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Audiodescrição do livro PRETO BRANCO, de Davy Alexandrisky. As dimensões do livro são: vinte e oito centímetros por vinte e oito centímetros e contém duzentas páginas. Notas sobre a descrição das imagens: Nota 01: Cada página deste livro possui vinte e oito centímetros de altura por vinte e oito centímetros de largura, formando um quadrado. Imaginando o livro aberto sobre uma mesa, essas duas páginas, lado a lado, formarão um retângulo de vinte e oito centímetros de altura por cinquenta e seis centímetros de largura. Para efeito de descrição vamos nominar o seguinte: Página à esquerda: os vinte e oito centímetros quadrados da esquerda. Página à direita: os vinte e oito centímetros quadrados da direita. Plano aberto: o retângulo de vinte e oito centímetros de altura por cinquenta e seis centímetros formado pelas duas páginas lado a lado. É necessário fazer essa diferenciação porque o autor do livro teve como finalidade, em certos casos, fazer uma composição ou complementação entre os elementos da página da esquerda com os elementos da página da direita, formando uma grande imagem no plano aberto. Nota 02: Todas as pessoas retratadas neste livro são de Moçambique, país do continente africano. Portanto, todas possuem a mesma etnia, tendo a cor da pele preta. Entretanto, algumas possuem albinismo, o que as faz ter a pele muito clara e todos os pelos do corpo brancos ou loiros. Nominamos para efeito de descrição, as pessoas com características próprias dessa região da África, por pessoas pretas. E as pessoas de pele branca, por conta do albinismo, por albinas. DESCRIÇÃO DA CAPA: A capa é dividida horizontalmente em duas partes iguais. A de cima é preta e a de baixo é branca. Sobre o fundo preto, lê-se a palavra “PRETO”, em baixo relevo. E no fundo branco, a palavra “BRANCO”, também em baixo relevo. Ambas centralizadas na página. Plano aberto do verso da capa e da página 01 (FOLHA DE ROSTO) O verso da capa é preto. E a página 01 é a folha de rosto do livro, que é dividida verticalmente em duas partes iguais, formando um retângulo vertical branco, à esquerda e outro, preto, à direita. No retângulo branco, está escrita a palavra PRETO em letras pretas e pequenas. E no

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Audiodescrição do livro PRETO BRANCO, de Davy Alexandrisky. As dimensões do livro são: vinte e oito centímetros por vinte e oito centímetros e contém duzentas páginas. Notas sobre a descrição das imagens: Nota 01: Cada página deste livro possui vinte e oito centímetros de altura por vinte e oito centímetros de largura, formando um quadrado. Imaginando o livro aberto sobre uma mesa, essas duas páginas, lado a lado, formarão um retângulo de vinte e oito centímetros de altura por cinquenta e seis centímetros de largura. Para efeito de descrição vamos nominar o seguinte: Página à esquerda: os vinte e oito centímetros quadrados da esquerda. Página à direita: os vinte e oito centímetros quadrados da direita. Plano aberto: o retângulo de vinte e oito centímetros de altura por cinquenta e seis centímetros formado pelas duas páginas lado a lado. É necessário fazer essa diferenciação porque o autor do livro teve como finalidade, em certos casos, fazer uma composição ou complementação entre os elementos da página da esquerda com os elementos da página da direita, formando uma grande imagem no plano aberto. Nota 02: Todas as pessoas retratadas neste livro são de Moçambique, país do continente africano. Portanto, todas possuem a mesma etnia, tendo a cor da pele preta. Entretanto, algumas possuem albinismo, o que as faz ter a pele muito clara e todos os pelos do corpo brancos ou loiros. Nominamos para efeito de descrição, as pessoas com características próprias dessa região da África, por pessoas pretas. E as pessoas de pele branca, por conta do albinismo, por albinas. DESCRIÇÃO DA CAPA:

A capa é dividida horizontalmente em duas partes iguais. A de cima é preta e a de baixo é branca. Sobre o fundo preto, lê-se a palavra “PRETO”, em baixo relevo. E no fundo branco, a palavra “BRANCO”, também em baixo relevo. Ambas centralizadas na página. Plano aberto do verso da capa e da página 01 (FOLHA DE ROSTO)

O verso da capa é preto.

E a página 01 é a folha de rosto do livro, que é dividida verticalmente em duas partes iguais, formando um retângulo vertical branco, à esquerda e outro, preto, à direita. No retângulo branco, está escrita a palavra PRETO em letras pretas e pequenas. E no

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retângulo preto, a palavra BRANCO, em letras brancas e pequenas. Sendo assim, o título PRETO BRANCO está centralizado na página 01. Plano aberto das páginas 02 e 03 Sequência de duas fotografias em preto e branco. A primeira na vertical, na página 02, à esquerda, e a segunda na horizontal, ocupando metade da página 02 e toda a extensão da página 03. Na primeira fotografia, um menino de aproximadamente 5 anos, albino, com os cabelos tão ralos e claros como suas sobrancelhas e volumosos cílios brancos, estica o pescoço e, fechando os olhos, beija uma mulher preta no rosto, próximo ao seu queixo. A mulher sorri suavemente, com os olhos também semicerrados. Na segunda fotografia, o menino repousa a cabeça no ombro direito da mulher, abraçando seu braço. Há um leve sorriso nos lábios dela. Plano aberto das páginas 04 e 05 Sequência de duas fotos coloridas. A primeira na horizontal, ocupando toda a extensão da página 04 e metade da página 05. E a segunda na vertical, na segunda metade da página 05. Duas moças com olhares suaves estão diante de uma imensidão de águas verde escuras. Elas estão lado a lado, em diagonal, na parte inferior esquerda do quadro, com os corpos quase em perfil, direcionados para as águas calmas que ocupam todo o restante do espaço. Mas os rostos estão virados para a câmera. A luz do sol entra pela lateral direita, banhando parte do rosto das moças. A moça posicionada mais atrás é preta, com cabelos curtinhos, em trancinhas estilo nagô coladas na cabeça e tem um leve sorriso. Está em um vestido bege claro, com discretos desenhos geométricos. A outra moça, posicionada mais à frente, é albina e tem pequenas manchas marrons no rosto. Usa uma faixa preta no cabelo comprido, com finas tranças ruivas. Sua blusa é branca com detalhes em preto. A gola é branca com bolinhas pretas. Ao lado da foto das moças, na página da direita, há uma pequena imagem vertical com um céu azul, entrecortado por nuvens brancas e cinzas sob uma vegetação verde, em declive da esquerda para direita, na qual também está fincada uma cruz avermelhada. A vegetação margeia uma pequenina faixa de estrada, que na fotografia, forma um triângulo, por conta do vértice da página. Plano aberto das páginas 06 e 07 À esquerda, ocupando toda a página 06, a fotografia em preto e branco, de uma mulher albina, com um pequeno turbante na cabeça e óculos de grau. Ela tem o tronco projetado

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para frente e olha para baixo. Nas suas costas, um bebê preto se apoia colocando as mãos nas costas da mulher. Os braços dela, por sua vez, estão abertos, segurando com as duas mãos um tecido estampado, que passa pelas costas da criança. À direita, ocupando toda a página 07, um quadrado preto. Plano aberto das páginas 08 e 09 À esquerda, um quadrado branco, ocupando toda a página 08. À direita, na página 09, a fotografia em preto e branco da mesma mulher albina da fotografia anterior, de perfil, no centro da imagem, levantando com braços o bebê preto para o alto, por sobre sua cabeça, olhando para ele, que sorri, olhando para baixo. Ao fundo da imagem há folhagens desfocadas e por cima o céu com poucas nuvens. Plano aberto das páginas 10 e 11

A página da esquerda, número 10, é dividida ao meio no sentido vertical. Na primeira metade, um retângulo vertical preto. Na outra metade, a fotografia, uma estampa africana com a predominância da cor laranja. Possui desenhos geométricos e sinuosos em preto, branco e cor de rosa. A página da direita, número 11, é um quadrado branco, com o texto abaixo, em letras pretas, alinhado à esquerda. O PRIMEIRO PRECONCEITO QUE EU SOFRI FOI NA MINHA PRÓPRIA CASA. DEPOIS DA MINHA NASCENÇA, DO PRIMEIRO DIA DA MINHA VIDA, O MEU PAI IGNOROU-ME. NÃO QUIS ME ACEITAR. marcia abacar alifo ESTUDANTE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CUAMBA, NIASSA Plano aberto das páginas 12 e 13 As duas páginas, esquerda e direita, estão divididas verticalmente formando 4 retângulos que serão descritos da esquerda para a direita. No primeiro retângulo, a imagem de parte do rosto de uma moça que segura, um pouco acima da cabeça, o mesmo tecido retratado na página anterior. Vê-se parte do rosto e dos cabelos ruivos. É uma mulher albina. No segundo retângulo, três outras fotos compõem o quadro, enfileiradas, uma abaixo da outra. A mesma moça com uma blusa de mangas curtas, feita da mesma estampa alaranjada. À princípio ela coloca o tecido com o qual vai fazer o turbante por baixo dos

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cabelos, segurando com as duas mãos. Em seguida, amarra o tecido na cabeça, fazendo um nó. E finaliza o enfeite. No terceiro retângulo, a mesma moça está com um leve sorriso, a mão direita na cintura e à esquerda para baixo, tendo uma pulseira no antebraço esquerdo. Um colar dourado também enfeita o decote da moça. Ela está com o turbante na cabeça, a blusa da mesma estampa e uma saia estampada com formas geométricas, nas cores preto e branco No último retângulo, o tecido está novamente quase cobrindo o rosto dela, fazendo uma sombra. Ela tem os olhos fechados e um pequeno sorriso com batom cor de rosa e dentes separados. Plano aberto das páginas 14 e 15 A fotografia está ocupando todo o plano aberto. Um rapaz albino usando óculos de armação fina e preta, com pequenas manchas em seu rosto. Sua boca está entreaberta em um quase sorriso, com dentes brancos e separados. Seu cabelo é loiro e muito curto. Ele usa um cachecol vermelho, camisa listrada e um paletó marrom. É um dia de sol e seus olhos estão semicerrados. Atrás dele há uma vegetação bem verde e mais atrás um rio de águas azuis quase da cor do céu. Plano aberto das páginas 16 e 17 Um retângulo vertical branco à esquerda, na página 16, ocupando um pouco mais da metade da página. Seguido de uma fotografia colorida horizontal à direita, que vai até o final da página 17. Uma jovem albina sentada em um gramado verde com a perna esquerda à frente e a direita flexionada, cruzando por baixo da primeira. A moça de pele branca, cabelos loiros curtinhos e óculos com armação preta, tem o tronco projetado para frente. Suas mãos estão sobre o joelho esquerdo. Ela usa relógio de pulso no braço esquerdo. E está vestida com camisa branca de botão, calça azul clara e tênis tipo all star. Plano aberto das páginas 18 e 19 Três fotografias coloridas lado a lado, sendo a primeira na posição vertical, no início da página 18. A segunda tem formato quadrado, e ocupa o centro do plano aberto, tendo metade da imagem na página 18 e a outra metade na página 19. E a última fotografia também vertical, do mesmo tamanho que a primeira, na página 19. Na primeira fotografia, parte de uma moça sentada sobre pedras avermelhadas. Vemos apenas o lado direito de sua saia comprida, estampada com predominância da cor verde,

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e uma pequena faixa de sua blusa listrada de branco e cinza. Sua mão direita está sobre a coxa direita. Seu braço é branco com manchas marrons e pulseiras verde-claro. Na segunda fotografia, um grande pilão com parte de seu socador em primeiro plano, à esquerda. Tendo ao fundo uma parede de palha. E projetada na parede, a sombra de uma mulher, segurando o socador, virada para o lado direito. Na terceira fotografia, a mão de uma pessoa branca, com unhas pintadas em vermelho e um relógio de pulso no braço esquerdo, entram em cena pelo canto inferior esquerdo, segurando um ramo com flores e botões amarelos. As flores são pequeninas e estão penduradas em uma folhagem verde. Plano aberto das páginas 20 e 21 Composição de duas fotografias em preto e branco, com alto contraste, uma na página esquerda e outra na página direita. Na primeira fotografia, à esquerda, a mocinha com pele, cabelos e camisa muito claros à esquerda contrasta com a folhagem escura ao fundo. Ela tem um leve sorriso que faz com que seus olhos fiquem pequeninos, por trás dos óculos também pequenos e com armação preta. Segura um ramo com pequenas flores e botões, semelhante ao da foto anterior, com as duas mãos. As flores são do mesmo tipo da florzinha que tem no cabelo. Ela inclina levemente a cabeça para a direita, apontando seu tronco para o mesmo lado. Seu olhar é delicado. Na segunda fotografia, à direita, um homem muito branco, também com camisa e cabelos muito claros, que contrasta com os tons escuros da parede de bambu, atrás dele. O rapaz está sentado, apontando o corpo para o lado esquerdo, com a perna direita cruzada sobre a esquerda. Seu cotovelo direito apoiado na perna direita e o queixo sobre a mão fechada. Os lábios estão cerrados e por detrás dos óculos também de armação preta estão os olhos um pouco fechados. Plano aberto das páginas 22 e 23 O plano aberto é composto por duas fotografias em preto e branco. Sendo a primeira na horizontal, ocupando toda a extensão da página 22 e um terço da página 23. E a segunda na vertical, no restante do espaço da página 23. Na primeira fotografia, um rapaz albino, com cabelos muito loiros e camisa branca está de perfil, retratado apenas dos ombros para cima. Vemos o lado esquerdo de seu rosto. Seu braço direito está levantado, formando um ângulo de 90 graus, segurando no alto, o boné preto. Este faz uma sombra no rosto do rapaz, que vai da testa ao pescoço, formando uma linha de sombra. Enquanto o sol banha a outra parte de sua cabeça, iluminando seus cabelos e suas costas. Seus lábios estão semicerrados e seus olhos

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fechados. Ao fundo, desfocados, a copa das árvores, o rio, a outra margem e o céu com a mesma cor das águas formam linhas horizontais que cruzam o braço do rapaz. Na segunda fotografia, o beijo de um casal bem ao centro. Ela à esquerda e ele à direita, em frente a uma parede de cor clara. Ela é preta, tem os cabelos curtinhos, um perfil delicado e está com um vestido estampado com flores e triângulos. Ele é maior que ela, tem a pele branca com manchinhas no rosto, barba por fazer. É careca e veste um paletó. Plano aberto das páginas 24 e 25 Fotografia colorida horizontal, que ocupa toda a extensão da página 24 e mais da metade da página 25. Seguida de um retângulo preto no restante da página 25. Entardecer em um quintal com chão de terra em tons marrons e troncos de árvores retorcidos, quase em paralelo com o chão. Um jovem entre 16 e 18 anos está sentado na curva de um dos troncos, à esquerda. Ele coloca o pé esquerdo calçado em uma sandália marrom no tronco, flexionando o joelho, onde apoia o braço esquerdo, deixando descansar a mão. Está com calça jeans e blusa azul claro, com listras em preto, amarelo e vermelho. Seu cabelo é curtinho e muito loiro. Sua pele é branca com pequenas manchas marrons. Seu olhar levemente estrábico está direcionado para a luz do sol, que entra pela direita e dá tons alaranjados à paisagem e projetando as sombras das árvores ao fundo. Plano aberto das páginas 26 e 27 Fotografia colorida ocupando todo o plano aberto. A foto retrata um gato sobre um telhado de amianto em meio à sucatas. Ele é rajado em tons de preto, branco e cinza e tem os olhos verdes. Está sentado de frente, com as patas dianteiras unidas, por cima de um chassi enferrujado de caminhão, com olhar fixo. No primeiro plano à esquerda, um tijolo de cimento vermelho e, mais atrás, fazendo uma diagonal com o tijolo e o gato, um pneu de caminhão. Ao fundo, fios de energia formam triângulos no céu. Plano aberto das páginas 28 e 29 Sequência de quatro fotos, uma seguida da outra, como uma tirinha horizontal, indo do lado esquerdo para o direito do plano aberto. O fundo é branco. E a “tirinha” está posicionada na metade superior do plano aberto. Na primeira fotografia, um menino albino de costas, com a perna direita bem levantada para trás, prepara o chute na bola em direção ao menino preto, que está na posição frontal. Atrás do menino preto há um muro feito com tijolos vermelhos e cimento, sem reboco e com cacos de vidro por cima. Por trás do muro, uma faixa com copa de

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palmeiras. O piso é de cimento, com rachaduras. O menino albino está com uma camisa gola polo azul marinho, bermuda azul claro com duas listras pretas verticais na lateral e chinelos azuis. A bola é branca com pentágonos verdes. E o menino preto está com uma camisa de botão com mangas curtas xadrez e bermuda preta. Na segunda fotografia, o pé do menino albino se aproxima da bola. O menino preto levanta o pé direito. Seu olhar está direcionado à bola. Na terceira fotografia, a perna do menino albino acabou de chutar a bola. Com o movimento do seu corpo, fica à mostra a roupa de baixo vermelha, sob a bermuda. Na última fotografia, o chute já ocorreu. A perna no menino albino está para frente, em movimento. A bola rolando em direção ao menino preto. Plano aberto das páginas 30 e 31 Fotografia colorida, em fundo branco, com formato quadrado, ao centro do plano aberto, formando dois retângulos brancos verticais nas extremidades. No primeiro retângulo, na página 30, o texto a seguir, em letras pretas: SEMPRE QUE NÓS SAÍAMOS PARA BRINCAR, AS OUTRAS CRIANÇAS ATACAVAM ELA. SEMPRE QUE NÓS SAÍAMOS PARA BRINCAR, AS OUTRAS CRIANÇAS ATACAVAM ELA. ENTÃO, SEMPRE QUE ATACAVAM ELA EU SENTIA AQUELA NECESSIDADE DE PROTEGER. A NOSSA SOCIEDADE EM GERAL TEM MUITO PRECONCEITO. EXISTEM MUITOS MITOS EM RELAÇÃO À PESSOA ALBINA. UM DOS MITOS É QUE SE VOCÊ OLHA DIRETAMENTE PRA ELAS SEM CUSPIR NO PRÓPRIO PEITO VOCÊ VAI TER UM FILHO ALBINO. ENTÃO AS PESSOAS DESDE SEMPRE INSTRUÍAM OS SEUS FILHOS PRA QUANDO CRUZAR COM UM ALBINO FAZER COM QUE ELES CUSPISSEM NO PEITO, COMO UMA FORMA DE EVITAR QUE ISSO ACONTECESSE NAS SUAS FAMÍLIAS. adelaide afonso ESTUDANTE DE ENGENHARIA ELETROTÉCNICA CHIMOIO Ao centro do plano aberto, a fotografia de duas jovens sentadas em um banco de madeira. A da esquerda é preta e a da direita é albina. O formato do rosto, a altura e o tipo físico são muito parecidos. Testa larga, olhos pequenos, nariz largo e lábios volumosos são semelhantes nas duas moças. Ambas estão com a perna esquerda cruzada sobre a direita e o braço esquerdo sobre a perna esquerda, com as mãos unidas, uma sobre a outra. Sentadas em diagonal no banco. A preta mais à frente que a albina. A moça preta tem cabelos na altura dos ombros, lisos, mas cacheados nas pontas, e está com uma calça cinza e uma blusa branca com bolinhas pretas. Seu olhar é para a câmera. A moça albina está de frente, mas com o olhar direcionado para o lado esquerdo. Seu rosto está maquiado nos olhos e nos lábios. Ela tem longas trancinhas rastafári loiras e usa um vestido preto de mangas curtas, com uma faixa vertical branca ao centro e desenhos geométricos em preto.

