aula 011 - direito de servidão
TRANSCRIPT
Aula 011 - 17/05/2011
Direito Real de servidão
1. Conceito
Trata-se de direito real sobre a coisa alheia através do qual um prédio serve a outro
prestando lhe uma determinada utilidade ou comodidade.
Obs: Não se trata de direito real obrigacional já que não existe relação jurídica entre
coisas. Mesmo que sejam os donos dos prédios que celebrem o contrato, a servidão
após ser registrada no cartório de registro de imóveis seguirá o bem mesmo quando
este venha a ser alienado.
2. Escorço histórico
O termo servidão vem de servitus ou servos que era o escravo romano. O instituto
jurídico da servidão tem origens divididas em servidão pessoal e servidão predial. A
servidão pessoal era quando um bem, ou seja, uma coisa seria disponibilizada para
servir uma pessoa, já na servidão predial um prédio serve ao outro. O código de 1916
designava o instituto da servidão de servidão predial de forma a diferenciá-lo da
servidão pessoal. Atualmente a servidão pessoal diz respeito ao usufruto que
estudaremos logo a seguir, enquanto que a servidão predial é simplesmente
denominada no código civil de 2002 de servidão.
3. O prédio que presta a servidão é denominado de serviente, enquanto que o
prédio que é favorecido com a servidão é denominado de dominante.
Exemplos de servidões:
a) Servidão de passagem ou de trânsito;
b) Servidão de vista ou de paisagem;
c) Servidão de iluminação;
d) Aquedutos
Obs: Os prédios que estejam em regime de servidão não serão necessariamente
vizinhos. Exemplo: Servidão de fornecimento de água de cacimba.
4. As servidões podem ser aparentes ou não aparente, contínuas ou
descontínuas. Exemplo: A servidão de trânsito ou de passagem é uma
servidão não aparente, no entanto se a mesma for sinalizada tornar-se-á uma
servidão aparente.
Os aquedutos (grandes tubulações para o transporte de água) são servidões
contínuas, enquanto que a servidão de fornecimento de água da cacimba é
descontínua.
5. Da usucapião das servidões.
As servidões podem ser usucapidas desde que aparentes e contínuas. Em havendo
justo título o prazo para usucapião das servidões será de 10 anos e não havendo justo
título o prazo para a usucapião será de 20 anos.
Art. 1378 - 1389
1. Usufruto
Trata-se de direito real sobre a coisa alheia através do qual um bem móvel ou imóvel,
um patrimônio integral ou parte do mesmo é concedido pelo proprietário e passa a ser
denominado de nu-proprietário a um terceiro denominado de usufrutuário. O terceiro
terá o direito de usar e fruir os frutos naturais ou civis gerados pelo bem cedido em
usufruto.
2. Da instituição do usufruto
O usufruto será instituído através de registro do cartório de registro de imóveis.
3. Da caução do usufruto
Em suas origens o direito romano quando o usufruto era também denominado de
servidão pessoal era obrigatória a prestação da caução por vistas a garantir o
proprietário do bem de que a coisa dada em usufruto retornaria para o mesmo nas
mesmas condições nas quais o usufruto foi concedido. Atualmente a caução é
prestada no mais das vezes quando o usufruto recai sobre uma unidade produtiva
como uma fábrica ou uma fazenda. Nesses casos e em outros nos quais os
proprietários assim exijam, ou usufrutuários inventariará as suas custas o bem dado
em usufruto e oferecer caução real ( quando der uma coisa em garantia ) ou
fidejussória ( garantia pessoal ). Caso o usufrutuário não queira ou se negue a prestar
a caução, não poderá o mesmo administrar o bem dado em usufruto devendo o nu-
proprietário administrá-lo, e por sua vez caucionar o usufrutuário, sendo que nesse
caso o nu-proprietário receberá a remuneração pela função de administração do bem.
4. Do usufruto de cabeças de gado
Caso cabeças de gado sejam dadas em usufruto, o usufrutuário terá direito a ficar com
as suas crias. No entanto ao final do usufruto terá que devolver o mesmo número de
cabeças de gado que o mesmo tiver recebido em usufruto.
O direito real do usufruto não passa a herdeiros.
Art. 1390 - 1411