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F ATORES DETERMINANTES DA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE R ISCO DE L IQUIDEZ : E VIDÊNCIA EMPÍRICA NO SISTEMA FINANCEIRO PORTUGUÊS Autoras: Cláudia Pinto [email protected] Kátia Lemos [email protected] Área Temática: Relato Financeiro Metodologia utilizada: Análise de Conteúdo Palavras-Chave: Risco de liquidez, divulgação, CSBB, determinantes de divulgação, instituições bancárias, sistema financeiro português.

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FATORES DETERMINANTES DA DIVULGAÇÃO DE

INFORMAÇÃO SOBRE RISCO DE LIQUIDEZ: EVIDÊNCIA

EMPÍRICA NO SISTEMA FINANCEIRO PORTUGUÊS

Autoras:

Cláudia Pinto – [email protected]

Kátia Lemos – [email protected]

Área Temática: Relato Financeiro

Metodologia utilizada: Análise de Conteúdo

Palavras-Chave: Risco de liquidez, divulgação, CSBB, determinantes de divulgação,

instituições bancárias, sistema financeiro português.

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ABSTRACT

The objectives of this empirical study are, on the one hand, to evaluate the level of

disclosure, about liquidity risk, practiced by fourteen banking institutions that operate in

Portuguese financial system, and, on the other hand, to assess the determinants of that

disclosure.

To this end, we have used content analysis, as data collection technique, and have

examined the information disclosed in the annual reports of the fourteen banks, for the period

between 2007 and 2011. For this purpose we have constructed a disclosure index, based on

the recommendations of the Basel Committee on Banking Supervision, and have defined a set

of potentially explanatory variables related to the level of disclosure.

The results demonstrated that size and financial year were the variables that showed

up as statistically significant in explaining the level of disclosure.

Keywords: Liquidity risk, disclosure, BCBS, determinants of disclosure, banking, portuguese

financial system.

INTRODUÇÃO

O sistema financeiro português compõe-se por um variado conjunto de instituições

financeiras cuja função no desenvolvimento da economia é de extrema importância, na

medida em que asseguram, por um lado, o funcionamento dos sistemas de pagamentos e, por

outro lado, procedem à recolha da poupança de quem possui recursos excedentários,

disponibilizando-os, posteriormente, a quem deles necessita.

De acordo com Hefferman (2007) é devido à especificidade da atividade do sistema

financeiro, que este é, para além de todos os riscos potenciais e comuns a toda e qualquer

atividade empresarial ou financeira, obrigado a lidar com uma série de riscos de carácter

atípico às sociedades não financeiras.

Neste sentido, e porque a atividade do setor bancário tem como finalidade a

maximização constante do lucro, é possível afirmar que é impossível dissociar o fator “risco”

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de qualquer uma das suas operações. Uma definição de Risco que se entende apropriada e de

fácil compreensão é a contida na Norma de Gestão de Riscos emanada pela Federação das

Associações Europeias de Gestão de Risco (FERMA) (2002), que explica o Risco como

sendo “a combinação da probabilidade de um acontecimento e das suas consequências”1. No

que diz respeito à liquidez, foi a crise económica e financeira iniciada em 2008 nos Estados

Unidos da América (EUA) e que rapidamente se alastrou ao resto do mundo, que relançou as

atenções de todos os organismos do sistema financeiro global para a liquidez. Inúmeras

questões foram levantadas sobre a liquidez e a solvabilidade das instituições financeiras a

operar nos mercados financeiros internacionais, obrigando à intervenção das principais

entidades de regulação e supervisão bancária a nível mundial.

Assim, o Comité para o Sistema Financeiro Global (CSFG) (2011) considera que esta

preocupação a nível mundial reflete a perspetiva de que a liquidez e os seus indutores são de

extrema importância para a estabilidade financeira a nível internacional, seja na fase de

desenvolvimento de vulnerabilidades, seja em resultado do desenrolar de eventuais

desequilíbrios financeiros. O mesmo CSFG (2011) realça o carácter multifacetado do conceito

de liquidez.

Domanski et al. (2011) definem liquidez como representando a facilidade com que um

ativo pode ser convertido em meio de pagamento. Deste modo, a definição de risco de

liquidez será aquela que compreende a incapacidade potencial de cumprimento de obrigações

financeiras, tanto para saldos dentro do balanço, como para saldos fora de balanço. A Norma

Internacional de Relato Financeiro (International Financial Reporting Standards – IFRS) n.º

7 – Instrumentos Financeiros: Divulgação de Informações do International Accounting

Standards Board (IASB) define o risco de liquidez como sendo o risco de a entidade ter

dificuldades em fazer face aos seus passivos financeiros.

Assim, foi com base na situação crítica de liquidez em que o sistema financeiro a nível

internacional se encontra, que surgiu o interesse de realização de um estudo que evidencie a

forma como os bancos portugueses atendem às recomendações do Comité de Supervisão

Bancária de Basileia (CSBB) em matéria de divulgação do risco de liquidez. Pretende-se com

este estudo medir a extensão de divulgação sobre risco de liquidez, apresentada pelas

instituições bancárias a operar no sistema financeiro português, e identificar os seus fatores

determinantes. 1 A terminologia adoptada para o Risco pela Norma de Gestão de Riscos é a definida pela Organização

Internacional de Normalização (ISO) (2002) no seu documento ISO/IEC Guia 73 Gestão de Risco, de modo a

evitar diferenças ao nível da interpretação.

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Para o efeito, foram analisados os relatórios anuais publicados durante o período de

2007 a 2011, por catorze instituições bancárias, a operar no sistema financeiro português, cujo

volume de ativos e passivos, à data de 31 de Dezembro de 2011, atingem os 442,4 mil e os

420,2 mil milhões de euros, respetivamente.

No que concerne aos fatores determinantes, foi analisada a influência da dimensão da

entidade, dos níveis de rendibilidade, endividamento e solvabilidade, da concentração de

capital, da extensão do relatório anual e do facto de a informação se reportar a exercícios

económicos anteriores ou posteriores à emissão de recomendações por parte do CSBB.

