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10.10.2019 Quinta-feira PORTUGAL

Diretor: Diogo Torgal Ferreira | Edição nº 3432. Jornal diário gratuito.

© DR

BILHETE IDA E VOLTALisboa São Tomé Lisboa523�Todas as Taxas Incluídas

stpairways.stRESERVAS E INFORMAÇÕES

C A M P A N H A OUTUBRO E NOVEMBRO 2019

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ATUALIDADE • 06

Gondomar: a cidade para morar sozinhoÉ o concelho do País em que sobra mais dinheiro depois de se pagar todas as despesas relacionadas com habitação. Lisboa e Cascais são os piores

Entrevista exclusiva com a atriz Renée Zellweger, a protagonista de Judy. Filme chega hoje às salas de cinema

Apelo dos jogadores do Sporting aos adeptos Neto e Renan Ribeiro desvalorizam o que foi dito por Bruno Fernandes e defendem que a união promove o crescimento. Hoje há assembleia-geral do clube

DESPORTO • 08

Cidade de Lisboa adere a Pacto Verde Global Fernando Medina foi um dos 94 autarcas que ontem ratificaram na Dinamarca um novo compromisso em que se reconhece a atual emergência climática mundial

ATUALIDADE • 04

Redes sociais ocupam 93 minutos por dia Utilizadores portugueses privilegiam o envio de mensagens e os serviços de chat e são menos os que todos os dias publicam alguma informação da sua vida

ATUALIDADE • 05

EM DEZ SEGUNDOS

MAFRA

Mais 150 mil euros para os sinos A Direção-Geral do Património Cultu-ral reforçou em 150 mil euros o res-tauro dos sinos e carrilhões do Palácio Nacional de Mafra, para englobar na empreitada vários sinos que não o tinham sido de início, foi anunciado.

SINTRA

Fogo obriga a evacuações Cerca de 50 pessoas foram ontem retiradas das suas casas na Venda Seca, concelho de Sintra, por precau-ção, devido ao incêndio que deflagrou na serra da Carregueira, informou a União de Freguesias de Queluz e Belas.

LOURES

Marcha e cordão contra o amianto Alunos, pais e professores do Agrupa-mento de Escolas de Portela e Mosca-vide, em Loures, realizam hoje uma marcha e um cordão humano para exigir a “retirada imediata” do amianto dos estabelecimentos escolares.

Em seis meses, o Navegante conquistou a Área Metropo-litana de Lisboa. No início de

setembro, o passe único chegava já a quase 740 mil pessoas nos 18 concelhos abrangidos – aumento de cerca de 30% relativamente a igual período do ano anterior. O novo sistema veio revolucionar o transporte público. A falta de mobi-lidade numa área metropolitana é um fator de exclusão social. Esta era a mudança necessária, o passo inicial para a mobilidade mais fácil, acessível e inclusiva para as famí-lias que cruzam o território. Desde logo, facilitou os percursos de quem usa diferentes linhas/ope-radores, substituindo o complexo conjunto de 4000 tarifários e dife-rentes títulos de transporte. E re-presenta uma redução de preços com real impacto na vida das pes-soas. O limite de 30 € para o passe único municipal, e de 40 € para o passe metropolitano, permitiu uma poupança imediata – mais de 100 € em algumas deslocações entre Lisboa e Sintra. Com viagens gra-tuitas até aos 12 anos, descontos para maiores de 65 e estudantes. O Navegante Família veio aumen-tar esta poupança, num valor supe-rior a 50 € mensais, para os mais de 4500 agregados (são 14 600 passes individuais), que usaram este título em setembro. 91% opta-ram pelo passe metropolitano, fi-cando a pagar 80 €, no máximo, pelas viagens de toda a família. Os resultados destes seis meses estão assim a ganhar contornos. Não só no número de pessoas que usam transportes públicos, mas também na diminuição da entrada de carros no conjunto dos acessos a Lisboa. Ganho ambiental impor-tante para a cidade e para as pes-soas, que vamos continuar em di-versas vertentes. No caso de Lis-boa, estendendo gradualmente, a partir deste mês, o Navegante Es-cola a todo o 2º e 3º ciclo. E, em toda a AML, reforçando o investi-mento na rede de transporte públi-co e na sua qualidade, tendo como objetivo o aumento em 40% da oferta de serviço.

A revolução tranquila continua

OPINIÃO

JOÃO PAULO SARAIVA Vice-Presidente da Câmara de Lisboa

REDAÇÃO redacao@destak.pt

Salão Imobiliário de Portugal arranca hoje

MM ais de 380 empresas participam de hoje a do-mingo na 22ª edição do SIL - Salão Imobiliário

de Portugal, na FIL - Feira Interna-cional de Lisboa, com imagem reno-vada para mostrar que o setor “está focado no futuro”. A organização do certame, a cargo da Fundação AIP - Associação Industrial Portuguesa, diz serem esperadas “mais de 380 empresas”, distribuídas por “mais de 20 mil metros quadrados”, sendo os dois primeiros dias do certame dedi-cados aos profissionais e o fim de se-mana aberto ao público em geral - na última edição a feira contou com 357 expositores que ocuparam uma área 17 mil metros quadrados.

Novidades Entre outras atividades, a edição de 2019 do SIL dinamizará o SIL Cidades, que terá uma cidade convidada para apresentar projetos estruturantes, e o SIL Regiões, que terá uma região con-

Mais de 380 empresas participam, entre hoje e o próximo domingo, dia 13, na 22ª edição do SIL - Salão Imobiliário de Portugal, na Feira Internacional de Lisboa

vidada, disponibilizando ainda uma apli-cação – a SIL Exclusive Advantages – para encontrar bons negócios. Este evento contará também com a 2ª edi-ção do Luxury SIL, espaço onde esta-rão representadas marcas de luxo e prestígio de diversos setores, como o imobiliário, carros, bebidas ou moda.

O SIL 2019 irá ocupar dois pavi-lhões na FIL (2 e 3) e, paralelamente, irá decorrer no pavilhão 1 a Living & Design by intercasa, que contará com mais de 20 arquitetos no Espaço Am-bientes e Tendências, onde serão apresentadas as propostas de reabi-litação e decoração.

