atualização do mapeamento da cadeia produtiva da indústria...
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1CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO
6.1PRODUTO
Atualizaçãodo Mapeamento
da Cadeia Produtiva da Indústria Eólica no Brasil
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Presidente
Michel Temer
MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS
Ministro
Marcos Jorge de Lima
AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL – ABDI
Presidente
Luiz Augusto de Souza Ferreira
Diretor de Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico
Miguel Antônio Cedraz Nery
Diretor de Planejamento
Walterson da Costa Ibituruna
Gerente de Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico
Cynthia Araújo Nascimento Mattos
Gerente de Planejamento e Inteligência
Jackson De Toni
Coordenador de Planejamento e Inteligência
Rogério Dias de Araújo
Coordenadora de Difusão Tecnológica
Talita Daher
Equipe Técnica
Jorge Luis Ferreira Boeira (Responsável)
Carlos Vinícius Frees
Ficha TécnicaFUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Presidente
Carlos Ivan Simonsen Leal
Diretoria FGV Projetos
Cesar Cunha Campos
Ricardo Simonsen
Coordenação de Projeto
Luiz Gustavo Medeiros Barbosa
Marcel Levi
Especialista
Vivian Sebben Adami
Equipe Econômica e Estatística
Ique Guimarães
Everson Machado
Equipe Técnica
André Meyer Coelho
Erick Lacerda
Fabíola Barros
Luciana Vianna
Saulo Rocha / Pesquisador Convidado
Thays Venturim
Projeto Gráfico
Café.art.br
01 Introdução ........................................................................................................06 1.1 Metodologia .......................................................................................................... 10 02 Fabricantes Nacionais de Aerogeradores, Componentes e Subcomponentes ..................................................................................................14 2.1 Fabricantes de Aerogerador (Montadoras) ............................................................ 20
2.2 Fabricantes de Torre ........................................................................................... 24
2.3 Fabricantes de Pás .............................................................................................. 30
2.4 Fabricantes de Subcomponentes, Insumos e Elementos Internos para Torres ..... 34
2.5 Fabricantes de Subcomponentes e Insumos para o Rotor – Pás e Cubo ................. 40
2.6 Fabricantes de Subcomponentes da Nacele ....................................................... 50
03 Estratégia de Compras na Cadeia Produtiva Brasileira .......................70 3.1 Conceitos Básicos .................................................................................................72
3.2 Análise da Estratégia de Compras na Cadeia Eólica no Brasil ...................................76
Sumário
04 Conclusões e Sugestões ..............................................................................82 4.1 Principais Conclusões no Comparativo com o Estudo de 2014 ................................ 84
4.2 Sugestões ........................................................................................................... 90
4.3 Observações ....................................................................................................... 92
05 Referências Bibliográficas .........................................................................94
ANEXO I Itens que Compõem a Cadeia Produtiva de Bens e Serviços .......98 Bens - Partes e Componentes .................................................................................. 100
Principais Componentes de um Aerogerador de Eixo Horizontal .............................. 110
Relatório dos Serviços ............................................................................................. 126
Cadeia de Valor de Bens e Serviços ......................................................................... 130
Manufatura .............................................................................................................. 134 Referências Bibliográficas ....................................................................................... 138
8 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
01. IntroduçãoEM 2016, O NÚMERO DE
EMPREGOS DIRETOS NO
SETOR DE ENERGIA EÓLICA
REPRESENTAVA UMA FORÇA DE
TRABALHO DE MAIS DE 150 MIL
POSTOS, CONSIDERANDO QUE
15 EMPREGOS SÃO GERADOS
A CADA MW INSTALADO, DE
ACORDO COM ESTIMATIVA DA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
ENERGIA EÓLICA
De acordo com o levantamento realizado pela ABDI (2014),
a cadeia produtiva de energia eólica do Brasil era formada
por 79 indústrias diretamente relacionadas ao setor, as
quais estavam envolvidas na montagem de aerogeradores,
na fabricação de componentes e subcomponentes que
totalizavam 55 itens diferentes. No segmento da prestação
de serviços, o Brasil possuía pelo menos 150 empresas que
atendiam ao setor abrangendo atividades desde o desen-
volvimento de projetos, pré-construção, construção, opera-
ção e manutenção de parques eólicos. Em 2016, o número
de empregos diretos no setor de energia eólica represen-
tava uma força de trabalho de mais de 150 mil postos,
considerando que 15 empregos são gerados a cada MW
instalado, de acordo com estimativa da Associação Brasi-
leira de Energia Eólica (ABEEólica). Ressalta-se, portanto,
a constituição de uma robusta cadeia de fornecedores na-
cionais e estrangeiros, os quais foram atraídos para investir
no Brasil a partir de políticas de conteúdo local reguladas pelo BNDES, que financiou
grande parte dos projetos de geração de energia de fonte eólica no país desde 2009,
e de políticas públicas representadas pelo Plano Nacional de Desenvolvimento (PDE)
que incentivaram a geração de energia eólica no País.
O crescimento na geração eólica observado no Brasil nos últimos anos e a perspectiva
de entrada de mais energia nova de fonte eólica nos próximos anos, juntamente com
as projeções de crescimento pelo governo e setor privado, são indicativos de uma
janela de oportunidade para o fortalecimento da cadeia nacional de fornecedores de
bens e serviços para a geração de energia eólica, seja para atender a demanda interna,
mas também para um possível esforço exportador por parte da indústria brasileira.
9CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO
A ABIMAQ, em 2013, demandou e apoiou a ABDI, através das atividades do
CEE - Conselho de Energia Eólica da ABIMAQ1, na elaboração do trabalho
inicial de levantamento da cadeia produtiva no Brasil face às políticas de con-
teúdo local adotadas pelo BNDES no financiamento dos empreendimentos de
geração de energia por fonte eólica. De igual modo, outra importante parceira
da ABDI, a ABEEólica também contribuiu fortemente para realização do estudo
de 2014 e para sua atualização. A organização tem realizado um trabalho muito
importante na sistematização de dados e informações públicas2 e esse trabalho
tem sido fundamental para acompanhar o ritmo do crescimento da oferta de
energia eólica e projeções para o mercado brasileiro.
Novamente a ABDI se propõe a realizar a atualização do estudo de 2014, inti-
tulado “MAPEAMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DA INDÚSTRIA EÓLICA
NO PAÍS” (ABDI, 2014). As informações e conhecimentos obtidos com esta
atualização servirão de base inicial para a construção de um portal de energias
renováveis, onde futuramente será possível acessar a localização das unidades
produtivas e dos parques eólicos instalados em território nacional, obter dados
sobre componentes, subcomponentes, serviços especializados e seus respecti-
vos fornecedores e sobre as sistemáticas e funcionamento da cadeia produtiva
da indústria eólica brasileira.
O presente estudo está assim dividido: no capítulo 2 são apresentados os fabri-
cantes de aerogeradores, de componentes, subcomponentes e insumos instala-
dos no Brasil até esse momento; no capítulo 3 são descritas as características da
cadeia produtiva brasileira, incluindo uma visão estratégica dos bens necessários
à montagem de um aerogerador (Matriz Kraljic), os principais desafios produti-
vos, aspectos logísticos e de competitividade; no capítulo 4 são apresentadas as
principais conclusões do levantamento realizado e são elencadas sugestões para
o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva da indústria eólica no Brasil.
1. 1 O CEE – Conselho de Energia Eólica da Abimaq foi criado em 2011 com o objetivo de desenvolv-er ações de cunho institucional e mercadológico, que possam resultar uma maior participação da indústria nacional nos investimentos que acontecem no País no segmento de geração de energia por fonte eólica. 1. 2 ANEEL - dados de usinas de todas as fontes em operação e construção; CCEE - dados de comer-cialização e geração eólica, e dados de leilão de energia; EPE - dados de vento e dados de consumo de energia; MCTI - dados de emissão de CO2; BNEF - dados de investimento global e dados gerais mundiais; GWEC - da-dos gerais mundiais anuais e posicionamento do Brasil no mundo; MME - dados de oferta interna de energia, projeções, análises mundiais e outros quando disponibilizados; ONS - dados de desempenho operacional das usinas eólicas no Sistema Interligado Nacional (SIN)
1. O CEE – Conselho de Energia Eólica da Abimaq foi criado em 2011 com o objetivo de desenvolv-er ações de cunho institucional e mercadológico, que possam resultar uma maior participação da indústria nacional nos investimentos que acontecem no País no segmento de geração de energia por fonte eólica.
2. ANEEL - dados de usinas de todas as fontes em operação e construção; CCEE - dados de comer-cialização e geração eólica, e dados de leilão de energia; EPE - dados de vento e dados de consumo de energia; MCTI - dados de emissão de CO2; BNEF - dados de investimento global e dados gerais mun-diais; GWEC - dados gerais mundiais anuais e posicionamento do Brasil no mundo; MME - dados de oferta interna de energia, projeções, análises mundiais e outros quando disponibilizados; ONS - dados de desempenho operacional das usinas eólicas no Sistema Interligado Nacional (SIN)
10 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Metodologia O presente estudo tem as mesmas delimitações definidas no levantamento de 2014, isto
é, contempla a cadeia produtiva apenas para aerogeradores de grande porte (> 1 MW)
para parques onshore.
Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes meios:
1 Pesquisa de campo, na forma de questionários enviados a representantes de diferentes estágios da cadeia produtiva, tais como montadoras de aerogera-dores, desenvolvedores de parques eólicos, fornecedores de componentes, subcomponentes, insumos e prestadores de serviço;
2 Pesquisa de campo, na forma de entrevistas semiestruturadas junto aos res-ponsáveis pelas áreas de suprimentos e/ou comercial/negócios das montado-ras, sendo que as entrevistas foram, em sua maioria, presenciais;
3 Pesquisa secundária em sites de fabricantes e fornecedores, site do BNDES – credenciamento de fornecedores, sites de notícias do setor e sites especializa-dos em pesquisas no setor eólico nacional e internacional, publicações científi-cas e publicitárias, etc. Cabe salientar que os levantamentos feitos através de pesquisa secundária para identificação de fabricantes não foram exaustivos; e
4 Participação em eventos do setor, como o Brazil Wind Power 2017, realizado de 29 a 31 de agosto de 2017, no Rio de Janeiro;
5 Oficina de projetos de energias renováveis3 da ABDI, realizada em 13 de dezembro de 2017, na sede da ABDI, em Brasília, com a participação de mais de 30 especialistas do setor de energias renováveis.
A ABIMAQ e a ABEEÓLICA contribuíram decisivamente no processo de coleta
de dados abrindo espaço em suas reuniões e agendas para divulgação do estudo
e mobilização de seus associados para participação, assim como fornecendo suas
bases de dados para envio dos questionários.
1. 3 http://www.abdi.com.br/Paginas/noticia_detalhe.aspx-?i=4282
3. http://www.abdi.com.br/Paginas/noticia_detalhe.aspx?i=4282
11CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO
Os seguintes questionários foram aplicados na coleta de campo, os quais foram
organizados com base a divisão de atividades apresentadas na Figura 1.1.1:
1 Cadeia produtiva de bens e serviços associados ao aerogerador:
• Questionário preliminar – enviado às montadoras (fornecedores dos aerogeradores) para informações gerais iniciais, identificação dos res-pondentes preferenciais e dos componentes/itens de maior criticidade na estrutura do aerogerador;
• Questionário 1 – Montadoras - enviado a todas as montadoras com questões abrangendo bens e serviços ofertados e valores correspon-dentes, sistemática de compras, atendimento aos requisitos do BNDES (2012), avaliação da capacidade produtiva e tecnológica da cadeia brasileira, fatores logísticos, fornecedores dos principais materiais, componentes e subcomponentes que compõem os aerogeradores;
• Questionário 1 – Fornecedores de Componentes – enviado aos fabricantes de torres, pás e componentes do Hub e Nacele de forma customizada para cada um deste tipo de componente; e
• Questionário 1 – Simplificado – enviado aos associados das câma-ras setoriais da ABIMAQ para que informassem os itens/insumos fornecidos ao setor eólico.
2 Cadeia produtiva de serviços associados ao desenvolvimento de projetos:
• Questionário 2 – Enviado aos empreendedores (ou proprietários / geradores) dos parques eólicos, desenvolvedores de projeto, e em-presas de engenharia, consultoria e construção, com questões sobre serviços especializados contratados e modelo de aquisição de energia;
3 Cadeia produtiva de bens e serviços associados à construção e O&M do parque:
• Questionário 3 – Enviado aos respondentes do Questionário 2 e incluindo ainda empresas de construção, logística e montagem de aero-geradores, abordando questões sobre bens utilizados na construção e O&M do parque, serviços para construção e O&M do parque e modelo de aquisição de energia.
12 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
FIGURA 1.1.1
SEGMENTAÇÃO DA CADEIA DE BENS E SERVIÇOS DA INDÚSTRIA EÓLICA
Fonte: Adaptada de Godoy (2008).
Produção de pás, torres, partesda naceles, ...
PRODUÇÃO DE COMPONENTES
Desenvolvimento do projeto do AER e
montagem da nacele
MONTAGEM
PRODUÇÃO DO AEROGERADOR
FORNECEDOR DE COMPONENTES
FORNECEDOR DO AEROGERADOR
CADEIA DE BENS E SERVIÇOSASSOCIADOS AO AEROGERADOR
Prospecção da localidade, acordo com proprietário do terremo
e autoridades locais
DESCOBERTA E GARANTIA DA
OPORTUNIDADE
Levantamento do potencial e restrições,
elaboração e ajustedo leiaute
DEFINIÇÃO DO LEIAUTE DO
PROJETO
PROSPECÇÃO DEOPORTUNIDADES EÓLICAS
PROMOTOR(DESENVOLVEDOR)
DE PROJETOS
CONSULTORDE PROJETOS
CADEIA DE SERVIÇOSASSOCIADOS AO
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS
Transporte comp., obrascivis e infra-estrutura,
instalação doAER....
EXECUÇÃODO PROJETO
operação emanutenção da usina
PRODUÇÃO(GERAÇÃO
DE ENERGIA)
EXECUTORDO PROJETO
PRODUTORDE ENERGIA
CADEIA DE BENS E SERVIÇOS ASSOCIADOS A CONSTRUÇÃO
E O&M DO PARQUE
13CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO
As entrevistas com os representantes das montadoras seguiram roteiro semies-
truturado perpassando os seguintes temas principais: competitividade da cadeia
produtiva brasileira; desenvolvimento produtivo e tecnológico; funcionamento
(flexibilidade) da cadeia; e funcionamento (relacionamentos) na cadeia.
É importante frisar que apesar dos esforços e inúmeros reenvios e follow-ups rea-
lizados, houve baixo volume de questionários recebidos. Houve dificuldades com
as bases de dados de contatos utilizadas (contatos não mais ativos, ou números
de telefone/e-mails desatualizados, por exemplo), o que demandou uma série de
contatos adicionais na busca da identificação de possíveis respondentes. Outra difi-
culdade foi a resistência das empresas a disponibilizarem informações consideradas
confidenciais, como faturamento anual e valores de bens e serviços, assim como
identificar fornecedores pouco conhecidos, os quais foram desenvolvidos de forma
“exclusiva” pela empresa. A maior parte das devolutivas veio das montadoras e de
fabricantes de componentes / subcomponentes. Desta maneira, as informações
obtidas referentes a cadeia de bens e serviços associadas a construção dos parques
e desenvolvimento de projetos foram bastante limitadas.
Cabe ressaltar que as informações aqui apresentadas representam o melhor do co-
nhecimento obtido e, embora não sejam exaustivas, acredita-se que sejam suficientes
para retratar os principais aspectos relativos a evolução e ao estágio atual da cadeia
produtiva da indústria eólica no País.
Um descritivo dos itens que compõem a cadeia produtiva de bens e serviços, incluindo
ainda as diferentes tipologias de aerogeradores, parte integrante do estudo anterior-
mente realizado pela ABDI (2014), encontra-se no Anexo 1, a fim de servir de base de
referência técnica para o conteúdo deste relatório.
16 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
O aerogerador é constituído pelos seguintes componentes básicos: tor-
re; pás, cubo do rotor, eixo, nacele, gerador, e, dependendo da tecnolo-
gia, caixa de engrenagem. Uma outra subdivisão possível é a que separa
os componentes principais em: rotor (compreendendo as pás, o cubo,
rolamentos e mecanismos de controle); trem de acionamento (compre-
endendo o eixo principal, sistema de freios, caixa de engrenagem – se
houver, e eixo secundário (se houver); nacele (considerando carenagem
em fibra, sistema de Yaw (guinada), peças estruturais e equipamentos
auxiliares); sistema de força elétrica (contendo gerador, conversor ou
inversor – se algum, cabos internos e transformador); e a torre.
A abertura dos componentes e subcomponentes para uma visão única
de árvore de produto é dificultada pelas diferentes tecnologias utilizadas
pelos fabricantes e também pelas diferentes sistemáticas de compras e
nomenclaturas utilizadas.
Neste relatório utilizou-se a subdivisão apresentada no Quadro 1, que
está alinhada com a metodologia do Banco Nacional de Desenvolvimen-
to Econômico e Social - BNDES (BNDES, 2012) para credenciamento na
Agência Especial de Financiamento Industrial - FINAME. O detalhamen-
to da metodologia do BNDES é apresentado no Anexo 2.
02. Fabricantes Nacionais de Aerogeradores, Componentes e Subcomponentes
17CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
QUADRO 2.1
ABERTURA DOS COMPONENTES E SUBCOMPONENTES DE UM AEROGERADOR
DIVISÃOFABRICANTE
DO COMPONENTE
DIVISÃO FABRICANTE DO SUBCOMPONENTE/INSUMO
TORRE
TORRE DE AÇOESTRUTURAS PARA
TORRES DE AÇO
FLANGES
FIXADORES
PORTAS / ESCOTILHAS
TINTAS
TORRE DE CONCRETO
ESTRUTURAS PARA TORRES DE CONCRETO
CONCRETO
MOLDES
INSERTOS METÁLICOS
CABOS DE AÇO DE PROTENSÃO
ADITIVOS PARA CONCRETO E ADESIVOS
ELEMENTOS INTERNOS DAS TORRES
ELEVADOR
ESCADA
PLATAFORMA
SUPORTES E ACESSÓRIOS
SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA-QUEDAS / GUARD-RAILS
ILUMINAÇÃO
ROTOR PÁ ESTRUTURA DA PÁ
TECIDO DE FIBRA DE VIDRO
TECIDO DE FIBRA DE CARBONO
RESINA POLIÉSTER
RESINA EPÓXI
MADEIRA BALSA
FIXADORES E PORCAS
FIXADORES (ADESIVOS)
ADESIVOS (OUTROS), ESPUMAS, SELANTES E TINTAS
SISTEMA ANTI-RAIO
18 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
DIVISÃOFABRICANTE
DO COMPONENTE
DIVISÃO FABRICANTE DO SUBCOMPONENTE/INSUMO
ROTOR CUBO
(MONTADORAS)
SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA O CUBO
CARENAGEM
CUBO (FUNDIDO)
LUBRIFICANTES
PAINEL DE CONTROLE
SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA O CUBO
PLACAS (TORQUE E STIFFENING PLATES)
ROLAMENTO
SERVIÇOS DE PINTURA
SERVIÇOS DE USINAGEM (PODENDO INCLUIR PINTURA)
SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO
SUBCOMPONENTES DO SISTEMA DE PASSO
ACIONAMENTO DO PASSO (MOTORREDUTOR)
BLOCO HIDRÁULICO DO PASSO
ENGRENAGENS E REDUTORES PLANETÁRIOS
MOTORREDUTOR
PAINEL DE CONTROLE DO PASSO
NACELE NACELE
(MONTADORAS)
ACESSÓRIO LUZES DE SINALIZAÇÃO
CABOS E BARRAMENTOS CABOS E BARRAMENTOS
CARENAGEM CARENAGEM
CONVERSOR / INVERSOR CONVERSOR / INVERSOR
COROA DENTADA COROA DENTADA
EIXO PRINCIPAL (MAIN SHAFT)
EIXO
LUBRIFICANTES
SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO
ELEMENTO ESTRUTURAL
BASTIDOR
CHASSI / SUPORTE DO GERADOR
PARAFUSOS ESTRUTURAIS
QUADRO PRINCIPAL
QUADRO TRASEIRO
QUADRO TRASEIRO
GEAR CASE GEAR CASE
PAINEL DE CONTROLE E PROTEÇÃO
PAINEL DE CONTROLE E PROTEÇÃO
19CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
DIVISÃOFABRICANTE
DO COMPONENTE
DIVISÃO FABRICANTE DO SUBCOMPONENTE/INSUMO
NACELE NACELE
(MONTADORAS)
SEMICONDUTOR DE POTÊNCIA
SEMICONDUTOR DE POTÊNCIA
SISTEMA DE FREIOS FREIOS
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
SISTEMA DE TRAVAMENTO DO
ROTOR (ROTOR LOCK)SISTEMA DE TRAVAMENTO DO ROTOR (ROTOR LOCK)
SISTEMA DE YAW
ENGRENAGEM
FREIOS
FUNDIDO PARA YAW
MOTORREDUTOR
PAINEL DE CONTROLE DO YAW
REDUTOR
ROLAMENTO YAW
SISTEMA DE ACIONAMENTO DO YAW
SUBCOMPONENTE AEROGERADOR COM
CAIXAGERADOR
SUBCOMPONENTE AEROGERADOR SEM
CAIXA
BOBINAS
ELEMENTO ESTRUTURAL DO ROTOR / ESTATOR
NÚCLEO MAGNÉTICO
RESINA DE IMPREGNAÇÃO
TALHA TALHA
TOP BOX TOP BOX
TRANSFORMADOR TRANSFORMADOR
UNIDADE HIDRÁULICA UNIDADE HIDRÁULICA
USINAGEM USINAGEM
Fonte: Elaborado pela FGV conforme metodologia do BNDES (BNDES, 2012).
20 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Fabricantes de Aerogerador (Montadoras)
Os fabricantes de aerogeradores são comumente
chamados de montadoras, pois em grande
parte recebem componentes fabricados por
outras empresas e realizam a integração dos
sistemas. A integração total do aerogerador
acontece diretamente no parque eólico, pois
nesse momento é realizada a montagem da
torre e são acoplados o cubo, as pás e a nacele.
Suas unidades fabris se dedicam geralmente à
montagem da nacele e do cubo do rotor, podendo
incluir também, no caso de maior verticalização, a
fabricação das torres e das pás.
Em 2014 haviam 10 mon-
tadoras de aerogerador
atuando no País, sendo
seis delas credenciadas no
FINAME/ BNDES (IMPSA,
WOBBEN, GE, ALSTOM,
GAMESA e ACCIONA),
e uma em processo final
de homologação (WEG).
A VESTAS havia assinado
carta de intenções junto
ao BNDES e planejava
sua adequação às regras
do FINAME até o último
trimestre de 2015, o que
aconteceu. A SIEMENS e
SUZLON, embora tives-
sem fornecido máquinas
para o mercado brasileiro,
não encaminharam sua homologação às novas
regras do FINAME.
A GAMESA ampliou sua fábrica, em Camaçari,
na Bahia, em 2015, aumentando a capacidade de
produzir naceles para uma quantidade equivalen-
te a cerca de 600 MW (aproximadamente 300
unidades/ano), ante 400 MW (aproximadamente
200 unidades/ano) de capacidade em 2014. Os
investimentos no empreendimento somaram
cerca de R$ 30 milhões (PETRONOTÍCIAS,
2015). Em junho de 2016 foi anunciada ao mer-
cado brasileiro a fusão entre a SIEMENS (59% do
capital) e a GAMESA (41% do capital), resultando
na SIEMENS GAMESA Renewable Energy, uma
empresa com um total de capacidade instalada
mundial de 69 GW (ESTADÃO, 2016).
Outra mudança na configuração das montadoras
de aerogeradores foi a compra-fusão da divisão
de energia da ALSTOM pela GE. A finalização do
processo de compra foi anunciada em novembro
de 2015 por US$ 10,6 bilhões (EXAME, 2015).
Ainda em 2015 a GE anunciou o aumento da ca-
pacidade de sua unidade fabril de Campinas (SP)
e o lançamento de novos modelos de turbinas,
mais potentes. Um dos motivos que possibili-
tou a ampliação da capacidade da GE, segundo
informado na época, foi a parceria instituída
com a SKF, fabricante de rolamentos eólicos. Os
rolamentos eram o principal gargalo do setor, pois
só havia um fornecedor no País em 2014 (ÉPOCA
NEGÓCIOS, 2015). Recentemente a GE transfe-
riu a unidade fabril de Campinas para Camaçari,
onde eram produzidas as máquinas modelo ECO
da ALSTOM, modelo que deverá ser descontinu-
ado em breve. A capacidade atual da fábrica de
Camaçari é de cerca de 384 unidades/ano (600
MW). Percebe-se, portanto, que não houve um
incremento de capacidade proporcional a soma
das capacidades de GE e Alstom, que eram em
2014 de cerca de 900MW.
A INTEGRAÇÃO
TOTAL DO
AEROGERADOR
ACONTECE
DIRETAMENTE NO
PARQUE EÓLICO, POIS
NESSE MOMENTO
É REALIZADA A
MONTAGEM DA
TORRE E SÃO
ACOPLADOS O CUBO,
AS PÁS E A NACELE
21CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
Outra compra-fusão ocorreu entre a espanhola
ACCIONA e a alemã NORDEX. O processo, que
envolveu valores da ordem de 785 milhões de
euros (EXAME, 2015), foi concluído em abril
de 2016, resultando na criação da NORDEX
ACCIONA Windpower. A empresa tinha em
2014 capacidade para produção de 100 naceles/
ano, a qual foi ampliada para 150 unidades no
ano seguinte. A NORDEX ACCIONA opera com
fábricas de torres de concreto próprias, monta-
das próximas aos parques eólicos com projeto e
processo próprios patenteados.
