atreya prana - o segredo da cura pela yoga

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  • Atreya

    PRANA O Segredo da Cura Pela Yoga

    Traduo PEDRO S. DANTAS JR.

    EDITORA PENSAMENTO

    So Paulo

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  • Ttulo do original: Prana The Secret of Yogic Healing Copyright 1996 Atreya. Publicado originalmente por Samuel Weiser, Inc., York Beach, ME USA. Edio Ano1-2-3-4-5-6-7-8-9 98-99-00

    Direitos de traduo para a lngua portuguesa adquiridos com exclusividade pela

    EDITORA PENSAMENTO LTDA. Rua Dr. Mrio Vicente, 374 04270-000 So Paulo, SP

    Fone: 272-1399 Fax: 272-4770 E-MAIL: pensamentosnet.com.br

    http://www.pensamento-cultrix.com.br que se reserva a propriedade literria desta traduo.

    Impresso em nossas oficinas grficas.

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  • PARA SRI H.W.L. POONJAJI

    O eu o que voc . Voc Aquela Entidade insondvel na qual surgem

    a experincia e os conceitos. O eu o Momento

    Que no tem chegada ou partida. o Corao, o Atman, o Vazio. Brilha para si mesmo, por si e em si mesmo. O eu a origem do sopro da vida, No necessrio procur-lo, ELE ESTA AQUI. Voc Aquilo por meio do qual voc empreenderia

    sua busca. Voc aquilo que voc busca! E Isso Tudo o que existe. Apenas o eu existe.

    H.W.L. Poonja A Verdade .

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  • SUMRIO

    Lista de Tabelas .................................................................................................................................................................. 6 Lista de Figuras .................................................................................................................................................................. 7 AGRADECIMENTOS ....................................................................................................................................................... 8 PRLOGO ......................................................................................................................................................................... 9 INTRODUO................................................................................................................................................................ 12 CAPTULO 1 - O QUE PRANA? ................................................................................................................................ 15

    A RELAO ENTRE 0 PRANA E A MENTE.......................................................................................................... 17 CAPTULO 2 - OS CORPOS HUMANOS...................................................................................................................... 18 CAPTULO 3 - COMO ATUA A MEDICINA ENERGTICA...................................................................................... 22 CAPTULO 4 - COMO AUMENTAR A SENSIBILIDADE DAS MOS..................................................................... 24 CAPTULO 5 - MAPEAMENTO OU EXPLORAO.................................................................................................. 27 CAPTULO 6 - LIMPEZA ENERGTICA OU VARREDURA..................................................................................... 30

    ELIMINAO DO MATERIAL ETRICO NEGATIVO......................................................................................... 30 COMO FAZER A LIMPEZA ENERGTICA DA AREA DE TRABALHO ............................................................ 32 COMO FAZER A LIMPEZA ENERGTICA EM SI MESMO................................................................................. 32

    CAPTULO 7 - COMO ENERGIZAR COM PRANA .................................................................................................... 34 MTODO DA CONCENTRAO DA ATENO PARA ABSORVER E PROJETAR O PRANA ..................... 34 MTODO DE RESPIRAO PARA ABSORVER E PROJETAR 0 PRANA ......................................................... 34 COMO ENERGIZAR OS OUTROS............................................................................................................................ 36

    CAPTULO 8 - O PRANA NO CORPO FSICO ............................................................................................................ 37 COMO USAR O PRANA NO CORPO FSICO......................................................................................................... 39 ETAPAS DO TRATAMENTO DO CORPO FSICO................................................................................................. 40

    PARTE FRONTAL DO CORPO............................................................................................................................ 41 NAS COSTAS ........................................................................................................................................................ 43

    SUGESTES PARA UMA CURA EFICAZ .............................................................................................................. 45 CAPTULO 9 - A KUNDALINI ...................................................................................................................................... 46 CAPTULO 10 - O QUE UM CHAKRA?.................................................................................................................... 47

    OS SISTEMAS DE CHAKRAS.................................................................................................................................. 47 OS CHAKRAS NO NVEL FSICO ........................................................................................................................... 48 OS CHAKRAS NO NVEL PSICOLGICO ............................................................................................................. 53

    PRIMEIRO CHAKRA - GLNDULAS ENDCRINAS SUPRA-RENAIS, TESTCULOS. ........................ 54 SEGUNDO CHAKRA - GLNDULAS ENDCRINAS OVRIOS E TESTCULOS.................................. 54 TERCEIRO CHAKRA - GLNDULAS ENDCRINAS SUPRA-RENAIS, BAO, PNCREAS. ................... 54 QUARTO CHAKRA - GLNDULAS ENDCRINAS TIMO. ....................................................................... 55 QUINTO CHAKRA - GLNDULAS ENDCRINAS TIREIDE, PARATIREIDE. ................................. 55 SEXTO CHAKRA - GLNDULAS ENDCRINAS PINEAL, PITUITRIA. .............................................. 55 STIMO CHAKRA - GLNDULAS ENDCRINAS PITUITRIA, PINEAL. ................................................. 56

    CAPTULO 11 - O PRANA NO SEGUNDO CORPO.................................................................................................... 57 DESCRIO DO SEGUNDO CORPO...................................................................................................................... 57 APLICAO DO PRANA NO SEGUNDO CORPO ................................................................................................ 57 OS CHAKRAS NO SEGUNDO CORPO ................................................................................................................... 61 O TRATAMENTO DO SEGUNDO CORPO ............................................................................................................. 62

    PARTE DA FRENTE DO CORPO ........................................................................................................................ 62 PARTE DE TRS DO CORPO.............................................................................................................................. 63

    CAPTULO 12 - O PRANA NO TERCEIRO CORPO .................................................................................................. 64 DESCRIO DO TERCEIRO CORPO ..................................................................................................................... 64 APLICAO DO PRANA NO TERCEIRO CORPO.............................................................................................. 65 OS CHAKRAS NO TERCEIRO CORPO................................................................................................................... 66 O TRATAMENTO DO TERCEIRO CORPO............................................................................................................. 67

    PARTE DA FRENTE DO CORPO ........................................................................................................................ 67 PARTE DE TRS DO CORPO.............................................................................................................................. 68

    CAPTULO 13 - O PRANA NO QUARTO CORPO ...................................................................................................... 69 A PSICOTERAPIA ENERGTICA ........................................................................................................................... 69 A ABORDAGEM DIRETA DO PRANA ................................................................................................................... 70 A CURA COM AMOR ............................................................................................................................................... 71

    CAPTULO 14 - PERGUNTAS E RESPOSTAS ............................................................................................................ 73 SEM 0 AGENTE DE CURA; SEM NENHUMA INTENO .................................................................................. 75 NENHUM MTODO: NENHUMA IDIA PRECONCEBIDA ................................................................................ 75

    CAPTULO 15 - TRATAMENTOS PRNICOS............................................................................................................ 77 ALIMENTAO ........................................................................................................................................................ 77

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  • RESFRIADO COMUM............................................................................................................................................... 78 BRONQUITE E RESFRIADO COM TOSSE............................................................................................................. 78 DORES DE CABEA................................................................................................................................................. 79 FEBRE E GRIPE ......................................................................................................................................................... 80 DORES E PROBLEMAS NO PESCOO E NOS OMBROS .................................................................................... 80 ASMA.......................................................................................................................................................................... 81 ECZEMAS E PROBLEMAS NA PELE ..................................................................................................................... 81 PROBLEMAS DIGESTIVOS ..................................................................................................................................... 82 OBSERVAES FINAIS........................................................................................................................................... 83

    CAPTULO 16 - MEDITAES E EXERCCIOS......................................................................................................... 85 A RESPIRAO PRNICA ...................................................................................................................................... 85 EXERCCIOS PARA AUMENTAR A SENSIBILIDADE DAS MOS E DOS DEDOS ........................................ 85 MEDITAO DO CORAO .................................................................................................................................. 86 AUTOCURA ............................................................................................................................................................... 87

    GLOSSRIO.................................................................................................................................................................... 89 LEITURA RECOMENDADA ......................................................................................................................................... 91

    Livros a respeito de cura .............................................................................................................................................. 91 Outras fontes valiosas .................................................................................................................................................. 91 CONTRACAPA ...........................................................................................................Error! Bookmark not defined.

    Lista de Tabelas Tabela 1 Chakras Principais Usados No Tratamento Teraputico............................................................................... 51 Tabela 2 Chakras Secundrios Usados No Tratamento Teraputico ........................................................................... 52 Tabela 3 Localizao Tradicional Dos Chakras .......................................................................................................... 52

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  • Lista de Figuras

    Figura 1 - Corte transversal dos corpos ................................................................................................................................................19 Figura 2 - Os trs corpos e os cinco invlucros da yoga. ...................................................................................................................20 Figura 3 - Os sete corpos do sistema ocidental. ..................................................................................................................................21 Figura 4 - Ativando o chakra da mo....................................................................................................................................................25 Figura 5 - Exerccio para aumentar a sensibilidade das mos. ...........................................................................................................25 Figura 6 - Desenvolvendo a sensibilidade das mos com a ajuda de um amigo. ............................................................................25 Figura 7 - Prana movendo-se em circuito da esquerda para a direita. ..............................................................................................26 Figura 8 - mapeamento ou explorao do corpo etrico....................................................................................................................29 Figura 9 - Limpeza ou varredura do corpo etrico..............................................................................................................................30 Figura 10 - Autolimpeza inspirao lenta........................................................................................................................................31 Figura 11 - Autolimpeza expirao rpida. .....................................................................................................................................31 Figura 12 - Autolimpeza inspirao do prana do solo. .................................................................................................................32 Figura 13 - Autolimpeza Expirao rpida eliminando o material etrico. ................................................................................32 Figura 14 - Respirao prnica ou respirao completa. ....................................................................................................................35 Figura 15 - Respirao prnica com as mos. ......................................................................................................................................35 Figura 16 - Explorao do circuito secundrio. ...................................................................................................................................37 Figura 17 - Circuito primrio..................................................................................................................................................................38 Figura 18 - Circuito secundrio..............................................................................................................................................................38 Figura 19 - Soltar o pescoo. ..................................................................................................................................................................40 Figura 20 - Diagrama prnico do p......................................................................................................................................................42 Figura 21 - Carregando o corpo com prana. ........................................................................................................................................43 Figura 22 - Energizando e limpando a coluna. ....................................................................................................................................44 Figura 23 - Relaxando e energizando a coluna.....................................................................................................................................44 Figura 24 - Os chakras Ocidente e Oriente. ...................................................................................................................................49 Figura 25 - Chakras maiores e menores sistema ocidental. .........................................................................................................50 Figura 26 - Os chakras na tradio yogue.............................................................................................................................................52 Figura 27 - O corpo etrico. ...................................................................................................................................................................58 Figura 28 - Limpando o corpo etrico. .................................................................................................................................................58 Figura 29 - Os chakras principais e os rgos e partes do corpo que lhes so correspondentes..................................................60 Figura 30 - . Fechando o corpo etrico.................................................................................................................................................60 Figura 31 - Colocando a mo num chakra. ..........................................................................................................................................61 Figura 32 - Abrindo um chakra..............................................................................................................................................................61 Figura 33 - Localizao dos chakras para tratamento de um resfriado.............................................................................................78 Figura 34 - Localizao dos chakras para tratamento de um resfriado com bronquite e tosse.....................................................78 Figura 35 - Carregando o 6 chakra na frente e atrs. ...................................................................................................................79 Figura 36 - Aumentando a sensibilidade dos dedos. ...........................................................................................................................86 Figura 37 - Meditao do corao. ........................................................................................................................................................88