Espera-se, com este trabalho de investigação, contribuir para a perceção das práticas

de divulgação sobre risco de liquidez, adotadas pelas entidades bancárias a operar em

Portugal, e para a perceção da influência das recomendações emitidas pelo CSBB sobre essas

práticas. Para além disso, este estudo pode ainda contribuir para a investigação sobre os

determinantes de divulgação, uma vez que foi, também, analisada a associação existente entre

a extensão de divulgação apresentada e determinadas características das entidades em análise.

Para cumprir com os objetivos definidos, este trabalho de investigação, encontra-se

estruturado em doispontos, sendo o primeirodestinado a uma revisão de estudos empíricos e o

segundoreferente ao estudo empírico propriamente dito.

Posteriormente apresentam-se as principais conclusões deste trabalho de investigação, com

referência às principais limitações do estudo empírico realizado e apresentação de propostas

para investigação futura.

1. REVISÃO DE ESTUDOS EMPÍRICOS

A divulgação de informações não só é do agrado dos investidores para a tomada de

decisão como também poderá reforçar a confiança e transparência dos mercados e,

consequentemente, o grau de liquidez das organizações.

Dantas et al. (2010) salientam que a transparência do sistema financeiro é conseguida

através da divulgação pública de informação precisa e oportuna que permita ao utilizador

aferir da condição financeira, do desempenho das atividades, do perfil de risco e das práticas

de gestão dos riscos de cada uma das instituições financeiras que nele operam. Cada vez mais

e após a crise de 2008, o conjunto de informações divulgado pelas instituições bancárias tem

vindo a adquirir um estatuto de considerável relevo, quer a nível nacional, quer internacional,

devido à importância que as instituições financeiras possuem no desenvolvimento das

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economias de cada país. No que se refere concretamente à divulgação de informação sobre

risco de liquidez, Sadka (2011) ressalta a ligação natural entre a literatura sobre liquidez e a

literatura contabilística. Neste sentido, Sadka (2011) refere que a literatura relaciona os

fenómenos contabilísticos e a informação por eles proporcionada com a liquidez das

instituições. É neste sentido que se destaca o facto de o nível de transparência de informação

contabilística reduzir o nível de incerteza associado à liquidez.

Neste contexto, torna-se necessário que as regras de divulgação sejam harmonizadas

internacionalmente de modo que a comparabilidade e a respetiva tomada de decisão não

sejam comprometidas. Além disso, Dantas et al. (2010) defendem que, sendo o sistema

financeiro um sistema que só por si reúne algumas peculiaridades, a disciplina de mercado e

uma política de transparente divulgação de informações assumem-se como elementos

fundamentais à fiabilidade e estabilidade financeiras.

Vários autores (Di Beneditto & Silva, 2008; Alves & Cherobim, 2009; Pérignon & Smith,

2009; Dantas et al., 2010; Erickson & Weber, 2010; Kwong, 2010; Wu & Bowe, 2010; Anandarajan

et al., 2011; etc.)procuraram através dos seus estudos explicar esta importância da divulgação

de informação por parte das instituições bancárias, por um lado, e demonstrar o seu impacto

nos utilizadores de informação financeira, por outro.

Di Beneditto & Silva (2008), Alves & Cherobim (2009) e Dantas et al. (2010)

analisaram relação existente entre a divulgação praticada por instituições financeiras e as

recomendações de divulgação de informação do CSBB.. Todos eles apontam uma melhoria

do nível e qualidade da divulgação de informação e, além disso, afirmam que o Acordo

Basileia II modificou o padrão de evidenciação de informação.

Por sua vez, Woods & Marginson (2004), Bischof (2009), Anandarajan et al. (2010) e

Kwong (2010) analisaram a relação entre a informação divulgada e as normas internacionais

de relato financeiro, medindo o grau de cumprimento com estas normas.

Os resultados obtidos por Woods & Marginson (2004) permitiram concluir que as

práticas de relato financeiro, de 9 instituições financeiras do Reino Unido, não ajudavam de

forma suficiente a avaliação do grau de exposição do risco de cada instituição bancária por

parte do investidor. Por sua vez, as conclusões retiradas por Bischof (2009) são semelhantes

às conclusões dos autores anteriores, na medida em que este referiu um aumento significativo

do grau e da qualidade de divulgação de informação no âmbito da adoção da IFRS n.º 7.

Mais, Bischof (2009) salientou ainda a existência de um conjunto mais detalhado de

informação no que se refere à exposição a riscos.

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Já os resultados obtidos por Anandarajan et al. (2010) e Kwong (2010) são

coincidentes. Por um lado, Anandarajan et al. (2010) referiram que o “value relevance” de

cada instituição bancária seria influenciado pela entidade reguladora do país em causa,

assumindo maior expressão em ambientes vocacionados para o setor privado e com um

sistema legal propício ao investimento. A título adicional, o estudo permitiu concluir também

que o “valuerelevance” seria influenciado pela forma de organização da instituição e pela sua

exposição ao risco. Por outro lado, Kwong (2010) evidenciou que a exigência de adoção das

IFRS conduziu à atribuição de um papel de extrema importância, em matéria de avaliação de

mercado, às demonstrações de resultados quando comparadas com a importância do valor

contabilístico do capital, sendo que o “value relevance” proporcionado pelas IFRS influencia,

de modo generalizado, a tomada de decisão por parte dos investidores.

Autores como Hossain & Reaz (2007), Wu & Bowe (2010) analisaram as associações

existentes entre o grau de divulgação e determinadas características individuais das próprias

instituições financeiras. Os resultados obtidos por Hossain & Reaz (2007),tendo por base 38

instituições bancárias indianas cotadas, permitiram concluir que estas instituições praticavam

um nível aceitável em termos de divulgação de informação voluntária. Mais ainda, foi

possível evidenciar uma associação entre o nível de divulgação praticado e a dimensão e os

ativos existentes das instituições analisadas.

Os resultados obtidos por Wu & Bowe (2010) demonstraram que os bancos chineses

com uma estrutura societária conjunta (pública e privada) e que divulgavam um maior nível

de informação eram os que possuíam maiores rácios de capital. Concluiu-se então, que o

carácter público das instituições bancárias chinesas reduzia a sensibilidade a alterações de

buffers de capital relativamente ao seu grau de risco. Por último, o estudo permitiu concluir

que os bancos que divulgavam mais e transparente informação eram os que possuíam um

maior capital face aos seus créditos vencidos.

