atualização do mapeamento da cadeia produtiva da indústria...

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6.1 PRODUTO Atualização do Mapeamento da Cadeia Produtiva da Indústria Eólica no Brasil

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1CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO

6.1PRODUTO

Atualizaçãodo Mapeamento

da Cadeia Produtiva da Indústria Eólica no Brasil

6.1PRODUTO

Atualizaçãodo Mapeamento

da Cadeia Produtiva da Indústria Eólica no Brasil

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Presidente

Michel Temer

MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS

Ministro

Marcos Jorge de Lima

AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL – ABDI

Presidente

Luiz Augusto de Souza Ferreira

Diretor de Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico

Miguel Antônio Cedraz Nery

Diretor de Planejamento

Walterson da Costa Ibituruna

Gerente de Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico

Cynthia Araújo Nascimento Mattos

Gerente de Planejamento e Inteligência

Jackson De Toni

Coordenador de Planejamento e Inteligência

Rogério Dias de Araújo

Coordenadora de Difusão Tecnológica

Talita Daher

Equipe Técnica

Jorge Luis Ferreira Boeira (Responsável)

Carlos Vinícius Frees

Ficha TécnicaFUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

Presidente

Carlos Ivan Simonsen Leal

Diretoria FGV Projetos

Cesar Cunha Campos

Ricardo Simonsen

Coordenação de Projeto

Luiz Gustavo Medeiros Barbosa

Marcel Levi

Especialista

Vivian Sebben Adami

Equipe Econômica e Estatística

Ique Guimarães

Everson Machado

Equipe Técnica

André Meyer Coelho

Erick Lacerda

Fabíola Barros

Luciana Vianna

Saulo Rocha / Pesquisador Convidado

Thays Venturim

Projeto Gráfico

Café.art.br

01 Introdução ........................................................................................................06 1.1 Metodologia .......................................................................................................... 10 02 Fabricantes Nacionais de Aerogeradores, Componentes e Subcomponentes ..................................................................................................14 2.1 Fabricantes de Aerogerador (Montadoras) ............................................................ 20

2.2 Fabricantes de Torre ........................................................................................... 24

2.3 Fabricantes de Pás .............................................................................................. 30

2.4 Fabricantes de Subcomponentes, Insumos e Elementos Internos para Torres ..... 34

2.5 Fabricantes de Subcomponentes e Insumos para o Rotor – Pás e Cubo ................. 40

2.6 Fabricantes de Subcomponentes da Nacele ....................................................... 50

03 Estratégia de Compras na Cadeia Produtiva Brasileira .......................70 3.1 Conceitos Básicos .................................................................................................72

3.2 Análise da Estratégia de Compras na Cadeia Eólica no Brasil ...................................76

Sumário

04 Conclusões e Sugestões ..............................................................................82 4.1 Principais Conclusões no Comparativo com o Estudo de 2014 ................................ 84

4.2 Sugestões ........................................................................................................... 90

4.3 Observações ....................................................................................................... 92

05 Referências Bibliográficas .........................................................................94

ANEXO I Itens que Compõem a Cadeia Produtiva de Bens e Serviços .......98 Bens - Partes e Componentes .................................................................................. 100

Principais Componentes de um Aerogerador de Eixo Horizontal .............................. 110

Relatório dos Serviços ............................................................................................. 126

Cadeia de Valor de Bens e Serviços ......................................................................... 130

Manufatura .............................................................................................................. 134 Referências Bibliográficas ....................................................................................... 138

6 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

01

7CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO

Introdução

8 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

01. IntroduçãoEM 2016, O NÚMERO DE

EMPREGOS DIRETOS NO

SETOR DE ENERGIA EÓLICA

REPRESENTAVA UMA FORÇA DE

TRABALHO DE MAIS DE 150 MIL

POSTOS, CONSIDERANDO QUE

15 EMPREGOS SÃO GERADOS

A CADA MW INSTALADO, DE

ACORDO COM ESTIMATIVA DA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

ENERGIA EÓLICA

De acordo com o levantamento realizado pela ABDI (2014),

a cadeia produtiva de energia eólica do Brasil era formada

por 79 indústrias diretamente relacionadas ao setor, as

quais estavam envolvidas na montagem de aerogeradores,

na fabricação de componentes e subcomponentes que

totalizavam 55 itens diferentes. No segmento da prestação

de serviços, o Brasil possuía pelo menos 150 empresas que

atendiam ao setor abrangendo atividades desde o desen-

volvimento de projetos, pré-construção, construção, opera-

ção e manutenção de parques eólicos. Em 2016, o número

de empregos diretos no setor de energia eólica represen-

tava uma força de trabalho de mais de 150 mil postos,

considerando que 15 empregos são gerados a cada MW

instalado, de acordo com estimativa da Associação Brasi-

leira de Energia Eólica (ABEEólica). Ressalta-se, portanto,

a constituição de uma robusta cadeia de fornecedores na-

cionais e estrangeiros, os quais foram atraídos para investir

no Brasil a partir de políticas de conteúdo local reguladas pelo BNDES, que financiou

grande parte dos projetos de geração de energia de fonte eólica no país desde 2009,

e de políticas públicas representadas pelo Plano Nacional de Desenvolvimento (PDE)

que incentivaram a geração de energia eólica no País.

O crescimento na geração eólica observado no Brasil nos últimos anos e a perspectiva

de entrada de mais energia nova de fonte eólica nos próximos anos, juntamente com

as projeções de crescimento pelo governo e setor privado, são indicativos de uma

janela de oportunidade para o fortalecimento da cadeia nacional de fornecedores de

bens e serviços para a geração de energia eólica, seja para atender a demanda interna,

mas também para um possível esforço exportador por parte da indústria brasileira.

9CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO

A ABIMAQ, em 2013, demandou e apoiou a ABDI, através das atividades do

CEE - Conselho de Energia Eólica da ABIMAQ1, na elaboração do trabalho

inicial de levantamento da cadeia produtiva no Brasil face às políticas de con-

teúdo local adotadas pelo BNDES no financiamento dos empreendimentos de

geração de energia por fonte eólica. De igual modo, outra importante parceira

da ABDI, a ABEEólica também contribuiu fortemente para realização do estudo

de 2014 e para sua atualização. A organização tem realizado um trabalho muito

importante na sistematização de dados e informações públicas2 e esse trabalho

tem sido fundamental para acompanhar o ritmo do crescimento da oferta de

energia eólica e projeções para o mercado brasileiro.

Novamente a ABDI se propõe a realizar a atualização do estudo de 2014, inti-

tulado “MAPEAMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DA INDÚSTRIA EÓLICA

NO PAÍS” (ABDI, 2014). As informações e conhecimentos obtidos com esta

atualização servirão de base inicial para a construção de um portal de energias

renováveis, onde futuramente será possível acessar a localização das unidades

produtivas e dos parques eólicos instalados em território nacional, obter dados

sobre componentes, subcomponentes, serviços especializados e seus respecti-

vos fornecedores e sobre as sistemáticas e funcionamento da cadeia produtiva

da indústria eólica brasileira.

O presente estudo está assim dividido: no capítulo 2 são apresentados os fabri-

cantes de aerogeradores, de componentes, subcomponentes e insumos instala-

dos no Brasil até esse momento; no capítulo 3 são descritas as características da

cadeia produtiva brasileira, incluindo uma visão estratégica dos bens necessários

à montagem de um aerogerador (Matriz Kraljic), os principais desafios produti-

vos, aspectos logísticos e de competitividade; no capítulo 4 são apresentadas as

principais conclusões do levantamento realizado e são elencadas sugestões para

o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva da indústria eólica no Brasil.

1. 1 O CEE – Conselho de Energia Eólica da Abimaq foi criado em 2011 com o objetivo de desenvolv-er ações de cunho institucional e mercadológico, que possam resultar uma maior participação da indústria nacional nos investimentos que acontecem no País no segmento de geração de energia por fonte eólica. 1. 2 ANEEL - dados de usinas de todas as fontes em operação e construção; CCEE - dados de comer-cialização e geração eólica, e dados de leilão de energia; EPE - dados de vento e dados de consumo de energia; MCTI - dados de emissão de CO2; BNEF - dados de investimento global e dados gerais mundiais; GWEC - da-dos gerais mundiais anuais e posicionamento do Brasil no mundo; MME - dados de oferta interna de energia, projeções, análises mundiais e outros quando disponibilizados; ONS - dados de desempenho operacional das usinas eólicas no Sistema Interligado Nacional (SIN)

1. O CEE – Conselho de Energia Eólica da Abimaq foi criado em 2011 com o objetivo de desenvolv-er ações de cunho institucional e mercadológico, que possam resultar uma maior participação da indústria nacional nos investimentos que acontecem no País no segmento de geração de energia por fonte eólica.

2. ANEEL - dados de usinas de todas as fontes em operação e construção; CCEE - dados de comer-cialização e geração eólica, e dados de leilão de energia; EPE - dados de vento e dados de consumo de energia; MCTI - dados de emissão de CO2; BNEF - dados de investimento global e dados gerais mun-diais; GWEC - dados gerais mundiais anuais e posicionamento do Brasil no mundo; MME - dados de oferta interna de energia, projeções, análises mundiais e outros quando disponibilizados; ONS - dados de desempenho operacional das usinas eólicas no Sistema Interligado Nacional (SIN)

10 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Metodologia O presente estudo tem as mesmas delimitações definidas no levantamento de 2014, isto

é, contempla a cadeia produtiva apenas para aerogeradores de grande porte (> 1 MW)

para parques onshore.

Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes meios:

1 Pesquisa de campo, na forma de questionários enviados a representantes de diferentes estágios da cadeia produtiva, tais como montadoras de aerogera-dores, desenvolvedores de parques eólicos, fornecedores de componentes, subcomponentes, insumos e prestadores de serviço;

2 Pesquisa de campo, na forma de entrevistas semiestruturadas junto aos res-ponsáveis pelas áreas de suprimentos e/ou comercial/negócios das montado-ras, sendo que as entrevistas foram, em sua maioria, presenciais;

3 Pesquisa secundária em sites de fabricantes e fornecedores, site do BNDES – credenciamento de fornecedores, sites de notícias do setor e sites especializa-dos em pesquisas no setor eólico nacional e internacional, publicações científi-cas e publicitárias, etc. Cabe salientar que os levantamentos feitos através de pesquisa secundária para identificação de fabricantes não foram exaustivos; e

4 Participação em eventos do setor, como o Brazil Wind Power 2017, realizado de 29 a 31 de agosto de 2017, no Rio de Janeiro;

5 Oficina de projetos de energias renováveis3 da ABDI, realizada em 13 de dezembro de 2017, na sede da ABDI, em Brasília, com a participação de mais de 30 especialistas do setor de energias renováveis.

A ABIMAQ e a ABEEÓLICA contribuíram decisivamente no processo de coleta

de dados abrindo espaço em suas reuniões e agendas para divulgação do estudo

e mobilização de seus associados para participação, assim como fornecendo suas

bases de dados para envio dos questionários.

1. 3 http://www.abdi.com.br/Paginas/noticia_detalhe.aspx-?i=4282

3. http://www.abdi.com.br/Paginas/noticia_detalhe.aspx?i=4282

11CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO

Os seguintes questionários foram aplicados na coleta de campo, os quais foram

organizados com base a divisão de atividades apresentadas na Figura 1.1.1:

1 Cadeia produtiva de bens e serviços associados ao aerogerador:

• Questionário preliminar – enviado às montadoras (fornecedores dos aerogeradores) para informações gerais iniciais, identificação dos res-pondentes preferenciais e dos componentes/itens de maior criticidade na estrutura do aerogerador;

• Questionário 1 – Montadoras - enviado a todas as montadoras com questões abrangendo bens e serviços ofertados e valores correspon-dentes, sistemática de compras, atendimento aos requisitos do BNDES (2012), avaliação da capacidade produtiva e tecnológica da cadeia brasileira, fatores logísticos, fornecedores dos principais materiais, componentes e subcomponentes que compõem os aerogeradores;

• Questionário 1 – Fornecedores de Componentes – enviado aos fabricantes de torres, pás e componentes do Hub e Nacele de forma customizada para cada um deste tipo de componente; e

• Questionário 1 – Simplificado – enviado aos associados das câma-ras setoriais da ABIMAQ para que informassem os itens/insumos fornecidos ao setor eólico.

2 Cadeia produtiva de serviços associados ao desenvolvimento de projetos:

• Questionário 2 – Enviado aos empreendedores (ou proprietários / geradores) dos parques eólicos, desenvolvedores de projeto, e em-presas de engenharia, consultoria e construção, com questões sobre serviços especializados contratados e modelo de aquisição de energia;

3 Cadeia produtiva de bens e serviços associados à construção e O&M do parque:

• Questionário 3 – Enviado aos respondentes do Questionário 2 e incluindo ainda empresas de construção, logística e montagem de aero-geradores, abordando questões sobre bens utilizados na construção e O&M do parque, serviços para construção e O&M do parque e modelo de aquisição de energia.

12 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 1.1.1

SEGMENTAÇÃO DA CADEIA DE BENS E SERVIÇOS DA INDÚSTRIA EÓLICA

Fonte: Adaptada de Godoy (2008).

Produção de pás, torres, partesda naceles, ...

PRODUÇÃO DE COMPONENTES

Desenvolvimento do projeto do AER e

montagem da nacele

MONTAGEM

PRODUÇÃO DO AEROGERADOR

FORNECEDOR DE COMPONENTES

FORNECEDOR DO AEROGERADOR

CADEIA DE BENS E SERVIÇOSASSOCIADOS AO AEROGERADOR

Prospecção da localidade, acordo com proprietário do terremo

e autoridades locais

DESCOBERTA E GARANTIA DA

OPORTUNIDADE

Levantamento do potencial e restrições,

elaboração e ajustedo leiaute

DEFINIÇÃO DO LEIAUTE DO

PROJETO

PROSPECÇÃO DEOPORTUNIDADES EÓLICAS

PROMOTOR(DESENVOLVEDOR)

DE PROJETOS

CONSULTORDE PROJETOS

CADEIA DE SERVIÇOSASSOCIADOS AO

DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS

Transporte comp., obrascivis e infra-estrutura,

instalação doAER....

EXECUÇÃODO PROJETO

operação emanutenção da usina

PRODUÇÃO(GERAÇÃO

DE ENERGIA)

EXECUTORDO PROJETO

PRODUTORDE ENERGIA

CADEIA DE BENS E SERVIÇOS ASSOCIADOS A CONSTRUÇÃO

E O&M DO PARQUE

13CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO

As entrevistas com os representantes das montadoras seguiram roteiro semies-

truturado perpassando os seguintes temas principais: competitividade da cadeia

produtiva brasileira; desenvolvimento produtivo e tecnológico; funcionamento

(flexibilidade) da cadeia; e funcionamento (relacionamentos) na cadeia.

É importante frisar que apesar dos esforços e inúmeros reenvios e follow-ups rea-

lizados, houve baixo volume de questionários recebidos. Houve dificuldades com

as bases de dados de contatos utilizadas (contatos não mais ativos, ou números

de telefone/e-mails desatualizados, por exemplo), o que demandou uma série de

contatos adicionais na busca da identificação de possíveis respondentes. Outra difi-

culdade foi a resistência das empresas a disponibilizarem informações consideradas

confidenciais, como faturamento anual e valores de bens e serviços, assim como

identificar fornecedores pouco conhecidos, os quais foram desenvolvidos de forma

“exclusiva” pela empresa. A maior parte das devolutivas veio das montadoras e de

fabricantes de componentes / subcomponentes. Desta maneira, as informações

obtidas referentes a cadeia de bens e serviços associadas a construção dos parques

e desenvolvimento de projetos foram bastante limitadas.

Cabe ressaltar que as informações aqui apresentadas representam o melhor do co-

nhecimento obtido e, embora não sejam exaustivas, acredita-se que sejam suficientes

para retratar os principais aspectos relativos a evolução e ao estágio atual da cadeia

produtiva da indústria eólica no País.

Um descritivo dos itens que compõem a cadeia produtiva de bens e serviços, incluindo

ainda as diferentes tipologias de aerogeradores, parte integrante do estudo anterior-

mente realizado pela ABDI (2014), encontra-se no Anexo 1, a fim de servir de base de

referência técnica para o conteúdo deste relatório.

14 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

02

15CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO

Fabricantes Nacionais de Aerogeradores, Componentes e Subcomponentes

16 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

O aerogerador é constituído pelos seguintes componentes básicos: tor-

re; pás, cubo do rotor, eixo, nacele, gerador, e, dependendo da tecnolo-

gia, caixa de engrenagem. Uma outra subdivisão possível é a que separa

os componentes principais em: rotor (compreendendo as pás, o cubo,

rolamentos e mecanismos de controle); trem de acionamento (compre-

endendo o eixo principal, sistema de freios, caixa de engrenagem – se

houver, e eixo secundário (se houver); nacele (considerando carenagem

em fibra, sistema de Yaw (guinada), peças estruturais e equipamentos

auxiliares); sistema de força elétrica (contendo gerador, conversor ou

inversor – se algum, cabos internos e transformador); e a torre.

A abertura dos componentes e subcomponentes para uma visão única

de árvore de produto é dificultada pelas diferentes tecnologias utilizadas

pelos fabricantes e também pelas diferentes sistemáticas de compras e

nomenclaturas utilizadas.

Neste relatório utilizou-se a subdivisão apresentada no Quadro 1, que

está alinhada com a metodologia do Banco Nacional de Desenvolvimen-

to Econômico e Social - BNDES (BNDES, 2012) para credenciamento na

Agência Especial de Financiamento Industrial - FINAME. O detalhamen-

to da metodologia do BNDES é apresentado no Anexo 2.

02. Fabricantes Nacionais de Aerogeradores, Componentes e Subcomponentes

17CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

QUADRO 2.1

ABERTURA DOS COMPONENTES E SUBCOMPONENTES DE UM AEROGERADOR

DIVISÃOFABRICANTE

DO COMPONENTE

DIVISÃO FABRICANTE DO SUBCOMPONENTE/INSUMO

TORRE

TORRE DE AÇOESTRUTURAS PARA

TORRES DE AÇO

FLANGES

FIXADORES

PORTAS / ESCOTILHAS

TINTAS

TORRE DE CONCRETO

ESTRUTURAS PARA TORRES DE CONCRETO

CONCRETO

MOLDES

INSERTOS METÁLICOS

CABOS DE AÇO DE PROTENSÃO

ADITIVOS PARA CONCRETO E ADESIVOS

ELEMENTOS INTERNOS DAS TORRES

ELEVADOR

ESCADA

PLATAFORMA

SUPORTES E ACESSÓRIOS

SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA-QUEDAS / GUARD-RAILS

ILUMINAÇÃO

ROTOR PÁ ESTRUTURA DA PÁ

TECIDO DE FIBRA DE VIDRO

TECIDO DE FIBRA DE CARBONO

RESINA POLIÉSTER

RESINA EPÓXI

MADEIRA BALSA

FIXADORES E PORCAS

FIXADORES (ADESIVOS)

ADESIVOS (OUTROS), ESPUMAS, SELANTES E TINTAS

SISTEMA ANTI-RAIO

18 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

DIVISÃOFABRICANTE

DO COMPONENTE

DIVISÃO FABRICANTE DO SUBCOMPONENTE/INSUMO

ROTOR CUBO

(MONTADORAS)

SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA O CUBO

CARENAGEM

CUBO (FUNDIDO)

LUBRIFICANTES

PAINEL DE CONTROLE

SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA O CUBO 

PLACAS (TORQUE E STIFFENING PLATES)

ROLAMENTO

SERVIÇOS DE PINTURA

SERVIÇOS DE USINAGEM (PODENDO INCLUIR PINTURA)

SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO

SUBCOMPONENTES DO SISTEMA DE PASSO

ACIONAMENTO DO PASSO (MOTORREDUTOR)

BLOCO HIDRÁULICO DO PASSO

ENGRENAGENS E REDUTORES PLANETÁRIOS

MOTORREDUTOR

PAINEL DE CONTROLE DO PASSO

NACELE NACELE

(MONTADORAS)

ACESSÓRIO LUZES DE SINALIZAÇÃO

CABOS E BARRAMENTOS CABOS E BARRAMENTOS

CARENAGEM CARENAGEM

CONVERSOR / INVERSOR CONVERSOR / INVERSOR

COROA DENTADA COROA DENTADA

EIXO PRINCIPAL (MAIN SHAFT) 

EIXO

LUBRIFICANTES

SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO

ELEMENTO ESTRUTURAL

BASTIDOR

CHASSI / SUPORTE DO GERADOR

PARAFUSOS ESTRUTURAIS

QUADRO PRINCIPAL

QUADRO TRASEIRO

QUADRO TRASEIRO

GEAR CASE GEAR CASE

PAINEL DE CONTROLE E PROTEÇÃO

PAINEL DE CONTROLE E PROTEÇÃO

19CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

DIVISÃOFABRICANTE

DO COMPONENTE

DIVISÃO FABRICANTE DO SUBCOMPONENTE/INSUMO

NACELE  NACELE

(MONTADORAS)

SEMICONDUTOR DE POTÊNCIA

SEMICONDUTOR DE POTÊNCIA

SISTEMA DE FREIOS FREIOS

SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

SISTEMA DE TRAVAMENTO DO

ROTOR (ROTOR LOCK)SISTEMA DE TRAVAMENTO DO ROTOR (ROTOR LOCK)

SISTEMA DE YAW

ENGRENAGEM

FREIOS

FUNDIDO PARA YAW

MOTORREDUTOR

PAINEL DE CONTROLE DO YAW

REDUTOR

ROLAMENTO YAW

SISTEMA DE ACIONAMENTO DO YAW

SUBCOMPONENTE AEROGERADOR COM

CAIXAGERADOR

SUBCOMPONENTE AEROGERADOR SEM

CAIXA

BOBINAS

ELEMENTO ESTRUTURAL DO ROTOR / ESTATOR

NÚCLEO MAGNÉTICO

RESINA DE IMPREGNAÇÃO

TALHA TALHA

TOP BOX TOP BOX

TRANSFORMADOR TRANSFORMADOR

UNIDADE HIDRÁULICA UNIDADE HIDRÁULICA

USINAGEM USINAGEM

Fonte: Elaborado pela FGV conforme metodologia do BNDES (BNDES, 2012).

20 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Fabricantes de Aerogerador (Montadoras)

Os fabricantes de aerogeradores são comumente

chamados de montadoras, pois em grande

parte recebem componentes fabricados por

outras empresas e realizam a integração dos

sistemas. A integração total do aerogerador

acontece diretamente no parque eólico, pois

nesse momento é realizada a montagem da

torre e são acoplados o cubo, as pás e a nacele.

Suas unidades fabris se dedicam geralmente à

montagem da nacele e do cubo do rotor, podendo

incluir também, no caso de maior verticalização, a

fabricação das torres e das pás.

Em 2014 haviam 10 mon-

tadoras de aerogerador

atuando no País, sendo

seis delas credenciadas no

FINAME/ BNDES (IMPSA,

WOBBEN, GE, ALSTOM,

GAMESA e ACCIONA),

e uma em processo final

de homologação (WEG).

A VESTAS havia assinado

carta de intenções junto

ao BNDES e planejava

sua adequação às regras

do FINAME até o último

trimestre de 2015, o que

aconteceu. A SIEMENS e

SUZLON, embora tives-

sem fornecido máquinas

para o mercado brasileiro,

não encaminharam sua homologação às novas

regras do FINAME.

A GAMESA ampliou sua fábrica, em Camaçari,

na Bahia, em 2015, aumentando a capacidade de

produzir naceles para uma quantidade equivalen-

te a cerca de 600 MW (aproximadamente 300

unidades/ano), ante 400 MW (aproximadamente

200 unidades/ano) de capacidade em 2014. Os

investimentos no empreendimento somaram

cerca de R$ 30 milhões (PETRONOTÍCIAS,

2015). Em junho de 2016 foi anunciada ao mer-

cado brasileiro a fusão entre a SIEMENS (59% do

capital) e a GAMESA (41% do capital), resultando

na SIEMENS GAMESA Renewable Energy, uma

empresa com um total de capacidade instalada

mundial de 69 GW (ESTADÃO, 2016).

Outra mudança na configuração das montadoras

de aerogeradores foi a compra-fusão da divisão

de energia da ALSTOM pela GE. A finalização do

processo de compra foi anunciada em novembro

de 2015 por US$ 10,6 bilhões (EXAME, 2015).

Ainda em 2015 a GE anunciou o aumento da ca-

pacidade de sua unidade fabril de Campinas (SP)

e o lançamento de novos modelos de turbinas,

mais potentes. Um dos motivos que possibili-

tou a ampliação da capacidade da GE, segundo

informado na época, foi a parceria instituída

com a SKF, fabricante de rolamentos eólicos. Os

rolamentos eram o principal gargalo do setor, pois

só havia um fornecedor no País em 2014 (ÉPOCA

NEGÓCIOS, 2015). Recentemente a GE transfe-

riu a unidade fabril de Campinas para Camaçari,

onde eram produzidas as máquinas modelo ECO

da ALSTOM, modelo que deverá ser descontinu-

ado em breve. A capacidade atual da fábrica de

Camaçari é de cerca de 384 unidades/ano (600

MW). Percebe-se, portanto, que não houve um

incremento de capacidade proporcional a soma

das capacidades de GE e Alstom, que eram em

2014 de cerca de 900MW.

A INTEGRAÇÃO

TOTAL DO

AEROGERADOR

ACONTECE

DIRETAMENTE NO

PARQUE EÓLICO, POIS

NESSE MOMENTO

É REALIZADA A

MONTAGEM DA

TORRE E SÃO

ACOPLADOS O CUBO,

AS PÁS E A NACELE

21CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

Outra compra-fusão ocorreu entre a espanhola

ACCIONA e a alemã NORDEX. O processo, que

envolveu valores da ordem de 785 milhões de

euros (EXAME, 2015), foi concluído em abril

de 2016, resultando na criação da NORDEX

ACCIONA Windpower. A empresa tinha em

2014 capacidade para produção de 100 naceles/

ano, a qual foi ampliada para 150 unidades no

ano seguinte. A NORDEX ACCIONA opera com

fábricas de torres de concreto próprias, monta-

das próximas aos parques eólicos com projeto e

processo próprios patenteados.

