estado, se não for comprovada a referida remessa, o fisco fluminense presume a sua circulação com destino a estabelecimento interno (a consequência é a incidência do imposto sob a alíquota interna – mais alta).

RICMS-RJ

Art. 24. Estabelecimento é o local, privado ou público, edificado ou não, próprio ou de terceiro, onde pessoa física ou jurídica exerça sua atividade em caráter permanente ou temporário, bem como onde se encontre armazenada mercadoria.

§ 1.º Na impossibilidade de determinação do estabelecimento, nos termos deste artigo, considera-se como tal, para os efeitos destas normas, o local em que tenha sido efetuada a operação ou prestação, encontrada a mercadoria ou constatada a prestação.

§ 2.º Considera-se como estabelecimento autônomo, em relação ao estabelecimento beneficiador, industrial, comercial ou cooperativo, ainda que do mesmo titular, cada local de produção agropecuária ou extrativa vegetal ou mineral, de geração, inclusive

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de energia, de captura pesqueira, situado na mesma área ou em áreas diversas do referido estabelecimento.

§ 3.º Quando a mercadoria for remetida para armazém geral ou para depósito fechado do próprio contribuinte, no mesmo Estado, a posterior saída considerar-se-á ocorrida no estabelecimento do depositante, salvo se para retornar ao estabelecimento remetente.

§ 4.º Para fins destas normas, a plataforma continental, o mar territorial e a zona econômica exclusiva integram o território do Estado e do município que lhes é confrontante.

§ 5.º Considera-se interna a operação destinada a contribuinte localizado em outro Estado ou no Distrito Federal, ou a destinada ao exterior, quando não devidamente comprovada a saída da mercadoria do território deste Estado ou a sua efetiva exportação.

Vamos então deixar de conhecimentos acessórios e mergulhar nas disposições fluminenses?

O artigo 3o do RICMS-RJ, análogo ao art. 11 da Lei Kandir, determina o momento da ocorrência do Fato Gerador. Muitas dessas hipóteses já foram vistas nas páginas anteriores. Contudo, assim como todos os Estados, o Rio de Janeiro apresenta algumas novidades.

Os trechos “novos”, específicos da legislação fluminense, estão em azul na transcrição do artigo 3o e devem ser adequadamente discutidos:

Artigo 3o do RICMS-RJ

(apenas as especificidades em relação à Lei Kandir)

II - Na saída de estabelecimento industrializador, em retorno ao do encomendante, ou para outro por ordem deste, de mercadoria submetida a processo de industrialização que não implique prestação de serviço compreendido na competência tributária municipal, ainda que a industrialização não envolva aplicação ou fornecimento de qualquer insumo -

A industrialização agrega valor à mercadoria. Por isso, o Estado do Rio de Janeiro determina que a saída do estabelecimento industrializador (para o encomendante ou para outro estabelecimento) é Fato Gerador (e momento da incidência) do ICMS.

Exemplo: se uma fábrica de moldes de injeção plástica envia seu produto semi-acabado para uma empresa que constrói cavidades por eletro-erosão, então, na saída da empresa de eletro-erosão, incidirá o ICMS.

Observe que se a construção de cavidades por eletro-erosão fosse um serviço submetido à competência municipal (ISS), não haveria a incidência do ICMS.

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IMPORTANTE: você não precisa saber o que é um molde de injeção plástica ou conhecer o processo de eletro-erosão para compreender a legislação tributária.

IV - no fornecimento de mercadoria com prestação de serviço:

1. não compreendido na competência tributária dos municípios;

2. compreendido na competência tributária dos municípios, e com indicação expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido em legislação aplicável;

Já vimos que a regra é: estando um serviço na lista de serviços da LC 116/2003, incide o ISS sobre o valor total da operação. Contudo, a própria lista anexa à Lei Complementar do ISS estabelece determinados serviços que, quando prestados juntamente ao fornecimento de mercadorias, são tributados por ambos os impostos (serviço pelo ISS e mercadorias pelo ICMS).

A legislação fluminense, contudo, lista essas exceções que comportam a incidência de ICMS coexistindo (ou não) com a incidência do ISS:

1. ao fornecimento de mercadoria produzida pelo prestador de serviço fora do local de sua prestação ou por ele diretamente importada, no caso de execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obra de construção civil, hidráulica ou outra semelhante, assim como de serviço auxiliar ou complementar;

2. ao fornecimento de mercadoria produzida pelo prestador de serviço fora do local de sua prestação ou por ele diretamente importada, no caso de obra de demolição, conservação ou reparação de edifício, inclusive de elevador nele instalado, e de estrada, ponte e congênere;

3. ao fornecimento de alimentação e bebida, nos serviços de buffet e organização de festas;

4. ao fornecimento de alimentação, bebida ou outra mercadoria em hotel, pensão e congênere, quando não incluída no preço da diária ou mensalidade;

5. ao fornecimento de peça ou parte, pelo prestador de serviço, em operação de revisão, conserto ou restauração de máquina, aparelho ou equipamento e no recondicionamento de motores;

6. ao fornecimento de material, salvo o aviamento, por alfaiate, modista ou costureiro, em serviço prestado ao usuário final;

Nota - Para efeito do disposto neste item, considera-se aviamento forro, linha, botão, fecho, colchete, pressão, fivela, cadarço, elástico, entretela e material similar.

7. à saída, efetuada pelo prestador de serviço, de mercadoria destinada à comercialização ou industrialização, submetida a beneficiamento, lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, acondicionamento e operação similar;

8. ao fornecimento de material pelo prestador de serviço, no caso de paisagismo ou decoração;

9. ao fornecimento de material, no serviço de instalação ou montagem de aparelho, máquina, equipamento, ou de colocação de tapete, cortina, papel, vidro, lambris etc., prestado a usuário final;

10. à saída de pneu recauchutado ou regenerado, sempre que não efetuada pelo prestador de serviço a consumidor final;

11. ao fornecimento de impresso não personalizado, por gráfica ou similar e o destinado à divulgação ou propaganda.

V - no desembaraço aduaneiro de mercadoria ou bem importados do exterior.

Embora não seja uma especificidade da legislação do Estado do Rio de Janeiro, aproveitemos o ensejo para esclarecer que qualquer pessoa que fizer a importação de bens ou mercadorias do exterior será considerado contribuinte do ICMS (não é necessário ser pessoa jurídica, nem importar com habitualidade ou em grande volume).

VI - na entrada no estabelecimento do contribuinte de mercadoria proveniente de

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outra unidade da Federação, destinada a consumo ou a ativo fixo.

O inciso trata do diferencial de alíquota.

Por um exemplo simples, você compreenderá imediatamente.

Uma empresa sediada em Niterói-RJ compra materiais de limpeza de uma empresa mineira. Em se tratando de uma operação interestadual, terá incidido ICMS na saída do estabelecimento mineiro sob uma alíquota de 12%.

Imaginando-se que a alíquota fluminense para tais mercadorias seja de 18%, caberá ao Estado do Rio de Janeiro o diferencial de alíquota.

Assim, se a mercadoria tiver saído de MG por 100 reais, caberá 12 reais a MG e 6 reais ao Rio de Janeiro (a título de diferencial e alíquota.

ATENÇÃO: essa sistemática vale para destinatários que sejam contribuintes do ICMS. Se a mercadoria for destinada a não contribuinte, o ICMS incidirá com alíquota cheia (interna) no Estado de origem.

X - no ato final de transporte iniciado no exterior;

A literalidade da Constituição Federal determina que o ICMS incida apenas sobre as prestações intermunicipais e interestaduais. Contudo, a Lei Kandir e as leis estaduais entendem que a importação de serviços de transporte (estamos tratando do transporte que se inicie no exterior e termine em território nacional) é também Fato Gerador do ICMS e que a incidência ocorre no ato final (na chegada).

Existem, na verdade, duas correntes muito fortes. Uma delas entende que a referida incidência é constitucional e outra vertente prega a inconstitucionalidade da regra.

Professor, qual é a corrente que devo seguir na prova?

Resposta: isso dependerá da formatação da sua questão. Na leitura do seu enunciado, você será capaz de identificar o que a banca pretende. Muito provavelmente, a sua banca esperará uma resposta que considere ser constitucional a incidência do ICMS no ato final do transporte iniciado no exterior.

XIII - na transmissão de propriedade de mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do transmitente;

Embora a transmissão de propriedade de mercadoria depositada não represente a circulação física da mercadoria, já discutimos que o conceito de circulação tem um teor patrimonial. Mesmo que a mercadoria não se desloque, a mera transferência de propriedade de uma mercadoria depositada será considerada Fato Gerador do ICMS.

XVI - na falta de comprovação da saída de mercadoria perante qualquer repartição

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fazendária localizada nos portos ou aeroportos deste Estado, ou na divisa com outra unidade federada, quando a mesma transitar por este Estado acompanhada de passe fiscal ou similar.

O que é passe fiscal? Resposta: O passe fiscal é um documento emitido pelas administrações tributárias dos Estados signatários do Protocolo no 10/2003. O Estado do Rio de Janeiro determina a obrigatoriedade do passe fiscal que for oriunda de outro Estado e destinada ao Estado do Rio, a outro Estado (transitando pelo RJ) ou ao exterior (também transitando pelo RJ). (ver RICMS-RJ – Livro XVI, artigos 14, 15, 16 e 16-A).

Como funciona? Resposta: a mercadoria, ao adentrar o Estado do RJ, deve trazer consigo o passe fiscal. “A falta de apresentação do Passe Fiscal de Mercadorias na saída da mercadoria do

território fluminense, a qualquer repartição ou posto fiscal localizada nos portos e aeroportos ou na

divisa com outra unidade da Federação, caracteriza a entrega ou comercialização da mesma no território fluminense.” (transcrição do art. 16 - RICMS-RJ – Livro XVI)

A apresentação do passe fiscal que transcreveu-se acima gera a presunção de que a mercadoria foi destinada ao Estado do Rio de Janeiro (afinal, existe a comprovação de entrada mas não existe a comprovação de saída).

A referida presunção de destino ao Estado do Rio de Janeiro, na verdade, ocorre em duas situações:

• mercadoria que entra não acompanhada de passe fiscal (desde que obrigada); ou • mercadoria acompanhada de passe fiscal, mas sem a comprovação de sua saída do

território.

Há algumas outras disposições no artigo 3o (abaixo) que você deverá conhecer.

§ 1.º Aplica-se o disposto no inciso I ainda que o estabelecimento extrator, produtor ou gerador, inclusive de energia, se localize em área contígua àquele onde ocorra a industrialização, a utilização ou o consumo da mercadoria, inclusive quando as atividades sejam integradas.

Embora seja óbvio, a sua banca poderá pedir o tema, já que o RICMS-RJ trata dele. O Fato gerador do ICMS ocorre na saída da mercadoria do seu estabelecimento de origem, mesmo que o estabelecimento destinatário seja vizinho ou que as atividades estejam integradas. Resumindo: ocorre o fato gerador do imposto sempre que a mercadoria deixar o estabelecimento de origem.

§ 2.º Considera-se saída do estabelecimento a mercadoria constante do estoque final, na data do encerramento da atividade.

No encerramento de atividades, o Estado do Rio de Janeiro presume que todas as mercadorias contidas no seu estoque são vendidas (e, por isso, é cobrado o ICMS incidente sobre todo o estoque restante). Esse fato gerador tanto pode ser real como apenas presumido (pois é natural que uma empresa em fim de atividades venda completamente seu estoque para outra que mantiver a mesma atividade).

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§ 3.º Considera-se saída do estabelecimento a mercadoria que nele tenha entrado desacompanhada de documento fiscal ou acompanhada de documento fiscal inidôneo ou, ainda, cuja entrada não tenha sido regularmente escriturada.

Qual é a consequência direta, para um estabelecimento, se ele internalizar mercadoria sem o devido documento fiscal? Resposta: presume-se que a mercadoria, em seguida, teve a sua saída e o ICMS total (referente à sua saída) será cobrado (sem direito ao crédito de ICMS referente à entrada da mercadoria).

§ 4.º Considera-se posta em circulação neste Estado a mercadoria em trânsito, desacompanhada de documento fiscal ou acompanhada de documentação inidônea e a proveniente de outra unidade da Federação sem destinatário certo.

A mercadoria que entra no Estado do RJ desacompanhada de documento fiscal (ou acompanhado de documento fiscal inidôneo) é considerada posta em circulação (vendida) no Estado do Rio de Janeiro. Atenção: não estamos falando de presunções relativas, mas de consequências inexoráveis da circulação de mercadoria desacompanhada de documento fiscal ou acompanhada de documentação inidônea e a proveniente de outra unidade da Federação sem destinatário certo.

ATENÇÃO: as mercadorias oriundas de outro Estados, sem destinatário certo, serão consideradas postas em circulação no Estado do RJ mesmo que possuam documentos fiscais idôneos.

§ 6.º Caso o transporte iniciado no exterior seja contratado por etapa, a que for prestada em território estadual, na forma do inciso IX, constitui fato gerador.

Apesar da redação pouco específica do parágrafo 6o, ele se refere aos serviços iniciados no exterior que tenham como destino um estabelecimento situado no Rio de Janeiro. Considera-se ocorrido o fato gerador, e devido o ICMS ao Estado do RJ, apenas em relação à parcela prestada no Estado do Rio.

§ 7.º Na hipótese do inciso XI, caso o serviço seja prestado mediante ficha, cartão ou assemelhado, mesmo que a disponibilização se faça por meio eletrônico, considera-se ocorrido o fato gerador quando do fornecimento desses instrumentos ao usuário ou ao intermediário.

O parágrafo 7o refere-se aos serviços de comunicação de natureza pré-paga. Nesses casos, embora o serviço seja prestado posteriormente, o ICMS incide no momento da venda.

§ 8.º Na hipótese do inciso V, após o desembaraço aduaneiro, a entrega pelo depositário, de mercadoria ou bem importado do exterior, deverá ser autorizada pelo órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a exibição do comprovante de pagamento do

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imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo disposição em contrário.

§ 9.º Ocorrendo a entrega da mercadoria ou bem importado do exterior antes do ato do despacho aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gerador, devendo o responsável pela liberação exigir a apresentação do comprovante do pagamento do imposto.

No desembaraço aduaneiro de mercadoria ou bem importados do exterior, a entrega, pelo depositário ao importador, apenas deve ocorrer após a autorização pelo órgão responsável pelo seu desembaraço (essa previsão pode ser excepcionada por disposição legal em contrário).

Caso ocorra a entrega da mercadoria importada (ou bem importado) antes do despacho aduaneiro, considera-se que o fato gerador ocorreu – assim, deve o responsável pela liberação exigir que o importador comprove o pagamento do imposto.

§ 10.º Na hipótese de mercadoria cujo transporte se faça em parcelas e em que o valor da operação se estender ao todo, sem perfeita fixação ou indicação relativamente a cada componente, peça ou parte, considera-se ocorrido o fato gerador na data em que se efetivar a saída do primeiro componente.

Há maquinários que, por seu grande tamanho, são transportados em parcelas. Nesse caso, considera-se ocorrido o fato gerador (e devido o ICMS) na data da saída do primeiro componente.

§ 11. Na venda à ordem ou para entrega futura, considera-se ocorrido o fato gerador na data em que se efetivar a saída da mercadoria.

A venda à ordem (também chamada de venda a termo ou operação triangular) é aquela em que a mercadoria permanece na posse do vendedor e será entregue, por conta e ordem do adquirente, a outro estabelecimento da mesma empresa ou em estabelecimento de terceiros.

Nesse caso, o fato gerador ocorre no momento em que a saída física se efetivar.

§ 12. A ocorrência do fato gerador independe da natureza jurídica da operação que o constitua.

O fato gerador do ICMS é a circulação de mercadoria. Evitando a simulação de doações (por exemplo...), o RICMS-RJ determinou que a incidência do imposto não depende da natureza jurídica da operação que o constitua.

§ 13. O Estado poderá exigir o pagamento antecipado do imposto, com a fixação, se for o caso, do valor da operação ou da prestação subsequente, observando-se o disposto no Livro II, que regula a substituição tributária

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O parágrafo 13 trata de hipótese relativa à substituição tributária, que será adequadamente estudada posteriormente.

RICMS-RJ

Art. 3.º O fato gerador do imposto ocorre:

I - na saída de mercadoria, a qualquer título, do estabelecimento do contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular; (assunto discutido na aula “demo”)

II - na saída de estabelecimento industrializador, em retorno ao do encomendante, ou para outro por ordem deste, de mercadoria submetida a processo de industrialização que não implique prestação de serviço compreendido na competência tributária municipal, ainda que a industrialização não envolva aplicação ou fornecimento de qualquer insumo;

III - no fornecimento de alimentação, bebida ou outra mercadoria por qualquer estabelecimento;

IV - no fornecimento de mercadoria com prestação de serviço: (discutimos bastante o relacionamento entre ISS e ICMS na aula “demo”)

1. não compreendido na competência tributária dos municípios;

2. compreendido na competência tributária dos municípios, e com indicação expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido em legislação aplicável;

V - no desembaraço aduaneiro de mercadoria ou bem importados do exterior;

VI - na entrada no estabelecimento do contribuinte de mercadoria proveniente de outra unidade da Federação, destinada a consumo ou a ativo fixo;

VII - na utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outra unidade da Federação e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente alcançada pela incidência do imposto; (hipótese repetida da Lei Kandir – trata-se da aplicação do diferencial de alíquotas para a prestação de serviços sujeitos ao ICMS)

VIII - na aquisição, em licitação promovida pelo Poder Público, de mercadoria ou bem importados do exterior apreendidos ou abandonados; (hipótese repetida da Lei Kandir)

IX - no início de execução do serviço de transporte interestadual e intermunicipal de qualquer natureza; (hipótese repetida da Lei Kandir – aproveite para fixar que o ICMS incide sobre o serviço de transporte no início da prestação e, consequentemente, o imposto cabe ao Estado de origem)

X - no ato final de transporte iniciado no exterior; (Importante – veja comentários no quadro acima)

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XI - na prestação onerosa de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; (hipótese repetida da Lei Kandir – observe que é apenas o serviço oneroso de comunicação que pode ensejar a incidência do ICMS)

XII - no recebimento, pelo destinatário de serviço prestado no exterior; (hipótese repetida da Lei Kandir – art. 11, IV – a importação de serviços gera a incidência do ICMS)

XIII - na transmissão de propriedade de mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do transmitente;

XIV - na transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente; (hipótese repetida da Lei Kandir – art. 12, IV – existem hipóteses em que o comprador de uma mercadoria não tem interesse em recebê-la em seu estabelecimento e a encaminha diretamente para outro destinatário em transferência de propriedade. Estamos tratando de compras e vendas encadeadas de modo que não se observa a entrada física da mercadoria no estabelecimento intermediário)

XV - na entrada em território do Estado de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrente de operações interestaduais. (Já vimos que as operações interestaduais com “petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica”, em operações interestaduais, têm incidência no momento da entrada do Estado destinatário quando não destinados à comercialização ou à industrialização)

XVI - na falta de comprovação da saída de mercadoria perante qualquer repartição fazendária localizada nos portos ou aeroportos deste Estado, ou na divisa com outra unidade federada, quando a mesma transitar por este Estado acompanhada de passe fiscal ou similar.

§ 1.º Aplica-se o disposto no inciso I ainda que o estabelecimento extrator, produtor ou gerador, inclusive de energia, se localize em área contígua àquele onde ocorra a industrialização, a utilização ou o consumo da mercadoria, inclusive quando as atividades sejam integradas.

§ 2.º Considera-se saída do estabelecimento a mercadoria constante do estoque final, na data do encerramento da atividade.

§ 3.º Considera-se saída do estabelecimento a mercadoria que nele tenha entrado desacompanhada de documento fiscal ou acompanhada de documento fiscal inidôneo ou, ainda, cuja entrada não tenha sido regularmente escriturada.

§ 4.º Considera-se posta em circulação neste Estado a mercadoria em trânsito, desacompanhada de documento fiscal ou acompanhada de documentação inidônea e a proveniente de outra unidade da Federação sem destinatário certo.

§ 5.º O disposto no item 2, do inciso IV, aplica-se:

1. ao fornecimento de mercadoria produzida pelo prestador de serviço fora do local

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de sua prestação ou por ele diretamente importada, no caso de execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obra de construção civil, hidráulica ou outra semelhante, assim como de serviço auxiliar ou complementar;

2. ao fornecimento de mercadoria produzida pelo prestador de serviço fora do local de sua prestação ou por ele diretamente importada, no caso de obra de demolição, conservação ou reparação de edifício, inclusive de elevador nele instalado, e de estrada, ponte e congênere;

3. ao fornecimento de alimentação e bebida, nos serviços de buffet e organização de festas;

4. ao fornecimento de alimentação, bebida ou outra mercadoria em hotel, pensão e congênere, quando não incluída no preço da diária ou mensalidade;

5. ao fornecimento de peça ou parte, pelo prestador de serviço, em operação de revisão, conserto ou restauração de máquina, aparelho ou equipamento e no recondicionamento de motores;

6. ao fornecimento de material, salvo o aviamento, por alfaiate, modista ou costureiro, em serviço prestado ao usuário final;

Nota - Para efeito do disposto neste item, considera-se aviamento forro, linha, botão, fecho, colchete, pressão, fivela, cadarço, elástico, entretela e material similar.

7. à saída, efetuada pelo prestador de serviço, de mercadoria destinada à comercialização ou industrialização, submetida a beneficiamento, lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, acondicionamento e operação similar;

8. ao fornecimento de material pelo prestador de serviço, no caso de paisagismo ou decoração;

9. ao fornecimento de material, no serviço de instalação ou montagem de aparelho, máquina, equipamento, ou de colocação de tapete, cortina, papel, vidro, lambris etc., prestado a usuário final;

10. à saída de pneu recauchutado ou regenerado, sempre que não efetuada pelo prestador de serviço a consumidor final;

11. ao fornecimento de impresso não personalizado, por gráfica ou similar e o destinado à divulgação ou propaganda.

§ 6.º Caso o transporte iniciado no exterior seja contratado por etapa, a que for prestada em território estadual, na forma do inciso IX, constitui fato gerador.

§ 7.º Na hipótese do inciso XI, caso o serviço seja prestado mediante ficha, cartão ou assemelhado, mesmo que a disponibilização se faça por meio eletrônico, considera-se ocorrido o fato gerador quando do fornecimento desses instrumentos ao usuário ou ao intermediário.