A WEG, único fabricante de origem brasileira a
entrar no setor de aerogeradores, gradativamente
aumentou sua capacidade de 24 máquinas/ano
para 144 máquinas/ano. Além da atuação como
montadora através da WEG ENERGIA, a empresa
fabrica inversores e sistemas de controle (WEG
Automação) e transformadores e subestações
(WEG Transmissão & Distribuição). Em abril des-
te ano a WEG anunciou sua intenção de adequar
sua fábrica de motores e geradores, no estado de
Tamil Nadu, na Índia, para também fabricar ae-
rogeradores de 2,1 megawatts (MW). A unidade
indiana estaria apta para fornecer os primeiros
equipamentos a partir de 2018, com capacidade
produtiva de até 250 MW/ano (WEG, 2017).
A WOBBEN possui quatro unidades fabris, sendo
uma em Sorocaba/SP (pás e geradores), uma no
Pecém/CE (pás), uma em Juazeiro/BA (torres
de concreto) e uma em Guaíba/RS (torres de
aço). Instalada no Brasil em dezembro de 1995,
a WOBBEN foi a primeira fabricante de aeroge-
radores de grande porte da América do Sul. Sua
produção está estabilizada em 500 MW.
A VESTAS instalou sua uni-
dade produtiva de naceles e
hubs no município de Aqui-
raz, próximo a Fortaleza, no
Ceará. A fábrica foi inaugu-
rada oficialmente em janeiro
de 2016 com capacidade
inicial de produção de 400
MW, podendo ser ampliada
para 800MW. A empresa
investiu R$ 100 milhões na
unidade (CERNE, 2015).
A montadora indiana SU-
ZLON comunicou em julho
de 2017 o encerramento
definitivo das atividades da
sua subsidiária no Brasil, a
SUZLON Energia Eólica do
Brasil. De acordo com o comunicado, a decisão
foi tomada “após análise cuidadosa de todas as
opções, como uma consequência de múltiplos fa-
tores que são exclusivos do Brasil” (CTEE, 2017).
Já a IMPSA ou Wind Power Energia (WPE), nome
da subsidiária brasileira que chegou a ser a mon-
tadora com maior capacidade instalada no País, e
que tinha planos de instalar uma nova unidade no
Rio Grande do Sul, começou a enfrentar dificul-
dades financeiras em 2014, ano em que entrou
com pedido de recuperação judicial e paralisou as
atividades (UOL NOTÍCIAS, 2016).
A Figura 2.1.1, apresenta a evolução da capacidade
produtiva das montadoras de aerogeradores de
2014 a 2017 e o Quadro 2.1.1 traz informações
detalhadas das montadoras em atuação no País, cre-
denciadas, e conforme aparecem no site do BNDES.
A WEG, ÚNICO
FABRICANTE DE
ORIGEM BRASILEIRA
A ENTRAR
NO SETOR DE
AEROGERADORES,
GRADATIVAMENTE
AUMENTOU SUA
CAPACIDADE DE
24 MÁQUINAS/
ANO PARA 144
MÁQUINAS/ANO
22 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
FIGURA 2.1.1
EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA DAS MONTADORAS – 2014 A 2017
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
0
100
200
300
400
500
2014 2015 2016 2017
500
200 200
294300 300 300
250 250 250250
200
148
148100
150 150 150
24
144 144
WEG
GE
IMPSA
ALSTOM VESTAS
ACCIONA GAMESA
WOBBEN
384 384 384
84
Cap
acid
ade
pro
du
tiva
an
ual
- e
m u
nid
ades
23CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
QUADRO 2.1.1
INFORMAÇÕES DAS MONTADORAS EM ATUAÇÃO NO PAÍS, CREDENCIADAS NO BNDES
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: As montadoras em negrito ou sofreram processos de compra/fusão ou ainda não estavam credenciadas no levantamento de 2014 – “novo” (ABDI, 2014).
RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CADASTRO FINAME)
ENDEREÇO DAS UNIDADES PRODUTIVAS CIDADE UF SITE
ACCIONA WINDPOWER BRASIL ("FUSÃO" COM NORDEX)
AEROGERADOR AW-116 3MW, AW-125 3MW, AW-125 3,15MW
Via das Torres, 646 - Cia Sul SIMÕES FILHO BA nordex-online.com
SIEMENS GAMESA RENWABLE ENERGY ("FUSÃO")
AEROGERADOR G114 2.0 MW, G114 2.1 MW, G97 2.0MW
Rua dos Polímeros, S/N CAMAÇARI BA gamesacorp.com
GE WATER & PROCESS TECHNOLOGIES DO BRASL LTDA (AQUISIÇÃO ALSTOM)
AEROGERADOR ECO 122; AEROGERADOR GE 2.5-116, 1.6-100, 2.2 - 107, 2.3 - 107, 2.3-116, GE 2.2-116, GE 2.4-107, ROTOR 100, 1.7-100, ROTOR 103 1.7-103; AEROGERADOR SLE 1.5MW - CLASSE II; XLE 1.5MW - CLASSE II, 1.7-100, 1.6-100, 1.7-103
BA-535 - Via Parafuso CAMAÇARI BA ge.com.br
VESTAS DO BRASIL ENERGIA EOLICA LTDA (NOVO)
AEROGERADOR V110 2.0MW, V110 2.2MW
BR-116, 1517 - Verife ITAITINGA CE vestas.com
WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS S/A
AEROGERADOR AGW 110/2.0, AGW 110/2.1, AGW110/2.2
Av. Prefeito Waldemar Grubba, 3000
JARAGUÁ DO SUL
SC weg.net
WIND POWER ENERGIA S/A (IMPSA)
AEROGERADOR IV-82, IWP-85, UNIPOWER IWP-111 - 2.0MW
Estrada TDR Norte KM 3,3 Suape
CABO DE SANTO AGOSTINHO
PE impsa.com
WOBBEN WINDPOWER INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
AEROGERADOR E-82 2.3MW, E-92 2.3MW
Av. Fernando Stecca, 100 - Zona Industrial
SOROCABA SP
wobben.com.br
Rodovia CE 422, Km 10. CEP 61690-000; Telefone: (085) 4008-7250.
CAUCÁIA (PECÉM)
CE
Av. Três, 1959-2091 - João Paulo II, Telefone: (15) 2101-1860"
JUAZEIRO BA
BR-116, S/N - Km 303,4 - São Francisco, 92500-000 Telefone: (51) 3106-5580"
GUAIBA RS
24 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Observa-se que a capacidade produtiva total das
montadoras praticamente não se alterou com as
mudanças que aconteceram no cenário nacional,
se mantendo ao redor de 1500 unidades ou
aproximadamente 3500 MW/ano. Com relação à
demanda anual por aerogeradores, uma estima-
tiva pode ser feita a partir dos volumes contrata-
dos nos leilões de energia, levando-se em conta a
data prevista de início de operação e consideran-
do-se que os aerogeradores serão produzidos
no ano anterior a esta data. O gráfico da Figura
2.1.2 apresenta o comparativo teórico capaci-
dade versus demanda em unidades de aerogera-
dores para o período 2014 a 2018. Na prática, a
produção do volume de 2017 foi antecipada em
anos anteriores, não havendo falta de capacida-
de naquele ano (pequeno pico no gráfico acima
da capacidade instalada). Percebe-se, portanto,
em geral, uma capacidade da cadeia bastante
superior à demanda.
FIGURA 2.1.2
COMPARATIVO CAPACIDADE VERSUS DEMANDA EM UNIDADES DE AEROGERADORES
Fonte: Elaborado pela FGV a partir de Boletim de Dados (ABEEólica).
Obs.: Volume em MW convertidos em aerogeradores considerando-se potência média de 2,3 MW por aerogerador. Não estão consideradas de-mandas provenientes de outros tipos de contrato.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2014 2015 2016 20182017
CAPACIDADE (UNIDADES) DEMANDA ANUAL (UNIDADES)
25CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
Fabricantes de Torre Diversas mudanças ocorreram também no
âmbito dos fabricantes de torres. A ENGEBASA,
que havia investido cerca de R$ 76 milhões na
construção de uma segunda unidade produtiva
em Guaíba, no Rio Grande do Sul, não teve a
necessária demanda para viabilizar projetos de
modo a ocupar a capacidade desta nova unidade e
acabou arrendando-a para a WOBBEN em 2016.
A WOBBEN iniciou a operação da Fábrica de
Torres Guaíba - FTG (Figura 2.2.1) em setembro
de 2016, cujas instalações têm em torno 14.000
m², em uma área total de 147.327,12 m². Segundo
a empresa, a fábrica foi projetada para a produção
tanto de torres de aço quanto de concreto, sendo
que atualmente a fábrica produz os segmentos
de aço que compõem o topo das torres de seus
aerogeradores. A WOBBEN utiliza tecnologia de
torres híbridas, sendo a parte de baixo da torre
de concreto e os segmentos finais, no topo, de aço
(WOBBEN WINDPOWER, 2016).
FIGURA 2.2.1
FÁBRICA DE TORRES GUAÍBA – FTG
Fonte: WOBBEN WINDPOWER, 2016.
26 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Incrementos de capacidade
aconteceram na planta da
ENGEBASA de Cubatão
(190 unidades em 2017) e
na unidade da espanhola
GESTAMP, atingindo 600
torres/ano, a qual segue
sendo o maior fabricante
de torres de aço tubulares
do País. A Torres Eólicas do
Nordeste - T.E.N, que per-
tencia em 2014 a ALSTOM
e a ANDRADE GUTIER-
REZ - AG, é agora uma
joint-venture entre a GE e
a AG. A fábrica de torres,
originalmente da ALSTOM,
que ficava em Canoas, no
Rio Grande do Sul, e tinha
capacidade para 120 torres/ano, foi fechada pela
GE no início de 2016. A TORREBRAS ou Torres
Eólicas do Brasil, empresa do Grupo Daniel
Alonso, da Espanha, chegou a anunciar inves-
timentos em 2014 da ordem de R$ 50 milhões
para aumentar em 50% a sua capacidade de
produção, mas de fato manteve sua capacidade
em 200 torres/ano. Outros fabricantes de torres
de aço aparecem ainda na lista de credenciados
do BNDES no FINAME: INTECNIAL, BRASIL-
SAT, ICEC-SCS e a NTB - Nordeste Torres do
Brasil. Porém, estas empresas não mantiveram
um fornecimento regular, e em alguns casos, nem
mesmo chegaram a concretizar um fornecimento
efetivo, estando em 2017 praticamente ausentes
do mercado de torres eólicas. Atualmente apenas
a ENGEBASA é fabricante originalmente nacio-
nal, ativa, de torres de aço. As demais pertencem,
ou tem participação de grupos estrangeiros.
Estas mudanças praticamente não alteraram a
capacidade produtiva total de torres de aço em
relação a 2014, ficando em 1.190 torres/ano.
Com relação às torres de concreto, também ocor-
reram algumas mudanças. A WOBBEN deixou de
utilizar as instalações da ERNESTO WOEBCKE
no Rio Grande do Sul e mudou sua fábrica móvel
para Juazeiro, na Bahia. A INNEO praticamente
deixou de atuar no mercado brasileiro. A WEG
chegou a ter uma unidade de industrialização
de torres de concreto instalada em Rio Grande/
RS, em parceria com a CONFER Construtora
Fernandes de Criciúma/SC. Uma nova fabricante
de torres de concreto é a DTS - Dois A Tower
System Pré-Moldados, de Natal/RN. Montadoras
que atualmente se utilizam de torres de concreto
no mercado brasileiro são a NORDEX-ACCIONA,
a WEG e a WOBBEN (torre híbrida). A tendência
é que as fábricas de torres de concreto sejam
móveis, e assim possam ser deslocadas conforme
a localização da demanda. A tecnologia emprega-
da segue padrões mundiais e é obtida geralmente
a partir de licenciamentos.
Embora não se tenha dados objetivos quanto à
capacidade produtiva das fábricas de torres de
concreto (capacidade variável), pode-se con-
cluir que haveria um excedente na capacidade
total de torres. Com base na capacidade atual
das montadoras que utilizam torres de aço, a
demanda por este tipo de torre seria de até 884
unidades/ano, e a capacidade total das fábri-
cas de torres de aço é de 1.190 torres/ano. A
Figura 2.2.2 apresenta a evolução da capacida-
de instalada de torres de aço no período 2014
a 2017, e a Figura 2.2.3 uma vista da fábrica de
torres de concreto da CTZ Eolic Tower.
ATUALMENTE
APENAS A
ENGEBASA É
FABRICANTE
ORIGINALMENTE
NACIONAL, ATIVA,
DE TORRES DE
AÇO. AS DEMAIS
PERTENCEM, OU
TEM PARTICIPAÇÃO
DE GRUPOS
ESTRANGEIROS
27CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
FIGURA 2.2.2
EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA DE TORRES DE AÇO NO PERÍODO 2014 A 2017 - CAPACIDADE TOTAL DE
1190 UNIDADES
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
A fabricação das torres de aço cônicas
envolve basicamente operações de caldeira-
ria – corte das chapas, dobramento e solda.
As torres são produzidas em três ou quatro
segmentos, conforme projeto da montadora,
denominados seções ou tramos. Uma vez
fabricados os tramos, estes são submetidos
a processos de preparação superficial e
acabamento tais como: jateamento abrasivo,
metalização e pintura (externa e interna).
Un
idad
es
450
600
200 200
168
120100 100
50
0
200
0
100
200
300
400
500
600
GESTAMP TORREBRAS ENGEBASA ALSTOM INTECNIAL SCS A BRASIL SAT T.E.N.
2014 2017
190
0 00 0
28 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
FIGURA 2.2.3
FÁBRICA DE TORRES DE CONCRETO DA CTZ EOLIC TOWER
Fonte: CTZ EOLIC TOWER, 2017.
O Quadro 2.2.1 apresenta os fabricantes de torres de aço credenciados no
FINAME/BNDES e o Quadro 2.2.2 apresenta os fabricantes de torres de con-
creto instalados no País.
29CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
QUADRO 2.2.1
FABRICANTES NACIONAIS DE TORRES DE AÇO
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME CADASTRO FINAME) CIDADE UF SITE
BRASILSAT HARALD S A TORRE EOLICA - TUBULAR METALICA CURITIBA PR brasilsat.com.br
ENGEBASA MECANICA E USINAGEM LTDA
TORRE EOLICA - TUBULAR METALICA CUBATÃO SP .engebasa.com.br
GESTAMP WIND STEEL PERNAMBUCO S/A
TORRE EOLICA - TUBULAR METALICA
CABO DE SANTO AGOSTINHO
PE gestampren.com
INTECNIAL S.A.TORRE PARA SUPORTE DE GERADOR DE ENERGIA EOLICA
ERECHIM RS intecnial.com.br
NTB - NORDESTE TORRES DO BRASIL LTDA
TORRE PARA AEROGERADORES - METÁLICA TUBULAR
AQUIRAZ CE ntbtorres.com.br
SCS SOLUCOES, CONSTRUCOES E SISTEMAS LTDA
TORRE EOLICA - TUBULAR METALICA MIRASSOL SP http://www.icec.com.br/
TORRES EOLICAS DO BRASIL LTDA (TORREBRAS)
TORRES EOLICAS - TORRE DE ACO CAMAÇARÍ BAwww.windair-renovables.es
TORRES EOLICAS DO NORDESTE S/A
TORRE EÓLICA - 89M JACOBINA BA www.ten.ind.br
WIND LAM CANOAS PLANT (ALSTOM) CANOAS RS www.alstom.com
30 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 2.2.2
FABRICANTES NACIONAIS DE TORRES DE CONCRETO
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CADASTRO FINAME)CIDADE UF SITE
CASSOL NÃO SE APLICA ARACATI CE cassol.ind.br
CONFER CONSTRUTORA FERNANDES LTDA (NOVO)
NÃO SE APLICA RIO GRANDE RS conferconstrutora.com.br
CTZ EOLIC TOWER NÃO SE APLICA FORTALEZA CEcortezengenharia.com.br/ctz-eolic-tower
DTS - DOIS A TOWER SYSTEM PRÉ-MOLDADOS LTDA (NOVO)
NÃO SE APLICA NATAL RN .doisa.com
EOLICABRAS NÃO SE APLICA PEDRA GRANDE RN eolicabras.com.br
NORDEX - ACCIONA (NOVO)
NÃO SE APLICA (MÓVEL) nordex-online.com
WOBBEN NÃO SE APLICA JUAZEIRO BA wobben.com.br
31CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
Em 2017 o País continua contando com quatro fa-
bricantes de pás eólicas: a WOBBEN, que fabrica
apenas para seu próprio consumo (local e expor-
tação); a TECSIS; a AERIS e a LM Wind Power.
A AERIS teve um crescimento significativo nos
últimos quatro anos. A expansão de seu portfólio
de clientes mais que triplicou sua capacidade em
relação a 2014. Para atendimento às demandas
da VESTAS, por exemplo, a AERIS construiu uma
unidade específica em seu site no Pecém (CERNE,
2015) e contratou cerca de 400 funcionários para
sua operação. Atualmente a empresa se prepara
para atender também ao mercado externo. A
WOBBEN, que também tem uma unidade para
fabricação de pás no Pecém, fornece a partir des-
se site as pás destinadas aos parques brasileiros,
enquanto que a unidade de Sorocaba é dedicada
exclusivamente à exportação.
A TECSIS inaugurou em 2016 uma nova uni-
dade em Camaçari/BA voltada, à princípio, ao
atendimento do mercado nacional, enquanto
as unidades de Sorocaba produziam pás prin-
cipalmente para exportação. Foram previstos
investimentos em Camaçari da ordem de R$ 220
milhões, para uma capacidade produtiva de 2,5
mil pás/ano, em 12 linhas de produção, empre-
gando cerca de 6000 funcionários. Atualmente
esta unidade tem três linhas operativas (três
moldes). Recentemente, porém, a empresa fina-
lizou seus contratos com seu até então principal
cliente (GE), o que resultou no fechamento das
unidades produtivas de Sorocaba e na demissão
de um grande número de funcionários. Foram
transferidas para Camaçari a planta de corte e
de montagem de kits que ficavam em Sorocaba.
A TECSIS concentra agora sua produção em
Camaçari e busca por oportunidades em outros
mercados para sua melhor ocupação.
No final de 2016 a GE anunciou aquisição mun-
dial da dinamarquesa LM Wind Power, a maior
fabricante de pás eólicas do mundo, por 1,65
bilhão de dólares. Conforme comunicado da em-
presa, a intenção da GE com a aquisição é captu-
rar uma maior fatia do mercado global de energia
renovável, além de permitir
a internalização da tecnolo-
gia para design e produção
de pás, e com isto, reduzir
os custos dos aerogerado-
res. Cabe ressaltar que a pá
é o componente de maior
custo do aerogerador e
de maior impacto em seu
desempenho (RECHARGE
WIND, 2016). A GE pre-
tende manter a LM Wind
Power como uma unidade
independente, isto é, podendo fornecer a outras
montadoras de aerogeradores (AMBIENTE
ENERGIA, 2016).
Outra movimentação internacional envolvendo
tecnologia de desenvolvimento e fabricação de
pás eólicas foi anunciada no início deste ano, entre
a NORDEX e a dinamarquesa SSP Technology.
A NORDEX, que já era parceira de longa data da
SSP, decidiu adquirir esta última dentro de sua
estratégia de crescimento. A SSP é detentora de
inúmeras patentes para a produção de pás eólicas
e deve fortalecer a capacidade inovativa da NOR-
DEX-ACCIONA (RECHARGE WIND, 2017).
A Figura 2.3.1 apresenta a evolução da capacida-
de produtiva nacional de pás eólicas.
Fabricantes de Pás
A PÁ É O
COMPONENTE DE
MAIOR CUSTO DO
AEROGERADOR
E DE MAIOR
IMPACTO EM SEU
DESEMPENHO
32 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
FIGURA 2.3.1
EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA PARA PÁS EÓLICAS - CAPACIDADE TOTAL DE 7000
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Em relação a 2014, observa-se, portanto, uma
redução na capacidade produtiva de pás em
cerca de 2.000 unidades, ou mais, impactada
pelo fechamento das unidades da Tecsis em
Sorocaba. Cabe considerar que o total de 7.000
unidades apontado para 2017, ainda não é
real, uma vez que a unidade da Tecsis em Cama-
çari não estaria em condições de fabricar sua
capacidade prevista. Há ainda que se considerar
o impacto da aquisição da LM pela GE.
Especialistas do setor consideram haver algum risco
no médio prazo para as montadoras clientes da LM,
apesar da posição da GE em manter a empresa in-
dependente (RECHARGE WIND, 2016b). Algumas
montadoras também têm receio de que informações
sobre seus preços, desenhos e especificações técni-
cas das pás, acessíveis aos fabricantes de suas pás,
possam vir a ser do conhecimento da GE. O Quadro
2.3.1 apresenta os fabricantes de pás eólicas com
fábricas instaladas no País e os respectivos modelos
de pás credenciados no FINAME/BNDES.
Un
idad
es
6000
2500
1500 1500
1000 1000
400
2000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
TECSIS WOBBEN LM WIND POWER AERIS
2014 2017
33CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
QUADRO 2.3.1
FABRICANTES NACIONAIS DE PÁS EÓLICAS
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
As pás são componentes de grandes dimensões
que interagem diretamente com o vento. São perfis
aerodinâmicos geralmente de 30 a 70 metros de
comprimento (instalações onshore) fabricados
em material compósito – resina epóxi ou poliéster
reforçada com fibra de vidro e/ou carbono – e
representam cerca de 22% do custo do aeroge-
rador e 7% de sua massa (6 a 10 toneladas cada
uma). Em termos estruturais a pá consiste em um
casco externo, formado por duas conchas unidas de
material compósito, suportado por uma viga prin-
cipal ou estrutura central. Os materiais compósitos
podem ser de 2 tipos: laminados – várias camadas
de materiais compósitos unidas – e sanduíche
– camadas externas finas de laminado com um
núcleo central de baixa densidade constituído por
materiais como madeira balsa, espuma de PVC, PU
ou PET. A fabricação do casco e viga central é feita
geralmente por processos de infusão, utilizando-
-se moldes especiais, mas também pode ser por
pré-impregnação – processo “Prepreg”. Estas es-
truturas são posteriormente coladas com adesivos
à base de epóxi.
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME
FANTASIA
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME CADASTRO FINAME) CIDADE UF SITE
AERIS IND E COMERCIO DE EQUIPAMENTOS PARA GERACAO DE EN
PA PARA AEROGERADOR DE ENERGIA EOLICA - MODELO ACCIONA AW116-3MW 56.7M ; PA PARA TURBINA EOLICA - AW 61,2; WEG 53.7; V110 - VESTAS; GE56.9
CAUCAIA (PECÉM) CE aerisenergy.com.br
LM WIND POWER DO BRASIL S.A.
PA PARA GERADOR DE ENERGIA EOLICA - LM 47.6 P2; LM 48.8; 48.7; LM 56.0; LM 56.9
IPOJUCA (SUAPE) PE lmwindpower.com
TECSIS TECNOLOGIA E SISTEMAS AVANCADOS S/A
PÁ PARA AEROGERADOR - AW61 - 3MW; PA PARA GERADOR DE ENERGIA EOLICA - AL53; AL59; G97; GE 48,7C 1,7 100; GE40XLE 1,85 82,5; GE50.2
CAMAÇARI (NOVA LOCALIDADE)
BA tecsis.com.br
WOBBEN WINDPOWER INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
PÁ PARA AEROGERADOR EÓLICO - E-92
SOROCABA SP
wobben.com.br
CAUCAIA (PECÉM) CE
34 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Fabricantes de Subcomponentes, Insumos e Elementos Internos para Torres
A metodologia para credenciamento na FINAME
do BNDES exige a fabricação das torres eólicas no
Brasil, em unidade própria ou de terceiros, com, pelo
menos, 70% em peso das chapas de aço fabrica-
das no País ou concreto armado de procedência
nacional, com, pelo menos, 60% da quantidade dos
forjados de procedência nacional e com utilização
dos componentes internos de procedência nacio-
nal – plataformas, escadas, suportes, guarda corpo,
eletro dutos, parafusos. Ainda, o elevador da torre é
item da Tabela 1, Tipo B (BNDES, 2012), elegível de
nacionalização conforme critérios da metodologia.
Atualmente estão credenciados no FINAME quatro
fabricantes de elevadores – ARTAMA, HAILO,
AVANTI e POWER CLIMBER, enquanto que em
2014 havia apenas fabricantes em processo de
nacionalização. Ainda em relação ao mapeamento
de 2014, os seguintes novos fabricantes foram
identificados: a GERDAU, como fornecedora de
chapas grossas para a estrutura das torres de aço,
a partir de sua usina em Ouro Branco/MG; a GRI
FLANGES BRAZIL; a METALBRAX, a TECNOFIX
e a METALTORK, na fabricação de fixadores; a
ENGEBASA na fabricação
de elementos internos e
portas e escotilhas, substi-
tuindo importações; a WIND
RIDLOFF como fornecedora
de sistemas de protensão
para torres de concreto; a
ALUSTAR, na fabricação de
internos de alumínio e a
BARGA na elaboração dos
kits de montagem das estru-
turas internas de torres.
A GERDAU também fornece barras laminadas
para fabricação de flanges caldeiradas e soldadas
a partir de suas unidades em Pindamonhangaba/
SP e Charqueadas/RS. Cabe ressaltar que a GER-
DAU desenvolveu um produto específico para o
setor eólico, o aço 42CrMo4 modificado, criado
para uso na produção dos fixadores. Segundo a
empresa, este aço traz competitividade à cadeia,
pois atende ao elevado grau de exigência de pro-
priedades mecânicas a um menor custo, fazendo
frente às demais opções de produtos encontrados
no mercado mundial.