A WEG, único fabricante de origem brasileira a

entrar no setor de aerogeradores, gradativamente

aumentou sua capacidade de 24 máquinas/ano

para 144 máquinas/ano. Além da atuação como

montadora através da WEG ENERGIA, a empresa

fabrica inversores e sistemas de controle (WEG

Automação) e transformadores e subestações

(WEG Transmissão & Distribuição). Em abril des-

te ano a WEG anunciou sua intenção de adequar

sua fábrica de motores e geradores, no estado de

Tamil Nadu, na Índia, para também fabricar ae-

rogeradores de 2,1 megawatts (MW). A unidade

indiana estaria apta para fornecer os primeiros

equipamentos a partir de 2018, com capacidade

produtiva de até 250 MW/ano (WEG, 2017).

A WOBBEN possui quatro unidades fabris, sendo

uma em Sorocaba/SP (pás e geradores), uma no

Pecém/CE (pás), uma em Juazeiro/BA (torres

de concreto) e uma em Guaíba/RS (torres de

aço). Instalada no Brasil em dezembro de 1995,

a WOBBEN foi a primeira fabricante de aeroge-

radores de grande porte da América do Sul. Sua

produção está estabilizada em 500 MW.

A VESTAS instalou sua uni-

dade produtiva de naceles e

hubs no município de Aqui-

raz, próximo a Fortaleza, no

Ceará. A fábrica foi inaugu-

rada oficialmente em janeiro

de 2016 com capacidade

inicial de produção de 400

MW, podendo ser ampliada

para 800MW. A empresa

investiu R$ 100 milhões na

unidade (CERNE, 2015).

A montadora indiana SU-

ZLON comunicou em julho

de 2017 o encerramento

definitivo das atividades da

sua subsidiária no Brasil, a

SUZLON Energia Eólica do

Brasil. De acordo com o comunicado, a decisão

foi tomada “após análise cuidadosa de todas as

opções, como uma consequência de múltiplos fa-

tores que são exclusivos do Brasil” (CTEE, 2017).

Já a IMPSA ou Wind Power Energia (WPE), nome

da subsidiária brasileira que chegou a ser a mon-

tadora com maior capacidade instalada no País, e

que tinha planos de instalar uma nova unidade no

Rio Grande do Sul, começou a enfrentar dificul-

dades financeiras em 2014, ano em que entrou

com pedido de recuperação judicial e paralisou as

atividades (UOL NOTÍCIAS, 2016).

A Figura 2.1.1, apresenta a evolução da capacidade

produtiva das montadoras de aerogeradores de

2014 a 2017 e o Quadro 2.1.1 traz informações

detalhadas das montadoras em atuação no País, cre-

denciadas, e conforme aparecem no site do BNDES.

A WEG, ÚNICO

FABRICANTE DE

ORIGEM BRASILEIRA

A ENTRAR

NO SETOR DE

AEROGERADORES,

GRADATIVAMENTE

AUMENTOU SUA

CAPACIDADE DE

24 MÁQUINAS/

ANO PARA 144

MÁQUINAS/ANO

22 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 2.1.1

EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA DAS MONTADORAS – 2014 A 2017

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

0

100

200

300

400

500

2014 2015 2016 2017

500

200 200

294300 300 300

250 250 250250

200

148

148100

150 150 150

24

144 144

WEG

GE

IMPSA

ALSTOM VESTAS

ACCIONA GAMESA

WOBBEN

384 384 384

84

Cap

acid

ade

pro

du

tiva

an

ual

- e

m u

nid

ades

23CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

QUADRO 2.1.1

INFORMAÇÕES DAS MONTADORAS EM ATUAÇÃO NO PAÍS, CREDENCIADAS NO BNDES

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: As montadoras em negrito ou sofreram processos de compra/fusão ou ainda não estavam credenciadas no levantamento de 2014 – “novo” (ABDI, 2014).

RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CADASTRO FINAME)

ENDEREÇO DAS UNIDADES PRODUTIVAS CIDADE UF SITE

ACCIONA WINDPOWER BRASIL ("FUSÃO" COM NORDEX)

AEROGERADOR AW-116 3MW, AW-125 3MW, AW-125 3,15MW

Via das Torres, 646 - Cia Sul SIMÕES FILHO BA nordex-online.com

SIEMENS GAMESA RENWABLE ENERGY ("FUSÃO")

AEROGERADOR G114 2.0 MW, G114 2.1 MW, G97 2.0MW

Rua dos Polímeros, S/N CAMAÇARI BA gamesacorp.com

GE WATER & PROCESS TECHNOLOGIES DO BRASL LTDA (AQUISIÇÃO ALSTOM)

AEROGERADOR ECO 122; AEROGERADOR GE 2.5-116, 1.6-100, 2.2 - 107, 2.3 - 107, 2.3-116, GE 2.2-116, GE 2.4-107, ROTOR 100, 1.7-100, ROTOR 103 1.7-103; AEROGERADOR SLE 1.5MW - CLASSE II; XLE 1.5MW - CLASSE II, 1.7-100, 1.6-100, 1.7-103

BA-535 - Via Parafuso CAMAÇARI BA ge.com.br

VESTAS DO BRASIL ENERGIA EOLICA LTDA (NOVO)

AEROGERADOR V110 2.0MW, V110 2.2MW

BR-116, 1517 - Verife ITAITINGA CE vestas.com

WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS S/A

AEROGERADOR AGW 110/2.0, AGW 110/2.1, AGW110/2.2

Av. Prefeito Waldemar Grubba, 3000

JARAGUÁ DO SUL

SC weg.net

WIND POWER ENERGIA S/A (IMPSA)

AEROGERADOR IV-82, IWP-85, UNIPOWER IWP-111 - 2.0MW

Estrada TDR Norte KM 3,3 Suape

CABO DE SANTO AGOSTINHO

PE impsa.com

WOBBEN WINDPOWER INDUSTRIA E COMERCIO LTDA

AEROGERADOR E-82 2.3MW, E-92 2.3MW

Av. Fernando Stecca, 100 - Zona Industrial

SOROCABA SP

wobben.com.br

Rodovia CE 422, Km 10. CEP 61690-000; Telefone: (085) 4008-7250.

CAUCÁIA (PECÉM)

CE

Av. Três, 1959-2091 - João Paulo II, Telefone: (15) 2101-1860"

JUAZEIRO BA

BR-116, S/N - Km 303,4 - São Francisco, 92500-000 Telefone: (51) 3106-5580"

GUAIBA RS

24 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Observa-se que a capacidade produtiva total das

montadoras praticamente não se alterou com as

mudanças que aconteceram no cenário nacional,

se mantendo ao redor de 1500 unidades ou

aproximadamente 3500 MW/ano. Com relação à

demanda anual por aerogeradores, uma estima-

tiva pode ser feita a partir dos volumes contrata-

dos nos leilões de energia, levando-se em conta a

data prevista de início de operação e consideran-

do-se que os aerogeradores serão produzidos

no ano anterior a esta data. O gráfico da Figura

2.1.2 apresenta o comparativo teórico capaci-

dade versus demanda em unidades de aerogera-

dores para o período 2014 a 2018. Na prática, a

produção do volume de 2017 foi antecipada em

anos anteriores, não havendo falta de capacida-

de naquele ano (pequeno pico no gráfico acima

da capacidade instalada). Percebe-se, portanto,

em geral, uma capacidade da cadeia bastante

superior à demanda.

FIGURA 2.1.2

COMPARATIVO CAPACIDADE VERSUS DEMANDA EM UNIDADES DE AEROGERADORES

Fonte: Elaborado pela FGV a partir de Boletim de Dados (ABEEólica).

Obs.: Volume em MW convertidos em aerogeradores considerando-se potência média de 2,3 MW por aerogerador. Não estão consideradas de-mandas provenientes de outros tipos de contrato.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2014 2015 2016 20182017

CAPACIDADE (UNIDADES) DEMANDA ANUAL (UNIDADES)

25CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

Fabricantes de Torre Diversas mudanças ocorreram também no

âmbito dos fabricantes de torres. A ENGEBASA,

que havia investido cerca de R$ 76 milhões na

construção de uma segunda unidade produtiva

em Guaíba, no Rio Grande do Sul, não teve a

necessária demanda para viabilizar projetos de

modo a ocupar a capacidade desta nova unidade e

acabou arrendando-a para a WOBBEN em 2016.

A WOBBEN iniciou a operação da Fábrica de

Torres Guaíba - FTG (Figura 2.2.1) em setembro

de 2016, cujas instalações têm em torno 14.000

m², em uma área total de 147.327,12 m². Segundo

a empresa, a fábrica foi projetada para a produção

tanto de torres de aço quanto de concreto, sendo

que atualmente a fábrica produz os segmentos

de aço que compõem o topo das torres de seus

aerogeradores. A WOBBEN utiliza tecnologia de

torres híbridas, sendo a parte de baixo da torre

de concreto e os segmentos finais, no topo, de aço

(WOBBEN WINDPOWER, 2016).

FIGURA 2.2.1

FÁBRICA DE TORRES GUAÍBA – FTG

Fonte: WOBBEN WINDPOWER, 2016.

26 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Incrementos de capacidade

aconteceram na planta da

ENGEBASA de Cubatão

(190 unidades em 2017) e

na unidade da espanhola

GESTAMP, atingindo 600

torres/ano, a qual segue

sendo o maior fabricante

de torres de aço tubulares

do País. A Torres Eólicas do

Nordeste - T.E.N, que per-

tencia em 2014 a ALSTOM

e a ANDRADE GUTIER-

REZ - AG, é agora uma

joint-venture entre a GE e

a AG. A fábrica de torres,

originalmente da ALSTOM,

que ficava em Canoas, no

Rio Grande do Sul, e tinha

capacidade para 120 torres/ano, foi fechada pela

GE no início de 2016. A TORREBRAS ou Torres

Eólicas do Brasil, empresa do Grupo Daniel

Alonso, da Espanha, chegou a anunciar inves-

timentos em 2014 da ordem de R$ 50 milhões

para aumentar em 50% a sua capacidade de

produção, mas de fato manteve sua capacidade

em 200 torres/ano. Outros fabricantes de torres

de aço aparecem ainda na lista de credenciados

do BNDES no FINAME: INTECNIAL, BRASIL-

SAT, ICEC-SCS e a NTB - Nordeste Torres do

Brasil. Porém, estas empresas não mantiveram

um fornecimento regular, e em alguns casos, nem

mesmo chegaram a concretizar um fornecimento

efetivo, estando em 2017 praticamente ausentes

do mercado de torres eólicas. Atualmente apenas

a ENGEBASA é fabricante originalmente nacio-

nal, ativa, de torres de aço. As demais pertencem,

ou tem participação de grupos estrangeiros.

Estas mudanças praticamente não alteraram a

capacidade produtiva total de torres de aço em

relação a 2014, ficando em 1.190 torres/ano.

Com relação às torres de concreto, também ocor-

reram algumas mudanças. A WOBBEN deixou de

utilizar as instalações da ERNESTO WOEBCKE

no Rio Grande do Sul e mudou sua fábrica móvel

para Juazeiro, na Bahia. A INNEO praticamente

deixou de atuar no mercado brasileiro. A WEG

chegou a ter uma unidade de industrialização

de torres de concreto instalada em Rio Grande/

RS, em parceria com a CONFER Construtora

Fernandes de Criciúma/SC. Uma nova fabricante

de torres de concreto é a DTS - Dois A Tower

System Pré-Moldados, de Natal/RN. Montadoras

que atualmente se utilizam de torres de concreto

no mercado brasileiro são a NORDEX-ACCIONA,

a WEG e a WOBBEN (torre híbrida). A tendência

é que as fábricas de torres de concreto sejam

móveis, e assim possam ser deslocadas conforme

a localização da demanda. A tecnologia emprega-

da segue padrões mundiais e é obtida geralmente

a partir de licenciamentos.

Embora não se tenha dados objetivos quanto à

capacidade produtiva das fábricas de torres de

concreto (capacidade variável), pode-se con-

cluir que haveria um excedente na capacidade

total de torres. Com base na capacidade atual

das montadoras que utilizam torres de aço, a

demanda por este tipo de torre seria de até 884

unidades/ano, e a capacidade total das fábri-

cas de torres de aço é de 1.190 torres/ano. A

Figura 2.2.2 apresenta a evolução da capacida-

de instalada de torres de aço no período 2014

a 2017, e a Figura 2.2.3 uma vista da fábrica de

torres de concreto da CTZ Eolic Tower.

ATUALMENTE

APENAS A

ENGEBASA É

FABRICANTE

ORIGINALMENTE

NACIONAL, ATIVA,

DE TORRES DE

AÇO. AS DEMAIS

PERTENCEM, OU

TEM PARTICIPAÇÃO

DE GRUPOS

ESTRANGEIROS

27CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

FIGURA 2.2.2

EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA DE TORRES DE AÇO NO PERÍODO 2014 A 2017 - CAPACIDADE TOTAL DE

1190 UNIDADES

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

A fabricação das torres de aço cônicas

envolve basicamente operações de caldeira-

ria – corte das chapas, dobramento e solda.

As torres são produzidas em três ou quatro

segmentos, conforme projeto da montadora,

denominados seções ou tramos. Uma vez

fabricados os tramos, estes são submetidos

a processos de preparação superficial e

acabamento tais como: jateamento abrasivo,

metalização e pintura (externa e interna).

Un

idad

es

450

600

200 200

168

120100 100

50

0

200

0

100

200

300

400

500

600

GESTAMP TORREBRAS ENGEBASA ALSTOM INTECNIAL SCS A BRASIL SAT T.E.N.

2014 2017

190

0 00 0

28 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 2.2.3

FÁBRICA DE TORRES DE CONCRETO DA CTZ EOLIC TOWER

Fonte: CTZ EOLIC TOWER, 2017.

O Quadro 2.2.1 apresenta os fabricantes de torres de aço credenciados no

FINAME/BNDES e o Quadro 2.2.2 apresenta os fabricantes de torres de con-

creto instalados no País.

29CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

QUADRO 2.2.1

FABRICANTES NACIONAIS DE TORRES DE AÇO

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME CADASTRO FINAME) CIDADE UF SITE

BRASILSAT HARALD S A TORRE EOLICA - TUBULAR METALICA CURITIBA PR brasilsat.com.br

ENGEBASA MECANICA E USINAGEM LTDA

TORRE EOLICA - TUBULAR METALICA CUBATÃO SP .engebasa.com.br

GESTAMP WIND STEEL PERNAMBUCO S/A

TORRE EOLICA - TUBULAR METALICA

CABO DE SANTO AGOSTINHO

PE gestampren.com

INTECNIAL S.A.TORRE PARA SUPORTE DE GERADOR DE ENERGIA EOLICA

ERECHIM RS intecnial.com.br

NTB - NORDESTE TORRES DO BRASIL LTDA

TORRE PARA AEROGERADORES - METÁLICA TUBULAR

AQUIRAZ CE ntbtorres.com.br

SCS SOLUCOES, CONSTRUCOES E SISTEMAS LTDA

TORRE EOLICA - TUBULAR METALICA MIRASSOL SP http://www.icec.com.br/

TORRES EOLICAS DO BRASIL LTDA (TORREBRAS)

TORRES EOLICAS - TORRE DE ACO CAMAÇARÍ BAwww.windair-renovables.es

TORRES EOLICAS DO NORDESTE S/A

TORRE EÓLICA - 89M JACOBINA BA www.ten.ind.br

WIND LAM CANOAS PLANT (ALSTOM) CANOAS RS www.alstom.com

30 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.2.2

FABRICANTES NACIONAIS DE TORRES DE CONCRETO

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CADASTRO FINAME)CIDADE UF SITE

CASSOL NÃO SE APLICA ARACATI CE cassol.ind.br

CONFER CONSTRUTORA FERNANDES LTDA (NOVO)

NÃO SE APLICA RIO GRANDE RS conferconstrutora.com.br

CTZ EOLIC TOWER NÃO SE APLICA FORTALEZA CEcortezengenharia.com.br/ctz-eolic-tower

DTS - DOIS A TOWER SYSTEM PRÉ-MOLDADOS LTDA (NOVO)

NÃO SE APLICA NATAL RN .doisa.com

EOLICABRAS NÃO SE APLICA PEDRA GRANDE RN eolicabras.com.br

NORDEX - ACCIONA (NOVO)

NÃO SE APLICA (MÓVEL) nordex-online.com

WOBBEN NÃO SE APLICA JUAZEIRO BA wobben.com.br

31CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

Em 2017 o País continua contando com quatro fa-

bricantes de pás eólicas: a WOBBEN, que fabrica

apenas para seu próprio consumo (local e expor-

tação); a TECSIS; a AERIS e a LM Wind Power.

A AERIS teve um crescimento significativo nos

últimos quatro anos. A expansão de seu portfólio

de clientes mais que triplicou sua capacidade em

relação a 2014. Para atendimento às demandas

da VESTAS, por exemplo, a AERIS construiu uma

unidade específica em seu site no Pecém (CERNE,

2015) e contratou cerca de 400 funcionários para

sua operação. Atualmente a empresa se prepara

para atender também ao mercado externo. A

WOBBEN, que também tem uma unidade para

fabricação de pás no Pecém, fornece a partir des-

se site as pás destinadas aos parques brasileiros,

enquanto que a unidade de Sorocaba é dedicada

exclusivamente à exportação.

A TECSIS inaugurou em 2016 uma nova uni-

dade em Camaçari/BA voltada, à princípio, ao

atendimento do mercado nacional, enquanto

as unidades de Sorocaba produziam pás prin-

cipalmente para exportação. Foram previstos

investimentos em Camaçari da ordem de R$ 220

milhões, para uma capacidade produtiva de 2,5

mil pás/ano, em 12 linhas de produção, empre-

gando cerca de 6000 funcionários. Atualmente

esta unidade tem três linhas operativas (três

moldes). Recentemente, porém, a empresa fina-

lizou seus contratos com seu até então principal

cliente (GE), o que resultou no fechamento das

unidades produtivas de Sorocaba e na demissão

de um grande número de funcionários. Foram

transferidas para Camaçari a planta de corte e

de montagem de kits que ficavam em Sorocaba.

A TECSIS concentra agora sua produção em

Camaçari e busca por oportunidades em outros

mercados para sua melhor ocupação.

No final de 2016 a GE anunciou aquisição mun-

dial da dinamarquesa LM Wind Power, a maior

fabricante de pás eólicas do mundo, por 1,65

bilhão de dólares. Conforme comunicado da em-

presa, a intenção da GE com a aquisição é captu-

rar uma maior fatia do mercado global de energia

renovável, além de permitir

a internalização da tecnolo-

gia para design e produção

de pás, e com isto, reduzir

os custos dos aerogerado-

res. Cabe ressaltar que a pá

é o componente de maior

custo do aerogerador e

de maior impacto em seu

desempenho (RECHARGE

WIND, 2016). A GE pre-

tende manter a LM Wind

Power como uma unidade

independente, isto é, podendo fornecer a outras

montadoras de aerogeradores (AMBIENTE

ENERGIA, 2016).

Outra movimentação internacional envolvendo

tecnologia de desenvolvimento e fabricação de

pás eólicas foi anunciada no início deste ano, entre

a NORDEX e a dinamarquesa SSP Technology.

A NORDEX, que já era parceira de longa data da

SSP, decidiu adquirir esta última dentro de sua

estratégia de crescimento. A SSP é detentora de

inúmeras patentes para a produção de pás eólicas

e deve fortalecer a capacidade inovativa da NOR-

DEX-ACCIONA (RECHARGE WIND, 2017).

A Figura 2.3.1 apresenta a evolução da capacida-

de produtiva nacional de pás eólicas.

Fabricantes de Pás

A PÁ É O

COMPONENTE DE

MAIOR CUSTO DO

AEROGERADOR

E DE MAIOR

IMPACTO EM SEU

DESEMPENHO

32 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 2.3.1

EVOLUÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA PARA PÁS EÓLICAS - CAPACIDADE TOTAL DE 7000

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Em relação a 2014, observa-se, portanto, uma

redução na capacidade produtiva de pás em

cerca de 2.000 unidades, ou mais, impactada

pelo fechamento das unidades da Tecsis em

Sorocaba. Cabe considerar que o total de 7.000

unidades apontado para 2017, ainda não é

real, uma vez que a unidade da Tecsis em Cama-

çari não estaria em condições de fabricar sua

capacidade prevista. Há ainda que se considerar

o impacto da aquisição da LM pela GE.

Especialistas do setor consideram haver algum risco

no médio prazo para as montadoras clientes da LM,

apesar da posição da GE em manter a empresa in-

dependente (RECHARGE WIND, 2016b). Algumas

montadoras também têm receio de que informações

sobre seus preços, desenhos e especificações técni-

cas das pás, acessíveis aos fabricantes de suas pás,

possam vir a ser do conhecimento da GE. O Quadro

2.3.1 apresenta os fabricantes de pás eólicas com

fábricas instaladas no País e os respectivos modelos

de pás credenciados no FINAME/BNDES.

Un

idad

es

6000

2500

1500 1500

1000 1000

400

2000

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

TECSIS WOBBEN LM WIND POWER AERIS

2014 2017

33CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

QUADRO 2.3.1

FABRICANTES NACIONAIS DE PÁS EÓLICAS

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

As pás são componentes de grandes dimensões

que interagem diretamente com o vento. São perfis

aerodinâmicos geralmente de 30 a 70 metros de

comprimento (instalações onshore) fabricados

em material compósito – resina epóxi ou poliéster

reforçada com fibra de vidro e/ou carbono – e

representam cerca de 22% do custo do aeroge-

rador e 7% de sua massa (6 a 10 toneladas cada

uma). Em termos estruturais a pá consiste em um

casco externo, formado por duas conchas unidas de

material compósito, suportado por uma viga prin-

cipal ou estrutura central. Os materiais compósitos

podem ser de 2 tipos: laminados – várias camadas

de materiais compósitos unidas – e sanduíche

– camadas externas finas de laminado com um

núcleo central de baixa densidade constituído por

materiais como madeira balsa, espuma de PVC, PU

ou PET. A fabricação do casco e viga central é feita

geralmente por processos de infusão, utilizando-

-se moldes especiais, mas também pode ser por

pré-impregnação – processo “Prepreg”. Estas es-

truturas são posteriormente coladas com adesivos

à base de epóxi.

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME

FANTASIA

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME CADASTRO FINAME) CIDADE UF SITE

AERIS IND E COMERCIO DE EQUIPAMENTOS PARA GERACAO DE EN

PA PARA AEROGERADOR DE ENERGIA EOLICA - MODELO ACCIONA AW116-3MW 56.7M ; PA PARA TURBINA EOLICA - AW 61,2; WEG 53.7; V110 - VESTAS; GE56.9

CAUCAIA (PECÉM) CE aerisenergy.com.br

LM WIND POWER DO BRASIL S.A.

PA PARA GERADOR DE ENERGIA EOLICA - LM 47.6 P2; LM 48.8; 48.7; LM 56.0; LM 56.9

IPOJUCA (SUAPE) PE lmwindpower.com

TECSIS TECNOLOGIA E SISTEMAS AVANCADOS S/A

PÁ PARA AEROGERADOR - AW61 - 3MW; PA PARA GERADOR DE ENERGIA EOLICA - AL53; AL59; G97; GE 48,7C 1,7 100; GE40XLE 1,85 82,5; GE50.2

CAMAÇARI (NOVA LOCALIDADE)

BA tecsis.com.br

WOBBEN WINDPOWER INDUSTRIA E COMERCIO LTDA

PÁ PARA AEROGERADOR EÓLICO - E-92

SOROCABA SP

wobben.com.br

CAUCAIA (PECÉM) CE

34 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Fabricantes de Subcomponentes, Insumos e Elementos Internos para Torres

A metodologia para credenciamento na FINAME

do BNDES exige a fabricação das torres eólicas no

Brasil, em unidade própria ou de terceiros, com, pelo

menos, 70% em peso das chapas de aço fabrica-

das no País ou concreto armado de procedência

nacional, com, pelo menos, 60% da quantidade dos

forjados de procedência nacional e com utilização

dos componentes internos de procedência nacio-

nal – plataformas, escadas, suportes, guarda corpo,

eletro dutos, parafusos. Ainda, o elevador da torre é

item da Tabela 1, Tipo B (BNDES, 2012), elegível de

nacionalização conforme critérios da metodologia.

Atualmente estão credenciados no FINAME quatro

fabricantes de elevadores – ARTAMA, HAILO,

AVANTI e POWER CLIMBER, enquanto que em

2014 havia apenas fabricantes em processo de

nacionalização. Ainda em relação ao mapeamento

de 2014, os seguintes novos fabricantes foram

identificados: a GERDAU, como fornecedora de

chapas grossas para a estrutura das torres de aço,

a partir de sua usina em Ouro Branco/MG; a GRI

FLANGES BRAZIL; a METALBRAX, a TECNOFIX

e a METALTORK, na fabricação de fixadores; a

ENGEBASA na fabricação

de elementos internos e

portas e escotilhas, substi-

tuindo importações; a WIND

RIDLOFF como fornecedora

de sistemas de protensão

para torres de concreto; a

ALUSTAR, na fabricação de

internos de alumínio e a

BARGA na elaboração dos

kits de montagem das estru-

turas internas de torres.

A GERDAU também fornece barras laminadas

para fabricação de flanges caldeiradas e soldadas

a partir de suas unidades em Pindamonhangaba/

SP e Charqueadas/RS. Cabe ressaltar que a GER-

DAU desenvolveu um produto específico para o

setor eólico, o aço 42CrMo4 modificado, criado

para uso na produção dos fixadores. Segundo a

empresa, este aço traz competitividade à cadeia,

pois atende ao elevado grau de exigência de pro-

priedades mecânicas a um menor custo, fazendo

frente às demais opções de produtos encontrados

no mercado mundial.