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Ao lado da fotografia, na página 31, outro retângulo vertical branco com o texto a seguir, em letras pretas: EU LEMBRO DA MINHA INFÂNCIA, NO ENSINO PRIMÁRIO ALGUMAS ESCOLAS NÃO QUERIAM ME ACEITAR, PORQUE PENSAVAM QUE POR EU SER ALBINA TINHA ALGUM TIPO DE DIFICULDADE NEUROLÓGICA E NÃO ERA CAPAZ DE APRENDER. E COM O TEMPO PERCEBERAM QUE NÃO ERA ASSIM, QUE EU TINHA A MESMA CAPACIDADE DE QUALQUER PESSOA, CONSEGUIA PASSAR COMO QUALQUER OUTRO ALUNO. A MINHA IRMÃ SEMPRE ME DEFENDE MUITO DAS PESSOAS E EU ACHO QUE É UM POUCO EXAGERADO... POR EXEMPLO, NA ESCOLA PRIMÁRIA, EU ME LEMBRO DO PRIMEIRO DIA DE AULA. ENTÃO, EU USAVA ÓCULOS E AS PESSOAS CHAMAVAM “QUATRO OLHOS!”. EU SÓ USEI ÓCULOS UM DIA E NÃO USEI MAIS, PORQUE ERA MUITA DISCRIMINAÇÃO. E ELA SEMPRE ESTAVA ALI A ME DEFENDER. ATÉ HOJE, SE ALGUÉM SE APROXIMA DE MIM ELA VAI LÁ E QUER SABER QUAIS SÃO AS INTENÇÕES DOS RAPAZES, E ENTÃO... adelina afonso ESTUDANTE DE DIREITO QUER SER JUIZA CHIMOIO Plano aberto das páginas 32 e 33 Um retângulo vertical branco à esquerda, ocupando metade da página 32 seguido de uma fotografia colorida horizontal à direita, que vai da página 32 à 33. Na foto, uma moça albina retratada dos ombros para cima. Ela tem muitas manchas marrons em seu rosto, como uma estampa. Está de costas, com uma camisa com listras brancas e cinzas, mas com a cabeça virada para a direita, mostrando seu perfil. Seus cabelos estão presos em um coque e são muito loiros, como suas sobrancelhas e cílios. Seu olho claro acinzentado está fixo em algo fora do quadro e a boca fechada. Ao fundo, uma parede de tijolos de cimento sem reboco em um quintal com o piso de terra. E ao lado da moça, uma plantinha verde, na altura de seu ombro. Plano aberto das páginas 34 e 35 Fotografia colorida horizontal ocupando toda a extensão da página 34 e metade da página 35, seguida de um retângulo vertical preto. Um homem albino e uma mulher preta, ambos sorridentes, estão sentados à frente de um muro com um portão azul, tendo no colo três crianças pretas, com idades entre 5 e 10 anos e expressões sérias. Os mais velhos estão no colo da jovem senhora preta, de cabelos crespos curtinhos e vestido florido. O menino da esquerda com camisa gola polo de manga curta, com listras azuis e o da direita com camisa de mangas longas com listras em tons de cinza. Ao lado esquerdo da senhora está o jovem senhor albino, com paletó cinza sobre uma blusa vermelha. Seu largo sorriso deixa pequenos os seus olhos.

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Sentado em sua perna esquerda está o menino mais novo, com uma camisa cinza de mangas curtas vermelhas e calça amarela. Plano aberto das páginas 36 e 37 Composição com duas fotografias coloridas do mesmo casal sentado em uma calçada alta de cimento. Ela é albina e ele, preto. A fotografia da esquerda é maior, na horizontal, ocupando toda a página 36 e metade da página 37. E a segunda é menor, na vertical, na página 37. Na primeira fotografia, o casal é retratado apenas dos joelhos até os ombros. Estão sentados lado a lado, com as duas mãos dadas. As mãos direitas do casal, unidas, cruzam por cima das mãos esquerdas. Ela, com uma blusa azul, com flores cor de rosa e saia bege, com estampa de borboletas laranjas e lenço azul na cabeça. Ele, com uma camisa de botão um pouco aberta e bermuda xadrez cinza surrada. Na segunda fotografia, a imagem do casal aparece inteira. Agora ele vai em direção a ela, num beijo. Suas mãos pretas enlaçam seu pescoço branco. E a mão esquerda dela repousa na coxa direita dele. Os pés de ambos estão cruzados sobre o chão de terra, marcado onde eles pisam. Plano aberto das páginas 38 e 39 Fotografia em preto e branco horizontal, ocupando as duas páginas. De costas, uma mulher preta, retratada da cintura para cima, com cabelos lisos, presos com uma fivela, carrega nas costas uma criança albina, presa por um pano escuro com algumas estampas. O corpo da criança está em diagonal, sob o tecido, aparecendo apenas seus cabelos claros. Plano aberto das páginas 40 e 41 Fotografia colorida horizontal, ocupando toda a página 40 e metade da página 41. Em seguida, um retângulo vertical preto, à direita, na página 41. Uma criança albina e uma senhora preta, na frente de uma parede sem reboco, retratadas do busto para cima. À esquerda, a criança está com uma blusa lilás com apliques de tecido em forma de flores, da mesma cor que a blusa. Seus cabelos, um pouco abaixo das orelhas, estão com trancinhas ralas e finas. Seu rosto é todo pintadinho com manchinhas claras. A menina está quase de perfil, com o corpo virado para a senhora ao seu lado e olha fixamente pra baixo. A senhora está com um lenço azul com estampas geométricas em preto e vermelho cobrindo sua cabeça e ombros. Apenas seu rosto está à mostra. Ela olha para a câmera e sua mão direita envolve o ombro da criança.

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Plano aberto das páginas 42 e 43 Composição de duas fotografias em preto e branco. A primeira é vertical, na página 42. E a segunda é horizontal, ocupando o restante do espaço do plano aberto. Na primeira fotografia, um rapaz albino sentado no chão de um gramado com as pernas cruzadas e as duas mãos sobre o joelho direito. Ele está quase de costas, mas seu rosto olha para trás, por cima do ombro direito. Retratado de cima para baixo, tem cabelos curtos, lábios volumosos com cicatrizes e olhos claros. Veste uma camisa clara com uma calça escura e usa um relógio de pulso. Na imagem seguinte, duas moças de costas se abraçam lateralmente, juntando as cabeças. O fundo é branco. A da esquerda é albina, usa uma blusa escura e tem cabelos longos, em volumosas trancinhas rastafári. Seu braço direito, com algumas manchinhas escuras, cruza as costas da outra moça, apoiando a mão direita em seu ombro direito. A outra moça é preta, tem cabelo na altura da nuca, em grossas tranças estilo nagô, presas na cabeça. Sua blusa é clara com uma estampa que forma uma trama. Seu braço esquerdo envolve a cintura da moça albina. Plano aberto das páginas 44 e 45 Fotografia colorida na horizontal, à esquerda, ocupando toda a página 44 e metade da página 45. Em seguida, um retângulo vertical branco à direita, na página 45, com um texto escrito em letras pretas. Na imagem, três moças albinas. Mais ao fundo e à esquerda, uma moça de blusa azul claro, com longas trancinhas rastafári soltas, que está quase de perfil, levando os dedos da mão esquerda próximos ao olho esquerdo. A segunda moça, também loira com trancinhas rastafári longas e soltas, está de costas, com uma blusa preta, posicionada entre a moça de blusa azul e a outra mulher, em primeiro plano, que está desfocada, vista quase de costas, apenas com uma viseira e trancinhas rastafári ruivas presas. No retângulo vertical à direita, o texto a seguir: QUANDO PEQUENA, NA ESCOLA, EU CHEGAVA E SENTAVA-ME PRÓXIMO AO GRUPO. TINHAM PESSOAS QUE AFASTAVAM-SE, DEIXAVAM-ME ISOLADA. EU NÃO ME SENTIA DIFERENTE DELES TODOS, ENTÃO, POR MAIS QUE TIVESSE NAQUELE MOMENTO A ME DOER, BASTAVA QUE EU SAÍSSE DA ESCOLA QUE CONSEGUIA, JÁ COM AQUELA IDADE, SABER QUE EU IA PARA ESTUDAR E NEM IA PREOCUPAR OS MEUS PAIS POR CAUSA DISSO. CHEGAVA EM CASA E ELES ME PERGUNTAVAM SE ESTAVA TUDO BEM EU RESPONDIA QUE ESTAVA TUDO BEM. NO DIA SEGUINTE EU IA PRA ESCOLA E NADA ME PUXAVA PRA TRÁS. ihidina bariat mussagy

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CONTABILISTA, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO AMOR À VIDA MAPUTO Plano aberto das páginas 46 e 47 À esquerda, na página 46, um retângulo vertical branco seguido de uma fotografia colorida na horizontal. Na imagem, uma sala de aula com várias crianças pretas de aproximadamente 6 anos e apenas uma albina. Todas usam uniforme azul. Algumas estão com as mãos levantadas. Há 6 mesas com cadeiras enfileiradas. E estão acomodadas duas crianças em cada mesa. Apenas na primeira carteira, em primeiro plano, há três alunos. Dois meninos pretos e, entre eles, um menino albino com a mão esquerda levantada e o outro braço apoiado na mesa, próximo a um caderno com bordas amassadas. Ele usa óculos e sorri. Plano aberto das páginas 48 e 49 Fotografia horizontal em preto e branco, ocupando todo o plano aberto. Na imagem há três pessoas. Uma delas é um rapaz preto que está sentado de camisa polo escura. O braço de uma mulher albina com roupa clara segura um chapéu de palha atrás de sua cabeça. E outra mulher albina de costas, com cabelos claros em trancinhas rastafári e blusa preta de mangas longas, toca com as duas mãos as bochechas do rapaz. Ao fundo folhagens fazem parte da composição. Plano aberto das páginas 50 e 51 Fotografia horizontal colorida, ocupando todo o plano aberto. Na imagem, duas pessoas se olham: um homem e uma mulher, ambos de perfil, retratados dos ombros para cima. À esquerda, ele, preto, sorrindo para ela com uma camisa de malha branca. Ela, albina, com cabelos em trancinhas rastafári loiras, amarradas, e vestindo uma camisa frente única na cor laranja, retribui o sorriso. O sol ilumina o rosto do casal. Ao fundo vemos um céu totalmente azul. Plano aberto das páginas 52 e 53 À esquerda, na página 52, um retângulo vertical branco. Em seguida, uma fotografia horizontal em preto e branco, em alto contraste, processo que acentua os tons claros e escuros da imagem.

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Na imagem, uma mulher albina segura os cabelos cacheados no alto da cabeça com as duas mãos, vestindo uma jaqueta de couro preta e sorrindo. Ela usa óculos e é retratada do busto para cima, em um fundo cinza. Plano aberto das páginas 54 e 55 Em um fundo branco, duas tirinhas na horizontal, cada uma com a sequência de três fotos coloridas. Na tirinha de cima, a sequência de três fotos, sobrando ao final da tira um espaço em branco, do mesmo tamanho que as fotos. Na segunda tirinha, abaixo da primeira, está ao contrário: a tirinha inicia com um espaço em branco, seguido da sequência de fotos. Na sequência da esquerda para a direita e de cima para baixo, uma mulher albina amarrando um lenço na cabeça. Ela tem cabelos ruivos em longos cachinhos, usa óculos com armação preta e lentes fotocromáticas e uma blusa de malha lilás. Na primeira foto, o lenço com estampa alaranjada está sendo colocado na cabeça. E na última foto, a moça finaliza a amarração com um nó na lateral da cabeça. Plano aberto das páginas 56 e 57 Na imagem em preto e branco que ocupa todo o plano aberto, um vilarejo com muitas pessoas, a maioria crianças sorrindo, olhando para a câmera. Ao fundo, casas e árvores, dentre elas, coqueiros. Um grupo de crianças pretas estão mais à frente com enormes sorrisos. E no primeiro plano, as mãos desfocadas de um menino preto de aproximadamente 10 anos, fazendo gestos, mostrando apenas os dedos indicador e médio da mão direita e o polegar da mão esquerda. Ao fundo, adultos observam a cena em meio a árvores e casas. Plano aberto das páginas 58 e 59 Na página 58, um retângulo vertical preto à esquerda, com um texto, escrito em letras brancas. Em seguida, uma fotografia colorida horizontal à direita, que tem início na página 58 e ocupa também toda a página 59. O texto: RECORDO-ME QUE QUANDO NASCEU MEU SEGUNDO FILHO A PARTEIRA VEIO ME FALAR: “JÁ ÉS PAI E TENS QUE SER MUITO FORTE PORQUE O QUE VOU TE FALAR MUITA GENTE NÃO GOSTA DE OUVIR”. QUANDO ME DISSE: TEU BEBÊ É ALBINO, ELA VIU MINHA MANIFESTAÇÃO DE ALEGRIA, PORQUE DEPOIS DE TER O PRIMEIRO FILHO ALBINO A MINHA IDEIA É QUE TIVESSE TODOS ASSIM.

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tiófano braga TÉCNICO ADUANEIRO PAI DE DOIS FILHOS ALBINOS MAPUTO Na fotografia, , um casal se beija, retratados do pescoço para cima. Um homem preto à esquerda e uma mulher albina à direita. Ela está com óculos de sol presos à cabeça, entre os cabelos loiros com tranças estilo nagô. Seu rosto está em perfil com o lado esquerdo exposto ao sol enquanto seus lábios tocam os lábios do homem que tem o lado direito de seu perfil à sombra. Plano aberto das páginas 60 e 61 Duas fotografias coloridas tomam conta do plano aberto. A da esquerda, é horizontal e ocupa toda a página 60 e um pequeno trecho da página 61. E a fotografia da direita ocupa o restante do espaço. Na primeira fotografia, uma moça albina segura no colo uma bebê preta. À direita, uma senhora também preta, num gesto de carinho, abraça tanto a mulher como a bebê. As três olham para câmera. A senhora preta à esquerda está com blusa xadrez em tons laranja e branco, saia estampada e lenço florido na cabeça. Ela passa o braço esquerdo por cima dos ombros da moça albina, com alegria, enquanto com a outra mão, segura um braço da bebê. A moça albina está com blusa listrada em preto e branco, saia estampada e também lenço na cabeça. Seu braço direito apoia o corpo da criança e com a mão ela segura por baixo da fraldinha à mostra, enquanto sua mão esquerda segura as pernas da criança. As duas sorriem pra foto enquanto a bebê que tem parte da fralda aparecendo usa um vestido branco e olha atentamente para a câmera. As três foram fotografadas em frente a uma parede na cor azul intenso. A foto da direita mostra um menino Albino retratado da cintura pra cima. Seu rosto está de perfil. Sorrindo, ele olha um pouco pra cima, o que proporciona o efeito de como se ele estivesse olhando para as personagens da foto à esquerda. O lado esquerdo de seu rosto, banhado pelo sol, deixa visível seus pelos loiros quase brancos. E seu cabelo na cor laranja, cortado em estilo moicano, se destaca da parede de fundo vermelho. Ele usa um casaco cinza e lilás com imagens de carros antigos. Plano aberto das páginas 62 e 63 A sequência de quatro fotos verticais coloridas toma conta de todo o plano aberto. Nelas vemos a mesma mulher albina, em todas as fotos, socando algum material num grande pilão de madeira, que vai até a altura do seu joelho. E o socador em suas mãos tem quase a sua altura. Ela está à direita de perfil, em frente ao socador.