Por último, Aitken et al.(1997), Prencipe (2004), Aksu & Kosedag (2006), Abraham

& Cox (2007), Depoers & Jeanjean (2010) e Ng (2011) examinaram as associações existentes

entre o grau de divulgação e determinadas características individuais de empresas não

financeiras.

O estudo conduzido por Aitken et al. (1997) proporcionou informação de que a

existência de uma estratégia diversificada, a dimensão e a percentagem dos interesses

minoritários seriam fatores que influenciariam o nível de divulgação de informação por

segmentos de negócio. Por sua vez, tendo por base uma amostra composta por 64 empresas

italianas cotadas em bolsa, Prencipe (2004) concluiu que as empresas tendem a limitar a

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divulgação voluntária por forma a reduzir os custos de propriedade. Já as conclusões retiradas

por Aksu & Kosedag (2006) proporcionam informação de que o nível praticado pelas

empresas turcas, em matéria de transparência e divulgação, era moderado, destacando-se as

variáveis dimensão, desempenho financeiro e o rácio valor mercado/valor contabilístico como

as variáveis que melhor explicariam a variação no nível de divulgação.

O estudo de Abraham & Cox (2007) evidenciou que o número de administradores

executivos e administradores independentes estariam relacionados com o grau de divulgação

praticado pelas empresas não financeiras presentes no índice FTSE 100 da Bolsa de Valores

de Londres, não se verificando esta relação com o número de administradores dependentes e

não executivos. Por seu turno, Depoers & Jeanjean (2010) evidenciaram que o nível de

retenção de informação verificado em 178 empresas francesas cotadas estava relacionado com

o ambiente competitivo da empresa, sendo esta a variável chave. Para além destas conclusões,

o mesmo estudo demonstrou que a distribuição do capital social estaria negativamente

correlacionada com a retenção de informação. Por último, os autores concluíram também que

a independência da administração e uma dupla estrutura de liderança reduziam a assimetria de

informação limitando a retenção de informação.

Por último, Ng (2011) evidenciou a existência de uma associação negativa entre

informação de qualidade e o risco de liquidez das empresas pertencentes ao índice NASDAQ

em Janeiro de 1983 e Dezembro de 2008 e que esta seria maior em épocas de elevadas

perturbações na liquidez do mercado. Além disso, o autor verificou que o risco de mercado

era menos significante do que o risco de liquidez enquanto elo de ligação entre a informação

de qualidade e o custo de capital.

De qualquer modo e apesar de todos os autores apresentados evidenciarem entre si

algumas diferenças, encontrou-se entre eles um elo comum relativamente à divulgação de

informação. Todos eles salientaram a importância da divulgação de informação (obrigatória

ou voluntária) na manutenção da transparência do mercado, bem como na solidificação da

confiança dos investidores e depositantes. A divulgação de informação é, portanto,

apresentada como um benefício ao investidor/utilizador, auxiliando-os na tomada de decisão.

No entanto, a precisão dessa mesma informação apresenta-se como uma preocupação

fundamental (Pérignon & Smith, 2009).

Para além disso, os resultados e conclusões apontadas pelos autores corroboram a

melhoria do nível e qualidade da divulgação de informação ao longo dos últimos anos e numa

perspetiva global.

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2. ESTUDO EMPÍRICO

2.1. OBJETIVOS DO ESTUDO E HIPÓTESES DE INVESTIGAÇÃO

É um dos objetivos deste estudo proporcionar informação acerca do grau de

divulgação sobre risco de liquidez, de acordo com as recomendações do CSBB, praticado por

catorze instituições bancárias a operar no sistema financeiro português. O estudo terá por base

os relatórios anuais, publicados entre 2007 e 2011, por estas instituições bancárias, cujo

volume de ativos e passivos à data de 31 de Dezembro de 2011 atingem os 442,4 e os 420,2

mil milhões de euros, respetivamente.

Por outro lado, pretende-se, ainda, retirar conclusões estatisticamente significativas e

representativas do sistema financeiro português, tendo em consideração a possível relação

entre a divulgação e as características individuais das instituições, identificando os fatores

determinantes do nível de divulgação de informação sobre risco de liqudiez.

Além disso, os estudos dos autores Aitken et al. (1997), Prencipe (2004), Aksu &

Kosedag (2006), Abraham & Cox (2007), Hossain & Reaz (2007), Depoers & Jeanjean

(2010), Wu & Bowe (2010) e Ng (2011) evidenciaram que o grau de divulgação praticado

pelas instituições bancárias e por empresas não financeiras pode ser influenciado pelas suas

características particulares. Assim, com base nos resultados dos estudos empíricos destes

autores foram definidas as seguintes hipóteses de investigação, cuja análise detalhada é

realizada a seguir.

a) Dimensão

A dimensão de uma instituição bancária poderá ser uma importante variável

explanatória de associação ao nível de divulgação (Hossain & Reaz, 2007 e Wu & Bowe,

2010). Neste sentido, foi formulada a seguinte hipótese de investigação:

H1: Instituições bancárias de maior dimensão praticam níveis de divulgação sobre risco de

liquidez mais elevados.

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b) Rendibilidade

O nível de divulgação praticado por uma instituição bancária poderá ser influenciado

pela sua rendibilidade (Dantas et al., 2010 e Wu & Bowe, 2010).

Deste modo e na expectativa de verificação de uma associação positiva entre esta

variável e o nível de divulgação do risco de liquidez, foi definida a hipótese de investigação

seguinte:

H2: Instituições bancárias com rácios de rendibilidade mais elevados praticam um nível

mais elevado de divulgação sobre risco de liquidez.

c) Solvabilidade

Sendo o risco de liquidez considerado como a potencial incapacidade de fazer frente a

compromissos assumidos por parte de uma determinada instituição, será expectável que o

grau de solvabilidade de cada instituição tenha efeitos sobre a exposição ao risco de liquidez.

Aksu & Kosedag (2006) não apresentam esta variável como sendo uma das variáveis

explicativas do nível de divulgação e transparência das empresas turcas cotadas em bolsa.

Portanto, será que o grau de solvabilidade irá afetar o nível de divulgação em matéria de risco

de liquidez, praticado pelas instituições bancárias, a operar no sistema financeiro português?