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  • AGRADECIMENTOS

    As citaes que aparecem nos captulos iniciais deste livro foram retiradas das seguintes fontes: Astavakra Samhita, traduzido por Swami Nityaswarupananda (Calcut: Advaita Ashrama, 1990), p. 194 (147); The Caraka Samhita, traduzido por dr. Ram Sharma e dr. Bhagawan Dash (Varanasi, ndia: Chowkhamba Sanskrit Series, 1992), xxv.33 (127); The Eight Upanishads, traduzido por Swami Gambhirananda (Calcut: Advaita Ashrama, 1992), vol.I, pp. 204-205 (32), p. 201 (37), vol. II, p. 439 (XIX), p. 436 (20); Dattatreya Avadhuta, Avadhuta Gita, traduzido por Swami Chetanananda (Calcut: Advaita Ashrama, 1988), p. 76 (119), p. 97 (140); Paul Brunton, Conscious Immortality: Conversations with Ramana Maharshi (Tiruvannamalai, ndia: Sri Ramanashramam, 1984), p. 25 (53); Sri Nisargadatta Maharaj, Consciousness and the Absolute, editado por Jean Dunn (Durham: Acorn Press, 1994), p. 11 (1), p. 31 (13); Sri Nisargadatta Maharaj, Prior to Consciousness, editado por Jean Dunn (Durham: Acorn Press, 1985), p. 33 (55), p. 63 (80), p. 64 (98), p. 35 (110); Kavyakanta Ganapathi Muni, Sri Ramana Gita (Tiruvannamalai, ndia: Sri Ramanashramam, 1992), p. 51 v. 77 (7); Sri Sankaracarya, Vivekacudamani, traduzido por Swami Madhavananda (Calcut: Advaita Ashrama, 1992), p. 31 (25); sir John Woodroffe, The Serpent Power (Madras: Ganesh & Co., 14' edio, 1989), p. 74 citando The Kausitaki Upanishad 3.2 (16).

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  • PRLOGO Prana a energia fundamental que vitaliza tudo no universo. , em ltima anlise, a energia da

    conscincia propriamente dita, responsvel por todos os movimentos neste mundo consciente. Todos os sistemas de medicina atuam por meio de algum aspecto do prana, ainda que no compreendam o que vem a ser isso. Apesar de no ser reconhecido pela medicina aloptica como uma entidade em si mesma, ainda assim o prana afeta nossa vitalidade de diversas maneiras, as quais a medicina aloptica descreve como circulao ou homeostase. Portanto, poderamos dizer que toda cura uma cura prnica.

    Os sistemas naturalistas de medicina baseiam-se na compreenso da energia vital e de como mant-la em equilbrio. O prprio prana, que em snscrito significa fora vital, a base do Ayurveda, sistema tradicional de cura natural originrio da ndia. Ayurveda significa a cincia (veda) da vida (ayur). Ayur, vida, ele mesmo um sinnimo de prana. O Ayurveda uma medicina prnica; e todas as suas terapias baseiam-se num reconhecimento da energia vital e dos vrios modos de equilibr-la.

    A cura prnica tambm est relacionada com o sistema da yoga. Esta no apenas um sistema de exerccios, ou mesmo de meditao. E uma forma de trabalhar com as energias sutis do corpo e da mente, e a principal delas o prana. A cincia yogue Pranayama e seus diversos exerccios de respirao baseiam-se na compreenso do prana e das maneiras de trabalhar com ele. Sem um desenvolvimento do prana no podemos avanar muito em qualquer caminho yogue, pois nos faltar a vitalidade necessria para percorr-lo.

    Os sistemas naturais de medicina utilizam diversas substncias como veculos para o prana, tal como alimentos ou ervas. Essas substncias so definidas energeticamente de acordo com sua capacidade de aquecer e de esfriar, ou de acordo com seus elementos constituintes e qualidades; ou seja, de acordo com o modo pelo qual elas afetam nosso prana. Tanto o Ayurveda quanto a medicina chinesa apresentam esses sistemas de classificao. Todas as diversas dietas e ervas recomendadas visam afetar a energia vital de maneira especfica.

    Quando procuramos um mdico ou um agente de cura no apenas o que eles nos receitam que nos ajuda. Antes de mais nada, reagimos fora de cura, ao prana ou vitalidade, dos mdicos. Podemos sentir essa fora na forma pela qual eles nos falam ou nos tomam o pulso. Penetramos em sua aura de cura, no campo de seu prana. Se o terapeuta amigvel, gentil, confiante e sensvel (ou seja, se ele vibra em seu prana), reagimos positivamente a ele e lhe seguimos as recomendaes alegremente. Sem que haja alguma relao prnica com o terapeuta, o tratamento dificilmente trar um bom resultado.

    Os sistemas de medicina natural empregam diversos mtodos que trabalham com o prana, tais como acupuntura, trabalho corporal, ou Karma Pancha (prticas de purificao do Ayurveda). So casos nos quais lida-se com o prana de forma mais direta. O toque, propriamente dito, qualquer que seja, transmite o prana, pois o toque a qualidade sensorial que se relaciona com o elemento ar, ao qual o prana ou a respirao esto ligados.

    possvel, alm do mais, usar o prana de forma direta, com objetivos de cura, seja em conjunto com outros veculos de prana, como os alimentos ou as ervas, ou sozinho. Podemos aprender a projetar a fora do prana para curar a ns mesmos ou s outras pessoas. Existem inmeras formas de trabalho direto com o prana, tais como o pranayama (exerccios de respirao). Pode-se projetar diretamente a energia da respirao, usando opoder da mente, em particular por meio da visualizao. Onde quer que concentremos nossa ateno, estaremos tambm colocando algum aspecto de nosso prana ou vitalidade. Quanto maior nossa concentrao, maior o poder do prana de que podemos dispor. Os terapeutas corporais sabem da importncia de regular sua respirao, paralelamente ao tratamento do paciente, pois isso garante um fluxo mais positivo de energia de cura. Os terapeutas que trabalham com acupuntura e acupresso sabem da importncia de colocar seu chi nesses pontos de acupuntura.

    Nem sempre fcil, entretanto, usar o prana para a cura. Para isso, necessrio que primeiramente se cultive o prprio prana, o que, por sua vez, requer disciplina fsica, mental e espiritual. Para influir

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  • diretamente na energia vital de outra pessoa, precisamos estar seguros de que a nossa prpria energia vital e as nossas motivaes so puras. Nossa meta deve ser a de servir de veculo para o prana, no o de obter algum tipo de poder ou de nos glorificar como agentes de cura, e certamente no o de interferir no fluxo natural de energia vital do paciente, segundo nossos prprios conceitos ou desejos.

    O Ayurveda recomenda uma dieta vegetariana para os que querem ser agentes de cura prnicos. Se comemos carne, estamos ingerindo a energia da morte que interferir em nossa prpria energia vital. Deveramos tambm praticar ahimsa, ou no-violncia, pois qualquer forma de violncia torna nossa energia vital negativa.

    Todas as doenas, quer sejam fsicas ou mentais, refletem algum tipo de bloqueio na energia prnica. O resultado a debilidade, a depresso e as emoes tumultuadas, todos eles sintomas de desequilbrios prnicos. Por essa razo, qualquer doena pode ser tratada atravs do prana. Os terapeutas que podem dispor de um prana puro para transmitir a seus pacientes no precisam se preocupar com detalhes do diagnstico. Projetando a fora prnica, eles podem atingir com preciso o mago de todos os nossos problemas de sade.

    H atualmente na ndia um novo movimento que, como parte de um renascimento da medicina natural, est ligando a cura prnica a terapias semelhantes no mundo todo. No Ocidente, entretanto, at o momento, bastante difcil encontrar livros, ou mesmo material autntico acerca da cura prnica.

    Atreya, em seu livro Prana O segredo da cura pela yoga, apresenta essa cincia e preenche essa necessidade. Ele examina a natureza do prana e suas funes no corpo fsico, no corpo sutil, e na mente, descrevendo sua relao com os chakras. De maneira notvel, ele acrescenta vrios exerccios prticos para desenvolvermos o nosso prprio prana e para tratarmos outras pessoas usando essa fora vital. O livro, repleto de informaes, irradia entusiasmo e reflete o grande desenvolvimento prnico do prprio autor. O livro no apenas uma excelente introduo para a cura prnica, mas tambm pode ser usado como um manual. E til tanto para o leigo como para os profissionais de cura.

    Atreya analisa a cura prnica do ponto de vista espiritual e a relaciona com os profundos ensinamentos dos Vedas, visando o autoconhecimento. Dessa forma, ele orienta o leitor atravs da cura prnica rumo ao autoconhecimento. A orientao espiritual do livro reala suas qualidades e transporta o leitor a um nvel mais profundo de compreenso de si mesmo.

    Dr. David Frawley autor de Ayurvedic Healing,

    Tantric Yoga, e Yoga of Herbs Santa F, Novo Mxico

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  • Quero agradecer aos meus mestres de cura e aos meus inmeros pacientes,

    que tomaram este livro possvel.

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  • INTRODUO

    Do eu nasceu o prana. Assim como pode haver sombra quando ali est um homem, assim o prana est preso ao eu. Ele chega ao corpo devido s aes da mente.