A GRI FLANGES BRAZIL, pertencente ao grupo
espanhol GESTAMP, investiu R$ 81 milhões em
unidade no Complexo Industrial Portuário de
Suape com capacidade de produção anual de 6,5
mil flanges, com geração de cerca de 80 empre-
gos diretos. A unidade foi inaugurada em 2015
e a produção atende exclusivamente o mercado
brasileiro, mas há possibilidade de expansão para
atendimento do mercado internacional. Outra
possibilidade considerada pela empresa é atuação
na área de fundição, único segmento do grupo
GRI que não tem atividade local. Os 80 empre-
gados da unidade de flanges foram treinados por
15 gestores da planta da Zestoa, na Espanha, que
fabricaram as primeiras peças (DIÁRIO DE PER-
NAMBUCO, 2015). Os flanges fabricados pela
GRI são do tipo com costura, obtidas pelo pro-
cesso de calandragem, diferente do processo de
laminação utilizado na fabricação de rolamentos
(sem costura). Para atender ao FINAME os flanges
utilizados nas torres devem ser pelo menos 60%
de procedência nacional. A Figura 2.4.1 apresenta
uma visão da fábrica de flanges da GRI.
PARA ATENDER AO
FINAME OS FLANGES
UTILIZADOS NAS
TORRES DEVEM SER
PELO MENOS 60%
DE PROCEDÊNCIA
NACIONAL
35CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
FIGURA 2.4.1
FÁBRICA DE FLANGES PARA TORRES DE AÇO DA GRI
Fonte: NILL JUNIOR, 2015.
Os Quadros 2.4.1 a 2.4.3 apresentam respectivamente os fornecedores de subcom-
ponentes e insumos para torres de aço; os fornecedores de subcomponentes e insu-
mos para torres de concreto; e os fornecedores de elementos internos das torres.
36 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 2.4.1
FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA TORRES DE AÇO
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
SUBCOMPONENTE/ INSUMO
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
CIDADE UF SITE OBSERVAÇÕES
CHAPAS DE AÇO LAMINADO
USIMINAS IPATINGA E CUBATÃO
MG E SP
usiminas.com
GERDAU (NOVO)
OURO BRANCO MG gerdau.comAs chapas são utilizadas na estrutura das torres
BARRAS E BLOCOS LAMINADAS DE AÇO
GERDAU (NOVO)
PINDAMO- NHANGABA
SP gerdau.comAs barras são usadas na fabricação de flanges calandradas.
FLANGES
UNIFORJA DIADEMA SP uniforja.com.br
GRI FLANGES DO BRAZIL (NOVO)
CABO DE SANTO AGOSTINHO
PE gri.com.es
FIXADORES
METALBRAX (NOVO)
GUARULHOS SP metalbrax.com.br
TECNOFIX (NOVO)
JABAQUARA SP grupotecnofix.com.b
METALTORK (NOVO)
DIADEMA SP metaltork.com.br
INDUSTRIAL REX BRAÇO TROMBUDO SC rex.com.br
CISER JOINVILLE SC ciser.com.br
PORTAS / ESCOTILHAS
ALUS
ENGEBASA (NOVO)
CUBATÃO SP engebasa.com.br
ATLANTA SOROCABA SP atlantalaser.com.br
TINTAS
RENNER COATINGS
CURITIBA PR renner.com.br
INTERNATIONAL (AKZO NOBEL)
SANTO ANDRÉ SP international-pc.com
JOTUN (NOVO)
ITABORAÍ RJ jotun.com
37CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
QUADRO 2.4.2
FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA TORRES DE CONCRETO
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
SUBCOMPONENTE/ INSUMO
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
CIDADE UF SITE
CONCRETOPRODUZIDO UTILIZANDO CIMENTO DE FORNECEDORES LOCAIS TAIS COMO: MIZU, CIMPOR, LAFARGE, VOTORANTIM, ETC...
MOLDESCSM (NOVO)
SCHROEDER SC csm.ind.b
INSERTOS METÁLICOS
TENSACCIAI SÃO PAULO SP tensacciai.it
RUDLOFF WIND TORRES EÓLICAS (NOVO)
SÃO PAULO SP rudloff.com.br/wind/
CABOS DE AÇO DE PROTENSÃO
BELGO PIRACICABA SP arcelormittal.com.br
PROTENDIDOS DYWIDAG GUARULHOS SP dywidag.com.br
RUDLOFF WIND TORRES EÓLICAS (NOVO)
SÃO PAULO SP rudloff.com.br/wind/
ADITIVOS PARA CONCRETO E ADESIVOS (MONTAGEM E REPARO DE PRÉ-MOLDADOS)
MC-BAUCHEMIE BRASILVARGEM GRANDE PAULISTA
SP mc-bauchemie.com.br
BASF - CONSTRUCTION CHEMICALS (NOVO)
SAO PAULO SP basf-cc.com.br
38 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 2.4.3
FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS INTERNOS DAS TORRES
SUBCOMPONENTE/ INSUMO
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME CADASTRO
FINAME)CIDADE UF SITE
ELEVADOR
ARTAMA METALMECANICA LIMITADA (NOVO)
ELEVADOR DE CREMALHEIRA PARA TORRES EOLICAS; SERVIÇO A CABO PARA AEROGERADORES - GWB300
JARAGUÁ DO SUL
SC artama.com.br
AVANTI BRASIL SISTEMAS EOLICOS
ELEVADOR DE CARGA PARA TURBINA EOLICA
FORTALEZA CE www.avanti-online.com
HAILO SISTEMAS METALICOS LTDA
ELEVADOR DE SERVIÇO PARA AEROGERADORES
JAGUARIUNA SP hailo-professional.de
POWER CLIMBER COMERCIO DO BRASIL S.A. (NOVO)
ELEVADOR EOLICAJABOATAO DOS GUARARAPES
PE powerclimberwind.com
ESCADA
ATLANTA SOROCABA SP atlantalaser.com.br
HAILO JAGUARIÚNA SPhailo.com.br hailo-professional.de
KATHREIN SÃO PAULO SP kathrein.com.br
ALUSTAR (NOVO)
SÃO BERNARDO DO CAMPO
SP
BARGA (NOVO)
CABO DE SANTO AGOSTINHO
PEibarga.com/pt/componentes_aerogeneradores2.asp
39CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
SUBCOMPONENTE/ INSUMO
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME CADASTRO
FINAME)CIDADE UF SITE
PLATAFORMA
ENGEBASA (NOVO)
CUBATÃO SP engebasa.com.br
ALUSTAR (NOVO)
SÃO BERNARDO DO CAMPO
SP amelhorescada.com.br
AVANTI BRASIL SISTEMAS EOLICOS (NOVO)
EUSÉBIO CE pb.avanti-online.com
BARGA (NOVO)
CABO DE SANTO AGOSTINHO
PEibarga.com/pt/componentes_aerogeneradores2.asp
ATLANTA SOROCABA SP atlantalaser.com.br
HAILO JAGUARIÚNA SPhailo-professional.de/prof_public/content.php?t=30&nav=2
SUPORTES E ACESSÓRIOS
ATLANTA SOROCABA SP .atlanta.eco.br
HAILO JAGUARIÚNA SP
NORTEL (REXEL) CAMPINAS SP nortel.com.br
40 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Apenas o elevador aparece como item credenciado no Finame, apesar da exigência de outros internos e insumos de procedência nacional. Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
SUBCOMPONENTE/ INSUMO
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME CADASTRO
FINAME)CIDADE UF SITE
SUPORTES E ACESSÓRIOS
BARGA (NOVO)
CABO DE SANTO AGOSTINHO
PE barga-brasil.com.br
ENGEBASA (NOVO)
CUBATÃO SP www.engebasa.com.br
SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA-QUEDAS / GUARD-RAILS
HAILO JAGUARIÚNA SPhailo-professional.de/prof_public/content.php?t=30&nav=2
ARTAMA METALMECANICA LIMITADA (NOVO)
JARAGUÁ DO SUL
SC artama.com.br
BARGA (NOVO)
CABO DE SANTO AGOSTINHO
PEwww.barga-brasil.com.br
ENGEBASA (NOVO)
CUBATÃO SP www.engebasa.com.br
ILUMINAÇÃO NORTEL (REXEL) CAMPINAS SP www.nortel.com.br
CABOS
PRYSMIAN SOROCABA SP prysmian.com.br
PHELPS DODGEPOÇOS DE CALDAS
MG pdicbrasil.com
NEXANS AMERICANA SP nexans.com.br
41CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
Fabricantes de Subcomponentes e Insumos para o Rotor – Pás e Cubo
As pás produzidas no Brasil pela TECSIS,
WOBBEN e AERIS utilizam resina do tipo epóxi
na constituição do compósito. A LM Wind Power
utiliza mundialmente a resina poliéster. A fibra
empregada no compósito geralmente é a fibra de
vidro, mas alguns modelos utilizam também fibra
de carbono. A fibra de vidro é utilizada na forma de
tecido e há tipos que conferem diferentes proprie-
dades mecânicas e de resistência ao compósito.
No final de 2014 a fabricante de resinas epóxi
MOMENTIVE Specialty Chemicals Inc. anun-
ciou a mudança de seu nome para HEXION Inc.
e a instalação de sua nova unidade no Brasil, em
Itatiba/SP para produção do blend de resinas –
epóxi e agente de cura – para uso na estrutura de
pás eólicas. Com a instalação da LM Wind Power
no Brasil, a resina de poliéster foi inserida na
cadeia produtiva da pá. No final de 2014 também
a multinacional alemã SAERTEX anunciou o início
das operações de sua fábrica em Indaiatuba/SP
voltada a fabricação dos tecidos multiaxiais de fi-
bra de vidro. Foram investidos cerca de R$ 10 mi-
lhões na nova fábrica, que é a primeira da empresa
na América Latina, em uma área de 2,5 mil m² de
área fabril, sendo que o crescimento do mercado
de energia eólica foi um dos principais motiva-
dores para o investimento no País. A capacidade
produtiva é de cerca de 15 mil toneladas, mas se
destina a atender também empresas de outros
segmentos. A OWENS CORNING, fabricante dos
fios (rovings) usados na confecção de tecidos de
fibra de vidro utilizados nas pás eólicas, investiu
em diversas melhorias e na ampliação de sua uni-
dade em Rio Claro, totalizando investimentos da
ordem de US$ 5.0 milhões nos últimos três anos.
A entrada de novos fabricantes no País com pelo
menos o fornecimento do blend local e do tecido
local contribuíram para diminuição da dependên-
cia de fornecedores monopolista, uma vez que
estes itens têm grande participação no cálculo do
conteúdo local da pá.
O Quadro 2.5.1 apresenta os elementos e insu-
mos utilizados na manufatura da estrutura das pás
e os respectivos fabricantes.
42 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 2.5.1
FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS E INSUMOS PARA PÁS
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014, ou ainda não estavam operantes (ABDI, 2014).
SUBCOMPONENTEFABRICANTE
RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA
CIDADE UF SITE OBSERVAÇÕES
TECIDOS DE FIBRA DE VIDRO
CPIC BRASIL (NOVO)
CAPIVARI SP cpicfiber.com
SAERTEX (NOVO)
INDAIATUBA SP saertex.com
OWENS CORNING RIO CLARO SP owenscorning.com
TECIDO DE FIBRA DE CARBONO
IMPORTADO DE EMPRESAS COMO A ALEMÃ SAERTEX
Importado
RESINA POLIÉSTER
REICHHOLD (NOVO)
MOGI DAS CRUZES SPreichhold.com/pt/default.aspx
Pás e carenagem da nacele
NOVAPOL (NOVO)
SERRA ES novapol.com.br
RESINA EPÓXI
DOW GUARUJÁ SP dow.comFabricação local da resina epóxi base.
HEXION (MOMENTIVE) ITATIBA SP momentive.comPreparação apenas do blend.
MADEIRA BALSA IMPORTADO DO EQUADOR Importado
FIXADORES E PORCAS
METALBRAX (NOVO)
GUARULHOS SP metalbrax.com.br
METALTORK DIADEMA SP metaltork.com.br
TECNOFIX SOROCABA SPtecnofixparafusos.com.br
ALGOLIX (NOVO)
SÃO PAULO SP algolix.com.br
FIXADORES (ADESIVOS)
HENKEL DIADEMA SP henkel.com.br
SIKA OSASCO SP bra.sika.com
ADESIVOS (OUTROS), ESPUMAS, SELANTES E TINTAS
IMPORTADO DE EMPRESAS ESTRANGEIRAS COMO, POR EXEMPLO, A ITW, PLEXUS E AKZO
Importado
SISTEMA ANTI-RAIO LEHMOR Importado
43CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
Alguns tipos especiais de tecido de fibra de vidro
são importados, assim como os tecidos de fibra
de carbono. Seguem sendo importados insumos
como espumas de PVC, madeira balsa, adesi-
vos, selantes e revestimentos (massas, gelcoats
e tintas) para o acabamento das pás. Apesar de
haver no País diversos fabricantes de tintas com
capacidade produtiva para fabricação das massas,
gelcoats e tintas necessários à proteção das pás
eólicas, estes itens, geralmente por sua baixa par-
ticipação em peso e valor na composição das pás,
e por sua alta exigência técnica, à princípio não
despertam o interesse das montadoras e fabrican-
tes de pás para sua nacionalização.
Em suas etapas iniciais a metodologia do BNDES
exigia a montagem do cubo no Brasil em unidade
própria. A partir da última etapa é permitida a
terceirização da montagem de cubos em empre-
sas estabelecidas no Brasil. O fundido utilizado
deve ser de procedência nacional (fundido,
usinado e pintado no país). A partir da última
etapa também devem ser fabricados no País: a
carenagem do cubo; os rolamentos de passo; o
sistema de acionamento do controle de passo;
e os painéis de controle de passo. Há a opção de
substituição da nacionalização do fundido do
cubo pela nacionalização de um componente
dentre os relacionados na coluna A da Tabela 1
(BNDES, 2012). Entretanto, deve manter a nacio-
nalização dos demais componentes citados.
No componente do cubo, um importante gar-
galo foi resolvido com a entrada de três novos
fabricantes de rolamentos, a SKF, a LIEBHERR e
a SHILLA, e, em breve de um quarto, a GERDAU
SUMMIT. Em 2014 apenas a THIESSEN KRUPP
(ROBRASA) fornecia localmente os rolamentos
do passo. A SKF inaugurou em setembro de 2015
a nova fábrica da KAYDON Corporation, em
Cajamar, São Paulo, destinada a fabricação de
rolamentos para o setor eólico. Foram investidos
U$ 22 milhões na construção da planta de 6,6
mil metros quadrados, com geração de até 150
pessoas. No final de 2016,
o Grupo LIEBHERR iniciou
a operação de uma nova
planta de produção em
Guaratinguetá (SP), dedica-
da à produção de rolamen-
tos para turbinas eólicas.
A unidade que tem 6.000
m², e é a terceira fábrica da
Divisão de Componentes da
LIEBHERR no mundo, está
equipada para a realização
de operações desde a usi-
nagem até a têmpera por indução das pistas dos
rolamentos, passando por máquinas geradoras de
dentes até o tratamento de superfícies. A SHILLA
Brasil instalou sua unidade produtiva na cidade de
Tietê, em terreno de 90 mil m², e com investimen-
to inicial da ordem de R$ 30 milhões.
A GERDAU inaugurou em março deste ano o em-
preendimento conjunto GERDAU SUMMIT em
sua usina de aço especial de Pindamonhangaba
(SP). O objetivo da empresa contempla o forneci-
mento dos anéis de rolamento e também do eixo
principal (subcomponente da nacele). O capital
social da empresa está dividido em 59% para a
Gerdau, 39% da japonesa Sumitomo Corpora-
tion e 2% para a Japan Steel Works - JSW. Serão
investidos R$ 280 milhões até 2020 para a aqui-
sição de máquinas e equipamentos da operação,
financiados pela Sumitomo. Novos equipamen-
tos estão previstos para chegar em meados do
primeiro semestre do ano que vem. Até o final de
2018, a empresa espera estar fornecendo para o
setor eólico (INVESTE SÃO PAULO, 2017). Outra
possibilidade é a fabricação de anéis laminados
para flanges, que é uma necessidade de algumas
montadoras que utilizam torres mais altas.
Apesar de constarem no FINAME quatro fabri-
cantes de fundidos (carcaças de cubo) para o
cubo do rotor, o item é tido como gargalo pela
maioria das montadoras de aerogeradores. Em
EM SUAS ETAPAS
INICIAIS A
METODOLOGIA
DO BNDES EXIGIA
A MONTAGEM DO
CUBO NO BRASIL
EM UNIDADE
PRÓPRIA
44 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
2014 os fabricantes nacionais afirmavam haver
sobre capacidade de fornecimento de carcaças
de cubo. Já há algum tempo, porém, a VOITH não
está mais atuando no setor eólico. Em processo
avançado de credenciamento está a FUNDIÇÃO
MORENO, porém este fornecedor potencial inter-
rompeu o projeto de fornecer o fundido do cubo
em função das incertezas do mercado. Segundo
a empresa, são necessários altos investimentos,
os quais estariam voltados apenas a uma cadeia
específica. Futuramente
a empresa pode reavaliar
sua decisão, desde que haja
uma retomada do setor.
Também está em avaliação
pela GERDAU SUMMIT a
realização de investimentos
que permitiriam a fabricação
de grandes fundidos em sua
unidade. A empresa já tem
os principais equipamentos
necessários para essa pro-
dução, os quais já são usados
para fabricação de cilindros de laminação fundidos.
Em 2014 eram poucas as empresas com capa-
cidade de usinar grandes fundidos como o cubo
do rotor. Além da BR METALS havia a BAR-
DELLA e a STEPAN, e alguns poucos outros,
mas algumas montadoras cujos modelos de
aerogerador tinham configurações mais com-
plexas ou tamanhos de cubo maiores percebiam
dificuldades no atendimento de suas demandas
em função do curto prazo entre a contratação
e a entrega. A oferta de serviços de usinagem
aumentou com a entrada em operação de várias
outras empresas, tais como ST METALS e com
investimentos feitos por diversas empresas,
entre elas a PAINCO e a EMALTO. A EMALTO,
que está sediada em Timóteo, no Vale do Aço,
Minas Gerais, iniciou a operação no início deste
ano. A ST METALS importou maquinário de
usinagem de última geração e também oferece
serviços de pintura. Além disso, se responsabi-
liza pelo gerenciamento da cadeia de forneci-
mento do cubo, atendendo montadoras como
GAMESA e GE. A PAINCO, além de serviços
de usinagem, fabrica subcomponentes da
nacele. No Quadro 2.5.2 são apresentados os
subcomponentes que fazem parte do cubo e os
correspondentes fabricantes nacionais.
O cubo é uma peça única de ferro fundido, de
alta precisão de fundição e usinagem, construída
com liga de alta resistência. O cubo acomoda os
rolamentos para fixação das pás e os mecanis-
mos e motores para o ajuste do ângulo de ataque
das pás – o sistema de passo (pitch). O sistema
de passo pode ser basicamente de dois tipos: hi-
dráulico e elétrico. O sistema pás e cubo respon-
dem então por 10 a 14% do peso do aerogerador
e por 20 a 30% do custo da máquina.
EM 2014 ERAM
POUCAS AS
EMPRESAS COM
CAPACIDADE DE
USINAR GRANDES
FUNDIDOS COMO O
CUBO DO ROTOR
45CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
QUADRO 2.5.2
FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO CUBO
SUBCOMPO-NENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE OBS
CARENAGEM
ANCEL TECNOLOGIA EM COMPOSITOS LTDA.
S
CONJUNTO CONO AW3000 DES. 1020803 REVISAO 04; CTO. FIBRA CONO MODULAR AW3000
RIO CLARO SP ancel.com.br
ATLANTA IND. E COM . DE PECAS E EQUIP LTDA
SCARENAGEM DO HUB - CARENAGEM DO HUB
SOROCA-BA
SP atlanta.eco.br
BFG BRASIL COMPONENTES PLASTICOS LTDA (NOVO)
S SPINNER JOINVILLE SC.bfginternational.com/
MOLDE PLASTICOS REFORCADOS LTDA
S
SPINNER CARENAGEM DO HUB 1,85 - 82,5 - 1.85/82,5; 1.6/100 OU 1.7/100 - 1.6/100 OU 1.7/100
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
SP mmolde.com.br
MVC COMPONENTES PLASTICOS SA
S
CARENAGEM DO CUBO - AWG; SPINNER CARENAGEM DO HUB - 1.6 - 100 OU 1.7 - 100; ECO 100-110-122
SÃO JOSÉ DOS PI-NHAIS
PRmvcplasticos.com.br
CUBO (FUNDIDO)
BR METALS FUNDICOES LTDA
S
HUB - GE 1.7MW 100 OU 1.6MW 100; GAMESA G97 2.0MW; WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS; 2.3 MW; G114; AW3
MATOZI-NHOS
MG brmetals.com.br
FUNDICAO MORENO LTDA (NOVO)
N HUB - GE 2570SERTÃOZI-NHO
SP moreno.ind.br
Em pro-cesso de credencia-mento
GERDAU SUMMIT (NOVO)
NPORTO ALEGRE
RSgerdau summit.com.br
Em ava-liação de viabilidade.
46 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
SUBCOMPO-NENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE OBS
CUBO (FUNDIDO)
ROMI S
CAST HUB - 2.3-107 - 115W5351; G114 STD2 - GP265412 - GP265412; G9X - GP203143; HUB 2MW MK10 CASTING 29012697; COMPONENTE FUNDIDO BLADE HUB - 781-920-VER19, HUB - 574807 - SIEMENS, HUB MACHINED MK7-H - 290, HUB MACHINED V100 - 2.0MW, CUBO (HUB) 115W1807-GE, HUB - 1018693, HUB - 115W1908, HUB 29000375
SANTA BÁRBARA D’OESTE
SP romi.com
VOITH HYDRO LTDA
S
CUBO 3MW V3 (HUB 3.0 ACCIONA) - HUB 3MW V3 ACCIONA; CUBO HEAVY HUB (HUB 2X) - HUB FUNDIDO 1.6-100 1.7-100; (HUB XLE) - HUB FUNDIDO 1.6-82.5
SÃO PAULO SP voith.comNão está mais atuan-do.
LUBRIFICAN-TES
FUCHS DO BRASIL
N BARUERI SP fuchs.com/br/pt
KLUBER N BARUERI SP klueber.com/br
MOBIL NRIO DE JANEIRO
RJmobil.moovelub.com
SKF N CAJAMAR SP skf.com/br
PAINEL DE CONTRO-LE
SANMINA-SCI DO BRASIL INTEGRATION LTDA (NOVO)
SG2.0MW HUB CONTROL CABINET - GP271270 - HUB CABINET
SÃO PAULO SP sanmina.com
PLACAS (TOR-QUE E STIFFE-NING PLATES)
BARDELLA SA INDUSTRIAS MECANICAS
NGUARU-LHOS
SP bardella.com.br
PAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)
NRIO DAS PEDRAS
SP painco.com.br
ROLAMENTO
GERDAU SUMMIT (NOVO)
NPORTO ALEGRE
RSgerdau summit.com.br
Em ava-liação de viabilidade.
LIEBHERR BRASIL GUINDASTES E MAQUINAS OPERATRIZES LTDA (NOVO)
S
ROLAMENTO DA PÁ DE GERADORES EÓLICOS - KUD648VO; KUD458VA; KUD02252-065WJ18-001-900
GUARATIN-GUETÁ
SP liebherr.com.br
47CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).
SUBCOMPO-NENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE OBS
ROLAMENTO
SHILLA BRASIL INDUSTRIA DE ROLAMENTO DE GIRO (NOVO)
SPITCH BEARING 200W1709G013/14/15
TIETÊ SP shillacorp.co.kr
SKF DO BRASIL LTDA (NOVO)
S
ROLAMENTO DE GIRO DA HÉLICE DO ROTOR DO GERADOR EÓLICO - KAYDON - PITCH BEARING; D2418 X 200
CAJAMAR SP www.skf.com
THYSSENKRUPP BRASIL LTDA.
S
ROLAMENTO DE PASSO "PITCH" PARA AEROGERADOR; AGW 2.1; E-92; V110 13.1920.02 H VESTAS; ECO-122; G114 - 2.0 MW
SÃO PAULO SPthyssenkrupp-brazil.com/pt-br
SERVIÇOS DE PINTURA
GRUPO GP TRATAMENTO DE SUPERFÍCIES (NOVO)
N BARUERI SP grupogp.net Serviço
SERVIÇOS DE USINAGEM (PODENDO INCLUIR PINTURA)
BARDELLA SA INDUSTRIAS MECANICAS (NOVO)
NGUARU-LHOS
SP bardella.com.br Serviço
EMALTO (NOVO)
N TIMÓTEO MG emalto.com.br Serviço
PAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)
NRIO DAS PEDRAS
SP painco.com.br Serviço
ST METALS (NOVO)
NJAGUARI-ÚNA
SP stmetals.com.br Serviço
STEPAN (NOVO)
N CAMPINAS SP stepanbr.com Serviço
USICAL USINAGEM E CALDEIRARIA JUNDIAÍ LTDA (NOVO)
NVÁRZEA PAULISTA
SP usical.com.br Serviço
SISTEMAS DE LUBRIFICA-ÇÃO
EXIMPORT N SÃO PAULO SPeximport.com.br/site
48 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Com relação ao sistema de passo (ou pitch),
diversos novos fabricantes com instalações locais
foram identificados a partir das informações de
credenciamento do BNDES: a GE POWER, a JABIL,
a SANMINA-SCI, a espanhola GRUAL, a alemã
MOOG, a italiana BONFIGLIOLI e a SAT. A MOOG,
motivada principalmente pela demanda que o Brasil
vinha apresentando e pela política de conteúdo local,
investiu R$ 2 milhões em suas linhas de produção
no Brasil para fornecer localmente os sistemas de
controle de passo. O Quadro 2.5.3 apresenta os
subcomponentes específicos do sistema de passo.