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Em cada foto, o socador e seus braços estão em uma posição diferente, dando a ideia de movimento. Na primeira, o socador está bem próximo ao pilão. Vai se distanciando nas duas fotos seguintes e na última foto volta para dentro do pilão. Ela faz uso de uma saia estampada na cor laranja, blusa cinza e chinelos. Ao fundo uma mureta que vai até a altura de seu peito. E por trás, a paisagem de prédios sob um céu com muitas nuvens brancas e cinzas. Plano aberto das páginas 64 e 65 Na página 64, uma fotografia colorida em formato quadrado. Na outra página, um quadrado branco. Uma mulher albina, com lenço azul e laranja na cabeça e óculos de grau, está de perfil em frente a um pilão que vai até a altura de seus joelhos e segura o socador com as duas mãos, que ultrapassa sua altura. Vemos o lado direito de seu corpo. Ela carrega nas costas, amarrado em um tecido estampado de fundo marrom, um bebê preto, que tem à mostra apenas as pernas e uma parte da cabeça. A luz do sol num dia claro vem por trás da mulher e projeta a sombra com a metade de sua altura na parede de palha. Plano aberto das páginas 66 e 67 Na página 66, à esquerda, um retângulo vertical preto ocupando metade da página. Em seguida, uma fotografia horizontal colorida que ocupa o restante do plano aberto. Uma moça albina com vestido curto “tomara que caia” de paetê prateado, sandálias de salto alto pretas com bolinhas brancas e um turbante azul com detalhe amarelo. Seu braço direito está dobrado, envolvendo a própria cintura, e o cotovelo esquerdo, também flexionado, toca as costas de sua mão direita, para que a mão esquerda alcance o queixo. Ela está diante de um muro rebocado, mas sem pintura, banhada pelo sol da tarde, que vem por suas costas, num entardecer. O sol desenha na parede na sombra em diagonal de uma construção, que tange a cabeça da mulher, criando dois triângulos no muro: um iluminado, acima, e outro sombreado abaixo. E logo em seguida a sombra pequena e achatada da mulher. Plano aberto das páginas 68 e 69 A fotografia em preto e branco que ocupa todo o plano aberto retrata um rapaz magro com porte atlético e cabelos curtinhos. Ele é albino e foi retratado da cintura para cima. Está com uma camisa de malha preta de mangas curtas, na qual está escrito, o número 72, formado por pequenas bolinhas. Ele inclina o corpo para o lado direito e com os dedos indicador e polegar em pinça segura o queixo, logo abaixo dos lábios volumosos, mas sem contorno definido, direcionando o olhar para baixo.

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Plano aberto das páginas 70 e 71 Composição de oito fotografias coloridas em fundo branco, dispostas de forma irregular. Algumas são menores e outras maiores. Em todas há uma moça albina de cabelos curtos e ruivos e sobrancelhas tão claras que quase não são vistas, retratada do busto para cima. Ela usa uma blusa verde clara e tem nas mãos um grande tecido laranja estampado. Com sorriso nos lábios com batom cor de rosa e dentes projetados para frente, ela vai colocando o tecido nos cabelos para amarrar o turbante. Plano aberto das páginas 72 e 73 À esquerda uma fotografia horizontal em preto e branco, que ocupa toda a página 72 e metade da página 73. Em seguida, um retângulo vertical branco, no qual está escrito o texto abaixo, em letras pretas Na fotografia, um homem e uma mulher se olham nos olhos com cumplicidade, retratados do busto para cima. Ela é uma jovem senhora negra de cabelos lisos até os ombros e está à esquerda. Seu rosto em perfil tem um sorriso doce com os lábios fechados. Ela leva a mão esquerda por trás da nuca do rapaz albino que retribui o sorriso e a olha por trás dos óculos de grau com lentes fotocromáticas de armação preta. Ele está com um chapéu preto de pequenas abas e uma camisa de botão de mangas curtas branca. O fundo com a vegetação está desfocado. No retângulo branco, o texto a seguir: A ÚNICA DIFERENÇA QUE EU TENHO COM OUTRAS PESSOAS É MESMO A COR, E MAIS NADA. O RESTO É TUDO AFRICANO. EU FALO AS LÍNGUAS NACIONAIS, EU ESCREVO, EU COMO NOSSOS PRATOS TRADICIONAIS. E NASCI EM ÁFRICA, SOU EXCLUSIVAMENTE AFRICANO. O QUE NÓS TEMOS QUE SALIENTAR É QUE O ALBINO NÃO É DE RAÇA BRANCA. UMA PESSOA ALBINA É UM NEGRO QUE NÃO TEM MELANINA NA PELE, POR ISSO A PELE DELE NÃO É ESCURA. AS RAÍZES SE MANTÊM. É IMPORTANTE PREVALECER A CULTURA. nelson arcanjo jesus gonçalves FISCAL DE TRIBUTOS QUELINAME Plano aberto das páginas 74 e 75 À esquerda, na página 74, um retângulo vertical preto, ocupando metade da página. Em seguida, uma fotografia horizontal colorida que ocupa o restante do espaço do plano aberto. Uma moça albina de pele muito clara e uniforme está à frente de um tronco de árvore, que contrasta com a maciez de sua pele. Seu corpo está de perfil e com a mão direita ela toca o tronco, olhando para câmera com um leve sorriso nos lábios fechados, com o

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batom cor de rosa. Seus olhos também sorriem com a mesma delicadeza das pérolas que envolvem seu pescoço e decoram suas orelhas. Ela usa um turbante e uma blusa com a mesma estampa, onde predominam tons terrosos de marrom e alaranjado. Plano aberto das páginas 76 e 77 Fotografia, colorida horizontal em fundo branco, seguida de um retângulo vertical branco à direita. Em frente a uma parede de pau-a-pique um homem albino e uma mulher preta estão lado a lado e se abraçam, olhando-se nos olhos. Ele à esquerda e ela à direita. Ele é mais alto que ela e usa uma camisa de mangas curtas xadrez, com botões, e um boné branco com a aba virada para trás. Ela usa um turbante estampado de fundo azul e uma camisa gola polo cinza, onde está bordado em preto, na altura do peito, do lado esquerdo, no retângulo branco, o texto: COMPLEXO PICA PAU MONAPO. Plano aberto das páginas 78 e 79 Fotografia em preto e branco horizontal ocupando todo o plano aberto. O rosto de uma mulher preta sendo beijado do lado esquerdo por um rapaz albino e do lado direito por um rapaz preto. A manga do seu vestido e o turbante são de estampas diferentes. O rapaz albino tem cabelos curtos e usa uma camisa gola polo. O rapaz preto também tem cabelos curtos e usa uma camisa de malha com gola esgarçada. Plano aberto das páginas 80 e 81 Na página 80, à esquerda, um retângulo vertical preto, em metade da página. Em seguida, uma fotografia colorida horizontal ocupando o restante do plano aberto. Na fotografia, o rosto em perfil e as mãos de um rapaz preto, segurando a mão esquerda de uma mulher albina com unhas cor de rosa. Ele está à esquerda do quadro e faz desenhos na unha do dedo anelar dela, com esmalte branco. Seu rosto está muito próximo à sua mão e é retratado de cima para baixo. Ao fundo, vários esmaltes nas cores laranja e azul, e a coxa direita da mulher sob a saia de estampa azul com detalhes em roxo e amarelo. O braço direito dela repousa sob a bolsa de couro claro, à sua direita. Plano aberto das páginas 82 e 83

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À esquerda, uma fotografia colorida horizontal que ocupa toda a página 82 e metade da página 83. Em seguida, um retângulo vertical preto, com um texto em letras brancas. Na fotografia, um rapaz preto está fazendo as unhas de uma mulher albina, sentada no banco de madeira de uma praça. O rapaz está à esquerda. Sua cabeça e seus braços invadem a foto, segurando o dedo polegar da mulher, que tem o braço esquerdo esticado, oferecendo a mão ao rapaz, enquanto direciona o olhar satisfeito para a outra mão, com as unhas pintadas de vermelho. No centro da foto, em primeiro plano, um pedaço estreito de madeira na vertical, no qual estão presos, na horizontal, esmaltes de várias cores. Ao fundo, um gramado e o calçamento da praça. A mulher veste uma blusa amarela com detalhes coloridos, bermuda jeans, relógio e pulseiras pretas. Usa também apliques em forma de tranças volumosas, presos nos cabelos muito loiros, quase brancos. Os apliques tem um tom de loiro mais escuro que o cabelo natural dela. O rapaz usa uma camisa nos tons branco, preto e vermelho. No retângulo preto, o texto a seguir: MEUS PAIS SEMPRE ME EDUCARAM COMO UMA PESSOA NORMAL, PARA NÃO PRESTAR ATENÇÃO NO QUE AS PESSOAS DIZEM. AS PESSOAS PROVOCAM, SEMPRE VÃO FALAR, ESTANDO A FAZER BEM OU MAL, SENDO VOCÊ NORMAL OU NÃO, VAI SEMPRE EXISTIR ALGUÉM A FALAR ALGUMA COISA. ENTÃO APRENDI A IGNORAR SEMPRE. E DEIXAR PASSAR: ISSO NÃO MUDA NADA NA MINHA VIDA. edma delfina ribeiro SECRETÁRIA MAPUTO Plano aberto das páginas 84 e 85 Fotografia em preto e branco, ocupando todo o plano aberto. Um rapaz albino, com um grande sorriso usa um computador. À esquerda, estão o monitor com espessura fina, a CPU do computador ao fundo, e à frente um estojo para DVDs. O rapaz, fotografado da cintura para cima, está sentado, de frente para o computador, mostrando seu perfil esquerdo. Suas mãos tocam o teclado e o mouse. Na tela está a página inicial, que tem como plano de fundo algumas fotos de uma modelo preta. Por trás do rapaz, o encosto da cadeira na qual está sentado é vestido por uma camisa de cor clara e desenhos. O rapaz usa camisa de malha e um cordão pretos. E seu cabelo é curto, raspado nas laterais. A parte de cima, mais cheia, é preta. Plano aberto das páginas 86 e 87 Duas fotografias coloridas compõem a página, lado a lado. A primeira na horizontal, ocupando a página 86 e parte da página 87. E a segunda, menor, na vertical, à direita.

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Na primeira, uma mulher albina, com cabelos curtinhos, usa apliques ruivos e lisos, na altura do queixo, retratada do busto para cima. Sua blusa branca, com mangas levemente cheias e um botão com pérolas no pescoço dão um ar antigo à foto, completado pela expressão séria de seu rosto com algumas manchas escuras. Ao fundo, folhagens verdes desfocadas. Na segunda fotografia, outra moça albina está na frente de um tronco de árvore, com um vestido vermelho e um casaquinho branco. No seu cabelo ruivo, penteado para o lado esquerdo, está uma flor feita de tecido vermelho com bolinhas brancas. Vermelhos são também os brincos, o batom e a leve maquiagem nos olhos, em forma de contorno. Ela é retratada do quadril para cima, enquanto inclina a cabeça para o lado esquerdo, olhando pra baixo e sorrindo, enquanto segura o casaquinho. Plano aberto das páginas 88 e 89 À esquerda, um retângulo vertical preto ocupando metade da página 88. Em seguida, uma fotografia horizontal colorida ocupando o restante do plano aberto. Na fotografia, há três moças, sendo duas albinas nas extremidades e uma preta no meio. Elas estão retratadas do busto para cima. São jovens e sorridentes. Em primeiro plano, a primeira moça albina, à esquerda. Seu cabelo loiro muito claro está preso. Alguns poucos e pequeninos dreads saltam de sua cabeça. Ela usa um paletó preto. A moça preta ao centro, em segundo plano, está por trás da primeira, deixando o rosto e o ombro esquerdo à mostra. Ela usa uma faixa preta para prender os finos dreads, também pretos, e usa uma blusa branca. A última moça, em terceiro plano e também albina, tem os cabelos muito loiros presos. Usa óculos da mesma cor que o da primeira, mas suas lentes são maiores. Tem brincos grandes em argola, blusa amarela e jaqueta cinza. Ao fundo, árvores e plantas verdes. Plano aberto das páginas 90 e 91 À esquerda, na página 90, uma fotografia colorida em formato quadrado. Em seguida, um retângulo horizontal preto toma conta do restante do plano aberto. Na fotografia, um grupo de cinco pessoas. À esquerda, uma mulher preta com um garotinho preto no colo. À direita, três crianças albinas. Todos estão muito próximos, sentados em um monte de terra com algumas raízes, à frente de uma vegetação rala. A senhora, com um largo sorriso no rosto, usa um turbante cor de rosa, uma camisa gola polo verde, com um emblema e o nome MINAG no peito esquerdo, saia vermelha com detalhes coloridos.

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O garotinho ao seu colo está apoiado em seu braço direito, com uma expressão séria, vestido com uma camisa amarela, bermuda e chinelos azuis. Ao lado da mulher, sentado um pouco mais atrás, está um garoto albino, olhando para a câmera com a cabeça inclinada para trás, como quem olha de cima para baixo. Seus pés estão sobre a pedra, mostrando os chinelos com listras azuis e vermelhas com as canelas e os joelhos magros. Ele usa uma camisa gola polo azul marinho. Ao seu lado está outro garoto, um pouco mais velho, também albino, que tem a cabeça inclinada para o lado esquerdo, enquanto seu ombro esquerdo também se levanta. À frente deste, mais um garoto albino, com camisa estampada azul. Seus olhos são verde-acinzentados e os lábios estão entreabertos. Plano aberto das páginas 92 e 93 À esquerda, na página 92, um quadrado branco. E na página 93 uma fotografia em preto e branco. Na fotografia, uma mulher albina ergue uma bebê preta com as mãos, segurando por debaixo de seus bracinhos, juntando queixo com queixo. Vemos a partir do busto da mulher, que sorri prazerosamente, fechando os olhos. A menina, à esquerda, também sorri, com suas várias trancinhas com pontas de bolinhas de miçanga, quase cobrindo os olhos e o seu vestidinho florido. A mulher tem cabelos muito claros, assim como sua pele, cílios e sobrancelhas. Usa um brinco pequeno na orelha esquerda e uma blusa estampada. O fundo é desfocado. Plano aberto das páginas 94 e 95 Composição de duas fotos em preto e branco do mesmo tamanho, lado a lado. A primeira na página 94 e a segunda na página 95. Na primeira, o rosto de um rapaz albino olhando para frente, visto de baixo para cima. A luz do sol incidindo pela esquerda deixa a lateral direita de seu rosto e seus cabelos loiros reluzentes, apagando a sobrancelha deste lado. Ele veste uma camisa de malha escura. Seu ombro esquerdo, ao final do quadro, parece se conectar com a estrada retratada na imagem ao lado. Na segunda imagem, à direita da página, um homem preto de camisa xadrez caminha pela estrada em diagonal iniciada no ombro do rapaz da primeira imagem. Ele está caminhando da direita para esquerda e é visto de costas. O sol projeta uma pequena sombra do homem na estrada, por trás de seu corpo.

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À margem da pista, um vegetação baixa em tons claros e duas árvores peladas, sem folhas. Em uma delas, à esquerda do quadro, vários sacos plásticos pendurados como frutos. A direção do sol revela a quantidade de material em cada saco, uns mais cheios que outros. Ao fundo, árvores frondosas, cheias e mais escuras. Plano aberto das páginas 96 e 97 Fotografia colorida horizontal ocupando todo o plano aberto. Duas meninas de aproximadamente 8 anos estão de costas, lado a lado, subindo a rede na cor verde de um brinquedo de madeira, em um parque arborizado. A criança da esquerda é preta e a da direita é albina. Elas estão à mesma altura no brinquedo, sendo que a menina preta está com a mão direita na parte mais alta da rede e a albina, com a mão esquerda. As duas vestem branco. Os cabelos pretos da primeira menina estão trançados rente ao couro cabeludo e os cabelos loiros da menina albina estão com finos dreads, com mais volume. Por trás do brinquedo, uma cerquinha de madeira cortando a foto em diagonal, onde se inicia um gramado em uma pequena elevação de terra, que vai até uma calçadinha ao fundo, com um redondo jardim ao meio. Por trás, árvores frondosas. Plano aberto das páginas 98 e 99 À esquerda, na página 98, um retângulo vertical branco ocupando metade da página, no qual lê-se o texto a seguir em letras pretas: AS PESSOAS OLHAVAM PARA MIM COMO SE ESTIVESSEM A VER ALGUMA COISA DO OUTRO MUNDO. ALGO QUE NUNCA TINHAM VISTO ANTES. “MAS É GENTE DE VERDADE! ESTE BRANCO NO MEIO DE TANTA GENTE PRETA... SERÁ QUE É REALMENTE UM SER HUMANO?” AS PESSOAS VINHAM A CORRER PARA TOCAR, PARA TENTAR PERCEBER SE EU ERA UMA PESSOA DE CARNE E OSSO OU SE ERA UMA IMAGEM QUE ESTARIAM A VER. EU SÓ ME RECORDO QUE SOU ALBINO QUANDO SAIO DE CASA, POR QUE HÁ SOL. ÀS VEZES ME ESQUEÇO. milton stela mujovo JORNALISTA E VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO AMOR À VIDA MAPUTO A seguir, ocupando a outra metade da página da esquerda e o restante do plano aberto, uma fotografia colorida horizontal de um homem albino, com cabelos tão claros e curtos que dá a impressão de ser careca. A barba, apenas na parte inferior do rosto tem um tom de loiro mais escuro. As manchas marrons em seu rosto parecem uma estampa. Por trás dos óculos de grau, direciona seu olhar para a esquerda. Ele está sério e usa uma camisa estampada com losangos azuis, pretos e brancos, sendo que do lado direito da camisa é branco, apenas a manga e a gola são estampadas.