    Prasna Upanishad III.3

    Meu interesse pela cura prnica deve-se ao meu problema nas costas, hereditrio e crnico. J vinha sofrendo de contnuas dores nas costas h mais de quinze anos quando encontrei meu primeiro mestre de cura. Havia ocasies em que a crise me obrigava a permanecer vrios dias na cama, mas, em geral, tinha de suportar uma dor constante na parte superior das costas.

    Aos quinze anos, tomou-se evidente que eu tinha uma deformao na coluna, chamada cifoescoliose idioptica. Durante dois anos, usei um aparelho corretivo feito de ao e couro, para tentar endireitar a curvatura das costas. Isso ajudou um pouco, uma vez que eu podia, com algum esforo, manter a coluna ereta. A dor que me incomodou nos quinze anos seguintes era essencialmente muscular. Os msculos tinham de fazer o trabalho da coluna bem como o deles prprios, e isso gerava cansao constante.

    Msculos trabalhando em demasia, estressados e cansados isso lhe parece familiar? Todos ns passamos por esse incmodo em algum momento de nossa vida. Para mim isso era uma constante.

    Eu procurei inmeros terapeutas corporais que utilizavam mtodos com resultados os mais variados. Seus mtodos me deixavam todo cheio de escoriaes. Mesmo um tratamento "leve" me era em geral bastante penoso. Meu alvio jamais durava mais do que um dia ou dois. Eu tentei tratamentos alopticos (medicina ocidental) e estes apresentaram resultados limitados. Consultei acupunturistas, osteopatas, quiroprticos e psicoterapeutas, sem nenhum resultado.

    Seguindo a recomendao de um amigo, fui visitar Ananda, um japons, especialista em trabalho corporal, que fora originariamente um quiroprtico. Ele levara adiante seu treinamento (feito no Japo) com tcnicas que usavam o prana. Interessei-me em marcar uma sesso pois soube que seu tratamento costumava ser suave. No entanto, quela altura, eu j no alimentava nenhuma expectativa de que algum pudesse me ajudar. Descobri que eu estava redondamente enganado!

    O primeiro tratamento me deixou curioso, insatisfeito e, depois de um dia, com mais dores do que antes. Quando contei-lhe isso na visita seguinte, ele apenas me disse que isso era um bom sinal. Naquele momento, sua lgica no me convenceu: o fato de eu estar com mais dor era um bom sinal? A sesso consistia em ele me tocar delicadamente em determinados pontos e permanecer assim por longo perodo de tempo. Eu sentia uma estranha corrente eltrica atravessando meu corpo nessas ocasies.

    O segundo tratamento foi bastante parecido com o primeiro, s que ento fiquei ainda mais insatisfeito. No sei ainda ao certo por que fui terceira sesso; provavelmente porque j a havia marcado e eu no gosto de faltar a compromissos. E foi o terceiro tratamento que mudou a minha vida.

    Trabalhar com o prana acaba se tornando um caso de amor. E de longe uma das coisas mais agradveis da minha vida. Esse dia foi o comeo desse contnuo caso de amor. H algo to belo acerca da energia pura, que impossvel descrever. Posteriormente, quando comecei a aprender com Ananda, era freqente ele emudecer de repente e ficar com lgrimas nos olhos, tamanha a beleza do prana.

    Depois da terceira e da quarta sesso, meu corpo estava livre das dores. Ananda explicou-me que o primeiro e o segundo tratamentos haviam sido necessrios para alterar os hbitos energticos de minhas costas. Ao longo dos anos, nosso corpo desenvolve hbitos, assim como ocorre com nossa mente. Alguns desses hbitos so bons e outros so maus. Minha tenso era fruto de um problema fsico, mas o resultado

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  • era o mau hbito de segurar a tenso (o que indica, na medicina energtica, um prana bloqueado). J se passaram oito anos e posso afirmar com franqueza que as mudanas foram permanentes. Tenho

    dores nas costas quando as ignoro e insisto numa atividade que gera uma tenso excessiva nos msculos; mas a dor constante jamais voltou. Os padres energticos mudaram. Basta eu fazer alguns exerccios de yoga simples e a tenso imediatamente desaparece. Ou, na pior das hipteses, uma boa noite de sono resolve o problema problema que me aborreceu por mais de quinze anos.

    Fiquei to surpreso com o resultado do tratamento, que perguntei a Ananda o que ele estava fazendo, e se eu podia aprender a cuidar de mim mesmo. Ele respondeu que estava usando o prana (o que quer que aquilo significasse) e que eu podia, sim, aprender a me curar. Ele ia fazer um seminrio no ms seguinte, disse, e eu seria bem-vindo.

    Trabalhei durante um ano com suas tcnicas e orientaes. Quanto mais eu trabalhava com o prana, mais aumentava a minha sensibilidade. Minhas mos comearam a sentir energias sutis fora do corpo fsico e meu interesse aumentou. A essa altura, eu praticava meditao vrias horas por dia, todos os dias. Eu fazia uma espcie de Vipassana, segundo a tradio budista. Lembrando agora o que houve, suponho que a prtica da meditao acelerou minha capacidade de aprendizagem com o prana. Eu j tinha uma boa percepo da minha respirao e do hiato entre a inspirao e a expirao.

    H momentos-chave em nossa vida que podem mudar subitamente o sentido das coisas. Isso ocorreu comigo naquela ocasio: o comeo do caso de amor interminvel com aquela fora desconhecida, o prana. Durante muitos anos continuei meu aprendizado com outro professor, Swami Chidvilas, que trabalhava principalmente nos corpos sutis. Foi sob sua orientao que aprendi a arte da medicina energtica.

    Depois de alguns anos, comecei a ficar incomodado com questes que nenhum de meus professores sabia responder. Eu estava certo de que, enquanto no soubesse essas respostas, a cura, no sentido mais verdadeiro da palavra, no ocorreria. Certa ocasio, desiludido, parei o trabalho por quatro meses.

    A vida veio em meu auxlio projetando-me um mestre espiritual, H.W.L. Poonja, discpulo direto de Ramana Maharishi. No decorrer do ano seguinte, ele respondeu a todas as minhas perguntas. Sob sua orientao, passei a pesquisar inmeros textos dos antigos videntes da ndia. Tendo descoberto muitos dos segredos da cura yogue, mudei-me para a Frana e comecei a praticar a cura prnica.

    Foi na Frana que uma senhora veio minha procura com um cisto no ovrio do tamanho de uma laranja. Ela estava sob cuidados mdicos e submetera-se a uma srie completa de exames. Estava determinada a se curar sem cirurgia. Essa no era uma deciso leviana; ela fora enfermeira num hospital por cerca de vinte anos. Seu mdico apoiava sua deciso de tentar tratar-se usando mtodos naturais; se eles no funcionassem, a nica alternativa seria a cirurgia.

    Enquanto eu examinava a regio do ovrio esquerdo, a minha mo cerca de oito centmetros acima do corpo dela, senti a congesto prnica correspondente a um cisto que parecia prestes a se romper. Comecei o tratamento ajudando o corpo a realizar sua funo natural -- expulsar o invasor. Dei incio a uma srie de exerccios para purificar e revitalizar os chakras apropriados e o prprio ovrio, e em seguida equilibrei seu corpo e revigorei-o com prana puro. O tratamento durou cerca de 25 minutos; em seguida, comeamos a falar acerca das causas desse desequilbrio em seu corpo.

    Meu diagnstico era bastante otimista em seu caso, principalmente em funo da sua determinao de se curar. Simpatizei logo com essa senhora, que estava convencida de que a cirurgia lhe era desnecessria. Tamanha convico e determinao a levariam longe.

    Marcamos uma sesso para seu marido, algo crucial em situaes dessa natureza, de modo que eles pudessem abordar juntos a raiz do desequilbrio que provocara a doena. Em seguida, recomendei uma decoco de ervas que ajudaria a dissolver o cisto se fosse tomada na forma de ch, trs vezes ao dia. Pedi que me ligasse dali a poucos dias e que voltasse em uma semana.

    A mulher ligou dois dias depois para dizer que estava expelindo sangue misturado com uma substncia estranha. Em seu caso, era um bom sinal. O corpo passara a expelir sem dor o cisto, de maneira natural. Durante os dois meses seguintes, tivemos apenas quatro sesses antes que o cisto desaparecesse por completo e seu mdico afirmasse que ela estava completamente curada. Com o apoio do marido, ela seguira as instrues que eu lhe dera e continuara a beber o ch de ervas por mim recomendado. Depois de nossa ltima sesso, seu corpo estava ainda livre de qualquer bloqueio no fluxo do prana. Todos os circuitos de energia fluam bem, e sua constituio geral estava tranqila.

    Ser a cura prnica uma cura milagrosa para todas as doenas? No, apenas um mtodo yogue conhecido h milhares de anos, que usa a energia vital do corpo, o prana, para ajudar e equilibrar o organismo como um todo. As vezes a cura lenta, s vezes milagrosamente rpida. Vejam o exemplo deste psiclogo de San Francisco. Antes de nos encontrarmos, ele j sofria de enxaqueca h vrios meses. Elas o deixavam prostrado, impedindo-o de dormir bem ou de trabalhar. As enxaquecas eram acompanhadas de

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  • fortes dores citicas na parte superior da perna direita. Eu iria me ausentar da cidade por dois meses e estava j de partida, mas dei um jeito de atend-lo antes de viajar. Ao voltar, fiquei agradavelmente surpreso ao saber que a dor de cabea cedera 24 horas depois da sesso e no aparecera mais. O problema da citica tambm desaparecera depois de um dia. Fiz uma sesso de reforo para o nervo citico, alguns dias depois de minha volta, para ajudar a manter o fluxo das correntes prnicas do corpo. Quatro anos depois, seus problemas no haviam voltado nas mesmas propores.

    Ou tomemos o caso desta senhora, que vivia s voltas com uma dor na nuca to forte, que h um ano no conseguia dormir nem ter atividades normais. Ela j tentara todos os mtodos disponveis e vivia desesperada. Depois de uma sesso, sua dor desapareceu. No dia seguinte, um amigo seu lhe fez uma mas-sagem e a dor voltou. Fiz uma outra sesso com ela e a dor desapareceu. Ao longo dos ltimos trs anos, a dor tem voltado esporadicamente, mas jamais resistiu a uma boa noite de sono. Pensem nisso: um ano inteiro de dor, e ela desapareceu em trinta minutos!