QUADRO 2.5.3
FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO ROTOR – SISTEMA DE PASSO
SUBCOMPO-NENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE
ACIONAMENTO DO PASSO (MO-TORREDUTOR)
GE POWER CONVERSION BRASIL LTDA. (NOVO)
S PITCH SYSTEM SÃO PAULO SPgepowerconversion.com/
GLUAL HIDRAULICA DO BRASIL LTDA (NOVO)
S
ACIONAMENTO DE CONTROLE DE PASSO DO PITCH AW 3MW (AW30W00), SISTEMA ACIONAMENTO CONTROLE DE PASSO G114, SISTEMA DE ACIONAMIENTO DO CONTROLE DE PASSO G9X OTIMIZADO
SOROCABA SPglual.es/pt/home.html
HINE DO BRASIL IND. COM. DE HIDR.PNEUM.LTDA
S
SISTEMA ACIONAMENTO DE CONTROLE DE PASSO G9X; SISTEMA DE ACIONAMENTO DO CONTROLE DE PASSO G114; SISTEMA DE CONTROLE DE PITCH AW3000; SISTEMA DE CONTROLE DE PITCH MK10
INDAIATUBA SP hine.es/hine-brasil
JABIL DO BRASIL INDUSTRIA ELETROELETRONICA LTDA (NOVO)
S
PITCH SYSTEM 1.6 MW GABINETE AXIS 1, 2&3; PITCH SYSTEM GE, AEROGERADORES GE 2.2 A 2.4 107 E 2.0 A 2.3 - EIXO (109W8733), CENTRAL (109W8734)
BETIM MG
https://www.jabil.com/contact/locations/belo-horizonte.html
49CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
SUBCOMPO-NENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE
BLOCO HIDRÁULICO DO PASSO
GLUAL HIDRAULICA DO BRASIL LTDA (NOVO)
S
UNIDADE HIDRALICA DO PITCH AW 3MW AW3000; UNIDADE HIDRAULICA DO PITCH G9X OTIMIZADO
SOROCABA SPglual.es/pt/home.html
ENGRENAGENS E REDUTORES PLANETÁRIOS
TGM IND. E COM. DE TURBINAS E TRANSMISSOES LTDA
SREDUTOR DE VELOCIDADE PLANETARIO
SETÃOZINHO SP grupotgm.com.br
MOTORREDU-TOR
BONFIGLIOLI REDUTORES DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO L.
S
REDUTOR DE PITCH, 2T707T3136A04, 2T709T3176A05, 2T709T3176A03
SÃO BERNARDO DO CAMPO
SPbonfigliolidobrasil.com.br/pt-br
SEW-EURODRIVE BRASIL LTDA
S
REDUTOR PARA ACIONAMENTO DO PITCH - P3W006K; REDUTOR PARA ACIONAMENTO DO PITCH - PW015
INDAIATUBA SPbr.sew-eurodrive.com/firmenprofil/profil.htm
PAINEL DE CONTROLE DO PASSO
GLUAL HIDRAULICA DO BRASIL LTDA (NOVO)
SPAINEL DE CONTROLE DE PASSO AW3000
SOROCABA SPwww.glual.es/pt/home.html
PAINEL DE CONTROLE DO PASSO
HINE DO BRASIL IND. COM. DE HIDR.PNEUM.LTDA (NOVO)
SPAINEL DE CONTROLE DE PASSO AW3000
INDAIATUBA SPhttp://www.hine.es/hine-brasil/fale_conosco.html
INGETEAM LTDA S
PAINEL HUB VESTAS 2MW - HUB CONTROL CABINET 2,0MW MK10; HUB CABINET
VALINHOS SPingeteam.com/br/pt-br/home.aspx
50 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
SUBCOMPO-NENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE
PAINEL DE CONTROLE DO PASSO
MOOG DO BRASIL CONTROLES LTDA (NOVO)
S
SISTEMA PAINEIS CONTROLE DE PASSO PARA AEROGERADORES Z0112, Z0118, Z0154
JURUBATUBA SP moog.com.br
SANMINA-SCI DO BRASIL INTEGRATION LTDA (NOVO)
SG2.0MW HUB CONTROL CABINET - GP271270 - HUB CABINET
SÃO PAULO SP sanmina.com
SAT - SISTEMAS DE AUTOMACAO E TECNOLOGIA LTDA. (NOVO)
S PITCH CONTROL PANEL SOROCABA SPsatautomacao.com.br
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).
51CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
Fabricantes de Subcomponentes da Nacele
A montagem da nacele no Brasil também é uma
exigência do BNDES para o financiamento dos
aerogeradores. Conforme a metodologia de
credenciamento, a nacele deve ser montada no
Brasil, em unidade própria do fabricante. Devem
ser nacionalizados, no mínimo, 12 (doze) compo-
nentes relacionados na Tabela 1 da metodologia
(BNDES, 2012), sendo, pelo menos, um deles
dentre os que constam da coluna A e cinco den-
tre os listados na coluna B. Ainda, há diferentes
combinações possíveis conforme opções de
nacionalização de itens da coluna A e B. Esta
possibilidade de opção por diferentes itens para
nacionalização conferiu uma certa flexibilidade
às montadoras que puderam defini-los com base
em suas estratégias e tecnologias de projeto.
O tamanho e o formato da nacele são variáveis
de acordo com os componentes e sua dispo-
sição em seu interior, sendo que as maiores
variações são entre aerogeradores que utilizam
caixa de engrenagem e os que não utilizam. Os
elementos estruturais da nacele – bastidor,
chassi e quadros – são fundidos e/ou caldeira-
dos, dependendo do projeto da montadora, sua
configuração e/ou opção tecnológica e são os
responsáveis pelo suporte dos diversos compo-
nentes nela inseridos. O eixo principal, constru-
ído em aço ou liga metálica de alta resistência,
é o responsável pelo acionamento do gerador,
transferindo a energia mecânica da turbina.
O gerador transforma a energia mecânica
de rotação em energia elétrica e pode ser de
diferentes tipos. Muitas tecnologias de gerador
necessitam do uso de conversores de frequ-
ência, para controle da onda de saída, consti-
tuindo-se de um retificador e um inversor. O
transformador é o equipamento que eleva a
tensão de geração ao valor da rede elétrica a
qual o aerogerador está conectado. O transfor-
mador pode ser instalado no interior da nacele,
no interior da torre ou mesmo externamente,
acoplado à torre ou no chão. O sistema de Yaw
tem a função de alinhar a turbina com o vento.
Este sistema compreende
um motor elétrico que gira
a nacele sobre a torre com
auxílio de um rolamen-
to – rolamento do Yaw, e
também engrenagens para
o ajuste da velocidade de
giro. A caixa multiplica-
dora, quando existente,
representa a maior massa
da nacele e também uma
grande fração de seu custo
(cerca de 13%). Localiza-se
entre o rotor e o gerador,
de forma a adaptar a baixa rotação do rotor à
velocidade de rotação mais elevada do gera-
dor. É um item que necessita de manutenção
intensiva e que representa, portanto, uma
fonte de possíveis falhas. Exige o uso de um
sistema hidráulico com bombas, trocadores de
calor e sistemas de comando para lubrificação
e refrigeração. No caso de aerogeradores sem
caixa de engrenagem, o gerador utilizado é o de
polos salientes (ou multipolos) com o estator
em forma de anel.
Os Quadros 2.6.1 a 2.6.12 apresentam a listagem
dos diversos sistemas e subcomponentes da nacele.
CONFORME A
METODOLOGIA DE
CREDENCIAMENTO,
A NACELE DEVE
SER MONTADA
NO BRASIL, EM
UNIDADE PRÓPRIA
DO FABRICANTE
52 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 2.6.1
FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA NACELE
SUBCOMPO-NENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE
BASTIDOR
BARDELLA SA INDUSTRIAS MECANICAS
SBASTIDOR TRASEIRO NACELLE - AW3000
GUARULHOS SP bardella.com.br
BR METALS FUNDICOES LTDA
SBASTIDOR DELANTERO - AW3
MATOZINHOS MG
LIEBHERR BRASIL GUINDASTES E MAQUINAS OPERATRIZES LTDA (NOVO)
S
BASTIDOR TRASEIRO PARA O GERADOR EÓLICO ACCIONA CTO BTU AW30
GUARATINGUETÁ SP liebherr.com.br
MAUSA SA EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS (NOVO)
SBASTIDOR TRASEIRO - AW 3000
PIRACICABA SP mausa.com.br
PAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)
S
BASTIDOR TRASEIRO - GP109154; CONJUNTO BASTIDOR TRASEIRO AW3000 ACCIONA - AW3000 ACCIONA
RIO DAS PEDRAS SP painco.com.br
CHASSI / SUPORTE DO GERADOR
BARDELLA SA INDUSTRIAS MECANICAS
SSUPORTE DO GERADOR - AEROGERADOR GE 1.6/1.7 MW
GUARULHOS E SOROCABA
SP bardella.com.br
HKM EMPREENDIMENTOS E PARTICIPACOES LTDA. (NOVO)
S
CHASSI DO GERADOR USINADO - 200W4462G001; CHASSI DO GERADOR USINADO
SERRA ES hkm.ind.br
PAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)
SSUP DA TURBINA - 115W7656
RIO DAS PEDRAS SP painco.com.br
WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS S/A (NOVO)
SPLATAFORMA DA NACELE WEG - AGW 2.1 MW
JARAGUÁ DO SUL SC weg.net
PARAFUSOS ESTRUTURAIS
CISER JOINVILLE SC ciser.com.br
INDUSTRIAL REXBRAÇO DO TROMBUDO
SC rex.com.br
53CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).
SUBCOMPO-NENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE
QUADRO PRINCIPAL
BR METALS FUNDICOES LTDA
S
MAIN FRAME - WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS; MAIN FRAME G9X; MAIN FRAME - G114; ALSTOM - CENTRAL FRAME; BED PLATE - GE WIND; BED PLATE - 2.3 MW
MATOZINHOS MG
ROMI S
CAST BED PLATE 2.3-107 BP - 200W3272; CAST MAIN CARRIER E-92 - 82.03.115-5; CAST MAIN FRAME G114 STD - GP265362; CENTRAL FRAME ECO 122 S1 CASTING - 3000601; COMPONENTE FUNDIDO - BEDPLATE - 103W3139; COMPONENTE FUNDIDO - BEDPLATE - 104W2032; COMPONENTE FUNDIDO - AW3000 MAIN FRAME-1017387; MF 2MW MK10 CASTING 29013424 - 29013424
STA. BÁRBARA DO OESTE
SP romi.com.br
QUADRO TRASEIRO
BARDELLA SA INDUSTRIAS MECANICAS
S REAR FOUNDATION GUARULHOS SP bardella.com.br
JUMBO INDUSTRIA MECANICA LTDA (NOVO)
S REAR FRAME ASSAÍ PR jumbomec.com.br
PAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)
S
29014530 - REAR FOUNDATION MACHINED; REAR FRAME G114 STD2 - GP265358; REAR FRAME GE 2.2 A 2.4 107 E 2.0 A 2.3-116 - 200W4462G001
RIO DAS PEDRAS SP painco.com.br
54 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 2.6.2
FABRICANTES NACIONAIS DO SISTEMA DE YAW
SUB- COMPONENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM
(CONFORME CODASTRO
FINAME)
CIDADE UF SITE
ENGRENAGEMTGM IND. E COM. DE TURBINAS E TRANSMISSOES LTDA
SYAW RING G114 - GP222733 - GAMESA G114
SERTÃOZINHO SP grupotgm.com.br
FREIOS
ANTEC EOLICA FABRICACAO E COMERCIO DE FREIOS LTDA. (NOVO)
S
FREIOS DO YAW PARA AEROGERADORES - MONOBLOCO; FREIOS DO YAW PARA AEROGERADORES - COM DUAS SEMIPINÇAS
CAMAÇARÍ BA antecsa.com
FUNDIDO PARA YAW
ROMI (NOVO) SYAW BEAM 1.5 MW CASTING - 84985
STA. BÁRBARA DO OESTE
SP romi.com.br
MOTORREDUTOR
BREVINI LATINO AMERICANA INDUSTRIA E COMERCIO LTDA (NOVO)
N LIMEIRA SP brevini.com.br
SEW-EURODRIVE BRASIL LTDA
S
MOTOREDUTOR DO YAW - PW065 DRS132M6/BE11/FF/TH/FA; MOTOREDUTOR PARA YAW DRIVE P4W034 DRN100L6/BE5/DUE
INDAIATUBA SP br.sew-eurodrive.com
PAINEL DE CONTROLE DO YAW
GE POWER CONVERSION BRASIL LTDA. (NOVO)
SÃO PAULO SP gepowerconversion.com
PAINEL DE CONTROLE DO YAW
WEG DRIVES & CONTROLS - AUTOMACAO LTDA (NOVO)
S PAINEL YAWJARAGUÁ DO SUL
SC weg.net
55CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
SUB- COMPONENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM
(CONFORME CODASTRO
FINAME)
CIDADE UF SITE
REDUTOR
BONFIGLIOLI REDUTORES DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO L.
S
REDUTOR DE YAW MT709T105; REDUTOR DE YAW MT709T106; REDUTOR DE YAW MT711T093; REDUTOR PARA YAW DRIVE MT714T
CD EM SÃO BERNARDO
SP bonfiglioli.com
BREVINI LATINO AMERICANA INDUSTRIA E COMERCIO LTDA (NOVO)
N LIMEIRA SP brevini.com.br
SEW-EURODRIVE BRASIL LTDA (NOVO)
S
REDUTOR PARA ACIONAMENTO DO YAW - P4W039; REDUTOR PARA YAW DRIVE P4W034; MOTOR ELÉTRICO PARA YAW DRIVE DRN100L6/BE5/DUE
INDAIATUBA SP br.sew-eurodrive.com
ROLAMENTO YAW
LIEBHERR BRASIL GUINDASTES E MAQUINAS OPERATRIZES LTDA (NOVO)
S
ROLAMENTO DA NACELE DE GERADORES EÓLICOS - KUD02767-040WA18-001; ROLAMENTO DE ORIENTAÇÃO DE GERADORES EÓLICOS - KUD968VA - LIEBHERR; KUD718VA - LIEBHERR
GUARATIN- GUETÁ
SP .liebherr.com.br
56 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
SUB- COMPONENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM
(CONFORME CODASTRO
FINAME)
CIDADE UF SITE
ROLAMENTO YAW
SHILLA BRASIL INDUSTRIA DE ROLAMENTO DE GIRO (NOVO)
SYAW BEARING 109W7629G001
TIETÊ SP shillacorp.co.kr
SKF DO BRASIL LTDA (NOVO)
S
ROLAMENTO DE GIRO DA NACELE DO GERADOR EÓLICO - KAYDON - YAW BEARING
CAJAMAR SP skf.com
THYSSENKRUPP BRASIL LTDA (NOVO)
S
ROLAMENTO DE GIRO "YAW" PARA AEROGERADOR AGW 2.1 - MODELO 091.40.2763; ROLAMENTO DE GIRO "YAW" PARA AEROGERADOR AW-116 3MW - MODELO 091.45.2899; ROLAMENTO DE GIRO "YAW" PARA AEROGERADOR E-92 - MODELO 091.55.2190
GUAÍBA RSthyssenkruppelevadores.com.br
SISTEMA DE ACIONAMENTO DO YAW
BREVINI LATINO AMERICANA INDUSTRIA E COMERCIO LTDA (NOVO)
N LIMEIRA SP brevini.com.br
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).
57CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
QUADRO 2.6.3
FABRICANTES NACIONAIS DE GERADORES (AEROGERADORES COM CAIXA DE ENGRENAGEM)
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
SUB- COMPONENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM
(CONFORME CODASTRO
FINAME)
CIDADE UF SITE
GERADOR
ABB LTDA S
GERADOR DE ENERGIA CORRENTE ALTERNADA PARA TURBINAS EÓLICAS - AML 0560L6L BAFT; AMK 0500L6A BATY; AMK 0500L6L BAFT
BLUMENAU SC abb.com.br
ANDRITZ HYDRO S/A (NOVO)
SGERADOR SÍNCRONO
SÃO PAULO SP andritz.com
GE POWER CONVERSION BRASIL LTDA (NOVO)
SÃO PAULO SPgepowerconversion.com
INDAR (NOVO)
CAMPINAS SPingeteam.com/indar/es-es/inicio.aspx
58 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 2.6.4
FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES ESPECÍFICOS PARA AEROGERADORES SEM CAIXA DE
ENGRENAGEM
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
SUBCOMPO-NENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME CODASTRO FINAME)
CIDADE UF SITE
BOBINAS
EFACEC NLAURO DE FREITAS
BA efacec.pt
PPE N CERQUINHO SP ppefios.com.br
WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS S/A (NOVO)
NJARAGUÁ DO SUL
SC weg.net
ELEMENTO ESTRUTURAL DO ROTOR / ESTATOR
BARDELLA SA INDUSTRIAS MECANICAS
S
ANEL ESTATOR PARA AEROGERADOR WOBBEN - E-92 2.3MW; ANEL ESTATOR PARA AEROGERADOR WOBBEN - E-82 2.0MW/2.3MW E E-92 2.3MW; DISCO ROTOR PARA AEROGERADOR WOBBEN - E-92 2.3MW; DISCO ROTOR PARA AEROGERADOR WOBBEN - E-82 2.0MW/2.3MW E E-92 2.3MW
GUARULHOS E SOROCABA
SP bardella.com.br
BR METALS FUNDICOES LTDA
SROTOR GENERATOR WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS
MATOZINHOS MG
WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS S/A (NOVO)
SCARCACA DO ESTATOR DO AEROGERADOR WEG - AGW 2.1MW
JARAGUÁ DO SUL
SC weg.net
NÚCLEO MAGNÉTICO
TESSIN SUZANO SP tessin.com.br
RESINA DE IMPREGNAÇÃO
ELANTAS CERQUINHO SP elantas.com
WEGJARAGUÁ DO SUL
SC weg.net
59CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
QUADRO 2.6.5
FABRICANTES NACIONAIS DA CARENAGEM DA NACELE
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
SUBCOMPO-NENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE
CARENAGEM
ANCEL TECNOLOGIA EM COMPOSITOS LTDA.
SCARENAGEM DA NACELE - 3000 COD AF000146 EM FIBRA DE VIDRO
RIO CLARO SP ancel.com.br
ATLANTA IND. E COM . DE PECAS E EQUIP LTDA
S CARENAGEM DA NACELLE SOROCABA SP atlanta.eco.br
BFG BRASIL COMPONENTES PLASTICOS LTDA (NOVO)
SHOUSING BFG; NACELLE 2.3 GE
JOINVILLE SCbfginternational.com
BR METALS FUNDICOES LTDA (NOVO)
SHOUSING - WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS
MATOZINHOS MG
MVC COMPONENTES PLASTICOS SA
SCARENAGEM NACELE - GAMESA G114
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
PRmvcplasticos.com.br
VCI MOLDE IND COM DE COMPOSITOS LTDA (NOVO)
S
CARENAGEM DE GERADOR EÓLICO NACELLE TIPO C; NACELLE 2.3; SPINNER G114 2.0MW
ITUPEVA SP
compositesvci.com/pt/Entre-em-contato-conosco-VCI.php
60 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 2.6.6
FABRICANTES NACIONAIS DO SISTEMA DE TRAVAMENTO (ROTOR LOCK)
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
SUBCOMPO-NENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE
SISTEMA DE TRAVAMENTO DO ROTOR (ROTOR LOCK)
GE ENERGIAS RENOVAVEIS LTDA. (NOVO)
SSISTEMA DE TRAVAMENTO DO ROTOR 2X
SÃO PAULO SPgepowerconversion.com
GEVISA S/A (NOVO)
SSISTEMA DE TRAVAMENTO DO ROTOR ROTOR LOCK
CAMPINAS SP br.geindustrial.com
GLUAL HIDRAULICA DO BRASIL LTDA (NOVO)
SROTOR LOCK G114; ROTOR LOCK SYSTEM G9X
SOROCABA SPglual.es/pt/home.html
HINE DO BRASIL IND. COM. DE HIDR.PNEUM.LTDA (NOVO)
S
E-1426 ROTOR-LOCK AW3000; ROTOR LOCK G114; ROTOR LOCK G97; ROTOR LOCK MK10
INDAIATUBA SP hine.com.br
PAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)
RIO DAS PEDRAS
SP painco.com.br
VULKAN DO BRASIL LTDA (NOVO)
SSISTEMA DE TRAVAMENTO DO ROTOR DO AEROGERADOR
ITATIBA SP vulkan.com
WOBBEN WINDPOWER INDUSTRIA E COMERCIO LT (NOVO)
S ROTOR LOCK PARAZINHO RN .wobben.com.br
61CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
QUADRO 2.6.7
FABRICANTES NACIONAIS DO CONVERSOR
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
SUBCOMPO-NENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE
CONVERSOR / INVERSOR
ABB LTDA (NOVO)
S
CONVERSOR ELETRICO ESTATICO PARA TURBINAS EOLICAS - ACS800-67LC
GUARULHOS SPnew.abb.com/br/empresa/brasil/unidades
GE POWER CONVERSION BRASIL LTDA. (NOVO)
N SÃO PAULO SPgepowerconversion.com
INGETEAM LTDA S
CONVERSOR DE POTENCIA EOLICO - PEGE0044; CONVERSOR EOLICO - 3,1MW - AWPT0085-3M1W; CONVERSOR PARA GERADORES EÓLICOS - 3MW - PT0085
VALINHOS SP ingeteam.com
SANMINA-SCI DO BRASIL INTEGRATION LTDA (NOVO)
S
CONVERSOR EOLICO COM SIST. SIMPLIF. ELETRICO DE GERADOR
HORTOLANDIA SP sanmina.com
WEG DRIVES & CONTROLS - AUTOMACAO LTDA (NOVO)
NJARAGUÁ DO SUL
SC weg.net
WOODWARD COMERCIO DE SISTEMAS DE CONTROL
S
CONVERSOR PARA TURBINAS EOLICAS - CONCYCLE -WIND SYSTEM
CAMPINAS SP woodward.com
62 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 2.6.8
FABRICANTES NACIONAIS DE TRANSFORMADORES
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
QUADRO 2.6.9
FABRICANTES NACIONAIS DE ACESSÓRIOS, CABOS E BARRAMENTOS
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
SUB- COMPONENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA CIDADE UF SITE
TRANSFORMADOR
ABB LTDA BLUMENAU SC abb.com.br
BLUTRAFOS BLUMENAU SC blutrafos.com.br
COMTRAFOCORNÉLIO PROCÓPIO
PR comtrafo.com.br
SIEMENS JUNDIAÍ SP energy.siemens.com
WEGJARAGUÁ DO SUL
SC weg.net
SUBCOMPONENTE FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA CIDADE UF SITE
LUZES DE SINALIZAÇÃO
DEBETEC SÃO PAULO SP debetec.com.br
FRATA SÃO PAULO SP frata.com.br
CABOS E BARRAMENTOS
NEXANS AMERICANA SP nexans.com.br
PHELPS DODGEPOÇOS DE CALDAS
MG pdicbrasil.com
PRYSMIAN SOROCABA SP prysmian.com.br
63CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
QUADRO 2.6.10
FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO EIXO PRINCIPAL
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
SUB- COMPONENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL
OU NOME FANTASIA
FINAME/ BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE
EIXO
GERDAU SUMMIT (NOVO)
PORTO ALEGRE
RSgerdau summit.com.br
VILLARES METALS (NOVO)
SUMARÉ SPvillaresmetals.com.br/pt
ROMI (NOVO) S
COMPONENTE FUNDIDO - EIXO PRINCIPAL 9110-00 25; COMPONENTE FUNDIDO - CARRETE - 10255;
STA. BÁRBARA DO OESTE
SP romi.com.br
LUBRIFICANTES
FUCHS DO BRASIL
BARUERI SP fuchsbr.com.br
KLÜBER BARUERI SP klueber.com
MOBILRIO DE JANEIRO
RJmobilindustrial.com
SKF CAJAMAR SP skf.com
SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO
EXIMPORTSÃO PAULO
SP eximport.com.br
QUADRO 2.6.11
FORNECEDORES NACIONAIS DE SERVIÇOS DE USINAGEM
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)
SUBCOMPONENTE FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA CIDADE UF SITE
USINAGEM
FEY (NOVO) ARUJÁ SP www.fey.ind.br
MAUSA SA EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS (NOVO) PIRACICABA SP mausa.com.br
SCHULER (NOVO) DIADEMA SPschulergroup.com/minor/br/technologies/index.html
64 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 2.6.12
FABRICANTES NACIONAIS DE OUTROS SUBCOMPONENTES DA NACELE
SUB- COMPONENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU
NOME FANTASIA
FINA-ME/
BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE
COROA DENTADA
LIEBHERR BRASIL GUINDASTES E MAQUINAS OPERATRIZES LTDA (NOVO)
S
COROA DENTADA DE ORIENTAÇÃO DE GERADORES EÓLICOS - MODELO - ZAK2318OA - LIEBHERR
GUARATIN GUETÁ
SP liebherr.com.br
GEAR CASEPAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)
S41D736089G3 - GEAR CASE; 41D736091G6 - GEAR CASE
RIO DAS PEDRAS
SP painco.com.br
PAINEL DE CONTROLE E PROTEÇÃO
INGETEAM LTDA (NOVO)
S
PAINEL DE CONTROLE - THAC0162; PAINEL DE CONTROLE - TOP CABINET GX; PAINEL DE CONTROLE E PROTECAO DE GERADOR EOLICO - CONVERSOR
VALINHOS SP ingeteam.com
ORMAZABAL DO BRASIL EQUIPAMENTOS DE DISTRIBUICAO DE ENE (NOVO)
SCONJUNTO 0L1L1V, CONJUNTO 0L1V - 36 KV, CONJUNTO 0L2L1V
SÃO PAULO SP ormazabal.com/pt
SEMICONDUTOR DE POTÊNCIA
SEMIKRON SÃO PAULO SP semikron.com
FREIOS
ALTRA INDUSTRIAL MOTION DO BRASIL S.A. (NOVO)
SFREIO HIDRAULICO - BSAB 120-S100; FREIO HIDRAULICO BSAK 3000
COTIA SPlamiflexcouplings.com
ANTEC EOLICA FABRICACAO E COMERCIO DE FR (NOVO)
S
FREIOS DO YAW PARA AEROGERADORES - MONOBLOCO; COM DUAS SEMIPINÇAS
SALVADOR BAantecsa.com/productos/antec-eolico/
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
HINE DO BRASIL IND. COM. DE HIDR.PNEUM.LTDA (NOVO)
S
COOLING SYSTEM CONVERTER G97 - GP186100; COOLING SYSTEM DA NACELLE - MK10; COOLING SYSTEM DA NACELLE - G114; COOLING SYSTEM DA NACELLE - MK10C; COOLING SYSTEM GENERATOR - SERIE ECO; COOLING SYSTEM INVERTER - SERIE ECO; OIL COOLER G97 - GP266505 - G97
INDAIATUBA SP hine.com.br
65CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).