§ 8.º Na hipótese do inciso V, após o desembaraço aduaneiro, a entrega pelo depositário, de mercadoria ou bem importado do exterior, deverá ser autorizada pelo órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a exibição

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do comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo disposição em contrário.

§ 9.º Ocorrendo a entrega da mercadoria ou bem importado do exterior antes do ato do despacho aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gerador, devendo o responsável pela liberação exigir a apresentação do comprovante do pagamento do imposto.

{redação do § 9.º, do Artigo 3.º, do Livro I, alterada pelo Decreto Estadual n.º 30.364/2001, vigente a partir de 28.12.2001}.

§ 10.º Na hipótese de mercadoria cujo transporte se faça em parcelas e em que o valor da operação se estender ao todo, sem perfeita fixação ou indicação relativamente a cada componente, peça ou parte, considera-se ocorrido o fato gerador na data em que se efetivar a saída do primeiro componente.

§ 11. Na venda à ordem ou para entrega futura, considera-se ocorrido o fato gerador na data em que se efetivar a saída da mercadoria.

§ 12. A ocorrência do fato gerador independe da natureza jurídica da operação que o constitua.

§ 13. O Estado poderá exigir o pagamento antecipado do imposto, com a fixação, se for o caso, do valor da operação ou da prestação subseqüente, observando-se o disposto no Livro II, que regula a substituição tributária.

O artigo 23 do RICMS-RJ é simétrico ao artigo 11 da LC 87/96. Você já conhece os locais das prestações ou operações para fins de pagamento do imposto. Veremos, agora, as novidades trazidas pela legislação fluminense.

Você pode estar pensando: “qual é o motivo de se estabelecer o local da prestação?”. Simples: estabelecendo-se o local da prestação, resolvem-se os conflitos entre Estados e fica estabelecido a qual cabe cada pagamento em cada caso.

Em se tratando de mercadoria ou bem, o local da operação será:

I - local da operação:

1. o do estabelecimento onde se encontra a mercadoria ou o bem, no momento da ocorrência do fato gerador;

A regra geral estabelece que a operação ocorra no momento onde estiver a mercadoria. Essa regra encontrará exceções, como no caso de mercadorias que estiverem depositadas em armazém geral. Normalmente, definir-se-á o fato gerador no local onde estiver a mercadoria no momento de sua saída (aspectos espacial e temporal do Fato Gerador).

2. o do estabelecimento em que se realiza cada atividade de produção, extração, industrialização ou comercialização, na hipótese de atividades integradas;

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Cada estabelecimento que realizar produção, extração, industrialização ou comercialização será considerado local de Fato Gerador em relação às suas atividades.

3. aquele em que se encontra a mercadoria ou bem, quando em situação fiscal irregular, como dispuser a legislação tributária;

Nesse caso, não se pode precisar de onde se deu a saída da mercadoria. Por isso, o local onde for encontrada será considerada o local do FG.

4 - quanto à mercadoria ou bem importados do exterior:

a) o do estabelecimento:

a.1) que, direta ou indiretamente, promover a importação;

a.2) destinatário da mercadoria ou bem, quando a importação for promovida por outro estabelecimento, ainda que situado em outra unidade da Federação, de mesma titularidade daquele ou que com ele mantenha relação de interdependência;

a.3) destinatário da mercadoria ou bem, quando a importação, promovida por outro estabelecimento, ainda que situado em outra unidade da Federação, esteja previamente vinculada ao objetivo de destiná-lo àquele;

a.4) onde ocorrer a entrada física da mercadoria ou bem, nas demais hipóteses.

b) o do domicílio do adquirente, quando não estabelecido.

Na importação, considera-se ocorrido o Fato Gerador no local do estabelecimento que tiver promovido a importação.

ATENÇÃO: Já caiu em provas. Quando a importação for promovida por outro estabelecimento (da mesma titularidade ou com relação de interdependência) para entrega em território fluminense, o estabelecimento destinatário da mercadoria será considerado o local da ocorrência do Fato Gerador.

Em se tratando de importação previamente destinada ao estabelecimento fluminense (mesmo que não haja relação de interdependência), o estabelecimento destinatário será considerado o local do Fato gerador.

Em se tratando de importação feita por pessoa física, seu domicílio será considerado o local do Fato Gerador do ICMS.

5. aquele em que seja realizada a licitação, no caso de arrematação de mercadoria ou bem importado do exterior e apreendido;

Mercadorias apreendidas vindas do exterior e arrematadas. Nesse caso, o ICMS cabe ao Estado onde tiver acontecido a arrematação.

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6. o do desembarque do produto, na hipótese de captura de peixes, crustáceos e moluscos;

Não importa se o pescado foi capturado no Paraná ou no Rio de Janeiro. Se ele desembarcar no Rio de Janeiro, no Rio terá ocorrido o Fato Gerador.

7. aquele de onde o ouro tenha sido extraído, em relação à operação em que deixe de ser considerado como ativo financeiro ou instrumento cambial;

O ouro enquanto ativo financeiro é imune ao ICMS. No momento em que ele deixa de ser considerado ativo financeiro e volta a ser considerado mercadoria, o imposto cabe ao seu Estado de origem.

O ouro, quando definido como ativo financeiro ou instrumento cambial, deve ter sua origem identificada.

8. o do estabelecimento destinatário da mercadoria, no caso do inciso VI, do artigo 3.º;

Refere-se ao diferencial de alíquota que incide no Rio de Janeiro quando o destinatário for contribuinte e a mercadoria for destinada ao ativo fixo ou ao consumo.

9. o do estabelecimento que transfira a propriedade, ou título que a represente, e que por ele não tenha transitado, sendo irrelevante o local onde se encontre;

Refere-se a vendas à ordem. Nesse caso, o estabelecimento que fizer a encomenda para entrega em estabelecimento de terceiro será considerado Fato Gerador da sua operação de venda (mesmo que a mercadoria não tenha transitado pelo seu estabelecimento).

Essa determinação não se aplica à mercadoria recebida de contribuinte de Estado diverso do depositário, mantida em regime de depósito.

10. aquele onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nas operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis dele derivados, quando não destinados à industrialização ou comercialização;

Como vimos, essas mercadorias obedecem ao parâmetro de cobrança no destino.

Em se tratando de serviço de transporte, o local da prestação será:

II - local da prestação:

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1. tratando-se de prestação de serviço de transporte:

a) aquele em que tenha início a prestação;

b) o do estabelecimento destinatário do serviço, no caso do inciso VII, do artigo 3.º;

c) onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea;

Regra básica da incidência do ICMS sobre serviços de transporte: o ICMS é devido no local onde tiver sido iniciada a prestação.

Em relação à mercadoria encontrada em situação fiscal irregular, vimos que o fato gerador do ICMS deve ser considerado no local onde estiver. O mesmo vale para o imposto incidente sobre o transporte da mercadoria.

A alínea b trata da aplicação do diferencial de alíquota (apenas quando o destinatário for contribuinte do ICMS) na incidência do ICMS sobre a prestação de serviços de transporte (mesmo que o destinatário não seja o contratante do serviço).

Em se tratando de serviço oneroso de comunicação, o local da prestação será:

2. tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação:

a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendido o da geração, emissão, recepção, transmissão, retransmissão, repetição e ampliação;

b) o do estabelecimento da concessionária ou permissionária que forneça ficha, cartão ou assemelhados necessários à prestação do serviço;

c) o estabelecimento destinatário do serviço, no caso do inciso VII, do artigo 3.º;

d) o do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando prestado por meio de satélite;

e) aquele em que seja cobrado o serviço, nos demais casos.

Para um serviço possa ser dividido (geração, emissão, recepção, etc), os lugares de cada serviço são os locais de cada um desses fatos geradores.

As comunicações prestadas por meio de compras antecipadas têm fato gerador do ICMS no endereço do estabelecimento da empresa que faça o fornecimento do meio de liberação (mesmo que haja um intermediário).

A alínea c vale na hipótese em que o destinatário seja contribuinte do ICMS, incidindo o diferencial de alíquota, ao Estado do Rio de Janeiro, mesmo que o destinatário não tenha sido o contratante do serviço.

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Quando o serviço de comunicação for prestado via satélite, o fato gerador é considerado ocorrido no estabelecimento do destinatário do serviço (considerado aqui como o contratante).

Em qualquer caso que exorbite essas hipóteses, o serviço terá considerado seu fato gerador onde for cobrado.

Serviços de Comunicação não medidos (TV a cabo, Pager, internet – por exemplo): tratando-se de serviços não medidos, que envolvam localidades situadas em diferentes unidades da Federação e cujo preço seja cobrado por períodos definidos, o imposto devido será recolhido em partes iguais para as unidades da Federação onde estiverem localizados o prestador e o tomador. Assim, se uma empresa de TV a cabo fornecer serviços de comunicação para tomador estabelecido ou domiciliado em outro Estado, o imposto será dividido em partes iguais entre os Estados interessados.

3. tratando-se de serviço prestado ou iniciado no exterior, o estabelecimento destinatário.

Para o RICMS-RJ, qualquer serviço que tenha iniciado no exterior (de transporte ou de comunicação) terá seu fato gerador ocorrido no estabelecimento do seu destinatário.

Algumas informações importantes a respeito dos serviços de comunicação:

1. Apenas incide o ICMS sobre a prestação onerosa. Não incide, por exemplo, sobre a TV aberta.

2. Exemplos de serviços de comunicação: telefonia, TV a cabo, out-door, etc.

3. Não é necessário, para configurar o serviço de comunicação, que o destinatário seja capaz de responder as informações.

4. A venda de cartões telefônicos configura o Fato Gerador do imposto. 5. Todas os preços acessórios devem ser incluídos na base de cálculo (ex:

preço de habilitação ou instalação). 6. O imposto incide no momento da compra de créditos para celulares pré-

pagos.

RICMS-RJ

Art. 23. Para efeito de cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, considera-se:

I - local da operação:

1. o do estabelecimento onde se encontra a mercadoria ou o bem, no momento da

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ocorrência do fato gerador;

2. o do estabelecimento em que se realiza cada atividade de produção, extração, industrialização ou comercialização, na hipótese de atividades integradas;

3. aquele em que se encontra a mercadoria ou bem, quando em situação fiscal irregular, como dispuser a legislação tributária;

4 - quanto à mercadoria ou bem importados do exterior:

a) o do estabelecimento:

a.1) que, direta ou indiretamente, promover a importação;

a.2) destinatário da mercadoria ou bem, quando a importação for promovida por outro estabelecimento, ainda que situado em outra unidade da Federação, de mesma titularidade daquele ou que com ele mantenha relação de interdependência;

a.3) destinatário da mercadoria ou bem, quando a importação, promovida por outro estabelecimento, ainda que situado em outra unidade da Federação, esteja previamente vinculada ao objetivo de destiná-lo àquele;

a.4) onde ocorrer a entrada física da mercadoria ou bem, nas demais hipóteses.

b) odo domicílio do adquirente, quando não estabelecido.

5. aquele em que seja realizada a licitação, no caso de arrematação de mercadoria ou bem importado do exterior e apreendido;

6. o do desembarque do produto, na hipótese de captura de peixes, crustáceos e moluscos;

7. aquele de onde o ouro tenha sido extraído, em relação à operação em que deixe de ser considerado como ativo financeiro ou instrumento cambial;

8. o do estabelecimento destinatário da mercadoria, no caso do inciso VI, do artigo 3.º;

9. o do estabelecimento que transfira a propriedade, ou título que a represente, e que por ele não tenha transitado, sendo irrelevante o local onde se encontre;

10. aquele onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nas operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis dele derivados, quando não destinados à industrialização ou comercialização;

II - local da prestação:

1. tratando-se de prestação de serviço de transporte:

a) aquele em que tenha início a prestação;

b) o do estabelecimento destinatário do serviço, no caso do inciso VII, do artigo 3.º;

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c) onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea;

2. tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação:

a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendido o da geração, emissão, recepção, transmissão, retransmissão, repetição e ampliação;

b) o do estabelecimento da concessionária ou permissionária que forneça ficha, cartão ou assemelhados necessários à prestação do serviço;

c) o estabelecimento destinatário do serviço, no caso do inciso VII, do artigo 3.º;

d) o do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando prestado por meio de satélite;

e) aquele em que seja cobrado o serviço, nos demais casos.

3. tratando-se de serviço prestado ou iniciado no exterior, o estabelecimento destinatário.

§ 1.º O disposto no item 9, do inciso I, não se aplica à mercadoria recebida de contribuinte de Estado diverso do depositário, mantida em regime de depósito.

§ 2.º Para efeito do disposto no item 7, do inciso I, o ouro, quando definido como ativo financeiro ou instrumento cambial, deve ter sua origem identificada.

§ 3.º Na hipótese do item 2, do inciso II, tratando-se de serviços não medidos, que envolvam localidades situadas em diferentes unidades da Federação e cujo preço seja cobrado por períodos definidos, o imposto devido será recolhido em partes iguais para as unidades da Federação onde estiverem localizados o prestador e o tomador.

FGV - 2009 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

5 - O ICMS é devido ao Estado do Rio de Janeiro, na prestação de serviço:

a) de transporte, iniciado em município do Estado de São Paulo e dirigido a município do Estado do Rio de Janeiro, de mercadoria destinada à comercialização neste Estado.

b) de comunicação, no caso de serviços não medidos, que envolvam localidade de outra unidade da Federação e cujo preço seja cobrado por períodos definidos, cabendo integralmente o imposto ao Estado do Rio de Janeiro.

c) de comunicação, se onerosa, prestada ou iniciada no exterior e o destinatário tiver estabelecimento ou domicílio no Estado do Rio de Janeiro.

d) de comunicação ou na operação que destine ao exterior uma

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mercadoria ou um serviço.

e) de transporte de móveis pertencentes à própria empresa transportadora, iniciado em município do Estado do Rio de Janeiro, com destino a município do Estado do Espírito Santo.

A. Destinando-se a mercadoria à comercialização, não há que se falar em incidência do imposto na entrada do estabelecimento fluminense. O RJ garantirá seu recolhimento na operação subsequente.

B. No caso de serviços não medidos, o imposto cabe, em partes iguais, aos Estados do prestador e do destinatário do serviço.

C. Encontramos o gabarito. Sempre que houver importação de serviço com destino a estabelecimento fluminense, incidirá o ICMS para o Estado do RJ.

D. Não há incidência de ICMS na exportação de mercadorias ou serviços.

E. A alternativa não trata de mercadorias, mas do mero deslocamento de bens de uma empresa. Não há incidência de ICMS.

GABARITO: C

2.3 Não incidência

O artigo 3º da Lei Kandir estabelece hipóteses em que o ICMS não incide. Essas hipóteses devem ser compreendidas:

• operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;

Trata-se da reprodução da imunidade objetiva oferecida para os livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (CF, art. 150, VI, d).

• operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços;

Trata-se da reprodução de dispositivo em que a Constituição Federal estabelece a exportação como hipótese de não incidência do ICMS (art. 155, § 2º, X, a).

IMPORTANTE: a saída de mercadoria para armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro equivale a uma exportação para fins de ICMS. A mercadoria que adentra um ambiente desse deverá ser exportada em seguida.

• operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à comercialização;

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Já vimos que as operações com petróleo (e lubrificantes líquidos e gasosos derivados) e com energia elétrica respeitam o parâmetro de destino. Assim, o ICMS não incidirá nas operações interestaduais que visem a industrialização ou a comercialização.

• operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;

Já vimos, na última aula, que o imposto que pode caber em relação ao ouro e a qualquer outro ativo financeiro ou cambial é o IOF.

Cuidado, o ICMS incide sobre a comercialização de ouro e jóias que estejam fora dos mercados financeiro e cambial.

• operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza definido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar;

Como vimos, na prestação de serviços com fornecimento de mercadorias, a regra é a incidência do ISS (municipal) sobre o valor total da operação. Há casos, entretanto, que a LC 116/03 estabelece as incidências concorrentes dos dois impostos (ISS sobre a prestação de serviços e o ICMS sobre o fornecimento de mercadorias).

• operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie;

Estabelecimentos não são mercadorias. Não há quem viva do comércio de estabelecimentos.

Seu João, dono de uma loja de fogos de artifícios, resolve que vai se aposentar. Por isso, vende a sua loja (um estabelecimento comercial) para José. A venda é feita com portas fechadas, ou seja, todo o estoque é vendido junto.

Nessa hipótese, não há incidência de ICMS (a operação não é habitual e a transferência das mercadorias se dá junto ao total do estabelecimento).

• operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor;

Trata-se da situação de alienação fiduciária em garantia (operação comum em financiamentos). Na hipótese do inadimplemento, o banco (credor) deverá tomar o bem. Nessa operação não incide ICMS.

Zezinho comprou uma Kombi financiada (ficou alienada em garantia). Passou

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a inadimplir com suas parcelas e a financiadora tomou o bem.

Nessa situação, não incide o ICMS.

• operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário;

O arrendamento mercantil é operação em que o bem fica em nome do credor. Isso causou muita confusão na doutrina sobre o tema. A operação de venda de um bem que será objeto de arrendamento mercantil é fato gerador do ICMS. Mas a operação de arrendamento propriamente dita não é.

Pedro vai a uma concessionária de automóveis comprar um carro. Depois de analisar todas as possibilidades, resolve fazer a operação por meio de leasing.

Na operação de saída da loja, incidirá o ICMS. Note, entretanto, que o bem será de Pedro (de fato). Mas constará no documento, como se proprietário fosse, o nome do banco. Essa transferência de propriedade para o banco (que é uma transmissão ficta) não é fato gerador do imposto.

Em momento posterior, pode ocorrer uma das hipóteses:

1. Pedro paga até quitar: nesse caso, o banco transferirá o documento para Pedro sem incidência do ICMS (transferência ficta).

2. Pedro fica inadimplente: o banco toma o carro de Pedro. O documento já está em nome do banco e não haverá transferência ficta ou de fato. Não incidirá o ICMS.

• operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras;

Imagine que Joaquim tenha sofrido um acidente com seu automóvel. A seguradora, ao avaliar os estragos, decide pela perda total do automóvel.

A indenização do seguro será paga mediante transferência dos “restos” do automóvel para a seguradora. Nessa operação não incide ICMS.

Lei Complementar 87/1996

Art. 3º O imposto não incide sobre:

I - operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;

II - operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços;

III - operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados,

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quando destinados à industrialização ou à comercialização;

IV - operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;

V - operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza definido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar;

VI - operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie;

VII - operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor;

VIII - operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário;

IX - operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras.

Parágrafo único. Equipara-se às operações de que trata o inciso II a saída de mercadoria realizada com o fim específico de exportação para o exterior, destinada a:

I - empresa comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da mesma empresa;

II - armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro.

Vejamos mais uma questão sobre as hipóteses de não incidência do ICMS:

FGV - 2009 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

6 - Segundo a Lei Complementar nº 87/96, não se inclui no campo de incidência do ICMS:

a) a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais.

b) a utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada à operação ou prestação subsequente.

c) a entrada, no estabelecimento do contribuinte, de mercadoria proveniente de outra unidade da Federação, destinada a consumo ou a ativo fixo.

d) a saída de mercadoria, de estabelecimento de contribuinte, com destino a outro estabelecimento do mesmo titular.

e) o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios.

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Trata-se de uma questão maldosa da FGV. Vejamos o motivo.

A. Está no campo de incidência do ICMS. A operação interestadual com petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, ensejam a incidência do ICMS.

B. Está no campo de incidência do ICMS. Refere-se ao diferencial de alíquota para o recebimento, por contribuinte, de serviços provenientes de outros estados sem que haja relação com prestação subsequente (LC 87/96 - art. 11, II,c)

C. Está no campo de incidência do ICMS, mas não tem previsão na LC 87/96 – apenas na legislação local. Trata-se do diferencial de alíquota referente à operações com mercadorias provenientes de outros estados, com destino ao consumo ou ativo fixo de contribuinte.

D. Está no campo de incidência do ICMS. LC 87/96 – art. 12, I. Mesmo que ambos os estabelecimentos pertençam ao mesmo titular, a circulação de mercadorias será fato gerador do ICMS.

E. Está no campo de incidência do ICMS. Quando ocorre o fornecimento de mercadorias com a prestação de serviços não compreendidos na competência tributária do ISS, cobra-se o ICMS sobre o valor total da operação.

GABARITO: C

2.2.1 Não incidência – disposições locais:

A legislação fluminense detalha as hipóteses de não incidência do ICMS. Não pense, entretanto, que ela cria novas hipóteses (já vimos que os Estados não possuem essa competência). Esse detalhamento, na verdade, tem fins meramente elucidativos.

Vamos discutir aqueles temas em que houver algo a acrescentar e os itens que trouxerem novidades em relação às hipóteses de não incidência já vistas na LC 87/96.

I - operação com livro, jornal, periódico e o papel destinado à sua impressão;

Hipótese já analisada ao estudar o artigo o da Lei Kandir - em relação aos livros, jornais e periódicos, a legislação reconhece, textualmente, a não incidência do ICMS aos livros, jornais e periódicos – trata-se na verdade, de uma imunidade constitucional.

II - operação e prestação que destine ao exterior mercadoria ou serviço;

Hipótese já analisada ao estudar o artigo o da Lei Kandir - a Constituição Federal foi clara em sua intenção de desonerar as exportações. Assim, a

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exportações de mercadorias e serviços são hipóteses de não incidência de ICMS (são também, antes de tudo, imunidades constitucionais).

Os incisos III e IV, assim como os dois primeiros incisos, repetem as hipóteses de não incidência listados pela Lei Kandir.

V - operação com mercadoria em virtude de alienação fiduciária em garantia, na:

1. transmissão de domínio feita pelo devedor fiduciante em favor do credor fiduciário;

2. transferência da posse da mercadoria objeto da garantia, em favor do credor fiduciário, em virtude de inadimplemento do fiduciante;

3. transmissão do domínio do credor para o devedor, em virtude da extinção, pelo pagamento, da garantia.

A alienação fiduciária em garantia é aquela em que um bem é colocado como garantia de uma determinada dívida. A rigor, não se trata de uma operação de circulação de mercadorias (pois não há a real transferência de propriedade do bem). Por esse motivo, a alienação fiduciária em garantia não deve ser considerada fato gerador do ICMS.