    O que a fora misteriosa chamada prana? E como ela pode realizar milagres como esses que acabo de descrever? Se ela existe h milhares de anos, por que s agora ouvimos falar dela? Seresse um mtodo cientfico? Existem perigos ou efeitos colaterais relacionados com esse mtodo? Ser preciso alguma capacidade especial ou talento para aprender o mtodo? Quanto tempo leva para aprender? Quais as doenas que ele pode ajudar a curar?

    Essas e muitas outras perguntas sero respondidas nas pginas seguintes. Escrevi este livro porque, nos meus estudos, jamais encontrei uma obra que mostrasse a origem da cura energtica. As razes acham-se na tradio da yoga. O dr. David Frawley, em seu timo livro Gods, Sages and Kings,1 apresenta evidncias de que provavelmente a cultura da ndia a mais antiga da Terra. Existem inmeros textos indianos antigos alguns datando de antes de 5000 a.C. que descrevem como usar o prana, a energia vital, para guerra, meditao ou cura.

    Procurei apresentar minhas descobertas de forma clara, fcil de ler e extremamente prtica. Os trs primeiros captulos no so fundamentais para o mtodo de cura, e servem mais para compreender as origens do prana e da medicina energtica.

    Nenhum dos livros atuais acerca da cura energtica baseia-se nos mtodos cientficos da yoga ou os seguem. Essas novas tcnicas foram desenvolvidas neste sculo, ao passo que os mtodos da yoga existem h mais de 7000 anos. Este livro procura desfazer muitos dos mal-entendidos que existem acerca da medicina energtica mal-entendidos criados nas novas escolas de cura. O mtodo que este livro apresenta foi testado por milhes de pessoas ao longo de milhares de anos. Ele ainda existe porque funciona.

    Ainda que haja inmeros mtodos de medicina energtica, estes so alguns dos benefcios exclusivos da cura prnica yogue:

    1. Se voc capaz de respirar, voc capaz de curar com prana. 2. No existe um sistema preestabelecido ao qual as pessoas devam se ajustar. 3. possvel eliminar as substncias impuras antes de se energizar com prana. 4. Voc pode acumular uma quantia maior de prana para energizar os outros, em vez de usar o seu

    prprio prana. 5. Voc pode purificar o seu prprio corpo eliminando as substncias indesejadas ou impuras

    acumuladas em virtude de tratamentos ou de outras pessoas. 6. 0 prana projetado do Corao atravs das mos; dessa forma, o prana assume a qualidade do amor. 7. No h necessidade de nenhuma iniciao ou ritual religioso. 8. A cura prnica complementa todas as outras formas de cura. 9. A cura prnica, parte do primeiro sistema de medicina holstica, o Ayurveda, foi desenvolvida por

    sbios que viam o ser humano como uma totalidade.

    A cura prnica proporcionou no apenas sade, mas tambm uma vida melhor a centenas de pessoas que conheo. Quero agora partilhar essa beleza com um nmero maior de pessoas. Este livro dedicado a todos os que sofrem, que podem e iro se beneficiar desse mtodo de cura.

    1 Dr. David Frawley, Gods, Sages and Kings (Salt Lake City, UT: Passage Press, 1991), pp. 21-36.

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  • CAPTULO 1 - O QUE PRANA?

    A espiritualidade nada mais do que compreender o jogo da conscincia tentar descobrir o que vem a ser essa fraude, buscando-lhe a origem.

    Sri Nisargadatta Maharaj

    Existe uma antiga histria acerca do prana no Prasna Upanishad.2 Um grupo de busca espiritual procurou um mestre que os ajudasse a atingir a sabedoria suprema. Para responder as suas perguntas, o professor exigiu que eles permanecessem por um ano em meditao e em celibato. Agiu dessa forma para que eles pudessem adquirir controle sobre os prprios sentidos. Eles concordaram. Depois de passado um ano, um deles perguntou: "Do que nascem todos os seres humanos?" O mestre respondeu que a conscincia, buscando a diverso, criou os opostos, matria e energia, com a idia de que essas duas coisas produziriam todos os seres. O Prana, a energia, representado pelo Sol, e a matria representada pela Lua. Esses opostos, energia e matria, criaram juntos o universo.

    Os estudantes fizeram outra pergunta: Quantas "divindades" amparam uma pessoa, e qual delas a principal e mais gloriosa? Eis a resposta do professor: Quantas divindades (impulsos inteligentes) controlam o corpo e qual a principal dessas? As divindades responderam todas ao mesmo tempo. O espao disse: "Eu sou a principal", e o mesmo disseram o Ar, o Fogo, a Agua e a Terra, as funes da Fala, da Mente, da Viso, da Sensao e da Audio. Cada uma delas alegava ser a responsvel por manter a integridade do corpo e por permitir que ele funcionasse.

    O chefe Prana disse a essas divindades: "No se iludam. Sou eu quem no permite que o corpo se desintegre." As outras divindades estavam descrentes. Notando essa atitude, o chefe Prana comeou a estender-se acima do corpo. De imediato, todos os outros o acompanharam. Em seguida, o Prana permaneceu tranqilo e todas as outras divindades ficaram tranqilas. Percebendo a realidade, todas as divindades comearam a louvar o Prana como seu chefe. A verdade que, assim como os raios da roda de uma carroa se fixam no centro da roda, tudo gira em torno do prana.

    O mestre ento ampliou essa idia: o prana reside com os rgos e mantm o corpo numa unidade. O prana adorado como aquele que cria, destri e preserva todo o universo. Ele aparece como o Sol, a chuva, o fogo, o ar, como a fora que controla todo o mundo e os cus. O prana louvado como a entidade que a tudo permeia, e como o senhor de todas as criaturas. Mais uma vez, um estudante perguntou: "De onde vem esse prana, como ele penetra no corpo e como ele sustenta o mundo psquico?" O mestre respondeu: "O prana vem do Eu (da conscincia pura). Ele atrado para o corpo pela mente e se divide em cinco foras que governam o corpo. O prana funciona como

    um rei, que distribui o trabalho entre seus ministros nesse caso, cada um dos cinco pranas controla uma regio do corpo."

    Essa histria, simblica, explica a natureza e as aes do prana. Quase todas as antigas escrituras usam metforas e smbolos para explicar o conhecimento do sbio, derivado de suas percepes imediatas da realidade. Os sbios antigos usavam um mtodo subjetivo para observar e perceber a realidade, tal como os cientistas hoje usam mtodos objetivos para estudar a realidade. Ambos so mtodos vlidos, mas, uma vez que a cincia precisa ainda reconhecer o prana, nosso manual seguir a sabedoria dos antigos yogues ou videntes que, muito tempo atrs, j conheciam os segredos do prana.

    O prana a energia vital do universo. Os seres esto vivos devido ao prana. As tradies apresentam nomes diversos para o prana: fora vital, ki, chi, orgnio, e simplesmente "energia". Embora muitas vezes entendido como respirao, prana no respirao; o prana cavalga na respirao, mas diferente da res-pirao. O prana penetra no corpo e sai dele seguindo o movimento da respirao. Tal a natureza do prana: movimento.

    O termo prana vem do snscrito; significa antes (pra) da respirao (ana).3 O prana neutro; pura energia, sem quaisquer qualidades. Essa energia pura pode adquirir qualquer qualidade sem perder sua pureza; o que ocorre conosco, por exemplo, quando vestimos nossas roupas: ao faz-lo, ns nos adaptamos 2 Eight Upanishads, Prasna Upanishad, trad. para o ingls de Swami Gambirananda (Calcut: Advaita Ashrama, 1992), pp. 407-503. 3 Sri Nisargadatta, I Am That (Bombaim, ndia: Chetana, 1991), Ap. 3.

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  • a um modo de vestir, mas, ainda assim, continuamos sendo a mesma pessoa. O prana pode ser usado para facilitar a meditao, o sexo, o combate ou a cura. Ele d vitalidade ao

    corpo fsico e nos d tambm foras para pensar. Prana energia fsica e mental: "O movimento do pensamento na mente surge do movimento do prana; e o movimento do prana surge em funo do movimento do pensarnento na conscincia. Eles formam assim um ciclo de dependncia mtua, como o movimento das ondas e das correntes martimas".4 Essa citao encontra-se numa antiga escritura, uma das mais respeitadas na ndia, e tem mais de 5000 anos. Portanto, a informao apresentada aqui no nova. Existe h milhares de anos toda uma cincia construda sobre os efeitos do prana.

    Tradicionalmente, a yoga ensina que existem cinco tipos de prana no corpo: o prana, o apana, o samana, o udana e o vyana. Existe tambm o Prana csmico que a tudo permeia, e que a fonte dos cinco pranas confinados ao corpo, cada qual com uma funo especfica. Dos cinco pranas do corpo, em geral se admite que o prana e o apana so os mais importantes. O prana repousa no corao e na cabea; o apana repousa na base da coluna e conhecido como a "respirao para baixo". Juntos, o prana e o apana formam a polaridade da respirao. Essas duas foras so, na verdade, o que d fora respirao. O prana o aspecto solar (masculino) e o apana, o aspecto lunar (feminino). Dos outros pranas, o samana repousa na regio do umbigo e conhecido como a "respirao para cima"; o udana concentra-se na garganta porm move-se para cima e para baixo no corpo todo; e o vyana se espalha pelo corpo todo, mantendo-o unido.5 Ao longo deste livro, iremos nos referir aos cinco pranas simplesmente como prana; usaremos a inicial maiscula quando se tratar do Prana csmico.

    A cura prnica um ramo da yoga, que uma das cincias vdicas. O que exatamente a yoga? H muitos ramos da yoga. Alguns dizem respeito ao corpo, outros mente, alguns tm poderes ocultos, e alguns dizem respeito percepo de si mesmo ou iluminao.

    Originariamente, os antigos videntes eram mestres em todas as cincias conhecidas: Ayurveda (medicina), posturas de yoga, meditao, matemtica, astrologia, geologia, guerra e religio. Essas eram as chamadas cincias vdicas. Normalmente, um sbio se especializava em um campo, mas esperava-se que ele conhecesse os fundamentos de todos os oito ramos de conhecimento. Ayurveda, hatha-yoga e pranayama estavam relacionadas com corpo fsico. A cura prnica originria desse ramo da tradio vdica.