Para dar resposta a esta questão foi formulada a seguinte hipótese de investigação:

H3: Instituições bancárias com diferentes rácios de solvabilidade praticam diferentes níveis

de divulgação sobre risco de liquidez.

d) Endividamento

O grau de endividamento de cada instituição bancária indica o nível de autonomia com

que esta opera no sistema financeiro e a sua capacidade de aceder e conceder crédito.À

semelhança da variável anterior, também Aksu & Kosedag (2006) não apresentam o nível de

endividamento como sendo uma das variáveis explicativas do nível de divulgação e

transparência das empresas turcas.

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Deste modo, e para aferir se este indicador poderá ter influência sobre o nível de

divulgação realizado foi definida a seguinte hipótese de investigação:

H4: Instituições bancárias com rácios de endividamento diferentes praticam níveis

diferentes de divulgação sobre risco de liquidez.

e) Concentração de Capital

Espera-se que uma instituição bancária com o capital social distribuído por um menor

número de acionistas tenha uma menor necessidade de divulgação de informação em matéria

de risco de liquidez. Os resultados obtidos por Aitken et al. (1997), Prencipe (2004) e

Depoers & Jeanjean (2010) são divergentes em relação a esta variável.

Deste modo, definiu-se a seguinte hipótese de investigação a ser testada:

H5: Instituições bancárias com diferentes graus de concentração de capital praticam

diferentes níveis de divulgação de informação sobre o risco de liquidez.

f) Extensão do Relatório e Contas

Cada vez mais as instituições bancárias proporcionam ao investidor Relatórios e

Contas cada vez mais longos e detalhados. Portanto, para avaliar a possível existência de uma

associação entre a extensão do Relatório e Contas (em número de páginas) e o nível de

divulgação do risco de liquidez praticado, foi definida a seguinte hipótese de investigação:

H6: Instituições bancárias com Relatórios e Contas mais extensos praticam um maior nível

de divulgação sobre risco de liquidez.

g) Exercício Económico

Resultados obtidos por Bischof (2009) salientam que a mudança de exercício

económico e as novas normas de regulação implementadas nesse exercício proporcionaram

um aumento significativo no grau e na qualidade de divulgação de informação no âmbito da

adoção da IFRS n.º 7 e da exposição a riscos.

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Deste modo, a variável “exercício económico” pretende avaliar se o facto do exercício

económico de divulgação ser posterior a 2008 e a 2009 surtirá efeitos sobre o grau de

divulgação realizado. A escolha do ano de 2008 e 2009 relaciona-se com a transposição pelo

BdP para o ordenamento interno das recomendações em matéria de risco de liquidez (Pilar III

e Boas Práticas).

Assim, foram definidas as seguintes hipóteses de investigação:

H7a: As instituições bancárias em exercícios económicos posteriores a 2008 praticaram um

maior nível de divulgação sobre risco de liquidez.

H7b: As instituições bancárias em exercícios económicos posteriores a 2009 praticaram um

maior nível de divulgação sobre risco de liquidez.

2.2.METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

2.2 .1 . P O P U L A Ç Ã O E A M O S T R A

De acordo com a APB (2012), o sistema financeiro português é composto por um

conjunto de 30 instituições financeiras que desenvolvem a sua atividade nos termos do

Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF). Ao analisar de

forma individual cada uma das 30 instituições bancárias presentes no sistema financeiro

português verificou-se a existência de relações de dependência, na medida em que se

constatou a existência de direitos de participação entre algumas instituições.

Portanto e porque o CSBB (2001a, 2001b) define que o âmbito de aplicação do Pilar

III deve ser ao nível consolidado, optou-se por analisar o comportamento em matéria de

divulgação sobre risco de liquidez de 14 instituições bancárias.

Os critérios de seleção destas 14 instituições bancárias incluíram dois aspetos

importantes: a representatividade da instituição no seio do sistema financeiro, por um lado, e

o interesse do investidor, por outro.

Deste modo, a tabela n.º 1 evidencia as instituições bancárias sobre as quais recai este

estudo empírico.

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Tabela 1: Instituições Financeiras em análise

C Ó D I G O D E S I G N A Ç Ã O S I G L A

1 Banco BEST, SA BEST

2 Banco BIC Português, SA BIC

3 Banco BIG, SA BIG

4 Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (Portugal), SA BBVA

5 Banco Caixa Geral de Depósitos, SA CGD

6 Banco Crédito Agricola, SA CA

7 Banco Espírito Santo, SA BES

8 Banco Finantia, SA FINANTIA

9 Banco Millennium BCP, SA BCP

10 Banco Montepio Geral, SA MG

11 Banco Popular Português, SA BPP

12 Banco Português de Investimento, SA BPI

13 Banco Santander Totta, SA SANTANDER

14 Banif - Banco Internacional do Funchal, SA BANIF

Fonte: Elaboração própria

2.2 .2 . R E C O L H A E T R A T A M E N T O D O S D A D O S

Os dados referentes a cada uma das catorze instituições bancárias pertencentes à

amostra foram retirados dos Relatórios e Contas anuais relativos ao período entre 2007 e

2011. A escolha do horizonte temporal objeto de análise pretende refletir possíveis alterações

no nível de divulgação sobre risco de liquidez.Neste contexto, considerou-se os anos de 2008

e 2009 em virtude da transposição para o ordenamento interno das recomendações do CSBB

nesta matéria. A inclusão dos períodos de 2007 e 2010 têm como finalidade servir de termo

de comparação. Quanto ao ano de 2011, a sua inclusão é pertinente dado que se trata de um

período de consolidação das recomendações do CSBB em matéria de liquidez. Salienta-se

ainda que a principal fonte de informação utilizada foram os Relatórios e Contas recolhidos.

No entanto, em alguns casos, recorreu-se a Relatórios de Disciplina de Mercado2 como fonte

complementar de informação.Ambas as fontes de informação foram objeto de uma análise de

conteúdo.