Você pode dizer: mas professor, a documentação do bem, em geral, passa para “o nome” da instituição financeira que recebeu o bem em garantia. Resposta: Pois é... Contudo, você deve perceber que essa transferência não tem o intuito real de transferir a propriedade do bem, mas apenas de facilitar a tomada do bem em caso de inadimplemento de uma dívida.

Além disso, o ICMS incide sobre a circulação de mercadorias. Um bem dado em garantia não deve como mercadoria (já vimos que mercadorias são coisas destinadas ao comércio). Esse é um motivo adicional para se considerar a impossibilidade da incidência do ICMS na alienação fiduciária em garantia.

ATENÇÃO: a venda da mercadoria ao arrendatário é hipótese de incidência do ICMS.

VI - operação com mercadoria de terceiro, na saída de estabelecimento de empresa de transporte ou de depósito, por conta e ordem desta;

A operação tributada é a saída de mercadoria que configure circulação.

A saída do estabelecimento de transporte ou depósito não é o momento do fato gerador do ICMS (por não ser o momento da saída tributada). O mero

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transporte ou transbordo (mudança de veículo de carga) não configuram fato gerador do imposto estadual.

VII - operação com mercadoria, na saída para estabelecimento localizado neste Estado ou na transmissão de sua propriedade, decorrente da transferência de estoque de uma sociedade para outra, em virtude de:

1. transformação, fusão, cisão ou incorporação;

2. aquisição do estabelecimento;

O inciso em questão trata das operações de transformação de pessoas jurídicas. Nesses casos, as operações ocorrem no âmbito societário.

Não entendeu? Pense assim: a mercadoria, nesses casos, não sai do estabelecimento. Contudo, o estabelecimento, como um todo, muda de titularidade. Não ocorre circulação propriamente dita.

VIII - operação com mercadoria, na saída para estabelecimento localizado neste Estado ou na transmissão de sua propriedade, decorrente de transferência de estoque, de uma empresa individual para outra ou para uma sociedade, em virtude de aquisição do estabelecimento;

Tratamos aqui de uma hipótese muito semelhante à do inciso anterior. Na alienação completa de um estabelecimento, não ocorre, de fato, a saída tributada da mercadoria.

IX - operação com mercadoria na saída decorrente da transferência de estoque, dentro do Estado, ou na transmissão de sua propriedade, de firma individual ou de sociedade, para integralização do capital de outra sociedade;

Novamente, aqui a transferência de estoque é uma forma de integralizar capital em uma nova sociedade. Não há, nesse caso, o intuito de circulação de mercadoria.

X - operação com mercadoria componente do estoque do estabelecimento, de um lugar para outro dentro do Estado, em decorrência da mudança de sua localização;

A mudança de localização de um estabelecimento também não é uma hipótese de circulação de mercadorias.

XI - operação com mercadoria destinada a armazém geral situado neste Estado, para depósito em nome do remetente;

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A saída de mercadoria de estabelecimento para armazém geral é, na verdade, um deslocamento para a guarda da mercadoria. Não ocorre circulação em sentido tributário.

XII - operação com mercadoria destinada a depósito fechado do próprio contribuinte, localizado neste Estado;

Trata-se de uma situação idêntica à anterior. Contudo, estamos diante de um deslocamento simples de mercadoria com o objetivo de guarda. Isso não configura circulação nem tampouco transferência de titularidade.

XIII - operação de retorno, ao estabelecimento depositante, de mercadoria dos estabelecimentos referidos nos incisos XI e XII;

A mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito fechado do próprio contribuinte pode retornar ao estabelecimento de origem sem a incidência do ICMS. Observe que nem a remessa e nem o retorno são tributados.

XIV - operação de saída de peça, ferramenta, máquina, veículo, equipamento e outros utensílios, integrados ao ativo fixo, desde que devam retornar ao estabelecimento de origem ou a outro do mesmo titular;

O inciso trata de saída de bens que voltarão ao estabelecimento. Nessas hipóteses, não ocorre a circulação de mercadoria, mas o mero envio para finalidades específicas e temporárias.

XV - operação com impresso personalizado, promovida por estabelecimento da indústria gráfica diretamente a usuário final, pessoa física ou jurídica;

Trata-se, na verdade, da execução de um serviço submetido à incidência do ISS, de competência municipal (serviço 15.10).

XVI - operação com artigo funerário, quando promovida por empresa do ramo concomitantemente com a prestação de serviço funerário;

A lei complementar 116/2003 determina que os artigos funerários (fornecimento de caixões) fazem parte da base de cálculo do ISS (serviço 25.01).

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XVII - operação com mercadoria, em decorrência de locação ou comodato;

A venda de uma mercadoria em decorrência de locação ou comodato, em última análise, desconfigura a qualidade de “mercadoria”.

O que é mercadoria? É o bem destinado ao comércio, e não o bem destinado à locação ou ao comodato. Assim, não se tratando de mercadoria, a sua venda também não poderá ser considerada circulação.

XIX - operação de fornecimento de medicamento e refeição, em seu próprio recinto, por hospital, sanatório, casa de saúde e de recuperação ou repouso sob orientação médica, extensivo ao acompanhante, desde que incluído seu valor na respectiva conta de prestação de serviço;

Os serviços prestados em hospitais são tributados, em sua plenitude, pelo ISS – mesmo que haja o fornecimento de mercadorias (alimentação, remédios, seringas, etc) - (serviço 4.03).

XXII - a aquisição de veículo novo por taxista, devida e comprovadamente sindicalizado e inscrito no órgão municipal competente, para uso específico como táxi, limitado a um veículo por beneficiário, e desde que o mesmo não tenha adquirido veículo com isenção ou não-incidência do ICMS em prazo inferior a 3 (três) anos;

O Estado do Rio determina a não incidência do ICMS na venda de veículo novo por taxista. Para gozar do benefício, o taxista deve ser devidamente sindicalizado, o automóvel deve ser usado na função de taxi, limita-se a um automóvel por beneficiário a cada 3 anos.

ATENÇÃO: a melhor técnica legislativa seria estabelecer isenção para esse caso, e não a não incidência. Por isso, você deve ficar atento à hipótese de não incidência para a venda de automóveis a taxistas porque a sua banca pode pedir.

XXIII - a aquisição de veículo novo por portador de deficiência motora devidamente atestada pelo órgão competente, para seu uso pessoal limitado a um veículo por beneficiário, e desde que o mesmo não tenha adquirido veículo com isenção ou não incidência do ICMS em prazo inferior a três anos.

A mesma não incidência dos taxistas é oferecida também para os portadores de deficiência motora (desde que atestada pelo órgão competente) – um automóvel a cada 3 anos.

ATENÇÃO: a mesma ressalva, de que a legislação deveria ter estabelecido uma hipótese de isenção, vale para este inciso.

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RICMS-RJ

Art. 47. O imposto não incide sobre:

I - operação com livro, jornal, periódico e o papel destinado à sua impressão;

II - operação e prestação que destine ao exterior mercadoria ou serviço;

III - operação que destine a outro Estado ou ao Distrito Federal energia elétrica e petróleo,

inclusive lubrificante e combustível líquido e gasoso dele derivados, quando destinados à

industrialização ou à comercialização;

IV - operação com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;

V - operação com mercadoria em virtude de alienação fiduciária em garantia, na:

1. transmissão de domínio feita pelo devedor fiduciante em favor do credor fiduciário;

2. transferência da posse da mercadoria objeto da garantia, em favor do credor fiduciário, em virtude de inadimplemento do fiduciante;

3. transmissão do domínio do credor para o devedor, em virtude da extinção, pelo pagamento, da

garantia.

VI - operação com mercadoria de terceiro, na saída de estabelecimento de empresa de

transporte ou de depósito, por conta e ordem desta;

VII - operação com mercadoria, na saída para estabelecimento localizado neste Estado ou na

transmissão de sua propriedade, decorrente da transferência de estoque de uma sociedade para

outra, em virtude de:

1. transformação, fusão, cisão ou incorporação;

2. aquisição do estabelecimento;

VIII - operação com mercadoria, na saída para estabelecimento localizado neste Estado ou na

transmissão de sua propriedade, decorrente de transferência de estoque, de uma empresa

individual para outra ou para uma sociedade, em virtude de aquisição do estabelecimento;

IX - operação com mercadoria na saída decorrente da transferência de estoque, dentro do

Estado, ou na transmissão de sua propriedade, de firma individual ou de sociedade, para

integralização do capital de outra sociedade;

X - operação com mercadoria componente do estoque do estabelecimento, de um lugar para

outro dentro do Estado, em decorrência da mudança de sua localização;

XI - operação com mercadoria destinada a armazém geral situado neste Estado, para depósito em nome do remetente;

XII - operação com mercadoria destinada a depósito fechado do próprio contribuinte, localizado

neste Estado;

XIII - operação de retorno, ao estabelecimento depositante, de mercadoria dos estabelecimentos

referidos nos incisos XI e XII;

XIV - operação de saída de peça, ferramenta, máquina, veículo, equipamento e outros utensílios,

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integrados ao ativo fixo, desde que devam retornar ao estabelecimento de origem ou a outro do

mesmo titular;

XV - operação com impresso personalizado, promovida por estabelecimento da indústria gráfica diretamente a usuário final, pessoa física ou jurídica;

XVI - operação com artigo funerário, quando promovida por empresa do ramo

concomitantemente com a prestação de serviço funerário;

XVII - operação com mercadoria, em decorrência de locação ou comodato;

XVIII - operação de fornecimento, pelo estabelecimento prestador dos serviços compreendidos na competência tributária municipal, de mercadoria a ser ou que tenha sido utilizada na

prestação de tais serviços, ressalvados os casos de incidência do imposto estadual definidos em

lei complementar;

XIX - operação de fornecimento de medicamento e refeição, em seu próprio recinto, por hospital,

sanatório, casa de saúde e de recuperação ou repouso sob orientação médica, extensivo ao

acompanhante, desde que incluído seu valor na respectiva conta de prestação de serviço;

XX - operação de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao

arrendatário;

XXI - operação de transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias

seguradoras.

XXII - a aquisição de veículo novo por taxista, devida e comprovadamente sindicalizado e inscrito no órgão municipal competente, para uso específico como táxi, limitado a um veículo por

beneficiário, e desde que o mesmo não tenha adquirido veículo com isenção ou não-incidência

do ICMS em prazo inferior a 3 (três) anos;

XXIII - a aquisição de veículo novo por portador de deficiência motora devidamente atestada pelo

órgão competente, para seu uso pessoal limitado a um veículo por beneficiário, e desde que o

mesmo não tenha adquirido veículo com isenção ou não incidência do ICMS em prazo inferior a três anos.

§ 1.º O disposto no inciso I deste artigo não se aplica às operações relativas a circulação das

seguintes mercadorias:

1. livro em branco ou simplesmente pautado, bem como o utilizado para escrituração de qualquer

natureza;

2. agenda ou similar;

3. catálogo, guia, lista, inclusive telefônica, e outros impressos que contenham propaganda

comercial.

§ 2.º Equipara-se às operações de que trata o inciso II deste artigo a saída de mercadoria

realizada com o fim específico de exportação para o exterior, destinada a:

1. empresa comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da mesma

empresa;

2. armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro.

§ 3.º Nas hipóteses do parágrafo anterior, a operação será considerada tributável, na data da

saída original, ficando o contribuinte obrigado a recolher o imposto relativo à mesma, com os

acréscimos e penalidades cabíveis, se for verificado, a qualquer tempo, que a mercadoria:

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1 - não chegou ao destino indicado após decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias contado

da data da saída do estabelecimento remetente;

2 - foi perdida ou danificada, independentemente da causa;

3 - foi reintroduzida no mercado interno.

§ 4.º O disposto no inciso XV não se aplica à saída de impresso destinado a propaganda e publicidade.

Vejamos uma questão sobre as hipóteses de não incidência do ICMS:

FGV - 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

7 - A Lei 2.657 do Estado do Rio de Janeiro regula o ICMS. Nela, consta que

a) o ICMS não incide sobre operação e prestação com mercadoria, na saída do estabelecimento localizado no Estado do Rio de Janeiro ou na transmissão de sua propriedade, decorrente de transferência de estoque de uma sociedade para outra em virtude de aquisição de estabelecimento.

b) o contribuinte efetuará o estorno do imposto creditado sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo essa circunstância previsível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço.

c) o imposto é cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores por esta ou por outra unidade da Federação.

d) o contribuinte que receber, de dentro ou de fora do Estado, mercadoria sujeita à substituição tributária, sem que tenha sido feita a retenção total na operação anterior, fica subsidiariamente responsável pelo recolhimento do imposto que deveria ter sido retido.

e) a responsabilidade pelo pagamento do imposto e acréscimos legais não pagos pelo contribuinte ou responsável não pode ser atribuída a terceiros, mesmo quando os atos ou omissões destes concorrerem para o não recolhimento do tributo, por ferir princípio geral de direito.

Antes de qualquer coisa, observe que a questão se refere à lei instituidora do ICMS. Embora tenhamos analisado apenas o RICMS-RJ, perceba que a questão será imediatamente resolvida. Ocorre que o regulamento possui todas as regras da lei instituidora do imposto e, eventualmente, traz algumas informações que não dependem de lei em sentido estrito para ingressar no universo jurídico.

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A. Correta. Como já vimos, não incide o ICMS na transferência do estabelecimento, mesmo que nessa transferência o estoque de mercadorias seja também negociado. Ocorre que a transferência do estabelecimento é, na verdade, uma transferência de ordem societária (não há circulação ou saídad e mercadoria).

B. Incorreta. Na verdade, sendo essa circunstância previsível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço, não há que se falar em estorno (pois o crédito não deve ter sido escriturado).

C. Incorreta. O imposto é não cumulativo (a explicação de não cumulatividade está correta).

D. Incorreta. Veremos na próxima aula que a referida responsabilidade é solidária.

E. Incorreta. O artigo 18 do RICMS-RJ permite que a a legislação atribua a responsabilidade a terceiros quando seus os atos ou omissões concorrerem para o não recolhimento do tributo.

GABARITO: A

Vejamos mais uma questão sobre as hipóteses de não incidência do ICMS:

FGV - 2009 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

Questão adaptada à atual legislação.

8 - Assinale a alternativa que indique a hipótese de não-incidência do ICMS que não é definida pela Lei nº 2.657/96.

a) Operação com mercadoria destinada a depósito fechado, do próprio contribuinte, localizado no Estado do Rio de Janeiro, bem assim a operação de retorno, ao estabelecimento depositante.

b) Aquisição de veículo novo por taxista e por portador de deficiência motora, desde que os mesmos não tenham adquirido veículo com isenção ou não incidência do ICMS em prazo inferior a 3 (três) anos.

c) Operação de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário.

d) Operação com mercadoria de terceiro, na saída de estabelecimento de empresa de transporte ou de depósito, por conta e ordem desta.

e) Operação com bens móveis salvados de sinistro em venda por empresa seguradora.

Antes de qualquer coisa, observe novamente que a questão se refere à lei instituidora do ICMS. Embora tenhamos analisado apenas o RICMS-RJ, você não terá problema algum para resolver a questão. Ocorre que o regulamento possui todas as regras da lei instituidora do imposto e, eventualmente, traz

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algumas informações que não dependem de lei em sentido estrito para ingressar no universo jurídico.

As hipóteses de não incidência do ICMS estão contidas no artigo 47 do RICMS-RJ.

A. É hipótese de não incidência. A alternativa não deveria ter chamado a remessa para depósito fechado de “operação”. Fizeram isso para te confundir. A remessa para depósito fechado do mesmo contribuinte é apenas um procedimento de armazenagem e, se o retorno tiver como destino o próprio estabelecimento, não há incidência de ICMS.

B. É hipótese de não incidência. Art. 47, XXII – Taxistas têm isenção de ICMS para a compra de carro “zero” uma vez a cada 3 anos.

C. É hipótese de não incidência. O arrendamento mercantil não é considerado uma operação com mercadoria. Contudo, a venda de bem ao arrendatário é considerado FG do ICMS.

D. É hipótese de não incidência. Trata-se da mera saída que ocorre na prestação de serviço de transporte. Não se pode confundir com a mercadoria saída do estabelecimento remetente (nesse caso, ocorre o FG do ICMS).

E. Não é hipótese de não incidência. Atenção: a venda ao arrendatário não é hipótese de incidência do ICMS. Mas a operação seguinte, de venda do automóvel sinistrado a terceiro, não foi ressalvada pela legislação tributária.

GABARITO: E

Vejamos mais uma questão sobre as hipóteses de não incidência do ICMS:

FGV - 2009 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

9 - Segundo a Lei 2657/96, "o ICMS não incide sobre operação de fornecimento de medicamento e refeição, por hospital,... "

Assinale a alternativa que complete incorretamente a hipótese de não incidência indicada no texto acima:

a) no próprio recinto ou, excepcionalmente, quanto aos medicamentos, no domicílio do paciente.

b) sob orientação médica.

c) ao paciente, extensivo ao acompanhante.

d) desde que seus valores se incluam na respectiva conta de prestação de serviço.

e) casa de saúde e de recuperação ou repouso.

A questão refere-se, em relação ao RICMS-RJ, ao art. 47, XIX do RICMS-RJ, que tem a seguinte redação:

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XIX - operação de fornecimento de medicamento e refeição, em seu próprio recinto, por hospital, sanatório, casa de saúde e de recuperação ou repouso sob orientação médica, extensivo ao acompanhante, desde que incluído seu valor na respectiva conta de prestação de serviço;

Todas as alternativas, exceto a alternativa “A”, encaixam-se nos ditames do incido XIX acima.

O fornecimento de medicamentos ou refeições fora do recinto do hospital não é amparado pela não incidência do ICMS.

É importante notar que todos os fornecimentos de mercadorias ou serviços no recinto hospitalar (ao paciente ou ao acompanhante) são tributados pelo ISS.

Professor, e o restaurante do hospital? O restaurante do hospital é um estabelecimento apartado e sofre a incidência do ICMS nas alimentações servidas.

GABARITO: A

2.4 Sujeição Passiva

Você já deve ter estudado em direito tributário. Mas não custa rever.

O Sujeito Ativo da obrigação tributária será “a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento” (CTN, 119).

Qualquer pessoa que seja obrigada por lei ao pagamento de tributo ou penalidade de natureza tributária será considerada Sujeito Passivo.

Observe que o sujeito passivo é sempre aquele que se submete à obrigação principal, isto é, ao pagamento. Aquele que se submete apenas a uma obrigação acessória (obrigação de fazer alguma declaração, por exemplo) não será considerado sujeito passivo.

São duas as espécies de Sujeitos Passivos: Contribuintes e Responsáveis.

Contribuintes são aqueles que possuam relação direta (factual) com o Fato Gerador (exemplos: circula mercadorias para efeito de ICMS, faz uma doação para efeitos de ITCMD ou tem a propriedade de um veículo automotor para fins de IPVA).

Responsáveis são aqueles que, por conveniência, a lei tenha determinado que devam pagar algum tributo, embora não possuam a relação direta com o Fato Gerador.

Código Tributário Nacional

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao

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pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;

II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.

Para o ICMS, os elementos habitualidade e volume de proporção comercial são muito importantes para a se estabelecer se uma pessoa que promova a circulação de mercadorias ou a prestação de serviço de transporte sujeita ao imposto é contribuinte ou não.

A regra geral é imputar ao vendedor a condição de contribuinte, pois ele é quem promove a circulação de mercadorias com fins comerciais e profissionais (LC 87/96 – art. 4º - caput). Os incisos desse artigo apresentam as exceções: situações em que os adquirentes (ou destinatários) são contribuintes do ICMS.

Note que a parte final do caput do artigo 4º da LC 86/96 poderia nos levar a entender que, quando as operações se iniciarem no exterior, deveremos, ainda assim, observar a habitualidade e o volume para decidir se uma determinada pessoa é contribuinte ou não. Essa confusão é logo redimida pelo inciso I do parágrafo único que esclarece: o importador é sempre contribuinte, não importa a sua finalidade, quantidade ou habitualidade.

Observe que o importador de serviço de comunicação também é contribuinte do ICMS. O artigo II se refere ao “serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior” – é provável que a banca peça a literalidade do dispositivo.

Em relação às vendas em leilão, olho no “erro fácil”. O contribuinte é o adquirente.

Já vimos que a operação interestadual que circule “lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica” destinada a quem não dará saída ao produto (não comercializará nem industrializará) é fato gerador do ICMS. O contribuinte será o adquirente.

Lei Complementar 87/1996

Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial:

I – importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade;

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II - seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;

III – adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados;

IV – adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização.

---

Art. 5º Lei poderá atribuir a terceiros a responsabilidade pelo pagamento do imposto e acréscimos devidos pelo contribuinte ou responsável, quando os atos ou omissões daqueles concorrerem para o não recolhimento do tributo.

O artigo 5º da LC 87/96 estende a responsabilidade prevista pelo artigo 121 do CTN a terceiros que tenham relação com o Fato Gerador do imposto. Para fins de ICMS, existe um requisito para que o terceiro seja considerado responsável tributário: seus atos ou omissões devem poder concorrer para o não recolhimento do tributo.

Em relação ao artigo 6º, a LC 87/96 permite que a lei atribua ao depositário da mercadoria a responsabilidade pelo pagamento do imposto. Nesse caso, o depositário assumirá a condição de substituto tributário.

ATENÇÃO: para que alguém seja eleito responsável tributário, ele deve ser também contribuinte do ICMS.

Um retiro ao Direito Tributário –

Há duas espécies de responsabilidade: por substituição e por transferência.

A responsabilidade por transferência pode ser: “de terceiros”, “por solidariedade” e “de sucessores”.

Para nós, no estudo do ICMS, a responsabilidade que interessa é a substituição tributária. O substituto tributário ocupa o lugar do contribuinte (substituído) mesmo antes da ocorrência do Fato Gerador – o contribuinte fica desonerado de qualquer dever em relação ao fisco.

Os motivos da implantação da substituição tributária são os seguintes:

- dificuldade de fiscalizar contribuintes extremamente pulverizados;

- melhoria dos sistemas de arrecadação – um número menor de contribuintes passa a ser responsável por uma arrecadação maior;

- diminuição da elisão fiscal.

Exemplo clássico de depositário que assume comumente a condição de substituto tributário é o armazém geral. Estudaremos esse caso adiante no nosso curso.