    Em geral, a yoga entendida como um mtodo pelo qual se atinge uma "unio" com o divino ou com Deus. Embora seja possvel praticar o hatha-yoga sem estar ciente do divino, isso no yoga em seu sentido mais puro, mas simplesmente um programa de exerccios indiano para conservar a sade fsica. Se, entretanto, praticarmos o hatha-yoga conscientes de que a mente, o prana e o corpo se originam de uma mesma fonte, para ns desconhecida, isso yoga em seu significado mais puro.

    Yoga no o mtodo nem a prtica; na verdade, yoga nossa busca pela fonte desconhecida. A cura prnica apenas um mtodo; ela tambm pode ser usada como yoga, para nos levar fonte de nossa fora vital e de tudo o que existe.

    Yoga, tal como usamos nesse livro, a tradio de sbios e textos que faz a pessoa transcender o corpo, a manifestao, e atingir o inalcanvel, que est alm tanto do que manifesto quanto do que no-manifesto. "Eu sado o Eu Supremo. Foi o Eu que primeiro me ensinou o conhecimento brilhante do Hatha-yoga. O Hatha-yoga como uma escada: aquele que desejar pode subir at o estado mais elevado de Raja-yoga".6

    A cura prnica uma abordagem no-violenta da sade e qualquer pessoa pode aprend-la. No agride o corpo, a mente nem as emoes. No tem nenhum sistema, nenhuma classificao e no nociva sade. Energizando o corpo, o prana o revitaliza naturalmente, deixando-o apto para lutar contra as doenas e para conservar a sade. Esse um mtodo de cura to antigo quanto a prpria humanidade, um mtodo totalmente natural para a raa humana. A cura prnica uma abordagem holstica; em outras palavras, ela revitaliza todo o organismo humano corpo/mente/emoes. Para ser mesmo eficaz, a verdadeira cura deve trabalhar no apenas com a doena manifesta, mas com a raiz do problema.

    4 Swami Venkatesananda, trad., Yoga Vasistha: The Supreme Yoga (Shivanandanagar, Uttar Pradesh, India: Divine

    Life Society, 1991), p. 313, seo 5, captulo 78, verso 14. 5 Sir John Woodroffe, The Serpent Power (Madras, India: Ganesh & Co., 1989), p. 77. 6 Kevin e Venika Kingsland, trad., Hathapradipika (Inglaterra: Grael Communications, 1977), p. 15, verso 1.

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  • A RELAO ENTRE 0 PRANA E A MENTE *****

    Tal qual a mente, o prana tem um movimento natural. O que a mente? A mente o processo pelo qual os pensamentos se desenvolvem e se desvanecem, ou aparecem e desaparecem, na conscincia, habitualmente conhecido como o ato de "pensar".

    A mente uma seqncia de pensamentos. A mente e o prana so dois aspectos do mesmo fenmeno; ambos existem juntos e so inseparveis. O prana o princpio do movimento e a mente o princpio da inteligncia. Portanto, todas as aes requerem prana, inclusive a ao de pensar. Quando tornamos a respirao mais lenta, os pensamentos tambm diminuem seu ritmo. O pranayama yoga, eficiente tcnica de meditao, usa essa compreenso para aquietar a mente em contnua atividade. "Pelo controle da energia vital, a mente tambm refreada: assim como a sombra desaparece quando a substncia foi eliminada, a atividade mental cessa quando a energia vital refreada."7

    Essa compreenso a base de toda cura esotrica. As conseqncias do fato de haver uma completa interdependncia entre a mente e a energia so to amplas, que poucos de ns nos damos conta de seu potencial.

    O termo conscincia, como o usamos aqui, sinnimo de Existncia, de Fonte, de Eu, de Amor ou de Deus. A mente , com freqncia, confundida com Conscincia. A mente aquilo de que a Conscincia tem notcia. O que ento conscincia? "Podemos, quem sabe, defini-la nestes termos: A Existncia, ou conscincia, a nica realidade. A Conscincia acompanhada do ato de despertar, chama-se estar desperto. A Conscincia acompanhada do ato de dormir, chama-se dormir. A Conscincia acompanhada do ato de sonhar, chama-se sonhar. A Conscincia a tela na qual as figuras surgem e se desvanecem."8

    7 Swami Venkatesananda, Yoga Vasistha: The Supreme Yoga, p. 229, seo 5, captulo 13, verso 83 8 Sri Ramana Maharshi, Be As You Are, org. David Godman (Nova Delhi: Penguin Books India, 1992), p. 14

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  • CAPTULO 2 - OS CORPOS HUMANOS

    medida que a luz [a percepo pura] permeia todo o corpo, fica-se preso ao corpo, toma-se o corpo pelo Eu e encara-se o mundo como algo diferente de si prprio.

    Sri Ramana Gita

    S existe um nico corpo humano; entretanto, h camadas que vibram em diferentes freqncias. As camadas mais finas, ou as de freqncia mais alta, tm certo efeito sobre as camadas de baixa freqncia at que, por fim, isso atinge a camada fsica, que vibra na freqncia mais baixa. Essa a explicao mais simples do corpo humano completo.

    Outra maneira de entender isso imaginar cinco crculos de papel, cada qual maior do que o anterior. Coloque-os todos juntos numa pilha e segure-os contra a luz. A rea na qual eles se sobrepem mais densa; esse seria o corpo fsico (ver figura 1). E um engano pensar que os corpos esto separados uns dos outros; eles so interdependentes e no podem se separar. Enquanto a conscincia individualizada, ou o ego, existir, existir esse conjunto de vrios corpos.

    Esse corpo egico conhecido na yoga como corpo sutil (puryastaka, ou ativahika9). Tradicionalmente, a yoga fala de trs corpos e cinco "invlucros": os corpos denso, sutil e causal; e os invlucros denso, vital, mental, intelectual e venturoso.10 O nome invlucro [sheath em ingls] usado na yoga porque cada invlucro recobre a essncia pura da conscincia que a realidade imortal (ver figura 2).

    O sistema que utilizo na realidade no diferente, apenas sua terminologia que muda. Ele consiste em sete corpos e ajusta-se ao uso moderno. O primeiro corpo o fsico; o segundo o etrico (vital ou energtico); o terceiro o astral (ou emocional); o quarto o mental; o quinto o espiritual (ou intelectual); o sexto o csmico (muitas vezes chamado inteligncia pura, uma vez que existe tambm uma conscincia individual); e o stimo impossvel designar, conquanto est alm tanto das nomenclaturas quanto da forma (ver figura 3).

    "Toda noo que a conscincia tenha aparece como o corpo", explica o Yoga Vasistha. "H um corpo sutil correspondente (puryastaka ou ativahika), composto de mente, intelecto, senso de eu e os cinco elementos. O eu no tem forma, mas o puryastaka perambula por essa criao em corpos sensveis e insensveis at que se purifique e viva como num sono profundo, alcanando a libertao."11

    Estudei a maioria dos sistemas do corpo humano e adotei essa terminologia por achar que ela se adapta minha experincia de cura, de meditao e dos estados alterados da mente. Quando no tenho pensamentos, no existem corpo ou corpos, apenas conscincia. E preciso uma mente para garantir a existncia dos corpos. Muitas vezes, esses sistemas do informaes erradas acerca dos corpos, porque a pessoa ou as pessoas que os esto relatando jamais deixaram a mente ou a mente sutil. Mesmo no caso de informaes canalizadas, ou de informaes originadas de entidades sem corpo fsico, trata-se da mente sutil e, portanto, elas so questionveis.

    Pessoalmente, eu acredito no sistema da yoga por duas razes: existe h milhares de anos e foi testado repetidas vezes; e tambm est de acordo com a minha experincia. Embora eu use uma terminologia moderna, este livro segue a antiga tradio da yoga.

    9 Swami Venkatesananda, Yoga Vasistha: The Supreme Yoga, (Shivanandanagar, Uttar Pradesh, ndia: Divine Life Society, 1991), p. 384, seo 6, captulo 1, verso 31. 10 Advaita Bodha Deepika, trad. de Swami Ramanananda Saraswati (Tiruvannamalai, India: Sri Ramanasramam, 1990) p. 55. 11 Swami Venkatesananda, Yoga Vasistha: The Supreme Yoga, p. 408, seo 6, captulo 1, verso 51.

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  • Figura 1 - Corte transversal dos corpos

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  • Figura 2 - Os trs corpos e os cinco invlucros da yoga.

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  • Figura 3 - Os sete corpos do sistema ocidental.

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  • CAPTULO 3 - COMO ATUA A MEDICINA ENERGTICA

    O ato de existir tem a qualidade de tornar-se aquilo que voc pensar. Seja qual for o conceito com o qual voc alimente a conscincia, ela o fornecer a voc.

    Sri Nisargadatta Maharaj A cura prnica tambm chamada de medicina energtica. A premissa da medicina energtica que a doena um distrbio no corpo sutil ou nadis (termo snscrito que designa os canais pelos quais o prana flui atravs do corpo). Segundo uma escola de yoga existem cerca de 72.000 nadis, que se localizam no corpo etrico.

    Normalmente, sentimos esses distrbios na forma de dor ou de tenso, que podem se manifestar como doenas em estgios posteriores. O praticante da cura prnica pode eliminar a dor, a tenso e a doena purificando e recarregando o corpo etrico com prana. Quando a causa da doena de ordem emocional, o corpo astral ou emocional tambm deve ser tratado. A mente tambm afeta nossa sade. Portanto, dando ateno ao corpo mental, muitos distrbios de natureza mental podem ser corrigidos depois de algum tempo. Ao tratar os corpos sutis, pode decorrer um certo tempo antes que os efeitos do tratamento sejam sentidos no corpo fsico.

    Para compreender de fato como atua a medicina energtica, importante compreender os conceitos descritos no primeiro e no segundo captulo: mente, prana, e corpo sutil. Em sntese, mente e prana so fenmenos interligados que no podem ser separados.

    O corpo etrico (vital) a camada de nosso corpo na qual o prana opera diretamente. E o corpo etrico que absorve e distribui o prana atravs dos corpos. O corpo etrico ajudado nesse trabalho tanto pelos nadis como pelos chakras. Uma explicao detalhada de ambos ser dada no captulo sobre os chakras. Se, por qualquer razo, os nadis ou chakras estiverem bloqueados, congestionados, ou se tiverem sido cortados (por exemplo, numa cirurgia), em alguma parte do corpo manifestar-se- uma doena ou desequilbrio. Como o corpo um sistema complexo, muitas vezes difcil encontrar o local exato da origem do distrbio.