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Ao fundo o largo tronco de uma árvore com ramificações. Plano aberto das páginas 100 e 101 Composição com três fotografias horizontais retangulares e coloridas em fundo preto. A primeira no canto superior esquerdo, a segunda no canto inferior direito e a terceira, em menor tamanho, abaixo da primeira e ao lado da segunda. Em todas as imagens, um casal preto com duas crianças albinas, sendo um menino e uma menina, sentados próximos ao chão de terra, em frente a uma parede feita de palha e madeira, tendo ao fundo, na lateral direita, folhas de bananeira. O homem está à esquerda na foto, com camisa de malha branca, calça jeans, chinelos de dedo e cabelo raspado. O menino, sentado entre suas pernas tem cabelos curtinhos, está com uma camisa gola polo cinza de mangas curtas, calça jeans e tênis preto. Ao lado deles, está a mulher com pequenas trancinhas espetadas na cabeça, blusa listrada em preto e branco e saia roxa estampada, descalça. A menina, sentada em sua perna direita, tem finas trancinhas desenhando caminhos em sua cabeça, presas atrás em um coque, bochechas salientes e usa um vestido estampado em azul, amarelo e branco, com sandálias de couro. Na primeira foto, o homem preto coloca a mão direita sobre a cabeça do menino albino. Este, por sua vez, sentado entre as pernas do homem, está apoiando o cotovelo direito no seu próprio joelhinho direito e o rosto no dorso da mão, olhando para trás. A menina, no colo da mãe olha para ele, enquanto a mulher gargalha com a língua de fora olhando para o lado direito. Na segunda foto, o menino está de perfil, com os olhinhos fechados. A mão direita do homem continua sobre sua cabeça. E o menino toca a mão esquerda do homem com sua mão direita. Enquanto a mulher aproxima a menina de seu corpo, passando as mãos por baixo de seus braços e encostando o seu rosto na face pequenina dela, como se cheirasse sua bochecha do lado direito. A menina fecha os olhos. Na terceira foto, o homem sorri para a câmera e o menino faz uma careta, fechando o olho direito, como quem reclama da luz do sol, colocando a mão direita na nuca. A menina olha atentamente para ele. E a mulher olha para a menina sorrindo com a língua entre os dentes. Plano aberto das páginas 102 e 103 À esquerda, ocupando toda a página 102 e metade da página 103, uma fotografia horizontal colorida, seguida de um retângulo vertical branco. Na imagem, um rapaz albino posando com óculos de sol em um dia ensolarado.

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Ele é retratado do busto para cima, porém é possível perceber que está sentado com o joelho flexionado, pois um de seus joelhos invade a cena. Ele faz uma pose flexionando também o braço esquerdo e colocando o cotovelo sobre o joelho à mostra. Segura com a ponta dos dedos os óculos de armação transparente e lentes esverdeadas, como se os tirasse ou colocasse. Ele veste uma camisa gola polo cinza. Os raios do sol iluminam a lateral direita de seu rosto, já com algumas marcas de expressão na testa e no pescoço, o nariz largo, os lábios volumosos e cabelos loiros crespos bem curtinhos. Por trás dele, uma faixa de vegetação verde clara que antecede o rio mais ao fundo. O rio passa por trás do rapaz, na altura de seus óculos. Em seguida, a outra margem do rio e o céu cinza, quase da cor do rio, com algumas nuvens claras. Plano aberto das páginas 104 e 105 Uma fotografia em preto e branco ocupando todo o plano aberto Na foto, duas meninas sob um guarda-chuva, direcionam o olhar para o lado esquerdo, em um quintal com chão de terra e plantas ao fundo, em um dia de sol. Elas tem aproximadamente 10 anos e são retratadas da cintura para cima, ao centro da foto. A da esquerda é albina, usa óculos com lentes escurecidas pela claridade, em uma armação preta. Veste uma blusa de mangas compridas de cor clara com os dizeres em inglês: Daddy's Little cutie, e seus cabelos estão com finos dreads. A da direita é preta e é quem segura o guarda chuva, com as duas mãos. Ela veste uma blusa branca com mangas curtas e seus cabelos são pretos, trançados rente ao couro cabeludo. Plano aberto das páginas 106 e 107 À esquerda, na página 106, um retângulo vertical preto, ocupando um terço do espaço, seguido de uma fotografia colorida. Na fotografia, um homem albino está montado em uma bicicleta em uma estrada de terra batida avermelhada, larga e limpa, que corta a imagem em diagonal. Sua sombra projetada do lado esquerdo denuncia de que lado vem o sol. O homem está no canto inferior direito da foto, com a bicicleta apontada para a outra extremidade. De costas, com as duas mãos no guidão, o pé esquerdo apoiado no chão e o outro no pedal, ele olha para trás. Acompanhando a estrada, casas e postes, que diminuem de tamanho, em perspectiva. Mais à frente do rapaz, um poste da rede elétrica distribui seus fios dividindo o céu cheio de nuvens em fatias. E mais ao fundo uma torre de energia elétrica corta um desses fios. O homem veste camisa verde, calças pretas arregaçadas na perna, chinelos e um chapéu de tecido preto com abas largas. Na página da direita, 107, o texto a seguir escrito em letras pretas, em fundo branco:

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É SÓ UMA QUESTÃO DE COR: ASSIM COMO EXISTEM BRANCOS, EXISTEM NEGROS, PESSOAS AMARELAS... É TUDO NORMAL NÃO É POR A PELE SER DIFERENTE QUE A PESSOA TEM ALGO ESPECIAL OU AMALDIÇOADO, COMO DIZEM POR AÍ. É MENTIRA! AS PESSOAS SÓ NÃO ESTÃO HABITUADAS A RECEBER OUTRAS PESSOAS ESTRANHAS, E OMEÇAM A INVENTAR COISAS. ivan joão ninhore ESTUDANTE DE DIREITO CUAMBA, NIASSA Plano aberto das páginas 108 e 109 Na página 108 à esquerda, um retângulo vertical branco, ocupando metade da página, seguido de uma foto horizontal colorida, que toma conta do restante do plano aberto. Na fotografia, uma moça albina esconde-se atrás de uma folhagem verde, que entra em cena pelo lado direito da imagem. Um ramo mais em cima, encobrindo parte de seus cabelos. E outro na parte inferior, encobrindo parte de sua boca e de seu colo nu. Ela está quase de perfil, com a lateral esquerda mais à mostra. A luz do sol é filtrada pelas plantas, iluminando a lateral do rosto e a testa da moça, que tem manchas marrons na face. A luz projeta as sombras das plantas e de seu cabelo enroladinho na parede acinzentada atrás dela. O jogo de luz e sombra em seu rosto deixa um olho claro brilhante e o outro escuro. Plano aberto das páginas 110 e 111 Ocupando todo o plano aberto, um fundo branco com o texto a seguir, escrito na cor preta, alinhado à esquerda, ocupando apenas a página 110. Nossos sorrisos sublimam o silêncio dos nossos olhares Plano aberto das páginas 112 e 113 À esquerda, uma fotografia horizontal em preto e branco, que ocupa toda a página 112 e metade da página 113. Em seguida, um retângulo vertical branco, à direita. Na fotografia, uma mulher albina amamentando uma criança preta, acomodadas em uma poltrona com o estofado revestido em tecido e braço fino de madeira.

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Vistas de cima para baixo, a mãe de cabelos claros e lisos e a criança com roupinhas claras estão em primeiro plano, tendo ao fundo o piso de madeira do canto do cômodo e uma faixa da parede. Plano aberto das páginas 114 e 115 Uma fotografia em preto e branco ocupando todo o plano aberto. Três mulheres lado a lado e um bebê, retratados do busto para cima. A da esquerda é albina e gargalha, projetando levemente a cabeça para trás e fechando os olhos. Ela veste uma jaqueta escura com gola listrada e tem os cabelos claros amarrados. A do meio é uma mulher preta de cabelos ondulados compridos esvoaçantes, vestindo roupas escuras, que segura o bebê albino no colo, enquanto faz "biquinho" com os lábios olhando de canto de olho a mulher à sua direita. À sua esquerda está outra mulher, mais velha que as demais, sorrindo com cabelos presos alinhados e uma blusa estampada sem mangas. Ela tem a sua mão esquerda levada em direção a cabeça do bebê de roupas claras e touquinha, que boceja. Ao fundo uma rua que atravessa o quadro por trás de suas cabeças. Plano aberto das páginas 116 e 117 Uma fotografia colorida ocupando todo o plano aberto. Uma fotografia colorida ocupa toda página. Nela, uma mulher albina com apliques de trancinhas ruivas no cabelo está sentada sobre a grama, dobrando as pernas para seu lado direito e usando um vestido estampado em formato zigue-zague, nas cores marrom e amarelo, e mandalas com cores verde oliva e azul. Nos pés, par de sapatilhas verdes. E sobre seus ombros, um xale cinza, que percorre seus braços até tocar a grama. Ela repousa a mão direita sobre as pernas, unindo o polegar aos outros dedos. Seu olhar está direcionado para o chão. Seu lábio inferior é tão claro que parece ser da mesma cor que seu rosto. Em toda sua pele, manchinhas marrons. Ao lado da mulher, uma planta quase no centro da imagem Plano aberto das páginas 118 e 119 À esquerda, na página 118, um retângulo vertical branco ocupando metade da página, seguido de uma fotografia horizontal em preto e branco que toma conta do restante do plano aberto. Um menino albino de aproximadamente 10 anos olha com segurança, levantando as mãos atrás da cabeça. Seus cabelos muito claros tem o mesmo comprimento e espessura de suas sobrancelhas, parecendo uma penugem. E seus cílios chamam atenção por serem muito cheios e claros, em contraste com os olhos, que ficaram escuros na foto. Ele veste um casaco de cor clara, com zíper fechado até o pescoço.

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Plano aberto das páginas 120 e 121 À esquerda, ocupando toda a página 120 e metade da página 121, uma fotografia horizontal em preto e branco. Em seguida, um retângulo vertical branco, com um texto escrito em letras pretas. Na foto, um rapaz albino ergue um bebê também albino, na altura de seu rosto. O bebê está à esquerda. Usa touca e está enrolado em uma manta, com olhinhos fechados. E o rosto em perfil do rapaz está à direita, olhando para o bebê, com um leve sorriso de lábios fechados. Por trás deles uma rua com calçada arborizada. No retângulo, o texto a seguir: EU SOU AFRICANO, PRIMEIRAMENTE, PORQUE EU NASCI CÁ. EU PERTENÇO A ESSA TERRA. SOU DAQUI, GOSTO DO MEU PAÍS, GOSTO DA CULTURA DO MEU PAÍS. NÃO É PORQUE EU TENHO A PELE BRANCA QUE EU DEIXO DE TER A ALMA PRETA. APROVEITO A OPORTUNIDADE PRA DIZER PARA TODOS OS MEUS IRMÃOS QUE TENHAM PROBLEMA DE PIGMENTAÇÃO DE PELE: SEI QUE NÃO NOS CONHECEMOS TODOS, ENTÃO, PEÇO PARA QUE MOSTREM-SE, TENHAM TAMBÉM A VOSSA AUTOESTIMA, O VOSSO ORGULHO! NÃO DEIXE QUE NINGUÉM VOS DESPREZE, VOS HUMILHE, PORQUE VOCÊS TAMBÉM SÃO CAPAZES DE REALIZAR AQUILO QUE SÃO SEUS OBJETIVOS. VOCÊS SÃO PESSOAS COMO TODAS AS OUTRAS. sabino anselmo botino ESTUDANTE DE MESTRE DE OBRA ESCOLA INDUSTRIAL COMERCIAL CIDADE DA BEIRA Plano aberto das páginas 122 e 123 Duas fotografias coloridas em formato quadrado, lado a lado, no plano aberto. A da esquerda, na página 122, mostra um senhor albino segurando um chapéu de palha em direção ao peito com a mão esquerda. Sua testa está franzida, seu nariz é largo e seus lábios fechados desenham uma curva para baixo. Ele veste um casaco marrom e uma camiseta branca por baixo. Por trás dele, grandes baldes, bacias e cestos nas cores azul, verde e amarela. E mais ao fundo, o telhado de outras casas. Alguns com telhas e outro maior com lona preta. O senhor foi retratado da cintura pra cima e tem a parte direita de seu corpo exposta ao sol, fazendo seus cílios direitos desconexos brilharem, revelando seus olhos estrábicos. Enquanto a parte esquerda de seu corpo tem sombra. No canto superior direito, há uma estreita faixa de lona escura. Na fotografia da direita, na página 123, uma árvore com caule estreito e copa frondosa, que ocupa toda a parte superior da foto. Suas cores são de um verde escuro que se

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confunde com a cor da lona da foto ao lado. O reflexo do sol na lente da câmera provoca duas manchas claras nas folhagens escuras. Abaixo da árvore, um galpão de madeira com estreitas janelas horizontais e pés muito finos, que levantam o piso, à esquerda. E à direita, um casebre com teto de palha seca. À frente, em primeiro plano, uma faixa de grama verde claro, que está alta. Plano aberto das páginas 124 e 125 À esquerda, um retângulo vertical preto, ocupando metade da página 124. Em seguida, uma fotografia colorida vertical, que toma conta do restante do plano aberto. Na fotografia, uma mulher albina de jaqueta vermelha, blusa branca e cabelos ruivos na altura do pescoço em frente a uma parede com uma pintura. A mulher usa óculos de grau com armação cor de rosa, brinco em formato de flor e tem uma tiara branca na cabeça. Com os lábios pintados de cor de rosa, ela olha séria em direção ao lado direito. A pintura ao fundo tem uma faixa vertical na cor verde, com desenhos de flores brancas, amarelas e vermelhas. Seguida de outra parte com fundo preto, na frente da qual está a moça. Nessa parte do painel, também está pintado um grande olho com globo branco, íris e cílios vermelhos, por trás do ombro dela. Duas linhas vermelhas margeiam os cantos externos do olho e seguem em curva, formando um arco para o lado direito, pintado internamente em amarelo e azul. Plano aberto das páginas 126 e 127 À esquerda, ocupando toda a página 126 e metade da página 127, uma fotografia colorida horizontal. À direita, na página 127, um retângulo vertical branco. Na foto, crianças, jovens e um bebê, caminhando numa rua de terra batida. Do lado esquerdo um menino albino aparentando ter entre nove e dez anos está todo vestido de verde escuro: camisa de botões, calça e tênis. À sua esquerda está um jovem também albino aparentemente com 16 anos usando uma camisa de botões estampada com formas geométricas em tons de azul e laranja e sua bermuda tem a estampa xadrez em tons de vermelho, preto e cinza. Ele usa chinelos de cor verde e está de mão dada com uma menina albina que tem por volta de seus oito anos. Ela tem os cabelos presos e usa um vestido estampado com losangos e círculos em tons de vermelho, preto e branco, e usa nos pés chinelos na cor rosa. Ao seu lado esquerdo, uma jovem de aproximadamente 14 anos albina segura um bebê preto no colo, apoiado do lado direito de seu corpo. A jovem veste uma saia cinza com bolinhas brancas, sapatilha preta nos pés e uma camiseta branca. Seu rosto e seus braços apresentam manchas escuras, como uma estampa, seus cabelos ruivos estão com apliques de trancinhas e amarrados pra trás. Plano aberto das páginas 128 e 129

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No plano aberto, três fotografias verticais coloridas do mesmo tamanho, lado a lado. Na primeira fotografia, um menino albino com manchinhas escuras e todo vestido de verde: camisa de botões, calça e tênis está sorrindo, encostado em um monte feito de tijolos vermelhos Na segunda fotografia, duas meninas sentadas em uma grande pedra. A da esquerda é preta e usa um vestido cor de rosa. Está descalça. A segunda é albina e fecha os olhinhos cruzando os braços próximos aos joelhos. Está com chinelos cor de rosa e vestido estampado na cor vermelha. As duas estão sérias. Na terceira fotografia, um menino albino sorridente senta de braços cruzados entre fileiras de tijolos de cimento. Ele tem manchinhas pelo corpo e veste uma blusa de malha azul, bermuda clara e sandálias. Plano aberto das páginas 130 e 131 À esquerda, na página 130, uma fotografia colorida horizontal que ocupa também metade da página 131. No restante do espaço, um retângulo vertical branco. Na fotografia, um bebê preto está entre uma senhora preta e uma moça albina, em frente a uma parede de taipa. À esquerda, a senhora preta está com o bebê em seu colo, sentado no seu braço esquerdo. Num gesto de carinho, encosta seu rosto na bochecha da criança. Seus cabelos estão envolvidos em um lenço preto estampado com florzinhas e sua blusa tem estampa suave de flores cor de rosa. Do outro lado da criança, a moça albina tem os olhos apertados em um imenso sorriso que expõem seus dentes brancos e harmônicos, inclinando a cabeça para trás e tocando com a mão esquerda o braço da criança. Ela veste uma blusa com alças pretas e seu cabelo é ruivo e enroladinho. A criança entre as duas parece confortável, olhando para o lado direito, e apesar de usar uma blusa rosa de mangas compridas, tem a barriga visível. Plano aberto das páginas 132 e 133 No plano aberto, escrito em letras pretas em fundo branco, o texto a seguir, alinhado à direita, na página 133: no eco crepitante do vazio. Estamos celebrando a vida.