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A substituição tributária é uma ferramenta para simplificar a operacionalização do imposto (LC 87/96, art. 5o, § 1º). Cada Estado pode estabelecer em que casos impõe a substituição tributária.

Por exemplo:

• Substitui-se a cobrança de vários produtores rurais pela cobrança de poucas indústrias processadoras de alimentos (LC 87/96, art. 7º);

• Substitui-se a cobrança de vários bares que vendem cigarros pela cobrança de poucas fábricas de cigarros.

As formas mais comuns de substituição tributária são as seguintes:

• Substituição de operações anteriores (diferimento ou substituição para trás);

• Substituição de prestações ou operações concomitantes; • Substituição de operações posteriores ou subsequentes (recolhimento

na fonte).

O diferimento é o adiamento do momento do recolhimento do ICMS para momento futuro. Transfere a responsabilidade pelo pagamento para o destinatário da mercadoria. Cuidado: não é uma forma de benefício fiscal, por isso não depende de lei ou convênio no Confaz (basta decreto do governador). Geralmente, o diferimento é aplicado a produtos agropecuários. A base de contribuintes, se não houvesse o diferimento, seria muito pulverizada.

Lei Complementar 87/1996

Art. 8º A base de cálculo, para fins de substituição tributária, será:

(...)

§ 1º Na hipótese de responsabilidade tributária em relação às operações ou prestações antecedentes, o imposto devido pelas referidas operações ou prestações será pago pelo responsável, quando:

I – da entrada ou recebimento da mercadoria, do bem ou do serviço;

II - da saída subseqüente por ele promovida, ainda que isenta ou não tributada;

III - ocorrer qualquer saída ou evento que impossibilite a ocorrência do fato determinante do pagamento do imposto.

(...)

O artigo 8º da LC 87/96 permite, em relação ao diferimento, que cada Estado estabeleça que o imposto seja recolhido em um dos seguintes momentos:

• da entrada ou recebimento da mercadoria, do bem ou do serviço; • da saída subsequente por ele promovida, ainda que isenta ou não

tributada;

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• em que ocorrer qualquer saída ou evento que impossibilite a ocorrência do fato determinante do pagamento do imposto.

Imagine que um produtor de batatas venda seus produtos (suas batatas) para a fábrica de batatinhas “Pringles”.

Se sua venda estiver submetida ao regime de diferimento, o ICMS será pago apenas depois, em um dos seguintes momentos:

- quando a fábrica receber as batatas (na mesma operação);

- quando a fábrica vender suas batatas (já industrializadas) – corresponderá ao ICMS relativo à venda das batatas – sem nenhum direito a crédito de imposto (operação seguinte);

- caso as batatas estraguem e não possam ser revendidas (se as mercadorias forem perdidas, o ICMS da primeira operação – que ocorreu – deve ser recolhido).

Exemplo 1:

O Estado em questão prevê a interrupção do diferimento no momento da entrada do estabelecimento.

Alíquota = 18%

Preço das batatas = R$ 1.000

Preço das batatas industrializadas = R$ 3.000

Na entrada das batatas, a fábrica deverá recolher o ICMS: (18%) . 1.000 = 180,00

O imposto pago ficará na forma de crédito tributário para a fábrica.

Na venda das batatas industrializadas, o ICMS recolhido será:

(18%) . 3.000 – 180 = 360 (observe que a fábrica se creditou do primeiro imposto pago).

O total recolhido nas duas operações será 540,00.

Exemplo 2:

O mesmo Estado deixa de prever a interrupção do diferimento na entrada. Assim, todo o imposto é recolhido na prestação subsequente:

(18%) . 3.000 = 540,00.

Assim, o imposto é todo recolhido quando a indústria vende seu produto. O valor total arrecadado pelo Estado é o mesmo.

Cuidado: não existe diferimento em operação de destine a mercadoria para consumidor final.

A substituição de operações subsequentes (ICMS retido na fonte) encontra respaldo constitucional:

Art. 150. (...)

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§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.

A Constituição, entretanto, exige que o assunto seja disposto por lei complementar (CF, 155, § 2o, XII, b). A instituição em cada Estado, entretanto, dependerá de lei ordinária estadual.

Ocorre, por exemplo, quando a fábrica de bebidas calcula, além do imposto devido em sua operação de saída de mercadoria, o imposto devido na operação subsequente.

Caso a venda ao consumidor final não se realize, a Constituição garante a “imediata e preferencial restituição” do imposto recolhido. Veremos, daqui a pouco, que o artigo 10 da LC 87/96 estabelece que,

formulado o pedido de restituição e não havendo deliberação no prazo de noventa dias, o contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, do valor objeto do pedido, devidamente atualizado segundo os mesmos critérios aplicáveis ao tributo.

Os Estados, em geral, não devolvem o imposto retido a maior quando a operação subsequente se realiza por preço menor que o previsto. O assunto será discutido adiante.

A Substituição de prestações ou operações concomitantes – alguns Estados preferem cobrar o ICMS incidente no serviço de transporte de quem tenha contratado o transporte. Assim, embora o transportador seja contribuinte do ICMS, o contratante do serviço será sujeito passivo por substituição.

O artigo 6º da LC 87/96 prevê a possibilidade de estabelecimento de responsabilidade tributária a quem seja depositário, a qualquer título, de mercadorias. Veremos em aula futura a aplicação desse dispositivo em relação aos armazéns gerais, que ficam responsáveis pelo recolhimento do imposto das operações que custodiam.

Lei Complementar 87/1996

Art. 6o Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário a qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese

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em que assumirá a condição de substituto tributário.

§ 1º A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente sobre uma ou mais operações ou prestações, sejam antecedentes, concomitantes ou subseqüentes, inclusive ao valor decorrente da diferença entre alíquotas interna e interestadual nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, que seja contribuinte do imposto.

§ 2o A atribuição de responsabilidade dar-se-á em relação a mercadorias, bens ou serviços previstos em lei de cada Estado. (note: a responsabilidade é estabelecida por tipo de produto ou serviço)

---

Art. 7º Para efeito de exigência do imposto por substituição tributária, inclui-se, também, como fato gerador do imposto, a entrada de mercadoria ou bem no estabelecimento do adquirente ou em outro por ele indicado.

Em relação às operações interestaduais, a adoção do regime de substituição tributária depende de acordo entre os Estados interessados – observe que não há necessidade de concordância de todos os Estados por não se tratar de qualquer forma de benefício fiscal.

Há dois casos em que não existe a necessidade de acordo entre Estados interessados para a implantação do regime de substituição tributária:

• ao contribuinte que realizar operação interestadual com petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, em relação às operações subseqüentes

• às empresas geradoras ou distribuidoras de energia elétrica, nas operações internas e interestaduais, na condição de contribuinte ou de substituto tributário, pelo pagamento do imposto, desde a produção ou importação até a última operação, sendo seu cálculo efetuado sobre o preço praticado na operação final, assegurado seu recolhimento ao Estado onde deva ocorrer essa operação

Nesses casos, dos promotores da circulação dessas mercadorias (remetentes) ficam responsáveis pelo pagamento, para o Estado de destino, o ICMS relativo às operações subsequentes.

Para não ficar com dúvida:

Imagine que a hidrelétrica de Itaipú (Geradora de Energia Elétrica situada no Paraná) venda para uma empresa transmissora que, por sua vez, venda para uma distribuidora do Estado de Santa Catarina.

Uma determinada carga de energia é vendida por R$ 1.000,00.

Imagine que essa mesma carga de energia seja vendida ao consumidor final pelo preço de R$ 3.000,00 e que a alíquota de Santa Catarina para a Energia Elétrica seja de 25%.

Itaipú deverá recolher o valor de: (25%) . 3000 = 750 reais para Santa Catarina.

Itaipú cobrará, na verdade, da empresa transmissora o valor de: 1.000 + 750

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= 1.750 reais por essa carga de energia.

Lei Complementar 87/1996

Art. 9º A adoção do regime de substituição tributária em operações interestaduais dependerá de acordo específico celebrado pelos Estados interessados.

§ 1º A responsabilidade a que se refere o art. 6º poderá ser atribuída:

I - ao contribuinte que realizar operação interestadual com petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, em relação às operações subseqüentes;

II - às empresas geradoras ou distribuidoras de energia elétrica, nas operações internas e interestaduais, na condição de contribuinte ou de substituto tributário, pelo pagamento do imposto, desde a produção ou importação até a última operação, sendo seu cálculo efetuado sobre o preço praticado na operação final, assegurado seu recolhimento ao Estado onde deva ocorrer essa operação.

§ 2º Nas operações interestaduais com as mercadorias de que tratam os incisos I e II do parágrafo anterior, que tenham como destinatário consumidor final, o imposto incidente na operação será devido ao Estado onde estiver localizado o adquirente e será pago pelo remetente.

Caso a operação subsequente não ocorra, o contribuinte substituído tem direito à restituição do imposto pago por força da substituição tributária (ver CTN, 165).

Se o fisco demorar mais de 90 dias para deliberar a respeito da restituição, esse contribuinte deverá creditar-se do imposto para compensação em operação subsequente. Caso fique decidido em instância final pela negativa da restituição, o crédito do imposto deverá ser estornado.

Voltemos ao exemplo de Itaipú. Imagine que a distribuidora de energia elétrica de Santa Catarina, por qualquer motivo técnico, perca a energia comprada. Logicamente, a operação final não se consumará. Assim, fica garantida a restituição perante o fisco catarinense.

Lei Complementar 87/1996

Art. 10. É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do imposto pago por força da substituição tributária, correspondente ao fato gerador presumido que não se realizar.

§ 1º Formulado o pedido de restituição e não havendo deliberação no prazo de noventa dias, o contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, do

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valor objeto do pedido, devidamente atualizado segundo os mesmos critérios aplicáveis ao tributo.

§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, sobrevindo decisão contrária irrecorrível, o contribuinte substituído, no prazo de quinze dias da respectiva notificação, procederá ao estorno dos créditos lançados, também devidamente atualizados, com o pagamento dos acréscimos legais cabíveis.

MUITO CUIDADO: vários Estados instituíram o instituto da antecipação tributária, que nada tem a ver com a substituição tributária.

Como vimos, o substituto tributário é uma das espécies de responsáveis tributários (a obrigação de pagar é transferida de uma pessoa para outra). Na antecipação tributária, o próprio contribuinte, quando compra mercadorias advindas de outro Estado, recolhe o ICMS relativo à saída subsequente. A base de cálculo é calculada da mesma forma que na substituição tributária: “preço de compra” + IPI + frete + lucro. Aplica-se a alíquota interna e exclui-se o imposto creditado (pago pelo remetente ao Estado de origem).

2.4.1 Sujeição Passiva – disposições locais:

O RICMS-RJ não traz muitas novidades em relação aos artigos 4º; 11, §3º, II e 8º,I da LC 87/96. Vamos analisar em que pontos o RICMS vai mais longe que a Lei Kandir.

Os artigos 15 a 21 do RICMS são aqueles que você deverá conhecer na sua prova.

O artigo 15 do RICMS-RJ guarda íntima sintonia com o artigo 4º da referida lei complementar. Ambos os artigos determinam que a eleição do contribuinte depende da habitualidade ou do volume que caracterize intuito comercial.

É importante notar que a regra exarada acima comporta algumas exceções muito importantes: para que o importador ou um arrematante seja considerado contribuinte do ICMS, basta que promova uma única operação. Não é necessária a habitualidade e nem o volume de caracterize intuito comercial. Também não depende de habitualidade ou intuito comercial o adquirente de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização.

O RICMS-RJ lista alguns particulares que são considerados contribuintes do imposto. Essas hipóteses são correlatas às hipóteses de incidência do ICMS, que vimos anteriormente.

• o comerciante, o industrial, o produtor e o extrator; • o industrializador, no retorno da mercadoria ao estabelecimento do

encomendante; • o fornecedor de alimentação, bebida ou outra mercadoria em qualquer

estabelecimento;

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• o prestador de serviço não compreendido na competência tributária dos municípios e que envolva fornecimento de mercadoria;

• o prestador de serviço compreendido na competência tributária dos municípios e que envolva fornecimento de mercadoria, com ressalva de incidência do imposto de competência estadual definida em lei complementar;

• o importador ou qualquer pessoa, física ou jurídica, de direito público ou privado, que promova importação de mercadoria ou bem do exterior, qualquer que seja sua finalidade;

• o destinatário de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; (importador de serviço)

• o arrematante ou qualquer pessoa, física ou jurídica, de direito público ou privado, que adquira em licitação mercadoria ou bem apreendidos ou abandonados;

• o prestador de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação;

• a cooperativa; • a instituição financeira e a seguradora; • a sociedade civil de fim econômico; • a sociedade civil de fim não econômico que explore estabelecimento de

extração de substância mineral ou fóssil, de produção agropecuária, industrial ou que comercialize mercadorias que para esse fim adquira ou produza;

• o órgão da administração pública direta, a autarquia, a empresa públicafederal, estadual ou municipal e a fundação instituída e mantida pelo Poder Público que vendam, ainda que apenas a comprador de determinada categoria profissional ou funcional, mercadoria que, para esse fim, adquirirem ou produzirem;

• a concessionária ou permissionária de serviço público de transporte, de comunicação e de energia elétrica;

• qualquer pessoa indicada nos itens anteriores que, na qualidade de consumidor final, adquira bem ou serviço em operação ou prestação interestadual; (refere-se ao diferencial de alíquota)

• o adquirente de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização. (lembremos que a operação interestadual com essas mercadorias, quando não destinada ao comércio ou à industrialização, é FG do ICMS)

Princípio da autonomia dos estabelecimentos:

Cada estabelecimento deve ser autônomo para fins tributários. É claro, contudo, que na hipótese de inadimplência, todos os estabelecimentos de um mesmo titular são chamados a extinguir o crédito tributário.

O artigo 16 do RICMS-RJ determina ser autônomo cada estabelecimento produtor, extrator, gerador, inclusive de energia, industrial, comercial, importador ou prestador de serviço de transporte e de comunicação do mesmo contribuinte, ainda que as atividades sejam integradas e desenvolvidas no mesmo local. Traduzindo: cada estabelecimento deve ser, para fins tributários, perfeitamente autônomo em suas obrigações.

O parágrafo único equipara o veículo utilizado no comércio ambulante e na captura de pescado a estabelecimento autônomo.

Imóvel rural em mais de um município: nesse caso, considera-se que o estabelecimento está situado na cidade onde estiver a sede da propriedade rural.

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RICMS-RJ – Artigos que analisam o contribuinte

Art. 15. Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operação de circulação de mercadoria ou prestação de serviços descritas como fato gerador do imposto, observado o disposto no § 2.º, deste artigo.

§ 1.º Incluem-se entre os contribuintes do imposto:

1 - o comerciante, o industrial, o produtor e o extrator;

2. o industrializador, no retorno da mercadoria ao estabelecimento do encomendante;

3. o fornecedor de alimentação, bebida ou outra mercadoria em qualquer estabelecimento;

4. o prestador de serviço não compreendido na competência tributária dos municípios e que envolva fornecimento de mercadoria;

5. o prestador de serviço compreendido na competência tributária dos municípios e que envolva fornecimento de mercadoria, com ressalva de incidência do imposto de competência estadual definida em lei complementar;

6. o importador ou qualquer pessoa, física ou jurídica, de direito público ou privado, que promova importação de mercadoria ou bem do exterior, qualquer que seja sua finalidade;

7. o destinatário de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;

8. o arrematante ou qualquer pessoa, física ou jurídica, de direito público ou privado, que adquira em licitação mercadoria ou bem apreendidos ou abandonados;

9. o prestador de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação;

10. a cooperativa;

11. a instituição financeira e a seguradora;

12. a sociedade civil de fim econômico;

13. a sociedade civil de fim não econômico que explore estabelecimento de extração de substância mineral ou fóssil, de produção agropecuária, industrial ou que comercialize mercadorias que para esse fim adquira ou produza;

14. o órgão da administração pública direta, a autarquia, a empresa pública federal, estadual ou municipal e a fundação instituída e mantida pelo Poder Público que vendam, ainda que apenas a comprador de determinada categoria profissional ou funcional, mercadoria que, para esse fim, adquirirem ou produzirem;

15. a concessionária ou permissionária de serviço público de transporte, de

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comunicação e de energia elétrica;

16. qualquer pessoa indicada nos itens anteriores que, na qualidade de consumidor final, adquira bem ou serviço em operação ou prestação interestadual;

17. o adquirente de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização.

§ 2.º As pessoas físicas ou jurídicas indicadas nos itens 6, 7, 8 e 17 do parágrafo anterior são contribuintes do imposto independentemente da habitualidade com que pratiquem as operações ou prestações neles descritas.

Art. 16. Considera-se contribuinte autônomo cada estabelecimento produtor, extrator, gerador, inclusive de energia, industrial, comercial, importador ou prestador de serviço de transporte e de comunicação do mesmo contribuinte, ainda que as atividades sejam integradas e desenvolvidas no mesmo local.

Parágrafo único Equipara-se a estabelecimento autônomo o veículo utilizado no comércio ambulante e na captura de pescado.

Art. 17. Na hipótese de imóvel rural situado em território de mais de um município, o contribuinte será jurisdicionado no município em que estiver localizada a sua sede.

O RICMS-RJ lista os responsáveis pelo pagamento do imposto das operações que ocorrem em seus âmbitos:

• o leiloeiro, em relação ao imposto devido sobre a saída de mercadoria decorrente de arrematação em leilão, quando o imposto não for pago pelo arrematante;

• o síndico, comissário, inventariante ou liquidante, em relação ao imposto devido sobre a saída de mercadoria decorrente de sua alienação em falência, concordata, inventário ou dissolução de sociedade, respectivamente;

• o armazém geral e o estabelecimento depositário congênere (vale para qualquer depositário nas operações de circulação de mercadorias que ocorrerem em seus âmbitos):

o na saída de mercadoria depositada por contribuinte de outro Estado;

o na transmissão de propriedade de mercadoria depositada por contribuinte de outro Estado;

o no recebimento para depósito ou na saída de mercadoria sem documentação fiscal ou com documentação fiscal inidônea;

• o transportador, em relação à mercadoria (em relação à mercadoria transportada):

o proveniente de outro Estado para entrega, em território deste Estado, a destinatário não designado;

o negociada em território deste Estado durante o transporte; o que aceitar para despacho ou transportar sem documentação

fiscal, ou acompanhada de documento fiscal inidôneo;

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o que entregar a destinatário ou em local diverso do indicado na documentação fiscal.

• o estabelecimento industrial ou comercial que promover a saída de mercadoria sem documentação fiscal ou com documentação fiscal inidônea, em relação ao imposto devido pela operação subsequente com a mercadoria;

• qualquer possuidor ou detentor de mercadoria desacompanhada de documento fiscal ou acompanhada de documento fiscal inidôneo.

• o terminal aquaviário, em relação à mercadoria importada do exterior e desembarcada em seu estabelecimento.

RICMS-RJ – Artigos que analisam o responsável

Art. 19. São responsáveis pelo pagamento do imposto:

I - o leiloeiro, em relação ao imposto devido sobre a saída de mercadoria decorrente de arrematação em leilão, quando o imposto não for pago pelo arrematante;

II - o síndico, comissário, inventariante ou liquidante, em relação ao imposto devido sobre a saída de mercadoria decorrente de sua alienação em falência, concordata, inventário ou dissolução de sociedade, respectivamente;

III - o armazém geral e o estabelecimento depositário congênere:

1. na saída de mercadoria depositada por contribuinte de outro Estado;

2. na transmissão de propriedade de mercadoria depositada por contribuinte de outro Estado;

3 - no recebimento para depósito ou na saída de mercadoria sem documentação fiscal ou com documentação fiscal inidônea;

IV - o transportador, em relação à mercadoria:

1. proveniente de outro Estado para entrega, em território deste Estado, a destinatário não designado;

2. negociada em território deste Estado durante o transporte;

3. que aceitar para despacho ou transportar sem documentação fiscal, ou acompanhada de documento fiscal inidôneo;

4. que entregar a destinatário ou em local diverso do indicado na documentação fiscal.

V - o estabelecimento industrial ou comercial que promover a saída de mercadoria sem documentação fiscal ou com documentação fiscal inidônea, em relação ao imposto devido pela operação subseqüente com a mercadoria;

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VI - qualquer possuidor ou detentor de mercadoria desacompanhada de documento fiscal ou acompanhada de documento fiscal inidôneo.

VII - o terminal aquaviário, em relação à mercadoria importada do exterior e desembarcada em seu estabelecimento.

O artigo 18 permite a determinação de terceiros responsáveis pelo pagamento do imposto e dos acréscimos legais imputados aos contribuintes e aos responsáveis tributários. Esses terceiros responsáveis, para serem escolhidos, devem, de alguma forma, concorrer para o não recolhimento do tributo.

Serviços (de comunicação ou transporte): quando a prestação for efetuada por mais de uma empresa, havendo convênio entre os Estados envolvidos, pode-se responsabilizar aquela empresa que fizer a cobrança do serviço (mesmo que estabelecida em outro Estado).

Operações entre cooperativas e cooperados: no envio de mercadoria de cooperado para cooperativa, a responsabilidade é transferida para a cooperativa. Nessa hipótese, o imposto é recolhido na saída subsequente.

RICMS-RJ – Artigos que analisam o responsável

Art. 18. A responsabilidade pelo pagamento do imposto e acréscimos legais não pagos pelo contribuinte ou responsável pode ser atribuída a terceiros, quando os atos ou omissões destes concorrerem para o não recolhimento do tributo.

§ 1.º Nos serviços de transporte e comunicação, quando a prestação for efetuada por mais de uma empresa, a responsabilidade pelo pagamento do imposto pode ser atribuída, por convênio com outros Estados, àquela que promover a cobrança integral do respectivo valor diretamente do usuário do serviço.

§ 2.º A responsabilidade pelo pagamento do imposto devido nas operações entre o associado e a cooperativa de produtores de que faça parte, situada neste Estado, fica transferida para a destinatária.

§ 3.º O disposto no parágrafo anterior é aplicável à mercadoria remetida pelo estabelecimento de cooperativa de produtores para estabelecimento, situado neste Estado, da própria cooperativa, de cooperativa central ou de federação de cooperativas de que a cooperativa remetente faça parte.