SUB- COMPONENTE
FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU
NOME FANTASIA
FINA-ME/
BNDES
DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME
CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
HYDAC TECNOLOGIA LTDA. (NOVO)
S
SISTEMA DE ARREFECIMENTO AEROGERADOR AGW2.1 - WEG - AGW2.1 - HBF07629; UNIDADE HIDRAULICA 20 L - ECO100; UNIDADE HIDRAULICA 20L - ECO100 - ES1088.
SÃO BERNARDO DO CAMPO
SP hydac.com.br
TALHA
KITO DO BRASIL COMERCIO DE TALHAS E GUIN (NOVO)
S
TALHA ELÉTRICA PARA AEROGERADORES - TURBINA GE 1.7 100-103 2X 107-116
EMBU DAS ARTES
SP kito.com/br
TOP BOX
JABIL DO BRASIL INDUSTRIA ELETROELETRONICA LTDA (NOVO)
S
TOP BOX PARA AEROGERADORES GE - GE 2.2 A 2.4 107 2.0 A 2.3 116 (109W6680)
BELO HORIZONTE
MGjabil.com/contact/locations/belo-horizonte.html
SANMINA-SCI DO BRASIL INTEGRATION LTDA (NOVO)
STOP GP318110 - 2.0MW RD TOP ELECTRIC CABINET - GP318110
HORTO LANDIA
SP sanmina.com
UNIDADE HIDRÁULICA
BOSCH REXROTH LTDA
S UNIDADE HIDRAULICA ATIBAIA SPboschrexroth.com.br
HINE DO BRASIL IND. COM. DE HIDR.PNEUM.LTDA
S
GRUPO HIDRAULICO DE POTENCIA DA NACELLLE - MK10; GRUPO HIDRÁULICO PRINCIPAL DA NACELLE G114; GRUPO HIDRAULICO PRINCIPAL NACELLE G9X; SISTEMA HIDRAULICO DE POTENCIA - ATE 100 CV -GHBR; UNID HIDR NACELLE - AW3000
INDAIATUBA SP hine.com.br
66 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Diversos novos fabricantes de elementos estrutu-
rais, credenciados no BNDES, tais como bastidor,
chassi de suporte ao gerador, quadro traseiro
e principal foram identificados: LIEBHERR, MAU-
SA, PAINCO, HKM, JUMBO e WEG. Ressalta-se
que se tratam de componentes caldeirados, sendo
que os fundidos seguem sendo fornecidos pela BR
METALS e ROMI. A MAUSA, além de fabricante
de componente, fornece também os equipamen-
tos e serviços de usinagem. Para a carenagem na
nacele, fabricada em material compósito, foram
identificadas a BFG e a VCI Moldes, enquanto que
para a carenagem de material metálico foi verifica-
do o credenciamento da BR Metals. A VCI Moldes,
joint venture entre a canadense Composites VCI
e a nacional Molde Plásticos Reforçados, investiu
cerca de R$ 6 milhões para instalar sua fábrica de
componentes de geradores eólicos em Itupeva/SP
(USINAGEM BRASIL, 2014).
Acessórios como anemôme-
tros e sensores de direção
de vento, apesar de serem
opções da coluna C da tabela
do BNDES (2012), ainda são
importados.
O sistema do eixo principal
é composto pelo rolamen-
to, pelo eixo e pelo sistema
de lubrificação/lubrifican-
tes. O rolamento do eixo
principal, embora faça
parte da coluna B da Tabela do BNDES (2012)
(pelo menos cinco itens desta coluna devem ser
de fabricação local), ainda é importado. Trata-se
de um item considerado bastante crítico e de
alta exigência técnica. Já o eixo principal, outro
item da coluna B da Tabela do BNDES (2012),
foi nacionalizado pela VILLARES METALS.
A VILLARES METALS produz eixos forjados
flangeados podendo estes, ser de até 18 tone-
ladas e na condição de acabados, inclusive com
furação, revestimento anticorrosivo e embala-
gem protetora. A empresa também fornece para
o setor eólico insumos tais como: matéria-prima
para anéis (rolamentos) e fixadores. Conforme
comentado anteriormente, a GERDAU SUM-
MIT deverá se constituir no segundo fornece-
dor nacional iniciar do eixo principal, a partir
do final de 2018. A ROMI está credenciada
no BNDES para fornecimento de componente
fundido do eixo.
O sistema de Yaw é composto por engrenagem,
motorredutores e redutores, freios, painel de
controle, sistema de acionamento e rolamento
do Yaw. Novos fornecedores para o rolamento
do Yaw são a SKF, a SHILLA e a LIEBHERR (que
também fornecem o rolamento do Pitch). Novas
empresas identificadas para subcomponentes do
sistema de Yaw são: TGM, BREVINI, ANTEC e a
GE POWER CONVERSION.
A talha, item da coluna C (BNDES, 2012) é
ainda importada por algumas montadoras,
embora já haja atualmente um fabricante na-
cional credenciado no BNDES, a KITO. Novas
empresas identificadas para fornecimento do
conversor são: a ABB, a GE POWER CON-
VERSION, a SANMINA-SCI e a WEG DRIVES &
CONTROLS. Novos fabricantes de sistemas de
freios para aerogeradores, credenciados, são
a ALTRA e a ANTEC. Com relação ao siste-
ma de travamento do rotor, diversos novos
fornecedores locais foram identificados: GE /
GEVISA, GLUAL HIDRAULICA, HINE, PAINCO
e VULKAN, além da WOBBEN. Para o sistema
de refrigeração, foram identificados a HINE e
a HYDAC, ambos credenciados no BNDES. O
slip ring (escova ou anel coletor), presente em
algumas configurações de aerogerador continua
sem fabricante local, assim como o acoplamento
(itens da coluna C da Tabela BNDES (2012).
O SISTEMA DO
EIXO PRINCIPAL É
COMPOSTO PELO
ROLAMENTO,
PELO EIXO E
PELO SISTEMA DE
LUBRIFICAÇÃO/
LUBRIFICANTES
67CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
As montadoras que utilizam caixa de engrenagem
em seus aerogeradores utilizam subcomponentes
específicos como o gerador e a caixa multiplicado-
ra (gearbox). Atualmente já existem fornecedores
locais de geradores: ABB, ANDRITZ HYDRO, GE
POWER CONVERSION e a INDAR, enquanto a
caixa de engrenagem segue sendo importada.
Para o caso das montadoras que não utilizam
caixa de engrenagem, fabricantes de elementos
estruturais do rotor/estator que se credencia-
ram desde 2014 foram a BR METALS, e a WEG.
Novos subcomponentes identificados e respec-
tivos fabricantes foram: coroa dentada – LIE-
BHERR, gear case – PAINCO, top box - JABIL e
SANMINA-SCI.
Em 2014 foram mapeados 55 diferentes itens e
79 fabricantes, correspondentes a 119 relações
item-fabricante diferentes. Ou seja, uma média
de 1,5 fabricante1 para cada item. Em 2017
foram identificados 22 novos itens e 52 novos 1. 1 A média de fabricantes por item é calculada pela divisão da relação item/fabricantes pelo total de itens fabri-cados.
fabricantes, correspondendo a 116 novos item-
-fabricante. São então 77 itens e 131 fabrican-
tes mapeados no total, correspondendo a 234
relações item-fabricante, aumentando a média
de fabricantes por item para 3,0.
A Tabela 2.6.1 apresenta a totalização das
relações novos item-fabricante identificados
em relação ao total mapeado. A classificação
“novos” foi atribuída com base no levantamento
anterior (ABDI, 2014), isto é, considerando-se
os item-fabricante que aparecem neste levanta-
mento, mas que não constavam no anterior, e/
ou os item-fabricante que apareceram no estudo
anterior, mas que ainda não estavam operantes
ou credenciados. Observa-se que praticamente
dobrou o número de relações item-fabricante,
sinalizando uma evolução significativa da cadeia
produtiva, ainda que alguns destes já existissem
em 2014, mas não houvessem sido mapeados. A
Figura 2.6.1 apresenta estes resultados de forma
agregada, por partes do aerogerador.
1. A média de fabricantes por item é calculada pela divisão da relação item/fabricantes pelo total de itens fabricados.
68 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
TABELA 2.6.1
TOTALIZAÇÃO DOS NOVOS “ITEM-FABRICANTE” MAPEADOS
TOTALIZAÇÃO NOVOS ITENS X FORNECEDORES NOVOS TOTAL
FABRICANTES DE AEROGERADOR CREDENCIADOS NO BNDES (EM ATUAÇÃO) 1 6
FABRICANTES NACIONAIS DE TORRES DE AÇO 0 9
FABRICANTES NACIONAIS DE TORRES DE CONCRETO 3 7
FABRICANTES NACIONAIS DE PÁS EÓLICAS 0 4
FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA TORRES DE AÇO 8 16
FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA TORRES DE CONCRETO 4 9
FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS INTERNOS DAS TORRES 13 28
FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS E INSUMOS PARA PÁS 6 13
FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO CUBO 16 30
FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO ROTOR – SISTEMA DE PASSO 9 14
FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA NACELE 8 16
FABRICANTES NACIONAIS DO SISTEMA DE YAW 12 15
FABRICANTES NACIONAIS DE GERADORES (AEROGERADORES COM CAIXA DE ENGRENAGEM 3 4
FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES ESPECÍFICOS PARA AEROGERADORES SEM CAIXA DE ENGRENAGEM 2 9
FABRICANTES NACIONAIS DA CARENAGEM DA NACELE 3 6
FABRICANTES NACIONAIS DO SISTEMA DE TRAVAMENTO (ROTOR LOCK) 7 7
69CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES
TABELA 2.6.1
TOTALIZAÇÃO DOS NOVOS “ITEM-FABRICANTE” MAPEADOS
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Fabricantes torres e seus subcomponentes e insumos
Fabricantes de aerogerador
Fabricantes pás e seus elementos e insumos
Fabricantes subcomponentes cubo / rotor
Fabricantes subcomponentes nacele 57%
57%
44%
38%
17%
0 10 20 30 40 50 60
TOTALIZAÇÃO NOVOS ITENS X FORNECEDORES NOVOS TOTAL
FABRICANTES NACIONAIS DO CONVERSOR 4 6
FABRICANTES NACIONAIS DE TRANSFORMADORES 0 5
FABRICANTES NACIONAIS DE ACESSÓRIOS, CABOS E BARRAMENTOS 0 5
FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO EIXO PRINCIPAL 3 8
FORNECEDORES NACIONAIS DE SERVIÇOS DE USINAGEM 3 3
FABRICANTES NACIONAIS DE OUTROS SUBCOMPONENTES DA NACELE 11 14
116 234
72 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Conceitos BásicosDesde a década de 80, a função de compras e de suprimentos passa a
receber mais atenção nas estratégias corporativas mais gerais, onde as
contribuições de Porter relativas aos conceitos de cadeia de valor e core
competences trouxeram à tona a importância estratégica do processo de
compras externas. Nesse sentido, o processo que se inicia por identifi-
car e categorizar itens de compras até a gestão de relacionamento com
fornecedores pode ser aperfeiçoado a partir de uma proposta de análise
estruturada e de tomada de decisão com o intuito de implementar dife-
rentes estratégias de compras externas e que foi apresentada em artigo
de 1983 de Peter Kraljic, publicado na Harvard Business Review.
Este método de análise sobre como determinados itens de compra
impactam os negócios (fatores internos) versus a avaliação da comple-
xidade para a obtenção de determinados produtos, componentes ou
serviços no mercado (fatores externos)1, está descrito na Figura 3.1.1.1. 1 Disponível em: https://www.excentconsultoria.com.br/single-post/anali-seeestrat%C3%A9giascategoriasdeaquisi%C3%A7%C3%A3o
03. Estratégia de Compras na Cadeia Produtiva Brasileira
1. Disponível em: https://www.excentconsultoria.com.br/single-post/anali-seeestrat%C3%A9giascategoriasdeaquisi%C3%A7%C3%A3o
73CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA
FIGURA 3.1.1
MATRIZ DE COMPRAS – A ABORDAGEM DE KRALJIC
Os fatores internos estão agrupados sob a alcunha “Impacto no Negócio” na Figura
3.1.1, podendo também ser denominada como “Impacto Financeiro no Negócio”,
“Gastos Relativos”, dentre outros. O Impacto no Negócio procura representar a
importância estratégica que os materiais e serviços comprados representariam
para a organização, sob a forma dos seguintes pontos:
1 Custo do produto como % do valor total de aquisições;
2 Influência da mudança de preço no resultado final da empresa;
3 Volume de compras; e
4 Flexibilidade de preço do produto.
IMPA
CTO
NO
NEG
ÓC
IO
RISCO NO FORNECIMENTOBaixo Alto
Alto
ALAVANCÁVEL
NÃO CRÍTICO
ESTRATÉGICO
CRÍTICO
74 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Os chamados fatores externos estão ligados à complexidade dos mercados forne-
cedores dos respectivos insumos ou serviços, por isso denominados de “Risco no
Fornecimento” (ver Figura 3.1.1), ou “Risco/ Dificuldade de Fornecimento”, “Com-
plexidade de Suprimento”. Para orientar o processo de ponderação pela equipe
envolvida na análise, são sugeridos os pontos abaixo:
1 Número de fornecedores;
2 Escassez de capacidade de fornecimento;
3 Padrão (Standard) x Específico;
4 Complexidade da especificação;
5 Complexidade do processo;
6 Requisitos ambientais, tecnológicos, qualidade; e
7 Volatilidade tecnológica e grau de inovação.
A matriz ou modelo de compras de Kraljic permite uma visão estratégica para a
área de compras das empresas, diferenciando os itens de seu B.O.M. (Bill of Mate-
rials) em quatro categorias, conforme seu impacto sobre o valor anual comprado e
sua incerteza de fornecimento:
1 Item Estratégico
O quadrante Estratégico é formado pela combinação de alta complexidade no mercado fornecedor e alta importância interna do fornecimento. Desta forma, o impacto nos resultados e na geração de valor das organizações atra-vés da gestão da compra destes itens é significativa e os mercados fornece-dores são complexos e com riscos significativos no fornecimento.
2 Item Alavancável
Este quadrante é destinado aos itens com baixa complexidade do forneci-mento e alta importância interna da compra. Os impactos econômicos nas negociações com fornecedores destes itens são significativos para a organi-zação e, ao mesmo tempo, o risco associado ao fornecimento seria baixo.
3 Item Crítico ou Gargalo
Este quadrante é formado pela intersecção de baixo “Impacto no Negócio” e alto “Risco no Fornecimento”. Neste caso, o grau de dependência da organi-zação com relação aos fornecedores tende a ser alto, o número de fornece-dores no mercado pequeno ou, ainda, as características técnicas do forne-cimento são complexas. Em suma, existe grande dificuldade em desenvolver novas fontes de fornecimento que atendam aos requisitos estabelecidos.
4 Item Não Crítico
Composto por itens de baixa complexidade do fornecimento e de baixa re-presentatividade econômica e financeira para a empresa. Estes itens tendem a possuir grande oferta de fornecedores e relativa simplicidade na substitui-ção destes. Por outro lado, normalmente refere-se aos itens que demandam muita atividade operacional da gestão de compras, dada a dispersão de itens.
75CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA
É a partir da análise das características de cada quadrante da Matriz de Kraljic que
se sugere a adoção de estratégias genéricas de aquisição. Cabe ressaltar que a
compreensão destas estratégias e seu posterior desdobramento são os objetivos
finais da análise propiciada pela Matriz no âmbito de cada categoria. A Matriz de
Compras aborda os riscos internos e do mercado fornecedor e partindo da síntese
da Figura 3.1.2, são elencadas as abordagens estratégicas por quadrante.
FIGURA 3.1.2
DIRETRIZES GENÉRICAS DA MATRIZ DE COMPRAS
No quadrante “Crítico”, a estratégia de fornecimento mais relevante é a redução de
riscos de fornecimento dos respectivos itens. Esta estratégia se desdobra em três
principais abordagens, sendo que a primeira busca garantir fornecimento pelas fon-
tes atuais através de contratos de longo prazo. As outras duas abordagens tratam
de reduzir a dependência dos mercados fornecedores através do desenvolvimento
de fornecedores alternativos ou, ainda, por meio de mudanças nas especificações
técnicas dos insumos ou serviços.
IMPA
CTO
NO
NEG
ÓC
IO
RISCO NO FORNECIMENTOBaixo Alto
Alto
ALAVANCÁVEL(ESTIMULAR CONCORRÊNCIA)
ESTRATÉGICO(PRIORIZAR RELACIONAMENTO)
NÃO CRÍTICO(SIMPLIFICAR TRANSAÇÕES)
CRÍTICO(GARANTIR ABASTECIMENTO)
76 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Os itens alavancáveis são aqueles com mais diversidade de abordagens emprega-
das com intuito de viabilizar a estratégia de maximização de ganhos. Esta estratégia
se concentra em dois pontos para alcançar seu objetivo: promover a competição
entre os fornecedores e estimular a adoção de itens substitutos. Sendo assim as
abordagens podem ser a de redução de preço por volume comprado, a substituição
de fontes de fornecimento, emprego de leilões, uso das RFX´s2 em processos de
cotação, renegociação das tabelas de preços entre outros.
Para os itens estratégicos, deve-se compreender que a proximidade com o fornece-
dor é essencial para a construção de parcerias ou mesmo de alianças estratégicas.
Para estes itens, cujo pêndulo do poder está do lado do fornecedor, e que são críti-
cos para os processos de produção, ou para o desempenho econômico-financeiro,
a geração da vantagem competitiva compartilhada é a estratégia. Os caminhos
para isso são o investimento conjunto e a estruturação de parcerias de longo prazo,
com estímulo à criação de uma relação aberta e de confiança. Outra alternativa é
produção em casa, o que se verifica em muitos casos.
Análise da Estratégia de Compras na Cadeia Eólica no Brasil
Uma análise da estratégia de compras da cadeia eólica brasileira foi realizada a
partir de levantamento de classificações obtidas diretamente com os fabricantes
de aerogeradores instaladas no Brasil. Classificações para um conjunto de 16
componentes/subcomponentes principais dos aerogeradores foram consolidadas
em uma única planilha possibilitando uma visão agregada da categorização Kraljic.
De acordo com esta visão agregada os itens principais dos aerogeradores estariam
distribuídos conforme gráfico da Figura 3.2.1.
1. 2 RFX’s se referem a um conjunto de ferramentas da área de compras: RFI (Request for informa-tion), RFQ (Request for quotation), 1. RFP (Request for proposal), respectivamente pedido de informação, pedido de cotação e pedido de propos-ta, que visam padronizar e organizar o processo de compras.
2. RFX’s se referem a um conjunto de ferramentas da área de compras: RFI (Request for information), RFQ (Request for quotation), RFP (Request for proposal), respectivamente pedido de informação, pedido de cotação e pedido de proposta, que visam padronizar e organizar o processo de compras.
77CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA
FIGURA 3.2.1
CLASSIFICAÇÃO GERAL DE ITENS NA MATRIZ DE COMPRAS
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
Chama a atenção que a cadeia produtiva da eólica,
pelo menos no Brasil, tem como característica
uma grande quantidade de itens considera-
dos estratégicos e alavancáveis e poucos itens
considerados críticos ou gargalo. Cabe ressaltar
que o conceito de “gargalo” ou crítico da Matriz
de Kraljic (baixo valor anual comprado ou baixo
impacto nos negócios, mas alto risco de forneci-
mento) difere um pouco do conceito de gargalo
mais amplo utilizado neste relatório – se referindo
a limitações ou dificuldades tais como: capacidade
produtiva limitada ou falta de capacidade, baixa
competitividade de custo e restrições no trans-
porte de componentes.
Percebe-se, portanto, a necessidade de um grande
esforço das empresas fabricantes dos aerogerado-
res no gerenciamento de suas compras e nas nego-
ciações com fornecedores uma vez que o mercado
fornecedor é de elevada complexidade e há riscos de
fornecimento. A construção de parcerias estratégi-
cas cliente-fornecedor, a participação acionária em
fornecedores e a integração vertical são algumas das
estratégias utilizadas pelos fabricantes de aerogera-
dor no mercado brasileiro. Por exemplo, conforme
comentado anteriormente, a Wobben tem no país
suas próprias unidades produtivas de pás e torres,
a GE recentemente adquiriu um fabricante de pás
(LM), a Gamesa tem participação acionária no fabri-
ALAVANCÁVEL
24%
CRÍTICO
6%NÃO CRÍTICO
10%
ESTRATÉGICO
60%
78 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
cante de torres Torrebras e a Nordex/Acciona que
opera com fábricas de torres de concreto próprias,
montadas próximas aos parques eólicos com projeto
e processo próprios patenteados e, ainda, mesmo
que em nível global adquiriu a SSP Technologies,
fabricante dinamarquesa de pás eólicas.
Para itens alavancáveis, onde os impactos econô-
micos nas negociações são muito significativos,
em geral, as estratégias de compras dos fabrican-
tes de aerogerador têm sido focadas no desenvol-
vimento de mais de um fornecedor por item a fim
de aumentar seu poder de barganha.
Os poucos itens considerados críticos no con-
ceito de Kraljic também tem recebido atenção
dos fabricantes. As estratégias geralmente têm
se voltado para o desenvolvimento de novos
fornecedores, sendo que também há alguns
casos de mudanças nas especificações técnicas,
como por exemplo no caso da substituição de
flanges laminadas (sem costura) por flanges
caldeiradas e soldadas (com costura).
Uma visão desta classificação por item/compo-
nentes é apresentada na Figura 3.2.2.
FIGURA 3.2.2
CLASSIFICAÇÃO POR ITEM/COMPONENTE NA MATRIZ DE COMPRAS
Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.
TORR
EGER
ADOR
FUNDID
OS PÁ
CAIXA
ENGRE
NAGEM
ROLA
MEN
TOS
(FORJ
ADOS)
CAREN
AGEN
S CUBO
E NAC
ELE
INVE
RSOR
(CONVE
RSOR)
CALDEI
RADOS
(ELE
MEN
TOS
ESTR
UTURA
IS)FL
ANGES
SISTE
MA
DE PIT
CHSIS
TEM
A DE
YAW
SISTE
MAS
DE
CONTROLE
TERR
AS R
ARAS
(IMÃS
PER
MAN
ENTE
S)
TRAN
SFORM
ADOR
SISTE
MA
DE FR
EIOS
0
1
2
3
4
5
ÍTEM CRÍTICO
ÍTEM ESTRATÉGICO
ÍTEM ALAVANCÁVEL
ÍTEM NÃO-CRÍTICO
79CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA
De acordo com a Figura 3.2.2, a torre, o gerador,
os fundidos, a caixa de engrenagem e a carenagem
da nacele e do cubo são os principais itens conside-
rados estratégicos. O transformador e o sistema
de freios, por outro lado, são unanimidade entre as
montadoras como itens de baixo risco de forneci-
mento. Verifica-se também que há uma diversidade
de avaliações entre as montadoras para alguns
itens, o que por vezes pode estar relacionado com
a tecnologia do aerogerador (com ou sem caixa de
engrenagem) e/ou com o maior ou menor grau de
verticalização de sua cadeia de fornecimento.
80 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Mapeamentodas EmpresasFabricantes de componentes e fabricantes desubcomponentes e insumos
6(1 NOVA)
16(3 NOVAS)
4 57(31 NOVAS)
53(25 NOVAS)
88(56 NOVAS)
Montadoras de AerogeradoresCapacidade total de 1.428 unidades
Fabricantes de Torres de AçoCapacidade total de 1.190 unidades
Fabricantes de Pás EólicasCapacidade total de 7.000 unidades
0
450
900
1.350
1.800
2014 2015 2016 20182017
CAPACIDADE DEMANDA ANUAL
Número de Empresas do Setor
Evolução da Capacidade Produtiva
2014
Fabricantesde Aerogerador,Torres e Pás
AEROGERADOR
TORRES
PÁS
MAPA 1
TOTAL EM 2017 NÃO EXISTIAM EM 2014 (NOVAS)
2017
Fabricantes deSubcomponentese insumos
NACELE
TORRES
PÁS/ROTOR
MAPA 2
Capacidade vs. Demanda em unidades de Aerogeradores
0 2.000 4.000 6.000
TECSIS
WOBBEN
LM WINDPOWER
AERIS
0 200 400 600
GESTAMP
TORREBRAS
ENGEBASA
ALSTOM
INTECNIAL
SCS A
BRASIL SAT
T.E.N.