    Existem vrios sistemas para explicar as relaes entre as diversas partes do corpo. Na cura prnica, abordamos esses desequilbrios sem recorrer a sistemas ou idias preconcebidas. No primeiro dos trs passos da cura prnica, a explorao, investigamos o corpo etrico da pessoa para localizar a raiz do desequilbrio prnico. Uma vez detectado o problema, o corpo etrico passa por uma limpeza energtica e em seguida revitalizado pela energizao por meio do prana. Esses passos podem ser repetidos diversas vezes, no corpo ou no rgo em questo, ou como a situao exigir. Essa a base da cura prnica: propor uma abordagem bastante completa e aberta do cuidado com a sade.

    A cura prnica um mtodo simples que pode ser usado com a famlia e com amigos na cura de resfriados, febres, dores de cabea, dores e problemas musculares, bronquites, e muitos outros problemas corriqueiros. Com o devido treinamento, pode tambm ser usada para tratar doenas mais graves de todos os tipos. Qualquer pessoa interessada em aprender e que tenha disciplina pode curar com o prana. Para curar no necessrio ter nenhuma capacidade especial. Basta praticar diariamente durante algum tempo.

    Esse mtodo no pretende substituir a medicina tradicional ou outros tipos de tratamentos de sade, mas sim aumentar a eficcia de todas as formas de medicina pelo uso do elemento mais fundamental da vida: a energia vital do prana.

    O prana chamado de energia vital porque universalmente disponvel para todos os seres vivos em todos os tempos. Como j foi explicado, o prana neutro por natureza, mas ele tem a capacidade de transportar em si qualquer qualidade. Todos os rituais, ritos, ou divindades afetam a mente e, assim, o prana. Uma forte crena em um ritual aumenta a fora do prana, no por causa do ritual, mas devido nossa firme crena no ritual.

    Com essa compreenso, pode-se ver que todas as formas de cura popular, religiosa e mgica atuam simplesmente atravs da mente para aumentar o fluxo de prana, e no atravs de algum poder secreto. O prana esse poder secreto e no necessita de mais nada para curar.

    * Todas as curas naturais usam o prana, esteja o praticante ciente disso ou no. Se o praticante tiver

    conscincia do prana, ento sua eficcia ser bem maior. A eficincia mxima alcanada quando o praticante aborda cada caso individualmente sem basear-se num conceito ou sistema preestabelecido, exami-

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  • na os corpos energticos para fazer seu diagnstico, capta uma dose de prana extra, faz uma limpeza energtica no paciente, e o recarrega com prana puro, revitalizante e amoroso. A cura energtica um mtodo simples, nada complicado, de cuidar dasade. Se a apresentao de um mtodo for misteriosa ou complexa, sua honestidade deve ser questionada. A questo aqui o fato de que a cura energtica verdadeira e incontestvel; sua comercializao, entretanto, s vezes enganosa.

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  • CAPTULO 4 - COMO AUMENTAR A SENSIBILIDADE DAS MOS

    Todos os seres, sejam eles Devatas, homens ou animais, s vivem enquanto o prana estiver dentro do corpo. E ele que determina a durao da vida de coda um.

    Kausitaki Upanishad III.2

    So trs as etapas bsicas da cura prnica: explorao, purificao e energizao. O praticante desse mtodo pode usar essa seqncia de passos no corpo fsico, no segundo, no terceiro e no quarto corpo, para aliviar a dor e curar as doenas. Na cura prnica no existe um sistema preestabelecido no qual todos os indi-vduos se ajustam. Repetindo essas etapas diversas vezes, pode-se resolver o problema do paciente. Com o uso dessas trs etapas, no h limites nem para o agente de cura nem para o paciente. Antes de dar incio primeira etapa, convm que o agente de cura aumente a sensibilidade das mos.

    Todos os mtodos de cura energtica tornam-se mais eficazes quando o praticante apresenta sensibilidade nas mos. Quanto mais sensveis so nossas mos, mais podemos sentir. Isso vale tambm para os terapeutas corporais, para os quiroprticos, osteopatas e diversos outros profissionais que tratam as pessoas pormeio do toque. Na cura prnica, muito importante desenvolver a sensibilidade das mos, pois no h estrutura sobre a qual se apoiar. O praticante baseia-se apenas nas suas mos para transmitir-lhe os sentimentos ou as mensagens energticas.

    Na parte central de nossas mos h uma pequena porta, comumente conhecida como chakra, que emite e recebe o prana. o desenvolvimento dessa porta que agua a sensibilidade das nossas mos. Quanto mais estiver aberta essa porta, mais facilmente a energia fluir atravs dela, nos dois sentidos; isso que significa ter mos sensveis.

    Para abrir essa porta, concentre sua ateno na mo. No incio talvez seja mais fcil abrir a porta colocando seu dedo no centro da outra mo (ver figura 4). Isso suficiente para abrir o chakra da mo. Faa esse exerccio com regularidade; faz-lo de cinco a dez minutos por dia, durante trs ou quatro meses, su-ficiente para ativar permanentemente suas mos. De acordo com a minha prpria experincia, a sensibilidade jamais deixa de crescer; essa uma experincia infindvel.

    Outro bom exerccio para aumentar a sensibilidade das mos manter as palmas prximas uma da outra, sem se tocarem. Devagar, afaste as mos at uma distncia de cerca de quarenta centmetros; em seguida, lentamente, aproxime de novo as mos (ver figura 5). Isso deve ser feito de cinco a dez minutos de cada vez. Demora alguns minutos antes que o prana se concentre entre as mos. Mantenha-as prximas at que sinta certo calor ou tenha uma sensao de eletricidade entre elas; ento, bem devagar, afaste-as novamente. Normalmente, oito em cada dez pessoas podem sentir o prana na primeira tentativa e a maioria pode sentir imediatamente os limites do corpo etrico medida que as mos aproximam-se lentamente.

    Tente agora fazer esse exerccio com um amigo. Fiquem de frente um para o outro e ponham as palmas das mos uma em frente outra, mantendo os braos ligeiramente flexionados.

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  • Figura 4 - Ativando o chakra da mo

    Figura 5 - Exerccio para aumentar a sensibilidade das mos.

    Figura 6 - Desenvolvendo a sensibilidade das mos com a ajuda de um amigo.

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  • Figura 7 - Prana movendo-se em circuito da esquerda para a direita. Repita o mesmo exerccio com seu amigo; um dos dois fica imvel enquanto as mos do outro se aproximam e se afastam. Quando a sensao estiver bem clara, troquem de papis, de forma que o outro possa controlar a distncia entre as mos (ver figura 6).

    Agora, uma outra variao: concentre sua ateno apenas na mo direita, de onde o prana sair. Lentamente, tome conscincia de que um circuito de prana est se formando, no qual ele sai de sua mo direita e entra na mo esquerda da outra pessoa. Ele continua a fluir pelo brao, em seguida, passa pelo corao, desce pelo brao direito at a mo, seguindo por sua mo esquerda e subindo at a regio de seu corao, em seguida descendo e novamente rumando para sua mo direita (ver figura 7). fcil: concentre-se na mo direita, de onde o prana sai, e o resto acontece naturalmente. Pode parecer difcil, mas na verdade no . Esse fluxo j est acontecendo, embora normalmente ns no o percebemos, porque sutil.

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  • CAPTULO 5 - MAPEAMENTO OU EXPLORAO

    Todo este mundo e tudo o que existe no cu est sob o controle do prana que nos protege como uma me faz com seus filhos, exigindo para ns esplendor e inteligncia.

    Prasna Upanishad II.13 O mapeamento ou explorao o mtodo de diagnstico usado na cura prnica. Essa tcnica de diagnstico geralmente utilizada nos corpos sutis, mas pode tambm ser aplicada no corpo fsico. O mapeamento algo de fcil compreenso: se voc deixa sua mo perto de um fogo por alguns instantes, voc sente calor. Da mesma forma, se mantiver sua mo perto do corpo de outra pessoa, voc ter sensaes.

    Cada pessoa diferente; todos sentem sensaes diferentes quando fazem a explorao. Por exemplo, pode ser que eu sinta calor enquanto voc sente um golpe de ar; ou pode ser que eu sinta um golpe de ar e voc, um calor acompanhado de formigamento. Essas so as sensaes mais comuns que temos durante a explorao: reas quentes ou frias; golpes de ar; ar quente ou frio em movimento; formigamento; combinao de formigamento com todas as sensaes mencionadas; ou absolutamente nada. A arte da explorao est em saber ou intuir o significado das variadas sensaes.

    Um fator importante no mapeamento ter a mente neutra. Isso exige uma breve explicao. O que vem a ser neutro? Neutro no ter conceitos nem idias preconcebidas acerca do que est acontecendo com o paciente, que tipo de pessoa ele , a natureza de sua doena, a localizao ou a causa de sua doena, ou qualquer sistema de diagnstico.

    Isso pode nos levar a imaginar o que nos restou como instrumento de trabalho. A resposta : nada. No temos nada com que trabalhar, a no ser uma mente neutra. Quando a mente est neutra, ou quando no traz em si um conceito, o nvel de exatido do mapeamento alto. O mapeamento no tem sentido em si mesmo nem por si mesmo; trata-se apenas de uma explorao neutra do que ocorre naquele momento.

    Iremos agora aprender a fazer as interpretaes gerais das sensaes mais comuns. Lembre-se: no se baseie nas explicaes de outras pessoas; acredite em voc mesmo; mantenha-se calmo e neutro medida que explora os corpos sutis.

    SENSAO DE CALOR: Grande quantidade de prana, ou uma congesto de prana; um "vazamento" de prana, ou uma infeco; uma doena grave, se a sensao de calor for muito forte; muito prana em suas mos. Nesse caso voc deve esfregar as mos ou lav-las com gua fria e tentar novamente.

    SENSAO DE FRIO: Pouco ou nenhum prana, ou uma congesto/bloqueio nas reas circunvizinhas; doena grave que est consumindo todo o prana disponvel na rea; ou ento suis mos no esto sensibilizadas.

    GOLPES DE AR: Em geral, essa sensao indica que o prana est deixando o corpo, ou seja, o que se costuma chamar de "vazamento". Pode tratar-se de uma infeco. Verifique se no h ven-tiladores ou correntes de ar no local onde est trabalhando.