§ 4.º O imposto devido pelas saídas mencionadas nos §§ 2.º e 3.º será recolhido pela destinatária quando da saída subseqüente, esteja esta sujeita ou não ao pagamento do imposto.

§ 5.º Na hipótese dos §§ 2.º e 3.º, quando a prestação de serviço de transporte intermunicipal entre o produtor rural e a cooperativa for realizada por profissional autônomo, fica a destinatária responsável pelo recolhimento do imposto incidente sobre a prestação.

§ 6.º Fica o Secretário de Estado de Fazenda e Controle Geral autorizado a submeter ao regime de diferimento operações e prestações, estabelecendo o momento em que

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deva ocorrer o lançamento e pagamento do imposto e atribuindo a responsabilidade, por substituição, a qualquer contribuinte vinculado ao momento final do diferimento.

O artigo 20 estabelece a responsabilidade solidária, que não comporta benefício de ordem, para:

• o entreposto aduaneiro ou qualquer pessoa que promova: o a saída de mercadoria estrangeira com destino ao mercado

interno, sem documentação fiscal correspondente ou com destino a estabelecimento de titular diverso daquele que a houver importado ou arrematado;

o a reintrodução, no mercado interno, de mercadoria depositada para o fim específico de exportação;

• o representante, mandatário ou gestor de negócio, em relação à operação realizada por seu intermédio;

• os demais estabelecimentos do mesmo titular.

Atenção: dizer que a responsabilidade solidária não comporta benefício de ordem significa dizer que o fisco não se obriga a cobrar o contribuinte original até a sua insolvência antes de cobrar o responsável solidário. O fisco pode escolher livremente se acionará o responsável solidário.

A capacidade tributária passiva é uma característica de qualquer pessoa. Mesmo que o proprietário de um imóvel seja um bebê de 2 meses, incidirá o IPTU. O mesmo vale para os impostos estaduais.

Ainda nesse raciocínio, mesmo que a pessoa natural esteja impedida de exercer alguns atos da sua vida civil, ela ainda será obrigada a pagar os tributos cujos fatos geradores der causa.

A irregularidade de uma pessoa jurídica, ainda no mesmo raciocínio, não a exime de cumprir suas obrigações tributárias. A inexistência de estabelecimento fixo, a clandestinidade e a precariedade das instalações também não afastam a obrigatoriedade de se cumprir as obrigações tributárias.

Resumindo, nada retira o contribuinte ou o responsável do polo passivo de uma obrigação tributária.

RICMS-RJ – Artigos que analisam o responsável

Art. 20. Respondem solidariamente pelo pagamento do imposto:

I - o entreposto aduaneiro ou qualquer pessoa que promova:

1. a saída de mercadoria estrangeira com destino ao mercado interno, sem documentação fiscal correspondente ou com destino a estabelecimento de titular diverso daquele que a houver importado ou arrematado;

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2. a reintrodução, no mercado interno, de mercadoria depositada para o fim específico de exportação;

II - o representante, mandatário ou gestor de negócio, em relação à operação realizada por seu intermédio;

III - os demais estabelecimentos do mesmo titular.

Parágrafo único - A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.

Art. 21. É irrelevante, para excluir a responsabilidade do cumprimento da obrigação ou a decorrente de sua inobservância:

I - a capacidade civil da pessoa natural;

II - o fato de achar-se a pessoa natural sujeita a medida que importe na limitação do exercício de atividade civil, comercial ou profissional, ou da administração direta de seu bem ou negócio;

III - a irregularidade formal na constituição de pessoa jurídica de direito privado ou de firma individual, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional;

IV - a inexistência de estabelecimento fixo e a sua clandestinidade, ou precariedade de suas instalações.

Dúvida comum: “Quando estudei tributário, vi que na operação em hasta pública, o adquirente não tinha responsabilidade alguma além do preço pago. Vi que as dívidas se sub-rogam no preço”.

Resposta:

Vejamos a redação do CTN:

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.

O ICMS incide sobre a circulação. Por isso, seu valor não se sub-roga no preço da operação. Os impostos que possuem esses fatos geradores são os seguintes: ITR e IPTU (os impostos vencidos e não pagos terão seus créditos extintos com parte do dinheiro pago na arrematação).

Vejamos uma questão sobre o Fato Gerador do ICMS:

FGV - 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

10 - As alternativas a seguir apresentam pessoas que respondem solidariamente pelo pagamento do ICMS, À EXCEÇÃO DE UMA.

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Assinale-a.

a) o entreposto aduaneiro

b) qualquer pessoa que promova a saída de mercadoria estrangeira com destino ao mercado interno, sem documentação fiscal correspondente

c) o fiador que tenha se responsabilizado por pagamento de dívida contraída para fins de aquisição de matéria- prima

d) o representante, mandatário ou gestor de negócio, em relação à operação realizada por seu intermédio

e) qualquer pessoa que promova a reintrodução, no mercado interno, de mercadoria depositada para o fim específico de exportação

O entreposto aduaneiro responde solidariamente por força do artigo 20, I do RICMS-RJ.

Aquele que internaliza mercadoria sem documentação fiscal também é responsável pelo recolhimento tributário (inciso seguinte).

Alternativa C – Atenção – a relação do fiador advém de contrato entre as partes. Contratos particulares não podem criar responsabilidade tributária (a responsabilidade apenas pode ser determinada pela lei.

A alternativa D e E também estão corretas por força do mesmo dispositivo regulamentar.

Art. 20. Respondem solidariamente pelo pagamento do imposto:

I - o entreposto aduaneiro ou qualquer pessoa que promova:

1. a saída de mercadoria estrangeira com destino ao mercado interno, sem documentação fiscal correspondente ou com destino a estabelecimento de titular diverso daquele que a houver importado ou arrematado;

2. a reintrodução, no mercado interno, de mercadoria depositada para o fim específico de exportação;

II - o representante, mandatário ou gestor de negócio, em relação à operação realizada por seu intermédio;

III - os demais estabelecimentos do mesmo titular.

Parágrafo único - A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.

GABARITO: C

2.5 Elementos Quantificadores (Base de Cálculo e Alíquota)

A regra básica relativa à Base de Cálculo do ICMS é a seguinte:

• Em relação à saída de mercadorias ! valor da operação; • Em relação às prestações de serviços ! valor das prestações.

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Em relação às operações com mercadorias que se relacionem com serviços submetidos ao ISS, se o serviço não estiver na lista do ISS, incidirá o ICMS sobre o total e a base de cálculo será o valor total da operação.

- Se você comprar um “carpete de madeira instalado”, o serviço de instalação fará parte do preço do produto – incidirá o ICMS sobre o valor total da operação.

E você for almoçar em um restaurante, incidirá ICMS sobre o total da operação, pois o serviço de preparar a refeição não faz parte da Lista do ISS - incidirá o ICMS sobre o valor total da operação.

Em relação às operações com mercadorias que se relacionem com serviços submetidos ao ISS, se o serviço estiver na lista do ISS, incidirá o ICMS sobre as mercadorias fornecidas e o ISS sobre os serviços prestados - a base de cálculo do ICMS será o valor da mercadoria empregada.

Meu carro, hipoteticamente, precisa ter a correia dentada trocada. Sobre o serviço prestado, incidirá o ISS. Sobre a peça trocada, incidirá o ICMS.

Na compra daquele carpete de madeira, o vendedor te cobrou:

Mercadoria – 2.000 reais

Outros petrechos para a instalação – 30 reais

Frete – 100 reais

Seguro do transporte – 50 reais

Juro – 100 reais (você parcelou)

Instalação – 200 reais

Total = 2.480 reais Base de Cálculo do ICMS

CUIDADO: os encargos financeiros não farão parte da base de cálculo quando houver a intervenção de uma empresa financeira na operação.

Se você comprar um carro de 40.000 reais financiado pelo banco da marca, a base de cálculo será 40.000 reais, mesmo que o financiamento total custe 50.000.

Atenção: O ICMS incide sobre o preço total da nota fiscal (somando-se todos os valores acessórios cobrados do destinatário da mercadoria). A operação em que a prestadora (ou vendedora) se responsabiliza por todos os gastos de entrega se chama CIF (cost, insurance, freight – custo, seguro e frete). A situação em que o cliente (o comprador ou destinatário) se responsabiliza pelos custos de transporte e frete se chama FOB (free on board).

Assim, quando a operação se perfizer mediante cláusula CIF, o ICMS incidirá sobre o total da nota.

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Em operações fechadas com cláusula FOB, esses outros serviços são cobrados por fora (muitas vezes por outros prestadores) e não serão agregados à Nota Fiscal.

O desconto incondicional é, de fato, descontado da base de cálculo. O desconto condicional, entretanto, faz parte da base de cálculo. Vejamos algumas hipóteses:

1. João fez uma compra de 110 reais na quitanda. O quitandeiro deu um desconto e deixou por 100. A base de cálculo do ICMS será 100 reais.

2. João comprou fiado na quitanda. O valor da compra foi 110 reais. A promessa foi de pagar depois de 1 mês. O quitandeiro, entretanto, lhe disse: “se você pagar até o fim dessa semana, darei um desconto, ficará tudo por 100 reais”. Nessa hipótese, a base de cálculo do ICMS será 110 reais (o desconto é condicional).

3. Na hipótese anterior, João atrasou o pagamento, além do mês previsto pelo quitandeiro. Incidiu juro de mora sobre a dívida, mas a base de cálculo do ICMS ainda será 110 reais. O juro será considerado como receita financeira do quitandeiro.

Na importação de mercadorias, o ICMS incidirá sobre o total gasto. Somam-se:

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Na importação de serviços, o ICMS incidirá sobre o total gasto acrescido, se for o caso, de todos os encargos relacionados com a sua utilização.

No caso de aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens (leilões) importados do exterior e apreendidos ou abandonados, o ICMS incidirá sobre o valor total gasto (outros impostos, comissão do leiloeiro, etc).

Em se tratando da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétricaoriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização (destinado a consumidor final), a base de cálculo do ICMS será o preço sobre o qual ocorrer a entrada.

Para a utilização, por contribuinte, de serviço (transporte ou comunicação) cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subsequente (destinatário final do serviço), a Base de

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Cálculo do ICMS será o preço do serviço prestado (e caberá ao Estado de origem).

Atenção: em relação à alíquota, há duas hipóteses:

1. Se o destinatário for contribuinte, o imposto terá incidido no estado de origem de acordo com a alíquota interestadual e caberá, ao estado de destino, o diferencial de alíquota.

2. Se o destinatário não for contribuinte, o imposto será devido ao estado de origem pela alíquota cheia do serviço prestado (alíquota interna).

O montante do próprio imposto integra a sua própria base de cálculo – o cálculo é feito “por dentro” - (por favor, não tenha vergonha de ser brasileiro...).

Janete, dona de uma loja de calçados femininos, pretendia vender uma sandália por R$ 100,00 (líquido do ICMS). Em seu Estado, a alíquota para esse produto é 18%.

A mercadoria foi fabricada por uma entidade isenta, por isso, Janete não tem crédito de ICMS.

Ingenuamente, Janete anunciou sua mercadoria por R$ 118,00. Veja o que aconteceu:

Como o imposto integra a sua própria base de cálculo, o ICMS incidente sobre a sandália foi:

ICMS = (18%) . 118 = 21,24

Quanto sobrou para Janete?

118 – 21,24 = 96,76

Janete ficou muito brava, pois queria receber R$ 100,00 líquidos pela sandália.

Então, seu contador a ensinou a fazer o seguinte cálculo:

Preço Final = 100 / (100% - 18%) = 100 / (82%) = 121,95

Ao vender seu produto pelo novo preço, a sua nota fiscal foi elaborada com os seguintes dados:

Preço total = 121,95

ICMS = (18%) . 121,95 = 21,95

Janete ficou satisfeita em receber 100 reais líquidos pela sandália.

O IPI não integra a base de cálculo do ICMS quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos.

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A “Elos Ltda”, fabricante de correntes, vende para a “Ciclos Ltda”, fabricante de bicicletas, um lote de correntes por R$ 10.000. (alíquotas: ICMS = 18%, IPI = 10%)

As correntes serão utilizadas na industrialização (montagem de bicicletas) e a operação ocorre entre contribuintes.

A nota fiscal emitida pela “Elos Ltda” terá as seguintes informações:

Mercadorias = 10.000

ICMS = 1.800

IPI = 1.000

Total da nota = 11.000 (observe que o ICMS não incidiu sobre o IPI).

Revisão Importante da última aula:

O ICMS incidirá sobre o IPI em duas hipóteses:

• Quando o destinatário não for contribuinte do ICMS; e/ou • Quando a operação for fato gerador apenas do ICMS.

Exemplo: O Armazém São Jorge LTDA (o mesmo do exemplo anterior) vende esse lote de parafusos para o Sr. Joaquim, marceneiro, pelo valor de R$ 3.000.

O Sr. Joaquim, por sua habitualidade comercial, é contribuinte do ICMS. Mas a operação em que ele comprou os parafusos foi fato gerador apenas do ICMS.

Observe que o valor total pago, pelo Armazém, na compra do lote de parafusos parafusos, foi de 1.100 reais (por causa do IPI).

A nota fiscal recebida pelo Sr. Joaquim terá as seguintes informações:

Preço dos produtos = 3.000 reais.

ICMS = 540 reais.

Observe que o ICMS incidiu sobre o IPI cobrado na operação anterior (do último exemplo).

Mais um exemplo:

Um consumidor final conseguiu negociar a compra de parafusos diretamente com a fábrica. Na compra, recebeu uma Nota Fiscal com as seguintes informações:

Preço dos Produtos = 1.000 reais

IPI = 100 reais

Valor total cobrado = 1.100 reais

ICMS = (18%) . 1100 = 198 (destacado na nota para eventual crédito do imposto)

O ICMS incidiu sobre o valor referente ao IPI.

Nesse segundo exemplo, embora a operação constitua fato gerador dos dois impostos (ICMS e IPI), o destinatário da mercadoria não é contribuinte do imposto. É por isso que o ICMS incidiu sobre o total da nota (inclusive sobre o IPI).

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Há situações em que um contribuinte transfere uma mercadoria de um estabelecimento para outro, que fique em outro Estado. Nessa situação, o Estado de origem deverá ter garantido o ICMS incidente sobre o valor que tenha sido agregado dentro do seu território.

Vamos entender o problema com um exemplo:

Uma fábrica de aparelhos celulares faz telas “touch screen” em sua fábrica do Estado da Paraíba. A montagem dos aparelhos ocorre no Ceará. Por isso, as telas produzidas na Paraíba são transportadas para o Ceará.

Seria justo que o ICMS incidisse sobre o preço final do celular e coubesse apenas ao Estado do Ceará? Evidentemente não.

Por isso, o Estado da Paraíba fará jus ao ICMS incidente sobre o valor agregado dentro do seu território.

Nesse caso, a base de cálculo será o custo de produção da mercadoria (telas “touch screen”).

Imagine que uma grande empresa de lojas de departamentos compre uma quantidade muito grande (exagerada) de televisores 3-D para os estabelecimentos do Estado do Rio de Janeiro. Em um dado momento, os executivos da empresa resolvem transferir parte desses televisores para as lojas do Estado do Espírito Santo.

Nesse caso, o estado do Rio de Janeiro garantirá o ICMS sobre o preço de compra da mercadoria (a base de cálculo será o preço da entrada mais recente).

Não havendo base de cálculo para as mercadorias transferidas entre estabelecimentos de Estados diferentes, considerar-se-á o preço corrente no mercado atacadista do estabelecimento remetente (preço atacadista do Estado de origem).

Assim, em se tratando de transferências de mercadorias, do mesmo contribuinte, entre Estados diferentes, a base de cálculo será:

• o valor correspondente à entrada mais recente da mercadoria; (situação comercial)

• o custo da mercadoria produzida, assim entendida a soma do custo da matéria-prima, material secundário, mão-de-obra e acondicionamento; (situação industrial)

• tratando-se de mercadorias não industrializadas, o seu preço corrente no mercado atacadista do estabelecimento remetente. (situação em que falta base para cálculo do imposto)

Regra de ouro: A base de cálculo do ICMS é o valor da operação. Não importa se tratamos da circulação de mercadorias ou da prestação de um serviço que se submeta à incidência do ICMS.

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Lei Complementar 87/1996

Art. 13. A base de cálculo do imposto é:

I - na saída de mercadoria prevista nos incisos I, III e IV do art. 12, o valor da operação;

II - na hipótese do inciso II do art. 12, o valor da operação, compreendendo mercadoria e serviço;

III - na prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, o preço do serviço;

IV - no fornecimento de que trata o inciso VIII do art. 12;

a) o valor da operação, na hipótese da alínea a;

b) o preço corrente da mercadoria fornecida ou empregada, na hipótese da alínea b;

V - na hipótese do inciso IX do art. 12, a soma das seguintes parcelas:

a) o valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação, observado o disposto no art. 14;

b) imposto de importação;

c) imposto sobre produtos industrializados;

d) imposto sobre operações de câmbio;

e) quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras;

VI - na hipótese do inciso X do art. 12, o valor da prestação do serviço, acrescido, se for o caso, de todos os encargos relacionados com a sua utilização;

VII - no caso do inciso XI do art. 12, o valor da operação acrescido do valor dos impostos de importação e sobre produtos industrializados e de todas as despesas cobradas ou debitadas ao adquirente;

VIII - na hipótese do inciso XII do art. 12, o valor da operação de que decorrer a entrada;

IX - na hipótese do inciso XIII do art. 12, o valor da prestação no Estado de origem.

§ 1o Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste artigo:

I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle;

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II - o valor correspondente a:

a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como descontos concedidos sob condição;

b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado.

§ 2º Não integra a base de cálculo do imposto o montante do Imposto sobre Produtos Industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos.

§ 3º No caso do inciso IX, o imposto a pagar será o valor resultante da aplicação do percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual, sobre o valor ali previsto.

§ 4º Na saída de mercadoria para estabelecimento localizado em outro Estado, pertencente ao mesmo titular, a base de cálculo do imposto é:

I - o valor correspondente à entrada mais recente da mercadoria;

II - o custo da mercadoria produzida, assim entendida a soma do custo da matéria-prima, material secundário, mão-de-obra e acondicionamento;

III - tratando-se de mercadorias não industrializadas, o seu preço corrente no mercado atacadista do estabelecimento remetente.

§ 5º Nas operações e prestações interestaduais entre estabelecimentos de contribuintes diferentes, caso haja reajuste do valor depois da remessa ou da prestação, a diferença fica sujeita ao imposto no estabelecimento do remetente ou do prestador.

---

Art. 14. O preço de importação expresso em moeda estrangeira será convertido em moeda nacional pela mesma taxa de câmbio utilizada no cálculo do imposto de importação, sem qualquer acréscimo ou devolução posterior se houver variação da taxa de câmbio até o pagamento efetivo do preço.

Parágrafo único. O valor fixado pela autoridade aduaneira para base de cálculo do imposto de importação, nos termos da lei aplicável, substituirá o preço declarado.

Para fins de cálculo do ICMS em operações de importação, o valor deverá ser convertido para a moeda nacional (reais) pela mesma taxa utilizada para o cálculo do Imposto de Importação (I.I.). Não há acréscimo ou devolução motivada por variações de câmbio.

O preço da mercadoria será sempre aquele fixado pela autoridade aduaneira (o Auditor Fiscal da Receita Federal), não importando qual é o valor declarado.

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Vimos a base de cálculo do ICMS é o valor da operação. Na falta desse valor, o artigo 15 da LC 87/96 estabelece métodos de estabelecimento da base de cálculo:

• o preço corrente da mercadoria, ou de seu similar, no mercado atacadista do local da operação ou, na sua falta, no mercado atacadista regional, caso o remetente seja produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia;

• o preço FOB estabelecimento industrial a vista, caso o remetente seja industrial;

• o preço FOB estabelecimento comercial à vista, na venda a outros comerciantes ou industriais, caso o remetente seja comerciante.

O preço FOB é aquele que não soma frete e seguro. Assim, se um dia, em sua vida profissional, você flagrar um transporte de mercadoria desacompanhada de nota fiscal, você usará o seguinte critério para estabelecer a base de cálculo do imposto:

Remetente Base de cálculo

Produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia

Preço corrente da mercadoria, ou de seu similar, no mercado atacadista (local ou regional).

Industrial Preço FOB a vista.

Comerciante Preço FOB a vista.

Lei Complementar 87/1996

Art. 15. Na falta do valor a que se referem os incisos I e VIII do art. 13, a base de cálculo do imposto é:

I - o preço corrente da mercadoria, ou de seu similar, no mercado atacadista do local da operação ou, na sua falta, no mercado atacadista regional, caso o remetente seja produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia;

II - o preço FOB estabelecimento industrial à vista, caso o remetente seja industrial;

III - o preço FOB estabelecimento comercial à vista, na venda a outros comerciantes ou industriais, caso o remetente seja comerciante.

§ 1º Para aplicação dos incisos II e III do caput, adotar-se-á sucessivamente:

I - o preço efetivamente cobrado pelo estabelecimento remetente na operação mais recente;

II - caso o remetente não tenha efetuado venda de mercadoria, o preço corrente da mercadoria ou de seu similar no mercado atacadista do local da operação ou, na falta deste, no mercado atacadista regional.

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§ 2º Na hipótese do inciso III do caput, se o estabelecimento remetente não efetue vendas a outros comerciantes ou industriais ou, em qualquer caso, se não houver mercadoria similar, a base de cálculo será equivalente a setenta e cinco por cento do preço de venda corrente no varejo.

Não havendo preço determinado para a prestação de um serviço (aplicável principalmente para serviços de transporte intermunicipal e interestadual), a base de cálculo tomada deverá ser o valor corrente do serviço no local onde tiver sido prestado.

Lei Complementar 87/1996

Art. 16. Nas prestações sem preço determinado, a base de cálculo do imposto é o valor corrente do serviço, no local da prestação.

Para fins de substituição tributária, mantemos a máxima: a base de cálculo é o valor da operação.

Em relação às operações submetidas ao diferimento (operações ou prestações antecedentes) e às operações concomitantes, a base de cálculo é o valor da operação ou prestação praticada pelo contribuinte substituído (assunto já analisado nesta aula).

Assim, os Estados podem estabelecer a interrupção do diferimento na entrada do produto no estabelecimento destinatário. Nesse caso, a base de cálculo será o valor da operação substituída.