2 Publicação obrigatória exigida pelo BdP a partir de 2009, no âmbito do Pilar III.

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2.2 .3. V A R I Á V E I S

Variáveis Dependentes

Atendendo às recomendações previstas pelo CSBB, foi construído um índice de

divulgação (tal como em Dantas et al., 2010, Alves & Cherobim, 2009, Di Beneditto & Silva,

2008) composto por vinte e um itens (quinze de natureza qualitativa e seis de natureza

quantitativa). Estes itens encontram-se agrupados em oito categorias (cinco de natureza

qualitativa e três de natureza quantitativa). Para a formulação do índice e definição dos vinte e

um itens de divulgação considerou-se o documento “Boas práticas para a gestão e supervisão

do risco de liquidez”, enquanto que, na construção das oito categorias considerou-se os itens

sugeridos pelo Pilar III.

Salienta-se que as diferentes categorias presentes no índice de divulgação possuem a

mesma ponderação, não existindo desta forma qualquer atribuição de diferentes pesos que

conduzissem a uma sobrevalorização de fatores. A tabela número 2 apresenta o índice de

divulgação, em matéria de risco de liquidez, utilizado na construção das variáveis

dependentes.

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Tabela 2: Índice de Divulgação sobre Risco de Liquidez

1. INFORMAÇÃO QUALITATIVA

1.1. Estratégias e Procedimentos

1.1.1. Descrição do âmbito e dos objetivos da gestão de risco

1.1.2. Conceito de risco de liquidez utilizado

1.2. Estrutura e Organização da função

1.2.1. Envolvimento da administração com o risco de liquidez

1.2.2. Estrutura organizacional responsável pelo risco de liquidez

1.2.3. Separação entre gestão de riscos e áreas de negócio

1.2.4. Separação entre gestão de riscos e auditoria interna

1.3. Técnicas de identificação e avaliação do risco

1.3.1. Conceitos utilizados na mensuração do grau de risco

1.3.2. Menção de técnicas utilizadas para identificação e avaliação do risco

1.4. Políticas de Cobertura / Mitigação do Risco

1.4.1. Menção à diversificação das fontes de financiamento

1.4.2. Menção aos testes de esforço e respetivos cenários

1.4.3. Menção à interação entre os testes de esforço e o plano de contingência

1.4.4. Menção às políticas de reservas de liquidez

1.5. Sistema de relato interno

1.5.1. Frequência do relato interno sobre liquidez

1.5.2. Menção ao relato do gestor de risco para a administração

1.5.3. Menção ao relato da área de negócio para o gestor de risco

2. INFORMAÇÃO QUANTITATIVA

2.1. Dimensão e composição da "almofada de liquidez"

2.1.1. Referência à dimensão da "almofada de liquidez" (ativos líquidos de elevada

qualidade)

2.1.2. Referência à composição da "almofada de liquidez" (ativos líquidos de elevada

qualidade)

2.2. Encargos adicionais a título de colateral

2.2.2. Referência a valores adicionais de colateral em consequência de corte de rating

2.3. Divisão por prazos de vencimento

2.3.1. Itens dentro de balanço por prazo de vencimento

2.3.2. Itens fora de balanço por prazo de vencimento

2.3.3. Indicação de gaps de liquidez do período e gaps de liquidez acumulados

Fonte: Elaboração própria de acordo com as recomendações do CSBB (2001a, 2008)

Assim, tendo em consideração o índice construído identificaram-se três variáveis

dependentes:

1) DIVQL – traduz a percentagem de informação qualitativa sobre risco de liquidez

divulgada por cada instituição bancária nos períodos em análise;

2) DIVQN – refere-se à percentagem de informação quantitativa sobre risco de liquidez

divulgada por cada instituição bancária nos períodos em análise;

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14

3) DIVT – evidencia a percentagem total de informação sobre risco de liquidez

divulgada por cada instituição bancária durante o período em análise, incluindo a

informação de carácter quantitativo e a informação de carácter qualitativo.

Variáveis Independentes

a) Dimensão

À semelhança de Wu & Bowe (2010), recorreu-se ao logaritmo do total do ativo de

modo a tratar os dados de forma consistente.

b) Rendibilidade

Rendibilidade do Ativo (ROA – Return on Assets): Rácio entre o Earnings

Before Interest, Taxes, Depreciations and Amortization (EBITDA) e o total do

ativo, para cada instituição, em cada período; onde o EBTIDA corresponde à

soma do resultado líquido do período com as depreciações e amortizações,

provisões e perdas por imparidade acumuladas; e

Rendibilidade dos Capitais Próprios (ROE – Return on Equity): Rácio entre o

resultado líquido do período e o total do capital próprio, para cada instituição,

em cada período.

c) Solvabilidade

Rácio entre o capital próprio e o passivo,para todos os períodos e para todas as

instituições.

d) Endividamento

Indicador de Endividamento Global recorrendo ao rácio entre o total do passivo e o

total do ativo.

e) Concentração de Capital

A variável “concentração de capital” pretende refletir a percentagem do capital social

detido pelo principal acionista. Nas situações em que não foi possível obter essa informação,

considerou-se esta variável como missing.

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15

f) Extensão do Relatório e Contas

Este indicador traduz a extensão, em número de páginas, que cada relatório e contas de

cada instituição bancária apresentada em cada período objeto de análise.

g) Exercício Económico

Definiram-se duas variáveis dicotómicas, que identificam, respetivamente, os períodos

identificados, nos seguintes termos:

Pós 2008: atribuindo-se o valor 1 se o exercício é posterior a 2008 e o valor 0 em

caso contrário;

Pós 2009: atribuindo-se o valor 1, se o exercício é posterior a 2009 e o valor 0 em

caso negativo.

A tabela n.º 3 reflete, de forma resumida, as variáveis objeto de tratamento estatístico e as

hipóteses anteriormente definidas.

Tabela3: Proxies e sinais das variáveis explicativas

Hipótese Sinal Proxies

Dimensão + Logaritmo do Ativo

Rendibilidade + Rácios de ROA / ROE

Solvabilidade ? Rácio de Solvabilidade Geral

Endividamento ? Rácio de Endividamento Global

Concentração de Capital ? % Ações do principal acionista

Extensão do Relatório e Contas + Número de páginas

Exercício Económico + Posterior 2008 / Posterior 2009

Fonte: Elaboração própria

2.2 .4. T R A T A M E N T O E S T A T Í S T I C O D O S D A D O S

Para aferir da influência das variáveis independentes sobre as variáveis dependentes

foram realizados procedimentos de análise distintos, tendo em consideração software

específico de tratamento e análise de dados (nomeadamente o Statistics Data Analysis –

STATA). Dos vários procedimentos realizados destacam-se a análise descritiva (variáveis

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16

dependentes) e a análise multivariada. Com a análise descritiva pretendeu-se identificar

médias, desvio padrão e máximos e mínimos relativos às variáveis dependentes.