Evento do setor imobiliário realiza-se na FIL, em Lisboa, de hoje até domingo

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LISBOA

A Câmara Municipal do Porto deu parecer positivo ao Pedido de Infor-mação Prévia (PIP) para o novo Mer-cado Time Out na estação de São Bento, cujo projeto prevê a constru-ção de uma torre de 21 metros que a

UNESCO considera “intrusiva”. Em resposta à agência Lusa, “a câmara confirma que deu parecer favorável a este PIP”, ressalvando, contudo, que esta aprovação “não é o mesmo do que um licenciamento”.

Câmara aprova PIP do projeto do Mercado Time Out em São Bento

Projeto São Bento causa polémica

© CLÁUDIA RIBEIRO

PORTO

CIDADES 10.10.2019QUINTA-FEIRA www.destak.pt02

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EM DEZ SEGUNDOS

CGD

Serviço mínimo custa por mês 34 cêntimos A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai cobrar 34 cêntimos mensais de comissão nas con-tas de serviços mínimos bancá-rios a partir de janeiro de 2020, mas isenta quem ganha o salá-rio mínimo. Os levantamentos de dinheiro ao balcão com caderneta vão custar 3 euros.

CP

Estado aprova prejuízo de 278 milhões O Estado aprovou as contas e o relatório de gestão da CP de 2015, determinando que o prejuízo de 278,4 milhões de euros, apurado há sensivel-mente quatro anos, seja transfe-rido para a conta de resultados transitados, anunciou ontem a empresa de transportes.

BEBÉ COM ATROFIA

Noa não resiste até receber o medicamento Noa Feteira, a bebé de 13 meses com atrofia muscular espinhal, morreu ontem, quando estava a poucos dias de receber o Zol-gensma, “o medicamento mais caro do Mundo” que já foi admi-nistrado a duas bebés que resi-dem em Lisboa: Matilde (a mais mediática) e Natália.

Europol aponta cooperação policial na Europa como a “chave” para apreensão de 500 kg de cocaína num veleiro nos Açores

“Nenhum país pode combater sozinho o crime organizado transnacional”

JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Lisboa integra Pacto Verde Global

C openhaga, Paris, Rio de Ja-neiro, Sydney, Tóquio e Lis-boa. Estas são algumas das 94 cidades que ontem apoia-

ram um Novo Pacto Verde Global. O documento surge como “resposta ao bloqueio da ação intergovernamen-tal por uma minoria de governos mui-to poderosos e negacionistas”, reafir-mando claramente que o Mundo está perante uma emergência climática generalizada.

“Lisboa reconheceu a urgência da ação climática há mais de uma déca-da, mas a atual emergência climáti-ca global requer uma ação mais rápi-da e forte”, afirmou Fernando Medi-na. Para o presidente da autarquia lisboeta, “as cidades podem ter o im-pacto mais significativo nesta ação”, não apenas com planos, mas com ações. “Somos a última geração que pode levar a cabo a mudança que é necessária. Todos temos de nos com-prometer com o planeta e com uma forma de vida com menos emissões de carbono.”

Um total de 94 presidentes de câmara de todo o Mundo ratificaram um novo compromisso em que reconhecem a emergência climática mundial

O Novo Pacto Verde Mundial rege--se por mais três princípios além do reconhecimento da emergência cli-mática global. Desde logo, manter o aquecimento global abaixo da meta mais ambiciosa do Acordo de Paris:

1,5 graus centígrados. O que deverá ser feito travando as emissões nos transportes, indústria, edifícios e re-síduos, aqueles que mais contribuem para a crise climática. Depois, a ação climática inclusiva deverá ser colo-

cada no centro de toda a tomada de decisão a nível urbano, para criar co-munidades prósperas e justas para todos. Por último, cativar outros res-ponsáveis políticos e a sociedade ci-vil para esta luta.

Três em cada cinco consumidores acham que a saúde e o bem--estar estão ligados a questões ambientais Medina foi um dos autarcas que discursou num evento realizado na Dinamarca

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Mais de 100 milhões de euros (M€) de fundos europeus vão ser investi-dos no aumento da eficiência energé-tica de empresas, autarquias, habita-ções sociais e Instituições Particula-res de Solidariedade Social. Segun-

do o Governo, são 24,5 M€ para em-presas, 32,5 M€ para Instituições Par-ticulares de Solidariedade Social (IPSS), 19 M€ para edifícios da admi-nistração local e 25 M€ para edifícios de habitação social.

Autarquias, empresas e IPSS vão ter apoio para melhorar a eficiência

Governo anunciou ontem a verba

© PEDRO BRUTT PACHECO

AMBIENTE

ENERGIA

ATUALIDADE 10.10.2019QUINTA-FEIRA www.destak.pt04

JOÃO MONIZ redacao@destak.pt

O s portugueses dedicam cerca de 93 minutos por dia às redes sociais, que utilizam pelo menos uma

vez diariamente (95%), embora 83% o faça em várias ocasiões. E é ao fim de semana que dois terços dos inter-nautas dispensam mais tempo nesta atividade. Estas são as principais con-clusões de um estudo da Marktest.

Os dados cedidos ao Destak apon-tam o envio de mensagens ou o uso de serviços de chat como a principal atividade (78%), seguida da leitura de notícias em sites de informação (67%). Só depois vem o comentário público aos ‘posts’ de amigos (65%). Já os há-

bitos de partilha são mais reduzidos: apenas 57% dos inquiridos fazem pelo menos uma publicação por dia. Ain-da assim, a média são duas por dia ou 11 por semana, sobretudo fotos ou imagens (74%).

O smartphone é o equipamento mais usado para aceder às redes so-ciais (89%), o que potencia a realiza-ção de outras tarefas enquanto se na-vega ou se troca mensagens: 58% vê televisão, 44% ouve música e 37% con-vive com a família ou amigos.

O Facebook continua a ser a rede social com maior notoriedade e a mais usada pelos portugueses (95% dos uti-lizadores têm conta nesta platafor-ma), mas o Instagram passou a ser considerado a rede mais atual e o LinkedIn a mais credível.