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Plano aberto das páginas 134 e 135 À esquerda, ocupando metade da página 134, um retângulo vertical preto, seguido de uma fotografia horizontal em preto e branco, que toma conta do restante do plano aberto. Na fotografia, uma mulher preta com bochechas salientes segura um menino albino no colo, em frente a uma parede de palha. Ela está à esquerda. E ele, à direita, envolve seu pescoço sorrindo e olhando para ela com encanto. A mulher, com um misto no olhar de espanto e felicidade, olha para a câmera, levantando as sobrancelhas e sorrindo. Ela usa uma blusa listrada e um lenço estampado na cabeça, deixando aparecer atrás uma mecha de seu cabelo preto e crespo. E o menino usa uma camisa de malha de mangas curtas com desenhos e letras, que estão dobrados, por estar no colo da mulher. Plano aberto das páginas 136 e 137 À esquerda, ocupando toda a página 136 e metade da página 137, uma fotografia horizontal em preto e branco. Em seguida, um retângulo vertical branco, com um texto em letras pretas. Na fotografia, sentada numa poltrona de vime, uma senhora albina idosa de olhos pequenos, à esquerda do quadro. Seus braços descansam sobre suas pernas e suas mãos acolhem a si próprias. Ao seu lado está uma parede com uma janela feita de madeira, vidro e grades. Por trás do vidro, uma cortina clara. A luz entra pelo lado esquerdo, banhando a lateral de seu braço e de seu rosto, projetando a sua sombra e a sombra de uma grade na parede ao seu lado, abaixo da janela. Por trás, outra parede, com uma janela menor, apenas com grades escuras e uma placa de ferro pretas. No retângulo à direita do plano aberto, o texto à seguir: MEU PAI MORREU QUANDO EU TINHA 12 ANOS, E MINHA MÃE CRIOU-ME A MIM E A MEUS SEIS IRMÃOS SOZINHA: TRÊS ALBINOS E QUATRO NORMAIS. AOS 12, EU TIREI A 4ª CLASSE E ERA PARA CONTINUAR. MAS A MINHA VISTA ERA MUITO FRACA, ENTÃO FUI PARA A COSTURA. COMECEI A TRABALHAR E FUI ATÉ 1976. DEPOIS SAÍ DALI E FUI PARA CASA, COMECEI A FAZER OS TRABALHOS EM CASA. COMO NÃO TINHA OUTRO TRABALHO, NÃO TINHA EMPREGO, NÃO TINHA NADA... TIVE MUITAS CLIENTES, TIVE SIM. ATÉ HOJE PEGO ALGUMA COISA PARA COZER. MAS HOJE EU JÁ NÃO ENXERGO MAIS. d. mena filomena da conceição de azevedo COSTUREIRA MAPUTO

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Plano aberto das páginas 138 e 139 No plano aberto, composição com fotografias quadradas e coloridas. A imagem é composta por oito fotos de tamanhos idênticos. Estão distribuídas da seguinte forma: quatro embaixo e quatro em cima. Em todas as fotos, partes do corpo de pessoas, vestindo tecidos com estampas coloridas africanas. A primeira foto da fileira de cima mostra parte da saia de uma mulher albina. Ela está ao lado de um mastro de madeira, por onde passa sua mão direita por trás. E a mão esquerda está sobre a saia e toca a mandala com listras em verde e vermelho que dá início a outros desenhos no restante do tecido nas cores ocre, marrom, verde e vermelho. Há também uma estreita faixa da blusa xadrez em branco, preto e vermelho. A foto seguinte, um quadro semelhante ao anterior, mostrando parte da saia e o início da blusa da mulher, que está ao lado do braço direito e de parte do rosto de uma criança albina. A blusa tem estampa em branco e preto, com ondulações. E a saia é amarrada do lado esquerdo do quadril. A estampa é composta por linhas coloridas que se entrecruzam, nas cores verde, azul, amarelo e vermelho. A terceira foto mostra partes da saia de duas mulheres. A mão preta da primeira mulher, entra no quadro pelo lado esquerdo, sobre a saia, que tem fundo na cor laranja com listras pretas e várias fileiras de desenhos em preto e branco. E a saia da segunda mulher é amarela com grandes bolas vermelhas com detalhes pretos. E pelo canto superior direito, entra a perna de um bebê preto. A última foto da primeira fileira mostra um tecido com estampa nas cores azul, amarelo, vermelho e branco, em desenhos geométricos. A primeira foto da segunda fileira mostra parte de uma saia com fundo marrom e detalhes em amarelo, verde e vermelho. Ao lado de um jarro de madeira descascado. Na foto seguinte, a estampa predominantemente azul escura da camisa de mangas compridas de um rapaz albino. Vemos parte de seu dedo polegar direito fazendo sinal de positivo e do outro braço, à mostra. Na estampa, partes sinuosas em azul, vermelho e vinho. A sétima foto é do tronco de uma pessoa que trás uma criança preta, encaixada lateralmente em seu corpo, amarrada em um tecido estampado amarelo. A perna da criança e seu pezinho pende entre a barriga e a coxa da pessoa, que usa um tecido vermelho com grandes bolas brancas, nas quais há o desenho de uma pessoa de pele escura, com cabelos pretos que parecem galhos brotando de sua cabeça. A última foto retrata os corpos de duas mulheres, lado a lado, vistas do busto até o joelho, tendo entre si uma bebê com vestido branco e uma meia curta estampada em tom vermelho, no pé direito. A mulher da esquerda é preta. Está com uma blusa xadrez em

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tons vermelhos e uma saia amarela com mandalas também vermelhas. Na altura de sua cintura, sua mão é oferecida em concha para a bebê, que apoia sua delicada mãozinha direita. A outra mulher é albina e está com uma blusa de listras horizontais brancas e azuis e saia marrom com detalhes bege. Ela segura a bebê entre as duas, de maneira sentada, colocando sua mão direita por baixo da criança, próxima à fraldinha. E com a outra mão segura os pés da menina. Plano aberto das páginas 140 e 141 À esquerda, um retângulo vertical branco ocupando metade da página 140. Em seguida, uma fotografia horizontal em preto e branco, que toma conta do restante do plano aberto. Na fotografia, um conjunto de pessoas pretas e apenas uma albina, encostadas em uma construção feita de blocos de cimento, ainda sem acabamento. A construção forma uma espécie de mureta de mais ou menos um metro, que é a nivelação do piso. À esquerda o homem preto de camisa polo e sorriso largo, apoia a sua mão esquerda no ombro da senhora albina, que encostada na parede amamenta o filho no colo com o seio esquerdo à mostra. Na cabeça dela, um boné branco que lhe protege parte do rosto. Ela tem uma mancha logo abaixo do olho direito, mancha que aparece várias vezes ao longo do braço que segura a criança. Veste uma blusa de cor forte e mangas curtas. O bebê ao seu colo é preto e mama de olhos fechados, envolto em uma roupa clara. À esquerda da senhora, um pouco à frente, um menino preto de cabelos bem curtos, sorri com a cabeça levemente inclinada à esquerda e as mãos próximas ao joelho direito. Veste uma camisa com vários detalhes e de mangas curtas. Atrás dele, um menino um pouco menor, também preto, aparece num plano mais alto por estar sentado na mureta. Veste blusa de gola alta e mangas compridas listrada na horizontal. Tem os cabelos curtos e a testa alta, reluzente sob a luz do sol. Mais à direita, uma jovem preta de sorriso largo, cabelos curtos com trancinhas, veste blusa preta sob uma blusa branca aberta e de mangas compridas e calça justa rasgada logo acima do joelho. Por fim, outra jovem preta, trajando um hijab, que cobre-lhe a cabeça e os ombros, e uma roupa de tecido estampado cobre o restante do corpo até a altura dos joelhos. Plano aberto das páginas 142 e 143 Fotografia em preto e branco ocupando todo o plano aberto. A senhora, de cabelos crespos e curtos, é preta e está sentada em uma cadeira de encosto alto, estilo colonial, numa posição quase de perfil. Seu corpo e a cadeira estão virados para o lado esquerdo. No seu colo, um menino albino de aproximadamente 3 anos veste uma blusa com mangas três quartos com uma imagem de super herói de desenho animado japonês. Ele tem os cabelos curtos e várias manchas escuras que se espalham pelo rosto, cabeça e braço. Está

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sentado no colo da mulher e, olhando para o chão, levanta o bracinho esquerdo para fazer um carinho no lado direito do rosto dela, que inclina a cabeça para o lado esquerdo, fechando os olhos. Ela, embora sentada, tem uma criança de colo, amarrada às suas costas por um pano xadrez. A bebê, que é preta, está com um vestido branco e brincos de pérola iguais aos da mulher. E com a mãozinha esquerda segura uma das hastes de madeira da cadeira. Ao fundo, à esquerda, um terreno descampado, com algumas casas mais além, antes do céu limpo. Por trás dos três, algumas árvores. E à direita um fogareiro improvisado e um monte de blocos de cimento mais atrás. Plano aberto das páginas 144 e 145 Composição de duas fotografias coloridas. À esquerda, na página 144, uma fotografia vertical, seguida de outra fotografia, horizontal, que ocupa o restante do plano aberto. Na primeira fotografia, uma mulher preta usando hijab sentada com duas crianças em um barranco em declive da esquerda para a direita. Os três são retratados de cima para baixo e estão com o corpo virado para o lado direito, quase de perfil, mas os rostos estão direcionados para a câmera. O menino, sentado em primeiro plano, é albino e tem os cabelos claros bem baixinhos. Seus dedos estão cruzados com as palmas das mãos voltadas para cima. Veste uma camisa com listras cinzas e brancas, calça comprida preta e sapatos xadrez combinando com a cor da camisa. À sua esquerda está a mulher, com a vestimenta que mostra apenas seu rosto, estampada em branco e preto. Ela segura um bebê preto no colo, envolto em um tecido colorido verde e laranja. A luz entra da direita para a esquerda iluminando os três, projetando a sombra do conjunto à esquerda e permitindo visualizar a cor avermelhada da terra do barranco, que está na sombra no restante da fotografia. Ao fundo, no barranco os pés nus de pessoas pretas no canto superior esquerdo; e as pernas, com pés também descalços, de outra pessoa preta, no canto superior direito. O corpo da mulher com as crianças traçam uma diagonal na foto, que inicia próxima aos pés à esquerda e finaliza com os pés da mulher em chinelos cor de rosa e tiras azuis, junto com o sapatinho xadrez do menino albino, no barranco. Na foto seguinte, uma pequena e estreita faixa de uma parede, de pau-a-pique , feita de terra avermelhada à esquerda, dá início à cena. Um grupo de adultos e crianças, numa área externa, rodeados por lonas brancas e puídas penduradas à esquerda e paredes de tijolos de cimento ao fundo e à direita. Todos são pretos, à exceção de uma menina que é albina. Um grupo de 6 crianças pretas, em primeiro plano, no centro da imagem, brincam fazendo sinais com os dedos para a câmera. Por trás deles, um homem preto de camisa branca está agachado, escrevendo com uma caneta em um papel.

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Um pouco atrás dele, à direita, outro grupo iniciado por duas jovens pretas: a primeira de baixa estatura, usando um hijab azul e a outra mais alta e robusta, com turbante vermelho e o seio esquerdo à mostra, amamentando um bebê. Seguidas de um rapaz com um lenço na cabeça. À sua frente, duas crianças: uma preta e outra albina, de aproximadamente 8 anos, a única albina da foto. Elas têm altura semelhante à da senhora sentada em um banco de madeira sem encosto, à frente da menina albina, com um manto colorido que cobre sua cabeça, braços e costas. Entre a senhora e a parede, uma criança em pé, também com altura parecida com da senhora sentada. E a seu lado, uma jovem, quase de costas, de camisa estampada azul, calça jeans e chinelos, com o pé esquerdo apoiado na parede. Outras pessoas ao fundo, encobertas por eles completam o quadro. Plano aberto das páginas 146 e 147 Na página 146, uma fotografia em preto e branco. E na página 147, um quadrado preto. Na foto, estão cinco crianças. As duas que estão em primeiro plano são pretas e apontam o dedo indicador para a câmera. A da esquerda é uma menina menorzinha, de aproximadamente 3 anos e trás um sorriso nos olhos. A criança da direita é um menino, mais sério, tem em torno de 5 anos e está com a boca aberta. Ambos com blusas brancas de algodão. Por trás da menor, um menino preto um pouco maior, com cabelo raspado, também com a boca aberta e blusa de gola polo. Seguindo a “escadinha”, um menino albino com a blusa com ilustração de um herói de desenho animado japonês e muitas manchinhas no rosto, sorrindo com os olhinhos quase fechados. E a última criança estica-se para aparecer. Parte de seus lábios está encoberta pela cabeça de um dos meninos à frente, então ela levanta a sobrancelha e apoia a mão esquerda no encosto de uma cadeira colonial ao lado, que tem sua maior parte encoberta pelo menino em primeiro plano. Ao fundo, a copa de árvores à esquerda e uma construção feita de tijolos à direita. Plano aberto das páginas 148 e 149 Na página 148, a fotografia colorida em formato quadrado de um homem albino, com o braço direito apoiado em uma câmera de vídeo com tripé, tendo como fundo um tecido vermelho pendurado. Sua mão esquerda, que tem o polegar enfiado no bolso da calça preta, empunha um relógio com pulseira de couro. Ele é careca, usa óculos de grau e veste uma camisa de finas listras horizontais em preto e branco. E na página 149, há duas partes. A primeira é um retângulo vertical branco, no qual está escrito em letras pretas o texto a seguir: DESDE CEDO EU PERCEBI QUE ERA DIFERENTE. MAS NÃO ERA EU QUE SENTIA ESSA DIFERENÇA, ERAM OS MEUS AMIGOS, MEUS COLEGAS DE ESCOLA QUE QUE INSISTIAM NO ASSUNTO DE QUE EU ERA DIFERENTE. hugo firmino

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JORNALISTA, REPÓRTER DE VÍDEO E ÂNCORA DO JORNAL DA TVM INHAMBANE E a segunda metade da página, à direita, é a continuação da cortina vermelha da página 148. Plano aberto das páginas 150 e 151 Na página 150, um retângulo vertical preto à esquerda, ocupando metade da página, seguido de uma composição de fotografias em preto e branco, quadradas, dispostas uma acima da outra. Nas duas fotografias, um menino albino e uma menina preta de aproximadamente 15 anos, sentados em um banco. Ela está sentada mais atrás e à esquerda, e ele mais à frente, à direita. Por trás deles, uma árvore. E atrás da árvore, uma casa grande com colunas. Ele é careca e está vestindo um casaco de moletom com capuz e tem o zíper fechado até o pescoço. Usa também calça comprida escura. Ela está de touca clara na cabeça cobrindo as orelhas, blusa escura e calça do tipo camuflagem militar. Na primeira imagem, ela cruza a perna direita sobre a esquerda, apoia o cotovelo direito sobre a coxa direita, cruzando também a mão esquerda sobre o braço direito, apoiando o queixo no dorso da mão relaxada no ar, com os lábios fechados. Ele está com o quadril encostado nas pernas dela e senta relaxando o corpo, apoiando os braços sobre as coxas, apertando os olhos e franzindo o nariz. Na segunda fotografia, abaixo da primeira, ela abraça o garoto, envolvendo seus ombros com os dois braços e sorrindo, juntando a maçã esquerda de seu rosto ao rosto dele. Ele retribui o carinho tocando com a mão esquerda o braço direito dela, com um leve sorriso no rosto, apertando o olho esquerdo. Na página 151, outra fotografia do mesmo casal. Nesta, a menina está com a perna direita cruzada sobre a esquerda e com o cotovelo direito apoiado na coxa direita, levando a mão até a face e apoiando o queixo no dorso da mão, inclinando delicadamente o rosto para a esquerda, sorrindo. Ele tem os braços relaxados sobre as coxas e sorri com os lábios fechados. Plano aberto das páginas 152 e 153 À esquerda, ocupando toda a página 152 e metade da página 153, uma fotografia horizontal colorida. Em seguida, um retângulo vertical branco. Na fotografia, uma menina albina de aproximadamente 8 anos com apliques de trancinhas rastafári pretas, na altura da nuca, com miçangas cor de rosa e azul nas pontas.

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Ela é retratada do busto para cima, num plano de cima para baixo. Está vestida com uma blusinha cor de rosa, sob um vestidinho azul de alcinhas, combinando com seus cabelos. As sobrancelhas, os cílios e a raiz de seus cabelos muito loiras contrastam com as tranças negras. Seu sorriso é tímido. Ao fundo, um gramado um pouco ressecado e desfocado. Plano aberto das páginas 154 e 155 Na página 154, um quadrado branco ocupando toda a página. Na página 155, uma fotografia em preto e branco na qual um menino albino beija uma mulher preta que carrega um bebê também preto amarrado com um pano, junto ao seu corpo. O menino albino de cabelos curtinhos e aproximadamente 8 anos, está à esquerda, retratado da cintura para cima, com uma camisa gola polo. De perfil, ele oferece um beijo à mulher de cabelo com tranças volumosas, rentes ao couro cabeludo, que está à direita. Ela, de frente, inclina seu corpo para receber o carinho, dando a bochecha direita, fazendo também um biquinho com os lábios e quase fechando por completo os olhos. Conforme ela se move, o bebê que está preso na lateral esquerda de seu corpo pelo tecido estampado, também vem para a frente sorrindo para a criança albina. Seu corpinho, coberto pelo tecido, tem à mostra apenas a cabeça e a perna esquerda. Plano aberto das páginas 156 e 157 Uma fotografia colorida horizontal ocupa toda a página 156 e metade da página 157. Em seguida, um retângulo branco. Na fotografia, uma moça albina com manchinhas marrons no rosto e no pescoço, longos cabelos cacheados e ruivos, presos num rabo de cavalo, na frente de um bouganville vermelho e florido. Ela está à esquerda e a folhagem por trás dá origem às flores à direita. Ela tem os olhos apertados, por trás dos óculos de lentes redondas e avermelhadas e a boca pintada com batom está entreaberta. O discreto enfeite vermelho no cabelo, os óculos, o tom do batom, a blusa vermelha sem mangas e as flores dialogam entre si. Plano aberto das páginas 158 e 159 Composição de duas fotografias em preto e branco, lado a lado. Na página 158, uma menina albina de aproximadamente 4 anos segura uma mecha de cabelo de uma senhora preta, que está sentada no banco de uma praça. As duas foram retratadas de cima para baixo. E o banco de madeira entra em cena pela parte inferior do quadro, da direita para a esquerda, em diagonal. A criança está à esquerda, em pé no banco. Seus cabelos são muito claros e com apliques em forma de trancinhas, presas no alto da cabeça. Usa uma blusa de renda clara e sem mangas, calça

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escura e um cordão. Com as duas mãozinhas, examina curiosa os cabelos lisos e pretos, cortados na altura dos ombros, da senhora robusta, que está de costas e veste uma blusa clara com pequenos círculos escuros. A criança abaixa seu rosto com os óculos, em direção à mecha. Ao fundo o piso da praça, com calçamento de cimento e um gramado mais ao fundo. E na página 159, o rosto de uma mulher preta em perfil, à esquerda, olhando para o lado

direito, onde está o rosto de um bebê albino, que encosta a testa em seu ombro

esquerdo. A mulher veste uma blusa escura sob outra roupa que possui uma alça com

fivela. O bebê usa roupas claras e está com touquinha. Seus olhinhos estão quase

fechados. A mulher tem na orelha esquerda um brinco pequeno e redondo, com uma

estrela dentro. O fundo está desfocado.