Seguidamente, foram realizadas três análises multivariadas que permitiram aferir do efeito das

variáveis independentes, consideradas conjuntamente, sobre cada uma das variáveis

dependentes, tendo-se construídos os seguintes modelos de regressão linear múltipla:

DIVQLit = β0 + β1LOGATit + β2ROAit + β3ROEit + β4SGit + β5ENDit + β6CCSit + β7EXTRCit + β8POST2008it +

β9POST2009it + it

DIVQNit = β0 + β1LOGATit + β2ROAit + β3ROEit + β4SGit + β5ENDit + β6CCSit + β7EXTRCit + β8POST2008it +

β9POST2009it + it

DIVTit = β0 + β1LOGATit + β2ROAit + β3ROEit + β4SGit + β5ENDit + β6CCSit + β7EXTRCit + β8POST2008it +

β9POST2009it + it

Onde, DIVQLit representa a percentagem de divulgação de informação qualitativa sobre risco de liquidez da

instituição i no momento t;DIVQNit representa a percentagem de divulgação de informação quantitativa sobre

risco de liquidez da instituição i no momento t;DIVTit representa a percentagem total de divulgação de

informação sobre risco de liquidez da instituição i no momento t;LOGATit representa o logaritmo do ativo da

instituição i no momento t;ROAitrepresenta o rácio de rendibilidade do ativo da instituição i no momento

t;ROEit considera-se o rácio de rendibilidade dos capitais próprios da instituição i no momento t;SGit representa

o rácio de solvabilidade geral da instituição i no momento t;ENDit considera-se como sendo o rácio de

endividamento global da instituição i no momento t;CCSit representa a percentagem do capital social do

principal acionista;EXTRCitrepresenta o número de páginas do Relatório e Contas da instituição i no momento

t;POST2008it representa exercício económico posterior a 2008 da instituição i no momento t;POST2009it

representa exercício económico posterior a 2009 da instituição i no momento t; e it é o termo de erro estatístico

da instituição i no momento t.

2.2 .5 .A P R E S E N T A Ç Ã O E A N Á L I S E D O S R E S U L T A D O S

Analisando detalhadamente a informação divulgada em matéria de risco de liquidez

pelas catorze instituições bancárias pertencentes à amostra, verificou-se, na maioria dos casos,

uma evolução positiva neste âmbito. Como já foi referido, a informação sobre risco de

liquidez objeto de recomendação de divulgação por parte do CSBB foi traduzida num índice

de divulgação. Este índice de divulgação foi subdividido em dois grandes grupos de

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17

informação: um primeiro grupo referente à informação qualitativa sobre risco de liquidez e

um segundo grupo destinado à informação quantitativa do risco de liquidez.

As tabelas n.º 4 e n.º 5 apresentam os resultados obtidos em termos de informação

qualitativae quantitativa em matéria de risco de liquidez.

Tabela 4: % Divulgação Informação Qualitativa sobre Risco de Liquidez

Categoria Itens Observações

Possíveis

Observações

Registadas % Item % Categoria

Estratégias e

Procedimentos

Descrição do âmbito e dos

objetivos da gestão de risco

683

53 77,94%

Conceito de risco de liquidez

utilizado 63 92,65%

85,29%

Estrutura e

Organização da

Função

Envolvimento da administração

com o risco de liquidez 13 19,12%

Estrutura organizacional

responsável pelo risco de liquidez 50 73,53%

Separação entre gestão de riscos e

áreas de negócio 39 57,35%

Separação entre gestão de riscos e

auditoria interna 34 50,00%

50,00%

Técnicas de

Identificação e

Avaliação de Risco

Conceitos utilizados na

mensuração do grau de risco 22 32,35%

Menção de técnicas utilizadas para

identificação e avaliação do risco 62 91,18%

61,76%

Políticas de

Cobertura/Mitigação

de Risco

Menção à diversificação das fontes

de financiamento 42 61,76%

Menção aos testes de esforço e

respetivos cenários 22 32,35%

Menção à interação entre os testes

de esforço e o plano de

contingência

17 25,00%

Menção às políticas de reservas de

liquidez 0 0,00%

29,78%

Sistema de Relato

Interno

Frequência do relato interno sobre

liquidez 23 33,82%

Menção ao relato do gestor de

risco para a administração 8 11,76%

Menção ao relato da área de

negócio para o gestor de risco 0 0,00%

15,20%

Fonte: Elaboração Própria

3 Ausência de informação relativa a duas instituições bancárias (BIC e BIG) referente ao ano de 2007.

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18

Tabela5: % Divulgação Informação Quantitativa sobre Risco de Liquidez

Categoria Itens Observações

Possíveis

Observações

Registadas % Item % Categoria

Dimensão e

composição da

"almofada de

liquidez"

Referência à dimensão da "almofada

de liquidez" (ativos líquidos de

elevada qualidade)

684

21 30,88%

Referência à composição da

"almofada de liquidez" (ativos

líquidos de elevada qualidade) 8 11,76%

21,32%

Encargos

adicionais a título

de colateral

Referência a valores adicionais de

colateral em consequência de corte de

rating 2 2,94% 2,94%

Divisão por

prazos de

vencimento

Itens dentro de balanço por prazo de

vencimento 51 75,00%

Itens fora de balanço por prazo de

vencimento 8 11,76%

Indicação de gaps de liquidez do

período e gaps de liquidez

acumulados

46 67,65%

51,47%

Fonte: Elaboração Própria

Como é possível verificar, as tabelas permitem concluir que, em matéria de

informação qualitativa sobre risco de liquidez, o item de maior divulgação é o relativo a

estratégias e procedimentos da gestão de risco (85,29%). Por contrapartida, em relação a

informação quantitativa, o item mais divulgado refere-se a divisão de itens dentro e fora de

balanço por prazos de vencimento (51,47%).