Os Estados podem decidir pena não interrupção do diferimento na entrada do produto no estabelecimento destinatário. Nesse caso, o produto será tributado pela saída subsequente.

Caso a mercadoria pereça, o imposto referente ao fato gerador ocorrido deve ser imediatamente recolhido.

Em relação à substituição de operações ou prestações subsequentes, a base de cálculo é o valor da operação final. Para calcular o valor da operação final, somam-se o valor da operação própria, com frete e seguro, e o valor agregado total (lucro, juro, etc).

Dúvida? – Vamos resolver...

Imagine que uma empresa fabricante de cigarros esteja submetida à substituição tributária. Nesse momento, todo o imposto referente a esse produto será recolhido. Assim, o ICMS deverá ser proporcional ao preço cobrado do consumidor final.

Somam-se: !"#$%&'(

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(esse valor pode ser substituído pelo preço a consumidor final usualmente praticado no mercado)

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Detalhe importante: sempre que a operação de saída se der em outro Estado, as alíquotas internas e interestaduais devem ser observadas.

Exemplo:

Uma carga de cigarros produzidos no Pará segue para o Rio de Janeiro.

Preço da carga = 10.000

Preço de venda sugerido = 30.000

Alíquota interestadual = 12%

Alíquota interna do Estado do Rio de Janeiro = 30% (por hipótese)

Na operação de saída, o ICMS incidente para o Estado do Pará será:

(12%). 10.000 = 1.200

A fábrica deverá recolher, a título de substituição tributária, para o Estado de destino (Rio de Janeiro), o imposto relativo ao seu valor final:

(30%). 30.000 – 1.200 = 9.000 – 1.200 = 7.800

Sempre que um preço for determinado por um órgão público, esse valor deverá ser considerado para fins de Base de Cálculo do ICMS.

Sempre que houver preço sugerido pelo fabricante ou importador, a lei estadual pode estabelecer tal valor como base de cálculo do ICMS.

Lei Complementar 87/1996

Art. 8º A base de cálculo, para fins de substituição tributária, será:

I - em relação às operações ou prestações antecedentes ou concomitantes, o valor da operação ou prestação praticado pelo contribuinte substituído;

II - em relação às operações ou prestações subseqüentes, obtida pelo somatório das parcelas seguintes:

a) o valor da operação ou prestação própria realizada pelo substituto tributário ou pelo substituído intermediário;

b) o montante dos valores de seguro, de frete e de outros encargos cobrados ou transferíveis aos adquirentes ou tomadores de serviço;

c) a margem de valor agregado, inclusive lucro, relativa às operações ou prestações subseqüentes.

§ 1º Na hipótese de responsabilidade tributária em relação às operações ou prestações antecedentes, o imposto devido pelas referidas operações ou prestações será pago pelo responsável, quando:

I – da entrada ou recebimento da mercadoria, do bem ou do serviço;

II - da saída subseqüente por ele promovida, ainda que isenta ou não

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tributada;

III - ocorrer qualquer saída ou evento que impossibilite a ocorrência do fato determinante do pagamento do imposto.

§ 2º Tratando-se de mercadoria ou serviço cujo preço final a consumidor, único ou máximo, seja fixado por órgão público competente, a base de cálculo do imposto, para fins de substituição tributária, é o referido preço por ele estabelecido.

§ 3º Existindo preço final a consumidor sugerido pelo fabricante ou importador, poderá a lei estabelecer como base de cálculo este preço.

§ 4º A margem a que se refere a alínea c do inciso II do caput será estabelecida com base em preços usualmente praticados no mercado considerado, obtidos por levantamento, ainda que por amostragem ou através de informações e outros elementos fornecidos por entidades representativas dos respectivos setores, adotando-se a média ponderada dos preços coletados, devendo os critérios para sua fixação ser previstos em lei.

§ 5º O imposto a ser pago por substituição tributária, na hipótese do inciso II do caput, corresponderá à diferença entre o valor resultante da aplicação da alíquota prevista para as operações ou prestações internas do Estado de destino sobre a respectiva base de cálculo e o valor do imposto devido pela operação ou prestação própria do substituto.

§ 6o Em substituição ao disposto no inciso II do caput, a base de cálculo em relação às operações ou prestações subseqüentes poderá ser o preço a consumidor final usualmente praticado no mercado considerado, relativamente ao serviço, à mercadoria ou sua similar, em condições de livre concorrência, adotando-se para sua apuração as regras estabelecidas no § 4o deste artigo.

FGV - 2010 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

11 - Sociedade empresária com atividade comercial, vende e transporta as mercadorias que aliena até o domicílio do comprador, cobrando R$ X pela mercadoria e acrescentando R$ Y a título de frete. Com relação ao ICMS devido por tal contribuinte, assinale a afirmativa correta.

a) O ICMS deve ser calculado apenas sobre R$ Y.

b) O ICMS deve ser calculado apenas sobre R$ X.

c) O ICMS deve ser calculado sobre o resultado da diferença entre R$ X e R$ Y.

d) O ICMS deve ser calculado sobre o resultado da soma de R$ X e R$ Y.

e) O ICMS deve ser calculado sobre o resultado da soma de

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R$ X e R$ Y, apenas se este último valor constar da competente nota fiscal.

Já vimos que o frete, quando prestado pelo remetente da mercadoria, faz parte da base de cálculo do ICMS.

LC 87/96, Art. 13. A base de cálculo do imposto é:

§ 1o Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste artigo:

I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle;

II - o valor correspondente a:

a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como descontos concedidos sob condição;

b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado.

GABARITO: D

2.5.1 Elementos Quantificadores – Base de Cálculo – disposições locais:

Novamente, analisaremos as disposições fluminenses que trouxerem novidades ou especificidades em relação às normas gerais estabelecidas pela Constituição Federal ou pela Lei Kandir.

Atribui-se à Fazenda Pública o encargo de manter atualizada a tabela de preços correntes no mercado de serviços e atacadista das diversas regiões fiscais. Isso visa permitir que a Base de Cálculo do ICMS possa ser definida quando o preço da operação não for conhecido. A fazenda pública pode, dentro dessa atribuição, definir uma pauta de valores mínimos. A essa tabela, dá-se o nome de Pauta Fiscal.

A Pauta Fiscal contém os valores mínimos das operações ou prestações. Sempre que a fiscalização verificar uma operação ou prestação registrada por valor menor que o constante na pauta, considerar-se-á a necessidade de lançamento complementar.

Assim, sempre que um contribuinte usar base de cálculo do imposto inferior ao valor previsto pelo RICMS, o fisco deve lançar ICMS sobre essa diferença.

Já discutimos que, em geral, a base de cálculo do ICMS é o valor da operação ou da prestação sujeita ao imposto. Em relação a esse tema, não temos muito o que discutir.

Embora não seja novidade para você, vamos atentar para alguns trechos:

IV - no caso do inciso IV, do artigo 3.º:

1. o valor total da operação, na hipótese do item 1;

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2. o valor da mercadoria fornecida ou empregada, na hipótese do item 2;

No caso de fornecimento de mercadorias com prestação de serviços, se o serviço não estiver contido na competência tributária municipal, o ICMS incidirá sobre o valor total da operação. Na hipótese em que o ICMS incidir apenas sobre as mercadorias empregadas, o ICMS incidirá sobre o valor das mercadorias.

V - no caso do inciso V, do artigo 3.º, a soma das seguintes parcelas:

1. o valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação, observado o disposto no artigo 11;

2. imposto de importação;

3. imposto sobre produtos industrializados;

4. imposto sobre operações de câmbio;

5. quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras, assim entendidos os valores pagos ou devidos à repartição alfandegária até o momento do desembaraço da mercadoria, tais como taxas e os decorrentes de diferenças de peso, erro na classificação fiscal ou multa por infração;

No desembaraço aduaneiro de mercadorias provenientes do exterior, tudo aquilo que fizer parte do desembolso do importador até o momento do desembaraço faz parte da base de cálculo do ICMS.

Atenção: o transporte da mercadoria importada até o estabelecimento importador não faz parte da base de cálculo do ICMS.

VI - no caso do inciso VI, do artigo 3.º, o valor da operação de que decorrer a entrada da mercadoria, sendo o imposto a pagar resultante da aplicação, sobre a base de cálculo, do percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

VII - no caso do inciso VII, do artigo 3.º, o valor da prestação do serviço, sendo o imposto a pagar resultante da aplicação, sobre a base de cálculo, do percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

Trata-se do diferencial de alíquota incidente na operação interestadual, com destino a contribuinte, em que a mercadoria (ou o serviço) será consumida (o) ou agregada (o) ao ativo fixo. Nessa hipótese, a base de cálculo é o próprio valor da operação.

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VIII - no caso do inciso VIII, do artigo 3.º, o valor da operação, acrescido do valor dos impostos sobre importação e produtos industrializados e de todas as despesas cobradas do adquirente;

Na aquisição, em licitação promovida pelo Poder Público, de mercadoria ou bem importados do exterior apreendidos ou abandonados, a base de cálculo do ICMS engloba o II, o IPI e todas as outras despesas cobradas do adquirente.

Informação importante: No fornecimento de máquina, aparelho, equipamento, conjunto industrial ou outras mercadorias, como tapete, cortina, papel de parede, vidro, lambris e outros, cuja alienação esteja vinculada à respectiva montagem, instalação, colocação ou operação similar, a base de cálculo do imposto compreende, também, o valor da montagem, instalação, colocação ou operação similar, salvo disposição expressa em contrário. RESUMINDO: na venda de equipamento instalado, a instalação faz parte da base de cálculo do ICMS.

Na alienação de bem que tenha sido objeto de arrendamento mercantil, a base de cálculo é o valor residual, ou seja, é aquele que ainda não tenha sido pago até o momento da venda (é o valor que falta ser pago).

RICMS-RJ – a respeito da Base de Cálculo

Art. 4.º A base de cálculo é: (análogo ao artigo 13 da LC 87/96)

I - no caso dos incisos I, XIII e XIV, do artigo 3.º, o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;

II - no caso do inciso II, do artigo 3.º, o valor acrescido relativo à industrialização, abrangendo mão-de-obra, insumos aplicados e despesas cobradas do encomendante;

III - no caso do inciso III, do artigo 3.º, o valor total da operação, compreendendo o fornecimento da mercadoria e a prestação do serviço;

IV - no caso do inciso IV, do artigo 3.º:

1. o valor total da operação, na hipótese do item 1;

2. o valor da mercadoria fornecida ou empregada, na hipótese do item 2;

V - no caso do inciso V, do artigo 3.º, a soma das seguintes parcelas:

1. o valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação, observado o disposto no artigo 11;

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2. imposto de importação;

3. imposto sobre produtos industrializados;

4. imposto sobre operações de câmbio;

5. quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras, assim entendidos os valores pagos ou devidos à repartição alfandegária até o momento do desembaraço da mercadoria, tais como taxas e os decorrentes de diferenças de peso, erro na classificação fiscal ou multa por infração;

VI - no caso do inciso VI, do artigo 3.º, o valor da operação de que decorrer a entrada da mercadoria, sendo o imposto a pagar resultante da aplicação, sobre a base de cálculo, do percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

VII - no caso do inciso VII, do artigo 3.º, o valor da prestação do serviço, sendo o imposto a pagar resultante da aplicação, sobre a base de cálculo, do percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

VIII - no caso do inciso VIII, do artigo 3.º, o valor da operação, acrescido do valor dos impostos sobre importação e produtos industrializados e de todas as despesas cobradas do adquirente;

IX - no caso dos incisos IX e X, do artigo 3.º, o preço do serviço; (serviços de transportes)

X - no caso dos incisos XI e XII, do artigo 3.º, o valor da prestação do serviço, acrescido, se for o caso, de todos os encargos relacionados com a sua utilização; (importações de serviços)

XI - no caso do inciso XV, do artigo 3.º, o valor da operação de que decorrer a entrada; ( na entrada em território do Estado de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrente de operações interestaduais.)

XII - no caso dos §§ 2.º e 3.º, do artigo 3.º, o valor do custo de aquisição mais recente acrescido de 50% (cinqüenta por cento). (trata-se da mercadoria que sobra no encerramento de atividade de estabelecimento e da saída presumida de mercadoria entrada em estabelecimento sem o devido documento fiscal)

§ 1.º No fornecimento de máquina, aparelho, equipamento, conjunto industrial ou outras mercadorias, como tapete, cortina, papel de parede, vidro, lambris e outros, cuja alienação esteja vinculada à respectiva montagem, instalação, colocação ou operação similar, a base de cálculo do imposto compreende, também, o valor da montagem, instalação, colocação ou operação similar, salvo disposição expressa em contrário.

§ 2.º Sendo desconhecido o valor dos impostos federais mencionados no inciso V, o imposto correspondente a essas parcelas será recolhido na forma e no prazo definidos pela Secretaria de Estado de Fazenda e Controle Geral.

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§ 3.º Na alienação de bem objeto de arrendamento mercantil, o imposto será calculado com base no valor residual do bem.

§ 4.º Na hipótese do parágrafo anterior, o arrendante poderá se creditar da parcela do imposto destacado no documento fiscal referente à entrada do bem em seu estabelecimento, correspondente à proporção entre o valor residual e o valor total do bem.

Já discutimos que a base de cálculo do ICMS engloba o valor do próprio imposto. O destaque do ICMS na nota tem como objetivo facilitar o controle do tributo

Já discutimos, mas o tema é muito importante e vamos repetir.

Seguro, juro ou qualquer outra importância paga para o vendedor fazem parte da base de cálculo do ICMS.

ATENÇÃO: se o comprador de uma mercadoria contratar um transporte para buscá-la somado a um seguro, nesse caso, o frete e o seguro não farão parte da base de cálculo do ICMS.

Contudo, se o próprio vendedor (ou um estabelecimento interdependente) entrega a mercadoria e faz um seguro para o percurso, então, todos os valores (que certamente serão suportados pelo comprador) farão parte da base de cálculo do ICMS.

Atenção para os critérios de interdependência:

1. uma delas, por si, seus sócios ou acionistas e respectivos cônjuges e filhos menores, for titular de mais de 50% (cinqüenta por cento) do capital da outra;

2. uma mesma pessoa fizer parte de ambas, na qualidade de diretor ou sócio com funções de gerência, ainda que exercidas sob outra denominação;

3. uma tiver vendido ou consignado à outra, no ano anterior, mais de 20% (vinte por cento), no caso de distribuição com exclusividade em determinada área do território nacional, e mais de 50% (cinqüenta por cento), nos demais casos, do volume das vendas dos produtos tributados de sua fabricação, importação ou arrematação;

4. uma delas, por qualquer forma ou título, for a única adquirente de um ou de mais de um dos produtos industrializados, importados ou arrematados pela outra, ainda quando a exclusividade se refira apenas à padronagem, marca ou tipo do produto;

5. uma vender à outra, mediante contrato de participação ou ajuste semelhante, produto tributado que tenha fabricado, importado ou arrematado.

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RICMS-RJ – a respeito da Base de Cálculo

Art. 5.º Integra a base do cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V, do artigo 4.º: (análogo ao § 1o do artigo 13 da LC 87/96)

I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle;

II - o valor correspondente a:

1. seguro, juro e qualquer importância paga, recebida ou debitada, bem como descontos concedidos sob condição;

2. frete, quando o transporte for efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem, e seja cobrado em separado.

§ 1.º REVOGADO

§ 2.º Quando o frete for cobrado por estabelecimento pertencente ao mesmo titular do estabelecimento remetente da mercadoria ou por empresa interdependente, na hipótese em que exceda o nível normal do preço em vigor, no mercado local, para serviço semelhante, constante de tabela elaborada pelo órgão competente, o valor excedente é havido como parte do preço da mercadoria.

§ 3.º Consideram-se interdependentes duas empresas quando:

1. uma delas, por si, seus sócios ou acionistas e respectivos cônjuges e filhos menores, for titular de mais de 50% (cinqüenta por cento) do capital da outra;

2. uma mesma pessoa fizer parte de ambas, na qualidade de diretor ou sócio com funções de gerência, ainda que exercidas sob outra denominação;

3. uma tiver vendido ou consignado à outra, no ano anterior, mais de 20% (vinte por cento), no caso de distribuição com exclusividade em determinada área do território nacional, e mais de 50% (cinqüenta por cento), nos demais casos, do volume das vendas dos produtos tributados de sua fabricação, importação ou arrematação;

4. uma delas, por qualquer forma ou título, for a única adquirente de um ou de mais de um dos produtos industrializados, importados ou arrematados pela outra, ainda quando a exclusividade se refira apenas à padronagem, marca ou tipo do produto;

5. uma vender à outra, mediante contrato de participação ou ajuste semelhante, produto tributado que tenha fabricado, importado ou arrematado.

Resuminho - Fazem parte da Base de cálculo do ICMS:

1 - seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, descontos concedidos sob condição, bem como o valor de mercadorias dadas em

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bonificação;

2 - frete, mesmo se cobrado em separado, relativo a transporte intramunicipal1, intermunicipal ou interestadual, realizado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem; (observe que o frete integra a base de cálculo do ICMS quando cobrado pelo próprio remetente)

3 - o montante do Imposto sobre Produtos Industrializados, salvo quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos;

4 - o valor do Imposto sobre Produtos Industrializados incidente na operação de que tiver decorrido a entrada da mercadoria no estabelecimento, quando esta, recebida para fins de comercialização ou industrialização, for posteriormente destinada a consumo ou a ativo imobilizado do estabelecimento;

5 - a importância cobrada a título de montagem e instalação, nas operações com máquina, aparelho, equipamento, conjunto industrial e outro produto, de qualquer natureza, quando o estabelecimento remetente ou outro do mesmo titular tenha assumido contratualmente a obrigação de entregá-lo montado para uso, observado o disposto no artigo 126. (observe que a montagem e instalação, quando prestados por outras pessoas, fará incidir o ISS – apenas quando a compra tiver ocorrido em relação ao “produto instalado” o valor integrará a Base de Cálculo do ICMS)

IPI versus ICMS:

Já vimos o tema na aula demo. Contudo, devido à sua importância absurda, vamos repetir.

Em regra, o ICMS incide sobre o IPI. Contudo, quando uma mercadoria é transacionada entre contribuintes e, cumulativamente, a operação configurar fato gerador dos dois impostos, o IPI não fará parte da base de cálculo do ICMS. Ou seja, o ICMS não incidirá sobre o IPI.

Como a administração tributária deve proceder, em uma fiscalização, quando os valores de operações forem desconhecidos (lembre-se, para se lavrar um auto de infração, é necessário conhecer a base de cálculo do imposto)?

Resposta:

• caso o remetente seja produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia, a base de cálculo é o preço corrente da mercadoria, ou de sua similar, no mercado atacadista do local da operação, ou, na sua falta, no mercado atacadista regional;

1 ATENÇÃO – o transporte intra municipal é FG do ISS (de compêtencia municipal). No entanto, se o frete for realizado pelo próprio remetente da mercadoria, ele fará parte da base de cálculo do ICMS (mesmo que o transporte seja intramunicipal e que dê ensejo ao ISS).

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• caso o remetente seja industrial, a base de cálculo é o preço FOB à vista;

• caso o remetente seja comerciante, a base de cálculo é o preço FOB comercial à vista.

Em se tratando da aplicação do preço FOB à vista, adota-se:

• primeiramente, o preço cobrado na operação mais recente;

• em seguida, não se conhecendo o preço da operação mais recente, o preço corrente da mercadoria ou de seu similar no mercado atacadista do local da operação ou, na falta deste, no mercado atacadista regional, caso o remetente não tenha efetuado venda de mercadoria

Se esses critérios não forem suficientes para a determinação da base de cálculo, valem as regras referentes às transferências de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo titular.

RICMS-RJ – a respeito da Base de Cálculo

Art. 6.º Não integra a base de cálculo do ICMS o montante do imposto federal sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador de ambos os impostos.

Parágrafo único - Excetuada a hipótese prevista neste artigo, o valor do IPI integra a base de cálculo do ICMS.

Art. 7.º Na falta de valor a que se refere o inciso I, do artigo 4.º, ressalvado o disposto nos artigos 8.º e 9.º, a base de cálculo é:

I - o preço corrente da mercadoria, ou de sua similar, no mercado atacadista do local da operação, ou, na sua falta, no mercado atacadista regional, caso o remetente seja produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia;

II - o preço FOB estabelecimento industrial à vista, caso o remetente seja industrial;

III - o preço FOB estabelecimento comercial à vista, nas vendas a outros comerciantes ou industriais, caso o remetente seja comerciante.

§ 1.º Para a aplicação dos incisos II e III, adotar-se-á, sucessivamente:

1. o preço efetivamente cobrado pelo remetente na operação mais recente;

2. o preço corrente da mercadoria ou de seu similar no mercado atacadista do local da operação ou, na falta deste, no mercado atacadista regional, caso o remetente não tenha efetuado venda de mercadoria.

§ 2.º Na hipótese do inciso III, caso o estabelecimento remetente não efetue venda a outros comerciantes ou industriais ou, em qualquer caso, não haja mercadoria similar, a base de cálculo será equivalente a 75% (setenta e cinco por cento) do

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preço de venda corrente no varejo, observado o disposto no parágrafo anterior.

§ 3.º Caso o estabelecimento remetente não tenha efetuado ainda venda da mercadoria de que trata este artigo, aplica-se a regra contida no artigo 8.º.

FGV - 2010 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

12 - Sociedade empresária "X" importou da França uma máquina para seu ativo permanente. O preço constante dos documentos de importação foi de US$ 1.000,00. A importadora suportou as seguintes despesas:

I. US$ 100,00 de imposto de importação, à taxa de câmbio de R$ 2,00;

II. II. R$ 250,00 de IPI;

III. R$ 50,00 de despesas aduaneiras diversas;

IV. R$ 40,00 de frete pelo transporte do porto até seu estabelecimento.

O pagamento da máquina ao exportador estrangeiro foi feito ao câmbio de R$ 2,10 e a alíquota do ICMS aplicável na importação foi de 18%. Assinale a alternativa que indique corretamente a base de cálculo do ICMS.

a) igual a R$ 2.600,00

b) inferior a R$ 2.500,00

c) igual a R$ 2.540,00

d) igual a R$ 2.500,00

e) superior a R$ 3.000,00

Todos esses custos, exceto o frete do porto até o estabelecimento (o frete ocorre depois do desembaraço aduaneiro), fazem parte da Base de Cálcuo do ICMS.