© DADO RUVIC/REUTERS

Hora e meia por dia nas redes sociais

Apesar da notoriedade, Facebook perdeu a associação a credibilidade

Enviar mensagens ou usar serviços de chat (78%) é a principal atividade nestas plataformas

Embora tenha sido a última, reunião de BE e PS foi a mais proveitosa

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LVES

Próxima semana será decisiva para acordo PS-BE

António Costa passou ontem o dia em reuniões com os cinco partidos com que poderá realizar acordos ao longo da legislatura. Do Livre, o pre-sidente do PS ouviu que aquele par-tido só aceita um acordo multiparti-dário e não um acordo bilateral. O PAN está disponível para “aprofun-dar” o entendimento, mas nada para a legislatura. Também o PEV admi-te convergência nos Orçamentos de Estado e o PCP mantém a tese de avaliar as propostas caso a caso.

Confirmou-se, portanto, que o BE é o único partido disponível para um “entendimento inicial que possa es-tar plasmado no programa de Gover-no”. As condições para esse entendi-mento foram ontem discutidas pelas duas partes, numa “conversa franca” em que ficaram “identificados os pon-tos essenciais para cada uma das par-tes”, ficando claras as “convergências e as divergências”.

PS e BE vão ter mais reuniões na próxima semana para definir que tipo de acordo será atingido, mas Costa recusa afastar definitivamente os ou-tros partidos da governação.

ESTUDO ELEIÇÕES

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MAIS NO MUNDO

ONU

Donald Trump deixa recado a Guterres Um dia depois de o secretário--geral da ONU ter alertado que a instituição podia ficar sem dinheiro até ao final do mês, ontem António Guterres rece-beu uma resposta do presidente dos EUA através do Twitter. “Faça com que todos os esta-dos-membros paguem, não apenas os Estados Unidos”, escreveu Donald Trump.

ANGOLA

Portugal deve dar igual apoio às PME A Associação Industrial de Angola (AIA) apelou ontem, em Luanda, ao Governo português que financie não só as grandes empresas, mas também as pequenas e médias empresas (PME) portuguesas há muitos anos instaladas no país e que “resistiram às suas várias intem-péries”, laborando na agricul-tura, nas pescas e na indústria.

20empresas poluidoras A Saudi Aramco encabeça a lista das 20 principais em-presas do setor petrolífero que mais dióxido de carbo-no e metano libertam para a atmosfera: pouco mais de um terço do total. Desde 1965, estas empresas priva-das e públicas já emitiram 480 mil milhões de tonela-das destes dois gases po-luentes.

ATUALIDADE10.10.2019 QUINTA-FEIRA www.destak.pt 05

No âmbito do Dia Europeu da Doa-ção de Órgãos e Transplante, que se assinala no sábado, a Associação de Transplantados Pulmonares de Por-tugal (ATPP) alerta para a falta de acesso à reabilitação respiratória, uma terapia determinante na recu-peração pós-transplante de pulmão. Existe uma resposta insuficiente da parte dos organismos públicos, com listas de espera longas que acarre-tam custos avultados a quem opta por realizar o tratamento no privado.

Em 2017 foram feitos 34 transplan-tes pulmonares, mais do dobro de

2015. Este aumento do número de transplantes, apesar de positivo, tor-na difícil a resposta após a alta hos-pitalar. O Centro Hospitalar Lisboa Central é o único onde são efetuados os transplantes pulmonares em Por-tugal. “Apesar do número de trans-plantados pulmonares, em 2018 não superou o número do ano anterior, embora 2019 esteja a superar as ex-pectativas”, afirma a ATPP.

A reabilitação respiratória é reco-mendada por defeito, mas nem todos os transplantados têm acesso à tera-pia, sobretudo após a alta hospitalar.

Transplantados pulmonares sem reabilitação respiratória

EM DEZ SEGUNDOS

DIA MUNDIAL DA DISLEXIA

Escolas aquém do necessário A Associação Portuguesa de Dislexia aproveitou o dia mun-dial que hoje se assinala para alertar para a persistente falta de acompanhamento dos alu-nos disléxicos (48% dos que têm necessidades especiais) nas escolas portuguesas.

REDE 5G NA UNIÃO EUROPEIA

Alerta para ataques de fora Os Estados-membros da UE detetaram, numa análise feita aos riscos nacionais relativos às redes móveis de quinta geração (5G), a possibilidade de ocorrên-cia de casos de espionagem ou de ciberataques, nomeadamente vindos de países terceiros.

REFORMA ANTECIPADAS

Metade teve longa carreira Em 2018 foram atribuídas 713 pensões antecipadas na função pública, tendo 356 (49,9%) sido concedidas atra-vés do regime das muito lon-gas carreiras contributivas, que permite o acesso à reforma sem os cortes mensal e do fator de sustentabilidade.

© RICARDO ALMEIDA

A partir das 12h de sábado é proibida a captura, manutenção a bordo e descarga de sardinha com qualquer arte de pesca. Esta gestão, cada vez mais apertada, visa preservar a espécie

DIA EUROPEU DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTESARDINHA VETADA A PARTIR DE SÁBADO

JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Gondomar é ‘o’ sítio para viver sozinho

SS eja porque os jovens casam cada vez mais tarde, seja porque há cada vez mais di-vórcios entre as pessoas de

meia-idade, sustentar uma casa sozi-nho é uma missão comum a cada vez mais portugueses. Daí que o Imovir-tual tenha elaborado um ranking dos melhores e piores municípios em Por-tugal para arrendar ou comprar casa quando se vive sozinho.

A plataforma teve em conta a mé-dia de vários indicadores: o valor da renda; quanto valem os imóveis à ven-da; as contas mensais de serviços bá-sicos como água, luz e gás; e o rendi-mento mensal disponível. E os dados cedidos ao Destak apontam Gondo-mar como o município onde sobra mais dinheiro depois de se pagar to-das as contas relacionadas com a ha-bitação, quer se seja inquilino ou pro-prietário.