A GRI FLANGES BRAZIL, pertencente ao grupo

espanhol GESTAMP, investiu R$ 81 milhões em

unidade no Complexo Industrial Portuário de

Suape com capacidade de produção anual de 6,5

mil flanges, com geração de cerca de 80 empre-

gos diretos. A unidade foi inaugurada em 2015

e a produção atende exclusivamente o mercado

brasileiro, mas há possibilidade de expansão para

atendimento do mercado internacional. Outra

possibilidade considerada pela empresa é atuação

na área de fundição, único segmento do grupo

GRI que não tem atividade local. Os 80 empre-

gados da unidade de flanges foram treinados por

15 gestores da planta da Zestoa, na Espanha, que

fabricaram as primeiras peças (DIÁRIO DE PER-

NAMBUCO, 2015). Os flanges fabricados pela

GRI são do tipo com costura, obtidas pelo pro-

cesso de calandragem, diferente do processo de

laminação utilizado na fabricação de rolamentos

(sem costura). Para atender ao FINAME os flanges

utilizados nas torres devem ser pelo menos 60%

de procedência nacional. A Figura 2.4.1 apresenta

uma visão da fábrica de flanges da GRI.

PARA ATENDER AO

FINAME OS FLANGES

UTILIZADOS NAS

TORRES DEVEM SER

PELO MENOS 60%

DE PROCEDÊNCIA

NACIONAL

35CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

FIGURA 2.4.1

FÁBRICA DE FLANGES PARA TORRES DE AÇO DA GRI

Fonte: NILL JUNIOR, 2015.

Os Quadros 2.4.1 a 2.4.3 apresentam respectivamente os fornecedores de subcom-

ponentes e insumos para torres de aço; os fornecedores de subcomponentes e insu-

mos para torres de concreto; e os fornecedores de elementos internos das torres.

36 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.4.1

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA TORRES DE AÇO

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)

SUBCOMPONENTE/ INSUMO

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

CIDADE UF SITE OBSERVAÇÕES

CHAPAS DE AÇO LAMINADO

USIMINAS IPATINGA E CUBATÃO

MG E SP

usiminas.com

GERDAU (NOVO)

OURO BRANCO MG gerdau.comAs chapas são utilizadas na estrutura das torres

BARRAS E BLOCOS LAMINADAS DE AÇO

GERDAU (NOVO)

PINDAMO- NHANGABA

SP gerdau.comAs barras são usadas na fabricação de flanges calandradas.

FLANGES

UNIFORJA DIADEMA SP uniforja.com.br

GRI FLANGES DO BRAZIL (NOVO)

CABO DE SANTO AGOSTINHO

PE gri.com.es

FIXADORES

METALBRAX (NOVO)

GUARULHOS SP metalbrax.com.br

TECNOFIX (NOVO)

JABAQUARA  SP grupotecnofix.com.b

METALTORK (NOVO)

DIADEMA SP metaltork.com.br

INDUSTRIAL REX BRAÇO TROMBUDO SC rex.com.br

CISER JOINVILLE SC ciser.com.br

PORTAS / ESCOTILHAS

ALUS

ENGEBASA (NOVO)

CUBATÃO SP engebasa.com.br

ATLANTA SOROCABA SP atlantalaser.com.br

TINTAS

RENNER COATINGS

CURITIBA PR renner.com.br

INTERNATIONAL (AKZO NOBEL)

SANTO ANDRÉ SP international-pc.com

JOTUN (NOVO)

ITABORAÍ RJ jotun.com

37CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

QUADRO 2.4.2

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA TORRES DE CONCRETO

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)

SUBCOMPONENTE/ INSUMO

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

CIDADE UF SITE

CONCRETOPRODUZIDO UTILIZANDO CIMENTO DE FORNECEDORES LOCAIS TAIS COMO: MIZU, CIMPOR, LAFARGE, VOTORANTIM, ETC...

MOLDESCSM (NOVO)

SCHROEDER SC csm.ind.b

INSERTOS METÁLICOS

TENSACCIAI SÃO PAULO SP tensacciai.it

RUDLOFF WIND TORRES EÓLICAS (NOVO)

SÃO PAULO SP rudloff.com.br/wind/

CABOS DE AÇO DE PROTENSÃO

BELGO PIRACICABA SP arcelormittal.com.br

PROTENDIDOS DYWIDAG GUARULHOS SP dywidag.com.br

RUDLOFF WIND TORRES EÓLICAS (NOVO)

SÃO PAULO SP rudloff.com.br/wind/

ADITIVOS PARA CONCRETO E ADESIVOS (MONTAGEM E REPARO DE PRÉ-MOLDADOS)

MC-BAUCHEMIE BRASILVARGEM GRANDE PAULISTA

SP mc-bauchemie.com.br

BASF - CONSTRUCTION CHEMICALS (NOVO)

SAO PAULO SP basf-cc.com.br

38 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.4.3

FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS INTERNOS DAS TORRES

SUBCOMPONENTE/ INSUMO

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME CADASTRO

FINAME)CIDADE UF SITE

ELEVADOR

ARTAMA METALMECANICA LIMITADA (NOVO)

ELEVADOR DE CREMALHEIRA PARA TORRES EOLICAS; SERVIÇO A CABO PARA AEROGERADORES - GWB300

JARAGUÁ DO SUL

SC artama.com.br

AVANTI BRASIL SISTEMAS EOLICOS

ELEVADOR DE CARGA PARA TURBINA EOLICA

FORTALEZA CE www.avanti-online.com

HAILO SISTEMAS METALICOS LTDA

ELEVADOR DE SERVIÇO PARA AEROGERADORES

JAGUARIUNA  SP hailo-professional.de

POWER CLIMBER COMERCIO DO BRASIL S.A. (NOVO)

ELEVADOR EOLICAJABOATAO DOS GUARARAPES

PE powerclimberwind.com

ESCADA

ATLANTA SOROCABA SP atlantalaser.com.br

HAILO JAGUARIÚNA SPhailo.com.br hailo-professional.de

KATHREIN SÃO PAULO SP kathrein.com.br

ALUSTAR (NOVO)

SÃO BERNARDO DO CAMPO

SP

BARGA (NOVO)

CABO DE SANTO AGOSTINHO

PEibarga.com/pt/componentes_aerogeneradores2.asp

39CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

SUBCOMPONENTE/ INSUMO

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME CADASTRO

FINAME)CIDADE UF SITE

PLATAFORMA

ENGEBASA (NOVO)

CUBATÃO SP engebasa.com.br

ALUSTAR (NOVO)

SÃO BERNARDO DO CAMPO

SP amelhorescada.com.br

AVANTI BRASIL SISTEMAS EOLICOS (NOVO)

EUSÉBIO CE pb.avanti-online.com

BARGA (NOVO)

CABO DE SANTO AGOSTINHO

PEibarga.com/pt/componentes_aerogeneradores2.asp

ATLANTA SOROCABA SP atlantalaser.com.br

HAILO JAGUARIÚNA SPhailo-professional.de/prof_public/content.php?t=30&nav=2

SUPORTES E ACESSÓRIOS

ATLANTA SOROCABA SP .atlanta.eco.br

HAILO JAGUARIÚNA SP

NORTEL (REXEL) CAMPINAS SP nortel.com.br

40 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Apenas o elevador aparece como item credenciado no Finame, apesar da exigência de outros internos e insumos de procedência nacional. Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)

SUBCOMPONENTE/ INSUMO

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME CADASTRO

FINAME)CIDADE UF SITE

SUPORTES E ACESSÓRIOS

BARGA (NOVO)

CABO DE SANTO AGOSTINHO

PE barga-brasil.com.br

ENGEBASA (NOVO)

CUBATÃO SP www.engebasa.com.br

SISTEMAS DE PROTEÇÃO CONTRA-QUEDAS / GUARD-RAILS

HAILO JAGUARIÚNA SPhailo-professional.de/prof_public/content.php?t=30&nav=2

ARTAMA METALMECANICA LIMITADA (NOVO)

 JARAGUÁ DO SUL

SC artama.com.br

BARGA (NOVO)

CABO DE SANTO AGOSTINHO

PEwww.barga-brasil.com.br

ENGEBASA (NOVO)

CUBATÃO SP www.engebasa.com.br

ILUMINAÇÃO NORTEL (REXEL) CAMPINAS SP www.nortel.com.br

CABOS

PRYSMIAN SOROCABA SP prysmian.com.br

PHELPS DODGEPOÇOS DE CALDAS

MG pdicbrasil.com

NEXANS AMERICANA SP nexans.com.br

41CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

Fabricantes de Subcomponentes e Insumos para o Rotor – Pás e Cubo

As pás produzidas no Brasil pela TECSIS,

WOBBEN e AERIS utilizam resina do tipo epóxi

na constituição do compósito. A LM Wind Power

utiliza mundialmente a resina poliéster. A fibra

empregada no compósito geralmente é a fibra de

vidro, mas alguns modelos utilizam também fibra

de carbono. A fibra de vidro é utilizada na forma de

tecido e há tipos que conferem diferentes proprie-

dades mecânicas e de resistência ao compósito.

No final de 2014 a fabricante de resinas epóxi

MOMENTIVE Specialty Chemicals Inc. anun-

ciou a mudança de seu nome para HEXION Inc.

e a instalação de sua nova unidade no Brasil, em

Itatiba/SP para produção do blend de resinas –

epóxi e agente de cura – para uso na estrutura de

pás eólicas. Com a instalação da LM Wind Power

no Brasil, a resina de poliéster foi inserida na

cadeia produtiva da pá. No final de 2014 também

a multinacional alemã SAERTEX anunciou o início

das operações de sua fábrica em Indaiatuba/SP

voltada a fabricação dos tecidos multiaxiais de fi-

bra de vidro. Foram investidos cerca de R$ 10 mi-

lhões na nova fábrica, que é a primeira da empresa

na América Latina, em uma área de 2,5 mil m² de

área fabril, sendo que o crescimento do mercado

de energia eólica foi um dos principais motiva-

dores para o investimento no País. A capacidade

produtiva é de cerca de 15 mil toneladas, mas se

destina a atender também empresas de outros

segmentos. A OWENS CORNING, fabricante dos

fios (rovings) usados na confecção de tecidos de

fibra de vidro utilizados nas pás eólicas, investiu

em diversas melhorias e na ampliação de sua uni-

dade em Rio Claro, totalizando investimentos da

ordem de US$ 5.0 milhões nos últimos três anos.

A entrada de novos fabricantes no País com pelo

menos o fornecimento do blend local e do tecido

local contribuíram para diminuição da dependên-

cia de fornecedores monopolista, uma vez que

estes itens têm grande participação no cálculo do

conteúdo local da pá.

O Quadro 2.5.1 apresenta os elementos e insu-

mos utilizados na manufatura da estrutura das pás

e os respectivos fabricantes.

42 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.5.1

FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS E INSUMOS PARA PÁS

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014, ou ainda não estavam operantes (ABDI, 2014).

SUBCOMPONENTEFABRICANTE

RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

CIDADE UF SITE OBSERVAÇÕES

TECIDOS DE FIBRA DE VIDRO

CPIC BRASIL (NOVO)

CAPIVARI SP cpicfiber.com

SAERTEX (NOVO)

INDAIATUBA SP saertex.com

OWENS CORNING RIO CLARO SP owenscorning.com

TECIDO DE FIBRA DE CARBONO

IMPORTADO DE EMPRESAS COMO A ALEMÃ SAERTEX

Importado

RESINA POLIÉSTER

REICHHOLD (NOVO)

MOGI DAS CRUZES SPreichhold.com/pt/default.aspx

Pás e carenagem da nacele

NOVAPOL (NOVO)

SERRA ES novapol.com.br

RESINA EPÓXI

DOW GUARUJÁ SP dow.comFabricação local da resina epóxi base.

HEXION (MOMENTIVE) ITATIBA SP momentive.comPreparação apenas do blend.

MADEIRA BALSA IMPORTADO DO EQUADOR Importado

FIXADORES E PORCAS

METALBRAX (NOVO)

GUARULHOS SP metalbrax.com.br

METALTORK DIADEMA SP metaltork.com.br

TECNOFIX SOROCABA SPtecnofixparafusos.com.br

ALGOLIX (NOVO)

SÃO PAULO SP algolix.com.br

FIXADORES (ADESIVOS)

HENKEL DIADEMA SP henkel.com.br

SIKA OSASCO SP bra.sika.com

ADESIVOS (OUTROS), ESPUMAS, SELANTES E TINTAS

IMPORTADO DE EMPRESAS ESTRANGEIRAS COMO, POR EXEMPLO, A ITW, PLEXUS E AKZO

Importado

SISTEMA ANTI-RAIO LEHMOR Importado

43CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

Alguns tipos especiais de tecido de fibra de vidro

são importados, assim como os tecidos de fibra

de carbono. Seguem sendo importados insumos

como espumas de PVC, madeira balsa, adesi-

vos, selantes e revestimentos (massas, gelcoats

e tintas) para o acabamento das pás. Apesar de

haver no País diversos fabricantes de tintas com

capacidade produtiva para fabricação das massas,

gelcoats e tintas necessários à proteção das pás

eólicas, estes itens, geralmente por sua baixa par-

ticipação em peso e valor na composição das pás,

e por sua alta exigência técnica, à princípio não

despertam o interesse das montadoras e fabrican-

tes de pás para sua nacionalização.

Em suas etapas iniciais a metodologia do BNDES

exigia a montagem do cubo no Brasil em unidade

própria. A partir da última etapa é permitida a

terceirização da montagem de cubos em empre-

sas estabelecidas no Brasil. O fundido utilizado

deve ser de procedência nacional (fundido,

usinado e pintado no país). A partir da última

etapa também devem ser fabricados no País: a

carenagem do cubo; os rolamentos de passo; o

sistema de acionamento do controle de passo;

e os painéis de controle de passo. Há a opção de

substituição da nacionalização do fundido do

cubo pela nacionalização de um componente

dentre os relacionados na coluna A da Tabela 1

(BNDES, 2012). Entretanto, deve manter a nacio-

nalização dos demais componentes citados.

No componente do cubo, um importante gar-

galo foi resolvido com a entrada de três novos

fabricantes de rolamentos, a SKF, a LIEBHERR e

a SHILLA, e, em breve de um quarto, a GERDAU

SUMMIT. Em 2014 apenas a THIESSEN KRUPP

(ROBRASA) fornecia localmente os rolamentos

do passo. A SKF inaugurou em setembro de 2015

a nova fábrica da KAYDON Corporation, em

Cajamar, São Paulo, destinada a fabricação de

rolamentos para o setor eólico. Foram investidos

U$ 22 milhões na construção da planta de 6,6

mil metros quadrados, com geração de até 150

pessoas. No final de 2016,

o Grupo LIEBHERR iniciou

a operação de uma nova

planta de produção em

Guaratinguetá (SP), dedica-

da à produção de rolamen-

tos para turbinas eólicas.

A unidade que tem 6.000

m², e é a terceira fábrica da

Divisão de Componentes da

LIEBHERR no mundo, está

equipada para a realização

de operações desde a usi-

nagem até a têmpera por indução das pistas dos

rolamentos, passando por máquinas geradoras de

dentes até o tratamento de superfícies. A SHILLA

Brasil instalou sua unidade produtiva na cidade de

Tietê, em terreno de 90 mil m², e com investimen-

to inicial da ordem de R$ 30 milhões.

A GERDAU inaugurou em março deste ano o em-

preendimento conjunto GERDAU SUMMIT em

sua usina de aço especial de Pindamonhangaba

(SP). O objetivo da empresa contempla o forneci-

mento dos anéis de rolamento e também do eixo

principal (subcomponente da nacele). O capital

social da empresa está dividido em 59% para a

Gerdau, 39% da japonesa Sumitomo Corpora-

tion e 2% para a Japan Steel Works - JSW. Serão

investidos R$ 280 milhões até 2020 para a aqui-

sição de máquinas e equipamentos da operação,

financiados pela Sumitomo. Novos equipamen-

tos estão previstos para chegar em meados do

primeiro semestre do ano que vem. Até o final de

2018, a empresa espera estar fornecendo para o

setor eólico (INVESTE SÃO PAULO, 2017). Outra

possibilidade é a fabricação de anéis laminados

para flanges, que é uma necessidade de algumas

montadoras que utilizam torres mais altas.

Apesar de constarem no FINAME quatro fabri-

cantes de fundidos (carcaças de cubo) para o

cubo do rotor, o item é tido como gargalo pela

maioria das montadoras de aerogeradores. Em

EM SUAS ETAPAS

INICIAIS A

METODOLOGIA

DO BNDES EXIGIA

A MONTAGEM DO

CUBO NO BRASIL

EM UNIDADE

PRÓPRIA

44 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

2014 os fabricantes nacionais afirmavam haver

sobre capacidade de fornecimento de carcaças

de cubo. Já há algum tempo, porém, a VOITH não

está mais atuando no setor eólico. Em processo

avançado de credenciamento está a FUNDIÇÃO

MORENO, porém este fornecedor potencial inter-

rompeu o projeto de fornecer o fundido do cubo

em função das incertezas do mercado. Segundo

a empresa, são necessários altos investimentos,

os quais estariam voltados apenas a uma cadeia

específica. Futuramente

a empresa pode reavaliar

sua decisão, desde que haja

uma retomada do setor.

Também está em avaliação

pela GERDAU SUMMIT a

realização de investimentos

que permitiriam a fabricação

de grandes fundidos em sua

unidade. A empresa já tem

os principais equipamentos

necessários para essa pro-

dução, os quais já são usados

para fabricação de cilindros de laminação fundidos.

Em 2014 eram poucas as empresas com capa-

cidade de usinar grandes fundidos como o cubo

do rotor. Além da BR METALS havia a BAR-

DELLA e a STEPAN, e alguns poucos outros,

mas algumas montadoras cujos modelos de

aerogerador tinham configurações mais com-

plexas ou tamanhos de cubo maiores percebiam

dificuldades no atendimento de suas demandas

em função do curto prazo entre a contratação

e a entrega. A oferta de serviços de usinagem

aumentou com a entrada em operação de várias

outras empresas, tais como ST METALS e com

investimentos feitos por diversas empresas,

entre elas a PAINCO e a EMALTO. A EMALTO,

que está sediada em Timóteo, no Vale do Aço,

Minas Gerais, iniciou a operação no início deste

ano. A ST METALS importou maquinário de

usinagem de última geração e também oferece

serviços de pintura. Além disso, se responsabi-

liza pelo gerenciamento da cadeia de forneci-

mento do cubo, atendendo montadoras como

GAMESA e GE. A PAINCO, além de serviços

de usinagem, fabrica subcomponentes da

nacele. No Quadro 2.5.2 são apresentados os

subcomponentes que fazem parte do cubo e os

correspondentes fabricantes nacionais.

O cubo é uma peça única de ferro fundido, de

alta precisão de fundição e usinagem, construída

com liga de alta resistência. O cubo acomoda os

rolamentos para fixação das pás e os mecanis-

mos e motores para o ajuste do ângulo de ataque

das pás – o sistema de passo (pitch). O sistema

de passo pode ser basicamente de dois tipos: hi-

dráulico e elétrico. O sistema pás e cubo respon-

dem então por 10 a 14% do peso do aerogerador

e por 20 a 30% do custo da máquina.

EM 2014 ERAM

POUCAS AS

EMPRESAS COM

CAPACIDADE DE

USINAR GRANDES

FUNDIDOS COMO O

CUBO DO ROTOR

45CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

QUADRO 2.5.2

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO CUBO

SUBCOMPO-NENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE OBS

CARENAGEM

ANCEL TECNOLOGIA EM COMPOSITOS LTDA.

S

CONJUNTO CONO AW3000 DES. 1020803 REVISAO 04; CTO. FIBRA CONO MODULAR AW3000

RIO CLARO SP ancel.com.br

ATLANTA IND. E COM . DE PECAS E EQUIP LTDA

SCARENAGEM DO HUB - CARENAGEM DO HUB

SOROCA-BA

SP atlanta.eco.br

BFG BRASIL COMPONENTES PLASTICOS LTDA (NOVO)

S SPINNER JOINVILLE SC.bfginternational.com/

MOLDE PLASTICOS REFORCADOS LTDA

S

SPINNER CARENAGEM DO HUB 1,85 - 82,5 - 1.85/82,5; 1.6/100 OU 1.7/100 - 1.6/100 OU 1.7/100

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

SP mmolde.com.br

MVC COMPONENTES PLASTICOS SA

S

CARENAGEM DO CUBO - AWG; SPINNER CARENAGEM DO HUB - 1.6 - 100 OU 1.7 - 100; ECO 100-110-122

SÃO JOSÉ DOS PI-NHAIS

PRmvcplasticos.com.br

CUBO (FUNDIDO)

BR METALS FUNDICOES LTDA

S

HUB - GE 1.7MW 100 OU 1.6MW 100; GAMESA G97 2.0MW; WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS; 2.3 MW; G114; AW3

MATOZI-NHOS 

MG brmetals.com.br

FUNDICAO MORENO LTDA (NOVO)

N HUB - GE 2570SERTÃOZI-NHO

SP moreno.ind.br

Em pro-cesso de credencia-mento

GERDAU SUMMIT (NOVO)

NPORTO ALEGRE

RSgerdau summit.com.br

Em ava-liação de viabilidade.

46 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

SUBCOMPO-NENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE OBS

CUBO (FUNDIDO)

ROMI S

CAST HUB - 2.3-107 - 115W5351; G114 STD2 - GP265412 - GP265412; G9X - GP203143; HUB 2MW MK10 CASTING 29012697; COMPONENTE FUNDIDO BLADE HUB - 781-920-VER19, HUB - 574807 - SIEMENS, HUB MACHINED MK7-H - 290, HUB MACHINED V100 - 2.0MW, CUBO (HUB) 115W1807-GE, HUB - 1018693, HUB - 115W1908, HUB 29000375

SANTA BÁRBARA D’OESTE

SP romi.com

VOITH HYDRO LTDA

S

CUBO 3MW V3 (HUB 3.0 ACCIONA) - HUB 3MW V3 ACCIONA; CUBO HEAVY HUB (HUB 2X) - HUB FUNDIDO 1.6-100 1.7-100; (HUB XLE) - HUB FUNDIDO 1.6-82.5

SÃO PAULO SP voith.comNão está mais atuan-do.

LUBRIFICAN-TES

FUCHS DO BRASIL

N BARUERI  SP fuchs.com/br/pt

KLUBER N BARUERI  SP klueber.com/br

MOBIL NRIO DE JANEIRO

RJmobil.moovelub.com

SKF N CAJAMAR SP skf.com/br

PAINEL DE CONTRO-LE

SANMINA-SCI DO BRASIL INTEGRATION LTDA (NOVO)

SG2.0MW HUB CONTROL CABINET - GP271270 - HUB CABINET

SÃO PAULO SP sanmina.com

PLACAS (TOR-QUE E STIFFE-NING PLATES)

BARDELLA SA INDUSTRIAS MECANICAS

NGUARU-LHOS

SP bardella.com.br

PAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)

NRIO DAS PEDRAS

SP painco.com.br

ROLAMENTO

GERDAU SUMMIT (NOVO)

NPORTO ALEGRE

RSgerdau summit.com.br

Em ava-liação de viabilidade.

LIEBHERR BRASIL GUINDASTES E MAQUINAS OPERATRIZES LTDA (NOVO)

S

ROLAMENTO DA PÁ DE GERADORES EÓLICOS - KUD648VO; KUD458VA; KUD02252-065WJ18-001-900

GUARATIN-GUETÁ

SP liebherr.com.br

47CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).

SUBCOMPO-NENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE OBS

ROLAMENTO

SHILLA BRASIL INDUSTRIA DE ROLAMENTO DE GIRO (NOVO)

SPITCH BEARING 200W1709G013/14/15  

TIETÊ SP shillacorp.co.kr

SKF DO BRASIL LTDA (NOVO)

S

ROLAMENTO DE GIRO DA HÉLICE DO ROTOR DO GERADOR EÓLICO - KAYDON - PITCH BEARING; D2418 X 200

CAJAMAR SP www.skf.com

THYSSENKRUPP BRASIL LTDA.

S

ROLAMENTO DE PASSO "PITCH" PARA AEROGERADOR; AGW 2.1; E-92; V110 13.1920.02 H VESTAS; ECO-122; G114 - 2.0 MW

SÃO PAULO SPthyssenkrupp-brazil.com/pt-br

SERVIÇOS DE PINTURA

GRUPO GP TRATAMENTO DE SUPERFÍCIES (NOVO)

N BARUERI  SP grupogp.net Serviço

SERVIÇOS DE USINAGEM (PODENDO INCLUIR PINTURA)

BARDELLA SA INDUSTRIAS MECANICAS (NOVO)

NGUARU-LHOS

SP bardella.com.br Serviço

EMALTO (NOVO)

N TIMÓTEO MG emalto.com.br Serviço

PAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)

NRIO DAS PEDRAS

SP painco.com.br Serviço

ST METALS (NOVO)

NJAGUARI-ÚNA 

SP stmetals.com.br Serviço

STEPAN (NOVO)

N CAMPINAS SP stepanbr.com Serviço

USICAL USINAGEM E CALDEIRARIA JUNDIAÍ LTDA (NOVO)

NVÁRZEA PAULISTA

SP usical.com.br Serviço

SISTEMAS DE LUBRIFICA-ÇÃO

EXIMPORT N SÃO PAULO SPeximport.com.br/site

48 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Com relação ao sistema de passo (ou pitch),

diversos novos fabricantes com instalações locais

foram identificados a partir das informações de

credenciamento do BNDES: a GE POWER, a JABIL,

a SANMINA-SCI, a espanhola GRUAL, a alemã

MOOG, a italiana BONFIGLIOLI e a SAT. A MOOG,

motivada principalmente pela demanda que o Brasil

vinha apresentando e pela política de conteúdo local,

investiu R$ 2 milhões em suas linhas de produção

no Brasil para fornecer localmente os sistemas de

controle de passo. O Quadro 2.5.3 apresenta os

subcomponentes específicos do sistema de passo.