Posteriormente, os dados recolhidos foram introduzidos no software STATA

(Statistics Data Analysis), procedendo-se ao respetivo tratamento estatístico. A primeira fase

de análise consistiu numa análise descritiva das variáveis dependentes, de modo a aferir os

valores das médias, desvio padrão, máximo e mínimo (tabela n.º 6).

Tabela 6: Análise descritiva variáveis dependentes

Numa segunda fase, procedeu-se à realização de regressões lineares múltiplas, com o

tratamento de dados em painel, através do modelo de efeitos aleatórios, com o objetivo de

4 Ausência de informação relativa a duas instituições bancárias (BIC e BIG) referente ao ano de 2007.

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19

avaliar o comportamento e influência das variáveis independentes sobre as variáveis

dependentes.

No que se refere aos modelos de regressão linear múltipla objeto de teste, estes

apresentam uma combinação de nove variáveis independentes e uma base de análise

composta por 53 observações, cujos resultados se apresentam na tabela seguinte.

Tabela 7: Regressões Multivariadas – Resultados

Em relação aos valores obtidos a título de R2 é possível verificar que estes divergem

consoante a variável dependente. Isto quer dizer que o peso explicativo das variáveis

independentes varia consoante a variável dependente. A tabela demonstra que as variáveis

independentes têm um maior poder explicativo (R2 = 0.6065) sobre a variável dependente

DIVT. Por sua vez, as mesmas variáveis explicam apenas 51,47% da variável dependente

DIVQL e 34,63% da variável dependente DIVQN. Quanto ao poder explicativo das variáveis

entre e dentro dos grupos (instituições bancárias), constata-se que, entre os grupos, as

variáveis independentes têm um peso explicativo de 65,04% na variável dependente DIVT

enquanto para as variáveis DIVQL e DIVQN o peso explicativo é menor (54,82% e 53,30%,

respetivamente). Por sua vez, dentro dos grupos, verifica-se também um peso explicativo das

Variáveis Independentes DIVQL DIVQN DIVT

LOGAT 0.082*** 0.314 0.019**

ROA 0.220 0.699 0.492

ROE 0.905 0.505 0.429

SG 0.905 0.593 0.483

END 0.848 0.666 0.660

CCS 0.382 0.788 0.369

EXTRC 0.117 0.891 0.257

POST2008 0.078*** 0.568 0.076***

POST2009 0.105 0.090*** 0.017**

R2 Within 0.4802 0.2528 0.5339

R2 Between 0.5482 0.5330 0.6504

R2 Overall 0.5147 0.3463 0.6065

Wald-Chi2 40.76 7.62 55.24

Prob. Chi2 0.0000* 0.6657 0.0000*

Rho_ar 0.03901519 0.71943169 0.04411189

Nota: *, **, *** resultados estatisticamente significantes para um nível de significância de

0.01, 0.05 e 0.10 respetivamente.

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20

variáveis independentes sobre a variável DIVT por oposição às restantes (DIVT: 53,39%

contra 48,02% de DIVQL e 25,28% de DIVQN).

Os valores obtidos a título de Wald-Chi2e Prob. Chi

2, cuja finalidade é evidenciar o

nível de significância global do modelo, permitem concluir que os modelos relativos às

variáveis dependentes DIVQL e DIVT apresentam-se estatisticamente significativos para um

nível de significância de 0.01 (Wald-Chi2 = 40.76 e 55.24; Prob. Chi

2 = 0.0000 e 0.0000,

respetivamente). O mesmo não se pode dizer relativamente ao modelo apresentado para a

variável DIVQN, na medida que apresenta um valor de Wald-Chi2 baixo na ordem dos 7.62 e

um valor de Prob. Chi2 de 0.6657).

No que se refere às variáveis explicativas da variável dependente DIVQL conclui-se

que apenas as variáveis independentes LOGAT e POST2008 são estatisticamente

significativas na explicação da variável dependente (0.082 e 0.078 para um nível de

significância de 0.10). Assim, é possível afirmar que a dimensão de uma instituição bancária e

o exercício económico posterior a 2008 têm influência no nível de divulgação de informação

qualitativa sobre risco de liquidez praticado. Para este efeito validam-se as hipóteses H1 e a

H7a.

Relativamente à variável dependente DIVQN verifica-se que, da totalidade das

variáveis potencialmente explicativas, apenas uma variável assume significância estatística.

Neste sentido, verifica-se poder explicativo da variável POST2009 sobre a variável

dependente, com uma significância de 0.090 para um nível de significância de 0.10. Assim,

para a divulgação de informação quantitativa em matéria de risco de liquidez valida-se a

hipótese H7b.

No que respeita à variável dependente DIVT, os resultados apresentam três variáveis

com poder explicativo desta variável dependente. Neste contexto, reconhece-se significância

estatística na explicação do nível praticado de divulgação global de informação sobre risco de

liquidez às variáveis LOGAT (0.019 para um nível de significância de 0.05), POST2008

(0.076 para um nível de significância de 0.10) e POST2009 (0.017 para um nível de

significância de 0.05). Verifica-se assim, que a dimensão de uma instituição bancária, e os

exercícios económicos posteriores a 2008 e posteriores a 2009 são fatores de considerável

importância no que se refere à divulgação de informação em matéria de risco de liquidez,

validando-se as hipóteses H1, H7a eH7b.

Assim, tal como era expectável, os resultados obtidos vieram proporcionar informação

sobre o nível de divulgação de informação no âmbito do risco de liquidez e estabelecer uma

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21

relação entre este e algumas variáveis independentes definidas. Foi possível a evidenciação

que variáveis, como a dimensão e o exercício económico possuem poder explicativo sobre o

nível de divulgação de risco de liquidez. No caso em concreto da variável exercício

económico este poder explicativo estará relacionado com a transposição para o direito interno

das recomendações do CSBB em matéria de liquidez. No entanto, concluiu-se também que as

variáveis independentes definidas apenas explicam cerca 60,65% do nível de divulgação de

informação global sobre risco de liquidez (variável DIVT). Quando se trata de informação

qualitativa (DIVQL) e quantitativa (DIVQN) a percentagem explicativa do modelo já é

menor, passando para os 51,47% em relação à informação qualitativa e 34,63% da informação

quantitativa.