    AR QUENTE OU FRIO EM MOVIMENTO: Combinao dos fatores anteriores. FORMIGAMENTO/ELETRICIDADE CONCOMITANTEMENTE: Uma combinao dos

    elementos mencionados acima. NADA: Nenhum prana; um corpo etrico muito fino; as mos no esto sensibilizadas, ou sua

    ateno no suficiente.

    Naturalmente, o corpo tem algumas reas que contm mais prana do que outras. Por exemplo, depois de comer, o prana estar mais concentrado na regio do estmago e dos intestinos do que em outras reas. Alm disso, certos chakras costumam ter mais prana do que outros (ver captulo 10). Apenas pelo fato de sentirmos mais vividamente "alguma coisa", isso no significa que haja algum problema com aquela pessoa.

    Por exemplo, um atleta ter em geral uma grande quantidade de prana nas partes intermedirias e inferiores do corpo, ao passo que um professor de fsica ter em geral uma grande quantidade de prana na regio do crebro. Se o professor cultivar uma rotina diria de exerccios, passar a haver uma concentrao

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  • maior de prana nas partes inferiores do corpo. Assim, percebe-se o risco de tirar concluses apressadas antes de fazer um mapeamento no paciente.

    O mapeamento o primeiro passo da cura prnica. Depois de conversar com a pessoa para descobrir o que ela est percebendo no prprio corpo, o mapeamento deve ser feito. E necessrio efetuar um diagnstico do corpo inteiro. Para isso a pessoa deve estar relaxada e confortvel, o que em geral significa faz-la deitar-se numa superfcie macia porm firme. As trs etapas da cura prnica sero realizadas com mais facilidade se a pessoa estiver relaxada. difcil ficar plenamente relaxado estando em p, embora seja absolutamente possvel empreender todas as trs etapas dessa forma. Eu descreverei essas etapas considerando que o paciente est deitado, pois assim que eu trabalho.

    Caso o paciente precise apenas de um tratamento local, ele pode perfeitamente ficar sentado numa cadeira durante a sesso, contanto que a rea afetada fique acessvel. Tratamento "local" aquele em que a doena amenizada ou desaparece apenas com a aplicao do prana numa regio pequena do corpo. Em geral esse o caso de resfriados, dores de cabea, queimaduras, tores, cortes e outras afeces simples.

    As doenas crnicas, graves, ou que so provocadas por problemas emocionais, no podem receber apenas um tratamento local. Isso deve-se a muitos fatores, mas o mais bvio o fato de que a dor ou o problema nesses casos podem ser causados por um bloqueio ou depleo de prana em outra parte do corpo. Se estiver em dvida, trate o corpo todo.

    So essas as etapas do mapeamento (ver figura 8):

    1. Aguce a sensibilidade das mos. 2. Mantenha a mente neutra. 3. Comece a explorao a partir dos ps, seguindo at a cabea. No caso de problemas mais simples,

    faa apenas uma explorao local. 4. Conserve a mo a uma distncia de oito a dez centmetros do corpo fsico. 5. Tenha em mente as reas que precisaro passar por uma limpeza energtica e ser reenergizadas.

    Visto que voc est examinando os corpos energticos, no necessrio que o paciente tire as roupas.

    As roupas volumosas e pesadas, entretanto, devem ser tiradas, pois podem impedir um mapeamento preciso. muito importante realizar todas as etapas da cura prnica, especialmente o mapeamento. Certifique-se de que cada rgo, glndula ou msculo foi examinado; e verifique cuidadosamente as articulaes (superiores e das extremidades), j que elas costumam ficar relativamente congestionadas. Lembre-se, algumas reas naturalmente apresentam mais atividade do que outras; preciso usar o bom senso.

    Outro aspecto do mapeamento a qualidade do prana. Esse aspecto particularmente importante quando se explora corpos que so mais sutis, tais como os corpos astral e mental. Por exemplo, se uma rea est quente isso pode significar uma infeco ou prana saudvel em abundncia. Nesse caso a diferena est na qualidade do calor. Isso se aplica a todas as sensaes descritas anteriormente. Para a maioria das pessoas, definir essa qualidade requer bastante prtica, embora algumas praticantes do sexo feminino tenham muita facilidade para fazer isso mesmo sendo iniciantes. Mais detalhes acerca das qualidades do prana sero dados no captulo 12.

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  • Figura 8 - mapeamento ou explorao do corpo etrico.

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  • CAPTULO 6 - LIMPEZA ENERGTICA OU VARREDURA

    Quem quer que busque compreender o Eu dedicando-se alimentao do corpo, tenta cruzar um rio agarrando-se num crocodilo, que tomou por um tronco de rvore.

    Vivekacudamani (verso 84) A limpeza to importante na medicina energtica, que chega a valer, por si mesma, sem as outras duas etapas. No entanto, trata-se em geral do aspecto menos conhecido na cura energtica.

    Imagine que eu queira lavar o cho de minha casa; se comeo a lavar antes de varrer, o cho provavelmente ficar mais limpo, mas eu talvez tenha de fazer vrias tentativas antes de eliminar toda a sujeira, agora transformada em lama. Considere como o meu trabalho ser mais eficiente se eu primeiro varrer do cho toda a sujeira antes de jogar a gua e o sabo para lavar. Essa exatamente a mesma situao da cura energtica. Obviamente, os resultados sero mais eficientes se o material etrico congestionado ou contaminado for eliminado antes da energizao com o prana puro.

    A limpeza energtica tem trs funes importantes: redistribuir o prana pelo corpo todo; fechar qualquer "fenda" nos corpos energticos; e eliminar material etrico negativo.

    A maneira mais eficaz de efetuar a limpeza energtica inicialmente captar o prana e, em seguida, projet-lo no paciente, concentrando-se no propsito de purificar a pessoa. Isso garante que a limpeza seja executada com um prana neutro.

    Outro nome para a limpeza energtica "varredura", pois os movimentos que o agente de cura faz ao efetuar a limpeza lembram o movimento de varrer (ver figura 9). H dois tipos de limpeza energtica, a geral e a local. Ambos so executados com o mesmo movimento de varrer e so usados em diferentes ocasies ou em conjunto.

    A limpeza geral um movimento de varredura que comea no topo da cabea e desce at a ponta dos ps. Fazer isso trs ou quatro vezes suficiente. Esse mtodo bastante eficaz e no deve ser feito com exagero, uma vez que a vitalidade do paciente pode diminuir.

    E importante que o agente de cura sacuda as mos depois de fazer isso, como se quisesse tirar a gua da ponta dos dedos. Isso vale tanto para a limpeza geral como para a local. Sacudindo as mos depois de cada movimento, o agente de cura elimina todo o material etrico negativo, e impede que esse prana ou material etrico negativo penetre em seu corpo. Lembre-se: o prana neutro, mas ele pode transportar algo positivo ou negativo.

    Figura 9 - Limpeza ou varredura do corpo etrico.

    ELIMINAO DO MATERIAL ETRICO NEGATIVO

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    O que acontece com o material etrico que eliminamos ao sacudir as mos? H trs possibilidades: ele voltar para o paciente; ele penetrar em ns; ou ele permanecer na sala at se fixar em outra pessoa.

    Das trs, a primeira possibilidade a mais comum, mas a segunda tambm no rara. A terceira a menos comum, embora as salas com certeza acumulem vibraes de matria etrica. Portanto, necessrio se desfazer do material etrico eliminado dos pacientes. Para isso existem dois mtodos: lavar as mos com gua salgada ou queimar o material etrico com a concentrao da mente e com o prana.

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  • O sal um conhecido purificador em todos os nveis do corpo. Ele tem a capacidade de dissolver o material etrico. A gua um condutor que retm ou transfere energia. Isso demonstrado pela eletricidade, que uma manifestao grosseira do prana. Coloque gua e sal numa vasilha e mergulhe nela as mos aps cada movimento de varredura. Depois do tratamento jogue a gua no vaso sanitrio; o esgoto lugar apropriado para o material etrico negativo.

    Outro mtodo para eliminar esse material etrico usar seu poder mental para dissolv-lo com o prana puro. Esse, em geral, um mtodo bastante avanado, uma vez que necessria a concentrao da mente para queimar o material negativo. Sacuda as mos para se livrar do material negativo; em seguida, com toda a ateno, projete o prana necessrio para queimar o material a ser eliminado. Repito que importante ser cuidadoso, ou seja, ter a mente clara e a ateno concentrada. Isso ser enfatizado repetidas vezes na cura prnica.

    Figura 10 - Autolimpeza inspirao lenta.

    Figura 11 - Autolimpeza expirao rpida.

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  • Figura 12 - Autolimpeza inspirao do prana do solo.

    Figura 13 - Autolimpeza Expirao rpida eliminando o material etrico.

    COMO FAZER A LIMPEZA ENERGTICA DA AREA DE TRABALHO

    A limpeza energtica da rea de trabalho igualmente importante. Eu costumo limpar minha rea de trabalho aps cada tratamento, concentrando minha ateno e emitindo das mos um forte raio de prana com a qualidade de purificar e limpar. O prana e a mente seguem um ao outro; se tivermos pensamentos purificadores projetamos o prana purificador. Sou bastante cuidadoso no que se trata da limpeza energtica, e nunca me esqueo de purificar todo o aposento. Mantenho tambm uma vasilha seca com sal em minha sala de trabalho, a qual absorve tudo aquilo que eu tiver deixado escapar.

    Isso no piada: quando voc comea a tratar pessoas regularmente, voc precisa ter cuidado com a sua sade e com a sade de seus pacientes. O sol um excelente desinfetante, assim como o leo de eucalipto ou a salva queimada regularmente. Uso incenso de sndalo durante e aps cada tratamento, uma vez que ele exerce um efeito purificador. Use apenas produtos naturais, pois os produtos manufaturados no tm esse efeito purificador.

    COMO FAZER A LIMPEZA ENERGTICA EM SI MESMO

    Fazer a autolimpeza simples, mas precisa ser cuidadosa. Em primeiro lugar, depois de qualquer tipo de tratamento, imediatamente lave os braos e as mos do cotovelo para baixo com gua fria. A gua fria conduz o prana com eficincia maior do que a gua quente. E recomendvel que voc tome uma ducha no fi-nal do dia para lavar todo o corpo, eliminando dele qualquer material etrico.