QUADRO 2.5.3

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO ROTOR – SISTEMA DE PASSO

SUBCOMPO-NENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE

ACIONAMENTO DO PASSO (MO-TORREDUTOR)

GE POWER CONVERSION BRASIL LTDA. (NOVO)

S PITCH SYSTEM SÃO PAULO SPgepowerconversion.com/

GLUAL HIDRAULICA DO BRASIL LTDA (NOVO)

S

ACIONAMENTO DE CONTROLE DE PASSO DO PITCH AW 3MW (AW30W00), SISTEMA ACIONAMENTO CONTROLE DE PASSO G114, SISTEMA DE ACIONAMIENTO DO CONTROLE DE PASSO G9X OTIMIZADO

SOROCABA SPglual.es/pt/home.html

HINE DO BRASIL IND. COM. DE HIDR.PNEUM.LTDA

S

SISTEMA ACIONAMENTO DE CONTROLE DE PASSO G9X; SISTEMA DE ACIONAMENTO DO CONTROLE DE PASSO G114; SISTEMA DE CONTROLE DE PITCH AW3000; SISTEMA DE CONTROLE DE PITCH MK10

INDAIATUBA SP hine.es/hine-brasil

JABIL DO BRASIL INDUSTRIA ELETROELETRONICA LTDA (NOVO)

S

PITCH SYSTEM 1.6 MW GABINETE AXIS 1, 2&3; PITCH SYSTEM GE, AEROGERADORES GE 2.2 A 2.4 107 E 2.0 A 2.3 - EIXO (109W8733), CENTRAL (109W8734)

BETIM MG

https://www.jabil.com/contact/locations/belo-horizonte.html

49CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

SUBCOMPO-NENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE

BLOCO HIDRÁULICO DO PASSO

GLUAL HIDRAULICA DO BRASIL LTDA (NOVO)

S

UNIDADE HIDRALICA DO PITCH AW 3MW AW3000; UNIDADE HIDRAULICA DO PITCH G9X OTIMIZADO

SOROCABA SPglual.es/pt/home.html

ENGRENAGENS E REDUTORES PLANETÁRIOS

TGM IND. E COM. DE TURBINAS E TRANSMISSOES LTDA

SREDUTOR DE VELOCIDADE PLANETARIO

SETÃOZINHO SP grupotgm.com.br

MOTORREDU-TOR

BONFIGLIOLI REDUTORES DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO L.

S

REDUTOR DE PITCH, 2T707T3136A04, 2T709T3176A05, 2T709T3176A03

SÃO BERNARDO DO CAMPO

SPbonfigliolidobrasil.com.br/pt-br

SEW-EURODRIVE BRASIL LTDA

S

REDUTOR PARA ACIONAMENTO DO PITCH - P3W006K; REDUTOR PARA ACIONAMENTO DO PITCH - PW015

INDAIATUBA SPbr.sew-eurodrive.com/firmenprofil/profil.htm

PAINEL DE CONTROLE DO PASSO

GLUAL HIDRAULICA DO BRASIL LTDA (NOVO)

SPAINEL DE CONTROLE DE PASSO AW3000

SOROCABA SPwww.glual.es/pt/home.html

PAINEL DE CONTROLE DO PASSO

HINE DO BRASIL IND. COM. DE HIDR.PNEUM.LTDA (NOVO)

SPAINEL DE CONTROLE DE PASSO AW3000

INDAIATUBA SPhttp://www.hine.es/hine-brasil/fale_conosco.html

INGETEAM LTDA S

PAINEL HUB VESTAS 2MW - HUB CONTROL CABINET 2,0MW MK10; HUB CABINET

VALINHOS SPingeteam.com/br/pt-br/home.aspx

50 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

SUBCOMPO-NENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE

PAINEL DE CONTROLE DO PASSO

MOOG DO BRASIL CONTROLES LTDA (NOVO)

S

SISTEMA PAINEIS CONTROLE DE PASSO PARA AEROGERADORES Z0112, Z0118, Z0154

JURUBATUBA SP moog.com.br

SANMINA-SCI DO BRASIL INTEGRATION LTDA (NOVO)

SG2.0MW HUB CONTROL CABINET - GP271270 - HUB CABINET

SÃO PAULO SP sanmina.com

SAT - SISTEMAS DE AUTOMACAO E TECNOLOGIA LTDA. (NOVO)

S PITCH CONTROL PANEL SOROCABA SPsatautomacao.com.br

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).

51CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

Fabricantes de Subcomponentes da Nacele

A montagem da nacele no Brasil também é uma

exigência do BNDES para o financiamento dos

aerogeradores. Conforme a metodologia de

credenciamento, a nacele deve ser montada no

Brasil, em unidade própria do fabricante. Devem

ser nacionalizados, no mínimo, 12 (doze) compo-

nentes relacionados na Tabela 1 da metodologia

(BNDES, 2012), sendo, pelo menos, um deles

dentre os que constam da coluna A e cinco den-

tre os listados na coluna B. Ainda, há diferentes

combinações possíveis conforme opções de

nacionalização de itens da coluna A e B. Esta

possibilidade de opção por diferentes itens para

nacionalização conferiu uma certa flexibilidade

às montadoras que puderam defini-los com base

em suas estratégias e tecnologias de projeto.

O tamanho e o formato da nacele são variáveis

de acordo com os componentes e sua dispo-

sição em seu interior, sendo que as maiores

variações são entre aerogeradores que utilizam

caixa de engrenagem e os que não utilizam. Os

elementos estruturais da nacele – bastidor,

chassi e quadros – são fundidos e/ou caldeira-

dos, dependendo do projeto da montadora, sua

configuração e/ou opção tecnológica e são os

responsáveis pelo suporte dos diversos compo-

nentes nela inseridos. O eixo principal, constru-

ído em aço ou liga metálica de alta resistência,

é o responsável pelo acionamento do gerador,

transferindo a energia mecânica da turbina.

O gerador transforma a energia mecânica

de rotação em energia elétrica e pode ser de

diferentes tipos. Muitas tecnologias de gerador

necessitam do uso de conversores de frequ-

ência, para controle da onda de saída, consti-

tuindo-se de um retificador e um inversor. O

transformador é o equipamento que eleva a

tensão de geração ao valor da rede elétrica a

qual o aerogerador está conectado. O transfor-

mador pode ser instalado no interior da nacele,

no interior da torre ou mesmo externamente,

acoplado à torre ou no chão. O sistema de Yaw

tem a função de alinhar a turbina com o vento.

Este sistema compreende

um motor elétrico que gira

a nacele sobre a torre com

auxílio de um rolamen-

to – rolamento do Yaw, e

também engrenagens para

o ajuste da velocidade de

giro. A caixa multiplica-

dora, quando existente,

representa a maior massa

da nacele e também uma

grande fração de seu custo

(cerca de 13%). Localiza-se

entre o rotor e o gerador,

de forma a adaptar a baixa rotação do rotor à

velocidade de rotação mais elevada do gera-

dor. É um item que necessita de manutenção

intensiva e que representa, portanto, uma

fonte de possíveis falhas. Exige o uso de um

sistema hidráulico com bombas, trocadores de

calor e sistemas de comando para lubrificação

e refrigeração. No caso de aerogeradores sem

caixa de engrenagem, o gerador utilizado é o de

polos salientes (ou multipolos) com o estator

em forma de anel.

Os Quadros 2.6.1 a 2.6.12 apresentam a listagem

dos diversos sistemas e subcomponentes da nacele.

CONFORME A

METODOLOGIA DE

CREDENCIAMENTO,

A NACELE DEVE

SER MONTADA

NO BRASIL, EM

UNIDADE PRÓPRIA

DO FABRICANTE

52 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.6.1

FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA NACELE

SUBCOMPO-NENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE

BASTIDOR

BARDELLA SA INDUSTRIAS MECANICAS

SBASTIDOR TRASEIRO NACELLE - AW3000

GUARULHOS SP bardella.com.br

BR METALS FUNDICOES LTDA

SBASTIDOR DELANTERO - AW3

MATOZINHOS MG

LIEBHERR BRASIL GUINDASTES E MAQUINAS OPERATRIZES LTDA (NOVO)

S

BASTIDOR TRASEIRO PARA O GERADOR EÓLICO ACCIONA CTO BTU AW30

GUARATINGUETÁ SP liebherr.com.br

MAUSA SA EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS (NOVO)

SBASTIDOR TRASEIRO - AW 3000

PIRACICABA SP mausa.com.br

PAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)

S

BASTIDOR TRASEIRO - GP109154; CONJUNTO BASTIDOR TRASEIRO AW3000 ACCIONA - AW3000 ACCIONA

RIO DAS PEDRAS SP painco.com.br

CHASSI / SUPORTE DO GERADOR

BARDELLA SA INDUSTRIAS MECANICAS

SSUPORTE DO GERADOR - AEROGERADOR GE 1.6/1.7 MW

GUARULHOS E SOROCABA

SP bardella.com.br

HKM EMPREENDIMENTOS E PARTICIPACOES LTDA. (NOVO)

S

CHASSI DO GERADOR USINADO - 200W4462G001; CHASSI DO GERADOR USINADO

SERRA ES hkm.ind.br

PAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)

SSUP DA TURBINA - 115W7656

RIO DAS PEDRAS SP painco.com.br

WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS S/A (NOVO)

SPLATAFORMA DA NACELE WEG - AGW 2.1 MW

JARAGUÁ DO SUL SC weg.net

PARAFUSOS ESTRUTURAIS

CISER JOINVILLE SC ciser.com.br

INDUSTRIAL REXBRAÇO DO TROMBUDO

SC rex.com.br

53CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).

SUBCOMPO-NENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE

QUADRO PRINCIPAL

BR METALS FUNDICOES LTDA

S

MAIN FRAME - WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS; MAIN FRAME G9X; MAIN FRAME - G114; ALSTOM - CENTRAL FRAME; BED PLATE - GE WIND; BED PLATE - 2.3 MW

MATOZINHOS MG

ROMI S

CAST BED PLATE 2.3-107 BP - 200W3272; CAST MAIN CARRIER E-92 - 82.03.115-5; CAST MAIN FRAME G114 STD - GP265362; CENTRAL FRAME ECO 122 S1 CASTING - 3000601; COMPONENTE FUNDIDO - BEDPLATE - 103W3139; COMPONENTE FUNDIDO - BEDPLATE - 104W2032; COMPONENTE FUNDIDO - AW3000 MAIN FRAME-1017387; MF 2MW MK10 CASTING 29013424 - 29013424

STA. BÁRBARA DO OESTE

SP romi.com.br

QUADRO TRASEIRO

BARDELLA SA INDUSTRIAS MECANICAS

S REAR FOUNDATION GUARULHOS SP bardella.com.br

JUMBO INDUSTRIA MECANICA LTDA (NOVO)

S REAR FRAME ASSAÍ PR jumbomec.com.br

PAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)

S

29014530 - REAR FOUNDATION MACHINED; REAR FRAME G114 STD2 - GP265358; REAR FRAME GE 2.2 A 2.4 107 E 2.0 A 2.3-116 - 200W4462G001

RIO DAS PEDRAS SP painco.com.br

54 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.6.2

FABRICANTES NACIONAIS DO SISTEMA DE YAW

SUB- COMPONENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM

(CONFORME CODASTRO

FINAME)

CIDADE UF SITE

ENGRENAGEMTGM IND. E COM. DE TURBINAS E TRANSMISSOES LTDA

SYAW RING G114 - GP222733 - GAMESA G114

SERTÃOZINHO SP grupotgm.com.br

FREIOS

ANTEC EOLICA FABRICACAO E COMERCIO DE FREIOS LTDA. (NOVO)

S

FREIOS DO YAW PARA AEROGERADORES - MONOBLOCO; FREIOS DO YAW PARA AEROGERADORES - COM DUAS SEMIPINÇAS

CAMAÇARÍ BA antecsa.com

FUNDIDO PARA YAW

ROMI (NOVO) SYAW BEAM 1.5 MW CASTING - 84985

STA. BÁRBARA DO OESTE

SP romi.com.br

MOTORREDUTOR

BREVINI LATINO AMERICANA INDUSTRIA E COMERCIO LTDA (NOVO)

N LIMEIRA SP brevini.com.br

SEW-EURODRIVE BRASIL LTDA

S

MOTOREDUTOR DO YAW - PW065 DRS132M6/BE11/FF/TH/FA; MOTOREDUTOR PARA YAW DRIVE P4W034 DRN100L6/BE5/DUE

INDAIATUBA SP br.sew-eurodrive.com

PAINEL DE CONTROLE DO YAW

GE POWER CONVERSION BRASIL LTDA. (NOVO)

SÃO PAULO SP gepowerconversion.com

PAINEL DE CONTROLE DO YAW

WEG DRIVES & CONTROLS - AUTOMACAO LTDA (NOVO)

S PAINEL YAWJARAGUÁ DO SUL

SC weg.net

55CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

SUB- COMPONENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM

(CONFORME CODASTRO

FINAME)

CIDADE UF SITE

REDUTOR

BONFIGLIOLI REDUTORES DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO L.

S

REDUTOR DE YAW MT709T105; REDUTOR DE YAW MT709T106; REDUTOR DE YAW MT711T093; REDUTOR PARA YAW DRIVE MT714T

CD EM SÃO BERNARDO

SP bonfiglioli.com

BREVINI LATINO AMERICANA INDUSTRIA E COMERCIO LTDA (NOVO)

N LIMEIRA SP brevini.com.br

SEW-EURODRIVE BRASIL LTDA (NOVO)

S

REDUTOR PARA ACIONAMENTO DO YAW - P4W039; REDUTOR PARA YAW DRIVE P4W034; MOTOR ELÉTRICO PARA YAW DRIVE DRN100L6/BE5/DUE

INDAIATUBA SP br.sew-eurodrive.com

ROLAMENTO YAW

LIEBHERR BRASIL GUINDASTES E MAQUINAS OPERATRIZES LTDA (NOVO)

S

ROLAMENTO DA NACELE DE GERADORES EÓLICOS - KUD02767-040WA18-001; ROLAMENTO DE ORIENTAÇÃO DE GERADORES EÓLICOS - KUD968VA - LIEBHERR; KUD718VA - LIEBHERR

GUARATIN- GUETÁ

SP .liebherr.com.br

56 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

SUB- COMPONENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM

(CONFORME CODASTRO

FINAME)

CIDADE UF SITE

ROLAMENTO YAW

SHILLA BRASIL INDUSTRIA DE ROLAMENTO DE GIRO (NOVO)

SYAW BEARING 109W7629G001

TIETÊ SP shillacorp.co.kr

SKF DO BRASIL LTDA (NOVO)

S

ROLAMENTO DE GIRO DA NACELE DO GERADOR EÓLICO - KAYDON - YAW BEARING

CAJAMAR SP skf.com

THYSSENKRUPP BRASIL LTDA (NOVO)

S

ROLAMENTO DE GIRO "YAW" PARA AEROGERADOR AGW 2.1 - MODELO 091.40.2763; ROLAMENTO DE GIRO "YAW" PARA AEROGERADOR AW-116 3MW - MODELO 091.45.2899; ROLAMENTO DE GIRO "YAW" PARA AEROGERADOR E-92 - MODELO 091.55.2190

GUAÍBA RSthyssenkruppelevadores.com.br

SISTEMA DE ACIONAMENTO DO YAW

BREVINI LATINO AMERICANA INDUSTRIA E COMERCIO LTDA (NOVO)

N LIMEIRA SP brevini.com.br

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).

57CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

QUADRO 2.6.3

FABRICANTES NACIONAIS DE GERADORES (AEROGERADORES COM CAIXA DE ENGRENAGEM)

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)

SUB- COMPONENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM

(CONFORME CODASTRO

FINAME)

CIDADE UF SITE

GERADOR

ABB LTDA S

GERADOR DE ENERGIA CORRENTE ALTERNADA PARA TURBINAS EÓLICAS - AML 0560L6L BAFT; AMK 0500L6A BATY; AMK 0500L6L BAFT

BLUMENAU SC abb.com.br

ANDRITZ HYDRO S/A (NOVO)

SGERADOR SÍNCRONO

SÃO PAULO SP andritz.com

GE POWER CONVERSION BRASIL LTDA (NOVO)

SÃO PAULO SPgepowerconversion.com

INDAR (NOVO)

CAMPINAS SPingeteam.com/indar/es-es/inicio.aspx

58 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.6.4

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES ESPECÍFICOS PARA AEROGERADORES SEM CAIXA DE

ENGRENAGEM

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)

SUBCOMPO-NENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME CODASTRO FINAME)

CIDADE UF SITE

BOBINAS

EFACEC NLAURO DE FREITAS

BA efacec.pt

PPE N CERQUINHO SP ppefios.com.br

WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS S/A (NOVO)

NJARAGUÁ DO SUL

SC weg.net

ELEMENTO ESTRUTURAL DO ROTOR / ESTATOR

BARDELLA SA INDUSTRIAS MECANICAS

S

ANEL ESTATOR PARA AEROGERADOR WOBBEN - E-92 2.3MW; ANEL ESTATOR PARA AEROGERADOR WOBBEN - E-82 2.0MW/2.3MW E E-92 2.3MW; DISCO ROTOR PARA AEROGERADOR WOBBEN - E-92 2.3MW; DISCO ROTOR PARA AEROGERADOR WOBBEN - E-82 2.0MW/2.3MW E E-92 2.3MW

GUARULHOS E SOROCABA

SP bardella.com.br

BR METALS FUNDICOES LTDA

SROTOR GENERATOR WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS

MATOZINHOS MG

WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS S/A (NOVO)

SCARCACA DO ESTATOR DO AEROGERADOR WEG - AGW 2.1MW

JARAGUÁ DO SUL

SC weg.net

NÚCLEO MAGNÉTICO

TESSIN SUZANO SP tessin.com.br

RESINA DE IMPREGNAÇÃO

ELANTAS CERQUINHO SP elantas.com

WEGJARAGUÁ DO SUL

SC weg.net

59CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

QUADRO 2.6.5

FABRICANTES NACIONAIS DA CARENAGEM DA NACELE

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)

SUBCOMPO-NENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE

CARENAGEM

ANCEL TECNOLOGIA EM COMPOSITOS LTDA.

SCARENAGEM DA NACELE - 3000 COD AF000146 EM FIBRA DE VIDRO

RIO CLARO SP ancel.com.br

ATLANTA IND. E COM . DE PECAS E EQUIP LTDA

S CARENAGEM DA NACELLE SOROCABA SP atlanta.eco.br

BFG BRASIL COMPONENTES PLASTICOS LTDA (NOVO)

SHOUSING BFG; NACELLE 2.3 GE

JOINVILLE SCbfginternational.com

BR METALS FUNDICOES LTDA (NOVO)

SHOUSING - WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS

MATOZINHOS MG

MVC COMPONENTES PLASTICOS SA

SCARENAGEM NACELE - GAMESA G114

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

PRmvcplasticos.com.br

VCI MOLDE IND COM DE COMPOSITOS LTDA (NOVO)

S

CARENAGEM DE GERADOR EÓLICO NACELLE TIPO C; NACELLE 2.3; SPINNER G114 2.0MW

ITUPEVA SP

compositesvci.com/pt/Entre-em-contato-conosco-VCI.php

60 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.6.6

FABRICANTES NACIONAIS DO SISTEMA DE TRAVAMENTO (ROTOR LOCK)

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)

SUBCOMPO-NENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE

SISTEMA DE TRAVAMENTO DO ROTOR (ROTOR LOCK)

GE ENERGIAS RENOVAVEIS LTDA. (NOVO)

SSISTEMA DE TRAVAMENTO DO ROTOR 2X

SÃO PAULO SPgepowerconversion.com

GEVISA S/A (NOVO)

SSISTEMA DE TRAVAMENTO DO ROTOR ROTOR LOCK

CAMPINAS SP br.geindustrial.com

GLUAL HIDRAULICA DO BRASIL LTDA (NOVO)

SROTOR LOCK G114; ROTOR LOCK SYSTEM G9X

SOROCABA SPglual.es/pt/home.html

HINE DO BRASIL IND. COM. DE HIDR.PNEUM.LTDA (NOVO)

S

E-1426 ROTOR-LOCK AW3000; ROTOR LOCK G114; ROTOR LOCK G97; ROTOR LOCK MK10

INDAIATUBA SP hine.com.br

PAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)

RIO DAS PEDRAS

SP painco.com.br

VULKAN DO BRASIL LTDA (NOVO)

SSISTEMA DE TRAVAMENTO DO ROTOR DO AEROGERADOR

ITATIBA SP vulkan.com

WOBBEN WINDPOWER INDUSTRIA E COMERCIO LT (NOVO)

S ROTOR LOCK PARAZINHO RN .wobben.com.br

61CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

QUADRO 2.6.7

FABRICANTES NACIONAIS DO CONVERSOR

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)

SUBCOMPO-NENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE

CONVERSOR / INVERSOR

ABB LTDA (NOVO)

S

CONVERSOR ELETRICO ESTATICO PARA TURBINAS EOLICAS - ACS800-67LC 

GUARULHOS SPnew.abb.com/br/empresa/brasil/unidades

GE POWER CONVERSION BRASIL LTDA. (NOVO)

N SÃO PAULO SPgepowerconversion.com

INGETEAM LTDA S

CONVERSOR DE POTENCIA EOLICO - PEGE0044; CONVERSOR EOLICO - 3,1MW - AWPT0085-3M1W; CONVERSOR PARA GERADORES EÓLICOS - 3MW - PT0085

VALINHOS SP ingeteam.com

SANMINA-SCI DO BRASIL INTEGRATION LTDA (NOVO)

S

CONVERSOR EOLICO COM SIST. SIMPLIF. ELETRICO DE GERADOR

HORTOLANDIA  SP sanmina.com

WEG DRIVES & CONTROLS - AUTOMACAO LTDA (NOVO)

NJARAGUÁ DO SUL

SC weg.net

WOODWARD COMERCIO DE SISTEMAS DE CONTROL

S

CONVERSOR PARA TURBINAS EOLICAS - CONCYCLE -WIND SYSTEM 

CAMPINAS SP woodward.com

62 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.6.8

FABRICANTES NACIONAIS DE TRANSFORMADORES

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

QUADRO 2.6.9

FABRICANTES NACIONAIS DE ACESSÓRIOS, CABOS E BARRAMENTOS

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

SUB- COMPONENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA CIDADE UF SITE

TRANSFORMADOR

ABB LTDA BLUMENAU SC abb.com.br

BLUTRAFOS BLUMENAU SC blutrafos.com.br

COMTRAFOCORNÉLIO PROCÓPIO

PR comtrafo.com.br

SIEMENS JUNDIAÍ SP energy.siemens.com

WEGJARAGUÁ DO SUL

SC weg.net

SUBCOMPONENTE FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA CIDADE UF SITE

LUZES DE SINALIZAÇÃO

DEBETEC SÃO PAULO SP debetec.com.br

FRATA SÃO PAULO SP frata.com.br

CABOS E BARRAMENTOS

NEXANS AMERICANA SP nexans.com.br

PHELPS DODGEPOÇOS DE CALDAS

MG pdicbrasil.com

PRYSMIAN SOROCABA SP prysmian.com.br

63CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

QUADRO 2.6.10

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO EIXO PRINCIPAL

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)

SUB- COMPONENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL

OU NOME FANTASIA

FINAME/ BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE

EIXO

GERDAU SUMMIT (NOVO)

PORTO ALEGRE

RSgerdau summit.com.br

VILLARES METALS (NOVO)

SUMARÉ SPvillaresmetals.com.br/pt

ROMI (NOVO) S

COMPONENTE FUNDIDO - EIXO PRINCIPAL 9110-00 25; COMPONENTE FUNDIDO - CARRETE - 10255;

STA. BÁRBARA DO OESTE

SP romi.com.br

LUBRIFICANTES

FUCHS DO BRASIL

BARUERI SP fuchsbr.com.br

KLÜBER BARUERI SP klueber.com

MOBILRIO DE JANEIRO

RJmobilindustrial.com

SKF CAJAMAR SP skf.com

SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO

EXIMPORTSÃO PAULO

SP eximport.com.br

QUADRO 2.6.11

FORNECEDORES NACIONAIS DE SERVIÇOS DE USINAGEM

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014)

SUBCOMPONENTE FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU NOME FANTASIA CIDADE UF SITE

USINAGEM

FEY (NOVO) ARUJÁ SP www.fey.ind.br

MAUSA SA EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS (NOVO) PIRACICABA SP mausa.com.br

SCHULER (NOVO) DIADEMA SPschulergroup.com/minor/br/technologies/index.html

64 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 2.6.12

FABRICANTES NACIONAIS DE OUTROS SUBCOMPONENTES DA NACELE

SUB- COMPONENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU

NOME FANTASIA

FINA-ME/

BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE

COROA DENTADA

LIEBHERR BRASIL GUINDASTES E MAQUINAS OPERATRIZES LTDA (NOVO)

S

COROA DENTADA DE ORIENTAÇÃO DE GERADORES EÓLICOS - MODELO - ZAK2318OA - LIEBHERR

GUARATIN GUETÁ

SP liebherr.com.br

GEAR CASEPAINCO INDUSTRIA E COMERCIO S/A (NOVO)

S41D736089G3 - GEAR CASE; 41D736091G6 - GEAR CASE

RIO DAS PEDRAS

SP painco.com.br

PAINEL DE CONTROLE E PROTEÇÃO

INGETEAM LTDA (NOVO)

S

PAINEL DE CONTROLE - THAC0162; PAINEL DE CONTROLE - TOP CABINET GX; PAINEL DE CONTROLE E PROTECAO DE GERADOR EOLICO - CONVERSOR

VALINHOS SP ingeteam.com

ORMAZABAL DO BRASIL EQUIPAMENTOS DE DISTRIBUICAO DE ENE (NOVO)

SCONJUNTO 0L1L1V, CONJUNTO 0L1V - 36 KV, CONJUNTO 0L2L1V

SÃO PAULO SP ormazabal.com/pt

SEMICONDUTOR DE POTÊNCIA

SEMIKRON SÃO PAULO SP semikron.com

FREIOS

ALTRA INDUSTRIAL MOTION DO BRASIL S.A. (NOVO)

SFREIO HIDRAULICO - BSAB 120-S100; FREIO HIDRAULICO BSAK 3000

COTIA SPlamiflexcouplings.com

ANTEC EOLICA FABRICACAO E COMERCIO DE FR (NOVO)

S

FREIOS DO YAW PARA AEROGERADORES - MONOBLOCO; COM DUAS SEMIPINÇAS

SALVADOR BAantecsa.com/productos/antec-eolico/

SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

HINE DO BRASIL IND. COM. DE HIDR.PNEUM.LTDA (NOVO)

S

COOLING SYSTEM CONVERTER G97 - GP186100; COOLING SYSTEM DA NACELLE - MK10; COOLING SYSTEM DA NACELLE - G114; COOLING SYSTEM DA NACELLE - MK10C; COOLING SYSTEM GENERATOR - SERIE ECO; COOLING SYSTEM INVERTER - SERIE ECO; OIL COOLER G97 - GP266505 - G97

INDAIATUBA SP hine.com.br

65CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Obs.: Os fabricantes em negrito e com a indicação “(novo)” não constavam no levantamento de 2014 (ABDI, 2014).