Plano aberto das páginas 160 e 161

Na página 160, a fotografia em preto e branco, com formato quadrado, na qual um rapaz albino de cabelos curtos e camisa gola polo, com o corpo virado para a direita, segura uma mão de dedos compridos, de uma pessoa preta. A luz entra da direita para a esquerda. Ele tem o olho direito fechado e o esquerdo aberto. Ao fundo uma parede de reboco com rachaduras. Na página 161, o texto a seguir, em letras pretas e fundo branco: Na pluralidade das nossas diferenças, somos siameses, Plano aberto das páginas 162 e 163 Na página 162, o texto a seguir em fundo preto, com letras brancas: no abraço sombrio do sol. No cheiro da festa. Nas entranhas da vida. Na página 164, a fotografia em preto e branco, na qual um homem preto com dedos compridos, aperta a mão de uma pessoa albina. Ele tem cabelos curtinhos, barba apenas no queixo e camisa na cor clara, com o número dez inscrito próximo à gola. O rapaz olha

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para as mãos entrelaçadas palma com palma. A luz vem da direita para a esquerda e banha seu rosto num sorriso. Ao fundo uma parede de reboco com rachaduras. Plano aberto das páginas 164 e 165 Fotografia colorida horizontal ocupando toda a página 164 e metade da página 165, seguida de um retângulo vertical branco à direita. Na imagem, um rapaz albino, com boné preto e camisa estampada na cor laranja, sorri. Seu rosto tem manchas escuras, seus olhos são claros, o nariz é largo. E o volumoso lábio superior, possui cicatrizes. Atrás dele, diversas plantas desfocadas sob o céu azul. Plano aberto das páginas 166 e 167 No plano aberto, a composição de três fotografias pequenas e quadradas, em fundo preto. As imagens estão lado a lado, alinhadas ao centro e à esquerda. Em cada fotografia há um rapaz albino diferente, com camisa escura e boné, tendo ao fundo árvores ou folhagens mais ou menos desfocadas. Na primeira imagem, o rapaz usa óculos de grau com lentes grandes e armação preta com detalhes em vermelho. Ele usa barba apenas na região do queixo. Seu boné é preto, com detalhes azuis. Na segunda fotografia, o rapaz coloca a aba do boné para trás e, com isso, um tufo de cabelo alaranjado aparece no vão do acessório, parecendo um pompom. Ele usa óculos mais estreitos, com armação preta e seus olhos são estrábicos. Sua barba é mais escura no queixo, fazendo um desenho côncavo em cada lado de sua face. A última foto é de um garoto com boné preto de aba azul, algumas manchinhas não muito escuras no rosto e lábios entreabertos e ressecados. Plano aberto das páginas 168 e 169 À esquerda, uma fotografia horizontal colorida ocupando toda a página 168 e metade da página 169, seguida de um retângulo vertical branco. Na fotografia, uma mulher preta com um largo sorriso abraça duas meninas albinas também sorridentes, de aproximadamente 8 anos. Elas estão lado a lado, com a mulher preta ao centro, unidas pelos rostos. São retratadas dos ombros para cima. A menina da esquerda, tem os cabelos curtos, crespos, muito loiros, presos na forma de vários pompons. As sobrancelhas ralas, da mesma cor que os cabelos, quase desaparecem na pele. Veste uma blusa sem mangas, de fundo azul e flores grandes amarelas. A jovem do meio, de sorriso largo e pele preta em contraste com os dentes muito brancos e alinhados, tem os cabelos crespos penteados para cima e está vestindo uma blusa cor de rosa. A menina da direita, mostra um sorriso nos lábios grossos e ressecados, olhos verdes, cabelos curtos e crespos. Suas sobrancelhas e cílios também

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são tão clarinhos, que quase não aparecem. Veste uma blusa multicolorida, com tramas de linhas pretas paralelas e botões pretos. As três tem o formato do rosto muito parecido. Ao fundo, desfocada, uma árvore. Plano aberto das páginas 170 e 171 No plano aberto, a composição de três fotografias coloridas, em posição vertical, lado a lado. Em cada foto, uma mulher preta, sentada em largas raízes de grandes árvores, segurando crianças albinas. Na primeira foto, uma mulher preta com um lenço vermelho na cabeça está com uma bebê no colo, num vestidinho azul claro e meias brancas que sobem até o meio da canela, que olha para baixo. E outra menina, de aproximadamente 7 anos está sentada a seu lado direito. Ela veste uma blusinha sem mangas de cor branca e listras amarelas, com uma grande flor pink estampada cobrindo-lhe toda a frente. As sandálias são azuis com tiras coloridas. Os cabelos crespos, curtos, quase brancos, estão adornados por uma tiara lilás. A menina mais velha olha para a diagonal esquerda, franzindo levemente a testa, com a boca entreaberta. A mulher, repousando a mão esquerda sobre a barriga do bebê em seu colo, veste um leve casaco preto sobre a blusa florida. A saia multicolorida mistura-se no colo com uma manta nas cores ocre e preta. Ela sorri e direciona o olhar para a esquerda. Nos pés, um par de sandálias de cor laranja. A segunda foto, do meio, outra mulher preta sentada nas raízes de uma árvore caiada de branco, em uma praça, com uma criança de aproximadamente 5 anos no colo. Elas olham para a câmera. A menina tem cabelos tão claros e curtos que dão a impressão de ser careca. Veste uma blusa de mangas compridas na cor cinza claro, com capuz apoiado nas costas e tem estampado o número “12” em vermelho na altura do peito. Usa também uma saia florida com fundo preto e nos pés, um par de sapatinhos pretos tipo boneca e meias compridas brancas, com babados até o meio da perna. A mãe, com um turbante na cabeça, estampado na cor azul, com um nó na parte frontal, olha para a câmera. Veste um paletó feminino preto, sobre uma blusa colorida com motivos de folhas e flores nos tons laranja e preto. Nos pés, sapatilhas azul claro. Na última foto, uma terceira mulher preta e um menino albino de aproximadamente 5 anos, também sentados nas raízes de uma árvore, estão trocando um beijo carinhoso na boca. Sentados lado a lado, ela à direita inclina o tronco pra frente, apoiando o braço esquerdo sobre as pernas, virando o rosto na direção do menino, que está à esquerda, e pousando sua mão direita aberta na cabeça dele. O tom escuro da mão contrasta com os cabelos do menino tão claros como sua pele. Ela tem os cabelos presos por um lenço verde e flores alaranjadas, com um nó na nuca que cobre também parte do ombro esquerdo. Veste uma blusa decotada na frente com mangas curtas, na cor cinza claro e uma saia estampada com motivos geométricos em verde e preto. Nos pés, sandálias de dedo com tiras brancas e solado verde.

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O menino, de olhos fechados, veste uma camiseta cinza chumbo, com estampa de letras amarelas e um desenho infantil, bermuda azul e sandálias de dedo de tiras pretas e solado na cor azul. Plano aberto das páginas 172 e 173 À esquerda, na página 172, um retângulo vertical branco, ocupando metade da página. Em seguida, uma fotografia horizontal em preto e branco toma conta do restante do plano aberto. Na foto, um senhor albino, com muitas marcas de expressão em seu rosto, retratado dos ombros até a testa. Os olhos, pretos na foto, ganham expressividade com a sobrancelha direita um pouco levantada, a branca barba rala, o nariz largo e os finos lábios fechados. Seu braço esquerdo está apoiado em algo na altura dos ombros. Usa camisa branca de manga curta. Na sua tez clara, algumas manchas escuras pingam em seu pescoço, têmporas e resvalam em sua testa do outro lado da face. As rugas em seu pescoço e ombros formam uma trama, criando uma textura em sua pele. Na orelha direita, um furo de brinco ou uma manchinha escura no lóbulo. Ao fundo, aparece uma pequena escada de ferro. Plano aberto das páginas 174 e 175 No plano aberto, a composição de duas fotografias, lado a lado. A primeira é maior, na horizontal, e ocupa toda a página 174 e metade da página 175. E a segunda é vertical, e está à direita do plano aberto. A primeira é uma fotografia de duas mãos formando o símbolo de um coração, num dia ensolarado, sob o céu muito azul, sem nuvens. Compondo a figura, a mão esquerda de uma pessoa preta e a mão direita de uma pessoa albina, unidas. Na segunda fotografia, a linha amarela de uma estrada sugere a continuação da mão albina da fotografia anterior, como um braço. Neste ponto de ligação entre as duas fotos também encontram-se em perspectiva: a margem do asfalto em terra vermelha com arbustos, uma faixa de vegetação verde escura mais atrás e o céu azul com muitas nuvens claras num dia ensolarado ao fundo. Plano aberto das páginas 176 e 177 No plano aberto, a composição de duas fotografias, lado a lado. A primeira é colorida e menor. Está à esquerda na página 176. E a segunda é em preto e branco e maior, ocupando metade da página 176 e toda a página 177.

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A primeira é uma foto colorida de um céu azul com muitas nuvens brancas. A segunda é uma foto em preto e branco de quatro jovens deitados em um gramado, unidos pelas cabeças que vistos do alto, lembram um sinal de adição. Deitados na vertical, um casal preto e na horizontal, um casal albino. Os dois meninos vestem camisas iguais da mesma estampa na cor preta onde na parte do pescoço até a cintura traz uma faixa branca com desenhos étnicos. A menina albina com cabelos longos em várias trancinhas, usa um vestido preto de mangas curtas que vai até os joelhos e tem na frente formas geométricas na cor branca, a menina preta está usando uma camisa branca com bolinhas pretas. Plano aberto das páginas 178 e 179 Na página 178, o texto a seguir escrito em letras pretas, em fundo branco: A fecundidade nos torna brancos, mas brancos na carne e pretos na alma. E na página 179, uma fotografia colorida, na qual uma jovem albina com cabelos ruivos rastafári segura com as duas mãos suas longas tranças na altura de seu ombro esquerdo. Ela está à frente de um bouganvile vermelho, com seus espinhos à mostra, em um dia ensolarado. Os lábios fechados, os olhos acinzentados, as sobrancelhas muito claras, quase da cor de sua pele e o nariz largo compõem a expressão de seu rosto. Ela usa uma camiseta cinza e um anel largo, prateado, no dedo médio da mão esquerda. Plano aberto das páginas 180 e 181 À esquerda, na página 180, o mapa político de Moçambique. À direita, na página 181, o texto a seguir escrito em letras pretas, em fundo branco: Um livro que comemora 50 anos de profissão tem que ser dedicado a todos e todas que nesse meio século de trabalho como fotógrafo estiveram ao meu lado em algum momento, me ajudando a superar os inúmeros obstáculos enfrentados ao longo desse tempo. Colegas de profissão, assistentes, laboratoristas, clientes, amigos, familiares queridos... Uma multidão de gente que homenageio agora na pessoa da minha companheira Maria Clara, que esteve ao meu lado para o que desse e viesse, durante 47 desses 50 anos de profissão, nos bons e maus momentos da minha carreira. Ela está presente em cada página desse livro, que ela ajudou a produzir, viajando comigo a Moçambique na primeira viagem dessa jornada, organizando todo o processo de produção e cuidando do making of. Maria Clara que me deu minhas duas filhas amadas, Bia e Nina, que agora completam minha vida me dando duas netinhas, Alice, que chegou junto com a primavera de 2018, e Malu que chegará logo em seguida a essa publicação, fechando com chave de ouro esse ciclo de vida.

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Plano aberto das páginas 182 e 183 Em um fundo branco, o texto com o título OS FILHOS DA LUA E DO SOL, escrito em letras pretas, em fundo branco. O título está em letras maiúsculas, alinhado à esquerda da página 182. OS FILHOS DA LUA E DO SOL Dante Gastaldoni Existem frases ou versos que nos atingem de modo bem particular, colam na alma, e lá permanecem para além do nosso controle. Ao menos comigo é assim. Podem surgir em uma canção, um poema, um livro ou durante uma conversa e acabam sendo memorizados à revelia de nossas vontades, passando a atuar como faróis pela vida afora. Uma dessas revelações ocorreu durante uma entrevista do polêmico fotógrafo italiano Oliveiro Toscani ao programa Roda Viva, exibido pela TV Cultura em julho de 1995. Em determinado momento, ao ser inquerido sobre o caráter crítico presente em seu trabalho, Toscani respondeu que quando um artista se depara com alguma coisa que o incomoda, esta será certamente a temática que enfrentará. Quando PRETO BRANCO me chegou às mãos (e aos olhos) foi mais ou menos isso que senti. Davy Alexandrisky não poderia ter encontrado melhor forma de celebrar seus 50 anos de Fotografia (assim mesmo, com F maiúsculo), do que colocando seu talento e sensibilidade a serviço de uma causa humanitária, um tema que precisa reverberar pelo mundo. Em paralelo com a poesia das imagens, fui absorvendo informações desconcertantes que me deixaram surpreso - e até constrangido - com meu desconhecimento sobre a situação dos albinos na África. Como se não bastasse o sol causticante, que acentua os problemas dermatológicos e oftalmológicos nas pessoas que têm falta de melanina no organismo, fiquei perplexo por sabê-los alvos de mutilações perpetradas para que mãos, braços, pés, pernas e outras partes de seus corpos sejam utilizadas em rituais de magia negra. A existência absurda deste tráfico de órgãos que aterroriza a população albina, em especial a parcela com menor poder aquisitivo, associada à pouca divulgação que o assunto recebe, acaba produzindo uma cultura de invisibilidade que vai, aos poucos, naturalizando as atrocidades cometidas contra os negros de pele branca retratados neste livro. Aqui, ao contrário, os albinos ganham voz e visibilidade. PRETO BRANCO é um livro de “denúncia poética”, como sugere o autor, inspirado pela certeza, quase um mantra, de que “cultura só se combate com cultura”. Para tanto, a obra não tenta vitimizar os albinos nem glamurizar a aparência dos “filhos da lua”, como eles costumam ser chamados por lá. Trata- se de um livro que mostra como o fotógrafo foi progressivamente se subordinando aos fotografados, um livro em que a câmera foi mais espelho que janela. A fotografia da “modelo” albina na manicure, fazendo as unhas em praça pública antes da sessão de fotos previamente agendada, fez com que Davy percebesse que os roteiros teriam que ir se adequando às surpresas do caminho. O ápice desta percepção parece ter sido o momento em que Maria Clara, sua esposa e companheira de vida, acabou cedendo o celular e a câmera GoPro para que os albinos do grupo pudessem assumir a documentação do making of.

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[Página 183, continuação do texto da página anterior] O episódio mereceu um relato bem-humorado e extremamente revelador sobre a personalidade do fotógrafo: Davy conta que em determinada ocasião, ao se posicionar para fazer uma foto, foi surpreendido pelo pedido de um albino, que fazia o registro da cena com o celular de Maria Clara, para que mudasse de posição pois estava prejudicando o enquadramento que ele, o “assistente”, tinha escolhido para sua própria foto. A imersão no livro vai revelando um ambiente de informalidade e fraternidade crescentes, no qual fotógrafos e fotografados vão se revezando nos papéis de atores e diretores da documentação. Pagina após página, outros aspectos dessa interação passam a ser perceptíveis: as pessoas fotografadas por Davy têm nomes, têm histórias de vida recheadas com exemplos de luta e superação, têm uma cumplicidade amorosa exposta em cada foto, revelando uma espécie de autoria compartilhada que deixa entrever a tessitura da imensa rede de solidariedade construída para viabilizar o projeto. Talvez por isso, depois dos milhares de quilômetros percorridos em Moçambique a bordo de vans e ônibus populares (uma dessas viagens durou 18 horas e chegou a ter mais de cem pessoas embarcadas), o autor tenha chegado à curiosa conclusão de que tinha se transformado em “um celular a serviço das selfies de albinos e albinas”. O Davy é um cara assim mesmo, desapegado, generoso, que irradia sua paixão pela fotografia onde quer que vá. Fui conhecê-lo quando ingressei na UFF em 1972, para estudar Comunicação Social, após dois anos pouco estimulantes como aluno de Engenharia. E foram suas aulas de Linguagem Fotográfica, dissecando a ótica e a mecânica das câmeras fotográficas e enveredando pela química das revelações de outrora, que deram sentido aos parcos conhecimentos que eu havia adquirido no curso de Engenharia. Foi também em suas aulas que vislumbrei as conexões entre fotografia e ideologia, que iriam desembocar na Civilização da Imagem detectada por Barthes alguns anos depois. Enfim, foi com Davy Alexandrisky que encontrei a bússola para trilhar meu próprio caminho. Agora, diante de PRETO BRANCO, me dou conta que estou tendo mais uma aula sobre a escrita da luz com meu antigo mestre. Suas fotos e seus relatos me fizeram viajar pelo disco de Newton e pelo arco-íris, provas incontestes de que o branco irradia todas as cores; me fizeram lembrar que o preto absorve toda a luz e, por isso, acumula calor nos dias quentes; e por fim me fizeram pensar que o próprio universo nasceu de um buraco negro que absorvia tudo, inclusive a luz, e um dia explodiu. Daí brotou a convicção de que o preto e o branco são as duas únicas cores que detêm em si todas as demais e, por extensão, que os filhos da lua são também filhos do sol, pais e mães de todas as cores. Novembro, 2018 Página 184 à esquerda.