Para essa liderança contribui em grande medida o facto de o concelho da Área Metropolitana do Porto ter o rendimento médio mensal mais ele-vado: 1.672 €. Esta liquidez compensa a circunstância de este ser um dos mu-nicípios em que os serviços básicos fi-cam mais caros: os 105,80 € só ficam atrás dos 130,07 € de Matosinhos.

Pessoas que vivem sozinhas neste concelho da Área Metropolitana do Porto são aquelas que ficam com mais dinheiro depois de pagar as contas da casa

Contas feitas, depois de pagar os 723,01 € do arrendamento e os tais 105,80 € de outras contas, a despesa mensal para quem vive sozinho em Gondomar ascende a 828,81 €. Isso quer dizer que sobram 50,44% dos 1.672 € recebidos mensalmente, a per-centagem mais alta em todo o país. Ter casa própria sai mais barato (a despesa total inclui a prestação ao banco), ficando disponível 60,08% do rendimento mensal. Mas Gondomar

continua a liderar a lista de forma confortável.

No extremo oposto estão dois mu-nicípios da Área Metropolitana de Lisboa. Em Cascais, os 1.894,88 € que se gastam com o arrendamento e ou-tras despesas levam 182,5% dos 1.038 € disponíveis todos os meses. Em Lis-boa, os 2.818,85 € que custa ter casa própria equivalem a 253,8% dos 1.111 € que um habitante, em média, rece-be todos os meses.

Concelho tem o rendimento médio mais elevado entre todos os municípios

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HABITAÇÃO

ATUALIDADE 10.10.2019QUINTA-FEIRA www.destak.pt06

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Rúben Neves foi ontem o jogador escolhido para falar aos jornalistas e, além de ter alertado que o Luxem-burgo pode causar problemas no jogo de amanhã em Alvalade, aproveitou para dizer que é um “absurdo” a acu-

sação de racismo feita a Bernardo Sil-va. O jogador do Man. City pode ago-ra responder até dia 21 – o prazo ter-minava ontem – ao processo que lhe foi movido pela federação inglesa, em que arrisca seis jogos de suspensão.

Bernardo Silva acumula apoios e deixa a polémica para mais tarde

William treinou com os colegas

© PAULO CALADO

SELEÇÃO NACIONAL

JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

A bonança antes da tempestade

AAmeio da semana, quando faltavam oito dias para o próximo jogo, Neto e Re-nan Ribeiro falaram ontem

com os jornalistas e tranquilidade foi a palavra de ordem no que toca ao rei-no do leão. Nem as críticas de Bruno Fernandes são um problema.

“Eu próprio, depois de uma derro-ta, se me metessem uma escuta em casa, de certeza que diria pior”, de-fendeu o central, acrescentando que só lhe importa o que o capitão diz no balneário e elogiando o empenho que sempre demonstrou enquanto o mer-cado estava aberto. Renan Ribeiro acrescentou que o momento em que a gravação decorreu era “difícil”, mas que “toda a família que não se reúne, não evolui”.

Os dois jogadores mostraram-se convictos de que estes dias de traba-lho sem jogos serão bons para assi-milar as ideias de Silas e a equipa evo-luir. De qualquer forma, anbos ape-laram à paciência dos adeptos. “Quando a atmosfera é negativa, a tendência é para as coisas não anda-rem de forma positiva. Quanto mais

Neto e Renan Ribeiro falaram ontem para transmitir tranquilidade em tempos conturbados. E a contestação tem palco na assembleia-geral que hoje decorre

unidos estivermos, mais a tendência será para crescer”, disse Renan. Já Neto, que respeita a opinião dos adep-tos, pediu que estes esperem pelo fi-nal dos jogos para se exprimirem.

Estes apelos à tolerância tiveram eco noutra dimensão. O presidente da Mesa da Assembleia-Geral (AG) falou ontem à Sporting TV para re-

lembrar que a reunião desta noite (as portas abrem às 19h) serve para dis-cutir e aprovar as contas. “Não é pre-ciso estar de acordo com a direção ou com o que esta fez. O que está ali a ser apreciado é se as contas estão cor-retas e se o relatório é fiel”, disse Ro-gério Alves, apelando à participação civilizada na AG.

Neto falou à margem de um treino sem Fernando, Jovane, Battaglia e Mathieu

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SPORTING

EM DEZ SEGUNDOS

ADVERSÁRIO DO SP. BRAGA

Jogo à porta fechada para o Bratislava O Slovan Bratislava, um dos três adversários do Sporting de Braga no Grupo K da Liga Europa de futebol, foi castigado com um jogo à porta fechada nas competições europeias, o qual será cumprido diante do Wolverhampton, anunciou ontem a UEFA.

ESPANHA

Félix insultado no jogo contra o Maiorca João Félix foi insultado durante o jogo do At. Madrid frente ao Maiorca. Segundo a queixa feita à liga espanhola, durante alguns segundos cerca de uma centena de adeptos da equipa balear que estavam sentados atrás da baliza gritaram “esse português é um fiho da p...”.

CRIME DE SEQUESTRO

Judiciária faz buscas na casa de Vítor Catão A Polícia Judiciária fez ontem buscas na casa de Vítor Catão, dirigente do São Pedro da Cova que foi constituído arguido – o clube também foi visado. Os inspetores investigam a sus-peita de um crime de sequestro sobre o empresário César Boa-ventura, avançou a SÁBADO.

2022MotoGP em Portugal A entidade que organiza o principal campeonato de motociclismo anuncia hoje a localização de um novo grande prémio, que será disputado a partir de 2022. O circuito de Portimão é apontado como um dos grandes favoritos, concreti-zando uma aspiração que vem sendo preparada nos bastidores há algum tempo.

Com Seferovic, Jota e Taarabt nas seleções, Bruno Lage não hesitou e colocou ontem lado a lado Raul de To-mas e Vinícius no jogo-treino que o Benfica venceu (2-0) contra o Alver-ca, do Campeonato de Portugal, pre-

cisamente com golos de cada um dos avançados. Mas também chamou a atenção a aposta em outra dupla: Sa-maris e Gabriel, o duo mais utilizado na recuperação encarnada na última época, foram titulares em conjunto.