SUB- COMPONENTE

FABRICANTE RAZÃO SOCIAL OU

NOME FANTASIA

FINA-ME/

BNDES

DESCRIÇÃO DO ITEM (CONFORME

CODASTRO FINAME)CIDADE UF SITE

SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

HYDAC TECNOLOGIA LTDA. (NOVO)

S

SISTEMA DE ARREFECIMENTO AEROGERADOR AGW2.1 - WEG - AGW2.1 - HBF07629; UNIDADE HIDRAULICA 20 L - ECO100; UNIDADE HIDRAULICA 20L - ECO100 - ES1088.

SÃO BERNARDO DO CAMPO

SP hydac.com.br

TALHA

KITO DO BRASIL COMERCIO DE TALHAS E GUIN (NOVO)

S

TALHA ELÉTRICA PARA AEROGERADORES - TURBINA GE 1.7 100-103 2X 107-116

EMBU DAS ARTES

SP kito.com/br

TOP BOX

JABIL DO BRASIL INDUSTRIA ELETROELETRONICA LTDA (NOVO)

S

TOP BOX PARA AEROGERADORES GE - GE 2.2 A 2.4 107 2.0 A 2.3 116 (109W6680)

BELO HORIZONTE

MGjabil.com/contact/locations/belo-horizonte.html

SANMINA-SCI DO BRASIL INTEGRATION LTDA (NOVO)

STOP GP318110 - 2.0MW RD TOP ELECTRIC CABINET - GP318110

HORTO LANDIA 

SP sanmina.com

UNIDADE HIDRÁULICA

BOSCH REXROTH LTDA

S UNIDADE HIDRAULICA ATIBAIA SPboschrexroth.com.br

HINE DO BRASIL IND. COM. DE HIDR.PNEUM.LTDA

S

GRUPO HIDRAULICO DE POTENCIA DA NACELLLE - MK10; GRUPO HIDRÁULICO PRINCIPAL DA NACELLE G114; GRUPO HIDRAULICO PRINCIPAL NACELLE G9X; SISTEMA HIDRAULICO DE POTENCIA - ATE 100 CV -GHBR; UNID HIDR NACELLE - AW3000

INDAIATUBA SP hine.com.br

66 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Diversos novos fabricantes de elementos estrutu-

rais, credenciados no BNDES, tais como bastidor,

chassi de suporte ao gerador, quadro traseiro

e principal foram identificados: LIEBHERR, MAU-

SA, PAINCO, HKM, JUMBO e WEG. Ressalta-se

que se tratam de componentes caldeirados, sendo

que os fundidos seguem sendo fornecidos pela BR

METALS e ROMI. A MAUSA, além de fabricante

de componente, fornece também os equipamen-

tos e serviços de usinagem. Para a carenagem na

nacele, fabricada em material compósito, foram

identificadas a BFG e a VCI Moldes, enquanto que

para a carenagem de material metálico foi verifica-

do o credenciamento da BR Metals. A VCI Moldes,

joint venture entre a canadense Composites VCI

e a nacional Molde Plásticos Reforçados, investiu

cerca de R$ 6 milhões para instalar sua fábrica de

componentes de geradores eólicos em Itupeva/SP

(USINAGEM BRASIL, 2014).

Acessórios como anemôme-

tros e sensores de direção

de vento, apesar de serem

opções da coluna C da tabela

do BNDES (2012), ainda são

importados.

O sistema do eixo principal

é composto pelo rolamen-

to, pelo eixo e pelo sistema

de lubrificação/lubrifican-

tes. O rolamento do eixo

principal, embora faça

parte da coluna B da Tabela do BNDES (2012)

(pelo menos cinco itens desta coluna devem ser

de fabricação local), ainda é importado. Trata-se

de um item considerado bastante crítico e de

alta exigência técnica. Já o eixo principal, outro

item da coluna B da Tabela do BNDES (2012),

foi nacionalizado pela VILLARES METALS.

A VILLARES METALS produz eixos forjados

flangeados podendo estes, ser de até 18 tone-

ladas e na condição de acabados, inclusive com

furação, revestimento anticorrosivo e embala-

gem protetora. A empresa também fornece para

o setor eólico insumos tais como: matéria-prima

para anéis (rolamentos) e fixadores. Conforme

comentado anteriormente, a GERDAU SUM-

MIT deverá se constituir no segundo fornece-

dor nacional iniciar do eixo principal, a partir

do final de 2018. A ROMI está credenciada

no BNDES para fornecimento de componente

fundido do eixo.

O sistema de Yaw é composto por engrenagem,

motorredutores e redutores, freios, painel de

controle, sistema de acionamento e rolamento

do Yaw. Novos fornecedores para o rolamento

do Yaw são a SKF, a SHILLA e a LIEBHERR (que

também fornecem o rolamento do Pitch). Novas

empresas identificadas para subcomponentes do

sistema de Yaw são: TGM, BREVINI, ANTEC e a

GE POWER CONVERSION.

A talha, item da coluna C (BNDES, 2012) é

ainda importada por algumas montadoras,

embora já haja atualmente um fabricante na-

cional credenciado no BNDES, a KITO. Novas

empresas identificadas para fornecimento do

conversor são: a ABB, a GE POWER CON-

VERSION, a SANMINA-SCI e a WEG DRIVES &

CONTROLS. Novos fabricantes de sistemas de

freios para aerogeradores, credenciados, são

a ALTRA e a ANTEC. Com relação ao siste-

ma de travamento do rotor, diversos novos

fornecedores locais foram identificados: GE /

GEVISA, GLUAL HIDRAULICA, HINE, PAINCO

e VULKAN, além da WOBBEN. Para o sistema

de refrigeração, foram identificados a HINE e

a HYDAC, ambos credenciados no BNDES. O

slip ring (escova ou anel coletor), presente em

algumas configurações de aerogerador continua

sem fabricante local, assim como o acoplamento

(itens da coluna C da Tabela BNDES (2012).

O SISTEMA DO

EIXO PRINCIPAL É

COMPOSTO PELO

ROLAMENTO,

PELO EIXO E

PELO SISTEMA DE

LUBRIFICAÇÃO/

LUBRIFICANTES

67CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

As montadoras que utilizam caixa de engrenagem

em seus aerogeradores utilizam subcomponentes

específicos como o gerador e a caixa multiplicado-

ra (gearbox). Atualmente já existem fornecedores

locais de geradores: ABB, ANDRITZ HYDRO, GE

POWER CONVERSION e a INDAR, enquanto a

caixa de engrenagem segue sendo importada.

Para o caso das montadoras que não utilizam

caixa de engrenagem, fabricantes de elementos

estruturais do rotor/estator que se credencia-

ram desde 2014 foram a BR METALS, e a WEG.

Novos subcomponentes identificados e respec-

tivos fabricantes foram: coroa dentada – LIE-

BHERR, gear case – PAINCO, top box - JABIL e

SANMINA-SCI.

Em 2014 foram mapeados 55 diferentes itens e

79 fabricantes, correspondentes a 119 relações

item-fabricante diferentes. Ou seja, uma média

de 1,5 fabricante1 para cada item. Em 2017

foram identificados 22 novos itens e 52 novos 1. 1 A média de fabricantes por item é calculada pela divisão da relação item/fabricantes pelo total de itens fabri-cados.

fabricantes, correspondendo a 116 novos item-

-fabricante. São então 77 itens e 131 fabrican-

tes mapeados no total, correspondendo a 234

relações item-fabricante, aumentando a média

de fabricantes por item para 3,0.

A Tabela 2.6.1 apresenta a totalização das

relações novos item-fabricante identificados

em relação ao total mapeado. A classificação

“novos” foi atribuída com base no levantamento

anterior (ABDI, 2014), isto é, considerando-se

os item-fabricante que aparecem neste levanta-

mento, mas que não constavam no anterior, e/

ou os item-fabricante que apareceram no estudo

anterior, mas que ainda não estavam operantes

ou credenciados. Observa-se que praticamente

dobrou o número de relações item-fabricante,

sinalizando uma evolução significativa da cadeia

produtiva, ainda que alguns destes já existissem

em 2014, mas não houvessem sido mapeados. A

Figura 2.6.1 apresenta estes resultados de forma

agregada, por partes do aerogerador.

1. A média de fabricantes por item é calculada pela divisão da relação item/fabricantes pelo total de itens fabricados.

68 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

TABELA 2.6.1

TOTALIZAÇÃO DOS NOVOS “ITEM-FABRICANTE” MAPEADOS

TOTALIZAÇÃO NOVOS ITENS X FORNECEDORES NOVOS TOTAL

FABRICANTES DE AEROGERADOR CREDENCIADOS NO BNDES (EM ATUAÇÃO) 1 6

FABRICANTES NACIONAIS DE TORRES DE AÇO 0 9

FABRICANTES NACIONAIS DE TORRES DE CONCRETO 3 7

FABRICANTES NACIONAIS DE PÁS EÓLICAS 0 4

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA TORRES DE AÇO 8 16

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES E INSUMOS PARA TORRES DE CONCRETO 4 9

FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS INTERNOS DAS TORRES 13 28

FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS E INSUMOS PARA PÁS 6 13

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO CUBO 16 30

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO ROTOR – SISTEMA DE PASSO 9 14

FABRICANTES NACIONAIS DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA NACELE 8 16

FABRICANTES NACIONAIS DO SISTEMA DE YAW 12 15

FABRICANTES NACIONAIS DE GERADORES (AEROGERADORES COM CAIXA DE ENGRENAGEM 3 4

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES ESPECÍFICOS PARA AEROGERADORES SEM CAIXA DE ENGRENAGEM 2 9

FABRICANTES NACIONAIS DA CARENAGEM DA NACELE 3 6

FABRICANTES NACIONAIS DO SISTEMA DE TRAVAMENTO (ROTOR LOCK) 7 7

69CAPÍTULO 02 | FABRICANTES NACIONAIS DE AEROGERADORES, COMPONENTES E SUBCOMPONENTES

TABELA 2.6.1

TOTALIZAÇÃO DOS NOVOS “ITEM-FABRICANTE” MAPEADOS

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Fabricantes torres e seus subcomponentes e insumos

Fabricantes de aerogerador

Fabricantes pás e seus elementos e insumos

Fabricantes subcomponentes cubo / rotor

Fabricantes subcomponentes nacele 57%

57%

44%

38%

17%

0 10 20 30 40 50 60

TOTALIZAÇÃO NOVOS ITENS X FORNECEDORES NOVOS TOTAL

FABRICANTES NACIONAIS DO CONVERSOR 4 6

FABRICANTES NACIONAIS DE TRANSFORMADORES 0 5

FABRICANTES NACIONAIS DE ACESSÓRIOS, CABOS E BARRAMENTOS 0 5

FABRICANTES NACIONAIS DE SUBCOMPONENTES DO EIXO PRINCIPAL 3 8

FORNECEDORES NACIONAIS DE SERVIÇOS DE USINAGEM 3 3

FABRICANTES NACIONAIS DE OUTROS SUBCOMPONENTES DA NACELE 11 14

116 234

70 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

03

71CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO

Estratégia de Compras na Cadeia Produtiva Brasileira

72 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Conceitos BásicosDesde a década de 80, a função de compras e de suprimentos passa a

receber mais atenção nas estratégias corporativas mais gerais, onde as

contribuições de Porter relativas aos conceitos de cadeia de valor e core

competences trouxeram à tona a importância estratégica do processo de

compras externas. Nesse sentido, o processo que se inicia por identifi-

car e categorizar itens de compras até a gestão de relacionamento com

fornecedores pode ser aperfeiçoado a partir de uma proposta de análise

estruturada e de tomada de decisão com o intuito de implementar dife-

rentes estratégias de compras externas e que foi apresentada em artigo

de 1983 de Peter Kraljic, publicado na Harvard Business Review.

Este método de análise sobre como determinados itens de compra

impactam os negócios (fatores internos) versus a avaliação da comple-

xidade para a obtenção de determinados produtos, componentes ou

serviços no mercado (fatores externos)1, está descrito na Figura 3.1.1.1. 1 Disponível em: https://www.excentconsultoria.com.br/single-post/anali-seeestrat%C3%A9giascategoriasdeaquisi%C3%A7%C3%A3o

03. Estratégia de Compras na Cadeia Produtiva Brasileira

1. Disponível em: https://www.excentconsultoria.com.br/single-post/anali-seeestrat%C3%A9giascategoriasdeaquisi%C3%A7%C3%A3o

73CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA

FIGURA 3.1.1

MATRIZ DE COMPRAS – A ABORDAGEM DE KRALJIC

Os fatores internos estão agrupados sob a alcunha “Impacto no Negócio” na Figura

3.1.1, podendo também ser denominada como “Impacto Financeiro no Negócio”,

“Gastos Relativos”, dentre outros. O Impacto no Negócio procura representar a

importância estratégica que os materiais e serviços comprados representariam

para a organização, sob a forma dos seguintes pontos:

1 Custo do produto como % do valor total de aquisições;

2 Influência da mudança de preço no resultado final da empresa;

3 Volume de compras; e

4 Flexibilidade de preço do produto.

IMPA

CTO

NO

NEG

ÓC

IO

RISCO NO FORNECIMENTOBaixo Alto

Alto

ALAVANCÁVEL

NÃO CRÍTICO

ESTRATÉGICO

CRÍTICO

74 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Os chamados fatores externos estão ligados à complexidade dos mercados forne-

cedores dos respectivos insumos ou serviços, por isso denominados de “Risco no

Fornecimento” (ver Figura 3.1.1), ou “Risco/ Dificuldade de Fornecimento”, “Com-

plexidade de Suprimento”. Para orientar o processo de ponderação pela equipe

envolvida na análise, são sugeridos os pontos abaixo:

1 Número de fornecedores;

2 Escassez de capacidade de fornecimento;

3 Padrão (Standard) x Específico;

4 Complexidade da especificação;

5 Complexidade do processo;

6 Requisitos ambientais, tecnológicos, qualidade; e

7 Volatilidade tecnológica e grau de inovação.

A matriz ou modelo de compras de Kraljic permite uma visão estratégica para a

área de compras das empresas, diferenciando os itens de seu B.O.M. (Bill of Mate-

rials) em quatro categorias, conforme seu impacto sobre o valor anual comprado e

sua incerteza de fornecimento:

1 Item Estratégico

O quadrante Estratégico é formado pela combinação de alta complexidade no mercado fornecedor e alta importância interna do fornecimento. Desta forma, o impacto nos resultados e na geração de valor das organizações atra-vés da gestão da compra destes itens é significativa e os mercados fornece-dores são complexos e com riscos significativos no fornecimento.

2 Item Alavancável

Este quadrante é destinado aos itens com baixa complexidade do forneci-mento e alta importância interna da compra. Os impactos econômicos nas negociações com fornecedores destes itens são significativos para a organi-zação e, ao mesmo tempo, o risco associado ao fornecimento seria baixo.

3 Item Crítico ou Gargalo

Este quadrante é formado pela intersecção de baixo “Impacto no Negócio” e alto “Risco no Fornecimento”. Neste caso, o grau de dependência da organi-zação com relação aos fornecedores tende a ser alto, o número de fornece-dores no mercado pequeno ou, ainda, as características técnicas do forne-cimento são complexas. Em suma, existe grande dificuldade em desenvolver novas fontes de fornecimento que atendam aos requisitos estabelecidos.

4 Item Não Crítico

Composto por itens de baixa complexidade do fornecimento e de baixa re-presentatividade econômica e financeira para a empresa. Estes itens tendem a possuir grande oferta de fornecedores e relativa simplicidade na substitui-ção destes. Por outro lado, normalmente refere-se aos itens que demandam muita atividade operacional da gestão de compras, dada a dispersão de itens.

75CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA

É a partir da análise das características de cada quadrante da Matriz de Kraljic que

se sugere a adoção de estratégias genéricas de aquisição. Cabe ressaltar que a

compreensão destas estratégias e seu posterior desdobramento são os objetivos

finais da análise propiciada pela Matriz no âmbito de cada categoria. A Matriz de

Compras aborda os riscos internos e do mercado fornecedor e partindo da síntese

da Figura 3.1.2, são elencadas as abordagens estratégicas por quadrante.

FIGURA 3.1.2

DIRETRIZES GENÉRICAS DA MATRIZ DE COMPRAS

No quadrante “Crítico”, a estratégia de fornecimento mais relevante é a redução de

riscos de fornecimento dos respectivos itens. Esta estratégia se desdobra em três

principais abordagens, sendo que a primeira busca garantir fornecimento pelas fon-

tes atuais através de contratos de longo prazo. As outras duas abordagens tratam

de reduzir a dependência dos mercados fornecedores através do desenvolvimento

de fornecedores alternativos ou, ainda, por meio de mudanças nas especificações

técnicas dos insumos ou serviços.

IMPA

CTO

NO

NEG

ÓC

IO

RISCO NO FORNECIMENTOBaixo Alto

Alto

ALAVANCÁVEL(ESTIMULAR CONCORRÊNCIA)

ESTRATÉGICO(PRIORIZAR RELACIONAMENTO)

NÃO CRÍTICO(SIMPLIFICAR TRANSAÇÕES)

CRÍTICO(GARANTIR ABASTECIMENTO)

76 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Os itens alavancáveis são aqueles com mais diversidade de abordagens emprega-

das com intuito de viabilizar a estratégia de maximização de ganhos. Esta estratégia

se concentra em dois pontos para alcançar seu objetivo: promover a competição

entre os fornecedores e estimular a adoção de itens substitutos. Sendo assim as

abordagens podem ser a de redução de preço por volume comprado, a substituição

de fontes de fornecimento, emprego de leilões, uso das RFX´s2 em processos de

cotação, renegociação das tabelas de preços entre outros.

Para os itens estratégicos, deve-se compreender que a proximidade com o fornece-

dor é essencial para a construção de parcerias ou mesmo de alianças estratégicas.

Para estes itens, cujo pêndulo do poder está do lado do fornecedor, e que são críti-

cos para os processos de produção, ou para o desempenho econômico-financeiro,

a geração da vantagem competitiva compartilhada é a estratégia. Os caminhos

para isso são o investimento conjunto e a estruturação de parcerias de longo prazo,

com estímulo à criação de uma relação aberta e de confiança. Outra alternativa é

produção em casa, o que se verifica em muitos casos.

Análise da Estratégia de Compras na Cadeia Eólica no Brasil

Uma análise da estratégia de compras da cadeia eólica brasileira foi realizada a

partir de levantamento de classificações obtidas diretamente com os fabricantes

de aerogeradores instaladas no Brasil. Classificações para um conjunto de 16

componentes/subcomponentes principais dos aerogeradores foram consolidadas

em uma única planilha possibilitando uma visão agregada da categorização Kraljic.

De acordo com esta visão agregada os itens principais dos aerogeradores estariam

distribuídos conforme gráfico da Figura 3.2.1.

1. 2 RFX’s se referem a um conjunto de ferramentas da área de compras: RFI (Request for informa-tion), RFQ (Request for quotation), 1. RFP (Request for proposal), respectivamente pedido de informação, pedido de cotação e pedido de propos-ta, que visam padronizar e organizar o processo de compras.

2. RFX’s se referem a um conjunto de ferramentas da área de compras: RFI (Request for information), RFQ (Request for quotation), RFP (Request for proposal), respectivamente pedido de informação, pedido de cotação e pedido de proposta, que visam padronizar e organizar o processo de compras.

77CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA

FIGURA 3.2.1

CLASSIFICAÇÃO GERAL DE ITENS NA MATRIZ DE COMPRAS

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

Chama a atenção que a cadeia produtiva da eólica,

pelo menos no Brasil, tem como característica

uma grande quantidade de itens considera-

dos estratégicos e alavancáveis e poucos itens

considerados críticos ou gargalo. Cabe ressaltar

que o conceito de “gargalo” ou crítico da Matriz

de Kraljic (baixo valor anual comprado ou baixo

impacto nos negócios, mas alto risco de forneci-

mento) difere um pouco do conceito de gargalo

mais amplo utilizado neste relatório – se referindo

a limitações ou dificuldades tais como: capacidade

produtiva limitada ou falta de capacidade, baixa

competitividade de custo e restrições no trans-

porte de componentes.

Percebe-se, portanto, a necessidade de um grande

esforço das empresas fabricantes dos aerogerado-

res no gerenciamento de suas compras e nas nego-

ciações com fornecedores uma vez que o mercado

fornecedor é de elevada complexidade e há riscos de

fornecimento. A construção de parcerias estratégi-

cas cliente-fornecedor, a participação acionária em

fornecedores e a integração vertical são algumas das

estratégias utilizadas pelos fabricantes de aerogera-

dor no mercado brasileiro. Por exemplo, conforme

comentado anteriormente, a Wobben tem no país

suas próprias unidades produtivas de pás e torres,

a GE recentemente adquiriu um fabricante de pás

(LM), a Gamesa tem participação acionária no fabri-

ALAVANCÁVEL

24%

CRÍTICO

6%NÃO CRÍTICO

10%

ESTRATÉGICO

60%

78 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

cante de torres Torrebras e a Nordex/Acciona que

opera com fábricas de torres de concreto próprias,

montadas próximas aos parques eólicos com projeto

e processo próprios patenteados e, ainda, mesmo

que em nível global adquiriu a SSP Technologies,

fabricante dinamarquesa de pás eólicas.

Para itens alavancáveis, onde os impactos econô-

micos nas negociações são muito significativos,

em geral, as estratégias de compras dos fabrican-

tes de aerogerador têm sido focadas no desenvol-

vimento de mais de um fornecedor por item a fim

de aumentar seu poder de barganha.

Os poucos itens considerados críticos no con-

ceito de Kraljic também tem recebido atenção

dos fabricantes. As estratégias geralmente têm

se voltado para o desenvolvimento de novos

fornecedores, sendo que também há alguns

casos de mudanças nas especificações técnicas,

como por exemplo no caso da substituição de

flanges laminadas (sem costura) por flanges

caldeiradas e soldadas (com costura).

Uma visão desta classificação por item/compo-

nentes é apresentada na Figura 3.2.2.

FIGURA 3.2.2

CLASSIFICAÇÃO POR ITEM/COMPONENTE NA MATRIZ DE COMPRAS

Fonte: Elaborado pela FGV a partir dos dados coletados.

TORR

EGER

ADOR

FUNDID

OS PÁ

CAIXA

ENGRE

NAGEM

ROLA

MEN

TOS

(FORJ

ADOS)

CAREN

AGEN

S CUBO

E NAC

ELE

INVE

RSOR

(CONVE

RSOR)

CALDEI

RADOS

(ELE

MEN

TOS

ESTR

UTURA

IS)FL

ANGES

SISTE

MA

DE PIT

CHSIS

TEM

A DE

YAW

SISTE

MAS

DE

CONTROLE

TERR

AS R

ARAS

(IMÃS

PER

MAN

ENTE

S)

TRAN

SFORM

ADOR

SISTE

MA

DE FR

EIOS

0

1

2

3

4

5

ÍTEM CRÍTICO

ÍTEM ESTRATÉGICO

ÍTEM ALAVANCÁVEL

ÍTEM NÃO-CRÍTICO

79CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA

De acordo com a Figura 3.2.2, a torre, o gerador,

os fundidos, a caixa de engrenagem e a carenagem

da nacele e do cubo são os principais itens conside-

rados estratégicos. O transformador e o sistema

de freios, por outro lado, são unanimidade entre as

montadoras como itens de baixo risco de forneci-

mento. Verifica-se também que há uma diversidade

de avaliações entre as montadoras para alguns

itens, o que por vezes pode estar relacionado com

a tecnologia do aerogerador (com ou sem caixa de

engrenagem) e/ou com o maior ou menor grau de

verticalização de sua cadeia de fornecimento.

80 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Mapeamentodas EmpresasFabricantes de componentes e fabricantes desubcomponentes e insumos

6(1 NOVA)

16(3 NOVAS)

4 57(31 NOVAS)

53(25 NOVAS)

88(56 NOVAS)

Montadoras de AerogeradoresCapacidade total de 1.428 unidades

Fabricantes de Torres de AçoCapacidade total de 1.190 unidades

Fabricantes de Pás EólicasCapacidade total de 7.000 unidades

0

450

900

1.350

1.800

2014 2015 2016 20182017

CAPACIDADE DEMANDA ANUAL

Número de Empresas do Setor

Evolução da Capacidade Produtiva

2014

Fabricantesde Aerogerador,Torres e Pás

AEROGERADOR

TORRES

PÁS

MAPA 1

TOTAL EM 2017 NÃO EXISTIAM EM 2014 (NOVAS)

2017

Fabricantes deSubcomponentese insumos

NACELE

TORRES

PÁS/ROTOR

MAPA 2

Capacidade vs. Demanda em unidades de Aerogeradores

0 2.000 4.000 6.000

TECSIS

WOBBEN

LM WINDPOWER

AERIS

0 200 400 600

GESTAMP

TORREBRAS

ENGEBASA

ALSTOM

INTECNIAL

SCS A

BRASIL SAT

T.E.N.