O câmbio utilizado para a incidência tributária é o corrente para o dia do desembaraço aduaneiro. Assim, a base de cálculo será:

- Equipamento: 1000 . 2 = 2000 (atenção: usamos o câmbio da data do desembaraço aduaneiro – é o mesmo da incidência do IPI).

- Imposto de importação: 100 . 2 = 200

- Despesas aduaneiras: 50

Total: 2000 + 200 + 50 = 2.500 reais

ATENÇÃO: O ICMS faz parte da sua própria base de cálculo. Por isso, quem

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arriscar diretamente a alternativa D vai errar.

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GABARITO: E

O artigo 8o do RICMS-RJ determina qual deve ser a base de cálculo na saída de mercadoria para estabelecimento do mesmo titular.

Antes de tudo, você deve saber que o STJ já sumulou o tema:

Súmula 166 - STJ

NÃO CONSTITUI FATO GERADOR DO ICMS O SIMPLES DESLOCAMENTO DE MERCADORIA DE UM PARA OUTRO ESTABELECIMENTO DO MESMO CONTRIBUINTE.

Professor, incide ou não incide ICMS no deslocamento de mercadoria entre estabelecimentos do mesmo titular?

Oras, essa é uma pergunta cuja resposta dependerá de como a sua banca formular a questão. De acordo com o STJ, a resposta é não (não incide o ICMS). Contudo, de acordo com a Lei Kandir e o RICMS-RJ, ocorre a incidência.

Fiz um vídeo a respeito desse tema:

http://youtu.be/uNQWo2GWHIE

No vídeo acima, explico o motivo pelo qual entendo ser salutar que o ICMS incida nas transferências de mercadorias entre estabelecimentos dos mesmos titulares.

Mas, enfim, qual deve ser a base de cálculo escolhida para a incidência do imposto nas transferências de mercadorias entre estabelecimentos dos mesmos titulares?

Quando o destinatário estiver em outro estado da federação (observe que o Estado do RJ garante o mínimo do imposto nessa situação):

1. o preço de aquisição mais recente, quando o remetente for estabelecimento comercial;

2. o valor de custo da mercadoria produzida, assim entendido a soma da matéria-prima, material secundário, mão-de-obra e acondicionamento, quando o remetente for estabelecimento industrial;

Quando o estabelecimento destinatário estiver localizado no próprio Estado, a base de cálculo é o preço médio praticado nas vendas a outros contribuintes.

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RICMS-RJ – a respeito da Base de Cálculo

Art. 8.º Para efeito de fixação da base de cálculo, na saída de mercadoria para estabelecimento do mesmo titular, deve ser observado o seguinte:

I - destinatário localizado em outra unidade da Federação:

1. o preço de aquisição mais recente, quando o remetente for estabelecimento comercial;

2. o valor de custo da mercadoria produzida, assim entendido a soma da matéria-prima, material secundário, mão-de-obra e acondicionamento, quando o remetente for estabelecimento industrial;

II - destinatário localizado no Estado: o preço médio praticado nas vendas a outros contribuintes.

§ 1.º Para os efeitos do inciso II, no cálculo do preço a ser atribuído à mercadoria destinada a estabelecimento do mesmo titular ou de empresa interdependente, quando a saída subseqüente for beneficiada por não incidência, isenção ou redução da base de cálculo, será observada uma das seguintes situações:

1. preço praticado pela empresa com comprador não considerado interdependente; ou

2. na falta do preço a que se refere o item anterior:

a) preço praticado entre outras empresas, não consideradas interdependentes, com mercadorias idênticas ou similares, ou

b) a média aritmética dos preços de revenda dos bens ou direitos, diminuídos dos descontos incondicionais concedidos, dos impostos e contribuições incidentes sobre as vendas, das comissões e corretagens pagas e da margem de lucro de 20% (vinte por cento), calculada sobre o custo apurado; ou

c) o custo médio de produção dos bens e serviços acrescido dos impostos, dos valores correspondentes a frete e carreto, seguro e outros encargos transferíveis ao destinatário, adicionado da parcela resultante da aplicação, sobre o referido montante, de percentual de 20% (vinte por cento).

§ 2.º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior quando a atividade do adquirente não for sujeita ao ICMS.

§ 3.º Para efeito do § 1.º, aplica-se o disposto no § 3.º, do artigo 5.º.

§ 4.º Admitir-se-ão margens de lucro diversas das estabelecidas no item 2, do § 1.º, desde que o contribuinte as comprove com base em publicações técnicas, pesquisas e estudos fundamentados ou relatórios elaborados por órgãos oficiais.

§ 5.º As publicações técnicas, relatórios, pesquisas e estudos fundamentados a que se refere o parágrafo anterior poderão ser desqualificados mediante ato do Secretário de Estado de Fazenda e Controle Geral, quando considerados inidôneos ou

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inconsistentes.

§ 6.º Para os efeitos do inciso II, do caput, quando a saída subseqüente for tributada e o estabelecimento remetente não realizar venda a outros contribuintes, adotar-se-á a base de cálculo prevista nos itens 1 e 2, do inciso I, do caput, conforme o caso.

Sempre que o valor de uma negociação for reajustado, as diferenças aplicadas geram também a incidência do ICMS sobre a diferença de valor.

Qual é o motivo disso? Resposta: se fosse diferente, teríamos um método muito efetivo de elisão fiscal. Para pagar menos imposto, bastaria negociar por um valor e, em seguida, reajustar o valor negociado.

Em se tratando de reajusta de preços para baixo, os valores recolhidos a título de ICMS são estornados.

RICMS-RJ – a respeito da Base de Cálculo

Art. 9.º Na operação de circulação de mercadoria ou na prestação de serviço entre estabelecimentos de contribuintes diferentes, caso haja reajuste do valor depois da remessa ou da prestação, a diferença fica sujeita ao imposto no estabelecimento do remetente ou do prestador.

Parágrafo único - Para os fins previstos neste artigo, será observado o seguinte:

1. no caso de reajuste realizado em virtude de prévio contrato escrito, de que decorra acréscimo do valor da operação:

a) a diferença de imposto é calculada pela aplicação da alíquota vigente na data da efetiva saída da mercadoria sobre o preço reajustado, deduzindo-se o valor pago anteriormente;

b) o débito do imposto, calculado nos termos da alínea anterior, será lançado no período de apuração em que ocorrer o reajuste;

2. não se tratando de reajuste decorrente de prévio contrato escrito, a diferença do imposto será considerada devida desde a data da saída efetiva da mercadoria e, se já vencido o prazo de pagamento correspondente, recolhida com os acréscimos legais cabíveis;

3. no caso de reajuste de que decorra diminuição do valor da operação, observar-se-ão, para efetivação do estorno próprio, os critérios previstos nos itens 1 e 2, no que couber.

Em se tratando de lançamento tributário relativo a prestações de serviços, o valor da base de cálculo será o valor corrente do serviço.

De acordo com o artigo 143 do CTN, “salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do

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dia da ocorrência do fato gerador da obrigação” (trata-se do dia do desembaraço aduaneiro).

Na legislação fluminense não é diferente. O preço de importação é convertido em moeda nacional pela mesma taxa de câmbio utilizada no cálculo do imposto de importação (que deve ocorrer na data do desembaraço aduaneiro), sem qualquer acréscimo ou devolução posterior se houver variação da taxa de câmbio até o pagamento efetivo do preço.

Se o preço declarado pelo importador for inferior ao de mercado, “o Secretário de Estado de Fazenda e Controle Geral pode determinar, em ato normativo, que a base de cálculo do imposto seja o preço corrente da mercadoria ou, na sua falta, o preço de produção ou de aquisição mais recente, acrescido de percentual de margem de valor agregado”. Na verdade, essa atribuição já foi delegada às autoridades tributárias, que decidem sobre o tema sem a necessidade de interveniência do secretário.

É possível ao importador comprovar o valor pago quando discordar do valor atribuído ao fisco para a sua importação.

RICMS-RJ – a respeito da Base de Cálculo

Art. 10. Na prestação sem preço determinado, a base de cálculo do imposto é o valor corrente do serviço.

Art. 11. O preço de importação expresso em moeda estrangeira será convertido em moeda nacional pela mesma taxa de câmbio utilizada no cálculo do imposto de importação, sem qualquer acréscimo ou devolução posterior se houver variação da taxa de câmbio até o pagamento efetivo do preço.

Parágrafo único - Na hipótese da mercadoria proveniente do exterior estar desonerada do imposto de importação, a conversão em moeda nacional se fará com base na taxa de câmbio vigente na data do desembaraço aduaneiro.

Art. 12. Quando o preço declarado pelo contribuinte for inferior ao de mercado, o Secretário de Estado de Fazenda e Controle Geral pode determinar, em ato normativo, que a base de cálculo do imposto seja o preço corrente da mercadoria ou, na sua falta, o preço de produção ou de aquisição mais recente, acrescido de percentual de margem de valor agregado.

§ 1.º Havendo discordância em relação ao valor fixado, cabe ao contribuinte comprovar a exatidão do valor por ele declarado, que prevalecerá como base de cálculo.

§ 2.º Na operação interestadual, a aplicação do disposto neste artigo depende de celebração de acordo com o Estado envolvido na operação, para estabelecer os critérios e a fixação da base de cálculo.

Quando mercadoria adentra o estado sem destinatário certo, o ICMS deve ser recolhido antecipadamente.

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Nesse caso, qual é a base de cálculo?

• É o próprio preço quando se tratar de mercadoria com preço final de venda no varejo fixado pelo remetente ou por órgão federal competente.

• Nos demais casos, é o valor constante do documento fiscal de remessa (inclusive o imposto sobre produtos industrializados, se incidente na operação), acrescido de 50% (que é a margem presumida de lucro).

ATENÇÃO: quando já houver recolhimento de ICMS em outra fase da cadeia, os valores são creditados.

RICMS-RJ – a respeito da Base de Cálculo

Art. 13. Em operação realizada com mercadoria trazida por contribuinte de outro Estado sem destinatário certo neste Estado, o imposto deve ser recolhido antecipadamente, tomando-se como base de cálculo:

I - o referido preço, quando se tratar de mercadoria com preço final de venda no varejo fixado pelo remetente ou por órgão federal competente;

II - o valor constante do documento fiscal de remessa (inclusive o imposto sobre produtos industrializados, se incidente na operação), acrescido de 50% (cinqüenta por cento), nos demais casos.

Parágrafo único - Nas hipóteses deste artigo, é admitida a compensação do imposto pago no Estado de origem, respeitado o limite resultante da aplicação da alíquota interestadual sobre a base de cálculo relativa à remessa.

FGV - 2009 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

13 - Com relação à base de cálculo do ICMS, assinale a afirmativa incorreta.

a) Fornecimento de alimentação e bebida em bares, restaurantes e estabelecimentos similares. Base de cálculo = valor total da operação (fornecimento e serviços).

b) Fornecimento de mudas de plantas pelo prestador de serviço de florestamento e reflorestamento. Base de cálculo = preço corrente da mercadoria fornecida.

c) Mercadoria constante do estoque final, na data do encerramento da atividade do estabelecimento. Base de cálculo = valor do custo de aquisição mais recente, acrescido de 50% (cinquenta por cento).

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d) Importação de mercadorias. Base de cálculo = soma das seguintes parcelas: valor das mercadorias + valor do imposto de importação e do IPI + imposto sobre operação de câmbio + quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras, assim entendidos os valores pagos ou devidos à repartição alfandegária até o momento do desembaraço da mercadoria.

e) Entrada no território do estado do Rio de Janeiro de petróleo, inclusive combustíveis e lubrificantes, destinado ao consumo pelo comprador, decorrente de operações interestaduais. Base de cálculo = valor da operação de que decorrer a entrada.

A. Correto. RICMS – art. 4o, III – O total da operação é a base de cálculo do ICMS no fornecimento de alimentação.

B. Incorreto. O RICMS não prevê a incidência do ICMS no fornecimento de mudas pelo prestador de serviços de florestamento e reflorestamento. Na verdade, essa incumbência caberia à LC 116/2003, que não determina a incidência do imposto estadual nessa hipótese (serviço 7.16).

C. Correto. RICMS, art. 4o, XII. No término das atividades, presume-se que o estoque tenha sido vendido com uma margem de lucro de 50%.

D. Correto. Todos os custos da importação que ocorrerem até o desembaraço aduaneiro fazem parte da base de cálculo do ICMS.

E. Correto. Na entrada de “petróleo, inclusive combustíveis e lubrificantes, destinado ao consumo pelo comprador”, a base de cálculo é o valor da operação de entrada.

GABARITO: B

2.5.2 Elementos Quantificadores - Alíquota – disposições locais:

Certamente sua banca não esperará que você decore todas as alíquotas do ICMS. Você deverá, entretanto saber que (vamos ao mais importante):

• A alíquota padrão é 18% (alíquota que se aplica, inclusive, ao serviço prestado no exterior e às operações interestaduais que se destinem a não contribuintes do imposto);

• As alíquotas interestaduais são 7% (quando o destino for um Estado do Norte, Nordeste, Centro-Oeste ou Espírito Santo) ou 12% (quando o destinatário estiver em outros Estados);

Energia elétrica:

1. 18% (dezoito por cento), até o consumo de 300 quilowatts/hora mensais;

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2. 25% (vinte e cinco por cento), quando acima do consumo estabelecido no item anterior, uniformemente aplicada sobre todo o consumo verificado;

Isenção para o consumo residencial de energia elétrica:

1. até a faixa de consumo de 50 (cinqüenta) quilowatts/hora mensais e

2. até a faixa de consumo de 200 (duzentos) quilowatts hora/mensais, quando gerada por fonte termoelétrica em sistema isolado.

Supérfluos - alíquotas de 37% (importações ou operações destinadas a consumidores finais):

1. arma e munição, suas partes e acessórios;

2. perfume e cosmético;

3. bebida alcoólica, exceto cerveja, chope e aguardente de cana e de melaço;

4. peleteria e suas obras e peleteria artificial (peleteria refere-se a mercadorias feitas com peles de animais);

5. embarcações de esporte e de recreio;

Nota - As operações com perfume e cosmético, bebida alcoólica, exceto cerveja, chope e aguardente de cana e de melaço, e embarcação de esporte e de recreio têm sua base de cálculo reduzida de forma que a carga tributária incidente seja equivalente à 25% (vinte e cinco por cento).

Serviços de comunicação: 25%.

Arroz, feijão, pão, sal e óleo diesel: 12%.

Obviamente, você não precisa conhecer todas as alíquotas. Não custa, contudo, dar uma lida rápida (vai que....).

RICMS-RJ – Alíquotas

Art. 14. A alíquota do imposto é:

I - em operação ou prestação interna: 18% (dezoito por cento);

II - em operação ou prestação interestadual que destine bem ou serviço a consumidor final não contribuinte: 18% (dezoito por cento);

III - em operação ou prestação interestadual quando o destinatário for contribuinte do imposto localizado:

1. nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Estado do Espírito Santo: 7% (sete por cento);

2. nas demais regiões: 12% (doze por cento);

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IV - em operação de importação, na prestação de serviço que se inicie no exterior ou quando o serviço seja prestado no exterior: 18% (dezoito por cento);

V - no caso dos incisos VI e VII, do artigo 3.º, a diferença entre a alíquota interna deste Estado e a interestadual;

VI - nas operações com energia elétrica:

1. 18% (dezoito por cento), até o consumo de 300 quilowatts/hora mensais;

2. 25% (vinte e cinco por cento), quando acima do consumo estabelecido no item anterior, uniformemente aplicada sobre todo o consumo verificado;

Nota - O fornecimento para consumo residencial de energia elétrica é isento do ICMS, nos seguintes casos:

1. até a faixa de consumo de 50 (cinqüenta) quilowatts/hora mensais e

2. até a faixa de consumo de 200 (duzentos) quilowatts hora/mensais, quando gerada por fonte termoelétrica em sistema isolado.

VII - em operação interna, interestadual destinada a consumidor final não contribuinte, e de importação, com os produtos abaixo especificados: 37% (trinta e sete por cento);

1. arma e munição, suas partes e acessórios;

2. perfume e cosmético;

3. bebida alcoólica, exceto cerveja, chope e aguardente de cana e de melaço;

4. peleteria e suas obras e peleteria artificial;

5. embarcações de esporte e de recreio;

Nota - As operações com perfume e cosmético, bebida alcoólica, exceto cerveja, chope e aguardente de cana e de melaço, e embarcação de esporte e de recreio têm sua base de cálculo reduzida de forma que a carga tributária incidente seja equivalente à 25% (vinte e cinco por cento).

VIII - na prestação de serviço de comunicação:

1. 37% (trinta e sete por cento) - até 31/12/1998;

2. 36% (trinta e seis por cento) - de 01/01/1999 a 31/03/1999;

3. 35% (trinta e cinco por cento) - de 01/04/1999 a 30/06/1999;

4. 33% (trinta e três por cento) - de 01/07/1999 a 30/09/1999;

5. 31% (trinta e um por cento) - de 01/10/1999 a 31/12/1999;

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6. 28% (vinte e oito por cento) - de 01/01/2000 a 31/03/2000;

7. 25% (vinte e cinco por cento) - a partir de 01/04/2000;

IX - em operações com produtos de informática e automação, que estejam beneficiadas com redução do Imposto sobre Produtos Industrializados e sejam fabricados por estabelecimento industrial que atenda ao disposto no artigo 4.º, da Lei Federal n.º 8.248/91: 7% (sete por cento), estornando-se o crédito superior a 7% (sete por cento), obtido na operação anterior, seja operação interna ou interestadual;

X - em operação com arroz, feijão, pão e sal: 12% (doze por cento);

XI - em operação com gado, ave e coelho, bem como os produtos comestíveis resultantes de sua matança, em estado natural, resfriado ou congelado: 12% (doze por cento);

XII - no fornecimento de alimentação, incluídos os serviços prestados, promovido por restaurante, lanchonete, bar, café e similares: 12% (doze por cento);

XIII - em operação com óleo diesel: 12% (doze por cento);

XIV - no fornecimento de energia elétrica para cooperativas de eletrificação rural e sua distribuição para produtor rural, assim entendido aquele que mantenha exploração agrícola ou pastoril e esteja inscrito no Cadastro Geral de Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro - CADERJ: 12% (doze por cento);

XV - em operação com máquina, aparelho, equipamento e veículo, destinado à implantação, ampliação e modernização ou relocalização de unidades industriais ou agro-industriais, e visem à incorporação de novas tecnologias, à desconcentração industrial, à defesa do meio ambiente, à segurança e saúde do trabalhador e à redução das disparidades regionais: 12% (doze por cento);

XVI - em operação com material ou equipamento especializado para pessoas portadoras de deficiência física e medicamentos para os doentes renais crônicos e transplantados: 7% (sete por cento), estornando-se o crédito superior a 7% (sete por cento), obtido na operação anterior, seja operação interna ou interestadual;

XVII - em operação com cerveja e chope: 20% (vinte por cento);

XVIII - em operação com refrigerante: 20% (vinte por cento);

XIX - em operação com cigarro, charuto, cigarrilha, fumo e artigo correlato: 35% (trinta e cinco por cento);

Nota - As operações com as mercadorias de que trata esse inciso têm sua base de cálculo reduzida de forma que a carga tributária incidente seja equivalente à 25% (vinte e cinco por cento).

XX - em operação com gasolina, álcool carburante e querosene de aviação: 30% (trinta por cento).

Nota - As operações internas com querosene de aviação (QAV) têm sua base de

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cálculo reduzida de forma que a carga tributária incidente seja equivalente a 20% (vinte por cento).

§1.º Para efeito do disposto no inciso VII, deste artigo, considera-se:

1. perfume: todo o produto classificado no código 33.03.00.10 da NBM/SH;

2. cosmético: os produtos classificados nos códigos da NBM/SH, a seguir enumerados:

a) maquilagem para os lábios: 33.04.10.00 (exceto batom e brilho para os lábios);

b) maquilagem para os olhos:

b1) 33.04.20.10 - sombra, delineador, lápis de sobrancelha e rímel;

b2) 33.04.20.90 - outros;

c) preparações para manicuros e pedicuros: 33.04.30.00 - esmalte para unhas, pós para unhas, dissolvente de esmalte para unhas, outros;

d) outros: 3304.99.10 - cremes de beleza e cremes nutritivos, inclusive geléia real, cremes e loções tônicas;

e) preparados capilares:

e1) 3305.20.00 - preparações para ondulação ou alisamento, permanentes, dos cabelos;

e2) 3305.30.00 - laquês para o cabelo;

e3) 3305.90.00 - condicionador; tinturas e descolorantes para o cabelo, fixadores para os cabelos, exceto os laquês, outros;

f) pós, incluídos os compactos: 33.04.91.00 - outros (pós).

§ 2.º A adoção da alíquota prevista no inciso XV, deste artigo fica subordinada à prévia aprovação da Secretaria de Estado de Fazenda e Controle Geral, segundo regulamentação específica.

§ 3.º O disposto no inciso XV, combinado com o § 2.º, também se aplica nas operações efetuadas pelos estabelecimentos situados nos Municípios de Itaguaí, Mangaratiba, Seropédica, Paracambi, Japeri, Piraí, Queimados, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Vassouras, Nova Iguaçu, no Distrito de Conrado, em Miguel Pereira e atuais regiões administrativas de Campo Grande e Santa Cruz, no Município do Rio de Janeiro que, de qualquer forma, utilizem ou sejam geradas em função da utilização dos serviços do Porto de Sepetiba.

§ 4.º Considera-se operação interna:

1.- aquela em que remetente e destinatário estejam situados neste Estado;

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2.- o recebimento, pelo importador, de mercadoria proveniente do exterior.

§ 5.º Na hipótese do inciso II, caso a mercadoria seja tributada em operação interna pela aplicação de alíquota inferior a 18%, adotar-se-á a alíquota efetivamente praticada nessa operação.

2.6 Isenções

As isenções, reduções de base de cálculo e quaisquer outros benefícios fiscais são concedidos e revogados nos termos de convênios celebrados conforme estabelecido na LC 24/75 (o assunto foi tema da 1a aula).

Há benefícios fiscais (não apenas isenções) que dependem de determinadas condições. O imposto é sempre devido na integralidade a partir do momento em que essas condições deixam de ser respeitadas e que houver a ocorrência do fato gerador.