Bruno Lage decide testar o regresso à primeira fórmula de sucesso

RDT e Vinícius marcaram ao Alverca

© SL BENFICA

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NEGÓCIOS & TRAPOS

FAMA&TV 10.10.2019QUINTA-FEIRA www.destak.pt10

SALVADOR MARTINHA Famoso comediante e comunicador português é o protagonista do novo capítulo da campanha da NOS Play intitulada Trocado por Miúdos, desta feita para promoção da nova temporada (a décima) da popular série de sucesso The Walking Dead.

© JORGE PAULA

© LILIANA PEREIRA

JOANA BARRIOS Mediática e talentosa autora do blogue Trashédia, também conhe-cida por muitos portugueses pe-las suas presenças habituais na cozinha d’O Programa da Cristina, é a grande estrela da na nova campanha publicitária da EDP.

© LILIANA PEREIRA

ANTÓNIO RAMINHOS Irreverente humorista e apresenta-dor de televisão apresenta hoje Sabores do Viajante, o novo livro de Daniela Ricardo, onde a autora parti-lha as suas viagens e a sua visão acerca da alimentação consciente e natural, com sabores do Mundo.

NOVELAS

Sérgio diz que enquanto as confusões com a família não acabarem, Eduardo não passa tem-po com ele. Zeca Pedra, todo animado, recebe uma SMS de Jeanny a marcar uma cliente. Sér-gio vai a casa de Vanda e pede-lhe para ela não arranjar mais clientes para Zeca. Ela diz que é uma maneira de atacar Ricardo. CMTV, 4H30

ALGUÉM PERDEULino confessa a Cristina que o casamento com Lina não vai bem e que tem muita vontade de ter um filho. Inocência aparece na sala com o bebé de Cristina nos braços e Lino diz-lhe que sonhou em ter filhos com ela. Eliana pede a Dario para ir à igreja pedir pelo pai e visitar a mãe à prisão. CMTV, 15H15

CRISTAL

EM DEZ SEGUNDOS

CELEBRIDADES

Sara Carbonero encerra 1º ciclo de tratamentos Sara Carbonero, de 35 anos, vol-tou a encontrar motivos para sorrir: a jornalista, que está a lutar contra um cancro nos ová-rios, diagnosticado em maio, encerrou a primeira fase das sessões de quimioterapia na última semana e aguarda agora por novos exames para saber quais os passos a seguir na batalha contra a doença.

RUMORES

Diana Chaves nega estar de novo grávida Diana Chaves esteve no Alô Portu-gal, na SIC, e falou sobre os rumo-res de uma nova gravidez. “Não estou. Isso foi só porque publiquei uma foto em que o César está com uma ‘mãozinha’... por acaso até está num sítio bastante aceitá-vel, podia ser pior. (...) Mas con-fesso que o César, que até é muito safadinho, normalmente põe a mão até noutros sítios”, afirmou.

HOLLYWOOD

E! consagra Stefani como ícone da moda O Canal E! anunciou ontem que Gwen Stefani, cantora e compositora norte-ameri-cana com vários discos de platina, irá receber o Fashion Icon Award dos E! People’s Choice Awards durante a transmissão deste ano, que se realiza no dia 10 de novem-bro em Los Angeles, EUA.

sos superiores de Design de Moda de escolas nacionais e internacionais e jo-vens ‘designers’ em início de carreira, que há um ano passou a ser anual.

O ModaLisboa 2019 inclui a apresen-tação das coleções de nomes como Va-lentim Quaresma, Dino Alves, Olga No-ronha, Nuno Gama ou Luís Onofre.

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Passerelle montada no Campo de Santa ClaraA zona do Campo de Santa Clara, onde decorre a Feira da Ladra, será palco, de hoje até ao próximo domingo, dia 13, da 53ª edição da ModaLisboa

53ª edição do evento organizado pela Associação de Moda de Lisboa começa hoje

REDAÇÃO redacao@destak.pt

A zona do Campo de Santa Clara, onde decorre a Fei-ra da Ladra, é palco, a par-tir de hoje, da 53ª ModaLis-

boa, na qual serão apresentadas co-leções de marcas e criadores de moda nacionais para a próxima primavera.

Nesta edição, à semelhança de ante-riores e tal como está previsto no pro-tocolo entre a organização e a Câma-ra Municipal de Lisboa, haverá várias iniciativas abertas ao público. Entre es-sas iniciativas está a apresentação da coleção de Carolina Machado, da pla-taforma LAB (dedicada aos novos ta-lentos), que irá decorrer no domingo, às 15h, no Panteão Nacional.

Nesta edição acontece também, como habitualmente, o concurso San-gue Novo, destinado a finalistas de cur-

MODA

FAMA&TV 10.10.2019QUINTA-FEIRA www.destak.pt10

CULTURA

Prémio Camões ainda em dúvida O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, deu ontem a entender que não assi-nará o diploma do Prémio Camões concedido a Chico Buarque, cuja entrega formal está prevista para abril do próximo ano, em Portugal.

CINEMA

Mais pessoas nas salas até setembro Os cinemas portuguesas registaram uma subida de 8,9% no número de espectadores até setembro, face a igual período de 2018, com seme-lhante subida nas receitas, anunciou o Instituto do Cinema e Audiovisual.

PATRIMÓNIO

Roteiro Memorial do Convento O Memorial do Convento, de José Saramago, inspira um novo roteiro cultural que arranca dia 27 de outubro, no Palácio Nacional de Mafra, promo-vendo o livro e o monumento Patri-mónio Mundial da Humanidade.