0 200 400 600

WEG

GE

ALSTOM

ANORDEXCCIONA

VESTAS

SIEMENSGAMESA

WOBBEN

IMPSA

> 8.5 M/S

7.0 - 8.5 M/S

6.0 - 7.0 M/S

5.0 - 6.0 M/S

< 5.0 M/S

VELOCIDADE DOS VENTOS

81CAPÍTULO 03 | ESTRATÉGIA DE COMPRAS NA CADEIA PRODUTIVA BRASILEIRA

Mapeamentodas EmpresasFabricantes de componentes e fabricantes desubcomponentes e insumos

6(1 NOVA)

16(3 NOVAS)

4 57(31 NOVAS)

53(25 NOVAS)

88(56 NOVAS)

Montadoras de AerogeradoresCapacidade total de 1.428 unidades

Fabricantes de Torres de AçoCapacidade total de 1.190 unidades

Fabricantes de Pás EólicasCapacidade total de 7.000 unidades

0

450

900

1.350

1.800

2014 2015 2016 20182017

CAPACIDADE DEMANDA ANUAL

Número de Empresas do Setor

Evolução da Capacidade Produtiva

2014

Fabricantesde Aerogerador,Torres e Pás

AEROGERADOR

TORRES

PÁS

MAPA 1

TOTAL EM 2017 NÃO EXISTIAM EM 2014 (NOVAS)

2017

Fabricantes deSubcomponentese insumos

NACELE

TORRES

PÁS/ROTOR

MAPA 2

Capacidade vs. Demanda em unidades de Aerogeradores

0 2.000 4.000 6.000

TECSIS

WOBBEN

LM WINDPOWER

AERIS

0 200 400 600

GESTAMP

TORREBRAS

ENGEBASA

ALSTOM

INTECNIAL

SCS A

BRASIL SAT

T.E.N.

0 200 400 600

WEG

GE

ALSTOM

ANORDEXCCIONA

VESTAS

SIEMENSGAMESA

WOBBEN

IMPSA

> 8.5 M/S

7.0 - 8.5 M/S

6.0 - 7.0 M/S

5.0 - 6.0 M/S

< 5.0 M/S

VELOCIDADE DOS VENTOS

82 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

04

83CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO

Conclusões e Sugestões

84 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Principais Conclusões no Comparativo com o Estudo de 2014Os Quadros a seguir apresentam de forma sistematizada as percepções

coletadas nos questionários enviados às montadoras, comparativa-

mente às conclusões do estudo de 2014 (ABDI, 2014), sobre diversas

características da cadeia produtiva, abrangendo: visão geral da cadeia,

requisitos do FINAME/BNDES, competitividade, indústria nacional de

bens seriados, desenvolvimento de tecnologia e fatores logísticos.

04. Conclusões e Sugestões

85CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES

FIGURA 4.1.1

VISÃO GERAL DA CADEIA PRODUTIVA

2014 2017

SISTEMÁTICA DE COMPRAS

As montadoras de aerogeradores realizam

suas aquisições tanto por sistemas como por

componente. Há empresas mais verticalizadas

e outras que preferem terceirizar a fabricação

de diversos componentes. A regra do BNDES

é a grande influenciadora na estratégia de

suprimentos das montadoras e a gestão da cadeia

produtiva é atividade-chave neste processo.

A gestão da cadeia de suprimentos continua sendo

chave para o fornecimento dos aerogeradores. As

relações entre as montadoras e seus fornecedores

tornaram-se cada vez mais cruciais, em um

primeiro momento em função das necessidades

de atendimento às regras de conteúdo local

do BNDES e posteriormente pela redução da

demanda. As montadoras têm buscado melhorar

sua competitividade e manter a sustentabilidade de

sua cadeia produtiva.

MOTIVAÇÕES PARA IMPORTAÇÃO DE BENS

Motivos para a não aquisição de componentes

e subcomponentes no mercado nacional, são:

custos internos maiores; falta de capacidade ou

capacidade produtiva local limitada; capacidades

ociosas em outros países; preferência por

fornecedores globais; ausência de fabricantes

locais (e homologados) para determinados itens.

Os fatores preponderantes são custo e

disponibilidade. O custo de alguns componentes

eólicos produzidos no Brasil é superior aos

importados. Desta forma, a importação é

geralmente preferida apesar de exigir uma logística

mais extensa e onerosa. x

BENS COM MAIOR POTENCIAL / INTERESSE PARA NACIONALIZAÇÃO

Resina e fios/tecidos de fibra para Pás, massas e

revestimentos para o acabamento de Pás, flanges

forjados para torres de aço, elementos internos das

torres, elementos estruturais da nacele e gerador,

gerador, sistemas de passo, de Yaw e de controle,

anemômetros, sensores, caixa de engrenagem e

imãs permanentes.

Anéis forjados para rolamentos e flanges, freios do

gerador, componentes ainda não nacionalizados

que não compõe a tabela Finame, como internos

de torres (tomadas, luminárias). Bens como

gerador, caixa multiplicadora e rolamento do eixo

principal, embora sejam itens potenciais, pois não

há fornecedor local, são de difícil nacionalização

e, portanto, há baixo interesse por parte das

empresas neste processo.

VISÃO GERAL DA CADEIA PRODUTIVA NACIONAL

A indústria de energia eólica instalada no Brasil

é atrativa e está em fase de estruturação e

adequação ao mercado, e enfrenta diversas

dificuldades na busca por sua consolidação. Os

principais gargalos verificados estão relacionados

à falta de competitividade dos itens de produção

local frente aos importados e à falta de capacidade

produtiva de componentes e subcomponentes.

Alguns empresários do setor ressaltam,

adicionalmente, a falta de experiência dos

fabricantes locais.

Os problemas de competitividade da cadeia

produtiva decorrem da intermitência recente da

demanda e baixa escala quando se comparam

alguns componentes de alto custo com similares

importados e, ainda, da capacidade limitada de

produção para alguns itens. Há empresas com

potencial para atuar no setor, mas o atual cenário

de contratação de energia no Brasil, juntamente

com a burocracia e dificuldade nos processos de

homologação e desenvolvimento dos fornecedores

tem desincentivado estes movimentos.

86 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 4.1.2

REQUISITOS DA FINAME/BNDES

2014 2017

REQUISITOS DO FINAME / BNDES

Como consequência dos requisitos de conteúdo

local, o BNDES aponta investimentos em 20

novas unidades industriais, concluídas ou em fase

de construção, e na ampliação, remodelagem e/

ou instalação de novas linhas de produção em

14 unidades industriais existentes. Há ainda a

perspectiva de mais outros investimentos em elos

importantes da cadeia.

Todos os fabricantes credenciados atingiram

os requisitos finais propostos pela metodologia

de credenciamento. Para tal mais de 50 novos

investimentos foram identificados pelo BNDES

incluindo novas fábricas, adequações ou expansões.

Dos 27 itens listados na metodologia (tabelas 1 e

2), apenas 6 itens não foram nacionalizados. Foram

desenvolvidas novas plataformas mais modernas e

o processo de homologação de novas máquinas tem

sido contínuo.

GARGALOS PRODUTIVOS PARA ATENDIMENTO REQUISITOS FINAME /BNDES

Falta capacidade ou há capacidade limitada

basicamente para flanges, tecidos de fibra,

rolamentos e fundidos e usinados de grande porte

e maior complexidade.

Fundidos: 2 empresas credenciadas no FINAME/

BNDES

Caldeirados: 2 empresas credenciadas no

FINAME/BNDES

Forjados: Ainda há apenas um fabricante

(UNIFORJA) para os anéis destinados a

fabricação de forjados e rolamentos, embora haja

fornecedores em processo de instalação (GERDAU

e GALPERTI).

Outros: sistema de controle da pá (limitação em

capacidade para algumas montadoras); elementos

de fixação.

87CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES

FIGURA 4.1.3

COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA/CUSTOS

2014 2017

CUSTOS DOS INSUMOS

Os maiores custos para componentes e

subcomponentes produzidos localmente estão

relacionados principalmente ao custo interno da

chapa de aço. O aço é a principal matéria-prima dos

aerogeradores que usam torres de aço. O custo da

chapa importada é 30% inferior ao custo da compra

feita localmente, da Usiminas, atualmente única

fornecedora deste tipo de aço no País. Há ainda

outros monopólios em termos de materiais, como

o aço para os fundidos (GERDAU), o aço-silício

(APERAN), a resina epóxi (DOW) e os tecidos de

fibra de vidro (OWES CORNING) das Pás.

O aço nacional segue sendo considerado o

insumo excessivamente mais caro do que o

aço de fornecedores no exterior. A variação

dos custos dos insumos produtivos nacionais

estaria, em média, 30% maior na comparação

com a compra do mercado internacional (Chinês,

Indiano ou Coreano).

CUSTOS FINANCEIROS E IMPACTO NA COMPETITIVIDADE

Apontadas desvantagem para o Brasil na

competição no mercado internacional em

decorrência da elevada carga tributária que

incide na cadeia produtiva nacional, de custos

mais elevados com transporte e logística e pela

composição do custo de mão de obra, resultando

em um posicionamento de inferioridade em relação

a diversos países.

Os custos financeiros de maior impacto seriam:

encargos da mão de obra e impostos, além dos

custos logísticos (pedágios, licenças federais,

etc.). Os custos de mão de obra com os encargos

seriam similares aos da Europa, porém ainda

muito acima da Ásia.

Os fatores de maior impacto na competitividade

da indústria nacional seriam (nesta ordem):

• Câmbio (componentes importantes ainda são

importados ou comprados no Brasil em dólar

como moeda de referência);

• Baixa escala de produção local para alguns

componentes/insumos;

• Condições mais elevadas dos fatores de

produção (encargos sobre a mão de obra, capital,

infraestrutura, etc.) em comparação a realidade

de outros países;

• Elevada carga tributária/impostos não

recuperáveis.

88 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 4.1.4

INDÚSTRIA NACIONAL DE BENS SERIADOS

2014 2017

FUNDIDOS, FORJADOS E USINADOS DE GRANDES DIMENSÕES

Os itens de grande porte fabricados por processos

de forjaria, fundição e/ou usinagem de alta precisão,

em sua maioria, representam gargalos potenciais

na cadeia produtiva da indústria eólica nacional.

Há também dificuldades logísticas associada ao

fluxo produtivo do cubo. As empresas instaladas no

País teriam capacidade para produzir com precisão

e qualidade elevada, mas não na produtividade

desejada. Os recursos existentes em termos de

maquinário não permitem o alcance de níveis de

produtividade similares aos de fábricas na Europa.

As montadoras, inclusive, optam algumas vezes por

adaptar o projeto destes componentes às condições

de máquinas locais, de forma a facilitar o processo

produtivo e assim obter maior produtividade.

Considera-se ainda limitada a capacidade da

indústria nacional para estes itens. Existem

poucos fornecedores (dois) para fundidos. A

atratividade para a entrada de novos fornecedores

depende da demanda e escala ao longo dos anos.

Os fornecedores necessitam ser acionados

pelos fabricantes de turbinas eólicas no início de

desenvolvimento de novas turbinas para terem

condições de atender às necessidades específicas

para aerogeradores de maior potência.

FIGURA 4.1.5

DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA NACIONAL

2014 2017

CAPACIDADE DA INDÚSTRIA NACIONAL EM DESENVOLVER TECNOLOGIA LOCAL

O conhecimento mais difundido no País

abrange principalmente a tecnologia de

montagem dos aerogeradores, os processos

de fabricação de torres de aço e de concreto

e os processos de fabricação de grandes

componentes. O conhecimento específico para

o desenvolvimento do projeto da maior parte

destes componentes ainda é pequeno e, dado

o potencial de geração de tecnologia no País,

poderia ser consideravelmente incrementado.

Existem empresas locais com potencial para o

desenvolvimento tecnológico de componentes

e projeto de aerogeradores.

Em geral, é considerada baixa a capacidade

tecnológica da indústria nacional, especialmente em

itens de maior valor agregado. O desenvolvimento

de tecnologias para o setor está muito centralizado

nas matrizes das grandes empresas, normalmente

situadas nos EUA ou Europa. No Brasil estão

sendo realizadas adaptações / tropicalização das

especificações dos produtos. Poderia contribuir

neste sentido a criação de programas envolvendo a

indústria, universidades e entidades afins. Apenas

duas das montadoras instaladas no Brasil tem uma

estrutura de P&D local.

89CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES

FIGURA 4.1.6

FATORES LOGÍSTICOS

2014 2017

ITENS CRÍTICOS PARA TRANSPORTE

A carenagem da nacele, as pás, as seções de

torres e os fundidos.

Continuam sendo considerados itens críticos

os grandes componentes como pás, naceles,

seções de torres, fundidos de grande porte.

Estes componentes, devido ao excesso de peso

ou dimensão, exigem a presença de equipe de

batedores, licenças especiais e transporte em

horários alternativos pré-estabelecidos.

GARGALOS LOGÍSTICOS

Para a logística dentro do território nacional

faltam navios especializados que possam

proporcionar um serviço de transporte

marítimo de cabotagem confiável, regular

e competitivo para as “cargas de projeto”.

Há ainda dificuldades com a infraestrutura

dos portos brasileiros e seu elevado custo

de operação (em algumas localidades). No

caso do modal rodoviário, faltam caminhões

especiais no mercado e também rotas (malha

rodoviária) adequadas à entrega dos produtos.

Estas dificuldades, somadas às condições

(em geral) ruins das estradas brasileiras, e às

longas distâncias a percorrer, resultam em

custos de frete elevados, onerando o preço dos

aerogeradores.

Falta de embarcações para o transporte marítimo

de cabotagem, infraestrutura dos portos e rodovias

deficientes ou subdimensionadas para o porte dos

componentes eólicos, incluindo algumas obras de

arte (pontes) condenadas. Apesar dos avanços

institucionais e administrativos observados

no Departamento Nacional de Infraestrutura

de Transportes - DNIT e a PRF, em termos do

entendimento dos aspectos logísticos intrínsecos

do setor, ainda é limitada a capacidade de suporte

de ambas as instituições.

90 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Sugestões

A seguir, são apresentadas as principais sugestões para fomentar o desen-

volvimento e sustentabilidade da cadeia produtiva do setor eólico brasileiro,

recebidas dos fabricantes do setor:

1 Garantia de uma demanda interna mínima para maior previsibilidade e para investimentos e melhorias em produtividade

As oportunidades para o desenvolvimento e sustentabilidade da cadeia eólica podem ser mais facilmente aproveitadas a partir de um planejamento estável e de longo prazo, associando o desenvolvimento industrial ao crescimento do setor de energia renovável. Conforme apontado no estudo anterior, uma po-lítica energética mais alinhada com uma política industrial desenvolvimentista consideraria em seu planejamento a manutenção de um volume mínimo anual de contratações de energia renovável no mercado regulado, ou pelo menos mais estável. Este volume e previsibilidade permitiriam a maturação da indústria, através de novos investimentos e modernização de maquinários, levando a ganhos de produtividade e então maior competitividade. Com pre-visibilidade seria possível inclusive recuperar empresas que estão atualmente em dificuldade.

2 Aprimoramento das regras de conteúdo local a partir de um amplo deba-te envolvendo os diversos agentes econômicos que constituem a cadeia produtiva de energia eólica no País

A metodologia do BNDES para credenciamento e verificação de conteúdo local para aerogeradores fabricados no Brasil entrou em vigor no final de 2012, vindo a sofrer posteriormente alguns ajustes nos prazos de nacionalização de componen-tes e subcomponentes. Passados quase cinco anos, parece oportuna reavaliação da metodologia por parte do BNDES, com vistas ao seu aprimoramento, a partir da análise do cenário atual e considerando a perspectiva dos diversos atores que compõem a cadeia produtiva. Algumas sugestões recebidas são, por exemplo: a “premiação” de fornecedores/componentes que contribuem de forma mais incisiva para ganho de tecnologia e geração de empregos no País; a avaliação da real condição de determinado item no Brasil quanto a requisitos mínimos de custo, qualidade e entrega; (Diversas outras sugestões já foram citadas em estudo anterior (ABDI, 2014)). Neste sentido, é fundamental a mobilização da indústria através da promoção de fóruns de debate que possibilitem a estruturação de pro-postas de aprimoramento consistentes, representativas e alinhadas com os objeti-vos de “ampliação da quantidade de componentes nacionais nos equipamentos, promovendo a fabricação, no País, de peças com alto conteúdo tecnológico e uso intensivo de mão de obra, sofisticando o parque produtivo nacional e gerando empregos de qualidade” (TN PETRÓLEO, 2014).

91CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES

3 Concessão / reequilíbrio de incentivos tributários para matérias-primas, componentes e produtos

No estudo de 2014, diversas críticas foram feitas ao REIDI - Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura - e a desequilíbrios quanto a isenção de ICMS e mesmo PIS/COFINS1. Além do tratamento dos desequilíbrios fiscais, uma preocupação atual parece ser a ocorrência de tributação em cascata, a qual afeta toda a cadeia.

4 Melhorias na produtividade das empresas do setor

Segundo as empresas âncoras do setor, há oportunidades para a melhoria da produtividade de fabricantes nacionais através do desenvolvimento de programas de capacitação, consultoria e apoio, extensível também a pequenos fornecedores nas proximidades dos parques. Há aspectos tecnológicos a serem trabalhados, assim como melhorias na gestão das empresas. Contribuem neste sentido os incentivos a P&D para melhorias de processos e produtos, e/ou desenvolvimento de outras políticas que direcionem a cadeia para o caminho da melhoria de sua produtividade e competitividade. Conforme citado no estudo anterior, a identificação das competências necessárias e a avaliação do nível de prontidão dos fabrican-tes frente a elas serviria de base de informações para ações de desen-volvimento de fornecedores. Questões mais estruturantes, transversais, também precisam ser tratadas pelo governo, como a promoção de um ambiente de investimentos, de concorrência, de PD&I, etc.

Um dos fatores mais importantes para melhoria da produtividade e custo é a de-manda com escala que proporcione retorno aos investimentos propostos. Fator esse preponderante nos países onde a cadeia produtiva se instalou e conseguiu atingir níveis de competitividade que permitiram a exportação de componentes.

A eventual entrada de grandes grupos de investidores internacionais no Brasil, os quais não necessitariam de aporte de capital do BNDES para seus projetos, pode representar uma ameaça à cadeia nacional, caso não aconteçam estas melhorias.

5 Desenvolvimento de competitividade para exportação

Atualmente a exportação de aerogeradores com alto conteúdo local é considera-da inviável. O País já foi grande exportador de pás eólicas, em função da possi-bilidade de utilização do drawback, mas há baixa competitividade para diversos outros componentes onde o drawback não seria o fator importante de competi-tividade. Nas condições atuais, a exportação é vista, em geral, apenas como uma opção temporária, para passar, com esforço, o período de escassez do mercado interno. Existem mecanismos fiscais, como drawback, que permitem montar uma nacele no Brasil com competitividade para exportar para a América Latina.

1. 1 “O REIDI – Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura foi insti-tuído em 2007 para desonerar do PIS e da Cofins as aquisições de produtos realizadas pelos investidores de obras de infraestrutura (PAC), sendo que o segmento de geração de energia eólica foi um dos benefi-ciários mais importantes. As empresas de bens de capital sob encomenda, fabricantes de aerogeradores e seus componentes, porém, não foram autorizadas a ser co-habilitadas aos projetos habilitados no regime tributário especial. Como estes fabricantes tem suas vendas concentradas geralmente apenas nos mercados de infraestrutura, ocorre que praticamente todas as vendas realizadas acabam gerando enorme acúmulo de créditos de PIS/ Cofins. Ainda segundo alguns fabricantes, outro desequilíbrio diz respeito ao ICMS. Existe um decreto e um convênio de ICMS pelo qual as montadoras de aerogeradores podem adquirir suas matérias-pri-mas e componentes com o NCM 8503.00.90 o qual é isento de ICMS. Os fornecedores destes itens ao com-prar materiais no mercado local, de forma a atender os requisitos do BNDES de conteúdo nacional, recebem a incidência do ICMS em 12%, 18%, etc... e vendem para as montadoras os produtos acabados sob o NCM 8503.00.90 com 0% de ICMS, havendo novamente um acúmulo de créditos. De forma similar a questão do PIS/Cofins, alguns profissionais do setor defendem que o ICMS deveria ser estendido à cadeia ou então eliminado, de forma a efetivamente beneficiar o setor”(ABDI,2014). .

1. “O REIDI – Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura foi instituído em 2007 para desonerar do PIS e da Cofins as aqui-sições de produtos realizadas pelos investidores de obras de infraestrutura (PAC), sendo que o segmento de geração de energia eólica foi um dos benefi-ciários mais importantes. As empresas de bens de capital sob encomenda, fabricantes de aerogeradores e seus componentes, porém, não foram autorizadas a ser co-habilitadas aos projetos habilitados no regime tributário especial. Como estes fabricantes tem suas vendas concentradas geralmente apenas nos mercados de infraestrutura, ocorre que praticamente todas as vendas realizadas acabam gerando enorme acúmulo de créditos de PIS/ Cofins. Ainda segundo alguns fabricantes, outro desequilíbrio diz respeito ao ICMS. Existe um decreto e um convênio de ICMS pelo qual as montadoras de aerogeradores podem adquirir suas matérias-primas e componentes com o NCM 8503.00.90 o qual é isento de ICMS. Os fornecedores destes itens ao comprar materiais no mercado local, de forma a atender os requisitos do BNDES de conteúdo nacional, recebem a incidência do ICMS em 12%, 18%, etc... e vendem para as montadoras os produtos acabados sob o NCM 8503.00.90 com 0% de ICMS, havendo novamente um acúmulo de créditos. De forma similar a questão do PIS/Cofins, alguns profissionais do setor defendem que o ICMS deveria ser estendido à cadeia ou então eliminado, de forma a efetivamente beneficiar o setor”(ABDI,2014).

92 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Uma demanda consistente e escala que viabilize automação da produção e investimentos em dispositivos de fabricação permitiriam a construção de uma cadeia produtiva mais competitiva também em nível internacional que é fundamental para sua sustentabilidade no longo prazo. Algumas sugestões para melhorar a competividade da cadeia para exportação seriam: focar a produção local em itens onde o Brasil tem mais oportunidade de controle (não dependem tanto de volatilidade de preços de comoditties internacionais); desenvolver melhores condições para exportação – ferramentas, incentivos específicos e financiamento com alguma flexibilidade na regra de conteúdo local (pelo menos temporariamente); desenvolver uma política de exportação mais centrada em negócios; promoção de debates envolvendo fabricantes, governo, e associa-ções / entidades, para discutir alternativas de melhoria da competitividade para exportação; apoio / capacitação dos fornecedores para melhoria de seus processos produtivos e aquisição de tecnologias que permitam atingir os níveis de produtividade mundiais; melhorias nas questões tributárias e logísticas (isen-ções/reduções fiscais, por exemplo), transportes e processos alfandegários.

6 Fortalecer e estimular a cadeia brasileira nos componentes e subcompo-nentes onde ela tem maior potencial para competir internacionalmente

Isto é, incentivar com maior ênfase o desenvolvimento de componentes e subcomponentes onde as condições e competências locais para seu desen-volvimento, fabricação e exportação sejam mais favoráveis.

Observações Diversas outras sugestões, como por exemplo as voltadas à melhoria da

infraestrutura logística do País, foram apresentadas no estudo de 2014 e não

receberam novas contribuições neste levantamento. Assim, estas sugestões não

estão sendo reapresentadas nesta atualização.

Para a realização de atualizações e estudos futuros, recomenda-se a ABDI (prefe-

rencialmente em parceria com as associações do setor) a construção e manutenção

permanente de uma base de dados próprias com identificação dos fabricantes e de

seus representantes e respectivos contatos.

Dificuldades foram encontradas na realização deste estudo especialmente para

o mapeamento dos serviços para o setor eólico. Este mapeamento poderá ser

adicionado futuramente a este estudo a partir da mobilização de pelo menos um

pequeno grupo mais representativo dos empreendedores e desenvolvedores, para

colaboração com informações de seus fornecedores.

Diversas informações apresentadas neste relatório serão disponibilizadas pos-

teriormente em formato gráfico e interativo, incluindo localização geográfica dos

fabricantes e dos parques eólicos implantados e em construção.

93CAPÍTULO 04 | CONCLUSÕES E SUGESTÕES

94 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

05

95CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO

Referências Bibliográficas

96 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

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f-EMAIL_CAMPAIGN_2017_02_06&utm_me-

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Indiano. [post]. 25 abr. 2017. Disponível em:

<http://www.weg.net/institutional/BR/pt/news/

corporativo/weg-anuncia-entrada-no-mercado-

-eolico-indiano>. Acesso em: 29 jun. 2017.

WOBBEN WINDPOWER. Nova Fábrica de Tor-

res da Wobben Windpower em Guaíba. [post].

30 set. 2016. Disponível em: < http://www.

wobben.com.br/noticias/detalhe/nova-fabrica-

-de-torres-da-wobben-windpower-em-guaiba/>.

Acesso em: 29 jun. 2017.

98 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

99CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO

Anexo I Itens que Compõem a Cadeia Produtiva de Bens e Serviços

100 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

CAIXA

PÁS

CUBO

EIXO GERADOR

NACELE

TORRE

BENS – PARTES E COMPONENTES1

Os bens que compõe a cadeia produtiva da indústria eólica compreen-

dem o aerogerador e os itens de infraestrutura do parque eólico, como

fundações e os equipamentos necessários para conexão à rede elétrica,

tais como: transformadores, subestação, cabos e inversores.

O aerogerador é considerado o item crítico do sistema, pois representa

geralmente mais de 60% do investimento de um parque eólico. Trata-se

de uma máquina complexa, de grande porte, com capacidades variando

atualmente entre 1,5 e 3 MW (caso dos parques Onshore). Os aerogera-

dores principalmente utilizados em escala de utilidades são os com rotor

de eixo horizontal do tipo hélice, composto normalmente por três pás.

A Figura 1 ilustra os componentes básicos dos aerogeradores de eixo

horizontal e diferentes configurações existentes em termos de tamanho

e formato de nacele, presença ou não de caixa multiplicadora e tipo de

gerador utilizado (convencional ou multipolos).

1. 1

I. Anexo I Itens que Compõem a Cadeia Produtiva de Bens e Serviços1

1. 1

1. Este anexo foi retirado integralmente do “Mapeamento da Cadeia Produtiva da Indústria Eólica no Brasil”, publicado pela ABDI em 2014.

101ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

CAIXA

PÁS

CUBO

EIXO GERADOR

NACELE

TORRE

FIGURA 1

COMPONENTES BÁSICOS DE AEROGERADORES DE EIXO HORIZONTAL EM DIFERENTES CONFIGURAÇÕES

Fonte: Adaptado de: CRESESB (2008).

102 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

TOPOLOGIAS DE AEROGERADORDiferentes tecnologias de aerogeradores têm sido desenvolvidas nas últimas déca-

das. Dependendo da tecnologia, pode haver componentes e/ou subcomponentes

específicos, bem como pode haver diferenças em sua disposição no aerogerador.