Regra que vale para qualquer legislação tributária local (estadual ou municipal) a isenção não importa dispensa do cumprimento das obrigações acessórias (ver os parágrafos únicos dos artigos 151 e 175 do CTN).

Isenções de caráter subjetivo – são aquelas que são ofertadas a determinadas pessoas, sempre em consequência de uma característica pessoal. Para que sejam válidas, a pessoa isenta deve ser contribuinte (a isenção não vale se a pessoa isenta for a responsável).

Dúvidas para diferenciar contribuinte de responsável? Volte ao artigo 121 do CTN.

RICMS-RJ – Isenções

Art. 48. As isenções serão concedidas ou revogadas nos termos de convênios celebrados e Poder Executivo, conforme o estabelecido em lei complementar federal.

Parágrafo único - O disposto neste artigo também se aplica à redução de base de cálculo, à concessão de crédito presumido ou a quaisquer outros incentivos e favores fiscais.

Art. 49. Quando a isenção depender de condição, não sendo esta satisfeita, o imposto será considerado devido no momento em que ocorreu a operação ou a prestação.

Parágrafo único - Nas hipóteses previstas neste artigo, o imposto será cobrado pelo seu valor monetariamente corrigido, com os acréscimos cabíveis.

Art. 50. A outorga de isenção não importa em dispensa do cumprimento de obrigação acessória dependente da obrigação principal.

Art. 51. A isenção de caráter subjetivo só exclui o crédito tributário quando o seu titular estiver na situação de contribuinte.

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2.7 Da suspensão

Suspensão do imposto é apenas o direito de se postergar seu recolhimento.

ATENÇÃO: suspensão não é benefício fiscal, por isso não depende de convênio entre Estados.

Assim, a mercadoria destinada a conserto, reparo ou industrializaçãonão sofre de imediato a tributação, que só ocorre em momento posterior.

Não se aplica à saída do Estado das seguintes mercadorias: sucatas e produtos primários de origem animal ou vegetal (essa regra comporta exceção para as hipóteses em que existirem acordos com outros Estados).

A saída para demonstração é também hipótese de suspensão do imposto. Tal suspensão pode ser interrompida pela negociação da mercadoria (nesse caso, ocorre imediatamente a incidência do ICMS – “o implemento da condição a que está subordinada a suspensão resolve a respectiva obrigação – art. 53”). Caso a mercadoria não retorne no prazo de 30 dias, tem-se também a incidência imediata do ICMS.

RICMS-RJ

Art. 52. Sem prejuízo de outras hipóteses expressamente previstas neste regulamento, gozam de suspensão do imposto:

I - a saída e o respectivo retorno de mercadoria destinada a conserto, reparo ou industrialização;

II - a saída e o respectivo retorno de mercadoria para fim de demonstração, quando o destinatário estiver localizado neste Estado e revestir a qualidade de contribuinte do imposto, excluída a saída de mostruário e a remessa para estabelecimento do mesmo titular ou de terceiro, para fim de simples exposição.

§ 1.º A suspensão a que se refere o inciso I:

1. não se aplica à saída para fora do Estado de sucata e produto primário de origem animal ou vegetal, salvo se a remessa e o retorno se fizerem nos termos de acordo entre o Estado do Rio de Janeiro e demais Estados interessados;

2. é condicionada ao retorno da mercadoria ao estabelecimento de origem no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data da respectiva saída, prorrogável por mais 180 (cento e oitenta) dias, pela repartição fiscal, a requerimento do interessado, admitindo-se, excepcionalmente, uma segunda prorrogação de igual prazo.

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§ 2.º A suspensão de que trata o inciso II é condicionada ao retorno da mercadoria ao estabelecimento de origem, no prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por até igual período, a critério da repartição fiscal.

Art. 53. O implemento da condição a que está subordinada a suspensão resolve a respectiva obrigação.

Art. 54. Não se verificando a condição ou o requisito que legitima a suspensão, torna-se exigível o imposto com base na data da respectiva saída da mercadoria, corrigido monetariamente e com os acréscimos cabíveis, observado, ainda, o disposto no artigo 168, do Livro VI.

FGV - 2010 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

14 - "Sociedade empresária sediada no Estado do Rio de Janeiro, com atividade industrial, promove as seguintes operações: I. remessa de mercadoria destinada a conserto; II. venda de produtos para um país europeu; III. venda de produtos para um estado do Nordeste brasileiro; IV. remessa de produtos de sua fabricação para um de seus estabelecimentos localizado no Estado do Rio Grande do Sul." Com relação a estas operações, todas destinadas a contribuintes do ICMS, assinale a alternativa correta.

a) suspensão / imunidade / incidência, calculado à alíquota de 7% / incidência, calculado sobre o valor de custo da mercadoria produzida.

b) isenção / imunidade / incidência, calculado à alíquota de 12% / incidência, calculado sobre o preço praticado pela empresa com comprador não considerado interdependente.

c) não incidência / isenção / incidência, calculado à alíquota de 7% / incidência, calculado sobre o custo da mercadoria produzida.

d) suspensão / diferimento / incidência, calculado à alíquota de 18% / incidência, calculado sobre o preço FOB estabelecimento industrial à vista.

e) isenção / isenção / incidência, calculado à alíquota de 7% / incidência, calculado sobre o preço corrente da mercadoria produzida.

Embora a questão não trate exclusivamente de suspensão, que é o assunto recém estudado, tenho certeza de que você consegui acertar.

I. A remessa para conserto é a hipótese mais clássica de suspensãotributária. (ver artigo 52 do RICMS-RJ)

II. A venda em um país europeu é uma exportação. Já vimos que as

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exportações são imunes em relação ao ICMS.

III. O Rio de Janeiro é considerado um Estado rico. Na saída de mercadoria com origem em Estado rico e destino a Estado pobre, a alíquota é de 7%.

IV. De acordo com o artigo 8o do RICMS-RJ, a remessa entre estabelecimentos do mesmo titular, estando esses estabelecimentos em Estados diferentes, a base de cálculo do ICMS é o custo da mercadoria produzida (sendo o remetente industrial).

GABARITO: A

2.8 Do pagamento

O pagamento ocorre em “agente arrecadador autorizado” – a competência para dispor sobre o tema é do Secretário de Fazenda e controle geral.

O documento de arrecadação não precisa de lei em sentido estrito para determinar, mas as normas referentes a ele também são de competência do Secretário de Fazenda e Controle Geral.

Cabe também ao secretário determinar a forma e o prazo para o pagamento do imposto. Se ele não cumpre sua função, o prazo é de 10 dias.

Dos prazos de pagamento:

• 10 (dez) dias ! no caso de mercadoria constante do estoque final na data do encerramento da atividade do estabelecimento, contando-se o prazo a partir da data do encerramento (já vimos que a mercadoria constante do estoque final no encerramento de atividades é considerada, por presunção, vendida);

• até o 5.º (quinto) dia subseqüente ao da ocorrência do fato gerador, pelo síndico, comissário, inventariante ou liquidante, conforme o caso, na hipótese de saída de mercadoria decorrente de sua alienação em falência, concordata, inventário ou dissolução de sociedade;

• no momento do ingresso no território do Estado (sem dilação de prazo), no caso de operação a ser realizada com mercadoria trazida de outro Estado sem destinatário certo;

• antes de efetuada a remessa para fora do Estado de mercadoria sujeita ao regime de diferimento (veremos que o diferimento é uma forma de substituição tributária em que o recolhimento fica postergado para operação futura – por isso, se no curso do diferimento houver saída do Estado, o imposto deve ser antecipadamente recolhido).

• mercador ou profissional que exerça suas atividades na via pública, inclusive em feiras, pelos estabelecimentos de

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organização rudimentar e pelos estabelecimentos de funcionamento provisório, ! fixado em ato do Secretário de Estado de Fazenda e Controle Geral

O pagamento em atraso deve sempre ser feito com os acréscimos moratórios e correção. No caso de pagamento atrasado sem esses acréscimos, os valores faltantes transformam-se em crédito autônomo (soma de todos os acréscimos, inclusive penalidades).

Como se conta o período de atraso?

Regra geral ! da data de vencimento do prazo fixado na legislação – nos casos de imposto declarado pelo contribuinte; parcela de imposto devido por estimativa; e imposto espontaneamente denunciado pelo contribuinte, relativamente a fatos identificados em sua escrita.

Em outras hipóteses o imposto deve ser pago no momento do Fato Gerador. Por isso, é a partir desse momento que inicia a contagem do atraso (da mora). Ainda nessas hipóteses, na impossibilidade de se determinar o momento exato do Fato gerador, o imposto vence:

• o último dia do mês de julho, quando o período objeto de verificação fiscal coincidir com o ano civil;

• o último dia do mês central do período, se o número de meses for ímpar, ou o correspondente ao primeiro mês da segunda metade do período, se o referido número for par.

RICMS-RJ

Art. 55. O imposto é pago em agente arrecadador autorizado, conforme o disposto em ato do Secretário de Estado de Fazenda e Controle Geral.

Art. 56. O pagamento do imposto é efetuado mediante documento de arrecadação específico, observadas as normas pertinentes baixadas pelo Secretário de Estado de Fazenda e Controle Geral.

Art. 57. Compete ao Secretário de Estado de Fazenda e Controle Geral estabelecer a forma e o prazo de pagamento do imposto.

Parágrafo único - Não sendo fixado prazo, ele é de 10 (dez) dias contados da ocorrência do fato gerador.

Art. 58. Salvo disposição em contrário, o imposto será pago:

I - dentro de 10 (dez) dias, no caso de mercadoria constante do estoque final na data do encerramento da atividade do estabelecimento, contando-se o prazo a partir dessa data;

II - até o 5.º (quinto) dia subseqüente ao da ocorrência do fato gerador, pelo síndico, comissário, inventariante ou liquidante, conforme o caso, na hipótese de saída de

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mercadoria decorrente de sua alienação em falência, concordata, inventário ou dissolução de sociedade;

III - no momento do ingresso no território do Estado, no caso de operação a ser realizada com mercadoria trazida de outro Estado sem destinatário certo;

IV - antes de efetuada a remessa para fora do Estado de mercadoria sujeita ao regime de diferimento.

Art. 59. O prazo para pagamento do imposto devido por mercador ou profissional que exerça suas atividades na via pública, inclusive em feiras, pelos estabelecimentos de organização rudimentar e pelos estabelecimentos de funcionamento provisório, é fixado em ato do Secretário de Estado de Fazenda e Controle Geral.

Art. 60. Na hipótese de pagamento do imposto sem os acréscimos moratórios e a correção monetária devidos, a soma dos valores não pagos constituirá débito autônomo, sujeito a acréscimos moratórios e/ou a correção monetária e penalidades.

Art. 61. O atraso, para efeito de cálculo dos acréscimos moratórios, contar-se-á:

I - a partir da data de vencimento do prazo fixado na legislação, quando se tratar de:

1. imposto declarado pelo contribuinte;

2. parcela de imposto devido por estimativa;

3. imposto espontaneamente denunciado pelo contribuinte, relativamente a fatos identificados em sua escrita.

II - a partir da data em que ocorrerem os respectivos fatos geradores, nos demais casos.

Parágrafo único - Na impossibilidade de se determinar a data de ocorrência de cada fato gerador, considerar-se-á para efeito de vencimento do imposto decorrente do mesmo:

1. o último dia do mês de julho, quando o período objeto de verificação fiscal coincidir com o ano civil;

2. o último dia do mês central do período, se o número de meses for ímpar, ou o correspondente ao primeiro mês da segunda metade do período, se o referido número for par.

Ficou cansado ?

Termino a primeira aula por aqui.

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Estudem com calma e postem as dúvidas que surgirem no Forum.

Traremos exercícios sobre o tema na “aula 2”.

Bons estudos.

Marcelo Tannuri

Exercícios

FGV - 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

1 - Constitui(em) fato gerador do ICMS

a) as operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.

b) a entrada de bem importado do exterior por pessoa física.

c) as operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras.

d) as operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à comercialização.

e) as operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou outra espécie.

FGV - 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

2 - Em 14/02/2011, um estabelecimento comercial, mediante veiculação de propagandas televisivas, noticiou grande queima de estoque de mercadorias. No dia 15/2/2011, realizou a venda de um grande lote de mercadorias para pagamento em duas parcelas datadas, respectivamente, para os dias 15/3/2011 e 15/4/2011. Após o recebimento da primeira parcela, em 15/3/2011, as mercadorias foram remetidas ao comprador, em 16/3/2011, sendo certo que já

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houve o pagamento da última prestação. Pelo exposto, o fato gerador do ICMS ocorrerá em

a) 14/2/2011.

b) 15/3/2011.

c) 15/2/2011.

d) 16/3/2011.

e) 15/4/2011.

FGV - 2008 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

3 - Em 20.01.2008, um estabelecimento comercial efetuou a venda de certa mercadoria, para recebimento do respectivo preço em quatro prestações. Em 30.01.2008, é recebida a 1ª prestação; em 10.03.2008, a mercadoria foi remetida ao comprador; em 20.03.2008, é recebida a última prestação. Assinale a data em que o ICMS passou a ser devido.

a) 10.03.2008.

b) 20.01.2008.

c) 30.01.2008.

d) 20.03.2008.

e) 15.03.2008.

FGV - 2009 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

4 - O desembaraço aduaneiro de certa mercadoria deuse no Estado de São Paulo, o estabelecimento importador situa-se no Estado do Rio de Janeiro e os produtos foram entregues diretamente a uma terceira empresa localizada no Estado de Minas Gerais. O ICMS devido pela importação, segundo a Lei Complementar nº. 87/96, cabe:

a) a nenhum dos três Estados, pois não incide o ICMS na espécie, por tratar-se de mercadoria destinada ao ativo permanente do importador.

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b) ao Estado de São Paulo, pois foi onde ocorreu o desembaraço da mercadoria importada.

c) ao Estado do Rio de Janeiro, pois é onde se encontra o estabelecimento importador.

d) metade do valor ao Estado do Rio de Janeiro e a outra metade ao Estado de Minas Gerais.

e) ao Estado de Minas Gerais, pois foi onde ocorreu a entrada física da mercadoria.

FGV - 2009 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

5 - O ICMS é devido ao Estado do Rio de Janeiro, na prestação de serviço:

a) de transporte, iniciado em município do Estado de São Paulo e dirigido a município do Estado do Rio de Janeiro, de mercadoria destinada à comercialização neste Estado.

b) de comunicação, no caso de serviços não medidos, que envolvam localidade de outra unidade da Federação e cujo preço seja cobrado por períodos definidos, cabendo integralmente o imposto ao Estado do Rio de Janeiro.

c) de comunicação, se onerosa, prestada ou iniciada no exterior e o destinatário tiver estabelecimento ou domicílio no Estado do Rio de Janeiro.

d) de comunicação ou na operação que destine ao exterior uma mercadoria ou um serviço.

e) de transporte de móveis pertencentes à própria empresa transportadora, iniciado em município do Estado do Rio de Janeiro, com destino a município do Estado do Espírito Santo.

FGV - 2009 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

6 - Segundo a Lei Complementar nº 87/96, não se inclui no campo de incidência do ICMS:

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a) a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais.

b) a utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada à operação ou prestação subsequente.

c) a entrada, no estabelecimento do contribuinte, de mercadoria proveniente de outra unidade da Federação, destinada a consumo ou a ativo fixo.

d) a saída de mercadoria, de estabelecimento de contribuinte, com destino a outro estabelecimento do mesmo titular.

e) o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios.

FGV - 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2

7 - A Lei 2.657 do Estado do Rio de Janeiro regula o ICMS. Nela, consta que

a) o ICMS não incide sobre operação e prestação com mercadoria, na saída do estabelecimento localizado no Estado do Rio de Janeiro ou na transmissão de sua propriedade, decorrente de transferência de estoque de uma sociedade para outra em virtude de aquisição de estabelecimento.

b) o contribuinte efetuará o estorno do imposto creditado sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo essa circunstância previsível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço.

c) o imposto é cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores por esta ou por outra unidade da Federação.

d) o contribuinte que receber, de dentro ou de fora do Estado, mercadoria sujeita à substituição tributária, sem que tenha

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sido feita a retenção total na operação anterior, fica subsidiariamente responsável pelo recolhimento do imposto que deveria ter sido retido.

e) a responsabilidade pelo pagamento do imposto e acréscimos legais não pagos pelo contribuinte ou responsável não pode ser atribuída a terceiros, mesmo quando os atos ou omissões destes concorrerem para o não recolhimento do tributo, por ferir princípio geral de direito.

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Questão adaptada à atual legislação.

8 - Assinale a alternativa que indique a hipótese de não-incidência do ICMS que não é definida pela Lei nº 2.657/96.

a) Operação com mercadoria destinada a depósito fechado, do próprio contribuinte, localizado no Estado do Rio de Janeiro, bem assim a operação de retorno, ao estabelecimento depositante.

b) Aquisição de veículo novo por taxista e por portador de deficiência motora, desde que os mesmos não tenham adquirido veículo com isenção ou não incidência do ICMS em prazo inferior a 3 (três) anos.

c) Operação de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário.

d) Operação com mercadoria de terceiro, na saída de estabelecimento de empresa de transporte ou de depósito, por conta e ordem desta.

e) Operação com bens móveis salvados de sinistro em venda por empresa seguradora.

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9 - Segundo a Lei 2657/96, "o ICMS não incide sobre operação de fornecimento de medicamento e refeição, por hospital,... "

Assinale a alternativa que complete incorretamente a hipótese de não incidência indicada no texto acima:

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a) no próprio recinto ou, excepcionalmente, quanto aos medicamentos, no domicílio do paciente.

b) sob orientação médica.

c) ao paciente, extensivo ao acompanhante.

d) desde que seus valores se incluam na respectiva conta de prestação de serviço.

e) casa de saúde e de recuperação ou repouso.

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10 - As alternativas a seguir apresentam pessoas que respondem solidariamente pelo pagamento do ICMS, À EXCEÇÃO DE UMA. Assinale-a.

a) o entreposto aduaneiro

b) qualquer pessoa que promova a saída de mercadoria estrangeira com destino ao mercado interno, sem documentação fiscal correspondente

c) o fiador que tenha se responsabilizado por pagamento de dívida contraída para fins de aquisição de matéria- prima

d) o representante, mandatário ou gestor de negócio, em relação à operação realizada por seu intermédio

e) qualquer pessoa que promova a reintrodução, no mercado interno, de mercadoria depositada para o fim específico de exportação

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11 - Sociedade empresária com atividade comercial, vende e transporta as mercadorias que aliena até o domicílio do comprador, cobrando R$ X pela mercadoria e acrescentando R$ Y a título de frete. Com relação ao ICMS devido por tal contribuinte, assinale a afirmativa correta.

a) O ICMS deve ser calculado apenas sobre R$ Y.

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b) O ICMS deve ser calculado apenas sobre R$ X.

c) O ICMS deve ser calculado sobre o resultado da diferença entre R$ X e R$ Y.

d) O ICMS deve ser calculado sobre o resultado da soma de R$ X e R$ Y.

e) O ICMS deve ser calculado sobre o resultado da soma de R$ X e R$ Y, apenas se este último valor constar da competente nota fiscal.

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12 - Sociedade empresária "X" importou da França uma máquina para seu ativo permanente. O preço constante dos documentos de importação foi de US$ 1.000,00. A importadora suportou as seguintes despesas:

III. US$ 100,00 de imposto de importação, à taxa de câmbio de R$ 2,00;

IV. II. R$ 250,00 de IPI;

III. R$ 50,00 de despesas aduaneiras diversas;

IV. R$ 40,00 de frete pelo transporte do porto até seu estabelecimento.

O pagamento da máquina ao exportador estrangeiro foi feito ao câmbio de R$ 2,10 e a alíquota do ICMS aplicável na importação foi de 18%. Assinale a alternativa que indique corretamente a base de cálculo do ICMS.

a) igual a R$ 2.600,00

b) inferior a R$ 2.500,00

c) igual a R$ 2.540,00

d) igual a R$ 2.500,00

e) superior a R$ 3.000,00

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13 - Com relação à base de cálculo do ICMS, assinale a afirmativa incorreta.

a) Fornecimento de alimentação e bebida em bares, restaurantes e estabelecimentos similares. Base de cálculo = valor total da operação (fornecimento e serviços).

b) Fornecimento de mudas de plantas pelo prestador de serviço de florestamento e reflorestamento. Base de cálculo = preço corrente da mercadoria fornecida.

c) Mercadoria constante do estoque final, na data do encerramento da atividade do estabelecimento. Base de cálculo = valor do custo de aquisição mais recente, acrescido de 50% (cinquenta por cento).

d) Importação de mercadorias. Base de cálculo = soma das seguintes parcelas: valor das mercadorias + valor do imposto de importação e do IPI + imposto sobre operação de câmbio + quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras, assim entendidos os valores pagos ou devidos à repartição alfandegária até o momento do desembaraço da mercadoria.

e) Entrada no território do estado do Rio de Janeiro de petróleo, inclusive combustíveis e lubrificantes, destinado ao consumo pelo comprador, decorrente de operações interestaduais. Base de cálculo = valor da operação de que decorrer a entrada.

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14 - "Sociedade empresária sediada no Estado do Rio de Janeiro, com atividade industrial, promove as seguintes operações: I. remessa de mercadoria destinada a conserto; II. venda de produtos para um país europeu; III. venda de produtos para um estado do Nordeste brasileiro; IV. remessa de produtos de sua fabricação para um de seus estabelecimentos localizado no Estado do Rio Grande do Sul." Com relação a estas operações, todas destinadas a contribuintes do ICMS, assinale a alternativa correta.

a) suspensão / imunidade / incidência, calculado à alíquota de 7% / incidência, calculado sobre o valor de custo da mercadoria produzida.

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b) isenção / imunidade / incidência, calculado à alíquota de 12% / incidência, calculado sobre o preço praticado pela empresa com comprador não considerado interdependente.

c) não incidência / isenção / incidência, calculado à alíquota de 7% / incidência, calculado sobre o custo da mercadoria produzida.

d) suspensão / diferimento / incidência, calculado à alíquota de 18% / incidência, calculado sobre o preço FOB estabelecimento industrial à vista.

e) isenção / isenção / incidência, calculado à alíquota de 7% / incidência, calculado sobre o preço corrente da mercadoria produzida.

Gabarito

1 B 8 E

2 D 9 A

3 A 10 C

4 E 11 D

5 C 12 E

6 C 13 B

7 A 14 A