EM DEZ SEGUNDOS

VOZES DA RÁDIOCarolina Camargo (Carolina.camargo@rfm.pt) Seg. a Sex. 2h/7h - Dom. 13h/16h

Nos últimos tempos te-nho vivido uma aventu-ra. Mais do que uma

aventura... um ensinamento! Mudei de casa! A nova está em obras e, durante uns bons me-ses, eu, o João e os miúdos es-tamos a viver num T1. O que isso tem de mal? Nada! Abso-lutamente nada! Pelo contrário! Esta experiência mostrou-nos o quanto temos vivido no ex-cesso. Na ilusão de que ter muitas coisas é sinónimo de felicidade. Talvez nesta fase es-teja a ser até um pouco radical, mas, arrisco-me a dizer que al-guns excessos só nos traziam caos, confusão, desorganiza-ção. Viver com menos roupa, menos sapatos, menos brin-quedos, menos louça, menos panelas, menos toalhas... tem sido maravilhoso! Há tanta coi-sa supérflua nas nossas vidas!! Eu não vou dizer quantos pares de sapatos tinha... o número é desnecessário! Mas eram mui-tos! Estou a viver no T1 com uns ténis, umas botas, uns chinelos e umas pantufas. E está tudo bem! Muito bem!

O T1 e Quatro Sapatos

Queres ir aos MTV EMA em Sevilha com a RFM? Se gostarias de assistir a um dos maiores eventos musicais do ano e ficar no hotel MTV já no próximo dia 3 de novembro, envia um email para passatem-pos@rfm.pt a dizer porque é que queres ir e que estrela é que gos-tavas de ver. Tens até amanhã para enviar o email. Despacha-te! Vê os vídeos em rfm.sapo.pt.

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REDAÇÃO redacao@destak.pt

Uma noite cheia de puro rock n’ roll

CONCERTO

ÉÉ um regresso em grande esti-lo dos Volbeat a Lisboa, depois de em 2010 terem aberto os dois concertos dos Metallica

no ainda Pavilhão Atlântico. Desta vez, será o Coliseu dos Recreios a acolher hoje à noite o quarteto dinamarquês como cabeça de cartaz para cantarem Rewind, Replay, Rebound, álbum edi-tado nos primeiros dias de agosto.

O concerto contará ainda com Ba-roness e Danko Jones, nas primeira e segunda partes, a darem o mote para uma noite dedicada ao puro

rock n’ roll. Será que é desta vez que vão deitar abaixo a sala lisboeta? “Tentamos sempre fazer o nosso me-lhor”, afirma ao Destak o baterista Jon Larsen, um dos ‘resistentes’ dos Volbeat desde que o grupo iniciou ‘funções’ em 2001, ao lado da voz e guitarra Michael Poulsen.

“Desde que arrancámos em setem-bro com esta digressão no Reino Uni-do”, acrescenta o artista, “temos to-cado sete ou oito temas de Rewind, Replay, Rebound, mas não vamos es-quecer-nos de tocar ‘clássicos’ da nos-sa discografia”. Será uma óptima oportunidade para os fãs se aperce-

Dinamarqueses Volbeat estão de volta aos palcos nacionais para apresentar ao vivo, hoje, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, o novo Rewind, Replay, Rebound

berem como resulta este disco ao vivo, que Larsen considera como uma evolução natural do trabalho que o quarteto tem desenvolvido desde o primeiro álbum.

“O que mais me surpreendeu foi a maneira como ele foi recebido”, avan-ça o baterista. “Mantivemos o som e o estilo com que somos reconhecidos um pouco por todo o mundo, mas ten-támos expandi-lo para novas direções musicais”. Larsen escusa-se a afir-mar que cada tema é um hino – “nem era esse o objetivo”, acrescenta – mas confirma que mantém o espírito rock n’ roll com que os Volbeat são reco-

Banda manteve o seu estilo característico, mas tentou “expandir o som para novas direções musicais”

nhecidos no meio musical. “O disco está repleto de novas

ideias, com linhas de voz e de guitar-ra diferentes, mas com ótimos gan-chos e excelentes melodias”, continua o artista. “Desafiarmo-nos faz parte de nós como banda, e é dessa forma que um músico deve enfrentar esta ‘profissão’, mas que ninguém espere que façamos um trabalho ao estilo do ‘free jazz’. Isso nunca irá acontecer”, conclui Larsen entre risos.

As portas do Coliseu dos Recreios abrem às 18h30, com a primeira ban-da a entrar em palco uma hora de-pois. Os bilhetes custam 28 euros.

Quarteto agora é cabeça de cartaz depois de terem aberto para os Metallica©

DR

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Não estávamos interessados na imitação

AA s escolas de pensamento di-videm-se. Há quem pense que um talento como Re-née Zellweger, a menina do

Texas com sangue norueguês, pode e deve ser ingerido com parcimónia, poucas linhas no diálogo, só 30 segun-dos por cena, um filme por ano, tudo em pequenas doses que acabam por ter efeitos duradouros. A mulher tem uma presença enorme. Os outros 50% de inquiridos acham que a Renée deve comandar o ecrã tanto em dramas de ‘farwest’ com índios como em movi-mentos de passo dançante exibido em cabaret, e tem direito a tantos suces-sos como os da série Bridget Jones. Seja como for, lá no centro do dilema que confunde sempre os que querem consumir mais e os outros que prefe-rem tragos breves que aligeiram a garganta cinemática torrada pela rea-lidade horrenda, existe um grande

grupo de fãs raivosos que olham para a Renée e só encontram nela o funda-mental: a luz das estrelas de antiga-mente, quando a pose do beicinho e o talento cru faziam parte de uma mes-ma oferta. Esta semana, a mulher que já seduziu Tom Cruise em Jerry Ma-guire e depois toda a gente no musi-cal Chicago, volta para outra viagem aos temas que interessam: ilusão ‘ver-sus’ verdade, luzes da ribalta, empre-go que devora e a necessidade deses-perada de começar tudo de novo quando já não há outra solução. Ela,

JOHN-MIGUEL SACRAMENTO, em Hollywood

Judy, vela acesa em noite de vento, aparece em fim de carreira. Silêncio que se vai cantar o fado.

Judy Garland foi forçada a tole-rar todo o tipo de abuso verbal e à integridade física. Era acu-sada de estar muito gorda ou muito velha ou muito cansada. Como tem sido, para si, a vida em Hollywood? Sim, até certo ponto também eu tenho visto o meu corpo associado ao grau de sucesso. Claro que sim. Até porque, desde logo, sou uma mulher que vive nos Estados Unidos (risos) e em Hollywood. Aqui, a ma-neira como uma pessoa se apresen-ta é sempre matéria de discussão pública. Há uma grande curiosidade à volta de quem se mostra, especial-mente quando a missão é a de nos transformarmos nas diversas per-sonagens que escolhemos criar. É quase como se fosse impossível descobrir aquilo que devemos ser.