0 200 400 600
WEG
GE
ALSTOM
ANORDEXCCIONA
VESTAS
SIEMENSGAMESA
WOBBEN
IMPSA
> 8.5 M/S
7.0 - 8.5 M/S
6.0 - 7.0 M/S
5.0 - 6.0 M/S
< 5.0 M/S
VELOCIDADE DOS VENTOS
81CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA
Mapeamentodas EmpresasFabricantes de componentes e fabricantes desubcomponentes e insumos
6(1 NOVA)
16(3 NOVAS)
4 57(31 NOVAS)
53(25 NOVAS)
88(56 NOVAS)
Montadoras de AerogeradoresCapacidade total de 1.428 unidades
Fabricantes de Torres de AçoCapacidade total de 1.190 unidades
Fabricantes de Pás EólicasCapacidade total de 7.000 unidades
0
450
900
1.350
1.800
2014 2015 2016 20182017
CAPACIDADE DEMANDA ANUAL
Número de Empresas do Setor
Evolução da Capacidade Produtiva
2014
Fabricantesde Aerogerador,Torres e Pás
AEROGERADOR
TORRES
PÁS
MAPA 1
TOTAL EM 2017 NÃO EXISTIAM EM 2014 (NOVAS)
2017
Fabricantes deSubcomponentese insumos
NACELE
TORRES
PÁS/ROTOR
MAPA 2
Capacidade vs. Demanda em unidades de Aerogeradores
0 2.000 4.000 6.000
TECSIS
WOBBEN
LM WINDPOWER
AERIS
0 200 400 600
GESTAMP
TORREBRAS
ENGEBASA
ALSTOM
INTECNIAL
SCS A
BRASIL SAT
T.E.N.
0 200 400 600
WEG
GE
ALSTOM
ANORDEXCCIONA
VESTAS
SIEMENSGAMESA
WOBBEN
IMPSA
> 8.5 M/S
7.0 - 8.5 M/S
6.0 - 7.0 M/S
5.0 - 6.0 M/S
< 5.0 M/S
VELOCIDADE DOS VENTOS
84 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Principais Conclusões no Comparativo com o Estudo de 2014Os Quadros a seguir apresentam de forma sistematizada as percepções
coletadas nos questionários enviados às montadoras, comparativa-
mente às conclusões do estudo de 2014 (ABDI, 2014), sobre diversas
características da cadeia produtiva, abrangendo: visão geral da cadeia,
requisitos do FINAME/BNDES, competitividade, indústria nacional de
bens seriados, desenvolvimento de tecnologia e fatores logísticos.
04. Conclusões e Sugestões
85CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES
FIGURA 4.1.1
VISÃO GERAL DA CADEIA PRODUTIVA
2014 2017
SISTEMÁTICA DE COMPRAS
As montadoras de aerogeradores realizam
suas aquisições tanto por sistemas como por
componente. Há empresas mais verticalizadas
e outras que preferem terceirizar a fabricação
de diversos componentes. A regra do BNDES
é a grande influenciadora na estratégia de
suprimentos das montadoras e a gestão da cadeia
produtiva é atividade-chave neste processo.
A gestão da cadeia de suprimentos continua sendo
chave para o fornecimento dos aerogeradores. As
relações entre as montadoras e seus fornecedores
tornaram-se cada vez mais cruciais, em um
primeiro momento em função das necessidades
de atendimento às regras de conteúdo local
do BNDES e posteriormente pela redução da
demanda. As montadoras têm buscado melhorar
sua competitividade e manter a sustentabilidade de
sua cadeia produtiva.
MOTIVAÇÕES PARA IMPORTAÇÃO DE BENS
Motivos para a não aquisição de componentes
e subcomponentes no mercado nacional, são:
custos internos maiores; falta de capacidade ou
capacidade produtiva local limitada; capacidades
ociosas em outros países; preferência por
fornecedores globais; ausência de fabricantes
locais (e homologados) para determinados itens.
Os fatores preponderantes são custo e
disponibilidade. O custo de alguns componentes
eólicos produzidos no Brasil é superior aos
importados. Desta forma, a importação é
geralmente preferida apesar de exigir uma logística
mais extensa e onerosa. x
BENS COM MAIOR POTENCIAL / INTERESSE PARA NACIONALIZAÇÃO
Resina e fios/tecidos de fibra para Pás, massas e
revestimentos para o acabamento de Pás, flanges
forjados para torres de aço, elementos internos das
torres, elementos estruturais da nacele e gerador,
gerador, sistemas de passo, de Yaw e de controle,
anemômetros, sensores, caixa de engrenagem e
imãs permanentes.
Anéis forjados para rolamentos e flanges, freios do
gerador, componentes ainda não nacionalizados
que não compõe a tabela Finame, como internos
de torres (tomadas, luminárias). Bens como
gerador, caixa multiplicadora e rolamento do eixo
principal, embora sejam itens potenciais, pois não
há fornecedor local, são de difícil nacionalização
e, portanto, há baixo interesse por parte das
empresas neste processo.
VISÃO GERAL DA CADEIA PRODUTIVA NACIONAL
A indústria de energia eólica instalada no Brasil
é atrativa e está em fase de estruturação e
adequação ao mercado, e enfrenta diversas
dificuldades na busca por sua consolidação. Os
principais gargalos verificados estão relacionados
à falta de competitividade dos itens de produção
local frente aos importados e à falta de capacidade
produtiva de componentes e subcomponentes.
Alguns empresários do setor ressaltam,
adicionalmente, a falta de experiência dos
fabricantes locais.
Os problemas de competitividade da cadeia
produtiva decorrem da intermitência recente da
demanda e baixa escala quando se comparam
alguns componentes de alto custo com similares
importados e, ainda, da capacidade limitada de
produção para alguns itens. Há empresas com
potencial para atuar no setor, mas o atual cenário
de contratação de energia no Brasil, juntamente
com a burocracia e dificuldade nos processos de
homologação e desenvolvimento dos fornecedores
tem desincentivado estes movimentos.
86 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
FIGURA 4.1.2
REQUISITOS DA FINAME/BNDES
2014 2017
REQUISITOS DO FINAME / BNDES
Como consequência dos requisitos de conteúdo
local, o BNDES aponta investimentos em 20
novas unidades industriais, concluídas ou em fase
de construção, e na ampliação, remodelagem e/
ou instalação de novas linhas de produção em
14 unidades industriais existentes. Há ainda a
perspectiva de mais outros investimentos em elos
importantes da cadeia.
Todos os fabricantes credenciados atingiram
os requisitos finais propostos pela metodologia
de credenciamento. Para tal mais de 50 novos
investimentos foram identificados pelo BNDES
incluindo novas fábricas, adequações ou expansões.
Dos 27 itens listados na metodologia (tabelas 1 e
2), apenas 6 itens não foram nacionalizados. Foram
desenvolvidas novas plataformas mais modernas e
o processo de homologação de novas máquinas tem
sido contínuo.
GARGALOS PRODUTIVOS PARA ATENDIMENTO REQUISITOS FINAME /BNDES
Falta capacidade ou há capacidade limitada
basicamente para flanges, tecidos de fibra,
rolamentos e fundidos e usinados de grande porte
e maior complexidade.
Fundidos: 2 empresas credenciadas no FINAME/
BNDES
Caldeirados: 2 empresas credenciadas no
FINAME/BNDES
Forjados: Ainda há apenas um fabricante
(UNIFORJA) para os anéis destinados a
fabricação de forjados e rolamentos, embora haja
fornecedores em processo de instalação (GERDAU
e GALPERTI).
Outros: sistema de controle da pá (limitação em
capacidade para algumas montadoras); elementos
de fixação.
87CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES
FIGURA 4.1.3
COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA/CUSTOS
2014 2017
CUSTOS DOS INSUMOS
Os maiores custos para componentes e
subcomponentes produzidos localmente estão
relacionados principalmente ao custo interno da
chapa de aço. O aço é a principal matéria-prima dos
aerogeradores que usam torres de aço. O custo da
chapa importada é 30% inferior ao custo da compra
feita localmente, da Usiminas, atualmente única
fornecedora deste tipo de aço no País. Há ainda
outros monopólios em termos de materiais, como
o aço para os fundidos (GERDAU), o aço-silício
(APERAN), a resina epóxi (DOW) e os tecidos de
fibra de vidro (OWES CORNING) das Pás.
O aço nacional segue sendo considerado o
insumo excessivamente mais caro do que o
aço de fornecedores no exterior. A variação
dos custos dos insumos produtivos nacionais
estaria, em média, 30% maior na comparação
com a compra do mercado internacional (Chinês,
Indiano ou Coreano).
CUSTOS FINANCEIROS E IMPACTO NA COMPETITIVIDADE
Apontadas desvantagem para o Brasil na
competição no mercado internacional em
decorrência da elevada carga tributária que
incide na cadeia produtiva nacional, de custos
mais elevados com transporte e logística e pela
composição do custo de mão de obra, resultando
em um posicionamento de inferioridade em relação
a diversos países.
Os custos financeiros de maior impacto seriam:
encargos da mão de obra e impostos, além dos
custos logísticos (pedágios, licenças federais,
etc.). Os custos de mão de obra com os encargos
seriam similares aos da Europa, porém ainda
muito acima da Ásia.
Os fatores de maior impacto na competitividade
da indústria nacional seriam (nesta ordem):
• Câmbio (componentes importantes ainda são
importados ou comprados no Brasil em dólar
como moeda de referência);
• Baixa escala de produção local para alguns
componentes/insumos;
• Condições mais elevadas dos fatores de
produção (encargos sobre a mão de obra, capital,
infraestrutura, etc.) em comparação a realidade
de outros países;
• Elevada carga tributária/impostos não
recuperáveis.
88 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
FIGURA 4.1.4
INDÚSTRIA NACIONAL DE BENS SERIADOS
2014 2017
FUNDIDOS, FORJADOS E USINADOS DE GRANDES DIMENSÕES
Os itens de grande porte fabricados por processos
de forjaria, fundição e/ou usinagem de alta precisão,
em sua maioria, representam gargalos potenciais
na cadeia produtiva da indústria eólica nacional.
Há também dificuldades logísticas associada ao
fluxo produtivo do cubo. As empresas instaladas no
País teriam capacidade para produzir com precisão
e qualidade elevada, mas não na produtividade
desejada. Os recursos existentes em termos de
maquinário não permitem o alcance de níveis de
produtividade similares aos de fábricas na Europa.
As montadoras, inclusive, optam algumas vezes por
adaptar o projeto destes componentes às condições
de máquinas locais, de forma a facilitar o processo
produtivo e assim obter maior produtividade.
Considera-se ainda limitada a capacidade da
indústria nacional para estes itens. Existem
poucos fornecedores (dois) para fundidos. A
atratividade para a entrada de novos fornecedores
depende da demanda e escala ao longo dos anos.
Os fornecedores necessitam ser acionados
pelos fabricantes de turbinas eólicas no início de
desenvolvimento de novas turbinas para terem
condições de atender às necessidades específicas
para aerogeradores de maior potência.
FIGURA 4.1.5
DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA NACIONAL
2014 2017
CAPACIDADE DA INDÚSTRIA NACIONAL EM DESENVOLVER TECNOLOGIA LOCAL
O conhecimento mais difundido no País
abrange principalmente a tecnologia de
montagem dos aerogeradores, os processos
de fabricação de torres de aço e de concreto
e os processos de fabricação de grandes
componentes. O conhecimento específico para
o desenvolvimento do projeto da maior parte
destes componentes ainda é pequeno e, dado
o potencial de geração de tecnologia no País,
poderia ser consideravelmente incrementado.
Existem empresas locais com potencial para o
desenvolvimento tecnológico de componentes
e projeto de aerogeradores.
Em geral, é considerada baixa a capacidade
tecnológica da indústria nacional, especialmente em
itens de maior valor agregado. O desenvolvimento
de tecnologias para o setor está muito centralizado
nas matrizes das grandes empresas, normalmente
situadas nos EUA ou Europa. No Brasil estão
sendo realizadas adaptações / tropicalização das
especificações dos produtos. Poderia contribuir
neste sentido a criação de programas envolvendo a
indústria, universidades e entidades afins. Apenas
duas das montadoras instaladas no Brasil tem uma
estrutura de P&D local.
89CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES
FIGURA 4.1.6
FATORES LOGÍSTICOS
2014 2017
ITENS CRÍTICOS PARA TRANSPORTE
A carenagem da nacele, as pás, as seções de
torres e os fundidos.
Continuam sendo considerados itens críticos
os grandes componentes como pás, naceles,
seções de torres, fundidos de grande porte.
Estes componentes, devido ao excesso de peso
ou dimensão, exigem a presença de equipe de
batedores, licenças especiais e transporte em
horários alternativos pré-estabelecidos.
GARGALOS LOGÍSTICOS
Para a logística dentro do território nacional
faltam navios especializados que possam
proporcionar um serviço de transporte
marítimo de cabotagem confiável, regular
e competitivo para as “cargas de projeto”.
Há ainda dificuldades com a infraestrutura
dos portos brasileiros e seu elevado custo
de operação (em algumas localidades). No
caso do modal rodoviário, faltam caminhões
especiais no mercado e também rotas (malha
rodoviária) adequadas à entrega dos produtos.
Estas dificuldades, somadas às condições
(em geral) ruins das estradas brasileiras, e às
longas distâncias a percorrer, resultam em
custos de frete elevados, onerando o preço dos
aerogeradores.
Falta de embarcações para o transporte marítimo
de cabotagem, infraestrutura dos portos e rodovias
deficientes ou subdimensionadas para o porte dos
componentes eólicos, incluindo algumas obras de
arte (pontes) condenadas. Apesar dos avanços
institucionais e administrativos observados
no Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes - DNIT e a PRF, em termos do
entendimento dos aspectos logísticos intrínsecos
do setor, ainda é limitada a capacidade de suporte
de ambas as instituições.
90 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Sugestões
A seguir, são apresentadas as principais sugestões para fomentar o desen-
volvimento e sustentabilidade da cadeia produtiva do setor eólico brasileiro,
recebidas dos fabricantes do setor:
1 Garantia de uma demanda interna mínima para maior previsibilidade e para investimentos e melhorias em produtividade
As oportunidades para o desenvolvimento e sustentabilidade da cadeia eólica podem ser mais facilmente aproveitadas a partir de um planejamento estável e de longo prazo, associando o desenvolvimento industrial ao crescimento do setor de energia renovável. Conforme apontado no estudo anterior, uma po-lítica energética mais alinhada com uma política industrial desenvolvimentista consideraria em seu planejamento a manutenção de um volume mínimo anual de contratações de energia renovável no mercado regulado, ou pelo menos mais estável. Este volume e previsibilidade permitiriam a maturação da indústria, através de novos investimentos e modernização de maquinários, levando a ganhos de produtividade e então maior competitividade. Com pre-visibilidade seria possível inclusive recuperar empresas que estão atualmente em dificuldade.
2 Aprimoramento das regras de conteúdo local a partir de um amplo deba-te envolvendo os diversos agentes econômicos que constituem a cadeia produtiva de energia eólica no País
A metodologia do BNDES para credenciamento e verificação de conteúdo local para aerogeradores fabricados no Brasil entrou em vigor no final de 2012, vindo a sofrer posteriormente alguns ajustes nos prazos de nacionalização de componen-tes e subcomponentes. Passados quase cinco anos, parece oportuna reavaliação da metodologia por parte do BNDES, com vistas ao seu aprimoramento, a partir da análise do cenário atual e considerando a perspectiva dos diversos atores que compõem a cadeia produtiva. Algumas sugestões recebidas são, por exemplo: a “premiação” de fornecedores/componentes que contribuem de forma mais incisiva para ganho de tecnologia e geração de empregos no País; a avaliação da real condição de determinado item no Brasil quanto a requisitos mínimos de custo, qualidade e entrega; (Diversas outras sugestões já foram citadas em estudo anterior (ABDI, 2014)). Neste sentido, é fundamental a mobilização da indústria através da promoção de fóruns de debate que possibilitem a estruturação de pro-postas de aprimoramento consistentes, representativas e alinhadas com os objeti-vos de “ampliação da quantidade de componentes nacionais nos equipamentos, promovendo a fabricação, no País, de peças com alto conteúdo tecnológico e uso intensivo de mão de obra, sofisticando o parque produtivo nacional e gerando empregos de qualidade” (TN PETRÓLEO, 2014).
91CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES
3 Concessão / reequilíbrio de incentivos tributários para matérias-primas, componentes e produtos
No estudo de 2014, diversas críticas foram feitas ao REIDI - Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura - e a desequilíbrios quanto a isenção de ICMS e mesmo PIS/COFINS1. Além do tratamento dos desequilíbrios fiscais, uma preocupação atual parece ser a ocorrência de tributação em cascata, a qual afeta toda a cadeia.
4 Melhorias na produtividade das empresas do setor
Segundo as empresas âncoras do setor, há oportunidades para a melhoria da produtividade de fabricantes nacionais através do desenvolvimento de programas de capacitação, consultoria e apoio, extensível também a pequenos fornecedores nas proximidades dos parques. Há aspectos tecnológicos a serem trabalhados, assim como melhorias na gestão das empresas. Contribuem neste sentido os incentivos a P&D para melhorias de processos e produtos, e/ou desenvolvimento de outras políticas que direcionem a cadeia para o caminho da melhoria de sua produtividade e competitividade. Conforme citado no estudo anterior, a identificação das competências necessárias e a avaliação do nível de prontidão dos fabrican-tes frente a elas serviria de base de informações para ações de desen-volvimento de fornecedores. Questões mais estruturantes, transversais, também precisam ser tratadas pelo governo, como a promoção de um ambiente de investimentos, de concorrência, de PD&I, etc.
Um dos fatores mais importantes para melhoria da produtividade e custo é a de-manda com escala que proporcione retorno aos investimentos propostos. Fator esse preponderante nos países onde a cadeia produtiva se instalou e conseguiu atingir níveis de competitividade que permitiram a exportação de componentes.
A eventual entrada de grandes grupos de investidores internacionais no Brasil, os quais não necessitariam de aporte de capital do BNDES para seus projetos, pode representar uma ameaça à cadeia nacional, caso não aconteçam estas melhorias.
5 Desenvolvimento de competitividade para exportação
Atualmente a exportação de aerogeradores com alto conteúdo local é considera-da inviável. O País já foi grande exportador de pás eólicas, em função da possi-bilidade de utilização do drawback, mas há baixa competitividade para diversos outros componentes onde o drawback não seria o fator importante de competi-tividade. Nas condições atuais, a exportação é vista, em geral, apenas como uma opção temporária, para passar, com esforço, o período de escassez do mercado interno. Existem mecanismos fiscais, como drawback, que permitem montar uma nacele no Brasil com competitividade para exportar para a América Latina.
1. 1 “O REIDI – Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura foi insti-tuído em 2007 para desonerar do PIS e da Cofins as aquisições de produtos realizadas pelos investidores de obras de infraestrutura (PAC), sendo que o segmento de geração de energia eólica foi um dos benefi-ciários mais importantes. As empresas de bens de capital sob encomenda, fabricantes de aerogeradores e seus componentes, porém, não foram autorizadas a ser co-habilitadas aos projetos habilitados no regime tributário especial. Como estes fabricantes tem suas vendas concentradas geralmente apenas nos mercados de infraestrutura, ocorre que praticamente todas as vendas realizadas acabam gerando enorme acúmulo de créditos de PIS/ Cofins. Ainda segundo alguns fabricantes, outro desequilíbrio diz respeito ao ICMS. Existe um decreto e um convênio de ICMS pelo qual as montadoras de aerogeradores podem adquirir suas matérias-pri-mas e componentes com o NCM 8503.00.90 o qual é isento de ICMS. Os fornecedores destes itens ao com-prar materiais no mercado local, de forma a atender os requisitos do BNDES de conteúdo nacional, recebem a incidência do ICMS em 12%, 18%, etc... e vendem para as montadoras os produtos acabados sob o NCM 8503.00.90 com 0% de ICMS, havendo novamente um acúmulo de créditos. De forma similar a questão do PIS/Cofins, alguns profissionais do setor defendem que o ICMS deveria ser estendido à cadeia ou então eliminado, de forma a efetivamente beneficiar o setor”(ABDI,2014). .
1. “O REIDI – Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura foi instituído em 2007 para desonerar do PIS e da Cofins as aqui-sições de produtos realizadas pelos investidores de obras de infraestrutura (PAC), sendo que o segmento de geração de energia eólica foi um dos benefi-ciários mais importantes. As empresas de bens de capital sob encomenda, fabricantes de aerogeradores e seus componentes, porém, não foram autorizadas a ser co-habilitadas aos projetos habilitados no regime tributário especial. Como estes fabricantes tem suas vendas concentradas geralmente apenas nos mercados de infraestrutura, ocorre que praticamente todas as vendas realizadas acabam gerando enorme acúmulo de créditos de PIS/ Cofins. Ainda segundo alguns fabricantes, outro desequilíbrio diz respeito ao ICMS. Existe um decreto e um convênio de ICMS pelo qual as montadoras de aerogeradores podem adquirir suas matérias-primas e componentes com o NCM 8503.00.90 o qual é isento de ICMS. Os fornecedores destes itens ao comprar materiais no mercado local, de forma a atender os requisitos do BNDES de conteúdo nacional, recebem a incidência do ICMS em 12%, 18%, etc... e vendem para as montadoras os produtos acabados sob o NCM 8503.00.90 com 0% de ICMS, havendo novamente um acúmulo de créditos. De forma similar a questão do PIS/Cofins, alguns profissionais do setor defendem que o ICMS deveria ser estendido à cadeia ou então eliminado, de forma a efetivamente beneficiar o setor”(ABDI,2014).
92 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Uma demanda consistente e escala que viabilize automação da produção e investimentos em dispositivos de fabricação permitiriam a construção de uma cadeia produtiva mais competitiva também em nível internacional que é fundamental para sua sustentabilidade no longo prazo. Algumas sugestões para melhorar a competividade da cadeia para exportação seriam: focar a produção local em itens onde o Brasil tem mais oportunidade de controle (não dependem tanto de volatilidade de preços de comoditties internacionais); desenvolver melhores condições para exportação – ferramentas, incentivos específicos e financiamento com alguma flexibilidade na regra de conteúdo local (pelo menos temporariamente); desenvolver uma política de exportação mais centrada em negócios; promoção de debates envolvendo fabricantes, governo, e associa-ções / entidades, para discutir alternativas de melhoria da competitividade para exportação; apoio / capacitação dos fornecedores para melhoria de seus processos produtivos e aquisição de tecnologias que permitam atingir os níveis de produtividade mundiais; melhorias nas questões tributárias e logísticas (isen-ções/reduções fiscais, por exemplo), transportes e processos alfandegários.
6 Fortalecer e estimular a cadeia brasileira nos componentes e subcompo-nentes onde ela tem maior potencial para competir internacionalmente
Isto é, incentivar com maior ênfase o desenvolvimento de componentes e subcomponentes onde as condições e competências locais para seu desen-volvimento, fabricação e exportação sejam mais favoráveis.
Observações Diversas outras sugestões, como por exemplo as voltadas à melhoria da
infraestrutura logística do País, foram apresentadas no estudo de 2014 e não
receberam novas contribuições neste levantamento. Assim, estas sugestões não
estão sendo reapresentadas nesta atualização.
Para a realização de atualizações e estudos futuros, recomenda-se a ABDI (prefe-
rencialmente em parceria com as associações do setor) a construção e manutenção
permanente de uma base de dados próprias com identificação dos fabricantes e de
seus representantes e respectivos contatos.
Dificuldades foram encontradas na realização deste estudo especialmente para
o mapeamento dos serviços para o setor eólico. Este mapeamento poderá ser
adicionado futuramente a este estudo a partir da mobilização de pelo menos um
pequeno grupo mais representativo dos empreendedores e desenvolvedores, para
colaboração com informações de seus fornecedores.
Diversas informações apresentadas neste relatório serão disponibilizadas pos-
teriormente em formato gráfico e interativo, incluindo localização geográfica dos
fabricantes e dos parques eólicos implantados e em construção.
96 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
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100 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
CAIXA
PÁS
CUBO
EIXO GERADOR
NACELE
TORRE
BENS – PARTES E COMPONENTES1
Os bens que compõe a cadeia produtiva da indústria eólica compreen-
dem o aerogerador e os itens de infraestrutura do parque eólico, como
fundações e os equipamentos necessários para conexão à rede elétrica,
tais como: transformadores, subestação, cabos e inversores.
O aerogerador é considerado o item crítico do sistema, pois representa
geralmente mais de 60% do investimento de um parque eólico. Trata-se
de uma máquina complexa, de grande porte, com capacidades variando
atualmente entre 1,5 e 3 MW (caso dos parques Onshore). Os aerogera-
dores principalmente utilizados em escala de utilidades são os com rotor
de eixo horizontal do tipo hélice, composto normalmente por três pás.
A Figura 1 ilustra os componentes básicos dos aerogeradores de eixo
horizontal e diferentes configurações existentes em termos de tamanho
e formato de nacele, presença ou não de caixa multiplicadora e tipo de
gerador utilizado (convencional ou multipolos).
1. 1
I. Anexo I Itens que Compõem a Cadeia Produtiva de Bens e Serviços1
1. 1
1. Este anexo foi retirado integralmente do “Mapeamento da Cadeia Produtiva da Indústria Eólica no Brasil”, publicado pela ABDI em 2014.
101ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
CAIXA
PÁS
CUBO
EIXO GERADOR
NACELE
TORRE
FIGURA 1
COMPONENTES BÁSICOS DE AEROGERADORES DE EIXO HORIZONTAL EM DIFERENTES CONFIGURAÇÕES
Fonte: Adaptado de: CRESESB (2008).
102 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
TOPOLOGIAS DE AEROGERADORDiferentes tecnologias de aerogeradores têm sido desenvolvidas nas últimas déca-
das. Dependendo da tecnologia, pode haver componentes e/ou subcomponentes
específicos, bem como pode haver diferenças em sua disposição no aerogerador.