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  • Esse um modo bastante eficaz para fazer a limpeza energtica. Comece ficando de p; incline-se at tocar a ponta dos ps; lentamente, inspire medida que suas mos vo-se erguendo, passando pelas pernas, pelo tronco, pelo peito, e finalmente pela cabea (ver figura 10). Em seguida, prendendo a respirao, estire os braos tanto quanto possvel, mantendo os ps plantados no cho, e, expirando o ar, volte posio inicial, com as mos tocando os ps (ver figura 11).

    Ao inspirar, medida que ergue as mos, imagine o prana subindo pelos ps e acompanhando o movimento das mos at alcanar a posio vertical (ver figura 12). Em seguida, medida que voc expira, imagine todo o prana saindo do seu corpo, quando voc se inclina para a frente at alcanar o cho (ver figura 13). Repita isso por trs ou quatro vezes, ou at voc se sentir bem.

    Voc limpa seu corpo energeticamente quando capta o prana da terra e em seguida o devolve. Alm disso, qualquer excesso de prana que no for necessrio depois de um tratamento eliminado. Um erro que eu cometia nos primeiros anos era o de absorver o prana em excesso. Eu me sentia timo durante algumas horas depois de fazer um ou diversos tratamentos, mas depois disso me sentia extremamente cansado. Em geral, eu me recuperava com um rpido cochilo, mas demorei bastante tempo at descobrir o engano que estava cometendo. Eu achava que no absorvia prana suficiente quando, na verdade, eu o captava em excesso. Se voc tomado subitamente pelo cansao aps um tratamento, h duas explicaes: deficincia ou excesso da carga de prana. O segundo mtodo, de eliminar o prana em excesso e limpar o corpo sutil, alivia o problema da sobrecarga ou o risco de pass-la para o paciente.

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  • CAPTULO 7 - COMO ENERGIZAR COM PRANA

    Tal como o fogo, que embora seja um s, depois de ter entrado no mundo assume formas separadas de acordo com condies diversas, do mesmo modo o Eu no interior de todos os seres, embora seja um s, assume uma forma correspondente a cada condio e ainda assim permanece inalterado.

    Katha Upanishad II.ii.9

    Existem dois mtodos principais de absorver e projetar o prana; a concentrao e a respirao. Para acelerar e aumentar o prana no necessrio usar a respirao e a concentrao ao mesmo tempo, embora a combinao dos dois seja mais eficaz.

    MTODO DA CONCENTRAO DA ATENO PARA ABSORVER E PROJETAR O PRANA

    Para projetar o prana, precisamos inicialmente absorver algum prana extra. Se no fizer isso, voc utilizar o seu prprio e assim diminuir sua vitalidade. Isso deixa seu corpo aberto doenas ou infeces. Esse um erro bastante comum cometido pelas pessoas para as quais a cura natural, e que no foram aler-tadas para os perigos de perder sua vitalidade.

    E simples compreender o mecanismo de absoro e transferncia de prana. J que a mente e o prana esto ligados entre si, basta desejar ou manter a inteno de absorver prana. A noo de que a mente e o prana seguem um ao outro ser utilizada repetidas vezes neste manual.

    O prana extra acumula-se naturalmente na regio do umbigo ou, no meu caso em particular, logo abaixo do umbigo. A regio do plexo solar outra rea natural de acmulo de prana. Todos ns somos ligeiramente diferentes. O que verdadeiro para mim pode no ser para voc; eis por que no existe um sis-tema na cura prnica yogue.

    H duas razes para que seja preciso absorver uma boa quantidade de prana no incio do tratamento: 1) para evitar que o agente de cura use o prprio prana, o que afetaria sua sade, e 2) para impedir que doenas ou infeces se instalem em seu corpo. Basta que voc concentre sua ateno para que o prana se acumule em seu corpo; um pensamento claro e firme a chave para isso. Quanto mais firme o pensamento, mais forte o prana.

    Para projetar o prana, usa-se a mesma regra: concentre sua ateno no prana que est sendo projetado das suas mos. O que significa usar sua ateno? Significa simplesmente que um pensamento bastante claro acha-se presente. Concentrar a ateno uma nica vez j o bastante se o pensamento for bem ntido. Convm no permitir que a mente vagueie. Se isso acontecer, traga-a de volta com um pensamento muito firme acerca de projetar o prana. Quando a mente divaga, quaisquer que sejam os pensamentos, eles sero levados ao paciente pelo prana.

    A clareza de seus pensamentos projeta um prana claro, forte, puro e calmo. Uma mente confusa projetar prana impuro ou no acumular quantidade suficiente. Uma mente disciplinada til em todas as formas de cura; a cura prnica no exceo.

    MTODO DE RESPIRAO PARA ABSORVER E PROJETAR 0 PRANA

    A respirao uma polaridade; para dentro e para fora. O prana flui nessa polaridade. Se aplicar trs tcnicas simples sua respirao, voc poder triplicar a potncia do prana. Esses mtodos so: 1) reter a respirao entre a expirao e a inspirao e entre a inspirao e a expirao; 2) ter conscincia de que o prana est fluindo com a respirao; e 3) fazer respiraes completas, isto , usar plenamente os pulmes.

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  • O lapso de tempo em que se retm a respirao entre as polaridades importante, e fazer isso por um ou dois segundos j o bastante. Quando se retm a respirao ocorre uma reao atmica com o prana, o que faz com que o corpo o absorva em maiores quantidades. Reter a respirao por muito tempo no realmente benfico para a cura. Embora tenha outros usos na hatha-yoga ou na meditao, isso deve ser praticado apenas com a superviso de um professor competente. Se feito de modo incorreto ou em excesso, pode ter um efeito negativo em sua sade.

    A respirao completa o modo mais eficiente de respirar quando se trata de cura.

    1. Ponha suas mos na parte inferior do abdmen, logo abaixo do umbigo. 2. Inspire at estender a parte inferior do abdmen, movendo suas mos ligeiramente para fora

    medida que o diafragma empurra para baixo os rgos da regio abdominal. 3. Agora que a parte inferior do abdmen est cheia de ar, prossiga a respirao num movimento

    ascendente, levando ar rea do corao. 4. Pare por um segundo ou dois quando a rea do corao estiver cheia de ar.

    Figura 14 - Respirao prnica ou respirao completa.

    Figura 15 - Respirao prnica com as mos.

    5. Expire lentamente a partir do corao, imaginando o ar saindo pelos braos e mos. 6. Pare por um segundo ou dois. 7. Repita o processo durante cinco a dez minutos (ver figura 14).

    De incio, poder ser til acompanhar o movimento da respirao com as mos, partindo da parte

    inferior do abdmen e subindo at o corao. Em seguida, a partir do corao, movimente as mos na horizontal e, lentamente, abaixe-as at o centro do abdmen (ver figura 15). A parte inferior do abdmen o centro do equilbrio do nosso corpo. Isso bem conhecido nas artes marciais. Portanto, respirando com o abdmen, voc fica firmemente equilibrado em seu eixo. E, como j foi dito, isso impede a perda da vitalidade.

    Respirar desse modo produz dois resultados: voc faz seu prprio reservatrio natural na parte inferior do abdmen e na rea do plexo solar, e faz com que o prana suba at o corao antes de sair atravs das mos. Respirar atravs do corao d ao prana neutro a qualidade de seu corao, a morada do amor ou da

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  • conscincia no corpo fsico. Respirar dessa maneira ao longo de todo o tratamento faz com que voc realize o seguinte: fornea ao

    paciente um prana amoroso e de alta qualidade, concentre-se inteiramente em seu prprio corpo; conserve um reservatrio de prana para sua prpria sade; e mantenha sua ateno fixada no tratamento de cura.

    COMO ENERGIZAR OS OUTROS

    Depois de realizar a explorao e a limpeza energtica, talvez seja necessrio energizar o paciente. Muitos casos se resolvem apenas com a limpeza. Para os casos que necessitem de energizao, sempre bom verificar seu trabalho com o "remapeamento" das reas. E por essa razo que a cura prnica no tem um sistema fixo. Fazendo uma nova explorao depois de cada etapa, avalia-se o trabalho. Temos, ento, duas opes: energizar ou fazer a limpeza energtica retirando a energia excessiva. Normalmente, necessrio repetir essas trs etapas explorar, energizar, e purificar vrias vezes. Energizar adiciona prana, limpar retira prana; assim que se ajusta a quantidade de prana necessria para cada paciente.

    Como transmito prana a outra pessoa? Uso o mtodo da respirao completa para absorver e transmitir prana aos outros. Pode no parecer fcil de incio respirar da maneira descrita acima, mas trata-se somente da dificuldade de um mtodo novo. Em pouco tempo, ele se torna uma segunda natureza. E quando isso ocorre, projetar prana se tornar algo to natural, que voc ir se perguntar como no percebeu antes que isso acontecia.

    Se depois da limpeza e da energizao determinada rea no se estabilizar e no apresentar um fluxo saudvel, deixe-a por cinco ou dez minutos, em seguida, volte a se concentrar nela e verifique novamente. Em geral, o fluxo saudvel se estabelece por si mesmo; ento, um pouco mais de limpeza e energizao podero completar o trabalho. H casos em que uma rea no purificada com facilidade. Jamais force nada. (Ver captulo 13 para uma explicao acerca da natureza da doena).

    Na cura prnica, transmitimos o prana neutro com o amor do corao. Amor jamais forado ou violento, portanto, impossvel forar algo com o prana sendo transmitido com amor. Se ocorrer qualquer tipo de esforo na cura de uma pessoa, isso no ser cura prnica ou amor. Ser uma viagem do ego.

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  • CAPTULO 8 - O PRANA NO CORPO FSICO

    Nenhum mortal vive por causa do Prana ou do Apana; mas todos vivem por causa daquele algo mais, que d fundamento a esses dois.

    Katha Upanishad Il.ii.5 O corpo fsico apresenta um fluxo primrio de prana dos ps cabea ou da cabea aos ps, dependendo da pessoa e da hora do dia. H diversas outras correntes menores de prana que so fluxos secundrios. Essas correntes ou fluxos de prana ocorrem em canais ou em circuitos chamados nadis na yoga ou meridianos na acupuntura.

    Para a maioria das pessoas destras, o principal fluxo secundrio entra pelo lado esquerdo e sai pelo lado direito. Em geral, nas pessoas canhotas, todos os aspectos energticos so invertidos. Antes de dar incio a qualquer trabalho, verifique atravs da explorao por onde se desloca a energia em seu circuito.

    H numerosos subcircuitos no corpo; tanto a yoga como a medicina tradicional chinesa oferecem explicaes detalha