Mas, ao mesmo tempo, não vou di-zer que tenho sido submetida ao mesmo tormento que sofreu uma atriz como Marilyn Monroe, por exemplo. No caso dela, era-lhe prati-camente exigido que se comportas-se de certa maneira de cada vez que punha o pé fora de casa. Tinha mes-mo de ser o pináculo da beleza e do glamour a todas as horas do dia.

Como aconteceu no caso da Judy Garland? Passou-se algo semelhante. Havia

a expectativa de que, em palco, nunca falhasse. Como se lhe fosse pedido que parasse no tempo, que fosse sempre 1939, quando fez O Feiticeiro de Oz. Hollywood e o público pressupunham que ela teria sempre acesso ao instru-mento vocal de antigamente. Essa também é uma pressão muito grande, não é? Lembre-se que, desde criança, tinha sido sub-metida à doutri-na rígida do ‘studio system’. Era uma espécie de propriedade deles, especial-mente quando perceberam que tinha um enorme valor de mercado. A parte mais triste, imagino, é estarem sempre a dizer-lhe que tinha imensa sorte porque conseguia manter aquele tamanho infantil, a inocência, os olhos otimistas e abertos para o mundo. Foi obrigada a negar o seu talento real e a trabalhar a partir de uma postura do-minada pelo medo. Deve ter sido terri-velmente penoso. Pela minha parte, não estou submetida ao mesmo câno-ne laboral, se calhar porque não é isso que busco. Tanto melhor.

Que relação tem, em geral, com a música? Há algum artista,

alguma canção, que a devolva a um lugar ou momento especí-fico, alguma melodia que use para se recentrar num mundo tão vasto? Ouço todo o género de música. Te-nho colecionado tanta coisa ao longo dos anos. Há, de facto, muitos temas que representam coisas muito im-portantes. E há, naturalmente, sem-pre vozes novas que passam a fazer parte dos meus temas prediletos. Dos artistas que me mostram uma espécie de caminho direto ao local

“[A Judy] foi obrigada a negar o seu talento real e a trabalhar a partir de uma postura dominada pelo medo”

Renée Zellweger, a eterna Bridget Jones, está de volta aos cinemas portugueses com o novo Judy, ‘biopic’ da lendária estrela que deu voz ao clássico Somewhere Over the Rainbow. Falámos com a atriz

“[Em Hollywood] a maneira como uma pessoa se apresenta é sempre matéria de discussão pública”

“

”

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verdade que queria obter? Qual era o alvo? Houve tanta gente envolvida. E, mais importante ainda, o processo não foi ao lugar de um instante para o outro. Tentámos tanta coisa. Esco-lhemos aquilo que parecia mais au-têntico. Queríamos chegar, não tan-to à criação de uma imagem sósia da Judy, mas a uma determinada carga emocional. Não estávamos in-teressados na imitação. O objetivo foi o de explorar e investigar num processo de entendimento e com-preensão. Ora bem, para isso foi fundamental dar grande atenção à cara, às rugas, às expressões.

Que mais a impressionou no talento dela? Por exemplo, o que sente quando conta ou escuta o clássico Somewhere over the Rainbow? Partiu-me o coração quando ela perguntou ao público “Não vão nunca es-quecer-se de mim, pois não?”… É uma canção entoada na voz de uma mulher ainda menina. Fala da vida que se estende à sua frente, da possibilidade que o futuro encerra. Há uma beleza infindável nessa es-perança. Claro que, passados mui-tos anos, a beleza da canção ganhou outras tonalidades, tendo a Judy vivido o que viveu – mas ela, a Judy, continuava a sentir esperança no fu-turo. Tão bonito, ela já ter passado por tanto e continuar a sonhar com os dias vindouros numa procura constante da nova felicidade. Isso é algo que me emociona terrivelmen-te. Era mais do que uma cantora.

Percebeu que o público vinha à pro-cura de uma ligação ao mundo, à canção que amavam, à nostalgia, ao momento em que ouviram aquele tema pela primeira vez. Ela obede-cia. Providenciava sempre essa tro-ca humana. E nada tem mudado ao longo dos anos. Continua a dar às pessoas essa esperança baseada na empatia, na possibilidade de todos nós nos relacionarmos uns com os outros, na sua capacidade de afir-mar o valor dos que são marginali-zados, incompreendidos.

vê debaixo do chuveiro? Vai ter de perguntar aos meus cães. São eles que ouvem. Também se sentam debaixo do piano, quando toco, o que acontece todos os dias. Os meus cães também têm as suas canções favoritas – e outras que adorariam ouvir pela última vez.

Quando foi preciso, todos os dias, transformar-se em Judy Garland – a roupa, a linguagem física, a maquilhagem, o cabelo, a cara, as próteses – qual era a

DOCUMENTÁRIO VARDA POR AGNÈS Documentário que mergulha na fascinante vida da artista belga Agnès Varda, fotógrafa, artista de instalação e cineasta pioneira da chamada ‘Nouvelle Vague’ do ci-nema francês. Num estágio de teatro, Agnès usa fotos e trechos de filmes para fornecer uma vi-são sobre o seu trabalho único.

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DRAMA GUERRA DAS CORRENTES Thomas Edison e George Wes-tinghouse lutam para determi-nar qual o sistema elétrico por eles inventado que vai alimen-tar o mundo moderno. A histó-ria da corrida entre dois nomes de peso dos primórdios da ele-tricidade. Com Benedict Cum-berbatch e Michael Shannon.

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COMÉDIA DRAMÁTICA O CASO DELOREAN Passado na Califórnia do princí-pio dos anos 1980, um filme re-trata a ascensão meteórica do empresário da indústria auto-móvel John Zachary DeLorean e as suas tentativas, tão obscu-ras como desesperadas, para salvar da ruína a sua icónica mas efémera empresa.