As diferentes tecnologias de aerogerador podem ser classificadas segundo os
seguintes conceitos (UPWIND, 2007):
1 Velocidade de rotação: velocidade fixa (VF); velocidade variável limitada (VVL); velocidade variável (VV);
2 Regulagem de força ou mecanismo de controle: controle estol (stall); controle de estol ativo; controle de passo (pitch);
3 Trem de acionamento (drive train): com caixa de engrenagem (multiplicadora); sem caixa de engrenagem (acionamento direto);
4 Tipo de gerador: gerador de indução (assíncrono) com rotor de gaiola (squirrel cage induction generator - SCIG); gerador de indução com rotor ventilado (wou-nd rotor induction generator - WRIG); gerador de indução duplamente excitado (doubly fed induction generator (DFIG); gerador síncrono de excitatriz com ímãs permanentes (permanent magnet synchronous generator - PMSG); gerador sín-crono excitado eletricamente - com enrolamento de campo (electrically excited synchronous generator - EESG).
O gerador síncrono chama-se alternador e o gerador assíncrono também se
designa de indução. O nome síncrono se deve ao fato da máquina operar com uma
velocidade de rotação constante sincronizada com a frequência da tensão eléctrica
alternada aplicada aos terminais da mesma, ou seja, devido ao movimento igual de
rotação, entre o campo girante e o rotor é chamado de máquina síncrona (sincronis-
mo entre campo do estator e rotor). Os geradores assíncronos rodam com uma ve-
locidade superior à velocidade de sincronismo, existindo escorregamento do rotor
em relação ao campo girante. A máquina assíncrona não necessita de excitatriz.
Conforme o conceito de velocidade de rotação, diferentes combinações de meca-
nismos de controle, acionamento e tipo de gerador foram desenvolvidas. A seguir
estes diferentes conceitos são abordados em maior detalhe.
103ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
GERADOR DE INDUÇÃO COM ROTOR DE GAIOLA (SQUIRREL CAGE INDUCTION GENERATOR - SCIG)
A topologia dominante nos anos 80 e 90 é a conhecida como “conceito dinamarquês”: velocidade
fixa, controle estol, caixa de engrenagem de múltiplo estágio e gerador de indução com rotor de
gaiola (SCIG) conectado diretamente à rede através de um transformador. A Figura 2 apresenta
esta topologia de forma esquemática.
FIGURA 2
ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO SCIG
Este sistema evoluiu posteriormente para um sistema de duas velocidades utilizando um gerador
SCIG com polo mutável. Obteve-se assim maior eficiência das pás e redução de ruído a baixas velo-
cidades. Este conceito tem sido usado pela Vestas, Made (atualmente Gamesa) e Nordex. Geral-
mente o número de polos dos aerogeradores comerciais deste tipo é de 2 ou 3 pares, requerendo
uma caixa de engrenagem de 3 estágios. Não há conexão elétrica entre o estator e o rotor.
A introdução do controle de estol ativo permitiu a virada da pá, melhorando a eficiência de extra-
ção de potência da máquina (o passo da pá do rotor é girado na direção do estol e não na direção da
posição de embandeiramento - menor sustentação - como é feito em sistemas de passo normais).
Este sistema tem sido usado pela Siemens e Vestas. O controle de passo vira as pás no sentido
contrário do mecanismo de estol ativo e necessita de acionamento mais potente, com algumas
desvantagens para o caso de aerogeradores de grande porte.
GEARBOX
CAPACITOR
GRID
SCIG
104 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
GERADOR DE INDUÇÃO COM ROTOR VENTILADO (WOUND ROTOR INDUCTION GENERATOR - WRIG)
Nos anos 90 a Vestas passou a adotar o conceito de velocidade limitada conheci-
do como OptiSlip. Este conceito utiliza um conversor eletrônico de potência para
controlar a resistência do rotor (slip) e um gerador de indução com rotor ventilado
(WRIG), similar ao SCIG. Fabricantes como Vestas e Suzlon utilizam este conceito,
esquematizado na Figura 3.
FIGURA 3
ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO WRIG
A partir dos anos 90, os aerogeradores de capacidade maior que 1,5MW passa-
ram a utilizar o conceito de velocidade variável proporcionando maior qualidade
de geração de energia, entre outros benefícios. Um aerogerador com sistema de
velocidade variável geralmente utiliza mecanismo de controle de passo, caixa de
engrenagem multi-estágio, conversor eletrônico de potência e são possíveis dife-
rentes conceitos de gerador: DFIG, SCIG e PMSG.
GEARBOX
CONVERTER
GRID
WRIG
105ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
GERADOR DE INDUÇÃO DUPLAMENTE EXCITADO (DOUBLY FED INDUCTION GENERATOR - DFIG)
O gerador de indução duplamente excitado (DFIG) é o tipo geralmente utilizado
para aerogeradores de grande porte. O princípio básico de operação é similar ao
SCIG, porém a potência ativa do rotor pode ser controlada pela corrente do con-
versor paralelo ao rotor, conforme esquema da Figura 4.
FIGURA 4
ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO DFIG
O sistema com gerador SCIG precisou ser modificado, com a introdução de
um conversor de potência, para permitir a operação com velocidade variável.
Comparativamente ao conceito dinamarquês, este sistema tem a desvantagem
de maior custo, associado ao elevado custo do conversor de larga escala (full
scale converter). A Siemens utiliza este conceito, esquematizado na Figura 5, em
alguns modelos comerciais.
GEARBOX
CONVERTER
GRID
DFIG
106 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
FIGURA 5
ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO SCIG COM CONVERSOR DE LARGA ESCALA
GERADOR SÍNCRONO DE EXCITATRIZ COM ÍMÃS PERMANENTES (PERMANENT MAGNET SYNCHRONOUS GENERATOR - PMSG)
Uma alternativa ao tipo DFIG é o gerador síncrono de excitatriz com ímãs perma-
nentes (PMSG) com conversor de larga escala. O custo dos componentes eletrô-
nicos é menor e não são utilizadas escovas. Esta tecnologia tem sido usada pela
Gamesa (Made), GE e Clipper, e é representada esquematicamente na Figura 6.
FIGURA 6
ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO PMSG COM CONVERSOR DE LARGA ESCALA
GEARBOX CONVERTER
GRID
SCIG
GEARBOX CONVERTER
GRID
PMSG
107ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
A partir de 1991, aerogeradores com acionamento direto (sem caixa de engrenagem)
começaram a surgir como forma de reduzir as falhas associadas à caixa de engrena-
gem e minimizar problemas de manutenção. A principal diferença entre os geradores
com e sem caixa de engrenagem é a velocidade de rotação do gerador. O gerador de
acionamento direto gira a baixa velocidade porque o rotor do gerador está conec-
tado diretamente ao cubo do rotor das pás, sendo necessária então a produção de
uma taxa de torque elevada. Como consequência, o gerador de acionamento direto
é geralmente mais pesado que o com caixa de engrenagem. Para maior eficiência e
diminuição de peso de partes ativas, os geradores de acionamento direto são projeta-
dos com diâmetro maior e menor passo de polo, conforme Figura 7.
FIGURA 7
ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO ACIONAMENTO DIRETO SÍNCRONO
FIXED SHAFT
LOW -SPEED SHAFT GENERATOR STATOR
GENERATOR ROTOR
108 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
FIGURA 8
ESQUEMA DE UM GERADOR DE ACIONAMENTO DIRETO DO TIPO EESG
Recentemente, o uso de geradores do tipo PMSG tem se tornado mais atrativo pela
melhoria de desempenho e diminuição dos custos dos ímãs e outros componentes
eletrônicos. Empresas como WEG (tecnologia Northern) e IMPSA (tecnologia
Vensys) utilizam este conceito, representado esquematicamente na Figura 9.
Há dois conceitos principais de gerador no mercado sem a utilização de caixa de
engrenagem: o tipo EESG e o tipo PMSG.
GERADOR SÍNCRONO EXCITADO ELETRICAMENTE - COM ENROLAMENTO DE CAMPO (ELECTRICALLY EXCITED SYNCHRONOUS GENERATOR - EESG)
O Tipo EESG, gerador síncrono excitado eletricamente com enrolamento de cam-
po, é o mais comumente utilizado pelos fabricantes com tecnologia sem caixa de en-
grenagem. É construído com um sistema com enrolamento de campo e não requer
o uso de imãs permanentes, os quais agregariam um custo adicional significativo ao
gerador. Por outro lado, o custo do conversor necessário é considerável, reque-
rendo componentes eletrônicos mais caros e necessitando refrigeração intensiva.
Este conceito, esquematizado na Figura 8, é utilizado pela Enercon/Wobben, que o
denomina de gerador anelar (annular generator).
CONVERTER
GRID
EESG
CONVERTER
109ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
FIGURA 9
ESQUEMA DE UM GERADOR DE ACIONAMENTO DIRETO DO TIPO PMSG
Há ainda sistemas com utilização do conceito de velocidade variável, com gerador
de ímãs permanentes e caixa de engrenagem planetária de estágio único. Este
conceito, apresentado na Figura 10, foi introduzido pela Multibrid e é também
utilizada pela WinWind.
CONVERTER
GRID
PMSG
FIGURA 10
ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO PMSG COM CAIXA DE ENGRENAGEM DE ESTÁGIO ÚNICO
Outra variação é o conceito apresentado pela DeWind, com utilização de caixa de
engrenagem de 2 estágios, hidrodinâmica. Vários outros conceitos estão sendo
desenvolvidos, tais como: gerador de indução linear, geradores de relutância comu-
tada e geradores de indução sem escovas (brushless doubly fed induction generators-
BDFIGs), mas que ainda não são comercializados de forma ampla no mercado.
GEARBOX CONVERTER
GRID
PMSG
110 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
NACELE
FLANGEINTERMEDIÁRIA
FLANGESUPERIOR
MARCODE PORTA
FLANGEINFERIOR
3.
2.
4.
1.
3.
2.
4.
1.
PRINCIPAIS COMPONENTES DE UM AEROGERADOR DE EIXO HORIZONTAL
Como visto anteriormente, o aerogerador é constitu-
ído pelos seguintes componentes básicos: torre; pás,
cubo do rotor, eixo, nacele, gerador, e, dependendo da
tecnologia, caixa de engrenagem (Figura 1). Uma ou-
tra subdivisão possível é a que separa os componen-
tes principais em (AWEA, 2011; POLYTEC, 2009):
rotor (compreendendo as pás, o cubo, rolamentos
e mecanismos de controle); trem de acionamento
(compreendendo o eixo principal, sistema de freios,
caixa de engrenagem – se houver, e eixo secundário
(se houver); nacele (considerando carenagem em
fibra, sistema de Yaw (guinada), peças estruturais e
equipamentos auxiliares); sistema de força elétrica
(contendo gerador, conversor ou inversor – se algum,
cabos internos e transformador); e a torre.
A abertura dos componentes e subcomponentes
para uma visão única de árvore de produto é
dificultada pelas diferentes tecnologias utilizadas
pelos fabricantes e também pelas diferentes siste-
máticas de compras e nomenclaturas utilizadas. A
fim de facilitar este processo e permitir a elabo-
ração da relação de itens produtivos previstas
no projeto, será considerada prioritariamente a
sistemática e taxonomia adotada pelo BNDES
para fins de credenciamento dos aerogeradores
no FINAME2. Nesta sistemática os aerogeradores
são divididos em dois grandes grupos – com e sem
caixa de engrenagem. E a subdivisão dos compo-
nentes é feita considerando-se: torre, pá, cubo
e nacele. A seguir os principais componentes e
subcomponentes são brevemente descritos.
TORREAs torres são as estruturas responsáveis pela sus-
tentação e posicionamento do conjunto rotor-nace-
1. 2 Ver site BNDES para maiores detalhes - http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Ferramen-tas_e_Normas/Credenciamento_de_Equipamentos/credenci-amento_aerogeradores.html
le a uma altura conveniente ao seu funcionamento.
As torres podem ser do tipo cônica ou treliçada e
construídas a partir de diferentes materiais (CUS-
TÓDIO, 2013). As torres cônicas podem ser de
aço laminado ou concreto protendido, e as torres
treliçadas utilizam aço galvanizado. Há também as
chamadas torres (cônicas) híbridas, onde a parte de
baixo da torre (cerca de 60 metros) é construída em
concreto e a parte superior é feita em aço. As duas
partes são acopladas através de um anel de transi-
ção. A definição do tipo de torre / material depende
de fatores como custo, altura do aerogerador,
facilidade de transporte, montagem e manutenção.
De maneira geral, pode-se dizer que as torres de
aço cônicas são mais utilizadas em alturas menores,
na faixa de 80 a 100 metros, enquanto as torres de
concreto, híbridas ou as treliçadas são mais empre-
gadas em alturas maiores, acima de 100 metros. As
torres treliçadas são mais comumente empregadas
em situações que requerem uma logística simplifi-
cada, como instalações em locais de difícil acesso.
Para o caso de torres “ultra-altas” (na faixa dos 200
metros), há ainda tecnologias que empregam ma-
deira na construção ou então utilizam um esqueleto
interno de aço envolto em tecido arquitetônico de
alta resistência (BRAZIL, 2013).
Nos parques eólicos instalados no Brasil são mais
comuns as torres cônicas de aço e as híbridas
(utilizadas pela Wobben). Recentemente as torres
totalmente de concreto vêm ganhando espaço
no mercado brasileiro e novos fabricantes estão
atualmente desenvolvendo protótipos no país.
A Figura 11 ilustra alguns itens componentes
forjados da estrutura das torres de aço cônicas.
2. Ver site BNDES para maiores detalhes - http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Ferramentas_e_Normas/Creden-ciamento_de_Equipamentos/credenciamento_aerogeradores.html
111ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
NACELE
FLANGEINTERMEDIÁRIA
FLANGESUPERIOR
MARCODE PORTA
FLANGEINFERIOR
3.
2.
4.
1.
3.
2.
4.
1.
FIGURA 11
COMPONENTES FORJADOS – TORRES DE AÇO CÔNICAS.
Fonte: Disponível em: <http://www.grupoiraeta.com/products.php?opc=windtowersector >.Acesso em: 02 set. 2013.
112 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
As torres representam de 20 a 25% do custo do
aerogerador. No caso das torres cônicas de aço, são
utilizadas de 100 a 200 toneladas deste material,
dependendo da altura - aproximadamente 98% da
torre é feita de aço. Neste caso a torre correspon-
dendo a cerca de 65% do peso do aerogerador. As
torres de concreto são bem mais pesadas, atingido
850 toneladas apenas em sua parte estrutural.
Além dos componentes estruturais, que corres-
pondem a cerca de 90% do custo de material,
fazem parte das torres uma série de componentes
internos, tais como: escadas, elevadores3, platafor-
mas, suportes, guard-rails, etc. A Figura 12 apresen-
ta alguns dos internos das torres.1. 3 Na metodologia do BNDES o elevador é considerado um item associado à nacele.
FIGURA 12
INTERNOS DA TORRE:
Fonte: Disponível em: <http://www.hailo-professional.de/prof_public/products.php?b=6>. Acesso em 07/09/13
3. Na metodologia do BNDES o elevador é considerado um item associado à nacele.
113ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
O Quadro 1 traz uma abertura detalhada dos itens e insumos utilizados em torres
cônicas de aço e concreto.
QUADRO 1
ITENS E INSUMOS UTILIZADOS EM TORRES CÔNICAS
TORRE (20 A 25% DO CUSTO DO AEROGERADOR)
ESTRUTURA TORRE DE AÇO
Chapas de aço laminado
Flanges
Fixadores (parafusos ou elementos de conexão)
Portas
Escotilhas
Revestimentos (pintura)
ESTRUTURA TORRE DE CONCRETO
Concreto (pré-moldados)
• Cimento, areia, brita, água, aditivos plastificantes
Moldes
Insertos metálicos
Cabos de aço de protensão
Revestimentos (pintura)
Produtos de montagem dos pré-moldados (adesivos)
ELEMENTOS INTERNOS
Escadas
• Etiquetas de identificação
Cimento, areia, brita, água,
aditivos plastificantes
Elevador
Plataformas
Suportes (brackets) e acessórios
Sistemas de proteção contra-quedas
• Cabo, fixador, trava-queda, correia, corda • Cerca, porta da cerca
Guard-railsPassa-cabos (pipe-rack ou eletrodutos)
Cabos
Iluminação
A Figura 13 detalha a utilização de fixadores, que além de serem usados na cone-
xão das seções das torres, também é utilizado nas fundações, na conexão do rotor
com a nacele e na fixação das pás ao rotor.
114 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
3.
FIXADORESPARA GERADOR
2.
FIXADORES PARA TORRESTUBULARES E ESTAIADAS
FIXADORES PARAPÁS DOS ROTORES
4.
3.
2.
1.
4.
CHUMBADORES PRA FUNDAÇÃO
1.
FIGURA 13
UTILIZAÇÃO DE FIXADORES NO AEROGERADOR
Fonte: Disponível em:< http://www.august-friedberg.com/produkte/windenergie_por.asp>. Acesso em 02/09/13.
115ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
ROTORO rotor compreende basicamente as pás – 3 por aerogerador (tipo comercial de
grande porte mais comum) e o cubo onde são fixadas. As pás são os elementos
que interagem diretamente com o vento. São perfis aerodinâmicos de 30 a 70
metros de comprimento (instalações Onshore) fabricados em material compó-
sito – resina epóxi ou poliéster reforçada com fibra de vidro e/ou carbono – e
representam cerca de 22% do custo do aerogerador e 7% de sua massa (6 a 10
toneladas cada uma). As pás normalmente recebem um acabamento superficial
para proteção do compósito às intempéries, à base de gel-coat e/ou revestimen-
tos poliuretânicos. O “bordo de ataque”, superfície que está em atrito direto com
vento, chuva e particulados em altas velocidades, é a região mais crítica, passível
de desgaste por erosão.
Em termos estruturais a pá consiste em um casco externo, formado por 2 con-
chas unidas de material compósito, suportado por uma viga principal ou estrutura
central (mastro ou alma). Os materiais compósitos podem ser de 2 tipos: lamina-
dos – várias camadas de materiais compósitos unidas – e sanduíche – camadas
externas finas de laminado com um núcleo central de baixa densidade constituído
por materiais como madeira balsa, espuma de PVC, PU ou PET. A fabricação do
casco e viga central é feita geralmente por processos de infusão, utilizando-se
moldes especiais, mas também pode ser por pré-impregnação – processo “Pre-
preg”. Estas estruturas são posteriormente coladas com adesivos à base de epóxi.
A Figura 14 apresenta em detalhe os elementos que compõe uma pá, e as fotos
da Figura 15 ilustram o processo de fabricação e montagem das pás.
116 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
FIGURA 14
ELEMENTOS DE UMA PÁ EÓLICA
Fonte: Disponível em: <http://www.windpowermonthly.com/article/1137943/service-maintain-wind-turbine-blade>. Acesso .em 07/09/13
CYLINDRICAL ROOT SECTION• Often manufactured
separately and later
joined with internal
reinforcements.
INTERNAL REINFORCEMENT• For example, shear web
LIGHTNING RECEPTORS• Down bla de lenght
BLADE TIP LIGHTNINGRECEPTOR
BLADE TIP
ROUND LEADING EDGE
LOWER SURFACE SANDWICH SHELLLAMINATE
LAYER
TRALLING EDGE
COMMON ‘IKEA’ BLT CONNECTION
LAMINATE LAYER
UPPER SURFACE SANDWICH SHELL
BLADE ROOT• Bolted to blade bearing
• Diameter big enough to
walk/ crawl into
ROUND LEADING EDGE
TRALLINGEDGE
LOWERSURFACE
LOWERSURFACE
SIDE VIEW OF BLADE
117ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
FIGURA 15
PROCESSO DE FABRICAÇÃO E MONTAGEM DE PÁS EÓLICAS
Fonte: WALCZYK, 2010.
118 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Outro componente da pá é a raiz de inserção. Trata-se de um item crítico, fabricado
separadamente, mas que depois é integrado à pá. Este item é ligado ao cubo do
rotor de turbina utilizando-se fixadores de metal (T-bolt) colados ou fixados meca-
nicamente na raiz, conforme Figura 16.
FIGURA 16
RAIZ DE INSERÇÃO E FIXADORES
Fonte: GURIT WE Handbook.
As pás são fixadas em uma estrutura metálica à frente do aerogerador (à frente da
nacele) denominada cubo. O cubo é uma peça única de ferro fundido, de alta precisão
de fundição e usinagem, construída com liga de alta resistência. Sua massa varia de 7
a 20 toneladas (AWEA, 2011) e seu custo é de aproximadamente 1,4% do custo do
aerogerador (SUPPLY, 2007). O cubo acomoda os rolamentos para fixação das pás
e os mecanismos e motores para o ajuste do ângulo de ataque das pás – o sistema
de passo (pitch)4. (O sistema pás e cubo respondem então por 10 a 14% do peso do
aerogerador e por 20 a 30% do custo da máquina (ANCONA; McVEIGH, 2001)).
1. 4 Os aerogeradores modernos utilizam dois diferentes prin-cípios de controle aerodinâmico para limitar a extração de potência à potência nominal do aerogerador. São chamados de controle estol (Stall) e controle de passo (Pitch). No passado, a maioria dos aerogeradores usavam o controle estol simples; atualmente, en-tretanto, com o aumento do tamanho das máquinas, os fabricantes estão optando pelo sistema de controle de passo, que oferece maior flexibilidade na operação das turbinas eólicas. Nos últimos anos uma mistura de controle por estol e de passo apareceu, o conhecido “estol ativo”. Neste caso, o passo da pá do rotor é girado na direção do estol e não na direção da posição de embandeiramento (menor sustentação) como é feito em sistema de passo normais. Maiores detalhes sobre estes sistemas podem ser verificados em UpWind (2007) e Cresesb (2008).
4. Os aerogeradores modernos utilizam dois diferentes princípios de controle aerodinâmico para lim-itar a extração de potência à potência nominal do aerogerador. São chamados de controle estol (Stall) e controle de passo (Pitch). No passado, a maioria dos aerogeradores usavam o controle estol simples; atualmente, entretanto, com o aumento do tamanho das máquinas, os fabricantes estão optando pelo sistema de controle de passo, que oferece maior flexibilidade na operação das turbinas eólicas. Nos últimos anos uma mistura de controle por estol e de passo apareceu, o conhecido “estol ativo”. Neste caso, o passo da pá do rotor é girado na direção do estol e não na direção da posição de embandeira-mento (menor sustentação) como é feito em sistema de passo normais. Maiores detalhes sobre estes sistemas podem ser verificados em UpWind (2007) e Cresesb (2008).
T-BOLT
119ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
A Figura 17 apresenta fotos/ilustrações do cubo e seus subcomponentes.
FIGURA 17
CUBO DO ROTOR E SUBCOMPONENTES.
Fonte: Disponível em <http://www.solaripedia.com/13/201/2017>. Acesso em 06/10/13.
O Quadro 2 apresenta a abertura dos itens e insumos utilizados nas Pás e no
Cubo do Rotor.
120 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
ROTOR (APROX. 20 A 30% DO CUSTO DO AEROGERADOR)
PÁS
Estrutura da pá (casco externo, mastro interno ou alma e raiz de inserção)
• Resina epóxi ou poliéster • Tecido de fibra de vidro • Tecido de fibra de carbono • Espuma de PVC • Madeira Balsa • Massas e revestimentos de proteção
Fixadores (parafusos T-bolt) e porcas (Barrel Nut)
Sistemas acessórios
• Sistema antiraios • Sistema antigelo
CUBO
Carcaça do cubo (fundido e usinado)
Carenagem do cubo
• Resina epóxi ou poliéster
• Tecido de fibra de vidro
Rolamento do passo (pitch)
• Anel
• Base
Sistema do passo (pitch)
• Acionamento do passo / motorredutor • Painel de controle do passo • Bloco hidráulico para controle do passo • Cilindros do passo
Extensores
Sistema de lubrificação
QUADRO 2
ITENS E INSUMOS UTILIZADOS NAS PÁS E CUBO DO ROTOR
121ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
NACELEA nacele é a carcaça montada sobre a torre que contém uma série de compo-
nentes e subcomponentes tais como: eixo, gerador, caixa multiplicadora (quando
usada), transformador, sistema de Yaw, etc. O tamanho e o formato da nacele são
variáveis de acordo com os componentes e sua disposição em seu interior (CUS-
TÓDIO, 2013). As maiores variações são entre aerogeradores que utilizam caixa
de engrenagem e os que não utilizam – com acoplamento direto.
A nacele pode conter, dependendo da tecnologia/configuração do aerogerador,
uma série de Elementos Estruturais, de aço, como a estrutura principal (main
frame ou bed plate ou main carrier), o quadro e o bastidor traseiro, que suportam
os diversos componentes nela inseridos. O Eixo Principal, construído em aço ou
liga metálica de alta resistência, é o responsável pelo acionamento do gerador,
transferindo a energia mecânica da turbina. O Gerador transforma a energia
mecânica de rotação em energia elétrica e pode ser de diferentes tipos, con-
forme visto anteriormente. Muitas tecnologias de gerador necessitam do uso
de Conversores de frequência, para controle da onda de saída, constituindo-se
de um retificador e um inversor. O Transformador é o equipamento que eleva a
tensão de geração ao valor da rede elétrica a qual o aerogerador está conectado.
O transformador pode ser instalado no interior da nacele, no interior da torre ou
mesmo externamente, acoplado à torre ou no chão. O Sistema de Yaw tem a fun-
ção de alinhar a turbina com o vento. Este sistema compreende um motor elétrico
que gira a nacele sobre a torre com auxílio de um rolamento – Rolamento do Yaw,
e também engrenagens para o ajuste da velocidade de giro (CUSTÓDIO, 2013).
A Caixa Multiplicadora, quando existente, representa a maior massa da nacele e
também uma grande fração de seu custo (cerca de 13%). Localiza-se entre o rotor
e o gerador, de forma a adaptar a baixa rotação do rotor à velocidade de rotação
mais elevada do gerador (CRESESB, 2008). É um item que necessita de manu-
tenção intensiva e que representa, portanto, uma fonte de possíveis falhas. Exige
o uso de um Sistema Hidráulico com bombas, trocadores de calor e sistemas de
comando para lubrificação e refrigeração. No caso de aerogeradores sem caixa
de engrenagem, o gerador utilizado é o de polos salientes (ou multipolos) com o
estator em forma de anel (CUSTÓDIO, 2013). O Quadro 3 apresenta o detalha-
mento dos principais componentes e subcomponentes da nacele.