As diferentes tecnologias de aerogerador podem ser classificadas segundo os

seguintes conceitos (UPWIND, 2007):

1 Velocidade de rotação: velocidade fixa (VF); velocidade variável limitada (VVL); velocidade variável (VV);

2 Regulagem de força ou mecanismo de controle: controle estol (stall); controle de estol ativo; controle de passo (pitch);

3 Trem de acionamento (drive train): com caixa de engrenagem (multiplicadora); sem caixa de engrenagem (acionamento direto);

4 Tipo de gerador: gerador de indução (assíncrono) com rotor de gaiola (squirrel cage induction generator - SCIG); gerador de indução com rotor ventilado (wou-nd rotor induction generator - WRIG); gerador de indução duplamente excitado (doubly fed induction generator (DFIG); gerador síncrono de excitatriz com ímãs permanentes (permanent magnet synchronous generator - PMSG); gerador sín-crono excitado eletricamente - com enrolamento de campo (electrically excited synchronous generator - EESG).

O gerador síncrono chama-se alternador e o gerador assíncrono também se

designa de indução. O nome síncrono se deve ao fato da máquina operar com uma

velocidade de rotação constante sincronizada com a frequência da tensão eléctrica

alternada aplicada aos terminais da mesma, ou seja, devido ao movimento igual de

rotação, entre o campo girante e o rotor é chamado de máquina síncrona (sincronis-

mo entre campo do estator e rotor). Os geradores assíncronos rodam com uma ve-

locidade superior à velocidade de sincronismo, existindo escorregamento do rotor

em relação ao campo girante. A máquina assíncrona não necessita de excitatriz.

Conforme o conceito de velocidade de rotação, diferentes combinações de meca-

nismos de controle, acionamento e tipo de gerador foram desenvolvidas. A seguir

estes diferentes conceitos são abordados em maior detalhe.

103ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

GERADOR DE INDUÇÃO COM ROTOR DE GAIOLA (SQUIRREL CAGE INDUCTION GENERATOR - SCIG)

A topologia dominante nos anos 80 e 90 é a conhecida como “conceito dinamarquês”: velocidade

fixa, controle estol, caixa de engrenagem de múltiplo estágio e gerador de indução com rotor de

gaiola (SCIG) conectado diretamente à rede através de um transformador. A Figura 2 apresenta

esta topologia de forma esquemática.

FIGURA 2

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO SCIG

Este sistema evoluiu posteriormente para um sistema de duas velocidades utilizando um gerador

SCIG com polo mutável. Obteve-se assim maior eficiência das pás e redução de ruído a baixas velo-

cidades. Este conceito tem sido usado pela Vestas, Made (atualmente Gamesa) e Nordex. Geral-

mente o número de polos dos aerogeradores comerciais deste tipo é de 2 ou 3 pares, requerendo

uma caixa de engrenagem de 3 estágios. Não há conexão elétrica entre o estator e o rotor.

A introdução do controle de estol ativo permitiu a virada da pá, melhorando a eficiência de extra-

ção de potência da máquina (o passo da pá do rotor é girado na direção do estol e não na direção da

posição de embandeiramento - menor sustentação - como é feito em sistemas de passo normais).

Este sistema tem sido usado pela Siemens e Vestas. O controle de passo vira as pás no sentido

contrário do mecanismo de estol ativo e necessita de acionamento mais potente, com algumas

desvantagens para o caso de aerogeradores de grande porte.

GEARBOX

CAPACITOR

GRID

SCIG

104 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

GERADOR DE INDUÇÃO COM ROTOR VENTILADO (WOUND ROTOR INDUCTION GENERATOR - WRIG)

Nos anos 90 a Vestas passou a adotar o conceito de velocidade limitada conheci-

do como OptiSlip. Este conceito utiliza um conversor eletrônico de potência para

controlar a resistência do rotor (slip) e um gerador de indução com rotor ventilado

(WRIG), similar ao SCIG. Fabricantes como Vestas e Suzlon utilizam este conceito,

esquematizado na Figura 3.

FIGURA 3

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO WRIG

A partir dos anos 90, os aerogeradores de capacidade maior que 1,5MW passa-

ram a utilizar o conceito de velocidade variável proporcionando maior qualidade

de geração de energia, entre outros benefícios. Um aerogerador com sistema de

velocidade variável geralmente utiliza mecanismo de controle de passo, caixa de

engrenagem multi-estágio, conversor eletrônico de potência e são possíveis dife-

rentes conceitos de gerador: DFIG, SCIG e PMSG.

GEARBOX

CONVERTER

GRID

WRIG

105ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

GERADOR DE INDUÇÃO DUPLAMENTE EXCITADO (DOUBLY FED INDUCTION GENERATOR - DFIG)

O gerador de indução duplamente excitado (DFIG) é o tipo geralmente utilizado

para aerogeradores de grande porte. O princípio básico de operação é similar ao

SCIG, porém a potência ativa do rotor pode ser controlada pela corrente do con-

versor paralelo ao rotor, conforme esquema da Figura 4.

FIGURA 4

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO DFIG

O sistema com gerador SCIG precisou ser modificado, com a introdução de

um conversor de potência, para permitir a operação com velocidade variável.

Comparativamente ao conceito dinamarquês, este sistema tem a desvantagem

de maior custo, associado ao elevado custo do conversor de larga escala (full

scale converter). A Siemens utiliza este conceito, esquematizado na Figura 5, em

alguns modelos comerciais.

GEARBOX

CONVERTER

GRID

DFIG

106 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 5

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO SCIG COM CONVERSOR DE LARGA ESCALA

GERADOR SÍNCRONO DE EXCITATRIZ COM ÍMÃS PERMANENTES (PERMANENT MAGNET SYNCHRONOUS GENERATOR - PMSG)

Uma alternativa ao tipo DFIG é o gerador síncrono de excitatriz com ímãs perma-

nentes (PMSG) com conversor de larga escala. O custo dos componentes eletrô-

nicos é menor e não são utilizadas escovas. Esta tecnologia tem sido usada pela

Gamesa (Made), GE e Clipper, e é representada esquematicamente na Figura 6.

FIGURA 6

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO PMSG COM CONVERSOR DE LARGA ESCALA

GEARBOX CONVERTER

GRID

SCIG

GEARBOX CONVERTER

GRID

PMSG

107ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

A partir de 1991, aerogeradores com acionamento direto (sem caixa de engrenagem)

começaram a surgir como forma de reduzir as falhas associadas à caixa de engrena-

gem e minimizar problemas de manutenção. A principal diferença entre os geradores

com e sem caixa de engrenagem é a velocidade de rotação do gerador. O gerador de

acionamento direto gira a baixa velocidade porque o rotor do gerador está conec-

tado diretamente ao cubo do rotor das pás, sendo necessária então a produção de

uma taxa de torque elevada. Como consequência, o gerador de acionamento direto

é geralmente mais pesado que o com caixa de engrenagem. Para maior eficiência e

diminuição de peso de partes ativas, os geradores de acionamento direto são projeta-

dos com diâmetro maior e menor passo de polo, conforme Figura 7.

FIGURA 7

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO ACIONAMENTO DIRETO SÍNCRONO

FIXED SHAFT

LOW -SPEED SHAFT GENERATOR STATOR

GENERATOR ROTOR

108 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 8

ESQUEMA DE UM GERADOR DE ACIONAMENTO DIRETO DO TIPO EESG

Recentemente, o uso de geradores do tipo PMSG tem se tornado mais atrativo pela

melhoria de desempenho e diminuição dos custos dos ímãs e outros componentes

eletrônicos. Empresas como WEG (tecnologia Northern) e IMPSA (tecnologia

Vensys) utilizam este conceito, representado esquematicamente na Figura 9.

Há dois conceitos principais de gerador no mercado sem a utilização de caixa de

engrenagem: o tipo EESG e o tipo PMSG.

GERADOR SÍNCRONO EXCITADO ELETRICAMENTE - COM ENROLAMENTO DE CAMPO (ELECTRICALLY EXCITED SYNCHRONOUS GENERATOR - EESG)

O Tipo EESG, gerador síncrono excitado eletricamente com enrolamento de cam-

po, é o mais comumente utilizado pelos fabricantes com tecnologia sem caixa de en-

grenagem. É construído com um sistema com enrolamento de campo e não requer

o uso de imãs permanentes, os quais agregariam um custo adicional significativo ao

gerador. Por outro lado, o custo do conversor necessário é considerável, reque-

rendo componentes eletrônicos mais caros e necessitando refrigeração intensiva.

Este conceito, esquematizado na Figura 8, é utilizado pela Enercon/Wobben, que o

denomina de gerador anelar (annular generator).

CONVERTER

GRID

EESG

CONVERTER

109ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

FIGURA 9

ESQUEMA DE UM GERADOR DE ACIONAMENTO DIRETO DO TIPO PMSG

Há ainda sistemas com utilização do conceito de velocidade variável, com gerador

de ímãs permanentes e caixa de engrenagem planetária de estágio único. Este

conceito, apresentado na Figura 10, foi introduzido pela Multibrid e é também

utilizada pela WinWind.

CONVERTER

GRID

PMSG

FIGURA 10

ESQUEMA DE UM GERADOR DO TIPO PMSG COM CAIXA DE ENGRENAGEM DE ESTÁGIO ÚNICO

Outra variação é o conceito apresentado pela DeWind, com utilização de caixa de

engrenagem de 2 estágios, hidrodinâmica. Vários outros conceitos estão sendo

desenvolvidos, tais como: gerador de indução linear, geradores de relutância comu-

tada e geradores de indução sem escovas (brushless doubly fed induction generators-

BDFIGs), mas que ainda não são comercializados de forma ampla no mercado.

GEARBOX CONVERTER

GRID

PMSG

110 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

NACELE

FLANGEINTERMEDIÁRIA

FLANGESUPERIOR

MARCODE PORTA

FLANGEINFERIOR

3.

2.

4.

1.

3.

2.

4.

1.

PRINCIPAIS COMPONENTES DE UM AEROGERADOR DE EIXO HORIZONTAL

Como visto anteriormente, o aerogerador é constitu-

ído pelos seguintes componentes básicos: torre; pás,

cubo do rotor, eixo, nacele, gerador, e, dependendo da

tecnologia, caixa de engrenagem (Figura 1). Uma ou-

tra subdivisão possível é a que separa os componen-

tes principais em (AWEA, 2011; POLYTEC, 2009):

rotor (compreendendo as pás, o cubo, rolamentos

e mecanismos de controle); trem de acionamento

(compreendendo o eixo principal, sistema de freios,

caixa de engrenagem – se houver, e eixo secundário

(se houver); nacele (considerando carenagem em

fibra, sistema de Yaw (guinada), peças estruturais e

equipamentos auxiliares); sistema de força elétrica

(contendo gerador, conversor ou inversor – se algum,

cabos internos e transformador); e a torre.

A abertura dos componentes e subcomponentes

para uma visão única de árvore de produto é

dificultada pelas diferentes tecnologias utilizadas

pelos fabricantes e também pelas diferentes siste-

máticas de compras e nomenclaturas utilizadas. A

fim de facilitar este processo e permitir a elabo-

ração da relação de itens produtivos previstas

no projeto, será considerada prioritariamente a

sistemática e taxonomia adotada pelo BNDES

para fins de credenciamento dos aerogeradores

no FINAME2. Nesta sistemática os aerogeradores

são divididos em dois grandes grupos – com e sem

caixa de engrenagem. E a subdivisão dos compo-

nentes é feita considerando-se: torre, pá, cubo

e nacele. A seguir os principais componentes e

subcomponentes são brevemente descritos.

TORREAs torres são as estruturas responsáveis pela sus-

tentação e posicionamento do conjunto rotor-nace-

1. 2 Ver site BNDES para maiores detalhes - http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Ferramen-tas_e_Normas/Credenciamento_de_Equipamentos/credenci-amento_aerogeradores.html

le a uma altura conveniente ao seu funcionamento.

As torres podem ser do tipo cônica ou treliçada e

construídas a partir de diferentes materiais (CUS-

TÓDIO, 2013). As torres cônicas podem ser de

aço laminado ou concreto protendido, e as torres

treliçadas utilizam aço galvanizado. Há também as

chamadas torres (cônicas) híbridas, onde a parte de

baixo da torre (cerca de 60 metros) é construída em

concreto e a parte superior é feita em aço. As duas

partes são acopladas através de um anel de transi-

ção. A definição do tipo de torre / material depende

de fatores como custo, altura do aerogerador,

facilidade de transporte, montagem e manutenção.

De maneira geral, pode-se dizer que as torres de

aço cônicas são mais utilizadas em alturas menores,

na faixa de 80 a 100 metros, enquanto as torres de

concreto, híbridas ou as treliçadas são mais empre-

gadas em alturas maiores, acima de 100 metros. As

torres treliçadas são mais comumente empregadas

em situações que requerem uma logística simplifi-

cada, como instalações em locais de difícil acesso.

Para o caso de torres “ultra-altas” (na faixa dos 200

metros), há ainda tecnologias que empregam ma-

deira na construção ou então utilizam um esqueleto

interno de aço envolto em tecido arquitetônico de

alta resistência (BRAZIL, 2013).

Nos parques eólicos instalados no Brasil são mais

comuns as torres cônicas de aço e as híbridas

(utilizadas pela Wobben). Recentemente as torres

totalmente de concreto vêm ganhando espaço

no mercado brasileiro e novos fabricantes estão

atualmente desenvolvendo protótipos no país.

A Figura 11 ilustra alguns itens componentes

forjados da estrutura das torres de aço cônicas.

2. Ver site BNDES para maiores detalhes - http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Ferramentas_e_Normas/Creden-ciamento_de_Equipamentos/credenciamento_aerogeradores.html

111ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

NACELE

FLANGEINTERMEDIÁRIA

FLANGESUPERIOR

MARCODE PORTA

FLANGEINFERIOR

3.

2.

4.

1.

3.

2.

4.

1.

FIGURA 11

COMPONENTES FORJADOS – TORRES DE AÇO CÔNICAS.

Fonte: Disponível em: <http://www.grupoiraeta.com/products.php?opc=windtowersector >.Acesso em: 02 set. 2013.

112 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

As torres representam de 20 a 25% do custo do

aerogerador. No caso das torres cônicas de aço, são

utilizadas de 100 a 200 toneladas deste material,

dependendo da altura - aproximadamente 98% da

torre é feita de aço. Neste caso a torre correspon-

dendo a cerca de 65% do peso do aerogerador. As

torres de concreto são bem mais pesadas, atingido

850 toneladas apenas em sua parte estrutural.

Além dos componentes estruturais, que corres-

pondem a cerca de 90% do custo de material,

fazem parte das torres uma série de componentes

internos, tais como: escadas, elevadores3, platafor-

mas, suportes, guard-rails, etc. A Figura 12 apresen-

ta alguns dos internos das torres.1. 3 Na metodologia do BNDES o elevador é considerado um item associado à nacele.

FIGURA 12

INTERNOS DA TORRE:

Fonte: Disponível em: <http://www.hailo-professional.de/prof_public/products.php?b=6>. Acesso em 07/09/13

3. Na metodologia do BNDES o elevador é considerado um item associado à nacele.

113ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

O Quadro 1 traz uma abertura detalhada dos itens e insumos utilizados em torres

cônicas de aço e concreto.

QUADRO 1

ITENS E INSUMOS UTILIZADOS EM TORRES CÔNICAS

TORRE (20 A 25% DO CUSTO DO AEROGERADOR)

ESTRUTURA TORRE DE AÇO

Chapas de aço laminado

Flanges

Fixadores (parafusos ou elementos de conexão)

Portas

Escotilhas

Revestimentos (pintura)

ESTRUTURA TORRE DE CONCRETO

Concreto (pré-moldados)

• Cimento, areia, brita, água, aditivos plastificantes

Moldes

Insertos metálicos

Cabos de aço de protensão

Revestimentos (pintura)

Produtos de montagem dos pré-moldados (adesivos)

ELEMENTOS INTERNOS

Escadas

• Etiquetas de identificação

Cimento, areia, brita, água,

aditivos plastificantes

Elevador

Plataformas

Suportes (brackets) e acessórios

Sistemas de proteção contra-quedas

• Cabo, fixador, trava-queda, correia, corda • Cerca, porta da cerca

Guard-railsPassa-cabos (pipe-rack ou eletrodutos)

Cabos

Iluminação

A Figura 13 detalha a utilização de fixadores, que além de serem usados na cone-

xão das seções das torres, também é utilizado nas fundações, na conexão do rotor

com a nacele e na fixação das pás ao rotor.

114 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

3.

FIXADORESPARA GERADOR

2.

FIXADORES PARA TORRESTUBULARES E ESTAIADAS

FIXADORES PARAPÁS DOS ROTORES

4.

3.

2.

1.

4.

CHUMBADORES PRA FUNDAÇÃO

1.

FIGURA 13

UTILIZAÇÃO DE FIXADORES NO AEROGERADOR

Fonte: Disponível em:< http://www.august-friedberg.com/produkte/windenergie_por.asp>. Acesso em 02/09/13.

115ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

ROTORO rotor compreende basicamente as pás – 3 por aerogerador (tipo comercial de

grande porte mais comum) e o cubo onde são fixadas. As pás são os elementos

que interagem diretamente com o vento. São perfis aerodinâmicos de 30 a 70

metros de comprimento (instalações Onshore) fabricados em material compó-

sito – resina epóxi ou poliéster reforçada com fibra de vidro e/ou carbono – e

representam cerca de 22% do custo do aerogerador e 7% de sua massa (6 a 10

toneladas cada uma). As pás normalmente recebem um acabamento superficial

para proteção do compósito às intempéries, à base de gel-coat e/ou revestimen-

tos poliuretânicos. O “bordo de ataque”, superfície que está em atrito direto com

vento, chuva e particulados em altas velocidades, é a região mais crítica, passível

de desgaste por erosão.

Em termos estruturais a pá consiste em um casco externo, formado por 2 con-

chas unidas de material compósito, suportado por uma viga principal ou estrutura

central (mastro ou alma). Os materiais compósitos podem ser de 2 tipos: lamina-

dos – várias camadas de materiais compósitos unidas – e sanduíche – camadas

externas finas de laminado com um núcleo central de baixa densidade constituído

por materiais como madeira balsa, espuma de PVC, PU ou PET. A fabricação do

casco e viga central é feita geralmente por processos de infusão, utilizando-se

moldes especiais, mas também pode ser por pré-impregnação – processo “Pre-

preg”. Estas estruturas são posteriormente coladas com adesivos à base de epóxi.

A Figura 14 apresenta em detalhe os elementos que compõe uma pá, e as fotos

da Figura 15 ilustram o processo de fabricação e montagem das pás.

116 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 14

ELEMENTOS DE UMA PÁ EÓLICA

Fonte: Disponível em: <http://www.windpowermonthly.com/article/1137943/service-maintain-wind-turbine-blade>. Acesso .em 07/09/13

CYLINDRICAL ROOT SECTION• Often manufactured

separately and later

joined with internal

reinforcements.

INTERNAL REINFORCEMENT• For example, shear web

LIGHTNING RECEPTORS• Down bla de lenght

BLADE TIP LIGHTNINGRECEPTOR

BLADE TIP

ROUND LEADING EDGE

LOWER SURFACE SANDWICH SHELLLAMINATE

LAYER

TRALLING EDGE

COMMON ‘IKEA’ BLT CONNECTION

LAMINATE LAYER

UPPER SURFACE SANDWICH SHELL

BLADE ROOT• Bolted to blade bearing

• Diameter big enough to

walk/ crawl into

ROUND LEADING EDGE

TRALLINGEDGE

LOWERSURFACE

LOWERSURFACE

SIDE VIEW OF BLADE

117ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

FIGURA 15

PROCESSO DE FABRICAÇÃO E MONTAGEM DE PÁS EÓLICAS

Fonte: WALCZYK, 2010.

118 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Outro componente da pá é a raiz de inserção. Trata-se de um item crítico, fabricado

separadamente, mas que depois é integrado à pá. Este item é ligado ao cubo do

rotor de turbina utilizando-se fixadores de metal (T-bolt) colados ou fixados meca-

nicamente na raiz, conforme Figura 16.

FIGURA 16

RAIZ DE INSERÇÃO E FIXADORES

Fonte: GURIT WE Handbook.

As pás são fixadas em uma estrutura metálica à frente do aerogerador (à frente da

nacele) denominada cubo. O cubo é uma peça única de ferro fundido, de alta precisão

de fundição e usinagem, construída com liga de alta resistência. Sua massa varia de 7

a 20 toneladas (AWEA, 2011) e seu custo é de aproximadamente 1,4% do custo do

aerogerador (SUPPLY, 2007). O cubo acomoda os rolamentos para fixação das pás

e os mecanismos e motores para o ajuste do ângulo de ataque das pás – o sistema

de passo (pitch)4. (O sistema pás e cubo respondem então por 10 a 14% do peso do

aerogerador e por 20 a 30% do custo da máquina (ANCONA; McVEIGH, 2001)).

1. 4 Os aerogeradores modernos utilizam dois diferentes prin-cípios de controle aerodinâmico para limitar a extração de potência à potência nominal do aerogerador. São chamados de controle estol (Stall) e controle de passo (Pitch). No passado, a maioria dos aerogeradores usavam o controle estol simples; atualmente, en-tretanto, com o aumento do tamanho das máquinas, os fabricantes estão optando pelo sistema de controle de passo, que oferece maior flexibilidade na operação das turbinas eólicas. Nos últimos anos uma mistura de controle por estol e de passo apareceu, o conhecido “estol ativo”. Neste caso, o passo da pá do rotor é girado na direção do estol e não na direção da posição de embandeiramento (menor sustentação) como é feito em sistema de passo normais. Maiores detalhes sobre estes sistemas podem ser verificados em UpWind (2007) e Cresesb (2008).

4. Os aerogeradores modernos utilizam dois diferentes princípios de controle aerodinâmico para lim-itar a extração de potência à potência nominal do aerogerador. São chamados de controle estol (Stall) e controle de passo (Pitch). No passado, a maioria dos aerogeradores usavam o controle estol simples; atualmente, entretanto, com o aumento do tamanho das máquinas, os fabricantes estão optando pelo sistema de controle de passo, que oferece maior flexibilidade na operação das turbinas eólicas. Nos últimos anos uma mistura de controle por estol e de passo apareceu, o conhecido “estol ativo”. Neste caso, o passo da pá do rotor é girado na direção do estol e não na direção da posição de embandeira-mento (menor sustentação) como é feito em sistema de passo normais. Maiores detalhes sobre estes sistemas podem ser verificados em UpWind (2007) e Cresesb (2008).

T-BOLT

119ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

A Figura 17 apresenta fotos/ilustrações do cubo e seus subcomponentes.

FIGURA 17

CUBO DO ROTOR E SUBCOMPONENTES.

Fonte: Disponível em <http://www.solaripedia.com/13/201/2017>. Acesso em 06/10/13.

O Quadro 2 apresenta a abertura dos itens e insumos utilizados nas Pás e no

Cubo do Rotor.

120 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

ROTOR (APROX. 20 A 30% DO CUSTO DO AEROGERADOR)

PÁS

Estrutura da pá (casco externo, mastro interno ou alma e raiz de inserção)

• Resina epóxi ou poliéster • Tecido de fibra de vidro • Tecido de fibra de carbono • Espuma de PVC • Madeira Balsa • Massas e revestimentos de proteção

Fixadores (parafusos T-bolt) e porcas (Barrel Nut)

Sistemas acessórios

• Sistema antiraios • Sistema antigelo

CUBO

Carcaça do cubo (fundido e usinado)

Carenagem do cubo

• Resina epóxi ou poliéster

• Tecido de fibra de vidro

Rolamento do passo (pitch)

• Anel

• Base

Sistema do passo (pitch)

• Acionamento do passo / motorredutor • Painel de controle do passo • Bloco hidráulico para controle do passo • Cilindros do passo

Extensores

Sistema de lubrificação

QUADRO 2

ITENS E INSUMOS UTILIZADOS NAS PÁS E CUBO DO ROTOR

121ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

NACELEA nacele é a carcaça montada sobre a torre que contém uma série de compo-

nentes e subcomponentes tais como: eixo, gerador, caixa multiplicadora (quando

usada), transformador, sistema de Yaw, etc. O tamanho e o formato da nacele são

variáveis de acordo com os componentes e sua disposição em seu interior (CUS-

TÓDIO, 2013). As maiores variações são entre aerogeradores que utilizam caixa

de engrenagem e os que não utilizam – com acoplamento direto.

A nacele pode conter, dependendo da tecnologia/configuração do aerogerador,

uma série de Elementos Estruturais, de aço, como a estrutura principal (main

frame ou bed plate ou main carrier), o quadro e o bastidor traseiro, que suportam

os diversos componentes nela inseridos. O Eixo Principal, construído em aço ou

liga metálica de alta resistência, é o responsável pelo acionamento do gerador,

transferindo a energia mecânica da turbina. O Gerador transforma a energia

mecânica de rotação em energia elétrica e pode ser de diferentes tipos, con-

forme visto anteriormente. Muitas tecnologias de gerador necessitam do uso

de Conversores de frequência, para controle da onda de saída, constituindo-se

de um retificador e um inversor. O Transformador é o equipamento que eleva a

tensão de geração ao valor da rede elétrica a qual o aerogerador está conectado.

O transformador pode ser instalado no interior da nacele, no interior da torre ou

mesmo externamente, acoplado à torre ou no chão. O Sistema de Yaw tem a fun-

ção de alinhar a turbina com o vento. Este sistema compreende um motor elétrico

que gira a nacele sobre a torre com auxílio de um rolamento – Rolamento do Yaw,

e também engrenagens para o ajuste da velocidade de giro (CUSTÓDIO, 2013).

A Caixa Multiplicadora, quando existente, representa a maior massa da nacele e

também uma grande fração de seu custo (cerca de 13%). Localiza-se entre o rotor

e o gerador, de forma a adaptar a baixa rotação do rotor à velocidade de rotação

mais elevada do gerador (CRESESB, 2008). É um item que necessita de manu-

tenção intensiva e que representa, portanto, uma fonte de possíveis falhas. Exige

o uso de um Sistema Hidráulico com bombas, trocadores de calor e sistemas de

comando para lubrificação e refrigeração. No caso de aerogeradores sem caixa

de engrenagem, o gerador utilizado é o de polos salientes (ou multipolos) com o

estator em forma de anel (CUSTÓDIO, 2013). O Quadro 3 apresenta o detalha-

mento dos principais componentes e subcomponentes da nacele.