2.2 .6. D I S C U S S Ã O E C O M P A R A Ç Ã O D O S R E S U L T A D O S

O objetivo do estudo empírico realizado era o de proporcionar informação sobre o

grau de divulgação sobre risco de liquidez praticado por catorze instituições bancárias a

operar no sistema financeiro português, e relacioná-lo com as características individuais das

instituições analisadas, de modo a evidenciar algum tipo de relação entre o grau de divulgação

apresentado e aquelas características. Verificou-se que as instituições bancárias pertencentes à

amostra praticaram um baixo índice de divulgação (40,88%, em termos médios). Este baixo

índice de divulgação vai de encontro ao resultado de divulgação encontrado por Woods &

Marginson (2004).

Além disso, foi realizada uma análise multivariadacomposta por três regressões

lineares múltiplas, com a finalidade de demonstrar o poder explicativo das variáveis

independentes sobre as variáveis dependentes definidas. Os resultados obtidos permitiram

concluir que, do conjunto de nove variáveis independentes definidas, apenas duas apresentam

significância estatística na explicação das variáveis dependentes. Assim, no que se refere à

variável “Dimensão”, o estudo empírico efetuado permitiu concluir que esta variável possui

poder explicativo sobre as variáveis dependentes “DIVQL” e “DIVT”. Isto significa que a

dimensão de cada uma das catorze instituições bancárias analisadas tem influência sobre o

nível de divulgação de informação qualitativa e global sobre risco de liquidez. Os resultados

obtidos vão de encontro aos resultados referidos por Aitken et al. (1997), Aksu & Kosedag

(2006), Hossain & Reaz (2007), Alves & Cherobim (2009), Dantas et al. (2010) e Wu &

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22

Bowe (2010), comprovando-se a existência de uma relação entre a dimensão da instituição e o

nível de informação divulgado. Esta variável é considerada como uma variável que “melhor

explica o grau de transparência” (Aksu & Kosedag, 2006), a “mais significativa” (Hossain &

Reaz, 2010), a que “aumenta o nível de divulgação” (Alves & Cherobim, 2009).

Em relação à variável “Rendibilidade”, o estudo empírico confirmou que o nível de

rendibilidade das instituições bancárias analisadas não tem influência sobre o nível de

divulgação praticado sobre risco de liquidez. Os resultados obtidos não são coincidentes com

os resultados obtidos por Dantas et al. (2010) e Wu & Bowe (2010).

Quanto às variáveis “Solvabilidade” e “Endividamento”, o estudo empírico

proporcionou informação de que estas variáveis não possuíam poder explicativo sobre

nenhuma das três variáveis dependentes. Deste modo, conclui-se que os resultados obtidos

vão de encontro aos resultados obtidos por Aksu & Kosedag (2006).

Relativamente à variável “Concentração de Capital Social”, os resultados obtidos

permitiram concluir que a distribuição do capital social não detém poder explanatório sobre as

variáveis dependentes. Assim, os resultados obtidos não vão de encontro aos resultados

proporcionados por Aitken et al. (1997), Prencipe (2004) e Depoers & Jeanjean (2010). Os

autores referidos apenas evidenciam esta variável como uma variável de “caracter misto com

diferentes níveis de significância” (Aitken et al., 1997), de “controlo com associação

positiva” (Prencipe, 2004) e com uma “correlação negativa” (Depoers & Jeanjean, 2010) no

que diz respeito ao nível de divulgação de informação.

No que diz respeito à variável “Extensão do Relatório e Contas”, os resultados do

estudo não permitiram confirmar a existência de uma relação com as variáveis dependentes.

Assim, é possível dizer que as empresas que apresentam relatórios e contas mais extensos não

estão preocupadas em divulgar informação sobre risco de liquidez, como forma de garantir a

sua legitimidade.

Por último, em relação à variável “Exercício Económico”, o estudo empírico permitiu

recolher evidências de que de facto o exercício económico detém poder explicativo sobre o

nível de informação sobre risco de liquidez divulgada, seja ela de natureza qualitativa,

quantitativa ou global. Deste modo, afirma-se que os resultados encontrados vão de encontro

aos resultados proporcionados por Woods & Marginson (2004) e Bischof (2009) que

provaram que o exercício económico tinha sido determinante no nível de divulgação

evidenciado, notando-se um aumento significativo.

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23

CONCLUSÃO

O estudo empírico teve como finalidade avaliar o nível de informação em matéria de

risco de liquidez que seria objeto de divulgação por parte de catorze instituições bancárias a

operar no sistema financeiro português. Além disso, era também objetivo do estudo

evidenciar quais os fatores determinantes do nível de divulgação.

Os resultados obtidos permitiram concluir que as instituições bancárias analisadas

evidenciam um nível baixo de divulgação de informação e que a dimensão da instituição e o

exercício económico são as variáveis com maior poder explicativo sobre a informação sobre

risco de liquidez divulgada.

No entanto, salientam-se algumas limitações, nomeadamente a dimensão da amostra, o

período em análise, o facto de se analisar apenas as recomendações do CSBB e a utilização de

indicadores financeiros, que, a ser contornadas, poderiam melhorar o nível de divulgação

praticado.

Conclui-se, portanto, que as divulgações sobre risco de liquidez levadas a cabo pelas

instituições bancárias analisadas podem ainda ser objeto de considerável melhoria de modo a

proporcionar ao investidor uma tomada de decisão e um juízo de valor mais transparente e

confiante.

O atual contexto económico e financeiro nacional e internacional destaca a

importância que a liquidez tem adquirido ao longo dos últimos anos. Neste sentido, a

realização deste estudo permitiu compreender a divulgação de informação sobre risco de

liquidez praticada por catorze importantes instituições financeiras a operar em Portugal. Além

disso, o estudo permitiu, também, retirar conclusões acerca dos fatores determinantes do nível

de divulgação.

Portanto, salienta-se a título de contribuições do estudo empírico, a compreensão

percebida ao nível de divulgação do risco de liquidez, segundo as recomendações do CSBB,

assim como a identificação das características individuais das instituições que são

potencialmente explicativas do nível de divulgação.

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24

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