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Dois retângulos verticais. Um preto à esquerda e outro branco, à direita, ambos do mesmo tamanho. Página 185 à direita. No canto inferior esquerdo, a fotografia vertical colorida, de um senhor branco, de óculos, com barba e cabelos brancos, vestido com um colete fotográfico na cor cáqui. Tem em volta do pescoço uma alça preta esticada. De pé e com a cabeça abaixada, rodeado por crianças e adultos, pretos e albinos. Todos olham para baixo, observando algo. E ao lado da foto, o texto a seguir, em letras pretas: PRETO BRANCO é um livro de fotografia concebido por um fotógrafo que completou meio século de profissão em abril de 2018. Cinquenta anos para o “tempo histórico” é uma gota d’água no oceano, mas na escala cronológica tem um peso muito significativo na vida pessoal e profissional de qualquer um. Nesse período, a fotografia experimentou uma extraordinária evolução tecnológica, que não se limitou à passagem do analógico para o digital, mais óbvia quando se fala de tecnologia. Quem iniciou sua carreira de fotógrafo profissional em 1968, sabe que a fotografia colorida, por exemplo, era algo ainda muito distante da realidade do seudia-a-dia. Hoje a foto pb é quase uma lembrança do passado. São apenas dois exemplos simbólicos, que se somam a uma centena de outras mudanças, não só tecnológicas, mas éticas e estéticas, vivenciadas ao longo desses cinquenta anos de profissão, que merecem ser comemorados com muita festa. Escrevo na primeira pessoa para contar melhor o porquê da escolha do livro PRETO BRANCO para esta celebração, e como foi realizar esse trabalho. O marco fundador do PRETO BRANCO se dá lá no começo da minha carreira profissional, quando me chegou às mãos um incrível livro de fotografias, do fotógrafo Sam Haskins, intitulado “African Images”. Naquele momento, inspirado em Sam Haskins, fui definitivamente fisgado pela ideia de algum dia atravessar o Atlântico em busca de imagens fantásticas do Continente Africano. Eis que chegou a hora de celebrar meio século de trabalho ininterrupto como fotógrafo! Era a hora de tirar do baú dos desejos o sonho de garimpar belas imagens na África para um livro de fotografias com a minha assinatura! Tudo começa em 2016 com uma ligação para minha amiga conterrânea niteroiense, Inez Página 186 à esquerda. [continuação do texto da página 185] Azevedo, que há muitos anos mora na Tanzânia, para falar da intenção de fazer um livro com fotos da África. De pronto ela abriu as portas de sua casa e me ofereceu abrigo e alimentação - “casa, comida e roupa lavada”, como se costuma dizer nessas situações.

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Conversa vai conversa vem, ela me contou sobre um trabalho voluntário que estava fazendo lá, com os albinos na Tanzânia. Aos poucos, enquanto ela ia me contando a dramática situação dos albinos na África, minha cabeça ia dando um nó. Decididamente esse assunto, surpreendente para mim, não tinha nada a ver com os meus sonhos sonhados para a celebração de meio século de profissão. Mas o assunto me impactou de tal modo que, passados dois dias da nossa conversa, as histórias narradas pela minha amiga Inês seguiam martelando meus pensamentos 24 horas por dia. [À esquerda, a fotografia de uma moça albina, segurando vários papéis junto ao corpo e olhando em perfil para o lado esquerdo, tendo atrás uma imensidão de águas] Foi quando tomei coragem e resolvi botar no Google: “albinos África”. Com certeza posso afirmar que foi a “navegação” mais angustiante que já fiz na internet. Depois dessa aterrorizante experiência virtual qualquer ideia sobre um livro com belas imagens do continente africano, sem maiores consequências além do culto ao belo, já me pareceria extremamente fútil. [À esquerda, a selfie de uma moça albina. Por trás dela, uma parte do rosto e do tronco do senhor de barba e cabelos brancos à esquerda, seguido de um trio, composto por uma moça albina de cabelos compridos que junta seu rosto ao de uma senhora branca e loira, de vestido azul e bolsa vermelha à tiracolo, seguida de outra moça, preta, com uma bolsa de mão cor de rosa. Por trás, uma mureta e as águas] Os albinos na África, além de todas as dificuldades enfrentadas por qualquer pessoa com albinismo, diante das fragilidades dermatológicas e oftalmológicas, provocadas pela falta de melanina no organismo, são alvos de sequestros e mutilações, para que os pedaços dos seus corpos sejam utilizados em rituais de magia negra, que, supostamente, trarão benefícios e vantagens pessoais para quem os encomenda. Pés, mãos, pernas, braços e outras partes arrancadas dos corpos dos albinos vivos chegam a ter uma tabela de preços cartelizada. É um tráfico sinistro que Página 187 à direita. Continuação do texto da página 186. aterroriza essa população, via de regra invisível para as políticas públicas. Lá como cá. As imagens publicadas na internet, tanto das mutilações quanto das doenças dermatológicas, são chocantes. Imagens que não combinam com uma festa de aniversário. Mas, por outro lado, estava convicto de que essa história precisava ser contada. Que o mundo precisava tomar conhecimento de que havia uma população esquecida, precisando de apoio humanitário. Particularmente, nunca fui afeito a denúncias. Mas, sabia, porque sabia, que essa questão precisava ser denunciada.

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As conversas sobre o tema com a Inez se intensificaram. As imagens maravilhosas de Sam Haskins se misturaram com as imagens terríveis que vi na internet, e se embaralhavam na minha mente. Estava cada vez mais dividido. Dividido e atormentado. De uma hora para outra, meus sonhos se misturavam a pesadelos. A decisão de editar um livro para marcar meu cinquentenário profissional era um fato consumado. A África como tema do livro também não suscitava nenhuma dúvida. Porém me sobravam perguntas sobre o tema que abordaria no livro. Perguntas difíceis de responder naquele momento. Sabia que precisava contar esta história dos albinos com minhas fotos, mas me faltava encontrar o modelo de narrativa imagética para fazer desse livro um instrumento de denúncia poética que justificasse a sua edição. Meu maior desafio inicial era criar um conceito para essa proposta inspirada num drama com contornos desenhados em duas áreas do conhecimento, nas quais eu não tenho a menor familiaridade: saúde e segurança. Muitas vezes saber o que não queremos pode ser tão ou mais importante do que saber o que queremos, antes de se escolher um caminho a seguir. E eu ainda não sabia exatamente o que [Ao lado direito, a fotografia de várias crianças pretas, em primeiro plano, de costas, olhando para o senhor de barba e cabelos brancos, empunhando ao alto um fino graveto, com a mão direita, enquanto sorri. Uma câmera fotográfica parece voar entre as crianças e o senhor] Página 188 à esquerda. [Continuação do texto da página 187] queria, mas sabia o que não queria com esse livro. Era hora de botar a mão na massa e transpirar para dar consequência à inspiração. Desde o primeiro momento que tomei conhecimento da brutalidade perpetrada no continente contra as pessoas com albinismo, estava muito claro para mim que tudo isso era cultural. Ainda que macabra: uma prática cultural. E cultura só se combate com cultura! Obviamente não se pode abrir mão do aparelho de força do estado para coibir e combater os crimes de sequestro e mutilação de pessoas. Mas jamais será possível combater com o uso da força a motivação cultural para esses crimes de sequestro e mutilação. Repito: cultura só se combate com cultura! [Do lado esquerdo do texto, a fotografia do homem de barba e cabelos brancos, vestido com um colete fotográfico e câmera na mão, em primeiro plano do lado direito. À esquerda, uma mulher preta usando hijab com duas crianças, sentadas em uma calçada de terra. Ao fundo, um grupo de mulheres pretas esperam na esquina, próximas a uma árvore.]

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Portanto, estava claro que eu não queria trilhar pelos caminhos do confronto com os criminosos, ou das imagens retratando as chocantes consequências físicas dos seus crimes. Tampouco publicar um livro com as sequelas patológicas causadas pela falta da produção de melanina no organismo, para concorrer com outras publicações médicas. Saber o que não queria me deu uma pista para eu pensar esse livro como instrumento de denúncia poética sobre um grave problema, desconhecido pela maioria das pessoas, a partir da minha prática de artista visual. Negar a condição de “coitadinho” às pessoas com albinismo e, ao mesmo tempo, sem glamurizar sua aparência diferenciada pela falta de pigmentação da pele, para tentar minimizar a mística de “filhos da lua”, como são chamadas as pessoas com albinismo. Mostrá-las, ou melhor, deixar que elas se mostrem para as minhas lentes como elas se enxergam. Fazer da minha câmera um espelho, antes da extensão dos meus olhos. [Ao lado esquerdo, a fotografia com o senhor de barba e cabelos brancos de perfil à esquerda, em companhia de um rapaz e de uma moça pretos, que estão de costas, olhando o monitor da câmera fotográfica, tendo ao fundo uma parede de palha.] Página 189 à direita. [Continuação do texto da página 188] Nunca acredite que “uma foto vale mais do que mil palavras”. Não se conta uma história de mil palavras com uma fotografia. Até mesmo uma história de poucas palavras pode exigir mais de mil fotografias para contá-la. Depois de cinquenta anos fotografando e pensando fotografia cotidianamente, não é difícil pegar a câmera e sair fotografando. No entanto tudo muda quando a linguagem fotográfica se subordina a um propósito pré-determinado, como no caso dessa proposta de se apropriar da linguagem fotográfica para contar uma história. Uma denúncia poética para inaugurar um processo de contracultura, desmistificando essa crença de poderes extraordinários atribuídos aos albinos e albinas. A pergunta de um milhão de dólares era: como equacionar tantas questões? [Fotografia com o senhor de barba e cabelos brancos sentado de costas, em primeiro plano, usando fones de ouvido e segurando uma lente na mão esquerda. À sua frente, um tripé com a câmera apontada para um casal. Ela, albina, e ele, preto, sentados num sofá. Ao lado direito do sofá, um banner com a logomarca da Televisão de Moçambique. E próximo ao banner, um homem albino de boné preto, que veste uma camisa de finas listras horizontais em preto e branco observa a cena.] De repente, fui encontrar respostas em uma experiência que vivenciei intensamente, que acabou dando as bases para a construção da narrativa imagética para a minha denúncia poética da tragédia albina na África. Inspirado na ousadia de um gestor público, chamado Célio Turino, que decidiu apostar na potência ao invés da carência ao desenhar um

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programa de políticas públicas na área da cultura - Cultura Viva - subvertendo a lógica que preside usualmente esse processo, tomei a decisão de contar a história da população albina na África a partir da potência dessas pessoas fragilizadas fisicamente pela falta de melanina, cujas vidas são uma aula de superação. Unir em celebração a minha resistência profissional com a potente resistência dos albinos da África, diante dos problemas de saúde e de segurança que são obrigados a enfrentar diariamente. [À direita, a foto do senhor de barba e cabelos brancos, ao lado de um homem preto, mais alto, na frente de um portão vermelho aberto, sobre o qual vê-se a placa com uma logomarca, que é um arlequim com uma imensa boca aberta e o texto: CTO MAPUTO – Centro de Teatro do Oprimido. Abaixo dessa foto, uma outra imagem tendo o senhor de barba e cabelos brancos, sentado no chão de terra, com colete e bermuda, fotografando algo fora do quadro, enquanto 5 crianças pretas o observam mais atrás, próximas a uma construção de alvenaria e uma casa com telhado de palha] Desprezando solenemente seus dramas cotidianos, decidi apresentá-los como são e como se veem: seres humanos que são, pretos e pretas, Página 190 à esquerda. [Continuação do texto da página 189] filhos e filhas de pais e mães pretas, irmãos e irmãs de pretos e pretas, parente, amigos e amigas de outros pretos e pretas, amantes, trabalhadores, estudantes, africanos, como qualquer pessoa com melanina. Uma escolha próxima ao pensamento do poeta negro moçambicano, Daniel S. Wate, militante da defesa dos direitos fundamentais à vida dos albinos, que versa em sua poesia “albinos”:

A fecundidade nos torna brancos, Mas brancos na carne e pretos na alma.

Porque a cultura do povo negro africano, como a de qualquer outro povo, em qualquer lugar do mundo, não se subordina à produção ou não de melanina. E não há nada que justifique o preconceito e a discriminação sofrida pelos albinos na África, ou em qualquer outro canto do planeta. Como dizem os idealizadores do Programa Pró-albino, da Santa Casa de São Paulo, “o albinismo é uma desordem genética associada à deficiência da melanina, pigmento que dá cor à pele, aos cabelos e aos olhos e tem a função de proteger a pele contra a radiação solar”. [Imagem à esquerda de um homem albino com boné branco e camisa xadrez, em pé, mexendo em vários papéis. Ao fundo, um muro cinza feito de tijolos de cimento e o chão de terra.] Mas, como me ensinou uma jovem albina de 22 anos, Adelina, em Chimoio, capital da província de Manica, na região central de Moçambique, essa questão se agrava sensivelmente quando associada à pobreza. Ou seja, o albinismo afeta em graus variáveis a saúde das pessoas, tornando-as vulneráveis às doenças malignas ou benignas de pele,

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além de graves e gravíssimas deficiências visuais, mas nem de longe compromete suas heranças culturais e sua ancestralidade: ninguém deixa de ter “alma preta” pela falta de produção de melanina. Somente a sua “carne é branca”. A propósito, palavra “albino” deriva do latim, albus, que quer dizer alvo, muito branco, ou alvorada. [À esquerda, a fotografia em uma praça do homem de barba e cabelos brancos, do lado esquerdo. Ele está ao fundo, sob a sombra de árvores, manipulando a câmera. E à direita, uma moça albina, sentada num banco verde de madeira, ao sol, de pernas cruzadas, olhando para ele.] Página 191 à direita. [Continuação do texto da página 190] Expressão usada também para designar pessoas muito brancas ou pálidas. Depois da decisão de contar a história dos albinos na África e da definição conceitual dessa história, havia encontrado o caminho da narrativa. Porém, para mostrar às pessoas como elas se enxergam, há que se inverter o raciocínio que faz da câmera extensão do olho do fotógrafo: um verdadeiro exercício de invisibilidade, para transformar a câmera num espelho aonde a pessoa fotografada projete autonomamente a sua imagem. [Fotografia de uma calçada larga, com uma árvore ao centro. Do lado esquerdo da árvore, várias fileiras de sapatos, dispostas em diagonal e a rua, por onde vem passando uma moça albina. Um pouco atrás da árvore, algumas pessoas conversam. Do lado direito, um homem preto de perfil, sentado junto ao caule. Mais à frente, em primeiro plano, um homem preto compra algo de um homem albino com chapéu. E mais à direita as grades de um parque arborizado, nas quais estão pendurados casacos femininos coloridos.] Traduzindo para uma linguagem mais atual e compreensível, o PRETO BRANCO me transformou num “celular a serviço das selfies” dos mais de cem personagens albinos e albinas que fotografei, nas duas viagens que fiz à África com esse propósito. Algo que, em certa medida, já tinha exercitado em outras experiências de residência artística no Brasil, com quilombolas e indígenas Guarani e Pataxó. Porém, depois de equacionada a questão conceitual, enfrentei um conjunto de problemas operacionais para levar a cabo o projeto na Tanzânia, apesar de todos os esforços da minha amiga Inez. Foi quando um outro amigo, Geo Brito, gestor do CTO - Centro de Teatro do Oprimido, que conhecia a proposta do PRETO BRANCO e estava acompanhando minhas tratativas com a Inez para viabilizar o projeto na Tanzânia, sem sucesso, me apresentou a um importante parceiro do Teatro do Oprimido, em Moçambique: Alvim Cossa. Apresentações feitas, comecei os entendimentos com o Alvim, que foi extremamente solidário e receptivo à proposta, me colocando em contato com o vice-presidente da

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Associação Amor à Vida, organização de proteção dos direitos dos albinos de Moçambique: Milton Stela Mujovo. Liguei para o Milton para expor a minha proposta. [À direita, a fotografia do homem de barba e cabelos brancos com colete, sentado em uma cadeira. Ele está de costas, em primeiro plano, apontando a câmera para duas mulheres: uma preta e outra albina, que segura uma bebê preta, na frente de uma parede azul] Página 192 à esquerda. [Continuação do texto da página 191] Depois de algum tempo da nossa primeira conversa por telefone, ele me pediu que eu mandasse a proposta por escrito. Ao que atribuí a uma certa dificuldade de comunicação pelo português falado pelo Milton, com um forte sotaque do português de Portugal. Mas depois, pessoalmente, o próprio Milton me contou, às gargalhadas, que tinha pedido para eu enviar a proposta por escrito para cortar a conversa que lhe pareceu muito suspeita. Afinal, de onde vinha esse súbito interesse de um brasileiro pelos problemas dos albinos em Moçambique?! Na mesma hora atendi o pedido do Milton e postei um e-mail com o esboço detalhado da proposta, com ideia de fazer uma denúncia poética, a partir da potência das pessoas com albinismo, para alertar sobre os problemas que elas enfrentavam na África, exigindo imediata mobilização internacional, em defesa dos direitos humanos dos albinos. Pouco tempo depois de enviar o e-mail fui surpreendido com a pronta e entusiasmada resposta do Milton, pedindo para eu ligar novamente para ele. [Na fotografia à direita, o homem de barba e cabelos brancos mostra o monitor da câmera para duas mulheres, uma preta e outra albina. Ambas usam lenços estampados na cabeça. Estão próximos a uma parede azul.] Nesse segundo contato telefônico, muito mais longo e amistoso, Milton, que é jornalista, me relatou que justo naquela semana, numa reunião com os associados da Amor à Vida, tinha sido deliberado que ninguém mais aceitaria convites para participar de programas de rádio e TV se apresentando como “coitadinho” indefeso, objeto de sensacionalismo midiático. Milton se disse surpreso com a coincidência entre as nossas leituras sobre a questão albina e foi direto ao ponto: quando é que você chega a Maputo? [À esquerda, a fotografia do homem de barba e cabelos brancos fotografando duas crianças jogando futebol. Uma delas é albina e a outra é preta] Dessa vez a gargalhada foi minha. Acho que de nervoso. Afinal havia a vontade de fazer o livro, a ideia de como fazer o livro, uma pequena poupança pessoal para a compra das passagens e estadia em Moçambique, mas não havia um único centavo para garantir a edição do livro.