122 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 3
COMPONENTES E SUBCOMPONENTES DA NACELE
NACELE (APROX. 35 A 50% DO CUSTO DO AEROGERADOR)
Elementos estruturais• Quadro principal (main frame)• Quadro traseiro (rear frame)• Bastidor• Parafusos estruturais
TalhaCarenagem da nacele
• Resina epóxi ou poliéster• Tecido de fibra de vidro
Acessórios• Luzes de sinalização• Anemômetro (medidor de velocidade do vento)• Sensor de direção do vento• Outros sensores • Para-raios
Eixo Principal• Rolamentos do Eixo Principal• Sistema de lubrificação
Rolamento YawSistema de Yaw
• Sistema de acionamento do YAW (motorredutor)• Painel de controle do YAW
Conversor/InversorTransformadorSistema de freiosSistema de travamento do rotorPainel de Proteção ElétricaCabos/barramentoUnidade hidráulicaSistema de refrigeração da naceleSlip Ring
AEROGERADOR COM CAIXA GeradorCaixa Multiplicadora
• Habitáculo• Engrenagens planetárias• Rolamentos• Mangueiras• Sistema de torque• Sistema de lubrificação• Sistema de resfriamento
AEROGERADOR SEM CAIXA Gerador – Estator• Elementos estruturais do estator• Resina de impregnação• Núcleo magnético• Bobinas
Gerador – Rotor• Elementos estruturais do rotor• Tampa do rotor• Imãs permanentes
123ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
BENS NECESSÁRIOS À MONTAGEM DO PARQUEAlém dos aerogeradores existem outros itens necessários à montagem e funcionamen-
to de um parque eólico. Anteriormente à instalação das torres, é necessária a prepara-
ção das bases ou fundações, em concreto armado, como ilustrado na Figura 18.
FIGURA 18
PREPARAÇÃO DE FUNDAÇÃO PARA FIXAÇÃO DA TORRE
Fonte: Wobben/Enercon
São necessárias ainda instalações de: cabos de média tensão e de comunicação
para interligação dos aerogeradores e as conexões destes com a subestação; uma
subestação; equipamentos elétricos, tais como centros de transformação, inver-
sores, grandes disjuntores, conectores, cubículos compactos de média tensão; um
edifício de comando; linhas de transmissão do edifício até a subestação coletora
do SIN (Sistema Integrado Nacional). A Figura 19 ilustra a subestação e edifício de
comando de um parque eólico.
124 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
FIGURA 19
SUBESTAÇÃO E EDIFÍCIO DE COMANDO
Fonte: CPFL Renováveis
Além dos bens a serem instalados no parque, há bens que são utilizados durante a
sua construção, tais como guindastes especiais, para grandes alturas e com capa-
cidade até 750 toneladas e veículos especiais para movimentação e transporte de
componentes específicos, como ilustrado nas fotos da Figura 20.
125ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
FIGURA 20
GUINDASTES E VEÍCULOS ESPECIAIS
Fonte: CPFL Renováveis
126 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
RELATÓRIO DOS SERVIÇOS Diversos são os serviços que fazem parte da cadeia produtiva da Eólica, os quais
podem ser classificados principalmente conforme a fase do desenvolvimento
de projetos eólico a que se relacionam. Os projetos de parques eólicos seguem
basicamente 4 grandes fases: desenvolvimento do projeto, negociação, execução
ou implantação e operação e manutenção. Uma subdivisão possível para os
serviços seria: serviços de desenvolvimento de projetos de parques, serviços de
apoio à negociação com fornecedores e compradores / leilão, serviços de apoio
a pré-construção, serviços para implantação dos parques – logística e execução
de obras, serviços de operação e manutenção; além de serviços associados à
certificação de aerogeradores e treinamento técnico.
A Figura 21 ilustra as fases de um projeto eólico.
FIGURA 21
FASES DE UM PROJETO EÓLICO
Fonte: GL Garrad Hassan
> > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > >
CONTRUCTION• Project Management
• Construction monitoring
• Owner’s Engineer
FEASIBILITY DEVELOPMENT PRECONSTRUCTION CONTRUCTION OPERATION
127ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOSO desenvolvimento de projetos de parques eólicos pode ser conduzido, em boa
parte, internamente pelas equipes próprias das empresas geradoras de energia /
proprietários de parques, ou ser totalmente contratado de empresas especializa-
das nesta prestação de serviços. O desenvolvimento de projetos envolve basica-
mente as seguintes atividades e subatividades apresentadas no Quadro 4.
QUADRO 4
SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS
SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE PARQUES EÓLICOS
PROSPECÇÃO DE ÁREAS
Identificação e seleção de áreasServiços topográficos e de sondagemSuporte para análise fundiáriaContratos para arrendamento de terrenos e permissõesEstudos de conexão à rede de transmissão
ESTUDOS DE VIABILIDADE
Revisão de restriçõesProjeto conceitual do parque eólicoMapeamento / medição do ventoMedição de PotênciaAnálise energética – estimativa de produçãoAnálise financeiraRevisão da conexão à redeAvaliação de incertezas
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Elaboração de estudos ambientaisMonitoramento do ventoElaboração de projeto básico / leiauteAvaliação das condições do site e rendimento energéticoSuporte para conexão à redeSuporte para seleção do aerogeradorElaboração de projeto construtivoProcessos técnicos e legais junto a ANEELLicenciamento e registro do projeto
128 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
SERVIÇOS DE APOIO À NEGOCIAÇÃOHá empresas que oferecem serviços de apoio à negociação com fornecedores, para
atuação nos leilões para comercialização de contratos, e apoio também na relação
com investidores. O Quadro 5 resume estas atividades.
QUADRO 5
SERVIÇOS DE APOIO À NEGOCIAÇÃO
SERVIÇOS DE APOIO À NEGOCIAÇÃO
NEGOCIAÇÃO COM FORNECEDORESElaboração de termo de referência de fornecimentoSuporte para avaliação de propostas de fornecedores
NEGOCIAÇÃO COM COMPRADORESApoio ao leilãoComercialização de contratos de energia – trading
RELAÇÃO COM INVESTIDORESElaboração de relatórios para investidoresDue Diligence
SERVIÇOS DE EXECUÇÃOOs serviços de execução incluem uma fase preliminar – de pré-construção e a fase
de construção e montagem propriamente dita. Para a construção podem ser con-
tratadas diversas empresas individualmente ou contrata-se uma empresa que se
responsabiliza por todas as atividades de construção e montagem – modelo turnkey.
A montagem do aerogerador é geralmente de responsabilidade do fornecedor do
aerogerador, o qual pode então assumir as outras obras configurando o turnkey. Os
serviços prestados nesta fase são apresentados no Quadro 6.
129ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
QUADRO 6
SERVIÇOS DE EXECUÇÃO DO PROJETO DO PARQUE
SERVIÇOS DE EXECUÇÃO
PRÉ-CONSTRUÇÃO
Realização de leilões de contratação e aquisiçãoElaboração / revisão do projeto elétrico e civilGestão da conexão com a redeAvaliação do rendimento energético formalDue diligence técnica
CONSTRUÇÃO E MONTAGEM
Gestão do projeto / execuçãoCoordenação e supervisão do trabalhoTransporte dos módulos do aerogerador Engenharia e gestão do trânsito de grandes cargas Movimentação de cargas Construção e montagem localMonitoramento da construçãoInspeções e auditoriasEngenharia do proprietárioEPC elétricoEPC civilElevação e montagem eletromecânica Comissionamento e start-upVigilância ambiental da obra
SERVIÇOS DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃOOs produtores de energia geralmente terceirizam as atividades de operação e ma-
nutenção do parque eólico (controle da produção de energia e planos de manuten-
ção preventiva). Estas atividades são contratadas principalmente dos fornecedores
das máquinas (aerogeradores) na forma de serviço de pós-venda de longo prazo.
Também os sistemas elétricos do parque, compreendendo desde as subestações
unitárias até as conexões com as redes de transmissão e distribuição de energia,
requerem serviços de manutenção.
Estes diversos serviços de O&M oferecidos / contratados, bem como outros rela-
cionados a fase de exploração do parque são apresentados no Quadro 7.
130 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 7
SERVIÇOS DE O&M
SERVIÇOS DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO
O&M
Operação do parque Serviços de controle integrado e monitoramento remotoComunicação com o ONS (Operador Nacional do Sistema)Análise e desempenho da produçãoAnálise da disponibilidadeMedições e controle de grandezas elétricasMedições acústicasMedições de curva de potênciaInspeção preventivaManutenção preventiva e corretivaDiagnóstico de falhasAuditoria de qualidade e segurançaLimpeza e tratamento de superfície das turbinas/alpinismoGrandes reparações de aerogeradoresRetrofitting de aerogeradoresManutenção e reparação de pás
EXPLORAÇÃOComprovação de garantiasEnsaios de rendimentoVigilância ambiental na exploração
OUTROS SERVIÇOS Além dos vários serviços apresentados anteriormente há ainda diversos outros,
tais como: treinamento / capacitação profissional; certificações de turbinas, compo-
nentes e projetos; estudos de inteligência de mercado, estudos sobre políticas e
regulação; seguros, incluindo gerenciamento de riscos em todas as fases de um pro-
jeto eólico, bem como gestão de sinistros; financiamento de projetos, geralmente
bancos de fomento e desenvolvimento como o BNDES e outros bancos estaduais,
mas também podem envolver bancos privados; etc.
131ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
Outro tipo de serviços que ainda pode ser citado é o que envolve o projeto dos
aerogeradores e seus componentes. Há empresas especializadas, em geral es-
trangeiras, dedicadas ao desenvolvimento de projetos para posterior comercia-
lização ou licenciamento.
CADEIA DE VALOR DE BENS E SERVIÇOS A cadeia de valor pode ser descrita como compreendendo as seguintes atividades
principais: fornecimento de materiais (para os aerogeradores), fornecimento
de componentes e subcomponentes, montagem do aerogerador (manufatura),
fornecimento de serviços (logística e operações), produção ou geração de energia,
distribuidores de energia (uso final) e pesquisa e desenvolvimento. A seguir cada
uma destas atividades é abordada em maior detalhe.
MATERIAISUm grande número de materiais é usado na fabricação de aerogeradores. Os
materiais considerados mais importantes são: aço, fibra de vidro, resinas (para
compósitos e adesivos), materiais para o núcleo da pá, imãs permanentes e cobre
(DOE/GO, 2008).
O Quadro 8 apresenta a listagem dos principais materiais e respectivos componen-
tes do aerogerador onde são utilizados.
132 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
QUADRO 8
MATERIAIS E RESPECTIVOS COMPONENTES
MATERIAL COMPONENTE OBSERVAÇÕES
AÇO LAMINADO (CALDEIRADOS)
Torre de aço, rotor e estator, estrutura da nacele, maquinário (sistema hidráulico, de controle, de lubrificação...)
Cerca de 98% de uma torre cônica de aço é aço. (aprox. 89% do aerogerador em peso é aço, para o caso dos aerogeradores com torres de aço).
CONCRETO Torre de concreto, bloco da fundação (base do aerogerador)
Composição do concreto: cimento, areia, brita, água e aditivos plastificantes.Em aerogeradores com torre de aço, cerca de 1,3% em peso do total é concreto (fundações).Uma torre de concreto tem massa de aprox. 850 ton.
AÇO FORJADO Coroas dos rolamentos do rotor (sistema de passo), e do sistema de Yaw, eixo principal, flanges da torre
ALUMÍNIO Cubo do rotor, internos da torre, caixa de engrenagem, transformador, carenagens, cabos
Aprox. 0,8% em peso do aerogerador.
FERRO FUNDIDO (CAST IRON) Cubo do rotor, caixa de engrenagem, gerador, mancais, eixo É o material da carcaça do cubo.
GFRP (PLÁSTICO REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO - COMPÓSITO)
Pás, carenagem (habitáculo) da nacele, carenagem do cubo
Ver Fibra de vidro e Resina. O fabricante do componente faz a infusão da fibra com resina. Cerca de 95% em peso da pá é material compósito e adesivos. Representa aprox. 5,8% em peso do aerogerador.
CFRP (PLÁSTICO REFORÇADO COM FIBRA DE CARBONO - COMPÓSITO)
PásVer Fibra de carbono e Resina. O fabricante do componente faz a infusão da fibra com resina.
FIBRA DE VIDRO Pás, carenagem (habitáculo) da nacele, carenagem do cuboInsumo para o compósito GFRP, 70 a 75% em peso da pá.
FIBRA DE CARBONO Pás Insumo para o compósito CFRP.
133ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
MATERIAL COMPONENTE OBSERVAÇÕES
RESINA (EPÓXI OU POLIÉSTER) Pás, carenagem (habitáculo) da nacele, carenagem do cubo Insumo para o compósito.
MADEIRA BALSA Pás Cerca de 5% em peso da pá e 0,4% do aerogerador.
ADESIVOS Pás Cerca de 15% em peso da pá e 1,1% do aerogerador.
AÇO SILÍCIO Núcleo magnético Gerador do tipo EESG
IMÃS PERMANENTES (TERRAS RARAS)
Gerador Gerador do tipo PMSG
COBRE Gerador, estator, transformador, maquinários da nacele, caixa de engrenagem, cabos
Aprox. 1,6% em peso do aerogerador.
134 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
COMPONENTES E SUBCOMPONENTESFabricantes deste estágio da cadeia são normalmente focados em um determinado
componente e não produzem outros. Um fabricante de aerogeradores normal-
mente trabalha com dois ou três fornecedores para cada componente essencial,
de modo a não depender de um único fornecedor. São comuns contratos de longo
prazo ou são estruturados acordos de forma a garantir um fornecimento contí-
nuo e de alta qualidade (GODOY, 2008). No caso de fabricantes multinacionais, é
comum a seleção de fornecedores com base na cadeia de fornecimento global da
empresa. Atualmente a seleção de fornecedores para parques no Brasil está sendo
influenciada pelas regras de concessão de financiamento, que privilegiam uma base
de fornecedores locais, conforme já comentado anteriormente.
MANUFATURA A etapa de manufatura está na verdade mais relacionada à montagem do cubo do
rotor e da nacele do aerogerador, uma vez que os demais grandes componentes,
como a torre e a pá, são geralmente adquiridos ou subcontratados de terceiros.
A montagem final do aerogerador ocorre diretamente no parque eólico, com a
instalação da torre e posterior acoplamento da nacele e do rotor.
As empresas que projetam e montam os aerogeradores (cubo e nacele) são conhe-
cidas como OEMs (original equipment manufacturers). Algumas OEMs são grandes
corporações multinacionais envolvidas em diversos outros tipos de negócio (como
por exemplo, GE, Alstom e Siemens), outras têm o setor eólico como seu único
negócio (como Wobben/Enercon e Vestas).
A terceirização dos componentes é uma forma de reduzir a necessidade de capital
e ter acesso a tecnologias de produção específicas, além de minimizar gastos logís-
ticos – caso de pás e torres, cuja fabricação local, próxima ao parque eólico, pode
contribuir significativamente para redução destes custos.
Há diferentes modelos de negócio adotados pelos fornecedores de aerogeradores,
desde os fornecedores puros até os que participam de outras etapas, chegando
mesmo a produzir energia. Para garantir o suprimento de componentes e/ou
controlar os custos, algumas OEMs tem participação acionária (quase-integração
vertical) ou estabelecem alianças estratégicas com seus fornecedores.
135ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
LOGÍSTICA E OPERAÇÕESNeste estágio da cadeia estão incluídos todos os serviços descritos no capítulo 3.
Entre os atores envolvidos neste estágio, destacam-se:
1 O desenvolvedor ou promotor dos projetos de parques eólicos, geralmente responsável pela prospecção de oportunidades e pela execução de todas as fases de desenvolvimento do projeto, até o estágio onde ele esteja “pronto para construção”, quando então os direitos de construção do projeto são vendidos para um gerador/produtor de energia. Estas empresas identificam os locais com melhores ventos e firmam acordos com os proprietários dos terrenos e prefeituras a fim de assegurar a oportunidade. Também providen-ciam todas as licenças e autorizações necessárias;
2 Consultores – os desenvolvedores podem contratar consultores de projeto para auxiliar ou executar as tarefas relativas ao projeto básico (design) do par-que e avaliação técnica do potencial da localidade. As atividades típicas de um consultor consistem em medição dos ventos, avaliação de restrições, elabo-ração de alternativas de leiaute e estudos de viabilidade. Podem ser contrata-dos consultores específicos para cada atividade, o que, entretanto, dificulta a coordenação pelo maior número de atores envolvidos. Godoy, p. 97.
3 Gerenciadores de projeto – normalmente fabricantes de aerogeradores ou firmas de engenharia. A execução de um projeto eólico é considerada de elevada complexidade. Envolve a contratação de diversas empresas, exigindo a sua coordenação, bem como o seqüenciamento das atividades e definição e controle dos prazos e custos para sua realização;
4 Empresas de transporte, movimentação e montagem – responsáveis respec-tivamente pelo transporte dos componentes até o parque, movimentação (horizontal e vertical) dos componentes e montagem final do aerogerador;
5 Empresas de O&M – após a construção do parque, os produtores de energia (proprietários) costumam terceirizar as atividades de operação e manutenção por períodos de 5 a 10 anos, ou mais. Em função da facilidade com relação a peças de reposição e conhecimento do funcionamento do aerogerador, geral-mente as OEMs fornecem este tipo de serviço.
136 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
PRODUTORES – PROPRIETÁRIOS DOS PARQUESOs proprietários de parques eólicos detém a
concessão para exploração da energia por períodos
geralmente de 20 a 35 anos (no caso do mercado
regulado5), conforme o contrato e possíveis adendos.
São as empresas responsáveis pela produção (ou
geração) de energia eólica. Tendem a ser o centro
da cadeia produtiva, centralizando todos os inputs e
serviços necessários para a implantação do parque.
As mudanças que ocorreram no setor elétrico
brasileiro (privatizações), resultaram em novos
modos de contratação e implantação de grandes
empreendimentos de energia (XAVIER, 2004) e
em alterações significativas no perfil dos proprie-
tários dos empreendimentos. Anteriormente os
proprietários eram empresas estatais do próprio
setor de energia elétrica
e, atualmente, há agentes
econômicos diversos, tais
como: bancos, eletrointensi-
vos, construtoras, fundos de
pensão, empresas de energia
elétrica privadas, etc. (POR-
TO, 2007).
Observa-se também um
crescente interesse por
grandes empresas, como
as do setor automotivo,
em serem proprietárias de
parques eólicos, e desta
maneira, suprirem parte
da energia consumida por suas fábricas, dentro
do conceito de autoprodução e em ambiente de
mercado livre. Neste caso, a energia gerada pelo
1. 5 No Brasil há atualmente dois ambientes de negócio e de contratos: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) – atualmente o principal ambiente de contração de energia eólica, e o Ambiente de Contratação Livre (ACL). No caso do ACR as operações de compra e venda se dão através de leilões com o critério de menor tarifa onde somente podem participar da compra as empresas distribuidoras de energia. Os contratos resultantes do leilão são de longo prazo, em geral 20 anos, e tem a garantia de repasse dos custos de aquisição de ener-gia às tarifas dos consumidores finais. No ACL, só podem comprar energia os chamados consumidores livres. Neste ambiente as relações comerciais são li-vremente pactuadas e regidas por contra-tos que estabelecem prazos e volumes. (Pinto Jr, 2007.)
parque eólico é injetada no SIN e a empresa pode
utilizar um volume equivalente em sua fábrica.
USO FINALComo etapa final da cadeia produtiva, pode ser
considerado o estágio de distribuição de energia. O
sistema de distribuição de energia elétrica no Brasil
é regulado por resoluções da Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL), as quais se orientam pe-
las diretrizes estabelecidas nas leis aprovadas pelo
Congresso Nacional e nos decretos estabelecidos
pelo Executivo Federal. No início dos anos 2000,
antes da privatização do setor, não havia separação
dos negócios entre geração e transmissão e distri-
buição. Hoje as distribuidoras são independentes, e
responsáveis pela conexão e o atendimento ao con-
sumidor do ambiente regulado (PORTAL, 2013).
O setor privado é responsável por cerca de 70%
da energia distribuída no País, ficando os restantes
30% com empresas públicas, municipais, estaduais
e federais (ANEEL, 2013).
P&DSegundo pesquisa realizada pelo Centro de
Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE, 2012), os
valores investidos em P&D no tema energia eólica,
no Brasil, são baixos quando comparados às reais
necessidades e ao desenvolvimento que essa fon-
te vem apresentando no país. Há programas de
P&D / PD &I promovidos pela ANEEL, pelo CNPQ
e pela FINEP ao longo da última década totali-
zando investimentos da ordem de R$ 60 milhões.
O estudo identificou 68 grupos de pesquisa
em distintas instituições, espalhadas por todo o
país, demonstrando o interesse da academia nas
diferentes temáticas do assunto. Porém, estes
grupos são compostos por um pequeno número
de participantes (entre um e cinco), sinalizando a
OS PROPRIETÁRIOS
DE PARQUES
EÓLICOS DETÉM A
CONCESSÃO PARA
EXPLORAÇÃO
DA ENERGIA
POR PERÍODOS
GERALMENTE DE
20 A 35 ANOS
5. No Brasil há atualmente dois ambientes de negócio e de contratos: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) – atualmente o principal ambiente de contração de energia eólica, e o Ambiente de Contratação Livre (ACL). No caso do ACR as operações de compra e venda se dão através de leilões com o critério de menor tarifa onde somente podem participar da compra as empresas distribuidoras de energia. Os contratos resultantes do leilão são de longo prazo, em geral 20 anos, e tem a garantia de repasse dos custos de aquisição de energia às tarifas dos consumidores finais. No ACL, só podem comprar energia os chamados consumi-dores livres. Neste ambiente as relações comerciais são livremente pactuadas e regidas por contratos que estabelecem prazos e volumes. (Pinto Jr, 2007.)
137ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
carência de pesquisadores existente neste setor.
Os grupos de pesquisa estão concentrados nos
Estados das Regiões Nordeste e Sul, regiões com
maior potencial eólico e maior número de parques
instalados. As instituições envolvidas em PD&I
no país incluem principalmente universidades e
seus laboratórios, algumas fundações e institutos
de pesquisa, e, em menor número, laboratórios
privados e empresas individuais.
O estudo da CGEE identificou como de alta relevân-
cia a necessidade de ações de pesquisa em diversas
temáticas do setor, e recomendou uma série de
ações estratégicas e de investimento, tais como a
formação de uma rede de pesquisas em energia
eólica que congregaria laboratórios de todo o país, e
o aumento da oferta de editais específicos às linhas
temáticas prioritárias (tecnologias de aerogeradores,
recursos eólicos; materiais, política, economia e aná-
lises socioambientais, conexão e integração à rede,
engenharia e centrais eólicas, planejamento e opera-
ção, normatização, certificação e padronização).
Algumas destas ações já estão atualmente em
andamento, como a criação da RBPEE - Rede Bra-
sileira de Pesquisa em Energia Eólica, promovida
pela ABEEólica com objetivo de estimular a coo-
peração entre empresas e entre estas e institui-
ções públicas e privadas para o desenvolvimento
da capacidade empresarial para inovar, aumen-
tando a competividade da fonte eólica no Brasil.
Cabe ressaltar também o
lançamento da chamada
P&D Estratégico 017/2013
da ANEEL para o “Desen-
volvimento de Tecnologia
Nacional de Geração Eóli-
ca”, que recebeu propostas
que somam investimen-
tos da ordem de R$ 250
milhões. As empresas que
apresentaram propostas
foram a Centrais Elétricas
de Santa Catarina (Celesc),
Companhia Hidrelétrica do
São Francisco (Chesf), com
dois projetos, Queiroz Gal-
vão e Tractebel. Os projetos
preveem o desenvolvimento de tecnologia nacio-
nal para geração eólica com aerogeradores de até
3MW, incluindo também componentes como pás,
nacele, geradores, conversores e torres.
Cabe ressaltar que o maior interesse em PD&I na
área de aerogeradores parece estar restrito às em-
presas locais, de origem brasileira ou latina, enquan-
to que as OEMs multinacionais tendem a centralizar
seus esforços em suas matrizes no exterior.
A Figura 22 apresenta uma visão esquemática da
cadeia de valor de bens e serviços.
OS GRUPOS DE
PESQUISA ESTÃO
CONCENTRADOS
NOS ESTADOS DAS
REGIÕES NORDESTE
E SUL, REGIÕES
COM MAIOR
POTENCIAL EÓLICO
E MAIOR NÚMERO
DE PARQUES
INSTALADOS
138 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
FIGURA 22
CADEIA DE VALOR DE BENS E SERVIÇOS
MATERIAIS
COMPONENTES
MANUFATURA
LOGÍSTICA EOPERAÇÕES
PRODUTORESDE ENERGIA
USO FINAL
P&D
• Aço laminado
• Concreto
• Aço Forjado
• Alumínio
• GFRP
• CFRP
• Fibra de Vidro
• Fibra de Carbono
• Resina
• Madeira Balsa
• Adesivos
• Imãs
• Permanentes
• Aço Silício
• Cobre
• Torre
• Pá
• Cubo
• Nacele
OEMs-Montadoras
• Promotores de Projeto
• Consultores
• Gerenciadores de Projeto
• Transporte, movimentação e montagem
• Operação & Manutenção
• Empresas do setor elétrico
• Bancos
• Eletro - intensivos
• Construtoras
• Fundos de Pensão
• Empresas Privadas
• Empresas Públicas Municipais
• Empresas Públicas Estaduais
• Empresas Públicas Federais
Universidade e seus laboratórios, fundações e institutos
de pesquisa, laboratórios privados e empresas individuais.
139ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS
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