122 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 3

COMPONENTES E SUBCOMPONENTES DA NACELE

NACELE (APROX. 35 A 50% DO CUSTO DO AEROGERADOR)

Elementos estruturais• Quadro principal (main frame)• Quadro traseiro (rear frame)• Bastidor• Parafusos estruturais

TalhaCarenagem da nacele

• Resina epóxi ou poliéster• Tecido de fibra de vidro

Acessórios• Luzes de sinalização• Anemômetro (medidor de velocidade do vento)• Sensor de direção do vento• Outros sensores • Para-raios

Eixo Principal• Rolamentos do Eixo Principal• Sistema de lubrificação

Rolamento YawSistema de Yaw

• Sistema de acionamento do YAW (motorredutor)• Painel de controle do YAW

Conversor/InversorTransformadorSistema de freiosSistema de travamento do rotorPainel de Proteção ElétricaCabos/barramentoUnidade hidráulicaSistema de refrigeração da naceleSlip Ring

AEROGERADOR COM CAIXA GeradorCaixa Multiplicadora

• Habitáculo• Engrenagens planetárias• Rolamentos• Mangueiras• Sistema de torque• Sistema de lubrificação• Sistema de resfriamento

AEROGERADOR SEM CAIXA Gerador – Estator• Elementos estruturais do estator• Resina de impregnação• Núcleo magnético• Bobinas

Gerador – Rotor• Elementos estruturais do rotor• Tampa do rotor• Imãs permanentes

123ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

BENS NECESSÁRIOS À MONTAGEM DO PARQUEAlém dos aerogeradores existem outros itens necessários à montagem e funcionamen-

to de um parque eólico. Anteriormente à instalação das torres, é necessária a prepara-

ção das bases ou fundações, em concreto armado, como ilustrado na Figura 18.

FIGURA 18

PREPARAÇÃO DE FUNDAÇÃO PARA FIXAÇÃO DA TORRE

Fonte: Wobben/Enercon

São necessárias ainda instalações de: cabos de média tensão e de comunicação

para interligação dos aerogeradores e as conexões destes com a subestação; uma

subestação; equipamentos elétricos, tais como centros de transformação, inver-

sores, grandes disjuntores, conectores, cubículos compactos de média tensão; um

edifício de comando; linhas de transmissão do edifício até a subestação coletora

do SIN (Sistema Integrado Nacional). A Figura 19 ilustra a subestação e edifício de

comando de um parque eólico.

124 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 19

SUBESTAÇÃO E EDIFÍCIO DE COMANDO

Fonte: CPFL Renováveis

Além dos bens a serem instalados no parque, há bens que são utilizados durante a

sua construção, tais como guindastes especiais, para grandes alturas e com capa-

cidade até 750 toneladas e veículos especiais para movimentação e transporte de

componentes específicos, como ilustrado nas fotos da Figura 20.

125ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

FIGURA 20

GUINDASTES E VEÍCULOS ESPECIAIS

Fonte: CPFL Renováveis

126 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

RELATÓRIO DOS SERVIÇOS Diversos são os serviços que fazem parte da cadeia produtiva da Eólica, os quais

podem ser classificados principalmente conforme a fase do desenvolvimento

de projetos eólico a que se relacionam. Os projetos de parques eólicos seguem

basicamente 4 grandes fases: desenvolvimento do projeto, negociação, execução

ou implantação e operação e manutenção. Uma subdivisão possível para os

serviços seria: serviços de desenvolvimento de projetos de parques, serviços de

apoio à negociação com fornecedores e compradores / leilão, serviços de apoio

a pré-construção, serviços para implantação dos parques – logística e execução

de obras, serviços de operação e manutenção; além de serviços associados à

certificação de aerogeradores e treinamento técnico.

A Figura 21 ilustra as fases de um projeto eólico.

FIGURA 21

FASES DE UM PROJETO EÓLICO

Fonte: GL Garrad Hassan

> > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > > >

CONTRUCTION• Project Management

• Construction monitoring

• Owner’s Engineer

FEASIBILITY DEVELOPMENT PRECONSTRUCTION CONTRUCTION OPERATION

127ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOSO desenvolvimento de projetos de parques eólicos pode ser conduzido, em boa

parte, internamente pelas equipes próprias das empresas geradoras de energia /

proprietários de parques, ou ser totalmente contratado de empresas especializa-

das nesta prestação de serviços. O desenvolvimento de projetos envolve basica-

mente as seguintes atividades e subatividades apresentadas no Quadro 4.

QUADRO 4

SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS

SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE PARQUES EÓLICOS

PROSPECÇÃO DE ÁREAS

Identificação e seleção de áreasServiços topográficos e de sondagemSuporte para análise fundiáriaContratos para arrendamento de terrenos e permissõesEstudos de conexão à rede de transmissão

ESTUDOS DE VIABILIDADE

Revisão de restriçõesProjeto conceitual do parque eólicoMapeamento / medição do ventoMedição de PotênciaAnálise energética – estimativa de produçãoAnálise financeiraRevisão da conexão à redeAvaliação de incertezas

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Elaboração de estudos ambientaisMonitoramento do ventoElaboração de projeto básico / leiauteAvaliação das condições do site e rendimento energéticoSuporte para conexão à redeSuporte para seleção do aerogeradorElaboração de projeto construtivoProcessos técnicos e legais junto a ANEELLicenciamento e registro do projeto

128 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

SERVIÇOS DE APOIO À NEGOCIAÇÃOHá empresas que oferecem serviços de apoio à negociação com fornecedores, para

atuação nos leilões para comercialização de contratos, e apoio também na relação

com investidores. O Quadro 5 resume estas atividades.

QUADRO 5

SERVIÇOS DE APOIO À NEGOCIAÇÃO

SERVIÇOS DE APOIO À NEGOCIAÇÃO

NEGOCIAÇÃO COM FORNECEDORESElaboração de termo de referência de fornecimentoSuporte para avaliação de propostas de fornecedores

NEGOCIAÇÃO COM COMPRADORESApoio ao leilãoComercialização de contratos de energia – trading

RELAÇÃO COM INVESTIDORESElaboração de relatórios para investidoresDue Diligence

SERVIÇOS DE EXECUÇÃOOs serviços de execução incluem uma fase preliminar – de pré-construção e a fase

de construção e montagem propriamente dita. Para a construção podem ser con-

tratadas diversas empresas individualmente ou contrata-se uma empresa que se

responsabiliza por todas as atividades de construção e montagem – modelo turnkey.

A montagem do aerogerador é geralmente de responsabilidade do fornecedor do

aerogerador, o qual pode então assumir as outras obras configurando o turnkey. Os

serviços prestados nesta fase são apresentados no Quadro 6.

129ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

QUADRO 6

SERVIÇOS DE EXECUÇÃO DO PROJETO DO PARQUE

SERVIÇOS DE EXECUÇÃO

PRÉ-CONSTRUÇÃO

Realização de leilões de contratação e aquisiçãoElaboração / revisão do projeto elétrico e civilGestão da conexão com a redeAvaliação do rendimento energético formalDue diligence técnica

CONSTRUÇÃO E MONTAGEM

Gestão do projeto / execuçãoCoordenação e supervisão do trabalhoTransporte dos módulos do aerogerador Engenharia e gestão do trânsito de grandes cargas Movimentação de cargas Construção e montagem localMonitoramento da construçãoInspeções e auditoriasEngenharia do proprietárioEPC elétricoEPC civilElevação e montagem eletromecânica Comissionamento e start-upVigilância ambiental da obra

SERVIÇOS DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃOOs produtores de energia geralmente terceirizam as atividades de operação e ma-

nutenção do parque eólico (controle da produção de energia e planos de manuten-

ção preventiva). Estas atividades são contratadas principalmente dos fornecedores

das máquinas (aerogeradores) na forma de serviço de pós-venda de longo prazo.

Também os sistemas elétricos do parque, compreendendo desde as subestações

unitárias até as conexões com as redes de transmissão e distribuição de energia,

requerem serviços de manutenção.

Estes diversos serviços de O&M oferecidos / contratados, bem como outros rela-

cionados a fase de exploração do parque são apresentados no Quadro 7.

130 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 7

SERVIÇOS DE O&M

SERVIÇOS DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

O&M

Operação do parque Serviços de controle integrado e monitoramento remotoComunicação com o ONS (Operador Nacional do Sistema)Análise e desempenho da produçãoAnálise da disponibilidadeMedições e controle de grandezas elétricasMedições acústicasMedições de curva de potênciaInspeção preventivaManutenção preventiva e corretivaDiagnóstico de falhasAuditoria de qualidade e segurançaLimpeza e tratamento de superfície das turbinas/alpinismoGrandes reparações de aerogeradoresRetrofitting de aerogeradoresManutenção e reparação de pás

EXPLORAÇÃOComprovação de garantiasEnsaios de rendimentoVigilância ambiental na exploração

OUTROS SERVIÇOS Além dos vários serviços apresentados anteriormente há ainda diversos outros,

tais como: treinamento / capacitação profissional; certificações de turbinas, compo-

nentes e projetos; estudos de inteligência de mercado, estudos sobre políticas e

regulação; seguros, incluindo gerenciamento de riscos em todas as fases de um pro-

jeto eólico, bem como gestão de sinistros; financiamento de projetos, geralmente

bancos de fomento e desenvolvimento como o BNDES e outros bancos estaduais,

mas também podem envolver bancos privados; etc.

131ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

Outro tipo de serviços que ainda pode ser citado é o que envolve o projeto dos

aerogeradores e seus componentes. Há empresas especializadas, em geral es-

trangeiras, dedicadas ao desenvolvimento de projetos para posterior comercia-

lização ou licenciamento.

CADEIA DE VALOR DE BENS E SERVIÇOS A cadeia de valor pode ser descrita como compreendendo as seguintes atividades

principais: fornecimento de materiais (para os aerogeradores), fornecimento

de componentes e subcomponentes, montagem do aerogerador (manufatura),

fornecimento de serviços (logística e operações), produção ou geração de energia,

distribuidores de energia (uso final) e pesquisa e desenvolvimento. A seguir cada

uma destas atividades é abordada em maior detalhe.

MATERIAISUm grande número de materiais é usado na fabricação de aerogeradores. Os

materiais considerados mais importantes são: aço, fibra de vidro, resinas (para

compósitos e adesivos), materiais para o núcleo da pá, imãs permanentes e cobre

(DOE/GO, 2008).

O Quadro 8 apresenta a listagem dos principais materiais e respectivos componen-

tes do aerogerador onde são utilizados.

132 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

QUADRO 8

MATERIAIS E RESPECTIVOS COMPONENTES

MATERIAL COMPONENTE OBSERVAÇÕES

AÇO LAMINADO (CALDEIRADOS)

Torre de aço, rotor e estator, estrutura da nacele, maquinário (sistema hidráulico, de controle, de lubrificação...)

Cerca de 98% de uma torre cônica de aço é aço. (aprox. 89% do aerogerador em peso é aço, para o caso dos aerogeradores com torres de aço).

CONCRETO Torre de concreto, bloco da fundação (base do aerogerador)

Composição do concreto: cimento, areia, brita, água e aditivos plastificantes.Em aerogeradores com torre de aço, cerca de 1,3% em peso do total é concreto (fundações).Uma torre de concreto tem massa de aprox. 850 ton.

AÇO FORJADO Coroas dos rolamentos do rotor (sistema de passo), e do sistema de Yaw, eixo principal, flanges da torre

ALUMÍNIO Cubo do rotor, internos da torre, caixa de engrenagem, transformador, carenagens, cabos

Aprox. 0,8% em peso do aerogerador.

FERRO FUNDIDO (CAST IRON) Cubo do rotor, caixa de engrenagem, gerador, mancais, eixo É o material da carcaça do cubo.

GFRP (PLÁSTICO REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO - COMPÓSITO)

Pás, carenagem (habitáculo) da nacele, carenagem do cubo

Ver Fibra de vidro e Resina. O fabricante do componente faz a infusão da fibra com resina. Cerca de 95% em peso da pá é material compósito e adesivos. Representa aprox. 5,8% em peso do aerogerador.

CFRP (PLÁSTICO REFORÇADO COM FIBRA DE CARBONO - COMPÓSITO)

PásVer Fibra de carbono e Resina. O fabricante do componente faz a infusão da fibra com resina.

FIBRA DE VIDRO Pás, carenagem (habitáculo) da nacele, carenagem do cuboInsumo para o compósito GFRP, 70 a 75% em peso da pá.

FIBRA DE CARBONO Pás Insumo para o compósito CFRP.

133ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

MATERIAL COMPONENTE OBSERVAÇÕES

RESINA (EPÓXI OU POLIÉSTER) Pás, carenagem (habitáculo) da nacele, carenagem do cubo Insumo para o compósito.

MADEIRA BALSA Pás Cerca de 5% em peso da pá e 0,4% do aerogerador.

ADESIVOS Pás Cerca de 15% em peso da pá e 1,1% do aerogerador.

AÇO SILÍCIO Núcleo magnético Gerador do tipo EESG

IMÃS PERMANENTES (TERRAS RARAS)

Gerador Gerador do tipo PMSG

COBRE Gerador, estator, transformador, maquinários da nacele, caixa de engrenagem, cabos

Aprox. 1,6% em peso do aerogerador.

134 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

COMPONENTES E SUBCOMPONENTESFabricantes deste estágio da cadeia são normalmente focados em um determinado

componente e não produzem outros. Um fabricante de aerogeradores normal-

mente trabalha com dois ou três fornecedores para cada componente essencial,

de modo a não depender de um único fornecedor. São comuns contratos de longo

prazo ou são estruturados acordos de forma a garantir um fornecimento contí-

nuo e de alta qualidade (GODOY, 2008). No caso de fabricantes multinacionais, é

comum a seleção de fornecedores com base na cadeia de fornecimento global da

empresa. Atualmente a seleção de fornecedores para parques no Brasil está sendo

influenciada pelas regras de concessão de financiamento, que privilegiam uma base

de fornecedores locais, conforme já comentado anteriormente.

MANUFATURA A etapa de manufatura está na verdade mais relacionada à montagem do cubo do

rotor e da nacele do aerogerador, uma vez que os demais grandes componentes,

como a torre e a pá, são geralmente adquiridos ou subcontratados de terceiros.

A montagem final do aerogerador ocorre diretamente no parque eólico, com a

instalação da torre e posterior acoplamento da nacele e do rotor.

As empresas que projetam e montam os aerogeradores (cubo e nacele) são conhe-

cidas como OEMs (original equipment manufacturers). Algumas OEMs são grandes

corporações multinacionais envolvidas em diversos outros tipos de negócio (como

por exemplo, GE, Alstom e Siemens), outras têm o setor eólico como seu único

negócio (como Wobben/Enercon e Vestas).

A terceirização dos componentes é uma forma de reduzir a necessidade de capital

e ter acesso a tecnologias de produção específicas, além de minimizar gastos logís-

ticos – caso de pás e torres, cuja fabricação local, próxima ao parque eólico, pode

contribuir significativamente para redução destes custos.

Há diferentes modelos de negócio adotados pelos fornecedores de aerogeradores,

desde os fornecedores puros até os que participam de outras etapas, chegando

mesmo a produzir energia. Para garantir o suprimento de componentes e/ou

controlar os custos, algumas OEMs tem participação acionária (quase-integração

vertical) ou estabelecem alianças estratégicas com seus fornecedores.

135ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

LOGÍSTICA E OPERAÇÕESNeste estágio da cadeia estão incluídos todos os serviços descritos no capítulo 3.

Entre os atores envolvidos neste estágio, destacam-se:

1 O desenvolvedor ou promotor dos projetos de parques eólicos, geralmente responsável pela prospecção de oportunidades e pela execução de todas as fases de desenvolvimento do projeto, até o estágio onde ele esteja “pronto para construção”, quando então os direitos de construção do projeto são vendidos para um gerador/produtor de energia. Estas empresas identificam os locais com melhores ventos e firmam acordos com os proprietários dos terrenos e prefeituras a fim de assegurar a oportunidade. Também providen-ciam todas as licenças e autorizações necessárias;

2 Consultores – os desenvolvedores podem contratar consultores de projeto para auxiliar ou executar as tarefas relativas ao projeto básico (design) do par-que e avaliação técnica do potencial da localidade. As atividades típicas de um consultor consistem em medição dos ventos, avaliação de restrições, elabo-ração de alternativas de leiaute e estudos de viabilidade. Podem ser contrata-dos consultores específicos para cada atividade, o que, entretanto, dificulta a coordenação pelo maior número de atores envolvidos. Godoy, p. 97.

3 Gerenciadores de projeto – normalmente fabricantes de aerogeradores ou firmas de engenharia. A execução de um projeto eólico é considerada de elevada complexidade. Envolve a contratação de diversas empresas, exigindo a sua coordenação, bem como o seqüenciamento das atividades e definição e controle dos prazos e custos para sua realização;

4 Empresas de transporte, movimentação e montagem – responsáveis respec-tivamente pelo transporte dos componentes até o parque, movimentação (horizontal e vertical) dos componentes e montagem final do aerogerador;

5 Empresas de O&M – após a construção do parque, os produtores de energia (proprietários) costumam terceirizar as atividades de operação e manutenção por períodos de 5 a 10 anos, ou mais. Em função da facilidade com relação a peças de reposição e conhecimento do funcionamento do aerogerador, geral-mente as OEMs fornecem este tipo de serviço.

136 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

PRODUTORES – PROPRIETÁRIOS DOS PARQUESOs proprietários de parques eólicos detém a

concessão para exploração da energia por períodos

geralmente de 20 a 35 anos (no caso do mercado

regulado5), conforme o contrato e possíveis adendos.

São as empresas responsáveis pela produção (ou

geração) de energia eólica. Tendem a ser o centro

da cadeia produtiva, centralizando todos os inputs e

serviços necessários para a implantação do parque.

As mudanças que ocorreram no setor elétrico

brasileiro (privatizações), resultaram em novos

modos de contratação e implantação de grandes

empreendimentos de energia (XAVIER, 2004) e

em alterações significativas no perfil dos proprie-

tários dos empreendimentos. Anteriormente os

proprietários eram empresas estatais do próprio

setor de energia elétrica

e, atualmente, há agentes

econômicos diversos, tais

como: bancos, eletrointensi-

vos, construtoras, fundos de

pensão, empresas de energia

elétrica privadas, etc. (POR-

TO, 2007).

Observa-se também um

crescente interesse por

grandes empresas, como

as do setor automotivo,

em serem proprietárias de

parques eólicos, e desta

maneira, suprirem parte

da energia consumida por suas fábricas, dentro

do conceito de autoprodução e em ambiente de

mercado livre. Neste caso, a energia gerada pelo

1. 5 No Brasil há atualmente dois ambientes de negócio e de contratos: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) – atualmente o principal ambiente de contração de energia eólica, e o Ambiente de Contratação Livre (ACL). No caso do ACR as operações de compra e venda se dão através de leilões com o critério de menor tarifa onde somente podem participar da compra as empresas distribuidoras de energia. Os contratos resultantes do leilão são de longo prazo, em geral 20 anos, e tem a garantia de repasse dos custos de aquisição de ener-gia às tarifas dos consumidores finais. No ACL, só podem comprar energia os chamados consumidores livres. Neste ambiente as relações comerciais são li-vremente pactuadas e regidas por contra-tos que estabelecem prazos e volumes. (Pinto Jr, 2007.)

parque eólico é injetada no SIN e a empresa pode

utilizar um volume equivalente em sua fábrica.

USO FINALComo etapa final da cadeia produtiva, pode ser

considerado o estágio de distribuição de energia. O

sistema de distribuição de energia elétrica no Brasil

é regulado por resoluções da Agência Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL), as quais se orientam pe-

las diretrizes estabelecidas nas leis aprovadas pelo

Congresso Nacional e nos decretos estabelecidos

pelo Executivo Federal. No início dos anos 2000,

antes da privatização do setor, não havia separação

dos negócios entre geração e transmissão e distri-

buição. Hoje as distribuidoras são independentes, e

responsáveis pela conexão e o atendimento ao con-

sumidor do ambiente regulado (PORTAL, 2013).

O setor privado é responsável por cerca de 70%

da energia distribuída no País, ficando os restantes

30% com empresas públicas, municipais, estaduais

e federais (ANEEL, 2013).

P&DSegundo pesquisa realizada pelo Centro de

Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE, 2012), os

valores investidos em P&D no tema energia eólica,

no Brasil, são baixos quando comparados às reais

necessidades e ao desenvolvimento que essa fon-

te vem apresentando no país. Há programas de

P&D / PD &I promovidos pela ANEEL, pelo CNPQ

e pela FINEP ao longo da última década totali-

zando investimentos da ordem de R$ 60 milhões.

O estudo identificou 68 grupos de pesquisa

em distintas instituições, espalhadas por todo o

país, demonstrando o interesse da academia nas

diferentes temáticas do assunto. Porém, estes

grupos são compostos por um pequeno número

de participantes (entre um e cinco), sinalizando a

OS PROPRIETÁRIOS

DE PARQUES

EÓLICOS DETÉM A

CONCESSÃO PARA

EXPLORAÇÃO

DA ENERGIA

POR PERÍODOS

GERALMENTE DE

20 A 35 ANOS

5. No Brasil há atualmente dois ambientes de negócio e de contratos: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) – atualmente o principal ambiente de contração de energia eólica, e o Ambiente de Contratação Livre (ACL). No caso do ACR as operações de compra e venda se dão através de leilões com o critério de menor tarifa onde somente podem participar da compra as empresas distribuidoras de energia. Os contratos resultantes do leilão são de longo prazo, em geral 20 anos, e tem a garantia de repasse dos custos de aquisição de energia às tarifas dos consumidores finais. No ACL, só podem comprar energia os chamados consumi-dores livres. Neste ambiente as relações comerciais são livremente pactuadas e regidas por contratos que estabelecem prazos e volumes. (Pinto Jr, 2007.)

137ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

carência de pesquisadores existente neste setor.

Os grupos de pesquisa estão concentrados nos

Estados das Regiões Nordeste e Sul, regiões com

maior potencial eólico e maior número de parques

instalados. As instituições envolvidas em PD&I

no país incluem principalmente universidades e

seus laboratórios, algumas fundações e institutos

de pesquisa, e, em menor número, laboratórios

privados e empresas individuais.

O estudo da CGEE identificou como de alta relevân-

cia a necessidade de ações de pesquisa em diversas

temáticas do setor, e recomendou uma série de

ações estratégicas e de investimento, tais como a

formação de uma rede de pesquisas em energia

eólica que congregaria laboratórios de todo o país, e

o aumento da oferta de editais específicos às linhas

temáticas prioritárias (tecnologias de aerogeradores,

recursos eólicos; materiais, política, economia e aná-

lises socioambientais, conexão e integração à rede,

engenharia e centrais eólicas, planejamento e opera-

ção, normatização, certificação e padronização).

Algumas destas ações já estão atualmente em

andamento, como a criação da RBPEE - Rede Bra-

sileira de Pesquisa em Energia Eólica, promovida

pela ABEEólica com objetivo de estimular a coo-

peração entre empresas e entre estas e institui-

ções públicas e privadas para o desenvolvimento

da capacidade empresarial para inovar, aumen-

tando a competividade da fonte eólica no Brasil.

Cabe ressaltar também o

lançamento da chamada

P&D Estratégico 017/2013

da ANEEL para o “Desen-

volvimento de Tecnologia

Nacional de Geração Eóli-

ca”, que recebeu propostas

que somam investimen-

tos da ordem de R$ 250

milhões. As empresas que

apresentaram propostas

foram a Centrais Elétricas

de Santa Catarina (Celesc),

Companhia Hidrelétrica do

São Francisco (Chesf), com

dois projetos, Queiroz Gal-

vão e Tractebel. Os projetos

preveem o desenvolvimento de tecnologia nacio-

nal para geração eólica com aerogeradores de até

3MW, incluindo também componentes como pás,

nacele, geradores, conversores e torres.

Cabe ressaltar que o maior interesse em PD&I na

área de aerogeradores parece estar restrito às em-

presas locais, de origem brasileira ou latina, enquan-

to que as OEMs multinacionais tendem a centralizar

seus esforços em suas matrizes no exterior.

A Figura 22 apresenta uma visão esquemática da

cadeia de valor de bens e serviços.

OS GRUPOS DE

PESQUISA ESTÃO

CONCENTRADOS

NOS ESTADOS DAS

REGIÕES NORDESTE

E SUL, REGIÕES

COM MAIOR

POTENCIAL EÓLICO

E MAIOR NÚMERO

DE PARQUES

INSTALADOS

138 PRODUTO 6.1 | ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO NO MERCADO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

FIGURA 22

CADEIA DE VALOR DE BENS E SERVIÇOS

MATERIAIS

COMPONENTES

MANUFATURA

LOGÍSTICA EOPERAÇÕES

PRODUTORESDE ENERGIA

USO FINAL

P&D

• Aço laminado

• Concreto

• Aço Forjado

• Alumínio

• GFRP

• CFRP

• Fibra de Vidro

• Fibra de Carbono

• Resina

• Madeira Balsa

• Adesivos

• Imãs

• Permanentes

• Aço Silício

• Cobre

• Torre

• Pá

• Cubo

• Nacele

OEMs-Montadoras

• Promotores de Projeto

• Consultores

• Gerenciadores de Projeto

• Transporte, movimentação e montagem

• Operação & Manutenção

• Empresas do setor elétrico

• Bancos

• Eletro - intensivos

• Construtoras

• Fundos de Pensão

• Empresas Privadas

• Empresas Públicas Municipais

• Empresas Públicas Estaduais

• Empresas Públicas Federais

Universidade e seus laboratórios, fundações e institutos

de pesquisa, laboratórios privados e empresas individuais.

139ANEXO 1 | ITENS QUE COMPÕEM A CADEIA PRODUTIVA DE BENS E SERVIÇOS

REFERÊNCIAS

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