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Página 193 à direita. [Continuação do texto da página 192] Mais uma vez os astros conspiraram a favor e a Dra. Ilza Boeira Fellows, entendendo a importância cultural e humanitária do PRETO BRANCO, defendeu junto à Direção do Complexo Hospitalar de Niterói - CHN, o aporte financeiro para viabilizar esse livro, através da Lei de Incentivo à Cultura de Niterói. Eu só sei dizer que exato um mês depois eu estava embarcando para Moçambique com minha companheira Maria Clara, para fazer o que mais gosto de fazer: contar histórias através das minhas fotos, com a esperança de poder construir um mundo melhor. Mais justo e igualitário. Dezessete horas de viagem, quatro aeroportos, três aviões, horas cansativas de voo, desembaraço aduaneiro, troca de moeda, compra de chips para celular e burocracia de hospedagem não impediram que, duas horas após tocar o solo moçambicano, já estivéssemos em volta de uma mesa de trabalho com o Milton, para tratarmos do roteiro das fotos e das viagens. Foi incrível esse momento: era a primeira vez em toda a minha vida que eu conversava com uma pessoa albina. Uma sensação difícil de narrar, pela contradição que encerra. Afinal, depois de tanto tempo de conversas sobre albinos e albinismo, com a minha amiga Inez, tanta pesquisa na internet, eu me sentia absolutamente familiarizado com a questão albina, mas ainda não tinha tido, até aquela oportunidade, qualquer contato pessoal com um albino. Na verdade, quando conversei umas três vezes com o Milton por telefone, não tinha me ocorrido, sequer pensado, se ele era preto com melanina ou sem melanina. [Ao lado direito, a fotografia de duas sombras projetadas no chão. A primeira é a sombra de uma mulher de vestido, com as mãos atrás da cabeça. A outra é menor e não aparece por inteiro. Ao fundo, os pés de uma pessoa albina, com chinelos e saia marrom estampada com uma grande mandala.] Nunca é demais comentar que a causa albina me sensibiliza, mas não sou um albino. Só eles sentem na pele (nesse caso literalmente) os problemas que a falta de melanina acarreta. O que também aprendi lá em Moçambique, com o âncora do jornal Página 194 à esquerda. [Continuação do texto da página 193] da TVM, Hugo Firmino, da província moçambicana de Inhambane, que é albino, pai de uma criança albina e irmão de uma albina. O mais relevante a destacar é que se a ansiedade era crescente desde que comprei as passagens para Moçambique, nesse momento ela atingira o seu ápice. Não havia mais nada a fazer a não ser fotografar.

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[À esquerda, a fotografia com o homem de barba e cabelos brancos, vestindo o colete cáqui, de costas. Ele fotografa um menino albino em cima do tronco de uma árvore.] Quer dizer, sempre há o que fazer. Sempre há alguns detalhes de produção para se resolver na última hora. A ideia inicial foi roteirizada conceitualmente a partir da ideia que tínhamos de mostrar os albinos vivendo o seu dia-a-dia como qualquer outra pessoa não albina, interagindo como interagem cotidianamente. Tanto as interações profissionais quanto afetivas, numa “pegada documental” de imagens poéticas. [à esquerda, a fotografia do homem com barba e cabelos brancos, de costas, fotografando duas crianças albinas e um homem preto, sentados em um cenário coloridos. À esquerda, uma moça albina observa.] Enfim, chegou o grande dia de partirmos para o trabalho de campo! Maria Clara levou o arquivo das fichas de autorização de direito de uso de imagem na copiadora para imprimir, limpou a memória do seu celular para abrir espaço para as fotos do making of. Eu chequei todo o equipamento: baterias, cartões de memória, pilhas etc. E partimos para o local de encontro combinado para essa primeira seção de fotos. Ah... Como gostaria, nesse momento, ser um escritor ao invés de fotógrafo, para poder transmitir em palavras a minha extraordinária emoção ao chegar na praça aonde havíamos combinado de nos encontrar e ver os albinos vindo na minha direção, me abraçando e beijando - a mim e a Maria Clara - estabelecendo de imediato uma relação de confiança, que foi se acentuando e multiplicando no decorrer desse trabalho. [À esquerda, o homem de barba e cabelos brancos fotografa um homem albino, com paletó preto e cachecol vermelho] Eu já conhecia a fama do moçambicano ser um povo hospitaleiro e até aquele momento tinha sido muito bem tratado por todo mundo que tive contato. Desde a amabilidade do pessoal da aduana Página 195 à direita. [Continuação do texto da página 194] no Aeroporto de Maputo, que por todos os lugares que viajo são sempre muito sisudos, dos motoristas, dos nossos hostes, dos atendentes e garçons, dos passantes a quem pedíamos informações, a cordialidade do moçambicano era comovente. Amabilidade e cordialidade, aliás, contagiante, como pudemos constatar pela receptividade que tivemos da nossa representação diplomática em Moçambique, nas pessoas do Embaixador Rodrigo Baena Soares e do Secretário Matheus Machado de Carvalho.

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Mas a recepção dos albinos e albinas superou toda essa cordialidade, pela relação de intimidade que se estabeleceu de imediato. Era como se a vida toda fizéssemos, eu e Maria Clara, parte daquele grupo de amigos e amigas. Enfim, era a realização de um sonho sonhado há mais de um ano, de repente, se tornando real. [À direita, a selfie da moça albina com blusa branca de botão, mostrando mais atrás um grupo de pessoas caminhando, dentre eles a mulher loira carregando alguns equipamentos, o senhor de barba e cabelos brancos com colete, um homem albino de boné vermelho, uma mulher preta e uma criança albina] Passada a euforia (ou, ainda eufórico) era chegada a hora de executar o planejado, cuidadosamente, nos mínimos detalhes, junto com o Milton. Tirar o corpo da câmera de um bolso do colete, a objetiva do outro bolso, acoplar tudo e começar a fotografar a primeira cena, prevista para ser feita ali mesmo naquela praça. [À direita, o senhor de barba e cabelos brancos ao fundo mostra o monitor da câmera para um grupo de mais de 18 crianças pretas, de costas] Aí começaram as surpresas. Era a vida real se sobrepondo à vida imaginada. De câmera na mão, vejo uma das albinas que seria fotografada “cuidando das unhas”. Era uma cena trivial para você leitor ou leitora moçambicana, mas curiosa para o olhar de um turista brasileiro, acostumado com manicures mulheres, em ambiente fechados, que chamamos no brasil de “salão de beleza”: um jovem manicure, exercendo rotineiramente o seu ofício, ali, ao ar livre, pintando as unhas da “modelo” albina, com seus apetrechos de trabalho, acomodados em uma estrutura de madeira, semelhante ao modo como os vendedores de Página 196 à esquerda. [Continuação do texto da página 195] algodão doce trabalham no Brasil. Foi a senha para eu descobrir que o planejado sucumbiria à força dos fatos. Era uma foto que não estava planejada e que foi o meu primeiro clique no PRETO BRANCO. Daí em diante, a realidade dos fatos foi se impondo e o trabalho foi se libertando da idealização para se subordinar ao imprevisto, me deixando cada vez mais invisível, apesar de que, a medida em que eu me afastava do centro de Maputo, minha figura, nitidamente, ia se tornando cada vez mais exótica, alvo dos olhares curiosos. E eu percorri todas as províncias de Moçambique em transporte coletivo. Foram treze percursos que somaram mais de oitenta horas de viagens. [Duas fotografias lado a lado, desfocadas. Em primeiro plano, parte da palma da mão e ao fundo, pessoas em um ônibus]

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Aliás, eu acredito que esse foi o melhor mecanismo para o meu exercício de invisibilidade: viajando longos percursos, sempre sozinho, em ônibus e “chapas” (vans para os brasileiros), lotados, eu era sempre o único branco. Uma das viagens, por exemplo, demorou mais de dezoito horas num desses ônibus lotado. Passada a primeira hora de viagem, nem que eu quisesse, me lembraria mais que era branco, porque já nem era mais olhado com espanto por qualquer outro companheiro ou companheira de viagem. Página 197 à direita. [Continuação do texto da página 196] Aqui vale um parêntese para explicar ao leitor brasileiro, o que significa a expressão: “ônibus lotado”, em Moçambique, tão conhecida do moçambicano, que sofre diariamente com a precariedade dos transportes coletivos. Em um ônibus do mesmo tamanho dos nossos, que pela legislação brasileira só viajam 41 passageiros, em Moçambique, viajam quantos couberem. Nessa viagem que durou quase um dia, entre adultos e crianças de todas as idades, eu cheguei a contar num determinado trecho, cento e um passageiros. Por incrível que pareça. Diferente dos nossos ônibus, do mesmo tamanho dos de lá, o ônibus apresenta de um lado duas filas de assentos - janela e corredor - enquanto do outro são três - como em avião: janela, corredor e meio. Além disso, o intervalo entre “poltronas” é bem menor. Coitado do passageiro que viajou na frente do meu assento! Mesmo me encolhendo ao máximo, eu sentia que o meu joelho furava as suas costas. [Ao lado direito, o homem de barba e cabelos brancos, sentado, mostra, sorrindo, o monitor da câmera para quatro crianças pretas e uma albina, curiosas. Ao fundo, um monte de areia e uma estradinha de terra] Outro detalhe relevante: tanto nas fileiras de dois assentos quanto nas de três, entre adultos e crianças de várias idades no colo dos adultos, podem viajar quatro ou seis passageiros. Ou mais. E quando esgotam os assentos o “cobrador” começa a distribuir pequenos baldes que servem de assento para quem se “acomoda” no corredor. Esse parêntese é fundamental para que o leitor brasileiro entenda porque eu atribuo a essas viagens o melhor mecanismo para me ajudar a exercitar a invisibilidade. Voltando ao processo dessa residência artística com os albinos e albinas, a constatação final de que eles e elas assumiram inteiramente as rédeas do preto branco, impondo seu protagonismo, fica patente no momento em que Maria Clara perdeu a autonomia do making of. Seu celular e a sua GoPro, passaram a circular de mão Página 198 à esquerda. [Continuação do texto da página 197]

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em mão entre seus colegas albinos e albinas. Uma vez, no momento em que eu tinha encontrado um bom ângulo para fazer uma determinada foto, o albino que fazia o registro da cena com o celular da Maria Clara, corrigiu a minha posição porque ela estava prejudicando o enquadramento que ele tinha escolhido para a foto de making of que ele estava fazendo. O melhor ângulo para a foto dele era mais importante do que o que eu escolhera para fotografar. Éramos todos personagens. Não havia um objeto. Todos eram sujeitos do processo. [Ao lado esquerdo, o homem com barba e cabelos brancos, com colete, fotografa em uma praça. Ele leva a câmera até o olho direito, abrindo a boca. Tem várias bolsas com equipamentos, presas em sua cintura] Daí eu dizer que o processo acabou por me transformar num “celular a serviço das selfies” dos albinos e albinas. Todas as fotos aqui no preto branco são fotos corriqueiras como as de qualquer galeria de fotos do seu celular, o que torna esse livro um mero álbum de família, com registros de flagrantes descontraídos e fotos posadas para recordação. Esse foi o grande desafio dessa proposta, que se pretende muito mais do que um livro. Repito, PRETO BRANCO é um grito de alerta poético para chamar a atenção do mundo para uma população que resiste potentemente a sérias dificuldades, agravadas pela ausência do estado e a ignorância dessas dificuldades por parte do conjunto da sociedade. Longe de mim a presunção da mais remota comparação com o gênio da pintura, Pablo Picasso, que aos quinze anos já sabia pintar como um grande pintor, mas levou a vida inteira para aprender a pintar como uma criança, como dizia. Mas posso afirmar que é muito mais fácil aprender a fotografar como um profissional do que depois de cinquenta anos de profissão fotografar como um amador. O que espero ter conseguido fazer nesse trabalho. Davy Alexandrisky Página 199 à direita Na metade superior da página, a fotografia em fundo branco, na mesma praça, de um grupo de vinte pessoas, adultos e crianças, com o senhor de barba e cabelos brancos. Doze são albinos e sete são pretos. Página 200 à esquerda. Em fundo branco, os dados do livro. No canto superior da página, o código de barras da Agência Brasileira do ISBN, um QR code Alinhado à direita da página, as informações sobre o livro:

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©2018 Davy Alexandrisky Fotografias: Davy Alexandrisky Textos: Dante Gastaldoni e Davy Alexandrisky Versos: “Albinismo” de Daniel S. Wate Revisão: Wagner Coriolano de Abreu Colorista: Nuno Horta Making of: Jerry Taylob e M. Clara Alexandrisky Projeto gráfico e edição de imagens: {Lp} press 1a Edição - Tiragem: 500 Papéis: Garda Pat Kiara 115 g e Super Bond 75 g (miolo), Couche Brilho 150 g (capa), Color Plus Los Angeles 180 g (guardas) Fonte: Ubuntu Impresso pela Ipsis Gráfica e Editora Lppress.org Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sindicato Nacional dos Editores de Livros - RJ, Brasil A374p Alexandrisky, Davy, 1949- Preto Branco / Davy Alexandrisky. - Niterói, RJ: {Lp} press, 2018. 200 p.: il. Texto em português ISBN: 978-85-93630-01-9 1. Fotografia - Brasil. 2. Arte - Brasil. 3. Autobiografia. I. Título. CDD 770 CDU 77 No rodapé da página, as logomarcas dos realizadores: Logomarca da Prefeitura Niterói: em um quadrado, uma forma convexa, na cor branca, tem início na parte inferior, indo em direção ao centro, seguida de uma forma, também convexa, um pouco maior, na cor laranja. E acima desta, a mesma forma, na cor branca, maior que as anteriores. E acima dela, mais três formas convexas em tons de laranja, cada vez mais claros Ao lado da figura, o texto na cor cinza: Prefeitura Niterói. Trabalhando sério, superando desafios. Logotipo da Lei de Incentivo Cultura Niterói A frase “Lei de Incentivo” é escrita em letras menores, na cor azul. Abaixo, a palavra “CULTURA”, escrita na cor laranja. E abaixo desta, a palavra “NITERÓI”, com a grafia

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iniciando abaixo da letra “U”, de CULTURA, em amarelo. A letra “L” de “CULTURA” e a LETRA “I” de “NITERÓI” formam uma coluna verde. E as letras “T”, presentes em ambas as palavras, são escritas com uma só letra, maior, que contempla as duas palavras, formando uma coluna azul. Logomarca do CAMPUS AVANÇADO Em um quadrado na cor amarela, no qual os vértices do canto superior esquerdo e do canto inferior direito são normais, formando um ângulo de noventa graus, e os outros dois são arredondados; o símbolo de uma casa, com duas colunas e o telhado no formato de um acento circunflexo. E abaixo o texto: CAMPUS AVANÇADO. Logotipo do Realize Cultura. Planejamento, produção e comunicação. Realize Cultura é escrito tudo junto, sem espaço, em caixa alta, sendo que a palavra “REALIZE” está na cor preta e “CULTURA” na cor lilás. Abaixo, em letras menores e mais finas, o texto “PLANEJAMENTO, PRODUÇÃO E COMUNICAÇÃO”. Logomarca do BOCA DO SAPO PRODUÇÕES. O desenho de um sapo verde, com a língua de fora, inclinando o corpo para a direita. Acima de seu dorso, fazendo uma diagonal, o texto também na cor verde “BOCA DO”, iniciando acima da pata direita e indo até a cabeça. Entre a palavra “DO” e a palavra “SAPO”, em pequenas letras, a palavra “PRODUÇÕES”. Dentro das letras, compondo seus espaços, os sinais de “subtração”, “adição” e um triângulo. AO LADO, À DIREITA, VERSO DA CONTRACAPA, QUE É PRETO. CONTRACAPA A página é dividida igualmente na horizontal. A parte de cima é preta e a parte de baixo, branca.