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OUTRAS ESTREIAS

que ambiciono alcançar, diria que os The Beatles são bastante importan-tes. E também o Tom Petty. Amo os The Avett Brothers... a poesia, a música, tudo aquilo me toca bem perto. Também adoro Ruffus Wainwright. Uso-o muitas vezes para chegar a certos estados de alma. Tem a ver com a maneira como ela vocaliza as emoções e des-creve a história dentro da melodia.

É aquele tipo de pessoa que gosta de cantarolar quando se

“Tão bonito, ela já ter passado por tanto e continuar a sonhar com os dias vindouros”

© FOTOS DR “Queríamos chegar, não tanto à criação de uma imagem sósia da Judy, mas a uma certa carga emocional”

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Horizontais: 1. Estimular com acicate. Caminhava para lá. 2. A não existência. Alameda, rua de jardim ou parque. 3. Espécie de boi selvagem. Grito agudo das aves, quando embravecidas. 4. O espaço aéreo. Epiderme, especial-mente a do rosto. Acrescentar. 5. Foga-cho. Além disso. 6. Medida itinerária chinesa. Contr. da prep. em com o art. def. a. 7. Dignidade militar entre os Tur-cos. Austeridade (fig.). 8. Ceifa. Curso de água natural, mais ou menos cauda-loso. Contr. da prep. de com o art. def. o. 9. Mulher ligada a outra pessoa por sentimentos de afeição, companheira. Recitar. 10. Sete mais um. Dividir ao meio. 11. Alternativa ou incerteza (conj.). Gesto de traição.

Verticais: 1. Que se paga ao ano. Que tem asas. 2. Vagão. 3. Passado. Benefício resultante de câmbio favorável. 4. Cálcio (s.q.). Um certo. Atuar. 5. Administrar. Relato, escrito geralmente em livro especial, de tudo quanto se tratou numa sessão, reunião ou assembleia. 6. Basta! não digas mais! (interj.). Indivíduo do povo (fig.) Mover-se de um sítio para outro. Aqueles. 7. Fileira. Aplicar os Santos Óleos. 8. Lanço retilíneo de estrada. Escudeiro. A mim. 9. Planta herbácea da família das umbelíferas. Norma social. 10. Lançar torpedos contra. 11. Fruto da amoreira e de algumas espécies de silvas. Pessoa muito vagarosa (fig.).

SOLUÇÃO Horizontais: 1. Acicatar, Ia. 2. Nada, Álea. 3. Uro, Atito. 4. Ar, Tez, Apor. 5. Lumaréu, Ora. 6. Li, Na. 7. Agá, Rigidez. 8. Sega, Rio, Do. 9. Amiga, Ler. 10. Oito, Mear. 11. Ou, Rasteira. Verticais: 1. Anual, Asado. 2. Carruagem. 3. Ido, Ágio. 4. Ca, Tal, Agir. 5. Gerir, Ata. 6. Tá, Zé, Ir, Os. 7. Ala, Ungir. 8. Reta, Aio, Me. 9. Aipo, Lei. 10. Torpedear. 11. Amora, Zorra.

CRUZADAS

TEMPO

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PARTICIPE!

Históricos A partida de Diogo Freitas do Ama-ral encerrou a presença entre nós dos quatro maiores líderes partidá-rios dos últimos 50 anos da política portuguesa, respetivamente do PS, PSD, PCP e CDS, partidos que foram escolhidos pelos portugue-ses durante várias décadas. A passagem do tempo, a sucessão de gerações, vieram alterar o xadrez parlamentar. Sem políticos a baterem-se pelos seus ideais sem se vergarem – alguns mesmo com sacrifício pes-soal – e com o crescente distancia-mento e/ou desconhecimento da história recente, sucederam-se políticos tíbios e digitais. A consolidação deste novo ciclo revelou-se no resultado eleitoral das Legislativas de domingo. Pela primeira vez foram eleitos deputados de minúsculos partidos em prejuízo dos tradicionais. Muitos eleitores privilegiaram o discurso radical e irrealista porque a atual situação política estável, e indo ao encontro dos interesses da maioria da população, cauciona e potencia essa expressão de dife-rença e protesto contra o mais do mesmo em matéria de discursos políticos dos habituais partidos. O cansaço também se revelou na abstenção. Em cada dois portugueses um votou e decidiu pelo outro que se absteve. Esta realidade foi construída nos últimos quatro anos. (...)

ARISTIDES TEIXEIRA

Almada

Os situacionistas e os populismos

Após as eleições legislativas do pas-sado dia 6, muitos comentadores já

conhecidos, e outros saídos da penumbra, numa inclinação situacio-nista, vieram a terreiro condenar o populismo que agora dizem ter entrado na casa do povo.

Perante estas atoardas de pura matreirice, de continuado conluio, e devido à colagem às políticas vigentes, muitas delas nefastas de mais, parece-nos que foi tudo isso que deu lugar a tais aparecimentos, que chamam de populismo e assentes numa política de café.

Nós, que somos canhotos de nascença, também usamos a mão direita para certas coisas, e não temos vislumbrado nenhum inconveniente para tal situação, pois uma mão lava a outra.

Assusta-nos, isso sim, ouvirmos tantos ‘democratas’ comportando--se e palrando como autênticos ‘torquemadas’ das opiniões e inclinações de outrem.

JOSÉ AMARAL

Vila Nova de Gaia

A revisão constitucional que se impõe A tomada de posse do primeiro Governo Constitucional liderado por Mário Soares a 23 de julho de 1976 encheu os portugueses de esperança para um Portugal mais igualitário a nível social e económico. Longe estávamos de imaginar a cor-rupção, o compadrio e o tráfico de influências. Espero que os deputados eleitos cumpram o manancial de pro-messas feitas durante na campanha. Faço votos para que a próxima revi-são constitucional retire a imunidade parlamentar aos deputados.

ADEMAR COSTA

Póvoa de Varzim

PORTOHOJE 12º MÍNIMA

26º MÁXIMA

AMANHÃ 12º MÍNIMA

21º MÁXIMA

CARTAS DO LEITOR

LEITOR10.10.2019 QUINTA-FEIRA www.destak.pt 15

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